Você está na página 1de 27

Educação Infantil -

Currículo
Material Teórico
Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Responsável pelo Conteúdo:


Profª. Ms. Júlia de Cassia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:
Profª. Dr. Maria Isabel Andrade Sousa Moniz
Organização de conteúdos - RCNEI:
Formação Pessoal e Social

• Organização de conteúdos - RCNEI: Formação


Pessoal e Social

• RCNEI - Volume 1: Introdução

• RCNEI - Volume 2: Formação Pessoal e Social

• Conclusão

··Vamos estudar a organização dos conteúdos a serem


trabalhados na Educação Infantil, conhecendo um importante
documento que nos dá este direcionamento: os Referenciais
Curriculares Nacionais para Educação Infantil, que são
apresentados em três volumes.
··Nesta unidade, você verá a importância desta organização,
além de conhecer e discutir sobre o Volume 1 – Introdução e
o Volume 2 – Formação Pessoal e Social.

Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

5
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Contextualização
As crianças têm muita criatividade e é preciso entender suas ideias, estimulando o pensamento
e a comunicação.
Veja a tirinha a seguir:

Você acredita que as crianças podem desenvolver-se como pessoas, integradas ao mundo e
à sociedade, mesmo estando na Educação Infantil?
Será que, assim como a Mafalda, muitas crianças não veem importância nas atividades
desenvolvidas na Educação Infantil?
O que realmente importa ensinar e trabalhar com as crianças?
Vamos conhecer algumas orientações para este trabalho e formação das crianças na
Educação Infantil.

6
Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social
Para trabalhar com Educação Infantil é imprescindível preparo e consciência para respeitar
a legislação vigente, acolher as crianças e conhecê-las, ampliar o atendimento e melhorar a
qualidade do serviço prestado à educação.
Além disso, é preciso que sejam superadas as políticas assistencialistas existentes, transformando
as práticas didáticas nas creches e pré-escolas por meio de discussões e reflexões que tragam
novas concepções sobre o desenvolvimento da cognição e da linguagem e modifiquem a
maneira como as propostas pedagógicas são pensadas.
Para que este trabalho possa ser realizado de forma a atender às necessidades de aprendizagem
das crianças, assim como às determinações das Diretrizes Curriculares para Educação Infantil,
o MEC elaborou os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil (RCNEI). Trata-
se de três volumes com orientações para o planejamento e desenvolvimento da educação com
crianças de zero a seis anos.
O RCN integra a série de documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados
pelo Ministério da Educação. Foi criado com o objetivo de apontar metas de qualidade no
trabalho desenvolvido nas creches e pré-escolas, cuja proposta é servir de base para a
produção de programações pedagógicas, planejamentos e avaliações em instituições e redes
dos municípios. Além disso, dá subsídios para que possamos incorporar atividades educativas
aos cuidados essenciais das crianças e suas brincadeiras. Com isso, é possível contribuir para o
desenvolvimento integral das identidades das crianças, propiciando crescimento como cidadãos
cujo direito à infância é legalmente reconhecido.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil organiza-se de forma a atender
diferentes objetivos educacionais, assim como à legislação. De acordo com a LDB, Lei 9.394/96,

A educação infantil será oferecida em: l - creches ou entidades equivalentes


para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de
quatro a seis anos; deixando claro o local de atendimento por faixa etária.
(BRASIL, LDB, 1996, art. 30, capítulo II, seção II)

Desta forma, o RCNEI está organizado por idade - de zero a três e de quatro a seis anos -
com objetivos, conteúdos e orientações didáticas, diretamente ligados às faixas etárias e não
especificamente pela denominação “creche” e “pré-escola”.

Trocando Ideias
Além da organização por idades, o RCNEI organiza-se por âmbitos e eixos educacionais. Diante da
diversidade cultural que temos no mundo, é preciso trabalhar com as crianças de maneira diversa,
com a utilização de um currículo que efetivamente sirva de instrumento para as ações do professor,
com destaque para suas experiências, que são referência para a prática educativa.

7
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Esta organização visa a abranger diversos e múltiplos espaços de elaboração


de conhecimentos e de diferentes linguagens, a construção da identidade, os
processos de socialização e o desenvolvimento da autonomia das crianças
que propiciam, por sua vez, as aprendizagens consideradas essenciais. (RCN,
1998, vol.1, p.45)

Ao trazer orientações sobre o desenvolvimento na Educação Infantil, o Referencial Curricular


Nacional para a Educação Infantil apresenta o brincar, a identidade e o meio como determinantes
das interações humanas, com indicação das bases que asseguram a construção de uma proposta
pedagógica para cada faixa etária.
Elaborar uma proposta pedagógica e curricular para a Educação Infantil nos faz pensar
sobre como trabalhar com as crianças desta etapa da educação. Na verdade, é preciso
repensar o foco do trabalho pedagógico: os direitos das crianças de serem consultadas e
ouvidas, de exercerem sua liberdade de expressão e opinião e o direito de tomarem decisões
em seu proveito, buscando a voz das crianças pequenas sobre a sua vida, vivida no contexto
das famílias e das instituições de Educação Infantil. Além disso, mesmo nos afastando do
assistencialismo que por muito tempo orientou os trabalhos com Educação Infantil, precisamos
compreender a importância das funções de “cuidar e educar” como aspectos indissociáveis
no trabalho com crianças de zero a seis anos de idade: a criança como ser social, histórico,
inserido na cultura, enfim um cidadão de direitos.
Você já deve ter percebido que a criança é um ser pleno de potencialidades e criatividade.
Uma boa proposta pedagógica pode, portanto estimular suas capacidades e proporcionar à
criança oportunidades de conhecimento e de desenvolvimento, ampliando as possibilidades de
compreensão do mundo que a cerca. Como professor, você deve assumir a responsabilidade
pela formação das crianças, enxergando e compreendendo suas diferenças, e entendendo que
elas dependem de sua própria formação, preparo, dedicação e amor.
O Referencial Curricular Nacional é um documento oficial do MEC - Ministério da Educação.
Foi elaborado em três volumes, contendo um capítulo introdutório, que apresenta concepções e
princípios sobre desenvolvimento e Educação Infantil. Na segunda parte, o Referencial apresenta
o brincar, a identidade e o meio como determinantes das interações humanas. No final, os
autores optaram por indicar as bases que asseguram a construção de uma proposta pedagógica
para cada faixa etária.
Assim, é importante que todos os educadores conheçam o seu teor, pois o RCNEI orienta
quanto aos aspectos mais relevantes na busca de um atendimento de qualidade na Educação
Infantil, demonstrando, através de exemplos, diversas formas adequadas de organizar, conduzir
e avaliar seu trabalho junto às crianças e famílias.
De acordo com Rossetti-Ferreira (2001, p. 191), como o próprio nome diz, ele é apenas um
Referencial, pois cada município e cada instituição deverão elaborar a sua proposta pedagógica
de acordo com as características da sua realidade. Assim, respeitando o que está colocado no
artigo da LDB sobre os princípios e fins da educação nacional, temos que o ensino será ministrado
(e aí também se incluem as creches e pré-escolas) com base na autonomia institucional e no
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas.

8
• O Volume 1 dos Referenciais leva o título “Introdução” e traz as concepções
de creches e pré-escolas no Brasil; de criança, educação, instituição e do
profissional que atua nesta faixa etária. Estes conceitos serviram de base para
a definição dos objetivos gerais da Educação Infantil, orientando assim a
organização dos documentos agrupados nos volumes 2 e 3.
• O volume 2 faz referência ao âmbito da “Formação Pessoal e Social”,
que está ligado às vivências e experiências que vão beneficiar a construção
do sujeito.
• No volume 3, com o tema “Conhecimento de Mundo” , são apresentados
seis documentos para que se trabalhe com as crianças a construção de
diferentes linguagens, assim como as relações estabelecidas com os objetos do
conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita,
Natureza e Sociedade e Matemática.

Vamos conhecer as propostas do RCN em seus dois primeiros volumes.

RCNEI - Volume 1: Introdução

Características do RCN para a Educação Infantil


O primeiro volume do RCN, intitulado Introdução, mostra, de forma geral, as características
do RCNEI e traz reflexões sobre creches e pré-escolas brasileiras, infância, educação e
profissionalização, além do referencial teórico que sustenta a obra.

Ideias Chave
Esse volume traz o conceito de criança; o educar, cuidar e brincar; delineia um perfil esperado
do profissional que trabalha com Educação Infantil. Descreve como se estrutura a organização do
Referencial, mostrando os objetivos gerais da Educação Infantil e encerra mostrando de que forma
a instituição de Educação Infantil e o projeto educativo podem organizar-se, sempre respeitando as
diferenças económicas, culturais e sociais.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil tem bases teóricas e pedagógicas
que visam contribuir para a implantação de práticas educativas de qualidade, para que possamos
levar as crianças ao exercício da cidadania. Sua função é subsidiar a ação dos profissionais da
educação, assim como os sistemas de ensino responsáveis pela Educação Infantil, para que por
meio de discussões e socialização de ideias, se efetivem políticas e programas de qualidade em
Educação Infantil.

9
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Algumas considerações sobre creches e pré-escolas


Durante muito tempo, as creches e pré-escolas foram utilizadas para atendimento a crianças
pobres, num caráter estritamente assistencialista, sem visão de educação e crescimento para
as crianças.

Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar


para várias questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve,
principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e
rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, as
responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças
pequenas. (RCN, 1998.p.17)

A criança
A criança é entendida como um ser social, único e historicamente situado, que possui
características particulares e diferenças específicas, sendo capaz de pensar, opinar, concordar
ou não, construir seu conhecimento. Todas estas ações se desenvolvem a partir das relações e
interações estabelecidas com outras crianças, com adultos e com o meio onde vivem e convivem,
tornando-se protagonistas de sua história. Esta é a concepção de criança levada em conta nas
orientações contidas no RCN.

Educar, Cuidar e Brincar


Você já aprendeu sobre a importância do educar, cuidar e brincar na Educação Infantil. Com
a LDB n° 9.394/96 inserindo definitivamente esta etapa educacional no sistema de ensino, o
RCN ressalta a importância de, juntamente com os cuidados dispensados à criança, promover
situações de brincadeiras e aprendizagens que possam levar ao desenvolvimento da criança,
seja na aprendizagem de conhecimentos, seja nas relações interpessoais.
Destaca a importância do cuidar inter-relacionado com o educar, na valorização e
desenvolvimento das capacidades da criança. Mostra também a capacidade de criação
propiciada pelo brincar, em que, com diferentes experiências, a criança desenvolve a autoestima
e autonomia por meio da linguagem simbólica.

O professor de Educação Infantil


Nota-se no texto do RCN a necessidade de formação do professor da Educação Infantil,
focando em seu trabalho como profissional polivalente. Este profissional deverá dominar
conteúdos que compreendem os cuidados básicos essenciais com as crianças, assim como
conhecimentos específicos de diferentes áreas de conhecimento.

10
Organização do RCN para a Educação Infantil
No “Volume 1 - Introdução” é explicada a organização do RCNEI para que os professores
conheçam o material que servirá de base para seu trabalho. A estrutura do RCNEI é organizada
por faixa etária: zero a três anos e quatro a seis anos. Para cada uma destas faixas existem
duas áreas de experiências, cada qual com eixos específicos de trabalho, destacados nos dois
volumes seguintes:

• Volume 2: Formação Pessoal e Social – Eixos: Identidade e Autonomia

• Volume 3: Conhecimento de mundo – Eixos: Movimento, Artes visuais, Música,


Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade e Matemática.
A organização do RCNEI inicia-se, portanto, no volume 1, com os objetivos gerais do
documento, para depois introduzir os objetivos específicos nos volumes 2 e 3, com propostas de
conteúdos e orientações didáticas que ligam conteúdos a objetivos.
O professor deve organizar seu trabalho refletindo sempre sobre o alcance das situações e
experiências que proporciona às crianças, dentro dos campos de ação ou eixos do trabalho
educativo propostos nos RCN.

Objetivos gerais da Educação Infantil


Os objetivos destacados no RCN foram elaborados de acordo com a proposta contida na
LDB 9394/96, assim como nos conceitos de criança, cuidar, educar e brincar, construídos e
dispostos neste referencial.
• Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente,
com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
• Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites,
desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
• Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima
e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
• Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular
seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo
atitudes de ajuda e colaboração;
• Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais
como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando
atitudes que contribuam para sua conservação;
• Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
• Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes
intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar
suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de
significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;

11
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

• Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e


participação frente a elas e valorizando a diversidade. (RCN, 1998, p.63)

A instituição e o projeto educativo


É destaque no texto do volume 1 do RCN a importância da participação coletiva na construção
do projeto educativo. O mesmo deve ser constituído de forma participativa, por professores,
profissionais e técnicos envolvidos com a Educação Infantil, num processo de gestão democrática.

Estrutura do Referencial Curricular Nacional para a Educação


Infantil
Ao final do volume 1 do RCNEI encontramos um esquema que demonstra como o mesmo se
estrutura, no que diz respeito ao trabalho a ser realizado com as crianças na Educação Infantil e
as orientações para este trabalho.

Fonte: MEC, RCNEI, vol 1. p.85

12
Agora que você já entendeu as propostas que serão discutidas nos Referenciais Curriculares
Nacionais para Educação Infantil, vamos conhecer o que nos orienta o 2° volume.

RCNEI - Volume 2: Formação Pessoal e Social


O segundo volume dos RCN é focado no âmbito da Formação Pessoal e Social. Procura deixar
claras as questões ligadas ao desenvolvimento de capacidades de natureza global e afetiva das
crianças, mostrando também que é nas relações com os outros, com o meio e consigo mesmas
que se constitui sua formação pessoal e social.
Ao se pensar na Formação Pessoal e Social, pretende-se que nas instituições escolares,
sejam creches ou pré-escolas, se ofereçam situações em que as crianças possam aprender a
se conhecer, a conviver com outras crianças, aceitar as pessoas e a si mesmas, desenvolvendo
atitudes de respeito e confiança. Por este motivo, encontramos neste volume dois eixos de
trabalho: Identidade e Autonomia.
Este volume inicia-se com a concepção da área a ser trabalhada sob três éticas: processo
de fusão e diferenciação; construção de vínculos e expressão da sexualidade. Destaca as
maneiras que a criança se utiliza para aprender, como imitação, brincar, oposição, linguagem e
apropriação da imagem corporal. São também destacados os objetivos que se espera alcançar
de acordo com cada faixa etária, assim como os conteúdos que devem ser desenvolvidos, com
as orientações didáticas para o professor, para que os objetivos possam ser alcançados.

Concepção
Trabalhar com a criança no sentido da construção de sua identidade e autonomia possibilita
a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento de seus próprios recursos para que possa
enfrentar diferentes situações que farão parte de sua vida.

A identidade é um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma


marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de
todas as características físicas, de modos de agir e de pensar e da história
pessoal. Sua construção é gradativa e se dá por meio de interações
sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternadamente, imita e
se funde com o outro para diferenciar-se dele em seguida, muitas vezes
utilizando-se da oposição. (RCN, 1998, Vol.2, p.15)

A primeira socialização da criança e fonte inicial de sua identidade é a família. Nesta


interação, a criança assume características que a distinguem entre os membros de sua família,
mostrando seu temperamento, as relações estabelecidas com as pessoas, o papel que ela
desempenha nesta família, etc.

13
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Aos poucos, a criança passa a pertencer a outros universos sociais, como igrejas ou clubes,
que vão propiciar a construção de um novo repertório de valores, crenças e conhecimentos, os
quais vão colaborar para que sua identidade vá se constituindo e fortalecendo.
Nossa sociedade é rica em diversidade étnica e cultural. Ao ingressar na Educação Infantil,
a criança passa a conviver com outras crianças e com adultos que possuem hábitos, origens e
culturas diferentes das suas, permitindo adquirir novos conhecimentos. Ao enxergar diferenças
entre si e os outros, a criança busca seu conhecimento de identidade para conviver e se relacionar,
o que é importantíssimo para que se desenvolva a autonomia.

A autonomia, definida como a capacidade de se conduzir e tomar


decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, sua perspectiva
pessoal, bem como a perspectiva do outro, é, nessa faixa etária, mais do
que um objetivo a ser alcançado com as crianças, um princípio das ações
educativas. (RCN, 1998, Vol.2, p.15)

Trabalhar a educação voltada à autonomia pede que você considere a criança como alguém
que tem vontade própria, que tem competência para construir conhecimentos e até mesmo
interferir no meio em que vive. O exercício da autonomia, nas situações concretas propostas na
escola, prepara a criança para exercê-la também em relação a ideias e valores.

Assim, é preciso planejar oportunidades em que as crianças dirijam suas


próprias ações, tendo em vista seus recursos individuais e os limites
inerentes ao ambiente. Um projeto de educação que almeja cidadãos
solidários e cooperativos deve cultivar a preocupação com a dimensão
ética, traduzindo-a em elementos concretos do cotidiano na instituição.
(RCN, 1998, Vol.2, p.16)

Processos de fusão e diferenciação


Ao nascer, o bebé encontra-se tão ligado à mãe que se torna impossível para ele distinguir
o próprio corpo. Daí o termo “fusão”. Com os primeiros cuidados, a criança começa a adquirir
consciência de seu próprio corpo, de seus movimentos, e passa a perceber seu próprio corpo como
separado do corpo do outro. Pode então organizar suas emoções e ampliar seus conhecimentos
sobre o mundo a partir do outro, que se constitui em elemento básico para a construção do
conhecimento de si mesmo.

Na relação estabelecida, por exemplo, no momento de tomar a mamadeira,


seja com a mãe ou com o professor de educação infantil, o binómio dar e
receber possibilita às crianças aprenderem sobre si mesmas e estabelecerem
uma confiança básica no outro e em suas próprias competências. Elas
começam a perceber que sabem lidar com a realidade, que conseguem
respostas positivas, fato que lhes dá segurança e que contribui para a
construção de sua identidade. (RCN, 1998, Vol.2, p.16)

14
Construção de vínculos
O texto do RCNEI chama a atenção para o fato de as crianças construírem vínculos afetivos
com as pessoas com quem interagem e que se constituem em seus principais mediadores na
construção de sua identidade e autonomia.

A orientação para o outro, além de lhes garantir acesso a um grande


conjunto de informações que este outro lhes proporciona, evidencia uma
característica básica do ser humano que é a capacidade de estabelecer
vínculos. (RCNEI, 1998, Vol.2, p.17)

Expressão da sexualidade
A criança manifesta suas relações com o prazer de maneira diferente do adulto. O texto chama
a atenção para o fato de que em diferentes momentos da vida estas relações se manifestam mais
em alguma parte do corpo.
Como exemplo, temos a boca, que desde o ato de sugar ao ato de levar objetos à boca, se
constitui em fonte de prazer e conhecimento para a criança. A mordida também é manifestação
da criança sobre o meio. A fase de controle do esfíncter também se encaixa neste caso, quando
é dada demasiada importância pela própria criança e até mesmo pelos adultos às “eliminações”
da criança.
A expressão da sexualidade também é evidenciada nas relações de género. No início, a
criança se percebe como menino ou menina com relação às diferenças anatómicas. Aos poucos,
expande esta percepção para além do físico, pensando nas características associadas ao ser
homem ou mulher. “Após uma fase de curiosidade quanto às diferenças entre os sexos, por volta
dos cinco e seis anos, a questão do gênero ocupa papel central no processo de construção da
identidade.” (RCN, 1998, Vol.2, p.20)
Para que a criança tenha êxito na construção de sua identidade e autonomia, segundo o
RCN, é muito importante a questão da expressão da sexualidade.

A compreensão da sexualidade como um processo amplo, cultural e


inerente ao desenvolvimento das crianças pode auxiliar o professor
diante das ações exploratórias das crianças ou das perguntas que fazem a
respeito do tema. (RCN, 1998, Vol.2, p.19)

Aprendizagem
O desenvolvimento das crianças é fruto de suas aprendizagens, que ocorrem por meio
da interação com outras pessoas, crianças ou adultos, dos vínculos que estabelecem e de
acordo com os recursos de cada criança. O RCN destaca alguns recursos muito utilizados
pelas crianças na aprendizagem: a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a linguagem e a
apropriação da imagem corporal.

15
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Imitação
As crianças se esforçam para reproduzir gestos, expressões faciais e sons produzidos pelas
pessoas com quem interagem. Procuram imitar até mesmo animais e objetos, como carros,
trens, etc.

A imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender


com os outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e
de diferenciar-se. [...] A observação é uma das capacidades humanas
que auxiliam as crianças a construírem um processo de diferenciação dos
outros e consequentemente sua identidade. (RCN, 1998, vol.2, p.22)

Brincar
As brincadeiras, atividades de grande significado no desenvolvimento da identidade
e autonomia das crianças, possibilitam o desenvolvimento da atenção, da imitação, da
memória e da imaginação. Por outro lado, quando trabalham regras ou papéis sociais,
facilitam a socialização.

Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam


nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/ desprazer,
passividade / atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc.,
as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e
sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.
(RCN, 1998, vol.2, p.23)

Oposição
A oposição é muito importante na formação pessoal. Ao se opor, a pessoa demonstra suas
vontades e desejos e de certa forma mostra-se diferente do outro. Os temas de oposição tendem
a mudar com a idade e seus momentos desempenham um papel importante na diferenciação
e afirmação do eu.

Linguagem
A utilização da linguagem pode demonstrar ao educador que a criança está desenvolvendo um
processo de diferenciação entre ela e o outro. A linguagem também enriquece as possibilidades
de comunicação e expressão, aumentando a socialização. “É na interação social que as crianças
são inseridas na linguagem, partilhando significados e sendo significadas pelo outro.” (RCN,
1998, vol. 2, p. 24)

16
Apropriação da imagem corporal
Quando reconhece os limites de seu corpo, a criança demonstra um aspecto importante
da construção da identidade, ao notar diferenças no corpo do outro e no seu. “Por meio das
explorações que faz, do contato físico com outras pessoas, da observação daqueles com quem
convive, a criança aprende sobre o mundo, sobre si mesma e comunica-se pela linguagem
corporal.” (RCN,1998,vol.2, p.25)

Objetivos
O RCNEI destaca no que se refere ao eixo Formação Social e Pessoal, que a instituição
precisa fornecer à criança um ambiente que lhe dê segurança e confiança, garantindo assim
oportunidades de alcançar, de acordo com a faixa etária, os seguintes objetivos:

Crianças de zero a três anos


• Experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a satisfação de suas necessidades
essenciais, expressando eus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, e agindo com
progressiva autonomia;
• Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo progressivamente seus
limites, sua unidade e as sensações que ele produz;
• Interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, executando ações
simples relacionadas à saúde e higiene;
• Brincar;
• Relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus professores e com demais
profissionais da instituição, demonstrando suas necessidades e interesses.
(RCN, 1998, p. 27)

Crianças de quatro a seis anos


Nesta faixa, além de aprofundar e ampliar os objetivos estabelecidos para a faixa etária de
zero a três anos, deverão ser garantidas oportunidades para que a criança seja capaz de:
• Ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez
mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas;
• Identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais, respeitando
as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade;
• Valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e
colaboração e compartilhando suas vivências;
• Brincar;

17
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

• Adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene,


alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência;
• Identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participa,
respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe.
(RCN, 1998, p.27-28)

Conteúdos
No que diz respeito ao desenvolvimento da Identidade e Autonomia das crianças, no âmbito
da Formação Pessoal e Social, os Referenciais apontam para conteúdos a serem trabalhados de
acordo com a faixa etária atendida.
Estes conteúdos a serem trabalhados são propostos em orientações didáticas que se destacam
quanto às competências, habilidades e necessidades de cada faixa etária.

Crianças de zero a três anos


• Comunicação e expressão de seus desejos, desagrados, necessidades, preferências e
vontades em brincadeiras e nas atividades cotidianas.

• Reconhecimento progressivo do próprio corpo e das diferentes sensações e ritmos que produz.

• Identificação progressiva de algumas singularidades próprias e das pessoas com as quais


convive no seu cotidiano em situações de interação.

• Iniciativa para pedir ajuda nas situações em que isso se fizer necessário.

• Realização de pequenas ações cotidianas ao seu alcance para que adquira maior
independência.

• Interesse pelas brincadeiras e pela exploração de diferentes brinquedos.

• Participação em brincadeiras de “esconder e achar” e em brincadeiras de imitação.

• Escolha de brinquedos, objetos e espaços para brincar.

• Participação e interesse em situações que envolvam a relação com o outro.

• Respeito às regras simples de convívio social.

• Higiene das mãos com ajuda.

• Expressão e manifestação de desconforto relativo à presença de urina e fezes nas fraldas.

• Interesse em despreender-se das fraldas e utilizar o penico e o vaso sanitário.

• Interesse em experimentar novos alimentos e comer sem ajuda.

• Identificação de situações de risco no seu ambiente mais próximo. (RCN,1998,p.29)

18
Após o estabelecimento dos objetivos, o Referencial Curricular aponta para orientações de
trabalho com estes conteúdos, mostrando aos professores a necessidade de se pensar em alguns
tópicos no desenvolvimento das crianças desta faixa etária, como fortalecer a autoestima,
preparar as crianças para escolhas, valorização do mundo do faz de conta, estar atento para o
papel das interações no desenvolvimento da criança, o conhecimento e valorização da imagem
que a criança tem de si mesma e dos outros e a importância de cuidados e segurança.

Crianças de quatro a seis anos


• Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades, desejos e sentimentos
em situações cotidianas.

• Iniciativa para resolver pequenos problemas do cotidiano, pedindo ajuda se necessário.

• Identificação progressiva de algumas singularidades próprias e das pessoas com as quais


convive no seu cotidiano em situações de interação.

• Participação em situações de brincadeira nas quais as crianças escolham os parceiros, os


objetos, os temas, o espaço e as personagens.

• Participação de meninos e meninas igualmente em brincadeiras de futebol, casinha, pular


corda etc.

• Valorização do diálogo como uma forma de lidar com os conflitos.

• Participação na realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolvam ações de


cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros.

• Respeito às características pessoais relacionadas ao gênero, etnia, peso, estatura etc.

• Valorização da limpeza e aparência pessoal.

• Respeito e valorização da cultura de seu grupo de origem e de outros grupos.

• Conhecimento, respeito e utilização de algumas regras elementares de convívio social.

• Participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência


em grupo e aquelas referentes ao uso dos materiais e do espaço, quando isso for pertinente.

• Valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo.

• Procedimentos relacionados à alimentação e à higiene das mãos, cuidado e limpeza


pessoal das várias partes do corpo.

• Utilização adequada dos sanitários.

• Identificação de situações de risco no seu ambiente mais próximo.

• Procedimentos básicos de prevenção a acidentes autocuidado.


(RCN, 1998, vol.2. p.36-37)

19
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

As orientações didáticas destacadas evidentemente levam em conta a faixa etária a que


se destinam e os objetivos propostos. Assim orienta-se trabalhar com os pequenos da faixa
etária de quatro a seis anos, a importância da identificação pelo nome, o uso do espelho na
construção da imagem,
atenção à questão da construção da independência e autonomia, o respeito à diversidade,
a identidade de género, favorecimento da interação, utilização de jogos e brincadeiras e o
desenvolvimento de cuidados pessoais.

Orientações gerais para o professor


Você deve ter percebido que muito além de recursos e orientações, o papel do professor
na Educação Infantil é extremamente importante para que se estabeleça um ambiente que
favoreça o desenvolvimento e aprendizagem das crianças.

[...] um clima de segurança, confiança, afetividade, incentivo, elogios e


limites colocados de forma sincera, clara e afetiva dão o tom de qualidade
da interação entre adultos e crianças. O professor, consciente de que o
vínculo é, para a criança, fonte contínua de significações, reconhece e
valoriza a relação interpessoal. (RCN, 1998, vol.2. p. 49)

Por isso o RCNEI traz nas orientações gerais para o professor, alguns pontos de reflexão para
a formação pessoal e social da criança, com o fortalecimento da identidade e autonomia.
Os seguintes pontos são destacados:

Jogos e brincadeiras
Brincar deve se constituir em atividade permanente no enriquecimento da criatividade e
imaginação das crianças. As crianças têm facilidade de brincar de faz de conta, misturando
realidade e fantasia. Depois da brincadeira,

[...] o professor poderá organizar situações nas quais as crianças conversem


sobre suas brincadeiras, lembrem-se dos papéis assumidos por si e pelos
colegas, dos materiais e brinquedos usados, assim como do enredo e
da sequência de ações. Nesses momentos, lembrar-se sobre o que, com
quem e com o que brincaram poderá ajudar as crianças a organizarem
seu pensamento e emoções, criando condições para o enriquecimento do
brincar. Nessas situações, podem-se explicitar, também, as dificuldades
que cada criança tem com relação a brincar, caso desejem, e a necessidade
que tem da ajuda do adulto. (RCN,1998,vol.2,p.50 )

20
Organização do ambiente (higiene e cuidados)
A saúde e desenvolvimento da criança refletem os cuidados despendidos no seu atendimento,
revelando também a qualidade de vida que esta criança está desenvolvendo em sua creche ou
pré-escola. “O ambiente coletivo demanda condições ambientais e cuidados adequados ao
contexto educacional” (p.51)

• Proteção: Proteção à criança envolve diferentes aspectos de procedimentos que passam


pelo físico e higiene da criança, cuidados com o ambiente, higiene de utensílios. Além
disso, neste quesito o RCN destaca a importância dos professores estarem atentos aos
acidentes e aos sinais de mal estar das crianças, como febre, vómito, convulsão ou
sangramento nasal.

• Alimentação: Alimentamos as crianças para suprir seu corpo de nutrientes que vão
manter sua vida e saúde. Segundo o RCNEI, o objetivo da alimentação é “proporcionar
conforto ao saciar a fome, prazer ao estimular o paladar e contribui para a socialização
ao revesti-lo de rituais. Além disso, é fonte de inúmeras oportunidades de aprendizagem.”
(p. 55). É preciso estar atento às necessidades individuais de cada criança, de acordo
com sua idade, seja no aleitamento, no oferecimento de papas, na falta de apetite, na
recusa de alimentos, etc. São fornecidas algumas recomendações sobre procedimentos
na organização das refeições e nos cuidados no que diz respeito à alimentação.

• Cuidados com os dentes: A partir do surgimento dos primeiros dentes, que ocorre
por volta dos seis meses de vida, é recomendado que se inclua a prática da limpeza dos
dentes. O professor deve incluir na rotina das crianças a escovação dos dentes, prática
essa que vai desenvolver atitudes de autocuidado com a boca e com os dentes.

• Banho: Além de prática de higiene, o banho também relaxa, refresca e proporciona


conforto e prazer para a criança. O banho deve ser pensado como um momento de bem-
estar para a criança, além de proporcionar muitas experiências de interação e brincadeiras.

• Troca de fraldas: O procedimento de troca de fraldas pede atitudes dos professores e


condições ambientais adequadas. Ao trocar as fraldas, o professor pode aproveitar para
observar as atitudes da criança, correspondendo aos seus sorrisos, conversas, gestos e
movimentos, estabelecendo um diálogo enriquecedor com a mesma.

• Sono e repouso: A instituição deve oferecer um ambiente propício para que a criança
tenha suas necessidades de sono e repouso atendidas. Já o professor pode desenvolver
com as crianças, de acordo com a faixa etária, atividades relacionadas a este momento,
destacando a importância do descanso para os seres humanos e outras espécies, como
cantigas, embalo e acalanto, conversas, etc.

Organização do tempo
A forma como a escola percebe e concebe as necessidades e potencialidades das
crianças, reflete-se diretamente na organização do trabalho realizado e no tempo utilizado
para este trabalho.

21
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

O RCNEI nos mostra a necessidade de organização para que diferentes atividades, necessárias
ao cuidar e educar, possam ser desenvolvidas. Vamos analisar estas atividades.

• Atividades permanentes: o RCN chama a atenção para a importância de atividades


diversificadas oferecidas de forma permanente para as crianças. Isto facilita o
desenvolvimento da autonomia, pois a criança pode tomar decisões, formar opinião,
etc. Algumas atividades citadas que contribuem para o desenvolvimento da criança são
as rodas de conversa, brincadeiras de faz de conta, horário das refeições, organização da
sala e higiene pessoal.

• Sequência de atividades: A proposta de atividades de forma sequenciada ajuda


as crianças no processo construção da identidade e a conquista da autonomia. Estas
sequências de atividades planejadas pelo professor devem se organizar em etapas
diferenciadas e com graus de dificuldades diversos.

• Projetos: Podemos trabalhar projetos relacionados a diferentes temas, como o faz


de conta; a identidade cultural brasileira; a diversidade étnica ou ainda sobre crenças
religiosas existentes em nosso país.

Observação, registro e avaliação formativa


Observar as crianças, registrar seus avanços e dificuldades e avaliar sua aprendizagem, ocorre
em todos os momentos de nosso trabalho com as mesmas. Trataremos desta parte importante
do processo educacional em um capítulo reservado especialmente para analisarmos a Avaliação
na Educação Infantil.

Conclusão
Nesta unidade você conheceu os volumes 1 e 2 dos Referenciais Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil - RCNEI.
Pudemos entender que a criança deve ser vista como construtora de sua identidade a partir
de diferentes particularidades expressas no meio em que vive. Assim, a escola e o professor
devem planejar ações educativas que possam efetivamente auxiliar o processo de construção
da identidade e da autonomia desta criança, pensando em sua interação com o ambiente, a
cultura e a sociedade.
Isto porque a aprendizagem da criança se dá a partir das interações que ela desenvolve,
das imitações que realiza e de diferentes recursos que utiliza. Lembre-se sempre que o papel
do professor na Educação Infantil é muito importante, no sentido de propiciar um ambiente
que favoreça o desenvolvimento, crescimento e aprendizagem na formação pessoal e social da
criança, fortalecendo cada vez mais sua identidade e autonomia.

22
Material Complementar
É importantíssimo que você leia autores que nos direcionam na elaboração de propostas de
trabalho com crianças de zero a cinco anos, assim como os Referenciais Curriculares Nacionais
para Educação Infantil, por serem importante base para nosso trabalho com educação.
1) BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf

2) Leia o Roteiro Didático disponibilizado pela Revista Nova Escola sobre o trabalho com
crianças da Educação Infantil, no desenvolvimento da Identidade e Autonomia.
Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/roteiro-didatico-identidade-autonomia-
creche-634707.shtml?page=1

23
Unidade: Organização de conteúdos - RCNEI: Formação Pessoal e Social

Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. V.1 e 2.

24
Anotações

25
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000

Você também pode gostar