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Alfabetização

e Letramento
Material Teórico
Métodos de Alfabetização

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Denise Jarcovis Pianheri

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Métodos de Alfabetização

• Elaboração de Texto Teórico


• Pré-silábico
• Silábico
• Silábico-alfabético
• Alfabético

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Nesta unidade, nosso tema será: “Métodos de Alfabetização”, na
qual veremos o significado de método e quais são os tipos utilizados
pelos educadores. Também abordaremos a questão das hipóteses da
escrita e a importância da leitura no processo de aprendizagem da
leitura e da escrita.
· Dessa maneira, para iniciarmos, acessem o Material Teórico e depois
façam as atividades propostas no ambiente.

ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, nossos estudos serão sobre os “Métodos de Alfabetização”. Para
que nossos objetivos possam ser alcançados, pedimos a colaboração de vocês nas
leituras, reflexões e nas atividades propostas.
Para começar, leiam a Contextualização, que é importante para começarmos
a refletir sobre o assunto proposto, que são os métodos de Alfabetização. Em
seguida, leiam o Conteúdo Teórico, que é a base que vocês terão para toda a
Disciplina. Vocês também têm acesso aos Materiais Complementares, que irão
ajudar a compreender, por meio de outros olhares, o conteúdo que estamos
estudando. E não podemos esquecer, ainda, que vocês têm acesso às Referências
utilizadas no preparo do material da Disciplina.
Outra parte importante no Blackboard é a Apresentação Narrada. Ela traz, de
forma resumida, os conceitos da Disciplina e comentários feitos pelo professor.
Então, depois de vocês terem passado por esses tópicos, realizem a Atividade de
Sistematização. São questões de múltipla escolha e a correção é automática, pelo
Sistema. Só para lembrar, vocês têm duas tentativas para realizar essa atividade;
portanto, estudem o conteúdo antes de acessar esse link.
Vocês devem participar também do Fórum de Discussão. Nele, vocês podem
deixar suas reflexões a respeito do assunto sobre o qual estamos tratando,
especificamente, nesta unidade, Alfabetização e Letramento.
UNIDADE Métodos de Alfabetização

Contextualização
Leia a citação de Maciel (2010):
O método é um conjunto relativo a determinados princípios diretivos
provenientes de uma das ciências fundamentais da Educação. Os métodos
no Brasil foram, infelizmente, durante muitos anos, atrelados a produções
de livros didáticos (cartilhas, pré-livros). Desta forma, a concepção de
método ficou restrita às orientações metodológicas, melhor dizendo, às
técnicas de aplicação descritas no manual do professor (...) (MACIEL apud
Perez, 2011, p. 45).

Após a leitura da citação, pense e reflita sobre os métodos de Alfabetização.

É possível afirmar que um único método é o correto?

O que entendemos por método?

Reflita para iniciarmos nosso estudo.

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Conteúdo Teórico
Nesta Unidade, veremos alguns métodos de Alfabetização que já foram utilizados
e que ainda fazem parte das estratégias de ensino de vários alfabetizadores.

Para iniciar, existem alguns questionamentos que sempre perpassam por


educadores e profissionais na área da Educação.

Os questionamentos que surgem no dia a dia do professor e de outros da área da Educação são:
Explor

• Afinal! O que é Método?;


• É possível afirmar que existe um único método eficaz?;
• O que precisamos para poder alfabetizar?;
• Existe uma idade para se alfabetizado?
Pensem a respeito dessas perguntas, algumas delas responderemos nessa unidade.

De acordo com o dicionário Aurélio, método é: “Maneira de dizer, de fazer, de


ensinar uma coisa, segundo certos princípios e em determinada ordem, maneira de
agir; obra que reúne de maneira lógica os elementos de uma ciência, de uma arte.”
Ao entendermos o conceito literal do vocábulo “Método” fica mais fácil a
compreensão de quando ele está inserido no processo de aprendizagem.
Para deixar mais claro, vejamos os tipos de métodos de Alfabetização que já
foram utilizados e que ainda fazem parte do ensino.

Os métodos podem ser divididos em sintéticos e analíticos:

Os sintéticos são: Os analíticos são:


Método Alfabético Método da Palavração
Método Fônico Método Sentenciação
Método Silábico Método Global

Os métodos sintéticos são definidos por iniciarem o ensino pelos elementos


menores, por exemplo, a letra, o fonema ou a sílaba. Assim, partem da unidade
mínima para chegar ao todo.
Muitos educadores defendem os métodos sintéticos, como podemos verificar
com a autora Emília Ferreiro, em seu livro “Psicogênese da língua escrita”, em que
explica a respeito:
Quaisquer que sejam as divergências entre os defensores do método
sintético, o acordo sobre esse ponto de vista é total: inicialmente, a
aprendizagem da leitura e da escrita é uma questão mecânica; trata-se
de adquirir a técnica para o decifrado do texto. Pelo fato de se conceber
a escrita como a transcrição gráfica da linguagem oral, como sua
imagem (...) ler equivale a decodificar o escrito em som. É evidente que
o método será tanto mais eficaz quanto mais o sistema da escrita estiver
de acordo com os princípios alfabéticos, isto é, quanto mais perfeita seja
a correspondência som-letra (FERREIRO, 1999, p. 22).

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UNIDADE Métodos de Alfabetização

Já os métodos analíticos iniciam das partes maiores para as menores, ou seja,


da palavra ou texto, e depois passam para as sílabas e letras.

Também citando Ferreiro em relação aos métodos analíticos, ela afirma:


Para os defensores dos métodos analíticos, pelo contrário, a leitura é um
ato “global” e “ideovisual” (...) O prévio, segundo o método analítico,
é o reconhecimento global das palavras ou das orações; a análise dos
componentes é uma tarefa posterior. Não importa qual seja a dificuldade
auditiva daquilo que se aprende, posto que a leitura é uma tarefa
fundamentalmente visual (FERREIRO, 1999, p. 22).

Assim, percebemos que há uma variedade de métodos, uns defendendo a


questão auditiva e outros mais preocupados com a questão visual.

Na verdade, o que realmente precisa ser levado em consideração no processo de


Alfabetização e Letramento é em relação à competência linguística da criança e a
capacidade de conhecimento que ela possui, antes mesmo de saber ler e escrever.

A criança já traz muito do entendimento da escrita, ou seja, ela conhece sua


língua materna e faz uso dela sem saber que o está fazendo.

Na Alfabetização, o método que utilizamos é muito importante para auxiliar em


todo o processo, mas não podemos ficar “presos” aos métodos e esquecer-se de
outros pontos significativos para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno.

Esses outros pontos, que são fundamentais para o progresso do educando são:
·· Reconhecer e utilizar os conhecimentos prévios do aluno;
·· Observar e acompanhar a aprendizagem do aluno;
·· Observar e identificar o progresso do aluno;
·· Proporcionar atividades que abordam situações comunicativas;
·· Incentivar e aplicar a leitura em sala de aula;
·· Proporcionar os variados gêneros textuais para o aluno.

Os métodos, sem dúvida, são um caminho que podemos seguir para dar
andamento no processo da Alfabetização, mas não é necessário apenas seguir o
caminho do método que adotamos. É importante refletir e fazer uso dos pontos
mencionados anteriormente.

Como, por exemplo, reconhecer e utilizar os conhecimentos prévios do aluno.


Não podemos supor que a criança ou o adulto que está sendo alfabetizado venha
para a sala de aula sem nenhum conhecimento.

O indivíduo, mesmo não reconhecendo os códigos linguísticos, traz outros


conhecimentos porque a criança, por exemplo, faz uma leitura por meio das
imagens. Ela pode não saber determinadas letras, mas reconhece um produto,
local ou brinquedo por meio das imagens que são feitas para representá-los.

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Outro ponto fundamental no processo de Alfabetização e Letramento é incentivar
e aplicar a leitura em sala de aula.

Segundo Maria Fernandes (2008):


A leitura é um processo pelo qual o leitor realiza um trabalho ativo da
construção do significado do texto a partir do que está buscando nele, do
conhecimento que já possui a respeito do assunto, do autor e do que sabe
sobre a língua. (FERNANDES, 2008, p. 38).

Então, proporcionar a leitura em sala de aula é importante para o desenvolvimento


da aprendizagem da criança. Cabe ao professor também dar oportunidades de
situações comunicativas para que o aluno possa aos poucos se familiarizar com os
diversos gêneros textuais.

Fernandes (2008) cita, ainda, outro ponto que precisa ser levado em consideração:
Os alunos devem ver na leitura algo interessante e desafiador, uma conquista
capaz de dar autonomia e independência. Estar confiante para enfrentar o
desafio da leitura é “aprender fazendo” (FERNANDES, 2008, p.39).

Assim sendo, a criança faz várias hipóteses em relação a sua leitura; ela vai
construindo sua leitura, por meio das ideias e das concepções que ela possui em
relação ao que compreende sobre o código linguístico.

A leitura é uma parte essencial no desenvolvimento da linguagem escrita, e


novamente pontuamos que o professor precisa proporcionar para o aluno variados
materiais escritos, como: revistas, livros, gibis, bilhetes, embalagens, nomes de ruas,
placas, nomes dos colegas e outros materiais que fazem parte do cotidiano do aluno.

É claro que também se faz necessário apresentar para a criança materiais aos
quais provavelmente ela não poderá ter acesso, como, por exemplo, algum tipo de
texto ou livro que não faz parte do seu mundo letrado.

Dessa maneira, a criança, para aprender a ler e escrever, terá de compreender o


código linguístico da sua língua e o uso funcional da linguagem que utiliza.

O educando, por sua vez, precisa compreender esses dois pontos por meio
das hipóteses linguísticas, que são os estudos feitos por Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, que nos auxiliam no entendimento em relação sobre como a criança
compreende a escrita.

As hipóteses podem ser definidas em quatro níveis ou fases:


· Pré-silábico;
· Silábico;
· Silábico-alfabético;
· Alfabético.

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UNIDADE Métodos de Alfabetização

É por meio dessas hipóteses que são realizadas as sondagens.

Mas o que é Sondagem?

A “Sondagem” da escrita é exatamente uma maneira de observar e investigar


sobre a escrita da criança, permitindo ao professor atuar no processo de ensino e
aprendizagem de forma eficaz, ou seja, mediando, de acordo com as dificuldades
da criança.

Fernandes (2008) afirma que:


A sondagem não é uma avaliação. É uma observação das características
do pensamento dos alunos. O objetivo é verificar como o aluno pensa
para poder planejar as intervenções da professora (FERNANDES,
2008, p. 130).

A autora também dá uma sugestão importante:


Pode-se realizá-la usando lista de palavras do mesmo campo semântico
(animais, roupas, comida etc.) ou uma escrita espontânea. Se for uma
lista, deve ter palavras polissílabas, trissílabas, dissílabas e monossílabas,
nessa ordem. Pede-se que as crianças escrevam do jeito que souberem. É
bom não dizer que é um ditado ou exercício, mas que é uma brincadeira
de escrever. As palavras não devem ser pronunciadas silabadas, e sim
inteiras (FERNANDES, 2008, p.130).

Vejamos os níveis!

Pré-silábico
Nesta fase, a criança registra as chamadas garatujas, desenhos que não têm
definição tão clara. Aos poucos, ela passa a fazer desenhos com traços mais
definidos, mas não fáceis de decifrar.

Se a criança tem incentivo para a leitura e para materiais escritos, ela também
começa a misturar letras ou as chamadas pseudoletras, os rabiscos.

Então, em um primeiro momento, ainda nessa fase, a criança não consegue


diferenciar letras de números e sua grafia parece não tão definida.

Ainda no nível pré-silábico, a criança pode ter o segundo momento, no qual ela
consegue colocar uma quantidade significativa de caracteres em relação à palavra
dita para ela, mas, mesmo assim, sua escrita ainda não é tão compreensível.

Dessa forma, no nível pré-silábico, temos a ausência de relação entre a escrita


e os sons da fala.

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Silábico
Neste nível, a criança já consegue estabelecer as relações entre o som e as letras.
Então, quer representar cada letra por um símbolo e vai utilizar também letras,
pseudoletras e números.

A criança define as partes das palavras, ou seja, a sílaba, mas, nessa fase, ela
representa não a sílaba por completo; algumas vezes, irá colocar mais letras do que
necessário, pois acredita ser o correto.

O grande desafio para a criança são as palavras monossílabas, porque para ela
representar uma palavra, como por exemplo, “mãe”, ela acredita que irá precisar
de mais letras do que realmente possui a palavra ditada.

Vamos dar um exemplo!

Ditamos para uma criança que se chama Camila a palavra “giz”, monossílaba, e
ela pode representar da seguinte forma: XiAL.

Nesse exemplo, a criança, acreditando não serem suficientes as letras, acaba


utilizando outras que, no caso, fazem parte do nome dela, isto é, são letras de seu
conhecimento e que, dessa maneira, para ela, fazem a escrita ter mais sentido.

O silábico pode ser dividido em: silábico com valor e silábico sem valor.

Silábico sem valor tende a estabelecer correspondência sistemática entre a


quantidade de letras utilizadas e a quantidade de sílabas que se deseja escrever, sem
o valor sonoro correspondente.

No silábico com valor, as letras utilizadas pertencem realmente, em todas as


ocasiões, à sílaba que se tenta representar.

Silábico-alfabético
Nesta fase, a criança utiliza dois níveis, o silábico e o alfabético, ao mesmo
tempo. Esse momento é o que chamamos de transição.

Nesse nível, a criança começa a acrescentar letras em algumas sílabas, como,


por exemplo, ditar a palavra CAVALO; a criança poderá escrever da seguinte
maneira: CAViO ou também KVALO. A escrita irá variar porque dependerá do
conhecimento linguístico de cada criança.

Nesse nível, a escrita apresenta sílabas completas e sílabas representadas por


uma só letra.

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UNIDADE Métodos de Alfabetização

Alfabético
É o nível em que se pode dizer que a criança já está compreendendo o sistema
linguístico e como ele se organiza. Nessa fase, ela já consegue ler e representa
graficamente as palavras e pequenas frases.

Conhecer esses níveis é fundamental para um bom desenvolvimento no


processo de Alfabetização, porque a partir das sondagens realizadas, pode-se
refletir a respeito do pensamento da criança, ou seja, entender como ela vê a
escrita, permitindo, assim, identificar as dificuldades e as necessidades de cada uma
e proporcionar a elaboração de atividades diversificadas, que irão ser utilizadas na
reelaboração das hipóteses das crianças, fazendo com que elas se apropriarem da
escrita convencional.

Nesse nível, as escritas são construídas com base em uma correspondência entre
fonemas (sons) e grafemas (letras).

Portanto, esses níveis irão auxiliar no processo de aprendizagem das crianças


ou de adultos, porque por meio das sondagens conseguimos compreender como
o aluno consegue entender a escrita e dessa maneira o educador pode fazer as
intervenções necessárias.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Simulador Revista Escola — Faça o teste de interpretação de hipótese de escrita
http://goo.gl/FPseko

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UNIDADE Métodos de Alfabetização

Referências
FERNANDES, Maria. Os segredos da Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2008.

FERREIRO, F. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

PEREZ, I. L. Alfabetização e Letramento. São Paulo: UNICID, 2011.

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