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COMPILADO POR:
Estudante, este material foi construído para que você reflita sobre o
funcionamento da educação infantil e compreenda a importância do
seu futuro papel para a promoção de uma aprendizagem
significativa. Será um espaço de muitas experiências e trocas.
CONVITE AO ESTUDO
A educação infantil é uma etapa de ensino que gera muita
curiosidade ao futuro pedagogo. É um momento de descobertas e
experiências em que o lúdico e a construção de saberes se fazem
presentes, tanto para as crianças quanto para os professores. Para
que esse trabalho aconteça de forma adequada, o docente deve ter
conhecimentos sobre o que antecedeu a configuração da educação
infantil que temos atualmente, assunto que estudaremos nesta
unidade.
CONCEITO-CHAVE
OS ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS QUE PERPASSARAM
AS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA NO BRASIL
Para você, o que significa infância? Quais são as implicações de ser
criança e como se modificou o entendimento sobre este conceito ao
longo do tempo? É importante refletir que nem sempre a criança foi
compreendida como um sujeito de direitos sociais. A percepção
sobre a infância vem se alterando constantemente, mediante
mudanças históricas, econômicas, sociais e educacionais.
TRABALHO INFANTIL
Com a modernização do país e o desenvolvimento industrial, a
partir da década de 1930, as crianças da classe trabalhadora não
tiveram uma infância fácil. Os pequenos encontravam-se nas
fábricas, exercendo atividades manuais por várias horas e com uma
remuneração pequena. Dessas crianças eram retiradas as
possibilidades de acolhimento, cuidado e educação. Elas eram
inseridas neste contexto para atendimento dos interesses
dominantes.
O trabalho infantil é um tema sério que deve ser até hoje problematizado. A
construção da sociedade que temos foi fruto da participação infantil na
indústria, considerando que as crianças realizavam atividades laborais em
espaços insalubres e com longas jornadas.
O período marcado pela ditadura militar, de meados de 1960 a
1980, foi outro momento difícil para as famílias e crianças pobres. A
situação era grave por conta da inexistência de recursos, da falta de
políticas democráticas, da falta de educação e da inserção dos
pequenos brasileiros no trabalho. Na atualidade, temos direitos
garantidos para as crianças brasileiras e o trabalho infantil é
proibido por lei. Entretanto, segundo os dados demográficos do
censo de 2010, registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), mais de três milhões de pessoas entre 10 e 17 anos
exerciam atividades laborais (BRASIL, 2010).
REFLITA
Muitas vezes analisamos determinada situação com base em nossas
experiências e o que já ouvimos falar sobre. No que se refere à
infância e ao papel da criança, podemos já ter ouvido que se refere
ao “melhor momento da vida” ou “é uma fase que não precisa se
preocupar”. Atualmente, nossas crianças são entendidas como
sujeitos de direito e devem ter condições para se desenvolver e
aprender, entretanto nem sempre foi assim, como já vimos. A partir
do exposto e considerando sua futura prática, como você enxerga
a função do professor na luta pelos direitos das crianças?
ASSIMILE
Vamos retomar a questão do assistencialismo na educação infantil.
Essa perspectiva fez parte do atendimento das crianças por muito
tempo, em que os cuidados com higiene e alimentação eram o foco
dos serviços voltados para os pequenos. Não estamos questionando
a relevância dos cuidados com a criança, pois isso também é um
direito garantido na legislação e na organização da educação
infantil. Entretanto, a assistência não pode ser tomada como única
via de atendimento. Estudos apontam que o desenvolvimento e a
aprendizagem ocorrem desde o nascimento, de modo que a criança
se humaniza ao ter contato com a cultura e com o outro. Sendo
assim, um trabalho educativo deve acontecer com as crianças de
zero a cinco anos de modo planejado e sistematizado, subsidiado
pelas normativas curriculares. Você deve ter isso sempre em mente.
Educação é o ponto central, e nossas crianças devem ter todas as
condições para aprender.
EXEMPLIFICANDO
Articulando teoria e prática, podemos resgatar a discussão sobre a
ruptura com a perspectiva assistencialista para auxiliar o trabalho
em sala de aula. Muitas pessoas ainda acreditam que o atendimento
dos bebês na educação infantil é apenas o de cuidar, a partir das
ações em relação à alimentação, sono e higiene. Entretanto, a
organização das práticas deve ser, principalmente, de caráter
pedagógico, pois o momento do brincar, da contação de histórias e
da estimulação são vivências que as crianças têm o direito de
experimentar. Vale ressaltar que cuidar e educar são realizados de
forma concomitante e devem possuir objetivos pedagógicos. Muitas
atividades são realizadas com os bebês e tornam-se experiências
educativas fundamentais para o seu desenvolvimento e
aprendizagem.
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FOCO NA BNCC
A BNCC apresenta aprendizagens essenciais que os educandos
devem se apropriar, sendo assim os direitos de aprendizagem e os
campos de experiências foram formulados considerando as
necessidades das crianças, seu desenvolvimento e faixas etárias.
Isso só foi possível por conta de um processo histórico de
concepções e paradigmas que foram desconstruídos e
reconstruídos para que hoje possamos considerar as crianças no
centro do processo. Dentre os direitos de aprendizagem podemos
citar o de “expressar” em que a criança pode dialogar, descobrir e
expor suas dúvidas e opiniões de diversas formas. Agora a criança
tem o direito de se colocar no mundo como cidadã. É importante
considerarmos que todos os processos históricos e as concepções
de infância impulsionaram mudanças e melhorias para se pensar a
educação das crianças de zero a cinco anos.
a. I, apenas.
b. I e II, apenas.
c. I, II e III.
d. II, apenas.
e. III, apenas.
Questão 2
“Como ensinar solidariedade e justiça social, respeitar as diferenças
e atuar contra a discriminação e a dominação? Estão nossas crianças
e jovens aprendendo a rir da dor do outro, a humilhar, a serem
humilhadas, a não mais se sensibilizar? Perdemos o diálogo? Como
recuperá-lo? As práticas, desenvolvidas com as crianças,
humanizam-nas?” (KRAMER, 2006, p. 812).
PORQUE
a. V-V-F.
b. V-V-V.
c. F-F-F.
d. F-V-F.
e. V-F-V.
REFERÊNCIAS
AGUIAR JÚNIOR, V. S.; VASCONCELLOS, L. C. F. A importância
histórica e social da infância para a construção do direito da saúde
no trabalho. Revista saúde e sociedade. São Paulo, v. 26, n.1, p.
71-285, 2017.
PESQUISE MAIS
Para que você amplie ainda mais seus conhecimentos sobre a
temática que estamos trabalhando, sugerimos a leitura de um
trecho do livro denominado Tecendo os fios da infância, de
Lucimary Bernadé Pedrosa de Andrade. O trecho sugerido é
intitulado “Infâncias e crianças” (p. 47-55) e retrata o panorama de
como as concepções foram se modificando.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
O FOCO NO TRABALHO PEDAGÓGICO COM OS BEBÊS
Mariana é estudante de pedagogia e está realizando seu estágio no
Centro de Educação Infantil Pedro Bandeira. Ela acompanhará as
atividades da sala da professora Laura, que atua com este público
há 35 anos. Laura apresenta para Mariana o planejamento
pedagógico e como se configura a rotina da turma, visto que os
alunos que ela atende possuem 1 ano de idade. Mariana agradece a
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RESOLUÇÃO
Laura pode iniciar sua conversa com Mariana relatando que, quando
começou sua atuação com os bebês na década de 1980, o trabalho
com a educação infantil tinha um viés de cuidado e acolhimento, que
se configurava como um direito dos pais de ter um espaço para as
crianças ficarem, enquanto eles trabalhavam. No entanto,
discussões surgiram e a educação destas crianças começou a ser
pensada para potencializar o seu desenvolvimento e aprendizagem.
Assim, Laura relata que após alguns anos foram elaboradas políticas
educacionais que apresentaram o direito à educação para as
crianças. A partir deste contexto, ocorreu um redimensionado das
práticas para atender às necessidades de cunho pedagógico.
EXEMPLIFICANDO
Para compreender como as políticas se materializam na prática
pedagógica, sugerimos que você pense a educação infantil como
uma construção: antes de se levantar as paredes, construir os
cômodos de uma casa ou escolher uma decoração é preciso ter uma
planta, elaborada por um engenheiro. Na planta, temos as medidas,
os materiais e as projeções, para que a obra seja elaborada de forma
segura e sólida. É a mesma coisa na escola: quando pensamos as
ações e práticas na educação infantil devemos considerar que tudo
é baseado na planta, ou seja, nas políticas. Desde os aspectos de
gestão escolar até as práticas desenvolvidas em sala de aula,
absolutamente tudo é realizado a partir de lei, decreto, emenda e
diretriz. Por isso você deve conhecer as políticas vinculadas à
educação infantil, questionar o que está dando certo e o que ainda
precisa melhorar nesse contexto. Só assim teremos fundamentos
para a realização do nosso trabalho na escola.
CONCEITO-CHAVE
DIREITO À EDUCAÇÃO BÁSICA
Atualmente, nossas crianças têm o direito ao acesso à educação básica.
No entanto, como vimos anteriormente, nem sempre esta realidade
fez parte da vida de inúmeras delas e lutas aconteceram para que esse
cenário se modificasse. As lutas sobre os direitos das crianças tiveram
início nas discussões internacionais. Dentre elas, podemos observar as
contribuições da Declaração Universal dos Direitos das Crianças de
1959, a qual pontua que:
PESQUISE MAIS
O momento de estudo é repleto de descobertas. Por esse motivo,
segue indicação de leitura:
Boa leitura!
CURRÍCULO
O primeiro ponto para essa análise é o entendimento de currículo.
De acordo com Sacristán (2013), o currículo escolar é uma
organização dos conteúdos e saberes que os alunos devem
aprender, de modo que tais conhecimentos regularão as práticas
pedagógicas nos espaços educativos. Desse modo, ele deve ser
construído na escola, respeitando necessidades, etapa de ensino e
faixa etária dos alunos, mas, como é pontuado tanto na Constituição
como na LDB, deve-se ter uma base comum entre os conhecimentos
sobre os quais as pessoas vão se apropriar, ou seja, a garantia de
que todos os alunos de determinada etapa de ensino terão acesso
aos mesmos conteúdos, respeitando as especificidades regionais,
culturais e econômicas. Para isso, diretrizes curriculares para todas
as etapas de ensino foram construídas, visando atender a essas
normativas previstas nas políticas citadas anteriormente.
REFLITA
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil é
composto por três volumes. Ele não se refere apenas a benefícios
no campo do direito, mas também como um instrumento para a
organização das propostas e práticas pedagógicas que marcaram o
início do século XXI no país. Com base nas questões que discutimos
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ASSIMILE
Como podemos observar em nossos estudos, as políticas que
antecederam 2005 apresentavam como faixa etária da educação
infantil as crianças de zero a seis anos. Isso se modificou a partir da
Lei nº 11.114 de 2005 que sancionou a ampliação do ensino
fundamental em nove anos. Sendo assim, as crianças com seis anos
deveriam ser inseridas na segunda etapa de ensino da educação
básica. Na época, o Ministério da Educação argumentou essa
mudança colocando a necessidade de universalizar, principalmente
para as crianças das camadas populares, o acesso ao ensino
obrigatório, visto que neste momento histórico a Constituição
apresentava apenas o ensino fundamental como etapa obrigatória.
Tanto a ampliação do ensino fundamental de nove anos (2005)
quanto a expansão do ensino obrigatório para as pessoas de quatro
a dezessete anos (2009) são avanços no campo das políticas, visto
que o Estado deve se responsabilizar, impreterivelmente, com a
educação.
FOCO NA BNCC
Você sabia que as políticas são elaboradas mediante as demandas
educacionais, sociais e econômicas de determinado momento
histórico? É por meio das dinâmicas e das novas necessidades que
vão sendo construídas que ocorrem modificações no modo de
direcionar as práticas pedagógicas. Na atualidade, a Base Nacional
Comum Curricular se configura como o documento norteador para
a construção dos currículos das escolas brasileiras, sendo assim 60%
do currículo deve atender ao que está posto na base e 40% é
diversificado, compreendendo as necessidades daquele local. No
tocante à educação infantil, notamos o papel preponderante dos
direitos de aprendizagem e dos campos de experiência para o
trabalho desenvolvido pelo professor. Eles apresentam benefícios
para a educação e só obtemos essa organização pelo fato de outras
políticas terem sido construídas anteriormente. Tanto o RCNEI
quanto as DCNEI são compreendidos como documentos
fundamentais para os avanços que temos atualmente na educação.
Destacamos que a BNCC não é uma “versão melhorada” destas
políticas, mas sim a continuidade de normativas que consideram as
necessidades das crianças e da educação na contemporaneidade.
a. V-V-V.
b. F-F-F.
c. V-F-F.
d. F-V-V.
e. V-F-V
Questão 2
De acordo com o terceiro volume do Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil:
a. II, apenas.
b. I e II, apenas.
c. III, apenas.
d. I, II e III.
e. I, apenas.
Questão 3
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010)
a finalidade da proposta pedagógica é: “garantir à criança acesso a
processos de apropriação, renovação e articulação de
conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim
como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao
respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com
outras crianças” (BRASIL, 2010, p. 18).
PORQUE
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, 1988.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
O BRINCAR COMO ASPECTO TRANSVERSAL NA POLÍTICA EDUCACIONAL
BRASILEIRA
Maria Luiza é professora em um centro de educação infantil em um
município de pequeno porte. A docente adora realizar estudos
sobre estratégias e práticas que aperfeiçoam seu trabalho
pedagógico, pois reconhece a relevância de sua ação docente para
o desenvolvimento integral dos alunos. Maria Luiza foi comunicada
sobre a adequação do currículo escolar a partir das orientações
indicadas na Base Nacional Comum Curricular e por isso quis refletir
sobre um aspecto que é discutido no novo documento: o brincar. A
partir de algumas conversas com colegas de trabalho e leituras que
fez, Maria Luiza se propôs a levantar semelhanças entre o modo
como o brincar é apresentado no Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil e na Base Nacional Comum Curricular.
Agora, se coloque no lugar da professora Maria Luiza e levante
pontos de semelhança sobre o modo como o brincar é apresentado
nas duas normativas citadas.
RESOLUÇÃO
Maria Luiza verifica que tanto no RCNEI como na BNCC o brincar é
compreendido como um direito da criança, em que ela poderá se
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CONCEITO-CHAVE
As políticas educacionais são construídas para direcionar as ações
no cotidiano escolar. Por meio delas, as instituições de ensino se
estruturam, visando atender às necessidades essenciais do seu
aluno. O Estado deve se responsabilizar pela garantia de acesso,
permanência e sucesso escolar das nossas crianças, visto que a
educação é um direito social no Brasil. Agora que já temos essa base
inicial, vamos estudar novos aspectos.
ASSIMILE
Como podemos analisar em nossos estudos, a gestão escolar possui
um papel essencial para que as ações na escola aconteçam de forma
efetiva. Para isso, é fundamental a sistematização das propostas e
ideias que são baseadas pelas políticas educacionais, as quais
direcionam e descrevem os direitos de aprendizagem. As
informações são apresentadas no projeto político-pedagógico (PPP),
documento elaborado em uma perspectiva democrática, conforme
apontado nos artigos 14 e 15 da LDB/1996. Essa discussão é
necessária, pois o trabalho realizado na gestão democrática, o qual
se materializa no PPP, descreve o modo como a instituição estrutura
as possibilidades e os percursos para se propiciar as condições
fundamentais do funcionamento da primeira etapa da educação
infantil e você, enquanto futuro pedagogo, deve compreender o
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EXEMPLIFICANDO
Vamos retomar o regime de colaboração para o funcionamento da
educação infantil. Notamos em nossos estudos que os municípios
devem atuar prioritariamente sobre a organização da educação
infantil. Mas será que esta instância administrativa pode tomar
todas as decisões sobre a estruturação desta etapa sem atender às
normativas nacionais? A resposta é não. O trabalho colaborativo se
refere à função de cada instância na educação brasileira (União,
Estados, Distrito Federal e municípios). É como uma engrenagem
que depende de várias peças para funcionar, ou seja, cada uma tem
a sua importância. Os municípios são responsáveis por organizar o
sistema de ensino, orientando e monitorando as práticas, sempre
de acordo com as normativas de âmbito nacional, ou seja, as
políticas elaboradas pela União. A autonomia dos municípios não
pode ultrapassar as exigências pontuadas pela instância federativa,
pois o foco é dar oportunidade para todas as crianças nos quatro
cantos do país uma base comum de conhecimentos fundamentais
para sua trajetória escolar.
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CRECHE PRÉ
Outro ponto bem interessante sobre essa questão que devemos nos
atentar é que a BNCC apresenta de forma explícita que esses grupos
não podem ser estruturados e compreendidos de forma rígida, pois
em nossa realidade se encontra uma pluralidade de condições e
ritmos de aprendizagem, os quais devem ser respeitados e
analisados caso a caso, tanto pela gestão que monitora os serviços
educacionais quanto pela escola que está face a face com os alunos
no cotidiano (BRASIL, 2018).
FOCO NA BNCC
Um conteúdo bem interessante que estudamos nesta seção se
refere aos grupos de faixa etária apresentados na BNCC. Juntos,
observamos que a creche é dividida em dois grupos (bebês e
crianças bem pequenas) e a pré-escola compreende um grupo
(crianças pequenas). Quando analisamos a organização dos campos
de experiência, verificamos que eles são apresentados a partir dessa
divisão dos grupos. Por exemplo, o campo de experiência
denominado “Traços, sons, cores e formas” apresenta diferentes
objetivos de aprendizagem, mediante a faixa etária. Verifique o
primeiro objetivo de cada grupo:
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Outra questão que deve ser analisada por nós diz respeito aos
diferentes tipos de regime de oferta da educação infantil. De
acordo com a LDB/1996, as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos
podem ser escolarizadas em tempo parcial, com uma carga horária
de quatro horas ou sete horas diárias na jornada integral. Outra
questão é que a escola deverá realizar o monitoramento da
frequência, de modo que o mínimo exigido é de 60% da carga
horária total (BRASIL, 1996).
REFLITA
A partir das nossas análises é possível observar quantos avanços
foram conquistados na educação das crianças de 0 a 5 anos.
Atualmente todo o processo de funcionamento da educação infantil
é regularizado, desde as orientações para o currículo até as
condições de jornada desta etapa de ensino. Em relação à oferta da
educação infantil em tempo integral, verificamos que se encontram
incentivos na legislação brasileira para sua expansão, visando à
integralidade e consolidação de práticas pedagógicas efetivas para
crianças matriculadas nas creches e pré-escolas. Com base no
exposto, você conhece alguma escola em seu município que oferte
educação infantil em tempo integral? Para você, quais são os
maiores desafios enfrentados pelos professores que atuam na
educação infantil nessa jornada?
A educação infantil em tempo integral não pode ser analisada como “turno e
contraturno”. As ações e propostas devem estar integradas com a carga
horária diária, e a distribuição das atividades deve considerar as demandas
e necessidades das crianças, atentando para a faixa etária, turma e objetivos
de aprendizagem (PEIXOTO et al., 2015).
Tudo isso ocorrerá a partir da proposta pedagógica da instituição
que será apresentada no projeto político-pedagógico. Como já
vimos, esse documento direciona as ações escolares e, por conta de
seu papel, deve expor a sistematização do trabalho, atendendo às
especificidades dessa jornada e às necessidades de aprendizagem
dos alunos (PEIXOTO et al., 2015).
Link: https://view.genial.ly/5fb6812e4d66af0d2d2efce0
PORQUE
a. V – V – V.
b. V – F – F.
c. V – F – V.
d. F – F – F.
e. F – V – V.
Questão 3
Atualmente, as políticas educacionais apresentam de forma concisa
os caminhos que devem ser percorridos para a estruturação das
práticas pedagógicas. Esses avanços favorecem os gestores e
docentes no momento de estruturar o funcionamento da educação.
Dentre os inúmeros aspectos que devem ser considerados,
destacamos a jornada. Sobre esse aspecto, analise as asserções e a
relação proposta entre elas:
PORQUE
REFERÊNCIAS
AQUINO, L. L. Educação infantil em tempo integral: infâncias,
direitos e políticas de educação infantil. In: ARAÚJO, V. C. et al. O
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PESQUISE MAIS
Como é bom aprender coisas novas, não é verdade?
Boa leitura!
AVANÇANDO NA PRÁTICA
O PAPEL DO GESTOR NA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Carlos é pedagogo e atua há 20 anos na educação do município de
Cristais. Ele é responsável pela gestão da educação infantil da
localidade e por conta de sua responsabilidade sempre procura
estudar e se atualizar sobre as temáticas vinculadas às práticas e
políticas educacionais. Dentre os desafios do trabalho de Carlos,
podemos observar o alinhamento entre o sistema de ensino
municipal, representado por ele e sua equipe, e os profissionais que
se encontram na escola. Pensando nesta articulação entre gestão do
sistema municipal de ensino e gestão escolar dos centros de
educação infantil, Carlos convidou dez diretores para analisar os
caminhos que devem ser percorridos em busca da qualidade e
melhoria da educação infantil ofertada em Cristais e também pensar
como construir uma proposta curricular que atenda às necessidades
da jornada em tempo integral e parcial. Agora se coloque no lugar
de Carlos e reflita sobre os benefícios desta conversa, articulando o
papel do município e as possibilidades de avanços na educação
infantil.
Fonte: Shutterstock.
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Como é bom aprender coisas novas, não é verdade?
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AVANÇANDO NA PRÁTICA
O PAPEL DO GESTOR NA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Carlos é pedagogo e atua há 20 anos na educação do município de
Cristais. Ele é responsável pela gestão da educação infantil da
localidade e por conta de sua responsabilidade sempre procura
estudar e se atualizar sobre as temáticas vinculadas às práticas e
políticas educacionais. Dentre os desafios do trabalho de Carlos,
podemos observar o alinhamento entre o sistema de ensino
municipal, representado por ele e sua equipe, e os profissionais que
se encontram na escola. Pensando nesta articulação entre gestão do
sistema municipal de ensino e gestão escolar dos centros de
educação infantil, Carlos convidou dez diretores para analisar os
caminhos que devem ser percorridos em busca da qualidade e
melhoria da educação infantil ofertada em Cristais e também pensar
como construir uma proposta curricular que atenda às necessidades
da jornada em tempo integral e parcial. Agora se coloque no lugar
de Carlos e reflita sobre os benefícios desta conversa, articulando o
papel do município e as possibilidades de avanços na educação
infantil.
RESOLUÇÃO
Carlos deverá compreender que este diálogo com os diretores dos
centros de educação infantil é fundamental para o alinhamento dos
processos. O sistema de ensino municipal tem o papel de organizar,
assessorar, monitorar e avaliar as práticas desenvolvidas nas
instituições, sendo assim, escutar os diretores e conhecer o dia a dia
da escola permitirá conhecer dados sobre a realidade que podem
servir como base para a estruturação de projetos de melhoria.
Também vale ressaltar a necessidade de o gestor apresentar as
propostas para as escolas, principalmente no que se refere aos
investimentos financeiros, os quais auxiliam na manutenção das
demandas da instituição.
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CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA
Nesta seção, você vai compreender a concepção de infância dos principais
pensadores que influenciaram as formas de analisar o processo de ensino e
de aprendizagem.
CONVITE AO ESTUDO
Olá, estudante! Nossa viagem pelo universo da educação infantil não
pode parar e, por isso, trazemos nesta unidade um momento
repleto de conhecimentos e reflexões. Algo bem interessante é que
por meio dos estudos desta unidade você ficará ainda mais perto da
prática, pois pensaremos sobre métodos, estratégias e maneiras de
organizar o trabalho pedagógico.
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CONCEITO-CHAVE
Durante a graduação, os professores em formação imaginam como
será o momento de estar em sala de aula com os alunos. E você, já
pensou sobre isso? Quando estamos em contato com discussões
sobre as práticas, essas reflexões ficam mais latentes e a ação
pedagógica começa a fazer sentido para nós.
Fonte: Wikipedia.
PESTALOZZI
Outro teórico que deve estar presente em nossas reflexões sobre o
processo de ensino e de aprendizagem das crianças é Johann
Heinrich Pestalozzi (1746-1827), educador suíço que trouxe novas
vertentes para a área da psicologia e da educação.
Fonte: Wikipedia.
Pestalozzi nos auxilia nas reflexões sobre o papel do professor nesta etapa
de ensino. Segundo o teórico, os indivíduos devem se desenvolver
compreendendo o papel social que possuem e, por isso, a educação não é
um mero conjunto de saberes adquiridos, mas as condições fundamentais
para que esses saberes sejam aplicados na realidade.
Para que isso aconteça, o educador deve dar oportunidade de as
crianças terem vivências educativas que façam os saberes serem
entendidos na realidade concreta. Podemos pensar em uma prática
em que o professor constrói um “baú sensorial”, com diversos
objetos, por exemplo. Ele pode realizar uma atividade de exploração
com as crianças, tanto dos sons quanto das cores. É uma ação
simples, mas que contribui para a construção de novos saberes pela
criança (DURÃES, 2011, p. 472).
DECROLY
Para ampliarmos nossas reflexões, vamos tratar agora do educador
belgo Jean-Ovide Decroly (1871-1932). Ele se tornou um dos grandes
pensadores da Escola Nova, a qual compreendia a relevância de
organizar o ensino centralizado nos indivíduos, dando-lhes a
oportunidade de serem protagonistas do próprio processo de
aprendizagem.
Fonte: Wikipedia.
FROEBEL
Outro nome importante para nossos estudos é do pedagogo
Friedrich Wilhelm August Froebel (1782-1852), que auxiliou no
repensar da educação de sua época. Froebel tinha um olhar
minucioso para a aprendizagem das crianças e por isso foi um dos
fundadores do jardim de infância. Para o teórico, as crianças
aprendem na prática de forma natural e o adulto, nesse contexto,
deveria analisar as ações dos pequenos, pois eles também ensinam
e produzem conhecimento. Ele também foi considerado um dos
primeiros educadores a considerar o papel do mundo exterior. Para
ele, a criança aprende quando se apropria do saber exterior, o qual
se torna interior. O inverso também acontece, ou seja, quando a
criança expressa no mundo exterior o conhecimento adquirido
(ARCE, 2004).
Fonte: Wikipedia.
MONTESSORI
Não poderíamos deixar de fora das nossas reflexões os postulados
da educadora italiana Maria Tecla Montessori (1870-1952).
Montessori foi uma das primeiras educadoras a se preocupar com o
aprendizado das crianças com deficiência e seu método era
sustentado nos ideais de liberdade, atividade e independência. Suas
ações se expandiram e Montessori construiu um método de ensino
que favorece todos os alunos, principalmente os que se encontram
na fase pré-escolar.
Fonte: Wikipedia.
FREINET
Por fim, vamos conhecer as contribuições do pedagogo francês
Célestin Freinet (1896-1966). Freinet era ligado ao movimento da
Escola Nova, que compreendia a necessidade de olhar para o
indivíduo no processo de ensino e aprendizagem. Para o educador,
a educação não deve ser limitada aos muros da escola, mas sim ser
levada para as práticas dos alunos, já que são sujeitos sociais.
Fonte: Wikipedia.
PESQUISE MAIS
O momento de estudo é repleto de descobertas e por esse motivo
sugerimos a leitura do artigo “A pedagogia de Célestin Freinet e a
vida cotidiana como central na prática pedagógica”, de Michele
Cristine da Cruz Costa. O material apresenta uma discussão sobre
as contribuições do teórico para a organização das práticas
educativas.
PIAGET
Vamos iniciar nossas análises pelos postulados do psicólogo suíço
Jean William Fritz Piaget (1896-1980). Também compreendido como
um epistemólogo, pois construiu uma teoria, Piaget é um dos
grandes nomes da perspectiva construtivista.
Fonte: Wikipedia.
Para isso, o docente tem que ter clareza sobre quais objetivos de
aprendizagem são estabelecidos em cada fase em que a criança se encontra
na educação infantil e deve também traçar como as práticas nos campos de
experiências podem ser estruturadas a partir da vida cotidiana e do interesse
dos alunos (WADSWORTH, 1999; BRASIL, 2018).
Vale destacar que Piaget enfatizava em seus estudos a importância
do papel do professor para o desenvolvimento e a aprendizagem
das crianças. Para o teórico, os educandos precisam do suporte para
que suas potencialidades sejam trabalhadas. Assim, o docente
precisa se responsabilizar pelo ensino, conhecendo os pontos fortes
e os limites de seus alunos. Este profissional também deve entender
as singularidades dos educandos e respeitar sua fase de
desenvolvimento. Ele precisa provocar os estudantes, situá-los onde
se encontram e convidá-los a dar um passo além do limite
(WADSWORTH, 1999).
EXEMPLIFICANDO
Devemos considerar o papel das brincadeiras na organização
pedagógica da educação infantil. Deste modo, a ludicidade e a
educação devem ser observadas de forma indissociável, pois a
criança de zero a cinco anos vai se apropriar dos conteúdos por meio
das atividades lúdicas. O professor deve ter um olhar atento para as
habilidades e ações das crianças, de modo que o resultado da
observação propiciará elementos para adequar as práticas
desenvolvidas.
VIGOTSKI
O psicólogo russo Lev Semenovich Vigotski (1896-1934)
revolucionou os campos da psicologia e da educação com a
construção da perspectiva histórico-cultural.
Fonte: Wikipedia.
FOCO NA BNCC
Dentre os direitos de aprendizagem apresentados na BNCC para a
educação infantil, há o direito de conviver. Ele se refere à relação
estabelecida entre a criança com outras crianças e os adultos, em
pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens,
ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à
cultura e às diferenças entre as pessoas. Vinculando esse direito
com as contribuições teóricas de Vigotski, podemos notar os
benefícios proporcionados para a criança a partir desta relação. Por
meio do contato com o outro, acontecerá o processo de
internalização que, segundo Vigotski, refere-se à transposição do
plano social para o pessoal. Em outras palavras, é quando o saber
cultural passa a ser um saber da criança. Por essa razão, a troca e a
vivência no coletivo são tão fundamentais e tornam-se um direito do
aluno, como consta na BNCC.
O que a criança pode fazer hoje com o auxílio dos adultos, poderá fazê-lo
amanhã por si só. A área do desenvolvimento potencial permite-nos, pois,
determinar os futuros passos da criança e a dinâmica do seu
desenvolvimento, e examinar não só o que o desenvolvimento já produziu,
mas também o que produzirá no processo de maturação.
(VIGOTSKI, 2005, p. 37)
ASSIMILE
Algo muito importante é compreender que Piaget e Vigotski tinham
visões diferentes sobre o processo de desenvolvimento e
aprendizagem. Para Piaget, primeiramente a criança se desenvolve
e depois aprende, por isso o autor defende a análise sobre os
estágios do desenvolvimento e como a criança age e se apropria do
conhecimento em cada um deles. Já Vigotski tinha um olhar
diferente: para o teórico, desenvolvimento e aprendizagem
acontecem de forma simultânea e, por isso, há dependência entre
eles. Vale ressaltar que não há uma teoria certa ou outra errada, mas
diferentes formas de se analisar os processos que constituem o ser
humano.
REFLITA
Com base no exposto e considerando os aspectos estudados nesta
seção, como você observa o papel destas teorias na sua futura
prática enquanto professor? Você tem afinidade com alguma destas
perspectivas teóricas? Se sim, quais delas?
PORQUE
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.
REFERÊNCIAS
ARCE, A. O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria a atividade e
no pensamento educacional de Friederich Froebel. Cadernos
Cedes. Campinas, v. 24, n. 62, p. 9-25, 2004.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
O PAPEL DAS INTERAÇÕES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Lívia é professora na pré-escola em um centro de educação infantil
do município de Girassol. A docente é muito aplicada em seu
trabalho, pois sabe da responsabilidade que lhe cabe e, também,
compreende a importância da educação infantil para seus alunos.
Lívia se identifica com a psicologia histórico-cultural de Vigotski, pois
considera as relações sociais um fator crucial para o
desenvolvimento e a aquisição de conhecimentos.
RESOLUÇÃO
O primeiro ponto que Lívia deve levar em consideração sobre o
conceito de interação social é que a relação entre os sujeitos
possibilita apropriação da cultura. Para Vigotski, o desenvolvimento
cultural ocorre por meio de dois planos. O primeiro se refere ao
plano social, ou seja, a troca que se estabelece entre a criança e
outro. Após o plano social, há o plano psicológico, em que a criança
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107
Bom trabalho!
CONCEITO-CHAVE
ASPECTOS QUE POSSIBILITAM O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA
CRIANÇA DE ZERO A CINCO ANOS
Todo professor que atua na educação infantil tem como desafio
descontruir qualquer ideia de que a criança se encontra na escola
para recreação. Os alunos devem estar inseridos desde pequenos
nos espaços escolares, pois todas as práticas desenvolvidas nesse
espaço têm finalidades educativas que permitem seu
desenvolvimento e sua aprendizagem. A junção destes
conhecimentos adquiridos na creche e pré-escola será fundamental
para os processos escolares vindouros.
ESQUEMA
Quando analisamos as possibilidades de potencializar o
desenvolvimento físico, psicológico e intelectual da criança é preciso
considerar as contribuições de Piaget. O teórico aponta que o
primeiro conceito a ser considerado no desenvolvimento infantil é o
esquema. Assim como nosso corpo, a mente humana também é
organizada a partir de estruturas com funções determinadas. O
esquema pode ser comparado a um arquivo que possui várias
fichas. Conforme a criança se desenvolve, aumenta o número de
fichas para dar conta da adaptação do sujeito ao meio social e sua
atuação nesse contexto (WADSWORTH, 1999).
ASSIMILAÇÃO
O próximo passo para que a criança amplie seus esquemas
cognitivos é a assimilação. Ela se refere “ao processo cognitivo pelo
qual uma pessoa integra um novo dado perceptual, motor ou
conceitual nos esquemas ou padrões de comportamento já
existentes” (WADSWORTH, 1999, p. 19). Como vimos no exemplo
anterior, a criança procura adaptar os novos conceitos (pônei) aos
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112
ACOMODAÇÃO
A mudança do esquema é ocasionada pelo que Piaget denominou
acomodação. Isso ocorre quando as características de um novo
estímulo não são adequadas para o encaixe dos existentes. Neste
caso, a criança precisa construir um novo esquema ou alterar um
esquema prévio para que o novo estímulo faça parte dele. Vamos
retomar nosso exemplo: ao ver a imagem do pônei, a criança tentou
encaixar o estímulo no esquema que ela já havia construído
(cachorro). No entanto, o professor apresentou para a criança esse
novo animal, assim ela modifica o esquema já existente, observando
que há outros animais com pelos, quatro patas e de pequeno porte
além dos cachorros. Isso é a acomodação, pois a criança não amplia,
apenas, seus esquemas, mas os altera, mudando sua estrutura
cognitiva. Entretanto, vale destacar que:
REFLITA
Nesta seção, é evidenciada a importância do brincar para o
desenvolvimento e a aprendizagem das crianças na educação
infantil. As brincadeiras se configuram como atividades que fazem
com que a criança expresse seu entendimento sobre a realidade e
as relações sociais que fazem parte dela. Por esse aspecto, a
atividade lúdica proporcionada na escola precisa ser organizada
para que o brincar seja eixo central de suas práticas. Com base no
exposto, para você, como o brincar deve ser inserido na proposta
pedagógica do centro de educação infantil? Qual participação o
professor precisa ter nessa inserção?
Link: https://view.genial.ly/602adbd80568a60d180bbcf2
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116
Vale destacar que o brincar é uma ação social que se aprende. Por
meio dela, a criança cria condições de expressar suas significações
sobre o mundo e realiza interações que contribuem para sua
constituição (LEONTIEV, 2014).
EXEMPLIFICANDO
Verificamos o quanto as brincadeiras e os jogos são importantes
para o desenvolvimento das crianças, pois se tornam o modo como
elas vão expressar sua visão de mundo e vão se apropriar dos
elementos culturais. No que se refere à necessidade de dar
liberdade para que a criança construa suas próprias regras nos
jogos, é fundamental que isso seja discutido no coletivo de alunos.
Vamos supor que as crianças estejam brincando de futebol no
momento do brincar livre, mas na turma se encontra um aluno com
deficiência física que possui dificuldade de chutar a bola. As crianças,
a partir de uma decisão coletiva, podem adaptar as regras do jogo
para que o amigo consiga realizar a atividade de forma ativa. Isso faz
com que a ação do brincar seja invalidada? Não, pelo contrário, os
alunos tiveram a condição de pensar em uma solução para o
problema em conjunto.
ASSIMILE
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(1998), para que o desenvolvimento seja potencializado, o docente
deve considerar na estruturação da prática pedagógica: a interação
com crianças da mesma idade e de idades diferentes em situações
diversas como fator de promoção da aprendizagem e do
desenvolvimento e da capacidade de relacionar-se; os saberes
prévios de qualquer natureza, que as crianças já possuem sobre o
assunto, já que elas aprendem por meio de uma construção interna
ao relacionar suas ideias com os novos conceitos que dispõem e
com as interações que estabelecem; a singularidade e a diversidade
em sala; o grau de desafio que as atividades apresentam e o fato de
que devem ser significativas e apresentadas de maneira integrada
para as crianças e, por fim, a resolução de problemas como forma
de aprendizagem.
EXEMPLIFICANDO
Se a criança brinca de “alimentar o bebê”, ela segue os passos de seu
cuidador que coloca a comida na colher, esfria o alimento (tempo)
leva a comida à boca da boneca (devagar). Se ela está brincando de
bombeiro, ela compreende que o “fogo no prédio” precisa ser
apagado rapidamente (depressa – agora) para que ninguém se
queime. O professor precisa articular esses conhecimentos com a
prática, compreendendo o papel do brincar para o desenvolvimento
de seus alunos.
a. Esquema.
b. Acomodação.
c. Estímulo.
d. Assimilação.
e. Reflexo.
Questão 2
Leia o excerto a seguir:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I e III, apenas.
Questão 3
Toda criança brinca, visto que essa ação se torna a forma de ela se
expressar e se relacionar com o meio e com o outro. Como a
educação infantil se refere a uma etapa de ensino em que as
crianças são inseridas a partir dos primeiros meses de vida, esse
ambiente educativo se configura como um lócus de brincadeira. Em
relação à atuação do professor frente ao brincar, avalie as asserções
e a relação proposta entre elas:
PORQUE
REFERÊNCIAS
ABREU, L. C. et al. A epistemologia genética de Piaget e o
construtivismo. Revista Brasileira Crescimento e
Desenvolvimento Humano. São Paulo, v. 20, n. 2, p. 361-366,
2010.
O DESENVOLVIMENTO E O BRINCAR
Chegou o momento de refletir sobre o desenvolvimento como um processo
social e o brincar como possibilidade educativa.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
A MEDIAÇÃO NO BRINCAR LIVRE
Rosa é professora em um centro de educação infantil e atua com
crianças de quatro anos de idade. A professora estabeleceu em seu
planejamento pedagógico um momento diário para que as crianças
realizem o brincar livre. Rosa entende esse brincar como
fundamental para o desenvolvimento e a aprendizagem de seus
alunos, pois eles possuem a oportunidade de criar histórias, utilizar
a imaginação, expressar sua visão de mundo, explorar os objetos e
se divertir. Apesar de ser uma atividade espontânea, Rosa procura
fazer uma observação minuciosa sobre as ações dos alunos no
momento do brincar, pois a docente entende que as informações
coletadas são conteúdos para compreender os pontos fortes de
cada educando e o que ainda precisa ser lapidado por meio das
atividades pedagógicas.
RESOLUÇÃO
Rosa deve iniciar sua argumentação relatando que o professor tem
o papel de mediar as ações pedagógicas. De fato, no brincar livre
não serão estabelecidas regras e instruções para a criança, pelo
contrário, o professor precisa esclarecer aos alunos que eles têm
liberdade de estabelecer as normas e regras. Desse modo, a criança
poderá transformar um bloco de madeira em celular, uma vassoura
em cavalo e um urso de pelúcia em bebê. Essa será a mediação do
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CONCEITO-CHAVE
A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO DE DIREITO E DE INCLUSÃO DAS
CRIANÇAS
Já fizemos inúmeras reflexões sobre o papel da educação infantil para a
construção de uma sociedade democrática. Verificamos os avanços
ocorridos ao longo da história da nossa educação brasileira e o quanto o
ensino dos pequenos brasileiros deve ser compreendido como uma das
prioridades educacionais. De acordo com os documentos oficiais que
direcionam a estruturação da educação infantil, a concepção de infância que
se deve ter nas escolas é de que toda criança é um sujeito histórico e social,
repleto de potencialidades e com capacidade de desenvolvimento e
aprendizagem. Ela se constitui por meio dos saberes culturais e, ao mesmo
tempo, contribui para a construção da realidade social (BRASIL, 1998; 2018).
EXEMPLIFICANDO
Nesta seção, destcamos a importância de organizar o trabalho pedagógico
com o enfoque na educação integral do sujeito. Pensando nos aspectos que
constituem essa integralidade, na escola devem ser desenvolvidas
competências e habilidades que permitam ao aluno entender a importância
de ser ouvido e escutar, de respeito ao próximo, de conhecer limites e
normas para o bom desenvolvimento da sociedade, e esses aspectos
perpassam a afetividade. Por isso é de extrema importância o professor
trabalhar essas questões nas atividades escolares a partir de reflexões
coletivas, nos trabalhos em grupo e, também, individuais, em que a criança
poderá perceber o seu espaço e do outro.
Vamos pensar em um exemplo de uma criança cega com cinco anos de idade
que se encontra na pré-escola. Ela não enxerga, mas a audição e o tato
podem ser estimulados para que ela tenha experiências que favoreçam sua
escolarização. Pensando nesse exemplo, o que o professor pode fazer? Neste
contexto, é fundamental a realização de adaptações curriculares. Existem
duas formas de adaptações curriculares:
Mas você deve estar se questionando: como vou fazer essas adaptações?
Terei alguma ajuda? A resposta é sim! As pesquisas na área da educação
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138
FOCO NA BNCC
Dentre as dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular
encontramos uma que discorre sobre a necessidade de “exercitar a empatia,
o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento
e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza” (BRASIL, 2017). Articulando essa competência com os processos
inclusivos na educação infantil, verifica-se que promover a inclusão favorece
todos os estudantes, pois os demais alunos poderão acompanhar o
desenvolvimento de seus colegas com necessidades educacionais especiais
e perceber que eles são sujeitos que aprendem e ensinam.
ASSIMILE
Tardif (2012) nos apresenta que os professores possuem saberes de suas
experiências de vida, como os conhecimentos que adquiriram com seus
familiares, amigos e os conhecimentos construídos em sua vida escolar,
enquanto estudantes. O autor aponta que outros saberes fundamentais
para o professor são os provenientes da formação inicial, os quais se referem
aos conceitos, competências e habilidades que lhe constituem enquanto
profissional da educação. Mas aquisição de conhecimentos não para por
aqui, o professor aprende até o último dia da sua carreira e por isso
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141
PLANO DE AULA
Avaliação: modo como o professor vai analisar a execução das atividades pelos alunos. Na educação
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I, II e III.
e. I e II, apenas.
Questão 2
As crianças público-alvo da educação especial devem ter a garantia de
acesso, permanência e sucesso escolar. Para que isso ocorra, é de extrema
importância que um trabalho coletivo seja desenvolvido na escola, visando
eliminar os desafios e ampliar as possibilidades de ensino e de
aprendizagem. De acordo com a legislação que assegura a inclusão escolar,
verifica-se a presença do atendimento educacional especializado (AEE). Com
base nesse contexto, avalie as afirmativas e marque V para verdadeiro e F
para falso:
a. V – V – V.
b. F – F – F.
c. V – F – F.
d. F – F – V.
e. V – F – V.
Questão 3
Planejar é um dos atos mais importantes que acontecem no contexto
educativo. É o planejamento que pode levar ao sucesso das práticas
desenvolvidas tanto pelos docentes quanto pelos alunos. No que se refere
aos saberes docentes para a organização do planejamento pedagógico,
avalie as afirmativas a seguir:
a. I, II e III.
b. II e III, apenas.
c. I, apenas.
d. III, apenas.
e. I e III, apenas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
A baixa visão se refere à perda significativa da visão ocular, de modo que não
é possível corrigir a perda com o uso de recursos ópticos, como os óculos.
Após Nicole esclarecer a especificidade para Tatiane, é necessário elencar as
potencialidades de Valentim e, nesse momento, Tatiane pode apontar, por
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148
exemplo, que ele tem uma excelente comunicação e relação com as demais
crianças, que sua escuta é aguçada e que ele utiliza o tato para realizar
atividades.
PESQUISE MAIS
Vamos ampliar nossos conhecimentos com mais uma indicação bem legal de
leitura?
AVANÇANDO NA PRÁTICA
HORA DE PLANEJAR
Rafael é professor no Centro de Educação Infantil e atua com uma turma de
pré-escola. A partir da BNCC e do currículo da escola, Rafael precisa organizar
seu planejamento para atender ao seguinte objetivo de aprendizagem:
“escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e
tentando identificar palavras conhecidas”. Rafael sabe da importância do
planejamento para direcionar todas suas ações e dar oportunidade aos
alunos de experimentar um espaço rico de aprendizagem. No entanto, ele
tem muita dificuldade em descrever os itens de “objetivo” e “percurso
metodológico” do plano de aula.
Com base nesse desafio de Rafael e em nossos estudos, como ele poderá
organizar os objetivos e os procedimentos metodológicos da aula para
atender ao objetivo de aprendizagem descrito na BNCC e no currículo?
RESOLUÇÃO
O primeiro aspecto que Rafael deve considerar é que a finalidade do
planejamento é delimitar o que se pretende alcançar com a
atividade que será proposta aos alunos. Como o objetivo de
aprendizagem que ele precisa atender se refere à identificação de
letras e palavras nos livros que as crianças vão consultar, o professor
precisará pensar sobre como isso será atingido. Sendo assim, o
objetivo geral que ele pode elencar é “dar oportunidade de acesso
às obras de literatura infantil para aproximação com a leitura e
escrita”. A partir desse objetivo amplo, ele poderá elencar dois
objetivos específicos, tais como:
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CONVITE AO ESTUDO
Olá, estudante!
Estamos iniciando as reflexões da última unidade da nossa disciplina.
Quantas discussões interessantes estudamos juntos, não é verdade? E esse
novo momento não será diferente, pois nossa análise será sobre a avaliação
da aprendizagem na educação infantil.
Primeiro estudaremos o conceito de avaliação, compreendendo que existem
diferentes concepções avaliativas e, que dentre elas, a concepção formativa
é a mais adequada para o trabalho desenvolvido na educação infantil, por
conta da ênfase no processo. Também será observado como o professor
poderá avaliar cada momento do desenvolvimento dos alunos, pensando na
integralidade da criança e as estratégias de práticas, visando o
desenvolvimento pleno. Aspectos relacionados ao processo de transição da
educação infantil para o ensino fundamental também serão apresentados
nessa unidade.
Em um segundo momento, compreendemos como podem ser realizados os
registros e procedimentos avaliativos na educação infantil. Conheceremos os
principais instrumentos para tal: observação, múltiplos registros e
documentos das ações, experiências e atividades dos alunos. Analisaremos
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Antônia Ferreira foi convidada para ministrar o curso, pois realiza pesquisas
nesta área há muitos anos. Com base nesta realidade, você se colocará no
lugar dos professores que realizarão o curso e refletirá sobre os desafios e
as possibilidades do processo de avaliação da aprendizagem nesta etapa de
ensino.
Na abertura da formação, a pesquisadora Antônia inicia relatando sua
satisfação em realizar essa interlocução com os professores, pois, para ela,
teoria e prática devem andar juntas e a pesquisa só faz sentido quando
possibilita mudanças na realidade. Antônia pede para os docentes relatarem
suas maiores dúvidas sobre a avaliação na educação infantil. Neste
momento, a professora Melissa pede a palavra e pergunta para a
pesquisadora como deve ser realizada uma avaliação formativa que atenda
às necessidades de aprendizagem das crianças nesta etapa de ensino. A
partir do exposto, seu desafio será auxiliar a pesquisadora Antônia na
devolutiva sobre o questionamento de Melissa.
CONCEITO-CHAVE
2 a 6 anos (estágio pré- Os indicativos que devem ser avaliados pelo professor nessa etapa dizem
operatório) estruturada. No processo de observação é fundamental que o professor ver
algum processo de internalização e compreensão dos papeis sociais e isso
de conta. O docente poderá observar nessa fase do desenvolvimento que a
ou seja, de forma egocêntrica.
Nesse sentido, algumas estratégias podem ser realizadas para que essa
transição ocorra da melhor forma possível. Vamos pensar em um exemplo
de uma escola em que a pedagoga que atua na gestão tem esse cuidado com
o processo transitório. Ela pode organizar uma conversa com as famílias e os
professores para que, juntos, possam pensar em estratégias para conduzir
esse momento. Nessa conversa, as famílias podem abordar seus anseios
frente a nova realidade, já que será uma nova escola e etapa de ensino, além
de novos professores. Eles podem pontuar como estão abordando essa
mudança com as crianças e, nesse instante, a pedagoga e os professores
podem apresentar sugestões de abordagem que os pais podem fazer para
esse entendimento da criança frente à nova realidade. Já os professores
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160
ASSIMILE
No processo de avaliação feito ao longo da educação infantil encontra-se um
aspecto que deve ser levado em consideração pelo professor. Ele se refere à
autoavaliação docente, a qual se configura como uma relação dialética entre:
reflexão-ação-reflexão. Nesse processo, o docente faz uma primeira
reflexão, considerando os elementos que compõem seu planejamento, tais
como: especificidades da sua turma de educação infantil, aspectos
curriculares e articulação entre saber e contexto. Em seguida, ele irá
implementar as ações planejadas por meio das atividades pedagógicas. Por
fim, e se concretizando como o ato da autoavaliação, ele irá analisar tanto os
elementos da ação quanto as informações obtidas pelas experiências, para
que ajustes e adequações sejam feitos nas próximas atividades.
REFLITA
Compreende-se que a avaliação da aprendizagem na educação infantil deve
acontecer como um processo contínuo, em que seus dados serão utilizados
como subsídios para a construções de práticas eficazes que possibilitam o
desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Nesse contexto, observa-se
a necessidade de o processo avaliativo ser considerado no planejamento da
escola. Com base nesse contexto, como a escola pode integrar a avaliação da
aprendizagem no Projeto Político Pedagógico?
EXEMPLIFICANDO
Como estamos analisando nessa seção, a avaliação da aprendizagem é um
elemento fundamental para avanços e ajustes na prática pedagógica,
visando o desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos. Nesse
contexto, observa-se a necessidade de o professor coletar informações de
todas as atividades e experiências das crianças, acompanhando suas ações
individuais e coletivas. No âmbito do acompanhamento individual, verifica-
se a relevância da parceria com a família, pois os elementos indicados pelos
responsáveis também podem ser levados em consideração pelos
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FOCO NA BNCC
O planejamento pedagógico é o ato de sistematização das ações que
permitem o acesso aos saberes que os alunos devem se apropriar em seu
processo de escolarização. Nesse processo, todos os seus elementos
precisam estar articulados para que as práticas sejam ricas e efetivas.
Quando falamos em avaliação da aprendizagem, verifica-se que ela tem a
finalidade de indicar se os conteúdos foram apropriados e se os objetivos
foram alcançados. Nesse contexto, podemos articular as discussões da
avaliação com a BNCC ao analisarmos o papel dos campos de experiência
(que se referem aos saberes) e os objetos de aprendizagem. O professor
deve conhecer tanto os campos quanto os objetivos destinados ao grupo
etário com o qual atua para avaliar se as práticas estão atendendo ao que
fora estabelecido no documento.
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. I, II e III.
e. III, apenas.
Questão 2
“A avaliação de contexto favorece que a organização educacional e
pedagógica da instituição e de cada espaço que a compõe seja assumida por
um tempo e por uma espacialidade capaz de potencializar a vida no percurso
cotidiano dos sujeitos, que semanalmente somam horas de permanência
nesses contextos coletivos de Educação Infantil” (MARTINS FILHO; CASTRO,
2018, p. 3).
No que se refere aos aspectos que o professor precisa considerar no ato de
avaliar, analise as afirmativas e marque V para verdadeiro e F para falso:
( ) O docente deve considerar que todas as experiências podem fornecer
informações para a avaliação da aprendizagem dos educandos.
( ) O professor pode se basear nos postulados da teoria construtivista para
avaliar o processo de desenvolvimento dos alunos.
( ) A avaliação na educação infantil deve ser considerada como parâmetro
para classificar os alunos que estão aptos para progredir na escolarização.
a. V – V – F.
b. F – V – F.
c. V – F – V.
d. F – F – F.
e. F – F – V.
Questão 3
“A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita
atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas,
garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das
crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas
estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações
de cada etapa.” (BRASIL, 2018, p. 53)
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a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. I, II e III.
e. III, apenas.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC. Versão entregue
ao CNE em 3 de abril de 2018. Disponível em: https://bit.ly/3mO3ipW.
Acesso em: 14 nov. 2020.
CASTILLO, S. Avaliação educacional e promoção escolar. São Paulo:
Unesp. 2009.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 17. ed. São Paulo:
Editora Cortez, 2005.
MARTINS FILHO, A. J.; CASTRO, J. S. Avaliação na e da Educação Infantil:
Avaliação de Contexto. Pro.posições, v. 29, n. 2, Campinas, 2018.
PERRENOUD, P. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens:
entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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AVANÇANDO NA PRÁTICA
OS DESAFIOS DA TRANSIÇÃO ESCOLAR
No Centro de Educação Infantil “Ziraldo”, a professora Lilian está passando
com um momento delicado. Ela atua com crianças de cinco anos que se
encontram no último ano da educação infantil. Como faltam apenas três
meses para o fim das aulas, ela percebeu que as crianças andam tristes e
desanimadas. Ao perguntar para os alunos o que está acontecendo, eles
relatam que estão com medo da nova escola, que não querem deixar os
amigos e a professora. Eles também relataram que tudo vai mudar e que não
entendem por que precisam sair do centro de educação infantil. Lilian fica
chateada ao ver seus alunos tão tristes, já que estão juntos há dois anos.
Sendo assim, a docente observou a necessidade de organizar uma atividade
em que as crianças possam refletir sobre a importância dessa mudança. Com
base nesse contexto, se coloque no lugar de Lilian e construa uma atividade
para atender essa demanda.
RESOLUÇÃO
Para a resolução dessa atividade, a primeira ação deve ser conversar
com os pais. Desta forma, Lilian pode marcar uma reunião ou utilizar
o grupo do aplicativo de comunicação para apresentar sua
percepção frente ao comportamento das crianças. Por meio da
conversa, a professora poderá dar sugestões e dicas de como
abordar a mudança em casa.
No que se refere à proposta de atividade, Lilian pode planejar um
momento em que as crianças poderão expressar suas sensações e
seus sentimentos. Ela pode denominar a atividade de “conhecendo
um mundo novo” em dois momentos:
1º momento: a professora irá confeccionar um baú dos sentimentos,
o qual é composto por várias máscaras que apresentam as
emoções: tristeza, alegria, choro, medo, animação, raiva etc. Em
seguida ela irá solicitar que os alunos escolham as máscaras que
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CONCEITO-CHAVE
Sabemos que a avaliação da aprendizagem é um processo necessário para
que possamos acompanhar como os alunos estão se apropriando do
conhecimento científico. Nesse contexto, é fundamental que os professores
atuantes na educação infantil considerem a concepção formativa no
momento de acompanhar o desenvolvimento e a aprendizagem das
crianças, pois a partir de suas informações será possível verificar o que foi
alcançado e o que ainda necessita de aprimoramento. Pensando sobre esses
aspectos, iremos, nesse momento conhecer e estudar os principais
instrumentos avaliativos que respaldam o trabalho do professor na primeira
etapa de ensino da educação básica. Também analisaremos como deve se
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Fonte: elaborada pela autora com base nos estudos de Pinazzi e Fochi (2018).
É nesse contexto que se faz necessária uma pergunta que direcione o olhar
do professor frente ao que vai ser observado e registrado. Para isso, ele
deverá alinhar essa ação ao seu planejamento, ou seja, aos objetivos que
estão estabelecidos para as práticas pedagógicas. Vamos pensar em um
exemplo em que o docente atua com crianças de três anos de idade e nesse
bimestre ele está trabalhando a discriminação das cores e formas. O
professor já fez um trabalho de apresentação das cores: azul, vermelha,
amarela e verde, e das formas: círculo, triângulo e quadrado. Para
compreender se as crianças já se apropriaram desses conceitos, ele
organizou um momento de brincar dirigido em que as crianças irão construir
casas e castelos com peças de madeira, as quais são de diferentes cores e
formas. Conforme as crianças brincam, o professor pergunta para elas quais
cores e formas se referem às peças selecionadas. A partir da fala dos alunos,
o professor faz os registros da observação. Com base nessa situação é
possível verificar que a observação do professor está dirigida à constatação
dos saberes dos alunos sobre as formas e cores, em outras palavras, seu
olhar está direcionado aos saberes indicados no planejamento que já foram
trabalhados anteriormente. Nesse contexto, as observações “pretendem
construir um entendimento que possa ser compartilhado acerca das
maneiras como as crianças interagem com o ambiente, como elas se
relacionam com os adultos e com outras crianças e como constroem o
próprio conhecimento” (GANDINI; EDWARDS, 2002, p. 151).
Outro ponto que deve ser pauta de discussão quando estamos analisando
os caminhos e possibilidades para a observação na educação infantil é que
esses materiais coletados pela observação são fontes para as análises das
práticas pedagógicas. Quando avaliamos nossos alunos estamos,
consequentemente, avaliando nosso próprio trabalho. Desse modo,
devemos compreender como nossa postura, linguagem e ação podem ser
modificadas, visando o pleno desenvolvimento e aprendizagem por parte
dos alunos (PIZZANI; FOCHI, 2018).
Para isso, é de extrema relevância um trabalho colaborativo entre docentes
e gestão, favorecendo momento de reflexões coletivas e estudos de casos.
Às vezes, os professores poderão apresentar dificuldades em como
modificar sua prática e suas ações pedagógicas e, por meio do
compartilhamento de experiências, as trocas entre os docentes poderão
propiciar momento de aprendizagem. Também é necessário que os
professores atuantes na gestão considerem a temática da avaliação da
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ASSIMILE
A avaliação contínua que ocorre na educação infantil auxilia na
sistematização do processo, pois leva o docente a observar mais
metodicamente os alunos e entender melhor como aprendem, de modo a
ajustar de maneira mais minuciosa e individualizada suas intervenções
pedagógicas e as situações didáticas que propõem. Nesse caso, a observação
feita pelo professor deve se dar de modo a comparar o aluno com ele
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REFLITA
Verifica-se que no planejamento pedagógico a avaliação da aprendizagem
também é um item central no trabalho desenvolvido na educação infantil.
Ela deve ser formativa e contínua, levantando informações que possibilitarão
aprofundamento das práticas e ações em sala de aula. Mas, é necessário ao
professor conhecer sua importância e refletir sobre maneiras de avaliar as
crianças. Considerando esses aspectos e pensando no trabalho do pedagogo
que atua na gestão, como orientar os professores frente à avaliação da
aprendizagem na educação infantil? Como os professores podem recorrer
ao gestor para auxiliar nesse processo?
EXEMPLIFICANDO
O portfólio é um instrumento avaliativo que auxilia o professor no processo
de acompanhamento e avaliação das práticas pedagógicas. Na educação
infantil, ele é um documento fundamental para todos os envolvidos: docente,
alunos e família. Nesse contexto é importante entendermos que o portfólio
não é apenas uma compilação das atividades dos alunos, ele também deve
apresentar anotações pessoais sobre as ações das crianças e reflexões do
professor subsidiadas pelos pressupostos teóricos. Por exemplo, a
professora observa uma cena em que a criança está brincando de faz de
conta e nesse momento ela interpreta o papel da professora. A docente faz
registros sobre as ações da criança, colocando que ela apresenta
características, falas e postura semelhante às suas. Ao final da anotação, a
docente pode apresentar uma análise teórica, como apontado por Vigostski,
de que a criança se constitui no contato com o outro e a cultura, e suas ações
expressam o modo como ela se apropriou dessas relações e desses saberes.
Veja, não é apenas uma descrição de um fato, mas uma análise de como a
criança está se desenvolvendo.
FOCO NA BNCC
A Base Nacional Comum Curricular apresenta reflexões importantes sobre a
avaliação da aprendizagem. Segundo o documento, é fundamental o
acompanhamento tanto essas práticas quanto as aprendizagens das
crianças, fazendo a observação da trajetória de cada aluno e de todo o grupo
– suas conquistas, avanços, perspectivas e aprendizagens. A partir dos
diversos registros, feitos em diferentes momentos tanto pelos professores
quanto pelas crianças (como relatórios, portfólios fotografias, desenhos e
textos), sem pretensão da seleção, promoção ou classificação dos alunos.
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a. V – V – V.
b. F – F – F.
c. F – V – V.
d. V – F – F.
e. V – F – V.
Questão 2
Verifica-se que o portfólio:
“origina-se do latim na junção dos termos portaré e fólium, que, traduzidas
para o português, significam portar folhas, sendo essa uma de suas
atribuições, visto que nele geralmente consta uma sequência de folhas
arquivadas, pretendendo oferecer a visualização de um determinado
objetivo. No Brasil, a adoção e utilização do portfólio no âmbito escolar vêm
crescendo nas últimas décadas” (CORREIA; SOUZA, 2015, p. 526).
Considerando as especificidades do portfólio para a avaliação na educação
infantil, avalie as afirmativas a seguir:
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a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I, II e III.
e. I e II, apenas.
Questão 3
As crianças de zero a cinco anos têm o direito à educação, como indicado na
legislação. Para que isso se efetive de forma consolidada, verifica-se o papel
fundamental da parceria entre família e escola. Sendo assim, o professor
poderá estabelecer diálogo com os responsáveis para obter informações que
auxiliam na organização do trabalho pedagógico. Considerando esse
contexto, avalie as afirmativas a seguir:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC. Versão entregue
ao CNE em 3 de abril de 2018. Disponível em: https://bit.ly/2OM9Mcs.
Acesso em: 30 nov. 2020.
BOTH, I. J. Avaliação planejada, aprendizagem consentida: é ensinado
que se avalia, é avaliando que se ensina. Curitiba: Intersaberes, 2017.
CASTILLO, S. Avaliação educacional e promoção escolar. São Paulo:
Unesp, 2009.
CORREIA, L. C.; SOUZA, N. A. O portfólio como instrumento autoavaliativo às
crianças da educação infantil. XVI Semana de Educação VI Simpósio de
Pesquisa e Pós-graduação em Educação. Londrina, 2015. Disponível
em: https://bit.ly/3mKUUYq Acesso em: 30 nov. 2020.
GANDINI, L.; EDWARDS, C. et al. (Orgs). Bambini: a abordagem italiana à
educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
PINAZZA, M. A.; FOCHI, P. S. Documentação pedagógica: observar,
documentar e (re)criar. Revista Linhas. Florianópolis, v. 19, n. 40, p. 184-
199, 2018.
OLIVEIRA, C. B. E.; ARAÚJO, C. M. M. A relação família e escola: interseções e
desafios. Estudos de Psicologia. Campinas, v. 27, n. 1, p. 99-108, 2010.
SCHLINDWEIN, L. M.; DIAS, J. Avaliação de Contexto na Educação Infantil:
diferenciação e conflito na formação docente. Pro-Posições, Campinas, v.
29, n. 2, May/Aug. 2018.
VIEIRA, V. M. O. Portfólio: uma proposta de avaliação como reconstrução do
processo de aprendizagem. Psicol. Esc. Educ., Campinas, v. 6, n. 2, Dec.
2002.
WOODWORTH, Robert S.; MARQUIS, Donald G. Psicologia. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1971 (Atualidades Pedagógicas, 67)
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AVANÇANDO NA PRÁTICA
UMA PARCERIA NECESSÁRIA
Alessandra é professora em uma turma de creche que atende crianças de
dois anos no centro de educação infantil “Cora Coralina”. A docente precisa
estruturar a avaliação das crianças, para compreender como intervir e
potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. No entanto,
apresentou dificuldades frente ao processo, pois as crianças são bem
pequenas e ela fica com receio de não conseguir fazer uma avaliação
consistente. Por isso, Alessandra foi conversar com o pedagogo Bernardo
para que ele apresente possíveis soluções sobre o desafio enfrentado. O
pedagogo elogia a postura e preocupação da professora e relata a
necessidade de estreitar laços de comunicação com a família para auxiliar
nesse processo. Alessandra gostou da ideia, mas ainda tem dúvidas sobre
como construir esse trabalho colaborativo. Com base no exposto, se coloque
no lugar de Alessandra e reflita sobre uma possibilidade de estabelecer
parceria entre família e escola para a promoção da avaliação.
RESOLUÇÃO
Alessandra deve considerar que o professor é um gestor da
aprendizagem da sala de aula, de modo que suas ações e decisões
devem ser bem elaboradas para o benefício de todos os processos.
Porém, isso não significa que outras pessoas não podem estar
envolvidas nas ações, pelo contrário, ela pode organizar momentos
de partilha e troca. Sendo assim, Alessandra poderá marcar uma
reunião com os responsáveis para solicitar o auxílio deles no
processo de observação das ações dos alunos. Ela deve iniciar a
conversa relatando a relevância do trabalho compartilhado. Como
as crianças passam um tempo significativo com os pais, eles podem
informar evoluções dos bebês que ajudam na organização do
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trabalho docente.
É importante esclarecer que cada nova ação e atitude é um
indicativo sobre como a criança está compreendendo e enxergando
o mundo, desta forma as práticas e intervenções podem ser
direcionadas às necessidades. A professora também deve deixar os
pais à vontade para se colocarem e tirarem dúvidas. Após essa
conversa, Alessandra pode sugerir a construção coletiva de um
diário, em que os pais apresentarão informações que julgarem
importantes sobre as ações das crianças. Eles também poderão
apresentar o que entendem como atitudes da escola que
favoreceram as aprendizagens. Alessandra irá relatar que ao final de
cada semana ela apresentará uma análise das colocações dos pais e
aspectos que auxiliam no processo. Por fim, a professora poderá
propor uma reunião mensal para conversarem sobre o material e
indicar que ele será anexado ao portfólio das crianças.
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CONCEITO-CHAVE
Em nossos estudos, na última unidade da disciplina, buscamos compreender
como se configura o processo de avaliação na Educação Infantil e verificamos
que a avaliação tem um papel importante para o acompanhamento, o
monitoramento e as intervenções que se fazem necessárias para o
desenvolvimento das crianças de zero a cinco anos. Mas o processo
avaliativo não é algo realizado apenas em sala de aula, de modo que a escola
deve (re)pensar constantemente os caminhos e as possibilidades para o
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ASSIMILE
Em nosso processo de estudos, é relevante compreendermos a diferença
entre avaliação da educação e avaliação da aprendizagem. A avaliação da
educação possui um sentido mais amplo, ou seja, refere-se a todas as
dimensões que comportam as práticas educativas. Nela, encontram-se as
ações e o monitoramento das políticas públicas, a reflexão realizada pelos
sistemas municipais e estaduais de educação (secretarias) e a análise sobre
as práticas e ações da gestão da instituição de ensino. Já a avaliação da
aprendizagem é uma parcela desse todo relacionada diretamente com a
forma como o professor analisará as informações da aprendizagem para o
aperfeiçoamento das práticas pedagógicas e o trabalho desenvolvido no
interior da escola. É como se a avalição da educação fosse constituída em
âmbito macro e a avaliação da aprendizagem em âmbito micro, sendo assim,
vale a pena ressaltarmos que ambas são necessárias e interferem uma na
outra.
REFLITA
Vimos o quão necessário é o processo avaliativo em todos os âmbitos para
se pensar em intervenções e ajustes nas práticas, visando ao sucesso escolar
efetivo das crianças de zero a cinco anos. No que se refere à autoavaliação
institucional, qual é o papel que o gestor deve ter para articular as ações com
os professores, os funcionários, a comunidade e as famílias? Quais são os
desafios desse processo?
EXEMPLIFICANDO
Nos Parâmetros de Qualidade da Educação Infantil (2018) são apresentadas
as atribuições dos gestores da instituição da Educação Infantil para a garantia
do ensino. Entre elas, encontra-se a efetivação do funcionamento da escola
de maneira regular, conforme o calendário escolar, seguindo as
determinações do sistema de ensino. Para essa ação, o gestor precisa
conversar com toda a equipe escolar, relatando a necessidade de
organização do Projeto Político Pedagógico. No documento, deve constar o
calendário, levando-se em consideração as horas letivas para a Educação
Infantil distribuídas nos diferentes regimes (parcial e integral). Os dias de
recesso e os feriados serão confirmados com a secretaria municipal, pois não
são decisões que o gestor da instituição toma sozinho. Também é
fundamental verificar se as regulamentações da escola estão sendo levadas
para as práticas escolares.
FOCO NA BNCC
A BNCC indica que as práticas pedagógicas desenvolvidas na primeira etapa
de ensino devem ser estruturadas a partir dos campos de experiência e os
eixos estruturantes (BRASIL, 2018). O planejamento e a organização dessas
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Nossa jornada de estudos está sendo finalizada. Esperamos que você tenha
aprendido muito nesse processo e que faça um excelente trabalho na
Educação Infantil!
a. VVV.
b. VFV.
c. FFF.
d. VFF.
e. FVV.
Questão 2
A avaliação institucional na Educação Infantil deve ser realizada a partir dos
indicadores de monitoramento da qualidade da educação que estabelecem
critérios de análise do trabalho desenvolvido em creches e pré-escolas.
Considerando algumas das dimensões apresentadas nos indicadores, avalie
as afirmativas a seguir:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.
Questão 3
O processo de autoavaliação institucional é importante para que seja
realizado um balanço das práticas que estão se efetivando na realidade da
Educação Infantil e o que ainda precisa ser ajustado. Para tanto, é
fundamental a construção de um instrumento avaliativo respaldado nos
indicadores de monitoramento da qualidade dessa etapa de ensino. Entre as
dimensões apresentadas nos indicadores, encontra-se o planejamento
institucional. Considerando as ações que podem ser desenvolvidas na
dimensão de planejamento institucional, avalie as afirmativas e marque V
para verdadeiro e F para falso:
( ) Retomada do planejamento da escola (objetivos, ações, procedimentos,
tarefas).
( ) Análise da conduta dos gestores frente às divisões de tarefas e
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socialização de informações.
( ) Compreensão sobre a efetivação do PPP e currículo.
a. FFF.
b. VVV.
c. FVV.
d. VFF.
e. FVF.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponível em: https://bit.ly/3teQeMS. Acesso em: 8 mar. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de
Educação - PNE e dá outras providências. Brasília, DF: MEC, 2014. Disponível
em: https://bit.ly/3wXcflK. Acesso em: 8 mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Monitoramento do uso dos Indicadores
da Qualidade na Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação
Básica. Parâmetros Nacionais de Qualidade da Educação Infantil.
Brasília: MEC, 2018.
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AVANÇANDO NA PRÁTICA
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: UMA CONVERSA COM OS PROFESSORES
Lívia é diretora no Centro de Educação Infantil Manoel de Barros e está
organizando, em parceria com a pedagoga Marília, o processo de avaliação
institucional anual da dimensão “Formação e condições do trabalho dos
professores”. O processo avaliativo acontecerá em dois encontros com os
docentes para refletirem como as práticas e o suporte dados no ano
auxiliaram nos processos de ensino e de aprendizagem na escola. Esse ano
foi marcado por algumas mudanças na instituição, pois foi preciso adequar
o Projeto Político Pedagógico e a Reorganização Curricular para atendimento
da Base Nacional Comum Curricular. Por conta desse contexto, as gestoras
estão com dificuldade em estruturar o momento de avaliação, sendo assim,
precisamos auxiliá-las nos seguintes aspectos:
RESOLUÇÃO
As gestoras precisam considerar que a pauta da avaliação deve ser
todas as ações que perpassaram a formação dos docentes. Sendo
assim, elas podem iniciar a reunião dizendo aos professores que
esse processo será fundamental para o aperfeiçoamento dos
suportes já propiciados a eles. O primeiro ponto da pauta pode ser
um balanço sobre as capacitações que aconteceram no ano.
Na escola, os professores passam, no início de cada semestre, por
uma capacitação. A primeira teve como tema “A organização das
práticas a partir dos campos de experiências”, já a segunda discutiu
a avaliação da aprendizagem na Educação Infantil. Nesse contexto,
as gestoras podem organizar uma roda de conversa com os
professores, solicitando a eles que relatem o que aprenderam nas
capacitações e como aplicaram esses saberes em suas práticas
cotidianas. Elas também podem perguntar se algum ponto não foi
trabalhado e se ainda há necessidade de retomada. Vale
destacarmos que todas as informações devem ser registradas para
uma análise final.
Um segundo aspecto que deve ser trabalhado nesse momento da
avaliação é a necessidade de se propiciar aos professores o lugar de
fala. É importante que eles relatem como foi o ano de trabalho, as
relações com a coordenação pedagógica, o suporte nas orientações
e os maiores desafios do trabalho realizado. Esse momento pode
ser feito com uma conversa no grupo e, depois, com a solicitação de
um relato escrito dos professores sem identificação, a fim de que
eles se sintam à vontade.
Após todo esse processo, as gestoras devem se reunir com os dados
para uma reflexão. É preciso que elenquem os pontos positivos e
negativos e, a partir desse momento, pensem em um plano de ação
para melhorar as orientações e propostas de formação para os
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