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Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul

HELEN CORREIA
KASHIRE PITTELKOW
KAROLINE DIAS MARTINS
LUCAS VARELA
MARIA GABRIELA KRONHARDT

PROJETO DE INTERVENÇÃO
INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

PORTO ALEGRE - RS, 24 DE NOVEMBRO DE 2021.


HELEN CORREIA
KASHIRE PITTELKOW
KAROLINE DIAS MARTINS
LUCAS VARELA
MARIA GABRIELA KRONHARDT

PROJETO DE INTERVENÇÃO
INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Projeto de intervenção apresentado ao curso de


Psicologia da FADERGS como requisito parcial
para obtenção de aprovação na Disciplina
INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA.

Supervisora acadêmica: Fabiana Faria Giguer

PORTO ALEGRE - RS, 24 DE NOVEMBRO DE 2021.


Sumário
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 4
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................................................................. 6
JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................................ 8
CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 10
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INTRODUÇÃO

A educação é um direito universal, sendo obrigação do estado e da


sociedade oportunizá-la, promovê-la e incentivá-la, pois através dela se dará o
desenvolvimento pessoal e o entendimento da cidadania. E sempre deverá ser
levando em conta a diversidade de cada pessoa, sendo o respeito pelas
diferenças essencial para o funcionamento das práticas educativas que deve
contemplar os indivíduos de forma integral (SILVA & CARVALHO, 2018).

No Brasil, existem leis que promovem inclusão de pessoas com


deficiência com o objetivo de assegurar e promover condições de igualdade,
para o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais, visando inclusão
social e cidadania, como a Lei Nº 13.146 (2015), que além de constatar que
pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo, seja de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que obstruem sua participação
plena e efetiva na sociedade comparado às demais pessoas, também assegura
que o poder público deva promover a inclusão de conteúdos temáticos nas
diretrizes curriculares na educação do ensino superior

Para Rosin (2017 Apud ZANDA E ARNAU, 2010), a proposta de pensar


o ensino numa perspectiva de formação integral tem crescido em diversos
países, inclusive no Brasil, rompendo com a forma tradicional de ensino. Aqui,
leis e documentos oficiais buscam promover a educação a todos, ao estimular a
criação de políticas públicas na formação de professores para a educação
inclusiva, com o objetivo de reduzir o impacto da exclusão e ensinar de forma
indiscriminada (SILVA & CARVALHO, 2018). Apesar disto, os sistemas
escolares brasileiros muitas vezes dividem os alunos entre normais e deficientes,
em que o ensino é “regular” ou “especial”, que passa a ser uma visão,
determinista, mecanicista e reducionista, que ignora o subjetivo e não rompe com
o antigo modelo escolar para de fato efetivar a mudança que a inclusão necessita
(SILVA & CARVALHO, 2018 apud MANTOAN et al, 2006).

No Brasil a matrícula e permanência é assegurada a todos alunos,


segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o artigo nº 208 da Constituição
Federal de 1988 e as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica. Porém, segundo Aquino (2016) muitas vezes crianças com
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necessidades educacionais especiais se deparam com escolas sem condições


físicas ou de apoio, favoráveis para as receber. Em que práticas
segregacionistas são observadas e marcadas por assistencialismo, que
infelizmente acaba impossibilitando uma proposta de educação para todos.

O segregacionismo, falta de preparo de profissionais e infraestrutura


limitante não é um problema observado apenas no Brasil. Em um estudo feito
em Portugal, em que 244 professores de escolas públicas e privadas foram
entrevistados e que teve como objetivo descrever a opinião dos mesmos sobre
a inclusão de alunos com deficiências, apontou que as crianças que
apresentaram comportamentos compatíveis com o transtorno de espectro
autismo e paralisia cerebral eram as menos aceitas para o ingresso nas escolas.
Sendo utilizado como justificativa a falta de formação dos colaboradores, a
impossibilidade de atribuir maior tempo de ensino a estes alunos e a exigência
dos outros alunos obterem bons resultados acadêmicos. Mesmo existindo a seis
anos antes do estudo ser publicado, legislação portuguesa garantindo a não
rejeição de matrículas de crianças com necessidades educacionais especiais,
pois todas têm direito a propostas educativas adequadas (FERREIRA &
RODRIGUES, 2017).

Um outro estudo realizado por Aquino (2016) em que quinze psicólogos


atuantes na área educacional e quinze docentes foram entrevistados acerca da
educação inclusiva, evidenciou que atualmente a falta de preparo e capacitação
profissional, a estrutura física das escolas e a falta de investimento na educação
por conta do Governo e das Secretarias são os maiores impeditivos no processo
de inclusão social escolar na visão dos profissionais.
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A proposta de intervenção deste trabalho será a criação de rodas de


conversa com professores, que ocorrerão ao longo de uma semana em uma
escola de ensino fundamental pública. O evento irá se chamar "Semana da
inclusão" e terá o objetivo de expandir o conhecimento dos professores sobre o
tema "Inclusão social" e repensar e fortalecer estratégias adotadas ou não na
escola para a promoção de uma educação inclusiva. As rodas de conversa
realizadas com os professores terão uma duração de uma hora a uma hora e
meia e serão conduzidos pelo psicopedagogo, psicólogo e estagiário de
psicologia da escola. Os temas norteadores dos cinco encontros serão:
• 1º dia: O que é educação inclusiva e sua importância;
• 2º dia: Afinal, quem é esse aluno a ser incluso?
• 3º dia: Quem faz a inclusão acontecer?
• 4º dia: Mas e agora, o que fazer?
• 5º dia: Encerramento – Avaliação dos encontros.
Cada encontro terá uma breve contextualização sobre o assunto que será
elaborado e transmitido pelo psicólogo, através de slides, vídeos ou palestras de
outros profissionais. Após isso, será feito perguntas sobre os temas que
nortearão a conversa dos professores para dar início a discussão no grupo. No
1º, 2º, 3º e 4º dia de encontro serão entregues folders informativos sobre cada
assunto discutido durante os encontros.
Primeiro encontro: A equipe irá se apresentar aos professores e instruirá
como vai funcionar os encontros. Irá contar que o objetivo dos encontros será de
promover conhecimento sobre a inclusão social, para se pensar em estratégias
que podem ser adotas na escola para a promoção de uma educação inclusiva.
Após esta introdução, será feito as seguintes perguntas aos professores, para
se iniciar a discussão: Você acredita que estratégias de educação inclusiva são
importantes? Que estratégias são adotadas na escola para promover a
educação inclusiva? Você acredita que algo deve ser alterado? Após a discussão
levantada, será apresentado pela equipe materiais que visam esclarecer o que
é, para que serve e a importância da educação inclusiva dentro das escolas em
todos os níveis.
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Segundo encontro: Durante esse encontro, serão levados pais de dois


alunos de inclusão, o pai de um menino com paralisia cerebral, que necessita de
andador, rampas, fraldário e uma boa preparação física da escola, e também, a
mãe de uma menina autista, a qual tem necessidades mais especificas e uma
maior atenção durante seu momento dentro da escola. Ambos alunos são do
fundamental I, sendo do 1º ano.
Será debatido e colocado nesse dia, quem são os alunos que podem e
tem o direito de serem inclusos em turmas de ensino básico.
Terceiro encontro: Neste dia, será abordado quem faz parte do processo
inclusivo de um aluno dentro da escola. Existe um único responsável por esse
processo? Os alunos fazem parte desse momento? Os funcionários da escola?
E a família? Após o questionamento, será esclarecido pela equipe como seria
um bom encaminhamento dessa criança dentro da instituição de ensino.
Quarto encontro: Serão compartilhados possíveis manejos
psicopedagógicos, principalmente, para alunos que trazem questões intelectuais
e cognitivas. Como lidar, compreender e ajudar essa criança ou adolescente em
sala de aula? Como auxiliar a se sentir parte do grupo? Com questões pontuais
e aberto a questionamentos dos ali presentes, também serão esclarecidas as
dúvidas que possam surgir durante o encontro.
Quinto encontro: Nó último encontro será feito uma confraternização
com os participantes para realizar o fechamento da "Semana da inclusão". Será
questionado aos professores se as conversas promoveram conhecimento sobre
o tema e se os encontros os ajudam a pensar em estratégias de educação
inclusiva a serem adotadas dentro da sala de aula. Também será solicitado um
Feedback de possíveis melhorias, através de uma caixinha de sugestão
anônima, que terá como objetivo o aperfeiçoamento dos encontros para futuras
intervenções.
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JUSTIFICATIVA

Quando falamos sobre inclusão escolar, automaticamente pensa-se em


rampas, cadeiras especiais e toda a parte física da escola, porém, também é
presente nas instituições, alunos com deficiência intelectual, por exemplo, que,
necessitam de outro tipo de auxílio na instituição.
Em um estudo de revisão bibliográfica Schmidt e colaboradores (2016)
apontam diversos estudos que indicam duas principais características referente
a visão dos professores sobre alunos com TEA. Na qual uma parcela acredita
que as barreiras sociocomunicativas fazem com que o aluno com TEA seja
inacessível a intervenções externas, incluindo as práticas pedagógicas do
professor. Outra parcela acredita que existem sim dificuldade sociais (retração e
distanciamento), porém existe possibilidade de acesso ao aluno. O autor afirma
que as duas formas de percepção podem influenciar o comportamento dos
professores diante dos alunos com TEA, que serão vistos como passíveis ou não
de uma intervenção externa.

Embora a inclusão de alunos que precisam de atenção especial seja


considerada alta, atualmente existe muita divergência sobre o que é preciso ser
feito e o que de fato acontece dentro das escolas. Muitos dos problemas que
impedem um bom desenvolvimento dos alunos de inclusão dentro das escolas,
se dá pela falta de informação, conhecimento e até mesmo capacitação dos
professores e funcionários das instituições como apontado por (SILVA &
CARVALHO, 2018; ROSIN et al, 2017; FERREIRA & RODRIGUES, 2017;
AQUINO et al, 2016; SCHMIDT et al, 2016).
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CONCLUSÃO

Neste cenário atual, em que geralmente há uma defasagem de


conhecimento e capacitação dos professores e funcionários para lidarem com
alunos com deficiência intelectual, autismo, síndrome de down, entre outras
condições. Intervenções que visam a promoção de conhecimento e capacitação
neste ambiente são de extrema importância, pois assim empoderam os
profissionais da área que se vem muitas vezes sem o preparo para lidar com
estas situações ou até mesmo onde buscarem ajuda. Indiretamente beneficiam
todos os alunos, principalmente com necessidades especiais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAZ-AQUINO, Fabíola de Sousa; FERREIRA, Ingrid Rayssa Lucena;

CAVALCANTE, Lorena de Almeida. Concepções e práticas de psicólogos

escolares e docentes acerca da inclusão escolar. Psicologia: Ciência e

Profissão, v. 36, p. 255-266, 2016.

LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015.

Secretaria-Geral Subchefia para Assuntos Jurídicos. [S. l.], 7 jul. 2015.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-

2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 16 out. 2021.

ROSIN-PINOLA, Andréa Regina et al. Ensinando habilidades sociais

educativas para professores no contexto da inclusão escolar. Revista

Educação Especial, v. 30, n. 59, p. 737-750, 2017.

SCHMIDT, C., DE PAULA NUNES, D. R., PEREIRA, D. M., DE OLIVEIRA, V.

F., NUERNBERG, A. H., & KUBASKI, C. (2016). Inclusão escolar e autismo:

uma análise da percepção docente e práticas pedagógicas. Psicologia:

teoria e prática, 18(1), 222-235.

SILVA, Naiane Cristina, CARVALHO, Beatriz Girão Enes. Compreendendo o

processo de inclusão escolar no Brasil na perspectiva dos professores:


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uma revisão integrativa. Revista brasileira de educação especial 23 (2017):

293-308

VIEIRA-RODRIGUES, Margarida Maria de Moura; SANCHES-FERREIRA,

Maria Manuela Pires. A Inclusão de Crianças com Necessidades

Educativas Especiais no Ensino Regular em Portugal: a Opinião de

Educadores de Infância e de Professores do 1º Ciclo do Ensino Público e

Privado. Scielo, [S. l.], p. 1-16, 15 mar. 2017. Disponível em:

https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000100004. Acesso em: 16 out. 2021.

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