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Superdotação
Aspectos Históricos e legais, as politicas públicas; mitos e
preconceitos; concepções e características
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Unidade Aspectos Históricos e legais, as politicas públicas;
mitos e preconceitos; concepções e características
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Unidade: Aspectos Históricos e legais, as politicas públicas; mitos e preconceitos; concepções e características
Contextualização
https://www.youtube.com/watch?v=m7nTgsRkE9w
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Introdução
No Brasil, nós temos uma legislação das mais avançadas do mundo no que diz respeito
à inclusão dos alunos com necessidades educacionais. A começar pela Constituição Federal
de 1988, que tem como um dos seus objetivos fundamentais o compromisso político com a
educação, estabelecendo a igualdade de direitos e acesso à escola, sendo dever do Estado
proporcionar atendimento educacional aos alunos com necessidades especiais, preferencialmente
na rede regular de ensino. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
(BRASIL, 2001) também defendem que esses alunos devam ser atendidos no ensino regular.
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências,
e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
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Unidade: Aspectos Históricos e legais, as politicas públicas; mitos e preconceitos; concepções e características
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – n. 9394/96 – delibera que são considerados
superdotados e talentosas as crianças que apresentam notável desempenho e/ou elevada
potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade
intelectual superior, aptidão acadêmica específica; pensamento criador ou produtivo; capacidade
de liderança; talento especial para artes visuais; artes dramáticas e música e capacidade
psicomotora.
O Decreto n. 7611/2011, em seu artigo 2, diz que a educação especial deve garantir os
serviços de apoio especializado voltado para a eliminação das barreiras que podem impedir
o acesso e o processo de escolarização de alunos com deficiência, com transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
O Plano Nacional de Educação (2011 a 2020) prevê a universalização do ensino para
crianças e adolescentes (4 a 17 anos) e do atendimento na rede regular de ensino dos alunos
com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Sobre o processo de aprendizagem, sabemos que o ser humano não nasce pronto. O ambiente
no qual ele está inserido tem importância fundamental para que a aprendizagem ocorra num
processo ininterrupto de aquisição do conhecimento e de competências, que dependem dessa
interação do indivíduo com o meio, obtida a partir da vivência de cada um. O ambiente familiar é
o primeiro no qual as crianças podem experimentar suas primeiras experiências. Posteriormente,
na escola a criança terá a oportunidade de ser o sujeito de suas ações.
Atualmente, a inclusão escolar é uma realidade, grande parte das mudanças na escola ocorre
de forma tímida e lenta, mas acreditamos que ainda demandará algum tempo para que todas
as escolas possam atuar de forma a incluir a turma toda, apesar das diferenças sociais, culturais,
étnicas, raciais e intelectuais de seus alunos.
Estamos, portanto,
Quando falamos na inclusão escolar, imediatamente vem à nossa mente a pessoa com
deficiência, no entanto, como dissemos anteriormente, a inclusão abarca todos os alunos
de uma escola, porque a inclusão implica lidar com a diversidade, com o diferente e, nesse
sentido, somos todos diferentes uns dos outros – quer seja em relação à etnia, raça, ao padrão
socioeconômico, etc. No âmbito da escola, as diferenças surgem porque temos formas e tempos
diferentes para assimilar tudo o que aprendemos.
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Assim, a inclusão escolar deve acontecer de forma ampla e irrestrita. Nesse processo,
ao interagir com os demais e com o ambiente, o aluno está ampliando e somando
conhecimentos, e esses perdurarão por toda a sua vida, pois ele não conseguirá se libertar
do conhecimento adquirido.
Como o possuidor das AH/SD é visto como tendo capacidades acima da média, superior
às demais pessoas, “mobilizando sentimentos de menos valia, intolerância, competitividade
e negação da necessidade de uma atenção específica” (MAIA; AMARAL, 2012, p. 7), pode
ocorrer a perda de interesse por parte do aluno com AH/SD, deixando de se sentir estimulado
na busca por estratégias didáticas que atendam às suas diferentes necessidades.
Daí a importância do sistema escolar enxergar o aluno que tem AH/SD, fornecendo-
lhe oportunidades compatíveis às suas capacidades e necessidades, possibilitando a eles
desenvolverem-se e serem bem assistidos no espaço escolar, para que possam obter mais
autonomia e participação não somente na esfera escolar, mas, e principalmente, no meio social
no qual estão inseridos.
Dessa forma, a escola fará aflorar a motivação e a criatividade nos alunos, ou seja, trabalhar as
habilidades para que todos os elementos propostos por Renzulli (1986) possam ser trabalhados
e o indivíduo consiga, quando adulto, fazer valer suas habilidades. Os três anéis precisam estar
equilibrados, precisa-se estimular para que aquele anel que esteja menor seja trabalhado e se
desenvolva. Nesse sentido, a escola precisa ter a sensibilidade de perceber a potencialidade
de seu aluno com AH/SD, proporcionar um atendimento que estimule o desenvolvimento
das habilidades dele, contribuindo para que ele tenha suas necessidades realmente atendidas,
sentindo-se incluído.
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Agrupamento
Método que consiste em escolher e separar os alunos identificados por suas altas habilidades e
elevado desempenho, esses alunos podem ser autorizados a se retirarem de sua sala de aula para
realizar as atividades; agrupados dentro da própria sala por períodos de tempo determinados;
ou ainda, encaminhados a um atendimento especializado.
Aceleração
A aceleração é a prática que pode consistir em saltar ou pular séries ou flexibilizar currículos
para que etapas possam ser cumpridas em tempo menor que o estabelecido. Pode consistir,
também, no aumento do ritmo do ensino-aprendizagem, proporcionando oportunidades mais
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compactas para que o aluno possa abranger os conteúdos da grade curricular em menor tempo.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê a “aceleração para concluir em menor
tempo o programa escolar para superdotados” (BRASIL, 1996, p. 35).
Ações dentro dessa modalidade podem ser: atividades durante as férias, períodos de contra
turno, cursos à distância ou créditos obtidos em exames especiais, que possibilitem dispensa do
aluno de algumas disciplinas. Esse processo exige a compatibilidade com a legislação vigente,
pessoal especializado e adaptações curriculares (FLEITH, 2007). Essa modalidade possibilita
que alguns alunos avancem conforme seu próprio ritmo.
Enriquecimento
Para os alunos com AH/SD, segundo Alenxar e Fleith (2001), é imprescindível a oferta de
uma variedade de experiências de aprendizagem enriquecedoras que estimulem seu potencial,
acrescentando outros conteúdos mais abrangentes e/ou mais profundos. Segundo essas autoras,
esse método para alguns alunos pode implicar completar em menor tempo o conteúdo proposto,
permitindo, assim, a inclusão de novas unidades de estudo. Para outros, implicaria em uma
investigação mais ampla a respeito dos tópicos que estão sendo ensinados, maior número de
fontes de informação para que o aluno possa dominar e conhecer uma determinada matéria.
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Pérez, Rodríguez e Fernández (1998) acreditam que esse é o sistema que oferece mais
alternativas para atender à diversidade de habilidades, aos interesses e estilos, porque pode ser
organizado de acordo com a especificidade de cada caso. O enriquecimento também consiste
em solicitar ao aluno o desenvolvimento de projetos originais em determinadas áreas de
conhecimento, tanto em sala de aula quanto por meio de atividades extracurriculares (PÉREZ;
RODRÍGUEZ; FERNÁNDEZ, 1998, p.133).
Tipos de Enriquecimento
3. Enriquecimento extracurricular:
a) Programas de desenvolvimento pessoal – implementados em pequenos grupos, que
buscam promover o desenvolvimento das habilidades de relacionamento interpessoal, de
reflexão e a atração pelo conhecimento;
b) Programas com mentores – tratam de formas muito individualizadas
de ensino, por meio de mentores que auxiliam no desenvolvimento de talentos específicos.
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RENZULLI (2004, p. 113) propõe as técnicas de modificação do currículo, são elas:
Tento tudo o que foi aqui exposto em vista, concluímos que a escola ideal é aquela aberta
para aprender e propiciar oportunidades diferenciadas para potenciais também diferenciados
(ALENCAR; FLEITH, 2001), que tenha como proposta de trabalho pedagógico a inclusão e o
desenvolvimento global do aluno, no caso, especificamente do aluno com AH/SD, quer seja nas
modalidades de atendimento de agrupamento, aceleração e enriquecimento.
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Material Complementar
Leia os textos abaixo para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto discutido
nesta unidade:
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Referências
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 9394. Brasília: Conselho
Nacional de Educação, 1996. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/educacaoespecial/
material/Livro10.pdf
FLEITH, D.S. (org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas
habilidades/superdotação: orientação a professores. v. 1. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2007.
PÉREZ, L.F.; RODRÍGUEZ, P.D.; FERNÁNDEZ, O.D. El desarrollo de los más capazes:
guia para educadores. Ministerio de Educación y Cultura. Salamanca, 1998.
Anotações
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