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Metodologia da
Alfabetização e
Letramento
Profa. Débora Carias Alves
Profa. Valéria Becher Trentin
Indaial – 2021
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof . Débora Carias Alves
a
A474f
Alves, Débora Carias
ISBN 978-65-5663-932-1
ISBN Digital 978-65-5663-928-4
1. Alfabetização. - Brasil. I. Trentin, Valéria Becher. II. Centro
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 372
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, vivemos em um tempo em que a cada dia torna-se
mais evidente a relevância de uma educação de qualidade para que todos
os brasileiros tenham uma vida digna e condições para o pleno exercício da
cidadania. Isso implica em vencer com sucesso todas as etapas da Educação
Básica, o que depende, fundamentalmente, de um processo de alfabetização
bem realizado.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 72
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS
COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS................................ 77
TÓPICO 1 — A LÍNGUA ESCRITA - PROCESSO COGNITIVO-CULTURAL....................... 79
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 79
2 ALFABETIZAÇÃO E A INTERFACE COM A NEUROPSICOLOGIA
E A NEUROCIÊNCIA COGNITIVA............................................................................................... 80
2.1 ALEXANDER LURIA E A PRÉ-HISTÓRIA DA ESCRITA...................................................... 82
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 91
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 138
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 217
UNIDADE 1 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
1 INTRODUÇÃO
Neste Tópico 1 abordaremos que, ao contrário da oralidade, uma
habilidade natural e universal da humanidade e parte de seus atributos biológicos,
a capacidade de desenvolver a linguagem escrita é uma herança cultural das
sociedades letradas. Uma invenção da raça humana que requer um ensino
sistematizado e intencional.
A história da alfabetização no Brasil remota ao período da colonização,
atravessando contextos históricos diferentes, porém, sempre caracterizada por
embates econômicos, políticos, sociais e metodológicos que existem até hoje. A
intensa desigualdade econômica a qual o Brasil está submetido revelou-se tanto a
causa quanto a consequência da exclusão dos pobres à cultura letrada, tornando
tão permanente quanto sério o problema do analfabetismo brasileiro. Com a
universalização do ensino esse problema ficou ainda mais evidente.
2 A INVENÇÃO DA ESCRITA
Ao longo dos milhares de anos de sua história, o homem tem criado
invenções que vêm transformando significativamente sua maneira de viver no
decorrer das eras. Contudo, nenhuma delas modificou mais sua forma de se
comunicar, de registrar e compartilhar conhecimento do que a invenção da escrita!
DICAS
3
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
4
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
NTE
INTERESSA
5
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
NTE
INTERESSA
O alfabeto, como o temos, é de origem greco-latina e que, por sua vez, foi
inspirado no alfabeto fenício. Os fenícios foram povos que habitaram a região
onde hoje localiza-se a Síria e o Líbano, no Oriente Médio. Os fenícios criaram
uma escrita consonantal, de 22 letras, que significou uma grande inovação,
pois com elas era possível se escrever todas as palavras. Mais tarde, os gregos
incorporaram as vogais ao alfabeto, mas, até hoje, a escrita hebraica e árabe usam
apenas consoantes.
6
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
7
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
9
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
10
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
NOTA
11
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
12
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
NOTA
13
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
que era o início de uma longa série de cartas de sílabas. Após estas,
vinham as cartas de nomes, e, por último, as cartas de fora. As cartas
de fora eram cedidas ao professor, por empréstimo, para exercitar os
alunos nas dificuldades das letras manuscritas; eram ofícios dirigidos
ao professor e alguns deles traziam a assinatura do Inspetor Geral
(BARBOSA, 1994, p. 58).
14
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
15
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
DICAS
16
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
Vê-se, portanto, que a educação para todos não foi assumida como
responsabilidade do governo nesse período.
18
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
19
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
20
TÓPICO 1 — LER E ESCREVER: SOCIEDADE, CULTURA E ESCOLARIZAÇÃO
21
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O alfabeto, como o temos, é de origem greco-latina, que, por sua vez, foi
inspirado no alfabeto fenício.
23
AUTOATIVIDADE
(1)
(2)
a) ( ) I e III somente.
b) ( ) II somente.
c) ( ) II e III somente.
d) ( ) III somente.
Fonte: https://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico
Assinale a alternativa que melhor interpreta o que foi dito nas proposições I
e II:
26
UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a questão sobre qual é melhor método para se alfabetizar
tem acalorado debates. Essa não é uma discussão atual, mas se intensiva à
medida em que as ações alfabetizadoras do país parecem não darem conta das
necessidades de aprendizagem das crianças. A oposição feita entre os métodos
sintáticos e analíticos, em que um é superado pelo outro, foi transpassada por um
entendimento equivocado surgido na década de 1990 de que não era necessário
método para se alfabetizar.
E
IMPORTANT
28
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
Ter sempre aos olhos a grafia correta das letras favorece o aprendizado
da criança, à medida em que ela pode consultá-lo sempre que tiver dúvidas.
No entanto, até a construção da base alfabética, ou seja, até que criança tenha
compreendido a relação grafo-fonêmica do sistema alfabético de escrita e
avançado em habilidades de leituras, a apresentação da letra cursiva pode não
ser tão positiva, uma vez que desfavorece a discriminação visual dos traçados.
29
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
30
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
31
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
O Método Fônico prediz que o ensino das primeiras letras deve-se iniciar
pelas vogais, partindo, então para as consoantes, privilegiando a compreensão
fonêmica, ou seja, o som que cada letra produz. Somente após diversos exercícios
32
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
33
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
34
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
TUROS
ESTUDOS FU
35
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
E
IMPORTANT
36
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
37
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
38
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
DICAS
39
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
De acordo com Frade (2014), o método global foi desenvolvido com base
na teoria de Deroly, psicólogo e educador belga, para quem a aprendizagem
infantil se dava por meio de observações, associação de ideias e expressão do
pensamento. A autora também ressalta outro fundamento teórico para o método
global já mencionado, a Gestalt, a qual pressupõe que, partir de um objeto de
análise mais simples para o mais complexo significa abordar em primeira mão a
visão global dele. Essa perspectiva foi defendida pelo psicólogo suíço Claparède,
apontando que ao expor a criança ao texto, à palavra ou à frase, nos aproximamos
de sua forma natural de conceber o mundo e assim, o estudo das menores unidades
da língua – sílaba, letra, fonema – teria para ela maior significado. Observem que
essa interpretação se opõe o que pregam os métodos sintéticos.
40
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
NTE
INTERESSA
41
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
42
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
43
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
NTE
INTERESSA
https://www.youtube.com/watch?v=cKH8_4dXhUM
44
TÓPICO 2 — PANORAMA HISTÓRICO DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL REPUBLICANO
TUROS
ESTUDOS FU
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
46
AUTOATIVIDADE
47
IV- Somente após a Proclamação da República o analfabetismo passou a
ser visto como um problema, pois limitava o crescimento econômico e
industrial do país, existente em outras nações.
( ) O método silábico é o mais eficaz dentre todos, devendo ser lei no país
que os docentes apliquem suas estratégias ao ensinar a língua escrita.
( ) Os métodos sintéticos priorizam a aprendizagem técnica do ler e do
escrever, carecendo de mais recursos que contextualize a escrita ao
cotidiano do alfabetizando.
( ) Não há um método ideal para se ensinar a ler e a escrever, devendo o
professor ter um bom conhecimento teórico e metodológico, para então,
desenvolver sua ação didática.
( ) O analfabetismo no Brasil persiste em números preocupantes pois as
faculdades de pedagogia do país não ensinam, com eficiência, métodos
de alfabetização para os graduandos.
a) ( ) V - V- F - F.
b) ( ) F - V - V - F.
c) ( ) F - V - F - V.
d) ( ) V - F - F - V.
48
4 Os métodos de alfabetização mais conhecidos do Brasil são classificados em
dois grupos: Sintéticos e Analíticos. Analise a imagem, retirada da cartilha
Casinha Feliz, e responda às questões seguintes:
49
50
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E
A BUSCA POR SOLUÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico discutiremos um assunto de suma relevância: o
persistente problema do analfabetismo no Brasil. Falar sobre esse tema enquanto
você se forma é necessário pois, ao entrar em uma escola, ao assumir uma sala de
aula, para exercer sua profissão você se torna corresponsável por essa realidade.
NOTA
52
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
53
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
54
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
55
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
NOTA
Além disso, com relação a Meta 9 do PNE, que propõe elevar a taxa de
alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o
final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%
a taxa de analfabetismo funcional também não possui um bom prognóstico de
cumprimento. Ainda de acordo com o Relatório do 3º Ciclo de Monitoramento
das Metas do Plano Nacional de Educação, 2020, embora a meta para 2015 tenha
sido atingida nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do país, segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019, a taxa
de analfabetismo absoluto dos cidadãos em idade igual ou superior a 15 anos
está estimada em 6,6% (11 milhões de analfabetos).
56
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
ATENCAO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
57
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
ATENCAO
58
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
DICAS
59
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
60
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
61
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
62
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
63
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
64
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
Uma terceira hipótese (que pode ser vista como meio autoritária, mas
vou correr o risco…) é que os programas são quase sempre oferecidos à adesão
pelos municípios e, neles, à adesão de professores, o que torna os efeitos quase
individuais, o que seria corrigido se os programas fossem estruturados visando à
melhoria dos professores de conjuntos de escolas ou até de toda uma rede, não só
daqueles que aderissem ao programa, em geral por interesse pessoal. O critério
da adesão pressupõe que o avanço na qualidade da educação seja uma questão
de opção, quando esse avanço é uma responsabilidade social.
65
UNIDADE 1 — LÍNGUA ESCRITA: HISTÓRIA, PROBLEMA E INVESTIGAÇÃO
66
TÓPICO 3 — A QUESTÃO DO ANALFABETISMO E A BUSCA POR SOLUÇÕES
FONTE: https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/alfabetizacao-letramento/
67
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
68
AUTOATIVIDADE
1 Analise o gráfico:
a) ( ) V-V-V-F
b) ( ) F-V-V-V
c) ( ) V-F-V-F
d) ( ) F-F-V-V
69
“EDUCAÇÃO BRASILEIRA PRECISA DE INVESTIMENTOS
70
Sobre os dados, afirma-se:
a) ( ) I e IV.
b) ( ) II e III.
c) ( ) II e IV somente.
d) ( ) I e III somente.
4 Leia o texto:
71
REFERÊNCIAS
ABALF, Associação Brasileira de Alfabetização. Carta Aberta do IV Congresso
Brasileiro de Alfabetização (IV Conbalf). Belo Horizonte, 2019. Disponível em:
https://bit.ly/39Yj7oE. Acesso em: 5 set. 2021.
72
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. PNA Política Na-
cional de Alfabetização/Secretaria de Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019.
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 5 ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1981.
73
MACIEL, F. I. P. História da alfabetização: perspectivas de análise. In: VEIGA,
C. G.; FONSECA, T. N. (org.). História e Historiografia da Educação no Brasil.
Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
74
SOARES, M. B. Alfabetização: a questão dos métodos. Belo Horizonte: Contex-
to, 2016.
75
76
UNIDADE 2 —
A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO:
ASPECTOS COGNITIVOS,
PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
77
• avaliar que o letramento é um processo que permeia todos os anos
de escolarização. Ele se amplia e se aprofunda de acordo com as
práticas sociais vivenciada pelos estudantes e se aprofunda com o
amadurecimento das funções cognitivas. Na verdade, ele acontece
durante toda a vida do sujeito e não é inerente apenas ao espaço escolar.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
78
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos que, ao contrário da oralidade,
uma habilidade natural e universal da humanidade e parte de seus atributos
biológicos, a capacidade de desenvolver a linguagem escrita é uma herança
cultural das sociedades letradas. Uma invenção da raça humana que requer
um ensino sistematizado e intencional, que modifica as estruturas cerebrais e
com implicações sociais e econômicas. Embora ler e escrever sejam processos
sistemáticos e culturalmente construídos, há mecanismos neurobiológicos que
permitem tal aprendizado.
79
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
DICAS
80
TÓPICO 1 — A LÍNGUA ESCRITA - PROCESSO COGNITIVO-CULTURAL
De acordo com Lent (2010), ainda que se saiba que todo o cérebro
participa por interior do movimento de aprender, os centros corticais envolvidos
diretamente no processo de aprendizagem da leitura e da escrita são o lobo frontal,
em uma região que coincide com a área de Broca; a junção pariento-temporal,
parcialmente coincidindo com a área de Wernicke; a junção occipito-temporal,
como você pode identificar na figura a seguir:
81
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
É certo, portanto, dizer, que a escrita é uma criação social, uma produção
cultural, que, por meio da aprendizagem, altera os arranjos e conexões neuronais
face à sua programação psicobiológica, ao contrário da língua falada, marca
genética da humanidade. Existem sociedades em que a língua escrita se faz
presente e em outras não, embora a oralidade seja uma marca de todas elas. A
linguagem escrita, como criação cultural, é intencionalmente transmitida por
meio do ensino, dessa forma, para aprender a ler e escrever, faz-se necessário
que a criança esteja inserida em uma sociedade letrada. O desenvolvimento das
capacidades de leitura e escrita não está relacionado somente as habilidades
individuais, mas sim condicionadas ao contexto social e educacional propício à
alfabetização (ZORZI, 2003).
82
TÓPICO 1 — A LÍNGUA ESCRITA - PROCESSO COGNITIVO-CULTURAL
83
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
aspecto dos estudos de Luria vai ao encontro do que Soares (2016) defende sobre
a relevância do letramento como faceta social e interacionista da alfabetização.
Para ilustrar esse pensamento, pense em uma criança que, mesmo sem saber ler e
escrever, manipula caderno e lápis e faz registros dizendo que está "estudando",
ao copiar o comportamento de irmãos mais velhos. Ou aquela que, pega uma
agenda e diz que vai anotar o aniversário de um coleguinha, ou uma lista de
compras, reproduzindo situações por ela vista dentro de casa. Nesse contexto,
considerando
84
TÓPICO 1 — A LÍNGUA ESCRITA - PROCESSO COGNITIVO-CULTURAL
85
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
86
TÓPICO 1 — A LÍNGUA ESCRITA - PROCESSO COGNITIVO-CULTURAL
87
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
ATENCAO
Construa na sala um cantinho de objetos em que a escrita é privilegiada, para ser parte das
brincadeiras dirigidas: celulares velhos, teclados de computador, livros, revistas, agendas,
folhetos de supermercado e outros. O professor pode criar situações de reflexão sobre a
escrita e atividades lúdicas nesse espaço diferenciado.
Solicite à família, que ao sair com a criança, chame sua a tenção para contextos, objetos
em que a escrita se faz presente: placas de trânsito, nomes de lojas, anúncios, cardápios,
endereços. A criança poderá compartilhar essas experiências na roda de conversa e registros
sobre as descobertas da turma podem ser feitos.
88
TÓPICO 1 — A LÍNGUA ESCRITA - PROCESSO COGNITIVO-CULTURAL
89
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
90
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V-F-V-F
b) ( ) F-V-V-F
c) ( ) V-F-F-V
d) ( ) F-V-V-V
a) ( ) Aprendizagem significativa
b) ( ) Plasticidade cerebral
c) ( ) Cognitividade
d) ( ) Função regenerativa
91
4 Os estudos de Vygostky e Luria sobre o desenvolvimento da linguagem e
mais especificamente, da linguagem escrita, nos ajudam a compreender o
pensamento infantil, face às interações sociais de leitura e escrita sob uma
perspectiva semiótica. De acordo com esses estudos, explique o conceito de
pré-história da escrita?
5 Luria descreveu dois estágios que podem ser observados quando a criança
desenvolve sua habilidade de escrever e as condições que a possibilitam
avançar nesses estágios, até compreender o sistema alfabético de escrita.
Identifique-os.
92
UNIDADE 2
TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
Trataremos agora do estudo de uma teoria que muito tem contribuído
para a compreensão de como o sujeito cognoscente avança em suas hipóteses de
escrita à medida que se alfabetiza. É bastante comum encontrarmos em livros e
textos acadêmicos em geral, a abordagem da Psicogênese da Língua Escrita unida
às discussões de métodos de alfabetização. No entanto, teóricos, pesquisadores e
especialistas em alfabetização consideram essa organização um tanto equivocada,
tendo em vista que Emília Ferreiro e Ana Teberosky, ao publicarem seu trabalho,
não propuseram um método, mas sim, ofertaram à comunidade acadêmica
e docente uma teoria escrita a partir de uma pesquisa científica no campo da
psicolinguística. Em face da grande validade da pesquisa, seus resultados têm
amparado a prática alfabetizadora de professores de diversos países.
Contudo, para Ferreiro (1994; 1995; 2001) esse não é o único conhecimento
que o alfabetizador deve aplicar para mediar satisfatoriamente um efetivo
processo de aprendizagem da língua escrita. Também é fundamental que ele
conheça sobre como se constrói o processo de ler e escrever. Essa psicolinguista
argentina, discípula de Jean Piaget, aprofundou o conhecimento que se tinha
sobre a aquisição da leitura e da escrita, ao lançar, com Ana Teberosky, o livro
Psicogênese da Língua Escrita (1979), em que descrevem os estágios pelos quais as
crianças passam até compreender o sistema alfabético de escrita e o aprendizado
de ler e escrever.
93
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
2 O DESENVOLVIMENTO PSICOLINGUÍSTICO DO
ALFABETIZANDO
Ao comparar teorias de Emilia Ferreiro e Alexander Luria, percebemos
que as duas linhas de pesquisa têm objetos de estudos diferentes. Nos estudos
de Luria, a escrita tem função mnemônica e comunicativa. Considerando que
as crianças pequenas não conseguem ainda fazer uso da função comunicativa
da escrita, resta apenas à mnemônica e comunicativa, embasando nas teorias
vygotskyanas. Emília Ferreiro se propõe a investigar a relação da criança com
a escrita por outra abordagem. Esta pesquisadora, "Não caracteriza como uma
técnica, mas sim como um objeto, um modo particular de existência no contexto
sociocultural. Quer saber que tipo de objeto é a escrita para a criança em processo
de desenvolvimento" (FERREIRO, 1994, p. 73).
94
TÓPICO 2 — TEORIA DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
95
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
uma combinação de letras forma sílabas, as quais são partes de uma palavra. A
construção de formas de diferenciação na escrita requer da criança um grande
esforço intelectual.
96
TÓPICO 2 — TEORIA DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
DICAS
E
IMPORTANT
O principal desafio para este nível é auxiliar os alunos a perceber que a escrita representa os
sons das falas, e não os objetos em si com suas características. Para tal, atividades de análise
fonológica, em que os alunos serão desafiados a perceber que palavras que começam
(aliteração) ou terminam com o mesmo som (rima) têm a tendência a ser escritas com o
mesmo grupo de sílabas ou letras. A exploração oral, mas, sobretudo, escrita de poemas,
trava-línguas, parlendas e outros textos que possibilitem a exploração de sons iniciais e
finais são bastante interessantes nesta fase.
O trabalho com palavras estáveis, como os nomes dos alunos da turma, também pode
auxiliar na percepção de que partes iguais se escrevem de forma semelhante, e partes
(sílabas ou letras) presentes no nome de um aluno também podem ser encontradas nos
97
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
nomes de outros colegas. Além das palavras estáveis, a exploração de textos conhecidos de
memória ajudará na construção da base alfabética, uma vez que, ao lerem textos de cor, as
crianças podem ajustar a pauta sonora à pauta escrita e, assim, podem perceber que eles
leem o que está grafado no papel (COUTINHO, 2005, p. 55).
Acadêmico, deixamos mais um vídeo para elucidar o seu trabalho com o aluno pré-
silábico em: https://www.youtube.com/watch?v=iY6DaLo1seo
DICAS
99
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
E
IMPORTANT
As atividades devem ajudar os alunos a refletir que a sílaba não é a menor unidade de uma
palavra e que ela é constituída de partes menores (os fonemas). Como os alunos já são
capazes de estabelecer vinculação sonora, uma boa atividade para auxiliá-los pode ser o
trabalho com escrita espontânea ou também por meio de ditados autoditado, propondo
que os alunos interpretem seus escritos.
Atividades de ditado e autoditado podem e devem ser feitas, desde que o professor tenha
clareza de quais objetivos possui com cada uma delas. O ditado pode ser uma grande fonte
de exploração da escrita, se após a realização dele o professor problematiza as respostas dos
alunos pedindo a eles que pensem sobre a forma convencional da escrita ou remetendo-
lhes (em caso de dúvida) apalavras cuja forma lhes é conhecida, como, por exemplo, a lista
dos nomes dos colegas.
O trabalho com o nome próprio, nome dos colegas e outras palavras estáveis ainda deve
ser feito, mas os desafios deverão ser maiores e diferentes dos propostos para os alunos do
nível pré-silábico. Agora, pela lista de nomes presentes na sala de aula, o professor pode
propor que os alunos escrevam outras palavras que possuamos mesmos “pedacinhos” que
aparecem nos nomes de colegas da sala, ou mesmo, usar os nomes das crianças para
ajudar os alunos aperceber que as palavras possuem números diferentes de sílabas, e que as
sílabas, por sua vez, possuem números de letras diferentes. Por exemplo, o nome Henrique
possui 3 sílabas e 8 letras. A nomeada também possui 3 sílabas, mas apenas 4 letras, embora
ambos tenham a mesma quantidade de sílabas. Reflexões como esta ajudamos alunos a
perceber que, dentro das sílabas, existem partes ainda menores.
As atividades de cruzadinhas são interessantes para as crianças deste nível de escrita, que
tenderão a escrever uma letra para cada sílaba da palavra. Como na atividade os “quadrinhos”
devem ser preenchidos por cada letra, haverá sobra de quadradinhos, o que levará a criança
a rever sua escrita (COUTINHO, 2005, p. 59-60).
Acadêmico, deixamos mais um vídeo para elucidar o seu trabalho com o aluno silábico.
100
TÓPICO 2 — TEORIA DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
Curioso notar que, na construção desse entendimento, muitas vezes ela faz
substituições de letras para formar as mesmas sílabas, seja em palavras diferentes
ou até mesmo na mesma palavra. Ferreiro (1985) denomina esse processo de
alternância grafofônica. Isso reflete um exercício cognitivo de enorme importância.
Requer uma reflexão metafonológica bem sofisticada.
DICAS
Isso quer dizer que, embora a criança tenha construído sua base alfabética
e assim, compreendido a lógica do sistema alfabético de escrita, ela ainda não
terminou sua jornada rumo à alfabetização plena. Para Morais (2012), a criança
alfabética
ao colocar uma letra para cada som, tal como pronuncia as palavras,
ela tende a pensar que seus problemas de escrita estão resolvidos. Esse
engano não pode atingir também os professores e elaboradores de
políticas de alfabetização. Sim, não podemos confundir "ter alcançado
uma hipótese alfabética de escrita" cm "estar alfabetizado". A passagem
da primeira condição à seguinte deverá ser, em nosso ponto de vista, o
resultado de um cuidadoso processo de ensino-aprendizagem, agora
não mais (ou principalmente) de aspectos conceituais do sistema
alfabético, mas, sim, das convenções som-grafia [...] (MORAIS, 2012,
p. 65).
102
TÓPICO 2 — TEORIA DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
UNI
103
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
E
IMPORTANT
O trabalho com os nomes próprios e palavras estáveis deve continuar (sobretudo para
os silábicos-alfabéticos), mas dessa vez como um suporte de apoio à escrita de novas
palavras e de reflexão sobre as regularidades da língua portuguesa, como, por exemplo,
os nomes Oto e Horácio que começam com o mesmo som inicial, mas por convenção,
são grafados de forma diferente. Reflexões sobre letras que assumem sons diferentes em
função da disposição que ocupam na palavra (como é o caso do S inicial e o do S entre
vogais) e sobre a existência de sons que necessitarão, em algumas situações, de um grupo
de letras para representá-lo (como o som do X na palavra CHUVA) precisam ser realizadas
sistematicamente (COUTINHO, 2005, p. 62-63).
Acadêmico, esses dois vídeos oferecem estratégias para o seu trabalho com o aluno
silábico-alfabético e alfabético:
(1) https://www.youtube.com/watch?v=rKyWu2Lnkpc
(2) https://www.youtube.com/watch?v=8f02C7Ja4tU
104
TÓPICO 2 — TEORIA DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As hipóteses que a criança elabora enquanto se alfabetiza não devem ser vistas
como erros, mas sim, rica demonstração de como ela apreende o sistema de
escrita alfabética
107
AUTOATIVIDADE
1 Segundo Ferreiro (1992, p.31), "não se aprende um fonema, nem uma sílaba,
nem uma palavra por vez, também a aprendizagem da língua escrita não é
um processo cumulativo simples, unidade por unidade, mas organização,
desestruturação e reestruturação contínua". Sobre a teoria da psicogênese
da língua escrita afirma-se:
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III somente.
c) ( ) II, III e IV.
d) ( ) I, III e IV.
a) ( ) Pré-silábica
b) ( ) Silábica
c) ( ) Silábica-alfabética
d) ( ) Alfabética
108
4 Acerca de dos estudos de Alexander Luria e Emília Ferreiro, Azenha (1996,
p. 19) considera que " a existência de um percurso prévio à escolarização é o
que define uma pré-história em relação à aprendizagem escolar da escrita.
Essa contribuição dos dois autores é revolucionária em relação ao ensino
da escrita [...]". Diferencie os estudos dos dois autores dentro do tema
aprendizagem da língua escrita:
109
110
UNIDADE 2
TÓPICO 3 —
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO -
PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, ao longo dos milhares de anos de sua história o homem tem
criado invenções que vêm transformando significativamente sua maneira de
viver no decorrer das eras. Contudo, nenhuma delas modificou mais sua forma
de comunicar, de registrar e compartilhar conhecimento do que a invenção da
escrita.
Defensora das ideias de Paulo Freire, na década de 1980, por meio das
pesquisas de Magda Becker Soares a comunidade acadêmica e docente brasileira
começou a debater o conceito de letramento e suas implicações no ensino e na
aprendizagem da língua escrita. Acadêmico, chamamos sua atenção para a
enorme riqueza e relevância dessa faceta da alfabetização, que abrange questões
sociais e interativas.
DICAS
111
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
DICAS
Indicamos que você assista a palestra dada pela professora Magda Soares,
no ano de 1997, quando o conceito de letramento começava a ser compreendido nas
universidades brasileiras. Você verá como esse movimento começou e desenvolverá uma
visão holística das implicações desse entendimento que se estende aos dias atuais de nossa
formação e alfabetização dos estudantes do país.
114
TÓPICO 3 — ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS
NOTA
115
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
116
TÓPICO 3 — ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS
UNI
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
FONTE: https://bit.ly/3lbDYvc.
117
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
E
IMPORTANT
CORRESPONDÊNCIA GRAFOFONÊMICA
FONTE: https://bit.ly/3mj5MNo.
118
TÓPICO 3 — ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS
119
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
LEITURA COMPLEMENTAR 1
A rima foi uma forma divertida e prazerosa que encontrei para trabalhar a
escrita, leitura e reflexão de palavras (som inicial/final/medial). Isto nos permitiu
criar e recriar textos, tais como o trabalho com o poema Perguntas e respostas
cretinas, de Elias José, em que produzimos, coletivamente, um outro poema,
baseado naquele, só que utilizando os nomes dos colegas da sala.
RAQUEL JAQUELINE
PASTEL BIQUINE
–
RITA TACIANA
FITA BANANA
Depois, levantei uma proposta: “Que tal criarmos um outro poema com
os nossos nomes?”. Todos concordaram. Então iniciei, escrevendo no quadro:
“Você conhece a Taciana?” Eles concluíram: “Aquela que comeu banana?”
120
TÓPICO 3 — ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS
Eles achavam o máximo quando eu dizia que eles tinham que ensinar a
escrever as palavras. Eu pedia então que fossem me dizendo as letras com que eu
devia escrever aquelas palavras, que eles tinham descoberto como rimas de seus
nomes.
Não fiz isso com todas as palavras do texto, mas só com as que rimavam,
para que a atividade não ficasse cansativa e acabasse se tornando desestimulante.
Esta atividade foi muito prazerosa para a turma e até hoje eles brincam na
hora que faço a chamada.
...
121
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
palavras orais em objetos, estáveis, opacos, para os quais podemos dirigir nossa
reflexão “sem que desapareçam”, é fator primordial para que possamos começar
a observar a dimensão sonora delas (tamanho, características sonoras etc.).
É claro que, noutras aulas, tudo isso era feito com outras palavras que
não eram os nomes das crianças. Embora não tenha se alongado na parte final de
seu relato, a professora mencionou a realização de várias atividades semelhantes,
usando parlendas, cantigas de roda, trava-línguas, etc.
122
TÓPICO 3 — ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - PROCESSOS INDISSOCIÁVEIS
Concluindo...
123
UNIDADE 2 — A CIÊNCIA DA ALFABETIZAÇÃO: ASPECTOS COGNITIVOS, PEDAGÓGICOS E SOCIOCULTURAIS
LEITURA COMPLEMENTAR 2
– O que é que tem dentro da caixa? (havia uma boneca) Cada aluno tentou
adivinhar e depois foi dito para cada um olhar e não dizer, nem mostrar para o
coleguinha. Depois, disseram e descreveram a boneca.
124
A palavra BONECA foi escrita no quadro e foram feitas perguntas:
125
A compreensão desse princípio de igualação também é promovida quando
comparamos palavras que têm semelhanças sonoras e gráficas. Célia Ferreira de
Arruda mostra-nos como fez isso em uma turma de 24 alunos de quatro anos da
Escola Municipal Claudino Leal, em Olinda-PE.
Essas comparações tanto podem ser feitas entre palavras que apresentam
semelhanças em uma ou mais sílabas, quanto entre as palavras que se diferenciam
por uma letra.
126
Situações didáticas em pequenos grupos
127
1) Ditado cantado
128
As atividades de familiarização com as letras são muito importantes para
as crianças que não apresentam bom repertório desses símbolos, não conseguem
nomeá-las ou escrevem com rabiscos ou letras mal definidas. O objetivo é o de
fazer com que elas percebam que são esses símbolos que usamos para escrever
e que comecem a reconhece-los. Essa era uma informação que Niedja queria
naquele momento veicular. Mas outro tipo de informação diferente desse, também
desejado pela professora, era o de que os alunos percebessem a vinculação decerta
letra a determinado valor sonoro. Os dois tipos de informação são descritos por
Teberosky e Ribera (2004, p. 66):
A última tarefa descrita por Niedja parece ser mais apropriada para alunos
da hipótese alfabética ou silábico-alfabética (se pensarmos nela sem a ação direta
do(a) professor(a)). Os alunos precisavam ler os trechos (falas dos personagens,
para identificar ou escrever os nomes desses personagens). Como eram histórias
diferentes e eles não tinham muitas pistas além das gráficas, ficava difícil (mas
não impossível) para alunos que não estivessem na hipótese alfabética.
129
da escrita alfabética, que os alunos compartilhem a tarefa com colegas que
não deem prontas as respostas que eles estão precisando construir. Ou seja, é
fundamental que eles possam vivenciar o conflito e que tenham um problema
para resolver, junto com aqueles que, embora tenham conhecimentos diferentes
dos que eles tenham, não possuam, ainda, a resposta para o problema sobre o
qual eles precisam pensar.
130
De modo similar ao que exemplificamos acima, podemos pensarem
atividades de compreensão de textos, em que alguns alunos que já estão mais
avançados na alfabetização leem para os colegas e juntos realizam as tarefas
propostas a partir da leitura.
Nesses casos, a passagem do(a) professor(a) pelas duplas não ocorre com
tanta frequência quanto no momento em que estão em grupo. No entanto, quando
ele passa por uma dupla, tem mais condições de entender a lógica utilizada pelo
aluno e intervir de modo mais direto, ajudando-o a pensar sobre sua própria
hipótese.
131
O relato da professora Maria Alice Viana da Silva, da Escola Municipal
Mário Covas, da Rede Municipal de Teresina-PI, exemplifica tal tipo de
organização da turma. No primeiro momento da aula foi colocado, como forma
de acolher os alunos, um CD com músicas folclóricas brasileiras: as cantigas de
roda. Enquanto isso, os alunos iam se acomodando. Após o momento de acolhida,
eu chamei a atenção dos alunos para as músicas que eles estavam ouvindo e que
dentre elas estavam aquelas selecionadas previamente pela turma numa lista de
dez cantigas de roda, que culminariam em um livro montado por eles ao final
do projeto. Isso era de conhecimento dos alunos. Após essa retomada, coloquei
a música “O cravo e a rosa” para eles ouvirem. Eles ouviram e cantaram até se
familiarizarem com a letra.
132
pistas para realizar a tarefa, pode ser preciosa para que os alunos ultrapassem
obstáculos e sintam o cuidado do(a) professor(a) para com eles. Muitas tarefas
individuais com os nomes das crianças também podem ser valiosas para levá-los
a construir suas primeiras palavras estáveis, assim como tarefas do livro didático,
acompanhadas pelos(as) professores(as).
Essa tarefa, principalmente para os alunos que ainda não tenham percebido
que nosso foco de atenção na atividade de escrita se volta para a pauta sonora e
não para os significados das palavras, é fundamental. Desenvolver a consciência
fonológica, como foi discutido por Artur Morais e Tânia Rios, é essencial para
ajudarmos as crianças no processo de alfabetização.
FONTE: LEAL, T. V. Fazendo acontecer: o ensino da escrita alfabética na escola. In: MORAIS, A. G;
ALBUQUERQUE, E. B. C; LEAL, T. F. Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética.
Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 92-108.
133
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
134
• Alfabetizar considerando tanto a faceta linguística quanto a social e a interativa
(letramento) tornará o espaço da sala de aula um ambiente alfabetizador
significativo e produtivo para a criança, capaz de minimizar, no que diz
respeito à responsabilidade da escola, os efeitos da desigualdade social no
alfabetismo brasileiro.
CHAMADA
135
AUTOATIVIDADE
1 Ensinar a criança a ler e a escrever, sem, contudo, tornar essa prática mecânica
e separada de suas funções sociais é um trabalho que requer do docente
muito esforço e empenho. Sobre a faceta linguística da alfabetização, todas
as afirmações são verdadeiras, exceto:
a) ( ) Grafema
b) ( ) Letra
c) ( ) Fonema
d) ( ) Símbolo alfabético
a) ( ) Grafema
b) ( ) Letra
c) ( ) Fonema
d) ( ) Símbolo alfabético
136
5 Para Soares (1998, p. 47), "Alfabetização é o processo pelo qual se adquire
[...] o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte
e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da
escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como:
capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos". Diante
desse pensamento explique a expressão: alfabetizar-letrando.
137
REFERÊNCIAS
FERREIRO, E. Alfabetização e cultura escrita. Disponível em: http://novaesco-
la.abril.com.br/index.htm?ed/162_mai03/html/falamestre. Acesso em: 15 maio
2021.
138
SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: autênti-
ca, 1998.
139
140
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
141
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
142
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico(a), certamente você já ouviu falar sobre a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), principalmente nas escolas, nos debates e reuniões,
na mídia e nas redes sociais em geral, mas você conhece e já estudou a BNCC?
Sabe como ela foi organizada? Quais são suas propostas de currículo para a
educação brasileira? É nesse viés que nos propomos discutir nesse tópico a
Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular – BNCC, possibilitando a
compreensão sobre o que a Base propõe para educação infantil.
143
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
144
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
145
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
146
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
147
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
148
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
149
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Vamos lá?
150
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
151
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
152
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
153
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
154
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
155
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
157
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
158
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
Sob esse ângulo, Vygotsky (2014, p.13) anuncia que “quanto mais o sujeito
ouvir e experimentar, quanto mais aprender e assimilar, quanto mais elementos da
realidade tiver a sua disposição na sua experiência, mais importante e produtiva
será sua atividade imaginativa.” Assim, considera-se a ampliação das vivências
uma condição essencial para a aprendizagem na educação infantil.
159
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
160
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
UNI
161
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Trecho extraído do documento Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018, p.42)
UNI
IDADE: Bebês (de 0 a 1 ano e 6 meses) e crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)
APRENDIZADOS
162
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
Acompanhei as crianças até o ambiente externo e cada criança escolheu dentre os ele-
mentos da natureza aquilo que mais encantou, socializamos na roda de conversa, cada
criança verbalizou o que e por que de ter escolhido aquele elemento da natureza, depois
contamos, classificamos, seriamos e ordenamos os elementos e no final as crianças pu-
deram exercer seu poder de criação e transformação tendo suas intervenções criativas,
atribuindo significados particulares aos elementos, os gravetos viraram microfones, vara
de pescar, espada, colher de pau, vassouras, bengalas, canetas.
Viviane Graciele de Araújo Valério, EMEI Alfredo Rodrigues, São Caetano do Sul (SP)
APRENDIZADOS
163
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Por sua vez, as creches e pré-escolas deverão “no prazo de três anos, a contar
da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino” (BRASIL,
1996). Considerando a LDBEN, a BNCC integra o rol de documentos oficiais para
a Educação Infantil. Esta estrutura-se em alguns conceitos que os precedentes
documentos já apresentavam, como por exemplo, o conceito de criança exposto
nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI). Em ambos
os documentos a criança é tomada como:
164
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
165
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Além disso, o convívio com diversos gêneros faz com que as crianças se
apropriem desses textos e sejam capazes de criar oralmente histórias que lembrem
seus livros literários favoritos ou ditar legendas informativas para seus desenhos
pareçam com as de revistas e livros científicos.
166
TÓPICO 1 — ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE DIZ A BNCC?
brincar de detetive?" e "Quais são os animais que vivem no mar?" são algumas
das questões levantadas por ela, que registra em um cartaz as respostas. Em
seguida, vale incentivar que eles relacionem as letras das palavras com as letras
dos próprios nomes. "Eles olham o crachá e apontam o que têm em comum entre
os termos", explica.
167
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Como abordar
168
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
169
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Conhecimento.
b) ( ) Empatia e Cooperação.
c) ( ) Cultura Digital.
d) ( ) Autoconhecimento e Autocuidado.
e) ( ) Responsabilidade e Cidadania.
170
( ) O nível de desenvolvimento real indica o desenvolvimento já alcançado
pela criança.
( ) O nível de desenvolvimento potencial é o conjunto de atividades que a
criança realiza com a ajuda de alguém mais experiente, que possa lhe dar
orientações.
( ) A distância entre esses níveis permite ao professor pontuar o nível
potencial apresentado pela criança e, então, reorganizar suas ações
pedagógicas, para que o aluno avance do nível potencial para o real.
a) ( ) V - V - V.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - F - V.
d) ( ) V - V - F.
171
172
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
Iniciamos este tópico com alguns questionamentos:
Quanto tempo é necessário para alfabetizar?
Qual a melhor maneira de ensinar a ler e a escrever?
O que significa, no fim das contas, estar alfabetizado?
Vamos lá?
173
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
174
TÓPICO 2 — A BNCC E A ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
175
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
A linguagem por sua vez é composta por signos. Sobre a linguagem, cabe
destacar que esta se caracteriza como um importante signo mediador, uma vez
que possibilita a organização do pensamento em categorias conceituais.
176
TÓPICO 2 — A BNCC E A ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
UNI
A ÁREA DE LINGUAGENS
177
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
estudantes. Essa dimensão analítica é proposta não como fim, mas como meio para a
compreensão dos modos de se expressar e de participar no mundo, constituindo práticas
mais sistematizadas de formulação de questionamentos, seleção, organização, análise
e apresentação de descobertas e conclusões. Considerando esses pressupostos, e em
articulação com as competências gerais da Educação Básica, a área de Linguagens deve
garantir aos alunos o desenvolvimento de competências específicas (BRASIL, 2018, p. 63-
64).
UNI
179
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Alfabetização explícita
181
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
182
TÓPICO 2 — A BNCC E A ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
183
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Conheça abaixo cada um dos quatro campos de atuação que devem ser
contemplados durante a alfabetização inicial e como trabalhá-los.
184
TÓPICO 2 — A BNCC E A ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
- Leitura/escuta
- Escrita
- Oralidade
- Análise linguística/semiótica
185
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Oralidade
A inclusão desse eixo reforça que o oral também é objeto de estudo, algo
que já estava nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O documento
reconhece que a aprendizagem das características discursivas e das estratégias de
fala e escuta ocorre por meio do uso, da interação com o outro. Nos anos iniciais, o
objetivo é aprofundar as experiências iniciadas na Educação Infantil e na família.
O professor deve promover discussões com intencionalidade para além da
tradicional roda de conversa. Pode ser uma exposição oral sobre um estudo que
estão fazendo ou a argumentação para definir uma regra de convivência. Neste
último caso, o docente pode formular questões, tais como: pode trazer espada
para a sala de aula no dia do brinquedo? Em todas as situações, as interações não
precisam ficar apenas entre aluno e professor. Dá para estimular as crianças a
escutar, prestar atenção e comentar o que o colega falou.
187
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
188
TÓPICO 2 — A BNCC E A ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Para trazer mais dinamismo ao aprendizado nessa fase tão rica da vida
escolar da criança, elaboramos algumas dicas para você usar em sala de aula.
189
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
190
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A linguagem por sua vez é composta por signos. Sobre a linguagem, cabe
destacar que está se caracteriza como um importante signo mediador, uma
vez que possibilita a organização do pensamento em categorias conceituais.
• De acordo com a BNCC (2018) nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental,
a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de oferecer
amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita
alfabética, associando as práticas diversas de letramento.
191
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V - V - V.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - F - V.
d) ( ) V - V - F.
I- Oralidade
II- Análise Linguística/Semiótica
III- Leitura/escuta
IV- Produção de textos
192
( ) Sistematiza-se a alfabetização, particularmente nos dois primeiros
anos, e desenvolvem-se, ao longo dos três anos seguintes, a observação
das regularidades e a análise do funcionamento da língua e de outras
linguagens e seus efeitos nos discursos.
( ) Será aprofundado o conhecimento e o uso da língua oral, as características
de interações discursivas e as estratégias de fala e escuta em intercâmbios
orais.
( ) Amplia-se o letramento, por meio da progressiva incorporação de
estratégias de leitura em textos de nível de complexidade crescente.
a) ( ) IV - II - I - III.
b) ( ) I - II - III - IV.
c) ( ) III -II - I - IV.
d) ( ) II - III - IV - I.
I- Vida Cotidiana
II- Artístico-literário
III- Estudo e pesquisa
IV- Vida pública
a) ( ) IV - I - III - II.
b) ( ) I - II - III - IV.
c) ( ) III - II - I - IV.
d) ( ) II - III - IV - I.
193
4 A alfabetização constitui-se em um percurso longo e complexo, que se dá
na relação desenvolvida pelo professor compreendido como o mediador
do processo de aprendizagem.
Assim, esta necessita ser vista como um processo articulado com o
letramento, pois o ato de ler e escrever são fenômenos sociais, estruturados
coletivamente, os quais se complementam concomitantemente, tornando-
se um conhecimento transversal. Mediante o anunciado a BNCC (2018)
define as capacidades/habilidades envolvidas na alfabetização como sendo
capacidades de (de)codificação. Disserte sobre capacidades/habilidades
que envolvem a alfabetização na BNCC.
194
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
1 INTRODUÇÃO
A cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas na
sociedade contemporânea. Em decorrência do avanço e da multiplicação das
tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior
disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins. Frente a este
contexto a BNCC destaca também o letramento digital, pois as novas práticas de
linguagem contemporâneas abrem um leque de novas possibilidades de acesso e
produção.
Vamos lá?
Nativo digital
O termo foi criado pelo norte-americano Marc Prensky e faz referência aos
nascidos e crescidos com as tecnologias digitais presentes em sua vivência.
195
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
196
TÓPICO 3 — CULTURA DIGITAL NA BNCC E OS DESAFIOS PARA A ALFABETIZAÇÃO
É preciso deixar claro que não se trata de usar as tecnologias a qualquer custo
ou de qualquer jeito, “mas de acompanhar, consciente e deliberadamente, uma
mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais,
as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo,
os papéis de professor e do aluno” (LEVY, 2010, p. 174).
197
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Ainda em relação à diversidade cultural, cabe dizer que se estima que mais
de 250 línguas são faladas no país – indígenas, de imigração, de sinais, crioulas
e afro-brasileiras, além do português e de suas variedades. Esse patrimônio
cultural e linguístico é desconhecido por grande parte da população brasileira.
No Brasil com a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, oficializou-se também a
Língua Brasileira de Sinais (Libras), tornando possível, em âmbito nacional,
realizar discussões relacionadas à necessidade do respeito às particularidades
linguísticas da comunidade surda e do uso dessa língua nos ambientes escolares.
Assim, é relevante no espaço escolar conhecer e valorizar as realidades nacionais e
internacionais da diversidade linguística e analisar diferentes situações e atitudes
humanas implicadas nos usos linguísticos, como o preconceito linguístico. Por
outro lado, existem muitas línguas ameaçadas de extinção no país e no mundo,
o que nos chama a atenção para a correlação entre repertórios culturais e
linguísticos, pois o desaparecimento de uma língua impacta significativamente a
cultura (BRASIL, 2018).
200
TÓPICO 3 — CULTURA DIGITAL NA BNCC E OS DESAFIOS PARA A ALFABETIZAÇÃO
201
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
202
TÓPICO 3 — CULTURA DIGITAL NA BNCC E OS DESAFIOS PARA A ALFABETIZAÇÃO
UNI
Blogs: é um gênero textual digital veiculado na internet que serve como meio
de comunicação virtual. O termo é uma abreviação da palavra inglesa “weblog” que surge
da união dos vocábulos “web” (teia) e “log” (diário de bordo). Para trabalhar com este gêne-
ro é possível criar um especifico que contenham a multimodalidade, ao integrar foto, texto
e vídeo. Entre os programas se destacam o Wordpress, Tumblr, Blogger, todos gratuitos.
Meme/charge digital: o gênero atrai muitos os jovens, pela forma irreverente. O termo é
bastante conhecido e utilizado no "mundo da internet", referindo-se ao fenômeno de "vi-
ralização" de uma informação. Ou seja: qualquer vídeo, imagem, frase, ideia, música,
que se espalhe entre vários usuários rapidamente, alcançando muita popularidade e
pode ser criado a partir de ferramentas gratuitas e intuitivas como o Canvas e o meme
mania.
Vídeo-minuto: os alunos se identificam muito com este gênero, pela possibilidade de in-
ternalizar e oralizar acontecimentos. Além dos programas disponíveis como aplicativo de
celular, também é possível trabalhar no computador com o Windows moviemaker, que é
bem simples e intuitivo e possui ferramenta de edição.
Fanfic: é um gênero voltado para leitura e escrita de histórias. Para tornar mais prazeroso
o trabalho com fanfics, é possível usar o playfic, que é um site com uma programação
simples. Ele possibilita o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, em que o
usuário pode criar sua narrativa e possibilitar que os leitores escolham o final da história.
203
UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
4 LETRAMENTO DIGITAL
Acadêmico(a), você já ouviu falar no termo letramento digital? O
letramento digital na Educação está relacionado com o conhecimento necessário
para saber como usar os recursos tecnológicos e da escrita no meio digital e
participar de maneira crítica e ética das práticas sociais da cultura digital.
204
TÓPICO 3 — CULTURA DIGITAL NA BNCC E OS DESAFIOS PARA A ALFABETIZAÇÃO
Soares (2002) define letramento digital como certo estado ou condição que
adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de
leitura e de escrita na tela, diferentes do estado ou condição – do letramento – dos
que exercem práticas de leitura e de escrita no papel (SOARES, 2002, p. 151).
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UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
LEITURA COMPLEMENTAR
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TÓPICO 3 — CULTURA DIGITAL NA BNCC E OS DESAFIOS PARA A ALFABETIZAÇÃO
Em outras palavras:
escolas não devem, não podem e não querem ficar de fora desse novo mundo de
possibilidades” (COSCARELLI; RIBEIRO, 2007, p. 8), já que esses gêneros nos
propiciam uma “interação altamente participativa” (MARCUSCHI, 2002, p. 4).
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TÓPICO 3 — CULTURA DIGITAL NA BNCC E OS DESAFIOS PARA A ALFABETIZAÇÃO
Conforme a BNCC:
Considerações Finais
Desse modo, fica evidente que a BNCC além de privilegiar o estudo dessa
nova forma de linguagem, o qual organiza-se de forma híbrida, permeando todas
as áreas de conhecimento e anos escolares, prevê um estudo dos gêneros digitais
de forma contextualizada, já que as condições de produção desses gêneros não se
desvencilham das práticas que objetivam o letramento no campo digital
Fonte: https://www.anais.ueg.br/index.php/cepe/article/view/12360
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UNIDADE 3 — A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA ERA DIGITAL
Compartilhe sempre
Realize oficinas e feiras culturais, para que os alunos tenham oportunidade
de oralizar suas produções e trocar opiniões com outros estudantes. Outra
maneira de levar esse conteúdo a mais pessoas é compartilhar as produções em
eventos, como festivais de vídeos, plataformas como a plataforma digital do
Museu da Pessoa e realizar intercâmbios entre escolas e ou salas/séries diferentes.
Experiências como essas aguçam a criatividade e a inventividade e fazem com
que os estudantes vivenciem na prática a cultura digital.
212
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
213
AUTOATIVIDADE
I- Pensamento computacional
II- Mundo digital
III- Cultura digital
a) ( ) II - I - III.
b) ( ) I - II - III.
c) ( ) III - I - II.
d) ( ) II - III - I.
214
Sobre as características dos “nativos digitais”, analise as sentenças a seguir:
216
REFERÊNCIAS
BARBOSA, R. M. F. A alfabetização na base nacional comum curricular: con-
cepção e habilidades. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/
bitstream/123456789/2394/1/CB%20Monografia%20Rebeca%20Melisande%20
Fernandes%20Barbosa%20%284%29.pdf. Acesso em: 20 ago. 2021.
LEMOS, A. Cultura das redes: ciberensaios para o século XXI. Salvador: EDU-
FBA, 2002.
217
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia
digital. São Paulo: USP, 2002.
218