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INCLUSÃO E LEGISLAÇÕES

Prof. Adamir Assis


Discutindo legislações
1989 – Lei 7.853 – Crime exclusão de PCD´s
1994 – Declaração de Salamanca
1996 – LDB
2008 – PNE Lei 10.172
2009 – Diretrizes AEE
2012 – Política Nacional Proteção TEA Lei 12.764
2015 – Estatuto PCD Lei 13146
2020 – Política Nacional de Educação Especial DECRETO Nº 10.502
2020 – Educação Especial na rede Estadual Nº 4256
Declaração de Salamanca - 1994
A Conferência Mundial de Educação Especial, que aconteceu
na cidade de Salamanca, na Espanha, em 1994, reuniu
representantes de 88 governos e 25 organizações
internacionais. A conferência teve como objetivo principal
discutir as necessidades e as possíveis providências a serem
tomadas com o intuito de oferecer educação especial inclusiva
nos vários países participantes.

A declaração de Salamanca e a influência na educação brasileira - YouTube


Declaração de Salamanca
A declaração proclama que:
- Toda criança tem direito fundamental à educação e lhe deve ser dada a
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.
- Toda criança possui características, interesses, habilidades e
necessidades de aprendizagem únicas.
- Sistemas educacionais devem ser designados e programas educacionais
devem ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta
diversidade de tais características e necessidades. „
Declaração de Salamanca
- Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso à escola regular, que deve acomodá-los em uma
pedagogia centrada na criança e capaz de satisfazer a tais
necessidades. „
- Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva
constituem os meios mais eficazes de combater atitudes
discriminatórias.
Declaração de Salamanca
O encaminhamento de crianças a escolas especiais ou a classes ou
sessões especiais dentro da escola em caráter permanente deveria
constituir exceções. Essa solução deveria ser recomendada
somente naqueles casos em que fique claramente demonstrado
que a educação na classe regular é incapaz de atender às
necessidades educacionais ou sociais da criança, ou quando esteja
em jogo o bem-estar da criança em questão ou das outras.
Declaração de Salamanca
A preparação apropriada de todos os educadores constitui um fator-chave
na promoção de progresso, no sentido do estabelecimento de escolas
inclusivas. Além disso, a importância do recrutamento de professores

que possam servir como modelo para crianças com deficiências


torna-se cada vez mais reconhecida. Isso ocorre pois a oportunidade de
interagir com adultos com deficiências que tenham obtido sucesso pode
auxiliar os alunos a formar um padrão para seus próprios estilos de vida e
aspirações, com base em expectativas realistas.
Declaração de Salamanca

A educação especial assume que as diferenças humanas são


normais e que a aprendizagem deve ser adaptada às
necessidades da criança. Portanto, não se deve adaptar a criança
às ideias preconcebidas a respeito do ritmo e da natureza do
processo de aprendizagem. Assim, se reduz a taxa de desistência
e repetência escolar e, ao mesmo tempo, se garante índices
médios mais altos de rendimento escolar.
Declaração de Salamanca
- O treinamento especializado em educação especial deveria ser
integrado com ou precedido de treinamento e experiência como uma
forma regular de formação de professores.
- A Educação de crianças com necessidades educacionais especiais é
uma tarefa a ser dividida entre pais e profissionais, pois aqueles
necessitam de apoio para que possam assumir seus papéis de pais.
Declaração de Salamanca
- O envolvimento comunitário deveria ser buscado no sentido de suplementar
atividades na escola, de prover auxílio na concretização de deveres de casa e de
compensar a falta de apoio da família.
- A mídia possui papel fundamental na promoção de atitudes positivas frente à
integração de pessoas com deficiência na sociedade. Ela deve contribuir para a
superação de preconceitos e má informação e difundir com mais otimismo e
imaginação as capacidades das pessoas portadoras de deficiência.
Resolução 04-2009 - AEE
O projeto pedagógico da instituição escolar de ensino regular deve conter,
obrigatoriamente, a proposta do AEE em sua estrutura organizacional, oferecendo as
seguintes opções:
- Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos,
recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;
- Matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de
outra escola;
- Cronograma de atendimento aos alunos;
- Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos,
definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;
- Professores para o exercício da docência do AEE;
- Outros profissionais da educação e rede de apoio.
Resolução 04-2009 - AEE
O Atendimento Educacional Especializado tem como função
complementar ou suplementar a formação do aluno por
meio da disponibilização de serviços, recursos de
acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para a
sua plena participação na sociedade e no desenvolvimento
de sua aprendizagem (BRASIL, 2009).
Resolução 04-2009 - AEE

É necessário que você questione os espaços, as


práticas e os acessos, e faça uma reflexão que
possibilite reinventar os lugares, as ideias, as
maneiras de fazer educação inclusiva, reafirmando
as legislações e não contribuindo para a reprodução
de uma ordem desigual e injusta.
Resolução 04-2009 - AEE
O público-alvo do Atendimento Educacional Especializado.
- Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, intelectual, mental ou sensorial.
- Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam
um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento
nas relações sociais e na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa
definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett,
transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra
especificação.
- Alunos com altas habilidades/superdotação:
Resolução 04-2009 - AEE
Considerando as legislações que garantem o direito das
pessoas com necessidades especiais e legitimam o
Atendimento Educacional Especializado, de que forma a
escola, como cumpridora de suas funções sociais, deve se
planejar para orientar e combater as práticas de
discriminação?
Os direitos da pessoa com deficiência

Trabalho

Transporte
Educação
5% vagas
Univers.
Isenção
impostos
(IPVA e IPI)
Os direitos da pessoa com deficiência
De acordo com o art. 8o da Lei no. 7.853/1989 (BRASIL, 1989), será
punido com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa:
a) quem recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a
matrícula de aluno com deficiência;
b) impedir o acesso de pessoa com deficiência a qualquer cargo público;
c) negar trabalho ou emprego ao deficiente;
d) recusar, retardar, diminuir ou dificultar a internação hospitalar ou
deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatorial, quando
possível à pessoa com deficiência.
As bases para o apoio, a proteção e as
intervenções referentes à educação especial e
ao processo de inclusão escolar das pessoas
com deficiências podem ser alinhadas à ideia
de que somos únicos em nossas diferenças e
diversidades, mas devemos ter igualdade de
direitos, de oportunidades e de acessibilidade.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) postula sobre o direito da
criança e do adolescente de ter acesso à educação, de estar em uma
instituição escolar e em uma sala de aula, ou seja, é um direito que emerge
do fato de eles serem, acima de tudo, cidadãos (BRASIL, 1990).
De certo modo, o espaço escolar nos dá a oportunidade de sermos sujeitos
e agentes de nossa história.

As práticas na escola devem ser multifuncionais, abrangentes,


adaptadas e acessíveis a todos. A exclusão deve ser banida da
estrutura e dos projetos escolares.
De maneira geral, faz-se urgente que as leis sejam
mais bem explicitadas e ganhem mais força e
visibilidade.

Muito se tem conquistado, mas há ainda


muito a se fazer!
Objetivos da Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
Garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares.

1. Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior


2. Atendimento Educacional Especializado (AEE):
3. Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino:
4. Formação de professores para o atendimento educacional especializado e dos demais
profissionais da educação para a inclusão escolar
5. Participação da família e da comunidade:
6. Acessibilidade urbanística e arquitetônica nos mobiliários e equipamentos, nos transportes,
na comunicação e na informação:
7. Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas
Como incluir a pessoa com deficiência?
Como incluir a pessoa com deficiência?

É necessário que as necessidades das pessoas


com deficiência sejam percebidas para que a
inclusão ocorra de fato na educação, na saúde,
na locomoção, no esporte, na cultura, no lazer,
na religião e em tantos outros contextos.
Como incluir a pessoa com deficiência?
A inclusão ocorre não apenas nas placas indicativas em filas preferenciais, mas por meio de
ações que contribuem de fato para o reconhecimento das pessoas com deficiência, como:
1. o ensino de Libras para todos, independentemente do curso ou da vivência, para que essa
língua seja disseminada no Brasil, tendo em vista que é a segunda língua oficial do País (BRASIL,
2002);
2. o uso de piso tátil e de placas indicativas, de semáforo sonoro, materiais e móveis em braile
para os cegos;
3. o uso da comunicação alternativa para todas as pessoas com deficiência intelectual e TEA;
4. a adaptação da arquitetura dos imóveis, dos carros, dos transportes públicos e das calçadas
para as pessoas com deficiência física.

Para que os direitos das pessoas com deficiência sejam garantidos, é necessário que o
preconceito e a discriminação sejam continuadamente descontruídos e combatidos
Como incluir a pessoa com deficiência?
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)

A inclusão na vida cultural, acadêmica, profissional e


política, para muitos será possível apenas se ao
educando for garantido o direito de ter
atendimento educacional especializado no período
em que este atendimento é requerido em função de
suas demandas específicas.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)
Os primeiros anos de vida são cruciais para o
desenvolvimento neural, e, para algumas crianças, o
atendimento precoce em classe ou escola
especializada pode favorecer o sucesso no processo
de inclusão nos anos seguintes e essa oportunidade
pode ser perdida se for enfatizada apenas a inclusão
na sala de aula comum desde o início da
escolarização da criança.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)

Estar incluído numa sala comum inclusiva sem ter as


condições de acompanhar o currículo pode
representar uma forma de exclusão, seja no próprio
contexto de escolarização, seja mais tarde, ao longo
da existência.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)
A inclusão radical torna-se prejudicial
especialmente para os indivíduos com graus mais
severos de impedimentos de longo prazo de
natureza intelectual, isso porque eles continuam a
vivenciar experiências segregadoras no processo
educacional.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)
Há um embate de ideias, concepções e práticas no
âmbito mundial e não apenas no Brasil. De um lado,
estão os defensores da educação especial e, de outro,
os defensores da educação inclusiva, como se
realmente fossem coisas diferentes.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)
Não é demais ressaltar que, como está bem claro na LDB, o
atendimento educacional deve ser preferencialmente na
escola regular inclusiva – o que não significa
exclusivamente lá. O adjetivo “regular”, conforme consta na
LDB, é sinônimo de “comum” ou “convencional”, em
contraste com “especial” ou “especializada”.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)
a PNEE apenas modifica a ênfase que vinha sendo dada na
inclusão total, pois, na realidade, os sistemas de ensino no
Brasil sempre se organizaram por meio de escolas comuns
do sistema regular, escolas especializadas e escolas
bilíngues de surdos.
POLÍTICA NACIONAL EDUCAÇÃO ESPECIAL (2020)
é necessário criar uma PNEE que amplie e potencialize as
possibilidades de escolha dos educandos e das famílias bem como
favoreça a ampliação da oferta de serviços especializados e ainda
estimule a busca por evidências científicas sobre a melhor forma de
educar cada estudante, seja na escola inclusiva, seja na escola ou
classe especializada, independentemente de diagnósticos e
rotulação, pois cada ser humano é único e merece ser tratado com a
devida dignidade inerente a essa condição.
https://www.blend-edu.com/lei-de-cotas-legislacao-para-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia-pcds/

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