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Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoa com Deficiência no Ensino Superior 1
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das
Pessoas com Deficiência no Ensino Superior
São Paulo
2022
Índice
Inclusão no Ensino Superior no Estado de São Paulo 4
Acessibilidade e Inclusão: Eixos Transversais do Ensino Superior 7
Diretrizes Gerais para uma Política de Acessibilidade e Inclusão no
Ensino Superior e Técnico 13
Fundamentos legais 14
Eixos norteadores de atuação 17
Protocolos para Comissões Locais de Acessibilidade e Inclusão (CLAI) 24
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Ensino Superior 3
Inclusão no Ensino Superior
no Estado de São Paulo
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoa com Deficiência no Ensino Superior 4
Inclusão no Ensino Superior no Estado de São Paulo
A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa política de inclusão no ensino superior no Es-
com Deficiência cumprindo o seu propósito tado de São Paulo. A proposta inicial foi in-
de garantir o acesso a todos os bens e servi- centivar a troca de experiências e difundir re-
ços a este segmento da população do Estado flexões sobre as práticas de inclusão voltadas
de SP, ainda, frente aos desafiantes indica- ao segmento das pessoas com deficiência no
dores ligados especificamente ao acesso e a âmbito de universidades nacionais do Estado
permanência de alunos com deficiência nas de São Paulo. Num segundo momento, a Co-
Universidades, consolidou, no corpo da sua missão organizou um webnário internacional
Secretaria, a criação de uma Comissão Es- para ampliar a troca de experiências com ou-
tadual de Inclusão no Ensino Superior, com- tros países.
posta por membros das quatro universidades
estaduais – USP, Unicamp, Unesp e Univesp É atribuição da Comissão servir como espaço
– além do Centro Paula Souza. de representação das instituições envolvidas,
mas também dar subsídios para o fortaleci-
Animada pela troca de conhecimento produ-
mento da inclusão no Ensino Superior e Téc-
zido e de boas práticas, organizou uma sé-
nico no Estado de SP.
rie de workshops nos dias 07, 09, 14 e 16
de julho de 2020. Tais workshops consistiram Nesse ínterim, fruto das reflexões da Comis-
numa etapa inicial para o fortalecimento da são, foi sugerida a elaboração de uma cartilha
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Ensino Superior 5
Inclusão no Ensino Superior no Estado de São Paulo
contendo orientações de boas práticas a serem Temos por certo que a presença das pessoas
implementadas pelas universidades e escolas com deficiência, bem como a sua recepção e
técnicas. A expectativa é que, servindo como acolhimento no âmbito das universidades e co-
um guia a ser adaptado à cada contexto – res- légios técnicos só tem a agregar. A inclusão é
peitando assim a autonomia universitária - a um divisor de águas, seja na trajetória de cada
cartilha concorra para a inclusão de alunos, pessoa com deficiência, que passa a fazer par-
professores e funcionários que tenham alguma te, em termos mais igualitários, dessas insti-
deficiência na comunidade acadêmica. tuições, seja para o contexto acadêmico em si,
na medida em que novas formas de ser e estar
A Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das
no mundo contribuem para a diversificação e
Pessoas com Deficiência no Ensino Superior es-
enriquecimento das epistemologias em circula-
tabelece diretrizes, sugere a criação de estru-
ção, gerando, assim, mecanismo de produção
turas, protocolos e procedimentos, bem como,
do conhecimento cada vez mais abrangentes,
incentiva as universidades a transformarem
democráticos e inclusivos.
sua cultura institucional. Todas as sugestões
são baseadas em práticas já implementadas,
Aracélia Costa - Secretária Executiva
ou em processo de implementação, em diver- Respondendo pela Secretaria de Estado
sas universidades – inclusive as que participa- dos Direitos da Pessoa com Deficiência
ram do processo de elaboração dessa cartilha.
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Acessibilidade e Inclusão: Eixos
Transversais do Ensino Superior
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoa com Deficiência no Ensino Superior 7
Acessibilidade e Inclusão: Eixos Transversais do Ensino Superior
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Ensino Superior 8
Acessibilidade e Inclusão: Eixos Transversais do Ensino Superior
lidade e Inclusão como eixos transversais de Nesse cenário, as universidades, com a cola-
uma política institucional deve ser imperati- boração de comissões específicas para pro-
vo. Prover a acessibilidade indica a remoção moção de Acessibilidade e Inclusão no con-
de barreiras, sejam estas físicas, intelectuais texto universitário, necessitam criar espaços
ou sensoriais, que limitam a participação das para a construção de novas políticas, práticas
pessoas de atividades do cotidiano. Potencia- e culturas como uma dimensão articuladora
lizando, desta forma, a formação de uma so- com os eixos Acessibilidade e Inclusão em
ciedade mais inclusiva no que tange à equipa- seus Planos de Metas, reafirmando a perspec-
ração nas possibilidades de uso e manuseio, tiva da responsabilidade social e educacional.
flexibilidade, uso simples e intuitivo, captação
Para tanto, as comissões, ou núcleos, de Aces-
de informações, dimensões e espaços para
sibilidade e Inclusão das unidades de Ensino
uso e interação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
Superior precisam articular-se em nível admi-
DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
nistrativo-organizacional, sendo colaboradoras
Igualmente importante é a acessibilidade di- das pró-reitorias, atuando em parceria para
gital, que oportuniza o acesso à web e seus implementar uma rede de suporte técnico
múltiplos benefícios também às pessoas com especializado, composta por profissionais da
deficiências e mobilidade reduzida. área, para oferecer assessoria às demandas
de orientação específicas.
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Acessibilidade e Inclusão: Eixos Transversais do Ensino Superior
Atentando-se à Educação Inclusiva e seus Assim sendo, a partir dos pressupostos do do-
pressupostos legais e conceituais, uma Insti- cumento do SINAES (BRASIL, 2013), a Aces-
tuição de Educação Superior (IES) e/ou Escola sibilidade deve estruturar-se com base nos
Técnica socialmente responsável é aquela que: seguintes eixos: Infraestrutura; Currículo, Co-
a) pratica a intersetorialidade e a transversa- municação e informação; Materiais didáticos e
lidade da educação especial; b) reconhece a pedagógicos acessíveis; Tecnologia assistiva e
necessidade de mudança cultural e investe no de serviços de guia-intérprete e de tradutores e
desenvolvimento de ações de formação conti- intérpretes de Libras; Programas de extensão.
nuada para a Inclusão, envolvendo os profes-
Considera-se que os fundamentos político-
sores de todas as áreas e toda a comunidade
-conceituais-éticos nos quais assenta-se a
acadêmica; e, c) promove a Acessibilidade em
Acessibilidade e a Inclusão devem materiali-
seu sentido pleno.
zar-se em um conjunto de ações e progra-
Diante disso, faz-se necessário e urgente a mas transversais que constituirão um marco
presença da Acessibilidade e da Inclusão nos de legitimidade, integridade e coerência das
Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI) IES e Escolas Técnicas como espaço de qua-
e Projetos Pedagógicos de todos os cursos, lidade da Educação para todos. Um exemplo
apoiando ações e programas que assegurem a disto seria a temática estar contemplada nos
transversalidade da Educação Especial na IES. currículos de todos os cursos de graduação
oferecidos pela instituição.
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Acessibilidade e Inclusão: Eixos Transversais do Ensino Superior
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 9050/2015: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.
BRASIL. Decreto nº 5.296/04.Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098 com ênfase na Promoção
de Acessibilidade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/
Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 07/10/2022
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Ensino Superior 11
BRASIL. - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 07/10/2022
BRASIL, Política Nacional de educação especial. Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/politica.pdf > Acesso em: 07/10/2022
BRASIL Referenciais de acessibilidade na educação superior e a avaliação in loco do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)” (BRASIL, 2013
UNESCO. Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (COR-
DE). Declaração de Salamanca de princípios, política e prática para as necessidades educativas
especiais. Brasília: CORDE, 1994.
UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos. Plano de ação para satisfazer as ne-
cessidades básicas de aprendizagem. Tailândia, 1990.
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Ensino Superior 12
Diretrizes Gerais para uma
Política de Acessibilidade e Inclusão
no Ensino Superior e Técnico
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoa com Deficiência no Ensino Superior 13
Fundamentos legais
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoa com Deficiência no Ensino Superior 14
Diretrizes Gerais • Fundamentos Legais
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Diretrizes Gerais • Fundamentos Legais
Decreto n° 7.611/2011
Lei n° 13.146/2015
Decreto n° 9.522/2018
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoas com Deficiência no Ensino Superior 16
Eixos norteadores de atuação
Cartilha de Boas Práticas para Inclusão das Pessoa com Deficiência no Ensino Superior 17
Diretrizes Gerais • Eixos norteadores de atuação
I II III IV
Política e cultura Acesso e Promoção de Acessibilidade
institucional. permanência (física) ajustes razoáveis estrutural, de
nos diferentes (tecnologias materiais e
ambientes. assistivas) para equipamentos
acessibilidade aos (serviços e apoio
serviços e materiais pedagógico e para
produzidos na o trabalho).
universidade.
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Diretrizes Gerais • Eixos norteadores de atuação - Política e cultura institucional
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Diretrizes Gerais • Eixos norteadores de atuação - Política e cultura institucional
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Diretrizes Gerais • Eixos norteadores de atuação - Acesso e permanência física
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Diretrizes Gerais • Eixos norteadores de atuação - Promoção de ajustes razoáveis
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Diretrizes Gerais • Eixos norteadores de atuação - Acessibilidade estrutural
Incentivar tutorias
entre pares; de professores e estudantes.
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Protocolos para Comissões Locais de
Acessibilidade e Inclusão (CLAI)
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Protocolos CLAI
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Protocolos CLAI
DE E INCLUSÃO
3 - Ações para ampliar as culturas
de Acessibilidade e Inclusão – Eixo
1 - Finalidade
transversal
Atuar de forma consultiva, executiva e ativa
a) Levantamento periódico do público-alvo
no levantamento das demandas existentes na
Universidade, relacionadas com os diversos Docentes, Servidores e Discentes que neces-
aspectos da acessibilidade, diagnosticando as sitam de atendimento diferenciado quanto às
condições e as ações implementadas e pre- ações e recursos para garantia do direito de
parando planos de ação para consecução de acessibilidade e inclusão na Universidade.
políticas, práticas e culturas que promovam a b) Promoção de oportunidades de escuta
acessibilidade e a inclusão de todos os atores
Constituir interlocutores da comissão para con-
que integram a comunidade universitária.
versas com os professores das turmas onde há
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Protocolos CLAI
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Protocolos CLAI
• Atendimento de demandas internas e espe- nas demandas especificas que forem surgindo,
cíficas que forem identificadas nas Unidades. com acolhimento e apoio a docentes, discen-
tes e servidores que se sintam amparados com
g) Sensibilização de toda comunidade
esta rede de apoio; (pensar juntos, somando
para a cultura inclusiva:
conhecimentos específicos).
Com a atuação da comissão para manter a cul-
i) Criação de canais de comunicação e
tura ativa na comunidade, via conselho de cur-
ambiente virtual para as CLAI’s:
sos, semanas e eventos dos cursos, abertura
de eventos, peças teatrais etc.; (pode-se usar Criar dentro do ambiente virtual da Escola/Fa-
o calendário oficial de datas sobre a pessoa culdade, espaço exclusivo da CLAI, com ban-
com deficiência, seja dos municípios, do Esta- ner de apresentação, informações sobre a po-
do ou Federal). pulação e as pessoas com deficiência, ações
da comissão, agenda de reuniões e eventos,
h) Implementação e organização de pro-
modelos de documentos referentes ao traba-
jetos com trabalho colaborativo, em rede
lho da comissão e solicitações por parte dos
e interdisciplinar:
usuários. Criar e-mail institucional e perfil nas
Com apoio da comunidade acadêmica e de es- redes sociais.
pecialistas na questão que possam colaborar
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Protocolos CLAI
4 - Encontros/reuniões:
mas sociais comuns são tornados adequados
Organizar e promover reuniões virtuais e/ou para toda a diversidade humana - composta
presenciais periódicas entre os membros das por etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero,
comissões locais e promover encontros entre orientação sexual, deficiência e outros atributos
as comissões das diversas unidades acadêmi- - com a participação das próprias pessoas na
cas para trocas de experiências, boas práticas formulação e execução dessas adequações”.
e publicização dos resultados alcançados, com
Para a efetivação da inclusão, deve haver a
registro em ata.
acessibilidade que pela LBI, Lei nº 13.146/2015,
em seu art. 3º, I, é “ a possibilidade e condi-
ção de alcance para utilização, com segurança
DÚVIDAS e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
pamentos urbanos, edificações, transportes,
FREQUENTES informação e comunicação, inclusive seus sis-
temas e tecnologias, bem como de outros ser-
a) O que é inclusão?
viços e instalações abertos ao público, de uso
Utilizamos aqui a definição de Sassaki (2009), público ou privados de uso coletivo, tanto na
que considera a Inclusão “como um paradigma zona urbana como na rural, por pessoa com
de sociedade, é o processo pelo qual os siste- deficiência ou com mobilidade reduzida”.
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Protocolos CLAI
Esta mesma Lei apresenta em seu art. 3º, II, ou impeça a participação social da pessoa,
o Desenho Universal para a Aprendizagem bem como o gozo, a fruição e o exercício de
(DUA) como real possibilidade de promoção da seus direitos à acessibilidade, à liberdade de
inclusão, prevendo que o “desenho universal movimento e de expressão, à comunicação, ao
é a concepção de produtos, ambientes, pro- acesso à informação, à compreensão, à circu-
gramas e serviços a serem usados por todas lação com segurança”.
as pessoas, sem necessidade de adaptação ou
A referida lei também classifica as barreiras
de projeto específico, incluindo os recursos de
existentes:
tecnologia assistiva”.
a) Barreiras urbanísticas: as existentes nas
vias e nos espaços públicos e privados aber-
b) Quais são as barreiras que limitam e to ao público ou de uso coletivo;
impedem a inclusão e a acessibilidade
b) Barreiras arquitetônicas: as existentes
para todos?
nos edifícios públicos e privados;
A LBI, Lei nº 13.146/2015, dispõe em seu art.
c) Barreiras nos transportes: as existentes
3º, IV quais são as barreiras que impedem a
nos sistemas e meios de transportes;
acessibilidade, sendo: “qualquer entrave, obs-
táculo, atitude ou comportamento que limite d) Barreiras nas comunicações e na informa-
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Protocolos CLAI
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