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AULA
Necessidades educacionais
especiais
objetivo

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta


aula, você seja capaz de:
• Refletir e analisar a caracterização, as diferentes
modalidades de atendimento e a inclusão das
pessoas com necessidades educacionais especiais.
Educação Especial | Necessidades educacionais especiais

INTRODUÇÃO Vamos nos aprofundar um pouco mais sobre os diferentes tipos de necessidades
educacionais especiais, e o que, de um modo geral, deve ser feito para que essas
pessoas sejam respeitadas e recebam um atendimento digno da sociedade.
Quem são, afinal de contas, as pessoas com necessidades educacionais
especiais? Apenas quem tem algum tipo de deficiência é considerado como
uma pessoa com necessidades educativas especiais? Talvez seja interessante
esclarecer tais dúvidas, aliás, muito comuns até mesmo entre professores e
profissionais da área.

DEFININDO NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

SUGESTÃO DE SITE: Lembramos que a expressão “necessidades educativas especiais”,


www.appai.com.br nos documentos atuais, deve ser substituída por “necessidades
educacionais especiais” atendendo a proposta de Mazzotta (1999)
de substituir o termo “educativa” por “educacional”. De acordo
com o autor este termo é mais adequado não apenas do ponto de vista
semântico, mas também psicológico, pois significa que o aluno tem uma
necessidade educacional e não outra qualquer.
Existem muitos e diferentes tipos de necessidades educacionais
especiais. Por exemplo, as pessoas com altas habilidades (Aula 23) e
disléxicas (Aula 24) também estão incluídas nesta categoria, embora,
muitas vezes não apresentem nenhum tipo de Deficiência Física (DF) ou
Deficiência Mental (DM).
Mesmo antes do Parecer da Câmara de Educação Básica – CEB e
do Conselho Nacional de Educação - CNE nº 17, de 3 de julho de 2001,
eram consideradas pessoas com necessidades educacionais especiais:

• portadores de deficiência mental;

• deficiência físico-motora (pólio, amputados, defeitos


genéticos ou adquiridos etc.);

• deficiência físico-sensorial (visual e auditiva);

• deficiência múltipla;

• portadores de condutas típicas (problemas de conduta,


autismo, síndromes etc.);

x portadores de altas habilidades (superdotados).

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Vivemos um momento extremamente importante onde a
Educação Especial, como modalidade de educação escolar, deve

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organizar-se visando a uma aproximação sucessiva dos pressupostos e
da prática pedagógica social da educação inclusiva com a finalidade de
cumprir os dispositivos legais e políticos da Constituição Federal, Título
VII, da ORDEM SOCIAL.
Documentos foram elaborados visando a atender às exigências de
uma proposta inclusiva em termos de educação. Entrou em vigor no ano
de 2001, conforme o Art. 21, do Parecer nº 17/2001 – Colegiado: CEB –
Aprovado em 03.07.2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica e sendo obrigatória a partir de
2002 (p. 68-79). Disponível em: <www.mec.gov.br/seesp/Ftp/Diretrizes.
pdf>. Acesso em: 2/4/2003.
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica (p. 44), são considerados educandos com necessidades
educacionais especiais temporárias ou permanentes, vinculadas ou aos
grupos já mencionados, aqueles que durante o processo educacional,
apresentam:
1 - Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no
processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das
atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
– aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
– aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou
deficiências.
2 - Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos
demais alunos (surdez, cegueira, surdo-cegueira ou distúrbios acentuados
de linguagem, necessitando de diferentes formas de ensino e adaptações
de acesso ao currículo, com utilização de linguagens e códigos aplicáveis
assegurando-lhe os recursos humanos e materiais necessários:
– na área da deficiência auditiva (DA), a escola deve providenciar
aos surdos os recursos específicos com o ensino em língua brasileira de
sinais e em língua portuguesa; aos surdos cegos o ensino em língua de
sinais digital, todoma (método de linguagem receptiva em que a pessoa
surda-cega, através do tato, decodifica a fala do seu interlocutor) e
outras técnicas.

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Educação Especial | Necessidades educacionais especiais

– aos alunos cegos, cabe os sistemas de ensino disponibilizarem o


material didático, bem como provas e o livro didático em Braille e, aos
alunos de visão subnormal (baixa visão), os auxílios ópticos (recursos
utilizados para facilitar a percepção visual), bem como provas em
caracteres ampliados, material didático e livro didático.
3- Altas habilidades/superdotação, grande facilidade de
aprendizagem que os levem a dominar rapidamente os conceitos, os
procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar
e enriquecer esses conteúdos, devem receber desafios suplementares em
classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos
sistemas de ensino, inclusive para concluir,em menor tempo, a série ou
etapa escolar.
De acordo com o sistema educacional brasileiro, o atendimento
educacional especializado deve ser oferecido a todos os educandos
portadores de necessidades especiais, reforçando a idéia de que é
necessário investigar todas as possibilidades do aluno para que ele atinja
o desenvolvimento máximo de suas potencialidades (Lei nº 9.394/96).
A Educação Especial sempre foi considerada como um processo
integral, que vai desde a estimulação do bebê até os graus superiores de
ensino. Sob o enfoque sistêmico, a Educação Especial integra o sistema
educacional vigente, identifica-se com sua finalidade de formar cidadãos
conscientes, livres e participativos.
Podemos considerar que duas abordagens têm norteado as ações
e procedimentos na área de Educação Especial:

Modelo médico: é o modelo centrado na doença. Nele a criança


tem que se adaptar ao seu ambiente, como se ela “fosse culpada”
de suas dificuldades, e apenas a ela coubesse a responsabilidade
de se adaptar ao mundo. Neste modelo, considerava-se que o
problema estaria na própria criança.

Modelo pedagógico: o modelo educacional é centrado na


pessoa, nas suas possibilidades, nas metodologias e estratégias
educacionais, interferindo, portanto, na normalização das ofertas
educativas e no processo de integração pessoal e social. Neste
modelo a ênfase está nos problemas de comportamento e/ou de
aprendizagem.

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Na educação inclusiva, o modelo pedagógico, centrado no aluno
e nas suas possibilidades, substituiu o modelo médico, que era centrado

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na doença e exigindo, assim, que o aluno se adaptasse ao meio ambiente
como se essa responsabilidade fosse exclusiva dele. O modelo pedagógico
ou educacional busca interferir na normalização das ofertas educativas
e no processo de integração pessoal-social.
O movimento de integração escolar que marcou a década de 1980,
reforçava a segregação dos alunos, hoje denominados “educandos com
necessidades educacionais especiais”. Nesse processo, o aluno tinha
que se adequar à escola, que nem de longe pensava em se adaptar às
necessidades desses alunos.
Atualmente, rompendo com a ideologia da exclusão, uma nova
mentalidade surge e todos são chamados à responsabilidade de contribuir
para a reestruturação dos sistemas de ensino e para a preservação dos
direitos dos cidadãos através de implementação de uma política nacional
de Educação Especial.
Como vocês viram no Módulo I, A Educação Especial, de acordo
com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, e
obedecendo aos princípios da Declaração de Salamanca (1994), deve
permear todos os níveis da educação e promover a inclusão de todos os
alunos com necessidades educacionais especiais, através de recursos e
estratégias específicas e adequadas a cada caso, estabelecendo parcerias
com outros órgãos da comunidade.
É importante lembrar que existe a preocupação de adaptar
a tradução do documento original de Salamanca à terminologia
educacional brasileira. Assim as expressões”integrada” ou “integradora”
serão alteradas para “inclusiva”.
A atual Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional,
Lei nº 9.394, de 20.12.1996, trata especificamente, no capítulo V, da
Educação Especial, definindo-a por modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com
necessidades educacionais especiais.
Desse modo, fica estabelecido que a Educação Especial deve
perpassar todos os níveis de ensino, desde a educação infantil ao
ensino superior. Considera-se esta modalidade de educação como um
conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que estejam
à disposição de todos os alunos, oferecendo diferentes alternativas de
atendimento, promovendo e garantindo a inclusão.

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Podemos considerar, portanto, que o aluno com necessidades


educacionais especiais é aquele que apresenta necessidades próprias
específicas e diferentes dos demais alunos, no que diz respeito ao domínio
das aprendizagens curriculares, demandando recursos pedagógicos e
metodológicos educacionais específicos.
A partir de dispositivos legais e político-filosóficos (LDBEN p. 5, 6,
7) inspirados na Declaração Mundial de Educação para Todos, ocorrida
em Jomtien, na Tailândia, em 1990, sintonizados com a Declaração de
Salamanca (1994) que devem construir o sistema educacional inclusivo,
deve-se estabelecer metas e desenvolver ações através das quais fique
assegurado às pessoas com necessidades educacionais especiais a
igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade no processo
educativo.
Espera-se, na verdade, que esses dispositivos se transformem em
"...um compromisso ético-político de todos, nas diferentes esferas de
poder, e em responsabilidades bem definidas para sua operacionalização
na realidade escolar" (LDBEN, 2001, p. 18).

!
É importante lembrar que a LDBEN/2001, trata dos
princípios e fins da educação brasileira e no artigo 2º,
garante (p. 5):

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios


de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade
o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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OS DIFERENTES TIPOS DE DEFICIÊNCIA

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Vocês sabem quem são as pessoas com deficiência física – DF?
Será que todas as pessoas com DF apresentam o mesmo tipo de dificuldade?
Bem, os tipos de deficiência são muitos e algumas pessoas têm mais
dificuldades que outras. É o caso, por exemplo, de quem necessita de
uma cadeira de rodas para se locomover. De acordo com as estatísticas,
entre os milhões de brasileiros portadores de deficiência física, existem
aqueles que andam com o auxílio de muletas ou bengalas canadenses
e/ou aparelhos ortopédicos.
Existem os amputados (perda de um membro); os lesados raqui-
medular (lesão na parte inferior da coluna, geralmente causada por
acidentes); os que sofrem de artrite; de insuficiências cardíacas ou que
têm problemas de locomoção provocados por falta de coordenação
motora (paralisia cerebral), distrofia muscular e outros.
Quando se trata de adaptação visando à inclusão, precisamos
lembrar também das pessoas de mobilidade restrita, decorrente de
reumatismo, artrose e problemas de coluna. Não podemos esquecer
das pessoas de idade avançada que também apresentam restrições de
locomoção e, certamente, se beneficiarão com algumas adaptações.
A sinalização sonora e em braile nos postes, já adotada em algumas
cidades brasileiras, é uma alternativa que beneficia os deficientes visuais.
Em termos de adaptação, são beneficiados também outros segmentos
da população como obesos, gestantes, mães com carrinhos de bebê,
acidentados e engessados, entre outros.
E você já parou para refletir por que ocorrem as deficiências?
É muito importante saber que, por vezes, é possível prevenir ou
minimizar alguns tipos de deficiência, as causadas por acidentes, por
exemplo. Existem várias e diferentes espécies de deficiências e as causas
também variam bastante. Por isso, é essencial conhecermos as causas e,
na medida do possível, preveni-las!
Podemos associar algumas à má formação do cérebro no período
pré (antes), peri (durante) ou pós-natal (depois do parto) por algum
motivo qualquer. Nesse período, as células nervosas estão se formando e,
provavelmente, pode ocorrer uma situação traumática fazendo com que
grupos, celulares cerebrais e neurônios, fiquem sem sangue e morram.

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Drogas, fumo, parto traumático, doenças, determinados tipos de


remédios (talidomida) podem ser causas de algum tipo de deficiência.
Se as células morrem, não poderão desempenhar no futuro a função
correspondente, e teremos, então, como conseqüência, pessoas com
determinados tipos de deficiência.
Dependendo da área lesada, uma criança apresentará deficiência
física, mental, auditiva, visual, ou poderá apresentar mais de uma
deficiência (deficiência múltipla).
A verdade é que um conjunto desses elementos acabará formando
uma pessoa portadora de síndromes neurológicas graves, como por
exemplo, as paralisias cerebrais ou a síndrome de Down.
Não podemos esquecer que a deficiência não ocorre somente por
ocasião do nascimento. Em qualquer época da vida, uma pessoa pode
sofrer um acidente traumático e perder uma ou mais funções do seu
corpo. Pode ocorrer, inclusive, a perda de membros (amputação). Fazem
parte desse grupo as paraplegias e tetraplegias. Estas são as deficiências
por traumatismo.
Existe ainda uma outra forma de seqüela que poderá limitar muito
uma pessoa. Trata-se da hemiplegia (um lado do corpo fica prejudicado)
que ocorre após a um AVC – acidente vascular cerebral.
Mas afinal, quem são os alunos atendidos pela Educação Especial?
A educação especial não se destina apenas a educação de alunos
com deficiências, mas, também, as chamadas condutas típicas de
síndromes, ou, como são denominadas por estudiosos “Transtornos
Invasivos do Comportamento” (FACION, 2002); e quadro neurológicos
ou psiquiátricos e alunos com altas habilidades/ superdotação.
Trabalhando atualmente com o conceito de necessidades
educacionais especiais, a EE, definitivamente, deve selar seu compromisso
com uma abordagem, no mínimo, desafiadora, que tem como meta a
inclusão. Nessa abordagem, a ação da EE se amplia, contemplando
alunos antes totalmente esquecidos por um sistema que se caracterizava
como excludente (LDBEN, p. 20).
Portanto o projeto pedagógico da escola, atendendo ao Artigo
2º, da LDBEN, se efetivará através de ações que tornem visível uma
prática pedagógica cujo princípio norteador seja a "promoção do
desenvolvimento da aprendizagem de todos os educandos, inclusive
daqueles que apresentem necessidades educacionais especiais"(p. 20).

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Desse modo, amplia-se, sem dúvida, o quadro de dificuldades
de aprendizagem como a dislexia e disfunções correlatas; problemas

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de atenção, perceptivos, emocionais, de memória, cognitivos,
psicolingüísticos, psicomotores, motores, de comportamento; e ainda
fatores ecológicos (são aqueles ligados às condições ambientais)) e
socioeconômicos, como as privações de caráter sociocultural e nutricional
(LBDEN, p. 44).
Muitas têm sido as tentativas no sentido de promover a inclusão,
que de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação especial na
Educação Básica p. 20), significa:

[...] a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum


da vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada
por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação
das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação
de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade em todas
as dimensões da vida. Como parte integrante desse processo e
contribuição essencial para a determinação de seus rumos, encontra-
se a inclusão educacional (p. 20).

Não podemos esquecer o enfoque sistêmico da Educação Especial.


Ela é importante, necessária e não pode ser considerada isoladamente,
mas articulada com todos os setores da sociedade. Todos que nela atuam,
tem como objetivo promover o desenvolvimento das potencialidades
das pessoas portadoras de deficiências, condutas típicas ou de altas
habilidades e abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino.
Está fundamentada em referenciais teóricos e práticos que estão de acordo
com as necessidades específicas dos alunos.
Portanto de acordo com o Enfoque Sistêmico a Educação Especial
faz parte da Educação geral, não se diferenciando da Educação comum
nos aspectos filosóficos, mas na metodologia, ou seja, nas estratégias de
ação, uma vez que atende a um número enorme e variado de pessoas.
Quando falamos em enfoque sistêmico, significa que não podemos
esquecer que a Educação Especial não pode ser considerada de forma
isolada, mas, como proposta que deverá estar articulada com todos os
setores da sociedade, que caracteriza os serviços especializados realizados
através de parceria entre as áreas de educação, saúde, assistência social e
trabalho, conforme determina as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica (p. 43).

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Há pouco tempo atrás a tendência, que determinava o atendimento


de alunos com necessidades educacionais especiais era uma prática
segregativa, porque estes alunos eram atendidos em escolas e classes
especiais. O movimento de integração escolar surgiu visando abolir
o preconceito integrar os alunos nas escola s comuns através de duas
modalidades: Integração parcial na classes especiais que, consistia em
preparar o aluno para a Integração total na classe comum, permitida
apenas aos alunos que conseguissem acompanhar o currículo desenvolvido
na escola. Nesse processo o aluno tinha que se adequar à escola, que
permanecia inalterada, sem nenhum compromisso com a mudança,
com a transformação das metodologias, estratégias, adaptações físicas
e ambientais. Os alunos (jovens e adultos) que não conseguiam alcançar
níveis mais elevados de ensino eram excluídos do sistema educacional.
Atualmente, na abordagem educacional inclusiva, a escola deve
ser uma escola para todos, sem preconceito, sem discriminação. Todos
devem ser educados juntos nas classes do ensino comum, onde alunos
ditos normais e alunos com deficiência ou não, serão acolhidos, terão
garantido o acesso aos conteúdos básicos e a ênfase será sempre nas
necessidades educacionais especiais. Na verdade a inclusão beneficia
a todos, sendo ou não deficientes, porque a convivência, a troca de
experiências, os tornarão seres humanos mais generosos, mais solidários,
capazes respeitar as diferenças do outro e cooperar na construção de
um mundo melhor.
Em casos extraordinários, os serviços de educação especial deverão
ser oferecidos em classes especiais, escolas especiais, classes hospitalares
e em ambiente domiciliar. É fundamental que a escola comum ofereça
serviços educacionais diversificados para atender às necessidades
educacionais especiais de cada aluno.
Estes serviços de apoio pedagógico especializado são desenvolvidos
nas classes comuns por profissionais especializados e em sala de recursos
onde os professores da educação especial faz a complementação e/ou
suplementação curricular, utilizando equipamentos e materiais específicos.

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Para responder às necessidades dos alunos, a escola, como afirma
Mantoan:

AULA
...terá de buscar abordagens mais revolucionárias ainda, para
garantir a cada ser uma experiência educacional que efetivamente
corresponda aos ideais de um cidadão do mundo, do cosmos sem
fronteiras (p. 46).

É importante lembrar que a educação das pessoas portadoras de


necessidades especiais deve ser compreendida em sua dimensão, não
apenas educativa, mas também social, cujo objetivo é oferecer o desenvolvi-
mento de suas potencialidades e de sua participação na comunidade.

RESUMO

A Educação Especial é uma modalidade da educação escolar que, de acordo com


a Lei nº 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, deve
perpassar todos os níveis de ensino.
Todos os alunos com necessidades educativas especiais devem receber atendimento
pedagógico especializado, norteado por uma pedagogia centralizada no aluno
que, acima de tudo, respeite as diferenças e a dignidade de todos. Na perspectiva
da inclusão, a educação deve garantir a todos, sem exceção, o acesso aos conteúdos
básicos ,o direito a uma vida digna e o pleno exercício da cidadania.
Nas próximas aulas estaremos falando sobre cada tipo de necessidade educacional
especial. Neste momento, é importante que você saiba que existem vários tipos de
deficiências que são contempladas pela Educação Especial e que, ao abordarmos
as necessidades educacionais especiais, estamos nos referindo, inclusive, aos alunos
com altas habilidades/superdotados e dificuldades acentuadas de aprendizagem.

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Educação Especial | Necessidades educacionais especiais

AUTO-AVALIAÇÃO

Agora, que tal você verificar o que aprendeu?

1. O que é Educação Especial?

2. Quem são os alunos considerados “educandos com necessidades educacionais


especiais” e quais são suas características?

3. Qual a diferença entre o modelo médico e o modelo pedagógico ou


educacional?

4. O que você entende por serviço de apoio pedagógico especializado?

5. O que significa Enfoque Sistêmico?

6. Qual a diferença entre integração e inclusão? Em casos extraordinários onde


deverão ser atendidos os alunos com necessidades educacionais especiais?

!
Leia com muita atenção o material indicado nas
referências bibliográficas.
Lembre-se: As técnicas adequadas de estudo
facilitam o aprendizado!

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