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AULA
Necessidades educacionais
especiais
objetivo
INTRODUÇÃO Vamos nos aprofundar um pouco mais sobre os diferentes tipos de necessidades
educacionais especiais, e o que, de um modo geral, deve ser feito para que essas
pessoas sejam respeitadas e recebam um atendimento digno da sociedade.
Quem são, afinal de contas, as pessoas com necessidades educacionais
especiais? Apenas quem tem algum tipo de deficiência é considerado como
uma pessoa com necessidades educativas especiais? Talvez seja interessante
esclarecer tais dúvidas, aliás, muito comuns até mesmo entre professores e
profissionais da área.
• deficiência múltipla;
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Vivemos um momento extremamente importante onde a
Educação Especial, como modalidade de educação escolar, deve
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organizar-se visando a uma aproximação sucessiva dos pressupostos e
da prática pedagógica social da educação inclusiva com a finalidade de
cumprir os dispositivos legais e políticos da Constituição Federal, Título
VII, da ORDEM SOCIAL.
Documentos foram elaborados visando a atender às exigências de
uma proposta inclusiva em termos de educação. Entrou em vigor no ano
de 2001, conforme o Art. 21, do Parecer nº 17/2001 – Colegiado: CEB –
Aprovado em 03.07.2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica e sendo obrigatória a partir de
2002 (p. 68-79). Disponível em: <www.mec.gov.br/seesp/Ftp/Diretrizes.
pdf>. Acesso em: 2/4/2003.
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica (p. 44), são considerados educandos com necessidades
educacionais especiais temporárias ou permanentes, vinculadas ou aos
grupos já mencionados, aqueles que durante o processo educacional,
apresentam:
1 - Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no
processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das
atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
– aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
– aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou
deficiências.
2 - Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos
demais alunos (surdez, cegueira, surdo-cegueira ou distúrbios acentuados
de linguagem, necessitando de diferentes formas de ensino e adaptações
de acesso ao currículo, com utilização de linguagens e códigos aplicáveis
assegurando-lhe os recursos humanos e materiais necessários:
– na área da deficiência auditiva (DA), a escola deve providenciar
aos surdos os recursos específicos com o ensino em língua brasileira de
sinais e em língua portuguesa; aos surdos cegos o ensino em língua de
sinais digital, todoma (método de linguagem receptiva em que a pessoa
surda-cega, através do tato, decodifica a fala do seu interlocutor) e
outras técnicas.
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Na educação inclusiva, o modelo pedagógico, centrado no aluno
e nas suas possibilidades, substituiu o modelo médico, que era centrado
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na doença e exigindo, assim, que o aluno se adaptasse ao meio ambiente
como se essa responsabilidade fosse exclusiva dele. O modelo pedagógico
ou educacional busca interferir na normalização das ofertas educativas
e no processo de integração pessoal-social.
O movimento de integração escolar que marcou a década de 1980,
reforçava a segregação dos alunos, hoje denominados “educandos com
necessidades educacionais especiais”. Nesse processo, o aluno tinha
que se adequar à escola, que nem de longe pensava em se adaptar às
necessidades desses alunos.
Atualmente, rompendo com a ideologia da exclusão, uma nova
mentalidade surge e todos são chamados à responsabilidade de contribuir
para a reestruturação dos sistemas de ensino e para a preservação dos
direitos dos cidadãos através de implementação de uma política nacional
de Educação Especial.
Como vocês viram no Módulo I, A Educação Especial, de acordo
com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, e
obedecendo aos princípios da Declaração de Salamanca (1994), deve
permear todos os níveis da educação e promover a inclusão de todos os
alunos com necessidades educacionais especiais, através de recursos e
estratégias específicas e adequadas a cada caso, estabelecendo parcerias
com outros órgãos da comunidade.
É importante lembrar que existe a preocupação de adaptar
a tradução do documento original de Salamanca à terminologia
educacional brasileira. Assim as expressões”integrada” ou “integradora”
serão alteradas para “inclusiva”.
A atual Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional,
Lei nº 9.394, de 20.12.1996, trata especificamente, no capítulo V, da
Educação Especial, definindo-a por modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com
necessidades educacionais especiais.
Desse modo, fica estabelecido que a Educação Especial deve
perpassar todos os níveis de ensino, desde a educação infantil ao
ensino superior. Considera-se esta modalidade de educação como um
conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que estejam
à disposição de todos os alunos, oferecendo diferentes alternativas de
atendimento, promovendo e garantindo a inclusão.
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É importante lembrar que a LDBEN/2001, trata dos
princípios e fins da educação brasileira e no artigo 2º,
garante (p. 5):
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OS DIFERENTES TIPOS DE DEFICIÊNCIA
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Vocês sabem quem são as pessoas com deficiência física – DF?
Será que todas as pessoas com DF apresentam o mesmo tipo de dificuldade?
Bem, os tipos de deficiência são muitos e algumas pessoas têm mais
dificuldades que outras. É o caso, por exemplo, de quem necessita de
uma cadeira de rodas para se locomover. De acordo com as estatísticas,
entre os milhões de brasileiros portadores de deficiência física, existem
aqueles que andam com o auxílio de muletas ou bengalas canadenses
e/ou aparelhos ortopédicos.
Existem os amputados (perda de um membro); os lesados raqui-
medular (lesão na parte inferior da coluna, geralmente causada por
acidentes); os que sofrem de artrite; de insuficiências cardíacas ou que
têm problemas de locomoção provocados por falta de coordenação
motora (paralisia cerebral), distrofia muscular e outros.
Quando se trata de adaptação visando à inclusão, precisamos
lembrar também das pessoas de mobilidade restrita, decorrente de
reumatismo, artrose e problemas de coluna. Não podemos esquecer
das pessoas de idade avançada que também apresentam restrições de
locomoção e, certamente, se beneficiarão com algumas adaptações.
A sinalização sonora e em braile nos postes, já adotada em algumas
cidades brasileiras, é uma alternativa que beneficia os deficientes visuais.
Em termos de adaptação, são beneficiados também outros segmentos
da população como obesos, gestantes, mães com carrinhos de bebê,
acidentados e engessados, entre outros.
E você já parou para refletir por que ocorrem as deficiências?
É muito importante saber que, por vezes, é possível prevenir ou
minimizar alguns tipos de deficiência, as causadas por acidentes, por
exemplo. Existem várias e diferentes espécies de deficiências e as causas
também variam bastante. Por isso, é essencial conhecermos as causas e,
na medida do possível, preveni-las!
Podemos associar algumas à má formação do cérebro no período
pré (antes), peri (durante) ou pós-natal (depois do parto) por algum
motivo qualquer. Nesse período, as células nervosas estão se formando e,
provavelmente, pode ocorrer uma situação traumática fazendo com que
grupos, celulares cerebrais e neurônios, fiquem sem sangue e morram.
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Desse modo, amplia-se, sem dúvida, o quadro de dificuldades
de aprendizagem como a dislexia e disfunções correlatas; problemas
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de atenção, perceptivos, emocionais, de memória, cognitivos,
psicolingüísticos, psicomotores, motores, de comportamento; e ainda
fatores ecológicos (são aqueles ligados às condições ambientais)) e
socioeconômicos, como as privações de caráter sociocultural e nutricional
(LBDEN, p. 44).
Muitas têm sido as tentativas no sentido de promover a inclusão,
que de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação especial na
Educação Básica p. 20), significa:
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Para responder às necessidades dos alunos, a escola, como afirma
Mantoan:
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...terá de buscar abordagens mais revolucionárias ainda, para
garantir a cada ser uma experiência educacional que efetivamente
corresponda aos ideais de um cidadão do mundo, do cosmos sem
fronteiras (p. 46).
RESUMO
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AUTO-AVALIAÇÃO
!
Leia com muita atenção o material indicado nas
referências bibliográficas.
Lembre-se: As técnicas adequadas de estudo
facilitam o aprendizado!
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