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TEXTO BA SE DESENVOLVIMENTO

E APRENDIZAGEM
NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Prof.ª Dr.ª Ivete Pellegrino Rosa
EQUIPE TÉCNICA EDITORIAL

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Professor conteudista:  Prof.ª Dr.ª Ivete Pellegrino Rosa
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DESENVOLVIMENTO
E APRENDIZAGEM
NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Prof.ª Dr.ª Ivete Pellegrino Rosa
O TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ESTUDO SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO


TRABALHO PEDAGÓGICO DA CRECHE E DA
EDUCAÇÃO INFANTIL....................................82
Breve ideias sobre a questão do Currículo......................... 84
O cuidar e o educar no Currículo....................................... 86
ROTINAS E A RELAÇÃO COM O TEMPO E COM
O ESPAÇO......................................................88
Crianças até três anos........................................................ 91
Crianças de quatro a seis anos.......................................... 92
Questão do Tempo............................................................. 92
FAMÍLIAS E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO
INFANTIL........................................................96
REFERÊNCIAS..............................................100
Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

Esta é a última apostila da disciplina Desenvolvimento e Aprendi-


zagem na Educação Infantil.
Nas unidades anteriores pudemos estudar o desenvolvimento da
criança pequena em seus diferentes aspectos: biológico, cognitivo,
social e cultural, que ocorrem por meio de um complexo processo
de interação com pessoas e com o meio circundante.
Também estudamos que a criança constrói os significados des-
sas interações, partilhando e compartilhando com os colegas, as
demais pessoas e instrumentos, como os brinquedos, o tipo de am-
biente e com a rotina que a escola de educação infantil estabelece.
Assim, a criança vai crescendo, se constituindo um sujeito, vai se
apropriando da linguagem, vai podendo fazer suas trocas afetivas
e emocionais, de descobertas e aprendizagem, aprendendo ser um
sujeito social e futuro cidadão.
Nesta unidade estaremos vendo o trabalho pedagógico na edu-
cação infantil e como ele se organiza. Faremos algumas colocações
acerca da adaptação da criança à escola e sobre a interação da
família com a escola.
Sendo assim, nossos objetivos são:
ƒƒ conhecer as possibilidades de organização do trabalho pedagó-
gico da creche e da Educação Infantil;
ƒƒ compreender o espaço físico das creches e pré-escolas como
ambiente pedagógico.

ESTUDO SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


PEDAGÓGICO DA CRECHE E DA EDUCAÇÃO
INFANTIL

O atendimento das crianças nas creches e nas escolas de edu-
cação infantil se firma desde a Constituição Brasileira de 1988, por
considerar a educação dessa fase um direito da criança e um dever
do Estado para com a Educação.

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

Ao longo do tempo, esse campo da educação tem buscado seu


aperfeiçoamento por meio de estudos e pesquisas, com revisões
das concepções sobre a educação das crianças, sobre os espaços
e sobre as práticas pedagógicas que fazem a mediação das cir-
cunstâncias de aprendizagem e do desenvolvimento infantil.
A partir da LDB de 1996, a creche passou a ser inserida na Edu-
cação e, desde então, tem recebido atenção especial, com discus-
sões sobre como orientar o trabalho pedagógico com crianças entre
zero e três anos, que passam pelas creches, além de também dar
continuidade às discussões, estudos e pesquisas do trabalho edu-
cativo das crianças de quatro e cinco anos.
A Resolução n.º 5 de 17 de dezembro de 2009 fixa as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

SAIBA MAIS
Vejamos alguns itens das Diretrizes Curriculares:
[...]
2. Definições – para efeito das Diretrizes são adotadas as definições:
2.1. Educação Infantil
Primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços institucionais não
domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de
idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e
submetidos a controle social.
É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.
2.2 Criança
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura.
2.3 Currículo
Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do
patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5
anos de idade.
2.4 Proposta Pedagógica
Proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador das ações da instituição e define as metas que se pretende
para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo coletivo, com
a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar.
Fonte :Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC,

SEB, 2009. p.12-13.

Como se pode perceber, as Diretrizes propõem um currícu-


lo e uma proposta pedagógica construídos de tal forma que a
criança é o foco de interesse, um sujeito de direitos e histórico,

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

que passará por experiências e saberes que visualize o desenvol-


vimento ao mesmo tempo que ela aprende e é cuidada. A escola
de educação infantil é um trabalho que exige um compromisso do
educador e que ele seja maduro o suficiente para poder lidar com a
complexidade que é esse trabalho.

BREVE IDEIAS SOBRE A QUESTÃO DO CURRÍCULO

A palavra currículo nos conduz a pensar em concepções de tra-


jeto, roteiro de trabalho, e esse tema, até bem pouco tempo, muitos
entendiam ser difícil pensar em roteiro de trabalho com bebês ou
mesmo com crianças de quatro ou cinco anos.
O currículo nessa área de trabalho precisa ser pensado de
modo que abranja ou englobe um conjunto de elementos sig-
nificativos, que permita organizar os conhecimentos, as ex-
periências vividas por essas crianças que estão em franco
processo de desenvolvimento (PEREIRA, 2007).
O currículo é uma composição de saberes e práticas, que inten-
cionalmente visam o desenvolvimento, a aprendizagem e a socia-
lização da criança, porém, ele pode estar organizado de tal forma
que a criança se torne um ser passivo.
Oliveira (2005) é uma estudiosa da educação infantil e, para ela,
a elaboração do currículo e da proposta pedagógica traz subenten-
dida a concepção de educação dos profissionais e a concepção
sobre a creche e a pré-escola.

[...] construir uma proposta pedagógica implica a opção por


uma organização curricular que seja um elemento mediador
fundamental da relação entre a realidade cotidiana da criança
às concepções, os valores, e os desejos, as necessidades e
os conflitos vividos em seu meio próximo e a realidade social
mais ampla, com outros conceitos, valores e visões de mundo
(OLIVEIRA, 2005, p. 169).

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

De acordo com Andrade (2007), a elaboração de um currículo, em


qualquer momento da educação do ser humano, precisa levar em
conta os seguintes elementos:
ƒƒ estabelecimento de metas e prioridades;
ƒƒ levantamentos de recursos;
ƒƒ definição de etapas;
ƒƒ atividade;
ƒƒ avaliação.

Amorim e Dias (2012) apresentam uma discussão sobre a formula-


ção de currículo para as escolas de educação infantil e as creches,
argumentando que as Diretrizes puseram em questão um trajeto,
que anteriormente era feito sobre uma construção coletiva e partici-
pativa de currículos para cada creche ou pré-escola e que atendia
as expectativas da comunidade e as necessidades das crianças.
Para essas autoras houve um desvio de rota em direção oposta,
quando é apresentado um referencial que passou a ser entendido
como ‘o’ currículo para educação infantil, um referencial elaborado
centralmente e que deveria ser seguido pelas creches e pré-escolas.
Amorim e Dias (2012) defendem:

[...] a necessidade de se pensar na especificidade da educa-


ção infantil e na sistematização das ações através da organi-
zação de um currículo para a creche. Para essa elaboração,
dentre outras referências, faz-se necessário o conhecimento
dos documentos oficiais brasileiros que tratam das questões
curriculares (AMORIM; DIAS, 2012, p. 2).

Já para Oliveira (2005, p. 171), o currículo pode ser entendido


como “trajetória de exploração partilhada de objetos de conheci-
mento de determinada cultura por meio de atividades diversifica-
das, constantemente avaliadas”
Entendemos que o currículo para a Educação Infantil deve estar
voltado para o favorecimento do desenvolvimento humano infantil,
em seus diversos aspectos, de linguagem, cognitivo, de equilíbrio

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

pessoal e motor, de relacionamento e socialização com as pessoas,


além de proporcionar oportunidades para o aprendizado de deter-
minados saberes culturais que ajudem o conhecimento do mundo
ao seu entorno.
Como podemos entender, há uma grande preocupação em rela-
ção ao currículo da Educação Infantil. Kishimoto (1994) entende que
as crianças, como seres individuais que são, interpretam e vivem as
situações de modo diverso e específico. Assim, podemos subenten-
der que, para essa autora, é quase necessário que seja feito um
currículo para cada criança.

SAIBA MAIS
Tisuko Morchida Kishimoto atua no campo da educação infantil, faz seus estudos ligados às políticas públicas, aos brinquedos, ao
letramento e ao brincar. Em 1994, desenvolveu um texto para o Ministério de Educação e Cultura (MEC) a respeito do currículo na
educação infantil, e retoma a palavra currículo em sua etimologia, que deriva do latim ‘currus’ – carro, carruagem, que significa um lugar
no qual se corre. Para essa autora, o emprego do termo na educação pode expressar a busca de um caminho, uma direção que orienta
o percurso para atingir determinados objetivos.

O CUIDAR E O EDUCAR NO CURRÍCULO

Já pudemos fazer uma discussão sobre o tema cuidar e educar,


definindo e expondo suas dimensões e limites dentro da escola de
educação infantil.

SAIBA MAIS
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

(Resolução CEB n.º 1 de 7/4/199, artigo 3º, inciso III) dispõe que as propostas pedagógicas de creches e pré-escolas devem promover
“práticas de educação e cuidados que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, linguístico
e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível”.

Normas para o estabelecimento das Diretrizes Curriculares Nacional para a Educação Infantil (2010) a serem observadas na
organização de propostas pedagógicas na educação infantil.
“2.4 Proposta Pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador das ações da instituição e define as metas que se
pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo
coletivo, com a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar.”

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

Como se pode entender o cuidar está no currículo da educação


infantil como uma função, tanto quanto está ligado às aprendiza-
gens. Gostaria de destacar a importância do cuidar, ao longo das
diferentes etapas de aprendizagem do ser humano, uma vez que
é parte do gênero humano os relacionamentos, a socialização e o
respeito mútuo, evitando-se relacionamentos de natureza negativos,
contraproducente que são bases da violência ou do bullying.
Depreende-se que o cuidar se expressa por meio de conhecimen-
tos advindos da psicologia, das contribuições das teorias do de-
senvolvimento infantil, além de valores e crenças partilhados pela
comunidade.
O trabalho pedagógico de cuidar exige um compromisso e afetivi-
dade em relação ao outro, que vai atender as necessidades físicas
e biológicas da criança, por exemplo, limpar nariz, trocar fraldas,
dar banho, alimentar. Também vai dar suporte às necessidades de
segurança, cuidando para não haver acidente, criando espaço de
convivência tranquilo. Também vai estar cuidando das necessida-
des afetivas, como, por exemplo, procurar entender o motivo do
choro, vai pegar nas mãos de uma criança pequena e ensinar bater
palminhas, ocasião de vínculos afetivos próximos, importantes para
a criança se perceber como sujeito e notar sua aceitabilidade pelo
outro, que é o educador.
Nesse espaço, o educador criará oportunidades para a criança
desenvolver suas atividades, bem como ela própria se desenvolve-
rá. A forma como isso se dá está relacionada ao modo como o edu-
cador planeja, organiza e prepara seu trabalho pedagógico. O edu-
cador precisa organizar o tempo e o espaço na rotina das crianças.
Além disso, educar está relacionado com a elaboração de ativida-
des contextualizadas para a criança aprender de modo significativo,
e necessariamente precisam ser intencionais. O trabalho pedagógi-
co assim pensado promove o desenvolvimento, a aprendizagem e
facilita ser avaliado.
Falamos mais uma vez que essa relação afetiva do educador para
com os alunos, lembrando que para muitas crianças é como se fosse
feita uma marca em suas personalidades, marcas que podem nunca
mais serem esquecidas pelas crianças. Esse trabalho do educador
não tem preço!!

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

Especificamente quanto ao educar, vamos recorrer aos Referen-


ciais Curriculares Nacional para a Educação Infantil:

Educar significa, portanto propiciar situações de cuidados,


brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e
que possam contribuir para o desenvolvimento das capacida-
des infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os ou-
tros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança,
e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da
realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá
auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e
conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocio-
nais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a for-
mação de crianças felizes e saudáveis (BRASIL, 1998, p. 23).

A atividade educativa deve ser planejada com objetivos e inten-


cionalidade de aprendizagem e desenvolvimento que permita que a
criança possa compreender o mundo à sua volta.

ROTINAS E A RELAÇÃO COM O TEMPO E COM O


ESPAÇO

Neste capítulo, estudaremos como a organização do tempo e do


espaço das crianças das creches e da pré-escola pode contribuir
para a aprendizagem.
Procuraremos também entender como a organização do tempo e
do espaço na elaboração das práticas pedagógicas pode ser trans-
formadora na educação das crianças e no papel do educador.
O planejamento do trabalho pedagógico é importante, precisa
conter objetivos e deixar claras as intenções da aprendizagem. A ro-
tina orienta as ações e permite que as crianças se situem na relação
tempo-espaço e o educador tem uma percepção do que vai ocorrer
no dia a dia, impedindo que a rotina seja repetitiva ou monótona.

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

Como já argumentamos anteriormente, é dentro de um espaço-


-tempo organizado que as crianças interagem, constroem seu mun-
do de significados e de sentidos, sua subjetividade, compartilham
os sentidos dos instrumentos ao seu redor e das crenças e valores
das pessoas, tudo em um conjunto, para que a criança possa se
desenvolver tornando seu mundo mental integrado.
David e Weinstein (1987) são de opinião que a organização dos
espaços é parte integrante de um bom trabalho pedagógico e isso
significa que os materiais como móveis, brinquedos e mesas preci-
sam estar dispostos em um ambiente físico que favoreça a qualida-
de do trabalho. Esses mesmos autores colocam que os ambientes
destinados à educação das crianças devem promover:

ƒƒ identidade pessoal;
ƒƒ desenvolvimento de competência;
ƒƒ oportunidade para o crescimento;
ƒƒ sensação de segurança e confiança;
ƒƒ oportunidade para contato social e privacidade.

Já para Friedmann (2003), a disposição dos móveis, espelhos,


almofadas, prateleiras, cortinas, higiene, decoração, entre outros,
refletem a proposta educacional e as escolhas das educadoras.
Queremos acentuar que o espaço, os instrumentos contidos nos
espaços, mobílias e equipamentos em geral se compõem em variá-
veis decisivas para o processo de desenvolvimento e de aprendiza-
gem infantil. Lembrando ainda que essa forma de arranjo no espaço
reflete a concepções que o educador tem, tanto de infância, como
de criança e de modelo de aprendizagem.
Temos apresentado a teoria sociointeracionista em diversas ocasi-
ões e, em relação ao espaço físico no favorecimento das interações
sociais, nos comportamentos das crianças, é possível descrever o
seguinte:

Um ambiente é carregado de símbolos que chamam a aten-


ção das crianças para certos aspectos. Por vezes, se vê nas
creches e pré-escolas um espaço físico enfeitado por abece-

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

dários ou cartazes que tratam de conteúdos escolares. Ou-


tros ambientes têm nas parede figuras de indústria cultural
voltada à infância como os personagens de estudos Disney
(OLIVEIRA, 2005, p. 193).

Miranda (2007) faz parte do Grupo Ambiental Educação (GAE),


composto por profissionais de arquitetura, engenharia, pedagogos
e psicólogos, que tem a preocupação com espaço físico escolar, e
afirma que quando bem planejado, pode interferir de modo positivo
no projeto pedagógico. Essa autora argumenta que:

[...] instalações sanitárias, pias, bebedouros, armários, livros


e brinquedos – tudo deve estar ao alcance das crianças. Uma
providência que vai facilitar a autonomia e torna-las mais in-
dependentes. Esse conceito inclui ainda a construção de
espaço acessível a pessoas com necessidades especiais
(MIRANDA, 2007, p. 25).

Para a referida autora, a organização do espaço precisa levar em


conta um espaço que permita incorporar valores culturais das famí-
lias em suas propostas pedagógicas. “Um espaço que as crianças
possam ressignifica, transformar, propor, recriar, explorar e modifi-
car o que foi planejado” (MIRANDA, 2007, p. 26).

Leitura complementar
“O espaço físico das creches e pré-escolas deve proporcionar:
Acessibilidade – portas e pisos sem obstáculos para a passagem de
cadeiras de rodas e carrinhos de bebê, sanitário adaptados para crianças
e adultos deficientes.
Autonomia – equipamentos na altura das crianças (bebe-
douros, maçanetas, vasos sanitários) para que elas possam agir
independentemente dos adultos.
Ambiente lúdico – paredes coloridas, ambientes alegres
e aconchegantes.

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

Segurança – disposição dos espaços e dos equipamentos de maneira


a evitar que as crianças estejam expostas a riscos de queda, de ferimento
ou intoxicação.
Higiene – uso de materiais de fácil limpeza, como tinta lavável nas
paredes e piso liso no chão.”

MIRANDA, Angélica. Arquitetura e educação juntas por uma educação infantil melhor.
Revista Criança do Professor de Educação Infantil, n. 43, 2007, p.19-26.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/revista43.pdf>.

Figura 1 – Educação Física


Chamamos a atenção para que os espaços, além de seguirem as
para crianças da Creche
exigências técnicas básicas, de normas sanitárias e de segurança, Fonte: <http://
em suas disposições, observe-se que a relação entre o número de centroedraiodesol.blogspot.
com.br/2014/04/aula-
crianças e de adultos e a dimensão do espaço seja adequada, sen- de-educacao-fisica-do-
do evitado o aglomerado de crianças, adultos e materiais, bercario-ii.html>. Acesso em:
22 jun. 2015.
em espaços inadequados.
De acordo com Abramowicz e Wajskop (1999, p. 31) o espaço
físico das instituições de educação infantil pode ser definido como:
“Todo espaço físico é um território cultural: a ser ocupado, constru-
ído, bagunçado, organizado, marcado por experiências, sentimen-
tos e ações das pessoas”.
Essas duas autoras apresentam grande contribuição para as ques-
tões de espaço e tempo. A seguir apresentaremos algumas delas. Figura 2 – Detalhe de um
espaço da Escola Centro
Municipal El Rio de Sol
Fonte: <http://acadente.
CRIANÇAS ATÉ TRÊS ANOS blogspot.com.br/2013/02/
espaco-fisico-da-escola.
html>.Acesso em: 22 jun.
É uma faixa etária na qual as crianças aprendem os movimentos 2015.
com as mãos, a engatinhar e a andar, bem como aprendem a con-
trolar o corpo, como é o caso dos esfíncteres. Aprendem a falar, ex-
pressar seus sentimentos e desejos e consegue se comunicar com
os demais.
São inúmeras as atividades que as crianças desenvolvem e, para
atender suas necessidades, é importante a presença de brinque-
dos, que os berços tenham objetos que desperte interesses, pos-
sibilitando que os bebês gesticulem, olhem balbuciem, escutem,
descubram e imitem.

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

É conveniente que no espaço haja espelhos favorecendo a cons-


trução da imagem corporal e barras horizontais fixas às paredes na
altura dos bebês para estimular que eles fiquem em pé.
Os cantinhos devem ser arranjados para que, à medida que eles
crescem, possam encontrar novos objetos como carrinhos, objetos
de uma casinha, roupas, elementos que iniciem a estimulação do
faz de conta. Desde essa idade convém ensinar a guardar os obje-
tos e ajeitar a sala.
Nos espaços internos é importante a organização dos locais des-
tinados ao banho, troca de roupas e à alimentação.

CRIANÇAS DE QUATRO A SEIS ANOS

Nessa faixa etária já é possível agrupar as crianças por um perí-


odo, para desenvolver projetos de brincadeira ou iniciar trabalhos
em conjunto. O educador encontra novos desafios na rotina com
essas crianças, geralmente elas são agrupadas por idade, sendo
uma referência importante para as crianças e pode ser complemen-
tada com trabalhos por grupos heterogêneos que se auxiliem nas
aprendizagens.
Os espaços físicos devem dar continuidade ao desenvolvimento
da curiosidade das crianças e de sua autonomia. Podem ser plane-
jadas e organizadas atividades como leitura, desenho, modelagem
etc. As crianças poderão mostrar suas produções, deixando sua
marca num espaço onde haverá seus desenhos, suas fotos etc.
Lembrando sempre que há necessidade que os brinquedos e ob-
jetos estejam sempre acessíveis às crianças e que elas aprendam a
organizá-los e guarda-los após as atividades.

QUESTÃO DO TEMPO

Trata-se realmente de uma questão, pois existem crianças que


permanecem oito ou mais horas em uma instituição. Portanto, é im-
portante que haja uma rotina nas creches e nas pré-escolas, para
que a permanência seja agradável.

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

O tempo necessita estar planejado de modo a poder atender as


necessidades culturais, psicológicas e fisiológicas. Oliveira et al.
(1992) chamam atenção para que o tempo não seja apenas dedi-
cado às questões de higiene, alimentação e sono, pois há outras
necessidades.

Uma creche, no mês de agosto, mês dos ventos na região,


chamou alguns adolescentes do bairro para confeccionarem
pipas, juntamente com seus irmãozinhos que frequentava a
creche e os colegas destes. O orgulho das crianças de esta-
rem recebendo os visitantes e a alegria da aprendizagem de
algo tão mágico e fascinante envolveram crianças e educado-
res. A atividade realizada levou a um desafio coletivo maior e
marcou um evento diferente, valorizando a aquisição de novos
conhecimentos, assim como os estabelecimentos de novas re-
lações afetivas (OLIVEIRA et al., 1992, p. 81).

Além da riqueza de aprendizagens que podemos perceber na ex-


periência acima citada, chamamos a atenção para a intenção que
conduziu a atividade e as diversas oportunidades de interação.
Para tanto, o papel do educador neste ponto é o de pensar e or-
ganizar o tempo, de forma que seja evitada a ‘espera’ que ficam as
crianças em algumas instituições.

A organização curricular deve criticar o tempo desperdiçado


em atividades sem significado para a criança ou sem coerência
com uma pedagogia transformadora: a fila, o sono, os abaixar
a cabeça na mesa. Também requer avaliar o tempo empregado
em atividades de cuidados: higiene das mãos, escovação dos
dentes, descanso e alimentação (OLIVEIRA, 2005, p. 22).

A organização do cotidiano implicitamente contribui ao desenvol-


vimento infantil, pois a vida mental requer viver em espaços orga-
nizados, principalmente no início da vida. Essa organização tam-
bém objetiva atender tanto as necessidades das crianças como sua
realidade sociocultural.

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

Oliveira (et al., 1992, p. 89) propõem quatro grupos de atividades


para a organização do tempo das crianças:

A. atividade de organização coletiva: momentos de entrada e saída


da creche, a realização de grandes festas e comemorações, ati-
vidades de arrumação da sala;
B. atividades de cuidado pessoal: alimentação, higiene, descanso
ou sono;
C. atividades dirigidas, coordenadas pelo educador;
D. atividades ‘livres’, ou seja, menos dirigidas pelo educador. São
os momentos das brincadeiras que podem acontecer em turmas
separadas ou em agrupamentos de turnos.

A rotina diária das escolas de educação infantil se caracteriza


pela sequência e organização de atividades que devem atender as
diferentes faixas etárias e suas necessidades correspondentes. Isso
significa que a rotina do berçário tem suas peculiaridades diferentes
das crianças da faixa etária entre 4 e 5 anos.
Abramowicz e Wajskop (1995) oferecem exemplo de rotina. Vejamos:

Leitura complementar
Exemplo de rotina para crianças de zero a três anos
Manhã
ƒƒ chegada das funcionarias e educadoras e preparo das salas;
ƒƒ chegada e recepção das crianças para o início da atividade proposta;
ƒƒ higiene, troca de fraldas para os bebês, se necessário;
ƒƒ mamadeiras e/ou café da manhã;
ƒƒ atividades ao ar livre, com banho de sol; brincar com objetos e brin-
quedos;
ƒƒ banho;
ƒƒ almoço.
Tarde:
ƒƒ sesta: as crianças podem dormir ou descansar, outras podem brincar
em seus berços ou colchonetes;

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

ƒƒ lanche: mamadeira de leite ou suco;


ƒƒ atividades orientadas.
Final da tarde:
ƒƒ jantar;
ƒƒ leitura de histórias;
ƒƒ troca de roupas das crianças e preparo para a saída;
ƒƒ conversa com os pais e entrega das crianças.

Exemplo de rotina para crianças de quatro a seis anos


Manhã
ƒƒ chegada das funcionarias e educadoras, preparo das salas;
ƒƒ chegada e recepção das crianças;
ƒƒ conversa com o grupo para planejar o dia;
ƒƒ café da manhã;
ƒƒ atividades dirigidas em sala com o grupo de referencia por idade;
ƒƒ almoço.
Tarde
ƒƒ horário livre: as crianças podem descansar, ler, ouvir histórias na bi-
blioteca, brincar ao ar livre ou em salas-ambiente, caso existam na
creche;
ƒƒ atividades orientadas em sala ou ao ar livre, em grupos de diversas
faixas etárias, em função de salas-ambiente ou de projetos específicos.
Final da tarde:
ƒƒ jantar;
ƒƒ conversa com o grupo para rever e avaliar o dia;
ƒƒ leitura de livro ou histórias;
ƒƒ saída.

ABRAMOWICZ, Anete; WAJSKOP, Gisela. Educação Infantil Creches. São Paulo:


Moderna, 1995, p.28 e 29.

Barbosa e Horn (2001) discutem a importância da organização


espaço-temporal, argumentando sobre as possibilidades de apro-
veitamento pelas crianças em suas interações e socialização.

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

Baseados nessas autoras, fazemos uma síntese e apresentamos


a seguinte proposta de organização das atividades no tempo nas
instituições de educação infantil:
. Atividades diversificadas para livre escolha: não implica a ausência
do adulto, pelo contrário, requer sua observação cuidadosa. Devem
ser oferecidos objetos, brinquedos e espaços às crianças dando-
lhes o direito de escolha. Exemplos: brincadeiras individuais ou em
grupos ou atividades corporais, musicais, dramáticas, plásticas, de
linguagem oral e escrita.
. Atividades opcionais: são realizadas coletivamente mediante o
interesse das crianças por determinado fato ou acontecimento.
Exemplos: visitas, teatros, festas comemorativas etc.
. Atividades coordenadas pelos adultos: geralmente realizadas
coletivamente, tanto nos espaços internos como externos da
escola. Exemplos: jogos, brincadeiras, construção do planejamento
das atividades do dia, projetos, histórias, pesquisas etc.
A organização do tempo e dos espaços na educação infantil revela a
concepção de infância e de educação infantil. O trabalho pedagógico
a ser realizado precisa se fundamentar em pressupostos teóricos,
tornando mais fácil a avaliação.

Em síntese, ressaltamos a importância do papel do educador e


sua ação docente baseada em pressupostos teóricos, em ativida-
des organizadas e planejadas, respeitando a criança como sujeito
em processo de desenvolvimento e aprendizagem.

FAMÍLIAS E INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO


INFANTIL

Até o momento discutimos importantes aspectos das escolas de


educação infantil, currículo, linguagens, modelos teóricos, tempo e
espaço, julgamos importante dedicar uma atenção a respeito da re-
lação com as famílias, como uma forma de compreender a relação
delas com as instituições de educação infantil.

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

As mudanças que têm ocorrido no plano social, na economia, na


política, na cultura e no mundo do trabalho têm provocado mudan-
ças no segmento família.
A teoria histórico-cultural nos permite entender que a família é uma
instituição que se modifica, conforme muda também a sociedade.
Nas modernas sociedades, o avanço da industrialização e as mu-
danças urbanísticas acabam influenciando as relações familiares,
tornando maior a necessidade de novos arranjos para os cuidados
de suas crianças.
Entretanto, podemos notar que o papel da mãe ainda é muito for-
te na sociedade. As mães trabalhadoras, que deixam seus filhos
em creches ou escolas, experimentam sentimentos de culpa e, às
vezes, de rivalidade por quem acaba exercendo seu papel, que no
caso são as pessoas e educadoras das instituições de educação
infantil, que é formado principalmente por mulheres.
O fato é que as crianças levam para a escola os modelos de víncu-
los que inicia em seus lares. Como afirmam Barbosa e Horn (2001),
o dia a dia da escola de educação infantil é permeado de vínculos
afetivos. Os adultos à sua volta precisam entender o valor de suas
interações, de forma corresponsável família e educadores para que
as crianças possam evoluir e o ensino se torne de qualidade. Essas
mesmas autoras consideram importante a comunicação diária entre
a família, os educadores e as crianças. Citam como exemplo o uso de
agendas, diários ou cadernos como instrumentos de comunicação.
Sabemos que muitas famílias acabam procurando o educador
quando enfrentam problemas, mas a comunicação também pode
ser feita nos momentos de construtividade das crianças.
A família exerce forte influência sobre o desenvolvimento da crian-
ça, há um sistema emocional no seio de cada família e a criança vai
para a escola com esses elementos em sua subjetividade.
Contudo, o educador precisa ser ponderado nas suas análises
das relações entre pais e escola, pois, muitos pais têm conflitos e
dificuldades, oriundos das circunstâncias sociais e muitas vezes até
pela desigualdade social. O papel do educador, nesse ponto, é de
saber mediar situações difíceis ou de conflitos.

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

A atitude básica deve ser de compreensão dos determinantes


da ação da família, e não de censura a ela. Há que entender que
pesquisas na área têm evidenciado que a carência de oportu-
nidades de convivência social nas cidades leva as famílias a
se fechar e viver modelos interpessoais carregados de emo-
ções negativas. Superar isso exige a criação de um ambiente
coletivo mais aberto nas creches e pré-escolas, o que requer
estreitar as relações entre escola e comunidade e substituir o
paternalismo ou o distanciamento, porventura existentes, pelo
diálogo e o reconhecimento mútuos (OLIVEIRA, 2005, p. 180).

O que essa autora coloca é a necessidade de acolhimento das


famílias e a compreensão de suas dificuldades, sejam elas psicoló-
gicas, culturais ou sociais.

SAIBA MAIS
A LDB n.º 9.394 de 1996, ao reconhecer as creches e pré-escolas como instituições de educação infantil, estabelece novas formas de
relações dessas instituições com as famílias.
A Lei, em seu artigo 29.º, descreve que “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família
e da comunidade” (BRASIL, 1996, p. 12).

Depreende-se que a proposta pedagógica das instituições pre-


cisa considerar o relacionamento com as famílias como um aspeto
básico para a qualidade do trabalho educativo.
Assim, a educação das crianças é legalmente estabelecida como
uma corresponsabilidade das famílias e das escolas de educação
infantil e é necessário que seja construída as relações entre ambas.
À medida que os educadores promovem o desenvolvimento de
ações que permitam os cuidados e a educação das crianças, es-
tarão superando antigos procedimentos e não estarão mais traba-
lhando na dimensão assistencialista, de guarda, de proteção ou de
substituição da mãe.
Quando uma criança inicia sua vida escolar é prática das escolas
de educação infantil fazer adaptação das crianças. Assim inicia um
trabalho de parceria com as famílias. O período de adaptação exige

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O Trabalho Pedagócio na Educação Infantil
Unidade 4

atitudes de compreensão, de acolhimento das famílias e das crian-


Atenção
ças, para que possam sentir segurança no novo ambiente. Nesse
momento a instituição precisa ser flexível em sua rotina. Há muito que se relacionar
com as crianças e suas fa-
É importante estabelecer um canal de comunicação com as famí- mílias. Sendo necessário se

lias, elas poderão falar sobre seus filhos, sobre seu desenvolvimen- aprender a lidar com a diver-
sidade.
to, darão suas impressões. Para que se estabeleça um ambiente
educativo e de trabalho, o qual visa contribuição mútua, são utiliza-
das entrevistas.
As entrevistas com as famílias podem ser dos seguintes tipos:

−−Entrevistas de admissão – ocorrem no momento de entrada da


criança para a escola, é muito importante para se conhecer os
padrões da família, sua realidade e os aspectos significativos do
desenvolvimento e das necessidades da criança.
−−Entrevista de acompanhamento – pode ser solicitada pelos
pais ou pela escola, se refere ao desenvolvimento da criança ou Figura 3 - Família de
sobre um assunto a ser esclarecido, negros tem um bebê louro
Fonte: <http://
−−Entrevistas avaliativas – momento no qual são compartilhados brasiluniversodigital.
aspectos referentes ao desenvolvimento das crianças e do pro- blogspot.com/2011/05/bebe-
louro-nasce-em-familia-de-
jeto pedagógico da escola. negros.html>. Acesso em: 02
jun. 2015.

São também importantes as reuniões com os pais, que podem


ser sobre a discussão do trabalho pedagógico, sobre as crianças e
seu desenvolvimento, e outros assuntos importantes que podem ser
trocados com os pais.
A escola pode manter como prática uma agenda onde o educador
registra os dados e informações sobre a rotina escolar da criança, e
onde os pais passam informações necessárias sobre as crianças e Figura 4 – Criança com
que necessitam de cuidados do educador. Síndrome de Down
Fonte: <www.drauziovarella.
As instituições que têm uma prática colaborativa e democrática com.br>. Acesso em: 02 jun.
2015.
terão a oportunidade de se aproximar mais das famílias de seus
alunos. Assim, as famílias poderão romper os sentimentos de culpa,
deixarão de ser apáticos ou cobradores de atendimentos.
Os trabalhos em parcerias constroem relacionamentos posi-
tivos e isso é um ganho para todos, tornando o clima escolar
prazeroso e saudável.

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Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Infantil
Unidade 4

REFERÊNCIAS

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