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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL


SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
Subsecretaria de Educação Básica
Diretoria de Educação Infan l

Nota Técnica N.º 6/2020 - SEE/SUBEB/DIINF Brasília-DF, 11 de novembro de 2020.

PLANEJAMENTO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL


PARA O BIÊNIO 2020-2021

A IDENTIDADE DO ATENDIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Do ponto de vista legal, a Educação Infan l é a primeira etapa da Educação Básica e tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos e onze meses de idade em
seus aspectos sico, afe vo, intelectual, linguís co e social, complementando a ação da família e da
comunidade (Lei n.º 9.394/96, Art. 29). Portanto, as ins tuições que ofertam a Educação Infan l devem
assegurar a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo
educa vo. As prá cas pedagógicas devem potencializar a compreensão do mundo feita pela totalidade de
seus sen dos, no conhecimento que se cons tui na relação intrínseca entre razão e emoção, expressão
corporal e verbal, experimentação prá ca e elaboração conceitual.

A VISÃO DE CRIANÇA: O SUJEITO DO PROCESSO EDUCATIVO


A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que se
desenvolve nas interações, relações e prá cas co dianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas
com adultos e crianças de diferentes idades, nos grupos e contextos culturais nos quais se insere. As
a vidades propostas para as crianças, seja por meio de prá cas sociais que oportunizam a cons tuição da
iden dade pessoal e cole va, seja por meio de a vidades pedagógicas nas unidades escolares, são
fundamentais para o seu desenvolvimento integral.
O conhecimento cien fico disponível na atualidade dispõe que, desde o nascimento, a
criança busca atribuir significado à sua experiência e, nesse processo, volta-se para conhecer o mundo
material e social, ampliando grada vamente o campo de sua curiosidade e inquietações mediada pelas
orientações, materiais, espaços e tempos que organizam as situações de aprendizagem, assim como pelas
explicações e significados a que ela tem acesso. Assim, a criança busca compreender o mundo e a si
mesma testando de alguma forma as significações que elabora, modificando-as con nuamente em cada
interação, seja com outro ser humano, seja com objetos.

UMA DEFINIÇÃO DE CURRÍCULO


Na Educação Infan l, o currículo deve ser entendido como as prá cas educacionais
organizadas em torno do conhecimento e em meio às relações sociais que são vivenciadas nos espaços
ins tucionais, e que afetam a cons tuição das iden dades das crianças. Portanto, o currículo da Educação
Infan l é concebido como um conjunto de prá cas que buscam ar cular as experiências e os saberes das
crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, ar s co, cien fico e

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tecnológico. Tais prá cas são efe vadas por meio de relações sociais que as crianças, desde quando são
bebês, começam a estabelecer com as professoras ou professores, demais profissionais da educação e
com as outras crianças.
O arranjo curricular da primeira etapa da Educação Básica organiza-se em (05) cinco
campos de experiências (O eu, o outro e nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas;
Escuta, fala, pensamento e imaginação; e Espaços, tempos, quan dades, relações e transformações) e na
relação intercampos do planejamento pedagógico, centrado nas experiências da criança e no modo como
ela elabora sen do sobre si, sobre o outro e sobre o mundo. A materialidade dos campos de experiências
e dos obje vos de aprendizagem e desenvolvimento expressos no Currículo em Movimento do Distrito
Federal de Educação Infan l partem e se apoiam nos (06) seis direitos de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças (Conviver, Brincar, Explorar, Par cipar, Expressar e Conhecer-se),
que emergem a par r dos princípios é cos, esté cos e polí cos das Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica.
A SEEDF adota como Eixos Integradores do Currículo em Movimento do Distrito Federal, na
Educação Infan l, o Educar e Cuidar, e o Brincar e Interagir, como elementos basilares do trabalho
educa vo com as crianças, e ainda os Eixos Transversais Educação para a Diversidade; Cidadania e
Educação em e para os Direitos Humanos; e Educação para a Sustentabilidade.

A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Na Educação Infan l, a avaliação não tem o obje vo de promoção mesmo se tratando de
acesso ao Ensino Fundamental. Sua finalidade é acompanhamento e o registro do desenvolvimento da
criança, e também cons tui-se como uma ferramenta de reflexão da professora ou do professor sobre o
trabalho pedagógico.
As prá cas que estruturam o co diano das ins tuições de Educação Infan l devem ser
intencionalmente planejadas e permanentemente avaliadas, considerando a integralidade e
indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afe va, cogni va, linguís ca, é ca, esté ca e
sociocultural das crianças, além de potencializar as experiências de aprendizagem desses sujeitos.
Portanto, faz-se necessário compreender que na Educação Infan l tem-se como obje vo fortalecer e
potencializar as experiências organizadas e ar culadas com o que é próprio dos bebês, das crianças bem
pequenas e das crianças pequenas. O espaço da coordenação pedagógica, assim como do Conselho de
Classe, são concebidos como espaços privilegiados para estudos e discussões visando o acompanhamento
das aprendizagens e do desenvolvimento das crianças, para a avaliação ins tucional e para as ações
pedagógicas adotadas com vistas à qualidade do atendimento às crianças.

OS PROCESSOS DE TRANSIÇÃO
Tanto os processos de inserção e acolhimento como os processos de transição materializam
a humanização da educação, sendo válidos para todo o processo educa vo, como destaca o Currículo em
Movimento do Distrito Federal - Educação Infan l (DISTRITO FEDERAL, 2018). Assim, ao falar em processo
de transição atenta-se para o fato de que, na verdade, eles são vários e diversos, passa por acolher e ser
acolhido nos diferentes contextos da escola da infância, pois a todo momento os bebês, as crianças bem
pequenas e as crianças pequenas estão em uma nova fase do seu desenvolvimento. O Currículo em
Movimento do Distrito Federal da Educação Infan l aponta a necessidade das ins tuições de ensino
assegurarem que essa transição ocorra de forma a dar con nuidade aos processos de aprendizagem e de
desenvolvimento, e podem ocorrer ao longo do ano le vo e não em momentos estanques.

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UM OLHAR SENSÍVEL PARA O BIÊNIO 2020-2021


As ins tuições de Educação Infan l são espaços onde educar e cuidar são intrínsecos, seus
profissionais devem estar atentos e acolher as singularidades das crianças e de suas famílias. Faz-se
necessário considerar os processos de transição que caracterizam as a vidades não presenciais no
decorrente ano e o vivenciado em decorrência da pandemia, bem como a reorganização do trabalho
pedagógico para o biênio le vo 2020 e 2021, pensando na con nuidade das experiências por meio de
a vidades remotas, híbridas ou presenciais, a depender das condições que incidirão nas
decisões estratégicas de atendimento pedagógico da SEEDF.
Nesse sen do, é imprescindível que as ações educa vas sejam acolhedoras e respeitosas.
Os sen mentos não podem estar à margem na organização do trabalho pedagógico. A efe vidade das
propostas pedagógicas vivenciadas dependem do modo como a criança é afetada, dos sen dos
produzidos por ela mediante as situações intencionalmente planejadas. A a vidade intelectual envolve a
afe vidade intrinsecamente como ações indissociáveis, assim a unidade afeto-intelecto deve se
consolidar nas prá cas da escola da infância por meio de ações atentas e sensíveis que considerem e
respeitem sen mentos, interesses e necessidades das crianças, de suas famílias/responsáveis legais e dos
profissionais da educação.
Em face do exposto, compar lha-se o entendimento de que não há a necessidade de
replanejamento curricular na Educação Infan l, pois sua organização e orientação possibilita um trabalho
pedagógico com os bebês, com as crianças bem pequenas e com as crianças pequenas de forma a
oportunizar suas aprendizagens e o seu desenvolvimento integral, mesmo diante de um momento
peculiar de pandemia ou pós-pandemia.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Presidência
da República, Casa Civil, Brasília, DF.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Con nuada,
Alfabe zação, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho
Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da
Educação Básica/ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e
Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
DISTRITO FEDERAL, Secretaria de Estado de Educação Currículo em Movimento do Distrito Federal :
Educação Infan l. Secretaria de Estado de Educação - Brasília: SEEDF, 2018.

ANDRÉIA PEREIRA DE ARAÚJO MARTINEZ


Diretora
Diretoria de Educação Infan l

De acordo,

TIAGO CORTINAZ

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Subsecretário
Subsecretaria de Educação Básica

Documento assinado eletronicamente por TIAGO CORTINAZ DA SILVA - Matr.0243728-7,


Subsecretário(a) de Educação Básica, em 11/11/2020, às 22:47, conforme art. 6º do Decreto n°
36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº 180,
quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por ANDREIA PEREIRA DE ARAUJO MARTINEZ - Matr.


00266876, Diretor(a) de Educação Infan l, em 12/11/2020, às 08:47, conforme art. 6º do
Decreto n° 36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº
180, quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

A auten cidade do documento pode ser conferida no site: h p://sei.df.gov.br


/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 50579316 código CRC= D573F45A.

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00080-00202078/2020-21 Doc. SEI/GDF 50579316

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