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CURSO DE PEDAGOGIA

LIDIANE RAIMUNDO RODRIGUES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO:
PLANO DE TRABALHO: EDUCAÇÃO INFANTIL

Sonora/MS
2021
LIDIANE RAIMUNDO RODRIGUES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO:
PLANO DE TRABALHO: EDUCAÇÃO INFANTIL

Relatório apresentado à ANHANGUERA, como


requisito parcial para o aproveitamento da
disciplina de Estágio Curricular Obrigatório I:
Educação Infantil do curso de Pedagogia.

Sonora/MS
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................3
1 LEITURAS OBRIGATÓRIAS.........................................................................................4
2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP).................................................................6
3 ATUAÇÃO DO PROFESSOR E SUA INTER-RELAÇÃO COM A EQUIPE
ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA..........................................................................8
4 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ABORDAGEM DOS TEMAS
CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS DA BNCC.................................................10
5 METODOLOGIAS ATIVAS COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS................12
6 PLANOS DE AULA.......................................................................................................14
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................17
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................18
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INTRODUÇÃO

O estágio é um ciclo fundamental para o acadêmico em formação, pois propicia para


uma experiência na prática de como é estar no mercado de trabalho. A realidade
contemporânea exige pessoas cada vez mais qualificadas, pois é assim que o mercado
determina. É papel da faculdade como entidade de ensino preparar os jovens, transformando-
os em cidadãos críticos e participativos, diante dessa concepção de educação é que se busca
na prática de estágio empregar todo o conhecimento adquirido no curso.
Dessa maneira, o curso de Pedagogia tem o intuito principal de formar profissionais
que sejam capazes de se adaptar as novas situações emergentes, gerando de modo gradual a
autonomia profissional para que possa contribuir em uma construção sólida de saberes. Sendo
assim, é o estágio que proporciona essas experiências, colaborando de forma direta no
processo ensino-aprendizagem.
O Estágio Supervisionado como componente curricular é uma atividade acadêmica de
aprendizagem social, profissional e cultural, que promove ao discente atuar em condições
reais da vida e do trabalho de seu meio, sendo efetivado na comunidade ou junto a empresas.
A seguir serão apresentadas as atividades do Plano de Trabalho reformulado por conta do
contexto da pandemia COVID-19, conforme campos de estágio na Educação Infantil.
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1 LEITURAS OBRIGATÓRIAS

As relações educativo-pedagógicas, que, segundo Cerisara (2004), deveriam ser o


objeto das instituições de Educação Infantil, são definidas como mais amplas que o processo
de ensino-aprendizagem (Rocha, 1999), o qual é compreendido como processo que
privilegiaria o aspecto cognitivo. As relações educativo-pedagógicas abarcariam, por sua vez,
além da dimensão cognitiva, as dimensões “expressiva, lúdica, criativa, afetiva, nutricional,
médica, sexual”. A autora esclarece que o termo educacional-pedagógico busca explicitar “as
diferentes dimensões desta relação no plano político, institucional e pedagógico propriamente
dito (com caráter de intencionalidade definida, planejada e sistematizada de ação junto à
criança).
Assim, nessa perspectiva o ensino parece ser compreendido como processo voltado
(exclusivamente) ao aspecto cognitivo e prejudicial ao desenvolvimento da criança na
primeira infância e idade pré-escolar. Portanto, nessa faixa etária o professor não deve
ensinar, mas limitar-se a acompanhar, favorecer e estimular o desenvolvimento infantil – ou,
ainda, a seguir as crianças, conforme expressão do educador italiano Loris Malaguzzi
(ARCE, 2014).
Vigotski (1995) postula que o desenvolvimento infantil constitui uma unidade
dialética entre duas linhas genéticas – o desenvolvimento biológico e o cultural. Trata-se,
portanto, de um processo único de formação biológico-social da personalidade da criança,
mas não de uma simples “mistura” entre o plano biológico e o social. No homem, o
desenvolvimento cultural se sobrepõe aos processos de crescimento e maturação orgânica,
pois na medida em que o desenvolvimento orgânico se produz em um meio cultural, ele
converte-se em um processo biológico sócio-historicamente condicionado.
Embora Vigotski (1995) compreenda o desenvolvimento infantil como uma unidade
entre as linhas de desenvolvimento biológico e cultural, a diferenciação entre os planos
natural e cultural do desenvolvimento se faz necessária, em sua análise, para que não se
incorra em uma interpretação biológica dos processos psicológicos superiores humanos.
Vigotski postula que a gênese das funções psicológicas exclusivamente humanas não é
biológica, mas fundamentalmente cultural.
Fica evidente que as funções psicológicas devem ser “cultivadas” na criança pelo
educador e que isso não significa submeter a criança a um treinamento mecânico. Ao
contrário, se o trabalho educativo se resumir a esse treinamento mecânico, o desenvolvimento
dessas funções não se efetivará plenamente, em suas máximas possibilidades. É preciso,
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outrossim, que tais funções integrem processos dirigidos por um alvo, ou seja, é preciso que
seu desenvolvimento se coloque como condição para a realização da atividade pela criança.
Leontiev (2001) ilustra esse processo com o desenvolvimento da audição fonemática na
criança e a aprendizagem de uma língua estrangeira.
Em conformidade com Aguiar (2004), as atividades lúdicas e a Educação Infantil
estão diretamente ligadas, sendo que essas são desenvolvidas para assegurar à criança um
local agradável, motivador, enriquecido, que promove aprendizagem de várias habilidades.
Na Educação Infantil, por meio da brincadeira a criança desenvolve a maior parte de suas
funções cognitivas, emocionais e sociais. O processo lúdico como ferramenta de ensino se
mostra altamente eficiente, e levando em conta esse fator o professor da educação infantil,
pode usar essa ferramenta para introduzir nas suas aulas, assuntos relevantes para as crianças
Na escola de Educação Infantil, o docente é o indivíduo mais experiente, isto é, aquele
que irá assegurar um local prazeroso, onde as crianças poderão expor as suas vivências
cotidianas. Aonde conduzirá ação lúdica para que a aprendizagem dos discentes seja
significativa. Dessa forma, se tem a relevância de capacitar os profissionais educadores, para
que eles possuam os subsídios necessários para a condução das aulas. Estimando as
particularidades das crianças, além da variedade de hábitos, costumes e valores. Propiciando
um local interessante, no qual a aprendizagem das crianças é a meta mais importante.
Dessa forma, se entendemos o ato de ensinar em oposição ao imperativo de “seguir as
crianças...”, ou seja, como intervenção intencional e consciente do educador que visa garantir
a apropriação do patrimônio humano-genérico pela criança, promovendo e guiando seu
desenvolvimento psíquico, podemos afirmar que os pressupostos de Vigotski, Leontiev e
Elkonin sustentam a defesa do ensino junto à criança de 0 a 6 anos.
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2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)

O PPP é um documento no qual estão registradas as ações e projetos que uma


determinada comunidade escolar busca para seu ano letivo, sendo auxiliados de forma política
e pedagógica por professores, coordenação escolar, alunos e familiares. Para isso constroem
atividades pedagógicas que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem (VAGULA, 2014).
Segundo a Secretaria de Educação da Bahia (2014, p. 1), o PPP “é fruto da interação
entre os objetivos e as prioridades fixadas pela coletividade, a qual estabelece, através da
reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade”. Assim, o projeto precisa
ser conhecido, discutido e reformulado sempre em concordância com as políticas públicas
educacionais vigentes, sem perder a análise crítica da realidade que se manifesta a nível
micro, mas que é reflexo da realidade globalizada (PICOLI; CARVALHO, 2008).
Segundo França (2020), o PPP é um documento nortear que deve ser elaborado por
todas as escolas com o objetivo de orientar as práticas educacionais durante todo o ano letivo.
Apesar do seu caráter formal, o Projeto Político Pedagógico deve ser acessível para todos os
integrantes da comunidade escolar e para isso a construção do PPP deve ser colaborativa.
Ainda assim, é fundamental que exista uma figura mobilizadora que se responsabilize por
conduzir esse processo, papel designado ao diretor escolar. Conforme explica Vagula (2014),
é por meio do PPP que a escola define e articula quais conteúdos serão ensinados e como, a
partir da realidade social, cultural e econômica em que está presente. Assim, deve ser
construído de acordo com as especificidades de cada escola e ser flexível para atender as
demandas específicas dos alunos.
É fundamental que o Projeto Político Pedagógico seja atualizado anualmente. Isso faz
com que ele se mantenha vivo dentro da instituição. Pois é a partir dos indicadores trazidos
por ele que a escola vai ter a consciência empresarial do que realmente precisa. Assim, pode
determinar e executar um plano de ação que lhe apresente vantagens reais. Porém,
infelizmente, é comum ver o PPP engavetado e tornando-se algo meramente burocrático. E
isso é um equívoco, já que os indicadores servem justamente para identificar os problemas e
trabalhar soluções.
Segundo Arquidiocesano (2021), as competências gerais serão trabalhadas em cada
uma das áreas de conhecimento – Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da
Natureza e Ensino Religioso – e construídas por habilidades desenvolvidas a partir de
atividades em sala de aula. Neste sentido, o material didático utilizado no Colégio está em
constante atualização para atender o que prescreve a BNCC.
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A proposta da BNCC é colocar o estudante como agente ativo da sua própria


educação, fazendo com que ele saiba identificar problemas, compreender conceitos, propor
soluções, interagir com os colegas de classe, argumentar, entre outras habilidades.
Aprendizagens sintonizadas com as necessidades dos alunos geram maior engajamento e
preparam-nos para os desafios da sociedade atual.
Arquidiocesano (2021) complementa que na educação Infantil, por exemplo, os cinco
campos de experiência – O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons,
cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades,
relações e transformações – são o foco da aprendizagem, que deve se encaixar na proposta. As
competências gerais da BNCC são como os novos fundamentos da educação brasileira.
Arquidiocesano (2021) explica que as atividades avaliativas do(a) educando(a)
deverão ser adequadas à faixa etária e ao período em que estiver matriculado(a). Objetivando
uma avaliação contínua, a criança será constantemente acompanhada, orientada, mediante
registros e comunicação quanto ao desenvolvimento do processo educativo. A avaliação
considerará o desempenho da criança, a capacidade em solucionar problemas propostos,
diagnósticos dos avanços e dificuldades, características inerentes ao processo de
aprendizagem.
A avaliação basear-se-á em dois pressupostos: observação atenta e criteriosa sobre as
manifestações de cada criança; reflexão sobre o significado dessas manifestações de acordo
com o desenvolvimento do educando. Não haverá avaliação quantitativa para efeitos de
promoção ou reprovação. A Coordenação Pedagógica, juntamente com os professores,
definirão os instrumentos de acompanhamento e de registro da aprendizagem do aluno, com
base nos aspectos cognitivo e psicossocial. De acordo com a Proposta Pedagógica do Colégio,
cada criança da Educação Infantil ao 1º Ano do Ensino Fundamental- Anos Iniciais terá ao
final de cada Etapa Letiva uma Ficha de Avaliação e do Direito de Aprendizagem e
Desenvolvimento, na qual contarão Conceitos/Habilidades referentes aos Campos de
Experiência e Componentes Curriculares da BNCC.
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3 ATUAÇÃO DO PROFESSOR E SUA INTER-RELAÇÃO COM A EQUIPE


ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA

Como atividades que fazem parte da rotina de trabalho do professor, são: a elaboração
de aulas, a correção de atividades e também a capacitação constante. Acompanhamento do
desempenho dos alunos, elaboração dos conteúdos da aulas e constante capacitação
profissional com variedade de cursos que estiverem disponíveis para cada dia melhorar sua
aula em sala.
Sobre a rotina do trabalho do professor da educação infantil podemos citar o
planejamento, a execução e a avaliação. Isso porque a educação infantil serve para as crianças
como forma de socialização tendo em vista que alguns conceitos são aprendidos aplicados a
prática de socialização. Importante perceber assim, que isso está de acordo com os teóricos
da época que fomentavam a divisão de acordo com as habilidade que cada criança possui.
Se abordando da figura do docente, o mesmo possui uma função de grande relevância
no desenvolvimento da criança, já que através dos seus conhecimentos, essa desenvolve
atividades para a capacidade motor, emocionais, cognitivos e sociais, inserindo a criança na
sociedade. Para Kramer (2012), é necessário que os professores tenham uma formação inicial
sólida e contínua, onde esses sejam capazes de conviver com as crianças, aprender com elas, e
a brincar com as mesmas.
Ainda segundo Kramer (2012), além disso, é necessário que esses profissionais saibam
trabalhar o lúdico de forma adequada, levando em conta que o mesmo é uma importante
estratégia que o educador tem nas mãos para fazer com que suas aulas sejam atrativas e
dinâmicas. O professor da educação infantil quando elabora aulas que permitam as crianças
através de jogos e brincadeiras a se expressarem, ele faz com que os alunos adquiram
conhecimentos enriquecedores para o seu desenvolvimento.
As brincadeiras e jogos podem ser estimadas com estratégias didáticas quando o
intuito da mesma consiste em ampliar a aprendizagem, ou seja, fazer com que a criança passe
a ter um conhecimento maior. Para que isso ocorra, é necessário que se tenha uma
intencionalidade educativa, o que implica na previsão e planejamento de fases pelo educador,
para obter os objetivos estabelecidos e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes.
A equipe pedagógica deve propor formação continuada aos professores para
compreender a maneira de como irá se organizar visando o cumprimento das intenções da
escola. Nesse sentido, a gestão deve estar presente para viabilizar o que for necessário para o
funcionamento da instituição escolar. Dessa forma, se compreende que o professor deve se
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encontrar em articulação com toda a equipe pedagógica para alcançar os objetivos de


aprendizagem do aluno.
Utiliza-se a proposta curricular para estabelecer como se ensina e quais a maneira de
avaliação, bem como a organização do tempo e espaço na sala de aula. A equipe pedagógica
deve propor formação continuada aos professores para compreender a maneira de como irá se
organizar visando o cumprimento das intenções da escola. Nesse sentido, a gestão deve estar
presente para viabilizar o que for necessário para o funcionamento da instituição escolar.
Quando a direção desenvolve afinidade com a coordenação pedagógica o
desenvolvimento e o entrosamento de toda a equipe da escola flui com mais facilidade.
Assim, é possível alinhar todas as atividades com os professores e funcionários. Como
mencionamos, se há sintonia não há ruídos para atrapalhar.
Segundo Eduxe (2020), o primeiro ponto fundamental da relação entre direção com a
equipe pedagógica é que exista entre as partes uma relação de confiança. A equipe precisa
reconhecer no diretor uma figura de liderança apta a conduzir a escola nas esferas
administrativas e pedagógicas e o diretor, por sua vez, precisa oferecer a equipe a autonomia e
o poder de decisão necessários para que ele realize as suas atividades de maneira mais
estratégica.
Isso significa garantir aos profissionais um ambiente de trabalho saudável, além de
uma equipe de suporte capaz de atuar em problemas pontuais e em tarefas excessivamente
operacionais que compõem o dia a dia, e que não devem tirar o foco das atribuições que
efetivamente vão gerar resultados para a escola. Além disso, é preciso que a agenda de ambos
preveja encontros periódicos para discutir o bom andamento do planejamento pedagógico da
instituição, bem como para replanejar, sempre que necessário. Alguns temas, inclusive, não
podem faltar nas pautas das reuniões entre eles.
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4 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ABORDAGEM DOS TEMAS


CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS DA BNCC

A transversalidade consiste em contextualizar os conteúdos e resgatar a memória dos


acontecimentos, interessando-se por suas origens, causas, consequências e significações,
ampliando as possibilidades do aluno de se tornar um cidadão leitor. Pode ser considerada
uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados e as questões da vida
real. É aprender na realidade e da realidade (COC, 2021).
Ainda segundo COC (2021), os conteúdos da vida real devem ser abordados na
metodologia das disciplinas e relacionados com questões relevantes na sociedade, como ética,
saúde, preservação do meio ambiente, orientação sexual, trabalho, consumo e diversidade
cultural. Os temas transversais devem ser orientados pelas situações que os alunos e
educadores vivem em sociedade. Esses conteúdos devem ser inseridos de diferentes maneiras
em cada disciplina do ensino, como se “atravessassem” os campos de conhecimento. 
Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) é uma busca pela melhoria da
aprendizagem .Ao contextualizar o que é ensinado em sala de aula juntamente com os temas
contemporâneos, espera -se aumentar o interesse dos estudantes durante o processo de
relevância desses temas no seu desenvolvimento como cidadão. O maior objetivo dessa
abordagem é que o estudante conclua a sua educação formal reconhecendo e aprendendo
sobre os temas que são relevantes para sua atuação na sociedade.
Segundo o site Geração Digital (2021) Os Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs) da BNCC buscam uma contextualização do que é ensinado, trazendo temas que sejam
de interesse dos estudantes e de relevância para seu desenvolvimento como cidadão. O grande
objetivo é que o estudante não termine sua educação formal tendo visto apenas conteúdos
abstratos e descontextualizados, mas que também reconheça e aprenda sobre os temas que são
relevantes para sua atuação na sociedade.
Assim, Geração Digital (2021) cita que espera-se que os TCTs permitam ao aluno
entender melhor: como utilizar seu dinheiro, como cuidar de sua saúde, como usar as novas
tecnologias digitais, como cuidar do planeta em que vive, como entender e respeitar aqueles
que são diferentes e quais são seus direitos e deveres, assuntos que conferem aos TCTs o
atributo da contemporaneidade
Quando alunos e professores se veem imersos em um ambiente cuja formação se
baseia na ética, moral e no compartilhamento e construção de princípios, valores e censo
crítico, as chances de formação de cidadãos mais responsável, abertos ao diálogo e
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especialmente, mais consciente da importância do respeito mútuo no convívio em sociedade


são muito maiores. Além de serem excelentes para prepará-los para o futuro, os benefícios
têm grande chance de serem colhidos já no ambiente escolar, que tende a ficar mais
harmônico para todos.
Dos TCTs listados, que podem ser trabalhados de forma transversal no curso de
Pedagogia se pode citar o meio ambiente, saúde, multiculturalismo, além de cidadania e
civismo. Vale destacar, que sendo assim, as propostas podem ser trabalhadas tanto em um ou
mais componentes de forma intradisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar, mas sempre
transversalmente às áreas de conhecimento.
Para subsidiar o trabalho dos professores e gestores, em especial aos envolvidos na
(re)elaboração curricular1 , quanto à incorporação dos Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs) da BNCC, serão apresentadas sugestões metodológicas para guiar a sua abordagem
nos currículos e nas práticas pedagógicas das escolas. Segundo Brasil (2019), para tanto, a
metodologia de trabalho com os TCTs estará baseada em quatro pilares: sendo eles:
problematização da realidade e das situações de aprendizagem; integração das habilidades e
competências curriculares à resolução de problemas; superação da concepção fragmentada do
conhecimento para uma visão sistêmica; promoção de um processo educativo continuado e do
conhecimento como uma construção coletiva.
Todavia, note-se que cada um dos “quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de
atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma
experiência global conduzida ao longo de toda a vida, no plano cognitivo e no prático, para o
indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade. Para Gadotti (2010: 07), uma educação
voltada para o futuro deverá ser uma educação contestadora, superadora dos limites impostos
pelo Estado e pelo mercado, ou seja, uma educação voltada mais para a transformação social
do que para a transmissão cultural.
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5 METODOLOGIAS ATIVAS COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS

As Metodologias ativas, ao se apresentarem como estratégias de potencializar as ações


de ensino e aprendizagem por meio do envolvimento dos estudantes como atores do processo
e não apenas como espectadores, têm se configurado como formas de convergência de
diferentes modelos de aprendizagem, incluindo, dessa forma, as tecnologias digitais para
promover as ações de ensino e de aprendizagem, envolvendo um conjunto muito mais rico de
estratégias ou dimensões de aprendizagem (BACICH, 2018).
Segundo Bacich (2018), ao enfatizarmos a importância da inserção de metodologias
ativas nas instituições de ensino reforçamos que a urgência desse processo é a reflexão de que
não existe uma forma única de aprender e que a aprendizagem é um processo contínuo em
que todos os envolvidos no processo devem ser considerados como peças ativas.
Para Bacich (2018), as estratégias metodológicas a serem utilizadas no planejamento
das aulas são recursos importantes ao estimularem a reflexão sobre outras questões essenciais,
como a relevância da utilização das tecnologias digitais para favorecer o engajamento dos
alunos e as possibilidades de personalização na educação. É certo que as pessoas não
aprendem da mesma forma, no mesmo ritmo e ao mesmo tempo.
Bacich (2018) complementa que o ensino considerado “tradicional” muitas vezes torna
todo o grupo homogêneo e supõe que o tempo, o ritmo e a forma de aprender são iguais para
todos. Ao utilizar diferentes estratégias de condução da aula, aliadas com propostas on-line, as
metas de aprendizagem dos alunos podem ser mais facilmente atingidas e momentos de
personalização do ensino podem ser identificados.
O ambiente escolar, ainda mais no ensino infantil, desempenha papel fundamental na
socialização da criança, condição essencial para sua adaptação aos outros períodos escolares,
tanto social quanto intelectualmente, e à vida em sociedade, em geral. E é através do
professor, principalmente o da educação infantil, que a criança pode se desenvolver
plenamente nessa etapa.
Para o Instituto Canção Nova (2021), é sempre oportuno lembrar que o professor,
nessa etapa, deve usar as brincadeiras, naturais do período de desenvolvimento em que a
criança se encontra e que favorecem seu amadurecimento, para ancorar seu conhecimento e
ensino, fazendo perguntas, comentando, desafiando e incentivando a verbalização.
Sua função, além das atribuições gerais a todo professor como planejamento, registro,
execução de aulas, é a de mediador, facilitando a aproximação das crianças consigo e entre
elas, decidindo e propondo práticas adequadas em grupo e atividades que promovam o
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desenvolvimento integral da criança. Neste ponto, a educação infantil faz interface direta com
as chamadas Metodologias Ativas, cada vez mais empregadas nos diversos níveis de ensino.
O Instituto Canção Nova (2021) destaca que as metodologias ativas referem-se a
formas de ensinar que priorizam a atuação do aluno e estimulam o desenvolvimento de suas
competências. A aprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o assunto proposto
e é estimulado a construir seu conhecimento e não apenas recebê-lo passivamente. Nas
metodologias ativas, diversas estratégias devem ser utilizadas para que o papel central do
processo ensino-aprendizagem, que tradicionalmente era do professor, seja do aluno, que
passa a ser mais autônomo e personaliza o processo ensino-aprendizagem.
Dessa forma, na situação problema, será usado como metodologias ativas, a
gamificação – jogos como ferramentas pedagógicas: o uso de jogos no processo de ensino-
aprendizagem é, certamente, uma das mais bem aceitas metodologias ativas. Há diversos
universos e habilidades a serem explorados e estimulados através desse recurso. Com isso,
busca-se contribuir para solucionar os problemas que estão interferindo no cotidiano da
escola. Para empregar metodologias ativas de forma adequada, é essencial que o professor as
conheça suficientemente para desenvolvê-las adequadamente em sala de aula. Também
precisa conhecer os recursos possíveis e mais favorecedores que pode utilizar.
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6 PLANOS DE AULA

A seguir será apresentado os planos de aula da Educação Infantil:

Plano de aula I
Disciplina Metodologias ativas na Educação Infantil
Série Jardim I
Identificação
Turma B
Período Vespertino

- Alfabetização;
- Abecedário

Conteúdo

Objetivo geral:
Apresentar recursos interativos que auxiliam as crianças em diferentes níveis de
alfabetização.

Objetivos
Objetivos específicos:
Descrever o alfabeto;
Ensinar a criança para o tutorial do aplicativo;
Estimular alfabetização das crianças.

Metodologia
1) Primeiramente, as crianças ouvirão um trecho em relação aos objetivos do jogo contido
no aplicativo do celular.
2) A partir da transcrição, serão explanadas para as crianças, as letras do alfabeto.
3) O docente irá ensinar o tutorial sobre o jogo a partir de um vídeo.
4) Após a explicação, os alunos realizarão uma atividade prática, em que deverão associar
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sons a imagens do jogo.


5) Na sequência, conforme a criança acerta, se aumenta o grau de dificuldade, completando
sílabas ou palavras.
6) Ao final, cada criança exibirá a palavra formada.

- Aplicativo do jogo;
Recursos - Aparelho celular;
- Tablet;
- Datashow.

Atividade:
- Análise de sons a imagens para a formação de palavras;
Avaliação
Critérios:
- Quantidade de acertos;
- Interação com os colegas.

Referências LUDOEDUCATIVO. Ludo Primeiros Passos. 2021. Disponível em:


https://www.ludoeducativo.com.br/pt/play/ludo-primeiros-passos. Acesso em: 19 out. 2021.

Plano de aula II
Disciplina Metodologias ativas na Educação Infantil II
Série Jardim II
Identificação
Turma A
Período Matutino

- Juntar as sílabas com cola para formar palavras.

Conteúdo

Objetivos
Objetivo geral:
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Apresentar as sílabas para a formação de palavras em um game super divertido.

Objetivos específicos:
- Identificar e diferenciar as letras do alfabeto;
- Construir os conceitos de letra e de sílaba;
- Distinguir vogais de consoantes;
- Conhecer e identificar as sílabas simples.

1) Primeiramente, as crianças reunirão em equipe de 5.


2) Será explicado o tutorial do aplicativo do celular ou tablet.
3) Após a explicação, os alunos em grupo realizarão a atividade prática, em que deverão
Metodologia
junte as sílabas com cola virtual para formar palavras.
4) Na sequência, observarão como utilizarão o alfabeto na construção das palavras;.
5) Ao final, cada equipe exibirá as palavras formadas.

- Aplicativo do jogo;
- Aparelho celular;
Recursos
- Tablet;
- Cartazes para o tutorial;

Atividade:
- Análise das palavras;
Avaliação
Critérios:
- Interação com a equipe;
- Acerto das palavras.

Referências ESCOLA GAMES. BA BE BI. 2021. Disponível em: https://www.escolagames.com.br/jog


os/colaSilabas/. Acesso em: 19 out. 2021.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não tem como um estudante de pedagogia ficar sem estagiar, pois é na prática que se
reafirma o que se aprende em sala de aula, no qual se vê que muitas vezes o que é falado pelo
docente pelas teorias e seus teóricos não é uma regra. O estágio permite ao aluno conhecer
suas limitações profissionais, poder talvez já escolher em que área de atuação vai trabalhar,
porque a pedagogia abre um leque de oportunidades ao pedagogo formado, logo conhecendo
um pouco das suas dificuldades e habilidades, assim fica mais fácil escolher no que atuar
depois de formado.
Com a realização do Estágio, o aluno passa a conviver com o cotidiano institucional,
possibilitando a observação da dinâmica e prática das atribuições do profissional em serviço.
O estágio na formação do pedagogo, torna-se um instrumento coerente com a prática
pedagógica e com a formação das futuras gerações de profissionais, pois é o primeiro contato
com os desafios que serão enfrentados no seu cotidiano profissional.
Teorias são, no estágio, vistas de perto. A importância desse momento na vida
acadêmica do estudante de Pedagogia é de suma importância, uma vez que é no estágio onde
o formando começa, de fato, a ter experiência na carreira que ele escolheu por seguir. Os
estágios objetivam a afirmação da aprendizagem como processo pedagógico de construção de
conhecimentos, desenvolvimento de competências e habilidades sob processo de supervisão.
Na formação acadêmica do educador, se relaciona com pouca intensidade com o
lúdico, não tendo um fundamento teórico que admita entender a ludicidade como um
elemento de desenvolvimento humano. Isso ocorre devido que o lúdico ainda não foi
entendido como um parâmetro relevante e que necessita ser estudado e vivenciado em sua
plenitude.
Os educadores devem receber uma formação inicial sólida e contínua onde os mesmos
possam ser capazes de viver com as crianças, aprender com elas, e a brincar com as mesma.
Saber trabalhar o lúdico é uma importante estratégia que o educador tem nas mãos para fazer
com que suas aulas sejam atrativas e dinâmicas. O professor da educação infantil quando
elabora aulas que permitam as crianças através de jogos e brincadeiras a se expressarem, ele
possibilita que o aluno adquira conhecimentos enriquecedores para o seu desenvolvimento.
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REFERÊNCIAS

ARCE, A. Pedagogia da infância ou fetichismo da infância? In: DUARTE, N. (Org.) Crítica


ao fetichismo da individualidade. Campinas: Autores Associados, 2004.

ARQUIDIOCESANO. Projeto Político Pedagógico. 2021. Disponível em:


<https://arquidiocesano.com/proposta-pedagogica/sintese-doppp/>. Acesso em: 19 out. 2021.

BACICH, L. GERAÇÃO DIGITAL. Metodologias ativas: desafios e possibilidades. 2018.


Disponível em: https://lilianbacich.com/2018/07/24/metodologias-ativas/. Acesso em: 19 out.
2021.

BAHIA. Orientações para o projeto político-pedagógico. Jornada Pedagógica 2014.


Salvador, 2014

BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC -


propostas de práticas de implementação. Brasília: MEC/SEB, 2019.

CERISARA, A. B. Por uma pedagogia da educação infantil: desafios e perspectivas para as


professoras. Caderno Temático de Formação II – Educação Infantil: construindo a
Pedagogia da Infância no município de São Paulo. Secretaria Municipal de Educação.
Diretoria de Orientação Técnica. São Paulo, SME DOT/ ATP/ DOT, 2004.

COC. Transversalidade na educação. 2021. Disponível em: https://www.coc.com.br/blog/so


ouescola/para-a-escola/o-que-e-transversalidade-na-educacao. Acesso em: 19 out. 2021.

EDUXE. A relação entre diretor e coordenador pedagógico. 2020. Disponível em:


http://eduxe.com.br/blog/2018/11/06/a-relacao-entre-diretor-e-coordenador-pedagogi
co/. Acesso em: 19 out. 2021.

ESCOLA GAMES. BA BE BI. 2021. Disponível em: https://www.escolagames.com.br/jog


os/colaSilabas/. Acesso em: 19 out. 2021.

FRANÇA, L. Projeto político pedagógico (PPP). 2020. Disponível em:


https://www.somospar.com.br/saiba-o-que-e-o-projeto-politico-pedagogico/. Acesso em: 19
out. 2021.

GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. São Paulo em Perspectiva. V.14, n. 02, São
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