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UP CURSOS 2023

Matemática na Educação Infantil

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RCN Educação Infantil ....................................................................................... 2

Educação infantil: Conteúdo e metodologia para criança................................... 4

Escola Infantil: Reflexões a partir da LDB 9493/96 ........................................... 6

A Educação Infantil em creches e pré-escolas ................................................... 8

O atendimento integral ....................................................................................... 9

O papel do educador ........................................................................................11

A prática pedagógica: Fundamentado na teoria de Piaget ............................... 12

O conhecimento segundo Vygotsky ................................................................ 13

Referências bilbliográficas................................................................................ 15

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RCN EDUCAÇÃO INFANTIL

Em 1998, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)


representou um avanço para a época, porém, era mais como uma orientação
dos conteúdos e objetivos de aprendizagem e não fazia a criança e sua
identidade o foco principal.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de


2009, já mostram um avanço na direção de colocar a criança em foco e
serviram como fundamentação teórica para a BNCC. Nas DCNEI, a atenção já
estava voltada para a criança, e o documento reforça a importância do acesso
ao conhecimento cultural e científico, assim como o contato com a natureza,
preservando o modo que a criança se situa no mundo.

O foco está no desenvolvimento integral da criança, mas ela ainda é vista como
alguém que responde aos estímulos dados pelos adultos (no caso da escola,
os professores).

Amplia o olhar sobre a criança, considerando as interações sociais como


condições essenciais para o aprendizado. Ao mesmo tempo, a criança está no
centro do processo de aprendizagem, como sujeito das diferentes práticas
cotidianas. Trata a criança com toda complexidade e potência e situa a
Educação Infantil em relação ao desenvolvimento de princípios éticos, estéticos
e políticos.

Atendendo às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (Lei 9.394/96) que estabelece, pela primeira vez na história de nosso
país, que a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, nosso
objetivo, com este material, é auxiliá-lo na realização de seu trabalho educativo
diário junto às crianças pequenas.

A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma


crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensificação da
urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças
na organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais
consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva
demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos.

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A conjunção desses fatores ensejou um movimento da sociedade civil e de
órgãos governamentais para que o atendimento às crianças de zero a seis
anos fosse reconhecido na Constituição Federal de 1988. A partir de então, a
educação infantil em creches e pré-escolas passou a ser, ao menos do ponto
de vista legal, um dever do Estado e um direito da criança (artigo 208, inciso
IV).

O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, destaca também o direito da


criança a este atendimento. Reafirmando essas mudanças, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, Lei no 9.394, promulgada em dezembro de
1996, estabelece de forma incisiva o vínculo entre o atendimento às crianças
de zero a seis anos e a educação. Aparecem, ao longo do texto, diversas
referências específicas à educação infantil.

Considerando a grande distância entre o que diz o texto legal e a realidade da


educação infantil, a LDB dispõe no título IX, Das Disposições Transitórias, art.
89, que: “As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas
deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se
ao respectivo sistema de ensino”.

Porém, reafirma, no art. 9º, IV, que: “A União incumbir-se-á de (...) estabelecer,
em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
competências e diretrizes para a educação infantil (...) que nortearão os
currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica
comum”.

De acordo com a LDB e considerando seu papel e sua responsabilidade na


indução, proposição e avaliação das políticas públicas relativas à educação
nacional, o Ministério da Educação e do Desporto propõe, por meio deste
documento, um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.

Considerando e respeitando a pluralidade e diversidade da sociedade brasileira


e das diversas propostas curriculares de educação infantil existente, este
Referencial é uma proposta aberta, flexível e não obrigatória, que poderá
subsidiar os sistemas educacionais, que assim o desejarem, na elaboração ou
implementação de programas e currículos condizentes com suas realidades e
singularidades. Seu caráter não obrigatório visa a favorecer o diálogo com
propostas e currículos que se constroem no cotidiano das instituições, sejam
creches, pré-escolas ou nos diversos grupos de formação existentes nos
diferentes sistemas.

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EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTEÚDO E METODOLOGIA PARA CRIANÇA

O atendimento institucional à criança pequena, no Brasil e no mundo,


apresenta ao longo de sua história concepções bastante divergentes sobre sua
finalidade social. Grande parte dessas instituições nasceram com o objetivo de
atender exclusivamente às crianças de baixa renda. O uso de creches e de
programas pré-escolares como estratégia para combater a pobreza e resolver
problemas ligados à sobrevivência das crianças foi, durante muitos anos,
justificativa para a existência de atendimentos de baixo custo, com aplicações
orçamentárias insuficientes, escassez de recursos materiais; precariedade de
instalações; formação insuficiente de seus profissionais e alta proporção de
crianças por adulto.
As crianças possuem uma natureza singular,
que as caracteriza como seres que sentem e
pensam o mundo de um jeito muito próprio.

Nas interações que estabelecem desde cedo


com as pessoas que lhe são próximas e com
o meio que as circunda, as crianças revelam
seu esforço para compreender o mundo em
que vivem, as relações contraditórias que
presenciam e, por meio das brincadeiras,
explicitam as condições de vida a que estão
submetidas e seus anseios e desejos.

No processo de construção do conhecimento,


as crianças se utilizam das mais diferentes
linguagens e exercem a capacidade que
possuem de terem ideias e hipóteses
originais sobre aquilo que buscam desvendar.

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Na pré-escola as crianças recebem estímulos que as ajudarão em seu
desenvolvimento cognitivo, que envolve não apenas o aspecto físico, mas
também ajudará na interação com outras pessoas e com o meio ambiente.

Jean Piaget, um importante psicólogo, estudou a teoria cognitiva. Essa teoria


diz respeito aos estágios de desenvolvimento da criança; se a criança tem um
ótimo desenvolvimento cognitivo ela terá maior facilidade de aprender e ter
sucesso em sua vida escolar e em todos os outros aspectos da vida (isso inclui
capacidade de interagir significativamente com o meio, adquirir conhecimento e
desenvolver a inteligência em qualquer fase da vida).

“Os fenômenos humanos são biológicos em suas raízes, sociais em seus fins e
mentais em seus meios.” Jean Piaget

Atividades para alfabetizar:

Jogos com os animais; compre bichinhos de pelúcia e brinque mostrando o


animal e repetindo o seu nome em voz alta.

Faça desenhos pontilhados com o formato das letras para eles completarem.

Faça colagens.

Quebra-cabeça; você pode cortar desenhos e fazer um quebra cabeça.

Compre livrinhos de colorir.

Leia livros com figuras em alto relevo.

Cante músicas e os incentive cantar.

Brinque com massinhas de modelar. Você pode encontrar várias receitas


realizando uma busca na internet.

Compre fantoches e dramatize uma história.

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ESCOLA INFANTIL: REFLEXÕES A PARTIR DA LDB 9493/96

A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que


a frequentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o
seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador,
propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de
aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação.

Na instituição de educação infantil, pode-se oferecer às crianças condições


para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de
situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos.
É importante ressaltar, porém, que essas aprendizagens, de natureza diversa,
ocorrem de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil.

Por sua vez, a tendência pedagógica cognitiva privilegia o aspecto cognitivo do


desenvolvimento infantil e concentra seus principais fundamentos nas ideias do
epistemólogo suíço Jean Piaget ( ) e de seus discípulos, que tem como
pressuposto básico o interacionismo e seus principais objetivos que consistem
na formação de sujeitos críticos, ativos e autônomos. Na tendência cognitivista,
o trabalho na educação infantil é voltado para a criança a fim de que essa seja
responsável pela construção do seu conhecimento aprendendo a partir da
interação que estabelece com o meio físico e social desde o seu nascimento,
passando por diferentes estágios de desenvolvimento.

Ou seja, o conhecimento resulta da interação do sujeito com o ambiente e do


controle da própria criança sobre a obtenção e organização de suas
experiências com o mundo exterior, quando acompanha com os olhos os
objetos, observa tudo ao seu redor, agarra, solta, empurra, cheira, leva à boca
e prova, etc. Inicialmente essas ações são apenas maneiras de explorar o
mundo, e aos poucos se integram aos modelos mais elaborados pela criança.

A escola hoje possui um caráter formador, aprimorando valores e atitudes,


desenvolvendo desde a educação infantil, o sentido da observação,
despertando a curiosidade intelectual das crianças, capacitando-as a serem
capazes de buscar informações, onde quer que elas estejam a fim de utilizá-las
no seu cotidiano. Dentro dessas perspectivas, a Educação Infantil deve permitir
que as crianças sejam pensadores, aprendam a refletir sobre seus modelos
mentais, aprendam a instruir-se em equipe e a construir visões compartilhadas
com os outros. A constituição de 1988 aponta algum avanço com relação à pré-

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escola, pelo fato de incluir referências à educação pré-escolar e apresentar
uma concepção de criança integral. A Educação Infantil em creches e pré-
escolas é um dever do Estado e direito da criança (artigo208, inciso IV).

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na


vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.

§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,


predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática


social.

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação
da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e


registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o
acesso ao ensino fundamental.

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em


nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades
e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

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A EDUCAÇÃO INFANTIL EM CRECHES E PRÉ-ESCOLAS

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e


aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e
estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança,
e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade
social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o
desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das
potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na
perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.

A Lei nº 13.306/2016 alterou esse inciso e estabeleceu que o atendimento em


creche e pré-escola é destinado às crianças de 0 a 5 anos de idade.

O art. 208, por sua vez, prevê que, se o Poder Público não estiver assegurando
o direito à creche e à pré-escola para as crianças, é possível que sejam
ajuizadas ações de responsabilidade pela ofensa a esse direito. Este inciso
também foi alterado para deixar claro que a idade-limite para atendimento em
creche e pré-escola diminuiu para 5 anos.

Dessa forma, na prática, a idade-limite para o atendimento de crianças em


creches e pré-escolas já era 5 anos, por força da LDB e da CF/88. A Lei
nº 13.306/2016 só veio atualizar o texto do ECA, sem promover nenhuma
alteração em relação ao que já estava valendo.

As crianças a partir dos 6 anos possuem direito ao ensino fundamental, nos


termos do art. 32 da LDB.

Os Municípios, conforme previsto no art. 211, § 2º, da CF/88 e no art. 11, V,


da LDB.

A educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa


constitucional indisponível garantida às crianças até 5 anos de idade, sendo um
dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88).

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O ATENDIMENTO INTEGRAL

Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível


que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas
instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que
ocorrem por meio de uma intervenção direta.

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com


aquilo que é o “não-brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano
da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da
linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da
diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu
conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se
de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos
significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação
entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação
transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade
anteriormente vivenciada.

A primeira observação a ser feita é que atualmente as creches integram o


sistema de ensino e não mais o da assistência social. Esta condição aponta
para o caminho a ser seguido quando da análise das férias e do período
escolar.

Integrando o sistema educacional, a creche deve ser analisada levando-se em


consideração os princípios e os regramentos próprios da educação, afastando-
se de vez a análise assistencialista que sempre pontuou a questão. E isso traz
reflexos direito quando se questiona o oferecimento em período integral ou
parcial e o direito às férias escolares. Medidas operacionais específicas
decorrem da função educacional da instituição e da centralidade da criança
como sujeito da educação.

A interação social em situações diversas é uma das estratégias mais


importantes do professor para a promoção de aprendizagens pelas crianças.
Assim, cabe ao professor propiciar situações de conversa, brincadeiras ou de
aprendizagens orientadas que garantam a troca entre as crianças, de forma a
que possam comunicar-se e expressar-se, demonstrando seus modos de agir,
de pensar e de sentir, em um ambiente acolhedor e que propicie a confiança e
a auto-estima. A existência de um ambiente acolhedor, porém, não significa

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eliminar os conflitos, disputas e divergências presentes nas interações sociais,
mas pressupõe que o professor forneça elementos afetivos e de linguagem
para que as crianças aprendam a conviver, buscando as soluções mais
adequadas para as situações com as quais se defrontam diariamente. As
capacidades de interação, porém, são também desenvolvidas quando as
crianças podem ficar sozinhas, quando elaboram suas descobertas e
sentimentos e constroem um sentido de propriedade para as ações e
pensamentos já compartilhados com outras crianças e com os adultos, o que
vai potencializar novas interações. Nas situações de troca, podem desenvolver
os conhecimentos e recursos de que dispõem, confrontando-os e
reformulando-os.

Portanto, é importante frisar que as crianças se desenvolvem em situações de


interação social, nas quais conflitos e negociação de sentimentos, ideias e
soluções são elementos indispensáveis.

As escolas de tempo integral são uma política pública e regulamentadas pelo


Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014. Elas visam promover
a melhoria na qualidade do ensino.

O PNE, firmado pela Lei 13.005 de junho de 2014, prevê que até 2024
a educação em tempo integral seja ofertada em, no mínimo, 50% (cinquenta
por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.

A educação em tempo integral deve ser promovida, com o apoio da União, por
meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares,
inclusive culturais e esportivas. A Lei estabelece que a permanência dos alunos
na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7
(sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da
jornada de professores em uma única escola.

O PNE também deixa claro que as secretarias de educação devem priorizar o


atendimento da educação em tempo integral nas comunidades pobres ou com
crianças em situação de vulnerabilidade social.

Cabe ao professor a tarefa de individualizar as situações de aprendizagens


oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas, emocionais,
sociais e cognitivas assim como os conhecimentos que possuem dos mais
diferentes assuntos e suas origens socioculturais diversas. Isso significa que o
professor deve planejar e oferecer uma gama variada de experiências que
responda, simultaneamente, às demandas do grupo e às individualidades de
cada criança.

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O PAPEL DO EDUCADOR

A prática educativa deve buscar situações de aprendizagens que reproduzam


contextos cotidianos nos quais, por exemplo, escrever, contar, ler, desenhar,
procurar uma informação etc. tenha uma função real. Isto é, escreve-se para
guardar uma informação, para enviar uma mensagem, contam-se tampinhas
para fazer uma coleção etc.

Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam


para a necessidade de que as instituições de Educação Infantil incorporem de
maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando nem
hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças
pequenas e/ou aqueles que trabalham com as maiores.

O papel do professor é fundamental, pois o bom andamento das atividades de


ensino depende diretamente da ação docente, de como se faz a mediação
conhecimento/criança. Compreende-se como importante característica do
profissional de Educação Infantil a busca constante por aprender sobre o
desenvolvimento da criança, sua forma de ver e sentir o mundo, criando
oportunidades para ela manifestar suas ideias, sua linguagem, seus
sentimentos, sua criatividade, suas reações, suas relações sociais e sua
imaginação.

Na ação pedagógica, deve-se compreender o ato de brincar como estratégia


permanente da prática educativa e oferecer aos alunos um ambiente com
espaços e materiais organizados que propiciem desafios e diferentes
manifestações infantis, potencializando assim sua expressão por meio de
diferentes linguagens, movimentos, imaginação, criatividade, emoções,
socialização, autonomia, conhecimento de mundo, pensamentos e
sentimentos.

Ter uma boa interação, estabelecer um trabalho conjunto com outros


profissionais de modo integrado e relacionar o ato de educar e ensinar de
maneira responsável, reconhecendo a criança como um ser inteiro, são
características que o professor deve cultivar de maneira ética, respeitando os
demais profissionais, os alunos e as famílias. Importante também ser criativo e
paciente nas relações, ter disponibilidade para brincar com os alunos, exercitar
o olhar e a escuta infantil e reconhecer que a educação, especialmente nesta
fase, é um ato de amor, de construção, de exploração de potencialidades, de
busca e de descoberta.

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A PRÁTICA PEDAGÓGICA: FUNDAMENTADO NA TEORIA DE PIAGET

Com base em Piaget, entende-se que todas as discussões em torno dos


procedimentos da educação mostram que as realidades que constituem o
processo educativo não são dadas a priori e nem resultam dos dados
exclusivamente colhidos do meio exterior, pois as mesmas se desenvolvem
nas relações interindividuais do aluno.

Nesse sentido, as reações dos alunos estão diretamente ligadas às relações


que os mesmos estabelecem no espaço sociocultural em que vivem,
decorrendo desta conexão o seu processo formativo.

A Teoria Cognitiva foi criada pelo suíço Jean Piaget para explicar o
desenvolvimento cognitivo humano. Essa característica da sua obra a tornou
uma das maiores contribuições para a psicologia do desenvolvimento, pois
muitos psicólogos incluindo Piaget tiveram a certeza que a construção do ser
humano é um processo que vai acontecendo ao longo da vida das crianças.

As principais características observáveis durante essa fase, que vai


aproximadamente até os dois anos de idade da criança são:

1. a exploração manual e visual do ambiente;


2. a experiência obtida com ações, a imitação;
3. a inteligência prática (através de ações);
4. ações como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar;
5. a coordenação das ações irá proporcionar o surgimento do pensamento;
6. a centralização no próprio corpo;
7. a noção de permanência do objeto;

Pode-se dizer que no Período Sensório-motor a criança conquista, através da


percepção e dos movimentos, o universo imediato que a cerca. Ela descobre
que, se puxar a toalha da mesa, o pote de bolacha ficará mais próximo dela
(conduta do suporte).

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O CONHECIMENTO SEGUNDO VYGOTSKY

Para Vygotsky, o professor é figura essencial do saber por representar


um elo intermediário entre o aluno e o conhecimento disponível no ambiente.

No início da infância, explorar o ambiente é uma das maneiras mais poderosas


que a criança tem (ou deveria ter) à disposição para aprender.

Em sua obra, o bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) dedicou espaço a


estudar esses filtros entre o organismo e o meio. Com a noção de mediação,
ou aprendizagem mediada (leia um resumo do conceito na última página), o
pesquisador mostrou a importância deles para o desenvolvimento dos
chamados processos mentais superiores - planejar ações, conceber
consequências para uma decisão, imaginar objetos etc.

Para Vygotsky, a interação (principalmente a realizada entre indivíduos face a


face) tem uma função central no processo de internalização. No livro A
Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos
Superiores, afirma que "o caminho do objeto até a criança e desta até o objeto
passa por outra pessoa". Por isso, o conceito de aprendizagem mediada
confere um papel privilegiado ao professor.

"O aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento


mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de
outra forma, seriam impossíveis de acontecer."

Lev Vygotsky no livro A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos


Processos Psicológicos Superiores

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Referências Bibliográficas

RITA TREVISAN.Nova escola. O que diferencia a BNCC para a Educação


Infantil do DCNEI e do RCNEI?

Disponível em:

https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/57/o-que-diferencia-a-bncc-para-a-
educacao-infantil-do-dcnei-e-do-rcnei

Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental.Referencial curricular nacional para a educação infantil /Ministério
da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação

Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.3v.: il.Volume 1: Introdução; volume


2: Formação pessoal e social;volume 3: Conhecimento de mundo.1. Educação
infantil. 2. Criança em idade pré-escolar. I. Título.

Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/

Francione Sousa. 19 atividades para ensinar crianças em idade pré-escolar em


casa.

Disponível em:

https://www.familia.com.br/19-atividades-para-ensinar-criancas-em-idade-pre-
escolar-em-casa/

DocPlayer. METODOLOGIA DE ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


INTRODUÇÃO.

Disponível em:

https://docplayer.com.br/18993272-Metodologia-de-ensino-na-educacao-
infantil-
introducao.html#:~:text=UMA%20PROPOSTA%20PARA%20A%20ESCOLA,se
rem%20capazes%20de%20buscar%20informa%C3%A7%C3%B5es%2C

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LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional.

Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/

Flávia Advogada. Lei 13.306/2016 altera o ECA e prevê que a educação infantil
vai de 0 a 5 anos.

Disponível em:

https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/358071918/lei-13306-2016-
altera-o-eca-e-preve-que-a-educacao-infantil-vai-de-0-a-5-anos

Luiz Antonio Miguel Ferreira.Vital Didonet.EDUCAÇÃO INFANTIL - CRECHES


= PERÍODO INTEGRAL e PARCIAL = FÉRIAS.

Disponível em:

http://primeirainfancia.org.br/

Secretaria da Educação. Conheça os critérios para criação de escolas de


educação em período integral.

Disponível em:

https://site.educacao.go.gov.br/educacao/conheca-os-criterios-para-criacao-de-
escolas-de-educacao-em-periodo-
integral/#:~:text=Secretaria%20de%20Estado%20da%20Educa%C3%A7%C3
%A3o&text=O%20PNE%2C%20firmado%20pela%20Lei,(as)%20da%20educa
%C3%A7%C3%A3o%20b%C3%A1sica.

Editora do Brasil.Portal de Educação Infantil. Orientações didáticas.

Disponível em:

http://www.editoradobrasil.com.br/educacaoinfantil/educacao_infantil/orientacoe
s_didaticas.aspx

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Teoria cognitiva.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_cognitiva

Camila Monroe. Revista Nova Escola. Vygotsky e o conceito de aprendizagem


mediada.

Disponível em:

https://novaescola.org.br/conteudo/274/vygotsky-e-o-conceito-de-
aprendizagem-mediada

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