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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2 O CUIDAR E O EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................... 5

3 O LEGADO HISTÓRICO SOBRE O CUIDAR E O EDUCAR NA EDUCAÇÃO


INFANTIL..... ........................................................................................................... 5

4 O CUIDAR E O EDUCAR: ASPECTOS INDISSOCIÁVEIS NA EDUCAÇÃO


INFANTIL..... ........................................................................................................... 9

4.1 O educar....... ................................................................................................... 10

4.2 O cuidar........ ................................................................................................... 12

5 O PAPEL DO PROFESSOR .............................................................................. 13

6 O PERFIL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................. 15

6.1 Atuação docente .............................................................................................. 15

7 A RELAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO E OS CUIDADOS NO AMBIENTE


ESCOLAR.... ......................................................................................................... 17

8 INDISSOCIABILIDADE ENTRE O CUIDAR E O EDUCAR NA ESCOLA .......... 18

8.1 Interação entre docentes e discentes na escola .............................................. 19

9 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO E DO CUIDADO PARA O


DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS ALUNOS ............................................... 21

9.1 Desenvolvimento da educação integral dos alunos na interface dos direitos


humanos................................................................................................................ 22

10 FORMAS DE CUIDADO QUE RESPEITEM AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS


DOS ALUNOS ....................................................................................................... 24

11 HÁBITOS E ATITUDES DE HIGIENE NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS ........ 29

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12 HIGIENE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS ....................................................... 30

13 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ............................................................................ 35

14 IMPORTÂNCIA DA HIGIENE NO AMBIENTE ESCOLAR ............................... 40

15 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado.
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar,
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!

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2 O CUIDAR E O EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Fonte: http://centraldeinteligenciaacademica.com/

Ao longo da história das creches e pré-escolas, o cuidar e o educar


tornaram-se indissociáveis. Neste capítulo, você vai verificar como isso aconteceu.
Além disso, vai estudar essas duas dimensões da educação infantil, verificando
como o professor deve atuar em relação a elas e como a criança deve ser
compreendida nesse contexto. (SAGAH, 2020)

3 O LEGADO HISTÓRICO SOBRE O CUIDAR E O EDUCAR NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Para compreender a relação entre o cuidar e o educar na educação infantil,


você precisa conhecer o percurso histórico dessa relação e a legislação que a
ampara. De acordo com o Parecer CNE nº 20/2009 (BRASIL, 2009, documento on-
line):

A construção da identidade das creches e pré-escolas a partir do


século XIX em nosso país insere-se no contexto da história das políticas

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de atendimento à infância, marcado por diferenciações em relação à classe
social das crianças. Enquanto para as mais pobres essa história foi
caracterizada pela vinculação aos órgãos de assistência social, para as
crianças das classes mais abastadas, outro modelo se desenvolveu no
diálogo com práticas escolares. Essa vinculação institucional diferenciada
refletia uma fragmentação nas concepções sobre educação das crianças
em espaços coletivos, compreendendo o cuidar como atividade
meramente ligada ao corpo e destinada às crianças mais pobres, e o
educar como experiência de promoção intelectual reservada aos filhos dos
grupos socialmente privilegiados.

Isso posto, fica claro que as creches foram concebidas com um caráter mais
assistencialista, vinculadas aos cuidados. Já as pré-escolas foram concebidas
vinculadas à educação.
A creche é uma instituição em expansão desde os anos 1970 no Brasil,
quando houve um movimento social intitulado Luta por Creches. O movimento
resultou na ampliação da oferta de vagas para atender à demanda criada pelas
mães inseridas há pouco no mercado de trabalho. Veja:

o histórico de sua implantação é marcado por omissão estatal,


filantropia, ausência de orientação pedagógica, entre tantos outros
problemas que contribuíram para que as creches fossem vistas como
locais de acolhimento — guarda e proteção — das crianças carentes, cujas
mães eram absorvidas pelo mercado de trabalho e, portanto, não poderiam
assumir a responsabilidade pelos cuidados com a criança (SPADA, 2005,
p. 2).

Antes do surgimento do capitalismo industrial, boa parte das famílias


brasileiras eram patriarcais, cabendo ao homem o papel de provedor e à mulher, o
de cuidadora do lar e das crianças. As mudanças sociais e nas relações de trabalho
demandaram que a mulher saísse de casa para trabalhar e ajudar no sustento
doméstico. Nesse cenário, surgem as creches, com o objetivo principal de substituir
as atividades maternas enquanto as mães trabalhavam. Quando isso ocorreu, as
escolas de educação infantil se voltaram para os cuidados antes realizados no
ambiente doméstico: a alimentação, a higiene e o repouso. (SAGAH, 2020)
A omissão do Estado no atendimento a essa demanda fez com que a creche
permanecesse, por muitos anos, com caráter assistencialista, dificultando a
construção de uma identidade bem definida. (SAGAH, 2020) Considere o seguinte:

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O uso de creches e de programas pré-escolares como estratégia
para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das
crianças foi, durante muitos anos, justificativa para a existência de
atendimentos de baixo custo, com aplicações orçamentárias insuficientes,
escassez de recursos materiais; precariedade de instalações; formação
insuficiente de seus profissionais e alta proporção de crianças por adulto
(BRASIL, 1998, p. 17).

A Constituição Federal de 1988 trouxe importantes mudanças em relação


ao conceito e à oferta de atendimento educacional voltado à criança pequena. Em
sua escrita inicial, está posto que as crianças de 0 a 6 anos de idade têm direito à
educação e que é dever do Estado oferecê-la. Como a matrícula não era obrigatória,
a família poderia escolher entre matricular ou não suas crianças. Todavia, o Estado
passou a ter a obrigação de oferecer vagas para o atendimento desse grupo etário.
A obrigatoriedade de matrícula em todas as etapas da educação básica
ficou estabelecida a partir da promulgação da Emenda Constitucional nº 59, de 11
de novembro de 2009 (BRASIL, 2009). O art. 208 da Constituição Federal de 1988
garante “[...] educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os
que a ela não tiveram acesso na idade própria” (BRASIL, 1988, documento on-line)
Outra mudança significativa presente na Constituição de 1988 diz respeito
à concepção de educação infantil. Enquanto as constituições anteriores viam essa
etapa da escolarização como assistencialista, a nova Constituição garante que ela
seja também educacional. É a partir da Constituição de 1988 que a criança para a
ser reconhecida como um sujeito de direitos.
Essa mudança é reafirmada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que inicialmente fez
referência à educação infantil voltada para o atendimento de crianças de 0 a 6 anos
de idade. Atualmente, a LDB destaca a educação infantil voltada ao atendimento de
crianças de 0 a 5 anos de idade.
A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que altera a Lei nº 9.394, assegura,
em seu art. 4º:

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• I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma: a) pré-
escola; b) ensino fundamental; c) ensino médio;
• II – educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de
idade;
• III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e
modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino;
• IV – acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para
todos os que não os concluíram na idade própria; [...]
• VIII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação
básica, por meio de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL,
1996, documento on-line).
A modificação legal, por si só, não foi suficiente para que houvesse
mudanças efetivas nas práticas educativas. Para que isso ocorresse, fez-se
necessário atentar para questões como: a especificidade da educação infantil, a
concepção de infância, as relações entre as classes sociais, as responsabilidades
da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas.

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4 O CUIDAR E O EDUCAR: ASPECTOS INDISSOCIÁVEIS NA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Fonte: http://centraldeinteligenciaacademica.com/

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Assim, é o início


e a base do processo educacional. Para a maioria das crianças, a entrada na creche
ou na pré-escola significa a primeira separação do seu espaço familiar para a
inserção em uma situação de socialização estruturada. (SAGAH, 2020)
Desde as mudanças legais introduzidas pela Constituição Federal de 1988,
vem se consolidando, no Brasil, a concepção que compreende o cuidar e o educar
como indissociáveis no processo educativo. Veja:

Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as


vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da
família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas
pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências,
conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e
consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à
educação familiar — especialmente quando se trata da educação dos
bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito

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próximas aos dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a
autonomia e a comunicação (BRASIL, 2017, p. 36).

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica do Ministério da


Educação (BRASIL, 2010), fixadas pela Resolução nº 5, de 17 de dezembro de
2009, reforçam a ideia do duplo objetivo da educação infantil: cuidar e educar, de
modo indissociável.

4.1 O educar

Fonte: https://www.revide.com.br/

Nas últimas décadas, debates e pesquisas no cenário educacional do País


têm apontado para a necessidade de que as instituições de educação infantil
desenvolvam práticas educativas que incorporem, de maneira integrada, as funções
de educar e cuidar. (SAGAH, 2020)
As práticas educativas devem envolver, sempre, padrões de qualidade. A
qualidade, na educação infantil:

[...] advém de concepções de desenvolvimento que consideram


as crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e, mais
concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem

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elementos relacionados às mais diversas linguagens e ao contato com os
mais variados conhecimentos para a construção de uma identidade
autônoma (BRASIL, 1998, p. 23).

As instituições de educação infantil devem assumir o seu papel e tornar


acessíveis a todas as crianças elementos culturais que promovam avanços nos
seus processos de desenvolvimento e que ampliem seus instrumentos de inserção
social. (SAGAH, 2020)
As aprendizagens oportunizadas devem levar em conta uma visão de
criança que participa ativamente do processo de construção de conhecimentos, que
é ativa e pensante, sendo capaz de construir novos saberes na interação com os
objetos de conhecimento disponíveis no meio no qual está inserida. Essa visão de
criança deve ser levada em conta para que ela seja colocada como protagonista do
seu percurso de aprendizagens. (SAGAH, 2020)
Para que as aprendizagens ocorram, as práticas educativas devem ter
como eixos estruturantes as interações e a brincadeira. Educar significa, nessa
perspectiva, proporcionar situações de cuidados, interações, brincadeiras e
aprendizagens orientadas e que:

[...] possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades


infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma
atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas
crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural
(BRASIL, 1998, p. 23)

Nesse processo, a educação escolar oportunizará experiências que


auxiliem o desenvolvimento infantil, no que diz respeito aos aspectos corporais,
afetivos, emocionais, estéticos, éticos e cognitivos. (SAGAH, 2020)

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4.2 O cuidar

Fonte: https://gestaoescolar.org.br/

O cuidado deve ser um dos aspectos contemplados pelas escolas de


educação infantil. Reconhecer essa necessidade significa concebê-lo como parte
integrante do processo educativo. Você deve perceber, no entanto, que cuidar de
bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas requer conhecimentos sobre
as especificidades dessas etapas do desenvolvimento. (SAGAH, 2020)
Como você já viu anteriormente, em um primeiro momento, como as
instituições de educação infantil tinham caráter assistencialista, as pessoas que
atuavam nelas não precisavam ter qualquer tipo de formação específica. A partir do
momento em que o cuidar e o educar passam a ser vistos como aspectos
indissociáveis do processo educativo, eles devem ser realizados por profissionais
qualificados, que tenham conhecimentos específicos sobre essa etapa do
desenvolvimento humano. Assim:

A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro


a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a
desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si
próprio que possui uma dimensão expressiva e implica procedimentos
específicos. O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados
relacionais, que envolvem a dimensão afetiva, dos cuidados com os

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aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação, e dos
cuidados com a saúde quanto da forma como esses cuidados são
oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados
(BRASIL, 1998, p. 24)

As necessidades, embora comuns, são influenciadas por crenças e valores


em torno da saúde, da educação e do desenvolvimento infantil. Assim, os cuidados
com as crianças podem variar de acordo com o contexto social, histórico e cultural
no qual elas estiverem inseridas. (SAGAH, 2020)

5 O PAPEL DO PROFESSOR

Fonte: https://gestaoescolar.org.br/

A presença de profissionais qualificados trabalhando nos estabelecimentos


de educação infantil no Brasil é relativamente recente. Os docentes estiveram
presentes nas escolas infantis desde os primeiros jardins da infância, sem, no
entanto, nenhuma formação específica. Isso porque o cuidar e o educar não eram
vistos como responsabilidades educacionais, e sim como um direito assistencial das
famílias. (SAGAH, 2020)

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Foi a LDB que trouxe, pela primeira vez, a obrigatoriedade de que
professores da educação infantil tivessem formação superior. Em seu título VI, art.
62, essa lei dispõe que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á


em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas
quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio,
na modalidade Normal (BRASIL, 1996, documento on-line)

O prazo de uma década foi estabelecido para a transição, ou seja, para a


incorporação dos profissionais cuja escolaridade ainda não era a exigida. O Plano
Nacional de Educação estabeleceu metas específicas relacionadas à formação dos
professores em todo o País, partindo do pressuposto de que essa é uma condição
fundamental para a qualidade do ensino. (SAGAH, 2020)
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2018 (CRUZ, 2018) trouxe
da dos que demonstram que essa exigência ainda não foi plenamente cumprida
no País (Figura 1). Além disso, os índices de conclusão do curso superior pelos
profissionais da educação têm tido um crescimento bastante lento, com dificuldades
de ultrapassar o patamar dos 80%. A defasagem em relação ao ideal de 100% é
ainda maior na educação infantil. Os números apresentam diferenças entre os
distintos estados e regiões do País.

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6 O PERFIL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

O trabalho com crianças de 0 a 5 anos requer que o professor seja


polivalente. (SAGAH, 2020)
Isso significa que ele deve ser capaz de trabalhar com conteúdo de
naturezas diversas, que abarcam desde os cuidados básicos infantis até
conhecimentos específicos, advindos de diferentes áreas do conhecimento.
(SAGAH, 2020)
A atuação docente, nesse contexto, exige uma formação bastante ampla. A
formação inicial constitui-se como um ponto de partida para outras reflexões e
formações continuadas que emergem do cotidiano da sala de aula. São ele mentos
dessa formação continuada: a constante reflexão do professor sobre suas ações e
os resultados obtidos, a escuta atenta das crianças, a interação e a troca de saberes
com seus pares, bem como a interação com as famílias. São instrumentos
fundamentais para a reflexão sobre a prática docente: a observação, o registro, o
planejamento e a avaliação. (SAGAH, 2020)

6.1 Atuação docente

Cabe ao professor da educação infantil cuidar e educar as crianças


inseridas no contexto escolar. Isso decorre das ações docentes em diferentes
espaços e tempos escolares, de maneira integrada. Considere também o seguinte:

[...] educar não se restringe ao ato de ensinar, este muitas vezes


alicerçado em bases técnicas de ensino ou métodos pedagógicos
universais. Distante disso, está postulado na esfera da relação humana
com um caráter artesanal, pois é uma ação humana e contempla o
reconhecimento da individualidade constitucional de cada criança.
Educar/cuidar é também uma experiência relacional entre adultos e
crianças, experiência esta marcada pelas subjeti vidades de cada uma
dessas pessoas. Nessa relação intersubjetiva, todos e todas ensinam e
aprendem, e a(o) professora(or) tem um papel fundamental nesse
processo educativo de cada criança (SOMMERHALDER, 2015, p. 28).

A atuação docente deve estar comprometida com as necessidades e


particularidades das crianças, tendo em vista suas possibilidades de aprendizagem

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e de desenvolvimento. O professor deve oferecer para as crianças experiências
ricas e diversas, em um espaço estruturado para a construção da sua autonomia.
No seu planejamento, o professor deve sempre considerar as interações e
a ludicidade como eixos estruturantes de suas práticas pedagógicas. As crianças
devem conviver com seus pares, com crianças de outras idades e com adultos. Nas
interações, as crianças ampliam seus conhecimentos sobre as relações sociais,
trocam saberes já construídos anteriormente e constroem novos conhecimentos.
(SAGAH, 2020)
O grau do desafio das atividades propostas deve ser pensado de maneira
a motivar as crianças e a instrumentalizá-las para a generalização dos
conhecimentos aprendidos, tornando-os aplicáveis a situações diversas. (SAGAH,
2020)

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7 A RELAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO E OS CUIDADOS NO AMBIENTE
ESCOLAR

Neste capítulo, você vai compreender que no espaço/tempo escolar, na


vivência das interações constituídas entre os docentes e os alunos no cotidiano,
não há cuidado sem educação, nem educação sem cuidado.
Nessa perspectiva, o projeto da escola de acordo com as políticas nacionais
de educação estabelecidas pela Lei nº 9.394/1996, que estabelece as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional e engloba os processos formativos que se
desenvolvem nas instituições de ensino, tem por “[...] finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania”
(BRASIL, 1996, documento on-line).
Dessa forma, os princípios cuidar e educar, em sua indissociabilidade,
alicerçam as práticas pedagógicas desenvolvidas com as crianças desde a sua
entrada na educação infantil, primeira etapa da educação básica, e percorrem os
anos iniciais e finais do ensino fundamental, o ensino médio e as demais
modalidades de ensino (educação especial, educação de jovens e adultos,
educação profissional e tecnológica, educação indígena e educação a distância),
objetivando reconhecer e respeitar os direitos e as diferenças individuais de cada
aluno, além de proporcionar o desenvolvimento integral desses cidadãos por meio
de um trabalho
“[...] voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação
nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais” (BRASIL, 1996, documento on-
line).

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8 INDISSOCIABILIDADE ENTRE O CUIDAR E O EDUCAR NA ESCOLA

Na escola, os alunos são os protagonistas das ações pedagógicas dos


processos de ensino e aprendizagem, as quais devem focalizar, de forma direita ou
indireta, a promoção, a participação, as necessidades e a proteção desses cidadãos
de direitos, atendendo e respeitando, particularmente, as diferenças individuais.
Dessa forma, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), determina o direito das crianças e dos
adolescentes de serem educados e cuidados pelas pessoas responsáveis, nesse
caso, os profissionais que atuam nas escolas:

Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser


educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas
socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles,
tratá-los, educá-los ou protegê-los (BRASIL, 1990, documento on-line).

Assim, a escola não é a única instituição responsável pelos processos que


envolvem os direitos de cuidar e educar, tal incumbência envolve uma rede
composta pela família e por outras áreas dos setores público e privado, incluindo as
comunidades onde esses cidadãos estão inseridos. Diante desse direito, o Parecer
nº 7/2010 do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Câmara de Educação
Básica (CEB), desdobrado nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
Educação (BRASIL, 2010; 2013), apresenta como uma de suas ideias-chave os
conceitos referenciais de cuidar e educar em sua indissociabilidade, perpassados
no desenvolvimento das práticas pedagógicas nas três etapas e modalidades da
educação básica.
Tais conceitos exigem repensar os papéis social, político, cultural e
pedagógico da escola, cujo foco são os alunos no exercício de seus direitos, figuras
centrais de todo processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a educação,
direito de todos, alicerça-se nas concepções do cuidar e do educar, compreendidos
como “[...] princípios da formação da pessoa em sua essência humana” (BRASIL,
2013, documento on-line), como aponta Boff (2005, documento on-line):

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Cuidado significa, então, desvelo, solicitude, diligência, zelo,
atenção, bom trato. Trata-se, como se depreende, de uma atitude
fundamental. Como dizíamos anteriormente, cuidado implica um modo-de-
ser mediante o qual a pessoa sai de si e se centra no outro com desvelo e
solicitude. [...]. Cuidado, pois, por sua própria natureza, inclui duas
significações básicas, intimamente ligadas entre si. A primeira designa a
atitude de desvelo, de solicitude e atenção para com o outro. A segunda
nasce desta primeira: a preocupação e a inquietação pelo outro, porque
nos sentimos envolvidos e afetivamente ligados ao outro.

Nessa perspectiva, a ação do cuidar representa a base de uma educação


constituída nas diversas formas de vivência estabelecidas nas relações complexas
entre os sujeitos — profissionais da educação e estudantes (bebês, crianças,
adolescentes, jovens e adultos) — no cotidiano escolar, as quais abrangem as
habilidades de acolhimento, de uma escuta atenta e sensível, do incentivo, de ajuda,
da solidariedade, da alteridade, do respeito, da atenção e da responsabilidade no
cuidado de si no cuidado com o outro (FOUCAULT, 2010).
O cuidado associa-se a uma concepção de educação integral e de
reconhecimento aos direitos humanos, ou seja, é compreendido a partir dos
processos potencializados de trans(formação) de si e do outro por meio de uma
postura pedagógica dialógica, compreensiva (BAKHTIN, 2003; DALBOSCO, 2006),
emancipatória, ética e libertadora. Nesse prisma, cuidar e educar são conceitos
inseparáveis no âmbito escolar (SANTOS, 2004), tendo em vista as interações
constituídas, com base na experiência de vida em sua plenitude, entre estudantes,
docentes, gestores, pedagogos, famílias e comunidades.

8.1 Interação entre docentes e discentes na escola

As práticas do cuidado na instituição educativa, imbricadas de elementos


que envolvem a afetividade, a emoção e a atenção, por essa razão, de valor,
resultam do contexto cultural, da formação e das condições de trabalho dos
professores. Assim, a forma como as relações são estabelecidas entre os
profissionais da educação e os alunos evidencia os valores intrínsecos entre a
atuação docente e o projeto pedagógico da escola, como também a valorização do
desenvolvimento profissional. (FOUCAULT, 2010).

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Nesse sentido, a sensibilidade é um dos elementos, ou mesmo um princípio
que envolve os processos de ensino e aprendizagem nas instituições educativas,
na dimensão do cuidar e educar, pois a profissão docente constitui-se por meio das
interações humanas. A interatividade caracteriza o principal objeto de trabalho do
professor, cuja atividade profissional envolve a interação com os alunos, mediante
a aproximação, o respeito e o reconhecimento das diferenças existentes entre eles.
Dessa forma, a função da escola na formação dos cidadãos, por meio dos
princípios do cuidar e educar, requer a transformação da docência, tendo como
base o cotidiano e a análise das concepções subjacentes nas rotinas
(planeja mentos das aulas e prática docente), no currículo, nos projetos
pedagógicos, de acordo com as vivências concretas entre os sujeitos que habitam
esse espaço. A seguir, são elencados os fatores que indicam a importância de
transformar o trabalho docente de forma reflexiva, com vistas ao cuidar e ao educar:

Depende, primeiramente, da natureza dos programas e dos


objetivos escolares, que definem os fins a atingir, mas deixam aos
professores o cuidado de definir o caminho concreto a percorrer para
realizá-los. Resulta, em seguida, das mudanças internas que caracterizam
o ensino: os alunos mudam a cada ano, o ano escolar possui uma dinâmica
própria na qual o grupo de alunos evolui, o estabelecimento escolar inicia
novos projetos, o ambiente social da escola se transforma, etc. Provém,
igualmente, das situações concretas do trabalho cotidiano, que possuem
certa estabilidade, embora sejam fontes constantes de imprevistos, que
obrigam os professores a modificar suas ações e intenções iniciais. Por
fim, durante a carreira, os professores adquirem um conhecimento melhor
dos programas e modificam sua concepção de trabalho curricular
(TARDIF, 2011, p. 221).

Tais aspectos explicam as modificações, os ajustes e os improvisos das


rotinas estabelecidas nas interações, os quais são inerentes ao trabalho docente na
escola. Desse modo, as experiências escolares necessitam, continuamente, ser
revistas e alinhadas às propostas, concepções e princípios exigidos pelas políticas
públicas que reconhecem os direitos dos estudantes, ou seja, “[...] os programas
são um pouco como o esboço de uma música, que precisa ser trabalhado para
tornar-se sua música própria” (TARDIF, 2011, p. 221).

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9 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO E DO CUIDADO PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS ALUNOS

Tomando como ponto de partida que o cuidar e o educar são duas faces da
mesma moeda no processo de constituição de um projeto de educação
emancipador e de transformação social, temos os valores intrínsecos que
ultrapassam o nível formal, sendo conceituados como eixos orientadores das
práticas pedagógicas no cotidiano escolar: a alteridade consigo e com o outro, a
consciência e o respeito com as condições e os contextos social, político,
econômico e cultural em que a escola está inserida (BRITO, 2014). Valores
baseados na ética, na estética e na política regem “a convivência do indivíduo no
coletivo, que pressupõe relações de cooperação e solidariedade, de respeito à
alteridade e à liberdade” (BRASIL, 2013, documento on-line).
O cuidar e o educar fazem parte de todas as esferas do trabalho pedagógico
da escola (ESTANISLAU; BRESSAN, 2014) e ocorrem por meio da observação, da
percepção, da compreensão, da análise e da orientação feita pelos docentes nos
processos que envolvem o ensino e a aprendizagem, cujo foco é o desenvolvimento
integral dos alunos (BUSQUETS; LEAL, 1998). Da mesma maneira, estão
presentes na busca da integralidade na atenção a esses cidadãos na resolução dos
problemas em parceria com a família.

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Diante desses aspectos, a concepção de educação integral torna-se de
suma importância para a gestão política e pedagógica da escola, pois permite
constituir práticas educacionais de cuidado e de prevenção, considerando a
natureza complexa e sutil do cotidiano escolar. Além disso, compreender as
crianças, os adolescentes, os jovens e os adultos em sua singularidade, irrepetível,
insubstituível (BAKHTIN, 2003), implica considerá-los como sujeitos únicos em
processo de trans(formação). Aqui, o cuidar e o educar devem ser pensados como
“[...] princípios e atos que orientam e dão sentido aos processos de ensino, de
aprendizagem e de construção da pessoa humana em suas múltiplas dimensões”
(BRASIL, 2013, documento on-line).

9.1 Desenvolvimento da educação integral dos alunos na interface dos


direitos humanos

As práticas pedagógicas de promoção, defesa e aplicação do cuidado para


o desenvolvimento de uma educação integral no cotidiano escolar requerem a
construção de concepções e práticas que permeadas pelos direitos humanos,
visando ao “[...] respeito mútuo, pelo outro e pelas diferentes culturas e tradições,
constituindo, assim, [...] um dos eixos fundamentais do direito à educação” (BRASIL,
2013, documento on-line). A construção de uma cultura de direitos na escola
envolve a participação de todos os seus integrantes:

Para a sua consolidação, a educação em direitos humanos


precisa da cooperação de uma ampla variedade de sujeitos e instituições
que atuem na proposição de ações que a sustentam. Para isso, todos os
atores do ambiente educacional devem fazer parte do processo de
implementação da educação em direitos humanos. Isso significa que todas
as pessoas, independente do seu sexo; origem nacional, étnico-racial, de
suas condições econômicas, sociais ou culturais; de suas escolhas de
credo; orientação sexual; identidade de gênero, faixa etária, pessoas com
deficiência, altas habilidades/superdotação, transtornos globais e do
desenvolvimento, têm a possibilidade de usufruírem de uma educação não
discriminatória e democrática (BRASIL, 2013, documento on-line).

Nesse escopo, a formação dos alunos, sujeitos de direitos, vincula-se às


seguintes dimensões (BRASIL, 2013, documento on-line):

22
a) apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos
humanos e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local;
b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura
dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade;
c) formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente em
níveis cognitivo, social, cultural e político;
d) desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de
construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados;
e) fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e
instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos,
bem como da reparação das violações

Assim, o cuidar e o educar são pautados na educação em direitos humanos,


reverberando na formação do desenvolvimento integral dos indivíduos. Trata- -se,
assim, de uma formação vinculada a atitudes e conduzida por valores ligados a
reciprocidade, igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana, incidindo em
processos de reflexão dos modos de ser e agir, nos âmbitos individual, coletivo e
institucional (BRASIL, 2013).

23
10 FORMAS DE CUIDADO QUE RESPEITEM AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
DOS ALUNOS

Reconhecer os alunos como cidadãos de direitos, produtores de cultura e


história, implica a compreensão da qualidade ética e responsiva (BAKHTIN, 2003),
entrelaçada com formas de cuidado que respeitem as suas diferenças individuais
na escola, para além de uma proposta de transmissão de conteúdos e de
manutenção de uma ordem disciplinar com padrões generalizáveis.
Nessa linha, o conceito de qualidade vincula-se à busca permanente de
ajuda e força, por parte dos profissionais, aos estudantes em cada etapa do
processo de desenvolvimento, observando a faixa etária, os conhecimentos prévios,
o grau de aprendizagem, os contextos social e cultural nos quais estão inseridos,
as condições de saúde, entre outros elementos que fazem parte do ser humano em
sua integralidade (MINOZZO; ÁVILA, 2006; SANTOS, 2004; TAVARES, 2002).
O olhar atento e o cuidado responsável por parte dos docentes favorecem
o bem-estar dos alunos no espaço escolar, além de permitirem fazer uma análise
aguçada das construções sociais edificadas em cada grupo escolar: as formas
como esses sujeitos se relacionam no cotidiano, suas atitudes, crenças e valores,
bem como as formas peculiares de se constituírem, ou seja, conquistas,
dificuldades, conflitos, vulnerabilidades e necessidades de cada um. No Quadro 1,
são apresentadas ações e estratégias vinculadas ao cuidado e à educação para
serem desenvolvidas no ambiente escolar.

24
25
Ademais, essas formas de cuidado que respeitem as diferenças individuais
necessariamente precisam fazer parte dos projetos político, pedagógico e curricular
da escola, tendo em vista a constituição de práticas educativas formais que tenham
como princípios o respeito e a solidariedade social comprometidas com o bem-estar

26
de cada um, independentemente da faixa etária, etapa ou modalidade que
frequenta.
Dessa forma, o espaço escolar constitui-se como um lugar privilegiado de
construção de “[...] atitudes que permitam aos indivíduos responder às demandas e
desafios da vida diária, incluindo o ensino de habilidades para fazer, pensar, se
comunicar e tomar decisões” (GUIMARÃES, 2011, p. 16). Além disso, trata-se de
um espaço-tempo promotor do desenvolvimento da dignidade humana, fortalecedor
dos direitos humanos e das liberdades fundamentais (BRASIL, 1990)
Entende-se o desenvolvimento da dignidade humana no sentido de
potencializar cada aluno em sua singularidade, com vistas a uma formação crítica
acerca do cotidiano e com capacidade de transformar as relações humanas,
participando e propondo ações e estratégias na resolução dos problemas sociais,
políticos e culturais que emergem nos contextos de suas práticas, a partir de suas
perspectivas de vida.
Para isso, é necessário um trabalho repleto de sentidos para esses alunos,
a partir do desenvolvimento de uma rede colaborativa de saberes e fazeres entre
os profissionais da escola em parceria com a família e a comunidade. Tal trabalho
deve ter como parâmetro estratégias de promoção e prevenção do cuidado,
abordadas a partir dos temas destacados como prioritários para a implementação
da promoção do desenvolvimento saudável e pleno e da prevenção de agravos no
território, como descrito a seguir (BRASIL, 2011):

• ações de segurança alimentar e promoção da alimentação


saudável;
• promoção das práticas corporais e atividade física nas escolas;
• educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção de
infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e de aids;
• prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas;
• promoção da cultura de paz e prevenção das violências;
• promoção da saúde ambiental e desenvolvimento sustentável.

27
Esses parâmetros apontam para a necessidade de ressignificar as práticas
pedagógicas, a fim de ampliar a participação ativa dos alunos na construção das
propostas a serem desenvolvidas nas instituições educativas. Ainda, enfatizam a
importância de uma ausculta sensível na constituição de ambiente saudável no
espaço-tempo escolar, reconhecendo os estudantes como protagonistas das ações,
onde possam manifestar as dificuldades e os avanços que envolvem o processo de
desenvolvimento saudável.

A educação com enfoque integral responde às necessidades do


aluno em cada etapa do seu desenvolvimento. [...]. A criação e
manutenção de ambientes físicos e psicossociais saudáveis implica na
promoção de um ambiente escolar físico seguro, limpo e com estrutura
física adequada; com um ambiente psicossocial que promova relações
interpessoais positivas, sem agressão, violência, álcool ou drogas; com
equidade nas questões de gênero, estimulante para todos os seus
membros e que favoreça a aprendizagem. Este componente promove a
escola como um espaço de trabalho saudável, tentando melhorar, por meio
do diálogo e do consenso, as condições de trabalho e estudo [...]
(IPPOLITO-SHEPHERD, 2003, documento on-line).

28
11 HÁBITOS E ATITUDES DE HIGIENE NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/

A maioria das doenças de natureza infectocontagiosas, como as que


acometem a pele, os olhos, os sistemas respiratório, digestório e geniturinário,
podem ser prevenidas com a adoção regular de hábitos e atitudes de higiene.
(SAGAH, 2020)
A escola é um ambiente onde essa questão deve ganhar relevância, uma
vez que, por um lado, reúne uma quantidade significativa de crianças, adolescentes
e profissionais, que ficam expostos a doenças quando há fragilidade na higiene
individual e/ou coletiva; e, por outro lado, é uma instituição com potencial para
fomentar hábitos de higiene regular nesses grupos de pessoas. (SAGAH, 2020)
Neste capítulo, a prevenção dessas doenças será abordada a partir do
reconhecimento da relevância dos hábitos e das atitudes regulares de higiene
individual e coletiva, adotando-se a lavagem das mãos como princípio básico de

29
higiene. Além disso, será destacada a importância do ambiente escolar para auxiliar
na adoção e na manutenção desses hábitos. (SAGAH, 2020)

12 HIGIENE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/

A ocorrência de doenças é determinada por múltiplos fatores relacionados


a aspectos sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais, que influenciam o adoecimento das pessoas e a conformação de
grupos de risco na população para doenças e agravos específicos (BUSS;
PELLEGRINI FILHO, 2007). Essa ideia está presente no modelo de determinantes
sociais de saúde, proposto por Dahlgren e Whitehead e ilustrado na Figura a seguir:

30
Fonte: Adaptada de Buss e Pellegrini Filho (2007).

A Figura destaca três extratos de determinantes sociais da saúde:

• aspectos considerados imutáveis do indivíduo e relacionadas a


idade, sexo e fatores hereditários — por exemplo, quando se
considera a herança genética como fator predominante para a
ocorrência de algumas doenças, como diabetes mellitus tipo 1,
câncer de mama, entre outras;

• aspectos derivados do estilo de vida dos indivíduos, entre os quais


estão a adoção de práticas de atividade física regular, alimentação
saudável, sexo seguro e hábitos de higiene, por exemplo;

• estabelecimento de redes sociais e comunitárias — considerando-se


as oportunidades individuais e coletivas de acesso a condições
socio econômicas, culturais e ambientais (BUSS; PELLEGRINI

31
FILHO, 2007) — que permitem à pessoa alcançar maior ou menor
bem-estar, como, por exemplo, os indivíduos com acesso à
escolarização, que têm maior repertório intelectual para buscar
melhores posições laborais e de acesso a serviços de saúde.

A adoção de práticas de higiene individual é traduzida por meio da adoção


de comportamentos, que precisam ser ensinados e/ou reforçados à criança e ao
adolescente nos ambientes tanto familiar quanto escolar, uma vez que esse é um
dos pilares fundamentais para a prevenção de agravos à saúde. (SAGAH, 2020)

32
Quando os hábitos de higiene se mostram deficitários, o estudante pode
apresentar diferentes agravos a sua saúde. A próxima figura exemplifica alguns
desses agravos, considerando os diferentes segmentos do corpo humano.
(SAGAH, 2020)
Isso demonstra as múltiplas repercussões que hábitos insalubres
relacionados às medidas de higiene podem acarretar para a saúde individual — o
que situa a escola como um ambiente propício para contribuir na prevenção desses
diferentes agravos. (SAGAH, 2020)

Segmentos corpóreos e as doenças infectocontagiosas que podem ser prevenidas com


hábitos regulares de higiene. Fonte: Adaptada de LOVE YOU/Shutterstock.com

Entre os agravos ilustrados na Figura, existem medidas de higiene


relevantes para a prevenção, as quais envolvem: (SAGAH, 2020)

33
• banho corporal diário ou quantas vezes se fizerem necessárias, em
especial no caso de crianças menores, que ainda não possuem
controle de esfíncteres, por exemplo;
• lavagem dos cabelos, considerando, inclusive, a prevenção de
escabiose e caspa;

• escovação dos dentes, da boca e da língua, estimulando a sua


realização, inclusive, em crianças menores de dois anos;

• higienização, ao longo do dia e de forma frequente, das mãos, do


rosto, da genitália e dos pés (sempre que necessário),
principalmente quando utilizado o sanitário, no momento das
refeições e após o compartilhamento de brinquedos, em ambientes
coletivos internos ou externos;

• uso de roupas e sapatos limpos, que deve ser estimulado junto às


famílias de crianças menores de três anos — inclusive, é
recomendado o envio de uma vestimenta extra ao ambiente escolar
para o caso de necessidade de troca adicional;

• cabelo penteado e aparado, com o intuito tanto de melhorar a


autoestima da criança quanto de contribuir para que ela consiga
acompanhar as atividades sem se preocupar com o cabelo sobre os
olhos e o rosto;

• unhas limpas e aparadas, pois elas são estruturas que depositam


grande quantidade de micro-organismos patogênicos que devem ser
removidos mecanicamente — por meio da higienização das mãos;

• uso de toalha, guardanapo, talheres, copo e prato limpos durante as


refeições, hábitos esses que devem ser fomentados também no

34
ambiente doméstico, como um momento de integração familiar e
afetividade;

• uso de lenço descartável ao tossir e/ou espirrar, visando a evitar a


propagação de micro-organismos transmitidos por gotículas —
imediatamente após o uso, deve-se descartar o lenço de papel e, em
seguida, higienizar as mãos (SOUZA et al., 2019).

Para potencializar a adoção desses hábitos de higiene, destacam-se as


práticas de educação em saúde como um instrumental a ser utilizado com os
estudantes no cotidiano do ambiente escolar e nos núcleos familiares, por meio de
ações pontuais e de natureza comunitária. O objetivo dessas práticas é contribuir
para que eles internalizem comportamentos individuais significativos e protetivos ao
longo da vida de modo a prevenir doenças infectocontagiosas com potencial para
prevenção; além disso, os estudantes podem se beneficiar da adoção de ações de
higiene em âmbito individual e/ou coletivo. (SAGAH, 2020)

13 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

A pele se caracteriza por revestir o organismo, protegendo-o da ação de


agentes externos, como micro-organismos, parasitas e intempéries climáticas, bem
como equilibrando o funcionamento corpóreo no que se refere à termorregulação,
perda de água e eletrólitos (BRASIL, 2009a).
A Figura apresenta a composição da pele humana, a qual é usualmente
colonizada, mais superficialmente, na epiderme, por bactérias e fungos (BRA SIL,
2009a), o que significa que, apesar de esses micro-organismos estarem presentes,

35
eles não causam doenças à pessoa. (SAGAH, 2020)

Camadas que constituem a pele humana. Fonte: Brasil (2009b, documento on-line).

Entretanto, quando esses micro-organismos crescem de forma demasiada,


pode ocorrer um processo infeccioso, causando adoecimento. Tal fenômeno foi
denominado microbiota, que apresenta as seguintes categorias: microbiota
transitória, microbiota resistente e microbiota infecciosa (BRASIL, 2009b).
A microbiota transitória se refere aos micro-organismos que vivem na
camada mais superficial da pele, os quais não são ou são pouquíssimo
pato gênicos, sobrevivem a um curto período de tempo e são removidos mediante
a higienização simples das mãos — com água e sabão, preferencialmente, ou álcool
em gel quando da indisponibilidade da primeira opção. (SAGAH, 2020)
A microbiota resistente é evidenciada pela presença de micro-
organismos, em sua maioria patogênicos, aderidos às camadas mais profundas da
pele. A remoção desses micro-organismos, portanto, não ocorre facilmente com o
processo de higienização das mãos com água e sabão; ela exige o uso de produtos
químicos e técnica de higienização das mãos específicos. Esse tipo de micro-

36
organismo, mais resistente, está presente majoritariamente em serviços de saúde.
Sendo assim, ao se frequentarem tais estabelecimentos, deve-se ter cuidado
redobrado: evitar apoiar as mãos sobre superfícies, conversar mantendo uma
distância de segurança de no mínimo um metro, não esfregar as mãos sobre o rosto,
etc. (SAGAH, 2020)
Na microbiota infecciosa, os micro-organismos altamente infecciosos e
de fácil transmissão estão aderidos à pele, o que exige atenção e reforço das
práticas de higienização das mãos. Esse tipo de micro-organismo pode estar
presente nas mãos de qualquer pessoa, como, por exemplo, quando alguém está
gripado, tendo o vírus da influenza como agente etiológico, e pouco as higieniza,
disseminando a carga viral pelos ambientes em que transita. (SAGAH, 2020)

37
Diante do que foi apresentado, vê-se que a higienização das mãos se
mostra um hábito imprescindível a todas as pessoas, uma vez que contribui para
reduzir a circulação de micro-organismos presentes, principalmente, na microbiota
transitória e na microbiota infecciosa. Portanto, ela deve ser realizada sempre que
haja sujidade aparente nas mãos e antes e/ou após a ocorrência de determinados
eventos, como refeições, uso de sanitário, troca de fralda e/ou vestimentas e
calçados, compartilhamento de brinquedos e material de papelaria, entre outros.
(SAGAH, 2020)
Para a realização da higienização simples das mãos em ambiente escolar,
faz-se necessária uma infraestrutura física mínima, que se caracteriza pela
presença de uma pia individual, com torneira, dispenser de sabão líquido, papel
toalha e cesto de lixo com pedal — o que exige da administração escolar
planejamento físico e financeiro para dispor e manter essa estrutura em
funcionamento. (SAGAH, 2020)
Outro aspecto relevante para o sucesso da adoção da prática de
higienização das mãos é o estabelecimento de uma cultura organizacional pactuada
entre todos aqueles que convivem na escola. Isso demanda alinhamento do projeto
político-pedagógico, bem como educação permanente das equipes educacionais e
técnico-administrativas. (SAGAH, 2020)
Vários órgãos nacionais e internacionais recomendam que se higienizem as
mãos sempre que necessário, isto é, sempre que houver nelas sujidade aparente
ou quando for desempenhada alguma atividade que exponha a pessoa a micro-
organismos — o que deve configurar-se como um hábito natural do dia a dia de
todos. (SAGAH, 2020)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece que a
prática de higienização simples das mãos deve ocorrer com água corrente e sabão
líquido por meio de onze passos (Figura 4), de modo que todas as faces das mãos
sejam friccionadas e seja removida a microbiota presente, reduzindo a carga de
micro-organismos na pele e, consequentemente, a probabilidade de disseminação
das doenças. Durante a execução dessa técnica, a fricção de todas as faces das

38
mãos e dos punhos deve ocorrer, no mínimo, cinco vezes para cada mão, o que
garante que a sua realização tenha a duração mínima de 20 s a 30 s. (SAGAH,
2020)

Técnica de higienização simples das mãos. Fonte: Brasil (2009b, documento on-line).

39
14 IMPORTÂNCIA DA HIGIENE NO AMBIENTE ESCOLAR

O ambiente escolar tem um papel social relevante, uma vez que, na


atualidade, crianças e adolescentes ficam diariamente nele por um extenso período
(BRA SIL, 2009a). Isso significa que a escola tem a responsabilidade de utilizar
práticas de educação em saúde, visando ao desenvolvimento de comportamentos
salutogênicos que estimulem o autocuidado e a autonomia como pontos-chave para
a formação de pessoas saudáveis, produtivas e responsáveis socialmente (BRASIL,
2009a; 2011).
esse cenário, destaca-se a figura do professor, pois ele serve como
referência para os estudantes em relação aos comportamentos a serem
reproduzidos, inclusive em ambiente familiar — o que denota a potência das
práticas educativas para influenciar os ambientes extraescolares e,
consequentemente, a vida social. (SAGAH, 2020)

Dentre os comportamentos salutogênicos enunciados, destacam-se


aqueles relacionados à adoção de práticas que reforcem as higienes individual e

40
coletiva como fundamentais para promover a saúde das pessoas. Entre as práticas
de higiene individual, estão aquelas relacionadas à higiene corporal propriamente
dita, já apresentadas anteriormente. Já entre as práticas de higiene coletiva, é
importante enfatizar que elas têm um caráter adicional de responsabilidade da
pessoa com o meio que compartilha com outros. (SAGAH, 2020)

Essa preocupação dialoga com o Programa Saúde na Escola (PSE), que


tem entre as suas diretrizes “[...] permitir a progressiva ampliação intersetorial das
ações executadas pelos sistemas de saúde e de educação com vistas à atenção
integral à saúde de crianças e adolescentes [...]” (BRASIL, 2011). Isso enfatiza o
papel da escola como equipamento social potente para, junto com o setor de saúde
brasileiro, formar cidadãos responsáveis com a sua saúde individual e com a saúde
compreendida no contexto coletivo.
Nesse sentido, a escola é vista como um espaço potente para debate e
implementação de práticas pedagógicas comprometidas com o desenvolvimento de
comportamentos saudáveis em crianças e adolescentes. (SAGAH, 2020)
Para o sucesso das ações de educação em saúde, as instituições de
ensino, em conjunto com o corpo docente, devem se utilizar do lúdico para
oportunizar a aprendizagem significativa, que, no caso, por exemplo, da
higienização das mãos, pode se manifestar por meio de uma linguagem acessível
ao estrato etário que será alvo da intervenção educativa (BRASIL, 2009a).

41
É, então, importante que a escola colabore ensinando a técnica de
higienização simples das mãos. No entanto, também é preciso que se atrele à
higienização os momentos em que, ao longo do dia, ela se faz necessária, como:

• antes e após as refeições;


• ao entrar em ambientes internos;
• antes e após o uso do sanitário;
• o tossir e espirrar; e
• ao realizar atividades grupais — em ambientes internos ou externos,
compartilhados ou não.
A adoção desses comportamentos contribui para a garantia da segurança
biológica no ambiente escolar, repercutindo também em outros ambientes externos
e do convívio familiar em que a criança e ao adolescente transitam (MOLINARI;
SILVA; CREPALDI, 2005).
Esse resultado é possível quando as instituições de ensino investem em
qualificação profissional dos professores e do corpo técnico-administrativo, os quais

42
precisam estar engajados e comprometidos com o fortalecimento de
comportamentos saudáveis.
Além disso, uma infraestrutura física adequada e a disponibilização de
insumos e equipamentos (como pias, dispensers de sabão líquido, etc.) são
primordiais para garantir o sucesso das práticas pedagógicas, que devem estar
ancoradas em um projeto pedagógico alinhado aos pressupostos do PSE e à sua
responsabilidade como equipamento social imprescindível para a formação de
cidadãos que se comprometam com o seu autocuidado, com a manutenção da sua
autonomia e com a cooperação coletiva. (SAGAH, 2020)
Portanto, o objetivo dessas ações é contribuir para a manutenção de
ambientes sociais saudáveis e com redução dos riscos biológicos oriundos da
disseminação de doenças decorrentes do contato direto e/ou indireto entre as
pessoas. Essas ações, em última análise, promovem a saúde individual e coletiva
e, consequentemente, o desenvolvimento social responsável e colaborativo.
(SAGAH, 2020)

43
15 REFERÊNCIAS

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Atenção Básica, 24). (E-book).

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Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: Acesso em: 14 jan. 2019.

BRASIL. Emenda constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta


§ 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir,
anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das
Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e
desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova
redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino
de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares
para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e

44
ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso
VI. 2009. Disponível em: Acesso em: 14 jan. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases


da educação nacional. 1996. Disponível em: Acesso em: 14 jan. 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília:


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