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FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA-FID

ANTONIA CLEIDE DE SOUSA SILVA

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA


INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

UNIÃO-PI
2023
INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA
INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ANTONIA CLEIDE DE SOUSA SILVA¹

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo de mediar uma pesquisa sobre o processo de
inclusão infantil e suas práticas pedagógicas utilizadas para que esse processo de
inclusão seja satisfatório e obtenha excelentes resultados. Tendo em vista, o aumento
de crianças com necessidade especial ingressando em escolas em turmas regulares,
todas as escolas precisam estar preparadas, assim também como os docentes e
funcionários do ambiente escolar. E é com essa visão que podemos estabelecer um
processo de inclusão e aprendizagem utilizando as práticas construídas e
desenvolvidas para que essa inclusão aconteça de maneira satisfatória para ambas as
partes, tantas para criança, professores e também para a sua família. Nesse sentido,
iremos neste presente artigo, com referências teóricas em aula como, pesquisar e
analisar as possibilidades de tornar a inclusão bem mais acessível, ou seja, garantindo
uma educação de qualidade como acessado na Lei 13.146/2015.

Palavra-chave: Inclusão; educação infantil; educação especial; formação de


professores.

ABSTRACT

This article aims to mediate a research on the process of child inclusion and the
pedagogical practices used so that this inclusion process is satisfactory and obtains
excellent results. Considering the increase of children with special needs entering
regular classes in schools, all schools need to be prepared, as well as the teachers and
employees of the school environment. And it is with this vision that we can establish an
inclusion and learning process using the practices built and developed for this inclusion
to happen in a way that is satisfactory for both parties, for the child, for the teachers, and
also for the family. In this sense, we will in this present article, with theoretical references
in class as, research and analyze the possibilities of making the inclusion much more
accessible, that is, ensuring a quality education as accessed in Law 13.146/2015.

Keyword: Inclusion; early childhood education; special education; teacher training.

________________________________________
1. Pós Graduanda em Educação Infantil e Anos Iniciais e Graduada em Licenciatura em Pedagogia.
1 INTRODUÇÃO

O aumento significativo de crianças com necessidade especial matriculados no


ensino regular de educação infantil tem chamado a atenção do poder público. Esse
crescimento está ocorrendo por vários motivos, e um deles são os movimentos e
campanhas de inclusão na educação, como relata Biaggio (2007). O crescimento não é
casual, mas resultado da mobilização da sociedade brasileira.
E nesse embasamento, a declaração de Salamanca de 1994, reafirmar o direito
de crianças e adolescentes com necessidades especiais à educação sem nenhum tipo
de preconceito ou distinção. No Brasil, na Lei de Diretrizes e Bases de 1998, esse
direito foi adquirido e consolidado no artigo 58, explicando que “entende-se por
educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais”.
A Declaração de Guatemala de 1999, como nos diz Drago (1999, p. 65), “tem
como princípio a garantia de que os governos assumiriam o compromisso de se
adequarem as instalações que facilitem o transporte, a comunicação e o acesso público
às pessoas com necessidades especiais”. Assim, as crianças e adolescentes com
necessidades especiais conseguiram conquistar o direito de serem enxergados e
incluídos nas escolas regulares, fazendo com que essa demanda de alunos aumente
cada vez mais.
Mas com essa demanda tem que existir toda uma preparação do ambiente
escolar, com acessibilidade, como também a formação dos profissionais da educação.
No entanto, o que encontramos na grande maioria das instituições, são o
despreparo para acolher esses alunos e esse tipo de situação respinga agravos na
educação infantil, que é a base da educação, por conta de quê a grande maioria das
crianças com necessidades especiais não conseguem o laudo que comprove essa
deficiência, muitas vezes pela resistência da própria família que não aceita essas
condições, as escolas por sua vez, só podem oferecer essa inclusão individual com o
laudo diagnosticado, e é o que dificulta o trabalho pedagógico.
Diante desses inúmeros desafios reconhecemos que os profissionais da
educação precisam está sempre qualificado, estudando, buscando conhecimentos para
promover a inclusão propriamente dita, e garantir um ensino de qualidade e o direito à
educação, a singularidade e especificidade de cada criança, como nos diz o referencial
curricular nacional para educação infantil (Brasil, 1998, p.36) “O principal desafio da
escola inclusiva é desenvolver uma pedagogia centrada na criança capaz de educar a
todas, sem descriminação, respeitando as suas diferenças”.
Diante desta problematização, o presente artigo vem para discutir quais os
desafios e possibilidades obtidos no processo de inclusão nas escolas regulares de
educação infantil, trazendo, através da pratica pedagógica, caminhos e possibilidades
para essa inclusão aconteça.
Não pretendemos apresentar fórmulas prontas, mas enfatizar a problematização
e trazer uma reflexão sobre a temática apresentada.
Buscando viabilizar dialogo embasado por estudiosos da área, como DRAGO,
VIANA, HENES, VYGOTSKY, entre outros, a pesquisa foi escolhida como metodologia,
bibliografia, que nos permite uma visão mais clara e esclarecedora do objeto a ser
estudado e apresentado. Logo então, serão levantados tópicos importantes e
relevantes para uma análise reflexiva sobre o acesso à inclusão nas escolas regulares
de educação infantil, diante do dialogo entre a teoria e a prática pedagógicas.

1.2 EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

A educação especial no Brasil por grandes transformações durante os anos, e foi


oferecida separadamente para pessoas que não tinham deficiências, de acordo com
KASSAR (2011, p.2) “esta separação materializou-se na existência de um sistema
paralelo de ensino, de modo que o atendimento de alunos com deficiências ocorreu de
modo incisivo em locais separados dos outros alunos”.
No período da República Velha, em 1889, a educação especial surge devagar no
brasil, influenciada pela Europa, tendo em vista, que o surgimento veio também, a partir
de diagnósticos médicos. Porém, as pessoas com necessidades especiais não tinham
acesso à educação por serem considerados incapazes, diante a legislação dessa
época.
E, sobre o conceito “anormal” encontra-se na literatura médica daquela época e
na legislação educacional que negaram a oferecer o acesso à escolarização ou à
instrução, com acontecia a educação nesse período. Vários decretos de alguns estados
reforçam essa posição, como decreto Lei nº. 7970 de 1927, de Minas Gerais, que se
negam a oferta da educação para essas crianças, entre outros motivos, crianças com
“incapacidade físicas ou mentais” e indigentes, “enquanto não se fornecer, pelos meios
de assistências [...], o vestiário indispensável à decência e a higiene” (apud Peixoto,
1981).

A deficiência no âmbito educacional, começou a ganhar destaque à partir do


Decreto n. 5.884, instituído pelo Código de Educação da Cidade de São Paulo
1933, quando normatizou sua “Educação Especializada”, entendeu como parte
de seu alunado os “débeis físicos”, “débeis mentais”, “doentes contagiosos”,
“cegos”, “surdos-mudos” e os “delinquentes” (BRASIL, 1933).

O Século XX, ainda não havia avançado na questão da Educação Especial,


limitando o acesso de pessoas com necessidades especiais à educação. Em 1960,
através da Conferência Geral organizada pela UNESCO, se lança na luta contra a
discriminação no campo do ensino, afirmando que:

A discriminação no campo do ensino constitui violação dos direitos enunciados


nesta Declaração. Considerando que nos termos de sua Constituição, a
Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura se
propõe a instituir a colaboração entre as nações para assegurar a todos o
respeito universal dos direitos do homem e oportunidades igual de educação.
(UNESCO, 1960, p. 1)

Desde então, a Conferência da UNESCO 1960 torna-se um parâmetro para que


um ano após sua realização, a LDB, Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, passe a
garantir o acesso de pessoas “excepcionais” ao ensino, como nos diz o Art. 88. A
educação de excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de
educação, a fim de integrá-los na comunidade. Porém, no texto geral prevê também
que caso haja a necessidade sejam criados espaços especializados, como nos diz
Mantoan (2017):

Entende-se que nesse sistema geral estariam incluídos tanto os serviços


educacionais comuns como os especiais, mas pode-se também compreender
que, quando a educação de deficientes não se enquadrasse no sistema geral,
deveria constituir um especial, tornando-se um subsistema à margem.
(MANTOAN, 2017)
Foram se passando os anos, a luta, os movimentos e as campanhas em prol da
educação inclusiva foram se tornando maior e ganhando força, já incluída na
constituição de 1988, através do artigo 208, inciso III, afirmando que: “O dever do
estado com a educação será efetivado mediante garantia de atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino”, considerando a importância da inclusão nas escolas regulares”. Desta forma,
deu-se inicio no processo de inclusão propriamente dito em escolas regulares.
Na declaração de Salamanca de 1994, o direito à educação para as pessoas
com necessidades especiais ganhas solidez, garantindo que “qualquer pessoa
portadora de deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua
educação, tanto quanto estes passam ser realizados”. (Declaração de Salamanca,
1994, p.1).
A LDB (lei de diretrizes e bases) que foi instituída em 1996, reafirma em seus
artigos 58, 59 e 60, o acesso de pessoas com necessidades especiais em escolas
regulares através de regimento, para que essa inclusão aconteça.
Mesmo com todos os avanços nas leis no dia-a-dia escolar percebemos que
ainda existem vários desafios para a inclusão seja exercida de forma correta,
principalmente nas escolas de educação infantil. Por sua vez, fica o questionamento,
nas quais os profissionais da educação ira encontrar nesses desafios frente a esse
processo de inclusão nas escolas públicas de educação infantil.

2 Os desafios na inclusão de crianças com necessidades especiais na educação

A educação infantil é a base principal do ensino e tem conquistado espaço ao


passar dos anos, este ensino está integrando a partir da constituição de 1988,
alcançando um destaque através da lei de diretrizes e bases (LDB nº. 9.34/1994).
Porém, ainda é encontrado muita resistência, principalmente ao ingresso dessas
crianças nas turmas regulares de educação infantil. A educação infantil é uma das
etapas mais importante para o pleno desenvolvimento cognitivo da criança, pois é a
partir da educação infantil que são observadas e identificados as necessidades que
poderão comprometer no processo de aprendizagem da criança, as que apresentem
alguma necessidade especial.
Assim diz Vygostsky (1998, p.115). A aprendizagem não é em si mesmo
desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta
ativação não poderiam produzir-se sem a aprendizagem.
Após a obrigatoriedade de matricular as crianças de 4 a 5 anos na educação
infantil com a alteração feita na LDB (Lei de diretrizes e bases da educação nacional)
por meio da Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, as instituições públicas de educação
infantil têm recebido uma demanda bastante significativa de alunos, e dentro desse
grupo os alunos que por sua vez, apresente alguma necessidade especial, e apesar de
ter crescido esse número, as escolas não estão preparados para oferecer essa inclusão
adequadamente, e que garanta uma educação de qualidade respeitando as diferenças.
Fica o questionamento, porque isso ainda acontece? Existem inúmeros fatores
que dificultam esse processo de inclusão: escolas despreparadas, sem estrutura física
que possibilite a acessibilidade, a falta de professores com a formação adequada, a
dificuldade em obter o diagnóstico, são alguns desses défices enfrentados, pelas
escolas públicas. Para serem solucionados esses desafios, o poder público deve aplicar
as politicas públicas como é o caso da acessibilidade.
Não deixando de considerar que a gestão escolar tem uma responsabilidade e
de acordo com o pensamento de Hines (2008) a atuação da gestão é fundamental para
o sucesso na transformação de uma escola na perspectiva inclusiva. Pois através das
ações do diretor e coordenação pedagógicas que serão articuladas práticas e
estratégias para melhorar e facilitar o trabalho dos profissionais da educação, tendo em
vista também a formação dos educadores, que por sua vez, se tornou um impasse no
processo de inclusão, toda à comunidade escolar e as famílias devem se concretizar
em relação à questão da inclusão.
Outro ponto importante e essencial é o conhecimento que a escola possui sobre
o aluno, para que a escola consiga ser inclusiva, ela deve conhecer profundamente os
alunos principalmente em situações de existência de deficiências físicas. Isso porque,
somente com o conhecimento de histórico de vida, habilidades, preferencias, contexto
social e demais informações, a escola vai poder criar mecanismos para incluir o aluno e
proporcionar o devido acolhimento para que ele tenha possibilidade de agir com
naturalidade e autonomia dentro da instituição de ensino, os profissionais precisam
saber como devem tratar o aluno levando em consideração sua individualidade,
comportamento e limitações. Com isso, se tornar possível a criação de melhores
práticas dentro da escola. As instituições educacionais devem também promover um
ambiente respeitoso e cooperativo, o respeito deve ser a prioridade de todo o corpo
docente quando falamos de inclusão.
Diante disso, o professor deve ser exemplo para seus alunos, ou seja,
promovendo o respeito e as boas realizações em sala de aula, existem varias formas
para que o educando possa promover a inclusão dentro da sala de aula, bem como,
utilizar de brincadeiras inclusivas, que são elas: brincando com sombras, para
desenvolver os movimentos corporais e ativar a curiosidades dos alunos, alfabeto na
natureza, caixa dos sentidos, vôlei sentado, entre outras....
Pensando nesses desafios, é importante salientar que no dia a dia de sala de
aula que identificamos como esse processo de inclusão está acontecendo, e sobre
tudo, como as praticas pedagógicas podem facilitar e contribuir para essa inclusão na
educação infantil.
No processo de seu desenvolvimento, é necessário compreender os assuntos
envolvidos para que o artigo tenha um embasamento legal, o que envolve a perspectiva
da educação inclusiva. A educação infantil caracteriza-se por iniciar a primeira e
importante etapa do processo inclusivo, a fim de proporcionar aos alunos a
oportunidade de se desenvolverem de forma holística desde a primeira infância. Para
tanto, uma seção discutirá as ideias dos autores, que, por meio de suas pesquisas,
trouxeram grande colaboração e reflexão para a educação inclusiva em sua prática
diária. De acordo com as características dos professores da educação infantil, e por fim,
os métodos e práticas aplicadas em sala de aula, de forma simples, transformam de
forma colaborativa o ambiente escolar em um local onde as diferenças são valorizadas
e respeitadas, e o processo de ensino e aprendizagem se prepara para receber cada
aluno especial, construindo assim uma relação de confiança entre profissionais
relevantes, alunos e famílias. Refletir sobre as atuais práticas e reconhecer os
obstáculos torna-se uma importante ferramenta para o aperfeiçoamento e busca de
novos métodos, dessa forma foi realizado um levantamento de artigos e obras literárias,
na busca por conceitos, pensamentos e práticas que se tornam relevantes na prática
docente frente à inclusão de alunos com necessidades especiais.

3 O processo de inclusão por meio de práticas pedagógicas.

O meu olhar é nítido como um girassol.


Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...(O guardador
de rebanhos. In poemas de Alfabeto Cauro.
Fernando Pessoa)

Através do trecho do poema de Fernando Pessoa, “O guardador de Rebanhos”,


podem-se fazer algumas comparações com base no dia-a-dia da escola, o que nos
possibilita a observar e refletir sobre o “Olhar” do educador, diante das crianças dentro
do processo de aprendizagem.
E com base na diversidade, esse olhar é de suma importância, pois de acordo
com Drago (2011) “é papel da educação formal proporcionar ao educando o
desenvolvimento de todas as suas potencialidades para superar o meio social e
existente”, isto é, as instituições de ensino têm por obrigação e dever promover uma
educação buscando que repete a singularidade de cada criança, buscando a formação
de indivíduos críticos, reflexivos e participativos.
“De acordo com declaração universal direitos humanos (DUDH),” toda pessoa te
direito à educação. “A educação deve ser gratuita”. Toda pessoa aprende, todo
estudante está apto a aprender e ensinar, o desrespeito de qualquer condição física,
mental e intelectual, emocionalmente e linguística, atingir e manter o nível adequado de
aprendizagem condições físicas, mental, intelectual, emocional e linguista, atingir e
manter o nível adequado de aprendizagem também é um direito de todos os processos
de aprendizagem de cada pessoa é única, cada pessoa tem características, interesses
e habilidades, talentos e necessidades de aprendizagem que são únicos, sendo cada
processo singular e individual. Por isso, programas e sistemas educacionais devem
levar em conta essa diversidade, assim alunas com necessidades especiais
experimentam contextos desafiadores para seu desenvolvimento, e os demais alunos
aprendem a respeitar e a lidar com as diferenças.
A educação, incluindo a especial, fundamenta-se no princípio da equidade (que
reconhece a diferença e a necessidade de haver condições diferenciadas para o
processo educacional); prevê, especificamente, a formulação de políticas públicas
educacionais reconhecedoras das diferenças e da necessidade de condições
diferenciadas para a efetivação do processo educacional. O direito das crianças com
necessidades especiais ao acesso, à permanência na escola e a educação de
qualidade foram fixados na Declaração de Salamanca, em 1994; onde se afirma que se
faz necessária a ajuda de professores capacitados, para atender as necessidades
específicas dessas crianças. O referido documento esclarece que as crianças devem
sentir-se incluídas no ambiente escolar, ou seja, todos têm o mesmo direito a uma
educação de qualidade como qualquer outro individuo, assim como, na escola,
participarem ativamente da educação, que promova a integração social. Ainda de
acordo com a Declaração de Salamanca, faz-se necessário a criação de uma política
educacional mais justa para todos, principalmente para as crianças com necessidades
especiais.
Conforme Brasil (1994, p. 32):

[...] crianças e adolescentes com deficiência não precisam e não devem estar
fora das instituições de ensino regular de qualquer nível, mas que têm os
mesmos direitos que qualquer outro, com ou sem qualquer tipo de deficiência. E
ainda: Aos alunos com necessidades educacionais especiais deverá ser
dispensado apoio contínuo, desde a ajuda mínima nas classes comuns, até a
aplicação de programas suplementares de apoio pedagógico na escola,
ampliando-os, quando necessário, para receber a ajuda de professores
especializados e de pessoal de apoio externo.

Este fato propõe a inserção das pessoas à sociedade, no que diz respeito ao
acesso à escola e ao trabalho.
Quando nos remetemos à Inclusão na Educação Infantil, o assunto fica mais
complexo, já que muitas crianças que chegam na Educação Infantil e apresentam
alguma necessidade especial não possuem diagnóstico. Entretanto, cabe à escola
promover essa inclusão, buscando estabelecer estratégias que facilitem o processo de
aprendizagem, pois:
A inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela escola
comum, provoca a melhoria na qualidade da educação básica e superior, pois
para que os alunos com e em deficiência possam exercer o direito á educação
em sua plenitude, é indispensável que essa escola aprimore suas práticas, a
fim de atender as diferenças. (MONTOAN, 2007, p. 45)

É na escola, através das práticas pedagógicas, à partir de experiências


significativas que levem a criança a desenvolver suas habilidades, que irão surgir de
acordo com cada situação estratégias de ensino para que tanto a criança dita “normal”,
quanto a criança com necessidade especial na Educação Infantil, possam construir
seus conhecimentos. De acordo com Viana (2002, p. 56), “a criança ao contrário do que
era considerado no passado, mostra-se como um ser que pensa, tem sentimentos e
emoções e, portanto, é participante ativo do mundo”. Com isso, a escola, em conjunto
com a comunidade escolar, precisa estimular a criança dentro deste processo de
aprendizagem, respeitando as diferenças:

Aprendemos a pensar com o outro... Aprendemos a ler construindo hipóteses


na interação com o outro. Aprendemos a escrever organizando nossas
hipóteses no confronto com as hipóteses do outro... A ação, interação e troca,
movem o processo de aprendizagem. (Freire, 1997, p. 7)

4 INCLUSÃO: REALIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

A educação inclusiva no Brasil ainda é bastante recente foi apenas na década de


60 que este assunto começou a ser discutido no país o que demonstra que é que esta
prática ainda é bastante nova e por isso ainda apresenta falhas e obstáculos para que
seja de fato aplicada nas escolas.
Entre os obstáculos encontramos os prédios educacionais sem estruturas
adequadas para receber os alunos muitas escolas ainda resistem em receber esses
alunos à realidade é que falta além da estrutura escolar a qualificação profissional ainda
está bastante escassa.
A realidade sociocultural e o contexto escolar é caracterizada pela compreensão
que a equipe gestora possui acerca do que são as vivências socioculturais dos
estudantes e como estas influenciam seus modos de ser pensar e agir no contexto
escolar. Outro fator que afeta essa inclusão na prática é a falta de competência
gerencial e pouca qualificação profissional falta de seleção de alunos para garantir a
qualidade e preço que gere uma seleção dos interessados tecnologias ultrapassadas e
limitação orçamentária. Má gestão dos riscos e problemas societários e de sucessão
familiar.
Entender o contexto familiar do educando já é um processo bastante positivo
para entender a realidade sociocultural dessa criança a família por sua vez deve apoiar
incentivá-la aos estudos elas são inteligentes e conseguem aprender no tempo certo
com as com as suas limitações, mas aprendem é importante também a questão da
afetividade escolar Tendo em vista que o professor deve manter uma relação mais
atenciosa com carinho e afeto.
A função social da escola e o desenvolvimento das potencialidades físicas
cognitivas e afetivas do indivíduo capacitando a tornar um cidadão participativo na
sociedade em que vivem o professor nesse contexto deve ter uma postura norteadora
do processo ensino aprendizagem levando em consideração que sua prática
pedagógica em sala de aula tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual de
seu aluno.
Se a inclusão acontecesse na prática assim como acontece na teoria seria um
processo de aprendizagem satisfatório, mas sabemos que na maioria das vezes isso
não acontece geralmente o professor não inclui o educando nas atividades da sala não
elaboram tarefas diferenciadas de acordo com as suas necessidades é triste mas
devemos ver a realidade e é essa realidade contextual de várias instituições de ensino
na educação infantil.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existe ainda muitos desafios no que diz respeito à educação inclusiva, isto é, o
processo de inclusão nas instituições de ensino regulares de educação infantil.
A falta de material, a acessibilidade, falta de formação para os profissionais da
educação, são desafios insistentes. No entanto, a instituição é um ambiente de
formação, pois é através das práticas no cotidiano escolar que as estratégias vão
aparecendo.
Mas para que isso aconteça, precisamos descontruir também algumas ideias
como afirmam Ferreira e Guimarães (2003, p.27):

Os efeitos causados pela visão equivocada sobre pessoas com deficiência


levam ao desconhecimento de suas potencialidades, o que acaba por continuar
reforçando a crença sobre sua suposta incapacidade. Esse quadro só poderá
ser alterado á partir do momento em que a condição de deficiência modificar-se,
tomando em consideração também as potencialidades, e não apenas os
defeitos e as limitações das pessoas.

A partir dessa desconstrução, devemos procurar enfrentar os desafios, buscando


melhorar cada vez mais esse processo de inclusão, apresentando através das práticas
pedagógicas experiências significativas que podem, mesmo que timidamente, promover
o avanço da inclusão.

REFERÊNCIAS

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dezembro de 1961.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394, de 20 de


dezembro de 1996.

BRASIL. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013.

DRAGO, R. Uma fresta na janela: A educação inclusiva. In: Inclusão na educação


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FREIRE, M. et al. Grupo, indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento.


São Paulo: Espaço pedagógico, 1997.

HINE, J. T. Making collaboration work in inclusive. hing school clasrooms:


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KASSAR, M. de C. M. Educação especial no Brasil: desigualdades e desafios no


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MANTOAN, M. T. E. A Educação especial no Brasil: da exclusão à inclusão


escolar. Disponível em: <http://www.lerparaver/bancodeescola>. Acesso em: 23 jan.
2017.

VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar.


In: Vygotsky, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEF, A. N. Linguagem, desenvolvimento e
aprendizagem. Trad.: Maria da Penha Villa lobos. 6ª ed. São Paulo: Ícone, 1998.
(Trabalho originalmente publicado em 1933).

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