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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3

especial

<box Objetivos>
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
 estudar o processo histórico e as bases filosóficas das principais
correntes pedagógicas na educação especial;
 discutir as implicações políticas na educação especial no Brasil;
 apresentar a educação no contexto da organização política e econômica
brasileira.
<fim do box>
INTRODUÇÃO

A inclusão de pessoas com portadoras de deficiências (PcD) no sistema


educacional é fundamental para que se possa aumentar a possibilidade de o
indivíduo desenvolver as condições para ter uma vida plena e saudável,
ocupando seu espaço na sociedade.
Neste capítulo, serão discutidos os aspectos históricos, filosóficos e
legais da educação especial. Na primeira parte do capítulo será apresentado
um breve histórico do desenvolvimento da educação inclusiva no mundo e no
Brasil, desde os primórdios da educação de pessoas com deficiência, até as
mais recentes políticas implantadas no país.
As duas partes seguintes parte terão como foco os aspectos filosóficos e
pedagógicos da educação de pessoas com necessidades especiaisdeficiência,
discutindo diversas linhas conceituais que servem de base para as mais
modernas estratégias educacionais. .
Na quarta parte, será discutidorá o papel da instituição de ensino na
implementação das políticas públicas de educação especial, tanto no sistema
regular quanto nas instituições de educação especial. Por fim, o direito ao
acesso à educação especial, como um direito fundamental da pessoa
portadora decom deficiência, será o foco da quinta parte do capítulo.
Como objetivo principal, o capítulo busca instrumentalizar o leitor a
compreender as origens e bases históricas, pedagógicas e legais da educação

1 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

especial, discutir as implicações políticas na educação especial no Brasil e


apresentar a educação no contexto da organização política e econômica
brasileira.
3.1. Desenvolvimento da educação inclusiva no mundo

A educação de pessoas com necessidades especiaisdeficiência, como


uma área específica da educação, trilhou um longo caminho até se consolidar
nos moldes da educação inclusiva atualmente adotados em grande parte dos
países, inclusive no Brasil.
Para Blanco (2003), a forma de educar as pessoas portadoras decom
deficiências passou por quatro diferentes momentos em seu desenvolvimento
histórico. Antes do Sséculo XX, as pessoas portadoras decom deficiências
eram apartadas da sociedade e consideradas como inaptas para a educação.
O autor chama esste período de fase da exclusão, pois crianças portadoras
decom algum tipo de deficiência eram escondidas da sociedade, quando não
sacrificadas ainda na infância.
Para Silva Neto et al. (2018), se os indivíduos portadores decom
deficiência eram vistos como párias que não deveriam fazer parte da
sociedade, não haveria necessidade de educá-los. Essa visão excludente da
deficiência teve seu auge na Iidade Mmédia, momento no qual a deficiência,
por influência do poder que a Igreja Católica exercia sobre a sociedade, era
muitas vezes vista como punição divina ou como tendo relação com o demônio
ou possessões.
Segundo Silva Neto et al. (2018), Eessa forma de enxergar a deficiência
só passou a mudar a partir do Renascimento, entre os séculos XIV e XVI,
segundo Silva Neto et al (2018), , momento no qual, com o desenvolvimento
intelectual e a emergência do pensamento científico, a normalidade e as
deficiências passarem a ser enxergadas a partir do ponto de vista da medicina
e entendidas como resultados de doenças ou condições congênitas, isto é,
presentes desde ou antes do nascimento.
A partir do século XVIII, a postura da sociedade em relação àa pessoa
com deficiência passa por uma mudança, que para Blanco (2003) marca a
segunda fase do desenvolvimento da educação especial: surgem instituições
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especializadas, que se preocupam não apenas em tratar as condições físicas e


mentais da pessoa com deficiência, mas também em educeducá-laar esses
indivíduos. Surge, assim, adaptações dos processos pedagógicos com o
objetivo de entender as necessidades dos alunos especiaiscom deficiência que
podem ser consideradas como as raízes da educação especial.
Blanco (2003) chama esse momento de fase de segregação, pois os
alunos com necessidades especiaisdeficiência eram separados dos demais de
acordo com suas deficiências e necessidades educacionais, com instituições
especializadas no ensino de cegos, de pessoas com deficiência auditiva ou
surdez e com,a e deficiências mentaisintelectuais. Os sistemas educacionais
eram organizados de formaneira separada e segregada: a educação especial,
direcionada aos alunos portadores decom deficiências, e a educação regular.
Segundo Stampa (2010), a década de 1960 foi marcada pelo
crescimento de movimentos sociais que lutavam pela aceitação das diferenças
e pela inclusão social de minorias. Dentre estses movimentos destacaram-se
como os movimentos Black Power, o movimento Gay Power, o movimento
contra a Gguerra do Vietnã, o movimento feminista e os movimentos estudantis
ocorridos a partir do mês de maio de 1968.
Esses movimentos sociais trouxeram também nova postura em relação
à educação de pessoas com necessidades especiaisdeficiência, na qual a
inclusão dos alunos portadores decom deficiência nas escolas e classes
regulares passou a ser defendida pelos especialistas em educação.
Blanco (2003) classifica esse momento como fase da integração, pois as
pessoas portadoras decom deficiências, antes segregadas em instituições
especiais, passaram a ser reinseridas no sistema educacional regular. As
reinvindicações de pais e de instituições ligadas àa defesa dos direitos
humanos trouxeram mudanças legais e novas políticas públicas relacionadas à
educação especial.
Silva Neto et al. (2018) apontam que uma das conquistmudanças
estabelecidas na forma de enxergar a educação especial foi a própria mudança
de nomenclatura que passou a ser utilizada, em que se substituiu o termo

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pessoas Ddeficiêenciates pelo uso da expressão Npessoas com necessidades


Eeducativas Eespeciais.
Apesar do grande avanço que essta fase representou para a educação
de pessoas com necessidades especiaisdeficiência, a visão predominante,
segundo Silva Neto et al . (2018), era de que o aluno portador decom
deficiência que deveria se adaptar-se às condições da escola regular.
Assim, mesmo que conceitualmente, a inclusão das pessoas com
deficiência no sistema escolar fosse considerada a forma mais adequada de
educar esses indivíduos, na prática, poucos resultados efetivos foram
observados.
As discussões sobre os conceitos básicos que norteiam a educação
especial passaram a ser mais intensas a partir da década de 1990, com a
realização da Conferência Mundial Sobre Educação para Todos, realizada pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef – (a sigla é formada pelas
palavras na língua inglesa: United Nations International Children's Emergency
Fund) na cidade de Jomtien, na Tailândia.
<box curiosidade>A sigla Unicef é formada pelas palavras na língua
inglesa: United Nations International Children's Emergency Fund.<fechar box>

<ABRE BOXE SAIBA MAIS>


A Conferência Mundial sobre Educação para Todos contou com a
participação de diversas organizações, como a Unesco, o Unicef e o Banco
Mundial.
A conferência buscou estabelecer parâmetros, alianças e compromissos
entre as diversas nações participantes com o intuito de garantir o acesso
universal à educação, vista como fator fundamental para a dignidade humana e
para a garantia dos direitos humanos. Durante a conferência, foi publicado o
documento DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS
PLANO DE AÇÃO PARA SATISFAZER AS NECESSIDADES BÁSICAS DE
APRENDIZAGEM, conhecida também como Declaração de Jomtien, que
aborda a inclusão educacional de alunos de grupos minoritários, indivíduos em
condições de vulnerabilidade e com deficiências.

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
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Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para


satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia:
UNESCO, 1990. UNESCO. Disponível em
https://abres.org.br/wp-content/uploads/2019/11/declaracao_mundial_sobre_ed
ucacao_para_todos_de_marco_de_1990.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021.
<FECHA BOXE>

Em seu artigo 3, que aborda a universalização do acesso à educação


para todas as crianças e a promoção da equidade nas condições de acesso à
educação, o documento da Unicef (1990) afirma, no item 5. que:
“As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de
deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que
garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e
qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”.
Ao defender que a educação de pessoas portadoras decom deficiências
seja realizada de modoforma integradao aos demais alunos, nos sistemas
regulares de ensino, a Ddeclaração de Jomtien abre uma nova perspectiva
sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais deficiência. Blanco
(2003) chama esse momento de fase da inclusão total, que tem como princípio
básico a eliminaração da segregação e da separação dos alunos em classes,
instituições ou programas de educação especial.
Nesste contexto, sãoé a escola e as estruturas educacionais que devem
se adaptar às necessidades do aluno, promovendo mudanças físicas,
metodológicas e pedagógicas para que o aluno com necessidades
especiaisdeficiência seja plenamente incluído no processo educacional.
Segundo definição da Unesco (2015), a educação inclusiva é uma
responsabilidade do Estado e deve incluir todas as crianças,
independentemente de suas condições, preferencialmente dentro do sistema
regular de ensino.

<ABRE BOXE DECLARAÇÃO DE JOMTIEN>

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No ano de 1990, foi realizada, na cidade de Jomtien, na Tailândia, a


Conferência Mundial sobre Educação para Todos, que contou com a
participação de diversas organizações como a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco, o Fundo das Nações
Unidas para a Infância – Unicef e o Banco Mundial.
A conferência buscou estabelecer parâmetros, alianças e compromissos entre
as diversas nações participantes com o intuito de garantir o acesso universal à
educação, vista como fator fundamental para a dignidade humana e para a
garantia dos direitos humanos. Durante a conferência, foi publicado o
documento DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS
PLANO DE AÇÃO PARA SATISFAZER AS NECESSIDADES BÁSICAS DE
APRENDIZAGEM, que aborda a inclusão educacional de alunos de grupos
minoritários, indivíduos em condições de vulnerabilidade e portadores de
deficiências.
Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia:
UNESCO, 1990. UNESCO. Disponível em
<FECHA BOXE>

Outro importante documento que lançou as bases da moderna visão


sobre a educação inclusiva é a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994),
publicada no ano de 1994 durante a Conferência Mundial sobre a Educação
Especial, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura - Unesco.
<ABRE BOXE VIDEO ao lado do último parágrafo>
A história da educação inclusiva no Brasil é o tema do vídeo Linha do Tempo:
Educação Inclusiva, desenvolvido pela Universidade de São Paulo – USP. De
maneira didática e clara, o vídeo mostra os principais marcos da educação de
pessoas com deficiências e de pessoas com deficiência no Brasil. O vídeo
também conta com uma entrevista com a professora Vera Lúcia Messias Fialho
Capellini, especialista em educação inclusiva.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a4Ntfg98xlY. Acesso em: 26
jun. 2021.

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<FECHA BOXE>

Segundo Zeppone (2011), enquanto a Declaração de Jomtien aborda a


inclusão educacional de todos os indivíduos em situação de exclusão social, a
Declaração de Salamanca aborda especificamente a educação de pessoas
portadoras decom deficiências.
Nas considerações iniciais do documento, estão as definições que
passaram a ser utilizadas na definição das políticas públicas de educação
especial em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Segundo a
Ddeclaração de Salamanca (UNESCO, 1994), toda e qualquer criança tem
direito à educação, que é dever do Estado.
O documento salienta que a diversidade é inerente àa própria condição
humana e que cada indivíduo tem características e habilidades diferentes, bem
como necessidades de aprendizagem diversas. Assim, os sistemas de ensino
devem ser pensados para abarcar e incluir toda essta diversidade. Segundo o
texto:
“• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer a tais necessidades,

• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais
eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para
todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria das
crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de
todo o sistema educacional.” (UNESCO, 1994, p. 1)

As declarações de Jomtien e Salamanca foram usadaos como base para


as políticas públicas brasileiras sobre educação especial, mas é importante
salientar que a Constituição de 1988, em seu artigo 208, (BRASIL, 1988), já
previa, mesmo antes dos documentos internacionais, que o atendimento dos
alunos com necessidades especiaisdeficiência deveria ser feito no sistema
regular de ensino.

<ABRE BOXE VIDEO>

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
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A história da educação inclusiva no Brasil é o tema do vídeo Linha do Tempo:


Educação Inclusiva, desenvolvido pela Universidade de São Paulo – USP. De
forma didática e clara, o vídeo mostra os principais marcos da educação de
pessoas portadoras de deficiências e de pessoas com necessidades especiais
no Brasil. O vídeo também conta com uma entrevista com a professora Vera
Lúcia Messias Fialho Capellini, especialista em educação inclusiva.
Linha do Tempo: Educação Inclusiva. Direção Vitor Oshiro. Produção Paula
Marques/TV USP Bauru. Brasil, 2015. 28 min. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=a4Ntfg98xlY. Acesso em: 26/06/2021
<FECHA BOXE>

A educação inclusiva é abordada também na Lei de Diretrizes e Bases


(–LDB) (BRASIL, 1996), que prevê o atendimento de alunos com
necessidades especiais, incluindo os alunos com altas
habilidades/superdotação, nos sistemas regulares de ensino. A Política
Nacional de Educação Inclusiva na Perspectiva da Educação Inclusiva –
PNEEPEI (BRASIL, 2008) definiu as estratégias e ações a serem realizadas
pelos sistemas de ensino regular e especial para operacionalizar o conceito de
inclusão do aluno com necessidades especiaisdeficiência nas últimas décadas.

3.2. Bases filosóficas da educação especial

Para que se possa compreender as bases pedagógicas e filosóficas que


norteiam as políticas e estratégias da educação especial, se faz-se necessário
conhecer os conceitos relacionados ao conhecimento humano e àa educação.
Segundo Turchiello (2017), a origem da palavra educação remete a dois
diferentes conceitos.
No sentido relacionado à palavra latina educare, a educação está
relacionada à ideia de criação dada pelos progenitores ao filho, tanto àa
relação ao aprendizado quanto a sua alimentação. Já a palavra latina educere
está ligada à ideia de direcionar, modificar, desenvolver. Para a autora, na
soma desstes dois sentidos, encontra-se a verdadeira razão da educação:
possibilitar o desenvolvimento e o crescimento do indivíduo como pessoa.

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
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A educação, segundo Chauí (2019), não se resume apenas àa


transmissão de conhecimentos acumulados por gerações de uma determinada
sociedade. Mais do que tudo, para a filósofa, a educação é um processo que
deve gerar um indivíduo com capacidade de agir e interagir em sociedade,
colaborando com a construção de mudanças e evoluções com base partir dnos
valores e nas crenças que perpassam estsa sociedade.
Filosofia e educação guardam uma relação direta, ainda segundo Chauí
(2019), pois representa uma a filosofia possibilita que se reflita, de formodoa
profundao e rigorosao, sobre a realidade social na qual o processo de
educação está incluído e como a educação tem um papel de transformação da
sociedade.
Na evolução da sociedade, desde a Iidade Aantiga, passando pelas
idades mMédia e mModerna até se chegar àa eraIdade cContemporânea, a
educação teve diferentes papéis na sociedade. Turchiello (2017) aponta três
principais pontos de vista apor partirmeio dos quaisl pode se enxergar o papel
da educação. No primeiro ponto de vista, a educação tem o papel de organizar
e direcionar a vida em sociedade, possibilitando que os grupos sociais
construam uma cultura que unma os indivíduos que os compõem.
Luckesi (2017), dá o nome de Eeducação como redenção da sociedade
para essa visão filosófica da educação. A partirCom base dnesste ponto de
vista, o grupo social deve ser construído de formaneira harmoniosa e a
educação tem o papel de integrar qualquer indivíduo que não se adeque ou se
adapte às normas sociais, ensinando-o como deve agir e se comportar para ser
aceito.
O segundo ponto de vista enxerga a educação como reprodutora da
sociedade, como ferramenta daqueles que detêm o poder social de manter o
status quo e as estruturas de organização do grupo social. Luckesi (2017)
nomeia essa visão filosófica como Eeducação como reprodução da sociedade.
Nesste contexto, a sociedade não é vista como um grupo coeso e
harmônico de iguais, mas formada por diferentes grupos e classes. Desse
modo,Assim a educação tem o papel de reproduzir essa divisão social. Assim
como existe segregação e marginalização na sociedade, a educação também é

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
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marcada pela segregação de indivíduos que não se adaptem ou se adequem


aos padrões esperados.
O terceiro ponto de vista, segundo Turchiello (2017), vê a educação
como ferramenta de compreensão e transformação da cultura e da sociedade,
a que Luckesi (2017) chama de eEducação como um meio de transformação
da sociedade. Nesste contextsentido, a sociedade também é compreendida
como formada por diferentes grupos e indivíduos, cada um com suas
características, demandas e necessidades. A educação, no entanto, tem o
papel de preparar o indivíduo para agir na transformação e no desenvolvimento
da sociedade.

<ABRE BOXE VÍÌDEO>


Ken Robinson é um dos maiores especialistas em educação das últimas
décadas. Autor de diversos livros sobre educação e condecorado como
cavalheiro do Reino Unido por suas contribuições à educação, Ken
RobinsonEle defendia o conceito de que os sistemas educacionais eram
desenvolvidos com base parir dna ideia de eliminar a criatividade e o livre
pensamento dos alunos, conformando-os a um modelo predeterminado de
cidadão com as competências necessárias para atuar na sociedade capitalista.
Na palestra Changing Education Paradigms (Mudando Paradigmas na
Educação), do canal Brasil Acadêmico, Robinson mostra a evolução dos
sistemas de educação desde a Rrevolução iIndustrial e como o modelo
educacional vigente na sociedade atual premia a adequação àa normas e
padrões e exclui os alunos que pensam de fmormado diferente ou não se
adaptam ao modelo.
Robinson, Ken. Changing Education Paradigms - Mudando Paradigmas na
Educação. Produção: RSA. Inglaterra, 2010. 15 min. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=DA0eLEwNmAshttps://www.youtube.com/
watch?v=DA0eLEwNmAs. Acesso em: 29 jun. 2021.
OBS: Vídeo original em inglês disponível no canal oficial do produtor:
https://www.youtube.com/watch?v=zDZFcDGpL4U
<FECHA BOXE>

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
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Veiga-Nneto e Lopes (2010) afirmam que a educação tem um papel


tanto de desenvolver as potencialidades e as características latentes do
indivíduo, quanto de formar, no sentido de encaixar o indivíduo em um formato
padrão que a sociedade considera como normal e desejável.
Como a educação passa a ter um papel central na construção e na
transformação da sociedade, Ghiraldelli Jr. (2008) afirma que a escola e a
família são as instituições responsáveis pelo desenvolvimento do indivíduo e
npela sua adequação e adaptação aos padrões culturais e filosóficos que
norteiam a vida em sociedade. O autor também destaca que a educação tem
um papel fundamental na formação profissional do cidadão, para que ele possa
ser visto como um membro produtivo de uma sociedade centrada na geração
de riquezas e no acúmulo de bens materiais.
Os três pontos de vista pelos quais a relação entre educação e
sociedade podem ser compreendidos, apresentados por Turchiello (2017) e
Luckesi (2017), guardam uma ligação intrínseca com as diferentes visões
filosóficas que nortearam a evolução histórica da educação especial.
A concepção da educação como redenção da sociedade, em que
educação, segundo Luckesi (2017), tem o papel de integrar o indivíduo aos
padrões desejados pela sociedade, pode ser relacionadao ao conceito da fase
da integração apontada por Blanco (2003), na qual os alunos especiaiscom
deficiência passaram a ser inseridos no sistema educacional regular, mas
deveriam adaptar-se às condições impostas pela estrutura escolar.
A inclusão escolar e, consequentemente, social da pessoa portadora
decom deficiência estava condicionada, nesste contexto, à conformação a um
padrão de normalidade socialmente definido.
Já a Eeducação como reprodução da sociedade, segundo ponto de vista
apresentado por Luckesi (2017), defende a exclusão e a segregação dos
alunos que não se adequam aos modelos e padrões esperados. Blanco (2003)
aponta que um dos momentos do desenvolvimento histórico da educação
especial foi a fase de segregação, em que os alunos portadores de deficiências

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

físicas eram segregados e separados em instituições especiais ou em classes


separadas, refletindo a segregação destes indivíduos na sociedade.
A terceira abordagem filosófica da relação entre sociedade e educação,
que Luckesi (2017) chama de Eeducação como um meio de transformação,
segundo a qual o indivíduo que está incluído no processo de educação tem o
papel de transformar a sociedade por meio de uma postura crítica e ativa,
pode ser relacionada com a fase da inclusão total apontada por Blanco (2003).
A escola moderna tem o papel de preparar o indivíduo para uma vida
plena e completa na sociedade. A escola inclusiva, além de proporcionar as
oportunidades de acesso à educação e aos conhecimentos ao aluno com
necessidades especiaisdeficiência, tem também o papel de desenvolver as
capacidades de interação social do aluno, preparando-o para ser um indivíduo
totalmente incluído nos espaçoões sociais, culturais e profissionais do mundo
contemporâneo.
A educação inclusiva é também uma ferramenta para que a diversidade
das condições e necessidades de cada aluno seja contemplada nas políticas
públicas e nos projetos educacionais. Mas, para garantir a inclusão dos alunos
especiais, não basta apenas abrir vagas e possibilitar que eleos alunos sejam
matriculados em classes especiais ou regulares.
Para que a educação inclusiva seja implementada e traga os resultados
esperados, é preciso que estruturas físicas, projetos pedagógicos, planos de
ensino e conteúdos sejam adaptados às necessidades específicas de cada
aluno, para que suas potencialidades possam ser exploradas dentro de seu
nível etário e da capacidade de desenvolvimento.

3.3. Correntes pedagógicas na educação especial

As discussões sobre os conceitos pedagógicos que fundamentam


educação inclusiva, como área específica da educação, sãoé relativamente
recentes. Como apontam Costa e Denari (2014), foi somente nas décadas
finais do século XX que surgiu a preocupação de buscar desenvolver teorias
pedagógicas com o objetivo de possibilitar a inclusão de estudantes portadores
decom deficiência nos sistemas de ensino.
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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

Foi acom base partir dnos documentos produzidos por órgãos ligados à
Organização das Nações Unidas (ONU), como a Declaração Mundial de
Educação para Todos, publicada em 1990 pela Unesco (UNESCO, 1990)
conhecida como Declaração de Jomtien, que se passou a se discutir com
mais intensidade o conceito de educação inclusiva. O documento aborda a
educação inclusiva não apenas como um direito das pessoas com
necessidades especiaisdeficiência, mas de todas as pessoas em situação de
vulnerabilidade ou excluídas social, política, cultural ou economicamente.
O segundo documento fundamental para que as discussões sobre
teorias pedagógicas relacionadas à educação especial se tornassem mais
intensas foi a Declaração de Salamanca, publicada pela Unesco (UNESCO,
1994). O texto da declaração aborda especificamente a educação e a inclusão
de alunos com necessidades sociaisdeficiência. Costa e Denari (2014)
destacam que, não se registram com frequência, na literatura acadêmica,
estudos relacionados a teorias pedagógicas da educação especial antes
desstes dois importantes documentos.
Glat e Fernandes (2005) afirmam que a educação especial buscou sua
fundamentação teórica tanto na pedagogia quanto em áreas de estudo da
psicologia, em especial a pPsicologia da aprendizagem.
A partir Por meio desdesstas bases teóricas, o foco da educação
especial deixou de ser a deficiência e as limitações do indivíduo, e passou a
ser direcionado ao desenvolvimento de técnicas pedagógicas, de métodos de
ensino, de tecnologias educacionais e de adaptações curriculares, que,
relacionadas a teorias psicológicas ligadas a mudanças de comportamentos e
controle de estímulos, possibilitou saltos significativos na qualidade do
processo de aprendizagem dos alunos com necessidades especiaisdeficiência.
Para Glat (2018), a psicologia da aprendizagem é baseada em conceitos
educacionais como o construtivismo de Jean Piaget e, principalmente, o soócio
interacionismo, de Lev Vygotsky, que defende que o indivíduo aprende por
meio da interação e integração social. Segundo Felipe et al. (2020, p. 84):
“O fato da teoria de Vygotsky considerar que o desenvolvimento do indivíduo
se dá por meio de relações sociais em que incorpora comportamentos da
cultura histórica na qual está inserido, corrobora para o pensamento de
que a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais pode

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Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

vir a contribuir não só para a diminuição de discriminação e preconceito


social em relação a estas pessoas, mas que a inclusão pode promover um
ensino cooperativo, de interação e participação de todos”

O acelerado crescimento da quantidade de matrículas de alunos com


necessidades especiaisdeficiência nos sistemas regulares de ensino, em
especial após a implantação da Política Nacional de Educação Inclusiva na
Perspectiva da Educação Inclusiva – PNEEPEI (BRASIL, 2008), que pode ser
observado nos dados do estudo Principais Indicadores da Educação de
Pessoas com Deficiência (BRASILMEC, 2014), trouxe maior urgência para as
discussões sobre as teorias pedagógicas relacionadas à educação de pessoas
com necessidades especiaisdeficiência.

<ABRE BOXE> ARTIGO “aba de navegador”


O artigo Os conceitos da teoria de Vygotsky aplicados na educação especial,
dos autores Natali Felipe et al., Ppublicado em uma das mais importantes
revistas acadêmicas da Europa, na área da Educação Especial (na revista
European Journal of Special Education Research), em 2020, o artigo OS
CONCEITOS DA TEORIA DE VYGOTSKY APLICADOS NA EDUCAÇÃO
ESPECIAL aborda as contribuições do conceito da aprendizagem soócio
interativa desenvolvida pelo psicólogo Lev Vygotsky para a teoria pedagógica
da educação especial. O artigo mostra a relação entre o conceito de mediação
proposto por Vygotsky, segundo o qual o desenvolvimento e o aprendizado do
aluno portador decom deficiência são influenciados pelas experiências sociais
a que está exposto.
FELIPE, Natali Ângela. SILVA, S. D. C. R., BASNIAK, M. I., & PINHEIRO, N. A. M. Os
Conceitos Da Teoria De Vygotsky Aplicados Na Educação Especial/ European Journal
of Special Education Research, v. 6, n. 1, 2020. Disponível em:
https://oapub.org/edu/index.php/ejse/article/view/3115. Acesso em: 29 jun. 2021.
<FECHA BOXE>

Para Meletti (2014), a escola inclusiva é aquela que recebe e acolhe


alunos com diferentes necessidades e níveis de aprendizado, que interagem e
aprendem juntos e contribuem com o desenvolvimento dos alunos com
necessidades especiaisdeficiência.

14 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

Uma questão central relacionada à pedagogia da educação especial é a


necessidade de realizar adaptações curriculares para que o aluno com
necessidades especiais possa ser incluído nos projetos pedagógicos e nos
espaços de convivência da escola regular.
Heredero (2010), destaca que as adaptações dos curríiculareos, das
metodologias e das ferramentas pedagógicas são tão importantes quanto as
adaptações arquitetônicas e a adoção de tecnologias inclusivas para que o
aluno com necessidades especiaisdeficiência seja realmente incluído no
ambiente escolar.
O currículo e as práticas pedagógicas devem ser centrados não só nas
necessidades educacionais do aluno especialcom deficiência, mas também no
impacto que as alterações necessárias causarão sobre o processo de
aprendizagem dos demais alunos da turma, de formaneira a garantir que a
participação deosse aluno especial seja efetiva. Oo autor destaca também que
a participação da família do aluno especial tanto nas atividades de
aprendizagem quanto nos espaços escolares é condição fundamentessencial
para o sucesso da inclusão.
As necessidades de adaptação dos currículos para que se adequem às
necessidades dos alunos especiaiscom deficiência, segundo Rodrigues (2006),
nem sempre são bem compreendidas ou realizadas adequadamente pelos
docentes, muitas vezes por falta de preparação ou formação necessária para
realizar uma atividade que precisa ser realizada com base em complexas
teorias pedagógicas e psicológicas.
O autor salienta que o docente não deve desenvolver, para o aluno
especial, um currículo paralelo ao utilizado para os demais alunos da classe.
São as metodologias, técnicas e atividades pedagógicas que devem ser
adaptadas para garantir que o aluno com necessidades especiaisdeficiência
seja incluído no processo de aprendizado do currículo comum adotado para a
totalidade dos alunos.
Porém, outros autores não defendem a adaptação curricular como uma
ferramenta válida para a inclusão do aluno portador decom deficiência no
contexto escolar. Para Mantoan (2003) a adaptação do currículo, seja pela

15 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

facilitação ou diminuição de atividades, pelo aumento do tempo dedicado àa


atividadeelas ou até mesmo pela redução da carga de conteúdo, representam
rebaixar os objetivos e as expectativas de desenvolvimento do aluno, o que, no
longo prazo, dificultará a inclusão social do indivíduo.
Heredero (2010) salienta que as adaptações devem ser pensadas para
que as ações e atividades pedagógicas, possam ser desenvolvidas tanto pelos
alunos regulares quanto pelos alunos com necessidades especiaisdeficiências.
Dependendo das limitações apresentadas pelo aluno especial, o docente pode
utilizar estratégias, como desenvolver materiais específicos, ampliar o tempo
dedicado à atividade ou oferecer atividades extras.
Mesmo em uma turma formada apenas por alunos regulares, Rodrigues
(2006) chama a atenção para o fato de que existem diferentes necessidades,
ritmos de aprendizagem e capacidades de compreensão, além de questões
culturais ou econômicas que podem influenciar o rendimento do aluno. Assim,
a necessidade de realizar diferentes atividades e utilizar recursos pedagógicos
diversos já é uma realidade com a qual o docente está familiarizado.

3.4. O papel da escola na educação especial

Para que se possa construir uma sociedade realmente inclusiva, a


educação apresenta um papel fundamental, tanto ao garantir que os indivíduos
com necessidades especiaisdeficiência tenham acesso a oportunidades de
aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades, quanto na
educação dos alunos regulares para que possam enxergar a inclusão de
pessoas portadoras decom deficiência como algo natural, ao conviver com a
diversidade desde os primeiros anos de sua formação escolar.
Mazzotta (2017), salienta que a escola inclusiva, na qual os alunos com
necessidades especiaisdeficiência dividem os espaços físicos, os objetivos de
aprendizagem e a participaçãom de atividades pedagógicas junto com os
alunos regulares tem um papel fundamental nesste contexto. Ao serem
incluídas nos espaços escolares, junto com as demais crianças, os alunos
especiaiscom deficiência são expostos a experiências, vivências e interações

16 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

sociais importantes para que possam não apenas receber educação, como
também aprender a conviver e ser relacionar socialmente, competências
fundamentais para a inclusão social.
O papel da escola inclusiva ultrapassa apenas a educação. Além de ser
um espaço em que um dos direitos fundamentais do ser humano, a educação,
é colocado em prática, para Oliveira et al. (201408) a escola representa a
oportunidade de incluir o indivíduo também no grupo social. Nesste sentido,
não apenas os alunos com necessidades especiaisdeficiência podem ser
beneficiados pela escola inclusiva: alunos em situação de vulnerabilidade
social, cultural e econômica também podem ter oportunidades de inclusão
social a partior meio da educação e das interações sociais no ambiente
escolar.
<ABRE BOXE Saiba mais ao lado do último parágrafo>

A Declaração Universal dos Direitos Humanos elenca os direitos


humanos fundamentais, definidos pela Organização das Nações Unidas.

O texto completo da Declaração está disponível no site:

http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/7/docs/
declaracao_universal_dos_direitos_do_homem.pdf

<FECHA BOXE>

Para Heller (2016), a escola inclusiva deve ser pensada para que,
independentemente das condições, limitações ou potencialidades de cada
aluno, seja ele regular ou especialcom deficiência, os objetivos educacionais
sejam alcançados por meio do uso de estratégias, práticas e tecnologias
pedagógicas adaptadas às suas necessidades.
Nesste contexto, o papel da escola ultrapassa os limites físicos do
espaço escolar. Para Glat e Fernandes (2005), el a escola torna-se um sistema
de apoio e suporte para os alunos especiais que envolve, familiares, docentes,
coordenadores e equipes multidisciplinares que podem contar com

17 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

profissionais da área médica, psicológica, fisioterapêutica e pedagógica, além


dos recursos físicos.
Para garantir que a inclusão não seja apenas um conceito abstrato, mas
uma prática cotidiana no ambiente escolar, é necessário que se construa uma
cultura que acolha, respeite, entenda e se adapte às necessidades específicas
dos alunos. Essa cultura precisa ser compartilhada, segundo Rodrigues (2006),
pelos docentes e profissionais que atuam na gestão escolar, pelos alunos,
tanto os que fazem parte das turmas em que alunos com necessidades
especiaisdeficiência estão matriculados quanto os de outras turmas, nos
diversos espaços e momentos em que ocorrem interações sociais entre os
discentes. A diversidade deve ser vista não como um problema ou um
obstáculo, e sim como uma oportunidade de convivência com diferentes
realidades, que fazem parte da sociedade em que todos vivem.

<ABRE BOXE DOCUMENTÁRIO>


A série de reportagens Destino Educação – Escolas Inovadoras, desenvolvida
pelo Canal Futura, aborda a educação inclusiva com base partir dna
experiência da escola Waldir Garcia, em Manaus, que tem como um de seus
principais pilares a inclusão, tanto de alunos com deficiêncianecessidades
especiais, como de origens étnicas e culturas diferentes.
Educação inclusiva no Brasil | Destino Educação - Escolas Inovadoras
(Manaus). Direção Márcio Venturi. Produção: Canal Futura. Brasil, 2018. 50
min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hqyeRFa8HKE Acesso
em 26/06/ jun. 2021
<FECHA BOXE>

Bego (2016) afirma que a escola não é uma instituição isolada,. Eela
convive com a sociedade e com outras instituições que a influenciam, como o
Estado, o governo, a economia e a sociedade. Assim, reflete valores, crenças e
atitudes do ambiente em que está inserida.
Ao mesmo tempo que precisa se adaptar às políticas públicas e àas
demandas impostas pela sociedade e pelos interesses econômicos que

18 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

direcionam as relações sociais, a escola precisa ter autonomia para que possa
entender as necessidades específicas de seus alunos e desenvolver projetos,
políticas e adaptações curriculares que garantam a efetiva inclusão escolar e
social daos portadoressoas decom deficiências.
O objetivo da escola inclusiva não é apenas garantir que os alunos
atinjam os indicadores de aprendizagem, mas sim oferecer as condições para
que os alunos com necessidades especiaisdeficiência sejam plenamente
incluídos na sociedade.
Sousa e Nascimento (2018) destacam que os avanços obtidos nas
últimas décadas com a implantação de políticas públicas baseadas na inclusão
dos alunos com deficiênciaespeciais nos sistemas de educação regular
mostram que o conceito da escola inclusiva é o mais adequado para que esse
objetivo seja alcançado.
A escola inclusiva também deve ser um espaço de pesquisa e produção
de conhecimentos sobre as teorias pedagógicas da educação especial, por
oferecer a oportunidades de observar na prática os resultados de novas
tecnologias pedagógicas, metodologias de ensino, adaptações curriculares e
atividades usadas no cotidiano da sala de aula.
Para isso, se faz-se necessário que os docentes estejam preparados e
qualificados não apenas para propor novas abordagens, como também para
analisar as experiências e os resultados obtidos de formaneira científica.
Assim, os conhecimentos desenvolvidos podem ser aplicados em outros
contextos e realidades, gerando avanços conceituais e práticos na pedagogia
da educação especial.

3.5. Acesso à educação especial 

O mais importante documento que aborda a educação especial no Brasil


é a Política Nacional de Educação Inclusiva na Perspectiva da Educação
Inclusiva – PNEEPEI (BRASIL, 2008), o queal, como mencionado, detalha as
estratégias, o plano de ação e as atividades que devem ser colocadas em
práticas pelo Estado e pelo sistema de ensino para garantir a inclusão de
alunos com necessidades especiaisdeficiência na escola.

19 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

A partir da implantação das estratégias e ações determinadas pela


PNEEPEI, após o ano de 2009, os indicadores relacionados à educação
especial no Brasil apresentaram saltos significativos em relação à inclusão de
alunos com necessidades especiaisdeficiência no sistema regular de ensino.
O estudo Principais Indicadores da Educação de Pessoas com
Deficiência, realizado com base nos dados do Censo MEC/INEP no ano de
2014, mostra que a quantidade de matrículas de alunos com necessidades
especiais cresceu de forma constante, o que mostra os resultados positivos da
implantação da PNEEPEI, como pode ser visto no gráfico 1: O Censo escolar
2020, do Ministério de Educação 2020 (BRASIL, 2020), mostra que a
quantidade de matrículas de alunos com deficiência cresceu de maneira
constante, o que comprova os resultados positivos da implantação da
PNEEPEI, como pode ser visto no Gráfico 1:

Gráfico 1: – Evolução das matrículas de alunos com necessidades


especiaisdeficiência

20 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

Fonte: BRASIL, 2020, p. 29

@dia, será preciso adotar algum padrão para diferenciar as cores, já que o livro é PB

https://download.inep.gov.br/censo_escolar/resultados/2020/
apresentacao_coletiva.pdf

Dados para o gráfico

ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano
  2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Total de 466.02 653.24 682.66 911.50
517.498 568.968 596.397 623.826 725.514 768.360 827.061 885.761
matrículas 7 7 7 6

21 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

matrículas em
escolas
303.38 541.15 576.79 824.07
regulares/ 370.258 437.132 471.319 505.505 622.724 668.652 730.273 791.893
3 0 5 6
classes
comuns

Matrículas
em escolas
162.64 112.09 105.87
especializadas 147.240 131.836 125.079 118.321 102.790 99.708 96.788 93.868 87.430
4 7 2
e classes
especiais

Fonte: BRASIL, 2014, p. 6


Dados para o gráfico

ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano ano
.  2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Total de 886.81
matrículas 504.039 566.753 640.317 700.624 654.626 695.699 639.718 702.603 752.405 820.433 843.342 5

matrículas
em escolas
regulares/
classes 698.76
comuns 145.141 195.370 262.243 325.136 306.156 375.775 387.031 484.332 558.523 620.777 648.921 8

Matrículas
em escolas
especializada
s e classes 188.04
especiais 358.898 371.383 378.074 375.488 348.470 319.924 252.687 218.271 193.882 199.656 194.421 7

Os dados do Censo realizado pelo Ministério da educação (MEC)


mostram que, a partir da implantação da política de inclusão dos alunos
cportadores dem deficiência no ensino regular, houve uma migração de
matrículas das instituições especiais para as escolas de ensino regular, mas
principalmente um aumento constante e significativo do total de matrículas de
alunos com necessidades especiaisdeficiência.

<ABRE BOXE leitura>

22 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

O estudo Principais Indicadores da Educação de Pessoas com Deficiência,


desenvolvido pelo Ministério da Educação e pelo  Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com base nos dados sobre
matrículas nos sistemas de ensino público e particular brasileiro, mostra um
painel completo da inclusão educacional de pessoas com necessidades
especiaisdeficiência.
BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Diretoria de Políticas de Educação
Especial. Principais indicadores da educação de pessoas com deficiência.
Brasília: MEC/INEP, 2014. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=17655-secadi-principais-
indicadores-da-educacao-especial&category_slug=junho-2015-
pdf&Itemid=30192. Acesso: 29 jun. 2021.
<FECHA BOXE>

Outro dado importante do estudo que o estudo realizado pelo MMEC


aponta é o percentual de inclusão de alunos com deficiêncianecessidades
especial no sistema de ensino, como mostra oo mapaGráfico 21.
OO mapagráfico mostra que, em diversos estados, a taxa de inclusão
chega a 100% dos alunos com necessidades especiais deficiência, com média
geral de cerca de 79% da totalidade dos alunos incluídos nos sistemas de
ensino regular ou especial.

MAPA 1: Gráfico 2 – Taxa de iInclusão dos estudantes com necessidades


especiaisdeficiência porno nível de eensino básico

23 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

Fonte: BRASIL, 2020, p. 30

https://download.inep.gov.br/censo_escolar/resultados/2020/
apresentacao_coletiva.pdf

Fonte: BRASIL, 2014, p. 4

DADOS PARA O Gráfico

Ensino
Educação Ensino
ESTADO fundamenta
infantil médio
l

24 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

Acre 100% 100% 100%


Alagoas 100% 100% 100%
Amapá 91% 100% 100%
Amazonas 94% 91% 100%
Bahia 100% 99% 100%
Ceará 99% 99% 98%
Distrito Federal 91% 96% 99%
Espírito Santo 100% 100% 100%
Goiás 90% 95% 100%
Maranhão 96% 96% 100%
Mato Grosso 84% 94% 100%
Mato Grosso do
70% 80% 100%
Sul
Minas Gerais 89% 88% 100%
Pará 100% 100% 100%
Paraíba 100% 99% 99%
Paraná 66% 71% 99%
Pernambuco 100% 97% 100%
Piauí 100% 99% 100%
Rio de Janeiro 97% 87% 99%
Rio Grade do norte 100% 100% 100%
Rio Grande do Sul 92% 91% 98%
Rondônia 93% 98% 99%
Roraima 100% 100% 100%
Santa Catarina 100% 100% 100%
São Paulo 96% 79% 99%
Sergipe 100% 98% 96%
Tocantins 88% 96% 100%
DADOS PARA O MAPA:
Média Nacional de Inclusão: 79%
Abaixo da média nacional
de inclusão Acima da média nacional de inclusão
ESTADO % ESTADO %   ESTADO %
76 100
Amazonas % Acre %   Pernambuco 81%
75
São Paulo % Alagoas 98%   Piauí 98%
75 100
Rio de Janeiro % Amapá 85%   Rio Grade do norte %
50
Paraná % Ceará 95%   Rio Grande do Sul 80%
66 100
Minas Gerais % Espírito Santo %   Rondônia 80%
72 100
Mato Grosso do Sul % Goiás 96%   Roraima %

25 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

73
Mato Grosso % Maranhão 86%   Santa Catarina 96%
72
Distrito Federal % Pará 98%   Sergipe 89%
    Paraíba 95%   Tocantins 79%

Chama atenção também o fato de que, enquanto em regiões como Norte e


Nordeste, quase todos os estados apresentam taxas de inclusão acima da
média, as regiões Sudeste e Centro-oOeste ainda não atingiram o mesmo
patamar de inclusão.

No ano de 2020, foi publicada uma nova política pública de educação


especial:, a Política Nacional de Educação Especial: eEquitativa, iInclusiva e
com aAprendizado ao Llongo da Vvida – (PNEE). Segundo ela nova política, as
famílias passam a poder escolher, com a ajuda de uma equipe multidisciplinar,
formada por médicos, psicólogos e educadores, se o aluno será matriculado
em uma instituição de educação especial ou em uma escola regular.
A PNEE apresenta alguns avanços importantes em relação à PNEEPEI,
como as ações direcionadas para o aprendizado ao longo da vida, explicitadas
no artigo 2º, item V:
V - Política de educação com aprendizado ao longo da vida - conjunto de
medidas planejadas e implementadas para garantir oportunidades de
desenvolvimento e aprendizado ao longo da existência do educando, com a
percepção de que a educação não acontece apenas no âmbito escolar, e de
que o aprendizado pode ocorrer em outros momentos e contextos, formais ou
informais, planejados ou casuais, em um processo ininterrupto . (BRASIL,
2020)

O aprendizado ao longo da vida é um conceito bastante atual e foco de


discussões em diversos contextos educacionais. Segundo Carvalho et al.
(2020), o processo de aprendizagem não se resume apenas aos espaçoões
escolares e aos currículos definidos para os diversos níveis educacionais.
Como rápido desenvolvimento tecnológico e novas formas de acesso à
informação, conhecimento e formas de aprendizagem e de trabalho, é
fundamental que a educação seja pensada não apenas como conscrita a um
período específico da vida, em geral na infância e juventude. Para que se

26 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

mantenha ativo social e profissionalmente, o indivíduo, stejanha ele portador de


deficiências ou não, precisa continuamente aprender e se renovar.
Por outro lado, a PNEE recebeu diversas críticas de especialistas em
educação especial, por representar um retrocesso na política de inclusão de
alunos com necessidades especiaisdeficiência em classes e escolas regulares.
A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) se
manifestou oficialmente de formaneira crítica à nova política. No documento, a
UNDIME afirma-se que a PNEE:
“apresenta retrocessos às políticas de inclusão de estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e ao
disposto na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência. A Convenção que, no Brasil, tem status de emenda constitucional,
pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, obriga o Estado a garantir
nacionalmente um sistema de educação inclusivo em todos os níveis do
ensino, sendo expressamente proibido excluir pessoas com deficiência do
sistema educacional em razão da deficiência.” (UNDIME, 2020, p.1)

A Undime também acredita que uma parcela significativa das famílias


dos alunos com necessidades especiaisdeficiência, mesmo que orientadas por
equipes multidisciplinares, não tem as condições técnicas necessárias para
tomar a decisão mais adequada sobre que tipo de escola – regular ou especial
– a criança deve ser matriculada.
Já Lima et al. (2020) acreditam que a PNEE pode trazer prejuízos e
retrocessos consideráveis se a orientação de incentivar a matrícula de alunos
em escolas especiais for colocada em prática. De acordo com os autores, a
segregação de alunos com necessidades especiaisdeficiência reforça ainda
mais a exclusão social que as pessoas com deficiência sofrem na sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação das pessoas com necessidades especiaisdeficiência, dentro


dos conceitos modernos da inclusão do aluno nos sistemas regulares de
ensino, apesar de ser uma área ainda relativamente recente, apresenta
avanços significativos nas últimas décadas,. tanto do ponto de vista das teorias
pedagógicas, filosóficas e psicológicas que servem de arcabouço conceitual
para o desenvolvimento do conhecimento necessário sobre a área, quanto em
relação aos resultados efetivos de inclusão obtidos no Brasil a partior meio da
27 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL
Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

implantação de políticas públicas voltadas para os alunos especiaiscom


deficiência.
Apesar desstes significativos avanços, ainda há um longo caminho a
percorrer para que se possa garantir não apenas a inclusão escolar, mas a
inclusão social das pessoas portadoras decom deficiências.

ATIVIDADES

1. Explique as quatro4 fases do desenvolvimento histórico da educação


infantilespecial.
2. Explique a principal crítica feita por especialistas à Política Nacional de
Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da
Vida – (PNEE), publicada em 2020.
3. Explique as diferentes origens da palavra educação e como essas origens
estão refletidas no sentido do conceito da educação especial.

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RESOLUÇÃGabaritO DAS ATIVIDADES

1. Explique as quatro fases do desenvolvimento histórico da educação


especial.

2.

Na

fase da exclusão:, Aas crianças portadoras decom algum tipo de deficiência


eram escondidas da sociedade, quando não sacrificadas ainda na infância;
na fase de segregação,: Ssurgem adaptações dos processos pedagógicos
com o objetivo de entender as necessidades dos alunos especiaiscom
deficiência que podem ser consideradas como as raízes da educação
especial; já na fFase da integração:, as pessoas portadoras decom
deficiências, antes segregadas em instituições especiais, passaram a ser

32 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL


Aspectos históricos e legais da educação Capítulo 3
especial

reinseridas no sistema educacional regular; por fim, a fase da inclusão total:


tem como princípio básico a eliminação da segregação e da separação dos
alunos em classes, instituições ou programas de educação especial.

3. Explique a principal crítica feita por especialistas à Política Nacional de


Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da
Vida (PNEE), publicada em 2020.

A PNEE recebeu diversas críticas de especialistas em educação especial,


por representar um retrocesso na política de inclusão de alunos com
necessidades especiaisdeficiência em classes e escolas regulares., o que
pode trazer prejuízos e retrocessos consideráveis se a orientação de
incentivar a matrícula de alunos em escolas especiais for colocada em
prática. De acordo com os autores, a segregação de alunos com
necessidades especiaisdeficiência reforça ainda mais a exclusão social que
as pessoas com deficiência sofrem na sociedade.

4. Explique as diferentes origens da palavra educação e como essas origens


estão refletidas no sentido do conceito da educação especial.

No sentido relacionado à palavra latina educare, a educação está


relacionada à ideia de criação dada pelos progenitores ao filho, tanto a
relação ao aprendizado quanto a sua alimentação. Já a palavra latina
educere está ligada à ideia de direcionar, modificar, desenvolver. Para a
autora, na soma desstes dois sentidos, encontra-se a verdadeira razão da
educação: possibilitar o desenvolvimento e o crescimento do indivíduo
como pessoa.

33 POLÍTICAS PÚ BLICAS DA EDUCAÇÃ O ESPECIAL

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