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FRUTAL/MG
2020
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO DOM
ALBERTO
Frutal/MG
2020
RESUMO:
A inserção de alunos com deficiências na educação regular é objeto de estudo desta
pesquisa e pauta nos bancos universitários e nos cursos de licenciatura e de pós-
graduação devido a relevância do tema na educação básica e principalmente no
seio social. Neste sentido este trabalho irá delinear sobre aspectos históricos e
também sobre diversos contextos pelos quais esta modalidade de ensino passou ao
longo de muitas décadas de lutas, perdas, mas também conquistas e inclusão
social. Para se ter uma compreensão da atual conjuntura histórica pelo qual o Brasil
perpassa em ralação ao aluno com necessidades educacionais especializadas é
necessário entender como se deram os fatores históricos, as fases em que os
alunos eram totalmente excluídos pelo sistema, como eles começaram a ser
integrados de forma geral e na educação na sociedade e na educação básica e
como se chegou a conclusão de que a inclusão é um direito inalienável do aluno
com necessidades educacionais especializadas. Para tal este trabalho irá
fundamentar-se em pesquisas já consagradas na temática em questão,
pesquisadores como Lima (2006), Carvalho (2007), Cunha (2015), Mantoan (2003),
e outros mais serão considerados e irão fundamentar a tese desta pesquisa. Será
considerado que embora seja uma ideia arrojada e necessária, a inclusão não é uma
tarefa simples e muitos menos fácil, é necessário uma mudança cultural profunda e
um empenho profícuo por parte de todos os professores, mesmo aqueles que não
tem aluno especial em sua sala de aula, por parte ainda dos supervisores, gestores,
pedagogos, orientadores e principalmente pelos próprios alunos que irão compor a
sala de aula.
A educação inclusiva não é, nunca foi e possivelmente nunca será uma tarefa
simples e fácil, pois exige mudança de postura e necessariamente tira o profissional
de sua “zona de conforto”. Esta modalidade de ensino se configura a partir de quatro
pilares educacionais e sociais da ordem política, social, cultural e principalmente
pedagógica. Quando se fala em educação, necessariamente se fala em direitos
fundamentalmente humanos e quando se fala em direitos humanos jamais se deve
esquecer de que independentemente da limitação e/ou da necessidade educacional
especializada, todos tem o mesmo direito.
É sabido que ao longo da história da humanidade muitos foram os absurdos
cometidos com aqueles que eram considerados incapazes, defeituosos e inválidos,
punições sumárias como exclusão social até a pena de morte já foram praticadas
por diversas culturas ao longo da história da humanidade. Foram séculos e séculos
de profanação dos direitos fundamentais a vida e a sociedade em detrimento de
apenas pouco mais de 80 anos de conscientização, pesquisas e busca pelos direitos
humanos de todos sem distinção alguma.
É indispensável que após o reconhecimento desses prejuízos históricos os
sistemas educacionais reconheçam a dificuldade pela qual a educação especial e
inclusiva perpassa, tais dificuldade no entanto não são de ordem política, mas
cultural, uma vez que a Constituição Federal de 1988 declara que a educação é um
direito de todos e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a ONU e a
Declaração de Salamanca também trazem em seu bojo artigos sobre a garantia
educacional dos alunos com necessidades educacionais especializadas.
É necessário, no entanto, compreender que mesmo após a garantia dos
direitos educacionais pela legislação a todos, independentemente da dificuldade de
ordem física ou intelectual, os sistemas educacionais terão dificuldades de se
enquadrar nos requisitos necessários, pois a maioria dos prédios escolares são
construções antigas e muitos professores não possuem em sua formação
conhecimentos sobre educação especial e inclusiva. Mediante tais evidencias, fica
claro que as secretarias de educação, seja ela municipal, estadual ou federal devem
criar programas e projetos que visem a inclusão do aluno com necessidades
educacionais especializadas como cursos, oficinas, programa de formação nos
cursos universitários e treinamentos dos professores já atuantes, além de programas
que visem conscientizar as famílias sobre os direitos educacionais da pessoa com
deficiência e sobre o tratamento apropriado, pois incluir não é apenas matricular o
aluno na rede regular de ensino como muitos podem pensar.
Fica claro, portanto que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino
sobre costumes discriminatórios devem ser abolidas definitivamente, por isso
pesquisas, inclusão de disciplinas afins nos cursos de licenciaturas, e debates sobre
a temáticas estão hoje no centro das atenções a tudo que se refere a educação
formal, dessa forma, esta pesquisa irá delinear sobre aspectos legislativos e
históricos que resultaram no atual contexto e entendimento sobre a temática em
questão.
Somente dois séculos depois é que a situação dos deficientes deve de fato
uma reviravolta, segundo Amaral (2001), por volta da metade do século XX houve
uma divisão que denominou a pedagogia especializada de acordo com o que era
chamado de quociente intelectual. Embora neste período houvesse uma aparente
segregação as escolas que agregavam os alunos de acordo com suas patologias
aplicavam a prática do ensino semelhante a escola regular, de acordo com a
capacidade de cada um, porém em instituições a parte, nesta época a Associação
de Pais e Amigos do Excepcionais se destacou e perdura, inclusive nos dias atuais
sob um novo enfoque metodológico e complementar a educação formal, mas não
como instituição educacional principal.
Na segunda metade do século XX, especialmente a partir da
década de 70, seria a terceira fase que constitui a fase da
integração, quando o portador de deficiência começou a ter
acesso à classe regular, desde que se adaptasse e não
causasse nenhum transtorno ao contexto escolar. Embora a
bandeira da integração já tivesse sido defendida a partir do
final dos anos 60, nesse novo momento houve uma mudança
filosófica em direção à ideia de educação integrada, ou seja,
escolas regulares aceitando crianças ou adolescentes
deficientes nas classes comuns ou, pelo menos, em ambientes
o menos restrito possível. Entretanto, só se consideravam
adaptar-se à classe regular como esta se apresentava,
portanto, sem modificação no sistema escolar (BLANCO, 2003,
p. 28).
Este pequeno resumo se faz necessário para que a luta para a melhoria da
oferta na educação especial sempre seja uma bandeira levantada, sem
desconsiderar, no entanto, as conquistas já alcançadas para que de fato todas elas
sejam efetivadas em cada instituição de educação formal brasileira, por menor que
possa parecer.
Assim sendo, fica claro o conceito de inclusão, cabe apenas lembrar que na
prática não é um processo nem simples e nem fácil devido a fata de compreensão
por parte de todas as camadas da sociedade, desde membros da própria família do
aluno até profissionais da educação, no entanto muitas conquistam levam a
acreditar que todos esses obstáculos serão superados, é só uma questão
meramente temporal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa foi realizada através de análises a diversas pesquisas já
consagradas e através das leituras dos livros e do vídeo aulas disponibilizadas no
curso de educação especial e inclusiva do curso de pós-graduação para o qual esta
pesquisa se destina como parte integrante do título de especialista.
Vale lembrar que ao pesquisar muitas conclusões foram possíveis, primeiro,
percebe-se que a inclusão é um processo histórico e que a conquista são resultados
de muitas perdas e lutas ao longo da história da humanidade, assim sendo as
diversas leis que garantem acesso e meios para a permanência de todos os alunos
na rede regular de ensino são relativamente recentes, por isso na prática muito há
de se fazer para que a inclusão seja de fato uma realidade em todos os ambientes
escolares do Brasil e do Mundo.
Em segundo lugar é necessário ressaltar o quanto se percebe a resistência,
não apenas por parte de alguns poucos profissionais da educação, mas também por
parte de muitas famílias que se abstém de seus deveres quanto a parceria com as
instituições de ensino.
Há de se lembrar porém que a educação especial e inclusiva tem galgado
postos na sociedade, tem saído do esquecimento e deixou de ser ignorado, embora
há pouco mais de 70 anos. Acredita-se ao final desta pesquisa que em breve o
Brasil e o mundo terá um ambiente escolar mais humano, mais inclusivo e
principalmente mais formativo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AMARAL, L. A. Pensar a Diferença/Deficiência. Brasília: Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. 2001.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo:
Moderna, 2003.