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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação e Humanidades


Faculdade de Educação / Coordenação Pedagógicas UERJ

Avaliação a Distância 1 (AD1)

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO ESPECIAL - LICENCIATURA


Coordenador: Cátia Crivelenti de Figueiredo Walter

CURSO: Letras

POLO: Nova Iguaçu

ALUNO: Robertson Chagas Martins

MATRÍCULA: 19213120170 DATA: 17/08/2022.2

1. As leis brasileiras, juntamente com as políticas públicas nacionais orientadas para a pessoa
com deficiência, possibilitaram progressos incontestáveis, não somente às pessoas com deficiência,
mas também à sociedade em geral. A convivência recorrente com a sociedade propiciou que o
deficiente alçasse esferas expressivas na legislação.
Recolhidas em Santas Casas ou em prisões, ou aprisionadas em suas próprias casas, as pessoas com
deficiência eram desprezadas pela sociedade do período colonial. Um novo rumo foi tomado a
partir do século XIX, por ocasião da fundação do primeiro hospital reservado às pessoas loucas e
inválidas. Mas as medidas em torno da pessoa deficiente eram somente assistencialistas, uma vez
que não intencionavam erradicar a discriminação. Apenas em 1934 a Constituição contemplou em
seu documento, ainda que indiretamente, a garantia de amparo aos “desvalidos” por parte do poder
público. Contudo, só final do século XX despontou um parecer sociológico favorável à pessoa com
deficiência, contemplando-a em seus múltiplos direitos. Tal mudança deveu-se à difusão das
associações em defesa desses. Assim, as reivindicações ressoaram de tal modo que “a Constituição
Federal de 1988 foi a primeira a reconhecer os direitos das pessoas com deficiência no Brasil,
englobando os princípios da igualdade, da dignidade da pessoa humana, da liberdade e da
cidadania”. (MARTINS et al. Politize, 2021).
Essas leis e políticas públicas representaram avanços que outorgaram diversos dispositivos legais
visando educação, trabalho, moradia, transporte, saúde, seguridade social e direitos civis e políticos
para a pessoa com deficiência. No entanto, é fundamental que as variadas alas da sociedade se
empenhem conjuntamente para que a prática cotidiana em relação à pessoa com deficiência se
sincronize com os instrumentos elencados pela lei, não abrindo mão, por isso, de um arcabouço
tanto legislativo, quanto jurídico, já que “Inclusão não significa apenas poder estar junto com os
outros e não ser discriminado, mas também poder sentir-se aceito e conviver em um ambiente onde
o ser humano seja tratado com respeito e dignidade” (CORRÊA, p.64, 2010).
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Faculdade de Educação / Coordenação Pedagógicas UERJ

No fim de contas, ainda há uma grande demanda para que se efetive as conquistas das pessoas com
deficiência. Um bom exemplo é o direito à acessibilidade. É muito fácil constatar a escassez de
transportes e banheiros públicos adequados, ou mesmo rampas, tanto em calçadas, quanto nos mais
variados estabelecimentos. A eliminação dessas privações já melhoraria sobremaneira a qualidade
de vida dos cadeirantes. Ainda, o número de livros em braile é ínfimo, e a quantidade de escolas
equipadas para o atendimento eficaz de alunos autistas é insignificante.

2. Engendrada na Conferência Mundial sobre Educação Especial, a Declaração de Salamanca é


um documento que visa facultar diretrizes básicas de inclusão social às políticas e sistemas
educacionais. Trata-se de um compromisso que faz despontar uma nova era para a Educação Especial,
em que as crianças passam a ser admitidas, não importando seus estados físicos, sociais, emocionais...
As principais considerações da Declaração de Salamanca são o direito à Educação para todas as
crianças; o ingresso dessas crianças a escolas regulares; o ensino centrado no aluno; e a escola
inclusiva como ferramenta de enfrentamento ao preconceito e à discriminação de pessoas com
deficiência. Vale salientar que a Declaração vislumbra o educador compatibilizando-se para tanto.
Ele precisa receber cursos que englobem as mais variadas necessidades especiais antes de se focar
em uma deficiência específica, afim de que se torne apto para lidar com situações heterogêneas.
Quanto às escolas denominadas inclusivas, devem propiciar a mesma educação a todos; precisam
adaptarem-se às necessidades dos deficientes, oportunizando meios diversificados de ensino e
avaliações; têm de valer-se de apropriados recursos técnicos que ensejem uma educação eficaz; e
devem oferecer apoio pedagógico auxiliar em seu currículo regular.
Ademais, é bem oportuno que as escolas recrutem docentes com deficiência, como orienta a
Declaração, a fim de que se constituam inspiração e motivação para os alunos deficientes.

Referências:
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre as necessidades educativas especiais.
Brasília: CORDE, 1994.
CORRÊA, Maria Angela Monteiro. Educação especial. v.1. Rio de Janeiro: Fundação CECIRJ,
2010.
MANTOAN, Maria Thereza Égler (Org.). A integração de pessoas com deficiência.
Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.
MARTINS, Beatriz et al. Pessoas com deficiência no brasil: quais os seus direitos? Politize.
Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/pessoas-com-deficiencia-no-brasil-
quais-os-seus-direitos/. Acesso em: 17 de agosto de 2022.
UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e o Enquadramento da Acção – Necessidades
Educativas Especiais. Adaptado pela Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas
Especiais: Acesso e Qualidade, Salamanca.

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