Você está na página 1de 13

FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

AEE E SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

FABIANA CARVALHO LOPES

LAZER E APRENDIZAGEM CAMINHAM JUNTAS NA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA

ÁGUA BOA/MT
2022
LAZER E APRENDIZAGEM CAMINHAM JUNTAS NA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

LOPES1, Fabiana Carvalho

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de
Serviços).

RESUMO
Este estudo é fruto de pesquisa bibliográfica e teve como objetivo desenvolver um referencial
teórico sobre os direitos que os alunos portadores de necessidades especiais possuem para
desfrutarem de espaços públicos adaptados para lazer e socialização. Justifica-se porque
esses espaços são raros tanto nas escolas quanto em áreas sociais coletivas. Recorreu-se ao
referencial teórico do Estatuto da Pessoa com Deficiência para baliza teórica e os estudos de
Dischhinger (2008) e Cotomacci (2007). Como resultado de pesquisa constatou-se que as leis
de inclusão brasileiras ditam a adequação dos espaços, mas poucas são as políticas públicas
de fato cumprem as leis.

Palavras – Chave: Espaços, Leis, Inclusão.

1
fabianacarvalho00@hotmail.com
INTRODUÇÃO

Segundo a Base Nacional Comum Curricular a escola deve oferecer


condições que permitam aos alunos a compreenderem o mundo onde estão
inseridos, bem como o entendimento das produções humanas e os resultados
destas na história da humanidade. Outro ponto da base é a formação do
indivíduo para a convivência com a diversidade que a globalização impõe.
Nesse sentido a nova geração precisa se preparar para uma competição
brutal no mercado de trabalho, mas de forma salutar. Uma vez que se deparará
com indivíduos com as mais variadas formas de comunicação, locomoção e
ação. O que amplia ainda mais o desafio da escola porque ela deverá adequar-
se para a nova realidade pedagógica que deverá dar conta de preparar os
indivíduos para se relacionar e se comunicar com todos. Integrando-os de
forma que possam conquistar suas independências.
Assim é fundamental que o professor compreenda que receberá alunos
em sua sala de aula não só com dificuldades de aprendizagem, mas também
com limitações físicas e mentais, consequentemente intelectuais. Isso exigirá
do professor ações que ampare as diferenças não só em sala de aula, mas
também nos demais espaços sociais.
Diante do exposto este estudo inicia-se com o objetivo de desenvolver
um referencial teórico sobre os direitos que os alunos portadores de
necessidades especiais possuem para desfrutarem de espaços públicos
adaptados para lazer e socialização. Tendo em vista que esses espaços são
raros tanto nas escolas quanto em áreas sociais coletivas. Defende-se que a
escola explane para a comunidade a importância de espaços adaptados para
as pessoas portadoras de necessidade especiais. Ao se estruturar dessa forma
a escola estará criando as condições reais para o Atendimento Educacional
Especializado.
Para embasar este estudo se utilizará os artigos “Lazer, Aprendizagem,
Inclusão e Acessibilidade de crianças com deficiência” para fundamentar a
importância das adaptações para a efetivação da inclusão social. Recorrerá
também ao estudo “A exclusão das crianças com deficiência nos locais e
equipamentos destinados à recreação é uma forma intolerável de
discriminação e uma violação dos direitos fundamentais dessas crianças à
igualdade, à inclusão e ao lazer" com o qual se enfatizou as possibilidades e
contribuições das tecnologias para a inclusão das crianças com deficiência. Se
utilizará ainda do Estatuto da Pessoa com Deficiência para baliza teórica e os
estudos de Dischhinger (2008) e Cotomacci (2007).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para iniciar este estudo compreende-se necessário realizar uma breve


cronologia da Legislação que trata sobre as questões das pessoas portadoras
de necessidades especiais. Segundo Cotomacci (2007) a pessoa com
deficiência no Brasil sempre passou por muitas dificuldades. Cada conquista
adquirida foi resultado de muita dedicação e luta.
Ainda em Cotomacci (2007) na história da humanidade as conquistas
sociais na área da Educação nunca aconteceram de forma fácil. Todas as
conquistas adquiridas foram frutos de movimentos sociais. O primeiro
introdutivo para a organização da identidade da Educação Brasileira ocorre em
1932 com o “Manifesto dos Pioneiros da Educação” o qual evidenciava a
urgência de um único Plano Nacional que abarcasse as diversidades
brasileiras e assim possibilitasse a reconstrução educacional no país. O
resultado foi a inclusão de um artigo na Constituição 1934 determinando como
competência da União fixar o Plano Nacional de Educação, contudo a União
não realizou a reivindicação.
Nos anos seguintes as ações governamentais foram pequenas e sem
resultados amplos e só em 1961 é sancionada a primeira Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024. E em 1962 elaborou-se o primeiro
Plano Nacional de Educação surgiu em 1962, que continha somente as metas
quantitativas e qualitativas para os próximos oito anos. Este foi elaborado a
partir da iniciativa do Ministério da Educação e Cultura e aprovado pelo então
Conselho Federal de Educação. Dele resultou os Planos Estaduais. Em 1966
incorporou-se o Plano Complementar de Educação com recursos federais para
o desenvolvimento da educação profissional e para abertura de centros de
combate ao analfabetismo para pessoas acima de dez anos.
Em 1973 o Ministério da Educação cria Centro Nacional de Educação
Especial – CENESP, que gerenciava a educação especial no Brasil,
protagonizando a integração das pessoas com deficiência e das pessoas com
superdotação, contudo eram ações isoladas e assistencialistas, sem a
hegemonia de ação do Estado. Nos anos seguintes o Brasil praticamente não
modificou a política educacional o que perdurou até o fim do Regime Militar e a
promulgação da Constituição Federal de 1988, quando se testifica a
necessidade de políticas educacionais que promovam a estabilidade na área
educação, assim o Primeiro Plano Nacional de Educação traz em seu artigo
214 as metas primordiais até hoje na educação brasileira:
· Erradicação do analfabetismo;
· Universalização do atendimento escolar;
· Melhoria da qualidade de ensino;
· Formação para o trabalho e promoção humanística, científica e
tecnológica do país.
No ano de 1990 em consonância com os dispositivos legais supracitados
o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, no artigo 55,
imputa que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos
ou pupilos na rede regular de ensino”. Nessa mesma época outros dois
documentos em nível mundial servem de base para as políticas públicas
educacionais brasileiras: Declaração Mundial de Educação para Todos (1990)
e a Declaração de Salamanca (1994). Sendo que a última é o documento final
da Conferência Mundial de Necessidades Educativas Especiais: Acesso e
Qualidade/ UNESCO. Seguindo nessa direção de combate à desigualdade
social e as de diversas atitudes discriminatórias, ressaltando que:

O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as escolas


devem acolher todas as crianças, independentemente de suas
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou
outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem
dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de
populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas,
étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e zonas
desfavorecidos ou marginalizados. (BRASIL, 1994, p. 17 e 18).

Contudo a Política Nacional de Educação Especial, publicada em 1994,


não praticava a inclusão supracitada, pois em sua redação dizia que:
[...] orientando o processo de “integração instrucional” que condiciona
o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que “(...)
possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades
curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os
estudantes ditos normais” (BRASIL, 1994, p. 19).

Conforme o dito as medidas adotadas pelo governo não promoveram a


inclusão, pois não reconhecem as especificidades de cada criança, mas os
padronizam e delega novamente a reponsabilidade exclusão educativa de
instituições especiais.
Nessa sequência, em conformidade com o artigo 208, parágrafo 3º da
Constituição Federal de 1988 que determina que as pessoas com
necessidades especiais tenham o direito a educação preferencialmente na rede
regular de ensino e visando cumprir as metas estabelecidas em 1996 a Lei nº
9.394, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, imputa a União a
elaboração do Plano, de forma participativa dos Estados, do Distrito Federal e
dos municípios, e define a revisão decenária do plano, conforme os artigos 9º e
87º. Bem como determina que a União envie o Plano ao Congresso Nacional,
com as diretrizes e metas para os dez anos posteriores, em consonância com a
Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Nesse sentido a Lei refere-se
a Educação Especial como modalidade da Educação Escolar, que deverá ser
ofertada, preferencialmente, na rede regular de ensino, particularmente aos
alunos com necessidade educacionais especiais.
Em sendo assim enquanto modalidade, não deve ser entendida como
um subsistema à parte, divorciado do ensino regular, pois a educação especial
insere-se nos diferentes níveis da educação escolar, ou seja, Educação Básica,
abrangendo a Educação Infantil, Educação Fundamental, Ensino Médio e
Educação Superior.
A educação para as pessoas com necessidade especiais fundamenta-se
nos princípios da prevenção da dignidade humana, da busca da identidade, do
exercício da cidadania. A fundamentação filosófica da educação especial é a
mesma que norteia as ações da educação em geral. Inspira-se no paradigma
da inclusão na educação de qualidade para todos, cabendo à escola aprimorar
suas propostas educativas sem discriminar os alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais, temporárias ou permanentes.
A inclusão escolar permitirá a efetivação das relações de respeito,
identidade, e dignidade, de modo que todos os alunos, independente de classe,
raça, gênero, sexo, característica individual ou necessidades educacionais
especiais, possam aprender juntos, numa clara demonstração de respeito à
diferença e de compromissos com a promoção dos direitos humanos,
vislumbrando-se uma sociedade justa e solidária.
A oferta de ensino aos portadores de necessidades educacionais
especiais, seja pelo sistema regular de ensino, através de classes comuns,
salas de recursos, classes especiais e/ ou escola especial, enquanto local dos
serviços de educação especial, necessitam, em suas prioridades, da provisão
de recursos humanos e materiais para a implantação de práticas pedagógicas
pautadas no perfil dos alunos, possibilitando o pleno desenvolvimento das suas
potencialidades sensoriais, afetivas e intelectuais, visando à inclusão destes ao
processo cultural e econômico-social. Cabe à escola, portanto, assegurar um
processamento educativo coerente com as necessidades educacionais de
todos os seus alunos. Para isto, a formação dos professores e demais
profissionais envolvidos no processo pedagógico deve pautar-se em
concepção curricular combatente da discriminação que envolve as diversidades
e diferenças de todos os tipos.
Considerando as questões envolvidas no desenvolvimento e na
aprendizagem das crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, a
articulação e a cooperação entre os setores de educação, saúde e assistência
são fundamentais para potencializar as ações de cada um deles. Como é
sabido, o atendimento não se limita à área educacional, mas envolve
especialistas, sobretudo da área da saúde e da psicologia e depende da
colaboração de diferentes órgãos do Poder Público, em particular os vinculados
à saúde, assistência e promoção social, inclusive em termos de recursos.
Nesse sentido, muitas foram as ações e experiências positivas que se
concretizaram. Dando elementos e bases para o governo desenvolver novas
políticas públicas. Regulamentando essas experiências o Plano Nacional de
Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, traça os objetivos e metas para que os
sistemas de ensino desenvolvam e implementem ações para os estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, bem como a formação docente, a acessibilidade
física e ao atendimento educacional especializado.
Dos objetivos do Plano Nacional de Educação de 2001 até os dias atuais
a principal votada foi a Lei nº 13.146/2015 que Institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Essa Lei garante a acessibilidade a todas as pessoas independente da
limitação em todos os ambientes e espaços públicos e privados, bem como
acesso a socialização nos espaços de lazer. A lei traz em seu escopo:

CAPÍTULO I – Disposições Gerais


Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;

Compreendendo o Artigo 3º considera-se que ter acessibilidade é ter


liberdade, ou seja ter garantido seu direito de ir e vir, não ser tolhido por nada e
nem por ninguém para executar aquilo que se pretende. Nessa perspectiva a
sociedade tem a responsabilidade de garantir condições aos portadores de
necessidades especiais a usufruir desse direito tanto no âmbito físico quanto
no psíquico.
Seguindo na Legislação ainda no Artigo 3º tem-se:

VII – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de


urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento,
encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás,
iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e
distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações
do planejamento urbanístico;

Esse direito traduz grande importância ao espaço público a sociedade


atual. É nele que as pessoas se relacionam, os grupos se formam, se
apresentam e se manifestam (LIMA 2006). Nessa perspectiva é
responsabilidade do poder público garantir espaços urbanos como; praças,
ruas, praias e qualquer outro tipo de espaço sem barreiras para o acesso e
permanências das pessoas portadoras de necessidades especiais. Esses
locais devem possuir uma estruturas tanto arquitetônica quanto locomotiva
adequadas, com quantidade e qualidade de equipamentos e mobiliário para
garantir o conforto necessário para todos os deficientes, independente de qual
seja. Sobre isso Filho (2007) diz:
Os arquitetos, projetistas e designers devem rever a forma de
conceber os espaços, os objetos, de modo que eles possam oferecer
mais conforto, segurança e eficácia. A acessibilidade deve estar
presente nas edificações, no meio urbano, nos transportes e nas suas
mútuas interações, conforme exigência constitucional. (FILHO 2007,
p. 10)

Diante da citação outro ponto a ser considerado é o direito ao uso dos


transportes públicos. Essa é uma grande dificuldade encontrada pelos
portadores de necessidades especiais, principalmente para os alunos
cadeirantes, pois o número de veículos transporte escolar adaptados são
insuficientes para atender a demanda. Fato que fere o Artigo 8º do Estatuto da
Pessoa com Deficiência. Esse Artigo trata das questões da igualde de acesso e
ao direito de não discriminação. Apresenta-se:

CAPÍTULO II – Da Igualdade e da Não Discriminação


Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à
pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à
maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à
profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à
reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao
turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à
convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da
Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras
normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.

Esse artigo garante a pessoa portadora de necessidades especiais o


exercício pleno de sua cidadania. Sendo que o exercício pleno compreende a
possibilidade de emprego, do acesso à educação e da interação com outras
pessoas. Significa ter direito ao lazer com condições de socializar-se nas ruas,
parques, cinemas, teatros e demais espaços recreativos e culturais. Nesse
processo além da interação com outras pessoas oportuniza-se o conhecimento
das capacidades próprias, do desenvolvimento de habilidades e conquista de
autonomia.
Em face ao exposto, compreende-se que no tocante a educação a
escola deve oportunizar as pessoas portadoras de necessidades especiais a
segurança necessária para que ela possa desenvolver de modo significativo
suas potencialidades.
Para tanto a escola deve iniciar trabalhando a socialização entre os
alunos mostrando que a verdadeira integração entre as pessoas só é
alcançada quando conquista-se a aceitação recíproca. Sendo o convívio
espontâneo e a receptividade natural entre as pessoas em todas as situações e
circunstâncias da vida. Promovendo experiências e conversas visando acabar
com certos estereótipos existentes em torno das deficiências, os quais
necessitam ser superados através do respeito à individualidade. Dessa forma a
escola estará introjetando na criança valores de respeito à diversidade, bem
como a autoestima e a autoconfiança.
Outro ponto a ser considerado pela escola é a adequação da
arquitetura e mobiliário não só dos espaços acadêmicos, mas também dos
espaços e ambientes de lazer. Esse direito é fundamental para garantir o bom
rendimento do aluno. É nesse ponto que todos devem unir forças família,
escola e poder público. Assim é fundamental firmar parcerias para adquirir
equipamentos e tecnologias, construir e adequar espaços, confeccionar e
produzir materiais paradidáticos. Sendo o principal objetivo realizar a
integração da criança portadora de necessidades especiais ao ambiente
escolar, não só realizar a inclusão, mas orientá-la de modo significativo para a
conquista de criticidade e autonomia.
Nessas ações a tecnologia é uma ferramenta eficiente a disposição do
professor. De simples jogos manuais a softwares que desenvolvem habilidades
visuais, auditivas, leitura e escrita. Todos eles permitem a quebra de
paradigma. Desafiando tanto o professor quanto o aluno, pois desconstroem
conceitos e apontam caminhos para que as crianças deficiências se tornem
capazes de desenvolver habilidades tanto de modo individual quanto em grupo.
Cotomacci (2007) acredita-se que a comunidade escolar precisa
compreender os benefícios que as crianças terão ao poder desfrutar de:
espaços adequados para trânsito, equipamentos e mobiliários para estudo e
lazer. Em suas falas a teórica explica que essas ações faz com que o
Atendimento Educacional Especializado faz com que as crianças:

Supere seus próprios limites; promove a autoestima, autovalorização


e autoimagem; favorece a integração social do indivíduo; melhora o
equilíbrio estático e dinâmico; ganho de força, flexibilidade e
resistência muscular global; aprimoramento da coordenação motora
global e ritmo; redução da agressividade; estímulo à independência e
autonomia; integração social; descoberta e valorização das suas
possibilidades, potencialidades e limitações; a vivência de situações
de sucesso e superação de situações de frustrações; a melhoria das
condições organo-funcional (aparelhos circulatórios, respiratórios,
digestivos, reprodutor e excretor); prevenção de deficiências
secundárias; desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais
para melhor realização das atividades de vida diária; manutenção e
promoção da saúde e condição física. (COTOMACCI:2007)

Diante de todo o exposto compreende-se que a construção da


independência do Portador de Necessidades Especiais está intrinsecamente
ligada a adequação de espaços e mobiliários. Nesse sentido para que essas
pessoas conquistem a autonomia necessária para se tornarem sujeitos ativos
em sociedade as políticas públicas precisam realmente cumprirem a lei. O
poder público deve construir e adequar os espaços sob sua responsabilidade
para que essas pessoas exerçam a cidadania com dignidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse período de estudo compreendeu-se que as mudanças nas Leis
Educacionais Brasileiras de Educação Especial sempre estiveram em
consonância com as mundiais. Contudo, interpreta-se que essas leis só
evoluíram no país devido ao movimento internacional de inclusão de pessoas.
Não se nega aqui as ações governamentais desenvolvidas e as Leis aplicadas.
Mas precisa-se de ações mais concretas e abrangentes em relação a
Educação Especial tanto na inclusão dessas pessoas nos espaços públicos e
privados.
A execução desse trabalho oportunizou a reflexão que os espaços
públicos são fundamentais para a realização das relações de proximidade e de
comunicação. Nesses locais apresentam-se situações variadas, pessoais ou
sociais, econômicas e culturais nas quais as crianças podem participar e auto
afirmar-se. Também é onde as carências de vários tipos se evidenciam.
Compreendeu-se que o intercâmbio é condicionado as infraestruturas
presentes. Neles a vida cultural local se manifesta e é possível as crianças
portadoras de necessidades especiais se posicionarem e fazerem parte da
comunidade.
Quanto a escola defende-se que somente o professor poderá fazer a
diferença com seu fazer pedagógico. Com sua reflexão e ação para além do
mundo da escola. Ele pode oportunizar atividades de lazer que promovam ao
aluno deficiente alegria, o alívio de stress e o prazer. Fazendo-o compreender
que apesar das limitações, das barreiras, das falta de acesso é possível
realizar adaptações nos lugares e se distrair, se divertir, se comunicar. Enfim
se relacionar com todos.

5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL, BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Mendonça Filho
SECRETARIA EXECUTIVA Maria Helena Guimarães de Castro SECRETARIA
DE EDUCAÇÃO BÁSICA Rossieli Soares da Silva CONSELHO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO PARCERIA Conselho Nacional de Secretários de Educação –
CONSED União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME –
BR:2017

BRASIL, Estatuto da Pessoa com Deficiência - 3. ed. - Brasília: Senado


Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.
Acesso em 27 de jan. de 2020.

COTOMACCI, Giovana. Direitos e Acessibilidade das Pessoas com Deficiência


ou Necessidades Especiais. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização) Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2007.

DISCHHINGER, Marta; SAVI, Aline; SILVA, Leonora; INNECCO, Carolina.


Incluir brincando. Inclusão, Brasília, v. 4, n. 2, p. 38-45, jul./out. 2008

FILHO, JOSÉ ALMEIDA LOPES O Direito de Ir e Vir com Independência. São


Paulo, Scipione, 2007.

GALVÃO FILHO, T. Tecnologia Assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a


aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.;

GOULART, Renata Ramos; LEITE, José Carlos de Carvalho. Deficientes: A


questão social quanto ao Lazer e ao Turismo. Disponível em:
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/gt11-deficientes.pdf. Acesso em 27 jan.
2020.

PÔQUER, R. B.; OMITE, S. (Org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas


inclusivas. Marília/SP: Cultura Acadêmica, p. 65-92, 2012.
PROJETO LIA. Disponível em https://www.projetolia.com.br/?fbclid=IwAR0-
TiJKTbqzOY9UzCOuC7JQEGjpW8scq0WJbw4QblehQXhyFB2_xNqtY8o.
Acesso em 19 jan. 2020.

Você também pode gostar