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DIVERSIDADE E INCLUSÃO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Percurso mundial: Encontramos muita violência, morte,


exclusão e preconceito no percurso histórico de pessoas com
desenvolvimento atípico. Desde a Grécia antiga até o século
XVIII foram frequentes os casos de abandono, exorcismo,
morte pela fogueira e internação em manicômios (Pessotti,
1984). Conforme a medicina foi avançando, essas pessoas
(inclusive crianças) sofreram muitas intervenções dolorosas e
invasivas, desde lobotomias até choques elétricos constantes.
Os espaços e contextos históricos nos quais foi possível
se distanciar dessas práticas violentas foram aqueles
nos quais o cristianismo teve força. De acordo com a
religião, pessoas com desenvolvimento atípico eram
enviadas de Deus para servirem de fardo e lição. Ou
seja, eram enviadas como castigos para pecadores e
oportunizavam a redenção através da caridade e do
acolhimento (Pessotti, 1984).
Um dos grandes avanços em relação à educação
de pessoas que têm um desenvolvimento atípico
no mundo aconteceu na França no século
XVIII. Lá foram criadas duas escolas; uma
para crianças cegas e outra para crianças
surdas. Foi aí que criaram o sistema braille e
que a comunicação gestual foi desenvolvida
para se tornar um sistema de comunicação.
Dando um grande pulo na linha do tempo, chegamos à
década de 1990. Ela foi marcada por dois encontros
mundiais ligados à UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e também
ao Banco Mundial. A primeira, em Jontiem teve o tema
“Educação para Todos” e inaugurou no cenário
internacional uma necessidade de que todos os seus países
signatários percebessem a importância de prover
Educação para todos, independente de questões
econômicas, geográficas e sociais.
Em Salamanca (Espanha), em 1994 para
discutir “Princípios, políticas e práticas na área
das necessidades educativas especiais”. Nessa
ocasião foi quando de fato se falou sobre
estudantes que precisavam de outras
abordagens e ferramentas pedagógicas para
aprender.
Percurso brasileiro: O Brasil tinha estreita
relação com a França e seu sistema educacional
e no século XIX foram criados o Imperial
Instituto dos Meninos Cegos (hoje Instituto
Benjamin Constant - IBC) e o Instituto Imperial
de Surdos-Mudos (hoje Instituto Nacional de
Educação de Surdos - INES).
Até a década de 1980 o que existiu no Brasil esteve
relacionado a práticas de Educação Especial e segregada,
fornecida pelo Estado ou por instituições beneficentes, como
a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). A
partir da década de 1980 teve início o processo de Integração
na Educação, com classes especiais dentro da escola regular
(Miranda, 2004). Fisicamente a Escola passa a ser de todos,
porém isso se limitava a uma prática de passar pelo mesmo
portão. As salas de aula ainda eram separadas, assim como
as abordagens pedagógicas eram distintas.
A Inclusão escolar só se tornou política pública no Brasil
em 1988, com a nova Constituição Federal. Porém,
mesmo nesse documento, não era expressa uma exigência
de que todos fossem incluídos. O que o texto (BRASIL,
1988) dizia era que “preferencialmente” estudantes
deveriam ser atendidos pela rede regular de ensino.
Sabemos que é complexo exigir que algo seja 100%
cumprido de uma mesma forma, porque seria negar
especificidades de contextos e pessoas. Porém o
“preferencialmente” abre brechas significativas.
O Brasil assinou as Declarações de Jontiem e de Salamanca e, com
isso, o tema da Educação Inclusiva passou a aparecer mais em leis e
políticas públicas a partir de 1996, com a nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) e depois nos Planos Nacionais de
Educação de 2001 e de 2014. A LDB de 1996 ainda utilizava a
expressão “necessidades especiais” (BRASIL, 1996) e sua
atualização, de 2013, utiliza diferentes nomenclaturas, evidenciando
que são pessoas diferentes, com demandas diferentes, e que não é
correto colocar todas elas dentro de uma mesma caixinha. O Plano
Nacional de Educação (PNE) -2001 talvez seja o primeiro documento
que fala em “Escola Inclusiva”, dizendo que a construção de uma
escola inclusiva seria o grande avanço daquele momento histórico.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência reúne todos
os avanços construídos desde o século XIX para
que seja realizada uma educação verdadeiramente
inclusiva. Não é mais a escola que é inclusiva, é o
sistema educacional. A lei é maravilhosa. Mas e sua
efetivação? Ao entrar na maioria das escolas
brasileiras, públicas ou particulares, podemos
encontrar uma série de falhas, faltas e dificuldades.
Apesar de todos os desafios,
o que podemos fazer hoje?
Bem, podemos falar sobre as leis, diretrizes e
instruções, buscando encontrar um significado próprio
para a instituição e para todos que dela fazem parte.
Podemos construir coletivamente uma Educação que
faz sentido, respeitar todas as pessoas que fazem parte
da comunidade escolar e nos sentirmos também
respeitados.
2º MOMENTO
Atividade:Leitura e discussão em pequenos
grupos, seguida de roda de conversa.
GRUPO 1 E 2 :Educação inclusiva: do paradigma
da igualdade para o paradigma da diversidade.
GRUPO 3 E 4: A Construção da Educação
inclusiva no Brasil como perspectiva de política
pública.
Encaminhamentos para próximo
encontro:
1.Leitura do texto: Diversidade e inclusão na
Educação.
2. Realizar uma entrevista com professor que está
atuando em sala de aula, visando conhecer um
pouco a realidade da inclusão, estabelecendo
relações teórico- prática.

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