Você está na página 1de 4

Ozono estratosférico

O ozono, O3, está misturado com outros gases atmosféricos, formando uma camada de
importância vital para o nosso planeta, pois atua como filtro de radiação ultravioleta.

Esta camada, situada na estratosfera, concentra-se em torno dos 30 km acima do nível do mar
e é conhecida como camada de ozono.

A formação de ozono na estratosfera resulta de uma reação fotoquímica, por ação de radicais
O •.

A ligação na molécula de dioxigénio e relativamente forte, sendo 498 kJ/mol a energia de


ligação.

Só a luz ultravioleta de maior energia, UV-C, que chega a estratosfera consegue dissociar as
moléculas de dioxigénio, O2:

O2 → O + O

Os radicais O • originados neste processo estão na base da formação do ozono:

O + O 2 → O3
1ª etapa

2ª etapa

A molécula de ozono, com energia de ligação 373 kJ/mol, também se dissocia por ação de luz
ultravioleta, sendo neste caso necessária radiação de menor energia, UV-B.

Ocorre a reação química de decomposição do ozono, que é inversa da anterior:

O3 → O + O 2

A quebra de ligações em O2 e O3 é possível devido à absorção de UV-C e UV-B, o que impede


que essas radiações atinjam a superfície da Terra.

A camada de ozono é filtro gasoso que deixa passar radiação solar visível e infravermelha, por
exemplo, mas que absorve radiação UV-C e UV-B.

O ozono na estratosfera tanto se forma como se decompõe:

Formação do ozono O + O2 → O3

Decomposição do ozonoO3 → O + O2
Globalmente podemos considerar duas etapas na formação do ozono estratosférico, e a
reação global que representa a sua formação e dissociação, o ciclo do ozono, representada
por:

Este processo cíclico, da formação e decomposição do ozono, também conhecido por ciclo de
Chapman, faria prever que a concentração de ozono na estratosfera permanecesse
praticamente constante ao longo do tempo.

Nos anos 80 do sec. XX, valores muito baixos da concentração de O3 na estratosfera alarmaram
a comunidade internacional.

Em 1995, o prémio Nobel da Química, atribuído ao químico mexicano Mário Molina (1943-
2020) e a dois outros cientistas, reconhecia investigação feita sobre o efeito dos CFC
(compostos de carbono, fluor e cloro), na destruição da camada de ozono.

Os CFC, muito estáveis na troposfera, foram no passado usados de forma intensiva em


sistemas de refrigeração, por exemplo, e foram chegando a estratosfera.

Foram assinados protocolos internacionais visando a proibição gradual da produção e


comercialização de CFC (compostos de carbono, fluor e cloro).

Na estratosfera estes compostos podem sofrer fotodissociação por ação de luz ultravioleta, e
formar radicais, como acontece, por exemplo, com um CFC chamado triclorofluorometano:

CCℓ3 F → CCℓ2 F•+Cℓ•

O radical Cℓ•, por sua vez, reage com o ozono, destruindo-o:

Cℓ• + O3 → OCℓ• + O2

OCℓ• + O → Cℓ• + O2

Cℓ• + O3 → OCℓ• + O2

OCℓ• + O → ...

Estas são reações em cadeia, durante as quais o radical Cℓ• é regenerado e destrói uma nova
molécula de ozono, podendo um só radical de cloro desencadear a eliminação de milhares de
moléculas de ozono.

O ozono é importante na estratosfera, desempenhando a função de filtro de luz ultravioleta,


sendo indispensável à existência de vida na Terra.

Você também pode gostar