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SAGA DO CORVO

texto para teatro de Geraldo Bernardo


(adaptação livre do folclore nordestino)

Personagens:
bufão 1
bufão 2

A1 Vou contar para vocês, uma estória que se deu na caatinga, no Nordeste brasileiro, lá para as
bandas do sertão.
A2 Uma vez, lá nas caatingas nordestinenses, nasceu um menino assim, com os olhos
encarnados demais.
A1 Num era amarelo nem marrom, nem branco nem preto.
A2 Mas, tinha um jeito estranho de ver as coisas.
A1 Num era nem nosso irmão.
A2 Num era nem nosso primo.
A1 Nasceu assim num dia que nem graça tinha.
A2 A mãe, coitadinha, passou fome durante nove meses.
A1 O pai, desgraçado, correu nas caatingas com medo dos macacos da volante.
A2 O menino, capeta, nasceu fungando pelas venta.
A1 Mas, nasceu, assim tão pixototinho que nem menino de verdade.
A2 Nasceu, assim, tão lindinho que nem menino de verdade.
A1 Uma flor de mandacaru, quando está bem de vez, pronto, essa era a cor do menino.
A2 Um menino magrelo, mas bonitinho.
A1 Um menino feinho, mas parecido com menino.
A2 E cresceu o menino?
A1 O que fizeram do menino?
A2 Com três anos depois, já sabia o menino...
A1 ...apagar o pavio da lamparina com a ponta dos dedos, bem devagarinho.
A2 Não me conta que arrepia.
A1 Era uma praga esse menino.
A2 Aonde tu vai menino?
A1 Cresce menino!
A2 Diabo ruim, tu não cresce, não?!
A1 Tu sabes da coitada da mãe do menino?
A2 Nas quebradas, nas capoeiras, chorando feito uma desvalida, ficou doida, ficou maluca, era a
rainha maluca em pessoa.
A1 Ah! Não, essa não, a rainha maluca não!!!
A2 Ah! Essa pobre mulher, essa pobre e desgraçada alma, não morreu nem padeceu de forma
mais amena. Ficou doida, ficou maluca, precisou de ficar de quarentena, tão serena, tão pobre como
Madalena, saiu pelo sertão a procurar o desgraçado que lhe fizera o bucho.
A1 Aonde tu vai, mulher?
A2 Vou buscar meu marido.
A1 Aonde tu vai, mulher?
A2 Vou dar de mamar pra meu menino.
A1 Te aquieta, mulher.
A2 Não posso, meu filho.
A1 Vai dormir, mulher.
A2 Eu não tenho sono, meu filho.
A1 Cata daqui...
A2 ...cata dacolá...
A1 ...procura no meio do mato, nas locas de pedras, nas ruas, nas vilas.
A2 Procura nas brechas, nas moitas, sem saber o que dizer, sem ter mais outra fala que não fosse
o desespero...
A1 ...cadê tu, homem?
A2 Fui buscar a besta-fera que habita em cada ser.
A1 Ai, meu Deus, cadê tu, homem?
A2 Fui buscar o frenesi das virgens que habita em cada ser.
A1 Traz aqui, homem aquilo que me tirastes, levas contigo aquilo que não buscastes.
A2 Vai se danar, mulher. Por onde tens andado que não vês que não te quero mais?
A1 Por falar nisto, onde moras?
A2 Só me perguntas isto agora?
A1 Assim, nas caatingas de meu sertão, penando pelas secas, vivia demente a mulher.
A2 Assim, meus amigos, como quem não vai sarar, vivia ela a penar, e o tempo, no seu
desatino, fazia crescer o menino.
A1 Crescia o menino... com oito anos de idade já deu pra ser ruim.
A2 Crescia o menino, morando com os avós.
A1 Crescia o menino, no rabo das vacas, dando nós.
A2 Meu Deus!!! Que loucura é essa?!!!
A1 É o menino olhando a vó tomar banho, pelas frestas da porta.
A2 Nunca se viu um vivente tão imoral, tão indecente.
A1 Era uma peste, esse menino.
A2 Era um teste de Deus no seu desatino.
A1 Mas cresceu o menino, vivia muito só, só ele e seus avós.
A2 Desapareceu a mãe do menino...
A1 Desapareceu o pai do menino...
A2 Desapareceu o afeto do menino...
A1 Ficou tão sozinho o pequenino!
A2 Ficou só com os avós, o erro daquela menina que teve o menino.
A1 E como se chamou o menino?
A2 Não se chamava, chamavam ele.
A1 Como se dizia o nome daquele menino?
A2 Não me pergunte, pois eu não digo nunca.
A1 Porquê? Não te atreves a colocar sombras sobre o mundo? Mudez sobre a voz das pessoas?
Trevas sobre o clarão do luar? Não te atreves a dizer, do menino, este nome?
A2 Oh! Senhor, Deus dos que temem, por que me destes tão árdua tarefa de contar esta estória?
Talvez por desatino eu diga o nome do tal menino.
A1 Não diz não, irmão, isso não se pode dizer, muita coisa ruim pode acontecer, da última vez
que disseram o nome de tal menino, encontraram o verme da ganância.
A2 O menino, da última vez que desceu, foi na seca de trinta e dois, muita gente morreu.
A1 O menino, quando desceu...
A2 Nem me fale, tenho medo de contar o que se assucedeu.
A1 Imagine se tu fosse judeu.
A2 Esse menino, minha gente, nasceu lá nas grotas do sertão, nasceu pelas capoeiras, foi feito
por um jagunço que roubou a filha de Seu João Pereira, foi feito pelos matos, no meio das moitas de
mufumbo, esse menino foi feito de uma só vez, uma só gula, gula de homem que não via mulher a
muito tempo.
A1 Não me diga o nome desse menino, por favor. Por onde ele passa, tudo se desmorona, não
me diga o nome do coisa ruim, não me fale essa palavra.
A2 O menino ficou só, sem nome, sem mundo; o menino nem sabia que ainda era menino; o
menino nem sabia o que era menino.
A1 O menino papa-figo, bicho feio do meio do mato, o menino que comia o fígado dos meninos
bonzinhos, que dormia com as cobras mamadeiras e que, de noite, invadia as camas.
A2 O menino ficou só.
A1 Só com o avô e a avó.
A2 É dia do cão de couro, é dia da tentação, se prepara que lá vem estouro nas quebradas do
sertão.
A1 É dia do cão de couro, é dia da tentação, se prepara que lá vem estouro, nas quebradas do
sertão.
A2 Vai, meu velho, para o roçado.
A1 Minha velha, ao meio-dia, mande meu bocado.
A2 Eu mando o menino deixar, pode ficar sossegado.
A1 Olhe o tempo, olhe se vem chuva, o menino tá meio amurrinhado.
A2 Aquele capeta, danado, será quebranto?
A1 Também pensei, mas estou um pouco desconfiado, não é sempre assim, toda vida quando se
precisa dele, ele se prostra num canto.
A2 Minha velha, fica com Deus, já vou trabalhar.
A1 Sai o velho para o roçado, como de costume.
A2 Fica a velha, varrendo o terreiro.
A1 Fica o menino, armando um plano infame.
A2 Já faz muito tempo que nasci, de tudo já fiz, já vi muita coisa, agora chegou a hora da
desforra, muita gargalhada vou dar.
A1 Naquele casebre de taipa, sussurros pareciam soar, das ripas velha da casa, o fogo a crepitar,
o menino, como quem tinha arte e ofício a muito tempo, vomitava vocábulos blasfêmicos. O
menino e seu hálito. O vento, a casa rodando, o mundo girando. Ninguém reconheceria o tempo.
A2 O menino e sua fúria. A fúria, de quem viveu nas trevas. Um rastro de trevas, sob a luz do
momento. O menino, agora babava!
A1 O menino babava e gania, no seu ardil, tramava o que se sucederia.
A2 Menino babava e gemia, como o urro dos amantes abandonados.
A1 Babava, gania... o grito dos acorrentados.
A2 Gania, no seu covil, a noite dos larápios. Sozinhos, com a avó, em seu quarto, de segundo
em segundo. Ardiloso, mordaz, citando versos demoníacos.
A1 Vocês não podem compreender, sem conhecer o menino.
A2 Sem ver seus olhos de tição e suas mãos de abutre.
A1 O menino pousou, na cumeeira da casa, a espreitar o que o destino faria naquele dia.
A2 É dia do cão de couro, é dia da tentação, se prepara que lá vem estouro nas quebradas do
sertão.
A1 É dia do cão de couro, é dia da tentação, se prepara que lá vem estouro nas quebradas do
sertão.
A2 Oh! Menino, vai deixar o almoço de teu avô.
A1 E, assim, lá se foi o menino pelas veredas do lugar.
A2 Olha um galo-de-campina!
A1 Atira pedra não, menino.
A2 Um bem-te-vi cantando!
A1 Deixa, aí, esse ninho de rolinha, menino.
A2 Deixa essa cobra, aí, menino.
A1 No meio do mato.
A2 No meio do nada.
A1 O menino comeu tudo, jogou terra dentro do prato, deixou só os ossos, fez ruindade,
inventou mentira.
A2 Avô no meio do mato.
A1 Avô com fome, menino chegando.
A2 Cadê o decumê, que não estou vendo?
A1 O menino inventou de inventar.
A2 Vó não mandou o decumê não, mandou só isso mesmo, o decumê ela deu para o macho que
ela tem, o macho tá lá em casa.
A1 Menino, que estória é essa?
A2 Tem mais, ela mandou o senhor ir comer no inferno. Todo o dia, quando o senhor sai, ela
chama o macho dela pra ficar lá em casa.
A1 Ah! Ela vai ver só com quem mexeu. Menino, tu tá mentindo. Tu fez traquinagem?
A2 Fiz nada não, vô.
A1 Menino, se tu estiver mentindo, tu vai apanhar.
A2 Mas vô, é tudo verdade verdadeira.
A1 Menino, isso é brincadeira?
A2 Num é não.
A1 Menino, conta isso direito.
A2 Vocês precisavam de ver a cara do menino, contando mentira, de boca cheia.
A1 Vai para casa, que eu já vou acertar essa estória.
A2 Menino voltou, no meio do mato.
A1 Menino vinha babando.
A2 Menino festejava.
A1 Menino chega zumbia, no meio da caatinga, um som agourento que nem rasga-mortalha.
Menino parecia visagem, vinha pulando e se rindo, serelepe como um potro, na soleira da porta,
menino chegando desconfiado...
A2 Vô disse que não gostou do comer, avuô no mato, disse que não queria ver a senhora nunca
mais.
A1 Por que, meu Deus, o que está acontecendo com seu avô?
A2 Não sei, tá brabo com a senhora.
A1 Você disse alguma malcriação pra ele?
A2 Num disse nada não, ele é que já tava brabo.
A1 Vou esperar ele chegar para ver o que foi que você fez.
A2 Eu não fiz nada, ele quer que a senhora vá, lá na roça, pra mode conversar com ele.
A1 Num vou, não.
A2 Mas ele disse que quer.
A1 Você só pode ter feito alguma raiva pra ele querer que eu vá lá.
A2 Inté vou também, só pra mode saber o que ele quer com a senhora.
A1 Menino medonho, menino tacanho.
A2 Menino chega se desmancha de rir da maldade feita, leva a avó pra roça, vai na frente, vai
contente, menino vai alegre, um diabrete daquele tamanho.
A1 Menino tirou tudo da cabeça, preparou tudo na surdina.
A2 Coitado do avô, já tarde, com fome, já de tarde, ainda na enxada, com fome, na roça, no sol,
formiga nos pés, com fome, mas fome com raiva, mais raiva que fome; seca braba matando seu
milho, seca braba no coração.
A1 Vai, na estrada, a avó, além do companheiro, único parente que tinha era o menino, aquele
menino, coitada da avó, pelancas pelo corpo, fomes passadas e fome que ainda presente, calos nas
mãos, coitada da avó. Sozinha. Na goela, o entalo, medo sem saber por que, medo sem saber o
porquê daquela zoada contada pelo menino.
A2 Eram duas horas da tarde.
A1 Era um sol de lascar.
A2 Uma cigarra! Olha ela ali, piando, piando, piando...
A1 Menino aberração do cão, assistindo a tudo.
A2 Novela no sertão; peleja do avô com a avó.
A1 É um vozerio que se perde na caatinga. É o cão no couro daqueles dois. Tudo vem à tona, é
cobrança de vida passada sem se viver. É a solidão de estar acompanhado. É rebento de serpente no
meio do sertão.
A2 Briga de casal saturado, ranzinza que só, é cobrança de tempo desperdiçado sem se viver, é
palavra solta sem sentimento, é machucar pra ser machucado.
A1 É medo da fêmea pelo cheiro forte do macho, é menino se rindo da discussão.
A2 No meio do mato, no meio do nada, tudo era só medo e calor.
A1 Marido perdeu a cabeça e mandou logo ver.
A2 Quenga sem vergonha, isso é coisa que se faça com homem?
A1 E era mão na cara...
A2 O que foi homem de Deus?
A1 E era murro nos dentes...
A2 O que se assucedeu?
A1 E era chute no bucho...
A2 E era ai.
A1 Tu não tem vergonha?
A2 Deus é testemunha que não fiz nada.
A1 Isso é pra aprender a respeitar homem.
A2 Valha-me, Nossa Senhora.
A1 Nome de puta...
A2 Chega, chega, chega!
A1 Foi tanta paulada sem dizer palavra...
A2 Foi tanta ira que espumava...
A1 Foi tanta dor que desmaiou.
A2 Menino tudo via.
A1 Menino gritava.
A2 Haja pau!
A1 O corpo, no chão, desmaiado de dor.
A2 A cabeça do homem cheia de confusão e desespero.
A1 E haja pau!
A2 Remorso e arrependimento.
A1 E haja pau!
A2 Menino pulava, menino se ria, menino gritava.
A1 E haja pau!
A2 Marido nem sabia o que tinha feito.
A1 Arrependido saiu, no meio do mundo, pra nunca mais aparecer.
A2 A avó nem sequer se levantou.
A1 O menino saiu em disparada pelo sertão.
A2 Os mais velhos dizem que viram uma bola de fogo no céu.
A1 Menino saiu voando e gritando.
A2 O mato seco incendiava.
A1 Afilhado ofendia comadre.
A2 Os riachos secaram e as pedras viraram brasas.
A1 Menino voava por cima das casas, soprando fogo nos telhados.
A2 Voou por cima da capela, incendiou o crucifixo.
A1 Os bichos se escondiam.
A2 Na serra do vento, as oiticicas secaram e os juazeiros viraram cinzas.
A1 O vento soprava uma catinga de murraça.
A2 Os urubus vinham, de todos os lados, com o cheiro de carniça.
A1 O menino virou guará e saiu correndo atrás de bicho e gente.
A2 Tudo era só o desespero.
A1 As pessoas, fugindo, com medo da besta-fera.
A2 A tarde queimava forte. Era um sol de lascar, tudo parado, tudo quieto.
A1 Mas, de repente...
A2 ...só se ouvia a gargalhada do menino.
A1 Poeira nos olhos, a terra ficou viva, terra se mexendo.
A2 O mundo escuro, o mundo parecia que tava com medo.
A1 Menino gritava mais alto.
A2 Menino urrava e berrava feito o tinhoso.
A1 Era tanto alarido que fazia arrepiar.
A2 O mundo estrondava, as moitas davam estalidos, havia um gemido de alma, no meio do
mundo, uma fumaça...
A1 Menino gritava mais alto.
A2 Ai, meu Deus, é assombração.
A1 É o Pé Preto.
A2 É o Bosta de Galinha Choca.
A1 Cadê a vó?
A2 Sumiu na ventania.
A1 Cadê o avô?
A2 Foi simbora no arrependimento.
A1 Agora dá pra ver melhor.
A2 Menino tá crescendo, tá crescendo, tá voando.
A1 Olha o trovão.
A2 Mas não pode ser, trovão na seca?!!!
A1 É coisa do demo.
A2 Tô com medo.
A1 Vou embora.
A2 Agora não, primeiro precisa ver aquilo.
A1 Aquilo o quê?
A2 Aquela coisa que lá longe.
A1 Mais parece um boitatá.
A2 Que bicho!? É o menino que cresceu!?
A1 Tô com medo.
A2 Menino crescido! Que coisa mais feia, fico todo arrepiado.
A1 Tá vindo pra cá, fungando que nem mula.
A2 Mas não é mula.
A1 Vou embora.
A2 Vamos olhar mais de perto, parece um porco-espinho.
A1 Mas não é porco-espinho.
A2 Vem mais e mais, fungando, pulando e trocando de pernas com os olhos de fogo.
A1 Olha a fumaça saindo pelas ventas! Olha os chifres! Olha o rabo...
A2 Vem buscar nós, vamos simbora!
A1 Menino danado, menino virou coisa-ruim, menino cresceu e virou um bodão preto.
A2 Virou um bicho fedorento, metade bode e metade gente.
A1 Rangia os dentes e babava uma seboseira arroxeada.
A2 Por onde passava aquele bichão, não nascia mais capim.
A1 As mulheres grávidas, que viram aquilo, abortaram seus bebês.
A2 Menino esturrava fazendo a terra tremer.
A1 Saiu assim, andando, embora pra sua casa.
A2 Saiu assim, buscando uma brecha de chão pra se enterrar.
A1 Roçava a testa nas rachaduras da seca.
A2 Escaramuçava onde havia atoleiros.
A1 Era coisa feia de se ver.
A2 Quem nunca andou pelas quebradas do sertão pode até não acreditar, mas, se reparar melhor,
vai perceber que estamos falando a verdade.
A1 Foi lá pras bandas do tabuleiro.
A2 Nas grotas, nas capoeiras, bicho-menino ainda vive por lá.
A1 Onde tiver oiticica, juazeiro, casa sem morador, pedaço de rio.
A2 Menino assombra os cavaleiros, assombra nas redes dos moleques.
A1 Menino gosta é de pegar as mocinhas pra namorar.
A2 Lá, naquelas bandas de mundo, o menino ainda procura seu buraco pra entrar na terra.
A1 Quando fica acuado, joga sua ira sobre os mais desavisados.
A2 É irmão matando irmão.
A1 É briga por pedaço de terra.
A2 Menino não se aquieta nunca.
A1 De vez em quando, menino sai de sua toca.
A2 Olha o bicho, minha gente, bem no meio de todo mundo.
A1 Cuidado com o bicho, que o bicho te pega.
A2 Seja o bicho papa-figo.
A1 Seja aquele bicho que sempre fica embaixo da cama.
A2 Cuidado de noite, quando vocês saírem daqui, nas esquinas, o bicho está lhes esperando.
A1 O bicho tem cheiro de enxofre, um par de chifres, uns olhos de fogo.
A2 Cuidado com o bicho, que o bicho te pega!!!

FIM

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