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A SÍNTESE DO IOGA - semana 67

“A perfeição do Ioga integral virá quando

cada indivíduo for capaz de seguir seu próprio caminho de ioga

e perseguir o desenvolvimento de sua natureza em sua elevação

em direção àquilo que transcende a natureza.

Pois liberdade é a lei final e a consumação última.”

Um Ioga integral e sintético exige sobretudo não ser ligado por nenhum shastra,
escrito ou tradicional, pois enquanto abarca o conhecimento recebido do
passado, esse Ioga busca organizá-lo de maneira nova, para o presente e para o
futuro. Uma liberdade absoluta de experiência e formulação do conhecimento
em termos novos e combinações novas é a condição de sua formação. Ao
esforçar-se para abarcar toda a vida, sua posição não é a de um peregrino que
segue a estrada principal para sua destinação, mas, ao menos nesse ponto, a
de um pioneiro que talha seu caminho através da floresta virgem. Pois há muito
tempo que o Ioga distanciou-se da vida, e os sistemas antigos que tentaram
incluir a vida, como aqueles de nossos ancestrais védicos, estão muito distantes
de nós, expressos em termos que não são mais acessíveis, confinados em
formas que não são mais aplicáveis. Desde então, a humanidade caminhou
para a frente, na corrente do Tempo eterno, e o mesmo problema deve ser
abordado de um ponto de partida novo.
Por meio desse Ioga buscamos não só o Infinito, mas chamamos o Infinito para
que se revele na vida humana. Portanto, o shastra de nosso Ioga deve prover
uma liberdade infinita à alma humana receptiva. A condição correta para uma
vida espiritual completa no ser humano é permitir ao indivíduo adaptar
livremente o tipo e a maneira de aceitação em si mesmo do Universal e do
Transcendente. Vivekananda, ao salientar que a unidade das religiões deve
necessariamente expressar-se por uma riqueza e variedade de formas, certa vez
disse que o estado perfeito dessa unidade essencial viria quando cada ser
humano tivesse sua própria religião, e, não amarrado por nenhuma seita ou
forma tradicional, seguisse livremente a autoadaptação de sua natureza em suas
relações com o Supremo. Do mesmo modo, podemos dizer que a perfeição do
Ioga integral virá quando cada indivíduo for capaz de seguir seu próprio
caminho de ioga e perseguir o desenvolvimento de sua natureza em sua
elevação em direção àquilo que transcende a natureza. Pois liberdade é a lei
final e a consumação última.

Sri Aurobindo – A Síntese do Ioga


Parte I – O Ioga das Obras Divinas Capítulo I – As quatro ajudas

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