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INTRODUÇÃO

AO YOGA

por: Yuri Fonseca


SUMÁRIO

Introdução ...................................................1
O que é Yoga ............................................... 2
As 8 partes do Yoga ..................................... 7
Yama ........................................................... 8
Nyama ....................................................... 10
Asana ......................................................... 13
Pranayama ................................................ 13
Pratyahara ................................................ 14
Dharana .................................................... 17
Dhyana ...................................................... 17
Samadhi .....................................................19
Considerações sobre o Yoga ......................20

INTRODUÇÃO

O Yoga é uma sabedoria que cobre todos


os aspectos da existência e tornou-se, com o
passar dos anos, uma prática muito difundida
em todo o mundo, desde o oriente até o
ocidente, das mais remotas vilas até as maiores
civilizações. Porém este é um assunto que ainda
gera muitas dúvidas, como por exemplo:
Qual é o objetivo do Yoga?
Yoga e meditação são a mesma coisa?
Yoga é religião?
Yoga é uma atividade física?
Entre muitas outras..
O objetivo deste ebook é fazer uma
introdução ao Yoga, com uma linguagem
simples e objetiva, para trazer a luz ao leitor
sobre esta prática tão poderosa capaz de
impactar tão profundamente e em diferentes
aspectos a vida de seus praticantes.

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O QUE É YOGA

Primeiramente vamos entender que Yoga


não é religião, mas trata-se de uma prática
muito espiritual, pois permite que o praticante
acesse planos mais sutis, os quais não podem
ser percebidos enquanto a mente está
identificada apenas com as situações materiais
e temporais deste plano e, por meio deste
acesso, desperte uma percepção sutil sobre
todo o funcionamento deste Universo e uma
compreensão sobre sua Identidade Verdadeira
e propósito de vida.
Quando se fala em introdução ao Yoga, o
primeiro passo é entender a origem desta
prática. Não se sabe, ao certo, quando originou-
se e nem quem foi o criador “oficial” do Yoga,
mas, de acordo com as escrituras e registros
mais antigos, estima-se que há mais de 5.000
anos atrás esta prática já era algo influente na
vida de muitas pessoas no oriente, mais
especificamente na região onde hoje é a Índia.

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O Yoga pode ser entendido de duas formas
diferentes: Yoga enquanto prática e Yoga
enquanto estado de ser.
O Yoga, enquanto prática, consiste em uma
combinação de técnicas respiratórias, posturas
psicofísicas e meditação, com o propósito de
silenciar a mente do praticante. Cada uma
dessas habilidades é desenvolvida e
aprimorada durante as práticas
constantemente, com a orientação do instrutor.
Nós iremos falar mais a fundo sobre cada uma
das etapas das práticas de Yoga mais adiante e,
também, quais são os seus benefícios e como
elas agem no corpo e mente do praticante.
O Yoga enquanto estado de ser ocorre
durante as práticas propriamente ditas. O Yoga
enquanto estado é quando ocorre a parada das
ondas mentais. E este é um estado alcançado
por meio das práticas. Este estado é de
fundamental importância para qualquer pessoa,
pois é neste momento que se torna possível
conectar-se com sua Identidade Verdadeira e,

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por consequência, perceber seu Potencial
Ilimitado, tornar-se inabalável, controlar suas
emoções e impactar de forma muito positiva
todos os aspectos da sua vida.
Atualmente, existem várias modalidades
diferentes de Yoga, cada uma seguindo
diferentes linhas. Algumas modalidades focam
mais em posturas e movimentos, enquanto
outras modalidades focam mais na respiração e
no silêncio do corpo. O cenário atual mostra
que existem, de fato, muitas modalidades
diferentes e é natural, por se tratar de uma
prática tão antiga, que as modalidades de Yoga
passem por algumas modificações ao longo dos
anos, porém todas as modalidades possuem
um único propósito, que é a percepção de
UNIÃO com o Infinito. Este é o significado da
palavra Yoga: UNIÃO.
Quando falamos união com o Infinito,
neste contexto, estamos nos referindo à união
da pessoa com algo muito maior que a sua
mente, muitas vezes, pode conceber.

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É a união com o PERFEITO, com algo
SOBERANO, com o TODO, é a UNIÃO com uma
inteligência PERFEITA a qual governa todo este
universo.
É um pouco difícil definir com apenas uma
palavra esta “coisa” a qual a pessoa percebe
que está unida e a palavra INFINITO é
constantemente utilizada para descrevê-la, pois
o infinito não possui início e nem fim, está além
do espaço e do tempo, ou seja, não possui
limites. Logo, o simples fato de descrevermos
algo que não pode ser limitado em apenas uma
palavra, já é uma limitação. Porém, para todos
os efeitos, vamos usar a palavra INIFINITO para
que seja possível a compreensão sobre o que é
o Yoga.
Este estado de união só pode ser
experienciado quando a mente fica quieta, ou
seja, quando a mente silencia-se dos
pensamentos e para de se identificar as coisas
do mundo, as quais são temporais e materiais.
Para explicar melhor este estado de Yoga, é

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como se a sua mente fizesse uma viagem para
além do seu corpo físico e além deste planeta. É
como se a sua mente fizesse uma viagem para
outra dimensão. Uma dimensão mais sutil,
muito além do tempo e do espaço. Quando a
sua mente acessa esta outra dimensão, torna-
se possível compreender muitos aspectos que
não são percebidos enquanto ela está presa à
este plano. E é nesta dimensão mais sutil, que a
pessoa percebe qual é sua Identidade
Verdadeira.
As práticas de Yoga são realizadas para
que torne-se possível silenciar a mente e
alcançar este estado de UNIÃO.

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AS 8 PARTES DO YOGA

O grande mestre yogi Sri Patânjali, descreveu,


de forma muito sábia as 8 partes do Yoga, de tal
modo que ao compreendermos cada uma
dessas partes podemos ter uma visão melhor
sobre do que se trata o Yoga e, podemos
compreender também, que o Yoga vai muito
além das práticas, mas é algo constantemente
presente na vida dos praticantes.
As 8 partes do Yoga, definidas por Sri Patânjali
são:

Yama
Nyama
Asana
Pranayama
Pratyahara
Dharana
Dhyana
Samadhi

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Vamos entender mais claramente do que
se trata cada uma delas:

Yama
Yama significa controle ou domínio e
refere-se à sua maestria com as coisas e
pessoas ao seu redor.
Existem 5 Yamas na tradição yogi, sendo
eles:
Ahimsa: Não violência. Isto inclui abdicar
por completo de todas as formas de
violência, sejam elas físicas, verbais ou
emocionais com outras pessoas, outros
seres ou com você mesmo.
Satya: Falar sempre a verdade. Falar a
verdade neste ensinamento é diferente de
apenas não mentir. Falar a verdade é saber
a mensagem que você está transmitindo e
saber identifica-la tal como ela é. Não é a
verdade de acordo com o seu ponto de
vista ou de acordo com a sua opinião. É a
verdade dos fatos. Quando uma pessoa se

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posiciona desta forma, ela tem o compromisso,
inclusive, de se certificar que seu interlocutor, a
pessoa que está recebendo a mensagem ou
informação, possa também compreender a
verdade tal como ela é.
Asteya: Não roubar. Nenhum tipo de furto
é cabível a quem se estabelece em Asteya,
independente de se tratar de um roubo
sobre algo material ou não. Roubar pode
setar relacionado a ideias, formas de
pensamento e asism por diante.
Brahmacarya: Este é um preceito que
auxilia a pessoa a se relacionar com a
sexualidade, sendo que esta não deve ser
desvirtuada. Esta relação com a sexualidade
pode ser de forma compassiva ou
renunciando a ela com o intuito de
transcende-la. A sexualidade envolve uma
energia muito intensa e muito poderosa
capaz de impactar positiva ou
negativamente outros aspectos da vida, de
tal modo que jamais deve ser usada de

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maneira pervertida ou entorpecida.
Aparigraha: diz respeito ao ate de não se
apegar ou a não possessividade. Isto não
significa abdicar do que é fundamental para
se ter uma vida boa e abundante, mas sim,
não estar apegado às suas posses. Este
valor refere-se não apenas a bens materiais,
mas também a memórias, ideias e pessoas.

Nyama
Nyama diz respeito à autodisciplina e
auto-observação, e guia a pessoa em suas
ações voltadas para o seu interior de tal modo
que causem um impacto positivo em sua vida.
Existem 5 Nyamas, sendo eles:
Saucha: Este Nyama refere-se a pureza e
limpeza do corpo físico e da mente. O corpo
humano é uma máquina perfeita em seu
funcionamento, de tal modo que sua
limpeza e todos os cuidados que se possa
ter com ele é uma forma de respeito e
manutenção do mesmo. O mesmo é válido

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para a mente, limpando-a de pensamentos,
memórias e emoções que possam ser nocivas e
tóxicas à vida.
Santosha: significa aprender a se
contentar, de maneira muito plena, com a
vida, independente das circunstâncias e
situações que possam fazer parte dela. Este
valor é capaz de trazer grande qualidade de
vida, pois quando ele se estabelece na
pessoa, já não é mais necessário que você
dependa de acontecimentos, pessoas ou
coisas para se sentir bem. Este universo é
regido por uma inteligência perfeita e
Santocha significa aceitar tudo o que
acontece em sua vida, sejam coisas boas ou
ruins perante a sua perspectiva, e
compreender que nada acontece por acaso.
Tapas: Este é o fogo que queima as
impurezas e gera energia ao ser humano.
Este fogo está relacionado com a disciplina
de se livrar de padrões comportamentais
que nos fazem reagir de forma automática

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baseada em nossas experiências de vida para
começarmos a agir de forma atenta e analítica.
Relaciona-se também com a disciplina de e
energia para fazer o que precisa ser feito, sem
preguiça e sem procrastinação. Este fogo é
estimulado durante as práticas de Yoga, ao
realizarmos os asanas e pranayamas.
Svadhyaya: este Nyama refere-se ao
estudo de si mesmo e estudo das escrituras
sagradas. Estudar a si mesmo é
fundamental para compreender seus
padrões comportamentais, motivações,
formas de pensamento e gatilhos que te
levam a tomar determinadas decisões. O
estudo das escrituras sagradas impacta
diretamente na sua forma de analisar a si
mesmo, o mundo e toda a existência.
Ishvara: esta é a consciência absoluta, livre
do karma. Este Nyama refere-se à entregar-
se a sua Identidade mais essencial, uma
inteligência soberana que rege todo este
universo. Uma inteligência que criou,

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mantém e compõe tudo e todos. Para ter esta
percepção, é necessário compreender a não-
separatividade e perceber que todos estamos
unidos em somos apenas um. Esta percepção
refere-se, na realidade, ao próprio estado de
Yoga. Estabelecer-se em Ishvara significa
colocar a intenção em suas ações, mas sem se
apegar ao desejo do resultado,
compreendendo que Ishvara, esta inteligência
suprema, irá conduzir o resultado da forma que
como deve ser feito, mesmo que você possa
não compreender. Fazemos o que precisa ser
feito, colocamos a intenção e confiamos no
resultado.

Asana
Os asanas são as posturas psicofísicas, as
quais impactam o corpo do praticante agindo
em seus canais energéticos e sutis e
preparando o corpo para silenciar a mente.
Pranayama
Pranayamas são técnicas respiratórias e, por

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meios dessas respirações, é possível impactar,
assim como os asanas, os canais energéticos e
sutis do praticante e, portanto, impactar de
forma positiva vários aspectos de sua vida,
como por exemplo, controle das emoções.
A sabedoria Yogi nos mostra que existe
uma energia muito poderosa presente em
todos os seres deste planeta. Esta energia é
chamada Prana e é conhecida também como O
SOPOR DA VIDA. Esta energia é absorvida por
meio da respiração e, após entrar no corpo, ela
ocupa diferentes densidades e circula por
diferentes canais, cada qual sua função. Por
este motivo é tão importante a prática de
Pranyamas.
E, o mais importante, os pranayamas são a
porta de entrada para a meditação, pois sem
respiração não existe meditação.
Pratyahara
A partir deste momento falaremos muito
sobre os estados da consciência. A consciência,
na sabedoria yogi, compreende a mente, o

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intelecto e o ego. A mente é a responsável pelos
pensamentos, o intelecto é o responsável pela
compreensão e o ego é o responsável pelas
ações. Desta forma, todos estes três aspectos
estão interligados, pois a compreensão do
intelecto depende dos pensamentos da mente
e a ação gerada pelo ego é baseada na
compreensão do intelecto.
Percebendo os papéis de cada um dos
componentes da consciência, mente, intelecto e
ego, torna-se possível compreender a
importância do estado em que a pessoa
mantém sua consciência, pois isto é o que irá
impactar com grande intensidade todos os
aspectos de sua vida.
Pratyahara pode ser compreendido como
uma ponte entre o que é físico e material e o
que é sutil. Este é o estado natural da mente
após a pessoa permanecer em Pranyama por
um determinado período de tempo.
Em Pratyahara ocorre a abstração dos
sentidos. É como se a pessoa pudesse ter a

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tranquilidade e o controle de todas as suas
emoções mesmo em meio ao caos,
independente das circunstâncias ao seu redor.
Quando a consciência está estabelecida em
Pratyahara, a pessoa apenas observa com
atenção, todos os acontecimentos ao seu redor
e os pensamentos em sua mente, mas sem,
necessariamente, colocar o intelecto e o ego na
ativa. A pessoa apenas observa esses
acontecimentos sem que seja necessário ter
uma opinião ou uma reação sobre o que se
passa.
Porém, isto não significa que em Pratyahara,
a pessoa esteja alheia ao mundo e à sua vida.
Abstração dos sentidos não significa falta de
atenção.
Como já foi mencionado anteriormente, o
estado de Yoga se manifesta quando a mente
está silenciada e, para que a mente encontre o
silêncio total, é natural que ela passe pelo
estado de Pratyahara antes de elevar-se à um
estado meditativo.

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Dharana
Dharana é um estado da consciência entre
Pratyahara e Dhyana. Em Dharana a atenção,
foco e concentração da pessoa é direcionada
para um único ponto e mantida ali por um
determinado período de tempo. Este ponto
pode ser a sua respiração, uma figura, alguma
parte do corpo ou alguma densidade
energética. O objetivo de manter o foco
em um único ponto é que a nossa mente tende
naturalmente a divagar ao invés de permanecer
em silêncio. Manter a concentração em
apenas um único ponto é uma forma de trazer
a atenção para o momento presente e, para
que seja possível elevar a mente a um estado
meditativo é fundamental que a pessoa possa
desenvolver esta habilidade.

Dhyana
Dhyana é o que chamamos de meditação.
Porém é fundamental entender que Dhyana
refere-se à um estado meditativo pleno, em que

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a mente não se distrai e nem se perde em seus
próprios pensamentos. Neste estágio
compreendemos que meditação não se trata
apenas de se sentar com os olhos fechados e
respirar profundamente ou entoar algum
mantra, mas sim de manter a mente em
silêncio. Isto pode, muitas vezes, ser algo
desafiador e é necessário perseverança e
disciplina para alcançar este estado de mente.
Meditar tornou-se uma prática muito
difundida no mundo inteiro, mesmo em círculos
alheios às práticas de Yoga. Isto acontece
porque os benefícios da meditação trazem
grandes e profundas revelações à quem medita,
de tal modo que sua vida é impactada de forma
muito positiva em vários aspectos. Porém,
como vimos até aqui, é um longo processo até
que torne-se possível elevar a mente à este
estágio e as práticas de Yoga contribuem para
que a meditação seja alcançada com maior
eficiência e maestria.

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Samadhi
Em Samadhi desaparece o senso de
separatividade. O observador e o objeto
observado tornam-se um. A pessoa que está
em Samadhi expande sua consciência de tal
modo que pode experienciar o estado de Yoga
em sua totalidade. A pessoa pode perceber sua
união com o Infinito e isto é difícil de ser
descrito com palavras. É um estado onde torna-
se possível compreender a perfeição da vida, a
perfeição de toda a criação deste universo e,
que todos os acontecimentos deste mundo e
da sua vida são reais, mas são apenas uma
pequena parte de uma grande realidade. Todas
os acontecimentos da sua vida interferem em
uma pequena parte de quem você realmente é,
da sua Verdadeira Identidade.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O YOGA

É baseado em tudo o que foi mencionado


neste texto que, muitas vezes, o controle
emocional torna-se algo presente na vida dos
Yogis, pois compreendendo que tudo nesta
dimensão é perfeito e que mesmo os
acontecimentos que, perante a sua perspectiva,
podem ser ruins, impactam apenas uma parte
de quem você é e não sua totalidade, a pessoa
torna-se INABALÁVEL.

Praticar Yoga é muito mais que fazer poses


bonitas no tatame. Fazer Yoga é expandir a
consciência para ter a percepção real sobre a
vida e sua Identidade.

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