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O único problema é,
Habits - Plested
E a senhora de bigode.
Para fingir.
1
- Meias sem a parte dos dedos.
Inscreva-me.
- Finley
Uma vez fui a um encontro com um cachorro.
2
- Hottie é gostoso.
vamos no sábado? — Muito envergonhada para fazê-lo repetir,
assumi que tinha ganhado a sorte grande.
Acontece que meu pai disse aos pais de Everest que eu estava
procurando trabalho quando pararam em seu restaurante uma
semana antes. Não podia acreditar. Meu próprio pai foi o culpado
pelo encontro mais embaraçoso da minha vida, mas precisava do
dinheiro, então engoli meu orgulho, dei um sorriso e me joguei
nele. Mal sabia que a façanha do meu pai levaria a mais
oportunidades de trabalho que jamais poderia querer…
3
- Garoto Misterioso.
— Quer que eu vá embora? — A garota parece indignada.
Eu quase rio.
Mesma menina…
Isso é o que ganho por tentar algo novo. Poderia ter ficado de
babá de cachorro nos fins de semana neste verão, mas não, só tive
que aceitar um emprego de babá para a família mais fodida de
Silver Springs.
4
- Casal IT é um casal extremamente popular e o centro das atenções, todos querem ser como eles, ou
terem o que tem.
Em minha defesa, o show parecia bom demais para ser
verdade – muito dinheiro, quarto e alimentação, dois meses
morando em uma mansão. Sem mencionar que o anúncio dizia
que não haveria hóspedes, exceto uma golden retriever chamada
Lexie. Meu chefe me garantiu que seu filho mais velho, Brody,
havia se mudado e seu mais novo, Finn, estava fora no
acampamento de basquete durante o verão.
Merda.
Não deveria ter tirado meu short mais cedo, mas estava tão
quente quanto os poços de fogo do inferno. É seguro dizer que
minha blusa transparente e calcinha de renda não causariam a
melhor primeira impressão? Eu me preocupo que meu coração vá
rasgar meu peito quando dois corpos emaranhados afundam ao
meu lado.
Pobre Xavier.
Novamente.
Sabia que Finn Richards era gostoso por vê-lo na escola, mas
não sabia que Finn Richards sem camisa era o tipo de lindo que
quer dar um soco na cara em nome de homens de aparência
comum em todos os lugares.
O verdadeiro ódio.
Sabe, do tipo que guarda para alguém que lhe deu uma DST
incurável?
Então, por que está dirigindo isso a mim? Seu olhar de ódio
me deixa tão desconfortável que levanto o cobertor mais alto no
meu peito como se quisesse me proteger. Ele está prestes a falar
quando Brie bate nele.
Brie pega sua blusa da cama, a coloca de volta e vai direto para
a porta, apenas parando para dizer — Certifique-se de que ela
mantenha a porra da boca fechada, ou voltarei e grampearei suas
bolas na parede, estamos claros?
Atordoada, olho para ele. Parece que está esperando por algo.
— Tradução, está demitida. Desapareça. — Sacode a cabeça
em direção à porta.
Meu velho teve seu quinhão de ideias ruins em seus dias, mas
esta? Esta leva o prêmio de longe. Estou fora uma semana, e deixa
uma completa estranha entrar em casa para cuidar de Lexie
enquanto está bebendo coquetéis com alguma garimpeira em
Santa Monica.
5
- Boo hoo é imitação de choro de criança, o que seria semelhante a “unhééé foda-se unhééé”.
— Mano, realmente precisa ver alguém por sua obsessão por
aquele cachorro. Essa merda não pode ser saudável. — Axel bufa,
guiando seu isqueiro para o cachimbo em seu colo.
6
- Brincadeira juvenil de puxar a cueca do outro para cima. No Brasil chama-se “cuecão”.
7
- Pedra Preciosa.
o seu nome – para o meio-fio, melhor. O telefone toca cinco vezes
antes de ele atender.
— Telefone de Hank.
— Oh, oi, Xavier, não é? Sou Sônia. Seu pai me falou muito
sobre você.
— Pessoa errada.
— É Sonia — corrige.
— A qualquer momento.
Ofendida, solta um amargo — Só um minuto.
— Muito bem.
— Finn?
— O quê? — Cuspo.
Então desligo.
— É uma merda ser você, então. Saia. Há algo que tenho que
fazer.
Muito bem, mas isso não significa que não possa fazê-la
desistir.
Dia: Lembra quando disse que deveria ficar sozinha com o cachorro
dos Richards no verão?
Aveena: Por favor, não me diga que vai passar o verão com Finn
Richards.
Aveena: Viu? Até ele sabe que seu filho é louco. O que seus pais
disseram?
Dia: E deixar sua filhinha sozinha com um menino por dois meses?
Está chapada?
Dia: Não faço ideia. Apenas evitá-lo por dois meses, acho?
Só assim entendo. Ele não é cruel. Pelo menos, não para ela.
Sério? Quem lhe deu permissão para ser essa porra alta?
Inspira… expira.
Resista.
Resista.
Res…
Res…
Ele não vale nem as calorias que está queimando olhando para
ele.
Sei pelo jeito que olha que anseia por uma reação. Ele quer me
ver ficar brava, mesmo que seja apenas para alimentar seu ego.
— Estava, na verdade.
— Espere.
Exibido.
— Sim?
Idiota.
— Uma semana inteira? Não achei que duraria tanto. Droga,
mana — meu irmão, Jesse, comenta enquanto coloca o prato de
salada de batata na mesa da cozinha. Tola eu, pensando que
poderia passar por uma refeição sem ser perseguida com
perguntas.
9
- O efeito “fantasma”.
Está junto e separado dele há meses. A verdade é que ainda
não superou Mal, e tenho a sensação de que nenhum rebote
poderia fazê-la esquecer o cara com quem deveria envelhecer.
Está tudo bem, você tem isso. Só não diga a eles que mora com
um menino.
— Foi…
Essa e a coisa. Não moro sozinha, diz a Dia interior. Moro com
um jogador de basquete arrogante com uma aparência estúpida e
uma atitude ruim.
Concedido, sempre foram mais duros com ele do que com Cat
e eu. Provavelmente porque Jesse é o mais velho. Cada decisão que
meu irmão toma, meus pais analisam cuidadosamente. Eles têm
uma opinião sobre tudo que faz, incluindo as pessoas que Jess
escolhe para se cercar.
Em sua defesa, Jesse nunca chegou a ser criança. Ele teve que
cuidar de si mesmo por quase treze anos, constantemente saltando
de lar adotivo para lar adotivo antes de acabarmos no mesmo lugar
e encontrarmos nossa família para sempre.
O silêncio fica entre nós como uma parede que não podemos
derrubar. Jesse segura meu olhar por um segundo como se
quisesse dizer algo, mas não sabe como.
Por favor, não esteja em casa. Por favor, não esteja em casa.
Junte-se ao clube.
— Masoquista? — Repito.
Sei que ele gostaria de não ter dito isso pelo jeito que cerra os
dentes e sopra um baixo — Não importa. Esqueça.
Meu irmão não confirma sua identidade, mas seu olhar fala
por ele.
— Ah, e babá?
Preferiria morrer.
10
- Cara de bunda.
Eles provavelmente pensaram que o golpe de Finn para
enfurecer Jesse selaria o acordo, ou talvez pensaram que eu não
apareceria hoje depois de tudo que Finn me fez passar na semana
passada.
Para ser justa, a maioria das garotas não teriam voltado para
a segunda rodada, mas a maioria das garotas não precisam
desesperadamente de um carro. Eu levaria mais cinco verões como
este para ter que pedir carona para meus pais em todos os lugares
até eu ir para a faculdade.
É a minha.
Porra.
— Aposto também um rim que seus pais não sabem que sua
filhinha está morando sozinha com um menino, não é? — Sua
respiração faz cócegas na minha bochecha.
— Você não diz ao meu melhor amigo que sei qual é o gosto da
boceta da sua garota, e eu não digo aos seus pais que a sua filha
é uma mentirosa, como é?
Não falo por um longo momento, tentando e falhando em
acalmar meu coração acelerado.
Finjo pensar sobre isso, bem ciente de que tenho zero munição
agora.
11 - Joia.
Ele está me testando. Certificando-me de que sei onde é o meu
lugar.
Quero chover o inferno sobre ele, mas sei que não posso
recusar. Bem, poderia, mas ele não faria nada. Eu tenho a ponta
curta do bastão agora. Se eu delatá-lo, pode perder seu melhor
amigo - isso o irritaria, mas o cara claramente não ama ninguém,
então superaria isso - mas se ele contar sobre mim? Poderia perder
a confiança dos meus pais, e depois de tudo que meus pais fizeram
por mim, desde me tirar de um lar terrível quando bebê até me dar
uma ótima vida, não aguentaria isso.
A temperatura.
É ele.
Fofo.
Tudo isso fazia parte do seu plano, não era? Levantar-se antes
de mim, mexer na temperatura e sair para não ter que congelar?
Não me dá atenção, para surpresa de ninguém.
— Odeio dizer isso a você, raio de sol, mas não pode me dizer
o que fazer. — Seus olhos voltam para os meus.
Esse era o acordo. Estava louca para pensar que isso poderia
ser o início de uma trégua?
— Então faça isso por Lexie — estalo. — Sabe muito bem que
ela vai congelar lá.
Um grande.
Não me disse nada que eu não soubesse, mas estou mais
preocupada do que nunca. Porque agora, sei que nosso acordo não
mudou nada...
Ele ainda quer que eu vá. E não vai parar até eu partir.
A última vez que tive uma refeição aceitável foi quando a babá
cozinhou aquela caçarola – a melhor comida que comi em um
minuto quente, mas morrerei antes de dizer isso a ela.
Gastei todo o dinheiro que tinha para este mês há alguns dias.
Mal podia me ver dizendo ao meu pai que desperdicei minha
mesada em uma única noite. Ainda bem que tinha o suficiente
para comprar a comida de Lexie. Sei que Theo pensa que porque
meu pai possui toneladas de shopping centers em cima de sua
empresa, estou nadando em dinheiro, mas meu pai acredita
firmemente em seus filhos aprendendo o valor do dinheiro.
Ele acha que estou perdendo meu tempo. Diz que ela não
parece ser do tipo que desiste, e as chances são de que, se ainda
não jogou a toalha, nunca o fará. Segundo ele, a garota não vai a
lugar nenhum.
32 graus.
Minha boca cai. Ela não fez isso. Ouço passos e as patas de
Lexie chacoalhando o chão.
Parece que ela acabou de virar o jogo contra mim. Giro no meu
eixo e odeio a rapidez com que o ódio que se agita em meu
estômago morre.
Foda-me.
A babá está parada na porta da sala com Lexie, vestindo shorts
brancos e um top de biquíni verde neon que faz seus seios
parecerem... Não posso mentir, ela é a porra de um dez.
Sabia que ela era meu tipo desde o segundo em que a peguei
na minha cama de calcinha naquela noite, mas estava muito
chateado com meu pai para me importar. É curvilínea em todos os
lugares certos, com lábios carnudos e cheios que quero foder e
uma marca de nascença perceptível acima de um de seus seios.
Seu cabelo preto longo e encaracolado está jogado por cima do
ombro, caindo em cascata por sua barriga bronzeada. Meu pau
estremece em minhas calças enquanto me imagino agarrando
aquela cintura e me enfiando dentro dela por trás.
— Lindo dia, não está? — Gem vai até a mesa da sala para
pegar as poucas latas de cerveja que não conseguimos jogar fora.
Não consigo tirar os olhos dela enquanto aconchega as latas vazias
em seus braços.
Ainda na cozinha, olho para Theo no sofá, e sei que está tendo
exatamente os mesmos pensamentos pela forma como seus olhos
brilham. Gem olha para Theo suando como um porco, e sua boca
carnuda se curva em um sorriso. Ela está gostando muito disso.
Ele trabalhou para seus pais toda a sua vida, mas decidiu sair
pouco antes do verão começar. Disse que precisava de uma pausa.
E não apenas de seu trabalho. De toda a sua família. Não é
nenhum segredo que a dinâmica da família Cox é uma merda. Theo
é expulso de sua casa por seus pais regularmente por não ser a
história de sucesso acadêmico que esperavam.
— Ei, babá?
Ela para.
Bem, Finn marcou tudo na casa com seu nome em fita adesiva
– porque todo mundo sabe que Finn Richards é a imagem da
sanidade – e os olhares desagradáveis ainda são uma coisa
cotidiana, mas posso lidar com alguns olhares se isso significar
que me deixará fazer o meu trabalho em paz.
12
-É um musical de 1959, que parodia operetas e músicas à moda antiga. O livro, a música e as letras são
de Rick Besoyan.
Estou surpreendentemente grata por Theo morar conosco.
Não consigo me imaginar sozinha com Finn em tempo integral, e
Theo me diz palavras reais, em vez de revirar os olhos e sair toda
vez que entro na sala. Estou ciente de que há uma boa chance de
Theo só ser legal comigo porque o alimento, mas tenho que admitir
que nossa pequena rotina está crescendo em mim.
Deveria estar irritada, brava até, mas tudo que consigo pensar
é o quão perto está de mim agora. Sua respiração batendo contra
o lóbulo da minha orelha e os arrepios subindo pela minha
espinha. Eu me pergunto como seria sua boca chupando meu
pescoço, me marcando toda… Que diabos foi isso?
Bastardo esperto.
— Vou tomar banho. Então vamos dar uma volta, tudo bem?
— Pergunto como se ela me entendesse. Estou a meio caminho do
banheiro do andar de cima que é ligado ao meu quarto quando
meu próprio telefone toca com uma mensagem de texto.
De um número desconhecido.
Número Desconhecido: reorganizei um pouco o seu banheiro. Pensei
que poderia usar mais espaço no balcão. De nada.
E crio.
Com pressa, seco meu corpo e cabelo com uma toalha, depois
coloco um short de seda e uma camiseta folgada. Estou prestes a
sair do banheiro quando vejo o bracelete de ônix preto que passei
horas fazendo no balcão do banheiro. Estou carregando-o desde
que o terminei mais cedo. Não tinha muita certeza do que fazer
com isso no começo. Mal podia me ver usando, sabendo que
nenhum dos materiais era meu. Então percebi que só fazia sentido
para Finn tê-lo.
Recomponha-se.
Gem…
— Que seja.
Seu peito arfando para cima e para baixo, luta para falar. —
Eu só... pensei que seria bom para você ter algo dela.
Eu quase rio. Minha mãe me deixou muitas coisas quando
morreu.
TEPT13, pesadelos, culpa sem fim, mas com certeza não preciso
de um bracelete feito por uma estranha.
Porra. Essa garota é meu pior pesadelo. Algo que odeio tanto
quanto desejo.
Porra, não há como ela não sentir isso. Ficamos assim por
longos segundos, olhando para a alma um do outro. Até que,
finalmente, engasga com um fraco e quase inaudível “Entendido”.
Alerta de spoiler?
Estava errado.
Desde o dia em que me mudei para esta casa, ouvi Lexie chorar
três vezes. A primeira foi quando chorou na porta do quarto de
Finn, depois no meu à noite para poder entrar.
A terceira é agora.
Estas são as primeiras palavras que falo com ele desde a noite
em que jogou fora meu bracelete.
Deus...
Parecia real também, e não sei o que fazer com isso até que
joga a cabeça para trás e me olha por cima do ombro. Há um
sorriso quase imperceptível naquela boca perversa.
— O-o quê?
— Venha aqui. — Gesticula para me aproximar.
— Não.
— É estúpido?
Ouvi isso certo? Meu olhar se levanta para ele, mas não está
me olhando, seu foco perfurado na noite.
Uma risada sobe pela minha garganta, mas fico quieta por
respeito próprio. Não deveria estar rindo de suas piadas. Não
esqueci o que fez comigo depois que lhe dei o bracelete.
Ele reprime um sorriso. — Receio que isso seja tudo o que terá.
— O quê?
— Não fique aqui por minha causa. Por todos os meios, vá vê-
la.
Ele faz uma pausa. — O que a faz pensar que quero foder Brie
de novo?
Espero que ele me coloque no meu lugar, do jeito que fez dois
dias atrás, mas em vez disso, pega a garrafa de uísque que
provavelmente encontrou no estoque de seu pai e toma um longo
gole. Ele me confronta assim que coloca a garrafa no chão.
— Não o quê?
Ele geralmente tem uma resposta para tudo, mas desta vez,
parece hesitante em compartilhar. Espero e espero que jogue em
mim, mas nunca o faz. Em vez disso, solta o aperto na minha
cintura e começa a sair.
Cada fibra do meu ser grita para que eu faça algo quando se
aproxima da porta.
Deveria nos deixar esquecer que por uma noite, não estávamos
completamente infelizes na presença um do outro, mas ele sair, a
trégua estará oficialmente acabada, e isso me assusta muito.
— Ele veio para casa com você? Prefiro não ter que dizer ao
meu chefe que o seu filho pode estar deitado em uma vala em
algum lugar. — Engasgo com minha desculpa. Nunca admitirei,
mas estou curiosa. Inferno, estou até um pouco preocupada com
sua bunda imprudente.
— O que tem para o café da manhã? — Finn diz, sua voz rouca,
provavelmente de tanto beber até o túmulo, e passa a mão pelo
cabelo matinal. Está de ressaca e ainda parece impecável. Estou
começando a pensar que a única maneira de sobreviver a este
verão é se eu jogar um saco de papel na cabeça desse garoto.
Até…
Ele ficou puto comigo por fazer a coisa estúpida, e agora está
usando?
Aveena : Que horas nos encontramos hoje à noite? Minha irmã gosta
de música, então não posso chegar antes das seis.
— Porque o quê?
Típico.
— Ei, bonito.
Estremeço.
Finn não diz uma palavra, mas isso não parece afastá-la nem
um pouco, porque ela enlaça os braços em volta do seu pescoço,
esmagando os seios com o peitoral dele e bate a boca sobre a dele.
14- É técnica de tingimento atemportal, descolado, trendy e irreverente. Desde os modelos confortáveis
— E você é? — Pergunta.
Pega.
— A sua mãe lhe deu de presente para ele quando era criança.
Na mesma época deu a ele aquela corrente que sempre usa... sabe,
antes dela... — Theo faz uma pausa, o termo o deixando inquieto.
— Afogar? — Completo.
— Sim, isso.
— Ai — comenta Theo.
Finn vai até a rede e gesticula para que Theo se mova com o
queixo. Theo arqueia uma sobrancelha, mas não se mexe, o que
resulta em Finn sentado em cima de seu amigo sem se importar.
— Não me diga. — Finn deixa claro que está aqui para ficar, e
Theo começa a tentar empurrá-lo. Estão lutando como crianças
antes que eu perceba, e não posso evitar o sorriso se formando em
meus lábios.
Eu tomo um gole do meu café que está ficando mais frio a cada
segundo e lanço um olhar em sua direção. Percebo, quando vejo o
quão sem remorso está sobre o que acabou de fazer Louise passar,
que eu precisava desse lembrete.
Precisei ver que ele transou com alguma líder de torcida depois
de me fazer acreditar que tinha um coração em algum lugar
naquela gaiola de gelo…
E nunca será.
— O que posso pegar para vocês, senhoritas? — Uma voz
masculina, mas suave, surge no meio da nossa conversa, fazendo
com que eu e Aveena olhássemos para o funcionário do meu pai.
Ele não é como Finn. Não que Finn Richards seja o que quero
em um homem.
Oh infernos, não.
De Theo.
Theo: AGORA.
Assim que Vee ligou seu telefone novamente, percebeu que sua
mãe estava ligando para ela há horas. E pelo olhar em seu rosto
enquanto folheava suas mensagens, será bem-vinda quando
chegar em casa. Acontece que sua filha comemorando seu
aniversário não era uma razão boa o suficiente para a Sra. Harper
lhe dar a noite de folga.
O cara tem que ter mais de vinte e dois. Por que os estudantes
universitários estão aparecendo em uma festa do ensino médio?
As perguntas que monopolizam minha mente desaparecem
quando me atingem.
Não consigo ver meus pés tocando o chão enquanto corro pelo
corredor e abro a porta do meu quarto. Como esperava, tudo está
destruído…
Foi-se.
A escolha é fácil.
Ela não vem até mim, seu corpo inteiro tremendo enquanto
me encara com total terror. — Oh meu Deus, Lexie, sinto muito —
sussurro, correndo para ela e caindo ao seu lado.
Sim, ele está morto. Finn Richards está morrendo esta noite.
Meus dedos estão tremendo quando estendo a mão para
acariciá-la, hesito, mas ela parece notar porque preenche o espaço
entre nós e esfrega o rosto na minha palma. Devo me desculpar
mais cinco vezes antes de tomar a decisão de ligar para meu irmão.
Já passa das 2:00 da manhã, mas ele atende imediatamente.
— Dia? — Sua voz é áspera por ter sido acordada, mas ele não
parece irritado. Ele parece preocupado. — Você está bem?
— Estou a caminho.
Ela veio para casa comigo esta noite. Meu irmão mais novo
está na casa dos meus avós, e meus pais estão voltando de uma
escapadela romântica amanhã, então não é como se tivessem algo
a dizer sobre o assunto. E mesmo que o fizessem, não me
importaria.
Não vou deixá-la aqui. Só terei que tomar cuidado para levar
Lexie direto para o meu quarto para evitar provocar as alergias do
meu pai.
Ele não discute. Jesse mal deixou Lexie pular no banco de trás
antes que a voz de Finn cortasse a noite.
Como pode?
Sua mandíbula fica frouxa com o meu anúncio, mas não dou
a ele outro olhar, virando e indo para o carro de Jesse. Acho que
com certeza o pior já passou... até que outra voz profunda corta a
música ensurdecedora.
Tenho a sensação de que ele sabe algo que Jesse não contou
a ninguém. É por isso que deixaram de ser amigos?
Jesse não ouve até meu terceiro apelo, olhando para Brody de
longe. Por fim, consigo arrastá-lo para o carro. Olho para o espelho
retrovisor enquanto nos afastamos e vejo a silhueta de Finn
completamente imóvel no meio da entrada, nos observando sair.
Amanhã, desisto.
Nunca tive medo de fazer ligações.
Lexie não saiu do meu lado desde que entramos na minha casa
ontem à noite. Estava nervosa - como poderia não estar em um
novo ambiente - mas posso dizer pelo jeito que se agarra a mim
por toda a vida que confia em mim para protegê-la. Sabe que
nunca faria nada para machucá-la.
— Dia, espere.
Ele tem razão. Liguei para ele porque estava emocionada, com
raiva e com o coração partido por perder a camisa da minha mãe
biológica, mas nada disso importa tanto quanto a segurança de
Lexie. Não vou abandoná-la. Mesmo que isso signifique viver com
um monstro por mais algum tempo.
— Espera, Lexie?
Theo vira de costas, depois se senta ereto. Ah. Finn deve ter
lhe dito que a levei para minha casa, o que explica sua surpresa
por ela estar em casa.
— Dia, você está... aqui — diz quando me vê. — Não achei que
fosse voltar.
O quê? Volte.
Não, Dia, ainda é a razão pela qual a camisa da sua mãe sumiu.
É a sua casa. Ele deu a festa.
— Não sei o que você e seu irmão disseram a ele, mas estava
furioso com Brody.
— Somos — sussurro.
Será que meu pai biológico não queria saber sobre mim? Ou
que não saiba sobre mim? E se não faz ideia de que tem uma filha
por aí? Certamente, este é o único cenário que poderia justificar
sua ausência, mas talvez…
Meu quarto fica de frente para o jardim da frente, por isso abri
uma janela para ter certeza de ouvi-lo chegar em casa, apenas para
acabar acordada, ouvindo minhas persianas batendo no vento com
Lexie roncando ao meu lado. Quero pedir desculpas a ele.
Meus AirPods.
Retiro o que disse. Não quero falar com ele. Por favor, que seja
Theo.
— Ei — consigo dizer.
Não é que considere Theo um amigo, mas ele era a coisa mais
próxima que tinha de um nesta casa. Sem mencionar que sua
ausência implica que ficarei sozinha com Finn pelo resto do verão,
e não estou nem perto de estar preparada para isso.
Sem resposta. Eu me viro para sair e secar Lexie antes que Vee
chegue aqui, mas paro antes de sair para o pátio.
Ouch. Espero que elabore, mas ele leva seu doce tempo,
guiando sua garrafa de água aos lábios e tomando um gole.
Observo enquanto uma gota de água escorre por sua mandíbula e
garganta.
Sei que não é Finn. Ele chegou em casa e subiu para o quarto
muito antes de eu colocar uma comédia romântica e desmaiar.
Também não pode ser Theo. Apareceu para juntar o resto de suas
coisas na hora do jantar.
Ela o conhece.
— Jesus, Emery, como faz isso? Não posso acariciá-la sem ela
tentar morder meu pau — o outro cara comenta.
Difícil.
— Não dou a mínima para quem fez isso, idiota. É aí que está
o problema. — Finn deixa claro que não poderia se importar menos
com Lou.
Algo me diz que esta não é a primeira vez que Xavier teve que
bancar o mediador.
Acho que meu ego não aguenta mais golpes. Ainda está se
recuperando de Finn rindo na minha cara esta manhã.
Finn zomba. — Sou mais ereto que o poste em que sua mãe
dança.
— Claro que ela é meu tipo. Viu a maldita garota? Agora, foda-
se — Finn estala.
Minha palma voa para minha boca. Ele mentiu na minha cara
mais cedo.
Todas as coisas que ele disse sobre pegar suas próprias coisas
de volta eram besteiras. Por quê? Por que está tão desesperado
para me impedir de ver o que há de bom nele?
— Está falando sério agora? Você nos chamou até aqui para
dez minutos de fumar? — Reclama Axel. — Estou chapado como a
porra de uma girafa. O que eu deveria fazer? Ir para casa e olhar
para o teto?
Isso está tudo na minha cabeça. Finn não pode estar aqui.
Que atencioso.
— Tudo — admito.
Espere, ele sabia? Sabia que eu estava aqui esse tempo todo?
— E daí se fosse?
— Eu lhe disse para não fazer perguntas que não pode lidar
com as respostas. — Ele me alimenta com a mesma porcaria que
fez naquela noite na biblioteca.
— E eu lhe disse que não tem a mínima ideia do que posso
lidar. — Eu mantenho minha posição. — Responda-me. Como ela
me reconheceu?
Huh?
— Você o quê?
Não tem jeito. De jeito nenhum Finn realmente disse isso para
mim.
Será que imaginei?
Mate. Me. Agora. Mais uma vez, ele está certo. Ele me deixa
toda ardente e incomodada.
— Você me deixaria beijá-la, Gem. E o que é pior, gostaria.
— Então, me pare.
Sua boca desce sobre a minha tão rápido e forte que perco todo
o equilíbrio. Finn envolve o braço em volta da minha cintura antes
que caia, mas minhas costas ainda batem contra a prateleira de
vinho atrás de mim, o impacto chacoalhando as garrafas de vinho
como um terremoto.
Maldito inferno.
Ele acabou de… Ele disse meu nome pela primeira vez.
Dia.
Puta merda.
Eu hesito. — Eu…
— Fique comigo.
Pensei em contar aos meus pais, mas estava nervosa que Jesse
fosse retaliar e me delatar por viver com um menino. Então,
concordei em fingir que meu irmão ainda estava me levando
quando, na verdade, ando por uma hora toda sexta e domingo.
Ele nem vem para casa para dormir na maioria dos dias. E
quando vem, sai antes de eu acordar. Sabia que nos
arrependeríamos do beijo e bem... as outras coisas, mas não achei
que ele fosse sumir da face da terra.
Sim, ele ainda é bonito. Esperava que ficar longe dele por um
tempo acabasse com essa atração, mas assim que nossos olhos se
encontram, minha mente abre a porta para uma memória sombria
e distorcida.
— Com o quê?
Viro para olhar para ele, e sua boca se abre por um segundo.
Tenho a sensação de que quer dizer algo importante e, por um
momento, sou burra o suficiente para pensar que pode estar
pronto para reconhecer o que aconteceu.
Dia : Está quente pra caralho, e estamos sem água. Podemos demorar
um pouco.
— O quê? — Eu o chamo.
Ele acabou de dizer que tenho uma bunda doce? Oh meu Deus,
Dia, pare.
Espere o quê?
Brody: A garota com a bunda chata já desistiu?
Estou tão duro, porra, que meu pau aperta contra minhas
calças, ansiando por liberdade. Sua respiração está pesada, seu
peito subindo e descendo enquanto gira o brinquedo sob o cobertor
e engasga com um gemido que temo que possa me matar.
Foda-se.
Eu levanto minha palma para minha boca e cuspo nela, então
envolvo minha mão em volta do meu pau novamente, ganhando
velocidade. Se ela empurrasse aquele cobertor mais um
centímetro, gozaria em dois segundos. Meu pau estremece quando
joga a cabeça para trás com um rosnado irritado.
Urgentemente,
Que horror.
Oh meu…
Estou presa.
— Faça-me.
Eu, Diamond Mitchell, quero que o filho do meu chefe faça coisas
profanas comigo contra a porta do meu quarto - vamos apenas dizer
que não prenderei a respiração por ser a Funcionária do Mês.
Dia, não vá lá. Não vá por esse caminho com ele. Não
— S-Sim — sufoco.
Muito tarde.
— É uma boa menina — expira e arrasta um dedo pela minha
coxa. Não consigo suprimir um suspiro quando levanta meu
roupão, parando a centímetros de um lugar que ninguém jamais
tocou antes.
Uma coisa é ter o filho do seu chefe apalpando você por trás;
outra é ter que olhá-lo nos olhos enquanto incendeia todas as
promessas que você mesma fez.
Desde a primeira vez que o vi, sabia que estava atraída por ele,
e enquanto uma parte de mim iria até o fim do mundo para fingir
que tudo isso é... uma atração estúpida e sem sentido... vou olhá-
lo nos olhos e descobrir que é mais. Mesmo que seja apenas mais
para mim.
Ela sorri. — Pelo que vale, tem todo o meu respeito. Theo me
disse que Finn tem sido um grande idiota com você.
Ela acena.
E hoje à noite?
— Tente me impedir.
Finn me choca ao esmagar o seu telefone no balcão. — Eu
gaguejei, porra? Você não vem.
Pode?
Lacey: Envie-me uma mensagem quando estiver aqui.
15- Comumente jogado em festas americanas, coloca-se uma fileira de copos e o participante tem que
jogar uma bolinha de Ping Pong acertando-os, a cada copo acertado uma dose de bebida alcoólica, ganhando
quem acaba primeiro.
para encontrar seus amigos. Finn segue o exemplo sem sequer
olhar em minha direção.
Lacy: Onde?
Dia: Cozinha.
Menos de um minuto se passa antes que sua voz atravesse a
música.
Jesus.
Não posso deixar de sentir que deveria estar fazendo isso com
Aveena... mas, novamente, minha melhor amiga prometeu a si
mesma nunca beber depois de testemunhar as lutas de seu pai
com a bebida.
16 - Mistura de tomate, limão, pimenta e vodca gerou uma bebida exótica e cercada de lendas.
Lacey aplaude animada e canta — Experimente. Tente.
Concordo.
Sem esperar nossa resposta, Lacey nos leva a uma sala que
parece uma típica caverna masculina - TV de tela plana, cadeiras
de couro reclináveis, pôsteres esportivos e frigobar no canto.
— Eu…
Foi isso que Lacey quis dizer, não foi? Quando disse que os
rapazes foram liquidar uma dívida? Finn deve dinheiro a alguém.
Deve ter ido e tentado convencer esse alguém mais cedo. Acho que
o homem voltando para o segundo round significa que não foi tão
bom.
Eu também vou.
Sempre tive pavor de filmes de terror.
17 - Árvore que dá origem ao xarope de bordo muito usado pelos americanos em cima de suas panquecas
doces.
Então, não só perdi Finn, mas também perdi meu caminho.
Silver Bridge.
Espere.
Destruído.
Não sei nada quando se trata de ler esse rapaz, mas sei que
não esperava me ver aqui. E com certeza não esperava que eu o
seguisse até o local mais mortal da cidade. Finn usa uma cara de
pôquer impenetrável, toma um gole da cerveja que segurava
quando saiu mais cedo e desvia sua atenção para as luzes
cintilantes à sua frente.
Esta não é a primeira vez que Finn brinca com fogo assim.
Ouvi as histórias, mas nunca acreditei nelas. Finn era o assunto
do segundo ano. A notícia na rua era que Finn havia sido preso
por roubo de carro, consumo de bebida alcoólica para menores de
idade, vandalismo – tudo antes dos dezessete anos; tmbém foi dito
que ele acabaria no hospital semanalmente…
— Gosta do oceano?
A sua mãe.
— Uma vez. — Prova que estou certa. — Uma fodida vez. Isso
é tudo o que precisou.
Meu Deus.
— Fazer o quê?
Bingo.
— Diga-me o porquê!
Vale a pena?
Ele não quer ouvir isso, mas precisa. Precisa ouvir antes que
faça algo estúpido de novo e seja morto. Não sou tola o suficiente
para acreditar que posso salvar Finn Richards de seus demônios,
mas talvez, se tiver sorte...
Conseguimos.
Ele me segura em seu peito para salvar sua vida, uma de suas
mãos correndo para a parte de trás da minha cabeça enquanto
aninha seu nariz na curva do meu pescoço e inala bruscamente.
Ficamos nessa posição por longos segundos - duas crianças se
abraçando na terra ao lado de uma ponte desmoronada no meio
da noite.
Sim, sei que vai demorar muito mais do que uma experiência
de quase morte para curar completamente esse cara. Para pôr fim
ao seu comportamento autodestrutivo, mas esta noite, ele
escolheu segurar em vez de deixar ir. Esta noite, escolheu viver em
um mundo onde sua mãe não está.
Aceno em resposta. Eu não sei mais como falar com ela. Uma
pessoa normal optaria por - obrigado por salvar minha vida - mas
não parece certo. Não parece suficiente.
Pelo amor de Deus, ela arriscou sua vida por mim. Quando a
ponte cedeu, poderia ter me deixado lá. Eu, o filho idiota do seu
chefe, que adora tornar a sua vida miserável. Ela poderia ter
fugido, ninguém jamais saberia. Eu seria apenas mais uma
história triste em um jornal de cidade pequena.
Ela ficou, sabendo muito bem que a ponte não duraria muito
mais tempo. E pode agir com firmeza, mas não há nada além de
luz no coração de Diamond Mitchell. Eu a quebraria em um
segundo se colocasse minhas mãos nela novamente. E ela não
merece ser quebrada.
Ela não.
Com isso dito, direciona seu foco para a luz distante e as cores
rosadas lançadas sobre a colina. O sol deverá nascer a qualquer
momento agora.
Ela vira a cabeça para olhar para mim. — Uma coisa boa ou
uma coisa ruim?
— Diga.
Tudo o que fiz foi para machucá-la, mas isso foi antes de ela
salvar minha vida. Ela nunca poderá saber o que fiz com aquele
dinheiro.
Silêncio.
— Ei, ele deve ter feito algo certo, ou eu não estaria aqui. —
Zombo e mexo com a corrente de prata em volta do meu pescoço.
Está torcida e desconfortável como a merda.
— Deixe-me fazê-lo.
— Como contaram?
— É por isso que é tão protetor com ela. Porque sua mãe a deu
para você — reúne.
— Difícil não ser. Prometi à minha mãe que cuidaria dela, não
importa o quê. Jurei que a protegeria. Sempre.
Há um momento de silêncio.
— O nome do seu pai é Hank. — Não parece uma pergunta,
mas uma afirmação.
— Sim?
Eu faço o mesmo.
Ela teve que puxar minha bunda para cima de uma ponte que
entrei voluntariamente, e ainda tem fé em mim. Vê algo que não
está lá. Cara, vai doer quando ela cair de sua nuvem.
— Só estava curiosa.
Eu bufo. — Besteira.
Finn, 0.
Gem, 1.
Mentirosa.
Por que diabos estou tão louco? Por que diabos eu me importo?
— Acho que não quero parecer uma idiota? Eles fizeram tudo
por mim, e aqui estou eu, querendo saber mais sobre os sacanas
que me entregaram. — Faz uma pausa. — Bem, tecnicamente,
minha mãe morreu, então não podia cuidar de mim, mas meu pai
não vasculhou o planeta para me encontrar.
— Você disse algo mais cedo... — Sua voz está trêmula, como
se o que está prestes a dizer a assustasse. — Essa merda não é
divertida, a menos que quase te mate?
Eu concordo.
Ela inala uma respiração afiada para manter sua ansiedade
na linha. — É por isso que me beijou? Aquela noite na adega?
Porque gosto de veneno?
— Mesmo isso?
Eu disse que tinha acabado. Que ela era boa demais, pura
demais para mim. Que ela não merecia ser quebrada.
Até não sobrar nada. Até que esteja tão vazia quanto eu.
Não tem como ela chupar meu pau assim. Esta não pode ser
a sua primeira vez.
É ela.
Há algo molhado na minha bochecha.
Puta merda.
Eu pensei que talvez Finn tivesse dito a ele que tínhamos feito
coisas antes – não é nenhum segredo que os caras gostam de falar
mal – mas Theo não parece estar envolvido nisso.
Depois de deixar claro que nunca fui nada mais para ele do
que sua garota de recados, volta para dentro.
Estou atordoada, envergonhada, mas principalmente... Estou
furiosa.
Não posso acreditar que dei a esse idiota tantas das minhas
estreias, e para quê? Ele não poderia se importar menos comigo. A
triste verdade surge em mim quando me levanto e enrolo o cobertor
em meus braços.
Não muito.
Decidi voltar para casa para pegar o resto das minhas coisas
e ver Lexie novamente antes de fechar oficialmente o livro neste
verão. Ei, Finn pode não ser o único, mas pelo menos me ajudou
a ganhar um pouco mais de experiência. E pode ter tirado a
maioria dos meus primeiros, mas nunca conseguirá o grande V.
Meu carro novo ruge alto enquanto dirijo até a casa pela última
vez. Eu finalmente tive o suficiente para comprar meu carro de
Brenda alguns dias atrás, e meus pais o levaram para casa para
me surpreender. É um pouco barulhento, mas só tem que durar
até o último ano – o plano é abandonar as despesas do carro
quando eu for para a faculdade.
— Estou.
Finn vai até o sofá para acariciar Lexie. — Ela dormiu o dia
todo?
— Tem certeza?
Acho que vejo um traço de dor rasgar seus olhos cor de avelã.
Houve uma ligação. E não, não era amor. Não, não era um
conto de fadas, mas era algo. Meu pulso acelera no meu pescoço,
dou a ele uma última chance de fazer isso direito.
Do veterinário de Lexie.
É sangue.
Um milhão de cenários se aglomeram na minha cabeça
enquanto sigo o rastro de sangue na entrada da garagem. Há
apenas um veículo no estacionamento, do Finn. O carro preto está
exatamente onde estava quando saí para o supermercado.
Oh Deus. Lexie.
Oh Deus não.
Sua pele está pálida e seus olhos estão vermelhos. Ele está em
choque.
Meu silêncio o enfurece. — Eu disse, onde estão suas malditas
chaves? Não consigo encontrar as minhas. Não consigo encontrar
minhas chaves. Dê-me suas chaves — repete como um louco.
Meu choro se torna histérico quando Lexie fica com frio, seus
olhos castanhos cheios de lágrimas. Seus gemidos diminuem de
volume, e agarro seu rosto entre minhas mãos por um momento.
Ela está com medo. Olhando para mim como se estivesse
esperando por mim para salvá-la. Para aliviar sua dor. Ela não vai
conseguir. E definitivamente não temos trinta minutos para chegar
ao veterinário.
— Você tem que dizer adeus! — Grito, e Finn pisca para mim,
lutando contra as lágrimas com todas as suas forças.
— Pare! Pare de dizer isso, porra. Ela ficará bem. Ela... não
pode morrer.
Ele diz como se tudo isso fosse culpa dele. Como se tivesse
falhado com ela de alguma forma. O pânico o domina quando os
olhos dela começam a se fechar, sua respiração desacelera
conforme ela solta um gemido final.
A resposta é quinze.
Calculado.
Casa.
Ele não quer voltar, mas está escondido naquele mesmo lugar
desde o acidente de sua mãe. Consegui puxá-lo para fora naquele
dia na ponte. Então, novamente esta manhã, quando se despediu
de Lexie.
Um de nós precisa.
— Finn?
Só então ele olha para mim, a dor que vi em seus olhos quando
Lexie deu seu último suspiro nada mais do que uma memória vaga
e distante.
— Pooorra — grita.
Nós travamos os olhos, mas ele está longe demais para ver o
apelo no meu.
É como se ele não acreditasse que fez tudo isso. Suas mãos
voam em seu cabelo, e ele segura mechas entre os dedos antes de
cair de joelhos no tapete da biblioteca. Esta é a terceira vez que
vejo esse menino de joelhos desde que o conheci.
Desta vez, parece que está se rendendo. Para a sua dor, a dor,
a mim.
E não acho que ele realmente se permitiu sentir isso até agora.
Sua boca bate na minha tão rápido e forte que perco o controle
dos meus próprios pensamentos. Finn não me dá a chance de
assinar na linha pontilhada, concluindo nossa transação com um
beijo. A maneira como devasta minha boca é definitiva.
Vinculativo.
Jurei pela minha vida que estava desistindo desse garoto, mas
seu beijo é como pomada para uma ferida infectada, uma distração
que ambos precisamos desesperadamente depois do inferno que
passamos hoje. Isso é inofensivo. Estamos apenas nos beijando.
Contanto que não dê a ele o grande V, não precisa significar nada…
Certo?
Ele quer dizer isso? Está apenas me usando para superar sua
dor? Encontro conforto em saber que, não importa o que aconteça
aqui esta noite, vou embora amanhã.
— Sim, senhora.
Ele ri.
— Foda-se — tremo.
Filho da puta.
Bom Deus.
Quanto mais tento lutar, mais forte ele vai, bombeando seus
dedos dentro e fora de mim e puxando meu clitóris com os dentes.
Posso sentir seus dedos afundando em minha cintura, marcando-
me como sua propriedade enquanto me devora sem um pingo de
restrição.
— Finn — aviso.
Porque quero que ele faça. Isso pode ser um grande erro. Posso
me arrepender de ter dado meu cartão V para um garoto tão
quebrado quanto ele, mas quero senti-lo dentro de mim. Quero
senti-lo todo antes de deixar esta casa para trás.
— Não estou.
Não posso falar, mas não espera que eu fale, batendo sua boca
na minha novamente. Só percebo o que está acontecendo quando
se afasta e pega seu jeans no chão; tirando uma camisinha do
bolso e, embora odeie que ele seja o tipo de cara que carrega
proteção o tempo todo, engulo a pílula o melhor que posso.
Ele mal rolou o látex para baixo de seu eixo antes de posicionar
seu pau duro e cheio de veias entre as minhas pernas.
E uma lágrima rola pelo meu rosto. Não porque dói, ou porque
estou triste, mas porque isso... nós... é demais para o meu coração.
Isso dói.
— É.
Ele olha tão profundamente nos meus olhos que tenho medo
que possa ver através das minhas mentiras. A verdade é que não
quero que isso acabe amanhã. Eu tenho sentimentos por ele. E
isso está me matando.
Ele me tira disso, circulando minha garganta com a mão e se
inclinando para sussurrar em meu ouvido — Marque minhas
malditas palavras, eu também serei o último.
Quero discutir e lhe dizer que já tem todos eles, mas seu dedo
mergulhando para baixo para esfregar pequenos círculos ao redor
do meu cu prova que estou errada. A sensação faz meu estômago
se contrair apesar de uma voz na minha cabeça me alertando sobre
suas intenções.
Parece que uma pilha de tijolos está no meu peito quando abro
os olhos, sentando na cama e examinando o quarto.
O quarto de Finn.
Nada.
Meu telefone.
— Ora, ora. O que temos aqui? — O idiota, que não pode ter
muito mais de 29 anos, mas parece ter 40 devido ao abuso de
substâncias, solta uma risada ofegante e se aventura mais fundo
no quarto.
Uma sensação de impotência esmaga todos os ossos do meu
corpo quando fecha a porta e a tranca. É o jeito que me olha. Como
se eu fosse um pobre animal indefeso que caiu em sua armadilha.
Não, claramente não sabia que Finn tinha ido embora ou não
teria chamado seu nome antes. É quando percebo que fiz isso
comigo mesma. Sou a culpada por seu ceticismo.
— Deve ter sido uma dor limpar todo aquele sangue. — Ele ri,
torcendo a faca em minha ferida. Minhas emoções estão
claramente estampadas em todo o meu rosto porque zomba.
Ele sabia? É por isso que estava se culpando, não é? Sabia que
tinha um papel nisso.
Apenas feche seus olhos. Feche os olhos e saia deste lugar, Dia.
Drogas, provavelmente.
Não ligue para ela, não ligue para ela, não ligue para ela.
Fui burro o suficiente para pensar que voltaria antes que Dia
acordasse. Na pior das hipóteses, enviaria uma mensagem para
ela e esclareceria as coisas, mas não tinha carregado meu telefone,
e a coisa estúpida morreu assim que cheguei à estação. O
interrogatório durou uma eternidade, e quando cheguei em casa,
ela tinha ido embora.
Para ser justo, saí primeiro. Por que não posso simplesmente
enviar uma mensagem para ela? Superar-me o suficiente para me
desculpar? Resposta curta?
Não vai parar de me chamar de fraco por querer algo que pode
não me querer de volta. Afinal, ela disse que deveríamos seguir
nossos caminhos separados depois que transamos, mas ela acha
realmente que pode simplesmente sair da minha vida?
Ela me assombra.
Meu melhor amigo vai até o meu carro para minha espiral.
Para ser justo, meu melhor amigo pensa que é o Dr. Phil18 ou
alguma merda. Sabia que algo estava errado assim que entrou.
Acabei cedendo e contei a ele sobre a descoberta da polícia.
Acontece que o carro que estava seguindo Lexie e eu foi roubado.
Foi encontrado abandonado por uma estrada de terra com apenas
uma coisa dentro…
Um boné de beisebol.
18- Phil McGraw é um psicólogo dos Estados Unidos que se tornou conhecido do grande público ao
participar nos programas de Oprah Winfrey como consultor de comportamento e relações humanas.
Xavier e eu vamos encontrá-lo atrás do cinema abandonado
do outro lado da cidade em dez minutos. O lugar é um lixo.
Ninguém nos verá lá, mas, mais importante…
Duas vezes.
Percebo que caí fácil. Se houvesse algo como carma, ela teria
arrancado minhas bolas do meu corpo naquele momento e jogado
pingue-pongue.
Espere, Theo contou a ele sobre mim e Dia? Jesus, sou a única
pessoa neste maldito planeta que não sabia que estava mal por
Diamond Mitchell?
Merda.
Ela me bloqueou.
Facas? Armas?
— Admita primeiro.
— Estou supondo que isso significa que ela também não lhe
contou sobre nosso pequeno encontro? — Ele sorri.
Não. Porra.
Quando?
Ele a tocou.
Seu sangue.
— Seu filho da puta, acha que pode tocá-la? Acha que pode
machucá-la? Você está morto. Está tão morto, porra — grito ao
ponto de forçar minha voz enquanto bato meu punho em sua
mandíbula.
Porque eu a abandonei.
Imagens dela acordando com o corpo nojento e suado dele
pesando sobre ela se misturam diante dos meus olhos, mas nada
se compara à dor cegante que sinto quando algo cortante acerta
meu antebraço.
Muito disso.
Eu o ignoro.
Ponto.
— Conseguiu? — Pergunto.
E agora?
Andei por esses corredores muitas vezes antes, então por que
parece a primeira vez? Por que parece tão diferente? Meus pulmões
espremem o ar do meu corpo enquanto empurro a multidão com
Aveena. Graças a Deus pelas pausas. Poderia precisar de um
minuto para me recuperar do primeiro período.
Olho para ela. — Foi apenas uma nota estúpida. Não significa
nada.
— Com prazer.
Eu quase deixo cair meu telefone quando sua boca colide com
a minha. Minhas costas batem na parede com um baque, mas tudo
que posso ouvir é o som de anjos cantando enquanto uma de suas
mãos voa para o meu rosto, a outra se espalhando em meu cabelo
para aprofundar o beijo.
Eu suspiro com sua boca se movendo com a minha, e Finn
usa meu choque para deslizar sua língua pelos meus dentes.
Estou brava com ele. Estou furiosa por ele ter me deixado, mas
também estou tragicamente feliz por estar me beijando.
Com força.
— Então por que não me contou? Por que não me enviou uma
mensagem ou deixou um recado ou...
— O que é isso?
Sei que disse que ele tinha que ter uma desculpa muito boa
como sangrar no hospital, mas nunca me ocorreu que eu poderia
estar certa.
Ele exala outro longo suspiro. Por que sinto que está prestes a
piorar?
Sabe?
— Ele não fez. — Engulo em seco. — Ele ia, mas foi chamado.
Disse que eu o veria novamente, no entanto. Vamos torcer para
que não volte para o segundo round.
— Ele... mas não vai delatá-lo pelo que você fez com ele? —
Digo.
— Finn?
É isso que ele quer que as pessoas pensem, não é? Que sou
uma parceira?
No final contudo...
O nome dela.
Será que vai se lembrar de mim quando ele estiver dentro dela?
Será que ela…
— Não. Garotas que não contam a sua melhor amiga sobre seu
escandaloso romance de verão não têm escolhas — brinca.
Ele contudo está mentindo. Pode não morder, mas temo que
se chegar mais perto, vai afundar suas garras em mim, cumprindo
sua promessa de nunca me deixar ir. Posso sentir mil olhos em
mim, o peso da atenção indesejada me desacelerando enquanto me
aproximo dele. Meu comportamento é cauteloso, apreensivo,
quando paro diante dele.
— Acho que o que estou tentando dizer é... não será fácil. Eu
provavelmente vou machucá-la, e às vezes você vai me chamar de
idiota e vamos brigar, mas foda-se, pelo menos uma vez na minha
vida, quero brigar. Quero lutar até nos acertarmos.
— Lute por mim, Gem. E prometo lutar pra caralho por você.
— Não sei como chamar isso. Quero dizer, apenas dois meses
atrás, não conseguia nem imaginar querer estar com alguém. Isso
tudo é tão novo para mim, mas acho... acho que se você me der
tempo, vamos descobrir.
E pode não ser perfeito, mas ele está tentando, o que é mais
do que fez por qualquer um.
Ele ri disso.
— Que pergunta?
— Você me pediu uma vez para citar uma coisa que não odeio.
Um texto.
É irônico, realmente.
Saber que Lexie morreu nos braços de Finn; e Finn nem sequer
pensou em ligar para ele - os policiais tiveram que fazer isso -
pareceu ter acordado o Sr. Richards sobre o quão quebrado seu
relacionamento realmente está.
— Merda, vou…
E dou. Gozo por todo o seu rosto antes de cair no capô de seu
carro, caindo de volta à terra enquanto meu orgasmo
vagarosamente se afasta. Eu mal tenho a chance de recuperar o
fôlego antes de Finn empurrar seu jeans para baixo, agarrar
minhas coxas e me puxar para mais perto. Minha bunda
pendurada na borda do carro, Finn libera seu pau de sua cueca.
Engulo em como parece bom. Não posso deixar de olhar
embasbacada para seu eixo e as veias subindo por seu
comprimento. Não nos vimos durante toda a semana devido à sua
agenda maluca, e tenho que admitir, tenho fantasiado sobre isso.
Finn sorri e guia seu punho para cima e para baixo em seu
pau rapidamente, posicionando sua ponta na minha entrada. — E
eu estive esperando por este momento toda a porra da semana. A
vida é uma merda.
— Desculpe-me eu…
Aveena.
Implorei a ela par vir à festa de Theo quando passou na minha
casa hoje cedo. A última coisa que quero é que fique sozinha com
os amigos de Finn enquanto faço sexo na floresta.
— Acho que ficarei com isso até que cumpra sua parte do
nosso acordo. — Ele sorri, deslizando sua vantagem em seu bolso.
Idiota.
E um do meu pai.
Lacey: Theo saiu para pegar mais bebida e estou presa com Axel. Se
você me deixar sozinha com Fletcher - O Porco, literalmente nunca mais
falarei com você!
Ele acabou de sair do nada seis meses atrás, logo depois que
a escola recomeçou. Nenhuma chamada, nenhuma mensagem,
nem mesmo um adeus. Meus pais disseram que ele precisava de
um tempo para se concentrar em si mesmo e cavar em seu
passado, o que diabos isso significa. Não posso deixar de me
perguntar se seu ato de fantasma poderia ter algo a ver com o
misterioso segredo que Brody Richards disse que estava mantendo
no verão passado?
Não sei por quanto tempo mais posso manter isso. Quanto
mais enterro a verdade, mais desapontados ficarão quando
descobrirem que sua preciosa garotinha não tem mais medo do
monstro debaixo da cama. Porque o único monstro que ela tem
medo... é o monstro dentro dela.
— É justo. — Eu rio.
— Absolutamente. — Eu concordo.
Eu não.
Ele também parece um. Mudou desde a última vez que o vi.
Por que Jesse iria querer voltar? Tudo o que esta cidade lhe
trouxe foi sofrimento. Passou toda a sua infância saltando de lar
adotivo para lar adotivo lá. Estou prestes a falar de novo, mas
Jesse chega antes.
— E você, irmã? Como foi esse trabalho de verão? Alguma
coisa que devamos saber? — Abre um sorriso conhecedor.
Finn.
— Não em breve.
— Sim, baby?
Jesse.
Considero me esgueirar pela porta dos fundos - já disse aos
meus pais que ia a casa de Lacey depois do jantar - mas é tarde
demais. Jesse me viu, e pode não ser minha pessoa favorita agora,
mas mal consigo me ver andando para o outro lado só de vê-lo.
Era ele?
— Finn Richards? Sério? Não pode ser tão burra assim, Dia.
— Esqueceu de tudo que ele fez com você? Porra, acorde. Ele
não dá a mínima para você.
Este parece ser um assunto delicado para ela, mas Lacey está
muito fodida para se importar. Desconfortável como pode ser,
Hadley guia o copo de água em sua mão até a boca e toma um gole.
Pelo menos, não do jeito que ela quer que ele esteja. Ela quer
café da manhã e romance épico. Ele quer sexo à meia-noite sem
amarras.
Até que seu olhar para em mim. E seu sorriso escorrega de seu
rosto.
Finn: Além disso, finja que não te enviei uma mensagem de texto
quatro vezes seguidas.
É uma coincidência?
Confio nele.
— Porque não pode ser confiável com ele. Assim como não
pode ser confiável para parar de falar com esse garoto. Não está
me dando escolha — insiste, aproximando a palma da mão do meu
rosto.
Eles não sabem nada sobre ele. Não sabem que ele é o tipo de
pessoa que incendeia o mundo para as pessoas que ama. Não
sabem que ele teria dado sua vida de bom grado por Lexie ou sua
mãe, ou que há um coração enorme escondido atrás de anos de
trauma e má atitude.
— Dia, dê a ele a porra do telefone — Jesse ladra, e sua
intervenção me deixa nervosa.
Minha palma levanta para minha boca. — Oh, Deus, ela está
mesmo morta?
— Por favor, o quê? Não faça uma cena? Não pergunte sobre
minha mãe? E meu pai? Posso falar sobre ele, ou está fora dos
limites também?
Já estou fora.
Ela não suspeita de nada. Não porque é uma amiga ruim, mas
porque sou surpreendentemente boa em fingir que meu mundo
inteiro não está desmoronando.
Não sei o que diabos é sobre sua voz, mas arrepios irrompem
por todo o meu corpo, minha frequência cardíaca quadruplica
enquanto sua respiração roça o lóbulo da minha orelha.
— Vá — encoraja.
Ele está prestes a jogar meu sutiã sobre minha cabeça quando
seu telefone toca. Esta não é a primeira vez que alguém o chama
enquanto estávamos em ação. Nunca deixou isso nos parar antes,
então pode imaginar minha surpresa quando solta um gemido
irritado e se desconecta da minha boca.
Querido coração...
Querido coração,
Eu te odeio.
- Finley
Era assim que sua vida se parecia. Depois que sua mãe
morreu, deixou para trás um adolescente quebrado e imprudente
cuja sobrevivência dependia de encontrar alguém para culpar. E
quando não era ele mesmo, era seu próprio coração.
Ele concorda.
Não olha para mim quando diz isso. Ele está mentindo.
Só que não devo ficar tão calada quanto esperava porque Finn
percebe imediatamente.
— Dia? — Chama.
Ele não diz “eu te amo” de volta. Pelo menos, não com palavras.
Diz isso do jeito que procura minha língua, aprofundando o beijo
até que ambos estamos sem fôlego. Diz isso na maneira como
envolve as mãos em volta da minha cintura, me guiando para seu
colo enquanto se senta na beirada da cama. Estou montando-o
antes que perceba, cravando minhas unhas em seu couro
cabeludo e puxando seu cabelo conforme moo nele
implacavelmente. Seu pau está sólido como uma rocha, latejando
em suas calças, e me sinto empolgada com o olhar em seu rosto.
— Mais — choramingo.
— Pensei que tinha dito que poderia lidar com isso — provoco,
balançando meus quadris com mais força.
— Relaxa baby.
E a imagem?
Nenhuma imagem.
Chocante.
Não. Cai na real, Dia, não pode ser ele. Ele nunca faria isso.
Parece…
Um colchão barulhento?
Meu Deus.
Finn foi muito reservado ontem. Não me disse por que não
podíamos nos ver quando o treino de basquete terminou mais
cedo.
Nada ainda.
— Dia? — Repito.
Que porra?
— O que está assistindo? — O medo aperta minhas entranhas.
Não espero que volte para a terra dos vivos e tiro o telefone do seu
colo para ver por mim mesmo.
— Dia, espere!
Patético. Tão patético.
— Dia, olhe para mim. Apenas olhe para mim, porra. Por favor.
— Começo a chorar, soando como se tivesse engolido um pedaço
de vidro. Ela nem me dá um olhar, evitando meus olhos e cobrindo
parte do rosto como se não suportasse me olhar.
Sou o cara que estraga tudo o que ela possui e mente. Sou o
cara que ela tem que levantar da porra de uma ponte no meio da
noite, mas, principalmente, sou o cara que pega dinheiro
emprestado de um criminoso para contratar um investigador
particular. O cara que cruzaria todas as linhas imagináveis para se
livrar de sua babá...
Não posso dizer a verdade a ela. Não sem expor seus pecados.
E não posso me abrir com ela. Não sem lhe mostrar um boletim de
ocorrência que a destruirá completamente.
Dia não responde por longos segundos. Posso dizer que estou
chegando até ela, mas será o suficiente?
Tudo o que posso fazer é ficar ali, vendo a garota que amo
desaparecer da minha vida...