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Você é um “Santo”.

Desde minha criação, sempre fui um ser muito “peculiar” se assim posso
dizer. Você poderia me achar estranho, porque lembro do dia do que você
chamaria de vinda ao mundo, ou nascimento, enfim. Como eu disse, você
pode me achar estranho por eu ser bastante “Peculiar”.
E o mais engraçado, é que assim como você está pensando agora, o resto
do mundo também me acha estranho.
Uma coisa eu te digo. Não sou qualquer pessoa. Não posso confirmar que
eu seja, sequer, uma pessoa. Você me conhece! Você conhece meu nome!
ainda não descobriu? Ah! Já vi que terei que ser mais específico.
Seja um pouco mais inteligente. Tenho a certeza de que não fui tão injusto
com você quanto esta parte. Sei disso. Antes de continuares, leia as iniciais
dos primeiros quatro parágrafos…

Ótimo!
Agora você me conhece! Eu sou Deus!
O que está no céu? O bondoso e justo? O que se assenta no trono do
inferno e se diverte com a dor das pessoas? Bom! Isso só você pode me
dizer. Como eu disse, Você, Me, Conhece! A verdade é que você decide o
tipo de “Ser” que sou. Você decide o “deus” que eu posso ser para você. Eu
te conheço mais do que você próprio. Eu sou sua consciência? A resposta é
simples: Não. Eu, Sou, Deus! E eu sei o que você faz sem que mais
ninguém saiba, sem que ninguém suspeite de você, pois as coisas que você
faz, ah, não consigo pensar em uma palavra melhor que simplesmente
“Interessante”.
Mas não se preocupe. Você é um “santo” não é mesmo? Você só faz o bem.
Pelo menos é isso que eles pensam, e não faz mal eles pensarem assim.
Apenas saiba que. Eu-Estou-Te-Vigiando.
Mas atenção!
… Também posso ser seu Diabo!
Eu o aconselharia a parar de ler, se você for alguém muito sensível a coisas
sobrenaturais. Pois, muitos dos contos presentes em “Aldeia”
Aconteceram, realmente. Alguns divertidos, outros assustadores,
misteriosos. Alguns deprimentes outros horrorosos.

Tem certeza que deseja continuar a ler este livro?

Que seja, então!


Afinal de contas você é adulto…

…né?
“A lenda da moto de ossos”

Já vi que és bastante insistente quanto a avisos, sendo que continuas a


ler…

A história é pouco conhecida, pois, são realmente pouquíssimas pessoas


que sabem dela.

Durante a páscoa de 2013 um senhor com 32 anos, saiu para uma viagem
no município vizinho. Onde? Eu não sei dizer, pois esta informação não se
faz presente nos manuscritos que eu encontrei à margem do lago de frente a
minha casa. Segundo estes papéis, o Senhor teria saído muito cedo naquele
dia de páscoa. 4:00 AM. As pessoas ainda dormiam, desejando que o sol
raiasse logo.
A cidade era pequena, com poucos habitantes e as ruas estavam
obviamente vazias naquele horário e o ar, gélido e sussurrante! Mas o mais
estranho é que, o senhor, enquanto caminhava com sua mochila de viagem
para a paragem de autocarros, o som de motor sendo absurdamente forçado
ressoava em um eco, que se aproximava mais e mais dele no outro lado da
rua escura e vazia. Eletricidade faltava naquela madrugada, por toda a
pequena cidade. Então, o som se tornava mais marcante e com ele vinham
vozes. Vozes que poderiam muito bem ser de adolescentes saindo de uma
festa àquela altura. O senhor tinha razão quanto a isso. Bom, mais ou
menos. Pois as pessoas que passavam do outro lado da rua sobre uma moto
feita completamente de ossos, com a parte da frente sendo o crânio do que
poderia muito bem ser um bode com os chifres como volante, eram, de
facto, adolescentes, três adolescentes entre os 18 e 21 anos, completamente
nus, a menina de cabelos cheios e crespos entre os dois garotos gritava
mais alto para o céu noturno enquanto passavam pelo senhor,
completamente apavorado com aquilo.
Como eu disse, pouca gente sabe dessa história, pois, poucos viveram para
contá-la. Eu mesmo estou escrevendo isso porque achei escrito em alguns
papéis velhos, como já mencionei antes. Outros ficaram loucos após este
encontro, inclusive o senhor que viajaria naquela madrugada. E eu, muito
sinceramente, acho que foi ele quem escreveu nestes papéis que agora estão
ao lado da minha mesa, enquanto repasso no meu computador.
Porque o senhor em questão é meu pai!
E fazem 11 anos que ele está em uma cadeira de rodas, completamente
imóvel, e sem falar uma palavra sequer. As pessoas da minha cidade se
recusam a viajar em dias de páscoa. O caso do meu pai é apenas um dos 33
casos ao longo dos anos. Nos últimos meses, após minha mãe ter
comprado, finalmente, meu computador pessoal, pesquisei mais sobre o
assunto – o caso da moto de ossos – e foi ali que eu acessei a um site da
Deep Web ( não pesquise, NUNCA, sobre a Deep Web, caso queira manter
sua sanidade intacta, acredite em mim) e lá, após muito esforço para
conseguir acessar, finalmente consegui. Havia um documentário escrito a
verde, foi sim difícil de ler mas consegui. Aquilo me deixou assustado pois
encontrei o mesmo acontecimento, no mesmo dia de páscoa, no mesmo
horário, 4:00 AM, só que em épocas diferentes, até o que aconteceu com
meu pai também está lá. Agora que penso nisso, deveria ter sido o dia de
azar do meu pai. Enfim. As pessoas têm essa história como um mito, mas
eu sei. Eu sei o que vi.
Neste exacto momento que estou escrevendo são exactas 4:00 AM. E o
mais estranho é que estou ouvindo uma moto ao longe, vindo até mim.
Estou assustado.
Socorro!
Diário de Helena-Parte I

Olá!
Meu nome é Helena. E vou contar para você o que aconteceu recentemente
em meu bairro.
Há cerca de uma semana, houve um “caça às bruxas!” é, eu sei, é hilário
né? Mas realmente aconteceu. Minha irmã, Lily, não acredita, mesmo com
todo o bairro como testemunha. Ela acabou de sair do internato de saúde e
veio passar férias com a família e é estranho e engraçado ao mesmo tempo
o facto de que todas vezes que algo “estranho” e assustador acontece, ela
nunca está presente. Porque há um ano, quando minha irmã, Lily ainda
frequentava o ensino médio comigo, já houve o que as pessoas daqui
chamaram de “chuva de bruxas”. É, com certeza minha cidade era a
Bruxóvia da vida real. Para quem acompanha “Casa da Coruja” sabe do
que estou falando. E por ironia do destino, como sempre, minha querida
irmã mais velha também não estava presente quando isto aconteceu. E olha
que é estranho alguém não ter visto. Mas essa é uma outra história que
contarei depois, se puder. O assunto para hoje não é este.
Como eu disse, querido diário, há uma semana houve o que as pessoas do
meu bairro, novamente, atribuíram um nome, e desta vez foi “Caça às
bruxas” me permita que explique:

Um Senhor que tinha se mudado para o nosso bairro, uma semana atrás,
estava dormindo, e a meia-noite ouviu um som estranho e arrastado vindo
do seu quintal. Como ele morava sozinho não tinha ninguém para que o
ajudasse a ver o que era. Eu não sei como os homens se acham tão
corajosos quando se trata de mulheres como uma competição mas em horas
como aquelas se acovardam e se insistem na pequena coragem que lhes
resta são mortos. Merda! Era para eu ter dito isto no final! Mas sim. O
Senhor foi morto. Ele saiu, totalmente desprotegido para ver o que tanto o
incomodava, quando se deparou com um pássaro, uma coruja
(Definitivamente minha cidade é a Bruxóvia) do tamanho de um cão,
daqueles de raça como o nosso Pastor Belga daqui de casa. O senhor
reparou que a coruja concentrava seus olhos negros nele e ria com um riso
humano, então ele pegou em uma pedra que estava ao lado e atirou no
animal que se esquivou e continuou rindo dele. Não sei bem como
aconteceu a seguir, acho que meu vizinho, David, se esqueceu desta parte,
ou eu me esqueci desta parte, não sei, mas, vamos imaginar que aconteceu
uma luta. Sim. Uma estranha luta entre um homem de 40 anos e uma coruja
do mal. Eu amo esta cidade!
Entretanto, no dia seguinte todo o meu bairro estava na casa do senhor,
morto, que teria ressuscitado e morrido outra vez, e ressuscitado…e
morrido…outra vez. Chegou um momento que todos nós apenas
esperávamos quando ele “acordaria” de novo, mas, por fim, morreu de vez.
Querido diário! Acabei de ter um De javú agora mesmo. É como se eu
lembrasse de já ter escrito isto.
Enfim.
Após David ter localizado a irmã do senhor, no outro bairro, vários
problemas vieram junto. A irmã alegou ter “Bruxaria” envolvida, e discutiu
tanto com os moradores vizinhos que não houve outra escolha se não ir a
um adivinha. Não sei como David foi junto, mas, sim, ele também foi.
Como um informante, é claro! Ele me contou que um nome saiu entre as
chamas brancas do “Senhor-Adivinha” feito com a fumaça cinzenta.
“Magda”. Ela era a bruxa. Ela era a coruja, ou, ela tinha mandado, a coruja.
Outra pessoa, a mãe de David, que também foi para lá, disse ao meu pai
ontem que antes mesmo de o Adivinha fazer sabe-se lá o quê, a própria
Magda exclamou – Parem de perder seu tempo. Fui eu. Eu matei ele –
agora não sei em quem acreditar.
Estou aqui pensando: Se a Senhora Magda é realmente uma bruxa, ela
colocava “magia” nos pães que eu comprava dela? Vou morrer?
Espero que não.
Quando eles voltaram do Adivinha, a senhora Magda já estava sendo
espancada por todo o meu bairro que nunca perdoa este tipo de coisa.
Acredite em mim! E nesta parte eu estava, minha irmã Lily ainda não tinha
chegado do internato, como já disse. Eu, entre aquela multidão não vi muita
coisa, mas vi o bastante. O rosto dela ensanguentado, a mão direita
quebrada, a cabeça rachada ao meio. Eu poderia jurar que a coisa branca
saindo de dentro era o cérebro dela. Me deu vontade de vomitar só de
lembrar. Mas o que realmente me assustou e a todos ali foi o que ela disse,
enquanto era espancada ainda mais sem chorar em nenhum momento:
- Podem me bater o quanto quiserem. Não sou eu quem está sentindo a dor!
Neste momento, eu comecei a ficar preocupada. De verdade. Então, Magda
disse, um olho completamente esmagado e o outro vermelho de sangue:
- Podem me matar se quiserem, mas um de meus 21 filhos já está com isto.
Pode ser o mais velho, pode ser o do meio, o último, quem sabe! Vão matar
todos eles também?
Mas esta interrogação em nossas mentes foi respondida mais cedo do que
esperávamos, pois, um dos filhos, deveria ser o 16°, que teria visto a mãe
sendo espancada em frente de casa, saltou da janela quebrando o vidro e
desaparecendo de vista. Acho que todos nós entendemos o que aquilo
significa, ne?
Quando meu vizinho, David, tiver mais histórias como esta ou quando algo
assim acontecer de novo em Bruxóvia ( Olha só, já está pegando o nome)
prometo contar tudinho para você, querido diário.
“Diário de Helena-Parte II
Olá!
Meu nome é Lily.
Acabei de ler agora o que minha irmã escreveu e sinceramente, acho que é
uma completa idiotice. Mas não por eu ter perdido este e outros
acontecimentos bizarros em “Bruxóvia” (preciso admitir, o nome é
“Digno”) pois eu nunca estou presente, mas pelo facto de que, depois de ler
tudo o que Helena escreveu neste diário, eu posso garantir que nada,
NADA, se compara ao que eu e meus colegas temos visto no internato.
Provavelmente Helena me mate por eu estar a gastar as últimas páginas de
seu querido amigo de confissões, mas eu preciso registar isto. Acho que
“contar” deve ser um talento nosso.
Como eu já disse, meu nome é Lily, tenho 18 anos e minha irmã 16, estou
há um ano na Faculdade de Medicina e como já devem saber “Não é fácil”,
entretanto, a minha faculdade é um internato obrigatório, lá vivemos
isolados de todo o resto, com um hospital, e todo o resto de coisas que tem
em outras faculdades por aí. Apesar da pressão, não me queixo, é realmente
um “paraíso”.
Pelo menos, era!
Sinceramente, com as coisas bizarras que vi naquele internato não sei onde
vou arranjar forças para lá voltar em duas semanas.
Tudo começou no final da minha primeira semana após a apresentação
definitiva de todos os mentores, e o “Jogo da vida” é algo que adoptamos lá
na faculdade que com certeza você não entenderia “querido diário”.
Eu estava deitada, lendo meu livro com o título “o Coração saudável” do
Dr. Jairo L. Borges acho que era esse o nome do escritor. Desde criança eu
quase sempre leio a partir das 22h:00 quando todos já estão dormindo. No
internato tem toda aquela lista de regras, inclusive Dormir
obrigatoriamente às 22h:00 e Acordar as 5h. Mas eu dou sempre um jeito
quanto a isso, minha amiga, Glória, me dá uma ajudinha de vez em quando.
Entretanto naquela noite de sábado, alguém vinha, lentamente em nosso
quarto, os passos eram pesados e lentos, as luzes estavam apagadas, tentei
liga-las mas sem sucesso, então, o som de algo arranhando o mosaico do
corredor passou por meus ouvidos, eu os tapei tão forte mas não consegui
parar de ouvir. Eu gritei mas ninguém conseguiu me ouvir, tentei acordar
minha amiga na cama de cima, chamei pelo seu nome, mas ela não me
ouvia. Eu achei que estava ficando louca. Meu corpo subitamente ficou
imóvel na cama sob o cobertor pesado e macio que naquela altura parecia
um edifício inteiro sobre mim. Eu não me virei para a porta vidrada para
ver o que estava ali, mas, certamente aquilo, a gargalhada diabólica, o ar
ficando quente ao meu redor e meus cabelos sendo puxados de um lado e o
bafo raspando em minha pele…aquilo não era humano, e eu nunca soube,
pois nunca me virei em nenhuma das vezes que vinha me atormentar.
Após um mês de sossego, achei que tudo tinha sido coisa da minha cabeça,
pois não queria acreditar naquilo. Nunca! Mas certamente o destino queria
me provar o contrário. Eu me vi de frente a sala ao lado do ginásio, onde
colocávamos os mortos, que ainda não tinha me acostumado com aquilo, de
verdade. Não sei como fui lá parar, mas eu estava lá. Novamente o mesmo
som de passos lentos e pesados ressoavam e eu estava sozinha. Foi quando
o vi. Do outro lado no fim da vasta sala. O corpo esquelético alto e
vermelho e peludo. Ele estava vindo até mim, para me pegar. Tentei me
mover mas alguma coisa caía em minha testa. Água. Não. Saliva ácida. Eu
olhei para cima e a última coisa que eu vi foi uma boca enorme com dentes
afiados do tamanho de dedos cada me engolir viva.
Eu acordei em minha cama e percebi que foi tudo um sonho.
Até que vi a frase escrita com sangue no vidro da porta de nosso quarto.
VAMOS FAZER O JOGO DA VIDA
Acho que essas páginas já basta. Certamente você vai ler isso não é
Helena?
A propósito, eu li esta história no caderno de anotações da minha colega,
Glória, achada morta, o corpo sem a cabeça e os membros.
“Bruxóvia” é uma piada para mim. Pois eu perdi minha colega de quarto.
Aqui está uma história para contar ao seu amigo David!

Diário de Helena – Parte III


Olá!
Meu nome é Helena.
E muito sinceramente, não queria mais ter de me apresentar. Mas graças a
minha “querida mana” tenho que deixar bem claro que sou eu quem
escreve no meu próprio diário. Isso é irônico. Eu sou irônica, já deve ter
percebido isso. Não vou comentar a respeito do que Lily escreveu sem a
minha permissão, porque não quero que isso se torne um PodCast. Ela vive
dizendo que a faculdade é difícil e blá blá blá! Vive dizendo que o mundo
tem preocupações maiores como descobrir a cura para o câncer.
Sinceramente ela deveria pesquisar isso na internet. Ultimamente tem de
tudo! Acho que nenhum médico tentou isso antes. E sim, contei essa
história ao David. Eu precisava. Porque consegui, em troca, a história
completa, da “Chuva de bruxas” lembra que eu mencionei antes do “caça
às bruxas”?
Ótimo!
Eu prometi registar, caso conseguisse a informação completa porque
quando aconteceu eu era nova demais e claramente não lembro de muita
coisa a não ser da morte da bruxa que caiu no mercado central. Droga! Não
é assim que planejei contar. Mas como você já deve suspeitar… Foi…
estranho. Não tenho muito vocabulário que nem Lily, mas você entendeu o
que quero dizer.
Eu detesto escrever ficando sempre a mencionar “o David me contou” “o
David fez aquilo” então façamos de contas que eu mesma vi tudo. Afinal, o
diário é meu mesmo!
Enfim!
Naquela época eu tinha 3 anos, Lily estava fora do município, em uma
excursão, e David tinha 7. Mas “eu me lembro de tudo” combinado?
Frequentávamos a escola do ensino primário 1 de Maio. Enquanto resolvia
meu exercício complicado de soma (4+3-5 era a coisa mais difícil para
mim. Talvez seja até hoje, em situações de pressão) todos os alunos iam
para a ponte que separa “Bruxóvia” de outro município e após eu ter errado
o exercício de soma que certamente não foi pela curiosidade em ver a
pessoa que acharam pendurada de cabeça para baixo na mesma, onde era
possível ver e ouvir a correnteza açoitando as pedras abaixo. Enquanto eu
olhava para a jovem-bruxa de 18 anos, aparentemente outra pessoa na
multidão gritou:
- No mercado central!
Então, eu, David me segurando na mão para que não me perdesse,
corremos para o centro da cidade e lá, entre as bancadas, sangue saía com
uma pressão absurda da cabeça rachada da bruxa de cabelos soltos entre os
23 e 25 anos. Ela era linda, e me dói o coração agora que paro para pensar.
Entretanto, após duas semanas inteiras de “Quedas” Lily ainda não tinha
voltado da sua excursão que estava mais para um acampamento, pelos
vistos! Mas tinha algo em comum entre todas as bruxas e “bruxas-homens”
que caíam. Um padrão. Eu poderia ser péssima em somar números, mas
não em juntar factos, mesmo com meus 3 anos. Irónico, né? Como eu
disse: Eu sou irônica!
Entretanto: Havia um padrão. Sempre caíam às Segunda, Quinta e Sexta.
Na semana seguinte tinha acontecido exactamente da mesma maneira.
Na época eu não liguei muito para isso. Meu maior problema era 4+3-5.
Mas ontem, após David ter me refrescado a memória, obviamente fui atrás
de mais informações e eu posso garantir que ninguém sabia melhor das
informações de “Bruxóvia” que a própria mãe do David.
Ela me contou que a razão de ter acontecido aquilo na época foi porque um
jovem-empreendedor tinha ido para Setecilhas. Pelo nome já deves
imaginar o lugar. Lembra do Adivinha que mencionei antes? Bom, ele é de
lá. A cidade com os maiores advinhas do mundo. E bruxos também, pelo
que a mãe de David me contou. Com o maior banco do país, onde o nosso
querido jovem-empreendedor resolveu ir roubar. Isso mesmo: Roubar os
Advinhas! Irônico, né? Eu sei, eu sou irônica! Com certeza não aconteceu
bem assim. Mas foca na ideia. O mesmo, foi para Setecilhas, na forma de
uma mosca – ele também era bruxo – e ao chegar no mesmo banco, se
transformou em uma jiboia e “engoliu” todo o dinheiro do banco. Difícil
de acreditar, eu sei. Mas eu acreditei no que Lily escreveu, juro que
acreditei, então nada me surpreende.
O Advinha Superior de Setecilhas após não ter previsto o roubo, se
enfureceu e sabe o que ele fez?
Anda eu sei que você consegue!
Boa! Isso mesmo!
O desgraçado colocou uma espécie de rede invisível em “Bruxóvia”
jurando que todoo bruxo que se aventurasse em pairar pelo céu, seja de
noite ou de dia simplesmente cairia.
Acho que agora deu para entender mais ou menos o motivo da “chuva de
bruxas”. Queria poder continuar a registar tudo o que se passa na minha
cidade hilária. Mas não tenho mais páginas sobrando. Graças a Lily.
A propósito, o 16° filho, suspeito, de Magda foi pego hoje as 10h no
mercado central comprando carregador.
Atenciosamente: Helena Martins!

“Curiosidade”

Ele era um rapaz popular na escola. Bonito, estiloso, alto, olhos azuis, e
todas as garotas da escola ficavam atrás dele. Todos os outros rapazes se
frustravam com aquilo, e parecia que ele ficava mais lindo a cada dia,
simplesmente perfeito em tudo, notas altas, voz e postura de uma galã de
TV. Ele era muito bom até com quem o odiava e pagava a mensalidade
escolar de todos na turma. Ele era realmente ricaço e muito boa pessoa.
Pelo menos era isso o que todos achavam, até que certo dia entraram em
seu quarto e…

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