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Tradução: Lilith

Revisão Inicial: Isis/Jaqueline


Revisão Final: Hígia
Leitura Inicial: Mitra
Leitura Final: Anna P.
Formatação: kytzia/Cibele
Distribuição:
Grupo Rhealeza Traduções
11/2018
Sinopse

Sasha:

Ele é um jogador. Fim da história. Não estou interessada.

Tate:

Algo sobre ela me ilumina por dentro. Me deixa imprudente.

E daí se ela não gosta de mim? Eu gosto muito dela.

E uma vez que eu usar meu charme, ela não terá chance.

Sasha:

Bem. Talvez possamos usar um ao outro para o sexo.

E a conversa ocasional tarde da noite que ninguém mais


entenderá. Isso não significa nada...
OS DETALHES:

• Eles não gostam um do outro, mas ambos gostam de sexo.


E de assistir.

• Eles têm mais em comum entre si do que querem admitir.

• Às vezes, os melhores amigos de foda são amigos também.

A PONTUAÇÃO:

• Este é um romance de hóquei pesado em choque corporal,


duplos sentidos e momentos no gelo.

Vamos chamar isso de conjunto de hóquei.

Nós compensamos isso com brigas angustiadas, brincadeiras


felizes e uma história de amor tão secreta que até mesmo os
personagens principais não veem isso acontecer.
Capítulo 1
SASHA

Fim de agosto
Ottawa

Um calor escaldante toma conta da cidade. Estar fora por


qualquer período é cruel e acabei de ser deixada a duas quadras do
meu apartamento por um taxista que definitivamente não recebeu
gorjeta.

Há uma chance muito real que eu possa derreter antes de


chegar em casa. Concentro minha atenção na cafeteria à frente,
porque só um latte gelado poderia salvar minha vida.

Estou farta de pessoas por hoje. Eu acabei de voltar do


hospital onde todos os meus amigos se reuniram para dar boas-
vindas ao menino recém-nascido.

Todos os meus amigos, exceto um. Não que Tate Nilsson


seja meu amigo, mas ele tem sido bastante frequente no nosso
círculo social desde o ano passado e, no entanto, quando se
espalhou a notícia pelo celular que Violet estava em trabalho de
parto, ele não estava em lugar algum.

Então, quando eu abro a porta da cafeteria e descubro que


ele está tirando uma selfie com duas adolescentes (nojento), estou
totalmente pronta para dizer-lhe poucas e boas. Quem diabos ele
pensa que é?
Uma estrela da NHL1, o capitão dos Ottawa Senators e um
homem que se autoproclama mulherengo convicto, é quem ele é.

Mas quando me segue para fora, ele diz a única coisa que
poderia amolecer meu coração para ele.

—Eu fui negociado há uma hora para o Vancouver


Lumberjacks.

Não há muitas desculpas que me fazem sentir pena dele, mas


não é de admirar que ele esteja tentando amenizar seu ego
masculino estúpido tirando fotos com fãs, já que ele acaba de
receber um golpe na carreira.

Esta não é uma conversa para se ter em público.

Você não tem que fazer nada disso. Exceto que eu faço. Eu não
vou deixá-lo lidar com isso do seu próprio jeito. Se eu fizer isso, ele
provavelmente acabará dormindo com alguma garota problemática,
ou pior.

Eu pego sua mão, ignorando quão boa é a sensação, porque é


nojento, e o arrasto para a esquina do meu prédio.

Ele abençoadamente fica quieto. Ele normalmente não é uma


pessoa reservada, mas acho que fazer uma cena em um dia como
hoje pode não ser bom para sua imagem.

E eu não estou tão triste por não estar ligada à sua


personalidade pública exagerada.

Absolutamente.

Minha bondade tem limites e eles estão ligados aos blogs de


fofocas de um lado e a rádio de esportes do outro.

1
Liga Nacional de Hóquei
Eu me aconchego na minha cadeira favorita e Tate senta-se
no sofá.

Quando ele não diz nada, decido me apressar. É assim que


geralmente ajo. —Os Lumberjacks? —Estávamos literalmente com
o dono dos Lumberjacks no casamento da minha melhor amiga
Ellie, em junho. Eu sei que o negócio é uma coisa totalmente
separada, mas isso é meio estranho. —Essa é a equipe de Jack
Benton. Você sabia que isso iria acontecer no casamento?

Ele sacode a cabeça. —Nenhuma pista. E ele já vendeu a


equipe. Esta decisão foi tomada recentemente também. É uma
história longa, complicada e estúpida.

—Quando você vai?

—Em breve. Preciso encontrar um lugar para ficar, porque


não gosto de nenhum hotel que a equipe disponibilizou. Tenho um
mês antes do início dos treinos, mas quero encontrar uma casa.

—Você precisa de ajuda com isso? Talvez você possa ficar na


casa de Gavin. —Eu estalo meus dedos. —Não, você vai querer
estar mais perto da arena, certo?

—Sasha.

—Claro, você não vai querer comprar imediatamente, então


talvez possamos encontrar um lugar para alugar para você.

—Sasha.

—E...

—Ei, Coisa Gostosa, acalme-se por um segundo. Eu não


preciso que você seja uma corretora de imóveis para mim, mas
agradeço a oferta de ajuda.
Minha boca cai aberta. Coisa Gostosa? E ele claramente não
está lidando bem com isso, é claro que ele precisa da minha ajuda.

—O que eu realmente precisava era de alguém para ser o


primeiro a ouvir isso de mim. Para dizer isso em voz alta. Estou
sendo negociado. Agora que fiz isso, posso seguir em frente. Tudo
vai ficar bem.

Talvez ele não precise da minha ajuda. Droga. Eu sou boa em


ser útil. Eu não sou boa com questões emocionais. —Certo.

Depois de um longo período de silêncio, ele me olha de lado.


—Desculpe por te chamar de Coisa Gostosa.

—É melhor do que me chamar de vadia. —O que ele quase


fez quando eu briguei com ele sobre as adolescentes.

—Eu me controlei.

—Estava na sua cabeça, no entanto.

—Na verdade, não. Não, sério, eu não acho que você é...
Jesus, Sasha, eu juro a você que eu não acho que você é uma vadia,
não de um jeito ruim. Eu acho que você é feita de aço e você me
excita como um louco quando mostra suas garras.

Eu abro minha boca para retrucar novamente, então paro.


Espere. O quê?

Meus olhos arregalam. Eu deixo Tate excitado? Tate, que vai


a clubes de sexo e bares como um rei. Tate, que provavelmente pega
meia dúzia de bunny2 para uma adorável orgia. Ele acha que sou
feita de aço?

Eu o deixo excitado?

2
Garotas que gostam de jogadores de hóquei.
Nós trocamos olhares sem palavras, porque sério, que porra é
essa?

Mas ele se recupera mais rápido. —Ignore-me. Eu costumo


apenas dizer coisas assim.

Isso é uma mentira. Ele está mentindo totalmente, eu posso


ver em seu rosto. E nesse momento, algumas coisas fazem sentido.

A lembrança de estar sentada ao lado de Tate em um sofá no


porão de Max para as brincadeiras pervertidas da festa de Natal. A
sensação era que a sexualidade irradiava dele.

Minha antipatia geral é de tudo o que ele é, mas ao mesmo


tempo o invejo por quem ele é. Eu nunca tive uma foda violenta,
por causa de princípios e tudo isso, mas... Tate poderia ser esse cara.
Satisfazer essa fantasia.

Acrescente o fato de que ele está deixando a cidade e eu me


ouço oferecendo a ele uma única noite antes de eu conseguir
impedir que as palavras escapem. —Uma noite.

Ele me dá um olhar surpreso, porque realmente, quem


imaginaria? Eu não. Mas seu olhar surpreso vem com um interesse
contido. —Perdão?

Oh, sim, garoto do hóquei. Eu olho pela janela e estudo


minhas possibilidades. Não posso estar muito animada com isso. Eu
sou uma vadia, afinal. E uma noite inteira é demais. —Uma tarde.

—Eu não entendo.

Se ele vai bancar o difícil, estou fora. —Deixa pra lá.

Ele sorri. Certo, ele gosta das garras. E ele não está bancando
o difícil para conseguir mais. —Você está falando sobre sexo? Estou
dentro.
Levanto meu dedo. —Quero que fique claro que ainda não
gosto de você.

—Registrado.

—E você está bem com isso?

—Coisa Gostosa, estou mais do que bem com isso. Se você


quiser dizer que me odeia enquanto estou dentro de você, você vai
sentir o quanto eu não me importo com esse tipo de conversa.

—Esta é uma ideia terrível. —Sussurro.

Ele se levanta e tira a camiseta.

Ok, não é uma ideia incrível. Eu aponto para o meu quarto.


—Só desta vez, você entende?

—Perfeitamente. —Ele me dá um sorriso perverso, um


sorriso de predador que ilumina seus olhos. Nós definitivamente
não precisamos ficar nos encarando por muito tempo. Eu abaixo
meu olhar para o corpo dele. Bom senhor, ele é surreal. Seu torso é
todo definido, com os cumes duros. Quando ele se vira, suas costas
são mais da mesma perfeição esculpida, e minha língua desliza para
fora da minha boca por conta própria.

Eu quero lambê-lo.

Eu quero mordê-lo.

Eu quero montá-lo com força e agitar essa paixão secreta que


eu tenho contida desde o Natal, quando todos esses músculos se
moveram ao meu lado em um sofá enquanto assistíamos as pessoas
serem açoitadas em uma festa.

E, mais do que tudo, quero me aproximar e me envolver na


protuberância dura e tensa que noto com o canto do olho.
—Onde você me quer? —Ele fala suavemente enquanto para
ao lado da cama. —E o que você quer fazer?

—Isso é bom. —Digo, meu coração batendo forte na minha


garganta. Paro a uma certa distância e olho para ele novamente. Tate
não é meu tipo. Ele é grande, musculoso e cheio de ego. Aposto que
ele não tem um osso sensível em todo o seu corpo. —E eu quero
fazer sexo.

—Essa é uma atividade de muitas categorias.

Certo. Ele está pensando em algo pervertido. —Apenas sexo.


Mas nada chato. Eu gosto de sexo atlético.

Seus olhos escurecem. —Entendi. Uma foda interessante e


vigorosa.

Isso parece perfeito. Eu lambo meus lábios e ele não perde


isso.

—Você quer um gosto de algo, Sasha?

Um calor indecente e distorcido floresce na minha barriga.


—Talvez.

Eu recebo outro sorriso de lobo e ele desabotoa sua


bermuda. Ela cai no chão e ele sai dela. Pernas longas e sólidas. Os
músculos de suas coxas são claramente definidos mesmo sob uma
leve camada dourada de cabelos.

E enquanto eu arrasto meu olhar para o corpo dele, há aquela


protuberância novamente, obscenamente esticando a frente da cueca
boxer cinza.

Eu lambo meus lábios. Novamente.

Ele geme. —Faça isso de novo de joelhos.


Eu não vou fingir que não quero tanto quanto ele. Ajoelho-
me na frente dele e ele me ajuda a puxar sua cueca para baixo.

Seu pau já está duro e grosso, um peso na minha mão quando


eu dou a ele um primeiro aperto. Do que você gosta, Tate?

Felizmente para mim, ele não tem vergonha de vocalizar


qualquer coisa.

—Sim, me segure bem e firme. Ahh. Desse jeito. Maldita


seja, Sasha. Pare de lamber seus lábios, a menos que eles estejam
contra o meu pau. —Ele ri enquanto eu faço isso de novo, mas
falando sério, estou ansiosa para prová-lo.

Isso é meio diferente.

Eu gosto de sexo tanto quanto todo mundo, mas costumo


ser meio mandona. O melhor sexo que tive foi quando estava no
comando e a pessoa com quem estava aprendeu rapidamente.

Não me lembro da última vez que quis assim. Querendo um


pau na minha boca, mãos no meu cabelo. Talvez algum puxão
inesperado... E agora minha boca está salivando novamente.

Eu não testo seus limites. Eu me inclino e dou a ele uma


lambida, longa e molhada, ao redor da cabeça do seu pau. Ele tem
um gosto limpo e masculino e eu inalo o cheiro de sua pele. É
sempre bom quando você gosta do cheiro de uma pessoa, e o fraco
aroma almiscarado e o calor saindo de seu corpo invadem meu
cérebro de um jeito gostoso.

Eu envolvo meu punho em torno de seu comprimento


pesado e acaricio-o contra meus lábios entreabertos. Levo-o na
minha boca, um puxão lento de cada vez, até que eu envolvo a
cabeça grossa do seu pau com meus lábios.

Então eu engulo.
Ele grita de surpresa e suas mãos se enroscam no meu cabelo.

Movimento minha língua contra a parte de baixo de sua


ereção, saboreando-o enquanto minha mão se move mais rápido,
lisa agora com minha saliva. Eu o levanto e chupo ao mesmo
tempo, batendo meus lábios em meus dedos de uma maneira que eu
sei que o faz sentir-se o todo-poderoso.

É quase previsível como ele começa a gemer a conversa suja


comigo. —Tome tudo. Sim, assim mesmo. Sua boca é tão gostosa.
Você é boa no boquete, não é? Cheia de surpresas, Sasha. Amo isso.
Ah, porra sim. Sua língua. Tão… boa… —Mas então ele me
surpreende. —Porra. Devagar, tigresa. Faça isso devagar. Eu tenho
que ter minha boca em você. Porra.

Ele assobia e segura os fios soltos do meu cabelo com sua


mão forte, então ele rosna um pedido de desculpas antes de juntar
tudo em um rabo de cavalo, que ele usa para me puxar de volta.

Meus lábios deslizam dele com um estalo molhado, e eu


persigo uma gota de pré-gozo que se forma em sua fenda enquanto
ele me segura a alguns centímetros de distância de seu pau. —Por
que você me parou? —Eu sussurro brincando, batendo meus cílios
para ele.

—Você quer que eu goze na sua boca?

Sim. —Claro.

Ele sorri para mim. —Talvez mais tarde. Levante.

Ah, ele é tão mandão. Eu reviro meus olhos enquanto estou


de pé e ele solta meu cabelo, apenas para me puxar para perto. Sua
boca cobre a minha com voracidade e nosso beijo tem o gosto do
seu pau. Ele pressiona com força a minha boca, fodendo-a com sua
língua. Provando-me onde eu acabei de saboreá-lo, onde eu engoli
seu pré-gozo. Eu ainda posso sentir onde seu pau bateu contra céu
da minha boca, contra a minha língua, e agora ele está lá também,
marcando selvagemente esses mesmos pontos com lambidas ásperas
que me fazem contorcer e querer subir em seu corpo para que ele
possa foder minha boceta também.

—Preservativos. —Respiro quando me afasto. —Criado


mudo.

—Excelente. —Ele me empurra para a cama e abre a gaveta.


Pega a caixa e joga um punhado de preservativos na minha barriga.
—Isso está bom para começar.

Ele fica ao lado da cama por um momento, olhando para


mim com um sorriso carinhosamente safado no rosto. Seu pau ainda
está duro, obscenamente erguido, e toda a cena me deixa excitada e
dolorida. Seus olhos escurecem quando ele alcança o botão nos
meus shorts. —Hora de você ficar nua.

Eu não poderia concordar mais. Eu tremo quando ele o tira


de mim. A calcinha vai com os shorts, e seus olhos ficam
entreabertos enquanto ele se inclina e pressiona um beijo quente e
úmido na pele nua do meu monte.

—Você é tão gostosa. —Ele sussurra, sua respiração contra a


minha pele. —De dentro para fora, você é cheia de surpresas.

Ele segue até o meu tronco, empurrando a minha camisa


vorazmente e dando beijos. Chupa a pele da minha barriga até eu
me arquear debaixo dele, então ele descobre cada vez mais de mim
até que minha camisa se vai e sua boca está em meus seios,
mordendo meu sutiã e chupando meus mamilos através da seda.

—Rasgue o sutiã e eu vou te matar. —Sussurro.

Ele ri. —Registrado.


—Estou falando sério.

—Eu entendi. —Apoiando uma mão ao lado da minha


cabeça, ele levanta-se com facilidade e sorri para mim. —Como eu
disse, você sendo selvagem me excita.

—Tate... —Eu me interrompo e ele faz um som de


aprovação. Ele sustenta meu olhar e lentamente me vejo derretendo
por ele. Eu não quero ser uma rainha do gelo hoje. Embora
selvagem soe muito bem. Eu dou-lhe um sorriso lento e real. —É
um fecho frontal. Só para constar.

—Excelente. —Deslizando as alças do meu sutiã para baixo,


ele se inclina e beija meu ombro. Seus dedos ágeis abrem o fecho do
meu sutiã e libertam meus seios.

Ele geme e cobre minha carne, seu toque


surpreendentemente gentil. —Por baixo de tudo, você é muito
suave, não é?

Sorrio novamente. —Mentiras.

Ele circula meu mamilo com o dedo, sua expressão luxuriosa


e descuidada enquanto ele lança um olhar para o meu rosto. —Não.
Você é seda embaixo do aço. E se eu for o único que pode ver isso,
então eu tenho muita sorte.

—Chega. —Sussurro. Já chega de poesia, de suavidade. Eu


arqueio minhas costas, agora desesperada para sua boca substituir
seu toque muito gentil. Eu preciso de uma chupada forte, algo...

Ele abaixa a cabeça e fecha os dentes sobre a minha carne.

—Ah! —Estou assustada, isso é tudo. Enquanto suspiro,


percebo que não está doendo. Mas ainda assim... —Você me
mordeu. Forte.
—Você gostou.

—Nós não discutimos sobre mordidas.

—Humm. Certo. Deveríamos. Como você se sente em


relação a morder?

—Eu gosto disso.

Ele ri. —Ok. Agora podemos discutir sobre uma mordaça de


bola? —Ele afasta a cabeça longe da minha mão golpeando-o, em
seguida pega meu pulso e puxa meus dedos para a boca. Ele os
morde também. Apenas o suficiente para causar arrepios na minha
espinha, mas nada mais.

—Mordida sexual é o seu superpoder?

Ele sorri. —Um deles.

—Mostre-me o resto.

Voltando aos meus seios, ele chupa meus mamilos até que
eles estejam inchados e duros, então ele cobre os picos com as mãos
e me vira. Ainda apertando-os, ele provoca os mamilos entre os
dedos enquanto morde e lambe ao longo das minhas costas.

Quando ele solta meus seios, é só para que ele possa apertar
minha bunda. A pressão forte de seus dedos envia um tremor
quente e escorregadio sob a minha pele.

Isso não é nada comparado ao que sinto quando ele desliza a


língua pela fenda entre as minhas nádegas. Eu gemo e enterro meu
rosto no travesseiro enquanto ele me lambe toda. Definitivamente
um superpoder. Sua boca está em toda parte, sua língua firme, larga
e faminta enquanto lambe em todos os lugares entre as minhas
pernas.
Minhas coxas estão tremendo no momento em que ele me
vira de novo e eu me arrasto de volta para a cabeceira da cama para
que eu possa ter algo para me apoiar enquanto ele mergulha a
cabeça entre as minhas pernas novamente.

Seu cabelo castanho, espesso e ondulado, brilha com reflexos


naturais da luz do sol da tarde que entra pela minha janela. Eu o
alcanço e ele levanta o rosto apenas o suficiente para me dar um
sorriso desleixado e feliz.

—Pronta para ser fodida, Sasha?

Totalmente pronta. —Pode vir.

Ele me puxa de volta para baixo da cama, minhas pernas


abertas em ambos os lados dele. Ele olha minha boceta inchada e
encharcada enquanto coloca um preservativo, então coloca as
palmas nos meus quadris e puxa minha parte inferior do corpo para
cima.

Eu secretamente amo como ele pode me manipular com


facilidade.

A cabeça do seu pau fica pesada contra o meu clitóris, me


deixando louca porque eu estou sensível agora. Sensível, pronta e
dolorida para ser preenchida. —Agora. —Imploro.

Ele sorri e nos une.

O tempo parece parar enquanto sigo seu olhar para onde


estamos conectados agora. A ponta do seu pau escondida dentro do
meu corpo, o longo e grosso trecho de sua ereção, uma promessa de
mais por vir. Sexo atlético. Rá. Eu não tinha ideia do que estava
pedindo. Todos os músculos de seu corpo estão tensos e
flexionados, prontos para bombear para dentro de mim assim que o
tiro de largada for dado, ou eu disser a palavra mágica, seja lá qual
for.

Ele empurra outro centímetro e eu gemo.

—Você quer isso? —Ele pergunta gemendo, seu olhar


encoberto por pálpebras pesadas quando olha para mim.

—Sim. —Estico meus braços acima da minha cabeça. —Eu


quero você, Tate.

Essas são as palavras mágicas. Ele empurra com força,


enchendo-me com um único impulso de seus quadris. Ele cai para
frente, me cobrindo com seu corpo também e então estamos
conectados. Ele é constante e intenso, uma mistura explosiva de
sexo e sensação. Minhas pernas rastejam por seu corpo, minhas
coxas apertam sua cintura enquanto ele se move acima de mim.
Coxas, pelve, pau, duro e profundo, cravando cada ponto de prazer
dentro do meu corpo, abdômen, peito, braços. Uma e outra vez, ele
move seu corpo em um ritmo que leva seu pau para dentro de mim,
depois para fora novamente, e é tudo que posso fazer para aguentar.

Eu coloco minhas mãos sobre seus ombros, afundando


minhas unhas em suas costas. Ele geme enquanto eu aperto e me
deixo ir.

—Desculpe. —Suspiro e ele morde minha orelha.

—Nunca se desculpe por deixar sua marca em mim. —Ele


rosna, sua respiração quente contra o meu pescoço. —Pegue tudo o
que você quiser de mim.

Isso é uma oferta e tanto. Eu envolvo meus braços ao redor


dele novamente e faço exatamente isso, e quando ele bate em mim,
eu sei que ele estava certo em pegar um punhado de preservativos.

Eu não vou me satisfazer com apenas um orgasmo.


E como não podemos fazer isso de novo, nunca, não importa
o quê, eu tenho que ter a certeza de que vamos usar o pacote todo
antes de eu chutar sua bunda dura e perfeita para fora da porta no
final da noite.
Capítulo 2
TATE

Início de outubro, dois meses depois


Vancouver

Esta noite é a abertura da temporada, minha décima na NHL.

Dia de jogo.

Por mais de vinte anos o outono significava o início de uma


nova temporada de hóquei. Durante a última década, que estou na
NHL, e nos últimos seis anos, eu usei o C na minha camisa
enquanto eu patinava no gelo com os Ottawa Senators.

Não hoje, no entanto.

Minha mudança para a costa oeste foi uma grande notícia,


independentemente dos meus melhores esforços para me
entusiasmar com isso em público. Infelizmente, as ações falam mais
alto que palavras e eu estou indo mal no gelo. Eu estou aqui há oito
semanas e a mídia ainda está em cima sobre como minha adaptação
tem sido difícil, para dizer o mínimo.

Nós temos um jogo à noite contra o Calgary, então eu durmo


um pouco, depois assisto ao noticiário enquanto eu flexiono meus
músculos e tomo café da manhã. Eu preciso estar na arena dos
Lumberjacks, carinhosamente chamada de Pulpmill3, às nove e meia
para a nossa patinação matinal.

3
Fábrica de papel
Se fosse em Ottawa eu já estaria lá agora, zoando com os
meus rapazes e assistindo o vídeo na sala de exibição. Mas aqui em
Vancouver, o vestiário não tem a mesma vibração jovial. Todo
mundo está tenso e eu não sei o porquê. Eu não acho que sou eu,
mas será, se eu não recuperar o meu jogo em breve.

Estou lentamente arrumando minha mala para ir ao rinque4


quando meu celular acende.

Sasha: Acabe com eles hoje à noite.

Eu olho para o meu celular. Depois de oito semanas de


silêncio, ela é a última pessoa que eu esperava ter notícias hoje. Eu
rolo de volta no histórico de mensagens. Seis mensagens minhas
para ela sem qualquer resposta. As duas primeiras são meio que
difíceis de entender em retrospectiva.

Como eu saberia que ela ficaria em silêncio depois que


dormíssemos juntos?

Porque ela tem padrões e você tem, para dizer o mínimo, uma reputação
com a qual ela não quer nada.

Sim, eu deveria saber de longe que transar com Sasha seria


um desastre. Depois do fato, é claro, que a foda foi espetacular.

Então sugeri um outro encontro que ela ignorou.

Ela também se esquivou da minha mensagem de despedida


antes de eu sair de Ottawa e mais quatro mensagens que eu tinha
enviado desde que cheguei aqui em Vancouver. Coisas divertidas
que eu sabia que ela secretamente acharia engraçado.

E agora, do nada, ela está me mandando uma mensagem de


boa sorte?

4
Pista de patinação
Oh, está valendo, porra.

Tate: Você quer que eu esteja pensando em você


quando eu marcar o meu primeiro gol?

Sasha: Seu primeiro gol? De quantos?

Tate: Dois hoje. E eu aceito isso como um sim, você


quer que eu pense em você.

Sasha: Isso foi um erro.

Tate: Sinto sua falta também, tigresa.

Ela envia uma foto do seu dedo do meio. Eu quero lambê-lo.

Este sou eu em poucas palavras, extremamente sério sobre


hóquei e um pouco idiota sobre tudo na minha vida. Especialmente
sobre Sasha Brewster.

Eu provavelmente preciso transar. Dois meses é muito


tempo na Terra de Tate para ficar sem a doce e apertada recepção
de uma boceta gostosa.

Mas enquanto eu olhar as mensagens para Sasha, e agora as


mensagens de volta dela, eu não vou pegar mais ninguém. Não é
assim que funciona.

Então, em vez de pensar à frente, na comemoração do meu


primeiro jogo como um Lumberjack com uma gostosa qualquer, eu
faço uma punheta rápida no chuveiro enquanto me lembro de Sasha
rastejando pelo meu corpo, a ponta da sua língua pressionada contra
o canto da boca quando seus lábios se separam.

Sua boca no meu pau.


Os gemidos baixos e famintos que ela fazia enquanto engolia
em torno do meu comprimento pesado.

Não, nada que Sasha fez comigo foi um erro. Nem mandar
mensagens de texto e nem a nossa tarde juntos em agosto.

Eu tenho que ir para a pista. Não posso pensar naquele dedo


ou no sorriso embaçado que consegui captar no fundo da foto.

Não posso pensar em Sasha agora.

Mas depois?

Vou pensar muito mais tarde. Eu desligo meu celular e


guardo-o.

São dez minutos de carro do meu novo condomínio até a


arena dos Lumberjacks.

Quinze se houver trânsito, o que não me importa. Cinco


minutos extras para colocar minha cabeça no jogo nunca fizeram
mal. Eu tinha um longo trajeto em Ottawa.

Vou acrescentar isso à pequena lista de vantagens de ter sido


negociado para Vancouver.

Viagem curta.

Vista para a montanha.

Um time jovem, faminto e ansioso para ganhar o


Campeonato.

Esse último item deveria ser razão suficiente, mas depois de


ter sido pego de surpresa com esta negociação de uma equipe que
foi até os setes jogos5 da divisão final do ano passado... eu sinto a
necessidade de ter outras vantagens aqui também.

Porque se o Sens chegar lá esse ano e eu ficar de fora, isso


será um novo tapa na cara.

Esse tipo de conversa negativa é completamente inútil, é


claro. Eu sei disso. Aumento o raggaeton6 no aparelho de som do
meu SUV, ainda com cheiro de carro novo. Eu tenho um Land
Rover aqui. Em casa eu tenho uma caminhonete, mas eu queria algo
diferente. Eu pedi que instalassem o mesmo som e sistema de alto-
falantes, no entanto.

Eu gosto da minha música. Me faz entrar no clima para jogar.

Me deixa no clima para coisas pervertidas também.

Pare de pensar em Sasha.

Nós nem tínhamos chegado lá, no entanto. Nossa única tarde


tinha sido apenas duas pessoas, dois corpos e uma tonelada de
prazer.

Mas também compartilhamos algumas experiências com


coisas pervertidas. No último Natal, ela sentou-se ao meu lado em
um sofá na casa do meu amigo Max durante sua festa de Natal e,
enquanto ela assistia meu amigo Brandon açoitar alguém na Cruz de
Santo André, eu observava Sasha.

Olhos arregalados, lábios inchados, peito subindo e descendo


em respirações rasas e cheias de tesão.

Pare de pensar...

5
https://loucospelanhl.wordpress.com/2017/01/11/entenda-o-formato-de-disputa-da-nhl/ Caso
queiram saber como funciona a NHL
6
Estilo musical que tem suas raízes na música latina e caribenha
Obrigado Deus pelo trajeto curto. Eu dirijo para a garagem
subterrânea na arena. Como já estou excitado, vou precisar me
recompor para não entrar no vestiário dos Lumberjacks com uma
semiereção.

O frio da dúvida que desliza pela minha espinha com o


pensamento de me vestir para este jogo faz o truque. Excitação
vencida.

Apesar das minhas promessas arrogantes para Sasha, agora


não estou tão confiante como deveria estar. Já faz muito tempo que
eu precisava admitir isso para mim mesmo.

Alguns outros caras chegam ao mesmo tempo e eu aceno


silenciosamente enquanto entramos. Os funcionários da
administração vêm ao nosso encontro para nos cumprimentar com
sorrisos largos e toques de mãos, porque para todos os outros hoje é
como a véspera de Natal. O começo de algo realmente especial.

Na arena, cada assento estará coberto com uma camiseta dos


Lumberjacks. Todos os fãs que vierem receberão uma matraca em
forma de machado para agitar no ar enquanto nos animam.

E em nosso vestiário eu encontrarei meu uniforme esperando


por mim, preparado com cuidado pelos funcionários de
equipamentos.

É dia de jogo e não tenho certeza de onde minha cabeça está.


Algo precisa mudar.
Capítulo 3
SASHA

Ottawa

Assisto ao jogo de abertura da temporada dos Lumberjacks


no meu laptop, na cama. Eu me encolho, estremeço, mordo meu
punho e quando termina, congelo a imagem e capto uma imagem de
Tate, cabeça abaixada e o rosto contorcido de raiva.

Não tenho certeza se quero gritar com ele ou consolá-lo. É


possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo? Mas também não
posso fazer isso porque, embora eu tenha assinado o canal da NHL
para assistir aos jogos do Tate em todo o país, eu nunca vou contar
a ele, ou a qualquer outra pessoa, o quanto estou acompanhando o
ex-capitão dos Senators com sua nova equipe.

Estou tentando evitar a cobertura da imprensa e apenas


assisti-lo. Mas é difícil ouvir os locutores questionarem se as críticas
que ele recebeu nos jornais de Vancouver são ou não justificadas,
dada a sua performance instável no jogo de pré-temporada e hoje à
noite.

Talvez se as pessoas dessem a ele algum espaço, ele se ajustaria mais


rápido. Mas eu sei que não é assim que funciona no nível dele. Ele é
um profissional. E não apenas um profissional, mas uma estrela de
alto desempenho e por isso espera-se que ele seja um grande
produtor de gols e assistências, independentemente das condições.

Não há espaço para sentimentos na NHL. A lealdade é


esquecida e, quando você menos esperar, eles vão te pegar
desprevenido com um movimento inesperado por causa do todo-
poderoso dólar.

Eu sei tudo sobre decisões de negócios implacáveis.

Eu fui praticamente criada em uma sala de reuniões. Meu pai


recebeu o negócio de ferramentas e moldes de meu avô e
transformou-o em um conglomerado multinacional de fabricação de
peças automotivas. Ele possui uma parte de quase todos os times
profissionais de Toronto e ele é tão frio quanto parece.

Eu sou feita exatamente do mesmo material e eu odeio isso.

Eu odeio que meu pai possa ver essas semelhanças também.


Que ele me escolheu para ser sua sucessora, embora eu não queira
nenhuma relação com a Brewster Industries.

Além disso, encontrei outros meios para os meus instintos


comerciais. Estou forjando meu próprio caminho, não que meu pai
saiba disso. Eu me esforcei bastante para ter certeza que ele não
soubesse. Michael Brewster não é o único da família que sabe jogar
com várias empresas e corporações de fachada.

A última coisa que faço antes de dormir é verificar meu e-


mail. Minha reunião pela manhã ainda continua de pé. Então eu
clico de volta para a captura de tela da cara irritada de Tate e balanço
minha cabeça.

Ele precisa se encontrar e ele sabe disso.

Uma pontada de algum sentimento suave que eu não gosto


passa por mim e eu o afasto.

Isso é o que acontece quando você brinca com fogo. Se o fogo for de
um metro e noventa de altura e noventa quilos de sexo ambulante.
Tate não precisa da minha simpatia. Ele precisa de um
empurrão, mas ele vai ter que tomá-lo de alguém que não sou eu.
Além dos educados votos de boa sorte que eu mandei no dia da
abertura, eu não estou falando com o cara.

Eu não quero que ele tenha uma impressão errada sobre


meus sentimentos.

Eu dou uma última olhada na tela do laptop e fecho a tampa.

Sem. Sentimentos.

Ele vai ter a impressão errada de que eu tenho sentimentos. Eu


sou uma Brewster. Nós não somos assim.

---

Na manhã seguinte saio cedo para correr, depois tomo banho


e seco meu cabelo. Eu coloco a quantidade certa de maquiagem, o
que não é muito, para essa reunião e depois guardo meu laptop e os
contratos na minha bolsa favorita da Hermès.

Estou indo para um passeio fora da cidade, mas eu ainda


quero analisar cada pormenor como um investidor silencioso
rigoroso.

O Vale de Ottawa é cheio de pequenos vilarejos que estão


prontos para o desenvolvimento e eu não me refiro à construção
avassaladora e destruidora de almas em que meu pai investiria seu
dinheiro.
Eu sou toda sobre como aproveitar ao máximo o que já está
lá. Hoje estou dirigindo para o vilarejo de Metcalfe. É pitoresco e
silencioso, e o escritório da Mabel não vai mudar isso.

Eu noto que a vitrine da loja ao lado está vazia também, e


faço uma anotação mental para ver quem detém o contrato.

Um dos meus outros investimentos também pode precisar de


um local fora da cidade e é sempre bom controlar quem são seus
vizinhos.

Mabel chega logo depois de mim. Ela estaciona o carro atrás


do meu e a diferença é impressionante. Para quem venceu o Juno7
duas vezes, ela dirige uma lata velha. Eu quero mudar isso para ela e
é disso que trata essa reunião.

Mabel Whitaker, cantora e compositora canadense. É um fato


triste para a indústria da música que uma artista tão talentosa se
voltou para o desenvolvimento de jogos e aplicativos. A perda da
indústria da música é o ganho da Metcalfe, no entanto. Se ela gosta
deste edifício, com seu charme do fim do século e grande espaço a
preço de banana, então ela pode começar a próxima grande empresa
de tecnologia de Ottawa no meio do nada.

E eu quero ser sua parceira oculta.

Eu aceno e dou um sorriso entusiástico quando ela me vê.

—Isso não é o que eu esperava. —Ela diz quando se junta a


mim na varanda. Ainda estamos à espera do agente imobiliário,
então tenho que começar com o meu discurso do lado de fora.

Eu faço uma rápida revisão dos benefícios, então falo das


desvantagens, sendo a principal a distância da cidade, antes de

7
Os prêmios Juno são concedidos anualmente pela Academia Canadense de Artes e Ciências
Fonográficas para honrar a excelência de cantores e músicos canadenses
terminar como uma negociadora de verdade. —O preço de locação
é menos de um quarto de qualquer espaço similar na cidade. E
aposto que podemos negociar isso ainda mais.

—Sem chance. —Ela suspira.

—Sim. —Eu pisco para ela. —Encontrar um bom negócio


imobiliário é o meu objetivo.

Ela ri. —Seu objetivo não é terminar um doutorado?

Eu aceno minha mão. —Eu faço isso nas segundas e terças-


feiras.

Eu não diria isso para a maioria das pessoas. Mas para as


várias mulheres com quem faço parceria nos negócios, é um ponto
forte. Eu tenho grandes responsabilidades e elas também podem ter.

—Se você realmente quer olhar dentro dos limites da cidade,


por mim tudo bem também. Mas acho que você pode fazer algo
especial aqui. Você não precisará se limitar a um mostruário no
começo. Há quatro salas no segundo andar que estão aptas a serem
transformadas em quebra-cabeças complicados. Sei que seu foco
não é entretenimento direto, mas você pode fazer algo especial para
os moradores e a mídia. E então a unidade aqui valerá ainda mais
para seus clientes corporativos. Construa e eles virão, e se você se
estabelecer como uma razão que valha a pena escolher a Metcalfe, a
comunidade também se beneficiará e, então, você também terá
clientes locais e leais. A lealdade é difícil de encontrar na cidade.

Ela acena com a cabeça. —Ok. Estou oficialmente


interessada. Mas eu não quero que eu seja a razão pela qual as
pessoas vêm aqui, só para ficar claro.

—Totalmente. Entendi. Quando eu disse ―você mesma‖, não


quis dizer a cantora Mabel, eu quis dizer a designer de jogos Mabel.
Você fará um nome para a Weirdaker Games por seus próprios
méritos. Mas, meu conselho que você não pediu é que você deve
aproveitar todas as ferramentas à sua disposição.

Ela se mexe desconfortavelmente. —A coisa da fama é uma


faca de dois gumes, sabe?

Ah, eu sei, embora minha atenção com os holofotes estivesse


no infame fim do espectro das celebridades anos atrás.

Penso em Tate, mais recentemente, em choque com a notícia


de sua negociação. Em como eu o convidei para ir ao meu
apartamento para que ele pudesse processar as notícias em particular
e tudo o que aconteceu depois disso... —Eu sei. —Digo baixinho.
—E depende de você como usar isso ou não. Existem muitas
maneiras diferentes de executar uma campanha de marketing e não
vou me intrometer nisso. Cabe a você, completamente, mas estou
feliz em ser uma conselheira de confiança se for necessário. E uma
parte disso é compartilhar o conselho e depois deixar minha opinião
ir. —Eu aceno minha mão no ar. —Já foi.

A conversa para enquanto o agente imobiliário chega


triturando o cascalho com os pneus. Barulhento, algo para lembrar
sobre a varanda. Talvez o estacionamento pudesse ser pavimentado.

Acrescento isso à minha lista de notas mentais também.

O agente se apresenta primeiro a Mabel, depois a mim e


aperta o código para abrir a porta.

Meu celular vibra e eu verifico a tela enquanto entro. Uma


mensagem da Tate.

Mabel olha para mim. —Você precisa de um minuto?

Eu enfio meu celular de volta na minha bolsa e balanço a


cabeça. —Não. Estou bem. Vamos ver o que temos aqui.
Capítulo 4
TATE

Vancouver

Estou me contorcendo enquanto o relógio passa pelos


segundos finais do jogo.

Tem sido um jogo de amadores aqui esta noite.

Mesmo depois de semanas de treinos e jogos de pré-


temporada, não há nenhuma sintonia entre eu e meus companheiros
de linha. Cada turno é uma falha de um tipo ou de outro. Vários
passes perdidos e interceptados.

O apito sinaliza o fim do tempo e o final do jogo.

Que inferno.

Foi ruim o suficiente perder para Calgary no sábado, na


abertura da temporada, mas perder esta noite, contra a minha antiga
equipe, no gelo e em casa é humilhante.

A decepção silenciosa ecoa através do interior do Pulpmill


mais alto do que qualquer comemoração jamais poderia. Eu também
estou arrasado, assim como os fãs. Eu tinha feito uma promessa a
mim mesmo e a eles de que, se eu não conseguisse jogar com os
Senators, eu os esmagaria em todas as oportunidades. E porque eu
tinha decidido assim, eu não tinha dúvidas de que isso aconteceria.
Eu sou arrogante assim.

O maldito orgulho me atingiu. Na verdade, isso aconteceu


em agosto, quando eu fui pego de surpresa pela negociação e eu
ainda estou me recuperando disso. Em vez de começar a temporada
liderando a equipe do meu coração para outra chance na Stanley
Cup, estou preso do outro lado do país em um time que não foi para
as finais nos oito anos que existe.

Já posso ouvir os comentaristas e eles não estão errados.


Nilsson precisa fazer algo logo para mostrar que vale aquele contrato pesado que
ele trouxe com ele.

Se me forçar a analisar, a negociação foi boa para Ottawa. Os


Lumberjacks me escolheram e a outro jogador, que diriam depois,
foi em troca do número Um deles. Mas ainda foi uma tacada nas
bolas do meu ego. Especialmente dado que Ottawa teve a chance de
me escolher na proposta. Mas em sua infinita sabedoria, eles ficaram
com Sam Kettering, um atacante que tentou e falhou em sua
primeira temporada.

Eu afasto essas memórias. Elas são tóxicas. Caminho para o


vestiário e me concentro até chegar em casa, longe das pessoas. Eu
digo para o assessor de imprensa dos Lumberjacks que eu vou
responder perguntas assim que eu tomar banho e eu cumpro essa
promessa. Quando volto para o vestiário, tenho uma toalha
pendurada ao redor dos meus quadris e outra em minhas mãos para
secar meu cabelo, mas também um adereço para me dar um
segundo, quando os abutres descem, dou-lhes um aceno de cabeça e
fico na frente da minha cabine.

A primeira questão é, obviamente, qual foi o sentimento de


jogar contra os Senators. Eu me viro e aperto a toalha em minhas
mãos em um canto, garantindo que a pergunta em si não fale por si
só. Eu quero que a notícia corra na minha resposta. —Estou
encontrando meu caminho aqui em Vancouver. Temos muita força
em nossa defesa, alguns grandalhões malucos atrás de mim, o que eu
amo. É aí que meu foco estava hoje à noite. São apenas dois jogos.
É uma temporada longa. Estamos descobrindo o que funciona. O
gol no início do segundo tempo é um exemplo disso e, obviamente,
é aí que está nosso foco. Na longa temporada, em chegar às finais.

—Você não respondeu à pergunta.

Eu pisco e ajusto minha toalha. Tomando outro tempo.


—Que tal isso, hein? Obviamente, eu sei que Ottawa tem uma boa
organização e todas as peças para eles trazerem seu jogo "A" esta
noite. Eles claramente tentaram algumas coisas novas na pré-
temporada e isso funcionou. —Tradução: Eles seguiram em frente
sem mim e eu vejo isso. Não é mais minha equipe.

Por trás das luzes brilhantes e dos microfones sendo


empurrados, ouço outra pergunta, sobre desviar o que é realmente
um problema pessoal de adaptação. Eu sei jogar o jogo aqui.
Reconhecer e reformular. Respiro fundo e olho logo acima das
câmeras. —No final do dia, eu posso competir em um nível mais
alto e eu sei disso, mas essa não é a história que vocês estão fazendo
aparecer. Agora estou pensando, ok, esse foi o segundo jogo. Ainda
temos oitenta jogos e estou animado. Tudo bem? Obrigado, rapazes.

Eu me viro e mais algumas fotos são tiradas das minhas


costas nuas quando eu alcanço e agarro a toalha menor que eu
empurrei no canto acima da minha cabeça. No momento em que
termino de limpar meu rosto, eles foram embora.

Quando chego em casa, jogo minha bolsa na entrada e sigo


por todo meu apartamento, fechando as persianas, bloqueando as
luzes cintilantes do centro da cidade. O cintilar é muito feliz para o
meu humor esta noite.

Eu pego uma cerveja na geladeira a caminho da sala e


afrouxo minha gravata enquanto eu caio no sofá. Depois de
pressionar os botões do controle remoto, a TV é ligada e o jogo de
hoje está em espera no PVR8.

Que melhor maneira de descansar após o dia de trabalho do


que assistir tudo de novo? Vou me torturar me observando em cada
falha e passo em falso no replay instantâneo em câmera lenta em
sessenta polegadas de alta definição na minha cara.

Antes de apertar o play, preciso acompanhar o resto da


minha vida. Eu pego meu celular do bolso e o retiro do modo avião.

No início da minha carreira, adotei a política de ficar


completamente desconectado do mundo externo até que o meu dia
de trabalho acabe e eu esteja fora dos olhos do público.

Eu odeio ter que dizer ―sem comentários‖ quando sou pego


de surpresa por repórteres que estão procurando por uma opinião
sobre um negócio, uma tacada ruim ou até mesmo escândalos fora
do gelo. Eu me recuso a mentir, mas essa frase sempre parece uma.
É melhor ser capaz de dizer honestamente que não sei nada e ir
embora.

Alguns segundos depois, as notificações começam a aparecer.

A maioria delas eu posso dispensar sem verificar, porque elas


são das minhas contas públicas de mídia social que meu amigo de
longa data e assistente, Rob, cuida. Eu clico no correio de voz.

—Tate, é Max. Ligue para mim assim que tiver uma chance.

Por hábito, verifico a hora e acrescento três horas. A


diferença de fuso horário se tornou normal bem rápido.

Meia-noite para mim significa que são três da manhã para


Max, então eu mando uma mensagem para ele.
8
PVR é um gravador de vídeo pessoal (Personal Video Recorder). Os descodificadores com PVR
permitem, nomeadamente, gravar, parar e reiniciar a emissão.
Tate: Estarei aqui até o meio-dia do meu horário.
Ligue para mim quando for conveniente, ao contrário de
você, eu não tenho um bebê pequeno atrapalhando o meu
ciclo de sono.

Momentos depois, meu celular acende e eu atendo. —Ei


Max, o que há?

—Eu, com o bebê. —Ele não parece que se importa, no


entanto. —Como minha cidade natal está te tratando? Já esteve em
algum clube?

—Ainda não.

—Por que não?

Sasha. Mas eu não posso dizer isso a ele. —Ainda estou me


orientando.

—Se orientando? Jesus, Tate, não é como se você fosse um


recém-formado saindo de casa pela primeira vez. Você tem
conhecidos em todas as cidades de hóquei na América do Norte. De
fato...

Eu o interrompo. —Conhecidos, não amigos. —Eu


realmente não quero admitir isso. —Não são apenas orientações. As
coisas não estão indo tão bem com a nova equipe, então não estou
realmente disposto a socializar.

—O que você precisa é de algum tempo de brincadeira.


Posso te colocar em contato com meu amigo Reid Porter. Ele tem
um clube na cidade que deve ser o seu estilo.

—Estou bem, Max. Mesmo. Agora, tenho certeza de que


você não me ligou no meio da noite para certificar-se de que estou
cuidando dos meus fetiches. Então, como vai?
—Na verdade, é por isso que eu chamei, de certa forma.
Você sabe que a chegada de Noah exigiu uma mobília totalmente
nova no porão?

Eu dou risada. Seu porão passou de uma masmorra BDSM


totalmente equipada, para um quarto de família ultra baunilha em
um único fim de semana. —Sim…

—Vamos apenas dizer que a mobília antiga não está mais


desabrigada.

—Isso é uma ótima notícia, porque eu tenho que te dizer, eu


estava tão preocupado com o destino delas que estava me mantendo
acordado à noite. Obrigado por não me fazer perder mais uma noite
de sono por isso.

—Eu vou ignorar isso, espertinho. Porque acabamos de


tomar posse de uma propriedade hoje. Toda aquela mobília e muito
mais, terão uma nova casa no clube que eu falei sobre abrir no
verão. Os planos estão rapidamente dando certo para algo
espetacular. Porter, o cara de Vancouver que eu mencionei, fez uma
oferta que eu não pude recusar. Sua empresa lidará com o
gerenciamento diário e devemos estar prontos e em breve. Como...
na próxima semana, para membros fundadores. Você estará na
cidade na próxima semana, certo? Eu queria ver se você pode
encaixar uma noite de depravação em sua agenda antes do seu jogo
em Ottawa.

Bem, isso é completamente diferente. Eu poderia não querer


sair e transar aqui em Vancouver, mas sair com minha tribo em
casa? Porra, sim. —Com certeza, eu posso. Apenas me envie os
detalhes.

—Vou enviar. —Max diz, então eu ouço Noah chorando.


—Tenho que ir. Paternidade chama.
---

Nosso terceiro jogo é outra derrota ruim em casa, contra o


Winnipeg, na noite de quinta-feira.

Passamos a sexta-feira recebendo bronca da equipe de


treinamento. Começando com uma reunião de equipe logo cedo,
onde o treinador nos passou um sermão sobre nossa performance
de merda, especificando os jogadores para apontar os erros e o que
eles deveriam ter feito de forma diferente, e então passamos por
uma prática contundente.

Passo sexta-feira à noite assistindo ao jogo no meu iPad,


enquanto estou sentado em uma banheira cheia de gelo.

Minhas pobres pernas fodidas.

Minhas pobres bolas fodidas.

A patinação da manhã de sábado antes do nosso jogo contra


o Edmonton é melhor. Eu até fico por lá um pouco depois,
bebendo um shake de proteína com Andrushko antes de voltar para
o meu apartamento para relaxar.

Bzzzz. Eu olho para o interfone da minha posição


esparramada no meu sofá.

Algo que eu não estava preparado para vivenciar em


condomínio é esse zumbido incessante. Minhas demandas para
encontrar um lugar para morar aqui eram a proximidade da arena,
um espaço de estacionamento privado e a casa com boa
manutenção.

Tudo isso aparentemente vem à custa de pessoas


pressionando todos os botões do painel do interfone no lobby.

Eu posso precisar me mudar.


Por enquanto, ignoro novamente o barulho porque sei que
não é para mim. Nunca é para mim.

É sempre no apartamento errado ou alguém que quer entrar


no prédio e não tem uma razão legítima para o acesso. Nenhum
motivo requer que eu tire a minha bunda do sofá, então eu apenas
espero até que quem quer que seja desista e siga em frente. Eu
deveria estar cochilando, de qualquer forma.

Eu não consigo descansar, no entanto. Fui deitar muito cedo


ontem à noite e dormi bastante.

Minha rotina inteira é muito diferente do que era em casa.

Bzzz.

Diferente e irritante.

Um minuto ou mais depois, meu apartamento está,


felizmente, quieto e sinto outra pontada forte da solidão que me
atormenta desde agosto.

A negociação não me tirou apenas da minha equipe, me


afastou de toda a minha vida social. Minha família.

Sasha.

Eu não posso deixar meus pensamentos irem nessa direção.


É uma noite de jogo e com zero de três, estamos em último lugar
em toda a liga, uma classificação estranha e desconfortável para
mim. Eu preciso manter minha saúde mental se tiver alguma
esperança de mudar as coisas.

O silêncio é interrompido por uma batida rítmica na madeira


e leva um momento para eu registrar que o som está vindo da minha
porta.
Relutantemente, levanto-me do sofá e atravesso o
apartamento. Um enorme sorriso se estende pelo meu rosto quando
olho através do olho mágico e vejo Rob e Trevor, dois dos meus
amigos mais próximos que deveriam estar em Ottawa, em vez de do
outro lado da minha porta.

Até eu ser negociado para Vancouver, nos víamos pelo


menos duas vezes por semana quando eu não estava na estrada.
Agora, faz quase dois meses desde a última vez que saímos.

Eu abro a porta. —O que vocês dois estão fazendo aqui?

Rob sorri de volta para mim. —É noite de hóquei no Canadá.


Onde mais nós estaríamos?

Meu estômago revira um pouco, mas consigo manter a


carranca no rosto. —Você não atravessou o país apenas para assistir
a um jogo de hóquei.

—Eu te disse que ele não acreditaria nisso. —Diz Trevor.

—Um passarinho nos disse que você poderia gostar de uma


pequena companhia.

Maldito Max. —Desde quando eu já estive sem companhia?

—Desde que você saiu de Ottawa, aparentemente.

—Estou bem.

Rob encolhe os ombros. —Nesse caso, acho que você


prefere viajar para Ottawa com a equipe na segunda-feira, em vez de
voltar conosco hoje à noite.

—Não há nenhum voo para Ottawa hoje à noite. —Eu sei


disso porque já estou viajando antes da equipe e reservei o primeiro
voo depois do jogo. Ele não decola até o meio da manhã de amanhã
e, pior ainda, não chegará até o meio da tarde. Malditos fusos
horários.

—Há, quando você tem o jato particular de Jack Benton à


sua disposição. —Diz Trev enquanto ele passa por mim entrando
em meu apartamento.

Rob segue, não fazendo segredo do fato de que ele está


observando o local.

Eu fecho a porta. —Como diabos você conseguiu o avião de


Jack? —Eu já estive nele duas vezes antes. É equipado com
requinte, incluindo um belo quarto principal com uma cama king
size.

—Quem se importa? Ele ofereceu, nós aceitamos e agora


estamos aqui. Você vai voltar conosco esta noite ou não?

Um dia extra inteiro para absorver o conforto de casa e


procurar Sasha? Claro que sim. —Porra, eu vou. E eu fico com o
quarto.

Quando chego na arena, estou nas nuvens. Uma tarde


jogando conversa fora com meus amigos foi exatamente o que o
médico pediu. Eu estou mais solto, mais relaxado enquanto me visto
para o jogo.

Até agora, eu costumava ficar só e ignorar tudo o que


acontecia à minha volta se não se referisse diretamente ao
desempenho do meu trabalho.

Mas hoje à noite, eu ouço meus companheiros enquanto eles


falam sobre tudo, desde conselhos a Leclerc, nosso goleiro titular,
em sua iminente paternidade, ao drama com Wade Gibson, que foi
negociado para Edmonton em um acordo que precipitou os
Lumberjacks me pegando do Ottawa.
Esta última parte me chama a atenção.

Com certeza explica por que Gibson, uma estrela em


ascensão com vinte e dois gols e trinta e sete assistências em sua
temporada de estreia com os Lumberjacks, conseguiu sair.

Acontece que há mais vantagens neste jogo do que apenas a


necessidade de acumularmos nossa primeira vitória da temporada.
Meu pulso diminui à medida que me concentro no que eles estão
dizendo. Enquanto a brincadeira continua ao meu redor, percebo
que a melhor maneira de eu realmente ser um membro deste time é
me recompor e me entrosar com eles.

Já faz oito anos que eu não sou o cara novo. Mas mesmo
assim, eu ainda estou muito jovem. E como parte de uma
negociação de três jogadores, não me sinto como alguém de fora,
porque já éramos como nossa própria miniequipe.

Eu não sou o único cara novo começando nesta temporada


com os Lumberjacks. Mas eu também poderia ser, considerando que
o outro cara é o treinador principal.

E falando do diabo.

Dan Cooke entra no vestiário e a conversa morre.

Com um metro e noventa e oito de altura, ele é grande,


mesmo para um jogador de hóquei, e com os braços cruzados sobre
o peito, ele é uma presença imponente em um vestiário cheio de
machos alfa. —Eu vou manter isso curto e grosso, então é fácil até
para os mais cabeças-duras da sala se lembrarem. —Ele analisa a
sala, parando para chamar a atenção de alguns jogadores. —Eu
quero um jogo de hóquei bom e limpo lá fora. —Outra pausa. Mais
análises. Mais atenção. —Então, não confrontem o outro time
por causa do apetite de Gibson por esposas e namoradas de outros
jogadores. Além disso, não pergunte a Gibson, qual esposa ou
namorada ele está fodendo, porque ele provavelmente é convencido
o suficiente para dizer algo estúpido.

Desta vez, quando ele para, ele está olhando diretamente para
mim.

Puta merda. Seus olhos estão cintilando e sua língua está tão
profundamente plantada em sua bochecha, não há dúvida de que
este é o seu plano de jogo. Dar instruções tácitas para incitar o outro
time a brigar enquanto ele mantém um ar de negação plausível.

—Agora vão dar uma surra nos Edmontons.

Assim que o treinador se vai, Zack Moore se aproxima e


senta-se ao meu lado. —Apenas no caso de não ser óbvio, Cooke
quer que nós...

—Sim, eu entendo. —Sorrio. —Faça tudo o que ele nos disse


para não fazer.

—Para a sua informação, Gibson não tem piedade, ele é um


idiota. Solteiro, garotas aos montes, mas ele foi atrás da esposa de
um companheiro de equipe. O casamento de Laski era sólido igual
uma rocha e Gibson o levou à ruína.

---

Enquanto nos alinhamos durante o hino nacional, eu estou


otimista sobre o resultado do jogo de hoje à noite.

Meu primeiro confronto da noite é contra Gibson e é óbvio


que ele não aprendeu nada com a troca. Ele é mais do que
arrogante. É como se ele achasse que é intocável e pode se safar do
que quiser. Ele não percebeu que esta troca foi um passo para trás
para ele. Eu sei que ele foi colocado na primeira linha de Edmonton
em uma tentativa de me enganar. Foda-se. Ele ainda é um jogador
bebê e eu tenho a intenção de fazê-lo sentir isso.
Eu ganho o confronto e vou para onde o disco vai estar. Pela
primeira vez desde que cheguei a Vancouver, tenho certeza de que é
vontade, não dever.

Eu respiro facilmente quando chego com o meu bastão nele.


Um par de passos para frente, então eu jogo para Simec. Ele bate de
volta para Landvic, que envia gelo para onde Moore está esperando.
Moore recebe o lançamento, mas é desviado. Eu empurro para o
rebote. O disco bate em um jogador de Edmonton e o goleiro o
pega.

—Eu ouvi que Gibson é popular com as esposas e


namoradas. —Digo para um defensor de Edmonton enquanto
patino passando por ele para o círculo de confronto. Eu não fico
para ver a reação dele. Tenho um confronto para vencer novamente.

Eu faço exatamente isso e corro para a frente da rede. Moore


manda o disco na minha frente, mas eu dou um grande golpe e caio,
enquanto Gibson rouba o disco.

Quando fico de pé, ele está na zona neutra. Mas não por
muito tempo. Landvic bate com força contra a lateral dele,
conseguindo cinco minutos importantes de punição.

Eu não posso culpá-lo, mas porra, nós deveríamos estar


recebendo as faltas, não fazendo.

Simec, Moore e eu voltamos ao banco para uma mudança de


linha.

Conseguimos matar a penalidade de Landvic e, quarenta e


três segundos antes do final do primeiro tempo, Edmonton recebe
uma penalidade menor por derrubar Moore.
Apesar de começarmos o segundo tempo em uma partida de
poder, não pontuamos e passamos o resto do tempo sem conseguir
nenhuma vantagem significativa.

No final do segundo, o treinador entra no vestiário e a sala


fica em silêncio. —Um gol. —Diz ele. —É tudo o que precisamos
para ganhar isso. Mais seria melhor, mas um gol e defesa sólida nos
darão a vitória junto com um resultado. —Ele gira sobre o calcanhar
e sai sem outra palavra.

Claro, nós lutamos nos últimos dois tempos para conseguir


um gol. Mas então, Edmonton também. Vai acontecer para quem
quiser mais e fizer o que for preciso para chegar lá. Somos nós nos
dois aspectos.

A oportunidade chega bem no terceiro tempo, quando o


Simec intercepta um passe profundo em nossa própria zona. Ele
gira e coloca o disco em Moore e saímos no contra-ataque. Moore
engana Gibson, em seguida, dispara o disco para mim. Eu envio
para o Simec e vou para a frente da rede.

Simec é pego no canto, mas consegue manusear o disco para


Moore, que imediatamente envia para mim na frente da rede.

É um passe perfeito. O disco bate na fita, e com um rápido


movimento do meu pulso, ele voa sobre o ombro do goleiro de
Edmonton até o fundo da rede. Canto superior, baby.

Meu primeiro gol da temporada regular. Perfeito.

Quando o apito marca o fim do jogo, ainda estamos em


último lugar no campeonato, mas não estamos mais com um grande
zero na coluna de vitórias.
Um de três, e a temporada apenas começou. Em seguida, eu
terei uma revanche com o Sens e eu tenho fogo no meu sangue para
ganhar essa também.
Capítulo 5
SASHA

Eu durmo no domingo, depois de ver Tate finalmente


(finalmente!) vencer Edmonton na noite anterior. O único
compromisso na minha agenda do dia é a noite das garotas na casa
da Ellie no final da tarde, mas antes disso eu deveria fazer algumas
compras e também tenho algumas coisas para escrever.

Minha dissertação está indo bem. Secretamente, claro, porque


não tenho pressa em me formar. Mas desde que meu orientador
aprovou a estrutura, eu tenho escrito constantemente e
provavelmente mais da metade está pronta agora. Eu tenho uma
meta de outras cinco páginas hoje e, a menos que algo surja, isso vai
acontecer.

Eu posso sentir isso. Hoje vai ser um dia incrível.

Mas quando faço meu segundo café, alguém bate na porta e,


assim que a abro, lembro-me de que na verdade não tenho a
capacidade de prever se um dia vai ser incrível ou não porque algo
definitivamente surgiu.

Algo, alguém, que sabe que não deveria estar aqui.

—Tate. —Digo o nome dele assim que reconheço que ele


está na minha porta.

Ele abaixa a cabeça e me dá um sorriso totalmente calculado


e perfeitamente tímido. —Ei, Sasha.

—Isso é uma surpresa.

Ele concorda. —Nós temos um jogo aqui.


Em dois dias, mas não vou dar o braço a torcer. Ele não
precisa saber que estou acompanhado a temporada dos
Lumberjacks. A temporada de Tate.

—Mas não aqui no meu apartamento. —Digo secamente.

—Não. —Seu sorriso se alarga. —Estou aqui para ver você.

Oh, droga. —Você quer uma repetição. —Outro


reconhecimento plano. Ele não escondeu isso.

Ele olha em volta da entrada e eu, reflexivamente, recuo,


deixando-o entrar no meu apartamento. Esta não é uma conversa
para se ter no corredor.

Mas não é uma conversa que eu quero ter em privado,


também. Eu não quero ter nada disso. —Tate...

Ele fecha a porta atrás de si e, em vez de seguir para a minha


sala de estar, se inclina para trás contra a madeira pesada e ergue a
mão. —Me ouça.

Eu cruzo meus braços. —Tudo bem.

—Eu sei que você não está pronta para... —Ele gira seu
pulso em um movimento abrangente. —Tanto faz. Um
relacionamento, exposição pública ou mensagens de texto regulares.

Eu concordo. —Sim e tudo mais também.

Ele me dá um olhar maligno. —Bem, nem tudo. Acho que


posso fazer um bom argumento a favor de um orgasmo como
exceção.

—Perdão? —Eu pisco para ele. —Um o quê?

—Eu não quero pressionar você, Sasha. —Ele abaixa seu


tom de voz, suas palavras deslizando em um tom mais baixo e mais
sexy. —Eu só quero fazer você gozar. Em seus termos, o que você
quiser.

—Eu... —Fico boquiaberta com ele. Estou sem palavras.

Ele espera que eu absorva e eu tomo meu tempo. Eu olho


para ele. Jeans caros, perfeitamente cortados, em seus quadris
estreitos e coxas poderosas. Botas e cinto ainda mais caros. Uma
Henley casual cobrindo o peito e os braços, músculos esculpidos
que não esqueci desde a última vez que ele esteve aqui.

Não parei de pensar, para ser honesta.

Eu só quero fazer você gozar.

Claro que é assim tão simples para Tate. Ele é um ser sexual
sem remorsos. Ele é tão centrado no orgasmo que provavelmente é
uma oferta que ele faz para todas.

—Não, obrigada. —Eu finalmente digo. Não estou


interessada em ser um divertimento casual para um menino crescido
que consegue tudo o que quer. O que fizemos em agosto foi uma
grande exceção à minha regra de não celebridades.

Ele balança a cabeça fingidamente. —Nenhum hat trick9 para


Sasha, então.

E então ele sorri e ilumina seus olhos. Eles são castanhos,


mas hoje têm um brilho verde musgo que é muito fresco e puro
demais para alguém tão depravado quanto Tate.

Eu não posso acreditar que estou me apaixonando por isso.


—O que é um hat trick?

—Três orgasmos. Um com minha língua, um com meus


dedos e outro com meu pau.
9
Termo usado quando o mesmo jogador faz 3 gols em uma mesma partida.
—Isso não parece tão impressionante.

Ele sorri. —Claro que é. Eu sou o Gordie Howe10 do sexo.


—Ele levanta três dedos e os abaixa, um por um. —O primeiro está
no seu clitóris. O segundo está na sua boceta. E o terceiro, aquele
que faz você gritar tão alto que seus vizinhos chamam a polícia? É aí
que estou enterrado na sua bunda.

—Isso nunca vai acontecer.

—Nunca diga nunca.

—Você é um porco.

—Definitivamente. Mas sua calcinha está encharcada agora


mesmo.

Ele não está errado.

Por que eu estou mais excitada por suas maneiras


repugnantes e exageradas do que com qualquer outra pessoa? Este é
o universo me punindo por deixar de lado meus princípios para
saciar meu tesão e curiosidade.

Eu preciso mudar de assunto. —Por que... —Deus, minha


voz soa fraca. Eu franzo a testa e tento novamente. —Por que essa
resposta pervertida faz de você o Gordie Howe do sexo?

Ele pisca. —Porque a versão de Howe do hat trick foi uma


assistência, um gol e entrar em uma briga.

Oral, vaginal e... —Você está dizendo que anal com você é
como entrar em uma briga?

Ele franze a testa. —Não.

Eu dou risada e ele faz uma careta para mim.


10
Foi um dos maiores jogadores de hóquei de todos os tempos.
—Anal comigo é excelente.

—Aposto que é. Você precisa trabalhar em sua publicidade.

—Eu não preciso anunciar minhas habilidades.

—E ainda assim você tem uma pequena frase para o seu jogo
sexual, de qualquer maneira.

Eu aponto para a porta. —Você pode ir embora.

Sim, eu estou lhe mostrando a saída. Não, eu não me importo


que ele tenha voado pelo país para me ver. Ele não perguntou
primeiro, e se tivesse, eu teria dito a ele para ficar em Vancouver.

Para tentar sua cantada hat trick com alguém que cairia nela.

—Pode deixar. Você tem que estudar, aposto.

Eu aceno, porque é uma boa desculpa.

Ele pega a maçaneta e faz uma pausa. Sua expressão muda de


brincalhona para séria. —Você deve estar chegando à reta final da
sua dissertação, hein?

Eu respiro fundo e isso aperta no meu peito. Eu não quero


pensar sobre isso. —Sim.

—Você quer alguma ajuda?

Eu tento rir, mas não consigo. —Ah...

Ele se aproxima, algo que ele não fez quando me ofereceu


sexo anal. Calor irradia seu corpo grande e largo. —Brincadeiras à
parte, Sasha. Estarei aqui por mais dois dias. Se você precisar de
uma distração, fique à vontade para ligar.

Eu não vou. Eu não posso.


—Ou você sabe… a qualquer hora. Se você quiser apenas
conversar. —Devo ter feito um trabalho terrível em esconder minha
surpresa, porque ele estende a mão e esfrega o polegar na minha
mão, o mais leve dos toques antes de recuar novamente. Ele está me
desequilibrando com esse papel de bom moço e eu não gosto disso.
—Ei, não fique tão surpresa. Eu gosto de conversar.

—Sobre sexo.

—Sobre qualquer coisa. Eu sou um cara social. —Alguma


coisa cintila em seus olhos e me lembro de novo, por um segundo,
que Tate poderia estar solitário em Vancouver. Mas então ele pisca e
eu lembro que se ele estivesse sozinho, ele poderia simplesmente
pegar uma bunny ou três e preencher aquele vazio com boquetes e
palmadas, ou qualquer outra coisa que ele goste.

Unhas nas costas dele, implorando para gozar...

Ele também não terminou com a sua pressão implacável.


—Vamos jantar esta noite.

—Eu tenho planos.

Sua mandíbula flexiona. —Desmarque-os.

—Eu não quero.

—O que quer que sejam, eu tenho algo melhor. Eu te levarei


no melhor lugar da cidade.

Aposto que essa tática funciona com muitas mulheres, mas é


exatamente a coisa errada a dizer para mim. Eu aponto para a porta.
—Até nunca, Tate. Não deixe a porta bater na sua bunda quando
sair.

Ele me dá um olhar longo e duro, depois acena com a cabeça.


—Tudo bem. Mas eu vou te ver por aí, então... você sabe. Amigos?
Eu não posso lidar com seu otimismo implacável. —Certo.

Ele me dá um olhar longo e curioso, como se ele não tivesse


certeza se acredita em mim. Somos dois. —Você sabe o quê? Você
deveria vir a Rapscallion amanhã à noite.

Isso não parece algo que eu nem sequer chegaria perto. —O


que é Rapscallion?

Ele sorri. —O novo clube de sexo do Max.


Capítulo 6
TATE

De alguma forma meu plano de aparecer e seduzir Sasha para


uma foda divertida no domingo de manhã transformou-se em ela
me dispensando e me lembrando que eu era uma transa de uma vez
só.

Ótimo.

Mas eu não acho que estou imaginando um olhar magoado


em seu rosto enquanto dei a ela um adeus arrogante.

Ainda estou pensando sobre esse olhar enquanto entro na


garagem da minha casa.

Minha casa, onde terei sorte de passar uma semana no total


nos próximos nove meses.

Porra.

Eu mando mensagem para Rob e ele diz que vai chegar em


breve.

Eu deveria tirar uma soneca ou treinar. Em vez disso eu caio


no meu sofá, com as pernas bem abertas, e fecho os olhos e penso
no fogo nos olhos de Sasha.

Meu instinto é enviar flores para ela ou mandar uma


mensagem de desculpas, mas como ela não gostou do flerte, ela
também não vai querer isso.

Estou fodido.
Esta é a primeira vez desde que eu comecei a jogar
profissionalmente que eu me deixo afetar por uma mulher
completamente e ela não me suporta.

E agora preciso aceitar a desconfortável possibilidade de que


minha distração em relação à Sasha tenha sido parte do meu início
difícil com os Lumberjacks.

Porra.

A vitória da noite passada em Edmonton foi muito


necessária. É aí que minha cabeça deveria estar. No meu trabalho.

Eu pego o controle do PVR11 e ligo a televisão. Com certeza,


os últimos jogos dos Senators estão gravados. Bom trabalho, Rob.

De alguma forma, isso é diferente de assisti-los no meu


laptop, na estrada.

Deveria ser eu naquela camisa. Quando Brandon patina no


gelo na primeira mudança de linha, eu posso me ver bem atrás dele.
Agora é a porra do russo com o maldito sorriso de dentes largos.
Aquele cujas fofocas chegaram a mim em Vancouver.

Eu não sou um grande lutador, deixo os valentões lidarem


com esses tipos, mas aquele cara? Eu quero socá-lo no rosto na
primeira oportunidade.

Eu o observo de perto, memorizando o balanço de seu


corpo. Ele é fluido e rápido para um cara grande. Eu não posso
subestimar sua velocidade novamente.

Eu ouço a porta da frente abrir e levanto a minha mão.


—Assistindo alguns jogos gravados. —Digo.

—Bom trabalho. —Diz Rob. —Eu te trouxe almoço.


11
Dispositivo que grava programas para serem assistidos depois.
—Obrigado, cara. —E é isso. Ele me deixa para assistir ao
jogo enquanto desembala a comida, em seguida, calmamente me
traz uma água antes de afundar na poltrona do outro lado da sala
com seu celular.

No próximo intervalo comercial, paro o jogo em vez de


avançar e olho para Rob. —Ei, quer sair para jantar hoje à noite?
Algum lugar legal?

Ele sorri. —Sim, porra.

Claro, ele pode não ter a boceta mais doce que eu já afundei,
mas ele não me traz sofrimento. —É um encontro.

Ele ri. —Você está tão desesperado?

Aparentemente sim.
Capítulo 7
SASHA

Ainda estou em choque pela visita inesperada de Tate quando


chego à casa de Ellie no domingo à noite. Vir aqui para uma noite
de garotas significa passar por uma rápida checagem de segurança da
RCMP12, porque minha melhor amiga é casada com o primeiro
ministro do Canadá, um fato que eu não acho grande coisa, mas de
vez em quando é meio surreal.

—Você pode ir, Srta. Brewster. —Diz o jovem policial.

Eu acelero meu carro e assim que estaciono vejo nossa amiga


Violet Roberts dirigindo atrás de mim. Ela sai do carro e abre a
porta traseira, onde vejo um assento de bebê. Ela o cobre com um
cobertor para proteger o pequeno Noah da fria noite de outubro.

Eu espero por eles, então vamos até a porta da frente juntos.


Estou morrendo de vontade de perguntar a ela sobre o que Tate
disse, porque Violet é a esposa de Max. Max, que agora,
aparentemente, tem um clube de sexo chamado Rapscallion.

Que nome ridículo e tentador.

Mas não posso perguntar agora porque estamos em frente a


24 Sussex, a residência oficial do primeiro-ministro do Canadá. Este
não é o lugar para falar a respeito de nomes exagerados de clubes e
notícias secretas que eu não sabia.

Claro, a entrada é protegida da visão da estrada por um


conjunto de árvores, o que torna isso tão normal quanto possível,
mas ainda assim. Não é a hora nem o lugar.
12
Polícia Real Montada do Canadá
Ellie atende a porta sozinha. —Entre, entre. —Ela diz, suas
mãos fazendo um gesto entusiasmado para a cadeira de bebê
portátil.

Violet entrega Noah com uma risada. —Sua pessoa favorita


chegou.

—Eu simplesmente não consigo lidar com o quão fofo ele é.


—Diz Ellie. Nós tiramos nossas botas e casaco enquanto ela tira o
pequeno menino de suas fivelas e cobertores. —Sim, você é. Sim
você é.

Oh, a conversa de bebê vai me levar a beber. Se ela continuar


assim, precisarei ser levada para casa por um policial da RCMP, o
que pode ser bem agradável depois do dia que passei.

Violet ri e eu olho para ela. —Eu disse isso em voz alta?

—Talvez.

Ellie mostra a língua para mim. —Não seja uma desmancha-


prazeres de bebê.

Eu mostro minha língua de volta em sua direção. —Traga-


me uma bebida, imediatamente.

Ela aponta para os fundos da casa. —Beth está fazendo


Martinis na sala da estar.

—Deus a abençoe. —Eu deixo a nova mãe e a recém-


grávida, mas muito animada futura mamãe no hall de entrada e vou
em busca de bebida. É claro que Gavin engravidou Ellie e é claro
que ela está radiante e é claro que estou feliz por ela. Eu só tenho
um limite para conversa de bebê e aparentemente é um minuto.

Na sala de estar, encontro Beth Evans e Corinne Smith. Beth


trabalha no escritório de Gavin e Corinne é uma oficial da RCMP
que joga em seu time de hóquei. Eu não conheço Corinne tão bem,
além de tê-la visto na festa de Natal pervertida de Max e Violet no
ano passado.

Não pense em Tate.

Eu fiz um trabalho decente durante toda a tarde de afastar o


pensamento da nossa briga. E foi preciso somente ver Corinne e
pronto, ele está de volta à tona novamente e tudo o que posso
pensar é estar sentada ao lado de Tate no sofá no porão de Max. Eu
acho que no momento em que ela estava curvada sobre o banco de
surra, a coxa de Tate estava pressionada contra a minha.

Isso é tudo o que aconteceu entre nós naquela noite.


Sentados juntos, observando. Uma pressão nas coxas e alguns
toques de ombros, braços e mãos. Um burburinho confuso de calor
que me manteve acordada a noite toda depois que eu saí.

Que ficou infiltrado por oito longos meses depois disso, até
que ele acabou no meu apartamento e eu propus a ele.

Uma tarde.

Quão estúpida eu tinha sido?

E haverá sofás no Rapscallion?

—Ei, Sasha, —Beth acena um agitador de bebida de prata no


ar. —Lemontini?

Definitivamente sim. —Faça o meu duplo.

—Corinne estava apenas me contando sobre o progresso que


Max fez com o novo clube. —Os olhos de Beth se iluminam
enquanto ela coloca minha bebida em uma taça de Martini com
borda de açúcar. —Você já ouviu falar sobre isso?
—Brevemente. —Consigo dizer. Dez horas depois e ainda
estou em choque. Quando Ellie e Violet chegam, aponto um dedo
com carinho para minha melhor amiga. —Eleanor Montague, há
notícias de clubes de sexo que você pode ter esquecido de me
contar?

Ela franze a testa. —Acho que não. Você sabe que Max
comprou uma propriedade fora da cidade.

—Não, eu não sei disso!

Violet ri e olha para Corinne. —Você deve saber mais do que


eu, na verdade. Eu não tive a chance de ler o último e-mail de Reid,
mas nós teremos uma festa inaugural na noite de segunda-feira,
apenas para membros fundadores.

—Reid? —Tomo um longo gole da minha bebida. —Quem é


Reid?

Ellie faz um som estridente. —Eu posso ter esquecido de


falar sobre isso, também. Reid Porter é amigo de… Max? Gavin? Eu
acho que ambos o conhecem de Vancouver. Ele é dono de dois
clubes e no dia a dia dirige uma empresa de segurança.

Minha boca se abre. —Reid Porter da Power Edge Security?

Dirigir uma empresa de segurança é um eufemismo. Ele é


rico o suficiente para estar nos círculos de negócios do meu pai, e
quando expandimos nossa produção para a Indonésia, a Power
Edge Security teve um grande papel para tornar essa transição
segura, tranquila e lucrativa.

Corinne se inclina e toma um gole de sua bebida, com os


olhos arregalados. —Você o conhece?
—Não de uma maneira pervertida. —Digo. Meus olhos
devem estar igualmente arregalados. —Mas ele é... Quero dizer, eu
posso ver isso. Ele é superdominante. Ele tem essa vibe.

Corinne nos explica todos os detalhes. Aparentemente, Max


comprou uma propriedade na margem do rio, uma casa grande
cercada por terrenos suficientes para ser totalmente privada, e a
equipe de Reid Porter está atualmente adaptando-a com segurança
de alta tecnologia. Em seguida a outra equipe, do lado do clube, irá
transformá-la em uma masmorra luxuosa, com várias salas criadas
para festas, bem como alguns espaços privados.

O tempo todo que ela está falando, Ellie está balançando o


bebê Noah para trás e para frente em seus braços.

Esta vida é surreal em vários níveis.

Mas eu estou animada por elas, mesmo que não seja


realmente o meu mundo, tirando a curiosidade normal, é claro.

Depois de estarmos todos informados sobre o progresso do


mais novo e exclusivo clube de BDSM de Ottawa, a conversa se
volta para a gravidez de Ellie, que o escritório do primeiro-ministro
anunciará na próxima semana, assim que ela for oficialmente para o
segundo trimestre. Isso leva a sua decisão de tirar um ano de licença
de maternidade antes de retornar à sua pesquisa de doutorado, que,
por sua vez, orienta a conversa para mim e para o meu trabalho.

—Está indo. —Digo. —Mas tenho certeza de que haverá


muita reformulação quando minha orientadora analisar o que escrevi
até agora.

—Você deve estar na reta final. —Diz Violet e o eco do que


Tate disse horas antes me faz mexer desconfortavelmente.
Eu gosto da ideia de viver a vida o mais anonimamente
possível. É estranho ter amigos prestando muita atenção no que
estou fazendo e preciso me lembrar que é de onde vêm as perguntas
deles, de um lugar da amizade e não porque são espiões do meu pai,
da imprensa ou qualquer outra pessoa que tenha interesse em
sabotar meu sucesso.

—Alguns dias parecem assim. —Digo suavemente. —E


então outros te fazem questionar seriamente sobre isto. É a natureza
do mundo acadêmico.

Ellie ri e acena com a cabeça. —É verdade.

Violet desaparece na cozinha para montar uma bandeja de


petiscos, e quando retorna, a conversa volta para o clube e a eterna
busca de Corinne pelo cara certo.

—É muito complicado, porque eu não quero um caso de fim


de semana, mas eu não quero um relacionamento vinte e quatro
horas por dia também. —Ela diz e levanta o copo de Martini no ar.
—Universo, eu imploro a você, por favor, me dê um grande e
robusto Dom alfa que queira uma sub alfa. Obrigada.

—Isso existe? —Pergunto, não me importando que minha


voz esteja cheia de espanto.

Ela encolhe os ombros. —Eu continuo esperando. Eu acho


que eles podem ser uma lenda na comunidade kink, mas um dia...
—Ela limpa a garganta. —E você?

—E eu? —Me bata o quanto você quiser. O sexo pervertido que


nós tivemos? Acho que não. E eu não estou fazendo orgias com
ninguém, então o que quer que eu tenha com o Tate, ele não é o
cara certo para mim, não de uma maneira pervertida, do tipo para
sempre.
Não, não do jeito que Corinne quer dizer. Mas... caramba. Saia
da minha cabeça, Tate.

—Você está com alguém? —Beth pergunta, seus olhos


brilhando enquanto ela me observa. Ela pode pensar que estou
enlouquecendo e eu estou, mas não por esse motivo.

Eu recuo. —Não.

Ellie me dá um olhar curioso. —Não?

—O quê?

—Você sempre tem alguém.

Isso é verdade. Ao longo dos dois anos que fomos colegas de


quarto, eu sempre tive um amigo de foda. Eu gosto de sexo e
prefiro a monogamia em série sem quaisquer amarras. —Acho que
estou passando por um período de seca. Não transo há meses. —
Sete semanas e três dias, para ser exata.

E antes disso...

Não, sem pensar em quanto tempo Tate ocupou meus


pensamentos antes que eu sucumbisse aos meus instintos mais
básicos.

—Há um cara no PMO13 que eu deveria apresentar para


você. —Diz Beth.

Ellie lhe dá um olhar curioso. —Quem?

—Craig, o novo redator de discursos.

—Ooh, interessante. —Diz minha melhor amiga traidora.

13
Departamento de gerenciamento de projetos.
—Não, não é interessante. —Digo, acenando meu copo no
ar. —Outro Lemontini, por favor.

—Ok, sem pressão na frente do cara.

Ellie pega seu celular, no entanto. —Aqui, olhe para ele. —


Ela segura e mostra o perfil do Facebook dele.

Eu pego o celular, porque não estou morta por dentro. E ele


é bonitinho. Eu clico em sua foto de perfil para aumentar.

—Ele é definitivamente o seu tipo. —Ellie diz e Beth acena.

Eu dou-lhes um olhar curioso. —Qual é o meu tipo?

—Inteligente, silencioso, pouco chamativo. —Diz Ellie.

—Humm. —Isso soa como a maioria dos caras que eu


namorei.

Beth acrescenta: —Parece que ele seria muito atencioso na


cama.

Eu gemo. Sim, isso é familiar, também. É por isso que Tate é


tão memorável, porque ele foi... bem, não indelicado. Mas áspero e
exigente e... interessante. Sem sexo chato. Ele proporcionou em
abundância, o bastardo.

E esta manhã, ele estava mais do que feliz em proporcionar


novamente e eu o afastei.

Eu dou outra olhada na imagem. Então eu passo para a


direita e gemo novamente. —Não.

—O quê?

Eu levanto o celular para que todas possam ver. Sua última


foto de perfil era ele olhando com adoração para Gavin. —Todos
nós merecemos alguém que olhe para nós como esse cara olha para
o seu marido, Ellie. Mas qualquer um que coloque uma foto de si
mesmo observando seu chefe como sua foto de perfil tem um
grande não para o Encontro com Sasha.
Capítulo 8
TATE

Um controle de portão estava esperando por mim em minha


casa quando voltei a Ottawa, junto com um bilhete escrito à mão
com o endereço da propriedade que Max comprou. O convite é
para mim e meus convidados de confiança, então Rob dirige e nós
pegamos Trevor e Oliver no caminho. Todos os meus amigos
jogaram no time de hóquei do Gavin e participaram de
confraternizações na casa do Max. Sair para uma noite de festa
como esta é ainda melhor do que eles aparecendo para me
surpreender em Vancouver.

Estamos sentindo falta de Brandon, mas é muito estranho


sair com ele agora, quando vamos nos enfrentar amanhã à noite. E
eu vou dominar lá.

É uma boa viagem de trinta minutos para o interior e quando


chegamos ao endereço, há um pesado portão de ferro bloqueando a
propriedade, e um poste de sensor de alta tecnologia que, quando eu
entrego minhas chaves para Rob e ele aperta o controle, o portão se
abre.

Um luxo.

A rotatória já tem alguns carros, então Rob se aproxima e


estaciona lá.

Na porta da frente, somos cumprimentados por Max


segurando Noah.
—Ei, homenzinho. —Digo, puxando a ponta do seu
macacãozinho. Ele me dá um sorriso babado. —Eu pensei que este
lugar era estritamente para maiores de dezoito.

Max ri. —Uma exceção para esta noite. Uma vez que Violet
o amamentar para dormir, vamos nos unir a todos lá embaixo. —
Ele gesticula para a enorme escadaria dupla atrás dele e o corredor
além. —Todo o espaço deste andar é de uso público. O pessoal do
buffet esteve mais cedo cuidando das coisas do jantar e eles não
tinham ideia de que estavam em um covil de perversidade. Vamos
lá, todo mundo já está aqui.

Um covil de perversidade. Sim, eu precisava disso. Quando


Max me perguntou se eu tinha ido a algum clube em Vancouver, eu
não estava pronto. Mas depois da explosão de ontem com Sasha,
foda-se. Eu preciso voltar para a cena.

Eu conheço quase todo mundo presente na grande sala.

Lachlan Ross, um oficial da RCMP14 que conheço no mundo


kink desde que ele chegou a Ottawa e o cara que me apresentou a
todos os outros aqui através do time de hóquei privado do primeiro-
ministro, está encostado em um balcão em frente à cozinha aberta.
Seu braço está em volta de seu parceiro, Hugh Evans, que tem seus
braços ao redor da terceira parceira deles, Beth.

Eu aperto as mãos deles e Beth me dá um beijo rápido na


bochecha.

—Você está envolvida nisso, não é? —Pergunto.

14
A Royal Canadian Mounted Police, também conhecida nos países de língua portuguesa pela sua
tradução Real Polícia Montada do Canadá, é a organização policial do Canadá, constituindo a maior
força de segurança do país, e é mais conhecida como Mounties
—Claro. —Diz Beth, seus olhos brilhando. —Embora
Lachlan esteja fazendo dupla função esta noite. Ele e Max também
têm que votar por Gavin, por procuração.

Além de nos soltarmos hoje à noite, também vamos votar


pelo regulamento interno do grupo. O primeiro-ministro é um
membro fundador ausente até que ele se aposente da vida pública,
então faz sentido que ele tenha um voto mesmo que não esteja aqui.
Tenho certeza de que ele e Ellie vão encontrar uma maneira de
visitar nos dias em que o clube estiver oficialmente fechado, no
entanto.

Em seguida, cumprimento Corinne, outra da Polícia Montada


que joga hóquei conosco. Ela é uma goleira malvada, mas tire as
luvas dela e a coloque em um clube e ela será uma submissa serena.
O convite de Max para o jantar dizia meio casual, então estou
vestindo um blazer sobre jeans e uma camisa social, mas todas as
mulheres claramente se reuniram e discutiram pequenos detalhes de
fetiche em suas roupas. O vestido de Corinne é justo e coberto de
tiras em ziguezagues que revelam pedaços de pele. Beth está usando
algemas de couro nos pulsos que combinam com um cinto largo
também de couro em volta da cintura e Violet usa um vestido de
cocktail preto e está ostentando uma gargantilha de diamantes que
eu tenho certeza que Max deu a ela como uma coleira pública.

Eu me pergunto o que Sasha usaria se ela fosse para algo


assim.

Se ela não me desprezasse, poderíamos nos divertir muito


aqui.

Max bate a mão no meu ombro, desviando minha atenção de


volta para os outros convidados. Jack Benton ergue a taça em um
sombrio reconhecimento da minha chegada. Em uma volta agridoce
desse mundo pequeno, o magnata bilionário e ex-proprietário dos
Lumberjacks, agora mora na minha cidade natal e estou jogando por
todo o país em seu antigo time.

—Jack. —Digo, estendendo a mão.

—Eu não sabia que eles negociariam você. —Ele pega minha
mão e dá um aperto firme. —Mas foi um puta jogo contra o
Edmonton. Boa sorte amanhã.

Eu dou-lhe um sorriso suave. —O Sens vai precisar mais do


que eu.

Ele ri. —Esse é o espírito. —Ele gesticula seu copo em


direção ao homem se aproximando de nós, o único convidado que
eu não encontrei antes. —Você conhece Reid Porter?

Eu mudo minha atenção para o outro homem e estendo


minha mão enquanto o estudo. Cara grande, mais velho que a
maioria de nós. Talvez em seus quarenta e poucos anos. —Eu sou
Tate Nilsson. Ainda não tive o prazer.

—O mais novo Lumberjack. —Reid aperta minha mão. —


Eu definitivamente conheço você. Você está no meu jornal da
manhã todos os dias.

—Você é da costa oeste?

—West Van, nascido e criado. —Ele aponta para Max. —É


como eu conheço o bom médico lá e Jack aqui.

—Eu gosto de seus planos para este lugar.

—Você deveria visitar meus clubes em casa.

Casa. Não, esta é minha casa. Mas sim, eu deveria tentar


encontrar uma nova tribo enquanto estiver no oeste. Nove meses do
ano, durante os próximos anos da minha vida, é muito tempo para
não ter um espaço como este, onde eu possa ser exatamente quem
eu quiser, sem qualquer necessidade de autocensura. —Eu farei isso.

—O controle para esta propriedade funcionará em qualquer


uma das minhas propriedades. Temos um ótimo clube em New
York e outro em Los Angeles. Denver, Miami, Toronto.

—Inteligente. —Isso também significa que nossos membros


dessas cidades virão aqui. Isso foi meio preocupante para Max, mas
estou bem com isso. Quanto mais melhor, contanto que todos
sejam devidamente controlados e verificados pela equipe de Porter.

A conversa gira em torno do estatuto padrão de Porter para


todos os seus clubes e adicionamos alguns extras específicos ao
Rapscallion para proteger Gavin.

Enquanto conversamos, lembro o quanto valorizo essa


comunidade. Apenas no mundo kink eu me sinto verdadeiramente
confortável comigo mesmo, bem, a menos que eu tenha patins nos
meus pés.

Depois do jantar, Noah acorda e Violet o tira do balanço.


—Vou levá-lo para a residência. —Ela diz para Max.

—Vou acompanhá-la em um minuto, depois de mostrar o


andar de baixo a todos. —Ele aponta na direção da entrada da
garagem enquanto se volta para o grupo. —Temos uma babá
esperando no apartamento privado acima da garagem. Logística de
pais.

Isso aí resume o valor desse grupo unido. Max investiu em


uma propriedade inteira, um negócio, só para manter isso vivo para
ele e Violet, já que agora eles têm um filho.

Lá embaixo, encontramos uma masmorra em construção. A


maior parte do espaço ainda está aberta, à espera de móveis
personalizados, mas há as peças familiares do porão de Max. A Cruz
de Santo André, um banco de spanking15 e alguns móveis.

Mas também há peças novas e alguns armários embutidos


que se prestam perfeitamente ao armazenamento de objetos
divertidos, como chibatas, bengalas, chicotes e açoitadores.

Eu me pergunto se alguém aqui hoje à noite gostaria de


algum jogo de impacto. Minhas mãos estão inquietas.

Não apenas minhas mãos. Não, tudo em mim está vibrando,


ansioso para aliviar algumas das inquietações que vêm tomando
conta da minha mente ultimamente.

Hugh e Beth são os primeiros a dar o passo de explorar o


ambiente. Eles reivindicam o banco de spanking, fazendo Lachlan
gemer enquanto eles empurram-no para o centro da sala principal.

Eles não estão com pressa, no entanto. Há tanta energia


circulando entre eles enquanto provocam um ao outro e Lachlan
sobre como deveriam coreografar uma brincadeira trilateral de dor e
prazer que todos os outros desaceleram também.

Lachlan é um cara grande e durão. Observá-lo corar


enquanto Beth coloca um anel peniano nele é muito divertido.

—Você quer isso agora? —Ela pergunta a Hugh enquanto


anda pela masmorra, pegando e descartando vários instrumentos de
tortura.

Ele pisca para ela. —Você decide.


15

Bancos de spanking ou cavaletes são peças de mobília usadas para que o spankee
fique posicionado durante a prática. Este pode estar atado à mobília ou não. Existem inúmeras
variações, desde as mais simples, às de complexidade mediana, até as extremamente complexas.
Ela se aproxima de Lachlan e sussurra algo que eu não
entendo para ele.

Ele estremece.

Eu ando até onde Rob está encostado na parede e me junto a


ele. A partir desse novo ponto de vista, posso ver Corinne
negociando calmamente uma cena com Reid.

Maldição. Eu ia perguntar se ela queria...

Não importa agora.

É melhor.

Eu não estou com a cabeça boa para dominar ninguém esta


noite.

E realmente, quando Hugh está como ele está hoje à noite,


assistir é tão bom quanto.

Ele pega uma varinha do mal, uma varinha de fibra de


carbono fina que vai dar uma boa picada estalada contra a pele de
Lachlan e a gira no ar enquanto caminha de volta para seus amantes.

—Vamos tentar isso. —Ele ronrona para Beth.

Ela a toma dele e ele segura, então ela o puxa contra si e


Lachlan.

O cara grande puxa os dois em seus braços para um beijo


frenético tão íntimo que é difícil de assistir. Felizmente, não
precisamos, porque Max e Violet retornam.

E eles não estão sozinhos.

Todos os outros na sala ficam quietos quando veem quem


está atrás de nossos anfitriões.
Eu também estou em silêncio, mas não porque Ellie
Montague acabou de entrar em uma masmorra pervertida.

Eu não me importo se a esposa do primeiro-ministro está


com... asas de anjo, aparentemente, e um minivestido transparente
que a faz parecer uma fada da floresta.

Não, toda a minha atenção está em sua melhor amiga.

Sasha nem finge que não está aqui para me atormentar. Ela
me atira um olhar nem ouse antes de sorrir para Beth. —Não nos
deixe interromper.

Ellie estremece quando Lachlan esfrega a mão sobre o rosto,


voltando a ser o responsável Mountie16.

—O que você está fazendo aqui? —Ele exige saber.

Eu quero perguntar a Sasha a mesma coisa.

—Uh... —Ellie sorri. —Bem, Gavin está fora da cidade. E eu


estava entediada.

—Você pelo menos discutiu isso com ele?

Seu sorriso fica ainda mais amplo. —Não.

Lachlan pragueja baixinho, depois murmura algo sobre


mulheres grávidas e comportamento deliberadamente malcriado.

Oh. Interessante.

Talvez o PM não tenha sido pervertido o suficiente com sua


noiva desde que a engravidou. Bem, a visita dela aqui esta noite

16
A Royal Canadian Mounted Police, também conhecida nos países de língua portuguesa pela sua
tradução Real Polícia Montada do Canadá, é a organização policial do Canadá, constituindo a maior
força de segurança do país, e é mais conhecida como Mounties
quase certamente lhe renderá algumas palmadas que eu tenho
certeza de que ambos irão gostar.

Sua ex-colega de quarto, por outro lado, não está procurando


por uma surra.

Ou mordida.

Ou qualquer outro bom momento de me agarrar, me foder.

Mas eu não estou amargurado.

É uma pena que esta masmorra não tenha bebidas. Um gole


ou cinco de uísque faria o fato dela ainda não olhar para mim um
tanto mais suportável.

Eu não estou fazendo qualquer pretensão de não olhar para


ela, no entanto.

Estou procurando minha satisfação.

Anteriormente, eu me perguntava o que ela usaria para um


evento elegante. Agora eu sei. Ela está tão polida e elegante hoje
como sempre está. Mas há algo sobre o vestido dela que faz meu
sangue se transformar e ferver em luxúria.

À primeira vista é mais ou menos um vestido de verão. Feito


de grandes lenços de seda em tons de pedras preciosas. Dois
triângulos formam a parte de cima e a saia é composta de muitas
partes pontiagudas de seda.

Mas então ela se move de novo, cada uma das partes se move
independentemente da outra, e percebo que posso ver vislumbres de
suas coxas. O lado inteiro da coxa.

Sua saia tem uma fenda até a cintura a cada poucos


centímetros.
E eu não posso tocá-la.

Não posso deslizar minha mão entre aqueles tecidos sedosos


e acariciá-la até um orgasmo intenso e satisfatório.

Ela é cruel em negar a nós dois esse prazer.

Aparentemente, Lachlan é mais generoso do que ela, porque


ele decidiu não tornar a escapada de Ellie um crime federal e agora
Hugh está colocando-os de volta nos trilhos.

—Onde estávamos, linda? —Ele pergunta a Beth.

Ela cobre seu rosto e lhe dá um beijo suave. —Nós


estávamos prestes a amarrar Lachlan e marcar sua bunda.

Seu amante geme, mas ele tira a camisa e mexe os ombros


antes de colocar os antebraços juntos atrás das costas.

Muito ansioso? Eu dou uma risada baixinho.

Volto minha atenção secretamente em direção a Sasha. Seus


olhos estão arregalados e seus lábios estão separados, com a ponta
da língua espreitando no canto. Corada e curiosa.

Sua cabeça se vira em minha direção e seus olhos se


arregalam ainda mais.

Merda.

Ela se afasta e vai para o bar self-service enquanto Beth cai


de joelhos na frente de Hugh.

—Você estava prestes a me amarrar, eu acredito.

Isso vai prender a atenção de todos.

Eu sigo Sasha.
Ela pega uma garrafa de água e continua, mas não desce as
escadas para voltar ao andar principal.

Em vez disso, atravessa um corredor que ainda não explorei.


Isso leva a uma sala silenciosa que está vazia, mas levando em conta
as estantes semimontadas ao longo de uma parede e de um sofá
ainda envolto em plástico, imagino que seja uma biblioteca.

Não tenho dúvidas de que em algum momento no futuro


próximo, veremos alguém sendo prensado contra uma parede de
livros, implorando pelo prazer ao professor ou professora travessa.

Eu fico duro só de pensar nisso.


Capítulo 9
SASHA

Vir aqui foi um erro. Quando Ellie ligou eu pensei que


poderia lidar com a visão de Tate, mas a verdade é que ele traz
muitos sentimentos que eu não consigo controlar.

Se todos eles fossem negativos.

Ele se inclina contra a moldura da porta, ocupando muito


espaço neste canto escuro e íntimo da casa. —O que você está
fazendo aqui, Sasha?

—Ellie queria vir e conhecer este lugar antes que estranhos


tivessem acesso a ele. —Soa fraco para os meus próprios ouvidos
agora. Eu queria te mostrar que não preciso de você. E eu não preciso.

—Eu não achei que esta era a sua cena. —A sala é iluminada
apenas por algumas luzes nos cantos e seus olhos brilham sob a
sombra de sua sobrancelha franzida.

—Eu não sei qual é a minha cena.

Sua mandíbula se flexiona.

Ele poderia me ajudar a descobrir isso. Ele foi na minha casa


ontem com praticamente essa oferta exata. Sem amarras, apenas
sexo.

E eu recusei.

Eu vou fazer isso de novo também. Tate não é o homem


para eu explorar minha sexualidade. —Volte para a sua diversão.
—Rebato.
—Eu não quero. —Ele diz furtivamente e faz um beicinho.
Não é divertido agora que você está aqui para ser uma pedra no meu sapato.
—Você perdeu o jantar.

—Sim, decidimos no último minuto vir aqui. Está tudo bem.


Ellie comeu antes de sairmos, porque a gravidez faz com que ela
jante às cinco, como um idoso. Ela provavelmente também vai parar
para um lanche na hora de voltar para casa para dormir.

—Você quer sair daqui? Nós poderíamos ir para a cidade.

Eu dou risada. —Acabei de chegar aqui. Por que eu iria


querer sair?

Ele aperta sua mandíbula novamente, desta vez ela fica tensa
por alguns segundos antes que ele relaxe. —Eu não sei. Foi apenas
uma ideia. Eu continuo esquecendo que você não gosta de mim.

Eu viro as costas para ele. Deixe-o ir, digo a mim mesma. Ele
não vai se importar nem aprender.

Mas então há uma parte de mim que sempre quer estar certa.
Eu odeio essa parte. Respiro fundo, depois olho para ele.

Grande e forte. Estúpido.

Estupidamente gostoso também.

Eu odeio meus ovários pela forma como eles vibram em sua


presença.

—Não é você, ok? Não é que eu não goste de você. Não é


pessoal.

Ele solta uma risada e descruza os braços, balançando o


paletó para trás enquanto enfia as mãos nos bolsos. Ele faz com que
jeans e blazer pareçam incrivelmente bons. —Você colocou suas
marcas de garras nas minhas costas, Sasha. Eu estive dentro do seu
corpo. Com certeza parece pessoal.

Calor bate em mim. Sim, ele esteve dentro de mim. E foi a


melhor e pior decisão da minha vida, porque não consigo esquecer
como foi bom aquele dia.

—O que você quer que eu diga? Ninguém nunca vai se


comparar a você? Você abalou meu mundo?

Ele se aproxima. —Nós dois sabemos que sim. E eu faria de


novo em um piscar de olhos, porque eu gosto do seu fogo.

Eu não posso respirar. Eu me movo para trás e esbarro em


um móvel coberto de plástico. Eu olho para baixo. Um sofá. E
quando eu olho para frente, Tate está bem diante de mim. Ainda
maior e mais musculoso do que ele parecia do outro lado da sala.

Uma memória visceral e faminta cresce dentro de mim. A


sensação dele em cima de mim. O peso dele. A pressão dolorida de
seu pau dentro de mim quando ele me empurrou para a cama.

É muito ruim que fora do quarto, ele marque todos os itens


na minha lista de não.

Celebridade.

Rico.

Pretensioso.

—Eu não estou interessada no seu dinheiro. Nunca tente me


impressionar com um jantar chique ou algo assim.

Ele me dá um olhar duro, como se ele pudesse ver dentro da


minha cabeça, e ele sabe que estou pensando coisas não carinhosas
sobre ele agora. Pena que também guerreiam ferozmente com
pensamentos sujos. —Ótimo.

—Você não deveria gastar seu dinheiro com qualquer outra


pessoa também.

—Isso não é da sua conta.

Concordo. —Eu sei.

Sua mandíbula se flexiona novamente. —Talvez eu seja


apenas um cara generoso.

—Não. Você é um esbanjador. Você faz coisas estúpidas,


como empregar homens adultos que, de outra forma, não podem
ser empregados porque têm um histórico gigantesco de fracassos.

—Uau, do que você está falando?

—Seus puxa-sacos. —O mesmo grupo que está aqui esta


noite, assim como na festa de natal na casa de Max. É ridículo. E eu
li coisas sobre eles em blogs, mas esse conhecimento indica uma
perseguição inapropriada e eu provavelmente falei demais.

Exceto que Tate nunca conheceu uma farpa que ele não pode
superar, e isso continua. —Eles são chamados de amigos e são o
meu sistema de suporte mais confiável. Novo conceito para você?

Eu bufo. —Tente outro insulto.

—Você ficou com o nariz preso em um livro por muito


tempo, baby. Você não reconhece uma coisa boa quando está bem
na sua frente.

—Quando uma coisa boa está bem na minha frente.


—Ronrono. —Eu pego a oportunidade rara e a faço valer a pena.
Eu vou deixar você saber quando isso acontecer.
—Eu estava apenas me oferecendo para levar você para
jantar. Como você transformou isso em um embate...

—Você estava se oferecendo me levar para jantar antes de


me pedir um boquete. —Rosno, invadindo seu espaço pessoal.
—Totalmente transparente e deselegante.

Ele sorri para mim. —Talvez eu só queira que você se


alimente antes de eu rastejar entre suas coxas deliciosas e fazer você
gozar na minha língua. Tenho que manter sua energia. Mas tudo
bem. Você não quer minha boca na sua boceta, quem perde é você.
—Seu olhar cai para o meu vestido. —Ou a minha mão na sua saia
enquanto você assiste as pessoas serem espancadas.

—É isso que você pensou? —Minhas palavras saem de mim


em sussurros excitados e ofendidos. —Você pensou que eu deixaria
você me tocar aqui? Na frente das pessoas?

—Não na frente de ninguém. No fundo da sala, quando a


atenção de todos está em outro lugar. —Ele se inclina até que o
calor que irradia de seu corpo está pulsando contra a minha pele e
sua boca está bem ao lado da minha orelha. —Você gozaria tão
intensamente na minha mão que você teria que me morder, para
variar. Apenas para manter sua pequena boca quieta.

Eu grito de indignação quando a respiração dele roça na


minha bochecha, e então ele se vai, virando e saindo da sala antes
que eu possa retrucar.
Capítulo 10
TATE

Eu posso sentir seu olhar nas minhas costas enquanto me


afasto.

Ela me deixa muito louco. Tenho uma vontade quase


irresistível de girar, bater aquela porta e deixá-la me empurrar contra
a parede até que essa tensão entre nós finalmente se evapore.

Ela sabia que estava lambendo os lábios enquanto me


repreendia? A última vez que ela fez isso, eu a ajudei. Isso não está
acontecendo hoje à noite.

Porra, sua boca. Eu sorrio para mim mesmo, porque isso é


exatamente o que eu gostaria de fazer. Foder sua boca. Sua boceta.
Sua bunda, se ela quisesse... Porque eu, com certeza, quero. Mesmo
louco como eu sou, esse pensamento faz as coisas se contraírem
duras demais para mim.

Eu quero afastar Sasha de qualquer pensamento ruim que ela


tenha sobre mim como pessoa, porque porra, isso não importa, e
encontrar uma maneira de nos satisfazer novamente.

Mas querer não faz as coisas acontecerem.

É um desperdício de energia agora.

Então. Tudo bem.

Eu me inclino contra um pilar perto da parte de trás da sala


principal e faço um balanço de onde todos os outros estão.
Lachlan está curvado sobre o banco de spanking e Beth está
torturando sua bunda. Hugh está do outro lado, agachado na frente
dele e está rindo de alguma coisa. Eu amo o quão casuais eles são
sobre o domínio e submissão em seu relacionamento, já que é algo
que eles vivem todos os dias, com Hugh sendo um filho da puta
mandão, exigente e Lachlan naturalmente querendo servir ambos os
seus parceiros, eles se divertem muito mais com isso do que as
pessoas que são de protocolo elevado17.

Eles são o meu tipo de pessoas, com certeza.

Mas gosto de ver pessoas que são mais rígidas em suas


expectativas também. Há algo bonito na formalidade em que alguém
como Corinne se submete a um mestre.

Esta noite, aparentemente, é o Reid.

Corinne despiu-se de seu sutiã esportivo preto e shorts


masculinos e está docilmente em prontidão em frente a Cruz de
Santo André.

Reid está levando seu tempo para preparar a cena. Ele


continua parando na frente dela para ver como ela está, o que é uma
boa comunicação de parceiros que estão jogando pela primeira vez,
mas é mais do que isso...

Com o canto do olho, vejo Sasha voltar.

Essa maldita saia interrompe meus pensamentos sobre Reid e


Corinne. Os pedaços de seda coloridos balançam hipnoticamente,
mostrando partes de coxa. No momento em que desvio minha
atenção para o corpo de Sasha, ela percebe que estou olhando-a.

Estamos em um país livre.


17
No contexto BDSM, protocolos são as regras de comportamento para Mestres e escravos. Protocolo
elevado é um relacionamento em que muitas atividades, se não a maioria, são conduzidas
cerimonialmente e vinculadas a um conjunto detalhado de regras.
Eu olho para ela, desafiando-a a escolher outra luta.

Talvez não seja apenas a saia que me distraiu.

Não peço desculpas por viver a minha vida. Eu trabalho duro


e jogo duro. Mas tento ser uma pessoa decente e geralmente sou
atraído por outras pessoas igualmente decentes.

Eu sei que Sasha é gentil. Ela é uma boa amiga e muito


inteligente. Eu vi isso em vislumbres aqui e ali, mesmo que ela
nunca tenha se gabado.

Mas quando se trata de mim, não é preciso muito para tirá-la


do sério.

Somos como óleo e água.

Eu quero saber por quê.

Eu não vou atrás dela novamente. Mas eu mantenho o olhar


nela e deixo claro pela minha linguagem corporal que ela é bem-
vinda para se juntar a mim.

Ela toma seu tempo fazendo essa decisão. Olha ao redor da


sala antes de se aproximar cautelosamente e se encostar no lado
oposto do pilar.

—Eu não vou morder. —Murmuro e suas bochechas coram.

—Eu prefiro que você morda do que fale. —Ela diz em voz
baixa e eu quase não ouço.

Nós não somos tão diferentes quando se trata de sexo. São


apenas todas as outras coisas em que nos confrontamos.

—Eu não sei porque tem que ser um ou outro.


O canto de sua boca se flexiona quase em um sorriso e ela
volta sua atenção para onde Reid está açoitando Corinne. —É meio
estranho que todo mundo que conheço venha aqui e foda na frente
de outros.

—Nem todos.

—Muitos deles.

—Você sabe, algumas pessoas valorizam esse tipo de


amizade, esse tipo de transparência.

—Algumas pessoas?

—Eu, por exemplo. —Espero que ela me dê seu olhar de


surpresa e sorrio gentilmente. —Eu sei que você ainda está
escolhendo o que gosta e qual é o seu jogo, mas isso...? —Eu
gesticulo ao redor da masmorra. —Isso é importante para mim.
Julgue com cautela.

—Ponto feito. Eu não estou julgando. —Ela sustenta meu


olhar, embora seja preciso esforço, eu posso dizer. —Apenas
tentando entender.

—Tudo bem se nada disso é para você. Todo mundo é


diferente.

—Você acha que todo mundo é kink?

—Não. Mas você é.

—Como você tem tanta certeza?

Eu não tenho certeza, exatamente. —Apenas um palpite


sólido apoiado por dados significativos.

Isso tira uma risada dela. —Dados empíricos não podem ser
confiáveis.
Ah, isto está começando de novo. Eu não posso resistir a ela,
não importa quantas vezes eu me queime. Eu desencosto do pilar e
enfio as mãos nos bolsos. É a maneira mais segura de garantir que
eu não a toque enquanto vou para o lado dela. —Então você pode
querer parar de ter os olhos arregalados e famintos e a maneira
como você continua mordendo o lábio inferior. —Sussurro quando
chego perto o suficiente para tocá-la. Definitivamente perto o
suficiente para ela sentir minha respiração em sua pele. —Seu corpo
está definitivamente enviando sinais confusos em comparação com
o sarcasmo saindo desta boquinha bonita.

Ela endurece, apenas por um segundo, depois suspira.


—Droga.

Eu dou risada. —O que você odeia mais? Que eu notei ou


que você está em conflito?

—É tão difícil decidir. Ambos são irritantes.

—Há um sofá ali, podemos ficar sentados. Assistir de um


ângulo melhor.

—Eu não sei. —Ela passa o cabelo por cima do ombro. —E


não acho que eu não notei você tentando me enganar para sentar ao
seu lado novamente.

—Não é um truque. —Eu suspiro exasperado. Nunca


entendi tanto a atração pela surra quanto quando Sasha está me
irritando. Mas ela não está sendo uma pirralha de propósito e eu não
tenho nenhum interesse em realmente discipliná-la, então eu vou ter
que lidar com meu pau duro sozinho, mais tarde.

—Talvez eu só não saiba como fazer isso. —Ela franze a


testa e eu quero esfregar aquele pequeno vinco na testa dela. Ela
olha para mim, longe da cena à nossa frente. —Do que você gosta?
—Essa é uma pergunta perigosa.

—Porque você pode realmente responder?

—Exatamente. —Agora eu estou incrivelmente excitado com


um comportamento inocentemente malcriado, mas isso é uma coisa
temporária. Isso é uma coisa específica de Sasha e quando uma
mulher me rejeita não é a hora de dizer a ela que ela é meu fetiche.

Ela olha para o sofá que eu apontei. Está na penumbra e eu


posso dizer que ela quer ir e sentar lá.

Eu me inclino novamente. —Eu sou um hedonista, Sasha.


Eu gosto de falar safadezas, ações safadas e amigos safados. E não
precisamos foder de novo se você não quiser, mas você é um desses
amigos safados. Eu vou sentar lá e ver as pessoas serem alegremente
safadas. Eu sugiro que você se junte a mim.

Eu pego duas garrafas de água no meu caminho para o sofá e


quando ela senta-se ao meu lado, mais uma vez não muito perto, eu
entrego uma a ela.

Nós não falamos. Ela observa Reid e Corinne e eu a observo.


Não diretamente. Meus olhos estão olhando para frente. Mas meu
olhar não está focado na cena óbvia à minha frente. Toda a minha
atenção está profundamente focada na pervertida novata ao meu
lado no sofá.

Ela deixou seu posicionamento totalmente claro. Ela não


gosta de mim, não me quer e eu posso parar de tentar. Ela deixou
isso claro duas vezes.

O problema é que eu não acredito nela.

Fiquei pensando nisso até a cena de Corinne terminar.


Max e Violet se levantam de onde estavam sentados com
Ellie e, quando Max vai abrir a boca, um pager toca em sua cintura.

—Bebê ou hospital? —Pergunta Violet.

Ele olha para a tela. —Bebê.

—Claro. —Ela diz com um sorriso.

Max acena para a parede de chicotes atrás deles. —Fiquem à


vontade. Nós já voltamos.

Enquanto Trevor e Jack se movem para a parte mais


profunda do porão, onde os tetos são mais altos, e perfeitos para
uma competição de habilidades com um chicote, Sasha observa Max
acompanhar Violet de volta para o andar de cima.

—Ele é tão atencioso. —Ela murmura.

—Ele está muito feliz em ser pai.

—Eu acho que a maioria dos caras apenas deixaria Violet ir e


alimentar o bebê sozinha. Ficaria aqui e continuaria festejando.

—Sim, alguns poderiam.

Ela me dá um olhar desafiador. —Você não concorda?

—Eu acabei de dizer que alguns poderiam. Alguns preferem,


melhorou?

Ela ergue os ombros levemente. —Seja como for, eu não


quero entrar nisso com você.

—Você tem um pé atrás comigo, não é?

Algo sombrio transparece em seus olhos. Definitivamente não é


um tema confortável. —Talvez eu tenha. Talvez eu tenha boas
razões para ser cautelosa com os homens. E estou a um ano de ser a
Dra. Brewster. Então, quando você deixar de ser um queridinho da
mídia, terei meu próprio império de negócios. Entendeu?

—Queridinho da mídia? Esse é apenas o trabalho, princesa.

—Nenhum que eu escolheria.

—Anotado. —Balanço meu queixo para frente e para trás


enquanto olho para ela. Eu me recuso a ser provocado a lutar com
ela novamente. —Tem uma história aí, não tem?

Ela bebe sua água e olha para mim antes de responder. —


Não é grande coisa.

Mentirosa, mentirosa, grande mentirosa.

—Diga-me algumas dessas razões. —Digo, minha voz baixa


e só para ela. —Conte-me sobre os imbecis e os idiotas.

Seus olhos se apertam e ela olha para baixo. Eu sigo seu olhar
e vejo quando ela coloca uma das partes de seda da saia no ponto
certo. Sempre com cuidado. Sempre controlada.

—Não é realmente sobre outras pessoas. —Diz ela, me


surpreendendo. —Houve um período, há alguns anos atrás, onde eu
era um pouco imprudente e espirituosa com minhas mídias sociais.

Eu não posso tirar a surpresa do meu rosto. —Você?

Ela me dá um sorriso triste. —Sim. Indiscrições da juventude


eram divertidas, até deixarem de ser. Eu tenho uma reputação
ridícula. A coisa boa sobre a internet, no entanto, é que tem a
memória de um peixinho dourado. Ninguém se lembra que uma vez
fui apresentada como resposta do Canadá a Paris Hilton.

Eu definitivamente não me lembro disso. —Você fez um


bom trabalho de reconstruir sua própria imagem.
Seus olhos se apertam novamente. —Não fui só eu.

Ah.

Ela acena com a mão, mostrando uma frieza que parece falsa.
Eu não gosto nem um pouco.

—Tanto faz. Não foi como se eu tivesse sido filmada em um


vídeo de sexo. Mas foi uma distração e no final interferiu no meu
MBA. Acabei mudando de faculdade e começando de novo. Então,
antes de decidir seguir meu doutorado, eu me limpei da internet o
máximo que pude. Agora é meu objetivo ser tão entediante quanto
humanamente possível.

—Você não é entediante.

Ela faz uma pausa quando um chicote estala no fundo,


depois me dá um meio sorriso. Mas antes que ela possa responder,
Max e Violet retornam. Ela tira a sua roupa, ficando apenas de
lingerie, assim como Corinne fez, e toda a atenção na masmorra se
desloca em sua direção.

É melhor. Eu provavelmente abusei o suficiente da minha


sorte.

E amanhã é um dia de jogo, talvez o jogo mais importante


que eu jogarei neste outono.

Eu deveria me preocupar menos com o porquê de Sasha não


gostar de mim e mais sobre como eu vou dominar o gelo amanhã à
noite.
Capítulo 11
SASHA

Eu não consigo dormir quando chego em casa. Finalmente


cochilo nas primeiras horas da manhã e quando meu alarme dispara,
me sinto como uma morta viva.

Estou muito tentada a voltar a dormir, mas sou uma


professora assistente do curso de Contexto Social de Negócios do
primeiro ano, e preciso estar no campus daqui a duas horas.

Eu vou cochilar esta tarde.

Visto roupas de ginástica e coloco tudo que preciso para o


dia em uma mochila, depois corro para o campus como um
aquecimento. A academia está ocupada, mas a tela plana montada
acima dos pesos livres está em um canal de esportes e eles estão
falando sobre o retorno de Tate ao Canadian Tire Place hoje à noite,
então vou até lá.

Eu tenho fones de ouvido para desencorajar as pessoas de


tentar falar comigo, mas não estou ouvindo música. Toda a minha
atenção está focada na televisão sem som.

As expectativas são baixas para os Lumberjacks hoje à noite.


Todo mundo acha que suas linhas ofensivas são uma bagunça, que é
um código para dizer que Tate bagunçou a já frágil dinâmica deles, e
agora eles estão falando sobre que tipo de não-vitórias seria
vitorioso o suficiente.

Isso me faz rir.

Apenas uma vitória será válida para o Tate, tenho certeza


disso.
---

Onze horas depois, estou provando que estou certa.

Não tinha dúvidas.

Assistir ao hóquei nunca foi melhor que a pornografia, pelo


menos não até hoje à noite. E eu posso ser a única pessoa em
Ottawa que pensa assim. Estamos no início do terceiro tempo do
jogo na casa dos Senators contra os Lumberjacks e Tate e sua
equipe de caras grandalhões da costa oeste estão dominando sua
antiga equipe.

Estou mais do que um pouco entusiasmada. Ele está rápido e


agressivo hoje à noite, debaixo do nariz deles e eu estou em pé em
frente ao sofá porque eu estava ficando perigosamente perto de
pular nele quando tentei ficar sentada.

Não há como ficar sentada quando Tate Nilsson usa uma


camisa dos Lumberjacks e toma conta da pista de gelo dos Senators.

Agora ele está circulando, esperando o juiz dar o face-off18 e


ele os observa. Ele está alheio aos fãs que o vaiam, às câmeras,
qualquer outra coisa. Está focado em seus ex-companheiros de
equipe.

Eles estão indo para cima.

Aquietem, meus ovários traidores, que também querem ir


para cima.

Não está acontecendo. Amanhã, ele pegará um jato e irá para


Buffalo. Muito em breve ele estará de volta ao outro lado do país,
em segurança, fora da tentação.

18
Face-off é o modo de recomeçar o jogo, numa partida de hóquei. Face-offs não somente acontecem
no início de qualquer tempo, mas em todo momento em que o jogo é pausado.
O face-off vai ser contra um jovem que eles trouxeram para
substituí-lo e Tate não está cedendo a nenhuma de suas tentativas de
possuir o espaço. Pode ser a casa dele agora, mas foi a de Tate por
oito anos.

O garoto patina na frente dele, depois para, batendo no peito


de Tate.

Tate empurra-o de volta, com força.

A câmera dá zoom enquanto o juiz desliza entre eles e o


microfone dele capta a última parte da conversa deles. A voz de
Tate está vibrando e selvagem. —Sério, você vai continuar com essa
merda? Andrushko vai te arrebentar na porra do chão, seu palhaço.
Saia do meu caminho.

Não é a coisa mais elegante que já foi capturada por um


microfone ligado, mas enquanto o locutor está tagarelando sobre
não ser um bom uso da energia de Tate, vejo outra coisa.

Ele está chateado, em nome de sua equipe, sua nova equipe,


sua equipe agora, e ele não se importa que o cara em frente a ele
esteja usando sua velha camisa.

Este momento pode não ser elegante, mas é importante.


Agora, esta noite, talvez Tate se torne um Lumberjack de verdade.
Ele teve um ótimo jogo contra o Edmonton, claro, mas este foi um
teste real e ele passou com louvor. Ottawa pode estar gelada no final
do jogo hoje à noite, mas eu aposto que todos em Vancouver estão
torcendo muito alto agora.

Eu sei que estou sorrindo enquanto os árbitros os afastam.

Definitivamente melhor que pornografia.

Assim que o jogo termina, eu pego meu celular.


Sasha: Você foi incrível esta noite. Bom trabalho.

Ele não responde imediatamente e eu ignoro a pontada de


decepção que sinto pelo silêncio. É o meu próprio silêncio, afinal de
contas.

Mas quando meu celular acende uma hora depois, muito


tempo depois que eu aceitei que ele não responderia e tudo bem,
porque é melhor se ele não responder, não há como ignorar a
antecipação que toma conta de mim.

Tate: Obrigado.

O quê?

É isso aí. Nenhuma sugestão indecente, nenhum comentário


sugestivo.

Meu pulso acelera quando eu digito uma resposta. Ele pode


ter desistido de mim. Ele tem todo o direito de desistir.

Sasha: Você está comemorando?

Tate: Os caras estão saindo.

Quem é esse monstro e o que ele fez com o sociável Tate?

Sasha: Você vai com eles?

Tate: Você está me perguntando alguma coisa aqui?


Porque…

Um balão de mensagem de texto aparece e desaparece,


enquanto ele escreve o restante desse pensamento. Eu o
interrompo.
Sasha: Eu sei que te dei um fora antes. Eu não vou
fazer isso hoje à noite. Se você estiver interessado, venha.

E então, para piorar ainda mais, ou melhorar, porque ambos


sabemos o que eu quero, acrescento...

Sasha: Qualquer hora. Mais tarde está bem. Saia


primeiro com seus companheiros de equipe.

Tate: Eu estarei aí em vinte minutos.


Capítulo 12
TATE

Porra. Caralho. Acabei de chegar em casa, mas me viro e


volto para minha garagem, ligando o sistema de segurança quando
saio.

Sasha quer mais uma noite? Estou dentro.

Nós vamos fazer um trabalho melhor de falar sobre alguns


limites desta vez, no entanto.

Eu estaciono na rua em frente ao prédio dela. Ela abre pra


mim e eu subo os degraus de dois em dois.

Quando ela abre a porta todos os meus planos de conversar


primeiro e foder depois vacilam, porque ela não está usando muita
roupa, shorts de voleibol preto que estão pintados e uma regata solta
e balançando que me deixa ver o contorno dos mamilos, e meu
cérebro entra em curto-circuito.

—Belo terno. —Ela consegue dizer antes de eu pegá-la e nos


virar, pressionando-a contra a porta um segundo depois que ela se
fecha.

Sua boca é quente, doce e úmida. Enquanto nos beijamos, eu


coloco uma mão no cabelo dela e pego a sua bunda com a outra.
Sua perna é quente e macia ao toque, e eu posso tocar muito,
porque seus shorts mal cobrem sua bunda.

Tanta pele. Eu amo esses shorts. Eu amo a bunda dela.

—Precisamos conversar. —Rosno quando eu passo minha


boca pelo seu pescoço.
Ela grita quando eu a mordo suavemente, depois não tão
gentilmente.

Eu pressiono meu corpo inteiro no dela enquanto eu chupo


sua carne e tento me controlar. Respirando com dificuldade, eu
finalmente trago minha boca até a orelha dela. —Primeiro.
Precisamos conversar primeiro. Antes de fodermos.

—Não seja louco. —Ela sussurra. —Nós tentamos isso


algumas vezes e isso não dá certo. Vamos nos ater aos nossos
pontos fortes.

—Você quer que eu te foda com força até que você fique
vesga?

—Você sabe que eu quero.

Mas eu sei que há uma boa chance que ela repense depois.
—Sem arrependimentos amanhã.

Ela continua em meus braços. Então ela concorda. —Sem


arrependimentos.

Eu belisco sua pele novamente, porque eu não posso obter o


suficiente do gosto dela e eu amo o jeito que ela se contorce no meu
braço. —Tem certeza?

Ela espera o suficiente para que o silêncio seja angustiante,


depois diz uma única e silenciosa palavra. —Não.

Eu aumento meu aperto sobre ela e a carrego para longe da


porta.

Ela enterra o rosto no meu pescoço enquanto eu a levo para


o seu quarto.
Eu a coloco na cama e cruzo meus braços. —Por que você
me convidou?

Ela cai de costas e acena para eu me despir. —Porque você


teve um bom jogo. Tire esse terno chique, Sr. Vitorioso.

Eu mostrarei a vitória dela. A adrenalina de ganhar um


grande jogo pode me manter excitado a noite toda, e esta noite foi
um grande jogo, não importa o quanto eu tenha subestimado isso
para a imprensa.

Eu solto minha gravata, em seguida, jogo para ela. —Segure


isso. Podemos usá-la.

Ela morde o lábio e puxa a blusa para cima, até que eu possa
ver a curva inferior de seus seios. Ela traça minha gravata sobre a
pele macia e pálida de sua barriga e eu cerro os dentes para conter as
coisas sujas, obscenas e perfeitas que eu quero dizer a ela.

Mostre-me seus seios.

Mostre-me sua boceta.

Toque-se.

Lamba os dedos e me diga qual é o seu sabor.

Não, meu cérebro não quer falar agora, mas é o que


precisamos fazer. Eu tiro meu paletó e penduro nas costas de uma
cadeira que ela tem na frente de uma penteadeira. —Eu vou fazer
um acordo. —Digo, minha voz rouca enquanto desabotoo minha
camisa. —Podemos conversar sobre duas coisas. Todas as coisas
pervertidas que você quer que eu faça com você e quanto tempo eu
quero para ser capaz de fazê-las.

Ela lentamente envolve minha gravata em torno de sua mão.


—A resposta para a segunda questão não é apenas esta noite, é?
Eu sacudo minha cabeça. —Longe disso.

Seus lábios se separam e seus olhos escurecem enquanto ela


procura meu rosto. —Eu não sou uma garota fácil de namorar.

—Eu sou um cara fácil de agradar. Deixe que eu me


preocupo se estou feliz ou não.

—Eu tenho regras.

—Aposto que suas regras têm regras. Isso não me perturba.

—Eu quero que você faça oral em mim. Tipo, o tempo todo.
Eu poderia apenas namorar sua língua e ser perfeitamente feliz.

—Mentira. Você gosta muito do meu pau dentro de você


para isto. Mas eu amo o gosto que você tem, tigresa. Você pode
montar meu rosto assim que concordarmos que estamos
namorando.

—Nós não estamos namorando. —Mas ela sorri. Ela sorri e


o quarto se ilumina. Eu deixo cair a minha camisa no chão e rastejo
para a cama, para ela. —Você é o diabo. —Ela sussurra antes de eu
beijá-la e diz isso de novo quando eu puxo seus shorts dos quadris e
desço pelas pernas.

Então eu me viro de costas e ela senta-se no meu peito, suas


pernas abertas e sua boceta tão perto que eu já posso prová-la.

—Eu quero fazer isso de novo. —Eu rosno. —Eu quero


saber que quando eu estiver na cidade para o Natal, você vai estar na
minha cama. Quando eu estiver na costa leste, quero que você
considere se encontrar comigo. —Aperto seu quadril antes que ela
possa protestar. —Com o seu dinheiro, porque você está
construindo um império de negócios e eu não quero impressionar
você. Eu só quero transar com você.
—Oh. —Seus olhos se arregalam e seus lábios se separam em
surpresa.

Eu aperto sua bunda e aproximo sua boceta mais perto da


minha boca. —Vamos, Sasha. Vamos fazer uma loucura e começar
a nos ver como as pessoas normais.

—As pessoas normais não subornam o outro com sexo oral.

—Tenho certeza que é assim que os casamentos são


mantidos, querida. —Eu viro a cabeça e beijo o interior de sua coxa.
—Mas realmente, sem expectativas. Nós podemos manter isso no
privado. Eu só quero que você responda ao seu maldito celular de
vez em quando.

—Você realmente não me ligou. —Diz ela, outro sorriso


ameaçando inclinar nos cantos da boca. —Só mandou mensagens
de texto. Muitas.

Bem, eu senti falta dela. Muita. Mas eu não vou admitir isso.
—E eu vou continuar mandando mensagens de texto.

—Da próxima vez, tente ligar e eu responderei.

—Deus, porra, você é uma mulher teimosa.

—Humm. —Ela movimenta seus quadris e agora está a um


centímetro da minha boca. —Estou definitivamente pensando em
deixar você fazer isso de novo.

Eu inalo o cheiro dela e a luxúria toma conta de todos os


meus sentidos. As negociações podem ser retomadas mais tarde. A
celebração precisa começar agora. Eu levanto minha cabeça e aperto
sua bunda, servindo sua boceta para mim como o delicioso deleite
que é.
Acima de mim, ela apoia a mão na parede e se inclina,
deslocando seu peso enquanto espalha suas coxas de cada lado da
minha cabeça.

Paraíso.

Ela está molhada, sua entrada escorregadia e inchada e eu


coloco minha língua contra ela em lambidas egoístas e selvagens
antes de lembrar de mim mesmo. Então eu diminuo a velocidade,
resolvendo dar a ela a melhor chupada que já teve. Tão bom que ela
precisará me ter de volta, mesmo que haja uma longa lista de razões
pelas quais estarmos juntos não deveria funcionar.

Nada disso importa.

Isso importa. Ela se esfregando contra o meu rosto, seu


clitóris endurecendo para mim. Sua boceta ensopando meu queixo
enquanto deslizo minha língua ao longo de seus lábios internos
franzidos. E ela gosta disso. Ela ofega e estremece sob o meu toque,
minha língua.

Minha é um pensamento perigoso quando se trata de uma


mulher que mal me tolera a maior parte do tempo.

Eu afasto isso e penso sobre como será a sensação da sua


boceta apertando meu pau. Porra. Isso é o que temos juntos e é
difícil o suficiente de negociar. Nada mais está em discussão.

Tudo bem. Nós vamos fazer essa transa tão especial que vai
ser o suficiente.

Eu a chupo até que ela esteja se esfregando contra mim e


então eu lhe dou meus dedos. Ela tem uma boceta tão gananciosa
que ela pega dois imediatamente, ainda que esteja bem apertado. Ela
se contorce e choraminga enquanto fode minha mão, enquanto eu
chupo seu clitóris e quando ela goza ficando uma bagunça ofegante,
eu lambo tudo.

Tudo.

Cada gota, porque ela é deliciosa.

Quando ela cai, eu a pego e a rolo de lado. Ela me alcança


imediatamente, suas mãos avidamente indo para o meu cinto. Nem
tirei meus sapatos ainda. Eu pego as mãos dela.

—Espere.

Saio da cama e rapidamente tiro a roupa, pegando um


preservativo antes de soltar as calças no chão.

Ela está de joelhos quando me viro de novo e nos


encontramos no meio da cama. Ela ainda está usando aquela regata,
mas eu gosto disso. Eu gosto de como mostra o lado do peito
através dos buracos de braço, do vislumbre dos mamilos duros e
como lança sombras deliciosas em seus quadris e sobre sua boceta
doce, inchada e bem-beijada.

Eu realmente gosto dessa regata.

Mas ela tem que sair.

Eu a puxo contra mim, beijando sua boca com força quando


cedo ao meu desejo de apertá-la com força. Para segurá-la, espancá-
la e contê-la, apenas por um segundo, nos confins duros dos meus
braços.

Então eu seguro a regata com as mãos. —Isso é como o


sutiã? Alguma regra sobre rasgá-lo?
Ela hesita por um segundo, mas também está nesse
momento. Eu a deixei louca o suficiente para me dar isso. Ela
sacode a cabeça. —É velho.

O tecido resiste um pouco, mas depois cede. Eu rasgo a


frente, expondo seus seios macios e perfeitos, nos quais tenho
pensado há meses. A sensação incrível e o gosto na minha boca
enquanto eu empurro meu pau fortemente em seu abdômen.

A mesma forma que ela vai agarrar minhas costas se eu os


chupar por tempo suficiente.

Eu entrego-lhe o preservativo enquanto nos coloco na cama.


Caio sobre ela, recebendo uma carga inebriante da sensação dela
abaixo de mim. Ágil e suave contra o meu corpo grande e duro. Ela
me faz sentir como um conquistador, algo primitivo que mexe
comigo de uma maneira nova e interessante.

O sexo é uma reação química. Duas ou mais pessoas se


unindo e fazendo mágica juntas, e a mágica que eu faço com Sasha é
outra coisa. Eu fico louco em sua mão enquanto ela coloca o
preservativo alisando meu pau, seus dedos ágeis e leves.

Preciso estar dentro dela. Eu rolo de costas e ela segue,


nossos corpos emaranhados juntos. Membros entrelaçados, mãos
agarrando a carne lisa. Eu aperto seus quadris e a arrasto contra meu
pau. O atrito de sexo contra sexo é delirantemente bom e fica ainda
melhor quando ela mexe os quadris e põe a ponta do meu pau bem
na sua entrada.

Sua respiração para quando eu empurro dentro dela, aquele


pequeno suspiro me dizendo que eu sou quase grande demais para
ela, quase demais, mas então seu corpo abre espaço. Ela me acolhe
por dentro, seu corpo fica flexível enquanto entro e saio, cada
invasão mais profunda que a anterior. Há aquela pequena voz
novamente. Minha. Por hoje à noite, de qualquer maneira. Para as
férias também. Eu tenho muitos planos. Muito prazer para dar a ela.

Eu aperto seus pulsos em minhas mãos, segurando seus


braços como rédeas enquanto ela me monta. Eu poderia observá-la
em cima de mim por horas. Corpo saltitando, lábios inchados, olhos
brilhantes. Todo aquele cabelo perfeito bagunçado e emaranhado
por causa das minhas mãos, por causa de como nós nos enrolamos,
rolamos e esfregamos um contra o outro.

Ela parece devassa, bagunçada e sexy. A Sasha fina e perfeita


é uma boneca de sexo agora e vou fingir que tudo isso é obra minha.
Que ela nunca é assim para mais ninguém.

Eu traço meus dedos sobre a curva do interior de suas coxas,


onde suas pernas encontram seu torso, depois sobre seu monte liso
e a curva dura de sua barriga. Sua pele fica tensa e se contrai sob o
meu toque e eu continuo indo até seus seios macios e os mamilos
rosados e inchados que eu quero na minha boca.

Puxando-a para baixo, sigo explorando seu corpo. Eu deslizo


uma mão em seu cabelo, enrolando as mechas marrom-douradas em
volta do meu punho e com a outra eu curvo ao redor de seu quadril
e aperto sua bunda. Fundo.

Porra, eu também a quero lá. Nada diz possessão como reivindicar


sua bunda. Quero rugir por dentro, feroz e alto e meus dedos vagam
pela dobra entre suas nádegas, encontrando sua pele mais macia e
sensível.

Ela engasga, mas não se afasta.

—Está tudo bem? Você gosta disso? —Pergunto enquanto


belisco seus seios. Eu olho para ela e dou-lhe um sorriso
encantador.
A incerteza excitada está escrita em todo o seu rosto. Ela
arrasta a ponta da língua sobre o lábio inferior e acena com a cabeça
trêmula. —Sim.

—É bom, não é?

Outro aceno de cabeça e suas pálpebras se fecham enquanto


eu circulo sua abertura apertada lentamente, no mesmo ritmo das
investidas arrastadas do meu pau em sua boceta.

Ela balança em cima de mim enquanto eu a fodo, enquanto


eu exploro sua bunda com meus dedos e chupo seus seios, e minha
mente safada e pervertida está tão feliz que mal consigo lidar com
isso. No fundo, Sasha é tão hedonista quanto eu, tenho certeza
disso.

—Goze no meu pau. —Rosno quando eu empurro para cima


e para dentro dela. —Eu quero sentir sua boceta me apertar forte
até doer.

Ela mexe os quadris, pressionando contra meus dedos antes


de esfregar para baixo. Clitóris, bunda, boceta. Eu quero que ela
sinta esse orgasmo em todos eles. Em todas as células do corpo
dela.

Eu quero que ela sinta o prazer que nunca sentiu antes, então
ela vai precisar que eu volte e faça isso de novo.

Eu quero ser seu objeto sexual, seu segredo sujo, sua fuga
perfeita.

—Deus, sim, Tate... bem aí. —Ela engasga, batendo a mão


na cabeceira da cama logo atrás de mim enquanto tenta foder o meu
pau, mas ela está tremendo agora, suas coxas tremendo forte.

—Eu te apoio. —Eu a empurro para cima, pressionando-a na


cama. Levanto uma de suas coxas, apertando a parte de trás de sua
perna enquanto a seguro aberta e a penetro, duro e rápido enquanto
ela convulsiona embaixo de mim.

Sim, essa é a porra da melhor coisa do mundo, bem aqui.


Sasha goza no meu pau quando estou enterrado dentro dela, minhas
bolas se agitando rapidamente para se juntar a ela. Meu próprio
clímax toma conta de mim, um poderoso espasmo que escurece a
minha visão quando eu caio em cima dela.

A respiração pesada e a pele suada podem ser apenas minha


ideia do paraíso. Eu beijo seu pescoço, provando o gosto salgado de
quão duro ela trabalhou para ambos os orgasmos. Eu quero lamber
cada centímetro dela até que ela esteja pronta para fazer isso de
novo.

—Tudo bem. —Diz ela, sua voz sexual arrastada e feliz. Eu


rolo para o lado para que eu possa olhar para ela e a expressão no
rosto dela vale a pena. Ela está adoravelmente desorientada agora,
sem ter certeza do que fazer disso, sobre nós. —Nós podemos... nos
ver. Nus, de qualquer maneira.

—Eu estava esperando que você dissesse isso. —Eu a beijo


com força na boca. —Vou ligar para você assim que chegar a
Boston amanhã.

—Isso soa como uma ameaça.

Eu sorrio. —Entenda como quiser. —Eu entrelaço meus


dedos e aperto sua mão. —E eu quero levá-la para a festa do
Rapscallion.

Seus olhos se arregalam e eu não tenho certeza se isso é


alarme ou surpresa, ou algo mais em sua expressão. —Isso é... Um
pouco público. Definitivamente não é segredo.
—São apenas nossos amigos. E o que acontece no
Rapscallion... —Paro antes de pressioná-la demais. —Se você não
quiser, eu vou entender, sem perguntas.

Ela olha para mim, seus cílios batendo contra suas bochechas
a cada poucos segundos em piscadelas preguiçosas. Finalmente ela
encolhe os ombros. —Ok. Vamos como amigos. E você não vai me
açoitar.

Eu sorrio. —Ok.

—Isso é algo que você faz?

—Não. Quero dizer, eu faço. —Eu fiz tudo, praticamente.


—Mas eu não busco isso. Eu sou bastante flexível quando se trata
de kink. Eu sou ativo, mas, além disso, eu realmente gosto de sexo
depravado e a comunidade kink é o lugar mais seguro para explorar
isso.

Ela me dá um longo olhar. Conheço a curiosidade quando a


vejo, mas também conheço o nervosismo, e há algumas coisas que
as pessoas precisam de algum tempo para ter coragem de dizer.
Finalmente ela respira rapidamente, depois solta com determinação.
—Eu tenho uma pergunta que pode parecer egoísta.

Eu dou a ela meu sorriso mais desarmante. —Diga-me.

—Eu não quero fazer sexo na frente dos outros. De jeito


nenhum. Nunca.

—Ok. Isso é uma declaração, não uma pergunta.

Ela empurra meu ombro. —Eu sei. Essa é a declaração


condicional. A questão é, é estranho querer ir e apenas observar,
sem nunca… participar?
Oh, doce Sasha, que pensa que é egoísta enquanto se
preocupa com os sentimentos das outras pessoas. —Não, isso não é
estranho. Mas... —Eu a puxo para perto, para que ela possa sentir
meu pau endurecendo contra sua barriga. —Observar é participar.

—Não realmente.

—Sim, realmente. —Eu tento pensar em como explicar isso,


e então decido que é melhor se ela experimentar isso sozinha. —
Kink é muito mais do que um acrônimo de quatro letras. É tudo fora
do paradigma baunilha. São pessoas experimentando sexo de uma
maneira totalmente nova e, sim, é extremamente louco. Mas há
muito kink sutil e muito kink privado. E o que você vai encontrar é
que tudo tem um contraponto. Então você gosta de observar. Para
que isso aconteça, alguém precisa gostar de ser observado. Você está
satisfazendo esse fetiche para eles apenas por estar lá.

—Isso te excita. —Ela murmura.

Eu olho para baixo entre nossos corpos. Porra, sim. Meu pau
está duro e úmido na ponta, com o pré-gozo vazando em toda sua
barriga.

Isso é loucura. Eu alcanço entre nós e seguro meu pau,


rolando meu polegar pela cabeça escorregadia.

Sua respiração muda, seu peito subindo e descendo mais


rápido enquanto ela me observa me masturbando por ela.

—Eu gosto da ideia de você me observando. —Digo a ela.

Ela retorna seu olhar para o meu rosto. —Eu não quero ver
você com ninguém...

—Acalme-se. —Digo com uma risada. —Eu quis dizer


assim. Não quando formos ao Rapscallion...
—Como amigos.

—Como amigos. —Repito. Eu não me importo com o que


ela diz a si mesma ou aos outros, eu vou fodê-la intensamente
quando sairmos de lá. Talvez eu contrate uma limusine para a noite
para que eu possa fodê-la no caminho de volta para a cidade. —Eu
não vou tocar em mais ninguém. Eu vou sentar ao seu lado em um
sofá, tocando você quando ninguém estiver olhando e vendo você
ficar tão excitada que você vai deslizar direto para o meu pau
quando estivermos a sós.

—Você tem um jeito tão romântico com as palavras. —Ela


sorri.

Tanto faz. Ela está excitada e nem finge que não está.

Ela se inclina em minha direção, com os olhos encobertos e


os lábios entreabertos. O convite para beijá-la é óbvio. Eu afundo
dentro dela, juntando minha boca a dela enquanto ela enrola as
pernas ao redor do meu corpo.

—Pegue outro preservativo. —Ela sussurra depois que me


beija vorazmente. —Eu não terminei com você ainda.
Capítulo 13
SASHA

Conforme prometido, ou ameaçado, dependendo do ponto


de vista sobre a maratona de suborno sexual de ontem à noite, Tate
liga assim que chega ao hotel em Boston. Estou atravessando o
campus a caminho de uma reunião com minha orientadora, mas
tenho tempo suficiente para conversar um pouco.

—Estou na universidade. —Digo a ele assim que atendo.

—Isso é para ser algum tipo de aviso? —Sua voz é baixa e


safada e totalmente perigosa para o meu autocontrole.

—Eu só estou dizendo que estou em público.

—Então eu não deveria te dizer que eu ainda posso sentir o


gosto da sua boceta em meus lábios?

Minhas bochechas esquentam. —Caí direitinho nisso, não é?

—Claro que você caiu. Na verdade, eu estava ligando para


perguntar quão tarde eu poderei ligar para você, porque alguns dos
caras querem ir a um bar de ostras que não faz reservas, então
vamos precisar colocar nosso nome em uma lista e esperar. Nós
ficaremos fora por um tempo. —Ele deixa sua voz ainda mais baixa.
—Mas eu tenho uma história de dormir para contar a você e não
quero perder a oportunidade.

Eu sei o quão importante é a união do time para ele. Se ele


tem um convite para sair com seus novos companheiros de equipe,
ele deve aceitar. —Eu vou ficar acordada até tarde. Ligue quando
puder.
Ainda estou corada quando termino a ligação. Guardo meu
celular e desvio para o próximo prédio, onde eu poderei tomar um
café e ter alguns minutos para me recompor.

Exceto que na fila do café está ninguém menos que Ellie e ela
está olhando diretamente para mim.

—Como vai? —Pergunto totalmente indiferente.

—Com quem você estava falando ao telefone? —Seus olhos


estão brilhando. Vívidos, realmente. As partes do seu corpo
parecem estar em uma festa de discoteca às minhas custas.

—Ninguém.

—Estou começando a duvidar de sua afirmação de que você


não está vendo ninguém. —Ela se vira e pede um latte descafeinado
com xarope de abóbora ao barista. Eu faço o meu melhor para não
fazer um som de engasgo e em seguida adiciono meu próprio
pedido ao dela, um latte com uma dose extra de café expresso,
porque eu vou ficar acordada até tarde hoje à noite.

Não pergunte por que ela acha isso... Mas não preciso, porque
Ellie está orgulhosa do seu trabalho de detetive e me conta assim
mesmo.

—Você fez esse balanço de cabeça de menina quando


desligou o celular. E você sorriu para o ar ao seu redor. Se você
tivesse tropeçado em seus calcanhares, eu não ficaria surpresa.

—Está frio lá fora. Eu provavelmente estava apenas me


movendo para me manter aquecida.

—Humm. —Ela não acredita em mim. Isso é bom. Eu não


vou ceder ao interrogatório, mas é um bom aviso que eu não devo
atender as ligações de Tate em público.
Ou apenas diga a sua melhor amiga que você está transando com um
jogador de hóquei gostoso.

Não, isso não serviria. Haveria perguntas para as quais não


tenho respostas. Eu mudo de assunto. —Estou indo para o
escritório de Joan. Você está indo para lá?

—Sim.

Pegamos nossos cafés do outro lado da cafeteria e saímos


pelas portas sul. Dois oficiais RCMP muito casuais, os seguranças de
Ellie, seguem a uma curta distância.

No caminho, falamos sobre a temporada de conferências. Eu


estou apresentando duas, uma em Seattle e outra em San Diego, o
que significa que eu preciso de um novo guarda-roupa. —Nós
devemos fazer um fim de semana de meninas em New York.

Ellie me dá um olhar divertido. —Quando foi que eu aceitei a


sua oferta sobre isso?

—Nunca. Você só gosta de pegar emprestadas as roupas que


eu trago. Mas você é a esposa do primeiro-ministro agora. Seu
guarda-roupa precisa de alguma atualização.

—Eu faço muito bem invadindo seu guarda-roupas.

E os designers de Ottawa e Montreal que estão batendo na


porta dela, também. Eu que tenho invadido seu guarda-roupas
ultimamente.

—Mas eu não me oporia a algo vermelho no Natal.

Eu bato minhas mãos. Gosto de fazer compras como outras


pessoas gostam de xarope de abóbora ou tirar sonecas. E se as
compras resolverem a questão da melhor maneira de se vestir uma
grávida com barriga crescente durante as festas de fim de ano, eu
resolverei isso. —Combinado.

Paramos no saguão da Faculdade de Ciências Sociais. —Eu


tenho uma reunião com uma estudante. —Diz Ellie. —Você vai ao
seminário sobre mulheres e migração esta tarde?

—Sim, eu vou ver você lá. —Dando adeus, eu vou para as


escadas. O escritório da minha orientadora fica no décimo andar,
mas prefiro subir as escadas do que esperar pelos elevadores. Entre
mensagens de texto sem parar com Mabel sobre seus planos de
lançamento e assistir ao hóquei, minha rotina de ginástica foi
seriamente interrompida. Preciso ceder e pegar o aplicativo da NHL
para que eu possa assistir ao Tate e me manter saudável ao mesmo
tempo.

Enquanto subo as escadas, começo a ensaiar o que vou dizer.


Este é um truque que aprendi anos atrás com meu pai, não que ele
apreciasse isso. Não importa quem convoque uma reunião, não
importa o quão poderosos eles sejam, você entra com seu próprio
objetivo.

Eu me vejo fazendo isso mesmo quando sei que a reunião


será positiva e solidária, como hoje. Eu realmente gosto da minha
orientadora, Joan Turnbull, mas estou naturalmente no limite.

E de vez em quando, minha cautela é justificada.

Quando eu bato na porta dela, ela acena para mim. —E você


pode fechá-la. —Diz ela. Uh oh. Uma reunião a portas fechadas
geralmente não é boa coisa.

Defina seu próprio objetivo. Eu não quero ser apressada para


defender minha tese. Eu posso me dar ao luxo de ir com calma e
fazer direito. Preciso de mais publicações no meu currículo.
—Eu tenho uma colega na Universidade de Washington que
está discretamente planejando sua aposentadoria antecipada e o
assunto de continuar as pesquisas dela surgiu em uma
teleconferência nesta manhã. O jornal da Índia é o que estamos
trabalhando juntas.

Meus pensamentos aceleram, meu catálogo dos projetos


atuais de Joan ganhando vida.

—Quero que você se encontre com ela quando for a Seattle.


Jante com ela. Ela vai convidar alguns de seus colegas. —Ela sorri
para mim. —Seria bom se aprofundar nas ofertas deles de
licenciatura.

Um trabalho. É disso que Joan está falando. Estou sem


palavras. Eu ainda não tenho pesquisas suficientes para me formar e
muito menos para uma entrevista por um período de estabilidade.
—Eles precisam ter uma pesquisa adequada... —Eu finalmente digo.

—Sim, claro. Mas se você já se encontrasse com eles, isso lhe


daria alguma vantagem nesse processo. Basta pensar sobre isso.
—Ela se inclina. —Eu sei que você sempre teve dúvidas sobre ir
para a academia em tempo integral, mas tem uma afinidade real com
pesquisa e debate acadêmico rigoroso. Acho que seria uma boa
oportunidade para, pelo menos, considerar.

—Claro. —Eu aceno e dou a ela um sorriso sincero. —Estou


chocada, para ser honesta. Mas grata. E farei minha pesquisa como
você sugere.

—Isso significará acelerar seus planos de publicar e defender


sua dissertação.

Meu peito aperta. —Sim.

—Como você se sente sobre isso?


Nós nunca conversamos sobre meu pai ou seus planos para
mim. Não importa, na verdade. Seus planos não são meus planos e
eu sou crescida.

Na maioria das vezes.

Eu sou uma adulta que não vai fazer o que ele quiser se não
for também o que eu quero.

Eu sou uma covarde total que não disse exatamente isso a


ele.

—É complicado. —Digo.

—Muitas vezes é. O medo do próximo passo é normal, mas


você está pronta. Você se destacou aqui, mas é hora de deixar o
ninho, por assim dizer.

Em mais de uma maneira, mas ela não precisa saber disso. E


eu já estou trabalhando em um projeto em uma direção
completamente diferente. Meu estômago torce com o pensamento
de deixar para trás meus investimentos aqui. —Há algo que eu
deveria lhe dizer, no entanto. —Respiro fundo. —Nos últimos dois
anos, investi em algumas empresas iniciantes locais. Isso está
completamente separado da minha pesquisa e, em grande parte, sou
uma parceira completamente oculta.

Ela ri. —Em grande parte e completamente não andam


juntos.

—Ponto válido. Eu... —Olho para o meu colo, onde meus


dedos estão atados juntos com tanta força que estão brancos. —Eu
gosto de ser útil para meus parceiros, ser uma caixa de ressonância,
conforme necessário. Mover-me pelo continente tornaria isso mais
difícil.

—Ah.
—Eu não estou descartando nada. É por isso que eles
inventaram aviões. Mas eu criei raízes aqui em Ottawa e seria
preciso muito para me fazer sair.

—Ninguém vai esperar que você se comprometa com


qualquer coisa com base em um jantar.

Solto um suspiro de alívio. —Então, eu estou realmente


ansiosa para conhecê-la.

---

Quando chego em casa depois do seminário de pós-


graduação, estou impaciente e distraída e ainda tenho tempo até que
Tate ligue. Vou para a academia e faço um treino puxado, depois
tomo um banho extra quente quando volto.

No momento em que ele liga, eu tenho um plano. Vou ser


firme e ir para Toronto para ter uma conversa real com meu pai.
Então vou ler tudo o que eu ainda tenho para ler para encontrar esta
professora na costa oeste.

E cada vez que der mais um passo em direção à


independência real, me recompensarei com sexo por telefone com
Tate. Talvez até o sexo pessoalmente também. Milhas de voo não
poderiam ser mais bem utilizadas.

Ele liga às onze e meu coração pula quando ouço meu celular
tocar. Isso não é nada bom, então levo tempo para responder. —Oi.
—Digo depois do terceiro toque. —Como foi o jantar?

—Surpreendente. Nós trouxemos uma quantidade alarmante


de frutos do mar.

—Boa proteína.

Ele ri. —Com certeza.


—Com quem você foi?

—Simec, Moore e Andrushko, um dos defensores. Saímos


em um grupo maior no início da noite, mas alguns caras
permaneceram no pub em que fomos primeiro. Eles fizeram
amizade com os habitantes locais.

—Isto é bom.

—Ligar para você é melhor. —Diz ele, baixo e suave.

—Estou feliz que você ligou.

—Você tem o seu computador à mão? Quero te enviar um e-


mail.

—Tenho. —Pego meu laptop da minha mesa de cabeceira e


abro-o.

—Qual é o seu e-mail?

Eu digo a ele e dez segundos depois uma nova mensagem de


Tate aparece, com a linha de assunto, Abra em particular (e
então talvez apague essa mensagem).

—O que você me enviou? —Pergunto desconfiada enquanto


passo a seta sobre a mensagem. Eu não clico nela.

—Apenas um link. —Ele já está curtindo demais.

—É pervertido?

—Claro.

Clico no e-mail e depois balanço minha cabeça. —Eu não


vou assistir pornô que você me enviou.

—É uma ajuda visual.


—É degradante para as mulheres.

—Veja só. Ela está se divertindo muito.

Ela. Jesus. Ele nem sequer me enviou um vídeo de um cara


se masturbando, o que eu assistiria, com certeza. Mas estou curiosa
sobre o que ele acha que eu gostaria, por isso desligo os alto-falantes
do meu laptop e clico no vídeo. Ele não precisa saber que estou
assistindo.

—É muito excitante, né?

—Eu não estou assistindo.

—Mentirosa.

—Cale a boca. —Na tela, uma mulher está transando com


um cara, e é... Lindo, na verdade. Eles estão levando o tempo deles e
a qualidade do vídeo é de primeira. —Ok, o que vem a seguir neste
plano ridículo?

—Vou falar no seu ouvido enquanto assiste ao vídeo.

—Você está assistindo também?

—Não. Estou imaginando você. Aposto que suas bochechas


estão vermelhas.

—Porque estou envergonhada.

—Eu sei. Isso é o que torna excitante, certo? Você se sente


imunda.

Eu me sinto. Uma excitação incômoda e chata desliza da


minha barriga até meu peito. Ela circula em meus seios, deixando-os
pesados e duros.
—Eu senti sua falta hoje. —Ele murmura e isso também
parece pervertido. Docemente pervertido, como se eu não tivesse
nenhum direito a essa saudade, mas eu gosto disso.

—Eu não senti nem um pouco a sua falta.

Ele ri. —Como foi o trabalho?

Eu não posso responder uma pergunta como essa agora, mas


eu gosto que ele pergunte.

—Ah...

Ele suavemente leva a conversa de volta para o pornô


rodando no meu laptop. Ele faz minha cabeça girar. —Ela já está
nua ou eles ainda estão brincando com ela?

Eles? Há apenas... Ah, não, tem outro cara agora, batendo na


porta. Claro que tem. —O segundo cara acabou de chegar.

—Quem você acha que ele é?

—Alguém que precisa fazer o teste de doenças


semanalmente?

—Sem julgamento. Aposto que ele é o melhor amigo.

Eu mordo o canto do meu lábio enquanto considero a


dinâmica na tela. —O melhor amigo dela ou dele?

—Ah. Humm interessante. Sim, digamos que ele é o melhor


amigo dela. Eu gosto disso. Talvez o companheiro de quarto dela
também. Aposto que eles sabiam que ele voltaria para casa e os
interromperia.

Eu o vejo se juntar a eles no sofá, enquanto eles se movem


em direção a ele em convite.
—Talvez ele tenha visto eles antes...

Tate geme. —Sim. Porra. Viu? Agora você me fez ficar duro
pensando nisso.

Eu gosto disso. Eu engulo em torno do nó na garganta. Isso


é excitante, mas também estressante. E se eu disser a coisa errada?
—Diga-me o quão duro você está. —Eu finalmente sussurro.

—Dolorosamente. —Ele diz, sua voz falhando. —E eu ainda


não abri o zíper das minhas calças.

—Você deveria fazer isso. Você deveria se tocar.

—Em breve. Você deveria também.

Eu sorrio. —Eu já estou nua.

—Porra. Da próxima vez, comece dizendo isso. —Ele ri e eu


rolo de lado, me acomodando para assistir ao vídeo.

Agora eu sei porque ele escolheu este em particular. O


primeiro cara é um mordedor. Ele está beijando o pescoço dela,
embora beijar dificilmente pareça a palavra certa para o que ele está
fazendo. Chupando, mordiscando, devorando... mas é gostoso. É
excitante porque está dando corda para ela e quando ele para, ela se
inclina para ele.

Praticamente implorando para ele marcá-la.

—O que está acontecendo agora?

—Ele está mordendo ela.

—Sim. Isso é tão gostoso. Você já usou gola alta? —Tate


pergunta no meu ouvido. —Eu adoraria deixar uma linha de marcas
da sua nuca até a sua bunda.
Eu tenho algumas blusas que cobrem esse tipo de abuso
delicioso. —Nunca. —Sussurro.

—Eu vou te comprar algumas.

—Você já aceitou um não como resposta?

—Quase sempre. —Ele limpa a garganta. —Se isso for


demais...

—Não. —Digo apressadamente. —Não, isso é bom. Sexy.


Isso é muito, muito sexy.

—Bom.

—Eu posso ter algumas blusas que cobrem o meu pescoço.


—Admito. —Eu estava apenas sendo difícil.

—Eu gosto de difícil. Você é um quebra-cabeça incrível,


Sasha.

A verdade é que eu não sou tão complicada quanto finjo ser.


—Eu não quero ser.

—Isso não foi uma reclamação. —Suas palavras prometem


algo perigoso, que ele já está a caminho de me descobrir.

O que eu vou fazer com ele então?

Preciso nos colocar de volta no caminho certo. Safadeza,


diversão simples.

—Então, eu mencionei que estou nua. —Murmuro. —Mas


eu posso ter esquecido de te dizer como estou molhada também.

Ele segura um xingamento. —Sim. Me conte tudo sobre isso.

Eu deslizo minha mão entre as minhas pernas e me contorço


quando meus dedos tocam o meu clitóris inchado. Eu vejo os três
atores na tela ficarem nus e eu digo a Tate tudo sobre como vê-los
está me excitando.

No meu ouvido, sua voz fica mais grossa e sua respiração fica
pesada. Antes do final do filme, estou gozando contra a pressão dos
meus dedos e, em um quarto de hotel em Boston, Tate chega ao
clímax com um grito.

—Porra, eu acabei de gozar no ar como uma maldita fonte.


—Diz ele com uma risada.

—Bom trabalho.

—Isso foi divertido. —Sussurro quando fecho meu laptop e


rolo deitando de barriga para baixo, prendendo minha mão entre o
meu corpo e a cama. Eu queria que você estivesse aqui para que pudéssemos
fazer tudo de novo. Eu queria que fossem seus dedos que eu tivesse acabado de
montar. Eu gostaria de poder te dar um beijo de boa noite.

—Durma bem, Sasha.

—Humm.

—Vou mandar uma mensagem para você amanhã.

Amanhã é um dia de jogo. —Boa sorte. Eu estarei assistindo.


Capítulo 14
TATE

A viagem chega ao fim no final de outubro com uma derrota


em Minnesota, e quando voltamos a Vancouver eu ligo para Sasha.

Espero que ela diga algo sobre o jogo.

Ela não diz. Ela pergunta sobre o voo e o tempo. Uma


conversa fácil e segura, onde posso apenas fechar os olhos e
absorver o doce som de sua voz.

Quando ela faz uma pausa, pergunto se está na cama.

—Sim. Acabei de enviar um e-mail para minha orientadora,


admitindo que talvez eu tenha sido inadequadamente sarcástica com
um aluno hoje.

—Tem que haver uma boa história aí.

Ela ri. —Talvez. Depende de quão divertido você acha uma


sólida defesa da lógica.

Dela? Acho que vou achar isso muito divertido. —Me diga.

Ela me fala sobre como esse garoto, um estudante


universitário do segundo ano, se recusava a ver a perspectiva de uma
aula, porque não combinava com sua experiência de vida. —
Estávamos chegando ao final do seminário e, francamente, ele
estava sendo deliberadamente grosseiro. Então eu disse: ―A próxima
coisa que você vai me dizer é que você precisa de um paraquedas
para fazer paraquedismo.‖ E você pode adivinhar como isso
terminou.
Eu franzo a testa. —Bem, sim. Claro que sim.

Ela ri. —Não. Você só precisa de um paraquedas para fazer


paraquedismo na segunda vez19.

Porra. Eu caí direitinho nessa. E o mesmo aconteceu com o


arrogante estudante de graduação, aposto. Eu dou uma gargalhada.
—Então você está enviando um e-mail para proteger a si mesma
sobre isso?

—Espero que minha orientadora ache isso tão engraçado


quanto eu.

—Eu tenho certeza que sim.

—Humm. —Ela ainda está rindo e isso faz coisas engraçadas


dentro de mim. Então ela suspira, e não há nada engraçado sobre o
que isso faz. Esse som vai direto para o meu pau.

—Você deveria colocar o seu computador longe. —Digo, a


minha voz indo para um nível rouco, não-se-engane-eu-quero-
foder-você-vocalmente.

—Tudo bem. —Ela respira.

E então eu faço isso. Devagar e suave, até que seus suspiros


estejam ofegantes e bem satisfeitos.

Há algo sobre sexo por telefone que faz eu me sentir em casa


e depois eu durmo como um bebê.

Acordo às sete da manhã totalmente animado para o dia à


frente. O treino está marcado para as dez, então eu tenho muito
tempo para um café da manhã tranquilo com ovos e bacon e ainda
chegar à arena uma hora mais cedo para me dar algum tempo para

19
Você pode fazer paraquedismo sem um paraquedas, mas se você quiser sobreviver para fazer de novo você
precisa de um paraquedas.
socializar com os rapazes. Mesmo tendo acumulado mais derrotas
do que vitórias nesta viagem, isso nos proporcionou como equipe
uma oportunidade de nos conectarmos.

Há um monte de caras na sala dos jogadores quando eu


chego. Cumprimento cada um enquanto atravesso a sala em direção
à máquina de café. Depois de fazer um cappuccino para mim, pego
uma maçã e caio no sofá ao lado de Moore.

Eu vou com a conversa mais segura que posso pensar,


porque aquela coisa com Gibson fodendo a esposa de Laski ainda é
muito recente na equipe. —Aposto que sua família ficou feliz em
vê-lo na noite passada.

—Sim. Liam, o pequeno pirralho, acordou quando eu


cheguei e insistiu em dormir em nossa cama. —Ele diz com um
sorriso triste. —A noite toda.

—Oh. —Digo enquanto pego a dica para o que ele não está
me dizendo. As crianças complicam sua vida sexual.

—Sim. Eu não me importo, no entanto. Ele é a melhor parte


de mim e as crianças crescem rápido demais.

—Ele gostou de sua edição especial do Percy? —Fui fazer


compras com Moore para conseguir um presente para seu filho
quando estávamos em Boston. Eu vi na vitrine Thomas, o Trem e
encontrei um trem novo que acendia luzes e falava. Depois de
ajudar Max com o maior ursinho de pelúcia do mundo, posso estar
desenvolvendo um talento especial para esse tipo de coisa.

Moore ri. —Foi perfeito. Thomas me diz que sou o superpai


toda vez, mas esse foi um sucesso extra.

—Superpai? Preciso aprender isso em breve. —Diz Leclerc


enquanto senta-se no sofá em frente com um café na mão.
—Você vai ser. —Diz Moore.

Não tenho nada útil para contribuir com essa conversa, então
bebo o último gole de café e dou a desculpa de me preparar para ir
para o gelo.

O treino vai muito bem. No entanto, Simec, Moore e eu


temos um longo caminho a percorrer antes de sermos tão espertos
quanto a minha linha no Sens, mas estamos chegando lá. Quando o
treino acaba, estou me sentindo muito bem.

—Nós terminamos por hoje. —Diz o treinador, depois se


vira para mim. —Tate, no meu escritório, quando você terminar no
vestiário.

Meu interior revira. É verdade que eu não jogava com toda


minha habilidade, mas entre esse último jogo em casa contra o
Edmonton e o treino de hoje, achei que estava voltando ao ritmo.

Eu tomo banho e me visto rapidamente, porque quando você


terminar no vestiário significa, com toda certeza, mexa-se.

A porta do escritório do treinador está entreaberta e ele olha


para cima quando eu bato. Ele faz um gesto para mim. —Feche a
porta e sente-se, Tate.

Eu empurro a porta até escutar o clique da trava, então tomo


o assento do outro lado da mesa do homem que segura meu futuro
em suas mãos.

—Você está aqui há quase dois meses. O cronograma não


tem espaço para um período de adaptação demorado.

Porra. Apenas quando sinto que as coisas estão mudando.


—Sim, tem sido uma luta maior do que eu esperava.
—Olha, eu entendo. —Ele diz. —Depois de oito anos, você
sentia-se confortável e pensou que viveria o resto de sua carreira
como um Senator. Então, o negócio foi um golpe maior para você
do que para alguns desses caras que estão acostumados a passar de
time em time como se fossem um baseado passando de mão em
mão em um show do Grateful Dead. Mas os negócios são um fato
da vida. Veja Mike Sillinger. Ele jogou em doze equipes diferentes
ao longo de sua carreira na NHL. Até mesmo Gretzky foi
negociado. Você não é o único cara novo aqui. Entre os meus anos
como jogador e treinador, esta é a minha oitava nova equipe. É hora
de você aceitar isso, se recompor e fazer de Vancouver sua casa.
Entendeu?

Eu aceno com a cabeça. —Sim, eu entendi. —Ele está certo e


não há sentido em eu dizer a ele que eu já tinha percebido isso por
mim mesmo. Às vezes você apenas tem que deixar o treinador ser o
treinador.

—Você sabe que os Senators não estavam querendo negociar


você.

Talvez não. Mas no final eles negociaram. Isso é um negócio


e eu sou apenas uma mercadoria.

Eu não digo nada disso em voz alta, claro. Mas o treinador


pode ler no meu rosto. —Na verdade, eles realmente não queriam
deixar você sair. Mas os Lumberjacks querem competir seriamente
pela taça. Este é um plano plurianual em que estamos trabalhando e
você faz parte desse plano, não importa o custo. Você, de todas as
pessoas, deve entender o quanto significa desistir da primeira
escolha geral do projeto.

Eu sei. Mas na época, eu não dava a mínima pelo o que eles


desistiram para assumir o meu contrato, então eu não relacionei isso
com o meu próprio valor, tanto com os Senators quanto com os
Lumberjacks. O treinador dizendo tudo isso em voz alta realmente
ajuda a consolidar minha determinação de me comprometer
totalmente com a vida em Vancouver e com os Lumberjacks. Se eu
não entendia antes que esse negócio não era uma rejeição, eu
entendo agora.

—Há mais em ser um Lumberjack do que vestir a camisa.


—Digo, estendendo a mão. —E estou pronto para me
comprometer de coração e alma.

—Fico feliz em ouvir isso. Eu vou te ver de manhã.

Eu deixo seu escritório me sentindo um pouco mais leve,


mais firme e determinado a realmente me comprometer com minha
equipe e minha nova cidade.

Vou para o meu carro, mas a casa terá que esperar. Meu dia
de trabalho ainda não acabou. Eu tenho uma participação na Home
Ice Advantage da CBC. Estou considerando isso como um
aquecimento para um ocupado fim de semana de aparições públicas
que tenho pela frente.

Dirijo-me ao centro da cidade para o estúdio e fico feliz por


ter reservado o tempo extra de viagem. O trânsito em toda a ponte é
um pesadelo, porque ao contrário de Ottawa, a temporada de
construção de Vancouver nunca termina e mesmo no início da
tarde, antes da hora do rush, é brutal. Mas eu estou aprendendo
rapidamente e quando estaciono e sou escoltado para o estúdio,
ainda tenho alguns minutos para colocar minha cabeça no jogo.

Roger pede para eu entrar.

—Fico feliz que você conseguiu vir. —Ele se levanta e nós


apertamos as mãos e em seguida ambos tomamos nossos lugares
enquanto um funcionário coloca uma garrafa de água sobre a mesa
na minha frente. —É a nossa vez depois das notícias. Alguma
pergunta antes de começarmos?

—Não, acho que estou bem. —Depois de dez anos na NHL,


participei o suficiente desses programas para saber como isso
acontece. Vão me perguntar sobre a negociação, não há nenhuma
maneira em qualquer universo que isso não aconteça e estou tão
preparado quanto posso para lidar com essas questões.

Eu coloco meus fones de ouvido enquanto Roger faz a


introdução.

—Bem-vindo ao Home Ice Advantage. Eu sou seu apresentador


Roger Brown e estamos aqui com o novo centro dos Lumberjack,
Tate Nilsson. Tate, ótimo ter você no programa.

—Obrigado por me receber.

—Vamos direto à pergunta principal. Como você reagiu


quando recebeu a notícia da sua negociação? Quero dizer, foi algo
que você estava procurando ou foi uma surpresa?

Sério? Como alguém poderia pensar que eu estava


procurando uma negociação para sair do Sens? Tenho o cuidado de
não demonstrar minha irritação e aproveito para formular uma
resposta que não me deixe encrencado com um consultor de
imagens. —Fiquei chocado, mas o hóquei é um trabalho. Se você
olhar para a NHL nos termos do mundo corporativo, é como ser
transferido para uma divisão diferente, onde eles precisam do meu
conhecimento.

—Você vê isso como um rebaixamento?

—Não, não mesmo. Eu diria que é mais um movimento


lateral.

—Mas você não usa mais o C na camisa.


Uau, esse cara está querendo realmente meter o dedo na
ferida. E é neste momento que sou grato pelo treinador me chamar
depois do treino para aquela conversa animadora. Também me
ocorre que seu bate-papo ter sido antes dessa entrevista pode não
ser coincidência. Filho da puta traiçoeiro. —Não. Mas eu tenho
muito com o que lidar até estabelecer-me com a nova situação,
então acho que ajuda não ter a responsabilidade adicional.

—Você está aqui há dois meses, os Lumberjacks estão no


final da tabela e você marcou apenas dois gols. Considerando que
você foi um dos maiores artilheiros da temporada passada, os fãs
têm que se perguntar se seu coração ainda está em Ottawa.

—Eu vou ser honesto, um pedaço do meu coração sempre


estará em Ottawa. Eu tenho amigos, família e minhas raízes estão lá.
Mas Vancouver é minha nova casa e, como em todas as grandes
mudanças de vida, leva tempo para se adaptar e encontrar um novo
ritmo. Acabamos de sair de uma viagem bem-sucedida...

—Bem-sucedida? Como você pode dizer isso quando perdeu


mais jogos do que ganhou nesta viagem?

—Uma dessas derrotas foi por um gol no final do terceiro


tempo, outra foi na prorrogação e outra foi para o shootout20. Nós
nos fortalecemos como equipe e jogamos tão bem quanto as
equipes que enfrentamos.

—Eu sei que ainda é cedo na temporada, mas como você vê


as chances dos Lumberjacks se saírem no campeonato este ano?

Eu dou a ele um olhar indiferente e ignoro o sorriso que


recebo de volta. —Nossas chances são tão boas quanto às de
qualquer outro time da liga. Temos muito talento e motivação e não
temos para onde ir, a não ser para cima.

20
Cobrança alternada de pênalti
—E isso é tudo que temos tempo para hoje. Tate Nilsson,
obrigado por estar conosco hoje. E boa sorte contra Washington
amanhã à noite.

—Obrigado. Vamos fazer o nosso melhor.

—E é isso para esta edição do Home Ice Advantage. Junte-se a


mim, Roger Brown, na semana que vem, quando o enforcer21 do
Lumberjack, Boi Landvic, estará aqui no estúdio. Fique conosco no
On Location, chegando depois do noticiário local, aqui na CBC
Radio.

Eu pego minha jaqueta e me levanto antes de oferecer minha


mão. —Obrigado por me receber. —Digo com mais entusiasmo do
que sinto.

Ele sorri. —Ei, eu sei que fui duro com você lá, mas você foi
ótimo.

Ainda estou irritado, mas ele estava apenas fazendo seu


trabalho. E será uma longa temporada com mais do mesmo. Eu
preciso da mídia de Vancouver do meu lado, então resisto ao
impulso de apertar seus dedos até que estalem. —Sem problemas.
Vem com o pacote.

***

Na noite seguinte, conseguimos uma vitória contra


Washington e quero ir direto para casa e celebrar com o sexo por
telefone com Sasha, mas isso terá que esperar. Um bando de rapazes
estão saindo para beber cerveja e comer asas de frango, e me sinto

21
Jogadores cujo papel é brigar e intimidar
obrigado a me juntar a eles por um tempo, de qualquer maneira.
Nós tivemos um ótimo jogo e é importante continuarmos essa
conexão fora do gelo também.

Landvic, Leclerc e Onetti já estão sentados em uma grande


mesa quando eu chego. —Pegue um assento, já pedimos as asas de
frango.

Assentindo, sento-me ao lado de Leclerc. —Ótimo jogo hoje


à noite. Você fez algumas boas defesas. —E eu não estou falando
bobagem. Ele mais do que se manteve naquelas poucas jogadas
onde a nossa defesa falhou. Estou tentado a cutucá-lo um pouco
sobre manter o seu amuleto para o próximo jogo, mas temos três
dias de folga e eu não quero arriscar deixa-lo irritado. Os jogadores
podem ser filhos da puta supersticiosos, e Leclerc já tem algumas…
peculiaridades que nós aceitamos.

Depois de uma cesta de asas de frango, uma cerveja e muitas


discussões bem-humoradas, digo boa noite aos meninos e vou para
casa.

Sexta de manhã, o sol está brilhando e eu decido aproveitar o


dia bom antes de ir a uma apresentação na loja da equipe. Pego
meus patins e vou até o paredão.

Não sou a única pessoa a ter a mesma ideia, mas tenho a


certeza de que seria ainda mais concorrido se fosse um sábado ou
um domingo.

A temperatura é perfeita para uma patinação descontraída.

As vistas das montanhas North Shore são particularmente


incríveis e eu não resisto a fazer uma selfie. Pego meu celular e entro
no Instagram. Dou um clique duplo na minha foto sorrindo
largamente e coloco na legenda. Amando #Vancity. Eu pareço feliz.
Eu estou feliz.
Sábado à noite, faço uma última checagem no espelho antes
que a limusine venha me buscar para a festa, e só consigo pensar em
Sasha. Ela estaria completamente envolvida com isso. Vestida com
elegância e uma das primeiras a fazer uma enorme doação. Eu tenho
razões egoístas também. Tê-la aqui tornaria isso menos tedioso.

Não me entenda mal, eu gosto de me vestir bem,


especialmente porque causas nobres e festas de gala abrem muitas
carteiras, mas não tenho certeza de como me comportar.

Em Ottawa, eu tinha uma reputação, comparecer a esses


eventos de gala sozinho muitas vezes significava boceta no final da
noite e eu passava a noite examinando minhas oportunidades.

Aqui posso fazer um novo começo. Uma nova reputação.

Meu alarme dispara às sete da manhã de domingo e me


esforço para sacudir o sono. Não foi uma noite que se prolongou
até tarde e eu fui prudente com o álcool, mas tem sido um final de
semana inteiro de aparições públicas e eles tiram muito de mim
mentalmente.

Às vezes, acho que são mais cansativas do que jogar hóquei.

Eu realmente gostaria de desistir do café da manhã que estou


agendado para ir, mas é para arrecadar dinheiro para a instituição de
caridade dos Lumberjacks que financia equipamentos e taxas de
participação para vencer barreiras econômicas para as crianças
praticarem esportes, e isso é algo que eu posso desistir totalmente de
algum tempo livre para apoiar.

Eu tomo o banho mais rápido do mundo, depois saio


novamente para vencer o tráfego de Vancouver, os fãs de hóquei de
Vancity e meu próprio jogo mental.

Eu vou descobrir isso.


E eu prometo a mim mesmo que na próxima viagem nós
vamos voltar com mais vitórias do que derrotas, então Roger
Fodido Brown terá que engolir suas malditas palavras.
Capítulo 15
SASHA

Novembro começa com um inverno rigoroso. Para mim,


pelo menos.

Eu olho o redemoinho branco pela janela enquanto Tate me


fala sobre o sol agradável do Sudoeste, onde ele acabou de
desembarcar para os jogos dos Lumberjacks. Ele parece cansado já.

—Diga-me que o tráfego é horrível, pelo menos. —Digo.

—Brutal.

—Isso é um pouco de conforto. Eu estou vestindo calças de


moletom em cima das roupas íntimas agora.

Ele ri no meu ouvido. —E eu tenho certeza que elas são


sexy.

Eu olho para as calças de algodão cinza e imagino Tate


tirando-as de mim. —Eu preciso me mudar para um apartamento
com lareira.

—Eu tenho duas lareiras na minha casa em Ottawa. Uma


delas está no meu quarto.

Ele fez o convite antes. Nós conversamos quase todos os


dias desde o jogo dele aqui, e mais de uma vez, sobre eu ficar na
casa dele na próxima vez que ele estiver na cidade.

Eu não sei como me sinto sobre isso.


Quando se trata de Tate, eu tenho ondas de ciúmes feias e
viciosas. Quantas pessoas foram fodidas em frente à lareira em seu
quarto? Quantas ao mesmo tempo? Quantos dias consecutivos?

É claro que também houve outros homens em meu quarto,


mas nenhum deles se compara a Tate em todos os sentidos.

—Ou... —Ele interrompe o silêncio que eu dou a ele no lugar


de uma resposta. —Você poderia vir e ficar comigo em New York e
poderíamos ter uma suíte com lareira.

—Quando você estará em New York? —Faço de


desentendida quando pergunto a ele. Eu sei que ele estará lá por
uma semana depois do Dia de Ação de Graças americano, jogando
contra os Rangers, os Islanders e os New Jersey Devils.

—No final do mês.

—Humm. —Eu já tenho meu voo reservado, claro. Viagem


de compras combinada com uma foda pervertida, não havia
nenhuma maneira de eu não fazer isso acontecer. —Isso poderia
funcionar.

—Envie-me os detalhes do seu voo e mandarei um carro


pegar você no aeroporto.

Eu sorrio. —Envie-me seus detalhes do quarto de hotel e eu


vou aparecer vestindo nada além de lingerie sob o meu casaco de
inverno.

—Ok, faça do seu jeito. Você vai ficar comigo o tempo todo?

Eu não hesito neste ponto. Vou colocar muitas barreiras


entre nós, mas não vou mentir sobre o quanto eu o quero. —Sim.
Eu posso chegar tarde na sexta e ficar até a manhã de segunda-feira.

—Você quer ingressos para o jogo de sexta à noite?


Qualquer ingresso que ele pudesse me dar seria bom demais.
Provavelmente sentada ao lado de esposas, namoradas e pais e
exatamente onde as câmeras focam repetidas vezes para captar as
reações. —Eu provavelmente não vou conseguir ver o jogo, mas
vou te encontrar depois.

—Claro. Eu não posso esperar. —E é por isso que eu não


posso mentir para ele sobre o quanto eu o quero, porque ele é um
livro aberto sobre estar interessado em mim também. Para todas as
suas tendências de menino de fraternidade, Tate está muito mais
emocionalmente disponível do que qualquer outra pessoa que eu já
namorei.

Ele precisará aprender a se manter firme se quisermos ficar


regularmente. Porque nós vamos nos machucar. É certo. Somos
diferentes demais.

Eu puxo um cobertor em volta de mim e me encolho contra


as almofadas do meu sofá. —Diga-me mais sobre L.A., você vai sair
hoje à noite?

—Nós definitivamente vamos sair para jantar. Nada louco,


no entanto. Não dormimos muito na noite passada, ou na anterior.
—Ele me conta sobre os jogos consecutivos em casa em
Vancouver, uma vitória contra Detroit e então uma derrota em jogo
duro em Calgary na noite passada, seguida por um segundo voo
noturno para Los Angeles. Ele geme quando admite que estava
lendo até quase às cinco da manhã. —E então nós tivemos uma
reunião de equipe.

—Isso é cansativo.

—Sim. Mas finalmente estamos nos adaptando. Mesmo


ontem à noite, nos empenhamos contra o melhor time da divisão.
Eles querem nos manter focados no que está funcionando, mas
também continuar ajustando o jogo para que as outras equipes não
possam nos ler.

—Eu não percebi isso antes. —Digo quando me afundo mais


no meu ninho de cobertor. —Quão dinâmica e fluida a estratégia é.
Que linhas começam, esse tipo de coisa.

Ele faz um som impressionado. —Alguém tem prestado


atenção.

Ooops. —Talvez.

—Eu gosto disso. —Ele limpa a garganta. —Você vai tirar


uma soneca também?

Eu torço minha mão sob minhas muitas camadas de roupa.


—Esse código é para me tocar ao som da sua voz?

—É agora. —Ele faz uma pausa, e quando ele começa a falar


novamente, está mudando de posição, porque sua voz soa diferente.
—Você não tem mais nada para fazer agora, não é?

Eu tenho seis outras coisas que eu poderia estar fazendo.


Nenhuma delas supera a conversa suja de Tate no meu ouvido
quando uma nevasca se intensifica do lado de fora. —Não. Eu sou
sua até que você precise dormir.
Capítulo 16
TATE

—Ei, Nilsson, apresse-se, porra! —Os caras batem na porta


do meu quarto de hotel novamente e eu balanço minha cabeça.

Eu estou sorrindo, no entanto. O assédio bem-humorado é


uma forma de amor na NHL e chegar a esse ponto foi um
verdadeiro desafio. Eu vou pegar o que eles querem dar.

Abro a porta e gesticulo para Simec e Andrushko entrarem


no meu quarto. —Eu preciso de mais dois minutos.

—O garoto bonito tem que estar bonito. —Andrushko


murmura.

Eu mostro o dedo para ele.

Simec assobia enquanto levanta uma das quatro garrafas de


bourbon artesanal de reserva que estou levando para a casa de
Moore para o jantar de Ação de Graças. —O que é essa merda?

São quinhentos dólares em uma garrafa de gratidão e apreço.


Depois de um difícil início de temporada, os Lumberjacks me
fizeram um capitão alternativo ontem antes do nosso jogo contra os
Flyers.

—Uma coisinha para depois do jantar. —Coloco minha


gravata e enfio meu celular e carteira no bolso, certificando-me de
que eu tenho a chave do meu quarto de hotel antes de pegarmos o
bourbon e descer as escadas.

Zack Moore cresceu em South Jersey, do outro lado do rio da


Filadélfia e ele tem uma casa enorme no mesmo bairro.
Toda a equipe estará em sua casa para o Dia de Ação de
Graças, porque estamos jogando na costa leste e ele é o único cara
desse canto do mundo.

Estou ciente de que Moore, o capitão da equipe e o


Lumberjack que está na equipe há mais tempo, organizou esse jantar
em parte por minha causa. Nós tivemos um começo difícil quando
entrei para o time em agosto. Tudo por minha culpa. Minha cabeça
estava em outro lugar. De volta a Ottawa, por razões óbvias.

Agora minha cabeça está exatamente onde precisa estar, no


jogo, focado no prêmio no final da temporada.

Nosso carro alugado está atrás de outro idêntico e há um


atrás de nós também.

Lá dentro encontramos Moore na cozinha, tirando do forno


o maior peru que já vi.

—Tivemos alguma ajuda com o resto da comida. —Ele


admite enquanto coloca a forma com o pássaro assado no fogão. —
Mas não seria o Dia de Ação de Graças se eu não fizesse isso
sozinho.

Sua esposa passa, uma criança nas costas dela e ele a agarra e
lhes dá um beijo.

—Tudo bem. —Diz ele, batendo palmas. —Vamos ver um


pouco do jogo enquanto isso descansa e depois vamos comer. Está
bem?

—Parece ótimo. —Levanto uma das garrafas de bourbon que


eu trouxe. —E eu tenho uma coisinha para depois do jantar.

Seus olhos se iluminam quando ele pega a garrafa. —Coisa


muito boa isso.
—Pensei que valeria a pena um pouco de mimo.

Andrushko coloca as duas garrafas que estava carregando no


balcão também. —Dificilmente um substituto para um corpo
quente, mas já que isso é a única ação que eu vou ver hoje à noite...
venha até o pai, bourbon baby.

—É para o papai, sua aberração russa. —Diz Simec. —E nós


vamos estar de volta ao hotel com tempo suficiente para sair, se
você quiser encontrar um corpo quente. —Ele me lança um olhar.
—Você poderia sair com a gente, Nilsson. Eu tenho alguns contatos
da última vez que estivemos aqui...

—Não, eu estou bem, cara.

—Não precisa ser nada atrevido.

Eu quase engasgo com a minha língua. Na verdade, poderia,


mas eu não estou disponível.

Simec continua indo. Ele está com o celular dele agora. —


Sim, essa garota. —Ele me mostra a foto de uma loira. —Ela está
no departamento de relações públicas dos 76ers22, eu acho. Ela é
muito fofa. E linda.

—Sim, ainda não estou interessado, mas obrigado. —Balanço


minha cabeça. —Muito agradecido. Sério. Mas eu tenho uma amiga
em Ottawa. Está tudo bem.

Isso faz três cabeças se voltarem para mim com pressa.

Andrushko franze a testa. —Você tem uma garota? Nós


sabíamos disso?

22 Philadelphia 76ers é uma equipe de basquete da National Basketball Association situada na Filadélfia.
Merda, não. E eu falei demais. Eu prendo meu lábio inferior
entre os dentes para não contar a eles tudo sobre Sasha.

Como ela é uma Valquíria com fogo em seus olhos. Como


ela não aceita desaforo de qualquer um. Como ela suspeita de
homens e dinheiro e homens com dinheiro, acima de tudo.

Mas também como ela é doce quando acha que ninguém está
olhando, quando isso realmente conta. Como ela é legal quando o
mundo de alguém foi abalado. Como ela é inteligente o tempo todo,
mas nunca quer que ninguém perceba.

E ela é linda também.

Em vez de contar alguma dessas coisas, eu aceno para a


carranca de Andrushko e o olhar curioso de Simec. Eu aponto a eles
a enorme sala da família de Moore, onde o resto da equipe está
assistindo a um jogo de futebol. E mudo de assunto para o novo
regime de treinamento que nossos fisioterapeutas estão fazendo.
Trabalho. É aí que está meu foco.

Não em Ottawa e na amizade secreta que tenho com Sasha.

Não em como minha cabeça está aqui agora, mas meu


coração pode estar em outro lugar.

Ela não quer meu coração.

Meu pau, sim. E é dela quando e onde quer que ela peça,
com a ressalva de que eu tenho sessenta jogos da NHL para jogar
nos próximos quatro meses e nós vivemos em lados opostos do
país.

Detalhes.
Capítulo 17
SASHA

Eu voo para New York no dia seguinte ao Dia de Ação de


Graças americano. Tate tem um jogo noturno contra os Islanders,
então em vez de interromper sua rotina de pré-jogo, eu pego um
táxi para o prédio do centro da cidade onde meu pai é dono de dois
apartamentos. O porteiro me reconhece imediatamente.

—Srta. Brewster, nós não estávamos esperando por você,


mas esta é uma surpresa agradável.

Eu sorrio e aceno minha mão para a minha mala. —Não


entre em pânico, não vou ficar aqui. Só preciso deixar minha mala
por hoje. —Eu rabisco o nome do hotel e o número do quarto que
Tate havia me mandado em um pedaço de papel. —E eu posso
passar mais tarde ou amanhã para pegá-la, a menos que...?

Ele me dá um sorriso paciente que eu definitivamente irei


recompensá-lo generosamente com um presente de Natal quando eu
deixar a cidade. —Vamos entregá-la lá para a sua comodidade.

—Você é o melhor. Vou sair agora à tarde. Também receberei


algumas compras no final de semana. Elas podem ser encaminhadas
para Ottawa como de costume.

Com um agradecido aceno de adeus, volto ao fluxo constante


do tráfego de pedestres na Quinta Avenida. Todas as lojas estão
decoradas para o natal e eu entro e saio de lojas de departamentos
familiares. No final da tarde, tenho três vestidos de festa para Ellie,
duas novas roupas de trabalho para mim e uma gravata para Tate.
De todas as minhas compras, é a única que eu mantenho para mim.
As outras são enviadas de volta para o prédio do meu pai.
A gravata é verde e roxa, assim como as camisetas dos
Lumberjacks e eu posso dar a ele neste fim de semana, porque não é
o presente de Natal certo para ele.

Além disso, não tenho certeza se vamos trocar presentes.

Quero dizer, é claro que vou dar alguma coisa para ele, mas o
truque de presentear quando você não tem certeza se será recíproco
é mantê-lo leve. Um tipo de prova. Não é uma gravata. Algo que
mostra que você tem prestado atenção em uma observação não
intimidadora e casual.

Algo que diz, eu noto você. Eu vejo que você é...

Paro de repente no meio da calçada e as pessoas me rodeiam.


Pelo menos duas delas me xingam, porque olá, New York, mas eu
não me importo.

Eu sei exatamente o que dar a Tate para o Natal.

Agora só preciso encontrá-lo e não tenho tempo hoje,


porque preciso ir ao Brooklyn.

Eu coloco essa tarefa de compras no meu calendário para o


domingo. Pode ser melhor algo encomendado online, mas se eu
puder encontrar algo único aqui, seria ainda melhor.

Sentindo-me bastante orgulhosa de mim mesma, chamo um


táxi.

Na arena, eu me esquivo e me envolvo com os fãs dos


Islanders que se aglomeram em direção às entradas. Sei que ainda há
muitos ingressos disponíveis para o jogo de hoje, então peço ao
rapaz que trabalha na bilheteria que me dê três dos assentos mais
baratos e entrego o dinheiro.
Lá dentro, subo o nível superior e encontro meus lugares,
bem no meio da fileira. Sento-me no meio dos três, garantindo
assim que não tenho que compartilhar um braço com ninguém.

Ninguém pode se dar ao luxo de ser uma diva quando


senta-se na última fila.

Pego meu celular e vejo alguns e-mails enquanto estou


esperando, mas assim que as equipes estão alinhadas e prontas para
entrar no gelo, eu o guardo.

Tate é anunciado bem na frente de Andrushko, um defensor.


Meu centro favorito investiga o gelo e quando Andrushko segue, ele
dá um tapinha na bunda de Tate com seu taco de hóquei e Tate dá
um sorriso de flerte a ele e à multidão em resposta.

Eu vou provocá-lo sobre isso mais tarde.

---

Os Lumberjacks vencem tão facilmente que é difícil lembrar


que eles ainda estão perdendo a maior parte dos jogos. Minhas
bochechas doem de sorrir. Quando o apito final soa, pego meu
celular novamente. Eu não vou lutar contra a multidão extasiada.

Sasha: Eu cheguei na cidade. Encontro você no seu


hotel às onze. Vi o jogo, também. Bom trabalho.

Deixe-o pensar que acabei de pousar e vi o jogo no avião. É


melhor que ele não espere que eu apareça pessoalmente.

Assim que o barulho acaba, volto para a rua e pego um dos


táxis em espera. Dou a ele o nome do hotel do Tate, depois sento e
penso em como quero que isso aconteça.

Nua, realmente. Esse é o meu plano.


Quando eu chego ao hotel, eu encontro o banheiro feminino
e tiro minhas roupas, dobrando-as cuidadosamente na minha bolsa
antes de abotoar o casaco.

Como prometido, estou usando apenas sutiã e calcinha por


baixo.

Quando pressiono o botão do elevador, Tate responde.

Tate: No hotel e de banho tomado. Onde está sua


bunda linda?

Eu não respondo, mas estou sorrindo quando bato em sua


porta um minuto depois. —Bem aqui. —Digo, tirando meu casaco e
inclinando meu quadril para um lado.

Ele dá um passo para trás e eu olho para ele enquanto me


movo para dentro e lhe entrego meu casaco. Ele está com o peito
nu e sua calça de moletom está baixa nos quadris.

Isso é melhor que lingerie.

—Você teve um bom jogo. —Eu disse, ignorando o jeito que


meu coração está tentando subir até a minha garganta. O que é esse
sentimento estranho batalhando dentro de mim?

Oh, merda, eu realmente senti falta de Tate.

E agora ele está aqui e nós dois estamos seminus, e eu estou


em uma conversa fiada estúpida.

—Você assistiu, então? —Ele pendura meu casaco, em


seguida, senta-se de pernas abertas na cama e dá um tapinha na
coxa.

Meu coração faz essa coisa de novo. Eu paro na frente dele e


coloco minhas mãos nos meus quadris. —Assisti. Minha parte
favorita foi antes do início. Gostei do jeito que Andrushko bateu em
você com o bastão dele.

—Você sabe, ouvindo nossas conversas, algumas pessoas


podem ter a impressão errônea de que você não gosta de mim.

—Que tal isso? —Eu escalo em seu colo e o beijo, porque eu


não posso fingir que não preciso de sua boca agora mesmo, porra.
—Humm.

Nós nos beijamos tempo suficiente para ficarmos sem fôlego


e sua pesada ereção crescer distraidamente entre as minhas pernas.
Mas eu não vou consegui-lo ainda, aparentemente. Ele puxa meu
rabo de cavalo. —Você está com fome? —O canto de sua boca se
contorce. —Você gosta de mim o suficiente para me pagar o jantar?

—Sim.

—Eu quero bife. —Ele me dá uma avaliação lenta e imunda


que me diz que estamos pedindo serviço de quarto em vez de sair.
—E talvez lagosta.

—O que quer que seja melhor para você, capitão alternativo.

—Você notou o A também? —Ele sorri. —Excelente.

—Não se preocupe muito com o meu interesse. É tudo


puramente físico. Eu não posso evitar se seu corpo é um presente
de Deus que exige minha atenção.

—Claro que não. —Ele me move para o lado. —Tire essa


renda muito sexy enquanto eu peço algo para a gente jantar.

Eu tiro meu sutiã primeiro, enquanto ele pega o telefone.


Então eu me estico na cama e espero até que ele esteja ao telefone
fazendo o pedido antes de começar a descer minha calcinha pelos
meus quadris.
Seu olhar fica excitado, mas ele não vacila no pedido. —E
nós vamos querer um pouco de sorvete. —Diz ele, olhando para os
meus seios, então minha barriga e, finalmente, para a pele rosa entre
as minhas pernas. —Qual sabor de frutas você tem? Perfeito. Muito
obrigado.

Depois que desliga o telefone, ele pula em cima de mim e


bate levemente no meu quadril.

—O quê?

—Garota má. Me distrair quando estou pedindo o bife que


você vai ter que pagar.

—E sorvete, também.

—Framboesa. —Ele sussurra enquanto pressiona a boca no


ponto sensível atrás da minha orelha. —Assim como seus mamilos.

Ok. Estou aqui para isso. Eu me estico embaixo dele


enquanto ele beija meu pescoço, depois meus seios, lambendo e
sugando meus mamilos até que eu esteja ofegando por mais. Eu
consigo seus dedos e sua boca entre as minhas pernas e um orgasmo
tão bom que faz minhas coxas tremerem e pequenos pontos
brilhantes dançarem na frente dos meus olhos.

Mas é o que ele diz depois de eu recuperar o fôlego que


realmente faz minha cabeça girar. Ele olha para mim, sua bochecha
pressionada contra o interior da minha coxa e ele me dá um meio
sorriso engraçado. —Você estava um pouco irritada quando chegou.

—Eu estava?

—Humm. Nada que um orgasmo não resolva.

Eu sorrio para ele. —Definitivamente não estou irritada


agora.
Ele não me pergunta sobre o que eu estava irritada. Estou
feliz. Eu realmente não tenho uma boa resposta, além de ele
balançar meu núcleo e que eu sinto falta dele. Eu não quero dizer
isso a ele.

Mas ele não terminou com as perguntas difíceis. —O que


vamos fazer?

Eu sustento seu olhar e digo a verdade. —Eu não sei.

—Você gosta disso?

—Sim. —Eu franzo o nariz, porque nós dois sabemos o


quanto estou relutante em admitir isso e ele ri. Então ele rasteja pelo
meu corpo e minha respiração fica presa na minha garganta. Meus
olhos ardem quando ele também gentilmente encontra meu olhar e
o segura. Eu mais que gosto e nós dois sabemos disso.

Eu gosto tanto de Tate que dói. E eu não sei como lidar com
esses sentimentos.

Ele esfrega o polegar no canto da minha boca enquanto olha


para mim com o que só pode ser descrito como uma consciência
afetuosa. Maldito seja ele. —Estamos tendo um caso secreto à moda
antiga?

Isso é muito pesado. —Isso é uma aventura. —Sussurro.

—Amigos com benefícios?

Nós somos amigos? Eu ficaria mais confortável em nos


chamar de frenemies23, para me prometer que não há nenhuma
maneira que eu possa me ligar a ele, porque isso é apenas sexo.

23
Frenemy‘ é uma palavra relativamente nova em inglês que é uma mistura de ‘FRiend‘ (amigo) com
‘eNEMY‘ (inimigo).
Romance de frenemies. Quatro anos atrás, eu teria marcado
essa vadia no Instagram. Agora eu não tenho nenhuma conta de
mídia social e o rótulo parece um pouco... clichê. De alguma forma,
eu não acho que Tate gostaria que eu o chamasse assim, então eu o
puxo para mais perto e o deixo me beijar.

Nós dois gostamos disso. E quando estamos nos beijando, os


rótulos para o que quer que seja isso não importa. Quando sua
língua busca mais fundo em minha boca e aquela fome de sim-sim-
sim ruge de volta à vida dentro de mim... nada mais importa.
Capítulo 18
TATE

Eu acordo com um corpo macio pressionado contra o meu


lado e dedos frios e ágeis explorando meus músculos.

—Que horas são? —Resmungo enquanto apalpo Sasha de


volta, porque eu não estou morto e senti-la é incrível.

—Quase sete. —Ela sussurra, mas eu posso dizer que ela está
bem acordada.

—Você é uma pessoa da manhã.

—Eu também sou uma pessoa de sexo matinal, se isso ajuda.


E descansada também.

Eu a rolo de costas e beijo uma trilha descendo pelo seu


corpo. —Excelente. —Resmungo, mas sai parecendo algo como
selente.

—O que você tem que fazer hoje? —Ela engasga quando eu


a lambo em vez de responder.

—Tate!

Eu levanto minha cabeça e pisco para ela. —Sim?

—É isso aí? Você me pergunta que horas são, me acusa de


ser uma pessoa matinal e depois me chupa?

Não era uma acusação, mais como uma observação, mas isso
parece certo. —Sim. Shhh. Ocupado.
—Ok. —Ela suspira e deixa cair a cabeça para trás, e eu volto
a beijar sua boceta, porque satisfazer Sasha é minha única
programação para hoje.

O treinador nos deu o dia de folga já que ganhamos na noite


passada.

E agora estou ganhando de novo. Eu vou.

Eu tenho uma ideia para esta noite, mas vou pensar melhor
depois do orgasmo e do café da manhã.

---

Ela faz um telefonema enigmático antes de entrarmos no


chuveiro e quando saímos há um cavalheiro sombrio em um terno
preto esperando do lado de fora da minha suíte. Ela apenas abre a
porta e ele está lá. Ela lhe dá um sorriso radiante e ele coloca uma
grande mala no quarto antes de partir.

—Quem era esse? —Pergunto enquanto ela tira dos ombros


o roupão branco fofo que ela colocou para atender a porta.

—O zelador do prédio do meu pai.

—Aqui em New York?

—Sim. —Ela diz isso simplesmente, sem sua carranca usual,


mas eu sei que é melhor não fazer mais perguntas.

Pego a mala e levo-a para o sofá para ela. Meu ombro


protesta do golpe contra a placa que levei na noite passada e,
enquanto ela se veste, pego pomada de cavalo que eu carrego
exatamente por esse motivo.

—O que é isso? —Sasha me lança um rápido olhar. Eu digo


a ela e ela ri enquanto estende a mão. —Posso passar para você?
—Fique à vontade.

Ela sobe na cama atrás de mim e passa a quantidade certa da


pomada com infusão de ervas sobre meus músculos. —Assim?

—Um pouco mais forte. —Seus polegares apertam e eu


gemo. —Sim. Aí mesmo.

—Eu gosto desse som. —Ela sussurra no meu ouvido.

Eu giro minha cabeça e pego sua boca para um beijo rápido.


Ela suspira quando eu me afasto, seus olhos um pouco confusos.
—Eu gosto desse som. —Murmuro quando toco seus lábios. —Ei,
eu tenho uma ideia. Eu ia sugerir isso mais tarde, mas os sons me
deixaram excitado novamente.

Eu amo o jeito que seu rosto se ilumina. —Qual é a sua


ideia?

—Você sabe sobre os planos de Rapscallion, certo? Como


parte de uma cadeia de clubes privados?

Ela faz uma pausa, depois desliza para sentar na cama ao meu
lado. Ela me dá um olhar desconfiado e cauteloso. —Sim.

—Reid tem um clube aqui em New York. —Procuro em seu


rosto por qualquer pista de como ela está se sentindo sobre isso,
mas eu não recebo nada. —Nós poderíamos ir hoje à noite.

Sasha deveria jogar poker, do jeito que ela consegue manter


uma expressão absolutamente vazia por muito tempo. —Talvez.
—Ela finalmente diz. —Vamos discutir no café da manhã.

Ela sai da cama e termina de se vestir. Da mala dela vem um


par de botas pretas altas de couro, que ela puxa sobre seus jeans
apertados e então ela coloca um suéter grande e macio sobre sua
camiseta de mangas compridas.
No momento em que estou vestido com jeans e uma camisa
social, ela tem um toque de maquiagem e seu cabelo está
perfeitamente torcido em um coque grande no topo da cabeça.

—Podemos encontrar caras da equipe enquanto descemos as


escadas. —Digo a ela.

Ela encolhe os ombros. —Então me apresente como uma


amiga que conhece de New York.

—Oh, sim? —Eu puxo-a para perto e dou-lhe um beijo


ardente. Amigos. Precisamos resolver isso entre nós, porque
ninguém vai acreditar que somos apenas amigos, não do jeito que eu
olho para ela. —Diga-me o que você conhece em New York.

—Eu sei que os melhores lugares de café da manhã estão em


Tribeca. —Ela murmura com um sorriso. —E se você vai me levar
para um clube de fetiche hoje à noite, então vou precisar de uma
roupa nova, também.

Porra, sim. Tudo bem, podemos ser chamados de amigos. O


que ela quiser que seja, da maneira que ela quiser, se ela me der essa
sensação tipo chute-no-estômago com uma simples promessa de
uma nova roupa.

Em vez de pegar um táxi no hotel, ela desliza os dedos pelos


meus e me puxa para o metrô. Apenas na cidade de New York,
Sasha poderia sentir-se anônima o suficiente para segurar minha
mão.

Nós deveríamos vir aqui novamente.

Estou sorrindo quando estamos no trem. Está lotado, por


isso estamos ao lado de um poste.

Ela pega a minha expressão estupidamente feliz e balança


contra mim. —Sobre o que é esse sorriso?
—Você. Isso. —Eu beijo o topo de sua cabeça. —Eu não
tinha certeza se você viria passar o final de semana comigo.

Ela não diz nada sobre isso, mas quando chegamos na nossa
parada, ela pega minha mão novamente e não solta até chegarmos
ao nosso destino.

Estamos sentados em uma pequena mesa de canto, próximo


um do outro, o que facilita a conversa íntima quando fazemos o
pedido.

—Então você quer ir às compras depois disso? —Afasto


uma mecha fora de lugar de seu rosto enquanto me inclino.

—Depende. Qual você acha que é o código de vestimenta


para um clube como...

—Aparentemente é chamado Miscreant.

Seus olhos se arregalam. —Isto é engraçado.

—Humm.

—Então é gótico? Como Eyes Wide Shut24?

—Provavelmente. Os clubes em que estive em Toronto e


Los Angeles eram bastante teatrais. O clube de Ottawa é muito mais
tranquilo.

—Eu nem sabia que havia uma comunidade de BDSM em


Ottawa.

Kink está em todo lugar.

—O que você vai vestir? —Ela passa a mão sobre o meu


braço. —Eu gosto de você assim. Botões para desfazer…

24
Filme de 1999, título no Brasil: De Olhos Bem Fechados
—Eu posso usar um terno.

Ela faz um som apreciativo baixo em sua garganta. —Ok. Eu


vou combinar com isso.

Nossa comida chega, e a apreciamos. Sasha me conta sobre


suas coisas favoritas para fazer em New York no Natal e eu conto a
ela sobre a última vez que estive na cidade, com os Senators. Nós
fomos patinar no Rockefeller Center e agimos como crianças. Foi
fantástico.

—Aposto que foi. —Ela diz com uma risada. —Quantos de


vocês foram?

—A maior parte da equipe. As pessoas se deram conta do


fato de que sabíamos uma coisa ou duas sobre patinar e acabamos
tirando fotos por um tempo depois.

—Você gosta desse lado disso? Encontrar fãs?

—Sim. Embora eu não seja reconhecido aqui se estiver


sozinho, ou apenas com você, e também gosto disso. A celebridade
está confinada a ser uma situação específica. —Ela não confia
inteiramente em mim, mas eu sei que isso é uma coisa importante.
Eu seguro seu olhar. —Eu gosto da minha liberdade. Eu não
preciso ser público o tempo todo.

Ela balança a cabeça, mas há algo em seus olhos, uma ponta


de preocupação.

—Eu sei que você mantém sua vida privada. —Eu entendo
isso. Minha vida não precisa ser a dela só porque estamos transando.
—Eu não vou fazer nada para arriscar isso.

Um dos lados da boca dela se inclina com um quase sorriso.


—O máximo que puder.
—Certo. Eu não vou prometer algo que não posso cumprir.

—Eu sei. —Ela se inclina e me beija levemente. —Eu sou


uma profissional em ser invisível. Está bem.

—Então, ir para um clube kink é...

—Não é algo que eu faria com qualquer outra pessoa. —Ela


diz baixinho.

Eu pego a mão dela. —O clube de Reid é só para membros.


E não é apenas o dinheiro que recebe alguém. Há um processo de
verificação para associação e você precisa ser indicado por dois
membros existentes, sem exceções. É privado. E há maneiras de ser
ainda mais anônimo, embora eu não ache que você precise de uma
máscara. Ninguém estará olhando para nós. Haverá muito
espetáculo sendo feito por aqueles que querem ser vistos.

Como eu esperava, ela tem uma reação linda a isso. Seus


lábios se separam e suas pupilas se dilatam e escurecem. Sasha não
pode esperar para ver outras pessoas serem pervertidas e eu não
posso esperar para vê-la.

Mas primeiro temos um dia inteiro juntos em New York.


—Eu aposto que se formos ao Rockefeller Center hoje, ninguém
saberia quem eu sou. —Digo a ela. —Eu só preciso fazer uma
parada primeiro.
Capítulo 19
SASHA

Tate envia algumas mensagens rápidas enquanto eu pago o


café da manhã, algo que ele questionou por um segundo e apenas
silenciosamente, com um olhar.

—Ok, o assistente do gerente de equipamento pode me


encontrar ao meio-dia para me entregar meus patins. —Ele guarda o
celular e joga o braço em volta do meu ombro.

—Então, temos até lá para fazer algumas compras.

Eu acho que um jogador da NHL não usa patins de aluguel,


nem mesmo para patinar por lazer.

Nós vamos a algumas das minhas boutiques favoritas no


SoHo. No primeiro lugar Tate percorre a loja e pega algumas coisas
para eu experimentar. Ele tem bom gosto. Mas na segunda loja, sei
exatamente o que estou procurando. Esta é, em New York, a mesma
rede de lojas que eu comprei o vestido que usei na Rapscallion em
Ottawa.

Se vamos a Miscreant hoje à noite, quero algo como ele.

Eu quero outra chance para experimentar o tipo de fetiche de


Tate em um clube toda arrumada.

—Há uma cadeira atrás do trocador. —Digo a ele. —Vá


sentar-se.

Ele arqueia uma sobrancelha divertido, mas faz o que eu


peço. Eu descrevo o vestido que comprei em Ottawa para a
vendedora e ela concorda. —Nós temos alguns outros vestidos
dessa linha, eles estão aqui.

Eu sei qual eu quero assim que o vejo.

A saia de lenço de seda tem comprimento variável,


mostrando mais perna à direita do que à esquerda e a coisa toda é
coberta de vermelho escuro.

Eu escondo isso dos olhos de Tate enquanto entro no


provador e tiro minhas roupas de inverno, mas eu preciso da ajuda
de alguém com o zíper, porque o corpete é tão apertado que não
tenho como fazer isso sozinha e eu posso muito bem usar essa
oportunidade para provocá-lo.

Segurando o vestido contra o meu corpo, abro a porta do


provador.

Ele está esparramado como um rei na poltrona, coxas


grandes bem espalhadas, mas assim que a dobradiça range, ele volta
sua atenção para mim e me olha calorosamente. —Agora é um
vestido com um potencial fetichista.

Eu pisco quando me viro. —Fecha pra mim?

Ele fica de pé e anda em minha direção. Eu olho no espelho


quando ele para perto o suficiente para irradiar calor contra mim e
eu mexo meus quadris, apreciando como os panos da minha saia
balançam em torno das minhas coxas nuas.

Ele leva o lábio inferior entre os dentes e lentamente fecha o


vestido enquanto também observa nosso reflexo. —As botas darão
algo extra a isto, também. Use elas hoje à noite.

Eu paro em frente ao espelho. Sim, acho que vou.


—Já é o segundo vestido fetichista que você tem. —Ele
murmura enquanto coloca suas mãos na minha cintura. O peso
delas deixa meu peito duro e excitado. Me deixa faminta por mais de
seu toque, seu olhar, seu sexo.

—Que você sabe. —Sussurro de volta.

Sua mandíbula flexiona e ele me dá um olhar semicerrado.


—Nós vamos fazer uma pervertida surgir de você em breve.

Eu estou indo para isso. —Mas primeiro uma saudável


patinação de feriado, certo?

Seus olhos brilham e eu acho por um segundo que ele pode


cancelar tudo e me arrastar de volta para o hotel para as atividades
sujas da tarde. —Certo. —Diz ele lentamente. —Saudável é o meu
nome do meio, afinal de contas.

Eu sorrio para ele quando ele abre o zíper, seus dedos


provocando uma trilha decididamente não saudável até a minha
bunda, e depois um pouco mais abaixo, seguindo o tecido da minha
calcinha até que eu estou ofegando para ele sair.

Ele sai, recuando para a cadeira para retomar sua pose


esparramada ridícula. Ninguém deveria parecer tão bom sentado,
penso enquanto fecho a porta do provador e tento respirar,
estremecendo.

---

Depois de conhecer alguém da equipe do Madison Square


Gardens e pegar os patins de Tate, nos dirigimos ao Rockefeller
Center, onde somos levados a um iglu VIP ao lado do rinque. Tate
posa para uma foto rápida com um casal que aparentemente havia
reservado esse horário e que não se importou de compartilhá-lo
com um jogador da NHL que também poderia conseguir ingressos
para o jogo de domingo à noite.

Uma vez que eles se dirigem para o gelo e o recepcionista


retorna com um par de patins de aluguel para mim, Tate volta toda a
sua atenção para mim. —Você quer que eu te ensine a fazer algum
movimento legal?

Eu rio em voz alta e bato meus cílios para ele. —Oh, Sr. Hat
Trick, por favor, você não vai me mostrar todos os seus
movimentos?

Ele ri e me puxa para perto, sua mão encontrando a pele nua


na minha cintura debaixo da minha camisa. Ele esfrega o polegar
para trás e para frente, para frente e para trás, agitando todos os
tipos de sentimentos safados em mim.

Mas estamos aqui para patinar. Eu coloco minha mão em seu


peito. —Mais tarde, garotão. Coloque seus patins.

|—Você precisa de ajuda para deixar seus cadarços


apertados?

—Isso é um eufemismo para alguma coisa?

—Dê-me um minuto e eu vou fazer um. —Ele sorri. Não


arrependido e perfeitamente safado.

—Eu acho que posso dar um jeito. —Digo inocentemente.

Os patins alugados não são ótimos, mas ao contrário dele, eu


não viajo com patins.

Em casa eu tenho dois pares, perfeitamente quebrados.


Ele não precisa saber disso ainda. Fico feliz que ele ―me
ensine‖ a andar de patins se isso significar as mãos dele na minha
cintura e o corpo dele curvado atrás do meu.

Nós vamos para o gelo e ele pisa primeiro.

Eu estive em rinques a minha vida inteira, mas ainda há algo


impressionante sobre a maneira como ele gira, segurando as mãos
para mim. Pura confiança nas lâminas de aço.

Eu vou aproveitar isso.

Eu respiro fundo e sigo em frente, deslizando direto para os


braços dele. Ele me vira e se afasta, suas pernas se movendo
rapidamente em torno de mim. Eu suspiro, porque ele está
realmente patinando para nós dois e eu não preciso fazer nada.

Droga, ele não deveria realmente me impressionar e agora ele


fez duas vezes em segundos.

O rinque está na verdade bastante movimentado, mas Tate


habilmente patina ao redor dos outros patinadores. Quando ele
diminui a velocidade em torno de uma família, eu desloco para
frente, e ele alcança de novo, vindo ao meu lado dessa vez.

Eu pego sua mão e nós circulamos a pista novamente, os


dedos ligados.

—Você sabe patinar. —Ele diz quando eu faço uma


sequência rápida de passos em torno de um casal parado.

—Eu sei.

—Você não disse.

—Você não perguntou. —Sussurro enquanto ele me vira,


segurando-me em seus braços, então eu estou patinando para trás.
Ele dá um beijo rápido na minha boca. —Estou aprendendo
que é a chave com você.

—Que tal isso, hein?

Ele ri e me gira de novo. Desta vez eu saio. Não há como eu


conseguir patinar como ele, mas é divertido pegar velocidade e
sentir o ar frio correndo contra as minhas bochechas.

É mais divertido quando ele me alcança novamente, e desta


vez, pega minha mão.

---

Depois de uma parada para o café, voltamos para o hotel,


fazendo algumas compras de Natal pelo caminho. Tate compra
alguns presentes para seus pais e eu encontro um par de
abotoaduras que meu pai apreciará.

—O que você vai fazer nos feriados? —Ele pergunta de uma


maneira totalmente óbvia quando entramos no elevador em seu
hotel e eu dou risada. Estou ansiosa para planejar nossa próxima
oportunidade de estarmos juntos também.

—Eu estarei em Toronto na véspera de Natal. E quanto a


você?

—Estou voando de volta para Ottawa. Minha mãe está


trazendo o jantar de Natal para minha casa no dia 25 e depois há a
festa Rapscallion no dia 26. Eu estava pensando…

Eu sorrio para ele enquanto ele se afasta. —Eu já concordei


em ir com você.

—Não é isso. Embora eu esteja ansioso por isso, com


certeza. Não, eu queria saber se você quer ir para Vancouver. Eu
não sei quanto tempo você tem de folga, mas eu tenho uma semana
calma depois do Ano Novo, dois jogos em casa e é isso.

Chegamos ao seu andar e isso encerra a conversa, porque à


nossa frente estão alguns de seus companheiros de equipe,
caminhando em direção ao elevador.

—Oh, eis o menino bonito. Tate, estávamos procurando por


você. —Um cara grande diz de forma clara e acentuada. Andrushko,
reconheço um momento depois. Ele parece diferente de uniforme.
—E... —Ele vira sua atenção para mim. Todos eles viram. —Eu sou
Vladimir. Prazer em conhecê-la.

Eu pego sua mão. —Eu sou Sasha. Uma amiga de Tate, de


Ottawa.

—Oh. —Vladimir murmura e eu juro que ele está pensando


em levantar a minha mão para beijar meus dedos.

Eu puxo de volta, porque não, obrigada.

Ele pisca para mim. —Ouvimos muito sobre a amiga de


Tate, de Ottawa. Não tínhamos certeza de que você era real, mas
você é, de fato, real e muito bonita.

Minha boca se abre e eu fecho quando dou a Tate um olhar


confuso de lado. Que diabos?
Capítulo 20
TATE

Droga. Eu tento sinalizar para Sasha com meus olhos que


não é grande coisa e que Andrushko não quer dizer isso, exceto que
ele diz e Deus, porra, por que eu disse alguma coisa para eles?

Além disso, Andrushko precisa tirar os olhos pervertidos de


Sasha, porra, agora mesmo. Obviamente, eles não sabem que este é
um momento ruim para ser social, mas eu tenho controle de danos
para fazer.

Simec se move para aperto de mão também, mas eu o


interrompo no meio do caminho. —Nós temos que ir, pessoal.
Sasha vai pegar algo no meu quarto e então ela tem uma tarde
movimentada. Vejo vocês mais tarde.

Eu não espero que eles respondam. Colocando uma mão nas


costas dela eu a guio ao redor deles e pelo corredor.

Suas costas estão esticadas, os ombros duros e travados e o


seu lábio inferior carnudo normalmente suave está flexionado e
tenso.

Eu fui um pouco desleixado. Eu prometi a ela que


manteríamos as coisas em privado e eu posso ver pela perspectiva
dela como isso pode parecer que não aconteceu.

Mas isso não é grande coisa. Eu só preciso explicar a ela que


a linguagem coincidiu. Amigos. Ottawa. E ela é linda, isso é
inevitável.

Exceto que quando entramos no meu quarto, ela não se


move muito para dentro.
Droga. Eu dou uma olhada nela torcendo os braços na frente
dela e balanço a cabeça. —Ok, primeiro de tudo. Eu sinto muito.
Sem desculpas, eu não deveria ter dito nada para os caras. Mas eu
juro, eles não sabem nada sobre você.

—Eles sabem que você tem uma amiga em Ottawa. O que


mais você disse a eles?

—Nada.

Ela morde o lábio inferior. —Eu pensei que nós


concordamos em manter isso em segredo.

—Nós concordamos. Nós estamos.

—Quem mais sabe sobre mim?

—Ninguém. Eles também não sabem de nada.

Ela faz uma careta, franzindo a testa e apertando os braços


sobre o peito.

Isso não vai adiantar. Eu tiro meu paletó, em seguida aceno


para ela fazer o mesmo. —Tire as suas roupas.

Ela me dá um olhar incrédulo. —O quê?

—Eu posso ver seus pensamentos girando com força, Sasha.


E é justo o suficiente, você definiu alguns parâmetros e esses foram
quebrados hoje. Minha culpa. Eu admito isso. Mas estamos em
privado novamente. E antes que você saia daqui puta comigo, eu
quero uma chance de lembrar o que é bom entre nós.

—Sexo não pode nos salvar de ser muito complicado. —


Mas a voz dela falha quando diz isso.
Ah sim, acho que o sexo pode fazer exatamente isso. Não é a
pior hipótese para testar. —Você tem certeza? Porque tenho certeza
que um orgasmo ou três fariam maravilhas para limpar sua mente.

Ela olha além de mim, em direção à janela. Sua expressão não


muda, não dá nenhuma pista. Os segundos passam enquanto o
silêncio se estende até o ponto de que porra é essa e então ela olha
para o tapete macio. —Precisamos reconsiderar o que estamos
fazendo aqui. Eu não vou tentar sair e não estou exatamente
chateada.

—Você não parece feliz.

Ela olha para mim. —A última coisa que quero é ser o centro
de uma tempestade de boatos.

—Vou dar um jeito nisso.

—Por favor, faça. Nossa amizade não é da conta de ninguém,


exceto nós.

Amigos.

Eu perguntei a ela na noite passada se era isso que éramos e


ela não me respondeu.

Agora eu sei onde estamos e não tenho certeza se gosto


disso.

Mas não foi assim que expliquei nossa relação para os caras
na casa de Moore? Eu tenho uma amiga em Ottawa.

Não parecia errado.

Também não parecia completo, mas somos amigos.

E eu quero continuar fodendo.


O resto talvez precise ficar fora da discussão, por enquanto.

Só que ela não é a única que consegue nomear os termos. Se


estivermos renegociando essa coisa entre nós, e aparentemente
estamos, porque todos os negócios da Sasha agora são legais e
controlados, então eu tenho algumas demandas minhas.

—Eu preciso saber o porquê. —As palavras saem mais duras


do que eu quero dizer, mas talvez esse seja o meu segredo. Talvez eu
esteja chegando perto do meu limite de não saber o que diabos está
acontecendo em sua cabeça.

—Eu tenho uma história de estar nos olhos do público. Eu


não gosto disso.

—Isso é bobagem. Você é fotografada com Ellie.

—Isso é diferente.

—Como? —Eu retiro minha camisa e ando em direção a ela.


Não me incomodo de usar meu corpo nu para conseguir o que
quero.

—Tate, coloque sua camisa de volta.

—Sasha, tire seu casaco.

Ela revira os olhos. —Não, realmente, coloque sua camisa de


volta. Precisamos tirar uma selfie juntos.

—Eu pensei que você queria que fosse privado.

—Às vezes, manter a privacidade significa estabelecer


publicamente uma história de capa plausível.

—Tudo bem. —Eu me viro e pego minha camisa da cama.


Quando me viro de novo, ela está sem o casaco. Ela não o
pendurou, no entanto. Então, acho que ela ainda está planejando
sair. Droga. Eu suspiro e seguro meu celular.

Ela o pega e nos leva para frente da janela. —Pegue e segure-


o assim. —Ela demonstra o que quer. —Então, temos a cidade ao
fundo.

Eu tiro duas fotos, depois viro rapidamente e beijo-a na


bochecha enquanto tiro uma terceira. —Essa é só para mim.
—Murmuro quando eu a puxo em meus braços, jogando o celular
na mesa lateral.

Podemos não conseguir foder agora, mas beijar


definitivamente me faz sentir melhor.

—Diga-me o que vou fazer com a selfie. —Ronrono


enquanto puxo-nos para trás e caio na cama, levando-a comigo.

—Poste no seu Instagram com uma legenda como,


Encontrando com uma amiga em New York. Tenho algumas compras de Natal
feitas.

Eu a beijo em vez de dizer a ela que quero postar a última


selfie em vez disso. Minha namorada me encontrou em New York.
Passando um fim de semana incógnitas na Big Apple.

—É o melhor. —Ela sussurra quando eu finalmente paro e


puxo-a para a dobra do meu braço enquanto olho para o teto.

—Você acha que estamos condenados.

Ela espera um segundo antes de responder. —Eu acho que


há um ponto final natural para ser...

—Não diga malditos amigos.


—Íntimos, então. —Ela diz suavemente. —Eu só posso
fazer isso se for privado. Isso é apenas quem eu sou. Estou
terminando meus estudos e quem sabe onde vou acabar? Estamos
em lugares diferentes. Literalmente, figurativamente.
Geograficamente.

Emocionalmente, também. Ela não precisa soletrar isso. Eu


queria mais desde o começo.

Como diabos eu cheguei a um lugar onde eu sou o tolo. Que


merda é essa?

Ela respira fundo e se senta-se, virando-se para olhar para


mim. —De qualquer forma, eu não gosto da palavra condenados. Isso
sugere que temos metas além do aqui e agora, e eu tenho sido muito
cuidadosa.

—Sempre tão cuidadosa. —Eu soo sarcástico e nós dois


sabemos disso.

Ela arqueia uma sobrancelha. —Eu não tenho sido clara?

Sim, ela tem. Eu também sento-me. E eu pego a mão dela.


—Como cristal.

—Então não diga que estamos condenados. Não estamos.


Somos exatamente o que podemos ser e nada mais. E quando
chegarmos a um acordo mútuo para o nosso caso, ainda seremos
amigos.

Mutuamente acordados sobre nada. Meu peito aperta. —É


assim mesmo?

—Claro.
—Você vai ser capaz de me ver trazer alguém para o
Rapscallion? Foder outra pessoa, se ela gostar de cenas públicas?
Você vai levar alguém lá? Porque eu não vou lidar bem com isso.

Ela franze a testa. —Isso não é justo. Quer dizer, é claro que
nós dois teríamos outros relacionamentos, mas eu não esfregaria
isso na sua cara.

—Você não precisaria. No segundo em que você começar a


namorar outra pessoa, eu saberei, Sasha.

—Eu não quero pensar sobre isso. Eu só quero você. Eu não


quero... —Ela gesticula para a janela. O mundo lá fora. —Tudo isso.
Mas eu quero você. Estou aqui, não estou? Você sabia que eu estava
chateada e ainda estou bem aqui. Eu fiquei. Você disse para ficar.
Você disse para eu vir para New York e eu estava aqui, sem
perguntas. Eu já tinha meu bilhete de avião reservado. Tenho que te
contar um segredo. Eu já estava vindo aqui antes mesmo de você
perguntar. Eu estaria aqui só para o caso de você me querer tanto
quanto eu quero você.

—Eu quero.

—Então pare de se preocupar com o que não somos. O que


nós somos é isso e é tudo para mim. Então pare de me pressionar
para lhe dar outra coisa.

Algo que ela nunca ofereceu.

Eu reprimo minha objeção, porque ela está certa. E o que


nós somos é algo especial. Eu posso me concentrar nisso. —Eu
ainda quero levá-la para Miscreant hoje à noite.

Ela se inclina e desta vez é ela que me derruba. Ela se estica


em cima de mim e me beija suavemente. —Claro. Eu vou te
encontrar lá, no entanto. Preciso me certificar de que sou vista em
outro lugar.

Isso é algo que eu nunca teria considerado, e isso me deixa


curioso novamente pelo que Sasha não me contou. —Onde posso
enviar um carro para buscá-la?

Ela quer protestar, mas o endereço é privado e só para


membros. Ela me beija uma última vez, depois me dá o endereço do
prédio do pai dela.

Estou prestes a protestar novamente quando ela para com o


casaco na mão e me dá um olhar tímido e de lado. —Eu ainda
voltarei aqui hoje à noite, se conseguirmos isso em segredo. Eu só
não vou sair amanhã, se você não se incomodar de eu me esconder
por alguns dias.

Alívio floresce no meu peito. —Eu não me importo.

—Então eu vou te ver hoje à noite.


Capítulo 21
SASHA

Apesar de não estarem à minha espera, os funcionários do


prédio de meu pai são acolhedores. Eu volto para o condomínio
para fazer algum trabalho durante a tarde.

Tate me envia uma foto dele, suado e acabado depois do


treino, duas horas depois de eu sair do quarto de hotel.

Tate: Como estou passando minha tarde.

Eu mando uma mensagem de volta de uma foto do meu


laptop e trabalhos de pesquisa.

Tate: Você deveria estudar nua.

Sasha: Você deveria encontrar alguns companheiros de


equipe para jantar.

Tate: Prefiro te levar o jantar. Eu posso te alimentar


enquanto você estuda nua.

Sasha: Eu estou usando seis camadas de flanela. Vou


vê-lo hoje à noite. A que horas o carro chega?

Tate: Às nove.

Sasha: Não posso esperar.

Tate: Fique nua.

Sasha: Me deixe em paz.


---

Às nove e meia daquela noite, o carro que Tate mandou me


buscar fica do lado de fora de uma fileira de prédios antigos em uma
rua tranquila do Brooklyn. Eu corro pelas escadas e toco a
campainha. A ornamentada porta de madeira é aberta por um
homem alto e musculoso de smoking, que se afasta imediatamente e
me deixa entrar, mas me impede de ir além do saguão particular.

—Posso ajudá-la? —Pergunta ele.

—Sim, sou uma convidada de Tate Nilsson. Sasha Brewster.

Ele puxa um celular do bolso e passa o dedo algumas vezes


antes de olhar. Ele balança a cabeça, depois se afasta, me fazendo
sinal através da porta interna que ele abre. —Bem-vinda ao
Miscreant, Sra. Brewster.

Dou-lhe um rápido sorriso quando entro em um corredor


maior mal iluminado por lustres de cristal.

—Sasha. —Eu me viro ao som do meu nome. Eu deveria


saber que Tate estaria aqui, esperando por mim.

Ele me ajuda a tirar meu casaco e coloca-o em um grande


armário aberto ao lado da porta.

—Pronta? —Ele pergunta.

Eu respiro fundo e aceno.

Ele me leva ao redor de uma escada em uma sala maior, com


candelabros combinando e um pouco mais iluminada. As paredes
são cobertas com um estampado floral e sedoso de damasco e há
conjuntos de sofás de couro estilo vintage e poltronas posicionadas
por toda parte.
Elegante. Fino.

E lotado. Estou surpresa com quantas pessoas estão aqui.


Minha experiência limitada tem sido no contexto de uma reunião
íntima de amigos. Isso é um tanto assustador e libertador.
Assustador, porque não é familiar e é libertador porque parece
anônimo.

—Você gostaria de algo para beber? —Tate pergunta.

Eu aceno com a cabeça. —Claro, uma taça de vinho tinto


seria ótimo.

Com uma mão na minha cintura, Tate me guia para um sofá


vazio com uma excelente visão da sala. —Eu já volto. —Diz ele
antes de ir para o bar.

Eu o vejo ir embora. Ele está vestindo um terno preto. O


corte do paletó acentua seu físico. Meu olhar rapidamente se fixa em
sua bunda. Porque realmente é uma bunda muito boa e o caimento
da calça mostra isso perfeitamente.

Com o canto do olho, vejo um clarão vermelho e viro


levemente a cabeça. Há uma mulher vestindo um espartilho
vermelho escuro com uma saia lápis preta de couro e saltos agulha
vermelhos levando um homem em uma coleira. Ele está amarrado
em algum tipo de arnês de couro25. Correias conectadas a anéis de
metal cruzam seus ombros, circulam seu torso e conectam sua
cintura a uma tanga de couro com um cadeado. Eu fiquei meio
fascinada pela dinâmica de Beth com Lachlan no Rapscallion, mas
esse é um nível totalmente diferente.

25
Tate retorna com nossas bebidas e entrega meu vinho antes
de sentar ao meu lado. —Não é meu fetiche. —Diz ele enquanto
segue meu olhar.

—Nem o meu também, mas há algo sobre isso... —Eu paro


enquanto o homem amarrado olha para mim, em seguida,
imediatamente de volta para o chão. Sua... Senhora?... Diz algo
baixinho, depois me dá um olhar frio. Não é negativo, apenas
dominante. Uau. Eu levanto meu copo para ela em respeito e ela
sorri.

—Você conhece alguém aqui? —Murmuro, virando a cabeça


ligeiramente para Tate.

—Não. Mas eu conheço pessoas como as que estão aqui. Vê


mais alguma coisa que você acha interessante?

Eu olho em volta novamente. De pé ao nosso lado, tem uma


mulher de cabelo ruivo em um lindo uniforme de menina da escola.
Uma saia xadrez azul e verde, meias brancas, sapato de couro preto
Mary Janes. Sua camisa branca está desfeita o suficiente para
mostrar algum decote, e sua gravata azul marinho, completa com
um brasão, está amarrada frouxamente abaixo de seu primeiro botão
fechado.

Há o burburinho baixo de muitas vozes ressoando pela sala,


mas eu pego trechos da conversa entre ela e um cara vestindo calças
de couro e uma camiseta preta apertada. Coisas como desempenhar
papéis, nenhuma cauda e fígado.

Eu devo parecer um pouco confusa porque Tate se


aproxima. —Eles estão negociando. Discutindo o que eles farão e
não farão um com o outro. Palavras de segurança. Parece que a dela
é fígado.
Eu dou risada. —Essa é boa. —Nenhuma palavra que eu
pronunciaria acidentalmente durante o sexo, com certeza.

Ele sorri para mim. —Observou que ela não está usando um
colarinho? Nem todo mundo que vem a um clube como esse traz
um acompanhante. Ela é livre para brincar com quem ela gosta e
pelo que parece, ela gosta. —Ele diz enquanto o casal sai em direção
às escadas.

Eu aceno e tomo um gole do meu vinho. É bom, mas por


que não seria? Tudo sobre Reid Porter é dinheiro puro, de uma
forma sabe-onde-gastar discretamente.

E ele atrai uma multidão interessante. Uma das coisas que


realmente me fascina é o quão elaboradas são algumas das roupas.
Não de uma maneira atenta à moda ofuscante uns dos outros e da
fofoca depois. Eu sei como é, e isso é diferente. Estou cativada pela
maneira desinibida com que as pessoas se apresentam.

Quando terminamos nossas bebidas, Tate pega minha taça e


coloca junto com a dele na mesinha ao seu lado. —Vamos explorar.

—Absolutamente. —Entre o vinho e as pessoas assistindo,


eu mudei de incerta para ansiosa.

Segurando minha mão, ele me leva até a escada curva. Há um


conjunto de portas pesadas no primeiro patamar e assim que
entramos, o ruído do ambiente se transforma, do burburinho baixo
da conversa até a batida na carne intercalada por gemidos, suspiros e
gritinhos.

No próximo patamar, há um longo corredor à direita e o


outro lado se abre para uma sala quase tão grande quanto a que
acabamos de deixar. A cena não é diferente do Rapscallion, ou da
festa de natal de Max. Só que aqui há mais equipamentos e pessoas
usando isso.
—Ah, o calabouço. —Diz Tate com entusiasmo. —Acho
que devemos começar por aqui. Avise-me quando estiver pronta
para passar para a próxima cena.

Há um caminho livre através das várias estações, quase como


um IKEA26 kink, e cada uma tem uma pequena área para os
espectadores. Passeamos pelo caminho passando por dois casais que
estão montando suas cenas. A próxima é uma mulher Dom e um
homem submisso, parecido com o casal que eu fiquei fascinada no
andar de baixo, e Tate para e fica assistindo.

Eu me inclino para o lado dele, meu pulso acelerando


enquanto observo pessoas que eu não conheço fazer algo
incrivelmente privado de uma maneira bem pública.

Isso é bastante difícil para eu assimilar.

—Se divertindo? —Tate murmura no meu ouvido.

Estou. Mas estou mais interessada no espartilho de couro da


mulher do que em como ela está torturando seu sub, então eu aceno
com a cabeça na direção da próxima cena. —Podemos seguir em
frente.

—O que você quiser. —Diz ele, sua voz baixa e apenas para
meus ouvidos. Uma emoção sombria e inebriante me atravessa. Eu
acredito que ele quis dizer isso literalmente.

Eu não sei exatamente o que quero, mas a próxima cena está


se aproximando. É como a que vi no Rapscallion, só que aumentada
mil por cento.

Uma mulher de cabelos escuros está amarrada nua e de


bruços a um banco de spanking, onde ela está sendo fodida por dois
homens e uma mulher loira está ajudando-os.
26
Loja de móveis e decoração
Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto
tento absorver tudo. Os músculos tensos, os gemidos guturais e os
suspiros desesperados.

Nenhuma das restrições casuais eu vi Max e Hugh usarem


também. Essa mulher não consegue se mexer. Seus pulsos e
tornozelos com algemas de couro estão presos por clipes, e grossas
correias de couro cobrem suas partes superior e inferior das costas.
Na mão dela há um patinho de borracha, o que é totalmente
incongruente com a cena.

Eu bato no ombro de Tate e fico nas pontas dos pés quando


ele se inclina. —Alguma ideia de por que ela está segurando isso?
—Pergunto a ele, baixinho.

—É difícil dizer sua palavra de segurança quando você tem


um pau dentro e fora de sua garganta. —Diz ele, completamente
sério.

Bem pensado.

De olhos arregalados, volto minha atenção para o quarteto.


Um dos homens segura firmemente na trança na nuca dela enquanto
empurra os quadris para frente. Estou admirada com essa mulher,
tomando todo o comprimento dele até a garganta.

Atrás dela, o outro homem direciona a loira, que entra e


aperta um vibrador contra o clitóris da mulher amarrada. A mulher
geme e quando tenta empurrar seus quadris, o homem por trás faz
um movimento de parar com a mão. A loira imediatamente puxa o
vibrador para longe e o gemido rapidamente muda para um
rosnado, o que provoca um sorriso enorme do homem no
comando. —Ah, você parece frustrada, animal de estimação. Mas é
educado esperar pelo Mestre Geoff gozar antes de chegar a sua vez.

Geoff deve ser o cara com o pau na garganta.


Como é surreal conhecer seus nomes.

O que não é Geoff acena para a loira e ela volta com o


vibrador até que silenciosamente seja ordenada a recuar novamente.

—Hummm, acho que poderia ficar assim por horas. —Diz o


Mestre Geoff e agora dois deles têm vozes. Há algo sobre esse
toque de realidade que me deixa toda ligada, quente e vibrando por
dentro. —O que você acha, anjo? —Ele está olhando para a loira
quando diz isso. —Eu deveria torturar meu animal e continuar, ou
ter piedade dela e gozar agora?

A loira dá a ele toda a atenção e as peças do quebra-cabeça


começam a se encaixar. Ela é submissa também, mas talvez não
tanto quanto a que eles chamam de animal. Na minha cabeça, nem
anjo nem animal de estimação são maiúsculos e faço uma anotação
mental para perguntar a Tate sobre isso mais tarde. Muito
complicado para uma conversa sussurrada agora e eu não quero
desviar minha atenção. Não quando… o anjo… tem uma decisão a
tomar.

Geoff sorri. —Mas há um porém. Se você disser que ela tem


misericórdia, então você não pode gozar até que o Mestre Colin lhe
dê permissão. —Uau. —Agora, isso pode ser em algum momento
hoje à noite, ou pode ser a próxima vez que brincarmos juntos, ou
até mais.

Meus olhos parecem estar enormes. E eles ficam ainda


maiores quando a loira diz, doce como pode ser: —Dê-lhe
misericórdia, por favor, senhor.

—Porra, anjo, doce e altruísta como sempre. —Mestre Geoff


acelera seus impulsos e não demora muito para que ele solte um
longo gemido, seus quadris apertados contra o rosto da animal. Ele
se retrai e acena para o Mestre Colin, que faz sinal para o anjo se
mexer novamente com o vibrador. Sem soltar o cabelo da animal,
Mestre Geoff se inclina e a beija. Ele é tão gentil que é difícil
conciliar isso com o jeito que ele estava fodendo o rosto dela apenas
momentos antes.

Tate aproveita o momento de silêncio para me perguntar se


eu quero seguir em frente. Eu aceno em silêncio, o olhar ainda fixo
no quarteto enquanto eles se movem para dar a ela seu merecido
orgasmo. Tate não move um músculo até ela conseguir e eu aperto a
mão dele.

Passamos por mais duas cenas, mas estou sobrecarregada


sensorialmente e ele claramente entende isso, porque me leva para
fora do labirinto do sexo. Nós saímos no final do corredor que
vimos antes e aqui há um pequeno recanto que é bem escuro.

Tate me puxa para a escuridão e me pressiona contra a


parede, me protegendo de qualquer pessoa que possa passar.

Sem dizer uma palavra, eu o alcanço. Alcanço. Rá. Eu o


agarro, meus dedos torcendo nas ondas espessas da sua nuca
enquanto eu esmago sua boca na minha. Suas mãos vão
infalivelmente para onde eu preciso delas. Uma palma dura e quente
contra o meu peito. Dedos deslizando sob as fitas da minha saia
para me encontrar molhada e quente, inchada e desesperada para
gozar.

Mas ele não me afaga para um orgasmo rápido e furtivo. Ele


cobre todo o meu sexo com a mão e aperta. —Eu sei. —Ele
sussurra contra a minha boca enquanto eu suspiro. —Eu sei que
você quer gozar. Eu sei que você está excitada. Mas eu quero que
você espere até que você não tenha que abafar seus gritos. Até que
eu possa ver o seu prazer e satisfazê-la.
—Aqueles sádicos deram-lhe ideias terríveis. —Digo, minha
voz falhando enquanto belisco seu lábio inferior.

—Sim.

Eu sorrio fracamente e aperto sua mão entre as minhas


pernas. Ele me recompensa com uma passada lenta da palma de sua
mão contra o meu clitóris e eu bato minha cabeça contra a parede.

—Diga-me o que você está sentindo. —Ele diz enquanto


beija meu pescoço exposto.

—Eu quero que você me foda.

—Humm. Eu também.

Não é isso que ele quis dizer e nós dois sabemos disso.
—Estou um pouco sobrecarregada. E excitada.

—Bom. —Ele lambe na base do meu pescoço, onde o meu


pulso errático está batendo fora de controle.

Eu dou um suspiro, longo e irregular e tento puxar meus


pensamentos embaralhados de volta. —É um pouco estranho ter
tanto prazer em assistir os outros quando eu odeio ter minha
própria privacidade invadida. Você não acha?

—Você está invadindo a privacidade deles?

—Você sabe o que eu quero dizer.

—Nós conversamos sobre isso antes.

—Eles precisam de uma plateia... —Eu paro. Eles precisam


de nós para assistir. —Eles não parecem estar cientes de nós, no
entanto.
—Eles estavam meio ocupados. E nem todo mundo é
interativo com um público. Mas aposto que podemos encontrar isso
para você, se quiser.

—Eu não sei o que quero.

Ele rola o polegar sobre o meu clitóris e eu pulo como se ele


tivesse ligado um fio de eletricidade.

—Você tem certeza?

—Cale-se.

—Que linguajar de uma boca bonita.

Eu sorrio. —Se você fosse um sádico, você me colocaria de


joelhos e faria melhor uso da minha boca.

—É isso que você quer?

Eu quero ver alguém fazendo isso. Eu quero que Tate me


acaricie gentilmente enquanto eu fico mais molhada... —Eu quero ir
ver mais coisas.

Ele rouba um beijo, intenso e rápido. —Então faremos isso.


Talvez algo mais interativo? Ou você quer um olhar secreto dentro
da vida imunda de outras pessoas? O mordomo me disse que há um
quarto no andar de cima onde você pode assistir por trás do vidro.

—Eu não sei sobre isso.

—Fica para a próxima.

Eu concordo.

—Que tal uma boa e antiquada orgia?

Excitação me percorre. —Sim. Por favor.


Ele endireita meu vestido, depois nos dirigimos para o outro
lado da casa. Tate aponta algumas das modificações arquitetônicas
que Porter fez. —Ele comprou as moradias próximas para dar
espaço de segurança em ambos os lados do clube. Aparentemente,
ele usa um lado como escritório e o outro é seu apartamento pessoal
quando está em New York.

Estou impressionada.

Entramos em uma sala retangular com uma janela do chão ao


teto que percorre todo o comprimento. A maior parte da sala está
vazia, com um palco, um único sofá de couro enorme sobre um
estrado em frente às janelas. Namoradeiras menores se alinham na
parede oposta, para espectadores ou uma participação talvez mais
ativa. Tenho a impressão de que vale tudo nos clubes de Porter.

Já há um casal lá, sentado no sofá do outro lado da sala e eles


estão em seu próprio mundinho. Tate me leva para o sofá perto da
porta. —Se nos sentarmos aqui, podemos seguir em frente sem
incomodar ninguém.

Eu olho em volta da sala quase vazia, prestes a dizer algo


sarcástico quando uma porta na outra extremidade é aberta, batendo
ruidosamente contra os painéis de madeira. Me deparo com uma
mulher quase nua, um sorriso glorioso iluminando seu rosto
enquanto ela se contorce e tenta fugir de um homem que a
persegue.

Atrás deles segue uma pessoa da equipe em um terno. Seu


fone de ouvido o entrega.

—Monitor de masmorra? —Eu pergunto baixinho.

Tate beija minha têmpora. —Você pega rápido.


—Isso significa que isso pode ficar... —Áspero, eu estava
prestes a dizer, mas então, a palavra morre na minha língua.

O cara pega a mulher e a puxa de volta contra ele, suas mãos


pegando o máximo possível de sua carne. Seus dedos deixam marcas
brancas na curva carnuda de seu quadril e na parte superior de seu
peito. —Peguei você. —Ele rosna alto o suficiente para todos nós
ouvirmos.

—E parece que não estamos sozinhos, pequenina. É isso que


você queria? Você queria que os outros te vissem encurralada e
fodida com o bom conjunto de buracos que você tem?

Eu devo suspirar, porque Tate cobre minha boca com a mão.


E ele me puxa de volta para o lado dele, então talvez eu estivesse
prestes a pular para o resgate da mulher também.

Atiro-lhe um olhar e ele sorri.

—Avise uma garota da próxima vez. —Murmuro enquanto


me recosto contra ele.

—Eu não sabia o que ia acontecer. —Ele pisca e aponta de


volta para eles, onde a mulher está torcendo impotente e
aparentemente feliz por esse fato.

O cara arrasta sua presa muito disposta para o palco, onde ela
se dobra sobre o braço do sofá e pressiona com força entre as
omoplatas dela.

Então ele olha diretamente para mim e sorri enquanto desliza


os dedos entre as pernas dela.

Eu paro de respirar e depois do que parece um milhão de


segundos, mas é provavelmente apenas um, ele volta sua atenção
para o casal no outro sofá.
Eu sigo o seu olhar e a tensão no meu peito diminui quando
percebo que ele não vai voltar o seu olhar para mim.

Eu sou a observadora, amigo. Assuste outras pessoas


afastadas.

Ou não. O cara da namoradeira diz algo para o cara do sofá.


Eu perco isso, porque minha cabeça ainda está zumbindo pelo
choque desconfortável de ser pega no meu voyeurismo.

—Você está bem? —Tate pergunta baixinho.

—Sim. —Eu soo sem fôlego e com tesão, o que é um


estrondo.

—Você quer...

—Ficar. Eu quero assistir.

Ele arrasta os dedos no meu pescoço e cabelo, acariciando


minha pele suavemente. —Então, vamos assistir.

Não há correias ou algemas nesta cena, mas é ainda mais


dominante do que a primeira que assistimos. Básico e primitivo em
sua agressão, o cara do sofá manuseia sua parceira, usando sua
linguagem e seu corpo para provocá-la.

E então, como se anteriormente coreografado, e talvez fosse,


o outro casal se move para se juntar a eles. O segundo cara arrasta a
sua parceira, arrancando as roupas dela enquanto vão.

Então há dois casais na nossa frente, lutando e fodendo


como se suas vidas dependessem disso.

Eu não posso desviar o olhar. Eu não consigo parar de me


contorcer.
—Você gosta quando mais pessoas se envolvem. —Tate
sussurra em meu ouvido. Sua respiração quente roça minha pele,
enviando um flash de calor para minha boceta.

—Humm.

—Eu estou colocando isso na minha Lista da Sasha de


Perversões Aprovadas. A ação em grupo é uma coisa para você.

—Eu... eu não diria isso. —Mentirosa.

—Isso te excita. Quanto mais pessoas, melhor. Eu


definitivamente chamaria isso de uma coisa.

—Assistir me excita. —Confesso.

—Eu ouço alto e claro, tigresa. Sem tocar. Isso é estritamente


para você e para mim.

Sim. Eu lambo meus lábios e aceno, mas não posso olhar


para ele. Meu olhar está colado no quarteto contorcido na nossa
frente.

—Mas se nos aproximarmos...

Lá vai minha respiração novamente. Foi. Vaporizou.

Ele afunda os dentes no lóbulo da minha orelha e puxa.


—Não essa noite. Mas se você quiser. Nós poderíamos pedir às
pessoas que transem ao nosso lado se você quisesse.

Eu não sei o que quero. No sofá, alguém geme que eles estão
prestes a gozar, então uma voz feminina ecoa a mesma coisa.

É uma cena surreal. Enquanto os últimos gritos de êxtase


desaparecem, Tate se levanta, me puxando com ele. Ele se inclina.
—Acabamos aqui. —Diz ele enquanto desliza um cartão-chave do
hotel na minha mão. —O mesmo carro que trouxe você aqui está
esperando do lado de fora. Ele a levará direto de volta ao hotel e na
garagem subterrânea. Encontre-me no meu quarto.
Capítulo 22
TATE

Necessidade corre em minhas veias enquanto o elevador me


leva até o meu andar. Estou apenas alguns minutos atrás de Sasha.
Como vou encontrá-la esperando por mim?

Nua, talvez.

Ela gosta de ficar nua.

Lingerie... ela também gosta disso. Aquela pequena calcinha


que ela usava sob o vestido poderia ter um sutiã quase inexistente
combinando e eu, felizmente, afundaria meus dentes nela através
daqueles pedaços de tecido.

Ou talvez ela ainda esteja vestida, esperando por mim para...

O elevador apita e as portas se abrem.

Eu estava errado em todas as três opções.

Bem, talvez não na última. Ela ainda está vestida.

Mas ela está esperando bem na minha frente, o corredor


vazio se estendendo atrás dela.

—Sasha? —Eu franzo a testa, me perguntando se algo está


errado, mas ela não diz nada. Ela só fica lá, um sorriso hesitante
surgindo na sua boca perfeita.

Seus olhos brilham e levo um segundo extra para entender,


porque tudo o que posso pensar é em estar dentro dela.

Mas vai demorar um pouco mais hoje à noite.


Ela dá um passo para trás, depois outro.

Ela quer uma perseguição.

A já crescente necessidade dentro de mim ruge para a vida.


Eu prendo meu lábio inferior entre os dentes enquanto ando para
frente. Ela se vira e corre pelo corredor. Isso é bom. Ela tem que
abrir a porta, e agora os nervos provavelmente estão fazendo suas
mãos tremerem.

Estou firme como uma fera à espreita.

Ela desliza e para na frente da minha porta, depois se


atrapalha com o cartão-chave. Eu sorrio quando a luz pisca em
vermelho para ela.

A respiração desesperada e irregular que ela puxa envia uma


sacudida de consciência diretamente para minhas bolas. Eu nunca
brinquei de fetiche primal, mas pela Sasha? Eu vou prendê-la e fazê-
la lutar comigo. Eu vou ganhar seus arranhões, seus chiados, seus
gritos de submissão quando a encontrar molhada e pronta.

Ela tenta novamente, mas estou mais perto agora. Perto o


suficiente para que quando a fechadura clica e gira é minha mão que
pega a maçaneta e abre a porta, apenas para empurrá-la, incitando-a
a correr novamente.

Ela não pode correr muito, no entanto.

—Estamos sozinhos agora. —Minha voz é áspera e baixa e


minhas palavras visivelmente fazem seu corpo estremecer.

Clique. A porta se fecha atrás de mim.

Ela gira, suas mãos fechadas em punhos, e ela está sorrindo


mesmo quando seus olhos se arregalam e seus lábios tremem. —Eu
não tinha certeza se você gostaria disso.
Desabotoo meu paletó e gentilmente seguro minha ereção
através da minha calça de terno. Sim, eu gostei disso.

Pontos cor-de-rosa florescem em suas bochechas. Suas


próximas palavras escorregam em um sussurro ofegante. —Eu não
sei o que fazer a seguir.

Eu nunca quis tanto ser professor como neste momento.


—Eu tenho algumas ideias. —Tiro meu paletó, em seguida, a
alcanço, uma mão envolvendo o lado de seu pescoço enquanto a
outra aperta em seu quadril. Meus dedos deslizam pelas fitas de sua
saia e isso é ainda melhor. Eu percorro seu corpo até que eu estou
apertando sua bunda, meus dedos provocando a borda da calcinha
encharcada. —Você está molhada. Isso é para mim?

—S-sim. Ela balança e eu aumento meu aperto, acalmando-


a. Seus olhos arregalam-se e seu olhar encontra o meu.

—Tire o seu vestido.

Ela se inclina para trás e depois de um puxão rápido, a linda


seda vermelha cai por seu corpo.

Sem sutiã. Eu pego seu peito, apertando a carne apenas com


força suficiente para fazê-la ofegar, antes de seguir meus dedos até
seu colo e ao redor de seu pescoço novamente.

Ela é tão linda. Pele beijada pelo sol, polida até a perfeição
nos melhores SPA’s, tenho certeza.

—Nós nunca discutimos palavras de segurança. —Murmuro


enquanto esfrego o polegar sobre a pulsação na base do pescoço
dela. —Mas você precisa de uma hoje à noite.

Ela engole, um delicado trabalho dos músculos em sua


garganta. —Vermelho funciona para mim.
—Boa. Amarelo por precaução, também. —Eu a beijo forte,
então sussurro contra sua boca. —Você pode precisar de um
minuto.

Ela engasga quando eu giro nós dois. Sento-me na cama e,


em seguida, puxo-a para o meu colo.

—Tate!

Eu aperto sua bunda enquanto empurro para baixo,


ajustando sua posição até que ela esteja bem desequilibrada. —Sim?
—Deus, ela é gostosa. Eu abro as pernas dela, agarrando um bom
punhado de sua coxa enquanto ela se agita um pouco, procurando
ficar confortável.

Não, tigresa. Não há nada confortável esta noite.

Eu bato no interior de suas pernas e ela engasga. —Você tem


algo a dizer?

Ela balança a cabeça e empurra os quadris para o ar.

Eu sorrio e bato na parte mais carnuda de seu traseiro.

Eu não sou sádico. Eu não quero machucá-la ou puni-la. Mas


a cor rosa que se espalha por sua pele? Essa é a coisa mais sexy que
posso imaginar agora. Abaixo dela, meu pau cresce novamente,
pesado e duro. Eu vou transar com ela no colchão quando terminar.

Eu bato na bunda dela novamente, avermelhando-a.


Marcando essa pele perfeita.

Ela é linda também. Mudando de cor e ficando vermelha. Eu


gosto de Sasha usando minha marca. Mais três palmadas de cada
lado fazem ela se contorcer e meu pau latejar por atenção.
Agarrando um punhado de seu cabelo, eu a guio de joelhos
enquanto uso minha outra mão para libertar meu pau dolorido. Seus
olhos se arregalam quando ela percebe o que estou fazendo.

—Eu peguei você. —Murmuro. —Então eu posso usar você


como eu quiser.

Na verdade, não. Ela se entregou para mim de bom grado.


Talvez um dia tenhamos espaço suficiente para realmente jogarmos
de verdade. Vou persegui-la até ela ficar sem fôlego e depois transar
com ela ao ar livre.

Mas por enquanto, precisamos fingir que isso aconteceu. É


uma fantasia fácil de realizar. Há uma dúzia de maneiras de
reivindicar minha posse sobre Sasha.

Suas pálpebras tremem enquanto ela lambe os lábios.

Maldição, isso é sexy. Eu esfrego a cabeça inchada do meu


pau contra o canto de sua boca enquanto dou a ela um aviso justo.
—Agora, eu vou usar sua garganta. —Acaricio-me, mostrando-lhe o
quanto do pau eu vou fazê-la engolir. Ela pode engasgar e o
pensamento disso me deixa ainda mais duro. —Bata minha perna se
for muito, entendeu?

Ela balança a cabeça e lambe o lábio superior.

Porra.

—Bom o suficiente. —Eu pressiono suavemente contra o


seu lábio inferior, forçando sua boca a abrir. Ela chupa meu polegar
e choraminga quando eu o puxo para longe, mas eu tenho algo
melhor para encher sua boca.

Segurando sua cabeça, eu a empurro para baixo até que a


ponta do meu pau roça no fundo de sua garganta. É tão bom que eu
quero foder seu rosto, mas a paciência será recompensada, mesmo
quando eu estiver agindo como um imbecil primitivo.

Eu puxo-a para cima um pouco, depois a empurro um pouco


mais para baixo.

Ela balança levemente e meu pau se contorce quando sua


garganta se contrai, depois relaxa um pouco. Jesus, isso me faz sentir
arrepios na espinha.

—Um dia eu vou assistir todo o meu pau deslizar


profundamente em sua garganta. —Eu digo. —Por enquanto, estou
perfeitamente feliz em fazer você babar e engasgar enquanto
aprende a me tomar.

Eu empurro para baixo um pouco mais para fazê-la engasgar


novamente antes de eu aliviar. —Chupe. —Digo a ela enquanto
bombeio sua cabeça para cima e para baixo do meu eixo algumas
vezes.

Sua boca parece o paraíso e eu fiquei excitado a noite toda.


Eu não vou durar muito tempo.

Ela geme ao redor do meu pau e as vibrações fazem minhas


bolas contraírem. Eu empurro sua cabeça para baixo e faço-a
engasgar uma última vez, então eu estabeleço sua boca em um ritmo
constante para cima e para baixo no meu pau. Porra. Eu preciso sair,
ou eu vou gozar na garganta dela e eu não quero fazer isto. Outra
hora.

Hoje à noite, eu quero entrar na boceta dela.

Segurando seu cabelo, puxo a cabeça de Sasha para trás. Ela


engasga e olha para mim. Meu olhar parece derretido quando me
inclino e dou um beijo forte em sua boca.

—Ainda há muito mais de você para aproveitar.


Eu a arrasto pelos cabelos e não deixo de ver que ela está
tremendo. Mas toda vez que ela me lança um olhar rápido, é
acompanhado por um sorriso secreto também.

Nós dois estamos gostando disso.

—Mãos e joelhos. —Digo a ela com um rosnado enquanto


ela tenta cair na cama.

Ela me dá um olhar severo enquanto fica de quatro, então


começa a se arrastar para longe de mim.

Agarrando seu tornozelo, eu me inclino para frente e envolvo


minha outra mão em volta de sua cintura, em seguida a puxo de
volta. Eu mordo a parte carnuda de sua bunda ainda rosa.

Ela inspira rapidamente e esse som faz meu pau já sensível, à


beira de explodir, inchar ainda mais.

Eu traço a marca com a minha língua, em seguida, mordisco


ao longo das costas até chegar ao ombro dela, dando-lhe uma
mordida um pouco mais forte. —Comporte-se. —Eu aviso, não
significando nada. Nós dois vamos aproveitar se ela não se
comportar.

Soltando meu aperto em torno de sua barriga, eu me movo


para agarrar os pulsos de Sasha. Ela se contorce e me arranha,
tentando ficar livre.

Ela não vai longe. Nós lutamos até eu tê-la de volta onde eu a
quero, então eu trago seus braços rudemente atrás de suas costas,
prendendo-os facilmente em uma mão enquanto eu uso a outra para
liberar meu cinto.

Ela testa a força do meu aperto, mas desiste quando percebe


que eu não vou deixá-la sair.
—Quais são as suas palavras de segurança? —Pergunto
enquanto prendo seus pulsos com o cinto de couro.

Ela gira a cabeça para olhar para mim. —Vermelho e


amarelo.

—E você deseja usar uma agora?

Eu dou um sorriso por isso. —De jeito nenhum.

Bom. Empurrando-a para baixo, me ajoelho entre suas


pernas e uso meus joelhos para afastá-las, depois prendo seus
tornozelos por baixo dos meus.

—Você está muito molhada. —Levo meu dedo a sua boceta


ensopada, o deslizo para cima e circulo levemente sua minúscula
abertura enrugada. —Talvez eu devesse apostar aqui esta noite. —
Eu circulo de novo, pressiono a ponta do dedo suavemente contra o
centro e ela tensiona. É tentador. Mas eu não estou com vontade de
ser gentil e é a única forma de ser por lá.

Pelo menos na primeira vez.

Agarro seu quadril e aperto. Eu quero minhas marcas nela.


Pego uma camisinha do bolso e rapidamente coloco, então me
posiciono em sua entrada.

Ela resiste bravamente.

Que comece o jogo.

Eu alcanço o cinto preso em torno de seus pulsos e uso para


alavancar quando eu a penetro.

Ela é apertada e quente e os sons que ela faz quando eu enfio


profundamente são melhores do que qualquer droga que eu possa
imaginar.
Eu empurro meus quadris e minhas bolas batem contra ela,
mesmo quando elas se contraem.

Eu não vou durar muito. Não é um problema, já que vou


fazê-la gozar primeiro. Flexionando minhas coxas, impulsiono meus
quadris, entrando nela novamente. Meu pau parece grande e rude
dentro dela, uma intrusão. Invasão.

Falando nisso... Esfrego meu polegar sobre o círculo


apertado de sua bunda e ela resiste embaixo de mim.

—Nenhum lugar para ir, Sasha...

Ela grita enquanto eu pressiono contra a carne sensível,


alternando com os impulsos do meu pau dentro da sua boceta.

—Como você quer gozar? —Pergunto a ela, minha voz


gutural e desesperada. Eu quero me derramar dentro dela. Marcá-la
de dentro para fora. —Com meu pau na sua boceta? Ou aqui atrás?

—Ah...

Pooo-oorra. Quando um tremor fora de controle toma seu


corpo inteiro, eu empurro para dentro, fodendo a bunda dela com o
meu polegar. Sua boceta aperta meu pau e meu controle desaparece.

Eu caio para frente, empurrando-a para o colchão enquanto


eu bato meus quadris contra ela, procurando meu próprio êxtase
quando ela se desfaz.

Pontos brancos iluminam os cantos da minha visão escura e


eu me levanto em um braço. Jesus, minhas coxas estão se
contraindo. Merda, vale a pena.

Eu lido com o preservativo, depois libero seus braços,


esfregando-os até os ombros. Ela rola de costas enquanto eu me
estico ao lado dela.
—Isso foi... —Ela ri fracamente e joga os braços acima da
cabeça enquanto me dá um sorriso cheio de prazer. —Que raio foi
isso?

—Muito divertido.

—Sim.

—Você quer fazer isso de novo?

—Sim. —Ela ri baixinho e eu a puxo para perto. Ela me beija


e passa as pontas dos dedos pela minha clavícula. —Nós dois
estamos, provavelmente, cobertos de arranhões e hematomas. Você
pode receber alguns olhares no banheiro amanhã.

—Eu vou encontrar uma cabine privada.

Ela me dá um olhar pensativo. —Eu posso ter exagerado


sobre as pessoas que sabem sobre nós.

Eu não me importo com isso. Eu me importo com a parede


que eu não consigo derrubar, que guarda todos os seus segredos.
Mas isso é uma batalha para outra hora. Ainda não ganhei seus
segredos.

Nós vamos chegar lá, no entanto. Eu empurro contra ela,


pressionando-a no colchão novamente, e ela faz um pequeno som
feliz. Nós vamos chegar lá. Nós temos que chegar.

Ela é perfeita demais para mim. Eu farei o que for preciso


para segurar firme.
Capítulo 23
SASHA

Domingo é dia de jogo, então Tate vai cedo para o Madison


Square Gardens para a sua patinação matinal. Ele volta para o hotel
para almoçar e tirar uma soneca antes de sair de novo às três. A
última vez que namorei um atleta, morávamos na mesma cidade e
ele não me queria por perto nos dias de jogo.

Há muitas coisas diferentes sobre o Tate. A maneira como


seu rosto se ilumina quando ele me olha depois de estar ausente por
algumas horas.

Eu considero ir e assistir ao jogo, porque sei que ele gostaria


disso, mas há algumas, muitas coisas que preciso resolver antes de
dar esse passo. Então, eu fico em seu quarto e trabalho até o
momento em que o jogo começa.

Depois disso, fico feliz por ter decidido ficar em vez de ir ao


Madison Square Gardens. É um desastre fenomenal quase desde o
começo e eu fico bem tensa assistindo, sozinha encolhida, e não
posso imaginar como teria sido se eu estivesse lá.

Fico tentada várias vezes a desligar a TV, porque me rasga


por dentro ver as coisas indo mal para Tate e sua equipe. E toda vez
que pego o controle remoto, eu me detenho porque seria como dar
as costas para ele quando as coisas estão difíceis. E essa não sou eu.
Eu sou aquela que ainda tem um vislumbre de otimismo. Que
acredita que ainda há tempo para eles se recuperarem.

Até que não haja.


Quando o apito final soa, os Lumberjacks encaram o gelo de
cabeças baixas. O placar final é de cinco a um. Uma derrota é uma
derrota, mas pelo menos eles não foram eliminados. Não sei por que
isso é importante para mim, mas é, mesmo que Tate não estivesse
envolvido nesse único objetivo.

Eu desligo a televisão. Eu não quero vê-los entrevistar Tate.


Vai ser desagradável. Todo mundo tem grandes expectativas dele e
eu sei que ele já está se culpando. Eu não preciso assistir isto.

Mais do que isso, eu não quero assistir. Eu sei que para Tate,
é parte do trabalho prestar contas à imprensa e ao público. Mas há
um nível de desconforto para mim que vai além do de testemunhar
o equivalente a ele estragar tudo no escritório. Entre entrevistas,
tomar banho e se vestir, levará bem mais de uma hora para Tate
voltar, então eu pego meu laptop para trabalhar.

---

Quase duas horas após o término do jogo, ouço vozes


masculinas no corredor. Tate está de volta. Eu fecho meu laptop e
guardo. Então me sinto estranha. Não tenho certeza do que fazer
comigo mesma. Se eles tivessem vencido, eu estaria nua, posando
provocativamente na cama. Isso é exatamente a coisa errada nesse
caso e eu odeio não saber o que fazer.

A fechadura eletrônica clica e Tate entra. Ele parece infeliz e


meu coração dói.

Ele me lança um sorriso sem graça. —Você ainda está aqui.

—Eu disse que estaria.

—Nós perdemos. Terrivelmente. —Ele diz enquanto tira o


casaco e coloca sobre uma cadeira. Depois faz o mesmo com o
paletó.
Eu me levanto e vou até ele. —Eu sei e eu sinto muito.
—Agarrando sua mão, eu o levo para a cama e ele senta-se na beira.
—Quer alguma coisa para beber? Uma cerveja?

Ele balança a cabeça enquanto tira os sapatos. —Não.


Obrigado.

Deito na cama e momentos depois ele se junta a mim, me


puxando para o lado dele. Eu descanso minha cabeça em seu peito e
deixo nós dois apenas ficarmos assim.

—Foi um jogo terrível hoje à noite. E eu fui a estrela do


desastre. —Diz ele. Há tristeza em sua voz. Desapontamento. E
raiva.

Na minha opinião, ele está exagerando, mas não é isso que


ele quer ouvir. Pelo menos eu posso lembrá-lo que o resto da equipe
tem alguma responsabilidade também. —Todos vocês jogaram
melhor, não há como negar isso.

—Você assistiu. Eu estava meio que esperando que você não


assistisse.

—Claro que eu assisti. —Acaricio seu braço enquanto seu


coração bate forte e rápido contra o meu ouvido. —Eu não vou
mentir. Foi difícil e é possível que eu tenha gritado com a TV uma
ou seis vezes e tenha me sentido tentada a desligá-la. Mas eu quero
apoiá-lo e uma das maneiras de fazer isso é assistindo você, mesmo
quando você não está no seu melhor.

—Eu pensei que estávamos nos recuperando. Mesmo com as


nossas derrotas, senti que estávamos formando uma equipe. Hoje à
noite… Não tenho a mínima ideia do que aconteceu, mas não foi
hóquei profissional. Pelo menos não do meu ponto de vista. Eu
decepcionei todo mundo. Minha equipe, meus fãs... eu mesmo.
Você.
—Eu não sei sobre os outros, mas você pode me excluir da
lista. —Ele não me decepcionou e eu não serei um pretexto para ele
conseguir mais sofrimento enquanto se lamenta.

—Esta equipe está contando comigo para avançar no


Campeonato.

—Você precisará da ajuda deles para chegar lá. —Se eu puder


mudar o assunto para falar sobre a equipe não estar se
consolidando, isso provavelmente será mais produtivo. Eu acho. Eu
não sou psicóloga esportiva.

—Estou em posição de liderança.

—Esta derrota é mais difícil por que eles colocaram um A na


sua camisa?

—Talvez. Sim, acho que sim. Porra. —Seus braços se


apertam em volta de mim. —Inferno, Sasha. Eu pensei que
estávamos nos entendendo. Você sabe? E acontece que talvez eu
não saiba nada. Porque isso foi um desastre.

—O que você pode fazer?

Ele esfrega a mão sobre o rosto. —Vamos ter uma reunião


de equipe pela manhã. O treinador não vai poupar ninguém.

—Bom.

—Nós provavelmente teremos um longo treino, também. Me


desculpe, isso vai tomar nosso tempo.

—Tenho muito trabalho para fazer. Tudo bem. —Brinco


com os botões da camisa dele. —Você quer assistir um filme?

—Não.

Engulo em seco. —Você quer...


—Eu quero você. —Três pequenas palavras, ásperas e reais.

Em cima dele, desabotoo sua camisa e ele senta-se para que


eu possa puxar. Ele pega a bainha da minha camiseta e a puxa sobre
a minha cabeça, depois enterra o rosto no meu decote. Eu beijo o
topo de sua cabeça e o seguro perto enquanto ele prova minha pele.

Suas mãos são duras e insistentes, seu toque quase egoísta.


Ele me apalpa, apertando meus seios juntos para que ele possa tocá-
los ao mesmo tempo.

Eu deslizo meus dedos pelos seus cabelos e me entrego a ele.


Ele chupa minha carne, sugando meus mamilos profundamente, e
no fundo, um novo e estranho fogo começa a queimar.

Nós caímos, tirando e empurrando as roupas para longe. Ele


ainda está úmido de seu banho, seus músculos inchados enquanto
ele se move contra mim e me entrego completamente a ele. Flexível
e pronta para ser o que ele precisa.

Pegue-o, digo com meu corpo. Leve-me, o que você quiser


de mim.

Não é como nada que tenhamos feito antes. Isso é carnal,


doce e meio assustador. Mas eu não posso dizer não para ele.

E à medida que nos movemos juntos, percebo que não


quero. Nem essa noite. Nem nunca.
Capítulo 24
TATE

A atmosfera no vestiário dos visitantes dos Devils no treino


do dia seguinte é quase fúnebre.

Não há nenhuma das brincadeiras de bom gosto, apenas a


troca silenciosa ocasional. Alguns jogadores estão sentados nas
baias, enquanto outros estão de pé, passando fita em seus tacos.

Estou agitado por dentro. Foi difícil forçar meu café da


manhã. Ontem à noite, Sasha fez um trabalho incrível de reduzir
meu estresse, mas esta manhã ele voltou e agora é hora de encarar a
realidade.

Quando o treinador entra, ele vai direto ao ponto,


começando com uma resenha da gravação.

—Nós precisamos ser os primeiros no disco e a única


maneira de isso acontecer é manter o ritmo. Eles farão o que
puderem para atrasá-los. —O ponto vermelho de sua caneta a laser
dança pela tela. —Nilsson, isso significa que sua linha precisa entrar
mais fundo e encontrar aquele impulso extra de poder. —Seu olhar
se fixa em mim por um momento e dou um leve aceno de cabeça.
—Estamos sob muita pressão aqui, rapazes. Transformem essa
energia em vantagem para vocês e usem-na para avançar.

Quando a gravação termina e as luzes são acesas, o treinador


se endireita e inspeciona a sala silenciosamente, chamando a atenção
de todos os jogadores.

—Isso não é sobre um único jogo. Isso é sobre uma


temporada. Trata-se de subir na tabela até chegarmos às finais. Vai
ser difícil e vai demorar. Não deixe que um desempenho ruim tire
vocês do jogo. Agora eu quero ver um treino duro lá fora. Eu quero
que vocês se pressionem. Eu quero que vocês se observem.
Estudem seus companheiros de equipe melhor do que vocês
estudam seus oponentes. É hora de entrar na cabeça uns dos outros.
Amanhã à noite não é contra New Jersey. É com seus companheiros
de equipe. Esse é o objetivo. Saiba o que seu parceiro vai fazer antes
dele. Entenderam? Bom. Saiam e me mostrem o que vocês podem
fazer.

O treino é longo e cansativo enquanto jogamos o que parece


ser todo cenário possível de cada jogo de hóquei já jogado. Mas vai
muito bem, Simec, Moore e eu estamos próximos e totalmente
entrosados. Nossas linhas defensivas são sólidas e Leclerc está
arrasando. Nada está passando por ele.

E quando voltamos ao vestiário, a atmosfera está mais perto


do normal.

—Ei, Nilsson. Nós vamos sair para comer pizza. Você vem?

—Você está louco, Simec? Por que ele viria com a gente para
comer pizza quando a linda amiga de Ottawa está aqui?

Maldito Andrushko.

Moore gira para me encarar. —Espere, o quê?

—Nada, apenas mais um bom exemplo de Andrushko e sua


dificuldade com o idioma. —Digo enquanto pego meu celular e
digito uma mensagem rápida.

Tate: O treino terminou. Saindo para comer uma


pizza com um monte de caras, a menos que...
Sasha: VÁ! Divirta-se. Vejo você quando voltar e
poderemos jantar mais tarde.

Deslizando meu celular de volta no bolso, olho para quatro


pares de olhos me encarando.

—O quê? —Eu pergunto. Como se eu não soubesse.

—Bem, você vem com a gente ou vai sair com sua


dificuldade de idioma?

Mostro o dedo do meio a Moore em vez de respondê-lo.

Depois que estamos todos vestidos, cinco de nós chegamos a


uma pizzaria uma rua acima do Prudential Center. Por estar perto da
arena e sendo conhecida pela boa comida, tem sido uma parada
regular para os jogadores há anos.

Pedimos duas garrafas de cerveja e três grandes pizzas para


começarmos.

Moore faz um grande cena ao verificar meu feed do


Instagram enquanto esperamos a comida chegar. —Ok, garoto
bonito, confesse. Qual é o problema? —Ele pergunta.

—É exatamente como eu postei, uma amiga minha de


Ottawa está na cidade e estamos saindo. Simples assim. Entretanto...
Estou muito curioso para saber por que Andrushko e Simec estão
aqui. Dada a grande quantidade de mulheres de foda armazenadas
no celular do Simec, eu pensaria que eles estão fora de ação.

—Não se preocupe conosco. —Diz Simec. —Temos planos


para mais tarde. Só precisamos nos abastecer primeiro.

O rosto de Andrushko se ilumina enquanto ele sorri. —


Vamos comer coelho assado com recheio duplo hoje à noite.
—Recheado e assado no espeto, você está em dificuldade
com o idioma. —Simec diz quando ele bate na nuca de Andrushko.
—E você não diz coisas assim em um restaurante.

Ele não está errado, mas não há ninguém ao nosso redor. E


se eu tiver colegas de equipe pervertidos, essa é uma boa informação
para ter. Eu me inclino, com cuidado para parecer mais interessado
em privacidade do que o sexo em grupo. —Ménage?

Simec acena com a cabeça. —Eu tenho um contato aqui que


gosta de transar com jogadores de hóquei em pares. Ela é selvagem.

Landvic, aparentemente um bastardo excitado, faz a próxima


pergunta, me salvando de ser intrometido. —Como assim?

Simec pisca. —Ela gosta de ser observada enquanto é fodida.


Se é um estranho, melhor ainda. Se você quisesse se juntar a nós, ela
adoraria isso.

---

São quase cinco quando eu volto para o meu quarto de hotel.


Sasha está encostada na cabeceira da cama, trabalhando em seu
laptop que ela coloca de lado enquanto eu tiro meu casaco e paletó.
—Como foi a pizza?

Eu me junto a ela na cama. —Saborosa, como sempre. —Eu


me inclino para beijá-la. —Mas nem de perto tão saborosa quanto
você.

—Bajulador. Como foi o treino?

Eu sorrio. —Muito bom. Eu saí dele me sentindo muito


bem. Talvez tenhamos uma chance, depois de tudo.

—Claro que vocês têm uma chance, vocês têm pouco mais
de um trimestre até o fim temporada.
Eu amo que ela tenha desenvolvido um interesse em hóquei,
mas eu não me importo em provocá-la sobre isso. Eu tenho outra
coisa em mente.

—Então. —Digo, acenando para fora. —Um passarinho


pervertido me disse que haverá um trio acontecendo no final do
corredor hoje à noite.

Sasha se move em meus braços e olha para mim, seus olhos


brilhando. —O quê? Quem?

—Simec e Andrushko.

—E você está me dizendo isso, por quê?

Eu sorrio. —Batendo papo?

Ela não cai nessa nem por um segundo. Não que ela deveria.
—Você acha que eu quero ir assistir. —Uma declaração, não uma
pergunta. Ela não está errada.

—Estou dando a opção.

O corpo de Sasha fica rígido contra o meu. —O que você


disse a eles?

—Absolutamente nada. Andrushko falou quando estávamos


comendo e Landvic ficou incrivelmente curioso. Eu apenas escutei.

—Mas você acha que pode apenas se convidar para assistir?

—Aparentemente, a mulher com quem eles estão transando é


uma exibicionista. Landvic vai aparecer por lá às nove. Eles têm
todo um cenário planejado. Tenho certeza de que eles não se
importariam se estivéssemos no corredor no momento. Ou se o
seguíssemos até o quarto deles.
Sua boca se abre. Ela não diz nada, mas seus olhos brilham
enquanto ela procura meu rosto.

Ela me conhece muito bem. —Essa é uma fantasia muito


intrigante, mas acho que eu gostaria de uma noite tranquila com o
Sr. Hat Trick em vez disso.

Graças a Deus. Eu odiei o jeito que Andrushko e Simec


olharam para Sasha no outro dia, e verdadeiramente, a última coisa
que eu quero fazer é levá-la para vê-los nus e em toda sua glória.

Mas se ela quisesse, eu teria feito exatamente isso.

Ficar aqui e nos divertirmos de uma maneira muito particular


soa muito melhor.

Pegando seu peito, eu roço meus lábios contra os dela, então


belisco e faço uma trilha de beijos descendo pelo seu corpo.

Mais tarde, muito depois de termos tomado banho e jantado,


eu fico acordado, Sasha dormindo em meus braços. Eu sei que isso
é um privilégio que não posso ter sempre, mas parece certo.

Eu quero mais disso, não importa o que eu tenha que fazer.


Capítulo 25
SASHA

Ellie está esperando por mim no meu escritório quando volto


para a universidade na terça-feira. Estou surpresa que ela não
estivesse esperando no aeroporto.

Eu dou a ela um olhar que não vai enganá-la nem por um


segundo. —Há quanto tempo você está aqui?

—Quarenta minutos. Presumi que você chegaria uma hora


antes do seu horário.

Em vez disso estou apenas vinte minutos adiantada, o que,


pelo meu padrão, estou quase atrasada. Mas não é por isso que Ellie
está olhando para mim como se ela realmente não me conhecesse.

—O que é? —Eu sei exatamente o que é, claro.

Ela cruza os braços. —Você sabe que te amo.

—Sim.

—E, obviamente, a vida é sua para se preocupar e eu não sou


de me intrometer.

—Hum.

—Mas você viajou neste fim de semana.

—Sim. Eu faço muito isso.

—Você foi para New York.

—Eu comprei roupas bonitas para você.


—Não me distraia. —Seus olhos se iluminam. —Tate estava
em New York também. Para três jogos.

Eu dou a ela um olhar inocente. —Não me diga.

—E você o encontrou. Você o deixou colocar uma foto sua


no Instagram.

—Sim.

—Sasha!

—Sim?

—Você e Tate estão saindo?

—Eu não diria isso. —Estamos fodendo. E fodendo. E ainda


fodendo, mesmo que seja uma péssima ideia. Exceto que estou
dolorida em todos os lugares certos e mal posso esperar para fazer
isso novamente. Suspiro. —É complicado.

Ela ri. —Eu sei um pouco sobre complicado. —Então ela


bate palmas. —Conte-me tudo.

—Nós transamos algumas vezes.

—Você voou para New York para um encontro sexual?

Eu voaria para a lua para passar um tempo com Tate. —E


fazer compras. É secreto, então... Boca fechada. A foto foi um
pouco para disfarçar, porque seus companheiros de equipe nos
viram juntos.

—Fechada. —Mas ela está sorrindo para mim.

—Não tenha sonhos felizes para nós. Não é isso o que é.

Ela franze a testa. —Por que não?


—Por todas as razões complicadas de sempre, que a maioria
dos relacionamentos não funcionam a longo prazo. Não se
preocupe com isso. Estamos nos divertindo e isso é tudo que
importa. Eu vou com ele para a festa de Natal no Rapscallion.

Ela faz beicinho. —Gavin diz que não podemos ir.

—O que você disse?

Isso deixa um suspiro. —Ele tem razão. Estava tudo bem


quando eram apenas nossos amigos, mas o Rapscallion agora está
incluído na rede de clubes de Porter. Haverá pessoas lá que não
precisam saber que Gavin é um membro. Destruição mutuamente
assegurada27 só funciona até certo ponto. Nós teremos nosso fetiche
público quando estivermos velhos e aposentados.

Penso no mar de rostos desconhecidos em Miscreant e aceno


com a cabeça. —Talvez seja melhor assim.

Ela estreita o olhar e procura meu rosto. —O que você não


está me dizendo? Por que está corando?

Eu reviro meus olhos. —Fomos ao clube de New York.


Chama Miscreant.

—Oh meu Deus. Oh meu Deus. Foi bom? Conte-me tudo.

—Foi... fantástico. Muito Eyes Wide Shut28. Muito


sofisticado. Os figurinos eram fora deste mundo, mas o pessoal
também, sabe? Como se a natureza performativa das roupas fosse
uma parte própria de cada pessoa. Eu não consigo parar de pensar
nisso.

27
Tradução do inglês mutual assured destruction — é uma doutrina de estratégia militar onde o uso
maciço de armas nucleares por um dos lados iria efetivamente resultar na destruição de ambos,
atacante e defensor. A doutrina assume que cada lado tem armamento suficiente para destruir o outro
lado e a ele mesmo, se atacado por qualquer razão.
28
De Olhos Bem Fechados, filme de 1999
Um sorriso sonhador suaviza seu rosto. —Isso parece muito
divertido.

—Eu sei que isso significa que você não pode ir, mas estou
realmente ansiosa para uma multidão maior no Boxing Day29. —
Será interessante ver como a configuração do local muda a vibração.
O clube de New York está em um prédio do Brooklyn, e é muito…
New York. Difícil de explicar.

—Um dia…

Eu sorrio. —Um dia. Talvez você possa ir usando uma


máscara ou algo assim. Havia algumas pessoas disfarçadas.

Ela morde o lábio. —Oh, não me dê ideias.

Eu aponto para a porta. —Vá e conte ao seu marido sobre


isso. Eu começo meu trabalho em cinco minutos.

—Eu vou. —Ela se levanta e sua barriga está, eu juro, maior


do que quando ela sentou-se.

—Quando vai nascer?

—Final da primavera. —Minha expressão deve revelar meu


choque, porque ela ri. —Eu não estou tão grande assim. É
principalmente por causa dessa roupa.

—Se você diz. É adorável, claro.

—Claro. —Ela ainda está rindo enquanto segue pelo


corredor, um oficial da RCMP acompanhando de perto.

Eu respiro fundo e abro meu computador. Ok, volte ao


trabalho.

29
Boxing Day é um feriado celebrado no dia seguinte ao dia de Natal.
Capítulo 26
TATE

Ao longo das três semanas seguintes, os Lumberjacks se


organizaram. O treinador nos disse para nos preocuparmos mais uns
com os outros do que com as equipes que enfrentaríamos e ele
estava certo. Isso fez toda a diferença.

Os onze jogos que disputamos em dezembro nos fizeram


subir duas posições na nossa divisão. Sete vitórias e quatro derrotas
significam que estou indo para casa em Ottawa na véspera de Natal
com um sorriso no rosto.

Meu pai me pega no aeroporto e me cumprimenta com um


grande aperto Nilsson no portão de desembarque. Quando
chegamos à minha casa, somos recebidos não apenas por minha
mãe, meu irmão e minha cunhada, mas também por Trevor, Oliver
e Rob. Minha mãe fez uma grande ceia e há tantos presentes
debaixo da árvore que o espaço da sala de estar foi reduzido pela
metade.

Está barulhento e feliz e quando uma batida soa na porta às


quinze para as dez da noite, meu pulso acelera. Eu não estou
esperando que ela apareça até amanhã no almoço, depois que minha
família for embora. Mas se Sasha estivesse aqui também, seria
perfeito pra caralho, mesmo que ela tenha brigado com meus
amigos por serem camaradas.

Inferno, eu acho que gostaria disso.

Mas quando eu abro a porta da frente, não é Sasha de pé em


um redemoinho de neve branca.
É Brandon Vance, meu ex-colega de linha do Senators.

—Ei. —Digo, estendendo a mão enquanto eu dou um passo


para trás para recebê-lo.

Ele pega e me dá um aperto de mão firme. —Feliz Natal.

—O mesmo para você. Você não voou para casa?

—Não, eu mandei meus pais para o Havaí. Eu vou vê-los no


All Star Break30. Eu acabei de sair para jantar com alguns caras que
também estão sozinhos esta semana e eu estava pensando em você.

—Com certeza. Entre, cara. Tome uma bebida. —Eu me


sinto mal por não procurá-lo.

—Temos muita coisa para fazer.

Rob me dá um rápido olhar questionador, você está bem,


quando eu apresento Brandon para todos, e sim, eu estou. Eu evitei
todos os meus colegas da equipe anterior na minha última visita,
porque nós estávamos jogando com eles e era tudo muito recente.

Mas somos todos profissionais. Transações são parte do


negócio. E como somos dois veteranos do jogo, quero contar com
Brandon como amigo. Difícil fazer isso se eu me afastar dele.

Ele aperta a mão do meu pai e dá um grande abraço na


minha mãe. —Sra. Nilsson, prazer em vê-la novamente.

—Você está tendo uma boa temporada. —Ela diz antes de


apontar para a geladeira. —Tate, eu coloquei todas as sobras lá. Seu
pai e eu estamos indo para a cama. Vejo você pela manhã.

Meu irmão e sua esposa também se desculpam quando


pegamos as bebidas e sentamos e de repente é como nos velhos

30
Pausa na NHL
tempos, eu e minha equipe jogando conversa fora. Eu digo aos
meus amigos sobre Miscreant, deixando de fora que eu não estava
sozinho quando fui lá e, em seguida, a conversa se transforma na
festa de fim de ano do Rapscallion daqui a dois dias.

O que faz Brandon, de repente, ficar em silêncio.

Merda. Eu não sou dono do panorama kink em Ottawa,


especialmente porque eu passo a maior parte do meu tempo do
outro lado do país.

—Você quer vir, cara?

Ele encolhe os ombros. —Eu não quero que seja estranho.

—Não será. Estamos bem. Eu só precisava me adaptar em


estar em um novo time. Me desculpe se isso pareceu que eu estava
te afastando de tudo, não era a minha intenção.

Ele balança a cabeça e eu seguro minha cerveja. Ele bate


nossas garrafas juntas.

—Falando da festa... —Eu respiro fundo. —Vocês, filhos da


puta, terão que arranjar carona por conta própria. Vou levar uma
amiga comigo.

---

Eu acordo cedo na manhã de Natal e a primeira coisa que


faço é ligar para Sasha.

—Olá. —Ela diz sonolenta, depois de responder no terceiro


toque.

—Feliz Natal.
—Tate. —Isso é um presente, a maneira que ela diz meu
nome como se minha voz fosse a melhor coisa que ela já ouviu em
anos.

Mas porra, se é, isso é uma merda. —Como vai sua visita?

—Quase acabando.

Opa. —Isso é bom, não é?

Ela suspira. —Meu pai e eu brigamos a noite passada. Ele me


deu ações da empresa como um presente. Isso não é um presente. É
uma obrigação. Então discutimos. Ficarei feliz em sair daqui depois
do café da manhã. E eu não me sinto nem um pouco culpada por
pegar o avião dele para chegar em casa também.

—Você vai roubá-lo pessoalmente?

—Rá. Não. E não se sinta mal também pela tripulação do


avião. É uma viagem relativamente curta e eu vou fazer valer a pena.

—Eu não tenho nenhuma dúvida. —Estico meu braço sobre


a minha cama, onde eu vou tê-la, uma e outra vez, em apenas
algumas horas. —Eu não posso esperar para ver você.

—O mesmo.

—Estou ouvindo minha família acordando.

—Eu vou deixar você ir e ser social.

—Eu prefiro ser social com você.

—Em breve.

O calor de sua risada me percorre, quando eu me levanto da


cama, me visto para o café da manhã de Natal e troco presentes
com a minha família, me vejo sofrendo para tê-la aqui, agora. Não
em breve. Nunca poderia ser em breve o suficiente. Em poucos
meses, Sasha se tornou a melhor e mais frágil parte do meu dia. Um
pedaço de conversa, uma mensagem provocante.

Não é suficiente. Nem perto disto. Quando se trata de Sasha,


quero cada vez mais a cada dia que passa.
Capítulo 27
SASHA

A manhã de natal na casa dos Brewster é perfeita. A


decoração da minha mãe se superou este ano, embora eu pense
assim todos os anos.

O tema deste ano é prata e branco, então coloquei uma blusa


de seda azul escura e uma calça de lã branca.

Imagem perfeita. Na verdade, perfeito seria ficar de pijama


até o meio dia e ter torradas amanteigadas ilimitadas.

Não se come torrada amanteigada usando seda azul-escuro.


Ou em qualquer lugar na casa dos Brewster, por sinal.

Nós temos mimosas ilimitadas, no entanto. Isso é algo.

Eu encontro minha mãe na enorme cozinha, com o copo na


mão. Excelente ideia. Eu me sirvo de uma bebida de suco de frutas
com champanhe, e sento-me à mesa. —Feliz Natal. —Digo,
segurando meu copo.

Ela me dá um olhar de advertência, como se soubesse que


estou apenas esperando meu pai descer para que eu possa voltar a
discutir com ele. Eu não tenho certeza de como ela pode antecipar
isso, eu nunca fui de me exaltar e entrar em uma discussão com ele
no passado.

Mas ela é minha mãe. Talvez ela possa sentir que tudo na
minha vida está mudando.

Novas oportunidades.
Nova amizade.

Nova paixão.

Isto não é sobre Tate. Ele invade onde não pertence, como meus
pensamentos sobre o que fazer quando me formar.

Eu tomo um longo gole de champanhe e suco de laranja,


desejando que fosse torrada amanteigada em vez disso.

—Seus irmãos estarão aqui em breve. —Diz ela, dirigindo a


conversa para onde ela quer.

—O que vamos tomar no café da manhã? —Além da bebida.

—Seu pai pediu crepes.

—Carboidratos? É um milagre de Natal.

Ela ri e é um som genuíno e acolhedor. —E vale a pena para


ver esse olhar em seu rosto, minha querida.

Eu pisco para ela e é quando meu pai entra. Ele beija minha
mãe, então vai pegar uma mimosa. —O que você fez, querida?

Ah, então estamos me chamando de apelidos carinhosos esta


manhã. —O clássico. Suco de laranja e champanhe em partes iguais.
—Talvez não sejam iguais. Eu tomo outro gole para ter certeza.
Definitivamente mais borbulhante. Oops. —Mamãe diz que você
quer panquecas no café da manhã.

Ela me cutuca. —Eu disse crepes.

—Eu sei, mas eu aposto que papai pediu panquecas e os


crepes foram ideia sua.

Ele ri e por um segundo acredito que nós fizemos isso,


começamos uma manhã alegre com sucesso. Exceto quando ele
cruza os braços e me prende com um olhar. —Sasha, eu estive
pensando.

Eu gemo. —Não. Sem pensar. É manhã de Natal. Estamos


fazendo panquecas...

—Crepes. —Minha mãe interrompe.

—E presentes e então eu estou voando de volta para Ottawa.

Sua boca se comprime. —Para ficar com o jogador de


hóquei?

Você podia ouvir um alfinete cair na cozinha dos meus pais


agora. Estou olhando para o meu pai, minha mãe está olhando para
mim e a pele ao redor da boca dele fica branca.

Mas que diabos? —Desculpe?

Levanto-me da mesa, com o copo na mão, porque talvez


precise de mais bebida para essa conversa, mas antes que meu pai
possa responder, a casa está cheia com a chegada barulhenta dos
meus irmãos, que provavelmente ficaram até tarde festejando com
os amigos, mas conseguem parecer tão bem que minha mãe tirará
uma foto formal de nossa família em frente à lareira e a colocará
no...

Instagram.

Minha mãe ama o Instagram.

Que inferno.

Eu dou-lhe um olhar arregalado e ela acena com a mão. —


Oh, Sasha.

—Não me venha com Oh, Sasha, mãe! O que você disse a


ele? —Volto para o meu pai, ignorando as saudações de meus
irmãos. —Com quem eu me encontro não é da sua conta. Eu sou
adulta.

—Quem está usando meu avião particular para voar por aí?
Nós já passamos por isso uma vez. Eu não vou fazer de novo.

—Isso é... —Minhas bochechas estão em chamas. Isso não é


nada parecido com o meu passado. Tate não é como Brian. Mas,
mais importante, não é assim que eu queria que meus pais
descobrissem... O que quer que eu esteja fazendo com Tate. Se eu
quisesse que eles descobrissem, o que provavelmente é não, nunca.
—Eu sinto muito por ter pedido, então. Eu deveria ter comprado
uma passagem. Aposto que ainda posso. Você sabia que o dia de
Natal não é um dia de viagem muito movimentado? Véspera de
Natal e um dia depois podem ser. Então sim, eu vou...

—Sente-se, senhorita.

Uau, de querida para senhorita em quatro frases. Isso tem


que ser um recorde e eu ainda não violei nenhuma lei.

Para minha imensa vergonha, eu me sento.

Precisa ser a porra de uma maldita adulta, Sasha.

—Rapazes, vão ajudar sua mãe com as panquecas.

—Crepes. —Minha mãe e eu dizemos ao mesmo tempo.

Meu pai não pisca.

Eles se dirigem ao redor da ilha e meu pai se move para


sentar-se em frente a mim, mas ele para assim que puxa a cadeira. —
Venha comigo. Nós vamos conversar no meu escritório.

Eu reviro meus olhos, mas o sigo. Isso, assim mesmo, é meu


relacionamento com meu pai em poucas palavras.
Ele senta-se em uma poltrona em frente à lareira, então eu
me esparramo no sofá.

Ele junta suas mãos.

Eu espero.

Este é o seu circo, ele consegue direcioná-lo. Eu já estou


escrevendo uma mensagem de desculpas para Tate na minha cabeça,
porque eu vou ter que pegar carona de volta para Ottawa.

—Ontem à noite. —Meu pai finalmente diz lentamente,


como se estivesse escolhendo e ponderando suas palavras com
cuidado. —Você deixou claro para mim que não retornará a
Toronto tão cedo.

Nunca, mas talvez eu não tenha sido clara nesse ponto. —


Está correto.

—E eu estava com a impressão equivocada de que era por


causa de seus estudos acadêmicos.

—E sim, é.

—Mas sua mãe me informou que você está mais uma vez
enroscada com um... atleta.

Ele diz isso, como outros pais podem dizer traficante ou sem-
teto. Não tenho certeza se meu pai se oporia que eu namorasse um
traficante se ele fosse bem sucedido. E supondo que o sem-teto não
teria uma mídia social significativa o seguindo, ou qualquer motivo
para estar no noticiário, ele provavelmente estaria bem com isso
também.

Um homem sem endereço fixo seria preferível a Tate.

Esse é o jeito do Brewster.


Eu teria concordado com ele há alguns meses, mas as coisas
mudaram.

—Eu não diria que estou enroscada com ninguém. —Digo.


—Eu tenho um amigo. Seu nome é Tate. Nós temos amigos em
comum, e uma vez, uma vez, eu apareci em sua página no Instagram
com ele. É uma história boba e simples. Eu não vou namorá-lo
publicamente ou algo assim.

Meu peito aperta enquanto eu digo isso. Isso não é justo para
Tate, mas é a realidade da minha vida.

—Nós resolvemos tudo isso uma vez. Vai ser difícil fazer
isso de novo e salvar sua reputação. —Ele franze a testa para mim,
como se eu já não soubesse disso.

—Isso foi há muito tempo. —Digo baixinho, tentando não


ficar emotiva —E eu estava trabalhando na recuperação de minha
carreira, se você se lembra. Não tenho desejo de estar aos olhos do
público.

—Não é bom para suas aspirações de longo prazo.

Eu não sei disso. As pessoas se importam se professores


universitários ou investidores privados namoram um jogador de
hóquei? Eu sei que os acionistas da Brewster Industries não gostam
disso, mas...

Certo.

Eu tenho segurado isso por muito tempo.

—Pai. —Digo, de pé. Eu resisto à vontade de tomar um


longo gole de vinho, para que ele não pense que estou apenas
dizendo isso porque estou bêbada. —Eu não quero nunca ser CEO
da Brewster Industries. Não quero voltar para lá, nem num futuro
próximo, nem nunca. Sou grata por todas as oportunidades que
você e minha mãe me deram, mas meu futuro é meu.

Ele ri.

Eu abro meu coração e ele ri.

—Estou falando sério.

—Tenho certeza que você pensa que é jovem...

—Não. Tenho vinte e sete anos. Eu não sou uma jovem


senhora. Eu nem sou uma senhora. Estou transando com um
jogador de hóquei. —Eu aceno meu copo no ar. Porra, eu posso
estar um pouco bêbada. —E sabe de uma coisa? É segredo. Vai
ficar em segredo e isso é meio estúpido na verdade, porque não há
motivo para isso, exceto pelas regras repressivas e socialmente
restritivas que você me ensinou. Então... é isso. Estou falando sério
e terminamos aqui. É manhã de Natal e precisamos fingir que crepes
são panquecas, então vamos fingir que isso não aconteceu. Você
pode me ligar amanhã e me dizer o quanto estou errada.

Ele não me segue, então em vez de ir direto para a cozinha,


eu desvio para cima para ligar para Tate. Ele responde no primeiro
toque. —E aí, como vai?

—Você pode falar agora?

—Com certeza. Me dê dois segundos... Ok, estou sozinho


agora. O que está errado?

Meu rosto se contrai, mas eu não choro. Não é necessário.


Eu torço minha expressão até que seja mais uma careta e eu suspiro.
—Eu tive outra discussão com meu pai. Eu posso ter dito a ele que
estou transando com você.
—Uau. Esse é um nível de compartilhamento que eu não
achava que acontecia na casa dos Brewster.

—Não é.

—Caramba.

—Sim. —Estremeço. —Eu posso ter passado do limite e


sido uma vadia.

—Ele provavelmente merecia isso.

—Ele definitivamente merecia. Mas ainda me arrependo de


como eu lidei com isso.

—As vadias fazem merda e têm limites.

Eu fecho meus olhos e suspiro profundamente. —Certo. Eu


sei disso.

—Mas você não é uma vadia, Sasha. Você é durona. Você é


forte. E você é incrível. Eu sei que você sabe disso.

Eu dou risada baixinho. —Todos nós sabemos que não há


nada de errado com o meu ego.

—Mas todos os egos têm pontos fracos.

E meu pai sabe exatamente onde cutucar. —U-humm.


Então, de qualquer maneira, eu não sei se vou ter o avião para voltar
para casa.

Ele ri suavemente. —Tudo bem. Você quer que eu vá buscar


você?

—É uma viagem de quatro horas e está nevando.

—Eu faria isso em um piscar de olhos.


Eu esfrego meu peito. —Eu sei. Não, vou tentar reservar um
voo comercial, tudo bem. Eu tenho que ir e comer crepes agora.

—Atualize-me assim que puder.

—Eu vou.

Eu respiro profundamente algumas vezes, verifico minha


maquiagem no espelho e desço as escadas.

Meu pai está esperando por mim no corredor. Eu dou a ele


um olhar cauteloso.

—Esse foi um grande desabafo. —Ele diz, se apressando


para continuar antes que eu possa dizer qualquer coisa rude em
resposta. —Mas eu ouvi você. Tudo, exceto a parte sobre o jogador
de hóquei. Eu vou fingir que você não disse isso.

—Ok.

—Nós só queremos o que é melhor para você, Sasha.

E eu ficar bêbada e me mostrar para a mídia com minha


calcinha laranja brilhante não é isso. Ter um namorado policial
famoso ao mesmo tempo foi a cereja no bolo inadequado.

—Temos ideias diferentes sobre o que é isso. Mas acho que


estamos de acordo sobre o que não é melhor para mim.

Ele me dá um sorriso sombrio. Ótimo. Agora estamos nos


lembrando da minha calcinha laranja. Este é o pior Natal de todos
os tempos.
Capítulo 28
TATE

A próxima atualização que recebo de Sasha é uma mensagem


dizendo que ela está indo para o aeroporto e tudo está
―relativamente bem‖. O que quer que isso signifique.

Eu dou um último abraço apertado em meus pais e prometo


a minha mãe que eu farei o meu melhor para comer todas as sobras.
—Tudo o que eu não conseguir, vou colocar no freezer.

—Eu posso voltar em alguns dias...

—Não, tudo bem. —Meus pais moram em uma fazenda


perto de Kingston e eu não preciso que minha mãe dirija uma hora
de carro para limpar minha geladeira.

—Eu acho que você vai ficar feliz em ter sua casa para si
mesmo por um dia de paz e tranquilidade. —Ela me dá um tapinha
no braço enquanto meu pai estende seu casaco.

Eu tenho zero planos para Sasha ficar quieta. Ou pacífica.


—Sim, com certeza.

Assim que eles saem, tomo um banho e depilo minhas bolas,


porque nada diz Feliz Natal como as partes íntimas lisas. Então eu
coloco os presentes dela debaixo da árvore e ligo a TV próxima à
lareira.

Acabei de esquentar um pouco de cidra de maçã no fogão


quando ouço o carro dela entrar na minha garagem.
Quando abro a porta, ela está na minha frente com uma
sacola cheia de presentes embrulhados em seus braços e um sorriso
cansado e aliviado no rosto.

—Eu vou levá-los. —Digo a ela enquanto pego a mala. —E


beijá-la. —Eu provo sua boca, quente e macia, enquanto ela
cegamente fecha a porta atrás de si.

—Feliz Natal. —Ela murmura contra meus lábios.

—O mais feliz.

—Eu tenho presentes para você.

—Nós podemos desembrulhá-los depois que eu


desembrulhar você. —Eu a empurro, sem parar de beijá-la,
enquanto despejo as malas no sofá, seu casaco em uma cadeira e a
coloco no meu colo em outra cadeira. —Você está toda vestida. —
Digo enquanto desabotoo sua blusa.

—É uma longa história. —Ela alisa a mão sobre o meu


suéter antes de eu tecer meus dedos em seus cabelos e unir nossas
bocas novamente.

Mais beijos.

Tão bom tê-la em meus braços novamente. É uma sensação


estranha e maravilhosa, sentir saudades de alguém assim. O alívio
puro quando a pessoa está de volta em seus braços. Não é bobo. É...
Puro. Essencial.

Além disso, gostoso pra caralho. Sua pele está quente e macia
sob sua blusa de seda e suas calças extravagantes cobrem sua bunda
de um jeito que faz meu pau pulsar em antecipação.

Talvez pelo Natal, eu vou tomá-la lá.


Ela se afasta da minha boca e vira a cabeça em direção à
cozinha. —Isso é cidra de maçã?

Estou pensando em como seria incrível o sexo anal e ela está


prestando atenção aos meus toques festivos de natal.

Acalme-se garoto, você vai esperar a sua vez como um bom


pau.

—Você quer um pouco?

Ela sorri e me dá um beijo final. —Sim, por favor. Está frio


lá fora.

—Vamos.

Ela fecha um botão, mas não se preocupa em arrumar o


cabelo, e depois que eu lhe entrego uma caneca fumegante de cidra,
dou-lhe um longo e persistente olhar de apreciação.

—O quê?

—Eu gosto de você toda desarrumada assim.

Ela sorri. —Você não pode esperar para me desarrumar


ainda mais, não é?

—Você nem quer saber o que estou pensando agora.

Seus olhos escuros brilham. —Talvez eu queira.

Eu me inclino de volta contra o balcão. —Eu estava


pensando que deveríamos fazer algo novo hoje. Algo especial.

—Se você quer que eu te amarre, apenas diga. —Ela pisca e


de alguma forma faz parecer inocente.

—O mesmo para você, tigresa.


Ela franze os lábios. —Humm. Tentador.

Eu apenas sorrio. Se ela realmente quer saber, ela pode


perguntar de novo. Ela não quer. Ela bebe sua cidra e me observa
sobre a borda de sua caneca.

—Eu não vou te dizer.

Os cantos dos olhos dela se enrugam.

Eu dou uma risada alto. —Está com fome?

Seu olhar cai para o meu pau.

Porra. —Termine a sua cidra e eu lhe darei seu primeiro


presente.

—É... —Ela toma um último gole delicado de cidra, em


seguida, coloca sua caneca para baixo.

—Algo duro?

—Eu também senti sua falta, Sasha. Andar de cima.

Ela vira-se e corre, rindo enquanto sobe as escadas. —Eu não


sei onde fica o seu quarto!

—Então eu provavelmente vou pegar você. —Rosno


enquanto eu a persigo. —Vire à direita.

Ela corre para o quarto principal e pula na minha cama. Eu


pego seu tornozelo no ar e ela cai de lado. Abro o zíper da bota dela
e a jogo por cima do ombro. Ela tira a outra, então eu estou em
cima dela.

Eu a empurro para a cama. Segurando-a embaixo de mim.

Segurando-a, ponto final, meus dedos envolvendo seus


pulsos. Apertado o suficiente para reclamar. É a porra do Natal e
cumprimos o dever com nossas famílias. Agora somos apenas nós
pelas próximas vinte e quatro horas e ela é toda minha.

Com certeza estou segurando firme.

Isso é precioso.

Sasha arqueia debaixo de mim, esfregando seu corpo contra o


meu. —O que você estava pensando? —Ela sussurra. —Conte-me.

Preciosa e safada. —Eu prefiro mostrar-lhe.

Seus olhos ficam vidrados e desfocados enquanto ela olha


para mim e acena com a cabeça. Zing. Como um choque elétrico
para o meu idiota depravado interior, sua expressão me muda de
emotivo para egocêntrico em uma fração de segundo.

Do andar de baixo, a trilha sonora de Natal chega até nós. As


músicas bregas terminaram e agora estamos com Johnny Reid com
alguma arrogância festiva.

Eu faço exatamente o que prometi e a desembrulho. Primeiro


a blusa dela, depois as calças. Eu tomo meu tempo provocando a
pele ao redor de seu sutiã de bojo e da calcinha minúscula, então
também são descartados.

Eu a rolo e bato em seu traseiro perfeito enquanto desço da


cama e tiro meu suéter, camiseta e jeans. O tempo todo ela me
observa, sua bochecha pressionada contra o meu cobertor, seu
corpo nu e esticado na minha cama.

Eu abro a gaveta lateral e pego um preservativo.

E lubrificante.

Seus olhos se arregalam e eu sorrio.


Exceto que esta é Sasha e não há vantagem para se ter com
ela.

Sem interromper o contato que seu olhar tem no meu, ela


arqueia as costas, graciosa como um gato selvagem, e fica de joelhos.

Minha boca se abre e ela sorri.

Rindo baixinho, subo na cama. Eu me inclino sobre ela e


beijo sua boca antes de beliscar sua orelha. —Pronta para mais de
um dedo, tigresa?

—Eu não posso esperar. —Ela respira. —Feliz Natal.

Esse é o eufemismo do ano.

Eu tomo meu tempo beijando e mordendo suas costas.


Quando chego na bunda, ela está se contorcendo contra mim. Eu
pego boa parte de sua nádega direita e a mordo. O suspiro seguido
de um gemido desesperado é música para os meus ouvidos.

Talvez eu tenha um toque de sadismo em mim, afinal.

Mas então eu estrago essa teoria chupando e lambendo sua


pele até que ela esteja quente e rosada e isso parece ainda melhor.

Ela fica tensa quando eu abro o lubrificante, mas eu aqueço o


gel em meus dedos antes de circular em torno de sua pequena e
adorável abertura. Eu vou ser bom para ela.

—Mostre-me o quão forte você pode apertar. —Murmuro e


ela geme enquanto vira a cabeça para olhar para mim.

—Não.

Eu sorrio. —Vamos. Eu amo sua bunda.


—Eu sei. Mas nós não estamos falando sobre o quão
apertado eu posso... Ah! —Eu amo esse olhar de surpresa em seu
rosto enquanto deslizo meu dedo no primeiro anel. Seus músculos
vibram em torno da intrusão e meu pau se eleva no ar, ansioso para
sentir o aperto que meu dedo está desfrutando atualmente. —Idiota.
—Ela murmura, recuperando o fôlego.

—Mostre-me de novo.

—Apenas faça isso.

—Não é assim que isso vai acabar. O que aconteceu com a


garota que empurrou sua bunda no ar? —Eu balanço minha mão
suavemente, cutucando o segundo anel de músculos dentro de seu
corpo.

Ela suspira e aperta. Sua respiração sai em um gemido erótico


quando eu a penetro mais profundamente e fico quieto, esperando
seu corpo se ajustar.

Então eu adiciono mais lubrificante.

Quando eu coloco um segundo dedo na bunda dela, os sons


que ela faz são perfeitamente profanos. Adoráveis.

Eu a fodo com a minha mão, lentamente esticando-a, até que


ela está murmurando para eu apenas fazer isso já. Eu rasgo o pacote
de preservativo e rolo o látex fino e lubrificado sobre o meu pau.

Eu murmuro palavras doces enquanto esfrego a cabeça dura


e grossa do meu pau contra a entrada dela. Desta vez, eu não
preciso dizer a ela para apertar e quando o corpo dela relaxa, como
inevitavelmente deve, eu empurro.

Apenas a ponta, apenas o suficiente para esticá-la.


Eu coloco minhas mãos em seus quadris e seguro firme
enquanto ela geme, se contorce e empurra para trás. Quando ela
suspira e abaixa a cabeça, eu entro mais um centímetro.

Nunca na minha vida meu pau foi agarrado tão apertado.

—Nós deveríamos abrir os presentes primeiro. —Gemo


enquanto afundo lentamente em seu calor incrível.

—Humm...

Eu recuo, puxando metade do meu pau para fora do seu


corpo antes de empurrar novamente. Um começo fácil para sua
primeira foda anal. Outra reivindicação sobre o corpo dela.

—Eu coloquei músicas de Natal. —Ainda podemos ouvir.


Leves variações de uma trilha sonora surreal para a respiração
pesada e batidas de corpos.

—Cidra... —Ela respira. —Tão bom.

—E isto?

—Ah...

—Só bom? —Eu sorrio enquanto ela geme.

—Muito bom também.

Eu bato no quadril dela. —Essa é minha garota. Foda-se


contra mim. Tome meu pau na sua bunda.

—Tate!

Eu dou risada. —Demais?

—Foda-me mais forte.


No fundo dela, meu pau se contrai com o pedido glorioso.
—Seu desejo é uma ordem. Toque no seu clitóris. Se masturbe. Se
você gozar para mim, eu vou ter uma grande carga...

Ela começa a rir, e puta merda, isso é bom no meu pau.

—Você gosta disso? Eu também tenho piadas. —Eu afundo


nela e seus dedos roçam nas minhas bolas quando ela começa a
acariciar sua boceta. —Ah, merda, Sasha. Eu posso sentir como
você está molhada. Vem cá, bebê. Aperte seu clitóris. Bem desse
jeito. Ah, isso mesmo. Eu posso sentir isso. Você gosta disso, não é?
Meu pau enterrado na sua bunda, enquanto você esfrega sua doce e
pequena boceta.

Ela chega ao clímax com um grito estridente e eu a sigo para


essa felicidade, minhas palavras pervertidas morrendo na minha
língua enquanto puro prazer quente corre para o meu pau, puxando
minhas bolas com ele.

Feliz. Natal. Porra.

---

Algum tempo depois, depois de um banho lento, em que eu a


limpei em todos os lugares, especialmente onde ela está sensível e
dolorida, nos vestimos e descemos as escadas.

Eu uso minhas calças favoritas de flanela vermelha. Ela usa


uma camisa de flanela combinando e um par das minhas meias de lã.

—Muito diferente do que eu usava esta manhã. —Diz ela,


rindo enquanto olha para si mesma.

—Você nunca esteve mais bonita para mim. —Revelo.


—Agora deixe-me alimentá-la e poderemos finalmente trocar
nossos presentes.
—O que teremos para o jantar?

Eu envolvo meus braços em volta dela e gesticulo para a


geladeira na nossa frente. —Tudo o que seu pequeno coração
desejar.

Há um peito de peru, recheio, molho de cranberry, batatas


assadas, carne assada e molho, quatro recipientes diferentes de
vegetais cozidos no vapor e a famosa gelatina da minha mãe.

—Isso é gelatina? Com… Legumes?

—E suco de tomate, também. Tem que aquecê-lo um pouco.

—Isso é vagamente assustador. —Mas é o primeiro


recipiente que ela tira da geladeira. —É isso que vocês tiveram na
noite passada?

—Nós tivemos a carne ontem à noite. O peru que minha


mãe deve ter cozinhado no começo da semana. Ela me trouxe o
peito e provavelmente guardou o resto da ave em casa para eles
comerem quando voltassem.

—Conte-me sobre seus pais. —Ela diz enquanto abre o


recipiente de recheio e pega um pouco com os dedos.

Eu pego a mão dela e lambo o que sobrou. —Eles são


pessoas muito boas. Me fale sobre os seus.

—Eles são pessoas muito boas com alguns asteriscos sérios


após essa declaração.

—Os seus soam mais interessantes.

Ela enruga o nariz e me entrega o molho de cranberry.


—Coloque isso no balcão.
Nós preparamos a comida, pegando primeiro a comida
quente antes de adicionar a gelatina e molho de cranberry. Então
colocamos tudo de volta na geladeira e levamos nossos pratos para a
minha mesa.

Entre mordidas lentas e apreciativas, Sasha me conta sobre


seus pais. Como seu pai transformou a modesta loja de ferramentas
de seu pai em um fornecedor automotivo internacional. Como sua
mãe ama a sociedade de Toronto, seu marido e seus filhos, talvez
nessa ordem, mas Sasha espera que não.

Então ela fica em silêncio.

Eu começo a contar a ela sobre meus pais. Como meu pai se


mudou da Suécia quando adolescente para jogar hóquei, mas depois
se apaixonou por minha mãe e a escolheu em vez de uma carreira
instável na NHL. Como eles são meus maiores torcedores, e...

—Meus pais não estão felizes com você. —Ela interrompe


quase calmamente, mas há um tremor em sua voz.

Eu me calo. Ela não diz nada, então eu finalmente dou de


ombros. —Tudo bem. —Eu posso lidar com alguma preocupação
dos pais.

—Eles me conhecem bem e minha mãe é viciada no


Instagram. Ela viu o seu post de New York e tem pensado nele
desde então. Ela está convencida de que vou cair em velhos e maus
hábitos com você.

Apenas novos hábitos ruins aqui e eles são ruins apenas nos
termos mais puritanos. Eu franzo a testa. —É sobre sua aversão à
mídia e encontro público?

Ela se move nervosamente na cadeira. —Sim. Talvez. Sim.


Eu aceno minha mão expansivamente. —Sou todo ouvidos.
Ou não. Mas pode ser útil para mim, saber com o que estou lidando.
Seu pai vai aparecer em Vancouver com um cheque para me
convencer a ficar longe de você?

Ela ri e depois se encolhe. —Meu Deus, espero que não.

—Vamos. Vamos descobrir qual sobremesa nós queremos,


então levamos isso para a árvore de Natal.

—Você só quer seus presentes.

Eu pisco. —Culpado das acusações.

Eu rapidamente lavo nossos pratos enquanto Sasha faz uma


bandeja de opções de sobremesa, então vamos para a sala de estar.

Ela começa a rir da lareira na tela da televisão. —Isso estava


tocando quando cheguei?

Eu acaricio seu pescoço. —Eu fiz um bom trabalho de


distrair você.

—Você fez, de fato. Isso é ridículo.

Eu me ajoelho na frente da árvore e tiro seu primeiro


presente, que não está embrulhado.

—Então você vai odiar isso.

Ela pega o gorro branco e prateado com acabamento de pele


falsa e coloca na cabeça. —É aí que você está errado, senhor.
Mamãe Noel ao seu serviço.

Eu pego meu chapéu de Papai Noel e coloco na minha


cabeça. —Então traga os presentes, Mamãe Noel.
O primeiro presente que ela me dá é uma gravata nas cores
dos Lumberjacks e abotoaduras de machados31 de desenho animado.
Eu adorei.

Eu lhe dou um kit de sobrevivência de viagem, incluindo um


carregador portátil para o celular dela, uma garrafa de água inflável e
uma tela de privacidade para o computador dela. —No caso de eu te
enviar pornografia na hora errada. —Digo e ela rasteja e me dá um
beijo suave e doce.

—Aprendi a não abrir seus e-mails em público. —Ela


murmura. —Mas agora eu não preciso ser tão cuidadosa, obrigada.

—Apenas lembre-se de desligar o seu volume.

—E nós voltamos ao não abri-los. —Ela pisca e entrega uma


caixa maior.

Eu rasgo e levo um minuto para perceber o que estou vendo.


É um relógio, mas quando leio a embalagem, percebo que não é um
relógio tradicional. Ele funciona com um aplicativo que informa a
hora onde pessoas específicas estão.

—Então você pode ver que horas são quando você liga para
Max no meio da noite. Seus pais, talvez. —Ela sorri. —Ou eu.

Há um enorme significado nessas duas palavras. Ou ela.


Como ela está começando a entender que ela se tornou
secretamente a pessoa mais importante da minha vida.

Caramba, sim, eu quero saber qual é o Horário de Sasha,


sempre.

—Estou sem palavras. —Minha voz sai rouca quando eu a


alcanço. —Isso é tão atencioso.

31
Aqui ela faz referência ao nome do time. A tradução de Lumberjacks é lenhadores
—Eu sei que estamos todos no mesmo fuso horário, mas se
seus pais viajarem, ou...

Eu a silencio com um beijo e não há nada de delicado nele.

Este é o presente perfeito para um homem a um continente


de distância de todos que ele considera como família e ela merece
todos os beijos pervertidos como agradecimento.

Os próximos presentes que trocamos são bobos. Pego um


manual de BDSM com ilustrações de desenho animado e ela ri
quando passa por ele. —Eu quase lhe comprei um livro de etiqueta,
você sabe. —Ela arqueia uma sobrancelha elegante. —Dicas sobre
como ter conversas em público, por exemplo.

—Mas você não comprou. —Eu dou-lhe um sorriso


encantador. —O que você escolheu em vez disso?

Ela joga um presente leve para mim. —Meias.

Eu abro e ela não está mentindo. Meia dúzia de pares de


meias técnicas, todas de marcas diferentes. Ela já voltou ao livro,
mas sem olhar para cima, me diz quais foram as mais bem avaliadas
e por que ela comprou as outras de qualquer maneira.

Não há nada que ela não possa pesquisar. Tenho certeza de


que, ao final de nossos poucos dias juntos, ela conhecerá esse livro
por dentro e por fora e terá uma lista detalhada de coisas para que
possamos experimentar.

Eu não posso esperar.

O que me leva ao meu último presente para ela. Eu pego a


caixa embrulhada em papel prateado da parte de trás da árvore e a
entrego.
Ela abaixa o livro e cuidadosamente tira o papel de embrulho.
—Oh. —Diz ela, levantando a câmera fotográfica instantânea retrô
no ar. —Divertido!

—Eu sei que você tem algumas regras perfeitamente


razoáveis sobre a exposição pública. — Eu aponto para cima. —
Mas eu tenho uma lareira real no meu quarto. E eu sei que você
gosta de assistir. Então... —Eu gesticulei para a câmera. —Se você
quiser tirar fotos de mim, estou dentro.

—Fotos? —Sua boca fica rosa enquanto a ponta de sua


língua passa ao longo do seu lábio inferior. —Tipo… Fotos sexys?

—Tipo, eu vou me tocar com a mão e me fazer gozar para


você, se você quiser tirar fotos.

—Oh.

Ela inala rapidamente, depois prende a respiração.

Eu espero.

Ela morde o lábio, os dentes afundando na carne.

Foda-se. Eu não sou bom em esperar. Eu coloco minha mão


na minha barriga nua e esfrego meus dedos ao longo do cós da
minha calça de flanela. Meu pau incha, levantando o tecido logo
abaixo, onde meus dedos provocam.

Sasha deixa cair seu olhar, suas pálpebras se abrindo


pesadamente. Então ela exala asperamente e balança a cabeça. —
Não.

—Não?
Ela sorri. —Ainda não. Sobremesa primeiro. Então eu
preciso descobrir como usar a câmera. Então você pode se tocar,
Papai Noel pervertido.
Capítulo 29
SASHA

Eu finalmente me visto com algo diferente do pijama do Tate


no dia 26, no início da tarde, porque eu tenho uma crise de guarda-
roupa que requer uma viagem ao meu apartamento.

Ele nos dirige para o centro enquanto mando mensagens


para minhas amigas.

Sasha: Eu vou para a festa do Rapscallion hoje à noite.

Violet: Excelente!

Beth: Sim!

Sasha: ...Com o Tate.

Há uma longa pausa enquanto vejo pontos aparecerem na


tela, depois desaparecem e depois voltam. Ambas estão escrevendo
e revisando suas respostas com muito cuidado e isso me faz rir.

Sasha: Não é uma grande coisa.

Violet: Tem certeza? Parece uma grande coisa.

Beth: Eu quero saber tudo. Tudo. Todos os detalhes.


Não deixe nada de fora.

Sasha: Sem detalhes. Mas não tenho certeza do que


vestir.

Violet: Geralmente esta é a sua especialidade.


Sasha: O elemento fetiche me deixa desconcertada. Eu
tenho…

Dois vestidos, mas eu já usei os dois. Porra, posso precisar


compartilhar alguns detalhes depois de tudo. Nova tática.

Sasha: O que vocês estarão vestindo?

Beth: Eu tenho uma fantasia de Fada Sugarplum.

Violet: Ah, eu amo isso! Bailarina pervertida! Vou


usar uma mini-saia ridiculamente curta e uma blusa
larga aberta nas costas. A barriga de mãe recente ainda é
um problema, então estou focando nas minhas pernas.

Sasha: Eu estou quase na minha casa, vou enviar fotos


das minhas opções quando chegar lá.

Beth: Se você está enviando mensagens de texto, quem


está dirigindo?

Violeta: Boa pergunta, B!

Sasha: Não é da sua conta.

Beth envia um emoji do diabo em resposta e Violet envia um


grande coração que chove mais corações na minha tela.

—Então, Beth e Violet sabem sobre nós. —Digo enquanto


Tate estaciona.

Ele pega minha mão com luva e beija meus dedos. —Bom.
Agora posso te abraçar o quanto quiser esta noite.
Para minha completa surpresa, isso não me deixa nervosa.
Confio em Tate mais do que jamais pensei que confiaria, ou poderia.
—Posso experimentar algumas roupas para você?

—Eu já voto para aquela que tem mais acesso à sua bunda.

Eu me mexo no meu lugar. Ainda estou sensível de ontem.


—Acesso gentil.

Ele se inclina e roça os lábios contra os meus. —O mais


gentil.

---

Depois de muita consulta e debate, eu decido por botas de


cano alto de camurça e um baby doll de seda verde da parte de trás
do meu armário. Quando eu adiciono o chapéu de Natal que o Tate
me deu, sou uma elfa deliciosamente pervertida.

—Eu só preciso de orelhas pontudas. —Digo para Tate


enquanto arrumo sua gravata na porta da frente. Ele está vestindo
um terno verde escuro que eu o convenci a comprar esta tarde. E é
um verde Lumberjack, então ele poderá usá-lo novamente em um
jogo.

Eu não sei por que eu não o levei para comprar roupas antes.
Ele precisa usá-las constantemente e tem dinheiro para gastar. Ele é
um tesouro para o meu coração compulsivo que adora compras.

—Suas orelhas são perfeitas. —Ele traça o lóbulo da minha


orelha com a ponta do dedo, e eu estremeço. Lá fora, uma sequência
de faróis passa pela frente da casa, iluminando a entrada. —Nossa
limusine está aqui.

Eu também achei uma enorme manta de tricô branca e prata


nesta tarde e Tate a enrola confortavelmente ao meu redor antes de
colocar seu próprio chapéu de Natal.
É uma noite linda, na verdade, fria, mas clara e há apenas
neve leve o suficiente para ser festiva. Dentro da limusine,
encontramos uma garrafa de Prosecco no gelo e dois copos de papel
com cidra de maçã quente nos porta-copos.

Tate pensa em tudo. Eu vou direto para a cidra. O


borbulhante pode esperar até a volta para casa.

Ele se acomoda ao meu lado e conversamos sobre o que


esperamos ver e fazer esta noite. Pouco antes de chegarmos ao
Rapscallion, meu celular vibra três vezes na minha bolsa.

—Desculpe. —Digo, procurando-o. —Eu deveria…

Mas quando eu verifico minhas mensagens, eu dou risada,


porque não é uma emergência ou um surto de pais. É só a Mabel
que trabalha duro até tarde da noite no dia 26.

Claro.

Mabel: Eu descobri minha apresentação! Tudo que


você precisa é de uma chave de fenda.

Depois, há uma foto de uma chave de fenda e um


smartphone, artisticamente dispostos acima de um bilhete
manuscrito rabiscado em um marcador preto.

Você pode aparafusar? Então você está pronto para


ficar preso.

Eu mostro ao Tate, não que ele vá entender o contexto, mas


eu não consigo parar de rir.

—O que é isso?

Eu limpo uma lágrima do canto do meu olho.


—Honestamente, não tenho certeza. Mas é engraçado de um jeito
que você tem que saber. Ela está começando um negócio e eu
investi nisso. Eu acho que é a tentativa dela em um slogan de
marketing.

—Para quê?

—É uma longa história. —Eu olho pela janela. Os portões da


Rapscallion estão logo à frente e os carros se alinham na estrada
sinuosa da propriedade. —E nós estamos aqui.

Ele morde minha orelha. —Eu quero a história toda, porque


eu posso aparafusar. E estou pronto para ficar preso.

Eu mando de volta uma mensagem rápida para Mabel,


dizendo que eu gostei e vou escrever mais amanhã. Então guardo
meu celular e dou toda a atenção a Tate. Estou totalmente pronta
para ficar presa também. De uma maneira muito diferente do que a
da Mabel significa.

---

Dentro, encontramos um coquetel em pleno andamento no


nível principal. Lachlan e Beth estão circulando. Ele está todo de
preto, camiseta apertada e jeans e eu aposto que Hugh também está.
Ela está brilhando em chiffon e tule e eu lhe sopro um beijo.

Tate esbarra em seu amigo Brandon e me reapresenta a ele de


forma simples, porém precisa.

—Você se lembra da Sasha? Ela esteve na festa do Max ano


passado.

Então descemos as escadas, onde encontramos Hugh e Max


brincando com chicotes no espaço principal. Há menos gente aqui
embaixo, mas ainda há alguns rostos novos.
Novos para mim, de qualquer maneira. Tate parece conhecer
muita gente. Alguns são, aparentemente, do grupo kink de Ottawa...
—Prazer em ver você de novo, cara! Lamento saber que você foi
negociado... —E outros são de alto perfil o suficiente para
provavelmente ter evitado isso antes, mas ricos o bastante para
pagar uma associação ao Rapscallion.

Com cada aperto de mão suave e apresentação murmurada,


minha curiosidade aumenta.

Na primeira oportunidade, Tate me puxa para as sombras e


me beija. —Você tem tantas perguntas, não é?

—Tenho. —Respiro, sorrindo enquanto ele move a boca no


meu pescoço. Amassos no canto parece ser nossa marca. Eu amo
isso.

—Devo ir e descobrir que cenas públicas vão acontecer hoje


à noite?

—Sim, por favor. Eu vou pegar nossas bebidas. O que você


gostaria?

—Uma cerveja seria incrível.

Nós compartilhamos outro beijo rápido e faminto, então ele


se dirige para a biblioteca e eu volto para o espaço principal da
masmorra, onde um bar está montado sob uma guirlanda de luzes
brilhantes e algemas.

—O que você vai querer?

—Uma cerveja e um copo de Riesling, por favor.

Enquanto o barman serve nossas bebidas, eu examino a sala.


Violet está descendo as escadas e aceno para ela.
Ela se junta a mim ao mesmo tempo que um casal para no
bar. Ela os cumprimenta calorosamente também.

—Sasha, esta é Madeline e seu marido, Henry. Eles acabaram


de entrar no clube esta tarde.

—Prazer em conhecê-los.

Eu dou um abraço rápido em Violet, então ela se afasta. Eu


admiro as pernas dela no minivestido, e faço uma nota mental para
lhe dizer mais tarde que foi uma ótima escolha.

Então volto minha atenção para meus novos conhecidos. Há


muitas perguntas que você não pode fazer em uma masmorra. O
que você faz, de onde você é… informações fora dos limites.

Eu me contento: —Esta é sua primeira vez aqui.

Madeline sorri. —É sim. Nós estamos explorando…


Coisas… Em particular, com um treinador que Porter nos
encontrou. Mas ter isso aberto a novos membros e relativamente
próximos de nós foi um presente. Apenas o momento perfeito.

E às vezes, mesmo se você não fizer perguntas gananciosas,


você será recompensado com muita informação, de qualquer
maneira. —Um treinador, é? Isso parece interessante.

Henry olha para Madeline e ela inclina a cabeça para o lado e


sorri, dando-lhe permissão. Ah, fascinante. Ele se inclina. —Vamos
fazer uma cena hoje à noite.

Melhor ainda. —Não me diga...

—Há algo de libertador em explorar essas fantasias em um


espaço seguro. —Murmura Madeline, seus olhos percorrendo a
masmorra. O tempo todo, Henry está olhando para ela como se ela
fosse um ídolo para ele.
Eu olho em volta procurando Tate. Ele é meu guia em tudo
isso. Se ele estivesse aqui, ele poderia ter essa conversa e eu poderia
apenas sentar e observar. Ele saberia o que dizer. —Certo. Eu vi
isso em New York.

Vi isso, me assustei um pouco, fiquei excitada demais...

—Você deveria vir e assistir. —Madeline oferece. —Ou


participar, se você quiser.

O quê? Não. Uau. Oi, casal safado, nós acabamos de nos conhecer e
vocês são ótimos e tudo mais, mas eu sou... Eu respiro fundo antes que
meus pensamentos se tornem críticos.

—Obrigada. —Me ouço dizer. —Eu vou discutir isso com o


meu parceiro.

Ambos me dão um olhar superaquecido quando nossas


bebidas estão todas na nossa frente. Eu pego meus dois copos e me
afasto o mais educadamente que posso.

Eu encontro Tate conversando com Lachlan, que desceu e é


aparentemente um monitor de masmorra esta noite.

Entrego a Tate sua cerveja e cumprimento Lachlan, que se


desculpa.

Tate me dá uma rápida explicação do que ele descobriu e


termina com: —E vai haver uma cena de grupo na biblioteca. Um
pedido especial dos membros mais novos, aparentemente. Algo
semelhante a... —Ele faz uma pausa e me dá um sorriso torto. —
Bem, uma orgia.

Meus olhos se arregalam. —Os novos membros?

—Humm.
—Madeline e Henry?

—Sim, na verdade.

—Eu acabei de conhecê-los. Eles são meio intensos.

—Eu acho que sim.

—Eles nos convidaram para assistir. —Ou participar, mas


estou deixando isso de lado.

—E o que você disse a eles?

Eu mordo meu lábio.

—Sasha...

—Eu disse a eles que discutiria com você.

—Interessante.

—Realmente não é.

—Por que você simplesmente não recusou? —Essa é uma


pergunta justa e eu tenho bastante certeza de que eu preferiria
observar as coisas anonimamente, do fundo da sala.

Mas não há nada simples sobre isso.

Quando eu não respondo, Tate se inclina e acaricia a minha


orelha com os lábios. —Aposto uma moeda que é porque você quer
ver Madeline sendo acariciada por três caras ao lado de seu marido e
você realmente não se importa com quem sabe disso.

—Eu não diria dessa maneira.

—Então, como você colocaria isso?

—Eu acho dinâmica de grupo fascinante.


Ele ri, baixo e quente e só para mim. —Sim. Fascinante. Não
tenho dúvidas de que será.

Será. Como se tivesse chegado à conclusão que vamos assistir


a uma orgia. Juntos.
Capítulo 30
TATE

Eu não quero pressionar Sasha se isso estiver de alguma


forma fora de sua zona de conforto da forma que Miscreant não
estava.

Talvez seja porque conhecemos pessoas aqui.

Eu tomo um gole longo e lento da minha cerveja e deixo-a


processar. Não há nada que eu goste mais do que o rosto de Sasha
quando ela está pensando em algo. A maneira como a testa franze e
o nariz se enruga. Os pequenos movimentos de seus olhos, o
beicinho apertado de sua boca.

Sasha pensativa me excita, mas novamente, todas as Sashas


me excitam. Sarcástica, sexy, generosa, compreensiva e indignada
também.

E quando ela chega a uma conclusão e seus olhos se


iluminam? Maldição, isso é sexy.

Ela acena com a cabeça. —Ok. Certo. Obviamente, quero


assistir.

Eu dou um enorme sorriso. Eu não posso evitar.


—Obviamente.

—Não há necessidade de se gabar, Papai Noel pervertido.

—Eu chequei duas vezes e você está definitivamente na lista


dos que se comportaram bem.
Ela cora e seus cílios acariciam suas bochechas enquanto ela
sorri. —Bem, se eu estiver em uma lista...

Leva algumas horas para a cena começar. Antes disso,


fazemos um circuito na masmorra. Sasha testa a mão dela no chicote
em minhas costas, então eu mostro a ela minhas habilidades
enferrujadas de corda sob o olhar atento de Hugh.

No momento em que nos sentamos em um sofá na


biblioteca, todos provavelmente estão cientes de que estamos
juntos. E quando eu estico meu braço no encosto do sofá e Sasha se
acomoda contra o meu corpo, então ela está bem com isso, pelo
menos nesta multidão.

Amanhã nós estamos voando para Vancouver, onde


realmente ficaremos sozinhos por uma semana e o mundo exterior
não importará.

Depois disso? Quem sabe.

Uma coisa de cada vez.

Neste momento, temos uma orgia para assistir.

Das negociações que acontecem na nossa frente, Henry vai


conduzir o sexo. Mas não há dúvidas de que Madeline está no
comando do relacionamento deles.

Ela queria isso e então ela receberá. Se Henry se esforça para


compartilhar sua mulher, e ele claramente se esforça, isso faz parte
da dinâmica deles.

Ela quer que ele lhe dê isso. Ela quer que ele sofra um pouco,
porque sabe que isso lhe traz um tipo de prazer que ele não
consegue de outra maneira.

Ou talvez ela só goste de machucá-lo e ele também gosta.


As pessoas são complicadas.

Porra, no entanto, é muito simples. E os voluntários que se


inscreveram estão aqui para isto, sexo simples, direto e vigoroso.
Começa com apenas o suficiente, com Henry apresentando sua
esposa para os outros homens. Ele os encoraja a cumprimentá-la e
fala sobre o que ela gosta, como ter seus mamilos sugados, seu
clitóris provocado, um toque suave.

Ela quer ser adorada e é isso que eles lhe dão. Ao meu lado,
Sasha se agita e se contorce, especialmente quando um dos homens
fica entre as pernas de Madeline.

Eu não poderia compartilhar Sasha assim. O sentimento de


posse me atinge em um lugar inesperado, meu coração. Bem no
meio do peito, a certeza de que eu a quero toda para mim aumenta e
palpita.

Meus dedos acariciam seu braço e eu aperto seu ombro.

Ela lambe os lábios. Cruza as pernas.

Eu penso sobre sua boceta molhada e inchada para mim. Só


para mim. Minha.

Meu pau pressiona na minha calça do terno. Se alguém


olhasse para mim, com minhas pernas abertas e minha posição
relaxada no sofá, eles veriam um homem claramente excitado.

Eles podem pensar que é sobre a cena à nossa frente. Eles


estariam definitivamente errados.

Assim que a cena termina, saio puxando Sasha pela casa.

—Então, nós não vamos dizer adeus? —Ela me provoca


quando eu empurro a manta para ela na chapelaria que já foi uma
sala de estar.
Eu não respondo. Em vez disso, envio uma mensagem ao
motorista para nos encontrar na frente, depois a pressiono contra a
parede e a beijo enquanto passo as mãos pela saia e arranco sua
calcinha.

—Ok, sem adeus. —Ela sussurra, seu peito arfando.

---

Eu não a fodo na limusine. Eu quero, mas também quero


outras coisas.

Quero-a esticada em frente à lareira do meu quarto. Eu quero


que ela choramingue apenas para meus ouvidos e eu não confio na
tela de privacidade.

Então eu brinco ela com o Prosecco, bebendo-o da boca dela


até ela rir. Depois lambo seus seios, fazendo-a suspirar, e quando
esses sons ameaçam acabar com o silêncio erótico na parte de trás
da limusine, eu tomo sua boca e a beijo pelo restante do caminho.

Quando chegamos a minha casa, estamos tanto bêbados de


luxúria quanto embriagados de bebida. Pego a garrafa e dou ao
motorista uma gorjeta de quinhentos dólares.

Dentro, nos beijamos novamente na porta. Relaxados e


felizes. Chegamos nas escadas, tirando nossas roupas enquanto
subimos lentamente.

E quando eu a estico em frente à lareira é tão perfeito quanto


eu imaginava.

Eu entro nela e a estico, meu pau grande e inflexível


enquanto ocupa espaço em seu corpo. Reivindicando-a de dentro
para fora.
No fundo da minha mente, há um pequeno pensamento de
que talvez seja hora de falar sobre o uso de preservativos. Eu quero
sentir sua boceta me apertando, quente, nua e perfeita.

Eu quero derramar minha semente dentro dela, e isso me


deixa louco. Eu aprofundo meus golpes, meus quadris e coxas
tensionando com a necessidade enquanto ela afunda seus saltos em
minha bunda. Porra, ela me deixa frenético.

Nós rolamos e eu levanto, segurando-a no meu colo


enquanto ela me monta enquanto dou as últimas investidas. Quando
ela goza, eu sigo em um tipo de orgasmo de fogos de artifício
ofuscante que me faz dizer preces silenciosas aos deuses do sexo.

Depois de lidar com o preservativo, pego o cobertor da cama


e nos deitamos diante do brilho suave da lareira.

Sasha é a primeira a falar. Ela me dá um sorriso saciado.


—Isso valeu a pena, hein?

Eu dou risada. —Oh, sim.

Ela olha para mim com a mesma curiosidade que eu vi antes


e eu aceno com a cabeça preguiçosamente. —Você quer saber mais
sobre todas essas pessoas?

—Eu quero saber mais sobre você. —Sua voz é suave e doce
e ela poderia me perguntar qualquer coisa agora. Eu sou dela em
todos os sentidos e ela não faz ideia. —Quando foi a primeira vez
que você foi a um clube?

Eu penso sobre isso. Eu sei que esta não é exatamente a


história que ela está procurando, mas essa é a mais honesta. —No
início do meu ano de estreia. Um dos caras sugeriu que
procurássemos diversão em um clube que ele conhecia em Las
Vegas. Eu estava esperando um tipo de boate normal. Nem mesmo
perto. Não era realmente um clube de kink. Não como Miscreant ou
Rapscallion. Eu diria mais… Próximo de kink. As únicas cenas, por
falta de uma melhor descrição, foram simuladas em um palco
enquanto os frequentadores do clube dançavam, bebiam e assistiam.
Então, talvez uma mistura entre um clube de strip e um clube de
BDSM? Um lugar que as pessoas possam experimentar o lado
selvagem.

—Há alguns lugares assim em Toronto também. Mas eles


têm uma reputação estranha.

—É. Sim, este lugar provavelmente tinha uma má reputação


também. E foi apenas uma noite, ok. Mas o que vi me disse algo.
Quero dizer, eu entendi que o que eu estava vendo não era BDSM
do mundo real, no entanto. Então comecei a investigar e fiquei
fascinado.

—Quanto tempo demorou para encontrar a verdadeira


comunidade kink?

—Outro ano. Não podia ir a qualquer local BDSM e não


conhecia ninguém que pudesse me incluir nos círculos privados. Eu
tive que esperar por outra oportunidade como essa e veio durante
uma viagem para o oeste. Alberta tem uma comunidade kink
dinâmica e existem alguns grandes apostadores em Calgary que
fazem o negócio real. Eu não olhei para trás. Foi como um estalo.
Eu descobri uma parte de mim mesmo, sabe?

—Sim, na verdade, eu sei. —Sasha diz e seu olhar muda,


ficando fora de foco enquanto ela se perde em uma memória.

—Festa do Max?

Ela acena com a cabeça. —Eu fui principalmente como


desculpa para levar Beth até lá. E então... Bem, você sabe como isso
desenrolou para mim.
Eu sei e que porra de presente foi mostrar a ela o meu
mundo secreto favorito. —Há algo realmente especial sobre a
exploração inicial. Depois do meu primeiro evento real, eu precisava
saber tudo. Experimentar tudo. Eu me tornei um completo
fetichista idiota.

Sasha estende a mão e acaricia meu rosto. —Isso não me


surpreende nem um pouco. Você é tão perfeccionista. —Ela não
está errada. —Você fez como os Doms sobre os quais já li que
aceitam experimentar receber castigos como parte de seu
treinamento?

Deus, isso está indo fundo. Eu concordo. —Naquele ano,


percebi que tinha um colega de equipe que estava profundamente
envolvido na comunidade kink local. Ele trabalhou comigo no início
e depois fui apresentado à mulher que se tornou minha mentora. Ela
me incentivou a experimentar todos os aspectos kink. Eu estabeleci
o hedonismo como minha marca principal, mas tenho um pirralho
em mim e uma boa tolerância à dor. Eu gosto de estar no comando
nos meus relacionamentos pessoais, mas posso mudar para uma
cena. Então, mesmo depois de terminar meu treinamento no clube,
eu me ofereci voluntariamente para o sádico ocasional que estava
procurando dar mais dor do que o seu sub poderia lidar.

—Então, você tem tendências masoquistas? —Ela empurra


para cima, com os olhos brilhantes de travessura. Talvez ela tenha
gostado daquele açoite mais do que deixa transparecer.

—Eu acho que todo atleta é um masoquista em algum grau.


Sem dor, sem ganho tem sido o mantra há décadas. Mesmo você tem
uma tendência masoquista quando se trata de exercício.

Ela pula direto para o detalhe interessante. —Esqueça isso.


Você chegou a ser submisso? Me conte essa história para dormir,
Tate.
—Seu fetiche de voyeurismo talvez não esteja apenas
limitado a assistir?

Ela sorri. —Talvez não.

Bem, ok então. —Vamos ser claros, foi mais uma prestação


de serviço.

—Claro como cristal. Me fale dos fatos.

—Você está procurando uma história que eu seja o menino


brinquedo?

—Não necessariamente.

—Aqui vamos nós, então. Era uma vez, em uma cidade


muito distante daqui, havia um jogador de futebol profissional
Domly – vamos chamá-lo de Bull – que concordou em jogar com
um sádico, Bob, e seu sub, Jill. Bob sempre teve o cuidado de nunca
dar mais do que Jill podia aguentar, mas, de vez em quando,
precisava relaxar um pouco. Foi aí que o Bull entrou.

Sasha se contorce um pouco e isso me faz sorrir.

—Ele recebeu tudo que Bob jogou nele, literalmente, como


chicotes e açoites e tudo mais. E ele levou tudo por Jill. E um pouco
para si mesmo. Porque não só Bob o levava direto ao limiar de sua
dor, mas sempre que Bob dava alívio a Bull, ele pedia a Jill para
masturbar Bull, mas não o deixava gozar. No momento em que Bob
terminou de torturar Bull, ele estava gotejando pré-sêmen.

Os quadris de Sasha balançam contra a minha coxa.

—Você está bem aí?

—Perfeitamente. Continue. Gotejando pré-sêmen…


Eu gosto da ideia de ela gozar contra a minha perna enquanto
eu conto uma história suja, mas eu não quero contar a ela sobre
foder outra mulher. Então eu a beijo em vez disso, até que ela se
desfaz em meus braços.

—...E eles foderam para um final muito feliz. —Sussurro


antes de pegá-la e levá-la para a minha cama, onde eu a amo mais
uma vez antes de adormecer com ela aconchegada ao meu lado, a
cabeça no meu peito.
Capítulo 31
SASHA

Um dia após a festa do Rapscallion voamos para Vancouver.


Antes de sairmos, ele fecha sua casa em Ottawa. Toda a comida na
geladeira é colocada no congelador, exceto os biscoitos de natal, que
eu resgato e levo para o meu apartamento. Voltarei em cinco dias e
pronta para digerir meus sentimentos, não tenho dúvidas.

Assim que minhas malas estão prontas, volto para a casa dele
para buscá-lo, porque vou precisar do meu carro no aeroporto
quando voltar. É um dia tempestuoso, mas os limpa-neves estão
trabalhando e o tráfego está estranhamente cooperativo.

—Não deve ter neve na costa oeste. —Tate diz, depois de


andarmos do estacionamento até o terminal de embarque.

—Eu estou contando com isso.

Ele apenas sorri.

Já fizemos o check-in, então passamos pela segurança e


depois seguimos para a sala da primeira classe. No caminho,
passamos pelo portão de embarque. Ainda não está cheio, porque
falta uma hora para o embarque, mas há uma discussão acalorada
acontecendo no balcão. Tate diminui os passos o suficiente para
absorver a cena, um passageiro irado pode atrasar a partida do voo e
ele tem um jogo amanhã.

Ele para e eu sigo seu olhar. —O que está acontecendo?

—Eu não tenho certeza. —Ele franze a testa.


Mas os passageiros não estão nada irados. No máximo, eles
parecem estar deixando de serem pacientes e é o funcionário do
embarque que tem a voz elevada.

Tate muda de direção e eu sigo.

Foda-se a sala da primeira classe. Podemos esperar no portão


e ficar de olho nessa conversa. São dois dias depois do Natal.
Ninguém precisa arruinar a tarde.

Eu coloco minha bagagem de mão em um assento perto o


suficiente para ouvirmos a conversa deles.

—Não fazemos exceções para tamanhos de bagagem de mão.


Você não deveria ter passado pela segurança. —Diz o funcionário.
Ele desvia sua atenção para o computador agora, não olhando mais
para a passageira. —Se você quiser despachar a mala maior,
podemos fazer isso. Há uma cobrança, é claro.

A passageira respira fundo. —Quanto?

Uma pergunta dolorosa e carregada. Como se houvesse uma


chance de ela não poder pagar os cem dólares, ou seja o que for.

Ela não recebe uma resposta. Em vez disso, ela continua


esperando e suspirando, e em vez de se sentar ao meu lado, Tate vai
em direção ao balcão.

Eu observo com cuidado, porque ele é provavelmente o


melhor para lidar com isso, mas ele não precisa de nenhum drama
também.

A passageira lhe dá um sorriso de desculpas. —Desculpe.

—Você está no voo para Vancouver? —Ele pergunta a ela.


—Temos muito tempo antes de embarcar, não se preocupe.
A pessoa da equipe estende a mão. —Cartão de embarque.

—Eu? —Tate balança a cabeça. —Eu não estou à procura


de...

—Cartão. De. Embarque.

Uau.

Tate visivelmente respira fundo e entrega seu cartão de


embarque. Eu entendo, ele não quer ser expulso do nosso voo por
alguém que tem poder de fazer isto. O funcionário dá uma olhada
no papel e revira os olhos. —A sala da primeira classe é no final do
corredor.

—Estou ciente. Eu só vim aqui para me oferecer para pagar


as malas extras dessa mulher. —Tate lhe dá um sorriso suave de não
se preocupe. —É Natal, afinal de contas.

Isso arranca outro suspiro e eu posso dizer que Tate está


ficando frustrado. Ele olha em volta, e sua atenção vai para a pessoa
sentada do outro lado da mesa. Alguém com bolsas combinando
com a mulher ao lado dele; Alguém com olhos grandes e
preocupados e um corpo muito frágil.

Uma jovem garota careca.

—É a sua filha? —Ele pergunta à mulher.

Ela acena com a cabeça. —O nome dela é Amy. Nós somos


de Langley. Viemos aqui para as festas.

—Sim, eu também. Eu estou voltando para o trabalho, no


entanto. —Ele olha em volta para mim, uma pergunta em seu olhar.

Eu concordo. Por mim tudo bem.


—Você sabe o quê, cara? —Tate se inclina no balcão e bate
os dedos para chamar a atenção do funcionário. —Eu gostaria de
trocar de lugar com essa mulher e sua filha.

Bem direto. Ele vai se dar bem quando chegarmos a sua casa
em Vancouver.

Eu me levanto, meu cartão de embarque pronto para ser


negociado. —Oi. —Digo para a mulher. —Eu sou Sasha.

—Bree.

—Você teve um bom Natal?

Bree balança a cabeça com uma expressão atordoada no


rosto.

—Eu também. E eu tenho mais alguns dias com meu amigo


aqui, longe da neve, então estou me sentindo muito sortuda.
Ficaríamos honrados se vocês ficassem em nossos lugares e tenho
certeza de que eles podem encontrar espaço para suas malas.

—Minha filha precisa trocar de roupa... Apenas no caso... E


também temos remédios e alimentos especiais.

O rosto de Tate se aperta e eu posso vê-lo acabando com a


equipe da companhia aérea, sendo um novo idiota, se isso não for
arrumado agora. Mas ele não vai dizer seu nome por aí, o que é
doce, para não chamar atenção para si.

Então talvez eu possa ajudar.

Eu gentilmente toco o antebraço de Bree. —Claro. —Eu me


viro para o cara no balcão. —Existe um mediador ou defensor de
passageiros que poderíamos ter ao telefone, talvez? Ou você pode
utilizar as orientações compassivas para viagens médicas? Eu
adoraria dar uma olhada nisso e descobrir que tipo de exceção
poderia ser feita dadas as circunstâncias.

Ele pisca para mim.

Eu sorrio suavemente. —Agora, seria ótimo.

—Não tenho certeza...

—Isso está claro. Mas eu tenho certeza, então tenha alguém no


telefone ou mude o nosso cartão de embarque. Compreendido?

Uma veia aparece em sua testa e ele aperta a mandíbula, mas


concorda. —Verei o que posso fazer.

—Obrigada.

Segundos tensos passam enquanto ele digita no teclado,


então a impressora começa a funcionar. Ele silenciosamente entrega
a Tate um novo cartão de embarque, depois para mim.

Finalmente, ele entrega a Bree dois cartões de embarque sem


olhar para ela.

Tate pigarreia.

—Ah, a sala da primeira classe é por aqui. —O funcionário


diz fracamente.

Bree balança a cabeça. —Estamos bem aqui.

Tate gesticula em direção a Amy. —Podemos nos sentar


com você até o horário de embarque?

---

O funcionário deu a Tate um assento do meio, mas eu tenho


um assento no corredor, então nós mudamos quando estamos no
avião.
Sua perna direita cai no minúsculo corredor e seu joelho
esquerdo está preso no assento à sua frente. Assentos econômicos
não podem ser confortáveis para jogadores NHL
superdimensionados.

Mas ele está sorrindo para mim. —Foi divertido.

—Você é um elfo de Natal. —Murmuro enquanto me


aconchego contra ele.

—Você suportou o grande idiota lá até o final.

—Eu tenho alguma experiência em lidar com as burocracias.

—É sexy. —Ele pega minha mão e puxa meus dedos para


que ele possa beijar minhas juntas. —Se eu puder me mexer no final
deste voo, vou te dar uma recompensa.

—Atrevo-me a perguntar o que isso poderia ser?

Ele sorri maliciosamente. —Não.

Outro passageiro senta-se do outro lado, mas ele coloca os


fones e adormece logo após a decolagem.

Nós dois ligamos o Wi-Fi e checamos o e-mail. A


universidade está fechada esta semana, então eu só tenho coisas
pessoais para responder, mas eu devo a Mabel uma resposta sobre o
marketing.

Tate conversa tranquilamente enquanto lê mensagens de


vários companheiros de equipe e seus amigos que trabalham para ele
em Ottawa.

—Dois dias depois do Natal, e Rob já está me enviando


material de caridade para considerar para o próximo verão. —Diz
ele com um sorriso carinhoso.
—Vai ser bom ter você de volta em Ottawa por um tempo.

Ele desliza um olhar de lado para mim. —Sim.

Meu peito aperta. Sentimentos. Idiotice. —Conte-me sobre


algumas dessas ideias de caridade.

Ele lista algumas delas. Torneio de golfe semiprofissional,


alugar uma arena para patinação gratuita para o banco de alimentos,
esse tipo de coisa.

Boas ideias, mas são todas locais.

—Estou surpresa que você não tenha feito algo em grande


escala, como um calendário.

—Essa é uma ótima ideia.

Eu dou de ombros. —Não foi uma sugestão, na verdade.


Apenas uma observação.

Isso não o detém. Ele se inclina, baixando a voz. —Mas eu


acho que vou fazer isso nu.

Ele não acabou de dizer nu em um avião lotado. Sim, claro


que ele disse. Eu dou-lhe um olhar cortante que ele ignora.

—Acha que vai vender? Talvez eu possa conseguir alguns


dos meus companheiros de equipe para posar comigo.

Eu engulo em seco e tento pensar em uma resposta rápida.


Pela primeira vez, estou perplexa. Tudo o que eu posso ver é
Andrushko batendo Tate na bunda com seu taco de hóquei e
nenhum deles usando mais que uma camisa.

—Talvez você possa usar meias de patinação. —Digo depois


de alguns dolorosos segundos de silêncio. Fecho meus olhos e
silenciosamente gemo. Assunto errado novamente, Sasha.
Ele ri no meu ouvido. —Ou apenas os equipamentos de
proteção. —Ele abaixa a voz, praticamente ronronando agora. Ele é
muito bom nessa voz distrair-me-com-sexo. É inaceitável.
—Estrategicamente colocados... Discos.

—Shhhh. —Exceto... —Você tem certeza de que há discos


grandes o bastante para encobrir Andrushko?

Ele ri. —Estou com ciúmes por você ter pensado no pau
dele. —Ele está mentindo. Ele não tem nada de ciumento. Quanto
mais complicada a orgia, mais feliz eu tenho certeza que ele fica.

Eu vou um pouco mais longe na provocação. —Ele é um


cara grande.

—Não tão grande.

—Anotado. —Eu pisco. —Você e seu melhor amigo safado


definitivamente vão vender muitos calendários.

—Meu o quê?

Rá. Agora quem tem a vantagem? Viro meu rosto para ele e
exagero meu sussurro. —Safado. Melhor Amigo.

—Não, isso não é assim.

—Eu acho que é. Ele bate na sua bunda com o seu taco de
hóquei a cada jogo. Você gravará isso em vídeo durante a sessão de
fotos. Bunda nua, apenas um pouco de gingado...

—Nada de gingado. Morda sua bela língua.

Eu dou a ele um sorriso perverso. —Isso vai se tornar viral.


Melhores amigos safados. Sucesso total.
Capítulo 32
TATE

Na manhã seguinte, acordo com a luz do sol que entra pela


janela e bate em meus braços também.

Meu alarme soa baixinho, lembrando que eu tenho que ir


para a arena em uma hora, mas não tenho pressa de levantar e fazer
a minha rotina habitual porque Sasha está na minha cama.

Em Vancouver.

Isso parece uma coisa importante. Mais do que ela passar


duas noites comigo em Ottawa.

—Bom dia. —Ela diz sonolenta e meu coração pula como


um filhote ansioso.

Eu beijo a pele macia atrás da orelha dela. —Boa maneira de


acordar.

—Humm. —Ela se estica contra mim e eu encho minhas


mãos com suas curvas. Ela drenou meu corpo de todas as maneiras
possíveis ontem à noite, com sua boca, suas mãos e sua boceta e eu
provavelmente deveria manter alguma energia para meu treino
matinal, mas droga, ela faz meu corpo se agitar.

—Você é tão gostosa.

Ela se arqueia contra mim e nos esfregamos assim por alguns


minutos, lentos e ousados. Isso não vai a lugar nenhum e é bom. E
quando ela ri e me empurra para longe, porque precisa fazer xixi e
escovar os dentes, eu a sigo. Eu lhe dou privacidade para a primeira
tarefa, mas depois eu a puxo para o chuveiro comigo.
O trabalho vai me manter longe dela por causa de dois jogos
nos próximos cinco dias. Jogos, além de treinos e imprensa e
reuniões de equipe.

Todos os outros segundos são nossos.

E não apenas para sexo.

—O que você vai fazer hoje? —Eu pergunto a ela.

—Vou dar uma volta ao redor e ver se consigo encontrar um


spa. —Ela pega a minha mão e desliza os meus dedos sobre os
pelinhos da sua boceta, os pelos que ela gosta de depilar de vez em
quando.

Eu esfrego meus dedos pelos lábios e em torno de seu


clitóris, mentalmente reorganizando minha manhã para dar espaço
para um orgasmo para ela. Eu vou tomar café da manhã na arena.

---

É bom voltar ao gelo com o time. Estamos todos


empolgados em jogar com Chicago hoje à noite. Eles estão fazendo
uma ótima temporada, liderando sua divisão e ainda não jogamos
contra eles.

As chances também não estão a nosso favor.

O treinador dá suas instruções curtas e diretas. —Descansem


um pouco esta tarde. E voltem prontos para lutar. Agora saiam
daqui.

Eu saio com Landvic, que aparentemente comprou um


Lamborghini no Natal.

—Que porra é essa? —Eu pergunto, apontando para a


monstruosidade amarela brilhante.
—Cale a boca e entre no seu confiável carro de mãe.

Eu aperto o alarme, fazendo minha Land Rover apitar. Carro


de mãe. Que porra de bobagem é essa? —Deixe meu carro em paz.

—Você que começou.

—Entre na sua banana e vá fazer barulho longe daqui. —


Digo, rindo.

Eu coloco o reggaeton no carro a caminho de casa e digo ao


meu SUV que eu nunca vou substituí-lo por um carro esportivo
chamativo.

Quando volto, Sasha está passando pela rua.

—Sincronia perfeita! —Ela diz. —Você teve um bom treino?

—Sim. —Eu beijo o canto de sua boca. Sua pele está fresca e
ela cheira levemente a flores e grama. —Como foi o spa?

—Incrível. —Nós entramos de mãos dadas. —Além disso, o


quanto é bom poder andar lá fora com uma jaqueta leve?

—Muito legal.

—E durante a minha massagem, descobri o que havia de


errado com o capítulo em que estou trabalhando em minha tese.

Eu abro a porta do meu apartamento. —Boa em multitarefas.


Eu aprovo.

—Quanto tempo temos antes do seu jogo?

Eu sorrio. —Preciso sair daqui a duas horas. Eu estava


pensando que poderíamos tirar uma soneca.

—Eu gosto do som disso. —Ela ronrona.


—Bom. Ah, e consegui na bilheteria um ingresso do jogo
para você.

Ela franze as sobrancelhas. —Você não precisa fazer isso.

—Por que, você não quer ir ao jogo?

—Porque eu não vou usá-lo. —Ela se aproxima e dá um leve


beijo em meus lábios.

Eu franzo a testa. Às vezes eu gosto de como ela reprime


meus esforços para sermos como um casal. Eu gosto de como ela
resiste, porque eu amo a perseguição.

Mas algo sobre isso me irrita. —Você poderia apenas dizer


que não quer ir ao jogo.

—Devo dizer isso? —Ela não está notando o meu


aborrecimento, porque seus olhos brilham.

—Você é enlouquecedora.

—Mas recém depilada, então você vai me perdoar.

Sempre. Eu vou perdoá-la sempre e não apenas porque cada


centímetro de sua boceta é minha para morder e bater e lamber e...

Suspiro.

—Completamente perdoada. Mas eu não acho que estou


errado por querer que minha namorada venha me ver jogar.

—Eu assisto todos os seus jogos. E eu não sou sua


namorada.

—Você não é?

—Não exatamente.
Isso é novidade para meu pau. —Hã.

—Recém depilada, Tate. Concentre-se nisso.

Então eu faço isso. Eu tiro a roupa dela e temos a soneca


mais animada na história dos cochilos.

Mas quando seu assento fica vazio durante todo o jogo, uma
partida que, como previsto, nós perdemos, embora apenas por um
único gol, a irritação retorna.
Capítulo 33
SASHA

Os ingressos estavam quase esgotados hoje à noite e demora


uma eternidade para sair da arena. Essa foi uma derrota difícil e eu
me sinto mal por Tate.

Eu sei que não devo me preocupar em distraí-lo, mas depois


do estado de espírito miserável que ele estava após a derrota em
New York, eu quero estar lá quando ele voltar.

Melhores planos.

Pela segunda vez hoje, ele me encontra chegando em casa e


eu estou saindo de um Uber quando ele sai do estacionamento no
subsolo.

Ele está carrancudo.

Merda.

E agora eu não posso fingir que assisti ao jogo no


apartamento dele também.

Ele não diz nada quando me aproximo. Subimos em silêncio


e a primeira coisa que ele faz é ir à geladeira pegar uma cerveja.

Ele não me oferece uma, então eu sirvo-me de uma taça de


vinho e tomo metade na cozinha, tentando descobrir o que fazer a
seguir.

Eu dou a ele algum espaço para pensar, mas também sou


uma convidada em seu apartamento e se nós não nos falarmos logo,
isso vai ficar estranho e constrangedor.
Eu encho o meu copo e vou para a sala de estar.

Ele está largado no sofá, pernas abertas, cerveja intocada.

—Eu sei que você teve um jogo difícil.

—Eu não estou chateado com o jogo, Sasha.

A maneira como ele diz meu nome me faz parar. —Ok.

Ele não olha para mim. —Onde você estava?

Oh. Eu suspiro. —Eu estava lá.

—Não, você não estava.

—Eu estava.

—Eu procurei por você.

—Eu não estava naquele lugar. Eu comprei meu ingresso no


fundo.

Ele franze a testa, finalmente focando seu olhar no meu


rosto. Ainda chateado. —O quê?

—Eu não gosto do holofote.

—Ninguém teria prestado atenção em você.

Eu dou de ombros. —E eles prestam ainda menos atenção


em mim quando estou nos assentos do fundo.

Ele move sua mandíbula para trás e para frente enquanto


olha para mim. Menos chateado, apenas cansado agora. —Quando?
Você já fez isso antes?

—Em New York.


Ele suspira, exalando áspero e forte. —Merda, Sasha. Por que
você não me contou?

—Porque... —Eu paro. Eu não sei porque. Por causa da


história complicada e estranha. —Eu sempre avisei que não sou uma
garota fácil para namorar.

—Isso é bobagem.

—Eu sinto muito.

Ele estende o braço e eu vou até ele, abaixando meu copo.


Ele beija o topo da minha cabeça. —Não foi uma derrota ruim hoje
à noite. Nós nos empenhamos contra o melhor time da liga. Tudo
bem.

Agora eu me sinto um lixo. Eu realmente sinto muito que eu


não possa ser o que ele quer, que eu não possa entendê-lo...
Pensando bem, eu acho que vejo como ele queria que eu fosse ao
jogo hoje à noite de uma maneira real, ele não estava apenas sendo
educado. —Eu vou ao próximo jogo se você quiser.

—Você não precisa.

—Espere, deixe-me reformular. Eu adoraria sentar mais


perto do gelo no próximo jogo.

Ele aperta meu ombro. —Eu posso te encontrar um assento


no meio, acima do banco.

De todas as maneiras que eu sou uma namorada terrível, Tate


é um namorado dos sonhos. Compromisso é o nome do meio dele.
Eu rastejo em seu colo e levanto a mão segurando a garrafa de
cerveja. —Eu não mereço você. Mas você é o melhor.

---
—Você. É. O. Pior.

Tate apenas ri de mim e balança no ar os patins que ele me


comprou, um presente extra de Natal, aparentemente. —Vai ser
divertido.

—Eu não entendo. Estou aqui para uma semana inteira de


sexo intenso. Ninguém disse nada sobre ter arranhões.

—Eu pensei que você estivesse aqui para me visitar e


aproveitar comigo toda a diversão na costa oeste que eu poderia
imaginar. —Sua voz soa com risadas mal contidas. —E eu comprei
o seu equipamento de proteção combinando.

Eu vejo isso. Não estou impressionada. Então, entrei numa


fria. —Estou aqui por causa da sua língua. E seu pau. Não diversão
recreativa.

Tate se aproxima. —Você voou por todo o país porque não


se cansa de minha destreza atlética dentro e fora do...

—Eu realmente estou aqui apenas para os orgasmos, eu juro.

—Você diz as coisas mais doces.

—Então devemos ficar nus.

—Não.

—Tate...

Ele sorri maliciosamente. —Está ensolarado de novo e o


treinador me deu o dia de folga, mas eu preciso descansar um
pouco. Eu prefiro fazer isso com você. Vamos andar de patins.

Eu olho para as joelheiras. Elas são fofas.


Ele coloca os patins no chão e se aproxima, baixando sua
cabeça para dar beijos macios e provocativos ao longo do meu
queixo. —Por favor, Sasha...

E porque ele é o melhor e o pior, vamos patinar pelo Seawall


em torno do Stanley Park.

As vias estão cheias, o que faz sentido, já que é um dia


ensolarado, mas não temos pressa, então patinamos calmamente. Os
patins que Tate comprou para mim são incríveis, tenho que admitir.

Além disso, a vista ao longo do caminho é de tirar o fôlego.


O horizonte de Vancouver surge à nossa direita, através de uma
enseada, e as montanhas além parecem se estender para sempre.
Nós seguimos nosso caminho ao longo da via, evitando patinadores
mais lentos e sendo ultrapassados por ciclistas. A Ponte Lions Gate
aparece à vista e me lembra um pouco da Ponte Golden Gate em
San Francisco. Eu olho com surpresa para o tamanho dela enquanto
passamos por baixo. Os suportes da ponte suspensa são enormes.

O destaque do Seawall para mim, porém, é o Siwash Rock32,


que Tate aponta. É uma pedra alta saindo da água a poucos metros
do quebra-mar. E tem uma árvore crescendo no topo, parecendo-
me um pouco com o cabelo do Sideshow Bob33 de Os Simpsons.

—Você é um verdadeiro guia turístico de Vancouver agora.


—Digo a ele quando voltamos ao seu Land Rover.

32

33
—Espere até eu te impressionar com o meu conhecimento
local de sushi.

—Ah, é?

—Estamos indo para este lugar incrível em Kits. —Ele pisca


para mim. —Kitsalano.

Eu mostro minha língua para ele. —Eu percebi isso.

Durante o almoço, que é incrível e melhor do que qualquer


sushi que eu comi nos últimos anos, ele me conta sobre a adaptação
à vida na costa oeste. Não são apenas nomes abreviados para locais
e um clima diferente. Ele também está vivendo sozinho, bem e
verdadeiramente, pela primeira vez... Na vida.

—Eu sei o que é isso. —Eu me vejo contando a ele tudo


sobre o meu primeiro ano em Ottawa. Como eu resisti a ir para casa
nos feriados, porque eu estava preocupada que eu ficaria nostálgica.
—Eu nunca fiquei, no entanto.

Ele concorda. —Certo. Foi diferente para mim, eu acho. Eu


fiquei com saudade um pouco demais no começo. Mas me ajustei
agora. Eu estou realmente amando esta cidade. —Ele pega minha
mão e aperta meus dedos. —Embora eu gostaria de ver você com
mais frequência.

O olhar em seu rosto é muito sério. —Vamos. Vamos para


casa e tirar uma soneca.

Soneca. Melhor eufemismo de todos.

---

Mais tarde naquela noite, enquanto estamos revigorados no


sofá, navegando no menu da Netflix, Tate me lança um olhar
curioso.
—O quê?

—Nada.

Eu arqueio uma sobrancelha. Uhum.

Ele sorri. —Ok. Eu não ia dizer nada, mas… O time está


dando uma festa de Ano Novo para os jogadores e a equipe.

Eu sei exatamente para onde isso está indo e eu não vou


fazê-lo perguntar. —Sim.

—Está tudo bem se você não quiser ir e se você estiver


disposta, não precisamos ficar muito tempo. Basta fazer uma
aparição, dar uma volta pelo salão e apertar algumas mãos, espere, o
quê?

—Sim. Eu irei. Mas se chegarmos tarde e sairmos mais cedo,


ficarei até mesmo um pouco animada.

—Você virá ao meu jogo amanhã e será meu encontro para a


noite de Ano Novo na noite seguinte? —Tate entrelaça seus dedos
com os meus. —O que eu fiz para ter tanta sorte?

—Você me entendeu.

Ele ri e cai em cima de mim. —Eu vou te beijar à meia-noite


e haverá fogos de artifício, Sasha. —Ele promete enquanto mordisca
e beija meu pescoço.

—Estou contando com isso. E eu espero que você ganhe


amanhã, a propósito.

Ele acena com a cabeça sobriamente. —Claro.

Na noite seguinte, enquanto eu assisto do assento que ele


sabe que estou sentada, ele faz exatamente isso. E ele faz um hat
trick.
No gelo e, novamente, depois que voltamos para a casa dele.
Capítulo 34
TATE

Depois que Sasha volta a Ottawa, partimos para uma viagem


que não começa bem. Simec sofre uma lesão em Montreal,
deixando-o fora dos próximos jogos. Onetti se junta a nossa linha,
mas ele não entende Moore e eu como Simec e não pontuamos até
chegarmos a Columbus. Uma vitória nos dá força e nós ganhamos o
próximo jogo contra o Washington, com dois gols que eu marquei
naquela noite.

Mas o próximo jogo, em Minnesota, é outra derrota e nos


encontramos no meio de janeiro, ainda subindo na classificação da
divisão, como os azarões determinados.

Há uma narrativa crescente na mídia de que algo está errado


com a equação básica de nossa equipe. Até agora, fizemos um bom
trabalho em nosso vestiário de ignorar isso, porque não é verdade.
Quando ganhamos, parece certo. Nós ganhamos quando jogamos
bem. E quando não jogamos bem, não ganhamos, o que significa
que podemos corrigir isso.

Mas estamos ficando sem tempo.

Andrushko é indicado para a equipe All Star, o que é muito


bom para elevar o moral. E ele merece isso, nossa defesa tem sido
primordial quando estamos jogando mal. Ainda estamos perdendo
jogos com a mesma frequência que ganhamos, mas nunca por
muito. Um gol, às vezes dois.

Chegamos em Banff para alguns dias de descanso necessários


entre nossos jogos em Minnesota e Edmonton e a primeira coisa
que faço é ligar para Sasha.
A semana de Natal e Ano Novo me estragou. Passar um mês
sem vê-la é uma tortura.

—Eu ainda estou na universidade. —Ela avisa. Código para


não ser inapropriado.

—Eu tenho que sair para jantar em breve, de qualquer


maneira.

—É bom ouvir sua voz. —Ela diz suavemente. —Diga-me


algo divertido.

—Vamos esquiar amanhã.

—Legal!

—Sim. Esquiar é uma boa alternativa ao treino habitual,


apesar de nossos seguradores terem muitas restrições sobre onde e
como podemos esquiar. E então, provavelmente, acabaremos
passando a maior parte da tarde de amanhã relaxando no chalé.

Ela ri. —Isso parece realmente difícil.

—Eu diria que você deveria voar até aqui, mas é uma coisa
apenas da equipe.

—Estou sobrecarregada, de qualquer maneira. Meu comitê


de dissertação não sabe fazer nada sozinho, é ridículo. Eu pensei
que eles estariam me ajudando, mas é o contrário. Eles não podem
escolher uma data para se encontrar sem vinte e sete e-mails que
terminem com ―Sasha pode ajudar a resolver isso?‖ Não, Sasha não
pode, pois ela está escrevendo o último capítulo de sua análise...
Exceto, é claro, que posso e faço e cada dia que passa fortalece meu
desejo de sair da universidade.

Ela respira fundo e eu digo a ela para fazer isso de novo.


—Apenas para garantir.
Eu recebo um gemido delicado no meu ouvido por isso.

—Quando você comeu pela última vez? —Eu pergunto a ela.

—Eu comi cereal no café da manhã.

Olho para o meu relógio. —São quase sete para você! Vá


encontrar alguma comida. Ligue para Ellie, veja se ela quer.

—Essa é uma boa ideia. Ok, eu vou. Não se machuque


amanhã.

—Eu não vou. Tenho que ficar bonito para quando eu te ver
em duas semanas.

—E não se divirta muito também. Lembre-se, estou


miserável aqui.

Eu dou risada. —É a promessa mais fácil de fazer. Eu não


vou me divertir. Isso é uma coisa do trabalho, não importa como
eles se vestem. Um dia de treinamento como outro qualquer.

---

Talvez não completamente como em qualquer outro dia de


treino, penso enquanto assisto nossos treinadores físicos prepararem
um exercício de formação de equipes no topo de uma montanha. As
pistas também estão abertas para outros esquiadores e nós
chamamos alguma atenção.

Fico sempre feliz em posar para fotos com fãs, então,


enquanto observamos as linhas defensivas passarem pelo exercício,
eu cumprimento as pessoas e digo X até minhas bochechas doerem.

Então é a nossa vez. Como linha, Moore, Onetti e eu


precisamos fazer esqui atravessando um minicircuito de obstáculos,
em um conjunto personalizado de esquis feito para três pessoas.
Dois esquis, seis pinças.

E nós não temos permissão para falar. Precisamos observar a


linguagem corporal um do outro e, em dois pontos de troca, alternar
o líder.

É mais difícil do que aparenta e parece loucura.

Quando terminamos, com o segundo tempo mais rápido,


superado apenas pela linha de Andrushko, estamos encharcados de
suor. Mas também estamos trabalhando melhor, o que é o ponto.

Aparato completo para os treinadores.

O treinador nos reúne em grupo para preparar o próximo


exercício e depois temos que esperar de novo.

Simec, como esperado, encontrou um grupo de jovens


gostosas para se enterrar. Ele acena para mim. Eu agarro Onetti,
porque ele merece uma recompensa por ser a estrela do time, e vou
para ser educado.

Três horas depois, quando voltamos ao chalé, meu celular


está explodindo porque uma foto minha cercada por modelos da
Victoria's Secret chegou às mídias sociais e os fãs estão adorando.

Porra.

Droga, droga, droga, droga.

Eu abandono minha cerveja e me desculpo. —Eu vejo vocês


no jantar.

Sasha atende no primeiro toque. —Olá.

—Oi. —Eu estremeço.


—Você se divertiu hoje.

—Na verdade, não.

—Eu te disse para não fazer isso. —Diz ela suavemente.


—Eu estava brincando, claro. Mas você tinha que se divertir tanto
assim?

—Eu juro que não foi divertido.

—Você foi esquiar com modelos da Victoria’s Secret.

Eu fui esquiar e aconteceu de haver modelos nas encostas ao


mesmo tempo. Eu começo a me sentir incomodado, porque
enquanto eu sinto falta dela como um louco, isso só faria diferença
se Sasha fosse minha namorada. E duas semanas atrás, ela fez
questão de deixar claro que ela não é. —Com ciúmes?

—Não.

—Mentirosa.

—Eu não vou transar com você de novo até que você faça o
teste.

—Mas você vai transar comigo novamente. O que é bom,


porque eu não estou interessado em afundar em qualquer boceta
que não tenha uma ligação direta com sua boca inteligente. Sério.
Não passou pela minha cabeça. Eu só quero você. Eu só tenho
olhos para você.

—Nós não falamos sobre ser exclusivos.

—Nós não falamos sobre muitas coisas, mas elas


aconteceram de qualquer maneira. Somos exclusivos. Não há mais
ninguém. Eu nem sabia que eram modelos e no segundo em que
peguei meu celular e vi a foto, liguei para você.
Ela suspira. —Eu não gostei de ver isso.

—Eu sei. Sinto muito.

—Eu não quero me importar com elas.

Eu também entendo isso. —Ninguém consegue criar as


regras para nós, apenas nós. O drama externo não nos toca. Nada
nos toca. Isso é sagrado. Você e eu. Ignore todo o resto.

—Eu também só tenho olhos para você. —Ela sussurra. —


Eu só vejo você.

Eu gosto do som disso. —Nunca duvide que o sentimento


não é mútuo. E se você quiser que eu faça o teste, eu vou.

Ela faz um murmúrio. —Talvez.

—Se eu fizesse, poderíamos abandonar os preservativos.


—Eu quero estar dentro dela. Nu. Pele com pele.

—Isso é um risco desnecessário.

—Você está tomando pílula.

—Eu gosto da proteção dupla.

—Eu vou tirar. Nada de errado em gozar na sua pele. Isso é


excitante também.

Ela ri apesar de si mesma. —Você é tão safado.

—Isso é um talvez?

—Isso é um... Eu não sei. Sim. Talvez. Faça o teste e nós


veremos.

Cacete. —Ok. Considere isso feito. Enviarei os resultados


por e-mail assim que recebê-los. —Mas eles não terão infecções. Eu
nunca fui descuidado e estou feliz que Sasha pode ser a minha
primeira vez para isso.

—Tate... —Sua voz é baixa e suave e eu quero estar do outro


lado do país com ela.

—O que foi?

—Você tem que ir fazer alguma coisa com a equipe?

—Não. O jantar é daqui a pouco, mas eu sou todo seu até lá.

Ela fica em silêncio por um longo período. Então ela suspira.


—Eu deveria falar sobre o meu ex.

—Se você quiser. Mas eu não preciso saber.

—Talvez eu precise dizer em voz alta. Fazer isso deixar de


ser um grande problema na minha cabeça.

—Certo.

Ela me fala sobre um idiota chamado Brian. Um jogador de


basquete profissional que eu conheço vagamente mais por chamar
atenção do que ter conteúdo. —Não estávamos juntos há muito
tempo, cerca de três meses, mas nesse tempo, meu nome sempre
aparecia nas colunas de fofocas e os fotógrafos me procuravam nos
eventos. Acontece que ele estava me usando porque os escândalos
mantinham o perfil dele. Foi estúpido e sem pensar nas
consequências e, no final do nosso relacionamento, ele estava
namorando abertamente outras pessoas. O último escândalo foi ele
terminando comigo por um vídeo de paparazzi. Deixei-o
interromper minha primeira tentativa no meu MBA e tive que
recomeçar no ano seguinte em outra faculdade. Eu sei que você não
é nada parecido com ele, mas é por isso que sou muito cautelosa em
ter uma vida pública. Não é preciso muito para alguém distorcer sua
imagem.
—Eu nunca farei isso com você.

—Eu sei. —Mas a voz dela ainda é baixa. Eu não sei se eu já


ouvi ela assim.

—Não falta muito para você vir me visitar novamente, certo?

—Sim. Eu estarei em Vancouver a tempo para o All Star


Break.

Eu quero ficar no telefone a noite toda. Foda-se o jantar.


Foda-se o trabalho em equipe. Estou trabalhando em um time de
dois aqui.

—Eu deveria deixar você ir.

—Não.

Ela respira fundo. —Sim. E tenho trabalho a fazer. Sempre.

—Me ligue mais tarde.

—Você me liga.

—Eu vou.

—Bom. —Agora eu posso ouvir um riso em sua voz. E ela


desliga primeiro, o que é melhor. Eu provavelmente teria
continuado assim para sempre.
Capítulo 35
SASHA

Uma semana depois, aterrissei em Seattle para a minha


conferência. Segunda à noite saio para jantar com um casal de
professores de Empreendedorismo do curso de Negócios da
Universidade de Washington.

Falamos sobre aulas de microcrédito de nações em


desenvolvimento até que o restaurante esteja quase fechando e me
sinto muito tentada pela sugestão implícita, se eu estiver interessada,
de que eu provavelmente poderia voltar para uma palestra.

Fazer um trabalho duro de coautoria em um artigo.

Visitar novamente e conhecer mais professores.

Conseguir uma oportunidade para um trabalho em potencial.

Em Seattle.

Quando volto para o hotel, tenho vários e-mails para


verificar. O dono da loja de lingerie que eu dei suporte no centro de
Ottawa tinha um fotógrafo boudoir34 sondando para fazer uma
parceria. Eu poderia estar interessada em encontrar com ele?

Eu não sei. Talvez.

34
A fotografia Boudoir é um estilo fotográfico que apresenta imagens íntimas, românticas e, às vezes,
eróticas de seus objetos em um estúdio fotográfico, ambiente de quarto ou camarim privativo,
destinado principalmente ao prazer privado do sujeito e de seus parceiros românticos.
Mabel encontrou um fabricante em Quebec para montar seus
kits de sala de fuga35 da Weirdaker Games completos, com uma
chave de fenda.

Eu amo isso. Eu digo a ela para guardar uma para mim


quando eu voltar.

E quando estou prestes a limpar minha caixa de entrada para


zero mensagens não lidas, uma nova é exibida.

Uma nota de agradecimento pelo jantar.

Eu digito a resposta imediatamente.

Dr. Ali,

Eu que deveria estar te agradecendo. A conversa desta


noite ajudou a esclarecer alguns dos meus pensamentos
sobre autonomia de reinvestimento. Estou ansiosa para
explorar isso por e-mail, como você mencionou. Pode haver
um artigo sobre isto para nós.

Desejo-lhe o melhor.

Sasha Brewster

Meu celular toca quando eu envio. Olho para a tela e sorrio.


—Você está em casa?

Tate boceja. —Sim. Chegamos em casa ontem à noite, na


verdade. Eu dormi a maior parte das últimas vinte e quatro horas.
35
O jogo consiste num grupo de duas a cinco pessoas que têm de tentar resolver um determinado
enigma e sair de uma sala onde estão fechados em 60 minutos
Acabei de acordar de outro cochilo. Oh, merda, eu não percebi que
era tão tarde, me desculpe.

—Não, não é tão ruim. Eu estou em Seattle, lembra?

—Não acredito! É sério? Eu sabia disso?

—Eu pensei que soubesse. —Eu dou risada. —Esqueci de te


contar isso? É por isso que eu poderia ir ao All Star Break. Estou
apenas a alguns quilômetros de distância. Eu vou voar no final da
semana.

—Excelente. Conte-me sobre esta conferência.

—Não é provável que haja modelos da Victoria Secret.

Ele bufa. —Audições para o Magic Mike36 3?

—Mais como The Wolf of Wall Street37. Eu gosto do meu


pedacinho no mundo dos negócios, mas em geral... —Droga. Isso é
um bom lembrete antes de eu ficar muito empolgada com o grupo
da Universidade de Washington. —De qualquer forma, são muitos
ternos. Você os veste melhor.

—Com certeza eu visto. Acho que é sua vez de me contar


uma história para dormir, você não acha?

—Claro. —Eu me atrapalho com uma fantasia de boquete


desleixada e nós dois gostamos, mas a coisa real será ainda melhor
em poucos dias.

---

Na noite seguinte, assisto ao jogo enquanto como macarrão


para viagem no meu quarto de hotel.
36
Magic Mike é uma comédia dramática dirigida por Steven Soderbergh e estrelada por Channing
Tatum, Alex Pettyfer, Matthew McConaughey e Matt Bomer nos papéis principais
37
O Lobo de Wall Street
Eles perderam. Antes de eu acompanhar esta temporada tão
de perto, não percebi quantos jogos eles não ganhariam.

Isso deve ser uma verdadeira foda mental. Talvez eu pergunte


a Tate sobre isso assim que a temporada acabar.

No final do jogo, deixo a TV ligada para ouvir os


comentaristas discutirem a posição dos Lumberjacks na divisão. Eles
estão em quinto lugar, mas a apenas dois pontos do quarto, e
aparentemente alguns jogos podem fazer toda a diferença. Mas eles
precisam subir de posição em breve, ou vão acabar muito longe da
zona de classificação do campeonato por uma chance de vaga das
finais.

O que é mais informação do que eu jamais imaginei que


saberia sobre estatísticas de hóquei.

Eu rastejo para a cama com meu celular e leio sobre as


eliminatórias até meus olhos ficarem coçando e as palavras ficarem
borradas na minha frente.

---

Eu apresento meu modelo na manhã de quarta-feira, depois


assisto à apresentação do Dr. Ali à tarde. Eu verifico meu e-mail no
intervalo e há uma mensagem de Tate.

De: Tate Nilsson

Para: Sasha Brewster

Assunto: Para sua referência: resultados de exames de sangue


(NSFW38)

Eu sei que não devo abrir o e-mail em público. Eu me


escondo em uma sala vazia e clico nele.
38
Não seguro para ver no trabalho.
Em anexo tem um PDF escaneado de seus resultados de
exame de sangue.

E incorporado no e-mail está, como prometido, uma imagem


GIF não-seguro-para-trabalho de sexo apoiado na parede.

A bunda do ator pornô é quase tão boa quanto a do Tate e eu


mordo meu lábio enquanto assisto a pequena animação. Impulso,
impulso, impulso…

Ok. Aceito.

Eu fecho isso e navego para uma nova janela do navegador.


Se houver um voo decente hoje à noite, vou embora assim que as
sessões terminarem esta tarde.

E talvez eu não me importe com o custo do voo...


Capítulo 36
TATE

Sasha: Você vai sair hoje à noite? Talvez eu só consiga


te ligar muito tarde.

Tate: Não. E eu tirei um cochilo hoje, então vou ficar


acordado até tarde. Ligue quando quiser.

Estou assistindo às gravações do jogo, um pouco depois da


meia-noite, quando a campainha do interfone toca.

Eu reviro meus olhos e ele para. Espero que quem quer que
seja, não incomode muitos outros moradores antes de encontrar o
apartamento certo.

Um minuto depois, porém, ouço alguém tateando a porta,


então uma chave desliza na fechadura.

Eu estou de pé quando ela se abre.

Mas não é um amigo de um vizinho bêbado.

É Sasha.

—Oi. —Ela diz em uma respiração exalada, sorrindo para


mim. Ela deixa cair a bolsa no chão e segura a chave reserva que eu
lhe dei no Ano Novo. —Ainda bem que guardei isso. Você não
atendeu o interfone.

—Eu nunca atendo. —Atravesso a sala em três passos


rápidos e a levanto, girando-a ao redor enquanto ela ri. —Minha
quarta-feira ficou bem melhor. O que você está fazendo aqui?
—Eu vi seu e-mail.

Deixo de lado absolutamente todo o resto entre nós, inveja,


distância, medo, ainda aprendendo até onde podemos confiar um no
outro, quando digo a Sasha que meu exame de sangue está livre de
infecção e ela pega um avião para que eu possa transar com ela.

Isso significa alguma coisa.

Talvez signifique algo pervertido, mas significa alguma coisa.


Eu vou aceitar isso, porra.

—Você recebeu meu e-mail.

—Sim.

—E você veio direto.

—Eu estava nas redondezas.

—Você estava... —Eu dou risada enquanto nos viro na


direção do meu quarto. —Sua linda pequena mentirosa. Você pegou
um avião pelo P.

—Não, se você vai chamá-lo assim.

—A R nua, apenas para você, sem nada.

—Ninguém chama isso assim.

—O C duro como pedra e com a pele aveludada.

—C?

—Cacete. Rola. Pau. Você quer isso. Você quer isso tanto.
Você...
—Eu quero você. —Ela sussurra quando paramos na porta
do meu quarto. —Toda a porra do tempo. O que você fez comigo,
Tate Nilsson?

Eu seguro a bainha de sua camisa, meu pulso acelerando.


—Eu não sei.

Ela me dá um sorriso trêmulo enquanto ergue os braços e eu


tiro sua camisa. Despi-la nunca foi tão assim, como desembrulhar
um presente.

Eu aproveito meu tempo com seus jeans. O botão primeiro,


meus dedos roçando na barriga dela, depois o zíper. Ela está usando
calcinha azul e meu pau dói por vontade de estar dentro nela.

Carne nua. Sasha totalmente exposta.

Eu puxo-a para mais perto e beijo-a, puxões suaves dos meus


lábios enquanto trago suas mãos para o meu cós.

Eu quero que ela me desembrulhe também.

Por favor, deixe-me ser um presente para você também.

Em vez de empurrar o meu moletom pelas minhas pernas,


ela puxa o cós para trás apenas o suficiente para deslizar a mão para
dentro. Eu estremeço quando os dedos dela envolvem meu pau
pesado, deixando meu corpo ansioso.

Ela me acaricia enquanto o cheiro do meu sexo sobe entre


nós. Pele limpa, mas abaixo disso, um aroma almiscarado de
rusticidade.

Nada entre nós esta noite.

Meu perfume em sua pele. Seu cheiro na minha.


Eu brinco com o cabelo dela enquanto ela desliza a palma ao
longo do meu pau, enquanto ela segura minhas bolas suavemente
antes de cair de joelhos e engolir a cabeça inchada e brilhante em
sua boca.

—Ah... —Eu deixo cair meu queixo e fixo meu olhar no dela
enquanto ela olha para mim. —Você gosta do meu sabor? Pau
grande em sua boquinha.

Ela balança a cabeça e eu entrelaço meus dedos nas mechas


marrons douradas roçando suas bochechas.

—Engula-me até o fim. Tome o máximo que puder. Porra,


sim. Isso vai estar dentro de você em breve. Você é toda minha,
Sasha. E sou todo seu. Cada centímetro. Seu para fazer o que quiser.

Ela se abre mais e desliza a língua contra o ponto sensível sob


a base, em seguida, pressiona um beijo delicado até a ponta. —Eu
quero tudo. —Ela murmura enquanto se levanta.

Nós caímos na cama e rolamos. Eu beijo seu pescoço, seus


peitos, desço pelo seu abdômen, até chegar à sua boceta. Então eu
deslizo minha língua entre os lábios e sinto a doçura escorregadia
que diz que ela está pronta para levar meu pau dentro dela.

Eu abro suas pernas, expondo cada centímetro de sua boceta


macia e pronta. Um presente que eu apreciarei até que ela esteja
prestes a explodir.

Quando eu me inclino de volta ao seu corpo, ela levanta seus


quadris para me encontrar e nos encaixamos perfeitamente.

Boceta molhada, pau duro. O corpo sabe o que quer e meu


corpo quer estar dentro dela com nada mais. Meu pau incha quando
ela roça ele contra sua abertura molhada e seu clitóris.
Ela ofega um grito irregular e perfeito toda vez que seus
quadris descem e seu ponto sensível entra em contato com a minha
ereção.

Porra, eu poderia gozar assim. Esfregar contra ela e jorrar em


sua barriga.

Mas eu quero mais, então eu seguro firme em seu quadril e a


mantenho imóvel.

—Shhh. —Eu a incito quando me levanto de joelhos e


esfrego a cabeça do meu pau em sua entrada. A última coisa que
vejo antes de nos unir é uma gota de pré-sêmen na ponta inchada.

Eu deslizo nela, colocando aquela gota da minha semente


dentro. Ela grita e agarra-se a mim. Eu empurro novamente, me
recuperando do calor macio e úmido dela. Pau grande, boceta
apertada. Fundo, os pensamentos animalescos guerreiam com as
realizações mais calorosas e doces à medida que começamos a nos
mover juntos em uníssono.

É um sexo emocional gentil, lento e louco e eu nunca quero


que isso acabe.

—Isso é... —Não há palavras.

—Eu sei. —Ela entrelaça os dedos no meu cabelo enquanto


segura nossas cabeças próximas. Sua respiração é quente contra o
meu rosto, seus olhos apertados enquanto seu corpo se move
necessitado com o meu. Seus mamilos duros roçam no meu peito e
eu empurro novamente, querendo seu seio na minha mão. Eu pego
um peito e puxo a ponta com os dedos. Há um aperto dentro dela
em resposta e eu faço de novo.

Seus olhos se abrem e ela solta um som baixo e agudo.


A tensão aumenta dentro de mim enquanto eu sustento seu
olhar e empurro novamente. Eu penso em sua boca, sua bunda, suas
palavras suaves e sua perfeita ousadia. Eu persigo todas as diferentes
Sashas girando em meus pensamentos e a muito real em meus
braços. Eu a monto com força até que ela goza embaixo de mim,
então eu empurro uma última vez enquanto meu próprio orgasmo
toma conta.

Eu puxo para fora quando o primeiro choque vem de dentro


de mim e me acaricio com força pelos jorros restantes. Minha porra
cobre o vinco entre o quadril e a perna e sobe até a barriga trêmula.

Enquanto me agarro em cima dela, recuperando o fôlego, ela


se abaixa e passa o dedo pela trilha onde eu a marquei. Lentamente,
com graça de um gato, ela traz para a boca e lambe a ponta do dedo.

Porra.

A cabeça do meu pau está doendo e sensível ao toque, mas


eu continuo acariciando, porque no fundo sinto o ressurgimento
inconfundível da excitação.

—Faça isso de novo. —Rosno. —Lamba minha porra.

Ela arqueia debaixo de mim e morde o lábio, mas não move


as mãos.

—Sasha.

—Faça-me. —Ela sussurra.

Oh, tenha misericórdia. Meu pau tensiona quando rolo para o


meu lado. Eu me sustento no meu cotovelo e com a mão livre, eu
toco a mancha molhada do meu prazer em sua pele. Vinte anos de
sexo e eu nunca gozei na pele de uma mulher.
Vinte anos e eu nunca quis. Eu aprendi desde cedo que você
embrulha. Ponto final, sem exceção, ou você corre o risco de ter
uma criança aos dezesseis anos em vez de ser procurado pela NHL.

Decisão fácil.

E depois foi pela constante ameaça de um processo de


paternidade, que graças a Deus, eu nunca tive ninguém que tentou.
Sem dúvida, os preservativos têm sido meu melhor amigo.

Mas com Sasha, isso não é assustador.

Um aperto novo e desconhecido começa dentro do meu


peito e tocá-la não é suficiente.

Eu rastejo para baixo na cama, enquanto vou beijando e


chupando sua pele. Seus mamilos, suas costelas, seu quadril.

Eu me estabeleço entre suas pernas e inspiro o cheiro familiar


que é exclusivamente dela e totalmente viciante.

Há uma nova camada agora. Adstringente e ousada, uma


acentuada contra a sua naturalmente doce.

Meu gozo em sua pele.

Minha marca.

Meu perfume.

Eu não quero que ela o lave nunca. Eu não posso dizer isso a
ela. Ela vai me fazer usar preservativo pelo resto da minha vida.

Para o...

Meu coração bate contra minhas costelas e eu pressiono


minha boca na doce suavidade dentro da coxa dela.

Ela está usando meu perfume. Ela é minha. Para sempre.


Eu chupo sua carne. Eu te amo. Deus, é a hora errada para
perceber isso.

Eu quero você para sempre.

Eu preciso de você também.

Seus dedos se prendem no meu cabelo, puxando. —Estou


uma bagunça. —Ela sussurra.

Porra, certo. Minha bagunça. Minha mulher.

Eu viro minha cabeça e cubro seu monte com minha boca.


Eu vou limpá-la. Cada centímetro.

Minha.

Eu te amo.

Que porra eu vou fazer com essa nova informação


estupidamente óbvia?

Lambê-la e guardar meus sentimentos para outro dia. Isso é o


que eu vou fazer.

Eu passo minha língua sobre sua pele nua, e uma vez que ela
está toda limpa, eu a cubro com meu corpo e a deixo bagunçada de
novo.

Eu não posso dizer a ela que a amo, mas posso colocar meu
perfume no fundo de seu corpo. Nós temos mais uma semana
juntos. Eu farei isso todos os dias. Ela pode voar para casa com a
minha marca em sua pele.

E quando a temporada acabar, falaremos sobre o que vem a


seguir.

---
Ela vem ao meu jogo na noite seguinte, o último antes do All
Star Break, e senta-se mais perto dos assentos VIPs desta vez.

Depois, ela me encontra no salão onde encontramos nossos


convidados depois dos jogos e Andrushko vai direto para ela.

—Amiga do Tate. —Diz ele estendendo a mão.

Sasha pega e aperta o suficiente para que eu possa ver os nós


dos seus dedos ficando brancos.

—Companheiro de equipe do Tate. —Ela responde.

—Você estava aqui no Natal. E agora de novo? Tate é um


amigo sortudo.

—Eu estava em Seattle a trabalho. Apareci para ver um jogo.


—Ela estica a verdade tão casualmente, que eu mesmo quase
acredito. —Você vai para a equipe All Star, certo? Quando você vai?

Eu suavemente interrompo e sugiro irmos embora. —Vamos


jantar. —Digo não me desculpando a Andrushko.

Ele pisca para mim.

E quando nos afastamos, Sasha revira os olhos. —Por que


ele está se divertindo comigo?

—Você é bonita. Ele acha engraçado que você o responda da


mesma forma.

—Não é da conta dele o porquê estou aqui.

Eu franzo a testa. —Eu acho que ele está apenas jogando


conversa fora. —Para alguém que é esperta de tantas maneiras e
pode ler estranhos como um livro, Sasha tem um ponto cego
quando se trata de atletas profissionais. Como se ela sempre
assumisse o pior.
Por um bom motivo, eu me lembro. Ela foi enganada antes.

—O que você quer para o jantar?

Ela me dá um sorriso brilhante que afasta tudo da minha


mente. —Você é o especialista local agora. Você escolhe.

---

Estamos preparando o café da manhã no sábado, quando o


celular de Sasha toca. Ela olha para a tela, se desculpa e vai para o
meu quarto para atender a ligação.

Eu corto o abacate e o tomate enquanto espero que ela volte.


Os ovos levarão apenas alguns minutos e eu não sei quanto tempo
essa conversa vai demorar, então eu vou esperar até que ela esteja
pronta para começar a preparar.

Nós poderíamos fazer mais uma xícara de café. Eu começo a


fazer, então tiro os ovos da geladeira.

Eu me pergunto quantos ela quer. Tento pegar alguma dica


do outro cômodo, se ela está encerrando a conversa. Algumas
palavras filtram pela porta parcialmente fechada. Honrada e
oportunidade. Costa oeste. Pedido.

Eu franzo a testa e me aproximo da porta.

—Eu não estava esperando uma conversa tão direta neste


momento. —Ela continua. —Sim, foi uma discussão fascinante.
Concordo. Seria ótimo trabalharmos juntos. Muito obrigada por ter
me procurado. Eu vou considerar seriamente a oferta.

Eu fico lá, no meio de uma sala de estar que não parecia ter
vida até que ela chegou, em uma cidade na qual sempre me senti
muito longe de casa, mas começou a parecer como a minha quando
eu a mostrei para ela. Meus pensamentos ainda estão se recuperando
quando ela sai do quarto.

Ela começa como se estivesse surpreendida de me ver ali de


pé. —Tudo feito. Desculpe.

—Quem era?

—Alguém que conheci na conferência em Seattle. Um


professor da Universidade de Washington.

Eu espero que ela me diga mais alguma coisa.

Ela não diz.

Eu concordo. —Certo.

Ela olha para mim. —Oh, bom, mais café. Você preparou os
ovos?

—Não.

—Eu posso fazer isso.

—Não. —Meu pescoço está quente e minhas costas estão


tensas. Minha garganta parece ferida.

Ela para e me lança um olhar curioso.

Foda-se a curiosidade. Fodam-se os segredos. Foda-se o


amor, porque isso é bobagem. —Quando você ia me dizer que você
poderia ter um emprego neste lado do continente?

Seus olhos se arregalam. —Eu... Eu não diria isso.

—Quando. Você. Ia...

—Nunca. —Ela levanta o queixo e me dá um olhar feroz.


—Porque eu não vou aceitá-lo. Você estava ouvindo?
—Eu ia perguntar quantos ovos malditos você queria.

Sua mandíbula flexiona quando ela olha para mim. —Eu


acho que eu não quero nenhum agora.

—Perdi meu apetite, também. —Eu cruzo meus braços


sobre o meu corpo.

—Não pareceu como se você não estivesse interessada.

—Eu estava sendo educada com um colega de profissão. E


quanto você ouviu?

—Não o suficiente para entender o que diabos está


acontecendo.

—Não é da sua conta!

—Eu estou entendendo isso perfeitamente. Você não confia


em mim, não é?

Seus olhos se estreitam. —Você está transformando isso em


uma briga?

Sim, eu acho que estou. —Você não confia. Você não confia
em mim com nada além do seu corpo.

—Isso não é verdade.

—Então me fale sobre o trabalho.

—Não.

No fundo da minha mente, uma vozinha me lembra que ela


está sendo teimosa porque eu estou pressionando-a.

Eu não escuto isso. —Você ama a costa oeste.


Ela joga as mãos no ar. —Há mais envolvendo uma mudança
de carreira do que gostar do sushi local.

—Como o quê?

—Minha vida está em Ottawa. —Ela diz como se fosse a


coisa mais óbvia do mundo.

Exceto que não é. Eu bato no meu peito com força. —Estou


aqui. A Universidade de Washington é o que, a três horas de
distância? Isso é uma viagem de um dia. Poderíamos estar juntos
todos os fins de semana.

Há um longo período de silêncio. Tão longo que fica afiado.


Doloroso.

Sua resposta não muda. E isso é tudo que preciso saber.


Achei que nós dois significávamos algo. Acontece que sempre foi só
ela. Eu fui descartável o tempo todo.

Tudo o que posso ouvir é minha própria respiração irregular.


Ela está congelada, olhando para mim incrédula, como se eu
estivesse pedindo para ela ir para a prisão por mim ou algo assim.

Eu tenho que tentar de novo. Eu tenho que consertar isso.


—Sasha, eu amo...

—Não. —Ela fala, me cortando.

—Eu amo você.

—Pare. —Ela olha para mim e eu finalmente entendo. Não


foi com isso que concordamos. Isto não é o que ela queria.

Ela só queria uma única tarde.

Ela queria manter nosso caso privado.


Ela queria ser uma amiga com benefícios, não uma
namorada, não importa quão intensos fossem nossos sentimentos.

Eu me apaixonei por uma mulher que nunca teve qualquer


intenção de me amar de volta.

—Eu deveria... —Ela para e gira, olhando em volta do meu


apartamento.

—Sash...

—Não. —Ela balança a cabeça. —Eu não posso. Nós


sempre soubemos que tínhamos uma data de validade.

—Não. Isso foi... —Uma vida atrás. —As coisas mudaram


entre nós.

—Talvez tenha sido aí que nós erramos.

—Eu não...

Ela levanta a mão e eu fico em silêncio.

Eu só posso protestar. —Bem. Você quer nos colocar na


geladeira? Viver em lados opostos do país e apenas foder
ocasionalmente? Esse é o pior plano de todos, Sasha. Eu não
posso... —Não consigo pensar direito. Eu não posso confiar em
mim mesmo para dizer mais nada.

—Eu preciso de um pouco de ar.

Eu pego minhas chaves e saio pela porta.

Quando volto uma hora depois com dois lattes, porque sou
uma idiota estúpido que não sabe quando calar a boca, ela se foi.
Capítulo 37
SASHA

Eu espero que Tate volte. Que ele vá até o saguão e perceba


que isso é estúpido. Mas quando cinco minutos se transformam em
dez e ele ainda não voltou, outros pensamentos começam a se
amontoar na minha cabeça.

Como se talvez devêssemos reconsiderar o que estamos


fazendo aqui.

Ele tem razão. Nós não estamos no mesmo lugar, não


geograficamente ou emocionalmente. E ele não precisa da minha
bagagem.

Eu não preciso da culpa por isso também.

Eu ligo para ele, mas não há resposta. E realmente, não há


mais nada a dizer agora. Nós dois precisamos de algum espaço.

Não gosto da ideia de ir para um hotel e me afundar em


melancolia, por isso telefono para a companhia aérea e vejo se posso
mudar o meu voo para casa. Estou com sorte, aparentemente.

Não parece sorte.

Parece que eu preciso de uma bebida forte da primeira


aeromoça que vir.

Quando eu pouso em Ottawa, estou bêbada. Ligo meu


celular, ignoro meia dúzia de mensagens de Tate, porque ele pode ir
se foder com suas opiniões estúpidas sobre o que eu deveria fazer
com a minha vida e consigo chamar um Uber.
Voltarei e pegarei meu carro amanhã. Agora preciso da minha
cama e de um banho quente. Eu não sou exigente com o pedido, o
que é bom, porque assim que eu bato no colchão, adormeço.

De manhã, tenho uma dor de cabeça brutal da ressaca. Eu


rolo e volto a dormir.

Naquela tarde, finalmente tomo banho, depois pego meu


carro no aeroporto e vou para a universidade, onde me dedico a um
trabalho que não requer que eu fale com ninguém.

Então volto para a cama.

No dia seguinte, acordo com um começo de pânico porque


alguém está entrando em meu apartamento. A porta se abre e ouço
passos. Eu procuro uma arma pelo meu quarto.

—Sasha?

—Ellie? —Eu rastejo para fora da cama e envolvo meu robe


em volta do corpo. Coloco minha cabeça para fora do meu quarto.
—O que está errado?

Ela franze a testa para mim. —Eu acho que é a minha linha.
Eu liguei e mandei mensagens várias vezes.

Oh. —Eu desliguei a campainha do meu celular. —Porque


Tate não parava de ligar.

Eu costumava não atender suas ligações. Eu posso aprender


a não atender novamente, por mais que isso doa agora.

—Eu sinto muito pela intrusão, mas eu tenho uma


emergência de sapato. —Ela cora. —Meus pés ficaram maiores.
Temos um jantar oficial hoje à noite e eu realmente não queria ir a
uma loja e dizer ―por favor, diga ao mundo que os pés da mulher do
primeiro-ministro estão engordando.‖ Que eu sei que é ridículo,
mas...

—Não diga mais. Eu cuido disto. Ok, eu sou um tamanho


maior que você. Quanto de mudança de tamanho estamos falando?
Posso te medir e talvez ir e comprar alguma coisa? Vamos começar
no meu armário.

Ela me segue até o meu quarto enquanto enrolo meu cabelo


em um coque e tento fazer minha mente funcionar.

—Você já escolheu a roupa? Que cor de sapato você está


procurando?

Ela examina meu quarto, fixando o olhar na minha mala


aberta. Eu não desfiz as malas e tudo está derramando fora dela.
—Você está indo para Vancouver?

Não. Podemos falar de sapatos. Não podemos falar sobre o


Tate. Eu sacudo minha cabeça.

—Roupa?

—Sasha? —Ellie gira em volta de mim, ficando entre mim e a


prateleira de sapatos que vai do chão ao teto e que eu quero
desesperadamente que me salve dessa conversa. Não tenho essa
sorte. Lágrimas quentes surgem pelas minhas pálpebras enquanto ela
me dá um olhar preocupado.

—Você está péssima. Seu apartamento está um desastre. O


que está errado?

Eu encolho impotente.

—Você está doente?

—Claro. —Murmuro. —Talvez eu precise de sopa.


—Você está grávida?

—O quê? —Eu recuo. Eu posso ver como ela gostaria de


saber isso e eu preciso acabar com essa loucura. —Não. Deus, não.
Eu me protejo contra isso de seis maneiras diferentes.

Bem, apenas de uma maneira da última vez... Mas a água que


todo mundo está bebendo não é saborosa para mim. Não é nada
gostoso, mas é bom para ela e para o primeiro ministro. Eles terão
mini-pessoas fabulosamente atraentes e inteligentes.

—Vocês brigaram?

Eu concordo.

—Oh, isso é uma merda. Eu sinto muito. O que ele fez?

Ele fez eu me apaixonar por ele. —Não foi ele. Acabamos de


chegar a um ponto de ruptura.

—Eu não sei o que dizer. Isso é muito triste. Como você está
se sentindo?

—Estou miserável. —Abraço meus joelhos no meu peito.


—E eu não sei o que fazer sobre isso.

—Você deveria ligar para Tate.

—Eu não posso.

—Por quê?

Porque ele está certo. Quando chegou a hora, não pude


confiar nele com meus segredos. Com meu medo. —Eu machuquei
seus sentimentos.

—Você tentou se desculpar?

—Não adiantaria nada.


—Por que não?

—Porque nada mudou. Eu não vou deixar minha vida ser


integrada a vida de um homem.

—Ele pediu para você fazer isso?

Eu estremeço —Não.

—Oh.

—Mas isso é o que aconteceria. Eu pude ver isso


acontecendo. O desejo de estar mais perto dele. Há uma vaga de
emprego em uma universidade em Seattle aberta para próximo ano.
Seria perfeito para mim.

—Que armadilha nefasta ele colocou para você.

Eu ignoro sua réplica sarcástica, porque esse não é o ponto.


Claro que Tate não tinha nada a ver com isso. O problema é que eu
não estaria interessada um ano atrás. —Isso nunca esteve no meu
plano. Eu me estabeleci aqui.

—Você tem mais quilômetros de voo do que Gavin. Desde


quando você se importa com a sua base geográfica?

—Eu vivo minha vida em meus próprios termos.

—E seus termos devem ser, em nossas próprias palavras,


miseráveis?

—Eu não queria que fosse complicado.

—Isso é amor.

—Eu nunca disse que o amava. —Meu peito se aperta forte.

—Você não precisava.


Eu nunca disse isso. Eu nunca admiti isso para mim e nunca
disse a ele.

Eu amo tanto você que me assusta. Lágrimas quentes ameaçam


cair de meus olhos e eu os fecho, recusando-me a deixar que as
gotas espessas exponham a fraude que eu sou.

Eu quero viver minha vida em meus próprios termos, mas


estou chorando pelas consequências dessa escolha.

E eu ainda sinto falta dele.

—Você deveria ligar para Tate. —Diz Ellie. —Logo depois


de você me encontrar os sapatos.

Eu não posso ligar para ele. Ele tem um jogo amanhã. A


última coisa que ele precisa é de drama. —Sapatos... sapatilhas
pretas, talvez?

Ela me dá um longo olhar preocupado antes de concordar.


—Certo.

Passo ao redor dela e pego um par de sapatos de seda da


prateleira. —Esses sempre foram um pouco apertados em mim.
Tente eles.

—E então você vai ligar?

Eu ignoro a pergunta. Eu não tenho uma boa resposta para


ela. Ou para mim mesma.
Capítulo 38
TATE

Eu gasto três dias afundando em auto piedade. Eu uso as


mesmas roupas para dormir, me exercitar, até para assistir
cegamente à gravação do jogo que não entendo. Quando o intervalo
acaba e eu preciso aparecer no The Pulpmill para fazer o meu
trabalho, eu faço isso com uma nuvem preta irritada sobre a minha
cabeça que meus companheiros de equipe podem ver claramente a
um quilômetro de distância.

Ninguém fala comigo, a menos que seja sobre o jogo que


estamos prestes a disputar.

Eu estou bem com isso.

Prefiro ficar sozinho, afundar no entorpecimento e apenas


fazer o que eu preciso fazer. Mas eu não estou sozinho. Meus
pensamentos garantem isso.

Eu não quero pensar em Sasha quando eu caminho para o


gelo pela primeira vez depois da nossa briga.

Estou a poucos minutos da partida e preciso me concentrar e


afastar esses sentimentos. Estamos saindo de uma sequência de três
derrotas e duas dessas foram em casa. Eu não posso me dar ao luxo
de ter meu foco em qualquer lugar a não ser no presente.

Mas ela costumava assistir a todos os meus jogos. Ela estaria


assistindo esta noite?

Andrushko bate na minha bunda, como sempre, e isso me


lembra de nosso voo de volta de Ottawa no Natal. Como ela
prestou atenção aos pequenos detalhes, mas não podia ver que eu
estava me apaixonando por ela. Porra.

Eu mordo minha boca e prometo a mim mesmo que se


vencermos hoje à noite, eu poderei abrir a última garrafa daquele
bourbon caro que eu comprei.

Eu ganho a disputa e marco dentro dos primeiros sete


minutos. Todo o meu jogo é alimentado pela raiva. Eu patino atrás
do disco como se estivesse perseguindo o diabo e todo lançamento
para o gol é um ataque contra um inimigo sem rosto. Amor e seus
malditos socos. Eu vou socar de volta. E parte de mim espera que
Sasha esteja assistindo. Observe isso, mulher. Observe como estou
zangado e como estou ficando por cima disto para conquistar o
mundo.

Dois gols e uma assistência depois, temos a vitória e estou


tirando meu equipamento no vestiário. Um já foi, trinta e dois para
ir.

Se eu não posso ter a garota, eu posso ter as eliminatórias.

Assim que a imprensa sai do vestiário, sem ter nenhuma


chance de me fazer perguntas, porque eu não estava fazendo
contato visual com nenhum deles, Moore me puxa de lado. —Você
está bem, cara? —Ele pergunta, sua voz baixa.

Não. —Claro.

—Você acabou de marcar o gol da vitória.

—E?

Ele arqueia uma sobrancelha. —Então, eu esperaria que você


estivesse sorrindo de orelha a orelha com sua cabeça enterrada em
seu celular enquanto você envia mensagens para sua amiga em
Ottawa. Mas você não está. Algo errado no paraíso?
Eu quero atacá-lo. Dizer-lhe para se foder e cuidar da sua
própria vida. Ele é muito observador. Eu não preciso ser lembrado
de que não há mensagem de Sasha esperando por mim no meu
celular. Sim, quero descarregar nele, mas penso melhor. Em vez
disso, eu elevo meu queixo e olho para frente. —É complicado.

—Sempre é. Eu vou sair, por enquanto. —Diz ele. —Só não


se reprima por muito tempo.

Eu o dispenso com um aceno de cabeça e, enquanto ele volta


para a cabine dele, eu termino de trocar de roupa.

Quando chego em casa, pego uma cerveja em vez do


bourbon que eu realmente quero e a bebo enquanto assisto ao jogo.

Já se passaram das três quando termino minha segunda


cerveja e a análise do jogo, mas não tenho pressa de ir para a cama.
O técnico nos deu o próximo dia de folga, então eu clico do PVR
para a TV e passeio pelos canais, procurando por destaques dos
outros jogos disputados hoje à noite.

Acordo seis horas depois, cheirando a cerveja, suor e miséria.


Eu desligo a TV e vou para o chuveiro em vez da minha cama.

---

Duas noites depois, vencemos Chicago. Então, jogando


contra os Tampa Bay, eu faço um hat trick e os vencemos por seis a
um.

Depois de cada jogo, ligo o celular quando chego em casa e


olho minhas mensagens. Nenhuma delas é de Sasha. Eu pensei que
talvez o meu hat trick pudesse ter provocado pelo menos... Alguma
coisa e, quando isso não acontece, sou atingido por uma nova onda
de raiva.
Três vitórias consecutivas valem uma pequena comemoração,
então quando Simec e alguns outros saem para um pub para
comemorar, eu me encontro com eles. Mas eu não estou no clima,
então tomo uma cerveja para, pelo menos, fingir ser sociável, depois
me retiro para outra noite brutal de gravações de jogos e destaques
de hóquei.

A equipe vai para uma viagem de quatro jogos com uma


grande superioridade. Eu encontro uma alegria perversa e dolorosa
no meu sofrimento me levando ao meu melhor jogo durante todo o
ano, e todo mundo feliz tolera meu novo mau humor porque eles
gostam do que eu estou fazendo no gelo.

Eu gosto disso também. Eu não estou tão concentrado em


torno do eixo de Sasha que não posso apreciar o que esta nova
tendência está fazendo para as nossas chances. Nós subimos um
lugar na classificação e um lugar nas finais agora está mais ao alcance
do que antes. Nós só precisamos manter o ritmo.

E eu preciso parar de me perguntar se Sasha está me


assistindo jogar.
Capítulo 39
SASHA

O veredicto saiu. Eu sou definitivamente algum tipo de


masoquista. Não há nenhum capítulo no livro de BDSM sobre
assistir meu ex-namorado patinando no gelo como um assassino
com sede de sangue, mas essa é a minha marca preferida de tortura.

Eu não assisto apenas aos jogos. Eu devoro os poucos


segundos que ele dá à imprensa, se tiverem sorte, depois. O
resmungo cortante e irritado em sua voz. O olhar frio em seus
olhos. De vez em quando ele dá esse olhar direto para a câmera e
isso me corrói.

Todo jogo, penso em enviar-lhe uma mensagem de texto.


Bom jogo. Vocês estão subindo na classificação. Podem chegar as eliminatórias
ainda.

Mas foi enviando-lhe uma mensagem para parabenizá-lo que


nos fez cair em um relacionamento condenado em primeiro lugar.

Ou pelo menos é o que eu digo a mim mesma, de novo e de


novo, até que acordo dezessete dias depois que Tate me abandonou
e decido que não me importo se estamos condenados.

Eu não terminei com Tate Nilsson. Eu não terminei com sua


atitude arrogante, sua boca suja ou sua generosidade exagerada.

Ainda estou chateada com a nossa briga, mas, mais comigo


mesma do que com ele. Dada a sua natureza persistente e
intrometida, percebo que ele tinha se contido em todo o nosso
relacionamento. Ele nunca tentou me dizer o que eu deveria fazer
com a minha carreira.
Talvez eu devesse ter contado a ele sobre a vaga em Seattle.

Meu estômago revira.

Talvez…

Eu olho para o meu celular. As mensagens que ele me enviou


no dia em que saí. No silêncio desde então.

Não, uma mensagem de texto não vai resolver.

Eu não sei a que pé estamos a menos que eu vá até ele. Eu


não preciso verificar o cronograma de jogo dele. Eu sei de cor. Ele
tem um jogo em casa no Dia dos Namorados, o que é tentador, mas
eu não quero fazer um grande apelo público. Ele vive sua vida lá
fora, mas ele não gostaria que um espetáculo diminuísse a equipe. E
naquela noite, eles voarão para San Jose para um jogo no dia
seguinte.

Vou ter que esperar até eles voltarem.

Três dias.

Eu preciso limpar minha agenda. E então eu preciso ir ver


Mabel.

---

À tarde, entro no estacionamento de cascalho no escritório


da Weirdaker Games.

A porta da frente está aberta, mas lá dentro eu encontro o


primeiro andar vazio. —Mabel?

Do andar de cima, ouço um grito abafado, depois acendo a


luz diretamente acima de mim. Subo as escadas rapidamente,
seguindo o som e encontro Mabel presa do outro lado da porta. Ou,
pelo menos, encontro a voz de Mabel.
—Eu sinto muito! —Ela diz através da porta. —Parece que
eu me tranquei aqui. Se você é um cliente em potencial,
provavelmente é um bom anúncio. Se você é um ladrão, prefiro que
você esqueça que estou trancada aqui...

—É Sasha. —Digo em meio aos risos que fazem doer meus


lados. —Quanto tempo você vai ficar aí?

—Oh! Oi! Não muito tempo, se você puder me ajudar.

—Claro. O que você precisa que eu faça? —Esta é


provavelmente a conversa mais estranha que eu já tive através de
uma porta. Mas já que eu preciso da ajuda dela com tudo, eu farei o
que for preciso.

—Há um tablet na sala ao lado, você pode ir buscá-lo?

Na verdade, há meia dúzia de tablets na sala ao lado, mas


apenas uma das telas está acesa. Eu o pego e quando estou de volta
em frente à porta, acho que entendi, essa é a visão do administrador
do jogo.

Ela completou seis dos oito quebra-cabeças e ainda tem doze


minutos restantes, mas eu preciso dela agora.

Eu aperto o botão vermelho no canto para terminar o jogo


mais cedo e um assobio estridente soa da maçaneta da porta.

Interessante.

A maçaneta gira, e quando a porta se abre, Mabel enfia a


cabeça para fora e me dá um sorriso tímido. —Oi.

Eu aceno para ela, secretamente grata pela distração divertida.


—Oi.
—Isso parece menos profissional do que realmente é. Eu
acidentalmente me tranquei lá e então... Bem, eu pensei que poderia
muito bem jogar o jogo para sair.

Eu levanto o tablet. —Você estava quase terminando.


Desculpe estragar tudo.

—Não, claro que não me importo! Feliz em ver você. Mas eu


não estava te esperando hoje? Ou a qualquer pessoa, na verdade.

Eu dou risada. —Obviamente.

—Da próxima vez eu vou trancar a porta.

—O lado bom de trabalhar aqui... Poucos ladrões.

Ela cora. —Certo.

—Na verdade, eu preciso de um favor.

—Diga.

—O que você sabe sobre BDSM?

Seus olhos se iluminam e um sorriso lento e curioso se curva


em seu rosto. —Só o que eu li em livros.

—Quantos livros?

—No meu e-Reader vi algumas coisas escandalosas.

Bom o bastante. —Eu preciso encomendar uma sala de fuga


kink. Uma muito difícil. E preciso levar comigo para Vancouver o
mais rápido possível.
Capítulo 40
TATE

Outra semana que se vai. Terminamos nossa viagem,


voltando para Vancouver mais tarde, ou mais cedo, dependendo do
seu ponto de vista, então não preciso estar na arena para treinar no
dia seguinte até as onze. O início tardio não faz diferença para mim.
Eu não estou dormindo bem, de qualquer maneira, não que alguém
seja capaz de dizer isso dado meu desempenho.

Ser dispensado ou talvez ter desistido de alguém por acidente,


eu não sei, tem sido dolorosamente bom para o meu jogo.

Já que eu estou de pé, vou cedo. Acontece que eu não sou o


único.

Simec, Andrushko, Moore e Leclerc estão todos no salão. Eu


pego café e uma maçã, mas antes que eu possa me juntar a eles, o
treinador entra.

—Moore, Nilsson, uma palavra.

Nós seguimos o treinador para o seu escritório. Ele senta na


beira da mesa e acena para Moore fechar a porta, mas ele tem um
sorriso suave no rosto. —Não é nada sério. Imaginei que eu poderia
aproveitar que vocês dois estão aqui cedo para ter um bate-papo
rápido e informal. É hora de eu começar a pensar na próxima
temporada. Ainda estamos construindo nossa equipe, e precisamos
avaliar nossos pontos fortes, pontos fracos, desejos versus
necessidades, etc. Ainda estamos focados em conseguir uma vaga
nas eliminatórias este ano e esse é um bom objetivo.

Há um ―mas‖ vindo, eu posso dizer.


Ele se inclina. —No próximo ano, eu quero estar entre os
três primeiros lugares.

—Temos o talento bruto. —Diz Moore.

—Com certeza nós temos. Mas há trabalho a ser feito para


chegar lá. Os outros olham para vocês dois. São vocês quem lideram
esse time, é por isso que vocês têm essas cartas em suas mangas. E
faz parte da liderança avaliar e tomar decisões difíceis. Quero que
vocês passem os próximos dois meses avaliando sua equipe, então
gostaria de me encontrar com vocês e discutir suas observações.

Eu concordo. —O que você precisar.

—Sim, eu também. —Diz Moore.

—E quando chegarmos ao campo de treinamento, vamos dar


a vocês um dia. Dia do Capitão. Nenhum treinador. Apenas
trabalho em equipe, conduzido por vocês.

Eu olho para Moore e sua expressão está surpresa, honrada,


satisfeita, e espero que seja um eco da minha. —Esse é um conceito
novo, senhor.

O treinador ri. —Façam com que pareça bom para mim,


vocês vão?

Moore estende a mão. —Você sabe que sim.

—Ótimo. Agora podem ir. Eu tenho trabalho a fazer antes


do treino.

Aperto a mão dele também, depois voltamos para o vestiário.

—O que você acha disso? —Pergunta Moore.

Eu dou de ombros. —Parece que o treinador está nos


preparando para a próxima etapa de nossas carreiras.
—Concordo. E falando das próximas etapas…

Ele deixa a frase cair. Eu sei exatamente o que ele está


pedindo. —Não está aberto para discussão, cara.

—Apenas checando.

—Como meu capitão, ou meu amigo?

—Ambos. Como seu capitão, eu sou todo a favor de você


continuar se contorcendo em dores emocionais, porque você é uma
estrela do rock quando está sofrendo. Mas como seu amigo...

—Ainda não está em discussão.

Moore acena com a cabeça e muda para um assunto mais


seguro. A paternidade iminente de Leclerc e o que devemos dar para
o bebê.

Dois dias depois, na porra do Dia dos Namorados, vencemos


em casa contra a Flórida, o que nos faz subir mais um lugar na
classificação.

Penso na merda que eu fiz para Sasha e recebo duas


assistências e uma penalidade satisfatória.

Na noite seguinte, voamos para San Jose para um único jogo.


Perdemos, mas eles têm a vantagem de jogar em casa e um goleiro
em ótima fase. Ainda assim, eu me preocupo que depois de uma
série de bons jogos, talvez eu tenha me tornado um pouco
arrogante. Ou talvez algo estivesse faltando. Isso é algo em que
posso pensar quando chegar em casa e revisar o jogo. E é o que
espero que a imprensa pergunte quando eles se aglomeram ao meu
redor no vestiário.

Não é.
Eu deveria saber que um mar de microfones e dispositivos de
gravação sendo enfiados na minha cara significavam algo mais
interessante do que um jogo perdido por um triz.

—Você viu o post no Facebook?

Ah, merda. Eu tento me concentrar em quem perguntou isso,


mas busco uma resposta genérica para todos. —Eu não verifico
meu celular durante o jogo.

—No Natal, você e sua namorada trocaram seus assentos de


primeira classe com uma adolescente com câncer e sua mãe?

—Ah... —Eu franzo a testa. —Talvez se vocês me derem


algum tempo...

—É verdade?

—Quem é sua namorada, Tate?

—Quem é Sasha?

—Foi ideia dela desistir dos assentos?

—Você já ouviu falar dessa garota desde o Natal? Você a


visitou no hospital?

Este é um maldito pesadelo. Eu levanto minhas mãos e


espero por uma chance de falar.

—Estou feliz em responder a qualquer pergunta que vocês


tiverem sobre o jogo que joguei esta noite, mas a essa altura é tudo o
que posso fazer já que, como falei, não verifico meu celular no gelo
e não vi o post em questão.

Alguém estava claramente antecipando que eu diria isso


novamente, porque um celular é empurrado para a minha mão.
Eu esfrego meu queixo enquanto leio rapidamente. Parece
que Bree, a mãe de Amy, não sabia quem eu era na época, mas Amy
está de volta ao hospital agora, droga. Eu suspiro e olho para cima.
—Jesus, pessoal, não brinquem comigo. E não levem uma jovem
como esta para o centro das atenções também. Eu, hum,
definitivamente entrarei em contato com a família em particular,
para que eles saibam que eu estou encantado que eles sejam meus
fãs. E nós provavelmente faremos outra coisa por eles. Em
particular. Ok?

Eu sei que é a resposta errada quando se trata de relações


públicas. Isso poderia ser uma mina de ouro para ganhar os fãs de
Vancouver e suspeito que eu possa ouvir uma bronca do
proprietário depois. Mas não sou só eu. Pelo menos eles não sabem
quem é Sasha. Porra, agora eu preciso ligar para ela.

Porra.

—Vamos lá, Tate.

Quando isto finalmente é esclarecido, não respondo a


perguntas sobre minha vida pessoal, alguns repórteres fazem de má
vontade as perguntas pós-jogo obrigatórias antes de seguir em
frente.

Espero até entrar no ônibus para o aeroporto antes de ligar o


celular. Como esperado, as notificações são insanas. Eu ignoro tudo
e vou direto para o Facebook e encontro o post.

É uma selfie de Bree e Amy em seus assentos de primeira


classe. Analiso o que Bree escreveu e, além de referir a Sasha como
minha namorada, é um relato bastante preciso e apreciativo do que
aconteceu. Aparentemente, elas assistiram aos jogos e me
reconheceram no outro dia. A postagem foi compartilhada milhares
de vezes, e comentários e curtidas estão bem na casa das dezenas de
milhares.

Porra.

Estou feliz por elas, se é o que elas querem. Se isso faz Amy
feliz, é fantástico.

Eu verifico minhas mensagens de texto. Há muitas de Rob,


mas nenhuma de Sasha. Mesmo que ela tenha cortado o contato
comigo, eu teria pensado que ela teria algo a dizer sobre isso.

É só uma questão de tempo até que a imprensa descubra


quem ela é, e o que isso fará com ela, como isso a fará sentir-se, faz
meu estômago se apertar.

Eu mando uma mensagem para ela que eu sei que ela não vai
responder. Mas eu não posso simplesmente deixá-la ir. Eu não
posso ficar em silêncio. Não mais.

Tate: Acabo de ser surpreendido com isso depois do


jogo hoje à noite. Eu sei que você pode não gostar, mas... É
um post doce. Farei tudo ao meu alcance para manter o foco
fora de você. E isso provavelmente vai passar em um dia ou
dois.

Eu anexo o link para o post. Então, como se a barragem


tivesse estourado, mando outra mensagem, porque eu não posso me
conter.

Tate: Além disso, sinto sua falta. Eu não me importo


se isso é errado. Eu vou estar em casa daqui a pouco. Se você
ler isso, me ligue.
Capítulo 41
SASHA

Bem, Tate não mudou a fechadura do apartamento dele. Isso


é um bom sinal. Eu entrei e comecei a montar a cena.

Um kit da Weirdaker Games de sala de fuga do tipo faça-


você-mesmo é muito legal, posso dizer. Eu sabia que seria, mas na
verdade, usá-lo de maneira tão real quanto possível na versão beta,
leva minha admiração por Mabel a novos níveis.

A primeira coisa que faço é entrar no aplicativo e escanear o


quarto do Tate. Na tela do meu celular, é como se eu estivesse
olhando para o aplicativo da câmera, mas há algumas coisas na tela
que não existem no quarto dele.

Como uma Cruz de Santo André desmontada no canto. Esse


deve ser o enigma mais divertido que Mabel projetou.

Eu viro em direção à parede, onde uma fileira de açoites


aparece na tela. Eles são todos em diferentes formas e tamanhos.
Conforme me movo, vejo outros quebra-cabeças semelhantes
aparecerem em cada espaço da parede sólida e vazia que a câmera
captura.

O aplicativo também me pede para fazer algumas escolhas.


Por quanto tempo eu quero que a sala esteja trancada, se eu quero
usar um quebra-cabeça final virtual ou se eu tenho o kit luxuoso
com o quebra-cabeça real.

Eu olho para as algemas de pulso na caixa colorida.

Mabel gostou de comprá-las também. Eu digo ao aplicativo


que tenho os acessórios reais para o quebra-cabeça final.
Então eu respiro fundo, porque se tem alguma parte disso
que Tate vai ficar seriamente pensado ―que-porra-é-essa”, é o fato de
que eu estou levando uma chave de fenda para a maçaneta da porta
do quarto dele.

Mas quando eu me comprometo com um plano, vou até o


fim.

Além disso, desta forma ele não pode sair de novo.

Vantajoso para as duas partes.

As instruções são fáceis de serem seguidas e em pouco


tempo, tenho a maçaneta da porta retirada e guardada na sacola
fornecida para todas as coisas.

Eu cuidadosamente instalo a maçaneta armadilha na porta,


que está ligada ao aplicativo no meu celular.

Então eu deito em sua cama e penso em todas as maneiras


que eu tenho sido uma completa idiota.

---

Acordo com um solavanco quando ouço a porta da frente


abrir. Tate está de volta. Olho para o relógio lateral. É pouco depois
das duas da manhã.

Meu coração bate quando o escuto atravessar o apartamento.


Parece que ele deixa cair uma sacola em uma cadeira e abre a
geladeira.

Droga, eu não pensei nisso. Como eu o trago até aqui?

Olho para os livros na mesinha de cabeceira e depois para o


chão de madeira. Eu pego um de capa dura e solto. Faz um barulho
deliciosamente alto e eu ouço Tate murmurar algo que soa como:
—Que porra é essa?

Pego meu celular e corro para o meu lugar atrás da porta e


espero que ele venha investigar.

Não é até que ele atravesse a porta e eu a feche para que me


ocorra que ele pode não reagir bem a uma pessoa estranha, atraindo-
o para seu quarto. Em retrospecto, isso pode ser adicionado à lista
de maneiras que eu sou uma idiota, mas pelo menos esta é motivada
por afeto.

Ele gira com o movimento da porta, seu punho já voando e


eu me esquivo do caminho. —Sou eu!

—Sasha? —Ele me dá um olhar incrédulo enquanto recua


com os olhos arregalados.

Se o coração dele está batendo tão forte quanto o meu, eu


sinto muito pelo ataque de pânico que quase causei. —Oi.

Sua boca se abre e ele esfrega a mão no queixo. —Eu quase


lhe dei um soco.

—Minha culpa.

—Isso é como eu me sentiria se eu... Jesus. —Ele deixa cair


as mãos para o lado e olha para mim, um músculo em sua bochecha
contraindo-se. —O que diabos você está fazendo aqui?

Certo. Eu levanto meu celular e aperto o botão para iniciar o


jogo. A maçaneta da porta assobia e Tate pula de volta.

—Você está preso aqui comigo por uma hora. —Minha voz
treme quando eu lhe entrego meu celular e explico. —Há quebra-
cabeças nesse aplicativo. Então você pode fazer isso, se quiser. É
complexo. Uma sala de fuga. Eu investi nisso e esta é a minha
primeira vez fazendo isso e eu não acho que seja realmente
destinado a fazer reféns, mas essa porta está trancada, então estou
feliz.

—Você está feliz. —Ele olha para o celular, depois para mim.
—Você se trancou comigo dentro do meu próprio quarto, me disse
para brincar de quebra-cabeças em vez de cair exausto na minha
cama e você está feliz.

—Bem, não.

—Você não está feliz.

—Não, eu não... Espere. Deixe-me começar de novo.

—Por que você está aqui?

Certo, esse é um bom lugar para começar. —Eu te amo.

O músculo se contrai em sua bochecha novamente. —Você


tem certeza? Porque há três semanas você me deixou.

—Eu não sabia que te amava, então.

—Eu sabia. —Sua voz é tão áspera e dura como tem sido
com a imprensa, na TV. Como tem sido com as pessoas que ele
realmente não gosta muito.

Meu queixo cai no chão. —Você sabia?

—Claro que sim. Poderia ter dito a você, se você tivesse


deixado. —Ele lança seu olhar escuro e inflexível para a porta.
—Você se trancou aqui comigo. Tem certeza de que está pronta
para ouvir o que tenho a lhe dizer?

—Sim. —Eu engulo em seco ao redor do nó na garganta.


Sim, quero ouvir suas objeções. Eu mereço ouvir sua raiva. E
tomarei tudo se tiver uma chance de dizer a ele como realmente me
sinto. Não apenas amor. É muito mais complicado que isso.

Ele estende a mão e testa a maçaneta. Então ri asperamente.


—Uau. —Em vez de me dizer o quão furioso ele está, ele pega meu
celular na mão e começa a andar pela sala. —Como eu uso isso?

—S-segure-o.

Ele olha para a tela enquanto aponta para a parede.


—Açoites?

—É uma longa história.

Ele levanta uma sobrancelha. —Nós temos tempo, certo?


Quanto tempo dura essa porta?

—Uma hora.

Ele bate na tela. —Você pode desativá-la?

—Não. Você teria que derrubar a porta.

—Você fez isso. —Ele aponta para a maçaneta. —Você


jogou fora minha antiga maçaneta?

Eu não vou responder isso. —Eu posso deixar seu quarto do


jeito que era quando terminarmos.

—Terminarmos? —Ele volta para ficar na minha frente.


—Você acha que vamos terminar depois de uma hora?

—Eu não sei.

Ele estende a mão e esfrega seus dedos suavemente ao longo


da minha mandíbula. —Ah, tigresa. Nós só vamos começar. —Ele
se inclina e abaixa a voz enquanto sua respiração está em contato
com minha orelha. —E eu nunca vou terminar com você.
O ar em meus pulmões sai quando eu me inclino para ele.
—Sério?

Seus dedos deslizam no meu cabelo quando ele me puxa para


perto. —Sério. Mas ainda estou com raiva de você.

—Eu sei. —Eu me inclino em seus braços, desesperada para


provar sua pele. Minha boca corre por sua mandíbula e sobe em sua
bochecha. Ele se vira também e seus lábios capturam os meus.

Ele não tem um gosto de quem está com raiva.

Ele tem gosto de casa. —Oh, Tate. —Sussurro enquanto


pressiono nele. —Eu sinto muito.

—Isto fez maravilhas no meu jogo.

Eu dou uma risada fraca quando ele me beija novamente,


seus lábios macios e sua língua insistente.

—É isso, no entanto. Chega de calcular seus riscos. Você


voltou para mim, você precisa me manter.

—Eu vou.

—Porque você é minha, tigresa. Você pode gostar que eu seja


o predador no jogo para persegui-la, mas eu sempre fui sua presa.

Eu suspiro com isso. Não, não é verdade. Mas quando eu


recuo e procuro seu rosto, vejo a dor em seus olhos. Eu tenho todo
o poder aqui. Se eu quisesse, eu poderia arrancar o coração do peito
dele com minhas garras. Eu já dei os primeiros golpes, porque eu
estava encurralada e me senti ameaçada.

Tate nunca foi uma ameaça para nada, exceto para meu
coração. E ele gentilmente o protegeu a cada passo.
—Eu vou pensar sobre o trabalho de Seattle. —Digo a ele,
minhas palavras se misturando enquanto saem apressadamente.
—Ou eu posso viajar. Eu estava sendo teimosa e isso é idiota. Eu
amo Vancouver. Eu te amo e...

—Devagar. —Ele murmura. —Eu não quero que você aceite


qualquer trabalho, exceto o que você quer.

—Mas...

—Nós nos apaixonamos cruzando o país. Durante viagens


pela estrada e visitas curtas. Telefonemas e mensagens. Você não
precisa estar bem na minha frente para ter todo o meu coração.

—Mas eu...

—Deixe-me terminar. —Ele inspira. —Eu sei que os caras


da NHL se casam e são felizes, mas eu sempre achei que, se isso
acontecesse comigo, seria quando eu parasse de jogar hóquei
profissional. Porque eu não queria pedir a alguém para me dar sua
vida inteira quando eu posso compartilhar apenas uma parte da
minha. Eu entendi tudo ao contrário, no entanto. Acontece que,
quando você se apaixona, você dá tudo de si, não importa onde
você esteja.

Eu concordo. Ele está certo. Estas últimas três semanas


foram terríveis, porque meu coração foi esmagado em um milhão de
pedaços, que se espalharam pelo país enquanto eu fugia.

—E então eu me apaixonei por você. Tão intenso, tão rápido


que eu não vi isso chegando. E você continuava insistindo que não
estávamos falando sério, que nós não éramos oficiais.

—Isso foi idiota da minha parte.

—Talvez tenha sido autopreservação. —Ele cobre meu


rosto. —Ou talvez você estivesse com medo.
Começo a chorar. Porra. —Não tenho certeza.

Ele se inclina e beija suavemente minhas bochechas


molhadas. —Eu te amo, Sasha.

Reações estúpidas e emocionais. —Eu também te amo.


—Sussurro.

—Mais alto.

Eu sorrio e pisco, meus cílios úmidos grudando enquanto eu


olho para ele. —Eu te amo mais que tudo, Tate.

—Isso é melhor. —Ele beija minha boca agora, intenso e


insistente. —Nós vamos ficar bem. Nós vamos morar juntos em
Ottawa e em Vancouver. E se você conseguir um emprego em
outro lugar, seja em Seattle, Boston ou Halifax, também moraremos
lá. Nós podemos ter casas em quantas cidades você quiser. Elas
serão todas nossas e estaremos juntos o máximo que pudermos. Eu
não vou jogar hóquei para sempre. Quando eu me aposentar, serei
todo seu, o tempo todo.

—Isso parece irritante.

—Incrivelmente.

—Eu quero isso. Eventualmente. Mas enquanto você estiver


jogando hóquei, eu vou te encontrar alegremente em New York,
Los Angeles e Chicago...

—Todas as excelentes cidades comerciais.

—Eu tenho minhas prioridades. —Mas eu não posso segurar


um sorriso. —E você é, e sempre será, minha prioridade número
um.

—Eu sei.
—Deus, você é o mais arrogante, mais egoísta...

Ele cobre minha boca com a dele e me beija, interrompendo


a discussão, mas tenho certeza de que vamos voltar logo. Eu não
posso esperar.

—E eu sinto muito sobre o post no Facebook. —Ele


murmura contra o meu pescoço enquanto desliza as mãos sob a
minha camisa. —Eu não sabia sobre isso até depois do jogo.

Eu congelo. —Que post no Facebook?

Ele geme. —Você não viu a minha mensagem?

—Não... —Eu procuro pelo meu celular, mas o aplicativo


ainda está funcionando e... —O que aconteceu?

—Mandei uma mensagem para você depois do jogo. Bree e


Amy postaram sobre nós no Facebook. Elas me reconheceram.

—Oh. —Meu coração recomeça a bater normalmente. —Ok.


Isso não é ruim. Certo?

—Ele se tornou viral. A mídia está pegando como uma boa


história e eles querem saber sobre você.

—Ah. —Eu pondero sobre isso. Não parece tão assustador


quanto eu pensei que seria. —Adormeci em sua cama. Eu acho que
é por isso que eu não vi.

Ele beija meu nariz. —Eu gosto do som disso. Você na


minha cama. Senti falta disto.

—Humm. Você respondeu? O que você disse?

—Eu resmunguei algo sobre isso não ser da conta da mídia.

—Você não é assim.


—Talvez seja. Talvez por doze anos eu tenha jogado para ser
um tipo de cara. Mas no fundo sou um homem ferozmente protetor
da mulher que amo. Mesmo que ela não esteja falando comigo.

—Mesmo se ela invadir seu apartamento para colocar uma


armadilha?

Ele ri disso. —Você tinha uma chave.

—Eu gosto da ideia de ser uma ladra.

—Eu gosto da ideia de uma roupa preta apertada. —Ele diz


com voz rouca. Essa parte de sua personalidade não mudou nem
um pouco. Papai Noel pervertido, agora com rosnando e mordendo.

—Mostre-me o post, homem safado.

Ele puxa seu celular e me entrega. Eu leio e assobio com o


número de curtidas e comentários. —Isso está recebendo muito
amor.

—Sim.

—A equipe vai fazer algo por elas?

—Eu não sei. Eu não falei com ninguém do escritório sobre


isso.

—Por que não?

—Acredite ou não, eu não tenho sido o cara mais amigável


nas últimas semanas.

—Eu sinto muito.

—Não, tudo bem. Eu não sou o pior idiota da liga. E não é


da conta de ninguém quem você é. Eu vou te proteger sempre e
para sempre, não importa o que aconteça.
Eu acredito nele. —Devemos ir ver Amy juntos.

—Você faria isso?

—Num piscar de olhos.

—Ela pode querer tirar uma foto.

—Ela pode. —Talvez seja hora de fazer alguns sacrifícios


ainda maiores por Tate, também.

—Eu não me importo com isso.

Ele traça as pontas dos dedos sobre minhas bochechas. —Eu


também quero tirar uma foto.

—Você tem fotos minhas.

—Sim. —Sua voz soa meio receosa, como se ele estivesse


segurando algo.

—O quê?

—Quando estávamos em New York e você me fez postar


aquela selfie nossa no Instagram. Eu tinha uma legenda diferente na
minha cabeça. —Ele continua acariciando meu rosto, toques leves
que me fazem ficar desequilibrada por dentro. —Deixa pra lá.

Eu o beijo. —Talvez...

Meu celular apita, lembrando que só temos trinta minutos


para escapar da sala.

—Ou o que acontece? —Tate rosna enquanto agarra o


celular, apontando para a parede.

—Você montou explosivos debaixo da cama?


Eu dou risada. —Não. Nós apenas falhamos no jogo e temos
que tentar novamente.

Ele entrega o celular. —Comece de novo. Eu não vou deixar


você sair desse quarto até de manhã, de qualquer maneira.

—Não precisamos fazer isso.

—Eu sou um homem altamente competitivo, Sasha.


Recomece o jogo. Vamos fazer isso. Eu acho que já sei como
resolver o enigma do açoite.

—Como isso é possível? Você apenas olhou para ele.

—É um quebra-cabeça de sequência lógica. Vamos. Nós


vamos fazer isso, então eu vou dar conta de você e poderemos sair
para tomar café ao amanhecer e dormir o dia todo amanhã.

Eu olho para as algemas que ele ainda não notou que estão
presas à sua cabeceira. Ele pode estar ocupado ao amanhecer. —É
com você.
Capítulo 42
TATE

Sasha fica até o fim de semana. Nós vamos visitar Amy no


hospital na sexta-feira e Sasha promete a ela que quando ela for
liberada, elas vão assistir a um jogo juntas.

Bree pede desculpas pelas reações exageradas ao seu post.


—Eu nunca pensei que iria viralizar daquele jeito.

Eu olho em volta do quarto de hospital de Amy, cheio de


presentes. —Ela está gostando da atenção?

Bree balança a cabeça rapidamente, os olhos brilhantes. —


Sim.

—Então é exatamente como deveria ser. —Eu aperto o


ombro dela e prometo voltar logo.

Sasha vai ao meu jogo de sábado à noite contra o Boston,


que nós ganhamos, e toda vez que o apito do gol soa, ela está de pé
torcendo.

O treinador nos dá o domingo de folga. Ele nos diz para


aproveitar ao máximo, porque vamos intensificar na próxima
semana.

Ele não precisa me dizer duas vezes. É o Ano Novo Chinês,


um negócio muito maior em Vancouver do que em Ottawa e me
sinto muito animado em mostrar a Sasha a minha -“nossa”- nova casa
longe de casa.

Nós levantamos cedo e decidimos ir para comida chinesa


antes da Parada de Festival de Primavera em Chinatown. Já está
bastante cheio quando chegamos ao centro, porque o dia está claro
e limpo, sem sinais de chuva e, evidentemente, o resto da cidade tem
o mesmo plano.

Depois de tentar três restaurantes, todos repletos de pessoas


esperando do lado de fora, precisamos de uma mudança de planos.
—Ok, comida chinesa não vai rolar. Ideias?

—Que tal darmos uma volta e tomar café? Então podemos


voltar para o desfile e ir em busca de um lanche depois disso. —
Sasha sugere.

Há uma espelunca em East Van que eu ouvi alguns dos caras


falarem. —Como um jantar soa para você?

Ela sorri. —Como uma aventura.

Nós caminhamos até Gastown, um bairro que eu explorei um


pouco e encontrei um Starbucks. No caminho, passamos pela
estátua de Gassy Jack.

Depois que pedimos, um café preto para mim, um latte meio


doce de avelã sem creme e espuma extra para minha namorada
complicada, uma mesa fica livre em frente à janela.

Eu entrego a ela minha bebida. —Que tal você pegar os


assentos enquanto eu aguardo seu latte?

Ela beija minha bochecha, então rapidamente pega as


cadeiras, inclinando-as para que possa olhar para fora e absorver
tudo.

Essa é a minha Sasha. Sempre observadora.

Alguns minutos depois o barista desliza o café de Sasha para


o outro lado do balcão, repetindo toda a ladainha de mudanças que
ela solicitou. Eu pego com um sorriso, depois paro para pegar
guardanapos a caminho da nossa mesa.

Eu dou a Sasha seu copo e ela toma um longo gole.

—Jack Gassy. Que tipo de nome é esse para ficar marcado na


história? —Ela pergunta.

—Não é particularmente agradável, com certeza.

—Onde há uma pergunta, há o Google. —Ela diz, puxando


o celular. Seus polegares se movem em velocidade de dobra
espacial39, então ela olha para mim. —Versão curta. Ele era um
falador e um pouco contador de histórias. Isso é um pouco
decepcionante. Eu tinha certeza de que haveria uma resposta muito
mais interessante do que isso.

—Seria de se pensar.

—Jesus. —Sasha diz, apontando para a janela. —Parece que


o topo do relógio está pegando fogo.

Eu me viro para olhar e sorrio. —Isso é só vapor. —Eu olho


para o meu relógio. —Está prestes a fazer o que ele faz.

—O que ele faz?

É por isso que a trouxe para este Starbucks. —Apenas


espere. —Digo a ela.

Poucos minutos depois, o relógio a vapor apita toda a


badalada do Westminster40.

—Ooh, isso foi adorável.

39
No universo ficcional de Star Trek, a dobra espacial é uma forma de propulsão mais rápida que a luz.
40
Quartos de Westminster ou Westminster Quarters é o nome mais comum para uma melodia de
carrilhão de relógio usada por um conjunto de quatro sinos para tocar a cada quarto de hora. O número
de conjuntos de sinais sonoros corresponde ao número de quartos de horas que passaram.
Eu tomo o último gole do meu café. —Essa também foi a
nossa sugestão para voltar para Chinatown, se vamos assistir ao
desfile.

—Estou pronta.

O caminho de volta torna-se cada vez mais cheio,


transformando o que era uma caminhada de quinze minutos em
uma de trinta.

Nós caminhamos parte do percurso, parando em um ponto a


poucos quarteirões do começo. A maioria das pessoas estão em pé e
amontoadas em alguns lugares. Eu sou alto o suficiente para ver a
maioria das cabeças, mas Sasha não é. —O que você acha de subir
nos ombros?

Ela olha para mim e sorri.

Eu me agacho parcialmente e Sasha pisa na minha perna logo


acima do meu joelho, em seguida, monta em meus ombros.
Desloco-me sob o peso dela, equilibrando-a e depois aperto a perna
dela. —Confortável aí em cima?

—Melhor lugar, você está brincando comigo?

Sim, esse foi um ótimo plano.

Nós ouvimos a parada muito antes de conseguirmos ver.


Fogos explodindo em um tiro rápido e batidas regulares de
tambores.

Alguns minutos depois, avistamos a faixa do festival, seguida


pela banda de gaitas do Departamento de Polícia de Vancouver.
Gaitas de fole em um desfile do Ano Novo Chinês é uma coisa
bastante canadense, aposto.
Não muito tempo depois, surgem os primeiros dançarinos de
leão. Eu bato no joelho de Sasha e grito para ela. —Uau, olhe para
essas fantasias.

—Impressionante. —Então ela sorri. —Me passe seu celular!

Eu passo para ela e ela tira algumas fotos do desfile, em


seguida, olha ao redor, mordiscando o lábio inferior.

Depois de alguns momentos, ela mexe o dedo. —Vire-se.

Já que estamos na parte de trás da multidão, quando eu viro,


podemos nos ver refletidos na vitrine.

Ela segura o celular. —Diga X.

Ela tira uma foto do nosso reflexo com a multidão e o desfile


ao fundo, depois me passa o celular. —Pronto.

O resto do desfile é tão incrível quanto o começo. O senso


de comunidade se mostra forte na diversidade dos grupos
participantes. Este é o multiculturalismo de Vancouver no seu
melhor e eu amo cada minuto disso.

Na caminhada de volta para o carro, Sasha salienta que eu


pareço muito feliz com a minha nova comunidade e eu digo a ela o
que eu estava pensando durante o desfile.

—Você deveria postar essa foto de nós dois no Instagram.


—Diz ela, apertando minha mão.

—Você tem certeza?

Ela encolhe os ombros. —Sim. É uma coisa incrível que


acabamos de ver. E eu estou honrada que você compartilhou
comigo. Como se diz Feliz Ano Novo em Chinês?
Eu procuro e nós fazemos o post juntos. Para alguém que
não usa mídias sociais, ela tem grandes opiniões sobre qual filtro
usar.

Depois de algumas provocações bem-humoradas acertamos a


foto, ligeiramente superexposta, com a legenda, Gung Hay Fat Choy!
Melhor lugar em #Vancity. Isto foi a ideia de Sasha e eu adorei. Dou
uma última olhada na foto, parecemos exatamente tão felizes quanto
estamos e aperto compartilhar antes de entrarmos no carro.

Quarenta minutos depois, estamos na fila do lado de fora da


espelunca recomendada em East Van.

Sasha aponta para a placa que anuncia café da manhã o dia


inteiro e sorri. —Menos de três dólares para uma refeição cheia de
colesterol? Você é um muquirana secreto?

—Nunca diga que eu não tentei impressioná-la com uma


refeição em um restaurante caro e chique. —Ela ri enquanto eu uso
suas palavras contra ela, meses depois. —Mas tenho certeza de que
eles têm mais do que bacon e ovos no cardápio. Você
provavelmente pode gastar pelo menos sete ou oito dólares se você
se esforçar o suficiente.

—Não, vou querer o café da manhã. Eu realmente preciso


experimentar isso. —Ela cutuca meu peito. —E você também.

Quando entramos, a decoração é composta por uma fila de


coisas surradas ao longo da parede. A mobília é cheia de marcas,
mas limpa e as paredes estão cobertas de tudo, desde cartazes de
filmes e concertos até grafites.

O café da manhã é surpreendentemente bom e farto. O


serviço não é exatamente estelar, mas o lugar não deixa a desejar e
não para. No minuto em que uma mesa esvazia, é imediatamente
preenchida.
Eu amo como tudo isso é normal. Passando um domingo
preguiçoso com Sasha. Fazendo o que quisermos, não me
preocupando se eu estou quebrando as regras de relacionamento.
Beijá-la onde e quando eu quiser, o que é em todo lugar e com
frequência. Sasha tirou selfies de nós dois e as postou no meu
Instagram.

Normal, mas raro e precioso também. Quando voltamos a


minha casa, faço uma promessa silenciosa de nunca aceitar isso, ou
ela, como garantida.
Capítulo 43
SASHA

Em março, informo a minha orientadora que não vou


procurar por um cargo estável em Ottawa, ou Seattle ou em
qualquer outro lugar. —Meu coração está no investimento de
pequenas empresas. —Digo a ela.

Ela entende.

Isso deveria me dar confiança para ter a mesma conversa


com meu pai, mas adiei. Nossa relação tem sido decididamente
gelada desde que eu parei de fingir que Tate e eu não éramos um
casal oficial. Isso é apenas sobre o apego teimoso dos meus pais em
estarem certos, porque em público, Tate e eu somos o modelo
perfeito de romance adorável.

Em particular, por outro lado... Eu coro.

Por isso, adio ligar para o meu pai e me concentro em


terminar meu doutorado, para poder dedicar-me em tempo integral
à minha versão de uma empresa de capital de risco, para mulheres
de verdade com ideias incríveis.

Encontro Tate em Chicago para seu último jogo da


temporada regular contra os Blackhawks, mas só temos uma noite
juntos. Depois do jogo, ele voa para St. Louis e eu volto para
Ottawa.

—O fim está próximo, no entanto. —Digo a Ellie no dia


seguinte enquanto lentamente vamos para a biblioteca da
universidade. O degelo finalmente chegou depois de um longo
inverno e eu celebrei comprando botas de chuva amarelas
brilhantes.

Bastante apropriado para uma adorável mamãe pata andar


pelo campus.

—Você quer fazer outra rodada de questões práticas para sua


defesa de dissertação esta tarde? —Ela pergunta.

Eu não defendo até o início de maio, mas é quando ela vai


dar à luz. E seu próprio doutorado está em espera enquanto ela tira
a licença maternidade, então, realmente, ela me ajudando é uma boa
maneira de ocupar seu tempo.

Além disso, é um bom negócio para as lindas botas amarelas.

—Certo. E nós podemos pedir o almoço também. O que


você quer comer?

—Ah... —Ela para. Atrás de nós, sua equipe de segurança se


aproxima. —Eu…

Eu me viro para olhar para ela. Ela está segurando a barriga,


os olhos arregalados e em pânico. —Ellie?

—Eu acho que minha bolsa acabou de estourar.

Eu olho para as calças de maternidade de cor clara. Uma


mancha escura floresce no topo de suas coxas. —Ah, merda.

—Sasha!

—Ok. Certo. Ambulância? Gavin? Lachlan. Vou ligar para


Lachlan.

Ela revira os olhos para mim e se vira para suas sombras do


RCMP. —Ei, isso é emocionante, pessoal. Ok, estou bem. Apenas...
molhada. Você está ligando para Lachlan? Sem ambulância. Oh,
droga. Isso é muito cedo. —Sua voz vacila quando ela dá outro
passo, então começa a se apressar. —Qual carro é o mais próximo?

---

Gavin e Lachlan chegam no hospital antes de nós. Eles estão


esperando com um pequeno exército de homens de terno preto ao
longe, uma enfermeira e uma cadeira de rodas quando paro no
meio-fio. Dois oficiais da RCMP saem do meu banco de trás como
se fosse um carro de palhaço e estão prestes a plantar bananeira.
Gavin abre a porta do passageiro. —Vamos. —Diz ele para sua
esposa, dando-lhe o braço. —Eu pego você.

—Ela está começando um tumulto. —Diz Ellie. —Eu não


acho que ela goste disso.

—A primeira de muitas indignações que eu tenho certeza que


ela vai nos dizer. —Ele a beija gentilmente. —Vai ficar tudo bem.

—Você não é médico, você não sabe disso.

Ele não pisca com o pânico dela. —Então vamos lá para


cima e conversar com aqueles que são. Sasha, vejo você lá em cima.

Depois de estacionar, envio uma mensagem para Tate e


Violet para atualizá-los sobre as notícias. Beth já sabe e ela está me
mandando uma série de instruções sobre Gavin.

Tate: Você está bem? Isso parece assustador.

Sasha: Estou bem agora. Meu coração está acelerado, no


entanto.

Violet: O que ela precisa? Max está no trabalho, vou


mandá-lo para a maternidade.
Beth: Alguém do escritório do Conselho Privado irá
montar em breve uma sala segura no hospital para Gavin
trabalhar. Eu estarei lá amanhã, a menos que ele precise
de mim mais cedo, mas há muitos rearranjos que precisam
acontecer na agenda dele.

Beth: Pegue um sanduíche no refeitório, ele ainda


não almoçou.

Beth: Além disso, parabéns. Você vai ser tia!

Paro no corredor do hospital e pisco as lágrimas para a última


mensagem.

Quem sou eu que choro por bebês e namorados? Eu mal me


reconheço.

Certo. Eu preciso ser útil. Cafeteria primeiro, depois eu


encontrarei Max, pegarei as informações médicas de um bebê que
nasceu prematuro e atualizarei todos depois que eu souber mais.

Eu respiro fundo, mas não faz bem, então eu corro pela


cafeteria, subo as escadas para a maternidade, dois degraus de cada
vez. Estou quase lá quando Max desce as escadas na direção oposta.
É realmente muito conveniente hoje que o melhor amigo de Gavin
seja pediatra.

—Max!

Ele para e me dá um sorriso. —Ei. Está tudo bem. Elas estão


em boas mãos.

—Ela deveria ter o bebê em maio. Isso é cedo.

—Os bebês vêm em momentos diferentes. Ela tem trinta e


cinco semanas agora, o que é um pouquinho antes do que
chamaríamos de gestação completa, então elas passarão alguns dias
extras aqui para garantir que tudo esteja bem, mas não se preocupe.
O bebê e mamãe vão ficar bem. Eles estão fazendo um ultrassom
agora se você quiser entrar lá e ver. Eu voltarei depois das minhas
consultas da tarde.

—Ok.

Ele aperta minha mão e segue pelo caminho que eu vim e eu


entro pela porta marcada Maternidade.

---

Sete horas depois, Chandler Pia Montague Strong chega ao


mundo com um pequeno grito agudo.

Eu comecei a chorar novamente. Não tenho vergonha disso.

Ellie a segura por um minuto muito curto, então uma equipe


de neonatologia de aparência fantasmagórica da cabeça aos pés leva-
a até um carrinho com aparência estranha, onde a fazem chorar mais
alto. Isso parece agradá-los, porque eles a devolvem a Ellie e eu
puxo minhas garras de tia super protetora de volta para os meus
dedos.

Max e Violet aparecem um pouco antes da hora de visita


acabar para um rápido alô e depois de abraçar Ellie e Gavin e minha
nova pessoa mais favorita em todo o mundo, Chandler, eu saio com
eles.

—Ela faz Noah parecer uma criança de dois anos. —


Exclama Violet. —Tão pequena.

—Não demorará muito para que ela o esteja perseguindo.


—Max olha para mim. —Noah está ficando de quatro agora e
tentando desesperadamente engatinhar.
—Coloque doces na frente dele e ele vai chegar lá em um
flash. Espere, não, finja que não disse isso. Eu quero poder tomar
conta de Chandler.

Violet ri. —Seu segredo está seguro conosco.

Eu aceno para eles e sigo para o meu carro, onde eu apenas


sento no banco do motorista e exalo uma respiração realmente boa
e sólida pela primeira vez desde que Ellie disse que sua bolsa
estourou.

Tate: O que você está fazendo agora?

Sasha: Sentada no meu carro, próximo ao hospital.

O celular toca dois segundos depois.

—Dia louco. —Ele murmura no meu ouvido. E assim, toda


a tensão desaparece.

—Sim.

—Me fale sobre o caminho para o hospital novamente. Há


uma bagunça gigante no seu banco do passageiro?

—Não, eu tinha uma toalha na minha bolsa de ginástica. Está


bem. Ela sentou-se sobre ela.

—Você ainda está pensando em me encontrar em


Edmonton? Se você quiser mudar isso, eu vou entender totalmente.

—Não há como perder o seu último jogo da temporada


regular. Eu estarei lá. Apenas prepare-se para muitas fotos de bebê.
Capítulo 44
TATE

Abrimos a nossa temporada em Vancouver, mas estamos


terminando a temporada regular como visitantes em Edmonton. Em
toda a liga, estão sendo disputados jogos que podem mudar a
classificação para as finais.

Este jogo não é diferente.

É a noite do hóquei no Canadá. Por mais de vinte anos, tem


sido a parte central da minha semana. Sábado à noite, em frente à
televisão, e, em seguida, fazendo o meu melhor para patinar em um
uniforme da NHL.

E hoje pode ser a mais importante noite de sábado em toda a


minha vida.

Acima de nós, os ingressos foram quase todos vendidos e a


arena está vibrando com energia.

O clima aqui é mais de expectativa do que de nervosismo.


Andrushko colocou as mãos no iPod de Lanvic, mas eles não
conseguem concordar sobre o que tocar, então a música muda a
cada trinta segundos.

Quanto mais nos aproximamos do início do jogo, mais


acentuada, mais focada fica a conversa.

Então o vestiário fica em silêncio quando o treinador entra.

—Nós temos duas coisas para nós hoje à noite. —Ele levanta
o dedo indicador. —Uma, Edmonton tem uma vaga nas finais. —
Ele coloca um segundo dedo. —E duas, eles nos venceram nos
últimos dois tempos. Há chance que eles fiquem arrogantes e um
pouco desatentos. Mantenham os olhos abertos, aproveitem todas
as oportunidades que tiverem. Não exagerem. Começando esta
noite: Nilsson, Moore, Simec, Andrushko, Lanvic e Leclerc no gol.
Tem sido uma ótima temporada. Vamos ver quanto tempo mais
poderemos fazer durar. Agora vão até lá e joguem um ótimo hóquei.

Enquanto patino no gelo, a primeira coisa que faço é


encontrar Sasha nas arquibancadas. Quando Andrushko dá um
tapinha na minha bunda com o taco, Sasha e eu sorrimos um para o
outro. De alguma forma, isso se tornou nossa coisa.

—Pelo menos você terá muito tempo extra para corrigir seu
balanço na tacada. —Murmura o centro do Edmonton, Gibson,
enquanto ele passa por mim.

Sério? Isso é o melhor que esse idiota tem? —Onde você


estará jogando para a próxima temporada de novo? —Eu rebato.
Ouvi rumores que Edmonton está procurando vendê-lo e por sua
expressão sombria, acredito que tenha atingido um ponto dolorido.
Eu vou cutucá-lo a cada chance, até o último apito.

Edmonton sai forte no primeiro tempo, mas nós mantemos


nossa posição e estamos indo para o segundo tempo sem marcar.

As ofensas voam rápidas e furiosas, mas parece que os


jogadores de Edmonton estão um pouco sensíveis hoje à noite e, na
metade do segundo, eles cometem seu primeiro erro real. Gibson
perde um passe que é roubado por Moore e ele marca sozinho.

Não precisamos de um apito para explodir o Rogers Place.


Há tanto barulho que sabemos que um bom número de fãs veio de
Vancouver. Ele dá um soco no ar enquanto patina de volta ao
centro do gelo e Simec e eu circulamos ao redor dele, deixando a
linha ofensiva de Edmonton nos ouvir dizer ao nosso capitão o
quanto ele está gostoso pra caralho agora.

Eu juro que Moore cora.

Mas Edmonton volta forte e empata antes do final do


segundo tempo, bastardos.

No começo do terceiro, eu provoco Gibson sobre a direção


de sua carreira e ele me acerta na cara. Eu sorrio para Sasha
enquanto me balanço. Ele é o filho da puta penalizado. Eu não me
importo. E assim, temos uma vantagem de um homem. Os penalty
killers41 do Edmonton estão entre os melhores do campeonato, mas
não são páreo para nós esta noite. Simec marca no powerplay42 e
estamos de volta à liderança.

Faltando pouco mais de um minuto para terminar o terceiro


tempo, Edmonton ainda está atrás por um. Eles puxam seu goleiro
para ganhar um atacante extra, e conseguem mandar para o nosso
gol antes de Landvic receber o disco. Ele atira para Simec, que
manda para mim. Eu mando para Moore que lança na rede vazia
com dez segundos restantes.

Dois pontos pela vitória e nossa posição na classificação da


liga está segura dentro das quatro do Wild card43. Acabamos de
garantir um lugar nas finais. Tome isso, Roger fodido Brown.

E a noite ainda é uma criança.

Eu tinha duas coisas que precisava fazer esta noite. Chegar as


finais era a número um. Confere.

41
Um jogador especializado em impedir que o lado adversário faça um gol, enquanto seu time está com
um jogador a menos por causa de alguma penalidade.
42
No hóquei no gelo, um time está no powerplay quando pelo menos um jogador adversário está
cumprindo uma penalidade e a equipe tem uma vantagem numérica no gelo.
43
As duas melhores equipes de cada campeonato, independentemente de sua divisão, que são
classificados para as finais juntamente com os três primeiros times de cada divisão.
Agora tenho que encontrar Sasha.

Estamos em um lugar tão bom agora. Seu amor é mais do


que eu jamais imaginei e ela é o centro do meu universo.

Mas ainda não conheço os pais dela e é sobre isso que eu


quero falar com ela.

Agora não é a hora. Agora é a hora de encontrá-la ao redor


da quadra, dar-lhe um beijo intenso e feliz e sussurrar que eu a amo
antes que ela me sopre um beijo final e dê adeus.

Depois, dentro do vestiário é festa e todo o tempo do mundo


para a imprensa, porque estamos nos sentindo muito bem esta noite.

Passaram-se mais de duas horas após o jogo quando entro no


nosso quarto de hotel. Sasha está esperando na cama,
deliciosamente nua.

Perfeita.

Paro bem perto da cama e coloco as mãos nos bolsos. Eu


não quero nada mais do que tirar minhas roupas e me enterrar
profundamente em seu corpo, sua alma.

E ela sabe disso. Ela arqueia uma sobrancelha. —Tenho


certeza que você deveria estar pelo menos seminu agora.

—Eu vou chegar lá. —Sorrio para ela. Minha tigresa.

Ela chupa a ponta do dedo indicador, em seguida, traça


círculos preguiçosos ao redor do mamilo. —Você tem certeza?
Porque tenho certeza que deveríamos estar nus, celebrando a
próxima fase.

Ela está me torturando. Eu fortaleço minha determinação.


Porque isso não é tudo que espero celebrar hoje à noite. Eu pego
seu robe e seguro-o para ela. —Prometo ficar nu assim que
conversarmos.

—Eu posso falar nua.

—Faça o que estou pedindo. —Digo, empurrando o roupão


para ela novamente.

Ela faz o beicinho mais fofo quando o pega da minha mão e


o coloca de má vontade. —Ok. Conversa.

Eu aperto minha mão no meu bolso. —Eu estava pensando


que é hora de eu conhecer seus pais. —E para dizer isso em voz
alta, eu precisava realmente que Sasha não estivesse nua.

—Mesmo? Eu não vejo a urgência. —Ela enruga o nariz


enquanto se move para a beira da cama. —Definitivamente, não até
que a próxima fase termine, de qualquer maneira.

—Eu não sei. Eu acho que podemos nos encaixar em um


voo para Toronto. —Aqui vai. Com o coração acelerado, pego a
mão de Sasha, entrelaçando meus dedos nos dela enquanto me
ajoelho na frente dela. —Eu realmente gostaria de dizer
pessoalmente a eles que eu pedi para você se casar comigo.

—Você... —Seus olhos se arregalam quando eu puxo a caixa


do anel do meu bolso. —Uau.

—O que estou tentando dizer é que você é minha melhor


amiga e eu amo você. Eu quero passar o resto da minha vida
amando você e mesmo que ache que será a manhã mais estranha na
história dos almoços, eu realmente gostaria de conhecer seus pais. Se
você quer que eles sejam meus sogros, seria ótimo mostrar a eles
que eu não sou o bicho-papão. Você quer se casar comigo?

Colocando a mão livre atrás do meu pescoço, ela me puxa e


me beija com força na boca.
—Sim. —Ela sussurra, me segurando firme. —Eu vou me
casar com você.

Melhor noite do hóquei da vida no Canadá.

Ela me puxa para um longo beijo ardente. E quando nos


aproximamos, ela desliza o roupão de um ombro. —Você já acabou
de falar agora, certo?
Capítulo 45
SASHA

Estou na sala há pouco mais de uma hora e meia. É uma


loucura rápida e dolorosamente lenta ao mesmo tempo e quando eu
termino, é isso.

Terminei.

Minha tese foi apresentada à universidade.

Concluí uma grande defesa oral em frente ao comitê de


dissertação.

Eu. Terminei.

Um doutorado que eu me candidatei de brincadeira, na


tentativa de conseguir mais cinco anos antes de ser sugada para o
negócio da família, que me ensinou muito sobre mim mesma e
sobre o mundo, as mulheres e os negócios, está agora a um passo de
ser completo.

O resto da minha vida se estende na minha frente e parece


muito estranho.

Além disso, maravilhoso.

Eu respiro fundo quando saio da pequena sala de aula que


usamos para minha defesa. Na porta há uma placa de papel.

Sessão Fechada

Por favor, não incomode


Eu passo pelo corredor e espero na frente da janela enquanto
a comissão decide.

Demora dez minutos. O Dr. Turnbull abre a porta e gesticula


para que eu entre novamente.

—Em nome do comitê, tenho o prazer de informar que


consideramos que sua tese e a defesa que você acabou de apresentar
são de alta qualidade. Parabéns, você foi aprovada por unanimidade
neste exame oral.

Há alguma papelada para assinar, depois apertos de mão ao


redor.

Quando saio da sala novamente, Tate está esperando no final


do corredor.

—Você sumiu. —Sussurro quando eu chego a ele. —Onde


você esteve se escondendo?

—Ellie me apresentou a coordenadora do programa de pós-


graduação. Ela é uma fã.

—Estou ciente. —Eu pego sua mão e aperto seus dedos.


—Oi.

—Ei.

—Então…

Ele arqueia as sobrancelhas. —Sim?

—Eu passei.

—Eu nunca tive qualquer dúvida que você passaria.

Eu exalo e faço a dança mais rápida do mundo antes de me


acalmar novamente. —Agora, vamos jantar.
—Não faça essa cara. Estamos indo para a melhor
churrascaria da cidade.

—Sim, mas não estaremos sozinhos.

—Eu pareço preocupado com isso?

Eu sacudo minha cabeça. —Eu te amo. Mas seu otimismo


está totalmente fora de lugar na família Brewster.

---

Somos os primeiros a chegar ao restaurante. Meus pais


chegam a seguir.

—Bem. —Meu pai fala alto demais. —Como foi?

—Eu tenho uma estrela de ouro no meu projeto de arte de


palito de picolé. —Eu digo, porque eu não posso me conter.

Tate bufa e minha mãe suspira.

—Foi bem. Eu vou me formar no próximo mês.

—E então você está indo para a Islândia? —Meu pai diz isso
como se estivéssemos nos mudando para uma comunidade hippie.

—Para umas merecidas férias, sim, estamos indo. O sol da


meia-noite e tudo mais. —Fontes termais nus também, mas lembro
de guardar essa parte para mim mesma.

A porta do restaurante abre e os pais de Tate entram. Sua


mãe me dá um sorriso tranquilizador. Nós nos encontramos apenas
uma vez e ela adivinhou que eu era a pessoa que comeu a maior
parte das sobras do jantar de Natal.

Eu realmente não tenho certeza de como esta noite será.


Apresentações são feitas, então estamos sentados antes que a
conversa possa recomeçar ou virar de lado. Tate pergunta ao meu
pai o que ele gostaria de beber. —Gostaria de compartilhar uma
garrafa de vinho, senhor? —E depois olhamos para os nossos
cardápios.

Por enquanto, tudo bem.

Esta é a terceira vez que compartilhamos uma refeição com


meus pais.

A primeira foi fria, desajeitada e durou muito tempo.

A segunda foi deliberadamente curta, um almoço no horário


de trabalho em Toronto, onde meu pai só podia passar trinta
minutos.

Hoje à noite, porém, temos horas pela frente. E os Nilssons


são fãs apaixonados de Tate, o que eu entendo, mas estou
preocupada com os meus pais se eriçando.

Leva doze minutos para o meu pai chegar à sua preocupação


favorita. —Quando você volta para Vancouver de novo, Tate? Meio
do verão?

—No fim, senhor.

—Muito tempo para passar longe da minha filha.

Ah, é muito tentador apontar que qualquer tempo que


passamos juntos, estamos ocupados com orgasmos, então, na
verdade, não tenho certeza se ele deve nos provocar por estarmos
em lados opostos do país.

Mas eu não falo.

Eu me ocupo espremendo meu limão na minha água.


Tate aperta meu joelho por baixo da mesa. —São quase três
meses de intervalo ao longo do ano, isso mesmo. Mas entre viagens
que podemos coincidir, uma semana juntos em New York, o tempo
que ela gostaria de passar em Los Angeles de qualquer maneira e, é
claro, sempre que ela quiser estar em Vancouver, é mais tempo para
a família do que você imagina. E como você sabe... —Ele gesticula
em direção a seus próprios pais. —Família é a coisa mais importante
para mim. —Ele olha para mim. —E Sasha é minha família.

—Adoraríamos ver vocês marcando uma data para o


casamento. —Diz a mãe de Tate. Ela se vira para minha mãe. —
Você quer realizar o casamento em Toronto?

Ei. Meu casamento, eu que escolho o lugar.

Tate aperta meu joelho novamente.

Minha mãe olha para mim, depois para o meu pai, depois
ergue o copo de vinho. —Isso é com Sasha, mas acho que ela
provavelmente preferiria que fosse aqui.

Bem, me surpreendeu. —Provavelmente sim. É mais fácil


planejar em um lugar familiar também.

—Por outro lado. —Diz minha mãe. —Seu apartamento é


muito pequeno. Em casa, teríamos mais espaço para você e suas
damas de honra se prepararem.

Eu mordo meu lábio. Totalmente caindo nessa armadilha.


—Bem…

Meu pai arqueia a sobrancelha.

—A questão é…

Tate pigarreia. —Sasha está saindo de seu apartamento.


Temos uma casa grande aqui que tem espaço mais que suficiente
para todos se prepararem para qualquer evento, incluindo um
casamento.

—A casa do Tate é adorável. —Sua mãe diz, tentando ajudar.

—Não apenas mais a minha casa, mamãe. —Ele corrige.


—Sasha vai deixá-la do seu jeito também quando eu estiver fora.

O segundo quarto de hóspedes será todo para sapatos. Eu


não disse isso a ele, no entanto. —Eu vou mudar-me em julho,
quando estivermos de volta da nossa viagem.

—Muito... Moderna. —Meu pai diz, e eu desisto da água com


limão. Isso é para pessoas com paciência.

Eu pego meu copo de vinho e levanto no ar. —Sim. Esta sou


eu. Sem arrependimento. Século XXI. Pecado e...

—É hora de um brinde, você não acha? —Tate me dá um


olhar divertido que promete que ele vai me chamar de pirralha mais
tarde. —Para minha noiva. Em breve, a Dra. Brewster, que vai
pagar para todos nós hoje à noite porque está construindo um
império de negócios. Sasha, eu sou seu maior fã e mal posso esperar
para ver o que o próximo ano traz para você.

—Ela não vai pagar o jantar. —Meu pai troveja e eu começo


a rir.

—É uma piada, pai. —Digo, mas estou olhando para Tate.


Seus olhos estão brilhando.

Te amo, eu gesticulo.

Te amo mais, ele responde. E tanto quanto eu o amo, com


cada centímetro do meu ser, acredito que ele possa.
EPÍLOGO
SASHA

Dois anos depois

Eu não tinha planejado vir a New York para esta série de


jogos, mas tenho novidades e quero contar a Tate pessoalmente.
Além disso, tenho compras para fazer.

Hoje à noite, eu vejo o jogo dos Lumberjacks contra os


Rangers na seção de esposas e namoradas com a esposa de Zack
Moore, Alyson. Os Moores dividem seu tempo entre Vancouver e
um subúrbio fora da Filadélfia, então quando a equipe joga na costa
leste, ela viaja para cá também. Esta noite, o seu pequeno Liam está
com os pais de Zack.

Ela tem sido uma boa amiga, ajudando-me a lidar com


realidade de um relacionamento de longa distância e um ouvido
compreensivo quando minhas frustrações levam a melhor sobre
mim. É bom conversar com quem já passou por isso. Ellie também
passa um pouco disso e ela certamente tem sua privacidade invadida
muito mais do que eu, mas há aspectos em ser uma esposa de um
jogador de hóquei que apenas outra esposa de um jogador de hóquei
entende.

Quando Tate entra no gelo, ele me procura na arquibancada e


o sorriso que se estende por seu rosto quando ele me encontra faz
minha barriga tremer. Eu amo esse sorriso rápido e fácil, reservado
apenas para mim.

Os Lumberjacks tem uma grande vitória em seu primeiro


jogo em New York, Tate marcando dois dos cinco gols. Nenhum
hat trick para ele esta noite, mas não por falta de tentativa. Eles
conseguiram a vitória e isso é tudo o que realmente conta quando
você quer ir para as finais novamente.

Depois do jogo, Alyson e eu voltamos para o hotel juntas.


—Você quer parar no bar e tomar uma bebida antes de Zack e Tate
voltarem? — Ela pergunta enquanto entramos no saguão.

Eu considero, então decido que não. —Talvez outra hora?

—Absolutamente. Eu estou melhor indo para o meu quarto


relaxar, de qualquer maneira.

Quando chegamos ao nosso andar, nos despedimos.

Eu troco minhas roupas para calças de yoga e uma camiseta


macia. Normalmente, eu estaria nua, ou ostentando algo
sexualmente provocativo, mas eu preciso, pelo menos, da ilusão de
armadura quando eu der ao Tate minhas notícias. Embora o fato de
estar vestida possa me denunciar. Ele se lembrará de que ele fez eu
me vestir antes de me pedir em casamento?

Assim que ouço o som dos jogadores de hóquei no corredor,


desligo a televisão.

Ele passa pela porta, tirando as roupas enquanto se aproxima


de mim na cama. Déjà vu voa sobre mim. Quantas vezes já fizemos
isso agora? Minha vida não é o que eu pensei que seria. É muito
melhor.

—Aqui está minha querida. Estou tão feliz por você estar
aqui. Senti sua falta.

Tomando-me em seus braços, ele me beija vorazmente. Eu


abro os botões de sua camisa e deslizo minhas mãos ao longo dos
músculos planos e duros de seu peito. Eu amo tanto esse homem
que dói.
Nós paramos para respirar e ele estuda meu rosto. Suas
sobrancelhas se unem levemente.

—Está tudo bem?

—Claro. —Meu coração bate rapidamente e meu interior está


em rebuliço. Eu preciso fazer isso agora antes que eu desmaie de
nervosismo. —Mas eu tenho novidades.

Ele muda de posição, encostando-se na cabeceira da cama e


me puxa para o seu colo. —Deve ser importante para você voar
aqui no último minuto.

Tem sido um ano movimentado para a minha empresa e não


viajei com Tate tanto quanto no ano anterior.

—É. —Eu escalo o colo dele, pego o pequeno presente que


escondi debaixo do meu travesseiro e o entrego para ele. Eu vejo
seu rosto enquanto ele tira o papel.

Ele puxa a pequena touca de tricô. Seu rosto se transforma


quando ele a levanta e estuda.

—Muito pequena. —Diz ele, sua voz grossa. —Puta merda,


Sasha. Você está...

—Sim. Fiz sete testes. Eu não acreditei nos primeiros seis,


mas esse último me convenceu. —Nós não estávamos tentando.
Nós conversamos sobre isso, no entanto. Depois de dois anos
sendo apenas nós dois, falamos sobre começar uma família no final
da temporada.

Agora parece que esse bebê pode nascer no meio dela. Dado
ao seu material genético, eu apostaria até mesmo no Bebê Nilsson
nascendo em uma noite de sábado para uma trilha sonora de hinos
de hóquei na TV.
Ele sorri. —Notícia definitivamente importante. Espere, você
não faz tricô.

—Não, mas Ellie faz. Eu disse a ela há três dias e ela fez. Mas
eu a fiz jurar segredo, até mesmo para Gavin.

Tate ri. —Desde quando você acha que Ellie poderia manter
um segredo de seu marido?

—Poderia acontecer. Há uma primeira vez para tudo. —Ellie


certamente contou a Gavin. Eu sabia que ela iria e nós duas
sabemos que estava tudo bem.

—Sempre otimista. —Deslizando a mão por trás do meu


pescoço, ele nos une e me beija suavemente. —Uma das muitas
coisas que eu amo em você. Outra é que você está nos gerando um
bebê.

—Você está feliz?

—Completamente. —Ele me beija novamente, em seguida,


recua um pouco. —É preciso cinco para fazer um time de hóquei,
você sabe.

—Espere, Sr. Meus-Meninos-Podem-Nadar, vamos ver


como lidamos com este antes de começar a pensar em expandir
nossa própria equipe.

—Podemos, pelo menos, fazer um hat trick?

—Você é incorrigível.

—Sim, e é uma das minhas qualidades mais cativantes.


—Empurrando-me de volta para a cama, ele levanta minha camisa e
dá pequenos beijos na minha barriga. —É difícil acreditar que nosso
bebê está aqui.
—Definitivamente está.

Sua cabeça levanta. —Como você está se sentindo? Você está


enjoada?

—Principalmente cansada.

—Você pode descansar mais tarde. Neste momento, você


está usando muitas roupas. —Ele diz, deslizando os dedos por baixo
do cós da minha calça de yoga e roupa íntima. Ele as tira, depois
beija e abre caminho pelas minhas pernas, afastando-as. Eu derreto
por ele, meu corpo ficando lânguido e quente enquanto observo sua
cabeça escura entre minhas coxas.

Seu hálito quente provoca meu clitóris. —Tate. —Suspiro,


levantando meus quadris em encorajamento.

—Paciência, tigresa.

—Ninguém te disse que é, realmente, maldade fazer uma


mulher grávida esperar por seu orgasmo? Na verdade, isso pode ser
uma regra. Sim, definitivamente uma regra.

Ele ri contra a parte interna da minha coxa. —As regras


foram feitas para serem quebradas. Mas a mãe do meu filho pode
exigir qualquer coisa que seu lindo coração deseje.

Fim

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