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Revisã o feita de fã s para fã s, pode conter erros; algumas palavras foram


modificadas para melhor compreensã o, mas nada que altere o trabalho
do autor(a).

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SINOPSE

Kyran Harbor é tudo o que eu não sou.

Rico. Popular. Um jogador de futebol superstar que é terrivelmente


taciturno para alguém que tem tudo. Basicamente, ele é um atleta
mauricinho que me odeia. Ah, e ele também é meu meio-irmã o.

Isso mesmo. Estamos presos juntos, dividindo uma escola, uma casa...
Um banheiro. Honestamente, eu nã o me importaria... Se ele nã o fosse
um maníaco por controle tenso que mexe comigo só porque somos
diferentes.

Eu tinha toda a intençã o de evitá -lo quando chegá ssemos à faculdade...


Até que um infortú nio abrupto nos obriga a uma posiçã o
comprometedora.

Agora, o idiota rabugento que eu esperava evitar pode ser a ú nica


pessoa que pode me ajudar a sair disso.

Avi Vega é tudo que eu desprezo.

Um sonhador. Um floke. Um artista que fuma muita maconha e acha que


existem alienígenas. E por alguma piada có smica doentia, ele agora é
meu meio-irmã o, seguindo-me no que deveria ter sido meu plano de
fuga.
Já foi um desastre. Adicione uma sú bita interrupçã o financeira à
mistura e digamos apenas que minhas opçõ es sã o muito limitadas.

Se eu quiser continuar como um quarterback estrela no caminho para a


NFL, precisarei fazer algo drá stico. Infelizmente para mim, e meu
desejo desesperado de controle, o maconheiro perpetuamente
sorridente tem um plano.

Talvez possamos parar de nos odiar apenas o suficiente para conseguir


isso. Contanto que nos lembremos, estamos apenas fazendo isso... para
os fã s.
AVISO

For The Fans é um romance meio-irmã o MM com um felizes para


sempre. Este livro contém assuntos delicados que podem ser
desencadeantes para alguns leitores.

Os avisos de conteú do sã o os seguintes…

Mençã o de agressã o sexual na infâ ncia (nã o detalhado na pá gina);

Mençã o de temas religiosos delicados;

Recuperaçã o e cura detalhadas de traumas;

Mençã o de morte e luto;

Homofobia (leve);

Filmagem de atos sexuais por dinheiro (trabalho sexual online);

Pais negligentes;

Os personagens estã o acima da idade legal de consentimento durante


todas as cenas de sexo.
Este livro é dedicado aos apoiadores online, com todo o seu entusiasmo
desenfreado.
Aos que curtem, aos que comentam, aos que compartilham...
Os assinantes, Insta-stalkers e re-tweeters.
Isto é para vocês… os fãs .
Kyran Harbor é tudo o que eu não sou.
Rico. Popular. Um jogador de futebol superstar que é terrivelmente
taciturno para alguém que tem tudo.
Basicamente, ele é um atleta mauricinho que me odeia. Ah, e ele
também é meu meio-irmã o.
Isso mesmo. Estamos presos juntos, dividindo uma escola, uma casa...
Um banheiro.
Honestamente, eu nã o me importaria... Se ele nã o fosse um maníaco por
controle tenso que mexe comigo só porque somos diferentes.
Eu tinha toda a intençã o de evitá -lo quando chegá ssemos à faculdade...
Até que um infortú nio abrupto nos obriga a uma posiçã o
comprometedora.
Agora, o idiota rabugento que eu esperava evitar pode ser a ú nica
pessoa que pode me ajudar a sair disso.

Avi Vega é tudo que eu desprezo.


Um sonhador. Um floco. Um artista que fuma muita maconha e acha que
existem alienígenas. E por alguma piada có smica doentia, ele agora é
meu meio-irmã o, seguindo-me no que deveria ter sido meu plano de
fuga.
Já foi um desastre. Adicione uma sú bita interrupçã o financeira à
mistura e digamos apenas que minhas opçõ es sã o muito limitadas.
Se eu quiser continuar como um quarterback all-star no caminho para a
NFL, precisarei fazer algo drá stico. Infelizmente para mim, e meu
desejo desesperado de controle, o maconheiro perpetuamente
sorridente tem um plano.

Talvez possamos parar de nos odiar apenas o suficiente para conseguir


isso. Contanto que nos lembremos, estamos apenas fazendo isso... para
os fãs.
PREFÁCIO

Vou ser sincera aqui… preparar você para o que esperar dessa histó ria é
extremamente difícil. Você está prestes a embarcar em uma longa e
complexa jornada com esses personagens.
Se você é um leitor de Nyla K, nã o precisa ouvir isso. Mas se esta é a
primeira vez que você lê meu trabalho, peço apenas que leia este livro
com a mente aberta. Nã o espere que seja como qualquer outra coisa.
Nã o posso entregar a você uma lista de gatilhos e alegorias, porque,
honestamente, estaríamos aqui o dia todo. Dito isso, há algumas coisas
sobre as quais devo alertá -lo, se você acha que os avisos sã o algo que
gostaria de receber.
Antes de chegar ao â mago da questã o, por assim dizer, quero
enfatizar que este livro contém referências a pessoas, lugares e eventos
reais, entrelaçados em uma histó ria fictícia. Observe que tudo foi
dramatizado para criar arte e entretenimento. Portanto, qualquer
mençã o de coisas reais que você reconhece é colocada em um contexto
fictício.
Em seguida, e mais importante, tenho a responsabilidade de
informar que existem alguns assuntos altamente delicados discutidos
neste livro. Mas, para nã o estragar a histó ria, listei-os na pá gina de
aviso de conteú do do meu site.
Nã o se engane, quero que você, leitor, sinta as emoçõ es orgâ nicas e
cruas desses personagens. Mas não quero que isso afete negativamente
seu estado emocional. Se você tiver certos gatilhos, quero que esteja
preparado antes de ler.
Aqui vamos nos. Se você nã o possui gatilhos na ficçã o, recomendo
fortemente que não visualize a pá gina de aviso de conteú do. Entre no
livro relativamente cego, apenas sabendo que é um romance meio-
irmã o queer que envolve filmar atos sexuais por dinheiro, e divirta-se
com isso. Esta é uma histó ria emocional de trauma e cura que pode ser
muito intensa à s vezes. Esse é o seu aviso geral, e se você estiver bem
com isso, sinta-se à vontade para pular o resto e ir conhecer os
meninos.
Se alguma coisa que você leu em meu site corre o risco de
incomodá -lo, tenha cuidado ao prosseguir. Use seu melhor julgamento.
Você conhece seus pró prios limites melhor do que ninguém.
Mas saiba que esta é uma obra de ficçã o e, no final das contas, é uma
histó ria de amor com um final feliz. Os personagens passam por muita
coisa ao longo do livro, mas para citar Harvey Dent, a noite é sempre
mais escura antes do amanhecer. Por mais difícil que seja, prometo que
funciona para Kyran e Avi no final.
Dito isso, essa histó ria é tensa, super sexy e muito divertida. Eu
derramei baldes de lá grimas por esses personagens, mas nada mais do
que pelo puro amor que eles compartilham.
Espero que você se apaixone por eles da mesma forma que eu.
Faça login e carregue essas vibraçõ es, amigos. Kyran e Avi estã o
pisando na tela…
;)
KYRAN E AVI PLAYLIST

Say It Ain’t So—Weezer


She—Green Day
Time to Pretend—MGMT
Loser Baby—La Bouquet, Oliver the Kid
Youth—Glass Animals
…fuck—Johnny Rain
Sweetness—Jimmy Eat World
drunk face—Machine Gun Kelly
Sexy MF—Labrinth
Paranoid—Point North
I Want It—Two Feet
Side To Side—Ariana Grande, Nicki Minaj
Acquainted—The Weekend
4AM—KID BRUNSWICK
Tell Me Your Secret—Prelow
Alive—Empire of the Sun
Slow Down—Chase Atlantic
Tropic Scorpio—Third Eye Blind
Porn Star—August Alsina
See Through—The Band CAMINO
Cry Baby—The Neighbourhood
Pursuit Of Happiness—Kid Cudi, MGMT
Love On The Brain—Rihanna
Gasoline—Point North
Life Was Easier When I Only Cared About Me—Bad Suns
CALL ME BACK—Chase Atlantic
We Will Rock You—Queen
WE MADE PLANS & GOD LAUGHED—Beauty School Dropout
Swoon—Beach Weather
Black Butterflies and Dé jà Vu—The Maine
ALL OUT OF LUCK—Jet Black Alley Cat
First Date—Blink 182
Daphne Blue—The Band CAMINO
Right Here—Chase Atlantic
Kiss It Better—Rihanna
Until I Found You—Stephen Sanchez
Heavenly—Broadside
I’m a Mess—Avril Lavigne, YUNGBLUD
Stay—Ari Abdul
Haze—Sunsleep
I Love U—The Chainsmokers
I’ll Be—Edwin McCain
CAPÍTULO UM

AVI

AlexandertheBait: Meu pau morreu... se importa se eu enterrar na bunda


dele??

já se perguntou…
Existe esse sonho recorrente que tenho tido nos ú ltimos anos. Eu
nã o tenho isso com tanta frequência, mas toda vez que eu faço, é
exatamente o mesmo.
Estou no topo de um prédio muito alto na cidade. Nã o tenho certeza
de qual... Mas, pelo que me parece alto, diria que talvez seja o Empire
State Building.
Meus mú sculos estã o tensos e contraídos, meus dentes batendo. É
tã o realista que praticamente posso sentir a brisa fria passando pelo
meu cabelo…
Nã o há grades de proteçã o. Estou no limite... Meus dedos estã o
pendurados.
E o problema é que sei que devo recuar. Sei que devo fazer tudo ao
meu alcance para me lançar para trá s, para longe da morte sú bita.
Mas nã o é assim que acontece.
Toda vez, como uma espécie de deslize freudiano suicida... meu pé
escorrega.
E eu caio.
Estou caindo e caindo, mas nã o rá pido. É lento. Suspenso no ar,
passo flutuando por cada uma das janelas do prédio. Os pá ssaros voam
quando vejo as pessoas lá dentro, cuidando de seus afazeres. À s vezes
eu os reconheço.
Mamã e geralmente está lá . Ela olha para cima e me vê levitando do
lado de fora de sua janela. E ela sorri, o que sempre dá um nó no meu
estô mago. Ela parece feliz, e acho que é porque ela nã o sabe a verdade.
Ela felizmente nã o sabe que seu filho está prestes a morrer.
Mas o fato é que, enquanto estou em minha queda livre sem peso,
nã o tenho medo. A emoçã o da descida toma conta, devaneio hipnó tico
me trazendo nã o para a morte...mas para a vida.
Eu sempre acordo antes de atingir o solo etéreo, ficando ereto na
cama com aquela sensaçã o estranha de que você literalmente está
pairando no ar e, quando sua consciência volta ao lugar, você realmente
cai de volta no colchã o.
Eu costumava pensar que eram alienígenas me abduzindo durante o
sono. Ou a programaçã o da minha simulaçã o. Pode ser verdade.
Mas talvez seja mais como uma ponte ou um portal. Uma porta
deixada aberta pelo olho da mente.
E nã o importa o quã o assustador possa ser no começo, eu
simplesmente nã o posso deixar de me perguntar...
Como é realmente cair do alto.
Nada disso é literal,claro. Nã o sou taciturno e nã o quero pular de um
prédio. Mas meu subconsciente parece fascinado pela ideia de flutuar
voluntariamente em outra coisa. Ficar feliz com a queda no
desconhecido... Rir e acenar para as pessoas nas janelas enquanto
despenco.
Eu sei o que você está pensando… Esse cara parece chapado pra
caralho.
É uma avaliaçã o justa, porque geralmente é esse o caso. Mas nã o
agora. Na verdade, estou ansioso para chegar em casa para poder fumar
e apagar as memó rias de mais um dia estressante no ensino médio. Já
se passaram três meses e ainda estou me acostumando a este lugar.
Mas, para ser justo, o ensino médio no Brooklyn também nã o era
exatamente o meu favorito.
Três meses atrá s, minha adorável mã e e eu nos mudamos da cidade
que chamávamos de lar para uma parte aconchegante do nordeste
histó rico do qual você já deve ter ouvido falar; Boston. Sair de Nova
York foi difícil para mim, porque eu realmente adorei lá , apesar de uma
lembrança muito ruim que nos levou a fazer as malas para um novo
começo.
Brooklyn tinha sido minha casa e minha casa durante toda a minha
vida, e mais da metade dela. A cidade de Nova York me criou tanto
quanto meus pais.
Três meses nã o sã o suficientes para esquecer tudo o que amei na
cidade. Sinto falta do barulho, da sujeira e da poluiçã o que todo mundo
finge que nã o existe. As pessoas que nã o dã o a mínima para sua
aparência ou como os outros as veem. Nova York é um centro
desordenado para todas as pessoas mais reais que já encontrei.
Nã o que Boston seja ruim. Tem suas qualidades, embora nem
estejamos morando em Boston propriamente dita. Nó s nos mudamos
para uma pequena cidade nos arredores chamada Malden.
Começar em uma nova escola, em uma nova cidade, é exatamente
como eu imaginava que seria; uma atraçã o constante em meus nervos.
Entre me acostumar com Boston e todas as suas pequenas
peculiaridades que a tornam muito diferente de Nova York, me
estabelecer no ritmo do segundo ano enquanto tento fazer amigos e
acompanhar os trabalhos escolares que nã o me interessam nem um
pouco... alguns meses agitados.
Mas acho que estou conseguindo. Principalmente porque conheci um
garoto chamado Kyle que me vende maconha.
No geral, está tudo bem, mas para alguém como eu, que já é
bastante antissocial, estou tendo um pouco de dificuldade para fazer
amigos e me encaixar ... Uma habilidade na qual nunca me destaquei.
Eu sou meio esquisito, e nã o quero ter que mudar só para fazer
amigos. Eu sou um forte crente que isso vai acontecer se e quando isso
acontecer. Se há pessoas por aí que também amam arte e mú sica emo
de antes de seu tempo, que adoram criptídeos, crimes reais e Tarantino,
entã o eventualmente nos encontraremos e nos tornaremos amigos. Por
que forçar?
Ah, o paradoxo do introvertido. Esperando que outros nerds venham
até você.
Tã o certo, ainda nã o fiz nenhum amigo de verdade — exceto Kyle —,
nã o estou indo bem na escola e estou constantemente ciente de como
Boston não é Brooklyn. Mas ainda assim, nã o serei dissuadido. Afinal,
estamos aqui para o Subway começar do zero, e eu nã o diria que ficou
tã o velho quanto aquele pã o desagradável ainda. Entã o estou otimista.
Meu telefone vibra no bolso enquanto desço do ô nibus. Eu o pego
quando estou do outro lado da rua, abrindo o Instagram para verificar
uma nova notificaçã o. Subindo o quarteirã o até nosso apartamento com
apenas visã o periférica na calçada, meus olhos estã o fixos na
mensagem direta.
HollyLang333: Seus desenhos são tão doentios *emoji de
olhos de coração*
Um pequeno sorriso enfeita meus lá bios. Até que eu tropeço e quase
derrubo meu telefone porque nã o estou prestando atençã o por onde
estou andando.
Holly é uma garota da escola. Ela está na minha aula de arte. Achei
que estava tendo alucinaçõ es quando a vi espiando um dos meus
esboços mais cedo..., mas acho que nã o estava. Porque agora ela está
rastejando no meu perfil do Instagram e me mandando mensagens.
Oh estalo! O perdedor Avi pega um!
Estou animado porque, como eu disse, isso geralmente nunca
acontece. Holly é definitivamente fofa, e ela realmente sorriu durante as
poucas vezes que trocamos palavras reais, o que devo presumir ser um
bom sinal. Mas, mais do que tudo, gosto que ela elogie minha arte. Essa
coisa toda é um impulso de ego que eu definitivamente poderia usar
agora. Isso é bom.
Talvez nã o seja bom flutuar em meus sonhos, mas vou pegar o que
puder.
Falando em estar no alto, aquela junta, no entanto. Mamã e está no
trabalho por mais uma hora, entã o terei tempo para queimar antes que
ela chegue em casa e grite comigo sobre isso.
Ela sabe que gosto de fumar para minha ansiedade, e ela nã o é louca
por isso, só porque Hannah Vega nunca usou uma droga em toda a sua
vida - ela quase nem bebe. Eu tentei explicar a ela um milhã o de vezes
que a maconha é legal agora, mas ela continua com esse absurdo para
menores de dezoito anos.
Que diferença isso faz??
Tenho quase dezoito anos... Em dois anos e uma semana, mas quem
está contando?
Eu realmente nã o acho que esses dois anos farã o uma grande
diferença no grande esquema, mas acho que os pais veem isso de
maneira diferente.
Mamã e faz vista grossa quando chego em casa cheirando a maconha
nos fins de semana. Ela ainda briga comigo por causa disso, mas, por
alguma razã o, nã o é um crime capital para ela fumar um pouco de
gange no sá bado do que em uma noite de escola.
Eu nã o entendo. Mas pelo jeito é uma daquelas coisas que só faz
sentido para as mamã es.
Digitando um agradecimento causal com um emoji de carinha
sorridente para Holly, guardo meu telefone enquanto me aproximo da
porta da frente do nosso prédio, acenando para nossa proprietá ria,
Rosemary, que mora do outro lado da rua. Ela está sempre lá fora,
regando suas flores e cortando seu pedaço de grama de 2,5 metros,
usando esse chapéu de palha esquisito que a faz parecer uma figurante
mal vestida de Little House on the Prairie1.
Senhora estranha. Eu gosto dela. Além disso, ainda não superei o
sotaque.
Paahhk o caahhh. Chowdaahh bom e perverso.
Hilário.
Pegando minhas chaves, eu destranco a porta com uma mã o, usando
a outra para pescar um baseado e um isqueiro da minha mochila,
fazendo malabarismos com tudo enquanto subo todas as escadas para
nosso terceiro andar. Apartamento. No segundo em que entro, tenho o
baseado entre os lá bios e estou acendendo o isqueiro vá rias vezes,
tentando acendê-lo. Acho que talvez seja hora de um novo…
Eu finalmente consigo acendê-lo enquanto caminho pela sala de
estar, em direçã o à porta do deck traseiro. Infelizmente, paro
rapidamente quando encontro minha mã e sentada no sofá , olhando
para mim com a sobrancelha levantada.
Meus olhos se arregalam e eu rapidamente arranco o baseado entre
meus lá bios.
— Oh merda... como isso foi parar aí??
Minha mã e revira os olhos enquanto eu apago o baseado na língua.
— Avi…
— O que você está fazendo em casa tã o cedo, mã e? — Piscando para
ela meu sorriso mais inocente, eu pisquei, realmente observando o
quão doce e adorável seu filho é.
Estou antecipando a advertência, entã o jogo minha mochila no chã o
e apenas espero que ela venha. Mas quando isso nã o acontece, presto
um pouco mais de atençã o em seu rosto. Ela está sorrindo, mas parece
meio tensa enquanto dá um tapinha na almofada do sofá ao lado dela.
— Venha sentar, filho —, diz ela, calmamente. — Precisamos
conversar sobre uma coisa…
Merda. Ok…
Eu já nã o gosto disso.
Minha mã e é minha melhor amiga. Isso provavelmente me faz
parecer um grande perdedor, mas acho que já estabelecemos que sou,
entã o se o tê nis Converse serviu…
Faz um tempo que somos só nó s dois. Somos tudo o que o outro
tem.
Do jeito que está , nos comunicamos abertamente, entã o nunca há
muita necessidade de conversas sérias. Mas a impressã o que estou
tendo de seus ombros rígidos e a maneira como ela está com os olhos
arregalados olhando para mim é a de uma conversa séria ... Uma que me
dá Dejá vu como um flashback do Vietnã .
Os olhos da mamãe transbordando de lágrimas de devastação.
— Preciso te contar uma coisa, Aviel... É sobre seu pai.
— Eu vou ficar aqui. — Cruzo os braços sobre o peito
petulantemente. Como se ficar de pé tornasse tudo isso menos real.
— Aviel, pelo amor de Deus, apenas sente-se —, ela bufa.
— Tudo bem ...— murmuro, caminhando até o sofá . — Mas estou
fazendo isso porque quero, nã o porque você está me dizendo para fazer.
Ela ri e balança a cabeça enquanto me sento ao lado dela.
— Certo, tudo bem. Você é o chefe.
Minha garganta está toda seca e á spera quando ela estende a mã o
para o meu rosto, passando os dedos pelo meu cabelo escuro.
— Como foi a escola? — ela pergunta, e eu olho para ela.
— Mã e por favor. Você claramente tem algo a dizer, entã o vamos
cortar a conversa fiada e ir direto ao ponto. Você está me estressando.
Me dando um olhar simpá tico, ela inclina a cabeça.
— Sinto muito, querido. Eu nã o quero que você fique chateado...—
Sua voz falha, e eu me inclino, minha pele se arrepiando em suspense.
— Mas eu tenho algumas novidades.
— Que novidades? — Eu pergunto baixinho. Estou tentando ser
paciente e deixá -la trabalhar, mas meus dedos estã o tremendo.
Ela respira fundo, soltando o ar lentamente antes de me acertar
com:
— Eu conheci alguém.
Meu corpo inteiro parece congelado, como se alguém tivesse
encomendado uma escultura de gelo de um adolescente chocado.
Eu nã o sei por que, mas esta é a ú ltima coisa que eu esperava que
ela dissesse.
As sobrancelhas de mamã e se juntam enquanto eu olho para ela
como se ela tivesse acabado de me dizer que quer se tornar um palhaço
de rodeio.
— Avi... você está bem?
— Uh o quê? — Minha cabeça balança e eu me forço a piscar
algumas dezenas de vezes. — Sim, sim. Eu estou uh… eu estou… bem?
— Nã o quero que a palavra bem saia como uma pergunta, mas estou
muito confuso agora.
Ela conheceu alguém...? Tipo, tipo, uma pessoa ... ela quer...
namorar??
Minha mã e teve alguns encontros ao longo dos anos, mas nunca
levou a nada. Normalmente, ela apenas me diz que está saindo com um
amigo, ou algo nesse sentido. Ela nunca sentiu a necessidade de sentar
comigo e conversar comigo sobre isso.
Minha mã e muda.
— Tudo bem... porque você parece meio pá lido...
— Entã o você quer dizer que vai... sair com alguém, certo? Tudo
bem, — eu digo a ela casualmente enquanto tento nã o ficar inquieto.
Ela limpa a garganta.
— Na verdade, já saímos algumas vezes.
— Oh...— Minha mente está correndo em círculos nervosos, como
um hamster em uma roda. — Mas você nã o mencionou nada…
— Eu nã o queria incomodá -lo com isso até que fosse sério. — Ela
pisca seus profundos olhos azuis para mim.
— Espera... entã o você está dizendo que é sério??— Minha voz sai
da minha garganta. — Quem é essa pessoa?
— O nome dele é tom. — A maneira como o rosto dela meio que se
ilumina, mesmo dizendo o nome dele, aperta meu estô mago.
— Tom? — Eu nã o posso evitar o jeito que eu zombo. — Esse é um
nome estú pido…
— Aviel. — Ela olha para mim. — Isso é rude.
— Desculpe. — Eu esfrego meus olhos. — Eu só estou... estou
surpreso, isso é tudo. Isso está vindo do nada... Você nunca me sentou
para me contar sobre seu namoro antes.
Ela aperta meu braço.
— Eu sei, Baby. Desculpe. Eu nã o queria esconder isso de você, mas
eu apenas pensei que com a mudança e você estando ocupado na
escola... Eu queria dar algumas datas antes de te contar. Para ter certeza
de que eu realmente gostava dele.
Engulo ainda mais incerteza seca.
— E você faz?
Ela acena com a cabeça.
— Sim. Ele é muito doce e inteligente. E ele tem um filho da sua
idade…
— Onde você conheceu esse cara? — Eu pergunto, ainda pasmo,
mas tentando nã o deixar transparecer. Eu nã o quero estar agindo como
um idiota imaturo, mas isso está realmente me deixando fora de si. — E
como eu nã o percebi que você está saindo com todos os tipos de
encontros?
— Ele trouxe o carro para a concessioná ria —, ela me conta. — Ele
me convidou para almoçar e acabamos almoçando algumas vezes. E
entã o alguns jantares…
— Entã o, quando você disse que estava trabalhando até tarde...—,
murmuro, juntando tudo.
— Sinto muito por ter mentido, Avi —, ela choraminga, pegando
minha mã o entre as dela. — É só ... isso tudo é tã o novo para mim. Você
sabe que eu nã o…— Ela faz uma pausa, seus olhos caindo em nossas
mã os. — Eu nã o tive um relacionamento de verdade desde seu pai.
A maneira como essas palavras ardem em meu peito parece á cido
de bateria bombeando em minhas veias.
Meu pai morreu quando eu tinha seis anos. Já se passaram dez anos
e minha mã e nã o teve um relacionamento significativo desde entã o.
Isso é péssimo.
Eu nã o quero que ela seja miserável. Ela ainda é jovem, afinal. Só
porque ela perdeu o amor de sua vida inesperadamente em um trá gico
acidente, isso nã o significa que ela nunca ficará com mais ninguém.
É verdade que nã o sei literalmente nada sobre o amor. Eu nunca tive
uma namorada... A menos que você conte Kelsey Lachlan na sexta série,
com quem namorei por três dias. Ou Taylor Nguyen, a garota com quem
eu costumava ficar de vez em quando no Brooklyn. E eu definitivamente
nã o acho que os contaria como qualquer relacionamento adjacente.
Sério, nã o é que eu nã o queira namorar, só nã o encontrei ninguém
que me arrebatasse... Do jeito que Tom aparentemente fez com minha
mã e.
— Oh, menino, eu posso ver você em uma espiral, — mamã e diz,
lançando-se para mim.
Ela me agarra em seus braços e me aperta com força, passando os
dedos pelo meu cabelo. Isso me lembra de quando eu era pequeno…
Quando nó s dois estaríamos chorando pela perda do meu pai.
— Mã e, eu nã o sou uma criança, — resmungo, me contorcendo para
fora de seu aperto. — E eu nã o sou frágil. Eu posso lidar com você
namoro. Eu só queria que você nã o sentisse que tinha que esconder
isso de mim…
— Eu sei, Av, — ela guincha. — Você é um filho tã o bom. É por isso
que eu precisava te contar a verdade. — Ela segura meu queixo com sua
mã o esguia. — É tã o estranho para mim me sentir assim, eu juro.
Assentindo, tomo um ú ltimo gole pesado, engolindo minhas
hesitaçõ es. Nã o é o fim do mundo que minha mã e gosta de um cara. Ele
é apenas um cara . Ele nunca será meu pai.
— Entã o... você realmente gosta dele? — Eu forço um sorriso, e ela
sorri.
Devo dizer que ela parece anos mais jovem agora; iluminada por
esta nova relaçã o. E nã o que eu realmente queira me debruçar sobre
esses pensamentos..., mas acho que isso significa que esse Tom deve ser
importante para ela.
— Eu faço, Av —, ela respira. — Ele é realmente ó timo. Mal posso
esperar para que você o conheça. — Meus olhos se arregalam
novamente, e ela ri. —Quando você estiver pronto, é claro.
Deixei escapar um suspiro lento. Por a mãe…
Eu posso ficar feliz por ela. Tenho certeza que consigo... conhecer esse
cara.
E quando o fizer, ele terá que passar no meu teste. Se ele nã o for
bom o suficiente para ela, entã o esta será uma conversa muito
diferente.
De repente, algo que ela disse se destaca em minha mente.
— Você disse que ele tem um filho da minha idade?
Ela acena com entusiasmo.
— Sim! Ainda nã o o conheci. Estávamos esperando para falar com
vocês primeiro…
Isso é algo que eles estão planejando?
— Mã e... Há quanto tempo você realmente está saindo com esse
cara?— Estreito meu olhar para ela.
Ela morde o lá bio inferior por um segundo antes de responder.
— Faz cerca de... dois meses.
— Dois meses?! Meus olhos estã o esbugalhados de novo. — Estamos
morando aqui há apenas três meses! Caramba, acho que os tubarõ es
estã o cercando o camarada aqui em Boston…
— Avi! — Ela olha.
— Certo, tudo bem. Os porcos estã o caçando trufas. — Eu sorrio
enquanto ela olha para mim. — Você é a trufa… porque elas sã o
chiques.
Ela aperta a ponta do nariz.
— Como eu fiz essa pessoa…
Meu sorriso se alarga.
— Aviel, eu disse que sinto muito por esconder isso de você —, ela
continua, suspirando com pesar. — Você pode, por favor, nã o me fazer
sentir mal sobre isso? É uma situaçã o estranha, para todos nó s. Quero
dizer, Tom está saindo de um divó rcio desagradável... Só queríamos ter
certeza de que era algo real antes de contar a vocês, rapazes.
Meu estô mago aperta como um punho. O jeito que ela fala... é como
se já fô ssemos uma família. Nó s quatro…
Eu, mamãe, Tom... e esse outro garoto.
Meio-irmão??
Uau ... trivial.
Eu fui filho ú nico toda a minha vida. Eu nã o teria ideia de como ser
um irmã o...
— Mã e, tenho algo muito sério para lhe perguntar, — murmuro, e
ela fica boquiaberta comigo. — Posso, por favor , fumar?
Ela solta uma risada, e isso curva meus lá bios. Apesar da
inquietaçã o dentro de mim, ela ainda é minha mã e e minha melhor
amiga. Epic Momma's Boy, apresentando-se para o serviço. Enquanto
ainda formos nós, tenho certeza que tudo vai dar certo.
Mas agora eu definitivamente preciso relaxar antes de realmente
começar a espiralar.
— Ok...— Mamã e se endireita. — Você pode ir para o deque
enquanto eu preparo o jantar, e vou fingir que nã o sei o que você está
fazendo lá fora.
Eu sorrio e me levanto.
— Obrigado, mã e.
Ela sorri, sua voz me parando antes que eu possa sair da sala.
— Eu te amo, Avi.
Parando de costas para ela, espio por cima do ombro para mostrar a
ela um sorriso casual que parece apenas um pouco afetado.
— Também te amo, mã e.
No caminho para fora, com o baseado já aceso entre os lá bios, a
tensã o aperta meus mú sculos e a inquietaçã o embala meus
pensamentos. Nã o quero pensar que as coisas vã o mudar
drasticamente, de novo, pela segunda vez em três meses…
Mas diga à erva que eu nã o paro de fumar até que ela esteja ao meu
alcance.
Sede esses pensamentos raivosos, por favor.
CAPÍTULO DOIS

KYRAN

Unicorndicks: Deus, eu imploraria para você arruinar minha vida e


agradecer por isso depois.

Eu nã o quero absolutamente nenhuma parte disso...


Apertando meus olhos bem fechados, tento mais me concentrar no
que estou fazendo. Afaste os pensamentos irritantes e as frustraçõ es do
que sei que está por vir e apenas esteja presente.
Sua língua é sedosa e molhada em minha boca, cabelo em mechas
suaves, enfiado entre meus dedos enquanto eu o seguro, combinando
com sua energia. Para cada chupada e mordida suave que ela dá em
meus lá bios, eu devolvo a ela, reclinado em sua cama enquanto ela
esfrega suas curvas flexíveis em cima de mim.
Isso é bom. Nã o faz merda nenhuma. Mas ainda estou distraído. Eu
nã o quero ser…
Eu daria tudo para realmente estar neste momento com minha
namorada. Mas simplesmente nã o consigo parar de pensar no que devo
deixar para fazer...
É besteira, é isso.
Tentando afastar minha boca da de Becca pela terceira vez,
murmuro em seus lá bios carnudos.
— Eu realmente tenho que ir, querida. Meu pai vai pirar se eu me
atrasar…
— Apenas fique...— ela choraminga, a mã o deslizando entre nossos
corpos, até minha virilha. — Vou fazer valer a pena.
Existe um momento em que um cara da minha idade pode recusar
tal oferta? Eu não acho.
Mas eu nã o tenho exatamente uma escolha aqui. Esta noite é uma
noite especial, de acordo com meu pai, e eu já estou infeliz com isso. A
ú ltima coisa que eu preciso é que ele também esteja me lançando
olhares de desaprovaçã o o tempo todo depois que eu apareço
desgrenhado e coberto de chupõ es.
Acho que Becca não conseguiu plantar nenhum visível, mas ainda não
tenho certeza.
— Por mais tentador que pareça — eu sorrio, beijando-a mais uma
vez suavemente enquanto também a empurro sutilmente para longe de
mim — Eu tenho que ir. Se eu o irritar agora, vou acabar de castigo pelo
resto das férias de verã o. E nã o podemos permitir isso... Podemos?
Ela continua fazendo beicinho, me tocando em todos os lugares com
dedos necessitados. Mas entã o ela suspira:
— Nã o, nã o podemos. Principalmente porque a festa na piscina de
Kim é daqui a duas semanas e você precisa ver o maiô que comprei. —
Ela agita seus cílios longos e falsos para mim. — Vai te surpreender.
Meus dedos cavam um pouco em sua cintura.
— Estou ansioso por isso.
Um ú ltimo beijo nos lá bios e consigo me livrar de seu aperto,
rolando para fora da cama. Eu aceno e mando um beijo para ela antes
de sair correndo de seu quarto, descendo as escadas. No meu caminho
para fora da porta, estou balançando a cabeça em aborrecimento.
Não acredito que tenho que largar o namoro com a minha namorada
para ir fazer isso... Temos a casa só para nós, caramba!
Os pais de Bec trabalham durante o dia e, agora que sã o férias de
verã o, podemos fazer literalmente o que quisermos na casa dela, desde
que seja antes das seis. Estou ansioso para fazer sexo com ela
novamente. A primeira vez - que foi a primeira vez de ambos - foi boa,
mas meio... estranha. Talvez estranho nã o seja a palavra certa...
Nó s dois estávamos meio nervosos, eu acho. Entã o, estou ansioso
para voltar a montar naquele cavalo - eca, má analogia. A prá tica leva à
perfeiçã o, no entanto. E sou incrível na maioria das coisas, entã o acho
que só precisarei fazer isso mais algumas vezes antes de me tornar
incrível no sexo também.
Mas não. Em vez de colocar meu pau ansioso de volta dentro da
minha namorada, vou para casa na sexta-feira à noite para jantar com
meu pai, a mulher com quem ele está transando no momento e o filho
dela.
Prefiro tomar uma dose de alvejante.
No entanto, continuo fazendo isso por causa da minha necessidade
patoló gica de agradar figuras de autoridade, sendo meu pai o principal.
À s vezes eu gostaria de poder apenas dizer foda-se. Aponto meu dedo
do meio para tudo e faço o que eu quero.
Mas entã o me lembro que preciso de ordem; a estrutura. É bom para
mim. Me impede de pensar sobre... coisas.
Afastando esses pensamentos do fundo da minha mente, subo o
quarteirã o até o ponto de ô nibus e espero. Normalmente sou uma
pessoa muito paciente, mas estou tã o cansado de andar de ô nibus. Mal
posso esperar para completar dezesseis anos e finalmente solicitar
minha carteira de motorista. Meu pai disse que se eu ficar bem no
primeiro semestre do primeiro ano, ele vai me comprar um carro. Há
uma meta para este outono que nã o terei absolutamente nenhum
problema em alcançar.
O ô nibus chega e eu subo, sentado em silêncio com minha mente
latejando enquanto sobe a Highland Ave. Nossa casa em Somerville é
legal... Na verdade, melhor do que aquela em que cresci, que também
ficava em Somerville, do outro lado da cidade. Acho que, depois do
divó rcio, meu pai estava tentando provar que estava bem comprando
uma casa melhor do que aquela em que morávamos quando ele e minha
mã e ainda estavam juntos.
É a imagem. O retrato. Tudo precisa parecer perfeito do lado de
fora... nã o importa o quã o deteriorado e podre esteja sob a superfície.
Rangendo os dentes, tiro meu telefone do bolso e abro a câ mera. Eu
forço um sorriso e tiro uma selfie, postando na minha conta do
Instagram com a legenda:

Crushin2 outro dia em Somerville. Amo minha cidade natal.


#abençoado
Eu posto e solto um suspiro lento.
Quando o ô nibus para, eu desço e ando pelo quarteirã o até minha
casa. Felizmente, nã o vejo nenhum outro carro na garagem, o que
significa que os convidados provavelmente ainda nã o chegaram. Talvez
eles tenham cancelado... Talvez não estejamos fazendo essa porra de
jantar estúpido e eu possa sair com meus amigos hoje à noite, em vez
dessa versão parental de afogamento simulado.
Infelizmente, quando entro em casa, sinto cheiro de comida
cozinhando, o que significa que algum tipo de jantar está acontecendo.
Vejo Theresa na cozinha e já posso dizer que ela está preparando uma
refeiçã o mais sofisticada do que costuma cozinhar apenas para papai e
para mim.
Meu pai nã o cozinha, nem faz qualquer tipo de trabalho doméstico,
entã o, quando ele e minha mã e se separaram, ele contratou Theresa
para fazer tudo isso. Ela é uma boa senhora, e nã o que eu vá admitir
isso em voz alta, mas eu gosto de tê-la por perto. Ela fornece um
amortecedor entre meu pai e eu. Um muito necessá rio.
Não quero nem pensar em como seria se estivéssemos só nós dois
nessa casa...
— Você está atrasado, — a voz á spera do meu pai chama da sala, e
minha espinha enrijece.
— Você disse cinco e meia...— murmuro, virando-me lentamente.
— E sã o quinze para as seis. — Ele levanta o pulso para mostrar seu
Rolex, como se quisesse fazer alguma besteira. — Isso é o que significa
tarde, Kyran.
Meu punho aperta ao meu lado.
— Bem, eles ainda nã o chegaram... Certo? — Ele estreita seu olhar
para mim, e eu suspiro e expiro para me acalmar. — Eu estava saindo
com Becca.
Sua cabeça faz um aceno quase invisível, o que significa que ele
aprova, pelo menos um pouco. Meu pai gosta de Becca, principalmente
porque a família dela é do sul, e eles sã o ricos. Realmente tudo o que
importa para ele.
Ele nã o dá a mínima para personalidade ou interesse ... Se você foi
criado como cató lico irlandês em Boston, entã o está tudo bem no livro
de Thomas Harbor.
— Vá se preparar para o jantar. — Ele toma um gole de seu copo de
Jameson3. — Eles estarã o aqui em breve.
Há tanto que eu gostaria de dizer agora, mas como de costume, eu
guardo tudo e obedeço ao seu comando, saindo para as escadas e
subindo para o meu quarto.
Só não entendo por que isso é necessário...
Meus pais estã o separados há três anos. Meu pai já namorou
mulheres, eu sei que sim. Quer dizer, ele nã o me fala sobre isso, mas eu
sei que está acontecendo. Ele sai à noite, vestido de terno, e geralmente
só volta para casa depois que eu já estou dormindo.
Mas é só isso. Eu nã o dou a mínima se ele quer namorar mulheres.
Ele poderia foder toda a á rea da Grande Boston, pelo que me importa.
O que eu não quero é ter que conhecer essas mulheres com quem
ele está dormindo. Ele deveria apenas manter isso para si mesmo. Por
que me submeter a um jantar forçado com esta mulher e seu filho? Qual
é o ponto??
Minha mente voa para minha mã e enquanto eu tiro minhas roupas e
me arrumo em um traje de jantar. Ela se casou novamente seis meses
depois que o divó rcio foi finalizado e engravidou apenas alguns meses
depois disso. Elena Harbor agora é Elena Harbor- McLaughlin. Ela mora
em Cambridge com o marido, Paul, e minha meia-irmã , Paige, que só
conheci uma vez.
Nunca mais vejo minha mã e, o que faz sentido. Ela nã o poderia sair
de seu casamento rá pido o suficiente. era como se ela estava ansiosa
para escapar dele... e de mim. E as memó rias de... tudo. Com que rapidez
tudo se deteriorou...
Fechando os olhos, esfrego-os com força com os dedos, causando
manchas na minha visã o. Pegando meu telefone, abro a câ mera e
aponto para mim mesmo, posando para a selfie perfeita sem camisa.
Embora eu nã o planeje postar este, ainda tiro a foto. E eu fico olhando
para ele depois, por minutos a fio. Examinando a mim mesmo, estrutura
e físico.
Estou em boa forma. Eu tenho que ser, com futebol e tudo. Meus
olhos captam a minha imagem na tela... Cabelos loiros sujos,
perfeitamente penteados para trá s pelos meus dedos, pele levemente
bronzeada do sol do início do verã o.
Eu pisco repetidamente para o cara olhando para mim enquanto as
batidas rá pidas do meu coraçã o voltam ao ritmo normal.
— É você —, eu sussurro.
— Kyran! — A voz do meu pai grita do andar de baixo, e eu me
encolhi de volta à realidade.
— Indo!
Vestindo minha camisa de botã o, enfio o telefone no bolso, dou uma
ú ltima olhada no espelho e saio do quarto.
Tenho certeza de que meu pai está oferecendo este jantar estú pido
como mais uma melhoria de imagem para si mesmo. Nã o significa
nada…
Mas no fundo da minha mente, enquanto desço as escadas,
observando-o abrir a porta e cumprimentar um estranho, sei que é
mais do que isso.
Minha mã e se casou de novo... Ela tem um novo bebê, uma nova
família. Uma nova vida.
Aos olhos dele, ela venceu. E ele nã o pode ter isso.
— Olá , linda, — meu pai diz com um sorriso para uma mulher baixa
de cabelos escuros.
Linda?? Ok, isso é... nojento.
Ele beija sua bochecha, entã o faz sinal para ela entrar, o que ela faz,
enquanto sorri de volta para ele. eu já nã o gosto como eles estã o
olhando um para o outro. Mas estou distraído da visã o repugnante de
meu pai desmaiando por causa de uma nova dama quando um garoto
alto com cabelo escuro igual ao dela entra atrá s dela.
Estou imediatamente congelado em carranca no penú ltimo passo.
— Thomas, gostaria que você conhecesse meu filho, Avi. — A
mulher gesticula para o cara, que parece ter a minha idade, mesma
altura, constituiçã o semelhante... talvez um pouco mais magro.
Ela espia para ele, e sua boca se contorce em um sorriso
visivelmente nervoso enquanto ele estende a mã o para meu pai.
— Muito prazer em conhecê-lo, Avi. — Meu pai aperta a mã o do
garoto. —E, por favor, me chame de Tom.
— Tudo bem…— O cara “Avi” parece estar avaliando meu pai, um
olhar protetor deslizando sobre ele, de cima a baixo, enquanto ele fica
perto de sua mã e. — Tom. — Sua mã e lhe dá uma cotovelada e ele
resmunga. — Uh, prazer em conhecê-lo…. também.
Minha testa franze. Quem é esse cara?? Ele parece meio idiota.
— Kyran, — meu pai diz meu nome em seu sotaque severo normal,
o que me faz pisar hesitante nos degraus finais e ir até eles. — Esta é
Hannah Vega e seu filho, Avi. — Ele me lança um olhar, e eu me
endireito, estendendo minha mã o.
— Oi —, murmuro, miserável e realmente incapaz de esconder. —
Kyran. Prazer em conhecer vocês dois.
— Olá , Kyran. — Hannah sorri enquanto aperta minha mã o. E por
mais que eu odeie admitir, ela parece legal. Sua voz é suave e melodiosa,
e ela é linda. Pele morena e cabelos longos e escuros. Visual
mediterrâ neo. — Eu ouvi tanto sobre você.
Seus dentes brancos perolados quase me cegam, assim como sua
simpatia. Mas quando solto a mã o dela e me viro para o filho, por algum
motivo, tudo o que sinto é hostilidade.
— E aí. — Ele sorri para mim, exibindo algumas covinhas enormes.
Meus dentes rangem juntos.
— Ei. — Aperto sua mã o com força, apertando-a forte. Você sabe,
para deixá -lo saber quem manda aqui.
Meu pai…, mas também, eu.
Alguns segundos pesados se passam onde nó s dois estamos
avaliando um ao outro. Bem, eu estou avaliando. Ele parece estar
apenas me observando, de um jeito que parece avaliador e deixa meu
pescoço quente.
Afastando-me dele, estou tentando ser educado quando pergunto:
— Você gostaria de beber alguma coisa?
Estou conversando principalmente com Hannah, mas nã o posso
deixar de olhar para Avi brevemente, só para ver o que ele está fazendo.
Ele nem está mais olhando para mim. Agora, seu olhar está percorrendo
todo o interior de nossa casa.
Hm… Facilmente distraído e tonto. Como um cachorrinho.
— Claro, obrigada, — Hannah responde à minha oferta, mas olha
para o meu pai. — Eu vou querer o que você está tomando.
Ele a pega pelo braço.
— Vamos. Tenho uma garrafa fantá stica de Bordeaux que podemos
abrir.
Eca. Vômito Eu já odeio isso.
Os dois se afastam, deixando Avi e eu parados como idiotas. Os
olhos de Avi permanecem em meu pai e sua mã e por um momento, com
aquele mesmo brilho protetor neles, enquanto os meus deslizam sobre
ele mais uma vez, notando suas roupas. Ele está vestindo jeans skinny
pretos com rasgos nos joelhos, tênis Converse desgastados e uma
camiseta cinza com decote em V que abraça seu torso.
Estufo um pouco o peito. Eu poderia levá-lo.
— Tem, tipo, refrigerante e outras coisas na cozinha, se você quiser...
— murmuro, gentil o suficiente, embora eu realmente nã o tenha
interesse em me envolver com esse cara. Eu já posso dizer que temos
pouco ou nada em comum só de olhar para ele, e agora mais do que
nunca, estou vendo esta noite como ela é...
Uma grande e gorda perda de tempo.
— Nã o temos vinho? — ele pergunta, e quando eu faço uma careta,
ele ri. — Estou brincando. Uau, relaxe. — Ele me dá um tapa forte nas
costas e se afasta, na direçã o da cozinha.
Sinto minha carranca se tornando uma característica permanente
em meu rosto.
Meu pai e Hannah estã o rindo na sala. E se meus dentes nã o
estavam desmoronando como acontece com a força com que minha
mandíbula está cerrada, quando chego à cozinha, encontro Avi se
sentindo em casa. Abrindo nossa geladeira, remexendo, tirando uma
lata de Coca-Cola. Ele abre e toma um gole, fazendo um daqueles
barulhos de ah depois enquanto se inclina contra o balcã o.
Levo um momento para perceber que meus punhos estã o cerrados
ao lado do corpo.
— Entã o... qual é o seu problema? — ele me pergunta, e minhas
sobrancelhas se juntam em confusã o e irritaçã o.
— Problema? — Eu zombo. — Nã o tenho um. Qual é o seu
problema?
Ele sorri. Isso me irrita pra caralho.
Seus olhos deslizam sobre mim novamente, uma caminhada lenta
para cima e para baixo. E por mais que eu tenha esse desejo frustrante
de envolver meus braços em volta de mim, eu me endireito e o deixo
fazer isso, olhando para ele o tempo todo.
— Você parece muito mauricinho —, diz ele casualmente. — Você é,
tipo, um atleta ou algo assim?
Forçando-me a engolir a raiva que está crescendo dentro de mim,
mais rá pido do que o normal, resmungo:
— Eu jogo futebol, se é isso que você está perguntando...
Ele bufa.
— Peido
— O que diabos isso quer dizer...
A pergunta mal acabou de sair da minha boca quando Theresa vira a
esquina para a cozinha.
— Tudo bem, garoto. Por mais que eu ame você me incomodando
enquanto tento cozinhar, preciso que você se mexa. Você está ocupando
muito espaço. — Ela faz uma pausa com uma colher de pau na mã o
quando percebe o estranho na sala. — Ah, olá . Quem é agora?
Avi sorri para ela e reviro os olhos. Por que ele sorri tanto? Isso o faz
parecer perturbado.
— Este é o Avi...— murmuro. — A mã e dele está ... namorando o pai.
Alegadamente.
Os olhos de Theresa vã o de um lado para o outro entre nó s dois, sua
sobrancelha se levantando por uma fraçã o de segundo antes de
oferecer um sorriso educado para Avi.
— Bem, prazer em conhecê-lo, Avi —, diz ela. — Eu sou Theresa.
Mas você pode me chamar de The Help.
Avi ri. E entã o eles cumprimentam um ao outro. Como se eles se
conhecessem há anos.
A maneira como toda essa experiência está fervendo meu sangue
parece muito tó xica, mas nã o posso evitar. Eu nã o gosto do que está
acontecendo aqui. Uma coisa é meu pai trazer essa mulher e seu filho
pateta, mas agora eles estã o dançando como se fossem donos do lugar,
fazendo amizade com minha Theresa...
Eu odeio tudo sobre isso.
Naquele momento, meu pai entra na sala com Hannah, de mãos
dadas, e canta:
— Por que nã o dou a vocês dois um tour pela casa...
Ele está realmente sorrindo, pela primeira vez no que parece ser
toda a minha vida. E ele parece feliz.
Que tipo de inferno fresco é esse??
— O jantar estará pronto em dez —, anuncia Theresa.
— Perfeito. — Papai sorri para Hannah, e ela para ele.
E minhas veias estã o fervendo.
Meu pai começa a trazer Hannah e Avi por toda a casa, mostrando-
lhes coisas enquanto eles ooh e aah como se nunca tivessem visto uma
casa antes. E eu estou apenas seguindo atrá s deles o tempo todo,
fervendo.
Eu realmente nã o quero ficar com ciú mes dessas novas pessoas. Eu
odeio sentir ciú mes, porque geralmente sou capaz de retratar
exatamente confiança e autoconfiança suficientes para frustrar tais
emoçõ es. Mas nã o posso evitar o monstrinho verde dentro de mim
agora.
Do jeito que meu pai está agindo, é como se ele estivesse infeliz por
anos, e agora ele finalmente está feliz de novo, graças a Hannah Vega e
seu filho sorridente e idiota com covinhas. Isso nã o apenas me faz
sentir uma merda absoluta, mas também Hannah é incrivelmente
diferente da minha mã e e do tipo usual do meu pai. Concedido, eu nã o a
conheço bem, mas apenas observá -la e ouvi-la falar prova meu ponto.
Ela nã o é nada parecida com minha mã e, e meu pai parece eufó rico com
isso.
Terminamos de examinar o andar de cima, e meu pai e Hannah
estã o descendo as escadas conversando quando Avi se inclina para mim
e sussurra:
— Seu quarto é realmente chato.
E entã o ele desce os degraus, me deixando ali, a segundos de
derrubá -lo no chã o. O que diabos há de errado com esse cara?? Ele não
tem boas maneiras? Acabamos de nos conhecer, pelo amor de Deus, e ele
está apenas jogando sombra para mim como uma espécie de idiota emo
arrogante.
Meu humor está mais azedo do que uma rodela de limã o na boca
quando todos nos sentamos à mesa de jantar. Theresa nos serve, depois
sai correndo, deixando-nos para comer sob uma bolha de tensã o
estranha.
Eu estaria bem empurrando minha comida em silêncio, mas,
infelizmente, meu pai decide puxar conversa.
— Entã o, Avi, você está gostando de Malden High?
Avi olha para ele, mastigando por alguns segundos generosos
enquanto pisca os olhos arregalados como se estivesse tentando
descobrir como responder à pergunta.
— Está tudo bem. — Ele brinca com o garfo. — Minha aula de arte é
muito legal.
— Avi prefere as artes —, diz Hannah, espiando o filho. — Tentar
fazer com que ele se interesse por qualquer outra coisa sempre foi...
difícil.
Meus olhos se voltam para Avi. Com uma piada como essa dos meus
pais, eu estaria me encolhendo por dentro. Mas ele nã o parece nem um
pouco incomodado com isso. Ele simplesmente dá de ombros e sorri,
colocando outro pedaço de frango na boca.
— Oh ...— meu pai profere, e eu me preparo para ele sair pela
tangente sobre como a educaçã o é importante, e como tirar boas notas
vai te levar a uma boa escola, blá blá blá . Já ouvi isso um milhã o de
vezes. Mas, em vez disso, ele diz:
— Bem, tenho certeza de que você encontrará seu equilíbrio em
breve. Pelo menos você tem algo pelo qual é apaixonado.
Quase cuspo com a boca cheia de refrigerante.
— Kyran vai bem na escola, — ele continua. — Mas sua principal
paixã o é o futebol. Nã o é, filho?
Ele me mostra um sorriso agradável, ao qual eu recuso. Quem diabos
é você, e o que você fez com meu pai quase fascista?
— Sim —, resmungo através da minha perplexidade. — Futebol é
ó timo.
Avi sorri para mim.
— Deixe-me adivinhar, você é o quarterback.
Eu franzo meus lá bios. Porque ele está certo… Eu sou o quarterback.
E tenho orgulho disso, mas, por algum motivo, nã o quero dar a ele a
satisfaçã o de sentir que me conhece depois de apenas alguns minutos.
Felizmente, meu pai faz isso por mim.
— Sim ele é! — Papai diz com orgulho. — Ele está na fila para entrar
no time do colégio no ano que vem. Aí ele vai disputar uma bolsa de
estudos para o BC.
— Oh, uau! — Hannah engasga com zelo. — Boston College
football... Nã o é excitante, Avi?
— Eu nã o diria excitante ...— Avi dá de ombros novamente enquanto
come.
— Avi também estava investigando o BC —, Hannah nos conta.
A cabeça de Avi salta para cima.
— Eu estava??
Ela o ignora, falando mais com meu pai do que com qualquer outra
pessoa.
— Eles têm um ó timo programa de arte.
Papai concorda com a cabeça.
— Eu ouvi isso. Somerville High também tem ó timas aulas de arte,
embora Ky nã o esteja exatamente interessado nisso. É tudo sobre
futebol, e é por isso que escolhemos a escola pú blica em vez da
particular. A equipe deles nã o estava exatamente no mesmo nível…
Sim. Claro, pai. Por isso escolhemos a escola pública...
— BC parece ó timo, — Hannah suspira.
Meu pai sorri.
— Nã o seria divertido se vocês dois fossem para o mesmo lugar?
Parece que ele está nos perguntando, mas ele nã o está olhando para
nó s. Seus olhos estã o apenas em Hannah, e eu perdi completamente
meu apetite. Ele está tentando tanto impressioná -la, e isso está me
deixando enjoado.
— Posso ser dispensado? — Eu reclamo.
— Absolutamente nã o. Acabamos de nos sentar, — papai late
baixinho sem olhar para mim. — Entã o, conte-nos tudo sobre Nova
York, vocês dois. Como foi morar no Brooklyn?
Eu não ligo. Eu tenho que lutar contra o desejo de jogar meu rosto
no meu prato.
Hannah nos presenteia com a histó ria de sua vida no Brooklyn antes
de se mudarem para cá no ano passado. E presumo que meu pai já
conheça a maioria desses detalhes, mas ele ainda parece arrebatado ao
ouvi-la falar.
Aparentemente, o marido dela faleceu anos atrá s, mas ela nã o conta
o que aconteceu, e isso meio que aguçou minha curiosidade. Até que ela
mencione de onde ela realmente é...
Hannah nasceu em Israel. Ela saiu de lá quando era jovem e se
mudou para o Líbano com alguns familiares antes de imigrar para os
Estados Unidos quando tinha dezoito anos. Pelo que estou descobrindo,
ela nunca se deu muito bem com a família, mas quando se casou com o
falecido marido, que era espanhol, acho que foi afastada da
comunidade.
Estou achando a histó ria dela muito fascinante, mas mal consigo
prestar atençã o nisso porque minha mente está muito ocupada sobre o
fato de que meu pai, que foi criado estritamente como cató lico irlandês,
está namorando uma judia.
Nunca pensei que veria o dia.
Acho que Hannah e Avi nã o praticam o judaísmo. Ambos
mencionam que sã o mais espirituais do que religiosos, o que também é
demais para mim descompactar agora. Estou apenas perplexo que meu
pai está concordando com isso...
Meu pai, Thomas Harbor… Que me trouxe à igreja cató lica durante
toda a minha vida. Batizou eu e minha irmã e me fez passar pela
comunhã o... Quem me mandou para o acampamento da igreja até os
doze anos e me obrigou a ser coroinha...
Minhas mã os estã o ficando terrivelmente suadas e tenho que
continuar esfregando as palmas na calça jeans. Claro, nã o ponho os pés
em uma igreja há anos. Mas meu pai ainda se considera um cató lico
obstinado.
A coisa toda está fazendo minha cabeça girar, entre outras coisas…
Mas agora, mais do que nunca, eu só quero que essa refeiçã o acabe.
Estou com uma enxaqueca latejante chegando e estou cansado de me
sentir todo destruído por dentro enquanto o garoto do outro lado da
mesa fica sentado ali e sorri casualmente, como se nã o tivesse nenhuma
preocupaçã o no maldito mundo, na minha casa.
No momento em que terminamos o jantar e a sobremesa, estou
praticamente correndo para o convés traseiro para tomar um pouco de
ar. Eu preciso ficar sozinho por alguns, para clarear minha cabeça. Tudo
parece tã o congestionado.
Eu só tenho cerca de três minutos para mim antes de ouvir alguém
saindo atrá s de mim.
— Você tem um bom lugar. — A voz masculina suja endurece minha
espinha e me obriga a olhar por cima do meu ombro. — Somerville
parece legal.
— Por quê ? Onde você mora? — Eu zombo, como uma esnobe, mas
nã o consigo evitar. Nã o estou com vontade de falar com ele.
— Malden, — Avi diz, ou nã o percebendo minha atitude porque ele
é um cabeça-de-vento, ou optando por ignorá -la porque isso nã o o
afeta. Eu decidi que é o primeiro. — Estamos apenas em um
apartamento por enquanto… Tudo bem, mas eu gostaria de ter mais
espaço. Assim...
— Bem, adivinhe. — Eu giro para encará -lo. — Você nã o está
entendendo. Nã o sei o que você pensa… Se você e sua mã e estã o apenas
procurando alguém com dinheiro para te sustentar ou algo assim, mas
isso nã o vai acontecer. Vá encontrar outra família para sugar e nos deixe
em paz.
Um flash do que pode ser vulnerabilidade brilha em seus olhos,
ondulando sua versã o acinzentada de azul claro. Nã o estou tentando
me concentrar nisso, mas está apenas acontecendo.
A dor do meu comentá rio passa rapidamente, e Avi dá um de seus
pequenos sorrisos alegres que ele está usando a noite toda.
Ele se aproxima de mim lentamente.
— Nã o se preocupe, superestrela. Eu nã o seria pego me associando
com sua bunda de mauricinho. — Enfiando as mã os nos bolsos, ele se
inclina. — Ruim para a minha imagem. — Entã o ele pisca, gira e me
deixa sozinho no convé s...
Agarrando-se desesperadamente a alguma verdade em suas
palavras.
Não vai durar.
Não tem jeito…
A euforia vai passar e meu pai vai cair em si.
Isso não é permanente.
CAPÍTULO TRÊS

AVI

DarthKittyVader: 10/10 Eu deixaria essas mãos serem meu colar.

6 meses depois…

Bem, o impensável aconteceu ...


Tom pediu minha mã e em casamento. E ela realmente disse sim.
Ele fez isso no Dia de Açã o de Graças. Jantamos na casa dele, só nó s
quatro…
Eu, mamã e, Thomas Harbor e seu filho idiota jogador de futebol,
Kyran.
Eu já estava chateado por ter o Dia de Açã o de Graças com outras
pessoas além da minha mã e pela primeira vez desde que eu era criança.
Ainda mais, tendo isso com pessoas de quem realmente nã o me
importo muito. Mas entã o, depois do jantar, enquanto estávamos todos
sentados ao redor da sala, comendo torta de abó bora como uma
espécie de nova família, Tom se ajoelhou e pediu minha mã e em
casamento.
Durante todo o verã o, eu realmente tentei me manter positivo sobre
a coisa toda. Eu nunca quero chover no desfile da minha mã e,
principalmente porque ela passou tantos anos deprimida e meio
solitá ria apó s a morte de meu pai. Mas a proposta me deu um tapa na
cara. E nã o fui o ú nico…
A palavra sim mal saiu da boca de minha mã e antes de Kyran se
levantar e ir embora. Tom foi atrá s dele, e nó s os ouvimos gritando por
alguns minutos, enquanto eu apenas fiquei sentado em silêncio,
forçando um sorriso inquieto e dizendo a mamã e que estava feliz por
ela.
Quando Tom voltou, ele disse:
— Ele vai mudar. Ky só precisa de tempo para se ajustar. Ele levou
muito a sério o divó rcio…
Minha mã e o confortou, como se fosse ele quem estivesse chateado,
e nã o vimos Kyran novamente pelo resto da noite.
Minha cabeça girou por dias a fio depois disso. Porque, embora eles
nã o tivessem nos dito abertamente como as coisas iriam mudar, eu
simplesmente sabia que era verdade. Minha mã e, minha melhor amiga
e a ú nica pessoa que tenho neste mundo, estava se casando novamente.
Mudar-se para Boston foi apenas o começo…
Aparentemente, eu estava adquirindo uma dinâ mica familiar
totalmente nova e nã o tive escolha a nã o ser embarcar nela. E com
certeza, as mudanças aconteceram rapidamente depois disso.
Durante as férias de Natal, nos mudamos para a casa de Tom e
Kyran em Somerville. E agora, retomei oficialmente meu primeiro ano
em outra nova escola... Somerville High.
A coisa da escola nã o é o maior problema para mim. Eu realmente
nã o sou fã do ensino médio de qualquer maneira, e nã o é como se eu
tivesse muito tempo para me acostumar com Malden, já que mal estive
lá por um ano letivo inteiro. Mas Holly levou isso meio a sério...
Ela meio que se tornou minha namorada, apenas no sentido de que
perdi minha virgindade com ela. Nó s nunca fomos realmente um
assunto oficial, e eu sei que parece ruim dizer, mas acho que ela gostou
mais de mim do que eu dela. Nã o que eu não gostasse dela, ou que nã o
goste, mas nunca senti frio na barriga por estar com ela.
Nã o me interpretem mal, perder minha virgindade foi legal e tudo,
mas parecia mais como algo que eu deveria fazer ... Nã o algo que me
fizesse sentir leve.
Concordamos em manter contato quando eu saísse de Malden. Em
teoria, acho que poderia ter continuado namorando com ela, já que
estou a apenas uma cidade de distâ ncia. Mas simplesmente nã o parecia
realista na minha idade vir para uma nova escola com uma namorada. E
isso provavelmente mostra o quã o pouco eu investi no
“relacionamento”, porque teria sido muito fá cil continuar namoro Holly.
A coisa toda me faz sentir como um idiota, e eu nã o gosto disso.
É tudo culpa do Tom.
Foi ele quem surpreendeu minha mã e em tempo recorde. Ele é o
ú nico com uma casa grande e chique em Somerville, dentro do novo
distrito escolar, entã o me transferir foi mais fá cil do que me manter na
Malden High. Ele é aquele com o filho que claramente me odeia sem
fazer o menor esforço para me conhecer.
Kyran é um idiota, e isso é o mínimo. Nã o estou acostumado a ter
irmã os, e agora estou sobrecarregado com alguém que nã o é nada
parecido comigo e que passa cada interaçã o que temos me olhando
carrancudo como se eu tivesse mijado em seu farelo de passas.
Eu gostaria que nã o fosse só nó s... Tipo, se houvesse outro irmã o
para talvez amenizar o golpe. Kyran tem uma irmã mais velha, Bridget,
mas acho que ela saiu de casa depois do divó rcio e foi estudar na
Califó rnia. Nã o posso dizer que nã o entendo... Colocar distância entre
mim e o raio de sol conhecido como Kyran parece um conceito divertido.
Mas eu nã o posso fazer isso. Eu me recuso a deixar minha mã e, e é
por isso que a reuniã o com meu orientador educacional para falar
sobre as inscriçõ es para a faculdade girou em torno de eu me
candidatar a todas as escolas na á rea de Boston.
É logo depois do almoço e estou a caminho da aula de arte quando
ouço uma sinfonia de risadas estridentes que rangem em meus ouvidos
como um cançã o particularmente terrível. Já ouviu —Hollaback Girl—
de Gwen Stefani?
Eu me recuso a olhar na direçã o deles, mas há um grupo de
jogadores de futebol saindo do vestiá rio, empurrando uns aos outros
como atletas movidos a testosterona costumam fazer.
Em seu pró prio mundinho. Nada e ninguém mais importa...
— Porra! — Eu resmungo quando um deles esbarra direto no meu
ombro, com força. Com força suficiente para deixar cair meu livro de
arte no chã o, os papéis se espalhando por todo o corredor.
Inclinando meu queixo, eu aponto um olhar furioso na direçã o de
sua ninhada. E vai entender ... aquele que me esbarrou nã o é outro
senã o o idiota com quem agora divido o banheiro.
— Opa. — Kyran sorri por cima do ombro para mim enquanto se
afasta, idiota formal que ele é.
Entã o ele começa a pisar nos meus desenhos, o riso continuando
entre ele e seus amigos estú pidos. Minha mandíbula está travada
quando me inclino para pegar minhas coisas, rapidamente enfiando os
papéis de volta no meu livro enquanto Kyran e seus amigos se
cumprimentam.
— Ok ... Isso foi totalmente de propó sito, — murmuro para mim
mesmo, ignorando-os deliberadamente.
— Oh meu Deus, que merda de perdedor! — Um dos outros atletas
gargalha. — Isso é mangá ??
Desta vez, nã o posso ficar de boca fechada.
— Se é tã o chato, por que você sabe como se chama? — Meus lá bios
se curvam quando inclino minha cabeça em sua direçã o.
O rosto do idiota cai e ele parece envergonhado. Aponte um para
mim.
— Por favor. É um padrã o para nerds de arte, — Kyran fala,
estreitando seu olhar para mim. — Vocês sã o todos iguais. Desenhar
garotas com seios grandes você nunca conseguiria em um milhã o de
anos.
Eles riem um pouco mais.
— Desculpe, estou trabalhando na memó ria, — rosno para ele. —
Eu só conheci sua mã e uma vez.
Meu sorriso malicioso cresce quando os punhos de Kyran se fecham,
e ele se vira para voltar em minha direçã o.
— Que porra você acabou de dizer para mim?! — ele sibila, e eu me
levanto.
Foda-se. Se ele quer uma luta, eu jogo. Claro, eu nunca lutei com
ninguém antes... mas quão difícil pode ser dar um soco? Eu tenho
malhado mais ultimamente... Talvez eu pudesse bater nele e correr.
— Ei, chega. — Uma voz feminina nos interrompe, e eu afasto meu
olhar furioso de Kyran por tempo suficiente para notar uma pequena
garota de cabelo rosa se interpondo entre nó s.
Meus ombros caem para trá s quando Kyran faz o mesmo, seus
amigos o agarrando e puxando para longe de nosso potencial
desempate. Ele me lança uma ú ltima carranca de raiva antes de voltar
para seus amigos atletas idiotas. Mantendo meu sorriso perverso
intacto, eu me viro para a garota que está me ajudando.
— Ignore-os —, diz ela, inclinando-se para pegar o resto dos meus
desenhos. — Claramente as injeçõ es de esteroides ainda estã o frescas.
Eu rio, olhando para ela enquanto ela se endireita. Eu vi essa garota
por aí… na verdade, ela está na minha aula de arte. Mas estou aqui há
apenas algumas semanas, entã o ainda nã o sei o nome de ninguém.
Além do idiota com quem moro, que parece pressionado a fazer do meu
tempo nesta escola um inferno.
— Obrigado por isso, — murmuro enquanto ela me entrega meus
desenhos. — Nã o vou dizer que nã o teria dado alguns socos na direçã o
deles, mas levar uma surra de um bando de idiotas vestindo cuecas
provavelmente nã o seria bom para minha reputaçã o de garoto novo.
Ela ri e balança a cabeça.
— Sim, provavelmente nã o.
Eu a encaro por um momento. Ela é muito bonita e visivelmente
diferente da maioria das outras garotas desta escola. Tom de pele
bronzeado e um sorriso Colgate, roupas rasgadas da moda e brilhantes
cabelo rosa, piercings no lá bio e no nariz, até algumas tatuagens visíveis
nas mã os.
Ela parece legal. E talvez apenas a quantidade certa de anti-sistema
para nos unirmos por sermos esquisitos. Estou dentro.
— Estes sã o realmente bons, a propó sito. — Seus olhos caem para o
meu livro de arte. — Eu tenho que admitir, eu espiei algumas de suas
coisas na aula. Eu gosto do seu estilo.
— Realmente? — Eu nã o posso deixar de sorrir largamente. —
Obrigado. Ainda estou tentando encontrar meu nicho…
— Seus retratos estã o doentes. E eu amo todos esses detalhes. —
Ela aponta para um dos meus esboços que comecei ontem, de uma
garota e um cara de mã os dadas enquanto sã o transportados para uma
nave espacial.
— Eu sou Frankie.
Eu mudo meu livro para apertar sua mã o.
— Avi. É bom conhecer alguém legal por aqui… Você sabe, alguém
que nã o é só futebol e líderes de torcida.
— Bem, nã o me entenda mal, eu amo futebol. — Ela sorri. — Os
jogos, principalmente. Estou na banda.
— Oh, isso é incrível —, eu digo a ela com entusiasmo. — Entã o você
realmente é a agulha nerd quente em um palheiro mauricinhos?
A cabeça de Frankie cai para trá s em uma risada que aquece meu
estô mago. Ela tem uma voz rouca e sensual que eu gosto.
— Há mais de nó s, nã o se preocupe. Fique comigo, garoto. Eu vou te
mostrar como sobreviver nesta escola.
Estou tã o animado para fazer um amigo que acabo concordando e
seguindo-a sem pensar como um animal de estimaçã o.
Talvez essa nova escola não seja tão ruim afinal...

***

Quando chego em casa, a casa está vazia.


É um alívio, com certeza, já que nã o estou com vontade de ver
minha mã e e Tom trocando olhares arregalados enquanto tagarelam
sobre planos de casamento. E eu definitivamente nã o estou com
vontade de ver meu meio-irmã o babaca depois do que aconteceu na
escola hoje.
Estou lhe dizendo… estou realmente tentando manter uma
perspectiva positiva aqui. Mas a ideia de chamar aquele cara de meu
meio-irmão me dá vontade de morrer. Ele é tã o esnobe.
Sr. Perfeito jogador Quarterback, com suas notas perfeitas e suas
estúpidas roupas passadas sem buracos. Corpo de atleta e cabelo
perfeitamente penteado... rindo de pessoas que são diferentes com seus
amigos idiotas...
Eu zombo de mim mesmo no andar de cima para o meu quarto.
Idiotas filhos da puta. Todos parecem iguais e se vestem da mesma
forma. Os esportes sã o toda a personalidade deles, é patético. Na
verdade, é tudo tã o previsível que eu poderia vomitar por eles.
Eles namoram as mesmas líderes de torcida ricas, que sã o
estranhamente semelhantes à s suas pró prias mã es vespas. Totalmente
assustador. Eles atingem o auge na faculdade e acabam nos mesmos
casamentos chatos que seus pais tiveram… em seguida, acabam traindo
com suas secretá rias até serem esbofeteados com um processo de
assédio sexual. Se divorciam e depois atacam as mã es de nerds
desavisados como eu.
E o ciclo se repete.
— Bleh…— resmungo, entrando no meu quarto e jogando minha
mochila na cama. — Crianças legais ... Matem-me agora.
Farfalhar na minha gaveta secreta da mesa, eu puxo algumas ervas
daninhas e papéis de enrolar. Ok… entã o nã o sei ao certo o que
aconteceu com Tom e sua esposa. Mas isso nã o me surpreenderia. Nem
um pouco.
Fechando os olhos por um momento, balanço a cabeça. Quero dar a
ele o benefício da dú vida. Quero ver minha mã e feliz. Mas é tã o fá cil ser
cético quando essas pessoas sã o tã o diferentes de nó s.
Quero dizer, essas nã o sã o pessoas de colarinho azul. Eles sã o
cató licos irlandeses de Southie.
Não é de admirar que Kyran me odeie tanto... Sou um vira-lata aos
olhos dele.
Tudo bem, isso também não é justo. Ele nã o é racista nem nada. Ele é
um idiota, há uma diferença. E nã o quero passar mais um minuto
obcecado com toda essa porcaria.
É hora de brincar.
Enfiando o baseado entre os lá bios, acendo-o e dou uma longa
tragada, pegando uma lata de Febreze4 pró xima e borrifando em todos
os lugares. Pego minha mochila, tirando meu dever de espanhol. Isso
me faz sorrir. Por apenas um momento, antes de ser atingido na cabeça
pela realidade mais uma vez.
Meu pai… Ele falava espanhol comigo quando eu era pequeno. Antes
de morrer.
Eu tinha seis anos quando Arlo Vega foi levado deste mundo. Ele
trabalhou na construçã o da cidade. E um dia, houve um terrível
acidente no local de trabalho e ele caiu de um andaime que nã o estava
bem preso.
Meu pai caiu para a morte de mais de trinta metros. Morto com o
impacto.
É esse nível de má goa, cicatrizes internas e uma dor ao longo da
vida a superar, que nã o tenho certeza se Thomas ou Kyran Harbor, com
sua vida confortável, poderiam entender.
Um baque alto me tira do sério. Como um reflexo, eu engulo meu
baseado na minha língua e guardo tudo na minha gaveta, no caso de ser
mamã e ou seu noivo. Mas quando ouço passos subindo as escadas,
percebo que nã o é nenhum deles. É alguém pior. Alguém com raiva.
Uma voz abafada vem do lado de fora da porta do meu quarto, os
passos abrindo caminho para o outro quarto no corredor. Eu ouço
enquanto Kyran bate a porta de seu quarto, falando com alguém,
provavelmente ao telefone.
— É só por mais um ano...— Eu ouço sua voz através da minha porta
para nosso banheiro compartilhado. — Já conversei com o diretor
Brown e ele disse que existem formulá rios que você pode preencher
para que eu ainda possa frequentar Somerville enquanto residir
tecnicamente em Cambridge. Os distritos escolares sã o...
Sua voz é cortada como se ele tivesse sido interrompido, e eu me
arrasto para escutar um pouco melhor.
— Eu sei. Eu sei disso, mã e, mas estou te implorando. — Ele
realmente parece perturbado. Isso meio que humaniza um pouco o
inimigo. Pela primeira vez, ele nã o está sendo um idiota arrogante e
taciturno. — Eu simplesmente nã o posso... eu nã o quero estar aqui.
Posso, por favor, ir morar com você ?
Minha boca cai aberta. Nã o acredito no que estou ouvindo…
Ele está implorando a sua mã e para deixá -lo vir morar com ela...
Para ficar longe de mim? Quer dizer, acho que é isso que está
acontecendo. Por que outro motivo ele estaria repentinamente
desesperado para sair da casa em que viveu por anos?
Kyran fica quieto por alguns momentos pesados, enquanto eu tento
nã o fazer barulho para poder continuar espionando.
Entã o eu o ouço soltar uma respiraçã o irregular.
— Certo, tudo bem. Qualquer que seja. Tenha uma boa vida entã o.
Acho que a ligaçã o acabou quando o ouço rosnar alto. Um estrondo
me faz pular, como se ele tivesse jogado algo contra a parede. Eu ouço
mais batidas e passos arrastados, e o golpe dessa cepa de sativa decente
está me enchendo com a energia necessá ria para chamá -lo.
Ele está ali, arfando e bufando porque tem que viver comigo, como
se fosse algum tipo de tortura, quando é ele quem está me tratando
como merda desde que nos conhecemos. Nã o é justo. Também nã o
estou entusiasmado com esse arranjo, mas pelo menos estou fazendo
um esforço.
Quando ouço seus movimentos agressivos entrando em nosso
banheiro compartilhado, faço meu movimento, abrindo a porta e
gritando:
— Aha!
Não sei por que escolhi dizer isso... Mas nem tenho tempo para pensar
nisso.
Porque Kyran está nu.
Ele se esforça para cobrir seu pau, olhos arregalados, rosto
avermelhado enquanto se contorce em choque e pavor.
— Que porra você está fazendo?!
— Uh, foi mal... — murmuro, desviando o olhar enquanto ele pega
uma toalha e rapidamente a prende em volta da cintura.
— Por que você está invadindo o banheiro enquanto estou nu, seu
maldito rastejador?! — ele rosna, raiva confusa emoldurando sua voz.
Permitindo-me espiar novamente quando tenho certeza de que ele
está coberto, eu o encontro olhando para mim, o cabelo castanho-claro
todo despenteado e as bochechas vermelhas.
Eu limpo minha garganta.
— Eu hum...— Meu cérebro ficou em branco. Por que eu vim aqui de
novo?? Oh, certo... eu endireito. — Eu ouvi o que você disse...
Implorando para sua mã e deixar você morar com ela...— Cruzo os
braços sobre o peito. — Meio desesperado para ficar longe de mim, hm?
Sua mandíbula aperta.
— Sim. Agora mais do que nunca.
— Isso é meio rude. — Eu combino seu olhar com um dos meus.
— Ah, e escutar as conversas das pessoas e depois irrompê-las no
banheiro, nã o é? — Sua sobrancelha arqueia, e eu dou de ombros.
Ok, acho que ele tem razão...
Deixando escapar um suspiro, eu esfrego meus olhos com os dedos.
— Tudo bem, eu vou te dar isso. Mas você estava falando alto. Nã o
pude deixar de ouvir…
— Certo…— ele zomba, revirando os olhos enquanto se vira,
mexendo nas coisas do seu lado da penteadeira.
— Olha, Kyran...— Eu me viro para encará -lo completamente. —
Isso é tã o estranho para mim quanto para você, acredite em mim.
— Sim, eu duvido disso —, ele sussurra.
— Nã o, é sério. Nã o estou acostumado a morar com ninguém além
da minha mã e. E definitivamente nã o estou acostumado a ter um
irmã o... Especialmente um que acabei de conhecer, com quem agora
estou dividindo uma escola e um banheiro.
— Você não é meu irmã o —, ele diz, olhando para mim.
Solto um suspiro frustrado.
— Sim, bem... eles vã o se casar. Quer gostemos ou nã o, está
acontecendo. Entã o você nã o acha que a gente deveria, sei lá ... fazer um
esforço? Para pelo menos tentar se dar bem? Por eles…
Kyran fica quieto por um momento, olhando para si mesmo no
espelho com um olhar estranho em seus olhos. Eles geralmente
parecem ser uma avelã verde e bronze, mas agora eles estã o escuros, as
pupilas visivelmente grandes, perceptíveis até mesmo de onde estou.
Eu o testemunhei engolir antes de agarrar a borda da bancada.
— Nã o devo nada a ele.
Estreito meu olhar para ele. O que diabos isso significa?
Desta vez, ele gira para me encarar, fixando-me com um olhar
particularmente severo.
— Quem meu pai decide se casar é problema dele. Mas, no que me
diz respeito, você e sua mã e sã o simplesmente pessoas que tenho que
tolerar até me formar e poder dar o fora de todos vocês.
— Uau...— Eu respiro e engulo. — Cara.
— É a verdade. — Ele permanece firme, seu peito largo se movendo
para cima e para baixo, lutando para conter sua raiva. — Eu nã o preciso
de mais amigos, e com certeza nã o preciso de um irmão que nã o seja
nada como eu.
Eu pisco.
— Você nem me conhece.
— Ah, mas eu faço. — Ele se aproxima. — Você é o garoto
maconheiro que ri de tudo porque é mais fá cil do que admitir que você
nã o tem ideia de quem você realmente é. Nada prende sua atençã o e
você diz a si mesmo que é por causa do seu cérebro de artista, mas isso
é apenas uma desculpa para relaxar e voar como um bobo descuidado.
Você nã o tem amigos, nenhum relacionamento, nada. Você é o filhinho
da mamã e e age como se estivesse cuidando dela, mas a verdade é que
ela nã o precisa de você. Ninguém precisa. Estou congelado quando ele
se inclina ainda mais perto do meu rosto.
— Você é um desperdício de espaço. Agora, dê o fora de mim. Por
favor, e obrigado.
Estou fodidamente atordoado em pedra. A forte adrenalina corre em
minhas veias, meu estô mago embrulha e revira com tanta violência que
sinto vontade de vomitar.
Eu não posso acreditar que ele acabou de dizer essa merda para
mim... Que tipo de babaca horrendo é esse garoto?
Mú sculos tensos por todo o meu corpo e meus punhos cerrados em
um sussurro rouco,
— Tudo bem, entã o. Acho que foda-se você também.
Saindo do banheiro, bato a porta com tanta força atrá s de mim que
ela sacode a parede. Eu expiro em voz alta, balançando a cabeça e
fingindo que suas palavras nã o me atingiram. Que ele só está atacando
porque é um idiota arrogante que pensa que é melhor do que todos.
Mas nã o importa o que eu faça, nã o consigo tirar a voz dele da
minha cabeça.
Nã o importa o quanto mais eu fume, simplesmente nã o vai.
Você não tem ninguém…
Ninguém precisa de você…
Passo o resto da noite lutando para me concentrar no dever de casa.
E quando mamã e e Tom voltam com o jantar, digo a eles que nã o estou
com fome.
Fico trancado em meu quarto, olhando para as pá ginas dos livros
que nã o estou lendo, com uma verdade dolorosa circulando em meu
cérebro.
Você não tem... nenhuma pista... de quem você realmente é.
CAPÍTULO QUATRO

KYRAN

Tumultuous_ho3b4g: Não estou me sentindo bem hoje. Posso sentir você


em vez disso?

Um ano depois…

Os mú sculos dos meus braços estã o tensos, lutando contra o tremor.


Eles queimam quando eu empurro com toda a minha força,
levantando a barra e controlando-a de volta. Meu peito se contrai, suor
cobrindo minha testa. Eu respiro fundo a cada empurrã o enquanto meu
parceiro conta.
Vinte e cinco. Vinte e seis.
Minha mente está clara enquanto me concentro na dor. A dor do
peso que estou segurando...
Isso é bom. A dor é como uma companheira, uma presença
reconfortante que acaricia meu cabelo e sussurra para mim.
Você é tão forte.
Não há nada que você não possa rasgar com as próprias mãos.
Garrison, que está me localizando, diz trinta, entã o me ajuda a guiar
a barra de volta para a posiçã o vertical, antes mesmo de eu terminar.
Eu teria continuado..., mas acho que trinta repetiçõ es com tanto
peso é mais do que você normalmente deveria fazer.
Fracos. Me dê mais. eu aguento.
Me sentando lentamente, limpo o suor da minha testa enquanto
Garrison me dá um tapa no ombro.
— Bom trabalho, killa, — ele ronca seu apoio.
— Porra de exibicionismo —, diz meu amigo Marcus com um
sorriso malicioso do outro lado da sala.
Ele está fazendo apenas um e cinquenta. Acho que ele não precisa de
dor como eu...
Agarrando minha toalha, a coloco em volta do pescoço, me
levantando e esticando os braços sobre a cabeça. Bebo um pouco de
á gua, olhando ao redor da sala de musculaçã o para meus companheiros
de equipe. vou sentir falta disso…
O futebol universitá rio será semelhante, mas também diferente. Vou
ter que me acostumar com todos os novos jogadores. Formar laços de
camaradagem com novos caras.
Jogar pelos Eagles será intenso, mas, honestamente, estou ansioso
por isso. O campo de futebol sempre foi o lugar onde eu brilho. Jogo
porque sou bom nisso, mas também porque preciso. O futebol é a maior
parte da minha imagem.
— Entã o, Ky...— Garrison diz meu nome, e eu olho para ele. — Você
já terminou com Becca?
Alguns dos caras riem. E meu queixo cai.
— Nã o…
— Vamos lá , cara. — Ele ri. — Você tem que arrancar essa merda
como um Band-Aid.
— Vai ser tã o estranho. — Eu corro meus dedos pelas mechas
suadas do meu cabelo. — Ela está indo para Emerson… seria muito fá cil
para mim ficar com ela.
— Mas você nã o quer...? — Marcus pisca para mim de onde está
sentado no banco de peso.
— Oh nã o. — Reviro os olhos. — Quero dizer, Becca é legal e tudo,
mas BC será um mar de novas bucetas.
— Você acertou. — Mack, um dos meus outros companheiros de
equipe, sorri maliciosamente. — E o QB dos Eagles com certeza fará
você se afogar nisso.
Afasto o sorriso que quer curvar minha boca.
— Se eu pegar o QB…
— Mano... você vai conseguir. — Garrison dá um tapa no meu braço.
—Destino manifesto, mano.
Eu nã o posso evitar a diversã o em meu rosto que me leva a rir.
— Cara, do que diabos você está falando?! — Marcus cacareja para
ele.
— É uma coisa! Estou dizendo a você! — Garrison se defende.
Ele sempre foi o hippie do grupo.
— E, para nã o mencionar que Lexi está indo para BC...— Mack me
lança outro olhar tortuoso.
— Hm...— Concordo com a cabeça, sem saber como reagir a isso.
Lexi Erikson é essa garota que mora em Everett. Ela é foda e à s
vezes aparece em festas em Somerville, momento em que todos os
caras babam por ela, espreitando ao redor dela como um bando de
leõ es territoriais procurando acasalar com a ú nica leoa.
Eu nã o sabia que Lexi havia sido aceita no BC. Nos seguimos no
Instagram, mas nunca conversamos muito. Ela torce em Everett... Talvez
torça pelos Eagles.
Minha mente confusa salta de volta para Becca, e meu estô mago
começa a se revirar, provocando uma onda de ná usea. Eu preciso
apenas terminar com ela, mas vai ser difícil. Estamos juntos há algum
tempo neste momento. Dissemos as palavras eu te amo, embora para
mim fossem apenas isso. Palavras.
Eu acho que ela realmente quis dizer isso.
Minha mente está presa nisso enquanto todos nó s vamos para o
chuveiro, os caras ainda rindo, brincando e brincando no fundo do meu
dilema interno. Se eu pudesse amar alguém, tenho certeza que deveria
ser Becca. No papel, ela é perfeita para mim. Bonita, inteligente, de
origem semelhante... Meu pai gosta dela.
Mas eu simplesmente nã o sinto isso. Nã o sei como é o amor. E na
minha idade, estou um pouco preocupado por nunca ter sentido algo
mais do que uma concha bá sica de atraçã o por qualquer garota. A
maioria dos caras que conheço tem namoradas, ou já passaram por
relacionamentos em que dizem estar apaixonados, mesmo que tentem
ser machistas e minimizar isso. Ainda assim, é ó bvio que eles sentiram
algo por essas garotas...
Mas eu nã o. Meu peito fica vazio sempre que penso em amor. Como
um círculo simples; um esboço, sem nenhuma substâ ncia só lida para
me preencher.
Posso estar quebrado... E o pensamento traz uma sensaçã o de
arranhã o, rastejando pelo meu esô fago como garras.
Me movendo para a frente do espelho, eu me encaro por um
segundo, tentando conter o pâ nico que nã o posso exibir na frente
desses caras. Com os dedos cavando no balcã o, fecho os olhos e respiro
fundo. Quando os reabro, fecho os olhos comigo mesmo.
Você está aqui. Este é você.
Mais risadas me puxam para fora enquanto todos os caras desfilam
nus atrá s de mim. Engolir ainda parece pesado, mas eu tento superar o
desconforto, assim como quando estou levantando peso, e me junto a
eles.
Sempre fiz questã o de me mover rapidamente nos chuveiros do
vestiá rio. Nã o é exatamente um lugar onde você quer ser pego
demorando de qualquer maneira. Obviamente, estou muito confortável
com meu corpo e tudo, mas admito que à s vezes a indiferença de tomar
banho ao lado de um monte de outros caras nus parece tensa.
Nada para insistir. Ensaboe, enxágue e movimente-o.
Quando termino meu banho de dois minutos, saio e me visto. E é
enquanto isso está acontecendo que eu tomo uma decisã o. Preciso
encontrar Becca e acabar com isso. É a coisa certa a fazer.
Como Garr disse, arranque o Band-Aid.
Acho que ela ainda está aqui, na escola. Ela está no Comitê de
Formatura, e eles têm se encontrado praticamente todos os dias depois
da escola, já que a formatura é daqui a apenas algumas semanas.
Acenando para os caras, eu ignoro o destino iminente de como ela vai
levar isso e sair do vestiá rio.
Do lado de fora do refeitó rio, onde geralmente acontecem as
reuniõ es do Comitê de Pó s-graduaçã o, ando por alguns segundos
nervosos, antes de respirar fundo e empurrar as portas. Vejo o grupo
deles, sentados a uma mesa, conversando. Mas percebo imediatamente
que Becca nã o está lá .
Algumas das crianças erguem os olhos quando me aproximo e dou
um sorriso educado.
— Ei pessoal.
— Kyran... Oi, — Julie canta, lançando-me esse tipo de olhar de olhos
arregalados que faz minhas sobrancelhas se fecharem por um
momento.
— A Bec está aqui? Eu olho em volta.
— Oh nã o. — Ela espia Josh ao seu lado. — Ela foi buscar o
carregador.
— Seu carregador...— repito, olhando para eles e me perguntando
por que eles estã o agindo de forma tã o esquiva.
— Com Ash, — Josh diz, e Julie dá uma cotovelada nele.
— Com Ash? — Estreito meu olhar.
Ambos estã o apenas olhando para mim, balançando a cabeça. Um
buraco está se formando no meu estô mago, mas eu o ignoro,
murmurando,
— Obrigado, — enquanto eu giro e me afasto, de volta para as
portas.
— Tenho certeza que ela estará de volta! — Julie grita atrá s de mim,
mas nã o estou ouvindo.
Eu vou encontrar minha namorada. Agora mesmo.
Perseguindo os corredores, estou tenso. A histó ria do carregador é
obviamente besteira, porque os corredores estã o vazios e ela nã o está
em seu armá rio. Eu verifico cada cô modo, procurando freneticamente
enquanto minha mente gira e gira, até que finalmente ouço vozes vindo
da sala de mú sica.
Espiando pela pequena janela na porta, vejo Becca e Ash. Eles estã o
apenas conversando, e meus ombros caem, uma risada revivida
soprando enquanto eu balanço minha cabeça. Nã o acredito que
comecei a entrar em pâ nico por nada.
Não… nada.
Ash se inclina, sorrindo enquanto dá um beijo lento nos lá bios da
minha namorada. A mã o dela sobe para o queixo dele, os dedos
enfiados em seu cabelo preto desgrenhado enquanto ela o beija de
volta. Como ela quer.
Ela nã o o está afastando... Eles estã o apenas parados ali, ao ar livre,
se beijando como se ela nã o tivesse nenhuma preocupaçã o no mundo
ou um maldito namorado que está procurando por ela para que ele
possa partir seu coraçã o.
Meu maxilar fica tenso quando alcanço a maçaneta da porta, pronta
para abri-la e entrar para chutar a bunda daquele idiota perdedor.
Mas eu paro. E minha mã o cai ao meu lado.
— Foda-se ...— murmuro para mim mesmo, me afastando.
Claro que estou chateado porque minha namorada de quase dois
anos está namorando outro cara. Mas acho que de certa forma ela está
me fazendo um favor.
Puxando meu telefone do bolso, digito um texto rá pido para Bec.
Eu: Acabamos.
E é isso. Está feito.
Se ela nã o tem o respeito de falar comigo primeiro antes de ficar
com outro cara, entã o com certeza nã o a respeito o suficiente para
terminar cara a cara.
Ainda assim, estou meio que fumegando enquanto saio para o meu
carro.
Sério, Bec? Ash Holloway??
Ele nã o é o tipo dela. Ele toca violã o, usa jeans rasgados e pinta as
unhas de preto. Idiota emo nerd. Ele me lembra…
Meus dedos se fecham em um punho ao meu lado. Droga.
Eu dirijo os dez minutos para casa em silêncio, fervendo em meu
péssimo humor. Eu sei que estou sendo infantil... Eu ia terminar com
ela, de qualquer maneira. Mas ainda assim, se ela pudesse ficar com
aquele palhaço na escola, onde qualquer um pudesse vê-los, entã o eu
estou supondo que isso nã o foi a primeira vez que eles fizeram isso, o
que significa que aquela vadia estava me traindo.
Enquanto eu tenho ignorado avanços de outras garotas esse tempo
todo – até mesmo de algumas de suas melhores amigas – ela está aqui...
beijando Brandon Bruce, fodendo Lee.
Besteira.
Entrando em nossa garagem, eu piso no freio e rosno alto. Tem um
Jeep no meu lugar. Filho da puta maconheiro filho da puta…
Saio do carro e entro em casa, furioso. No momento em que passo
pela porta, estou gritando:
— Avi! Você está na porra do meu lugar de novo!
Nã o vejo ninguém, mas ouço risadas vindas do convés traseiro.
Entã o essa é a direçã o que estou seguindo enquanto minhas frustraçõ es
borbulham. Na porta de correr, nã o presto atençã o ao que está
acontecendo lá fora. Eu apenas lati, — Avi. Meu maldito lugar, seu
idiota! Você estacionou nele novamente. Achei que tinha te contado...
— Ki. — Meu pai interrompe meu discurso com um tom de
repreensã o. —Meça suas palavras. E pare de gritar com seu irmã o. É o
aniversá rio dele.
Meus dentes se quebram quando murmuro:
— Ele não é meu irmã o...
Avi sorri para mim de onde estã o todos sentados ao redor da mesa
do lado de fora.
— Obrigado pelos desejos de aniversá rio, mano. Você é o melhor.
Olhando em volta, observo a decoraçã o, sinto o cheiro da comida
grelhada... O bolo de aniversá rio gigante na ilha de má rmore da cozinha.
Naturalmente, esqueci que hoje é o aniversá rio de dezoito anos do
meu meio-irmã o. Porque eu nã o me importo. Mas agora que estou
recebendo a informaçã o novamente, lembro ligeiramente de meu pai
me dizendo que íamos fazer um churrasco em família para comemorar.
Incrível. Esse dia pode ficar pior??
— Kyran, sente-se. — Hannah dá um tapinha no assento ao lado
dela. —Tem salada e alguns petiscos. O resto da comida estará pronto
em breve.
Ela sorri gentilmente para mim, e eu expiro, me permitindo relaxar
um pouco. Minha madrasta é realmente muito legal, o que torna um
pouco difícil manter toda essa hostilidade em relaçã o à nova dinâmica
familiar. Sei que as coisas ficariam mais fá ceis se eu superasse e
tentasse me esforçar um pouco mais para me dar bem com eles... Afinal,
já faz um tempo.
Meu pai se casou com Hannah em setembro passado. Foi uma
pequena cerimô nia em Narraganset. Nenhuma igreja — duh . Só nó s e
alguns amigos do meu pai. Acho que os poucos membros da família
Vega com quem Hannah e Avi ainda se comunicam nã o puderam
comparecer. Mas, novamente, minha irmã também nã o apareceu.
Estou feliz que era pequeno e casual. Eu realmente nã o tinha isso
em mim para fazer toda a coisa do casamento. Já era ruim o suficiente
ficar lá com Avi... Ele ao lado de sua mã e e eu ao lado de meu pai. Ele
piscava para mim, e eu fazia cara feia de volta. Tem sido assim desde
que eles se mudaram, e o casamento nã o mudou nada.
Avi e eu nã o nos damos bem. Somos muito diferentes, e ele me irrita
profundamente. Tudo o que ele faz é fumar maconha e fazer desenhos
malucos. Ele come tudo em casa, estaciona na minha vaga e, quando
nã o está fazendo comentá rios sarcá sticos do meu jeito, está divagando
sobre todas essas teorias de conspiraçã o meio engessadas que
aparentemente acredita serem fatos.
O cara é estranho pra caralho, mas mais do que tudo isso, só de
olhar para a cara idiota dele me lembra de como meu pai é muito mais
agradável quando ele e sua mã e estã o por perto. A quantidade de
ressentimento furioso que guardo parece doentia, mas nã o consigo
evitar. Meu pai nã o ria nem brincava comigo desde que eu tinha dez
anos. Ele só fala comigo sobre merda superficial; futebol, escola e as
necessidades bá sicas de um relacionamento pai-filho estritamente
comercial.
Tem sido assim desde... desde a última vez que tentei falar com ele
sobre algo, e isso destruiu toda a nossa família. E eu sei que ele me
culpa por tudo isso. Portanto, nunca consigo o Thomas Harbor que
Hannah e Avi recebem.
Ele brinca com Avi, dá conselhos, se oferece para ajudá -lo nas
coisas. Todas as coisas que ele nunca consideraria fazer por mim e, por
esse motivo, mais do que todas as outras besteiras, eu odeio Avi Vega.
Meu meio-irmão ... Deus, ainda me irrita, mesmo oito meses depois.
Mal posso esperar para ir embora. Estou ansioso para sair desta
casa e ir morar no campus de BC. É a minha fuga dessa família falsa e,
mais importante, de Avi e seus sorrisos conhecedores. Algo sobre ele
piscando aqueles pequenos sorrisos o tempo todo só faz me sentir
assassino. Outra razã o pela qual é bom que eu esteja me mudando em
breve.
Acho que não conseguiria chegar ao Natal sem sufocá-lo até a morte.
Relutantemente, e sem esconder, eu me sento ao lado de Hannah na
mesa enquanto ela prepara um prato de salada para mim. Meu pai sorri,
mas é claro que nã o para mim. Para sua esposa.
Ele leva uma garrafa de cerveja aos lá bios e toma um gole.
Avi cutuca seu braço.
— Você acha que eu poderia pegar um desses? — Ele aponta um
sorriso suplicante para o meu pai. — Você sabe... desde que eu sou um
adulto agora e tudo mais.
— Avi. — Hannah revira os olhos, sorrindo.
Meu pai semicerra os olhos para Avi, mas depois suspira e dá de
ombros.
— Claro, por que nã o. Apenas um.
— Obrigado, Tom. — Avi levanta sua cadeira, piscando para mim.
Porque diabos ele sempre faz isso está além de mim, mas é irritante.
Deve ser por isso.
Avi vai até a minigeladeira e pega uma garrafa.
— Posso pegar um? — Eu pergunto, precisando do á lcool para
ajudar a conter minha irritaçã o.
— Você ainda tem dezessete anos, — meu pai diz incisivamente.
— Apenas por mais alguns meses...— resmungo, me sentindo como
uma criança, isso me enrijece de irritaçã o. — E pela ú ltima vez que
verifiquei, a idade para beber é vinte e um, nã o dezoito.
Dou um sorriso falso para Avi e ele retribui. Mas ele pega uma
segunda garrafa, sem esperar que meu pai dê sua aprovaçã o antes de se
aproximar e entregá -la para mim.
Meu pai nã o parece satisfeito, mas Hannah intervém.
— Tenho certeza de que eles vã o beber cerveja na faculdade, Tom. É
melhor que aprendam a fazer isso com responsabilidade.
Faço uma pausa antes de abrir a garrafa, observando meu pai com
atençã o. Ele concede com um sorriso curto para sua esposa, e eu estou
espumando de raiva logo abaixo da minha superfície.
Se eles soubessem como ele realmente é... Ele nunca permitiria
vícios antes deles aparecerem. Uma vez, quando encontrou a bituca de
cigarro de Marcus na calçada, gritou comigo por tanto tempo que quase
perdeu a voz.
Mas Avi tem permissã o para pescar em seu quarto como se estivesse
nos bastidores de um show de Kid Cudi5. É ridículo pra caralho.
Abrindo a garrafa agressivamente, tomo um longo gole, ignorando o
resto. A conversa deles continua enquanto jantamos. Os hambú rgueres,
cachorros-quentes e frango grelhado sã o acompanhados por bate-papo
sobre os negó cios do meu pai e como eles estã o entusiasmados com a
recente contrataçã o de algum novo desenvolvedor chique. O dinheiro
está entrando agora, e sei que tudo isso é um prefá cio para ele insistir
que eu escolha Negó cios como meu curso no BC.
O futebol está muito bem por enquanto, mas sei que ele espera que
eu siga seus passos e assuma os negó cios da família, o que nã o tenho
intençã o de fazer.
Então me ajude, vou chegar à NFL só para não precisar.
— Entã o, Ky. — Hannah diz meu nome, e quando olho para ela,
posso dizer pela sua expressã o que ela sabe que nã o quero falar sobre
negó cios. Eu tenho que apreciá -la tentando manter a paz entre papai e
eu. Isto é, até que ela pergunte: — Como vã o as coisas com Becca?
Evitando responder, tomo um grande gole da minha garrafa de
cerveja. Oh, você olharia para isso? Já está vazio...
Pegando o ró tulo, murmuro:
— Nó s terminamos.
— Oh... sinto muito por ouvir isso, — ela responde, sinceramente.
— Kyran, isso é uma pena, — meu pai diz, parecendo muito menos
preocupado comigo do que desapontado comigo. — Ela era uma boa
menina. E você sabe, nã o há nada de errado em começar a faculdade em
um relacionamento. Pode até lhe dar alguma perspectiva...
— Ela me traiu, — eu o interrompi, olhando para o outro lado da
mesa. Seu rosto cai enquanto ele olha desconfortavelmente. Minha
cabeça se inclina.
— Você ainda acha que eu deveria ter aguentado?
Ele nã o diz nada, apenas se levanta para pegar outra cerveja.
Nenhum para mim… Obrigado, Pops.
— Isso é horrível, Ky. — Hannah cobre minha mã o com a dela sobre
a mesa. Isso me assusta, e eu olho para ela, chocado com o contato. —
Você merece o melhor.
Um escá rnio vem do outro lado da mesa, e meu rosto vira na direçã o
de Avi. Ele está bebendo de sua garrafa, sorriso intacto.
— Qual é o seu problema? — Eu olho para ele.
Ele termina de engolir lentamente, os olhos fixos nos meus.
— Nada. Tenho certeza de que você nã o merecia ser traído.
— Avi! — Hannah repreende.
— Só estou dizendo...— ele continua com um encolher de ombros
indiferente. — Karma é uma cadela. Trate as outras pessoas como
merda e isso acabará voltando para você.
— Você parece um idiota, — resmungo.
— Meninos, — meu pai bufa, balançando a cabeça. — Nã o podemos
ter um jantar em família onde vocês dois nã o fiquem brigando o tempo
todo? Está ficando muito velho.
Agora é a minha vez de zombar. Odeio admitir, mas ele tem razã o.
Avi e eu passamos a maior parte do nosso encontro brigando, e é por
isso que faço questã o de ignorá -lo tanto quanto humanamente possível
quando você divide uma casa, uma escola e um banheiro com alguém.
Algo sobre apenas estar em sua vizinhança geral aumenta minhas
frustraçõ es internas algumas centenas de pontos, e eu nã o preciso do
estresse.
Eu só quero ficar longe dele para sempre. Agosto não pode vir em
breve.
— Bom ponto. Vamos mudar de assunto. — Avi se recosta na
cadeira. —Eu ia esperar até depois do bolo para compartilhar as boas
notícias, mas nã o aguento mais.
Ele está radiante, dentes brancos e retos quase me cegando. Na
verdade, está me fazendo desejar ser cego, para nã o ter que ver aquele
maldito sorriso por mais um segundo. Pode ser parte da razã o pela qual
gosto de foder com ele na escola... Virar aquela coisa de cabeça para
baixo me dá um prazer imenso.
Meu pai e Hannah aguardam ansiosamente as notícias de Avi,
enquanto eu estou sentado aqui, descascando vigorosamente pedaços
de ró tulo da minha garrafa de cerveja vazia.
— Eu decidi que nã o irei para Tufts, — Avi anuncia, e isso me pega.
Meus olhos saltam, e é claro que ele está olhando diretamente para
mim. — Porque fui aceito no BC.
O que… que… porra?!
Sinto toda a cor sumir do meu rosto. Meu coraçã o parou
completamente de bater e está sentado no meu peito como um pedaço
de carne morta.
Não não não não. De jeito nenhum.
Eu nem percebo o quã o forte meus dedos estã o cavando na mesa até
que eles começam a doer.
— Aviel! Oh meu Deus, isso é incrível! — Hannah comemora,
pulando para abraçar seu filho.
— Parabéns, Avi! — Meu pai aperta seu ombro. — Meus dois filhos
indo para o Boston College!
Eu vou vomitar.
— Vai eagles.— Avi sorri para mim enquanto nossos pais
enlouquecem ao redor dele. Suas sobrancelhas escuras se erguem. —
Certo, mano?
Me forçando a me mover, empurro minha cadeira para trá s com um
arranhã o alto. Sinto-me fisicamente enjoado e tonto quando me
levanto.
— Bem... isso é perfeito pra caralho. — Eu resmungo, me afastando
deles e cambaleando para dentro da casa, batendo a porta atrá s de
mim.
É uma porta de correr, entã o você realmente nã o pode bater, o que
só serve para me irritar ainda mais. E acabo reabrindo e fechando
quatro vezes só para bater com força.
Completamente insatisfatório. E agora pareço ainda mais uma
criança tendo um acesso de raiva.
— Porra! — Eu rosno alto, arrancando meu cabelo pela raiz.
Isso é uma merda! Eu pensei que estava fugindo dele indo para BC!
Agora ele está me seguindo até lá, como uma espécie de incômodo
inevitável.
Estou tremendo, estou com tanta raiva. Aproximo-me do bolo de
aniversá rio no balcã o, penhoro um enorme e furioso loogie e cuspo
bem em cima da bonita cobertura de chocolate.
— Pegue isso, idiota —, eu penso.
Correndo pela casa e subindo as escadas, vou para o meu quarto e
bato a porta. Muito melhor. Deixei escapar um rugido ainda mais alto de
frustraçã o, agarrando o item mais pró ximo - um troféu de futebol do
ensino médio - e jogando-o contra a parede.
— Foda-se! — Eu fervo, andando em círculos. — Foda-se você e seu
aniversá rio. Foda-se você e sua carta de aceitaçã o do BC ... Foda-se você
e seu sorriso! Foda-se, foda-se, foda-se!
Estou furioso e mal consigo ver através do vermelho. Eu o odeio pra
caralho! Eu o desprezo por roubar literalmente tudo o que tenho. Tudo
que era meu agora é dele, e é quase devastador.
Me arrastando para a cama, cubro a cabeça com o travesseiro e
tento ao má ximo me acalmar. Sugando a respiraçã o apó s a respiraçã o,
luto para conter as emoçõ es.
Engula-os. Engula andorinha andorinha.
Como lutar para comer algo nojento. Mastigue e engula; empurre
tudo para baixo; embalá -lo em seu intestino.
— Isso não é uma piada. Você não pode simplesmente inventar coisas
assim, Kyran. Tenho certeza de que você está exagerando.
— Foda-se —, eu respiro, engasgando com as emoçõ es tentando
raspar minha garganta como bile.
— Eu não estou inventando…
— Sim você esta. Pare de mentir.
— Eu não estou mentindo!
— Foda-se ... você ...— Eu choramingo, com lá grimas empurrando
atrá s de meus olhos.
Apertando-os bem fechados, eu grito na minha cama, o mais alto
que posso.
Tenho doze anos de novo... Gritando no colchã o. Gritando até meus
pulmõ es doerem.
— Você destruiu tudo…
— Porra!! — Eu grito. E choro.
E gritar, e chorar.
Até que, exausto e rouco, adormeço, com o tom de desilusã o do meu
pai a embalar-me num tormento silencioso.
***

Eu acordo com o som de batidas.


Levantar a cabeça é difícil. Parece que pesa cem libras. Minhas
têmporas latejam, meu rosto está tenso e minha garganta dolorida.
Claramente, adormeci de raiva, o que nã o acontecia há algum tempo.
Mesmo no Dia de Açã o de Graças, quando meu pai pediu Hannah em
casamento, nã o foi tã o ruim assim.
Saindo da cama, esfrego os olhos. Está escuro lá fora, o que significa
que devo ter desmaiado por pelo menos algumas horas. Alcançando
minha mesa de cabeceira, pego um frasco de Excedrin Migraine e tomo
dois. Infelizmente, as batidas na minha cabeça estã o sendo
acompanhadas pelas batidas nas proximidades. Levo apenas alguns
segundos para perceber que está vindo da porta do banheiro. Ou
melhor, a porta do banheiro de Avi.
— Kyran! Eu preciso entrar no maldito banheiro! — Avi grita de
dentro de seu quarto. — Destranque a porra da porta, seu idiota!
Eu sorrio para mim mesmo. Devo ter trancado a porta esta manhã
antes de sair para a escola.
Ops.
Reclinado na cama, fecho os olhos, esperando o remédio fazer efeito
e resolver essa dor de cabeça. Os sons dele me xingando através de
duas portas alargam meu sorriso maligno. Mas entã o ele para e é
substituído por passos, seguidos por uma nova batida na porta do meu
quarto.
— Kyran, pare de ser uma vadia chorona e me deixe entrar na porra
do banheiro! — ele grita para mim do corredor.
— Use o andar de baixo —, resmungo, apenas alto o suficiente para
ele me ouvir.
— Nã o! Todas as minhas coisas estã o aqui. — Sua voz é extra
petulante, e isso me faz revirar os olhos.
— Nã o é problema meu, princesa, — eu bufo, ainda sorrindo.
Eu nem me importo se ele está certo sobre o carma me atacando,
porque mexer com ele é muito satisfató rio. Especialmente agora.
Eu aceito, se isso significar recuperá -lo pelo que ele está tirando de
mim... Meu plano de fuga. É muito mais importante do que seu sabonete
especial Dove For Men que ele adora usar.
— Você está realmente sendo um idiota épico, sabia disso? — ele
fala pela porta. — Entã o eu estou indo para BC... Grande coisa, porra.
Nã o é o fim do mundo.
É isso. Minha coluna enrijece e eu me levanto rapidamente,
caminhando até a porta. A desbloqueando, eu abro, encontrando um
olhar assustado em seu rosto, como se ele nã o esperasse que eu
realmente o abrisse.
— Na verdade, é, — eu rosno. — É o fim do mundo. BC era para me
afastar de você. E agora você está me seguindo como uma ex-namorada
pegajosa.
Ele faz uma cara como se estivesse se divertindo com a minha
audá cia, e isso traz a fú ria de volta, saltando pelos meus membros mais
uma vez.
— Você nã o é dono do Boston College. — Ele cruza os braços sobre
o peito. — Eu posso ir para a escola onde eu quiser. Esta é a América ...
Terra da liberdade para entrar em dívidas de empréstimos estudantis
incapacitantes em qualquer lugar que você escolher.
— Exatamente —, eu assobio. — Entã o vá para outro lugar. Você
nem se importa com a escola.
— O que há de errado, irmã o? — Ele sorri, encostado no batente da
porta. — Você nã o quer ficar comigo por mais quatro anos?
— Eu prefiro levar um chute no saco por quatro anos —, murmuro.
— Oh, bem... isso pode ser arranjado.— Ele pisca, e eu estou prestes
a explodir.
Aproximando-me de seu rosto, eu murmuro:
— Se você vier para o Boston College, juro por Deus que farei da sua
vida um inferno...
Mas ele nã o recua. Na verdade, ele se aproxima de mim e sorri.
— Comece o jogo, superstar. Caso você nã o tenha notado, você nã o
me intimida.
— Você vai se arrepender disso, — eu rosno, a centímetros de seu
rosto.
Sua sobrancelha arqueia.
— Você quer dizer que sua ex se arrepende de nã o ter te traído
antes?
Não. Eu simplesmente não consigo mais engolir.
A ira dentro de mim borbulha enquanto eu rugo alto e me atiro
contra ele.
Jogando-o no chã o, eu o agarro pelo pescoço.
— Vou tirar esse maldito sorriso da sua cara, seu idiota hipó crita!
— Nã o antes de eu limpar minha bunda com sua toalha de rosto,
seu saco de ferramentas épico! — ele berra enquanto lutamos um
contra o outro no chã o do corredor.
Há membros em todos os lugares. Estou sufocando-o enquanto ele
me dá socos nas laterais, sem parar. Estamos rolando, gritando e
chutando. Estou puxando o cabelo dele, ele está me mordendo. É
apenas uma bagunça. A luta mais estú pida de todas, e nã o que eu queira
pensar nisso, mas realmente parecemos irmã os agora mais do que
nunca. O que, claro, me irrita ainda mais.
— Como foi seu bolo de aniversá rio, perdedor ?!— Dou uma
joelhada na barriga dele e ele grunhe.
Ele faz uma pausa por um minuto, boquiaberto para mim enquanto
nó s dois respiramos fundo.
— Foi bom… Por quê? — Eu sorrio perversamente, e ele engasga. —
Oh meu Deus, você gozou nele?!
Meu rosto se contorce em um de desgosto perplexo.
— Eca, o que diabos há de errado com você?
— Você fez alguma coisa com ele, nã o foi?! — Ele torce meu braço
atrá s das costas e eu lamento.
— Eu cuspi nele! — Eu rio sem fô lego. — Espero que tenha gostado
de comer minha saliva, idiota!
— Cadela! — ele rosna, e voltamos a cair no chã o, lutando como
crianças de oito anos.
O som de passos pesados rompe o sangue correndo em meus
ouvidos, e eu olho para cima de onde tenho Avi em uma chave de braço
para encontrar os olhares irados de meu pai e minha madrasta.
— Que diabos está acontecendo aqui?! — meu pai late enquanto ele
e Hannah sobem correndo os degraus.
Ele imediatamente me puxa para longe de Avi, enquanto Hannah faz
o mesmo com seu filho.
— Avi, solte-o! — ela grita, e Avi finalmente solta um punhado do
meu cabelo. — Parem com isso, vocês dois!
— Isso é ridículo pra caralho! — meu pai ruge quando eles nos
colocam de pé novamente. Avi e eu estamos desgrenhados e respirando
pesadamente, ainda olhando um para o outro. — Eu nã o vou deixar isso
continuar por mais um segundo. Toda essa luta tem que parar!
Mordendo o interior da minha bochecha, franzo os lá bios,
recusando-me a recuar primeiro. Isso é tudo culpa dele de qualquer
maneira... Meu meio-irmão, que apareceu na minha vida com o ú nico
propó sito de arruiná -la.
— Quer você goste ou nã o, vocês dois sã o uma família agora —, diz
meu pai com firmeza. — E você vai agir assim.
— Quero que vocês dois se desculpem e apertem as mã os —, exige
Hannah. — Agora mesmo.
— Ele começou…— Avi murmura, e Hannah dá um tapa no peito
dele.
— Aviel Vega, você é um adulto —, ela sussurra. — Aja como tal.
Aperte as mã os agora e peça desculpas, ou entã o me ajude, nenhum de
vocês verá o lado de fora de seus quartos até que você vá para a
faculdade. Você entende?
Nossos olhares teimosos permanecem bloqueados por mais alguns
segundos pesados, antes de Avi revirar os olhos e murmurar:
— Desculpe ...
— Eu também. — Eu forço as palavras. Mas meu pai nã o está
satisfeito e me empurra para a frente. Meu maxilar está tenso quando
resmungo:
— Sinto... desculpe — e estendo minha mã o.
Avi o sacode, flá cido e sem entusiasmo. Entã o imediatamente nos
viramos e entramos em nossos respectivos quartos. E ouço meu pai e
Hannah resmungando sobre como somos desagradáveis enquanto eles
descem as escadas.
Dez segundos depois, há um ú ltimo estrondo dentro do quarto de
Avi.
— A porta, Kyran, — ele rosna.
Revirando os olhos, entro no banheiro e destranco a porta. Ele a
abre, o rosto ainda corado de irritaçã o.
— Estou falando sério —, murmuro uma ú ltima ameaça. — Fique
longe de mim no BC, ou da pró xima vez, vou quebrar a porra do seu
nariz.
Girando, saio do banheiro, ignorando suas palavras ao sair.
— Você conseguiu, superstar.
CAPÍTULO CINCO

AVI

CaptainJackSwallow: Monte meu reflexo de vômito como um pônei

Um ano depois…
(Primeiro ano, Boston College)

— Oh, merda. Me esconda.


Eu me agacho no banco em que estou sentado, usando o corpo de
Frankie como escudo.
— Você é um idiota, Vega, — ela bufa, enquanto Zeb e Micah riem.
— Correçã o... Ele está sendo esperto, — Zeb suspira. — Olivia é tã o
pegajosa quanto parece. Basta perguntar a esse idiota. — Ele aponta o
polegar na direçã o de Micah. — Ela o seguiu até aqui de New
Hampshire.
— Ok, isso nã o é verdade. — Micah balança a cabeça. — Nó s dois
viemos para BC. É uma escola grande…
— Nã o aja como se você nã o tivesse vindo aqui apenas para escapar
dela.— Zeb ri.
— Eu nã o posso acreditar que você ficou com ela. — Micah me
repreende com os olhos quando finalmente me endireito, agora que
Olivia Wheeler está fora de vista.
— Eu estava bêbado, — resmungo, alcançando meu ú ltimo Twizzler
e arrancando um pedaço entre meus dentes. — Era a festa de
orientaçã o dos calouros. Tudo o que fizemos foi dar uns amassos, e ela
está me seguindo desde entã o.
— Isso é o que você ganha por ficar na festa de orientaçã o do
calouro,— Frankie diz incisivamente. — É como uma regra. Nunca fique
com alguém na sua primeira semana de faculdade.
— Bem, claramente, eu estraguei tudo —, murmuro enquanto
mastigo petulantemente meu doce, e eles continuam a rir à s minhas
custas. Alguns amigos... — Nã o fiquem com ciú mes por eu estar aqui
jogando pau, — eu provoco, e eles fingem bater palmas.
— Joga esse pau na minha direçã o, Vega. — Zeb pisca para mim. —
Vou te ensinar uma coisa ou duas.
Reviro os olhos enquanto Micah se dobra.
— Ok, se vocês dois terminaram de flertar —, Frankie suspira,
levantando-se. — Nó s vamos nos atrasar para o ensaio da banda. — Ela
agarra Zeb pelo braço.
— Vou caminhar com você. — Eu pego o lixo do nosso almoço. — Eu
vou nessa direçã o.
Nó s três olhamos para Micah.
— Eu adoraria participar, mas ouvi dizer que Kreston está postando
as notas do meio do semestre hoje. Preciso descobrir se meus pais vã o
permitir que eu volte para casa no verã o ou se vou morar no meu carro
até o início do semestre de outono.
Todos nó s rimos com simpatia e dou um tapinha nas costas dele.
— Boa sorte!
Micah caminha na direçã o do prédio de ciências, enquanto o resto
de nó s segue em direçã o ao Lyons Hall.
O primeiro ano no Boston College foi incrível. A melhor parte foi que
Frankie também entrou, entã o vim para cá sabendo que teria pelo
menos um amigo para me impedir de me afogar na insegurança.
Especialmente porque este lugar está tã o longe de qualquer faculdade
que eu já pensei em frequentar. Quero dizer, é uma escola jesuíta, pelo
amor de Deus.
Não quero parecer acusador, mas eles permitem que os judeus entrem
aqui?
Bem, aparentemente, sim, porque aqui estou. Acho que ajuda o fato
de meu sobrenome ser Vega, nã o Roth — o nome de solteira de minha
mã e.
Para ser justo, eu realmente nã o acho que isso importe muito.
Especialmente para mim, já que a religiã o é literalmente a ú ltima coisa
que me importa. Tudo o que eu sabia ao entrar nisso era que o
programa de arte era muito legal e havia oportunidades de me
especializar em coisas nas quais eu poderia potencialmente fazer uma
carreira, embora também nã o saiba se necessariamente me importo
muito com essas coisas.
Aqui está como tudo aconteceu. Eu me inscrevi para o BC de
brincadeira, porque meu meio-irmã o, o atleta mais chato e mauricinho
da face da terra, nã o parava de falar sobre isso, e eu meio que queria ver
se conseguia entrar, só para jogar em sua cara de atleta irritante e
mauricinho. Quando o fiz, realmente nã o tinha intençã o de realmente ir
para cá . Mas entã o Frankie me disse que ela estava indo para cá , e eu
fiquei tipo… Ok. Vamos ver do que se trata essa faculdade que ama Jesus
em uma colina.
Até agora, tem sido divertido. Ainda nã o sou muito bom na escola,
entã o minhas notas sã o, na melhor das hipó teses, medianas. Mas tenho
feito amigos, estou me divertindo muito com minhas aulas de arte, e
você sabe... jogando pau.
Isso é uma piada, claro. Mas baseado em eventos reais, porque eu
meio que saí da minha concha na faculdade – entendeu? Venha .
Nã o que eu seja uma vadia que fica com todo mundo, mas acho que
é seguro dizer que estou um pouco atrasado com namoro e sexo e
outros enfeites. As coisas que a maioria das pessoas que conheço
faziam no ensino médio, comecei a fazer este ano. Vou a festas com
meus amigos e à s vezes fico com garotas. Frequentemente,
exploraremos as bases depois do início e, ocasionalmente, faremos todo
o caminho para casa. É muito casual, o que é bom. Seguro, consensual...
os nove inteiros.
Estou apenas me descobrindo. E como ouvi toda a minha vida, de
adultos, filmes, programas de TV, etc., a faculdade é o lugar para fazer
isso. Entã o é isso que estou fazendo.
Eu tenho dezenove anos. A meu ver, tenho o resto da minha vida
para ser sério e descobrir o que quero fazer como carreira. Por
enquanto, quero me divertir e aprender sobre mim.
Você não tem ideia de quem você realmente é.
A voz me interrompe no caminho, enrijecendo os mú sculos por todo
o meu corpo.
Eu nã o posso acreditar que ele ainda está na minha cabeça. Já se
passaram dois anos desde que ele disse isso para mim... E eu detesto o
fato de que as palavras ainda estã o soando tã o alto quanto quando ele
as disse.
Falando em Kyran, quase nunca o vejo. Sim, estudamos na mesma
escola, mas estamos em programas completamente diferentes e
moramos em lados opostos do campus... Graças a Deus.
Eu o vejo de vez em quando, mas nã o nos falamos, nem mesmo nos
olhamos. Na verdade, nó s só interagimos uma vez desde meu
aniversá rio de dezoito anos, quando tivemos aquela briga ridícula
sobre minha vinda para cá . Isso me faz rir agora, porque estamos na
mesma escola há quase dois semestres completos e nunca tivemos que
lidar um com o outro. Entã o, claramente, ele exagerou um pouco ao
presumir que eu vir para BC significaria que estaríamos um em cima do
outro 24 horas por dia, sete dias por semana.
Uma rainha do drama.
Eu admito, é meio chato. Saber que minha primeira oportunidade de
ter um irmã o foi desperdiçada com alguém como Kyran Harbor. Quero
dizer, imagine se ele fosse legal? Poderíamos estar saindo,
compartilhando experiências, em vez de rezar para que nã o acabemos
nas mesmas festas.
Só aconteceu uma vez até agora. Era a noite antes do Dia de Açã o de
Graças e o boato era que um furioso estava sendo jogado em um dos
dormitó rios da Avenida Comm, que é onde Kyran mora. Eu sabia que
era uma possibilidade provável que ele estaria lá , especialmente se a
festa fosse em seu dormitó rio, ou um dos vizinhos. Com toda a
honestidade, eu considerei pular apenas por pura autopreservaçã o e
nã o querer lidar com ele falando merda sobre mim a noite toda ou
começando algum tipo de briga.
Mas entã o Frankie e nossa amiga, Bea, me convenceram a engolir
isso e ir embora. Entã o eu fiz. E como previsto, nã o correu bem.
Nó s nos notamos ao mesmo tempo, mas fingimos que o outro nã o
existia por algumas horas, durante as quais eu fumei e bebi o suficiente
para realmente esquecer sua existência por um tempo. Mas quando Bea
começou a ficar com seu amigo, Theo, nossos dois grupos ficaram um
pouco pró ximos demais para o conforto.
Em um esforço para evitar uma discussã o e fugir da carranca
incessante de Kyran, fui para o outro lado da festa. Eu estava
conversando com Micah, que eu tinha acabado de conhecer naquela
noite - nó s nos unimos imediatamente por causa de um amor
compartilhado pelo mesmo podcast de crime verdadeiro - quando
alguém tocou no meu ombro.
E, você nã o saberia ... era o meio-irmã o querido. Lá para encher
minha noite com raios de sol.
Acho que revirei os olhos antes mesmo de ele dizer qualquer coisa,
porque suas primeiras palavras para mim foram:
— Qual é o seu problema?
— Você —, eu suspirei, nã o dando a mínima, principalmente porque
eu estava bêbado e chapado, mas também porque eu estava realmente
cansado de sua atitude de merda. — Você é meu problema. Na verdade,
você tem sido meu único problema desde que me mudei para esta
cidade.
Os olhos de Kyran se estreitaram e ele começou a me atrapalhar um
pouco.
— Bem, talvez se você apenas ficasse longe de mim, nã o estaríamos
tendo tantos problemas.
Fechando os olhos, respirei fundo, canalizando cada gota de frio e
zen e qualquer outra merda de namastê que me restasse. Quando os
reabri, ele ainda estava lá olhando para mim, o que prova de uma vez
por todas que as oraçõ es nã o fazem merda nenhuma.
— Você veio até mim, Kyran,— eu resmunguei. — Fiquei
perfeitamente feliz em esquecer quem você é, assim como venho
fazendo há meses.
Micah começou a puxar minha manga.
— Hum... Avi? Como você conhece o quarterback dos Eagles? E por
que você está discutindo com ele...?
Nó s dois ignoramos Micah quando a mandíbula de Kyran começou a
fazer aquele tique visível que eu vi mais vezes do que gostaria.
— Eu vim aqui para te mandar se foder.
Uma risada incrédula borbulhou da minha garganta.
— Essa é a coisa mais idiota que eu já ouvi! Você veio aqui para
começar a merda porque está entediado. O que há de errado, superstar?
Nã o tem ninguém para implicar agora que nã o estamos mais morando
juntos?
Seus lá bios se separaram como se ele fosse discutir, mas em minha
onda bêbada de confiança tola, eu o enfrentei e continuei falando.
— Notícias, Ky... eu nã o quero estar perto de você mais do que você
me quer perto de você. Entã o, se você pudesse pular de seu cavalinho
egoísta e tirar aquele pau gigante cravejado de sua bunda por tempo
suficiente para aproveitar uma festa, tenho certeza que você estaria
fazendo um grande favor a todos que o conhecem.
Eu soube imediatamente que tinha feito merda quando vi o quã o
vermelho seu rosto estava ficando. Eu podia realmente sentir as chamas
do ó dio ardente que ele estava atirando em mim através de seus olhos,
como aqueles raios laser que Atreyu tem que evitar em The Never
Ending Story.
O Oráculo do Sul. Corte profundo.
Eu nunca o tinha visto tã o irado. Estou falando de uma veia grande e
saliente em sua testa, mú sculos em seu pescoço tensos como um lugar
premiado... o trabalho.
Mas nã o foi até Micah sussurrar:
— Puta merda, você está prestes a morrer — e se afastou de mim -
fora do alcance possível - que percebi que todos os outros na festa
estavam olhando para nó s também. O que foi uma coisa muito ruim
para mim... Porque significava que um nerd artístico tinha acabado de
enfrentar o zagueiro do time de futebol, algo que nã o acontece sem
retribuiçã o.
— Vá para fora agora, — Kyran rosnou. — Eu vou bater em você,
Avi. Sério, já faz muito tempo. Foda-se. Fora. — Seu tom era tã o
assustadoramente calmo que eu nã o pude evitar o quã o forte eu estava
tremendo em meus tênis.
Mas eu me mantive firme. Eu me forcei a ficar parado e segurar seu
olhar irado.
— Nã o, — eu murmurei, esperando como o inferno que ele nã o
tivesse percebido o tremor na minha voz. — Se você quer chutar minha
bunda, você vai ter que fazer isso aqui mesmo. — Meus olhos se
moveram para a esquerda, depois para a direita antes de sussurrar: —
Na frente de todas essas testemunhas.
Kyran se aproximou ainda mais de mim, seu há lito quente batendo
em meu rosto. Eu praticamente podia sentir o gosto... Como menta e
algum tipo de bebida. Isso me deu calafrios, bombeando meu coraçã o e
chacoalhando meus ossos.
— Você deve ser... o maconheiro mais estúpido da face da terra, —
ele rosnou na minha cara. E eu senti como ele estava tenso, embora nã o
estivéssemos nos tocando. Era como se o calor da raiva em seus
mú sculos estivesse se transferindo para o meu corpo.
Achei ter visto o movimento do braço dele e nã o pude deixar de me
encolher. Eu nunca fui um lutador. Claro, eu tenho coragem e gosto de
falar merda, mas isso é o começo e o fim de tudo. Tenho certeza de que
Kyran Harbor poderia facilmente me destruir se quisesse.
Mas acho que a vacilada me salvou. Porque seus lá bios se curvaram
em um sorriso muito sutil, como se ele estivesse satisfeito com o quanto
eu estava com medo dele. Entã o ele caiu para trá s, apenas alguns
centímetros, e bateu com a mã o pesada no meu ombro. Naturalmente,
eu me encolhi de novo, e seu sorriso se alargou.
— Bem. Você pode tomar mais uma bebida, — ele retumbou. — Mas
entã o você deveria ir embora, se sabe o que é bom para você. — Ele
inclinou a cabeça. — Afinal, te vejo em casa amanhã ... mano.
Ele se virou e casualmente se afastou de mim, reunindo-se com seus
amigos, as outras crias de Sataná s, nos poços de fogo do Inferno
conhecidos como esta festa.
Deixei escapar o maior suspiro de todos os tempos enquanto todos
os espectadores retomavam a festa, claro rindo e falando merda sobre
mim ... O perdedor que acabou de levar uma surra do QB dos Eagles.
— Jesus, Maria e José…— Micah murmurou, voltando para o meu
lado. —Isso foi absolutamente aterrorizante. Por que aquele cara te
odeia tanto?
Um olhar irado fixo na direçã o de Kyran, eu o observei rir e brincar
com seus amigos atletas como se nada tivesse acontecido. E eu
murmurei:
— Ele é meu meio-irmã o.
Entã o aí está . Esse foi meu ú ltimo encontro real com Kyran, exceto
por continuarmos nos evitando em casa. Nã o falamos uma palavra
desde entã o, e na maior parte, nã o tem sido um problema... Mas isso é
só porque eu nã o apareci em outra festa em que ele esteve, e ele nã o
pode me atacar diretamente em casa, estando claramente com medo de
seu pai e tudo. É uma sorte também, porque tenho comparecido a
muitas festas, mas nã o no lado dele do campus.
Argh. Eu odeio pensar nisso como o lado dele. É tã o estú pido. Eu nã o
fiz nada para o garoto, mas aparentemente, minha mera existência é
suficiente para irritá -lo.
Fora de Lyons, nó s três paramos antes de entrar.
— Vamos, apresse-se, — Frankie estala os dedos para Zeb.
Ele dá uma longa tragada em seu vape, soprando uma nuvem
gigante de fumaça com cheiro de algodã o doce no rosto dela.
— Tome uma pílula fria, mamã e. Temos alguns minutos.
Ela dá uma olhada para ele, mas entã o cede e pega seu pró prio vape.
— Tudo bem, tudo bem.
Eu apenas rio, puxando meu telefone do bolso e ficando ao lado dos
dois enquanto eles enchem a á rea com baforadas de vapor.
— Onde você está indo? — Zeb me pergunta entre as tragadas.
— Eu tenho aula de fotografia —, digo a eles enquanto rola o
Instagram. —Entã o vou fumar até esquecer que mal passei no exame de
biologia.
Zeb ri.
— Nem me fale. Graças a Deus o primeiro ano acabou. Todas as
aulas bá sicas mais hediondas estã o praticamente concluídas.
— Fale por si mesmo —, Frankie bufa. — O currículo do serviço
social é insano. Já estou me arrependendo disso.
Suas vozes estã o desaparecendo com meus olhos fixos na tela do
meu telefone.
Uma foto de Kyran acabou de aparecer no meu feed. Foi postado por
essa garota Lexi Erikson. Ela é uma líder de torcida e sua típica loira
bombá stica, entã o é claro que ela é o tipo de Kyran. A foto parece ter
sido tirada em uma festa. Kyran está com o braço em volta do ombro de
Lexi e ela está aninhada em seu peito, fazendo uma carinha de beijo
para ele.
E a legenda diz:
Adoro passar o tempo com o QB mais sexy da história dos Eagles!
Mal posso esperar pelo campo de treinamento neste verão!
#BCEagles #Eaglesfootball #BCcheer #GoEagles #number9
Eu zombo e reviro os olhos. Faz todo o sentido que Kyran chegasse
aqui e imediatamente se aproximasse de outra líder de torcida, assim
como fazia no colégio. É totalmente o seu MO. Sem mencionar que o
cara já é um jogador de futebol americano.
Meio-irmão superstar. Por que não estou surpreso?
— Ei, olha isso! — A voz de Frankie puxa minha atençã o para longe
da imagem que está roncando em meu estô mago, e eu olho para cima.
Ela está apontando para um panfleto preso em um dos quadros de
listagens de empregos. — Eles estã o procurando alguém para ser o
mascote do time de futebol!
Ela rasga a folha e Zeb espia por cima do ombro dela para ler.
— Oh meu Deus! — Ele cacareja. — Baldwin, a eagle. Isso é Hilá rio.
— Seu rosto se encaixa em minha direçã o. — Você deveria fazer isso!
Eu o encaro por só lidos três segundos em um silêncio perplexo
antes que uma gargalhada saia dos meus lá bios.
— Sim... Boa.
— Nã o, sério! — Zeb bate as mã os. — Seria tã o fofo! Avi, a eagle.
Eu balanço minha cabeça.
— Você precisa de tratamento.
— Ele tem razã o! — Frankie diz animadamente. E agora estou
ficando ainda mais horrorizado. — Entã o você poderia vir aos jogos
conosco!
— Ok, estou começando a achar que você nã o está brincando... e
isso está me preocupando. — Eu dou a eles o meu olhar mais perplexo.
— Eu nã o estou brincando. — Zeb sorri tortuosamente.
— Nem eu —, acrescenta Frankie, passando por cima e empurrando
o papel na minha cara. — Tenho certeza que seria muito divertido. E
você praticamente faria parte da equipe.
— Eu nã o quero fazer parte do time, — eu resmungo, olhando para
ela como se ela tivesse perdido a cabeça.
Ela inclina a cabeça.
— Por que... Por causa de Kyran?
— Nã o, — eu zombo, entã o mastigo meu lá bio inferior por um
momento. — Nã o só por causa dele. Só nã o quero desperdiçar minhas
noites de sexta-feira andando por aí vestido de á guia. Achei que nã o
precisaria explicar isso para vocês, mas, aparentemente, vocês nã o me
conhecem tã o bem quanto eu pensava.
Ambos riem.
— Vamos, Avi! — Zeb suspira. — Você deveria pensar em fazer
outra coisa além de se foder na aula e fumar maconha.
— Ei, isso nã o é justo! — Eu franzir a testa. — Eu também gosto de
ficar bêbado. — Ele balança a cabeça. — E eu desenho. É o que faço no
meu tempo livre e gosto assim.— Frankie e Zeb trocam olhares, para os
quais reviro os olhos. — E eu simplesmente nã o acho que devo
intencionalmente convidar outra razã o para Kyran começar a merda
comigo. Ele me odeia o suficiente do jeito que está …
Frankie esfrega meu braço.
— Nã o deixe seu meio-irmã o malvado ficar no caminho de sua
felicidade, Av.
Outra risada escorre.
— Você acha que vestir uma fantasia de á guia em jogos de futebol é
felicidade?
— Só estou dizendo...— Ela ri. — Seria algo novo e divertido para
você fazer.
Olhando para o panfleto, eu sorrio para a foto de Baldwin, eagle. É
totalmente ridículo. Mas nã o posso negar que sua bobagem é meio
cativante.
— E... pense em quanto mais você poderia mexer com Kyran...—
Frankie canta em meu ouvido.
— Sim! — Zeb comemora, ainda com seu sorriso perverso. — O
garoto quarterback superstar precisa ser derrubado.
Meus olhos voam até os dele, e meus lá bios se curvam.
Ele tem razão.

***

É a nossa ú ltima noite nos dormitó rios antes das férias de verã o.
O primeiro ano no BC está oficialmente nos livros e estou animado
em informar que sobrevivi. Me atrevo a dizer que até me diverti.
Estamos todos no dormitó rio de Frankie, fumando um pouco de
kush, bebendo um pouco de Rosé e ajudando-a a arrumar as ú ltimas
coisas. Quando cheguei aqui, pensei que estaria ansioso pra caramba
para chegar em casa nas férias de verã o, para ver mamã e e fugir de toda
a escola e outros enfeites. Mas agora que chegou a hora, estou meio
chateado. Vou sentir falta de morar aqui, com todos os meus novos
amigos incríveis. Poder vê-los sempre que eu quiser, falar merda entre
as aulas, almoçar juntos todos os dias.
Nunca pensei que diria isso, mas mal posso esperar pelo outono
para poder voltar aqui.
— Ahhh, puxa! — Zeb grita, pulando em cima da mesa. — Alerta de
Roomie!
Ele está segurando o telefone e apontando para Micah.
O rosto de Mic se ilumina.
— Sem chance! Realmente? Conseguimos?
— Sim, querido! — Zeb está dançando enquanto Micah se levanta e
começa a fazer o robô . — Estamos em Welch. Terceiro andar.
— Ooh, esse é um bom chã o, — Bea diz enquanto enfia um monte
de livros em uma caixa. — Fiquei com duas ruivas naquele andar. Uma
garota e um cara.
— Ao mesmo tempo? — Eu pergunto com um sorriso, e ela pisca
para mim.
Bea é uma garota super tranquila. Ela é colega de quarto de Frankie
e totalmente linda. Pele clara, cabelos escuros longos e cacheados e
sempre com um cheiro incrível. Nó s transamos uma vez quando nos
conhecemos. Estávamos bêbados e foi divertido, mas ambos
concordamos em nã o fazer isso de novo porque nã o queríamos tornar
as coisas estranhas. Neste ponto, estou tentando manter meu pau longe
das pessoas dentro do meu grupo de amigos.
— Avi! Você pode me ajudar, por favor? — Frankie grita de dentro
de seu quarto.
Levantando-me, estou rindo de Zeb e Micah, que ainda estã o
dançando em comemoraçã o à notícia de que irã o para o quarto juntos
no pró ximo semestre, enquanto eu ando na esquina para o quarto de
Frankie.
— Aw, meu! Você já embalou a imagem do Mothman6 que desenhei
para você, — eu lamento e faço beicinho no espaço vazio em sua
parede.
Frankie ri.
— Dã . É um dos meus bens mais valiosos. Aqui, pegue isso e
embrulhe em um plá stico bolha para mim, por favor. — Ela me entrega
um anel de luz.
— Por que você tem tantos equipamentos de filmagem? — Eu
pergunto, tentando ser o mais cuidadoso possível ao embrulhar suas
coisas caras.
Frankie me dá uma olhada, lá bios carnudos pintados com batom
roxo brilhante se inclinando em um sorriso.
— Nã o posso lhe contar meus segredos, Vega. Você pode pensar
diferente de mim.
Eu rio alto.
— Certo. Claramente você nã o sabe com quem está falando...
Ela para o que está fazendo e pega o telefone. Brincando com a tela,
ela bate e bate enquanto se desfila para mim. Entã o ela me entrega.
Minhas sobrancelhas se juntam quando eu pego, olhos deslizando
sobre a tela. É uma conta OnlyFans. E a foto do perfil mostra uma garota
que obviamente é ela usando uma má scara, com o nome de usuá rio
FrankieSaysRelax .
— Oh meu Deus, é você?! — Minha boca fica aberta enquanto eu
percorro a conta.
Nã o é uma conta de assinante… Ela é uma criadora.
Meus olhos saem do meu crâ nio.
— Puta merda, você está nua!
Ela solta uma risada, arrancando o telefone de mim.
— Tudo bem, Pervy McCreeperson. Calma.
Eu limpo minha garganta.
— Sim, acho que preciso verificar mais desse conteú do estelar. —
Pego o telefone dela novamente, mas ela o afasta, rindo.
—Você tem que pagar para jogar, — ela cantarola e mexe as
sobrancelhas. — Só para o baixinho bang bang olhar na sua direçã o.
— Rua de trá s. — Eu sorrio. — Legal.
— Obrigada.
— Ok… o quê?! — Eu suspiro, em seguida, abaixo minha voz,
espiando rapidamente na porta para ter certeza de que ninguém está
ouvindo.
— Você tem um OnlyFans?
Frankie acena com a cabeça.
— Isso. O dinheiro está no ponto.
Minha sobrancelha salta.
— Realmente?
— Ohhh yeaaa —, ela suspira. — Comecei este ano e já tenho quase
o suficiente para conseguir minha pró pria casa fora do campus!
— O que?! — Eu grito de novo, e seus olhos se arregalam.
— Shhh! Seja legal, querido. Droga. — Ela olha para a porta. —
Ninguém sabe. Exceto Bea.
Minha mente está cambaleando. Eu nã o posso acreditar no que ela
está me dizendo. Minha amiga, a querida Frances Dumonte, tem
mostrado seu corpo nu online por dinheiro?!
Na verdade, nã o estou tã o surpreso. Se alguém que eu conheço faria
isso, seria ela. Ela é uma espécie de criança selvagem.
— Uau...— Meus olhos deslizam para cima e para baixo dela. Nã o
posso deixar de olhar para ela de forma diferente agora, pequena
atrevida que ela é. — Fantá stico. Entã o… você só faz vídeos solo ou
costuma convidar… convidados?
Seu sorriso se alarga.
— Você está pedindo para fazer uma participaçã o especial, Vega?
Eu nã o posso evitar quanto calor está correndo para o meu rosto.
Meus olhos caem para os meus pés.
— Eu?? Sem chance. Acho que nã o conseguiria fazer isso…
— Você ficaria surpreso, — ela canta, entã o me dá um tapinha na
bunda. — Ok, acabou a brincadeira. De volta ao trabalho.
Afastando todas essas novas informaçõ es, volto a ajudá -la a arrumar
o resto de suas coisas. Mas o tempo todo, minha mente está presa na
agitaçã o lateral de Frankie, imaginando o que ela faz e quanto ela
ganha.
É bem interessante. Os serviços de assinatura para criadores de
conteú do sã o um negó cio em rá pido crescimento, e a pornografia...
Bem, a pornografia sempre será um grande empreendimento. Eu
pessoalmente nunca me inscrevi em nenhuma conta OnlyFans, mas
certamente já vi pessoas promovendo-as... no lado obscuro do Twitter.
E em clipes no PornHub.
Meus pensamentos estã o girando enquanto terminamos de
empacotar e depois pedimos pizza. E assim que Zeb está acendendo
nosso baseado de despedida, meu telefone toca no meu bolso.
Puxando-o, toco na tela para encontrar um e-mail da BC Housing.
— Oh merda... Está aqui, — eu sussurro, abrindo o e-mail enquanto
faço uma oraçã o silenciosa para estar perto dos meus amigos.
— Dedos cruzados para Welch! — Micah gorjeia.
— Ou Roncalli! — Bia acrescenta.
— Sim, e espero que você vá para o quarto com alguém um pouco
mais divertido do que Finn.— Zeb sorri.
— Ei, pelo menos meu colega de quarto é quieto e limpo. Ao
contrá rio do seu. — Eu olho para ele, e ele revira os olhos.
Zeb nã o conseguia fugir de seu atual colega de quarto, Evan, rá pido
o suficiente. Ele é um atleta mauricinho, assim como Kyran. Só que ele
também é um desleixado e meio que toca mú sica country todas as
manhã s à s seis da manhã
— Se eu ouvir “Save A Horse Ride A Cowboy” mais uma vez, vou ficar
atrá s do referido cavalo e deixá -lo me chutar no rosto, — murmura Zeb,
e todos nó s rimos. — Mas ainda assim... apenas um pouco pior do que
seu colega de quarto, que eu sinceramente acho que pode ser um
assassino em série.
— Oh, porra ...— eu sussurro, o ignorando enquanto meus olhos
examinam freneticamente o e-mail.
— O que?! — Bea choraminga. — Nã o nos deixe esperando!
— Eles estã o mandando você para Tudor? — Micah chega mais
perto no chã o.
— Pior...— murmuro, meu estô mago revirando como um peixe fora
d’á gua. — Estou em Walsh.
Todos suspiram.
— Walsh, como em... do outro lado do campus? — Frankie parece
chateado.
Minha cabeça cai e eu esfrego minhas têmporas.
Walsh, como no… lado de Kyran no campus.
Pior que isso. O Walsh Residence Hall é onde Kyran morou este ano.
Oh meu Deus, se acabarmos nos mesmos dormitórios, ele literalmente
fará da minha vida um inferno.
— Talvez ele seja transferido também —, diz Bea, nervosa, já ciente
da minha situaçã o e claramente tentando ser positiva.
Mas todos nó s sabemos que Kyran sair de Walsh é improvável. A
maioria dos jogadores de futebol mora lá . E se eu conheço Kyran como
eu acho que conheço, ele vai querer ficar com seu bando.
— Foda-me, isso é horrível ...— resmungo.
— Peça uma transferência —, diz Zeb. — Quem sabe? Eles podem
deixar você…
— Sem chance, — resmungo, jogando meu telefone no chã o. — Eles
nã o atendem alunos do segundo ano. Especialmente aqueles que nã o
estã o no time de futebol, têm notas ruins e cujos nomes dos pais nã o
estã o em prédios e outras merdas.
— Nã o vai ser tã o ruim. — Micah me cutuca. — Lado bom, os
dormitó rios Walsh sã o supostamente os mais legais.
— Sim, porque eles estã o cheios de estrelas do futebol e garotos
ricos,— eu suspiro. — Eu nã o pertenço a essa porra.
— Bem, entã o...— Frankie sorri com simpatia, pegando um pedaço
de papel amassado e jogando-o para mim. — Parece que nã o há melhor
momento do que o presente para se tornar parte da equipe.
Estreitando meu olhar para ela, eu pego o pedaço de papel,
desfazendo-o. E eu soltei um escá rnio irô nico.
Baldwin, a porra da Águia...?
Me mate agora.
CAPÍTULO SEIS

KYRAN

CarpetburnCarl: A única vez que eu te chutaria para fora da cama seria


para te matar no chão.

4 meses depois…
(Segundo ano, Boston College)

Muitos grandes atletas têm suas pró prias superstiçõ es ou rituais que
levam aos grandes jogos.
Conheço caras que se recusam a comer qualquer coisa vinte e
quatro horas antes do dia do jogo. Nã o importa o quanto o treinador
fale sobre como abastecer, eles simplesmente nã o comem. Eles dizem
que a fome aguça seu foco, como se a necessidade de sustento de seus
corpos se correlacionasse diretamente com sua fome de vencer.
Conheço caras que se abstêm de sexo um dia antes de um grande
jogo... quer dizer, eles nem se masturbam. E também conheço caras que
insistem em explodir sua carga, minutos antes de entrarmos em campo.
Eu nã o pratico nada disso, mas eu definitivamente entendo. Manter-
se afiado é mental e físico. Mas o aspecto emocional... é aí que estã o
minhas superstiçõ es.
Momentos de alto estresse tendem a me desencadear. É algo que
ninguém no mundo além de mim sabe, que é um coisa muito boa. Sinto
que mantê-lo escondido é a principal razã o pela qual consigo me
concentrar tã o bem. O controle que tenho sobre minhas emoçõ es
oscila... É inevitável. Mas fingir que está tudo bem é onde eu me
sobressaio, especialmente quando chega a hora de amarrar e correr
para o campo na frente de centenas, até milhares de torcedores.
Estou acostumado a ter todos os olhos em mim. O time de futebol
americano Somerville High se saiu muito bem e, em nosso ú ltimo ano,
conquistamos um campeonato. Isso é o que me deu minha bolsa de
estudos para BC, e me consolidou como o quarterback calouro. Eles me
colocaram no terceiro jogo da temporada no ano passado, e acabamos
derrotando um de nossos maiores rivais, quarenta e um a dezessete.
Depois disso, os olhares sobre mim começaram a se multiplicar, e agora
ouvi dizer que o está dio do BC esta noite estará lotado.
Casa cheia, primeiro jogo da temporada.
O futebol do Boston College é um grande negó cio. Os Eagles têm
sido um nome de divisã o da NCAA desde que me lembro, e chegaram à s
finais do ACC nos ú ltimos quatro anos consecutivos. Mas nenhum
Campeonato Nacional nessas corridas… Ainda não.
Essa necessidade dentro de mim de superar meus bloqueios
emocionais é o que me move. É uma fome voraz de destruir meus
problemas com os dentes à mostra e mostrar a eles que eles nã o
controlam minha vida. Eu controlo minha vida. É por isso que, quando
todo mundo está ouvindo o treinador Matthews dar sua primeira
palestra estimulante da temporada para nos irritar e nos motivar a
chutar alguns traseiros do Cardinal hoje à noite, estou concentrado em
minhas mã os.
Chame de superstiçã o... Chame de tique nervoso ou há bito, chame
do que quiser. Mas tenho essa coisa de olhar para as linhas nas palmas
das mã os e imaginá -las como estradas que conheço. À s vezes até
imagino carrinhos subindo e descendo por eles, cruzando as rodovias e
ruas pelas quais tenho dirigido e caminhado toda a minha vida.
Nã o tenho certeza se realmente me lembro de onde veio esse
mecanismo de enfrentamento ou o que o iniciou. E se o fizer, tenho
certeza de que nã o quero pensar nisso agora. Agora, tudo o que me
preocupa é o trá fego parado na Mass Pike da minha mã o.
Está sendo causado por literalmente nada. As pessoas não podem
dirigir por merda no Pike.
— Harbor, — o treinador grita meu nome, e meus olhos se voltam
para os dele. — Você está bem?
— Melhor do que, — resmungo, colocando minhas luvas,
encobrindo as linhas do meu roteiro pessoal.
— Isso é o que eu gosto de ouvir —, diz o treinador. — Eu quero a
cabeça de vocês no jogo esta noite, rapazes. Vamos acertá -los com tanta
força que farã o suas caudas girarem. Agora vamos lá !
A sala explode em aplausos, e todos nó s pulamos, nos reunindo para
ir para o campo.
— Eagles mordendo as cabeças dos cardinals esta noite, playa. —
Guty me dá um ombro, e eu sorrio para ele.
Samson Gutierrez é nosso wide receiver e também meu colega de
quarto. Ele é um dos melhores caras que conheço; um jogador de
futebol incrível, com uma risada contagiante e uma daquelas
personalidades que você pode ver como uma aura brilhante. Nos demos
bem imediatamente no ano passado, e nossa química em campo é algo
que o treinador está apostando para nos levar à s finais novamente este
ano.
Só que desta vez, nã o vou embora sem o troféu do campeonato.
A equipe sai em fila, pelos corredores do está dio que nos levam ao
campo. Meus nervos estã o agitados com a adrenalina, mas isso é de se
esperar. É um grande negó cio, afinal. Primeiro jogo da temporada
depois que fiz meu nome no primeiro ano. O treinador já conversou
comigo… sobre olheiros e para onde me vejo indo. Para mim, parecia
um pouco prematuro, mas acho que nã o é, considerando todas as
coisas.
Os caras que vivem e respiram futebol estã o pensando nessas coisas
desde que têm idade suficiente para segurar uma bola, e eu entendo
totalmente. Eu sabia desde criança que queria jogar pela NFL algum dia.
Este é você…
Reprimindo as emoçõ es uma ú ltima vez, passo pela entrada,
observando as luzes da noite de sexta-feira e os gritos de alegria de
cinquenta mil pessoas.
Cinquenta mil... Puta merda. Isso é um grande número.
Meus olhos examinam as arquibancadas, um mar marrom e
dourado do nosso lado. Nã o faço ideia de onde meu pai está sentado,
mas tenho certeza de que ele está aqui. Ele vem na maioria dos meus
jogos... A ú nica coisa que ele faz por mim. Ainda assim, nã o tenho
certeza se é realmente para mim …
A mú sica está tocando nos alto-falantes, mas mal consigo ouvi-la
por causa do barulho nas arquibancadas. Nossas líderes de torcida
estã o lá fora, fazendo suas coisas; balançando bundas e pompons em
conjunto. Vejo Lexi bem no meio e ela me manda um beijo.
— Se vencermos, você vai transar —, ri Guty.
— Já peguei aquela meia na maçaneta. — Eu pisco para ele, e ele
gargalha, me agarrando pelos ombros e me sacudindo.
Os capacetes sã o colocados e o treinador nos reú ne para nosso
câ ntico pré-jogo.
— Eagles em três —, ele grita rá pido. — Um dois três...
— Eagles! — todos nó s rugimos, as mã os saindo do círculo.
O treinador me dá um tapinha nas costas enquanto corremos para o
campo, a multidã o berrando por nó s. O está dio inteiro está batendo
como um festival de dubstep. Há placas e pessoas com rostos pintados.
É um hospício.
Mas nã o consigo me concentrar em nada disso. Porque é hora do
jogo.
Ganhamos no cara ou coroa e apostamos primeiro. Guty recupera a
bola e começamos na linha de 25 jardas.
Aqui vamos nós.
A primeira investida nos coloca no alcance do field goal. Nosso
chutador, meu amigo Theo Reeves, manda a bola bem no meio da trave.
E com menos de quatro minutos de jogo já estamos na frente.
No banco, tiro meu capacete para pegar um pouco de á gua, meus
olhos fixos em nossa defesa entrando em campo. O treinador está
quieto, o que faz sentido. Ele nã o costuma ficar barulhento até o
segundo tempo.
— Oh meu Deus! — Guty solta uma de suas gargalhadas
estrondosas. — Eu amo aquele cara.
— Quem? — Nã o tenho ideia do que ele está falando, porque estou
muito ocupado observando Jenkins, nosso cornerback, que parece
prestes a se mover antes do estalo. Ele nã o - felizmente - mas ainda
assim, meus olhos estã o estreitados nele.
— Baldwin, — Guty continua gargalhando. — Eu me pergunto por
que ele recebeu esse nome… é como Alec Baldwin. 30 Rock … Amirita?!
— Sobre o que diabos você está divagando? — Eu viro meu rosto
para a direita, onde Guty está sentado ao meu lado, observando o
mascote do time e rindo como se fosse a coisa mais engraçada que ele
já viu.
Nã o posso deixar de olhar de soslaio para o cara com a fantasia de
á guia. Ele está fingindo se encostar na banheira gigante de Gatorade,
mas entã o ele acidentalmente dá uma cotovelada e a coisa toda quase
desmorona.
— Ele sabe que nã o é um mímico, certo? — Eu inclino minha cabeça
em diversã o enquanto o personagem se diverte nos bastidores.
— Eu nem me importo, cara. — Guty suspira suas risadas. — Esse
cara está no ponto. Vou contratá -lo para a festa de aniversá rio do meu
sobrinho.
De repente, a multidã o irrompe e eu pulo da cadeira.
— Interceptaçã o! — o á rbitro chama e todos nó s começamos a
gritar.
— Foda-se, baby! — Guty me cumprimenta, colocando o capacete de
volta.
— Vamos fazer isso, Brutus.
Lanço um ú ltimo olhar demorado para Baldwin, a Á guia,
balançando a cabeça enquanto a cubro com o capacete e corro de volta
para o campo.

***

Meia hora. E nó s ganhamos um.


O placar é de vinte e quatro a dezessete. Nã o é uma vantagem
confortável, mas vou aceitar por enquanto. Desde que a nossa defesa
siga as instruçõ es do treinador e se esforce.
Voltamos para o final das líderes de torcida, e todos os caras estã o
desmaiando. Temos algumas garotas estupidamente gostosas torcendo
por nó s, uma das quais eu conheço bem...
Lexi e eu somos uma coisa, eu acho. Ela está tentando bloquear, e
nã o estou realmente interessado em levar a sério, entã o à s vezes é um
pouco estranho. Honestamente, acho que ela gosta mais da atençã o que
recebe por ser vista namorando comigo do que realmente quer ter um
relacionamento comigo, o que nã o é um grande choque.
Nó s ficamos algumas vezes no ano passado, entã o ela continuou
aparecendo no campo de treinamento durante o verã o, entã o eu meio
que caí nisso por tédio e conveniência, uma combinaçã o mortal. Parte
de mim espera que, se eu simplesmente ignorar seus textos incessantes
sobre sermos exclusivos, ela entenderá a dica e recuará . Mas também
estou ciente de que nunca funciona dessa maneira.
Minha cabeça está no jogo, executando jogadas mentalmente e
visualizando como o outro time vai se mover, quando a á guia dançante
chama minha atençã o mais uma vez. Ele está se pavoneando na frente
das líderes de torcida, e eu tenho que rir. Nã o conheço o cara que era
Baldwin no ano passado... Acho que o nome dele era Brian, Bobby ou
algo assim. Eu tenho que assumir que é o mesmo cara em lá , embora
seus movimentos sejam certamente mais extravagantes do que na
temporada passada.
A multidã o aplaude quando as meninas e Baldwin terminam sua
dança, e o treinador nos reú ne.
— Tranquem a formaçã o —, ele grita acima do barulho. — Eles se
movem, você se move. Harbor e Guty, quero vocês dois juntos o má ximo
possível. Todos os outros, abram o caminho.
Nó s gritamos e quebramos, e quando minha cabeça se ergue, vejo
através da parede de meus companheiros que Baldwin, o Á guia,
removeu sua cabeça.
Ele está parado do lado de fora, bebendo á gua. E a visã o de cabelo
preto desgrenhado na altura do queixo e covinhas inconfundíveis faz
meus olhos se arregalarem e meu estô mago se apertar como um punho.
Avi… Isso é… porra do Avi?
— Harbor! — O treinador ruge para mim, e eu volto ao foco,
correndo atrá s dos caras.
Prepare-se. Não há tempo para nada disso.
Mas mesmo enquanto me preparo para o snap, nã o consigo evitar
como meus olhos estã o deslizando para fora do campo novamente...
Para meu maldito meio-irmão vestindo uma fantasia de á guia.
O que diabos ele está fazendo aqui?!
Estou distraído. Nã o quero ser, mas simplesmente sou, e acabo
hesitando e levando uma surra.
— Harbor! — O treinador grita comigo novamente do lado de fora.
— Eu sei...— Eu bufo, me livrando da dor de ser abordado, acenando
para ele.
Eu tenho isso. Quem se importa que Avi seja o mascote agora? É
estranho, sim, mas não consigo pensar nisso. Eu tenho um jogo para
ganhar.
Eu puxo minha cabeça para fora da minha bunda e, na pró xima
tacada, mando a bola voando até Guty para uma primeira descida de
trinta jardas. A multidã o vai à loucura.
Estou lutando para nã o fazê-lo, mas olho para o lado mais uma vez,
onde Baldwin... também conhecido como Avi ... está fazendo o
Moonwalk.
Jesus Cristo, porra, assuma o volante. Por favor.
Acho que a irritaçã o estupefata de ver Avi em um jogo de futebol - o
lugar que deveria ser meu, nã o dele - está realmente me ajudando
agora. Estou com uma raiva tã o intensa que todo o meu corpo está
tenso, o que, por sua vez, parece estar aguçando meu foco. Quando
restam apenas sessenta segundos no reló gio, o placar é de trinta e
quatro a vinte e sete, com os Cardinals atrá s de nó s por apenas um
touchdown.
Em nossa viagem final, eu nos levo até a linha de trinta jardas. É
quando vejo minha entrada; a abertura perfeita para solidificar nossa
vitó ria.
Lançando meu braço para cima, atiro a bola para o ar, na direçã o de
onde Guty conseguiu escapar e está correndo com as pernas para a end
zone.
O tempo está parado. A multidã o está em silêncio. Os olhos de todos
estã o na bola enquanto ela gira...
Diretamente nos braços de Guty.
Estrondo. Ganhamos.
Os Eagles vencem nosso primeiro jogo da temporada.
Todo mundo enlouquece depois disso. As arquibancadas estã o
batendo forte, meus companheiros estã o me atacando com rugidos e
aplausos e tapas por todo o meu corpo. E estou comemorando..., mas
também ansioso para sair de campo e enfrentar nosso mascote.
Quando eu finalmente deslizo, meus pés me trazem pisando forte
em sua direçã o. As pessoas estã o gritando comentá rios de parabéns
para mim de todos os lados, mas meu olhar estreito está preso na á guia
dançante.
Eu o alcanço rá pido e dou um forte empurrã o por trá s.
— Que porra você está fazendo? — Eu grito sobre o tumulto.
Ele se vira para mim, ainda usando a cabeça de á guia, entã o nã o
consigo ver seu rosto.
— Umm... comemorando! — Ele começa a levantar a cabeça. — Bom
jogo, mano. Você realmente...
Eu arranco sua cabeça para revelar meu meio-irmã o, o cabelo meio
liso nas têmporas com suor, e me olhando com os olhos arregalados.
Mas também, ainda sorrindo sem jeito, porque estamos falando de Avi.
— Obrigado…— ele suspira, soprando uma mecha de cabelo para
longe de seus olhos. — Está quente como bolas aqui.
— Avi... Que porra você está fazendo vestido de Baldwin, a maldita
Á guia? — Eu rosno para ele de novo, perdendo minha paciência por
causa de suas brincadeiras constantes.
Eu deveria estar comemorando agora, mas em vez disso, estou
lidando com sua bunda pateta.
A sobrancelha escura de Avi se ergue e sua cabeça se inclina para a
direita. — Eu sou o mascote. Dã. — Ele ri. — O que você acha… eu
entrei aqui e roubei a fantasia para ser engraçado? Embora...— Ele
esfrega o queixo. — Isso seria muito engraçado. Espero que ninguém
faça isso comigo…
— Avi! — Eu o prendo e ele recua. — Por que você é o mascote? Isso
é algum tipo de piada de mau gosto? Por que você está fodendo comigo
assim?!
Ele pisca sobre os olhos que sã o meio brilhantes. As luzes do está dio
destacam o azul em seu cinza, uma nota que eu balanço minha cabeça
porque nã o dou a mínima para a cor dos olhos dele... Ele está
arruinando minha vida!
— Kyran, eu nã o estou fodendo com você —, ele resmunga e rola o
azul nebuloso. — Eu vi o panfleto, preenchi um formulá rio para ser o
mascote e eles me deram o trabalho. Qual é o problema? Achei que
poderia ser divertido…
— É divertido se intrometer na única coisa que você ainda nã o tirou
de mim?! — Eu rugo em seu rosto, apoiando-o até que ele atinja a coisa
do Gatorade novamente.
— O que?? Nã o...— Suas sobrancelhas franzem. — O que você está
falando...
De repente, braços envolvem minha cintura por trá s, um gemido
feminino interrompendo nossa conversa acalorada.
— Querido! Você o esmagou! — Lexi grita, me abraçando enquanto
eu me mexo para encontrar seus cílios esvoaçantes no meu rosto.
Ela tem brilhos marrons e dourados em todo o rosto na forma de
uma elaborada maquiagem de líder de torcida. É meio excessivo, mas
acho que aprecio o espírito de equipe.
— Ei, Lex... Obrigado, — murmuro, tentando afastá -la de mim. Meus
olhos se voltam para Avi, que levanta uma sobrancelha e sorri. — Posso
me encontrar com você mais tarde? Eu tenho... coisas de equipe para
fazer.
Ela balança a cabeça, beijando meu queixo.
— Claro! Claro, sexy. — Avi bufa e seu rosto se inclina em sua
direçã o. —Quem é agora?
— Este é, uh… o mascote. Baldwin ... — resmungo, meu maxilar
cerrado enquanto lanço um olhar mordaz para Avi.
Seu sorriso branco brilhante se alarga para Lexi.
— Avi Vega. Meio-irmã o de Kyran. — Ele faz um pequeno aceno e
ela ri.
Eu vou matá-lo, porra.
— Ooh... Meio-irmão, — Lexi desmaia, os dois trocando olhares e
sorrisos sedutores, e é demais para mim.
Girando Lexi para longe de Avi, dou um empurrã ozinho nela.
— Tudo bem, chega disso. Vejo você mais tarde, ok?
— Espere! Nã o sem uma foto da sua primeira vitó ria da temporada!
— Ela puxa o telefone de algum lugar. — Aceita, meio-irmã o?
Ela passa o telefone para Avi, mas ele simplesmente olha para ele,
entã o levanta as luvas. — Nã o posso, desculpe. Mã os de pá ssaro.
— Tudo bem, — Lexi suspira. — Faremos uma selfie.
Ela vira o telefone para tirar uma foto de nó s dois. Eu nem estou
prestando atençã o nisso, estou muito ocupado olhando para o Garoto
Á guia e seu sorriso de comedor de merda.
— Perfeito —, ela comemora de qualquer maneira, entã o me beija
mais uma vez na bochecha. — Te vejo daqui a pouco, coisa gostosa.
Ela sai correndo e eu solto um longo suspiro.
— Diga o que quiser, mas aquela garota tem carisma, — Avi
cantarola.
— Cale a boca, — eu rosno, toda a paciência para ele e suas
travessuras tendo agora se dissipado completamente.
Viro meu corpo para atacá -lo, mas ele já está fugindo.
— Eu adoraria ficar e conversar, mas tenho que voar como uma
águia! — ele canta enquanto literalmente corre para longe de mim.
Soltando uma respiraçã o á spera, eu corro meus dedos pelo meu
cabelo ú mido.
Primeira vitó ria da temporada… então, por que parece um D grande
e gordo?
CAPÍTULO SETE

KYRAN

FuckBoiFarmer: Você gosta de agricultura? Porque você com certeza sabe


como criar um pau.

No meu aniversá rio de dezenove anos, jogamos mais três jogos e


vencemos todos. Estamos começando a temporada com força e, como
equipe, estamos animados.
O segundo jogo foi fora de casa, em Pittsburgh. Derrotamos os
Panthers por trinta e oito a trinta e um... Muito perto. Mas o segundo
jogo, que jogamos um dia antes do meu aniversá rio, foi uma explosã o
em nosso territó rio. Destruímos Syracuse, quarenta e quatro a três. Foi
o presente de aniversá rio perfeito, e pode apostar que comemorei
muito naquela noite.
Mas há duas razõ es pelas quais a vitó ria em Syracuse nã o foi a
melhor noite da minha vida. A primeira é porque eu tive que assistir Avi
fazendo o shuffle o tempo todo vestido como nosso estú pido mascote
á guia. Quero dizer, eu realmente nã o estou tentando ser o deprimente
da equipe, mas seria bom se eu nã o soubesse que meu meio-irmã o
detestável era aquele dentro daquele traje de á guia, me observando e
sorrindo o tempo todo. Ficou na minha cabeça durante todo o jogo, e
acho que pode ter algo a ver com a fú ria que consegui canalizar em
mais jardas de passes do que qualquer zagueiro já lançou em apenas
três jogos na temporada.
Felizmente, Avi nã o estava no jogo em Pittsburgh. Nã o tenho certeza
se viajar para jogos fora de casa nã o faz parte das responsabilidades do
mascote ou se ele simplesmente decidiu nã o ir, mas de qualquer forma,
foi uma boa pausa de ter que vê-lo dançar como um idiota. Mas com
certeza, em nosso pró ximo jogo em casa, havia Baldwin. Me irritando
com sua presença, que é praticamente seu maior talento.
A segunda razã o pela qual a vitó ria do Syracuse poderia ter sido
melhor é porque meu pai nã o estava lá . Na verdade, meu pai ainda nã o
foi a nenhum dos meus jogos, e isso está começando a mexer um pouco
com a minha cabeça. Eu nã o esperava que ele viajasse para Pittsburgh.
mas para os jogos em casa... Qual é a desculpa dele? O futebol é a ú nica
coisa em que ele realmente me apoia, mas ele tem estado visivelmente
ausente.
Parte de mim quer ligar para ele e descobrir qual é o problema...,
mas a outra parte, a parte que é infinitamente teimosa, se recusa a dar a
ele essa satisfaçã o. Se ele parou de se importar comigo na pequenina
lasca que ainda tinha, entã o que assim seja.
Ele pode se foder imediatamente.
Infelizmente, porém, essa atitude é apenas superficial. Por dentro,
estou obcecado com isso, em um grau quase neuró tico. Por dentro, sou
uma criança de novo, tentando desesperadamente nã o decepcioná -lo,
ao mesmo tempo em que faço exatamente isso, com coisas que estã o
completamente fora do meu controle.
Parece uma coceira que nã o consigo alcançar. É por isso que,
quando Hannah me ligou no meu aniversá rio e me convidou para jantar
em casa neste fim de semana, ignorei todos os meus impulsos de dizer a
ela e a meu pai para irem para o inferno e concordei. Nem que seja para
confrontar meu pai e descobrir que desculpa ele poderia ter para
perder meus jogos sem nem mesmo um telefonema ou uma mensagem
de texto.
Estou nervoso enquanto estou sentado, balançando meu joelho no
banco de trá s do meu Uber enquanto ele me leva a Somerville para o
que tenho certeza que será mais um de nossos jantares de família
forçados que estive propositalmente tentando evitar nos ú ltimos anos.
É por isso que durante as férias de verã o, passei o má ximo de tempo
possível com os amigos. Qualquer coisa para me manter longe de casa;
de meu pai agindo como se eu fosse mais um investimento de negó cios
insatisfató rio do que um filho, de Hannah sendo o objeto de suas ú nicas
afeiçõ es e de Avi, cuja atitude blasé e sorriso constante apenas me
lembram de como eu poderia ser se eu fosse nã o é tã o foda.
Mas agora, em vez de fugir, vou voltar. Lidando com toda essa merda
de família, em um esforço para descobrir o que está acontecendo.
O Uber para na frente da minha casa, logo atrá s do que parece ser
outro Uber. Eu saio da minha ao mesmo tempo que Avi sai da dele, e nó s
dois reviramos os olhos um para o outro.
— Veja, agora... se você nã o fosse tã o idiota, poderíamos ter dividido
um—, ele murmura enquanto caminhamos até a porta da frente.
— Nã o, obrigado. — Eu agarro a maçaneta antes que ele possa
alcançá -la, abrindo caminho para dentro da casa na frente dele.
Ele murmura, — Foda-se, — baixinho, mas eu nã o estou prestando
atençã o. Estou muito ocupado olhando ao redor da casa com olhos
arregalados assustados, me perguntando por que tudo está diferente.
A maior parte da mobília desapareceu ou foi substituída por coisas
menores e de aparência mais barata. A arte está toda faltando nas
paredes... Parece que quando nos mudamos. E sinto cheiro de comida,
mas nã o ouço o cantarolar familiar de Theresa vindo da cozinha.
É apenas um terreno baldio mal iluminado e estéril do que
costumava ser nossa casa.
— Pai? — Eu grito, ao mesmo tempo que Avi grita:
— Mã e?!
Hannah espia pela esquina da cozinha e nos mostra um sorriso
cansado. — Ola meninos!
Ela enxuga as mã os em um pano de prato, passeando. E assim que
ela está perto, posso ver algumas olheiras sob seus olhos. Ela parece
exausta e meio esgotada.
— Meninos —, ela canta enquanto abraça Avi. Entã o ela se vira e me
abraça. — Feliz aniversá rio atrasado, Ky. Sinto muito por nã o podermos
ir vê-lo no seu aniversá rio de verdade. Havia muita coisa... acontecendo.
— Como o que? — Eu pergunto nervosamente enquanto ela se
afasta, colocando o cabelo atrá s da orelha e evitando contato visual.
— Mã e, o que está acontecendo? — Avi pergunta. — Por que está
vazio aqui?
— Sim, e onde está meu pai? O carro dele nã o está na garagem...
— Seu pai está aqui, — ela diz, como se estivesse tentando me
aplacar, mas isso só traz mais perguntas à tona. — Ele está em seu
escritó rio. Temos algumas coisas para conversar com vocês, rapazes,
mas faremos isso durante o jantar.
Ela se vira e corre de volta para a cozinha.
— Estou terminando! — ela chama enquanto corre para o fogã o. —
Relaxe um pouco. Em breve estará pronto.
Avi e eu trocamos um olhar de preocupaçã o antes que ele a siga. E
eu inclino meu rosto ao redor das paredes monó tonas.
O que diabos está acontecendo…?
Ando pela sala, até o escritó rio do meu pai. A porta está fechada, e
quando eu gentilmente pressiono meu ouvido contra ela, posso ouvi-lo
falando. Nã o consigo entender o que ele está dizendo, mas claramente
está falando com alguém ao telefone. E nã o parece uma conversa
agradável. O estrondo severo do meu pai parece meio frenético. E entã o
ele começa a gritar.
Afastando meu rosto rapidamente, eu olho para a porta que nos
separa, meu estô mago embrulhado em nó s.
—Pai? — Eu chamo através da porta, batendo suavemente. — Está
tudo bem?
Ele fica quieto por um momento antes de pigarrear e responder:
— Tudo bem... vou sair em um minuto!
Meus nervos estã o pulando dentro de mim como bolas saltitantes. O
pavor iminente me lembra de quando eu tinha doze anos... Quando
meus pais teriam discussõ es abafadas sobre mim a portas fechadas.
Passando os dedos pelo cabelo, libero o ar na tentativa de me
acalmar. Eu me inclino contra a parede e fecho os olhos.
Não é minha culpa.
Tirando meu telefone do bolso, abro a câ mera apenas para me
encarar.
Está tudo bem… Está tudo bem. Você está aqui.
Este é você.
Acho que me distraí, porque um pigarro me assusta. Eu me encolho
com tanta força que quase derrubo meu telefone, levantando o queixo
para encontrar Avi na entrada da sala, olhando boquiaberto para mim.
Suas sobrancelhas se juntam.
— Quando você terminar de fazer sexo com as piranhas, o jantar
está pronto.
— Eu nã o estou...— resmungo, mas ele já está fora da sala e indo
embora.
Suspirando, guardo meu telefone e o sigo, indo para a sala de jantar
onde Hannah está trazendo pratos de comida para a mesa.
— Onde está Theresa? — Eu pergunto, afliçã o acusató ria em meu
tom.
— Ela tirou a semana de folga...— Hannah nã o olha para mim,
ocupada preparando o jantar.
Algo estranho está acontecendo aqui, e eu realmente odeio isso. Se
eu soubesse que era isso que eles tinham reservado para o meu jantar
de aniversário, ficaria feliz em ficar na escola.
Sento-me à mesa e Avi senta-se à minha frente. Acho que ele pode
estar me observando, mas quando olho para cima, ele parece muito
mais preocupado com os movimentos inquietos de sua mã e. Ela arruma
tudo na mesa, depois fica parada por um momento, seu rosto se
inclinando lentamente na direçã o do escritó rio de meu pai.
Ela se afasta. E um momento depois, ouço-a bater na porta dele,
chamando-o para se juntar a nó s. Estou tendo a impressã o de que ele
nã o quer...
Algo nã o está certo, e o que é pior, pela primeira vez desde que o
conheci, Avi perdeu aquela atitude arrogante de nã o dá a mínima que
ele sempre traz consigo. Na verdade, ele parece tã o inquieto quanto o
resto de nó s... É como quando você passa por uma turbulência em um
aviã o. Se os comissá rios de bordo parecem nervosos, você realmente
tem algo com que se preocupar.
Depois de alguns minutos, Hannah finalmente volta para a sala com
meu pai vagando silenciosamente atrá s dela. Estou observando-o como
um falcã o, e isso nã o está me fazendo sentir nem um pouco melhor
sobre esta situaçã o. Porque ele parece uma merda.
Ele também tem olheiras, barba por fazer, sua camisa social branca
tipicamente passada desabotoada e amarrotada.
As duas se sentam, e enquanto Hannah mostra um sorriso hesitante
para mim e para Avi, meu pai nem olha para nó s.
— Pai…? — Eu murmuro, e sua mandíbula se ajusta.
Eu testemunhei seu pomo de Adã o balançando em sua garganta
antes que ele finalmente olhasse para mim por uma fraçã o de segundo.
Seus olhos estã o vermelhos... Acho que talvez ele tenha bebido mais do
que o normal.
— Feliz aniversá rio, filho —, ele reclama. — Ouvi falar do seu jogo
esta semana... Parabéns.
Meus lá bios se separam, mas nã o tenho palavras. Achei que vê-lo
iria desdenhar com a raiva que tenho sentido por ele nã o aparecer ou
se importar com meus jogos. Até preparei um pequeno discurso, no
qual me gabo de minhas jardas passadas e depois digo a ele para se
foder.
Mas vê-lo dessa forma deixou minha mente em branco.
— Bem, todo mundo gosta —, Hannah suspira. — Fiz meu cuscuz
especial e...
— Foda-se —, resmunga Avi, e todos os olhos se movem para ele.
— Aviel, — Hannah bufa. — Sem palavrõ es na mesa de jantar.
Agora, coma alguma coisa.
— De jeito nenhum —, ele continua. — Ninguém vai comer merda
até você nos contar o que está acontecendo.
Pela primeira vez, concordo com ele, embora nã o lhe dê a satisfaçã o
de deixá -lo saber disso. Nó s dois olhamos para nossos pais, esperando
que eles joguem qualquer bomba que eles obviamente estejam
atrasando para lançar sobre nó s.
Hannah brinca com o guardanapo, depois espia meu pai.
— Tom... precisamos contar a eles.
— Diga-nos o quê? — Avi fumega, segurando a ponta da mesa em
suspense.
Meu pai ainda se recusa a olhar para nó s, mas posso ler seu rosto
como um livro. Frustraçã o, devastaçã o, linhas de raiva, ressentimento e
hostilidade... É tudo tã o familiar para mim que sinto que vou desmaiar.
Finalmente, ele puxa uma longa respiraçã o, entã o solta lentamente
antes de murmurar:
— O negó cio faliu.
O silêncio na sala parece ecoar suas palavras, como se estivessem
ecoando nas paredes vazias.
Ok... isso definitivamente não é o que eu esperava.
Engolindo um nó de confusã o na minha garganta, eu pergunto:
— O que você quer dizer com isso? O que aconteceu?
Ele me lança um olhar derrotado.
— Robert fez alguns investimentos ruins, cobriu-os com nossas
pensõ es... Você nã o precisa saber os detalhes, mas essencialmente,
estou fodido. Todos nó s estamos.
Minha boca está aberta por tanto tempo que minha língua começa a
ficar seca, olhos sem piscar causando o mesmo. Nem acredito no que
estou ouvindo…
Meu pai começou seu negó cio do zero, com uma grande doaçã o
inicial de meus avó s, é claro. Mas ainda assim, ele está crescendo como
outro de seus filhos desde antes mesmo de minha irmã nascer. E
sempre foi seu bebê menos decepcionante.
Agora ele está dizendo que... acabou? Bem desse jeito??
— Sinto muito que isso tenha acontecido no seu aniversá rio, Ky...—
Hannah diz.
Eu pisco em descrença.
— Quem se importa com o meu aniversá rio?! Entã o você está
dizendo que estamos... falidos?
— Calma, — meu pai rosna.
— Nã o, ele está certo—, Avi se intromete. — Merecemos saber o
que isso significa.
— Bem, caso você nã o saiba, estamos vendendo coisas, — Hannah
diz, claramente tentando permanecer positiva, embora eu nunca a
tenha visto tã o estressada. — Alguns mó veis da casa, nossos dois
carros... Vou voltar a trabalhar em tempo integral na concessioná ria.
— Isso é loucura pra caralho...— Eu passo meus dedos pelo meu
cabelo.
Meus pensamentos estã o correndo a mil por hora, todas as
possibilidades do que isso pode significar se misturam dentro do meu
crâ nio até que mal consigo manter a cabeça erguida.
— E a casa...? — Avi pergunta, seu tom muito mais ansioso do que
eu pensei que ele poderia soar.
— Podemos ficar com a casa —, responde meu pai. — Estou
procurando um novo trabalho. Eu tenho algumas pistas, mas será uma
grande transiçã o…
— E quanto a escola? — Eu o cortei freneticamente.
Seus olhos se fixam nos meus, mas ele nã o responde. O silêncio
nesta sala é ensurdecedor.
Abruptamente, meu pai se levanta, valsando até o frigobar para se
servir de um copo de uísque. Ele joga de volta rá pido, entã o serve outro.
Hannah está apenas olhando para ele com desconforto em todo o rosto.
Seus ombros estã o visivelmente curvados quando ele diz:
— Infelizmente, nã o poderemos mais pagar por nenhuma de suas
despesas com a faculdade.
— Puta merda, isso nã o está acontecendo...— Esfrego meus olhos
com força com os dedos.
— Suas bolsas deveriam ter pago a maior parte da mensalidade, —
Hannah gagueja, em uma tentativa de nos confortar.
— Mas nã o podemos cobrir a moradia —, meu pai acrescenta em
um tom vazio e sem emoçã o.
Meu coraçã o cai no meu estô mago.
— Vai ficar tudo bem, — Hannah continua. — Vocês dois podem
voltar para casa depois deste semestre, se precisarem. É um trajeto
curto. Conheço muitas crianças que matariam para viver tã o perto da
escola…
Não… De jeito nenhum.
Eu absolutamente não vou viajar para BC por mais dois anos. Foda-
se isso.
Não vou voltar para cá. Eu recuso.
— Isso é tã o foda, — Avi zomba com uma risada sem graça,
balançando a cabeça.
— Entã o nã o há nada que possamos fazer? — Eu suspiro, tremendo
no meu lugar com o peso da besteira sá dica absoluta que é a minha
vida.
— Você poderia falar com seu orientador… Com seu treinador. —
Papai dá de ombros, bebendo de costas para nó s. — Veja se você pode
se candidatar a uma bolsa-moradia…
— Sim, certo. — Eu arranco meu cabelo um pouco mais. — Eles nã o
vã o me dar merda. Nã o quando moro tã o perto e, se for o caso, nã o até
o ano que vem.
— Kyran, morar em casa por um semestre nã o será o fim do
mundo…— Hannah canta com remorso.
Hum, sim, vai. Será o fim do mundo.
BC era para ser minha fuga. Mesmo um semestre morando aqui
pode atrapalhar tudo.
Eu tenho que morar nos dormitó rios com meus companheiros de
equipe. Eu amo morar com o Guty, e poder ver meus amigos quando eu
quiser. Se eu me mudasse para cá , ficaria preso com meu pai, um
homem que mal se importa comigo, sua nova esposa sofredora e... Avi.
Não. Não, eu não quero isso. Isso é uma merda.
— Tom, por favor, sente-se e coma alguma coisa, — Hannah
cantarola em voz baixa e suplicante.
Mas ele simplesmente resmunga:
— Nã o estou com fome —. Ele se serve de outro copo de licor e se
afasta, de volta ao seu escritó rio.
A porta bate e, com isso, a conversa termina.
Minha vida, como eu a conheço, acabou.
Meus planos, tudo que venho tentando fazer... Tudo que tenho
lutado pra caramba para superar...
Está tudo explodido bem na minha cara.
Uma lembrança surge em minha mente... De meu pai contando para
mim e minha irmã que ele e minha mã e estavam se divorciando. O olhar
que ele lançou diretamente para mim, antes de entrar em seu escritó rio
e bater a porta...
Você não pode escapar disso.
Você nunca vai.
Nada do que você fizer será bom o suficiente para consertar o dano
que você causou.
— Você sabe o que ...— Eu arrasto minha cadeira para trá s e me
levanto, empurrando a cabeça que me balança um pouco. — Também
nã o estou com fome.
Pés me levando na direçã o da escada, eu subo por eles, entorpecido
para o mundo enquanto eu vou. A falta de controle que tenho nessa
situaçã o é assustadora, criando uma forte pressã o dentro do meu
crâ nio como uma enxaqueca. Batendo a porta do meu quarto, eu me
inclino contra ela e luto para respirar.
Isso não pode estar acontecendo... Não pode ser.
Depois de tudo que fiz para sair... nã o posso perder tudo assim.
Empurrando-me para fora da porta, eu tropeço na minha cama e me
jogo nela, enfiando meu rosto no travesseiro.
O ano passado foi incrível… O primeiro ano no BC, fazendo novos
amigos, as festas, o futebol… finalmente estava fora. Livre dos pesadelos
e memó rias congestionadas. Nã o posso voltar a viver aqui...
Ele não me quer aqui.
Alguns minutos depois, ouço uma batida na minha porta. Uma
pequena lasca de esperança desperta dentro de mim... que talvez seja
meu pai vindo falar comigo. Para me dizer que não foi minha culpa e
que ele ainda me ama, nã o importa o que aconteça.
Mas quando me sento e resmungo:
— Sim? — a porta se abre para revelar a ú ltima pessoa que quero
ver agora.
— Ei...— Avi muda seu peso na porta. — Como você está indo?
Balançando a cabeça, eu caio de volta.
— O que você quer, Avi?
Quando ele nã o responde, eu olho para a porta novamente para
encontrá -lo mordendo o lá bio inferior.
— Sabe, isso é péssimo para mim também…
— Oh sério? — Eu zombo. — Você nem gosta da escola. Voltar para
cá nã o importaria para você, assim como ter que se transferir para
outro lugar nã o importaria. Você nã o se importa ... com nada.
— Sim, eu faço, porra. — Ele entra na sala. — Fiz amigos no BC
também, tá ? Só porque nã o sou um quarterback superastro do futebol,
nã o significa que nã o tenho nada a perder.
Reviro os olhos.
— Você sempre terá mais oportunidades do que eu, Kyran. — Ele cai
na minha cama, e eu puxo meus joelhos no meu peito para me afastar
dele. —Você provavelmente pode se inscrever para moradia por meio
de sua bolsa de futebol chique. Mas eu nã o tenho essa opçã o. Terei sorte
se minha assistência cobrir a mensalidade completa.
— Saia do meu quarto, Avi. — A melancolia escapa em meu tom,
embora eu realmente nã o queira que ele ouça. — Nã o há nada pior do
que ter que se sentir assim na sua frente.
— Por que? Porque eu nã o poderia entender o que você está
passando?— ele resmunga em frustraçã o. — Deus, você é fodidamente
egocêntrico. Isso nã o está acontecendo apenas com você, Kyran. Está
acontecendo com todos nó s. A primeira vez que me importei com algo…
A primeira vez que consegui algo que é mais para pessoas como você do
que para pessoas como eu…
Me arremessando para cima, eu lanço um olhar para ele.
— Oh, pobre Avi. A classe média é tão difícil. Você nã o tem ideia dos
tipos de coisas com as quais outras pessoas tiveram que lidar. — Suas
linhas de testa e ele olha para mim enquanto eu engulo e volto atrá s. —
Você vai superar isso porque você pode. É mais fá cil para você…
— Afinal, o que isso quer dizer…?— ele murmura.
— Nã o importa, — resmungo, me levantando porque só tenho que
me afastar dele.
Nã o aguento mais ficar ao lado dele nem mais um segundo, ainda
mais com ele me olhando daquele jeito.
Caminhando até a porta, paro para dizer:
— Acho que vejo você na escola... pelo tempo que nos resta.
E com essas palavras desanimadas, desço as escadas e saio, pedindo
um Uber de volta ao campus. Durante toda a viagem de vinte minutos,
minha mente está correndo pelo tormento que impulsiona minha
determinaçã o.
Em minhas mã os estã o as linhas das estradas entre o cativeiro e a
fuga.
Eu tenho que descobrir isso. Eu não posso ser esmagado novamente...
Não dessa vez.
CAPÍTULO OITO

AVI

Arora626: Por que este vídeo me faz querer um cachorro-quente Costco?


MirrorMirror: Posso ser seu Fluffer? *Cílios de morcego*

Eu poderia ter perdido minha mente.


Não, sério… acho que fiquei completamente louco.
Deixe-me contar como foram as duas ú ltimas semanas da minha
vida, e entã o você poderá corroborar minhas afirmaçõ es.
Aproximadamente quinze dias atrá s, descobri que o marido de
minha mã e, meu padrasto, Thomas Harbor, está falido. Tipo, quebrou
sem brincadeira. O que significa que nã o há fundos extras para nada,
especialmente seu enteado.
O cartã o de crédito que eu tinha para fins de emergência - que era
convenientemente como eu pagava toda a minha comida, roupas,
transporte ... literalmente tudo - parou de funcionar dois dias depois.
Foi muito humilhante ser um jovem de quase vinte anos ligando para a
mamã e e implorando por alguns trocados para me alimentar até
conseguir encontrar um emprego no campus. Mas eu nã o tinha outra
opçã o. Todas as contas secaram quase imediatamente, inclusive a
minha, que, convenhamos, só tinha dinheiro porque minha mã e
depositava um pouco toda semana.
Nã o tenho emprego desde que moramos no Brooklyn e trabalhei
algumas horas aqui e ali no Starbucks no final do quarteirã o depois da
escola. Quando nos mudamos, eu planejava encontrar algo, mas mamã e
se casou com Tom e nã o parecia realmente necessá rio. Ele pagou por
tudo. Ela até voltou a trabalhar meio período na concessioná ria da
Mercedes...
Mas agora ela voltou a trabalhar sessenta horas por semana e
sustentar toda a nossa família, que aumentou duas bocas, até que Tom
encontre algo novo.
É uma grande confusã o. Boston é quase tã o cara quanto Nova York,
o que é ridículo porque é um milhã o de vezes menor. As coisas no
campus da BC têm descontos para os alunos, mas nã o muito. Entã o,
agora é adeus lattes matinais e o constante DoorDashing7 para
alimentar minha fome sem fim... e olá Maruchan macarrã o ramen em
um estú pido copo de isopor.
Que clichê… um estudante universitário sobrevivendo no Cup of
Noodles. Deus, isso é demais.
E a parte mais louca de tudo isso é que eu deveria estar vivendo no
luxo!
Uma semana antes do início deste semestre, fui informado de que,
devido à falta de espaço disponível no ú ltimo minuto e algum milagre
da intervençã o divina, eu estava sendo transferido do Walsh Residence
Hall para o Thomas More Apartments; a parte mais chique e procurada
da habitaçã o em BC. Normalmente, você tem que ser rico pra caralho,
ou filho de um senador ou algo assim para entrar lá . E agora eu, o
pequeno Avi Vega do Brooklyn, estou morando aqui por pura sorte.
E ainda por cima, meu colega de quarto recém-designado, Ash
Holloway, nunca apareceu. Ninguém me contou o que aconteceu com
ele, ou por que ele faltou repentinamente à escola, mas nã o posso dizer
que estou bravo com isso.
Eu meio que conheço Ash Holloway... Ele foi para Somerville High.
Mas isso nã o nos torna amigos, ou significa que estou chateado ele nã o
está aqui. Porque agora tenho um dormitó rio duplo do tamanho de uma
suíte para mim . Já se passaram dois meses, e eu nã o ouvi nada sobre
onde meu colega de quarto mú sico australiano está , ou se ele algum dia
vai me agraciar com sua presença.
Basicamente, estou vivendo o sonho. Exceto que nã o, porque todos
os planos fantá sticos que fiz, para mobiliar minha nova cobertura e dar
festas extravagantes no estilo Playboy, foram frustrados pela falta de
fundos. Por sorte, consegui comprar roupas de cama e utensílios de
cozinha com o cartã o de crédito de Tom antes de descobrir que a
empresa dele estava falindo. Fora isso, o lugar é meio esparso.
Mas ainda assim... é muito bom ter privacidade e meu pró prio
espaço.
O que me leva, finalmente, à anedota que prova que enlouqueci.
Frankie veio na semana passada enquanto eu estava em uma espiral
descendente.
— O que eu vou fazer? — Eu perguntei a ela, andando pela sala. —
Estou completamente fodido… O auxílio financeiro que solicitei nem
cobre todas as minhas mensalidades do pró ximo semestre, muito
menos a moradia.
— Quanto você precisa? — Ela olhou para mim do sofá na sala do
meu dormitó rio, seus dedos unidos na frente de seus lá bios.
— Três mil e quinhentos para terminar o segundo ano, — suspirei,
entã o finalmente parei de andar para cair dramaticamente de joelhos
no chã o. — E outros nove mil para manter este lugar. — Eu
choraminguei, acariciando o chã o de madeira com meus dedos. — Eu
sabia que era bom demais para ser verdade…
— É isso?? — Frankie engasgou. — Apenas nove mil por semestre
para este lugar? Isso é realmente muito baixo…
— Eles ficaram com pena de mim e me deram o preço normal do
dormitó rio, — eu murmurei. — Mas ainda assim, nã o importa. Como
diabos eu conseguiria treze mil em dois meses? Mesmo com o plano de
pagamento, nã o vou conseguir encontrar esse tipo de dinheiro rá pido.
Nã o há um emprego de meio período no mundo onde eu possa
trabalhar horas suficientes enquanto também equilibra a escola...—
Pressionando minha testa no chã o, eu choraminguei de desesperança.
— Adeus, lindo e espaçoso dormitó rio de luxo. Poderíamos ter tido algo
tã o especial…
Sentindo uma cutucada no meu lado, espiei Frankie para encontrá -
la me cutucando com os dedos dos pés.
— Talvez eu conheça uma maneira de conseguir algum dinheiro
rá pido...
Eu pisquei para ela.
— Eu nã o gosto do jeito que seus olhos estã o brilhando...— Seu
pequeno sorriso se alargou em um sorriso totalmente perverso, e eu
me endireitei. —Frankie... não vou roubar um banco com você. Acho
que nã o tenho estô mago para isso. Além disso, que tipo de má scara eu
usaria? Sã o muitas opçõ es…
— Idiota —, ela riu. — Ninguém está roubando ninguém. Bem... nã o
exatamente. — Eu simplesmente olhei para ela enquanto ela se
inclinava para frente. — Eu tenho duas palavras para você... quero dizer,
duas palavras juntas por algum motivo.
Minhas sobrancelhas franziram.
— Onlyfans.
Eu continuei a olhar boquiaberto para ela por cinco segundos
inteiros antes de explodir em uma gargalhada arrogante.
— Sim... certo. Isso é bom. Obrigado, Franks, eu precisava rir. — Eu
enxuguei meus olhos enquanto ela estreitava os dela.
— Estou falando sério.
Desvanecimento da diversã o, eu zombei e lancei um olhar como se
ela fosse louca.
— Cara, eu nã o posso fazer OnlyFans...
— Por que nã o? — Ela se recostou e cruzou os braços sobre o peito.
— Porque...— eu murmurei, balançando a cabeça com a tolice da
trajetó ria desta conversa. — O que eu faria? Como funcionaria mesmo?
Eu nã o posso fazer... pornografia.
Frankie jogou a cabeça para trá s em uma gargalhada.
— Nã o é realmente pornô. — Inclinei minha cabeça para ela. — Ok,
bem, de certa forma, acho que sim. — Ela se jogou no chã o na minha
frente. — Mas, Avi, ouça cara. Você é gostoso pra caralho. Você tem um
corpo doente, o que eu ainda nem entendo porque você enche a cara de
lixo constantemente e é a pessoa menos ativa fisicamente que conheço.
Eu fiz uma careta.
— Eu malho ocasionalmente…
— A questã o é que as pessoas na internet pagariam um bom
dinheiro para olhar para você. — Ela sorriu. — Coloque alguns vídeos
impertinentes, e você é ouro, garoto pô nei. Problema resolvido
Eu nã o podia acreditar que eu estava realmente pensando nisso...,
mas eu estava. A atraçã o por dinheiro rá pido nã o era algo que eu
pudesse ignorar naquele momento.
Porque quanto mais eu me estressava com isso, mais eu sabia com
absoluta certeza que não havia como ganhar o dinheiro de que
precisava trabalhando em um emprego regular. Era tarde demais.
Mesmo perder o dormitó rio doentio e mudar de casa nã o resolveria
meu problema.
Eu precisava fazer algo drá stico se quisesse ficar no BC.
Especialmente se eu quisesse continuar morando no campus, neste
apartamento incrível que de alguma forma tinha acabado de cair no
meu colo. Eu nã o poderia desperdiçar esta oportunidade.
E minha conversa com Kyran da semana anterior surgiu na minha
cabeça…
De alguma forma, eu me encontrei em um lugar ao qual nã o
pertencia, cercada por milhares de pessoas que se achavam melhores
do que eu. Se eu simplesmente desistisse, mudasse de casa e mudasse
para uma escola mais barata, estaria provando que eles estã o bem. Eu
nã o podia deixar isso acontecer só porque a empresa do meu padrasto
rico faliu.
Eu nã o precisava dele. Eu poderia lutar por isso sozinho e provar ,
definitivamente, que eu merecia isso tanto quanto eles.
Engolindo minhas reservas, pisquei para Frankie.
— E você realmente ganha tanto dinheiro? Só por se gravar nua...?
— Vamos colocar desta forma... economizei o suficiente para o
primeiro, ú ltimo e segurança em um apartamento em Brookline —, ela
me disse com um sorriso simpá tico. Minha testa franziu. — Eu ia
esperar para te contar... já que você sabe, eu nã o queria te chutar
enquanto você estava caído. Mas estou me mudando na pró xima
semana.
— Você está saindo do campus? — Eu fiz beicinho, chateado com
esta informaçã o. Eu precisava de Frankie por perto, especialmente
agora.
Ela é minha melhor amiga…
— Estarei a dez minutos de distâ ncia. Nã o seja um bebê. — Ela riu, o
que trouxe uma curva aos meus lá bios. — Além disso, estou dando uma
festa épica de inauguraçã o da casa de Halloween para comemorar, e
espero que você esteja lá .
— Nã o perderia por nada no mundo. — Eu sorri.
— Bom. — Ela enfiou o dedo na minha covinha direita. — Agora,
onde estamos no OF? Porque se você vai fazer isso, vai precisar de
ajuda para configurá -lo e se promover.
Meu rosto se iluminou e eu engasguei:
— Você será meu OnlyFans Yoda ?!
— Mostre seu pau na câ mera, você vai, jovem Nerdwalker, — ela
brinca, e eu gargalho. — Nã o, mas sério. Acariciar isso para pervertidos
na internet é muito bom, mas pelo tipo de dinheiro que você precisa
ganhar, e com a mesma rapidez, teremos que fazer algumas vendas
sérias.
— Oh Deus ...— Esfreguei meu rosto. — Eu nem comecei ainda, e
você já parece um cafetã o.
— Coloque essa bunda em movimento, garota. — Ela se levantou
rapidamente e começou a estalar os dedos para mim. — Tempo é
dinheiro.
E assim, eu ia começar a me despir para estranhos na internet.
Realmente acontece tão rápido.
A partir dessa conversa, eu chutei minha bunda em marcha
imediata. Frankie trouxe seu antigo tripé, que, segundo ela, é
obrigató rio.
— Fotos de ponto de vista sã o um sucesso, mas você nã o pode fazer
isso o tempo todo —, ela me disse enquanto me ajudava a configurar
minha conta de criador.
— Nã o posso simplesmente encostar meu telefone em alguns
livros? — Eu murmurei, e ela ficou boquiaberta como se eu a estivesse
ofendendo pessoalmente.
— Você precisa ser um profissional, Avi, — ela repreendeu. — A
ú nica maneira de ganhar dinheiro de verdade fazendo isso é encarando
isso como um trabalho.
Mais uma vez abafando minhas hesitaçõ es sobre a coisa toda, eu
balancei a cabeça em concordâ ncia. Afinal, eu já havia embarcado no
trem maluco... nã o tinha como descer agora.
Na verdade, haveria muitos desembarques.
Não faltam trocadilhos disponíveis nesta situação.
Na minha primeira semana como criador do OnlyFans, consegui
reunir cinquenta assinantes e ganhei algumas centenas de dó lares em
assinaturas. Como um novato total, eu consideraria isso um bom
começo. Também criei uma conta no Twitter especificamente para me
vender, e com Frankie retuitando e me mencionando constantemente
para seus mais de cinquenta mil seguidores, estou vendo novos fã s
surgindo todos os dias.
No entanto, no que diz respeito ao conteú do, ainda estou
mergulhando o dedo do pé na parte rasa. Eu nã o vou mentir… é uma
coisa estranha para se aquecer.
Eu nã o sou o cara que manda fotos de pau por aí ou grava vídeos
meus de masturbaçã o, entã o tudo isso é muito novo para mim. Ao
mesmo tempo, é fá cil se envolver com a atençã o quando os comentá rios
começam a aparecer…
Você é tão bonito…
Olha esse corpo…
Olhos de coraçã o sem fim e emojis de fogo... Admito que me subiu à
cabeça bem rá pido.
E é por isso que agora tenho certeza absoluta de que enlouqueci...
Porque no momento estou deitado na cama com o pau para fora, me
gravando me masturbando para completos estranhos que estã o me
pagando para fazer isso.
Com a mã o em volta do meu eixo, luto para ignorar a câ mera do meu
telefone apontada diretamente para mim de onde está travada no tripé
na beirada da cama. Nã o sou ator, de forma alguma, mas tenho
trabalhado para aprender a controlar os movimentos do meu corpo,
praticando as caretas que faço e os pequenos sons ... Realmente
tentando vendê-lo, ao mesmo tempo em que pareço natural.
É estranho no começo, mas se esta é minha ú nica chance de ganhar
o dinheiro que preciso para ficar aqui, entã o vou tentar o meu melhor
para Spielberg transformar esta produçã o em algo que fará os benjis
rolarem em um ritmo constante.
Passando meus dedos sobre minhas bolas, eu as aperto um pouco
antes de minha mã o deslizar de volta, lentamente acariciando meu pau
enquanto ele se enche rapidamente. Está um pouco frio aqui, entã o
meus mamilos estã o duros... Sem falar que a emoçã o de fazer isso me
dá arrepios.
É o ú ltimo ato impertinente de exibicionismo no século XXI. Filmar a
si mesmo fazendo coisas que teoricamente deveria fazer apenas em
particular. E suponho que ainda seja privado, de certa forma.
Isso é apenas para os fã s… as pessoas que pagaram por mim fazem
isso. E, surpreendentemente, essa noçã o parece me excitar ainda mais.
Daí porque meu pau é grosso e só lido na minha mã o, meu coraçã o
batendo descontroladamente dentro do meu peito por causa dos
nervos, da adrenalina e da emoçã o disso. Continuo a espalmar
gradualmente meu pau, uma dança provocante que nasce de uma leve
apreensã o. Honestamente, é meio que a minha marca até agora. O
estudante universitário, hesitante e desenfreadamente explorando a si
mesmo em seu dormitório sozinho...
Minha mã o esquerda empurra minha calça de moletom um pouco
mais para baixo, enquanto a direita aumenta o ritmo. Olhos fechados,
cabeça inclinada para trá s, eu me contorço na sensaçã o de me dar
prazer, enquanto minha mente passa por vá rias reflexõ es...
Eu me pergunto o que meus fãs gostariam de ver…
Eles gostam quando eu me provoco, lentamente, assim? Eles se tocam,
observando-me me tocar?
Eu me pergunto se isso os deixa tã o quentes quanto me deixa, e
mesmo pensando nisso, meus quadris perseguem a fricçã o da minha
mã o puxando meu pau, mais e mais.
Este é o meu primeiro vídeo completo. Até agora, só compartilhei
fotos e alguns videoclipes. E o que mais me surpreendeu do que o fato
de que as pessoas estã o pagando por isso em primeiro lugar, é quantos
dos meus assinantes sã o homens.
Chame isso de minha pró pria ingenuidade, eu acho, mas por algum
motivo, eu presumi estupidamente que, porque eu sou hétero e só
fiquei com garotas, as garotas seriam as que me observariam. Pelo
contrá rio. Cerca de noventa por cento dos meus assinantes sã o homens,
e todos eles parecem ser os mais generosos com dicas e comentá rios.
Sinceramente, sou grato por tudo isso, independentemente de quem
está vindo.
Eu nunca fui um cara machã o-hetero. Nã o sou eu. Sempre vi a
sexualidade como fluida para as outras pessoas, e suponho que seja
para mim também, embora nunca tenha me sentido atraído por outro
homem antes.
Bem, talvez nã o de uma forma que pareça ó bvia... Já notei caras
antes, mas sempre foi um pensamento abstrato. Achei que se eu fosse
bissexual, entã o meu desejo de ficar com um cara iria assumir e
simplesmente acontecer. Mas nã o tem, entã o nesse sentido, eu apenas
me considero hétero e é isso.
Mas agora que tenho um monte de homens me observando me
tocar, me dizendo como sou lindo e sobre todas as coisas que gostariam
de fazer comigo... nã o sei. Isso provoca um pequeno burburinho de
excitaçã o na boca do estô mago que nã o consigo explicar.
Nã o sinto repulsa por isso, nem perto disso. Na verdade, acho que
pode ser o que mais está me excitando.
Meus olhos se abrem e eu espio a câ mera, apenas para me lembrar
de nã o fazer isso e fechá -los mais uma vez, mordendo meu lá bio e
fodendo meu punho com mais força enquanto um gemido suave escapa
de mim. Eu nã o posso nem dizer se foi para o benefício do vídeo ou se
apenas aconteceu, mas eu definitivamente estou queimando dentro da
minha pele agora. A confusã o de pensamentos confusos sobre minha
sexualidade é pesada, pesando em meu peito como se alguém estivesse
sentado em cima de mim. Mas em vez de ignorá -lo ou afastá -lo, eu me
inclino para ele.
Eu deixei isso alimentar as coisas... A luxú ria, o desejo inexplorado...
A curiosidade de como seria se outra pessoa estivesse na sala comigo
agora, assistindo.
Apenas observando... no começo. Mas entã o talvez eles viessem.
Lentamente, suba para a cama e, em seguida, deixe cair os joelhos no
colchã o ao meu lado.
Não ... Sobre meus quadris.
Talvez eles montassem em mim e afastassem minha mã o para que
pudessem pegar meu pau e acariciá -lo para mim. Inclinando-se sobre
minha boca e roçando meus lá bios com os deles...
— Foda-se...— A palavra apenas jorra da minha boca enquanto meu
pau vaza na minha mã o.
Apertando-o com mais força, eu acaricio mais rá pido, o fogo dentro
de mim se transformando em uma chama estrondosa. Minha mã o
esquerda sobe pelo meu peito e eu roço meu mamilo, choramingando
com a sensaçã o que parece estar passando por cada nervo do meu
corpo.
Deus, eu quero vir. Eu só preciso tanto gozar agora, é tudo que eu
consigo pensar. Estou perseguindo meu orgasmo, fodendo em minha
mã o com imagens distorcidas em meu cérebro de outra pessoa me
levando até lá .
Nã o sei quem é, mas é uma pessoa, e acho que nã o é como ninguém
com quem já fiz isso antes. Acho que sã o maiores ... Do meu tamanho.
Quente e duro em todos os lugares.
Imagino-os beijando meu peito, sugando meu mamilo com a mesma
força com que o belisco. Deslizando mais baixo, me mordendo e
lambendo seu caminho através das linhas do meu abdô men. Em
seguida, colocar meu pau em sua boca molhada e chupá -lo do jeito que
eu poderia...
Tímido…, mas faminto. Nervosamente voraz.
— Deus, porra... sim ...— sussurro, mantendo meus olhos bem
fechados, porque se eu os abrir, posso perder isso... seja lá o que for.
Essa fantasia. Este devaneio sujo, delicioso e intrigante.
Em minha imaginaçã o, estendo a mã o para a cabeça deles e sinto
um boné virado para trá s, como o que estou usando agora. Eu o
empurro e passo meus dedos pelo cabelo macio, segurando-o em meu
punho enquanto eu monto sua boca e meus dedos do pé se curvam.
Estou tã o fodidamente perto... Estou tã o, tão perto, e tudo que quero
no mundo é soprar cada pulso grosso de esperma que eu puder em sua
garganta e vê-los engolir para mim.
Minha mã o está trabalhando por conta pró pria, arrastando-me para
a borda cada vez mais forte, abrindo as pernas, contraindo os mú sculos.
É tã o bom pra caralho, eu só ...
— Foda-se , estou vindo,— eu apresso as palavras, para ninguém,
porque meu amigo imaginá rio nã o está aqui.
Sou apenas eu, acariciando meu orgasmo em meu abdô men.
Mas caramba, ainda é ó timo pra caralho.
Meu pau dispara enquanto eu gemo e solto sons abafados,
encharcando-me em correntes de esperma escorregadio. Peito
bombeando para cima e para baixo, eu libero cada gota e entã o meio
que derreto no colchã o, respiraçõ es irregulares voando para fora de
mim enquanto tento pegá -las.
Fico deitado ali por alguns minutos, até que meus olhos se abrem,
pousando no meu telefone, a lente da câ mera apontada para mim.
Sheesh… Eu esqueci totalmente que estava gravando por um segundo
lá.
Sentando, eu olho para o meu orgasmo em todo o meu peito e
abdô men, passando meus dedos pela bagunça. Entã o eu espio de volta
para a câ mera, travando meus olhos nela enquanto coloco-os
cuidadosamente em minha boca.
Hum... salgado.
Eu me pergunto se eles vão gostar disso...
Porque eu acho que definitivamente quero.

***

Eu estou andando na porcaria do sol.


Vinte e quatro horas depois de postar aquele vídeo no meu OF,
tenho oficialmente mais de cem novos fã s, mais da metade dos quais
pagou pela assinatura de seis meses.
Nã o acredito que já estou ganhando massa assim. Achei que levaria
pelo menos um mês para fazer isso decolar, mas acho que aproveitei
algo porque acabei de atingir cinco mil seguidores no Twitter. Em
menos de dez dias!
Boo-yah! Backwardz_Cap chegando quente!
Esse é o meu nome de usuá rio. Backwardz_Cap. Achei muito
inteligente, considerando que fiz balançar um boné dos Yankees ao
contrá rio como minha assinatura em meu conteú do. Nã o me importo
com beisebol, mas achei que usar um boné do BC, ou mesmo do Red
Sox, pode ser muito pró ximo de casa. Entã o peguei o velho boné dos
Yankees do meu pai que eu usava antes de nos mudarmos para cá . Nã o
que seja um disfarce. E se alguém que conheço da escola aparecesse na
minha conta e se inscrevesse, com certeza saberia que sou eu.
Ainda assim, nã o mostro meu rosto no Twitter, nem na minha foto
de perfil no OnlyFans. E Frankie está no OnlyFans há um ano com nada
mais do que um pequeno véu cobrindo seu rosto e ninguém aqui a
encontrou... Ou, se encontraram, nã o a confrontaram sobre isso. Acho
que é como ela diz... As pessoas preferem ser discretas quando se trata
de pornografia. Ninguém precisa saber o que está acontecendo na tela
do telefone de outra pessoa.
Aceite o Grande Irmão… porque, convenhamos, ele está sempre
observando.
Neste ponto, quase tenho dinheiro suficiente para pagar minha
primeira parcela da mensalidade, e isso ainda vai demorar algumas
semanas. Estou em uma ó tima posiçã o até agora, mas nã o posso ficar
arrogante. Executar esta coisa é definitivamente um trabalho de tempo
integral. Do jeito que está , estou constantemente no meu telefone,
compartilhando pequenos clipes no Twitter, constantemente
proxenetizando meu OF, respondendo a DMs de meus fã s e provocando
os pró ximos vídeos. Também passo muito tempo tentando pensar em
conteú do original.
As pessoas adoraram o vídeo de masturbaçã o, mas nã o acho que
fazer apenas isso será capaz de prender a atençã o por muito tempo.
Eles sempre acabam querendo mais…
Por exemplo, já recebi vá rios DMs de caras solicitando minha
colaboraçã o, ou seja, trazendo outra pessoa para a câ mera comigo. E a
julgar pelas pessoas que o sugeriram, nã o tenho certeza se gostariam
que essa pessoa fosse uma mulher...
Isso é outra coisa que nã o tenho certeza se consigo entender ainda.
Quero dizer, se isso significasse arrecadar milhares de dó lares, tenho
certeza de que poderia embarcar..., mas isso nã o significa que eu nã o
ficaria nervoso. Afinal, seria um pouco diferente do meu repertó rio
sexual normal.
Estou indo encontrar a equipe no novo apartamento de Frankie em
Brookline para ajudá -la a desfazer as malas. Ela foi oficialmente
transferida dos dormitó rios do BC para seu novo lugar. Já vi fotos, mas
mal posso esperar para ver pessoalmente… Parece uma loucura.
Descendo do trem, ando alguns quarteirõ es até a rua de Frankie,
contando os nú meros das casas grandes até chegar à dela. E eu tenho
que parar e olhar para ele, porque é realmente impressionante .
Boston é uma cidade tã o bonita. Tudo tem esse ar colonial, até as
coisas modernas. E com as á rvores todas decoradas com folhas laranjas,
vermelhas e amarelas, o ar fresco roçando meu rosto... Devo dizer que
gosto daqui. Eu nã o tinha certeza se faria quando Saí de Nova York, mas
agora que estou no coraçã o da cidade, posso admitir que é um lugar
bem especial.
Subo a varanda da casa multifamiliar, pressiono o botã o do
apartamento de Frankie e, em segundos, a porta está me abrindo. por
todos os tipos de gritos excitados e beijos na bochecha.
Micah, Zeb e Bea já estã o aqui, com as bebidas na mã o. E claro, com
a minha chegada, é hora de acender. Fazendo minha má gica, enrolo um
baseado gordo para compartilharmos em questã o de segundos, que
fumamos enquanto Frankie me mostra o tour.
— Você está animado para a minha festa de Halloween? — ela me
pergunta enquanto a ajudo a desempacotar as coisas. Sinto como se
estivéssemos apenas fazendo as malas da ú ltima vez que a ajudei a se
mudar, alguns meses atrá s.
— Oh sim. — Eu sorrio, entregando seus itens enquanto ela corre ao
redor da sala, colocando-os em vá rios lugares. — Nada como uma festa
cheia de gente vestida como versõ es safadas de seus personagens
favoritos.
Ela ri.
— Você já decidiu sobre uma fantasia?
— Bem, caso você tenha esquecido, eu me visto como uma á guia nos
regulamentos. Entã o, se tudo mais falhar, vou aparecer como Baldwin e
rezar para que ninguém derrame vodca em mim.
— Avi! — ela engasga em advertência. — Você nã o pode usar sua
fantasia de mascote no Halloween. Isso é besteira.
— Eu sei, eu sei. — Eu ri. —Eu vou descobrir alguma coisa. E você?
Ela sorri perversamente.
— Já escolhi o meu. E vai explodir sua á guia suada para fora da á gua.
Eu aponto um olhar perturbado em sua direçã o.
— Isso é uma coisa muito estranha de se dizer para mim, senhorita.
Ela ri novamente.
— Tudo bem. Sobre o assunto de coisas estranhas... tenho uma
proposta para você.
— Eu já nã o gosto de onde isso está indo —, eu bufo.
Ela se aproxima, olhando para mim com seus olhos azul-petró leo
brilhando, e posso dizer que ela nã o está tramando nada de bom.
— Alguns dos meus fã s estã o meio que implorando por alguma
coisa…— ela começa, mantendo a voz baixa, eu acho que para que os
outros nã o ouçam, embora eles estejam todos na cozinha comendo as
pizzas que nó s ordenado. — Eles estã o em meus DMs há semanas, e
acho que se eu pudesse fazer isso acontecer, isso significaria alguns
prezzies mortos sérios.
Eu olho para baixo em sua expressã o de olhos arregalados de
excitaçã o.
— Ok…
— Entã o, você sabe como estávamos falando sobre pay-per-view?
Criadores que oferecem conteú do exclusivo por um preço mais alto,
além da assinatura? — Ela inclina a cabeça.
— Sim...— murmuro, me perguntando onde ela quer chegar com
isso.
— Bem, recebi dezenas de DMs me pedindo para fazer um vídeo de
sexo a três... Com dois caras,— ela cantarola casualmente, seus lá bios se
curvando em um pequeno sorriso diabó lico.
Ok. Aí está... Onde ela está indo com isso.
— Mhm...— Eu reprimo um sorriso. — E você quer que eu seja um
dos caras.
Seu sorriso se alarga e ela me cutuca no nariz.
— E eles dizem que você nã o é inteligente.
Minha testa franze.
— Quem disse que nã o sou inteligente?
— Eu estava pensando em filmar no Halloween. — Ela me ignora,
batendo palmas. — Vou cobrar uma taxa ú nica para meus fã s que
quiserem ver e depois dividirei os lucros com meus colaboradores…
— Uh, Frankie, acho que você está perdendo alguma coisa aqui,—
interrompi. — Sou apenas um cara. Você ainda precisaria de outro.
— Posso encontrar alguém. — Ela dá de ombros com indiferença.
— Mas você nã o pode simplesmente perguntar a qualquer cara, —
eu indico. — Eles precisam ser alguém em quem possamos confiar…
Alguém que seja discreto sobre a coisa toda do OnlyFans. Faço uma
pausa e balanço a cabeça. — Além disso, quero dizer... nós realmente
vamos ficar juntos? Nó s somos amigos…
Eu devo estar usando meus nervos e reservas por todo o meu rosto,
porque ela me mostra um sorriso condescendente.
— Avi...— Ela suspira, pegando minhas mã os nas dela. — Ainda
seremos amigos... Amigos ricos .
Eu nã o posso deixar de rir. Esta garota é selvagem, estou lhe dizendo.
— Ok, além disso, você ainda precisa encontrar alguém que
concorde em ficar nu na câ mera para um monte de aleató rios, enquanto
mantém a boca fechada sobre a coisa toda. Você e eu já estamos
acostumados com isso... Merda, ainda estou me acostumando. Mas
trazer outra pessoa para o grupo pode ser complicado.
— Entendo o que você está dizendo, mas temos o maior motivador
do mundo...— Ela esfrega os dedos no símbolo internacional de… —
Dinheiro , baby. As pessoas farã o todo tipo de coisa por dinheiro,
inclusive manter a boca fechada. Quem sabe? Se isso funcionar,
podemos começar a colaborar regularmente…
— Sim, mas quem? — pergunto de novo, porque ela parece estar
contando os ovos antes de chocarem.
Frankie para para pensar por um segundo, seus olhos correndo pela
sala.
Mas antes que ela possa sugerir isso, eu retruco:
— Nã o Zeb.
Ela ri.
— Por que nã o?? Você sabe que ele adoraria ficar com você... — Ela
levanta uma sobrancelha, e eu estou fingindo que nã o sinto o rubor
subindo pelo meu pescoço.
— Sim, exceto que ele tem a maior boca do mundo inteiro —,
murmuro.
— Talvez nã o seja uma coisa ruim. — Ela pisca.
— Nã o é o ponto —, eu suspiro. — Além disso, ele é tã o gay quanto
o dia é longo. Ele nã o vai chegar perto de suas partes femininas.
— Ok, ok, tudo bem. Sem Zeb. — Sua cabeça se inclina. — E o
Micah?
— Micah é hétero,— eu murmuro, e seu olhar se estreita.
— Você também...— Seus lá bios se curvam, fazendo-a parecer ainda
mais maligna, e agora estou queimando sob minhas roupas.
— Sim... Nã o me diga. — Eu limpo minha garganta. — Mas eu só
quero dizer, ele nã o vai querer... eu nã o acho que ele iria...
— Você é precioso. — Ela passa os dedos pelo meu cabelo antes de
eu dar um tapa em sua mã o, e ela ri. — Só porque há dois caras, nã o
significa que vocês precisam ficar um com o outro. Poderia ser mais
um... esforço centralizado.
— Ou seja, nó s atenderíamos a você, — eu zombo.
Ela finge afofar o cabelo.
— Exatamente. — Eu tenho que rir um pouco mais. — Embora, eu
acho que alguns dos meus fã s gostariam de ver isso acontecer de outra
maneira…
Minha mente está começando a vagar, vagando pelas á guas que ela
está sugerindo. Sim, desde que comecei meu OnlyFans, venho
pensando... contemplando a ideia de talvez interagir sexualmente com
um membro do mesmo gênero. Mas, como com a pró pria conta, senti a
necessidade de aquecê-la.
Talvez fazer sexo a três com Frankie e outro cara possa fazer isso...
Apenas estar perto de outro cara enquanto brinca pode ser a porta
de entrada perfeita para explorar essa curiosidade recém-descoberta.
Para ver se é mesmo algo que eu gostaria. Quem sabe? Talvez ver um
pau que nã o é meu bem ao meu lado na vida real seja desagradável, e
entã o eu poderia colocar toda essa coisa de pensar incessantemente
para dormir no sofá .
— Posso dizer, pela maneira como você está olhando para o nada,
que está pensando nisso, o que vou entender como se você estivesse
dentro. — A voz rouca de Frankie corta meus pensamentos.
Desistindo da luta morna, suspiro e dou de ombros.
— Bem. Estou dentro. — Ela grita e pula para cima e para baixo,
abraçando-me e balançando nó s dois ao redor. — Mas só desta vez! Nã o
quero arruinar nossa incrível amizade acrescentando sexo e negó cios,
as duas coisas conhecidas por arruinar amizades.
— Sim, sim. Ó timo. — Ela acena com a cabeça enquanto me solta,
claramente tentando abafar seu zelo. — Totalmente. Vai ser uma coisa
divertida e ú nica para nos render muito dinheiro, bay-bay! — ela ri
enquanto eu reviro os olhos, esmagando meu pró prio sorriso.
— Como vamos localizar um terceiro membro desta pequena
excursã o ridícula…? — murmuro desesperadamente.
— Simples, meu caro menino. — Frankie sorri. — Tudo o que
precisamos fazer é encontrar alguém que precise de dinheiro e cujo
maior interesse seja manter tudo isso em segredo.
— Ah, isso é tudo? — Eu resmungo sarcasticamente.
— Confie em mim...— Ela puxa o vaporizador do bolso, dá uma
tragada e depois solta fumaça com cheiro de doce na minha cara. — Por
aqui? Vai ser mais fá cil do que você pensa.
CAPÍTULO NOVE

KYRAN

little_ginger_sub7: Eu quero ser um Oreo agora. O melhor tipo? Duplo


recheado
diponchipzpls: Backwardz_Cap eu tenho uma coleira, por favor me leve
para passear como um cachorro.

Minha primeira lembrança de estar em uma igreja foi quando meu tio
Luke faleceu.
Ele esteve doente por um tempo… Câ ncer testicular. Claro, eu nã o
sabia muito sobre isso na época, pois tinha apenas sete anos. Mas
quando ele morreu, eu esperava informaçõ es. Informaçõ es que nã o
obtive.
Acho que meus pais consideraram impró prio compartilhar os
detalhes de sua doença com nó s, crianças. As crianças nã o deveriam
saber os detalhes sombrios de como a vida pode ser fodida.
Aparentemente, tudo o que precisávamos saber era que ele estava
doente e agora se foi.
Seu enterro foi um espetá culo. Na Igreja Cató lica, especialmente no
sul de Boston, os funerais sã o uma oportunidade de alertar os que
ainda respiram. Para ter certeza de que sabemos que Deus nã o tem
problema em ferir quem Ele quer, entã o enquanto você ainda está aqui,
você melhor se confessar e aceitar sua penitência com uma alegria
quase masoquista.
Afinal, é um presente de Deus para nós... Seu perdão.
Lembro-me de estar dentro daquela grande igreja na Washington
Street por horas, que, para uma criança da minha idade, pareceram
dias. Todos de pé e sentados e ajoelhados e rezando... A Eucaristia, a
santificaçã o e purificaçã o... Toda aquela fumaça por toda parte, os
hinos. Os rituais de tudo isso eu tive o meu quinhã o nos anos que se
seguiram. Mas neste momento em particular, no funeral do meu tio,
lembro-me vividamente do medo.
Foi a primeira vez que realmente temi a Deus.
Nã o apenas os padres assustadores com seus rostos sérios e
solenes, ou meu pai com seus olhos severos e críticos. Lembro-me de
temer que, se nã o fizesse exatamente o que Deus queria que eu fizesse,
Ele tiraria minha vida e acabaria deitado em uma caixa de madeira
enquanto as pessoas choravam, se ajoelhavam e rezavam por
absolviçã o.
A coisa toda parecia muito menos sobre meu tio e mais sobre
garantir que entendêssemos o preto e o branco dele. O bem contra o
mal. Qualquer coisa que nã o servisse para agradar a Deus traria
puniçã o, a menos que você confessasse. E eu nã o queria receber esse
tipo de julgamento.
Fiquei com medo de errar. De escorregar acidentalmente, fazer algo
errado e pecar aos olhos do Pai.
Esse medo é o que me levou a anos de obediência cega. Tentar
superá -lo foi o primeiro erro real que cometi.
Sentar em um banco de madeira no vestiá rio me lembra de sentar
naqueles bancos duros e propositalmente desconfortáveis dentro da
Catedral de Santa Cruz. Quando abro minhas mã os, vejo as linhas de
minhas palmas cobertas pelo rosá rio que meu pai me entregou naquele
dia…
— Peça a salvação, Kyran... Alto o suficiente para que Ele possa ouvi-
lo.
Fechando meus olhos, eu os aperto, fechando minhas mã os em
punhos ainda mais apertados. Eu aperto com tanta força que meus
dedos cavam em minhas palmas... E entã o eu os libero.
Liberando meus punhos lentamente, eu me lembro dele escapando…
— Ei...— Uma voz me assusta, e meus olhos se abrem, o rosto
saltando na direçã o da porta.
É Avi, entrando lentamente no vestiá rio, ainda meio vestido com sua
fantasia de mascote, com apenas a cabeça exposta. Até mesmo revirar
os olhos com a presença dele parece cansativo agora.
Ele se senta ao meu lado no banco, e eu apenas balanço a cabeça.
— O que você quer?
Ele fica quieto por um momento, e posso sentir seu olhar no lado do
meu rosto, mas nã o estou com vontade de olhar.
— Eu só pensei em verificar você...— ele diz.
Deixei escapar um suspiro cansado.
— Deixe-me em paz, Avi.
— É só um jogo, cara —, ele murmura. — Cinco e um ainda é um
grande recorde.
— Você nã o sabe nada sobre merda nenhuma, — resmungo,
passando meus dedos pelo meu cabelo.
Eu realmente nã o quero ouvir isso agora. De qualquer um, mas
especialmente nã o dele. Ele nã o entende o quanto o futebol é
importante para mim, porque nada é importante para ele. Ele nã o se
importa o suficiente com qualquer coisa para ficar arrasado com uma
perda como esta.
Esta noite foi o primeiro jogo que joguei desde que descobri que os
negó cios do meu pai estavam falindo. E eu simplesmente nã o conseguia
tirar isso da cabeça...
Por duas semanas, tenho me estressado pra caralho por ter ficado
sem dinheiro de repente. E eu sei, isso me faz parecer uma pirralho
privilegiado e chorã o, mas nã o posso evitar a maneira como fui criado.
Nunca deixamos de ter dinheiro. É como passar de uma grande
vantagem na corrida para ser derrubado bem no meio com todos os
outros.
As inseguranças que tento tã o desesperadamente engolir
regularmente estavam de repente subindo pela minha garganta mais
rá pido do que um projétil de vô mito.
Talvez eu não seja especial... Talvez eu não seja bom o suficiente para
levar esse time aos playoffs e nos garantir um campeonato. Talvez tudo
que eu já tive me foi dado fora das circunstâncias. Ser um garoto branco
rico era o isolamento confortável e, depois de perder a parte rica, sou
apenas mais um garoto branco chato em Boston, lutando para mostrar
ao mundo uma imagem que nem existe.
Ter uma crise existencial nunca é conveniente, mas ter uma no meio
de um jogo importante contra o Georgia Tech foi como a tempestade
perfeita para um fracasso desastroso. Nã o importa o quã o alto o
treinador gritasse comigo, ou quantos olhares Guty e o resto do time
me lançassem no campo, eu simplesmente nã o conseguia passar por
isso...
A ideia de que não passo de um idiota que está se passando por uma
estrela o tempo todo.
GT chutou nossas bundas vinte e um a três, e mesmo que ninguém
tenha dito isso abertamente, eu só sei que eles estã o todos chateados
comigo. Nossa defesa resistiu forte. Realmente, todos jogaram muito
bem.
Todos menos eu.
— Eu sei que os Yellow Jackets sã o um ó timo time, — Avi continua, e
meus dentes rangem. — Eu sei que houve algumas ligaçõ es de merda e
sei que vocês fizeram o seu melhor. É uma derrota no início de uma
temporada estelar, Ky. Pare de chafurdar nisso. Esse nã o é o seu estilo.
Inclinando meu rosto em sua direçã o, eu estreito meu olhar.
— O que há com a conversa estimulante? Nã o somos amigos …
— Sim, nã o me diga —, ele suspira. — Eu apenas imaginei que você
poderia usá -lo. Essa coisa toda sem dinheiro definitivamente nos deu
um tapa na cabeça.
Sento-me em silêncio por um segundo, pensando se quero
continuar falando com ele sobre qualquer coisa. Mas, novamente, estou
muito cansado para lutar.
— Há tanta coisa em jogo agora —, murmuro. — A bolsa depende
de eu ganhar, e me foi negado o auxílio-moradia por causa dos bens que
meu pai ainda tem em seu nome. E ainda por cima, as regras
retró gradas afirmam que, se eu nã o estiver morando no campus, nã o
me qualifico para a bolsa de estudos. É completamente ridículo.
Avi solta um suspiro.
— Isso é muito idiota…
— Entã o me perdoe por nã o estar com vontade de atirar na merda
com você, mano. Mas eu meio que só quero ficar sozinho...— Me
levantando, eu agressivamente abro minha camisa e a puxo sobre
minha cabeça, jogando-a através da sala.
Pela primeira vez desde que ele se sentou, olho para Avi, nossos
olhos se cruzando enquanto ele olha para mim. Ele nã o está brincando,
ou sorrindo, o que, por algum motivo, me faz sentir melhor e pior ao
mesmo tempo. Eu nã o posso dizer se ele está com pena de mim, ou se
esta situaçã o é tã o triste que ele finalmente perdeu a vontade de rir do
resto do mundo como se fosse tudo uma grande piada.
Quebrando nosso contato visual antes que comece a me irritar
ainda mais, eu removo minhas ombreiras, deixando-as cair no chã o. Avi
se levanta enquanto eu mantenho meu olhar em meus pés, tirando
minhas chuteiras desamarradas.
— Você deveria ir à festa de Frankie amanhã —, diz ele, fazendo
com que meus olhos se voltem para os dele. — Nã o tenho certeza se
você ouviu, mas ela está dando uma grande festa de Halloween em sua
nova casa em Brookline...— Balanço minha cabeça, porque por que eu
me importaria? — Vai ser muito divertido, e acho que merecemos nos
divertir um pouco, com toda essa merda acontecendo.
— Tenho certeza que você nã o atrasou seu estilo de vida de
maconheiro indiferente e divertido só por causa de tudo isso...—
murmuro.
— Bom ponto. — Ele sorri e eu reviro os olhos. — Nã o, mas falando
sério... eu sei que você nã o quer sair comigo nem nada. Mas você
deveria vir. Tire sua mente de tudo.
Eu olho para ele. É mais do que estranho ele estar me convidando
para a festa de sua amiga. Mas Avi é uma pessoa estranha, entã o quem
sabe o que ele fará ...
Todas as outras festas de Halloween serã o no campus, o que
significa automaticamente que eles correm o risco de serem fechados
pela segurança do campus se as coisas ficarem muito turbulentas. Ir
para Brookline garantiria uma noite mais selvagem.
Mas entã o eu teria que gastá -lo com meu meio-irmã o irritante e
seus amigos excêntricos.
Nã o estou nem mesmo com cabeça para pensar em uma festa a
fantasia agora, entã o simplesmente dou de ombros.
— Provavelmente nã o vou.
— Bem, eu acho que você deveria. — Ele fica firme, colocando as
mã os nos quadris.
— Caso você nã o tenha percebido isso nos anos que nos
conhecemos...— Eu levanto minhas sobrancelhas para ele, — Eu nã o me
importo com o que você pensa.
— Agradável como sempre, superstar. — Ele sorri, virando-se para
sair. Mas ele faz uma pausa e diz: — Nã o se esqueça de se arrumar!
Ele se afasta de mim e eu o chamo:
— Tire essa coisa estú pida. Você parece um idiota.
— Nã o posso! — ele grita por cima do ombro. — Nã o estou usando
nada por baixo.
Atirando uma piscadela para mim, ele sai do vestiá rio, me deixando
com a frustraçã o persistente de estar perto dele.
Soltando uma respiraçã o solene, eu balanço minha cabeça. Nã o há
absolutamente nenhuma maneira de eu ir à quela festa amanhã . A
menos que alguém queira ver um assassinato no estilo Michael Myers
acontecer IRL.

***

Passei horas debatendo essa decisã o. O suficiente para que, mesmo


enquanto saio da Linha Verde e subo o quarteirã o em direçã o à casa de
Frankie, ainda esteja pensando em dar meia-volta e voltar.
Há uma festa de Halloween atualmente ocupando todo o nosso
andar nos dormitó rios. Todo mundo praticamente festeja nos
corredores, entrando e saindo de quartos totalmente abastecidos com
bebidas e lembrancinhas, alunos vestidos com todos os tipos de
fantasias e celebrando o que é de longe o feriado mais divertido quando
você tem a nossa idade.
Quando saí, Guty estava vestido de Negan de The Walking Dead , e
insistindo para que eu ficasse e ficasse estranho com ele e nossos
amigos. E por mais que eu adore sair com eles, tive que me afastar dos
meus companheiros durante a noite. Depois da derrota de ontem, ainda
nã o estou com disposiçã o para lidar com isso. Nã o que eu ache que eles
estariam me dando merda - nã o diretamente, de qualquer maneira. Mas
eu percebi que uma mudança de cená rio pode ser o que eu preciso
agora.
Além disso, seria bom evitar Lexi depois de ter passado a semana
inteira me esquivando de mensagens dela sobre nos vestirmos com
fantasias de casal.
Entã o é isso. Evitaçã o e negaçã o - meu pão com manteiga - estã o me
atraindo para a casa do amigo de Avi em Brookline para esta festa de
Halloween. E eu tenho energia fraca o suficiente para subir os degraus e
deliberadamente ignorar todos os foliõ es vestidos de maneira bizarra
que eu passo ao longo do caminho.
Você só precisa se entorpecer com álcool até que a festa nos
dormitórios seja inevitavelmente encerrada. Então você pode ir para
casa, rastejar para a cama e sentir pena de si mesmo sozinho.
No momento em que entro no apartamento de Frankie, me
arrependo de ter vindo aqui. O lugar está lotado de pessoas, todas
enfeitadas com fantasias malucas de todas as formas, deixando-me
ainda mais insegura quanto à minha. Eu nã o tinha tempo, energia ou
dinheiro para gastar em um legal, entã o peguei a coisa mais barata que
pude encontrar no ú ltimo minuto - uma roupa de caratê preta e
amarela da Cobra Kai.
Sem mencionar que nenhum dos meus amigos está aqui, entã o nã o
há o hype usual quando eu apareço em festas onde as pessoas
realmente se importam com o futebol. Ainda assim, reconheço alguns
rostos, que gritam “e aí” para mim enquanto sigo direto para a bebida
mais pró xima visível.
Na cozinha, encontro um refrigerador abastecido com latas de
cerveja. Agarrando um, eu o abro e engulo tudo antes mesmo de olhar
para alguém. Deixando cair o vazio no balcã o, meus olhos se voltam
para alguém que reconheço como um dos amigos de Avi parado ao meu
lado. Micah Torres. Ele está vestido com um terno preto com sangue e
vísceras falsos espalhados por toda a frente e no rosto.
— E aí…— resmungo, abrindo outra cerveja.
— Ei...— Ele olha em volta, como se esperasse que o resto do time
de futebol entrasse na sala para invadir a festa.
Tomando alguns grandes goles da minha segunda cerveja em menos
de um minuto, engulo e inclino a cabeça.
— Quem você deveria ser?
Ele sorri.
— Eu sou o agente do Serviço Secreto que atirou em JFK por
acidente.
Jesus Cristo... Pisco para ele em silêncio por alguns segundos antes
de terminar minha cerveja.
— Ei! Olha quem apareceu!
A voz familiar me irrita como sempre, e eu fecho meus olhos por um
momento. Isso foi claramente uma má ideia.
Avi caminha até mim, puxando o tecido da minha camisa entre os
dedos. Eu me afasto dele.
— Billy Zabka? — Ele ergue uma sobrancelha, sorrindo enquanto
me olha. — Ah, Cobra Kai! Isso é inteligente.
— Sim, e quem é você? — Eu observo seu cabelo preso para trá s, e o
terno ligeiramente grande com sangue na camisa, entã o aceno na
direçã o de Micah. — O cara sentado ao lado dele que nã o conseguiu
encontrar um alfaiate?
Micah bufa enquanto Avi franze os lá bios.
— Oh nã o. Eu sou Vincent Vega. Minha sobrancelha se ergue e ele
me olha como se eu fosse uma idiota. — John Travolta de Pulp Fiction .
— Eu sei quem é Vincent Vega, — murmuro, optando por nã o
encorajá -lo, mencionando que Pulp Fiction é um dos meus filmes
favoritos de todos os tempos.
— Melhor Vega fictício. — Ele sorri com orgulho.
— Eu acho... se você considera um viciado em heroína que explode o
cérebro das pessoas por acidente o melhor ,— Micah zomba, e eu nã o
posso deixar de rir.
— Eram os anos noventa. — Avi dá de ombros, balançando a cabeça
para a esquerda e para a direita. — Além disso, minha Mia Wallace está
por aqui em algum lugar...— Ele vê alguém do outro lado da sala e
aponta. — Ah, aí está ela.
Eu sigo sua linha de olho para onde seu amigo Zeb está usando uma
peruca preta e uma grande camisa branca com maquiagem escorrendo
pelo rosto e uma agulha saindo de seu peito.
— Ei, Mia! Isso nã o é coca, você sabe! — Avi grita e Zeb se vira,
desenhando um quadrado no ar com os dedos.
Avi começa a rir. Deus, que idiota.
— Estou surpreso em vê-lo aqui, superstar —, diz Avi para mim,
pegando um par de xícaras individuais e despejando licor nelas. — Eu
definitivamente nã o pensei que você iria aparecer.
— Só estou aqui pela bebida. — Eu alcanço o refrigerador para
outra cerveja.
— Bem, nesse espírito...— Ele me entrega um dos copos, entã o
levanta o outro. — Feliz Dia das Bruxas, porra.
— Mhm. — Eu bebo de volta a dose do que ele acabou de servir, nã o
dando a mínima para o que é. Pode ser arsênico, pelo que me importa.
Assim que coloco o copo no balcã o, ele o enche de novo. Minhas
sobrancelhas se fecham, me perguntando por que ele está me enchendo
de á lcool, mas nã o me preocupo em perguntar. Eu só quero ficar bêbado
o suficiente para esquecer que estou em uma festa com ele de propósito.
Eu dou a segunda tacada, perseguindo-a com uma terceira cerveja
enquanto as pessoas gritam e riem, a mú sica tocando ao nosso redor.
Tem gente grudando, namorando, usando drogas; garotas e garotos
vestindo algumas das fantasias mais curtas que eu já vi, desfilando pelo
lugar sem se importar com o mundo.
É enquanto observo todos esses arredores que a pró pria anfitriã da
festa se aproxima de nó s. E eu tenho que fazer uma dupla tomada.
A fantasia de Frankie é insana. Ela é meio demô nio, meio anjo, com
um lado do corpo em branco, dourado e brilhos leves, e o outro lado em
vermelho e preto. Ela tem uma asa de anjo brotando de suas costas à
direita e uma escura de aparência macabra à esquerda. Eu nã o posso
acreditar o quã o elaborado é o traje. A maquiagem é uma coisa, mas ela
ainda tem meio halo acima da cabeça do lado direito, meio tipo sutiã
dourado, enquanto o seio esquerdo é coberto apenas por uma pastinha
em forma de pentagrama.
— Olá , monstros. — Ela sorri, deslizando o braço em volta da
cintura de Avi enquanto ela olha para mim.
Avi dá a ela um olhar afetuoso e, por um momento, me pergunto se
eles estã o ficando. Ele é amigo dela há anos e sempre foram muito
pró ximos. Mas eu dispenso o pensamento, porque eu não me importo
com quem ele fica, pegando meu copo e jogando-o de volta com uma
careta.
— Tã o adorável da sua parte se juntar a nó s, Kyran, — Frankie diz,
sedutoramente. Ou talvez eu esteja apenas recebendo um burburinho,
quem sabe. — Nó s nã o vemos o suficiente de você, sabe?
Avi pigarreia, e meu olhar cada vez mais confuso voa entre os dois.
— Você provavelmente me veria mais se nã o saísse tanto com ele. —
Eu me inclino para mais perto dela, acenando com a cabeça na direçã o
de Avi.
— Ele é tã o querido, nã o é? — Avi revira os olhos, enfiando a mã o
no bolso e enfiando um baseado entre os lá bios.
Ele o acende e dá uma longa tragada, soltando uma nuvem de
fumaça pungente no ar antes de entregá -lo a Frankie. Ela faz o mesmo,
olhos vibrantes fixos nos meus.
— Você gosta das escavaçõ es? — ela me pergunta.
— Você quer dizer o lugar, ou sua fantasia? — Tomo outro gole de
alguma coisa. — Porque ambos sã o muito legais.
Frankie está me olhando de uma forma que parece um pouco de
flerte, mas nã o tenho certeza se ela está realmente flertando ou se é
apenas sua personalidade. Avi se inclina e sussurra algo em seu ouvido,
parecendo um pouco tenso com o desaparecimento de seu sorriso. Mas
Frankie o manda calar e estende o baseado para mim.
Eu balanço minha cabeça.
— Testes de drogas.
— Isso é péssimo, — Avi resmunga, pegando o baseado e fumando
ele mesmo.
— Que tal fazermos o tour? — Os olhos de Frankie brilham e ela
lança outro olhar para Avi, que está praticamente carrancudo.
Nã o tenho ideia do que está acontecendo entre eles, mas com o
calor da minha rá pida ingestã o de á lcool zumbindo em minhas veias,
estou começando a pensar que talvez ela esteja flertando comigo, e isso
está deixando Avi com ciú mes.
E assim, apenas por esse motivo, lhe dou um sorriso encantador e
aceno com a cabeça, permitindo que ela me pegue pelo braço. Se irritar
o Avi é uma efeito colateral de eu estar aqui, talvez essa festa não seja tão
ruim.
Frankie me mostra a casa dela, que é muito legal. Estou surpreso
com isso, porque nunca soube que ela era muito rica, e nã o há como
este lugar nã o estar custando pelo menos alguns milhares por mês.
Brookline não é absolutamente barata, e me pergunto como ela poderia
pagar um apartamento como este sendo uma estudante em tempo
integral sem emprego - pelo menos nã o um que eu saiba.
Talvez ela tenha recebido uma herança ou algo assim...
De qualquer forma, nã o é da minha conta. Estou apenas tomando
um gole do meu copo enquanto ela me arrasta, e a bebida está
trabalhando para entorpecer minha hiper consciência porque demoro
muito para perceber que ela tem Avi em seu outro braço. Antes que eu
possa me separar para me misturar com alguém que nã o é tã o apegado
ao meu meio-irmã o, ela nos arrasta para o quarto dela.
Avi serpenteia até a cama dela e se joga como se fosse o dono do
lugar, apagando o baseado em um cinzeiro na mesa de cabeceira. Meu
olhar confuso está sobre ele enquanto ele se esparrama, olhando para o
teto.
Ok… eles definitivamente estão transando. Não que eu me importe,
mas ele parece estar bem confortável na cama dela.
— É aqui que a má gica acontece —, Frankie suspira, finalmente
soltando meu braço e vagando pelo espaço aberto de seu quarto.
— Magia. — Avi ri sarcasticamente, balançando a cabeça.
— Tudo bem, bem ... obrigado pelo passeio.— Eu recuo lentamente.
— Mas eu vou... a qualquer lugar menos aqui.
Antes que eu possa alcançar a maçaneta, Frankie se aproxima de
mim novamente e pega minha mã o.
— Kyran… Há algo que eu quero te perguntar. E antes disso, só
preciso ter certeza de que você deve manter a mente aberta…
Avi ri, depois murmura:
— Esta é uma ideia epicamente ruim…— Ele aponta um olhar
acusató rio para Frankie. — Uma das suas piores.
— Cala a boca, por favor, Aviel, — ela canta, entã o olha para mim.
— Por que eu sinto que estou prestes a ser sequestrado e vendido
como escravo sexual...— Meus olhos estã o arregalados enquanto eles se
movem entre os dois, a tensã o trabalhando em meu zumbido.
— Nã o se iluda, — Avi zomba, e Frankie ergue a mã o para ele.
— Ok, entã o aqui está o acordo, — ela começa; o anjo-demô nio
parado diante de mim. — Eu tenho uma pequena agitaçã o acontecendo
através de um site que você deve ter ouvido falar chamado OnlyFans…
Oh Deus, lá vamos nós…
— Meu conteú do padrã o é só eu, mas recentemente meus fã s têm
me pedido para colaborar. Mais especificamente, eles querem me ver
com dois caras. E eu pensei, já que você é, você sabe... lindo e tudo...
talvez você possa se interessar...
— Eu vou te parar bem aí. — Eu tiro minha mã o dela. — Se o que
você está sugerindo tem algo a ver com nó s três nesta sala, receio que
terei que recusar educadamente.
— Eu disse a você, — Avi murmura enquanto joga um saco hacky no
ar e o pega repetidamente.
Espere o que?? Eu dou um passo à frente, olhando para ele.
— Você sabia que ela ia perguntar isso?? Que tipo de aberraçã o você
é?!
— Tudo bem, vamos apenas relaxar. — Frankie descansa a palma da
mã o no meu peito enquanto Avi faz um movimento no ar com a mã o
como se dissesse: Viu? Você vê como ele é irracional?
— Nã o, espere. Você me convidou para esta festa porque queria que
eu fizesse sexo a três com você e sua namorada? — Eu rio para ele,
incrédulo.
Avi congela, seus olhos se voltam em minha direçã o enquanto ele se
senta rapidamente.
— Com licença… namorada?!
Frankie bufa.
— Nã o, nã o. Sem namorada.
— Ela nã o é minha namorada, — ele repete com convicçã o, e eu
reviro os olhos.
— Ok, desculpe. Amigo de foda ... tanto faz. Mesma coisa.
— Nã o. També m falso. — Avi sai da cama. — Nó s nunca transamos
antes. Este é apenas um dos esquemas elaborados de Frankie que ela
inventou para ganhar dinheiro. E enquanto eu tenho que dar a ela...—
Ele espia para Frankie e finge bater palmas. — Brava. Você tentou. E eu
odeio dizer que avisei, mas… Oh, espere. Nã o... eu adoro dizer isso. Eu
malditamente te disse isso! Nã o há absolutamente nenhuma maneira
desse idiota cogitar a ideia de um trio onde eu sou um terço, assim
como eu realmente nã o tenho nenhum desejo de testemunhar qualquer
que seja a ideia dele de ficar.
Estou totalmente atordoado agora. Há tanto para descompactar
nesta situaçã o, minha cabeça está balançando.
— Tudo bem, Avi...— Frankie murmura petulantemente. — Você fez
o seu ponto. Acabei de descobrir se há alguém que conheçamos que
precise de dinheiro rá pido...
— O que você quer dizer com dinheiro rápido? — Eu pergunto com
perplexidade tomando conta do meu tom. — Que tipo de dinheiro
estaria envolvido em ter um trio com você e meu meio-irmã o idiota??
— Hum, foda-se muito —, resmunga Avi.
— Bem, eu estaria gravando o vídeo para o meu OnlyFans,—
Frankie explica calmamente. — Vendendo para os telespectadores por
um preço… Entã o, naturalmente, eu dividiria os lucros com meus
colaboradores.— Ela inclina a cabeça.
Meus olhos se voltam para Avi mais uma vez.
— É por isso que você estava concordando com isso? Por dinheiro?
Ele acena com a cabeça, perdendo um pouco da animosidade
enquanto seu queixo cai e ele olha para o chã o.
— Preciso juntar uns dez mil para continuar na escola.
O clima muda rapidamente para um muito mais sério, o peso da
situaçã o de Avi e minha claramente pesando sobre nossos ombros.
Mas ainda assim, eu tenho que zombar. eu tenho que.
— Nã o há nenhuma maneira no inferno que eu...
— Sim. — Avi me interrompe, olhando para o meu rosto. — Nó s
ouvimos você da primeira vez.
— Ei. — Frankie agarra a mã o de Avi e a aperta. Entã o ela me lança
um sorriso simpá tico. — Nã o se preocupe com isso. Foi apenas uma
ideia estú pida. Esqueça o que eu disse.
Balançando a cabeça, eu me viro em direçã o à porta, pronta para
deixar a proposta idiota nesta sala e nunca olhar para trá s. Mas algo me
impede.
Nã o tenho certeza se é só porque estou cruzando a via expressa
bastante bêbado, ou as inseguranças da minha perda ontem, ou se
estou realmente com medo de perder tudo pelo que tenho trabalhado e
ser forçado para voltar para casa...
Mas enquanto estou parado em frente à porta, minha boca nã o
consegue parar de perguntar baixinho:
— Quanto você acha que ganharíamos...? — Espiando Frankie por
cima do ombro, acrescento: — Hipoteticamente, é claro.
Seus lá bios se contraem.
— Hipoteticamente …? Provavelmente pelo menos dois mil cada,
talvez mais.
Meus cílios tremulam em um piscar rá pido que nã o deve estar
disfarçando os cifrõ es em meus olhos, porque ela se aproxima de mim e
coloca a mã o no meu ombro.
— E isso é apenas o começo.
Eu me viro lentamente, minhas hesitaçõ es sendo lentamente
engolidas enquanto eu visualizo aquele glorioso dinheiro tão necessário
.
— O que isso significa? — pergunto a Frankie, me forçando a nã o
olhar para Avi. Eu me recuso a ver como ele está reagindo ao fato de
que uma pequenina lasca de mim está realmente considerando isso.
— Quanto mais eu promovo, mais as pessoas pagam por isso. —
Frankie dá de ombros.
Balanço a cabeça em protesto.
— Eu realmente nem vejo como eu poderia…
Meus olhos encontram Avi, embora eu nã o queira. Ele está parado
ali, parecendo particularmente chocado com o andamento dessa
conversa.
— Eu nã o gosto de caras, — eu rosno para ele, e ele bufa.
— Sim, idiota, nem eu. — Ele cruza os braços sobre o peito. —
Especialmente nã o aqueles como você.
Eu me aproximo dele.
— O que diabos isso quer dizer?
— Tudo bem, tudo bem, Jesus! — Frankie se coloca entre nó s
novamente. — Sério, estou adorando a tensã o aqui, mas vocês dois
sabem que podem fazer sexo a três sem realmente ficarem um com o
outro , certo?
— Isso é muito estranho. — Balanço a cabeça, recuando enquanto
seguro meu cabelo. — Ele é a porra do meu meio-irmão. Só nã o vejo
como isso poderia funcionar…
— Bem, ninguém está forçando você, superstar, — Avi cantarola. —
Está bem. Basta voltar para sua velha e chata vida sexual com líderes de
torcida e encontraremos alguém que é aventureiro o suficiente para nos
ajudar a ganhar dinheiro.
Minha mandíbula estala, raiva e frustraçã o queimando em meu
estô mago como a bebida que tenho engolido desde que cheguei aqui.
— Você nã o tem ideia do que está falando. Você nã o sabe nada sobre
a minha vida sexual.
Avi simplesmente sorri para mim, como ele faz, e sussurra:
— Entã o do que você tem tanto medo? — Ele se aproxima. —
Preocupado que você possa ver meu pau e se sentir compelido a...
— Foda-se, Avi, — eu rosno. — Ou gravarei meu pró prio vídeo
espancando você até o chã o e venderei para o World Star.
Como sempre, ele nã o recua, e isso me deixa furioso como um
maldito furacã o por dentro.
— Basta pensar em todo aquele dinheiro que você está desistindo
porque está com muito medo de jogar comigo na sala...— Seu sorriso se
alarga.
— Eu nã o tenho medo de merda nenhuma, — eu assobio. — Eu só
nã o quero que você tente me tocar como o pequeno pervertido
assustador que você é.
— Isso já está tão quente —, Frankie sussurra. — Você se importa se
eu gravar o acú mulo de conteú do bô nus?
Eu atiro um olhar furioso em sua direçã o. Minha mente está me
dizendo para sair correndo desta sala o mais rá pido possível. Dê o fora
dessa situaçã o e encontre outra maneira de ganhar o dinheiro de que
preciso.
Mas quando eu respiro fundo e realmente penso sobre isso… Eu sei
que tímido em vender drogas ou roubar, nã o há uma maneira imediata
de conseguir esse tipo de dinheiro tã o rá pido que nã o exija fazer algo
sexual que você talvez nã o queira fazer.
Entã o, pensando no dinheiro e no dinheiro, cerro os dentes e
suspiro:
— Vou ficar com a cara de merda. Nos encontraremos aqui quando
eu estiver tã o bêbado que mal consiga processar o que diabos estou
fazendo.
E entã o eu saio da sala, em uma missã o para localizar bebida
suficiente para me fazer passar por esse pesadelo.
Alguém sabe onde posso encontrar uma piscina olímpica cheia de
álcool?
CAPÍTULO DEZ

AVI

BalsamicVin23: fotos dos pés? Vou pagar.


TaintedLove: Encha-me como um Twinkie Daddy
Your_Dirty_Kitty: Eu preciso de seus corpos nus mais do que eu preciso de
oxigênio rs.

No limite. Estou de pé, me equilibrando, em uma borda de nervos


desenfreados, preparando-me para descer e mergulhar na puta merda,
o que estou fazendo?!
Eu geralmente sou um cara bem tranquilo. Quero dizer, eu
certamente fumo maconha o suficiente para me considerar um membro
de carteirinha do clube Bob Marley, não se preocupe, seja feliz. Claro,
fico estressado e ansioso, quem não fica? Mas é para isso que serve a
erva. Fora isso, estranheza, especialmente no que diz respeito a dar a
mínima para o que as pessoas pensam de mim, ou me preocupar sobre
como eles vã o reagir à s coisas que faço, simplesmente nã o é algo em
que dou muita atençã o.
No entanto, isso … Essa é uma situaçã o muito diferente.
Este é um trio com meu melhor amigo e meu meio-irmã o tenso que
me odeia. Entã o me perdoe por perder a calma só um pouquinho.
Tenho certeza que se eu nã o tivesse seis tiros e três baseados de
profundidade, eu estaria enlouquecendo. Em vez disso, estou apenas
meio... nervoso.
Depois que Kyran saiu da sala, tendo nos alertado que ele iria, de
fato, voltar para nó s para começar esta jogada mal concebida para
ganhar dinheiro, Frankie e eu fumamos um pouco mais em seu quarto,
discutindo o quã o ridículo era ele ter dito sim...Entã o nó s nos juntamos
ao resto da festa, tiramos mais alguns tiros com Micah e Zeb, e
propositadamente ficamos o mais longe possível de Kyran.
Naturalmente, ninguém mais sabe o que estamos prestes a fazer. O
objetivo de tudo isso é manter segredo, entã o Frankie concordou em
nem mesmo contar a Bea, a ú nica do nosso grupo que sabe sobre a
coisa toda do OnlyFans.
Já se passaram algumas horas, e enquanto estou tentando ao
má ximo nã o olhar na direçã o de Kyran, nã o posso deixar de notá -lo
sempre que ele ressurge. Ele tem bebido muito, embora você nunca
saiba, porque aparentemente o cara pode se camuflar como ninguém, o
que suponho ser uma coisa boa, já que se refere ao nosso
empreendimento secreto. Sempre presumi que ele é bom em reprimir
as coisas, sendo que ele passa noventa e nove por cento das interaçõ es
que tive com ele meditando. Ele parece ser o tipo de cara que ninguém
realmente conhece... Que nunca ousaria deixar o mundo exterior saber
o que realmente está acontecendo sob sua superfície.
Isso me fez imaginar brevemente o que ele poderia estar
escondendo..., mas entã o eu desligo e lembro que nã o somos amigos, e
nã o me importo com os tipos de segredos que ele tem, desde que ele
continue sendo bom em mantê-los.
Nã o tenho intençã o de contar a ele sobre meus OnlyFans, porque ele
já me julga o suficiente. Já é ruim o suficiente eu estar fazendo isso com
ele, de todas as pessoas...
Ele certamente nã o foi minha primeira escolha, nem de longe.
Convidar Kyran para a festa nã o tinha nada a ver com o trio. Eu
estava realmente me sentindo mal por ele, vendo como ele estava
deprimido depois de perder o jogo. Eu sei que devo ser um idiota,
porque sempre me encontro em situaçõ es em que sou eu quem está
tentando manter a paz com ele, e ele continuamente nã o quer fazer
parte disso. Mas nã o consigo evitar. Ele é meu meio-irmã o e, embora
pareça ser o Sr. Popularidade, nã o posso deixar de sentir que é tudo
uma encenaçã o e, na verdade, ele é muito solitá rio.
Eu nunca diria isso a ele, porém, porque ele simplesmente surtaria e
ameaçaria chutar minha bunda novamente. Entã o estendi o convite
para a festa como mais um ramo de oliveira, principalmente porque
realmente nã o esperava que ele aparecesse.
Mas quando o fez, Frankie me apresentou sua brilhante ideia, que é
mais a pior ideia da histó ria dos trios. Naturalmente, eu estava mais do
que um pouco cético. Ainda estou. Porque, apesar do fato de que ele de
alguma forma, contra toda a ló gica, realmente concordou com isso, nã o
sou nem de longe tolo o suficiente para pensar que vai acontecer sem
problemas.
É do conhecimento comum que Kyran me odeia profundamente.
Nã o que eu seja seu maior fã também, mas ele quer me sufocar até a
morte na metade do tempo, e eu ainda nã o identifiquei exatamente o
porquê.
Bem, tenho certeza que depois desta noite, haverá mais um motivo
para adicionar à sua lista.
Quando decido que nã o posso mais beber e esperar, sigo Frankie até
seu quarto para questionar minha sanidade em particular. Estou
abrindo um buraco no tapete rosa felpudo no meio do quarto dela
enquanto ela tira um pequeno frasco de dentro da calcinha.
Despejando uma pequena protuberâ ncia de algo em sua mã o, ela
bufa de volta antes de segurá -lo para mim.
— Quer um pouco?
Minhas sobrancelhas levantam.
— Molly8? — Ela acena com a cabeça. — Nã o, obrigado. Acho que
nã o vai ajudar...
— Confie em mim, vai —, ela suspira.
— Nã o. Nã o vai. — Eu balanço minha cabeça, continuando meu
ritmo. —Ele me despreza pra caralho, Frankie. Eu preciso manter a
cabeça limpa caso ele tente chutar minha bunda.
— Você realmente precisa relaxar. — Ela se joga na cama e depois se
joga de costas. — Ele é tenso o suficiente por nó s três. Eu nã o posso
deixar você tenso também. Isso vai arruinar toda a vibraçã o.
— Vibraçã o?? Kyran nã o vibra comigo…— murmuro, parando para
encará -la. — A menos que sua ideia de vibrar seja ameaçar matar
alguém o dia inteiro.
Ela dá de ombros.
— Qualquer que seja. Neste ponto, sinto que meus fã s vã o pagar
mais só para ver vocês discutindo. A tensã o entre vocês é insana...
Quando ele está olhando para você, narinas dilatadas, mú sculos
flexionados... Estou em alfinetes e agulhas, apenas ansioso para que ele
te beije.
Ela cai na gargalhada enquanto meu rosto se contorce para ela como
se ela tivesse mais do que alguns parafusos soltos.
— Ele nã o quer me beijar, ele quer me matar,— resmungo,
afastando as mechas de cabelo do meu rosto.
— Ok, bem, a linha entre esses dois desejos é muito tênue, amante.
Piscando para ela por um momento, eu zombo, entã o balanço minha
cabeça. Ela nã o sabe do que está falando. Kyran é tã o reto quanto
parece, e tenho certeza de que a frustraçã o sem fim que pareço
desprezar nele é baseada apenas no fato de que ele pensa que é melhor
do que eu. Beijar não tem nada a ver com isso.
Afastando esses pensamentos, cambaleio até a cama e me ajoelho ao
lado de Frankie. Preciso me concentrar na tarefa em mã os; tornando
este vídeo o mais crível possível para os fã s, para que possamos ganhar
o má ximo de dinheiro possível sem ter que nos preocupar em fazê-lo
novamente. Porque tenho certeza, especialmente no que diz respeito a
Kyran, esta será a primeira, ú ltima e única vez que isso acontecerá .
Me inclinando sobre Frankie, a agarro pelo maxilar e coloco meus
lá bios nos dela, dando um beijo suave, mas completo, em sua boca. Só
para ver como é, definir o clima e acho que me distrair da outra parte,
que logo estará aparecendo e tornando tudo um milhã o de vezes mais
estressante.
Eu vou me afastar, mas Frankie passa os dedos pelo meu cabelo,
mantendo meus lá bios nos dela enquanto ela me beija de volta,
deslizando sua língua em minha boca. Ela tem gosto de frutas e sua
língua é quente e escorregadia quando roça a minha. Aproveitando, nó s
meio que começamos a nos beijar e, embora definitivamente seja bom,
estou vagamente ciente de que ela é minha melhor amiga, e isso precisa
ser estritamente profissional, para nã o estragar o que temos juntos.
Uma garganta limpa, nos distraindo de chupar o rosto, e nó s dois
nos separamos, sem fô lego e olhando para a porta.
— Começando sem mim? — Kyran resmunga, fechando e trancando
a porta atrá s dele.
Ele fica firmemente plantado na frente dela, cruzando os braços
sobre o peito, olhos escuros e intensos. Nem uma ú nica sombra de
antecipaçã o em seu rosto, o que apenas prova meu ponto.
Isso vai ser simplesmente horrível.
Sento-me na cama enquanto Frankie desliza, indo até o tripé.
— Ok, regras bá sicas. Em primeiro lugar, trata-se de dinheiro, nã o de
sentimentos —, anuncia ela. — Basta pensar em todo o dinheiro gostoso
que estaremos ganhando, e isso ajudará sua causa, eu prometo. Em
segundo lugar, você precisa vendê-lo.— Ela configura sua câ mera de
vídeo, espiando Kyran. — Você acha que as estrelas pornô realmente
gostam umas das outras? Nã o. Eles estã o atuando. Estamos todos
cientes de que vocês dois nã o sã o melhores amigos. Deixe isso para
trá s.
Meus olhos voam para Kyran, e os dele encontram os meus. Sua
mandíbula está visivelmente tensa, e eu levanto minhas sobrancelhas
para ele, para o qual ele revira os olhos.
Sim, filho da puta. Calma. Isso é apenas um negócio.
— Vou borrar os rostos, entã o nã o se preocupe com isso —,
continua Frankie. — E quanto ao que podemos fazer... nada está fora
dos limites para mim. Estou bem com tudo.
Kyran e eu continuamos olhando um para o outro, ambos se
recusando a recuar, que é como sempre acontece conosco.
Por fim, ele murmura para mim:
— Só nã o me toque se quiser continuar respirando.
— Ah, mas como vou me conter? — Eu sussurro sarcasticamente
enquanto ele ferve.
— Está bem entã o. E por ú ltimo... — Frankie ignora nossas brigas
sem limites enquanto verifica novamente a posiçã o da câ mera antes de
se virar para nó s e sorrir. — Vamos nos divertir! — Ela aponta para a
cama. — A vista vai ser de lá pra lá , entã o procure nã o sair da á rea. Avi,
você pode acender as luzes, por favor?
Expirando minhas hesitaçõ es restantes, eu me levanto e acendo as
luzes do teto, usando o dimmer para deixá -lo baixo o suficiente para
definir o clima, mas também claro o suficiente para que a qualidade
funcione. Entã o eu desligo a lâ mpada de cabeceira enquanto Frankie
acende a luz do anel.
O tempo todo em que estamos mexendo na iluminaçã o e Frankie
está se preparando para gravar, Kyran está apenas parado na porta,
deslocando seu peso desajeitadamente como se nã o tivesse a menor
ideia do que fazer com seu corpo. Apenas ver como ele está tenso
reforça o quã o insuportável ele definitivamente vai ser o tempo todo.
Eu gostaria que ele usasse algumas drogas. Porra, ele claramente
precisa disso.
Começando as coisas, eu tiro meus sapatos, entã o tiro meu paletó e
gravata.
— Kyran, — Frankie diz seu nome, e seu rosto pula em sua direçã o,
como se ela o tivesse tirado de algum pensamento problemá tico. Ela
move a mã o em direçã o à cama. — Venha agora. Nã o temos a noite toda.
Ele respira com dificuldade, chegando mais perto na ponta dos pés.
— Isso é foda…
— Supere isso, superstar. — Eu desabotoo minha camisa. — Está
acontecendo. Canalize sua atitude horrenda para, pelo menos, agir
como se você fosse divertido.
— Eu sou divertido. — Ele franze a testa, removendo a bandana e
jogando-a no chã o. — Mas eu honestamente acho que tirar minhas
roupas na sua frente parece um pesadelo.
— Hm. Interessante. — Eu tiro minha camisa social.
Seus olhos fazem uma queda muito rá pida sobre o meu torso sem
camisa antes de voltar para o meu. Entã o ele puxa a camisa sobre a
cabeça.
Nã o vou olhar para o corpo dele, porque já sei que ele é
imaculadamente esculpido exatamente no que você esperaria de um
jogador de futebol que passa uma quantidade exorbitante de tempo se
exercitando. Mas estou muito satisfeito com o pequeno brilho de
surpresa que capto em seus olhos quando ele vê como sou definido.
Talvez seja um estereó tipo geralmente aceito que os nerds artísticos
como eu nã o têm tanquinhos e peitorais cuidadosamente esculpidos... e
é exatamente por isso que gosto de malhar tanto quanto gosto.
Gosto de provar que as pessoas estã o erradas e todos sabemos o
quanto adoro ser diferente. Entã o, quando os haters esperam que eu
tire minha camisa e revele um torso esquelético salpicado de tinta
descuidada, mas ao invés disso eles me encontram rasgado como o
inferno, envolto em tatuagens artísticas intrincadas... nã o posso deixar
de me sentir presunçoso.
Isso mesmo, Número Nove. Meu corpo também está batendo.
— Assustado ainda? — Eu sorrio para Kyran, ao que ele me acerta
com sua carranca característica.
— Se você continuar falando, nã o vou conseguir ficar duro de jeito
nenhum.
Desafivelando meu cinto, abro minhas calças e as deixo assim,
inclinando minha cabeça para ele.
— Nã o há do que se envergonhar, Ky. Muitos homens sofrem de
disfunçã o erétil. Quer dizer, nã o homens da sua idade, mas...
— Cale a boca, Avi —, ele rosna, aproximando-se do meu rosto.
Frankie caminha até a cama, sorrindo.
— Sim, isso é ótimo. Construa a hostilidade… Alimente esse ódio.
Os olhos de Kyran deslizam para ela, entã o de volta para mim, e eu o
vejo engolir. Posso dizer que ele realmente nã o sabe como devemos
começar isso e, sinceramente, nem eu. Entã o me afasto dele, colocando
Frankie entre nó s como um amortecedor. Ela assume a liderança,
passando as mã os pelo peito dele, lentamente, alcançando seu rosto.
Ele está visivelmente rígido, claramente nervoso e tentando agir
como se nã o estivesse. Mas ele permite que Frankie puxe sua boca para
a dela e eles começam a se beijar.
Tudo bem… Então acho que vamos para as corridas.
Frankie empurra Kyran para uma posiçã o sentada na cama, entã o
monta em seu colo, beijando-o enquanto o vira ligeiramente para que a
câ mera possa capturar o má ximo possível. Movendo-me atrá s dela, eu
beijo seu pescoço e passo minhas mã os por seus lados até sua bunda.
Infelizmente, Kyran deve ter tido a mesma ideia, pois suas mã os já estã o
lá , e acabo cobrindo as dele com as minhas.
Nó s dois nos encolhemos, e eu afasto minhas mã os rapidamente
enquanto ele resmunga na boca de Frankie, obviamente querendo
reclamar por eu tê-lo tocado por acidente. Felizmente, ela nã o lhe dá
nenhuma margem de manobra para fazer isso, e eu a aprecio por isso.
Ela rasteja sobre Kyran ainda mais até que ele esteja reclinado na
cama enquanto simultaneamente tira os sapatos. Ajoelhado atrá s dela,
estou tentando como o inferno evitar suas estú pidas pernas longas. Eu
alcanço sua bunda, colocando-a em minhas mã os e a empurrando para
baixo sobre ele, ajudando-a a se esfregar nele.
Logo de cara, é estranho e irritante estar perto dele enquanto luto
para nã o tocá -lo. A ú nica coisa entre nó s é Frankie, e espero que ela
possa absorver toda a hostilidade dele em relaçã o a mim, talvez até de
alguma forma subjugá -lo para se acalmar um pouco.
Imediatamente, percebo como ele se submete a ela. Eu teria
presumido que ele estaria tentando recuperar o controle, mas ele nã o
parece nem um pouco interessado nisso. Ele está apenas deitado e
deixando-a se esfregar nele, as mã os dele descansando quase
timidamente na cintura dela. Eventualmente, ela agarra as mã os dele e
as empurra em seus seios, momento em que um pequeno bufo escapa
dele.
É meio interessante. Talvez ele esteja apenas nervoso porque está
hiperfocado na câ mera que está nos gravando, ou talvez seja porque eu
estou aqui... Mas ele parece inesperadamente abalado.
Eu sei que ele está saindo com garotas desde o colégio, mas talvez
eu tenha irritado antes com a minha provocaçã o mais cedo porque é
verdade. Talvez ele realmente não tenha feito nada remotamente
excitante no quarto, e agora ele está apenas mergulhando de cabeça em
um trio com seu meio-irmã o e uma das garotas mais aventureiras
sexualmente que conheço.
Oh, garoto… se isso for verdade, ele está envolvido nisso.
Me inclinando sobre as costas de Frankie, volto a beijar seus
ombros, envolvendo seu cabelo em volta do meu punho e empurrando
minha virilha em sua bunda. Nã o vou mentir, é um pouco estranho fazer
isso com minha melhor amiga, mas também sei como ela é casual
quando se trata de ficar. E se Bea e eu pudemos brincar e continuar
amigos, entã o devo dizer que o mesmo pode ser dito de Frankie e eu.
Meu pau está crescendo, com os hormô nios no ar e a fricçã o da
bunda de Frankie se contorcendo contra ele. E quando tenho certeza
que ela pode sentir sua rigidez entre suas bochechas através da minha
calça e o material escasso de sua fantasia, ela solta um gemido ofegante
entre sua sucçã o desenfreada dos lá bios de Kyran.
Olhando para baixo, eu o pego olhando para mim, atirando-me com
um olhar ardente que tanto me prende em desconforto quanto
desencadeia uma necessidade dentro de mim para continuar fodendo
com ele. É tã o fácil irritá -lo que mal chega a ser um desafio. E embora
eu saiba que deveria deixá -lo em paz, odeio recuar, especialmente para
idiotas como ele. Se ele pode distribuir, então ele precisa ser capaz de
aguentar.
Entã o, com esse espírito, permito que minha mã o escorregue
acidentalmente dos quadris de Frankie para os dele.
Desta vez, ele afasta sua boca da dela e rosna:
— Pare.
— Opa... Minha mã o escorregou. — Eu contenho meu sorriso
enquanto puxo a cabeça de Frankie para trá s e viro seu rosto para que
eu possa beijá -la.
Posso senti-lo fervendo, mas me concentro em chupar sua boca,
provocando sua língua enquanto sua mã o se move para esfregar meu
pau sobre minhas calças. É uma sensaçã o boa, e quando meus olhos se
abrem sutilmente, eu a vejo fazendo o mesmo com Kyran com a outra
mã o.
Com minha mã o esquerda, deslizo entre suas coxas por trá s para
tocar sua boceta. E eu sinto os dedos. O dedo de Kyran.
Ele tenta dar um tapa na minha mã o. Entã o eu bato em sua mã o.
— Eu estava aqui primeiro —, ele resmunga.
— Sim, mas eu sou melhor nisso.
— Meninos...— Frankie bufa em meus lá bios, entã o sai de entre nó s,
caindo de costas na cama ao lado de Kyran. — Vocês dois podem me
dedilhar ao mesmo tempo.
— De jeito nenhum —, ele sibila.
Eu olho para ele em frustraçã o. E entã o nó s dois notamos que desde
que ela se mudou, estou ajoelhado sobre sua coxa com nossas mã os se
tocando, e nã o há nenhuma garota no meio para nos separar.
Kyran arranca sua mã o de mim, recuando e chicoteando sua perna,
provavelmente para fazer parecer menos como se eu estivesse em cima
dele. Mas quando ele o faz, ele me dá uma joelhada nas bolas, e eu gemo
de dor, segurando minhas bolas para salvar minha vida.
— Foda-se, seu idiota! — Eu caio de lado. Nã o foi um golpe tã o forte,
mas mesmo assim. Área sensível.
— Serve bem —, ele respira, apoiando-se nos cotovelos. — Eu disse
para você ficar longe de mim.
— Sim, bem... bolhas pessoais realmente nã o funcionam em trios,
idiota.—
Endireitando-me, passo por cima de Frankie, que está sorrindo
como se essa fosse a coisa mais engraçada de todas. Eu a agarro pelas
coxas, puxando-a para mais perto enquanto ela grita.
Risos encantados escapam de seus lá bios enquanto eu abaixo meu
rosto para seus seios, beijando-os, removendo pedaços de sua fantasia
para expô -los completamente. Meus olhos se movem, e eu a observo
esfregando a virilha de Kyran, colocando a mã o dentro de suas calças.
Ele ainda parece tenso pra caralho, mas seus olhos se fecham quando
ela começa a acariciá -lo por dentro. Cabeça inclinada para trá s, seu
pomo de adã o balança em sua garganta quando ele engole. E nã o
consigo tirar os olhos da cena, mesmo com os seios de Frankie na
minha boca.
Os lá bios de Kyran se separam quando a respiraçã o os deixa. Meu
olhar desliza sobre seu peito enquanto ele se move para cima e para
baixo, as curvas de seus mú sculos parecem tã o suaves e contornadas...
Pele cremosa e um pouco corada.
Sacudindo-me disso, eu fecho meus olhos e me concentro no que
estou fazendo, chupando o mamilo de Frankie entre meus lá bios. Entã o
eu deslizo meus dedos no có s de seu short, descendo por suas pernas e
jogando-os pela sala.
Movendo-me com o humor, eu beijo uma linha em seu estô mago,
abrindo suas pernas e posicionando meu rosto na frente de sua boceta.
Eu respiro para estabilizar meu pulso acelerado antes de estender
minha língua para dar uma boa lambida em seu clitó ris. Ela ronrona,
entã o eu faço de novo, lambendo e lambendo até sentir dedos no meu
rosto. Meus olhos se abrem, observando-a mover a mã o de Kyran para
onde estou afundando minha língua dentro dela. E nã o tenho ideia do
que me levou a fazer isso, mas envolvo meus lá bios em um de seus
dedos para uma rá pida chupada antes que ele o puxe.
Desta vez, nã o posso evitar a risada tortuosa retumbando em meu
peito.
— Foda-se, esquisito —, ele rosna, sem fô lego, devo acrescentar.
— Desculpe... Minha língua escorregou. — Eu me firmo com a mã o
em sua coxa, da qual, é claro, ele também se afasta.
— Pare de me tocar, porra, — ele rosna enquanto Frankie empurra
seus dedos em seu clitó ris.
Ele assume e começa a esfregá -la, entã o enfia dois dedos dentro
dela, fazendo-a ofegar. Meus olhos estã o fixos na visã o dos longos dedos
de Kyran bombeando para dentro e para fora enquanto minha boca se
aproxima, tentando manobrar ao redor deles para lamber seu clitó ris. É
difícil e, de vez em quando, meus lá bios ou língua tocam seus dedos,
completamente por acidente.
— Nã o me lamba, Avi, — Kyran ameaça. — Ou eu vou arrancar sua
língua.
— Mmm... é isso. Fale sujo para mim, — eu provoco.
Ele facilita demais.
Kyran rosna, seus movimentos diminuindo.
— Eu vou matar você, porra.
— Kyran...— Frankie cantarola calmamente, tentando distraí-lo
novamente.
Eu espreito enquanto ela pega o queixo dele na mã o, puxando-o
para mais alguns beijos. Lambendo e chupando sua boceta, eu encaro
suas bocas enquanto eles se movem juntos, minha língua
ocasionalmente roçando os dedos de Kyran. Mas desta vez, ele nã o diz
nada. Ele parece estar tremendo, e isso está me hipnotizando
novamente.
Aqueles movimentos tímidos... É incrível como alguém tã o taciturno
e perverso pode se tornar tã o submisso. Acho que ele está muito tenso...
precisando de uma liberação estrondosa.
Parando essa linha de pensamento, forço meu foco a permanecer na
boceta de Frankie. Até que eu a sinto empurrando a cabeça de Kyran
para baixo para se juntar a mim.
Está claro que ela quer que nó s dois a comamos ao mesmo tempo,
mas nã o vejo como isso vai funcionar para meu meio-irmã o. Nossas
bocas estariam muito juntas. Ainda assim, ele permite que ela o mova,
afundando até os seios dela primeiro, mas apenas por um segundo, até
que ele se junta a mim entre suas coxas separadas.
Kyran olha para mim, observando enquanto eu chupo o clitó ris de
Frankie. Entã o eu paro e me afasto, levantando minhas sobrancelhas
para ele. Ele parece hesitante e combativo, o que nã o surpreende
ninguém.
— Vamos ver quem come melhor—, Frankie nos incita com um
sorriso. —Um pouco de competiçã o saudável.
Eu olho para ela e ela pisca. Pequena atrevida e esperta... Ela sabe
que Kyran nã o será capaz de deixar passar uma chance de provar que
ele é o melhor em alguma coisa.
Ainda assim, ele nã o parece determinado. Ele está claramente
inseguro, parando para morder o lá bio inferior. E quando nossos olhos
se encontram, de perto, posso realmente ver aquela intensidade
ardente em suas íris como um tecido de avelã . O verde musgo,
misturado com o bronze claro, me mantém imó vel por um segundo, até
que ele quebra o contato para colocar sua boca na boceta de Frankie.
Ele a lambe lentamente, nervosamente, me cativando com o quã o
totalmente diferente ele parece agora. Como se ele nunca tivesse feito
isso antes, o que nã o pode ser verdade. Sua língua desliza sobre sua
fenda por apenas um segundo, entã o volta para seu clitó ris, onde ele o
agita hesitantemente.
Escolhendo ajudá -lo um pouco, embora eu saiba que provavelmente
é uma sentença de morte, enfio meu rosto e dou uma volta na fenda de
sua boceta. Nossos maxilares batem quando eu faço, e ele cantarola.
— Muito perto —, ele respira, e eu reviro os olhos.
— Foda-se. — Eu a lambo com mais força.
Desta vez, minha língua toca seu lá bio, e ele estende a mã o para
minha garganta, enrolando a mã o em torno dela para me segurar.
— Me sufoque, papai, — eu provoco, sorrindo enquanto ele me
alfineta com um olhar gelado.
— Corta essa porra, cara de merda, — ele estala, me soltando.
Mas nossos rostos estã o tã o pró ximos que o calor de sua respiraçã o
dança em meus lá bios. Deslizar minha língua sobre minha parte
inferior como um reflexo atrai seus olhos. E por uma fraçã o de segundo,
as esferas verdes e douradas caem na minha boca.
Nã o é nada mais do que um flash, mas ainda assim. Aconteceu.
— Eu vi isso —, eu sussurro de forma zombeteira. Mas nã o posso
negar que minha voz está um pouco mais rouca do que o normal.
Chame isso de sintoma dessa situação.
— Foda-se, — Kyran ferve, desistindo de comer para usar os dedos
em seu lugar.
Ele passa o polegar sobre o clitó ris de Frankie, entã o desliza um
dedo lentamente dentro dela.
— Eu vejo seu dedo... e eu levanto vocês dois. — Eu empurro dois
dos meus para dentro com os dele.
Nossas mã os estã o literalmente niveladas, palmas juntas, tocando
sua boceta enquanto nossos olhos permanecem fixos, obstinados e
rancorosos. Frankie está desmoronando com a sensaçã o, se
contorcendo contra nossas mã os unidas enquanto lutamos um contra o
outro, usando seu corpo como uma espécie de peã o em nossa briga
agressiva e estranhamente sexual.
— Ela gosta mais do que estou fazendo —, ele resmunga, a
centímetros do meu rosto.
— Como desejar. — Eu uso minha outra mã o para alcançar minhas
calças e ajustar minha ereçã o, porque está confusamente rígida e
dolorida agora.
— Nã o se atreva a se masturbar na minha frente. — Sua voz falha
sutilmente com suas palavras, fazendo có cegas na boca do meu
estô mago...
Algo muito inconveniente que eu nã o entendo de jeito nenhum.
— Vou me masturbar sempre que eu quiser, — eu rosno para ele,
agarrando meu pau.
— Foda-se que você vai. — Ele estende a mã o para o meu pulso,
tentando afastá -lo, como se ele realmente fosse me impedir de
masturbar meu pau. É insano.
Mas minha mã o ainda está em volta do meu pau, entã o é mais como
se ele estivesse apenas... movendo-o para mim.
— Você está tornando mais difícil...— Eu olho para ele, os lá bios se
curvando.
— Você é uma bicha do caralho. — Seu peito está realmente arfando
agora, as palavras saindo todas roucas e irregulares.
Avançando meu rosto até que as pontas de nossos narizes estã o
quase se tocando, eu sussurro,
— Mas é você que está masturbando meu pau agora.
Sua mandíbula está apertada, pulsando visivelmente.
— Nã o é minha mã o.
— Pode muito bem ser. — Eu dou de ombros.
As pernas de Frankie enrijecem enquanto sua boceta aperta nossos
dedos. Mas estamos muito ocupados discutindo para perceber. Kyran
solta meu pulso, e eu descanso minha cabeça na coxa de Frankie,
fechando os olhos por um momento com a sensaçã o de acariciar meu
pau cercado pelo calor pulsante de toda essa tensã o.
Nã o tenho ideia de por que isso é tã o bom, mas nã o posso negar que
é. E quando reabro meus olhos, pego Kyran observando minha mã o se
mover dentro da minha calça.
— Você está duro? — Eu sussurro, e eles voltam para mim.
— Porra, nã o —, ele sibila.
Eu espio suas calças. O material nã o está fazendo nada para
esconder sua ereçã o visível.
— Mentiroso.
Ele cobre com a mã o.
— Nã o olhe para o meu pau, maldito pervertido.
— Por que... é pequeno?— Eu mordo meu lá bio.
— Nã o. — Seu olhar se estreita e ele se inclina para mais perto. — É
grande.
— Prove, — eu murmuro, chocando-me com aquelas palavras
abruptas.
Que porra eu estou fazendo??
— Você gostaria disso, nã o é?
Sua voz é rouca quando ele coloca a mã o sobre a calça, o rosto todo
corado, as bochechas rosadas, as pupilas dilatadas. Nossas mã os estã o
molhadas e escorregadias da excitaçã o de Frankie, as palmas das mã os
deslizando juntas enquanto trabalhamos em sua boceta, sem prestar
atençã o nela e apenas totalmente envolvidos em qualquer que seja essa
batalha carregada de agressã o que está incinerando entre nó s. É uma
loucura, mas minha cabeça está nublada e eu nã o consigo nem pensar.
— Você está tã o perto de mim, Kyran...— Eu falo com a respiraçã o
ofegante. — Se eu gozar, vai cair em cima de você.
— Se você gozar em mim, vou arrancar seu pau de seu corpo —, ele
rosna.
Deus, algo sobre essa luta está me enrolando como um elá stico.
Estou queimando vivo dentro da minha pele, e o calor está saindo de
seu corpo em ondas.
Ao sentir o peso, meu olhar nebuloso mergulha e encontro sua
perna pendurada sobre a minha.
Eu nem acho que ele percebe que está fazendo isso. Mas agora que
estou prestando atençã o, percebo seus quadris se movendo, como se
sutilmente perseguindo algum tipo de sensaçã o que ele nã o está
sentindo porque, ao contrá rio de mim, nã o está se masturbando.
E alguma coisa estranha e distorcida em meu cérebro deseja que ele
estivesse.
Estou tão fodido. Isso tudo é foda…
— Entã o você está com medo...— eu sussurro para ele, com meus
cílios tremulando.
Ele faz um barulho baixo e estrondoso, mordendo o lá bio inferior.
Ele bate em minhas bolas em um latejar pesado. Meus quadris avançam
em direçã o aos dele...
Mas antes que eu possa chegar aonde eu estava tentando ir, Frankie
choraminga, entã o engasga em voz alta.
— Oh meu Deus, puta merda, estou vindo!
A mã o dela voa para baixo, agarrando nossos pulsos ao mesmo
tempo, segurando-nos para salvar nossa vida enquanto ele goza em
nossas mã os unidas, murmurando:
— Estou vindo, estou vindo, estou vindo, porra ... — Repetindo.
A boca de Kyran está tã o perto da minha, é como se eu estivesse
respirando sua respiraçã o; inalando suas exalaçõ es. Sinto seus lá bios
tremendo. Eu sinto seu pulso pulsando como se fosse o meu.
É tã o intenso que acho que poderia gozar literalmente a qualquer
momento.
Mas entã o Frankie solta nossos pulsos e se transforma em uma poça
saciada na cama. E no segundo que ela faz, Kyran puxa seus dedos para
fora dela, e se afasta de mim.
O feitiço quebra rá pido, me trazendo de volta à realidade. Piscando
forte, eu pego minha mã o de volta, soltando meu pau e sentando-me
lentamente. Atordoado, limpo a garganta, observando Kyran enquanto
ele pula da cama como se ela estivesse pegando fogo, se afastando de
nó s.
Minha cabeça se inclina, me perguntando por que ele está agindo
todo inquieto e bizarro. Quero dizer, eu sei que foi intenso, mas ele
literalmente nem olha para nó s.
Franke se apoia nos cotovelos, sorrindo e acariciando meu cabelo.
— Isso foi fodidamente selvagem. — Sua cabeça se inclina na
direçã o de Kyran. — Você quer que eu tire vocês meninos agora?
— Nã o, — Kyran late com voz rouca, agarrando sua camisa e
puxando sobre sua cabeça. — Vou decolar.
Inclinando minhas pernas para fora da cama, estou apenas
balançando a cabeça. Eu deveria saber que ele agiria como um maluco
assim que isso acabasse. Eu me levanto, olhando para minha ereçã o,
que ainda está rígida como o inferno e empurrando a frente da minha
calça.
— Você quer dizer que nã o quer me ajudar com isso? — Eu o
provoco e Frankie ri.
Kyran se vira, finalmente me encarando, e é claro que ele parece
lívido. Mas nã o é nisso que estou prestando atençã o.
Acho que tem uma mancha molhada na calça dele...
Meus lá bios se abrem, mas nada sai. Estou apenas atordoado em
silêncio. Quando meus olhos deslizam de volta para seu rosto, ele está
vermelho como uma beterraba, rangendo os dentes de raiva. Suas mã os
caem em uma tentativa de cobrir o que é obviamente o resultado dele
gozar em suas calças, entã o ele pisa em direçã o à porta.
— Nunca falamos uma palavra sobre isso —, ele exige, os ombros
visivelmente contraídos de costas para nó s. Ele alcança a porta, olhando
para Frankie uma ú ltima vez. — O dinheiro…
Frankie parece tã o perplexa quanto eu quando ela balança a cabeça
e limpa a garganta.
— Sim ... eu vou enviar você.
Ele acena com a cabeça, virando-se novamente e resmungando:
— Legal. Obrigado…
Entã o ele sai pela porta e se foi.
Frankie e eu trocamos um olhar. E em sincronia, nossos rostos se
voltam lentamente para a câ mera.
Bem, tudo bem então.
CAPÍTULO ONZE

AVI

redhot32: Eu quero que vocês dois me destruam enquanto eu os adoro da


cabeça aos pés.
GoldieCucks: Amarre-me como o cobertor de tricô da vovó

Três mil.
Ganhei três mil dó lares com aquele vídeo que Frankie gravou, do
trio mais estú pido e idiota de todos os tempos. E deixe-me lembrá -lo de
que sã o três mil para cada um de nó s... O que significa que aquela
desculpa desastrosa para o conteú do rendeu quase dez mil dó lares.
Eu parei para rir sobre isso de vez em quando na semana passada
desde que aconteceu. Eu acho tudo tã o completamente absurdo. E
também, meio fascinante. No ritmo que estou indo, terei minha
mensalidade e moradia pagas em pouco tempo. Mas, se formos
honestos, quase nã o estou mais pensando nisso.
Eu absolutamente odeio admitir isso, mas essa coisa toda me deixa
no gancho. Por mais que eu goste de criticar o consumismo baseado na
mídia social - é a minha coisa; foda-se o homem, o capitalismo, o
malvado um por cento, toda essa merda - a capacidade de ganhar esse
tipo de dinheiro, tã o rápido e fazendo algo tã o simples , me deixou
totalmente hipnotizado. Eu posso ver totalmente como as pessoas se
tornam viciadas nisso…
O dinheiro é a raiz de todos os males. Porque é poder. Dinheiro,
sexo, fama, poder... Controle. Eles sã o como drogas. Predando as partes
mais fracas de sua condiçã o.
E eu nã o sou melhor. Porque eu tenho caído direto na armadilha
dele, lendo os comentá rios e as DMs dos fã s com uma cativaçã o quase
salivante.
Eu me sinto como uma prostituta de atençã o. Eles gostam de mim!
Eles realmente gostam de mim!
Bleh. Desde quando eu me importo??
Aparentemente, sim, sem razã o ou remorso.
Acabei compartilhando o vídeo que Frankie fez em minha pró pria
conta OnlyFans, e agora estou olhando para centenas de assinantes,
muitos dos quais estã o me enviando mensagens diariamente pedindo
mais.
Para ser específico, mais de mim e de Kyran. Ou o loiro gostoso
rabugento, como costumam chamá -lo.
É sá bado à noite e parei de fumar e desenhar para verificar meu
telefone, apenas para encontrar mais centenas de comentá rios no
teaser que compartilhei no Twitter e dezenas de outros DMs na minha
caixa de entrada OF.
Charlie421: Algum plano de se livrar da garota?? Eu pagaria
um bom dinheiro para assistir apenas vocês dois…
SBA2234: Eu preciso mais de você e desse cara sozinho!
*Seis emojis de fogo*
WillytheKid: A tensão que eu senti. Por favor, uma
colaboração só você e o cara??!?
ItsJavier33: Muy caliente mi guapo! Meninos tão sexys juntos
*emoji de coração pegando fogo*
E isso é apenas a ponta do iceberg. Eu tenho caras se oferecendo
para pagar centenas de vídeos privados, detalhando todos os tipos de
loucura coisas que eles querem que eu faça... com meu meio-irmã o. É
uma loucura.
Claro, eles nã o sabem que ele é meu meio-irmã o... Um fato que
provavelmente os levaria a oferecer ainda mais dinheiro. Tenho a
sensação de que esses manos estão com o proibido.
Mas, infelizmente para eles, é uma causa perdida, e esse
pensamento me faz chafurdar em uma depressã o bizarra e cheia de
angú stia. Nã o postei mais do que algumas poucas fotos desde que
carreguei o vídeo do trio, e a falta de buzz para eles aumentou minhas
inseguranças a todo vapor.
Agora nã o apenas me sinto um fracasso se nã o produzir para meus
fã s, mas estou estressado por perder a atençã o deles, o que também me
faz sentir um grande perdedor.
Nã o conheço essas pessoas e nã o devo nada a elas. Eu poderia
fechar esta conta e ficar totalmente bem ... Apenas atribua isso a um
experimento estú pido da faculdade que me rendeu alguns milhares de
dó lares.
Mas eu nã o quero fazer isso. Como eu disse, o dinheiro e a fama
recém-descoberta, por falta de uma palavra melhor, me deram um senso
de propó sito. Sei que é estú pido e detesto depender de outras pessoas
para minha pró pria gratificaçã o interior, mas nã o consigo evitar. Eu
quero essa adoraçã o voltada para mim.
Mas agora que o Superstar Harbor foi apresentado ao rebanho, é
tudo o que eles parecem estar pedindo. Sim, eles querem nó s dois, nã o
apenas ele, mas ainda assim. É irritante.
E inú til, porque literalmente nã o há como Kyran sequer considerar
se tornar gay por dinheiro. Especialmente nã o comigo. Nã o vai
acontecer, e é uma grande chatice porque nã o estou pronto para
desistir. Os fãs.
Acima de tudo, nã o consigo tirar da minha cabeça a lembrança de
como aquele trio imbecil saiu da minha cabeça. Tem sido apenas
relaxante lá dentro, tecido nas fibras das minhas memó rias, entã o nã o
posso deixar de continuar insistindo nisso.
Quã o perto estávamos, e como a proximidade parecia vibrar como
uma sensaçã o leve na boca do estô mago. A raiva, a tensã o e a frustraçã o
queimando ao nosso redor...
Sua perna se inclinou sobre a minha.
É a ú ltima coisa em que quero pensar, mas nã o consigo parar. E eu,
especialmente, nã o consigo parar de lembrar o fato de que acho que
algo sobre o que aconteceu o excitou o suficiente para fazê-lo gozar em
suas calças.
Era Frankie. Tinha que ser ela. Levar Frankie ao orgasmo deve ter
sido excitante demais para ele suportar, e foi por isso que ele surtou e
saiu furioso. Tenho certeza de que nã o teve absolutamente nada a ver
com a perna idiota dele sobre a minha ou com as respiraçõ es ofegantes
que compartilhamos que eu tenho lutado fora do meu cérebro na
ú ltima semana.
Deixando meu telefone cair na minha mesa e empurrando-o para
longe de mim, eu pego na minha gaveta um Twizzler, meu doce favorito
e um dos meus muitos, muitos alimentos reconfortantes. Mastigando as
mordidas, eu mastigo enquanto olho para o esboço em que estou
trabalhando. É a minha versã o de A Última Ceia com todos os
personagens do Batman. Obviamente, Batman é Jesus, Robin é Peter…
Eu tenho o Comissá rio Gordon lá , Poison Ivy, Mr. Freeze, Bane e o
Espantalho. E claro, o Coringa como Judas.
É apenas por diversã o, como uma brincadeira com a ideia de que os
discípulos eram na verdade inimigos de Jesus, em certo sentido. No
meu, eles nã o estã o tanto compartilhando uma refeição, mas todos
consumidos com suas pró prias besteiras. Isso tem tirado minha mente
das coisas o suficiente, mas agora que verifiquei meu telefone, minha
motivaçã o para continuar trabalhando nisso secou.
Meus olhos se voltam para o referido telefone e, mesmo sem
perceber, estou mastigando furiosamente meu lá bio inferior. Há uma
pequena voz no fundo da minha cabeça insistindo que eu preciso
contar a Kyran sobre todo esse hype dos meus fã s…
Eu sei, eu sei. É a mais idiota das ideias. O conhecendo, ele vai ficar
puto, me chamar de bicha e ameaçar me bater. É sua resposta padrã o,
especialmente no que diz respeito à ideia de nos tocarmos.
Mas entã o uma parte de mim se pergunta se talvez ele também
precise de atençã o. Talvez ele ficasse lisonjeado com os comentários da
mesma forma que eu…
E eu sei que ele precisa de mais dinheiro. Três mil nã o chega nem
perto de cobrir a habitaçã o em BC. Mesmo com algumas bolsas
lançadas, estamos olhando para quase vinte mil por ano, sem
mencionar se queremos nos alimentar e você sabe... fazer qualquer
coisa além de respirar neste campus.
Nó s dois precisamos de mais dinheiro entrando. E com isso
servindo como uma desculpa patética e miserável, pego meu telefone e
puxo uma mensagem para o meu meio-irmã o mal-humorado.
eu: oi
Cinco minutos se passam antes que ele leia a mensagem e, mesmo
assim, ele nã o responde. Entã o eu continuo…
Eu: Preciso falar com você sobre algo importante. Você
poderia vir ao meu dormitório?
Desta vez, ele responde quase instantaneamente.
Kyran: Isso vai ser um não negociável.
Que idiota do caralho. Não posso.
Eu: Kyran… acho que você vai querer ouvir o que tenho a
dizer.
Nada. Por mais cinco minutos na leitura.
Eu: Por favor, venha. Dê-me cinco malditos minutos do seu
tempo. Você me deve isso.
Kyran: Eu não te devo nada.
Reviro os olhos para o céu.
Eu: Tudo bem, você não. Mas como eu disse, isso é sério.
Kyran: Eu não me importo. Qualquer coisa que você precisa
dizer, você pode apenas enviar uma mensagem de texto. Não
tenho vontade de ver seu rosto.
Eu: Deus, você é desagradável. Olha, é um assunto delicado.
Eu não quero enviar uma mensagem de texto...
Seus balõ es de digitaçã o aparecem e depois desaparecem. Em
seguida, apareça e desapareça novamente. Estou batendo o pé
impacientemente por mais alguns minutos quando ele finalmente
responde.
Kyran: Ainda não. Eu não vou para a porra do seu dormitório
Avi
Eu: Tudo bem, vou até o seu... Mas acho que você não quer
que eu fale sobre isso na frente do seu colega de quarto...
Kyran: Você não vai colocar os pés no meu dormitório.
Kyran: E o que deixa seu colega de quarto tão tranquilo??
Eu: não tenho colega de quarto. Estou sozinho no TMA 446.
Ele lê a mensagem, mas nã o responde, e estou apenas olhando para
a tela quando há uma batida na minha porta.
Minhas sobrancelhas se fecham em confusã o. Levantando-me
lentamente, eu vagueio para fora do quarto, rastejando até a porta
enquanto meu peito aperta em suspense. Não tem jeito…
Abrindo uma fresta, eu espio, deixando escapar um suspiro
enquanto meu estô mago cai em decepçã o que me confunde pra caralho.
— Olá , lindo —, Frankie diz com um sorriso, abrindo caminho para
dentro. Ela segura uma sacola da Shake Shack. — Eu trouxe um
presente para você.—
Estou prestes a fechar a porta, mas Bea se esgueira para dentro
atrá s dela antes que eu possa.
— Vocês duas se convidaram? — Eu sorrio para eles, fechando a
porta enquanto eles vagam por aí, se sentindo em casa. — Que doce.
— Na verdade, vim falar com você e trazer hambú rgueres. —
Frankie joga a sacola na mesa da sala. — Eu nã o faço ideia o que ela
está fazendo aqui. Encontrei-a remexendo nos arbustos lá embaixo.
Rindo, eu olho para Bea, que está segurando o casaco fechado sobre
o peito, parecendo terrivelmente desconfiada.
— O que você tem?
— Avi... preciso da sua ajuda. — Bea aponta seus olhos arregalados
para mim. Juro por Deus, ela é toda olhos, lábios e peitos, esta. — Nã o
surte.
Minha testa franze enquanto a observo segurando seu casaco.
— Cuspa, sobre o que...?
Ela morde o lá bio, abrindo lentamente o referido casaco para
revelar um pequeno gatinho preto caído em seus braços.
— Você estava escondendo aquela coisa dentro do seu casaco o
tempo todo??— Frankie coaxa comendo batatas fritas.
Bea faz beicinho, acariciando a cabecinha da coisa repetidamente,
embalando-a contra o peito.
— Acabei de encontrá -lo lá fora! Ele está perdido, eu nã o sabia o
que fazer!
Minha boca está aberta enquanto eu olho para ela, e o pequeno gato
que parece contente em apenas sentar em seus braços. Pisando
lentamente, nã o posso deixar de gravitar em direçã o a ele. Ele é tão
fofo… E cartas na mesa, eu sou um amante total de gatos.
Eu costumava alimentar todos os animais vadios da vizinhança no
Brooklyn e sempre brinco com os gatos da nossa vizinha, a Sra.
Adelman, em Somerville. Mas nã o tenho o meu desde que meu tigre
laranja, Bates, faleceu quando eu tinha doze anos. A segunda grande
tragédia da minha infância... Chame isso de nã o querer me machucar de
novo, mas eu simplesmente nã o conseguia encontrar forças para
substituí-lo.
Mas esta coisa… Ele é tão pequeno e macio.
E sim, já estou acariciando-o e dando muitos beijos em sua cabeça.
— Ele estava lá fora sozinho no frio —, lamenta Bea. — Eu nã o
poderia simplesmente deixá -lo lá !
— Ele provavelmente pertence a alguém…— murmuro, pegando o
gato em meus braços e olhando para ele.
Ele está um pouco sujo e definitivamente precisa de comida. Ele é
tã o pequeno ... Nã o deve ter mais de um ano.
— Por que você está chamando de ele? — Frankie aponta uma
batata frita para o gato. — Você checou?
Olho para Bea, que balança a cabeça. Levantando o gato, verifico se
há algum sinal de bolas, mas nã o as vejo.
— Eu acho que é uma menina, — eu murmuro, desmaiando como
um grande bebê por causa de seu ronronar desenfreado. — Devo... ligar
para o abrigo?
— Você poderia ...— Bea acaricia a pequena bola de pêlo. — Ou você
poderia mantê-la aqui…
Meus olhos voam para os dela.
— Nã o sã o permitidos animais de estimaçã o nos dormitó rios, você
sabe disso.
— Sim, mas você tem este lugar só para você! — ela grita. — Quem
saberia?
Ai meu Deus, alguém me dê uma desculpa para não ficar com essa
coisa... Já estou me apaixonando.
— Provavelmente é o gato de uma pobre criança que você está
roubando, — Frankie diz incisivamente, sendo a voz da razã o que eu
odeio agora.
— Vou verificar se há sinais na á rea. — Bia sorri. — Mas você pode
ficar com ela até encontrarmos sua casa... certo?
Ela aponta aqueles olhos brilhantes para mim, e eu solto uma
risada, balançando a cabeça.
— Você sabia que eu seria sua melhor aposta, nã o é? Tentadora…
Bea dá de ombros, sem vergonha, e Frankie zomba.
— Podemos sempre trazê-la para a sua casa —, diz Bea a Frankie,
estalando o quadril.
A cabeça de Frankie gira severamente.
— Nã o. Nã o está acontecendo. Sou alérgica.
— Nã o, você nã o é. Você simplesmente nã o deseja cuidar de nada
que nã o seja você. Eu ri.
— Bom ponto. — Ela sorri.
— Vamos, devemos limpá -la —, digo a Bea. — E eu nã o tenho
comida de gato. Frankie, você pode pegar um pouco? — Frankie
suspira, beliscando a ponta do nariz. — Por favor, — eu lamento,
fixando-a com um olhar. — Você me deve.
Suas sobrancelhas se arqueiam.
— Ah é? E pelo que devo a você exatamente? — Ela cruza os braços
sobre o peito.
Eu espio Bea, depois de volta para Frankie, optando por nã o entrar
em todo o discurso sobre ela me amarrar em um trio com meu meio-
irmã o, o que acabou tornando meus assinantes do OnlyFans loucos por
vídeos de sexo gay.
Estreitando meu olhar para ela, murmuro:
— Por favor, corra para a loja e pegue um pouco de comida de gato.
E uma caixa de areia. E areia para gatos.
Ela bufa um som de desagrado, mas eu ignoro, levando o gato e Bea
para o banheiro.
— Ela precisa de um nome —, diz Bea, coçando a adorável coisinha
na cabeça.
Meus lá bios se curvam.
— Vou chamá -la de Robin.
***

É quase meia-noite quando Frankie e Bea saem. E parece que


finalmente tenho um colega de quarto de novo.
Demos um banho e toneladas de comida em Robin, entã o montei
uma caixa de areia para ela no armá rio do corredor. E agora ela está
muito feliz, sentada no meu colo no sofá , ronronando enquanto eu a
abraço e me deleito com a alegria e o conforto que só os animais de
estimaçã o podem proporcionar. Sei que se algum dos administradores
da habitaçã o descobrir que ela está aqui, terei de me livrar dela. O
mesmo vale se descobrirmos a quem ela pertence, entã o estou
tentando nã o me apegar muito. Mas é difícil quando ela é tã o fofa.
— Entã o Frankie diz que eu sou um idiota se eu pelo menos nã o
considerar fazer outro vídeo de colaboraçã o...— murmuro para meu
amigo peludo enquanto Seinfeld passa no Netflix ao fundo. — Mas os fã s
querem que seja com Kyran, o que nã o vai acontecer. Ele nem gosta de
falar comigo, muito menos...
Uma batida na porta interrompe minhas palavras, trazendo consigo
uma onda de nervosismo.
— Oh, merda...— eu sussurro, tirando Robin do meu colo a
colocando no sofá .
Levantando-me rapidamente, pego um cobertor de lã pró ximo e a
cubro com ele.
— Shh... Você apenas fica aí, — digo ao gato antes de correr em
direçã o à porta. — Nã o se mova.
Destranco a porta e respiro fundo para me acalmar antes de abri-la,
esperando ver alguém da segurança do campus, aqui para arrancar meu
novo bebê de sua casa.
Em vez disso, deparei-me com cabelos cor de areia, olhos castanhos
e uma carranca familiar.
— Uh...— Minha boca fica aberta enquanto eu olho para ele
inexpressivamente, puramente perplexo com o fato de que ele está
realmente aqui. Inesperadamente.
— O que você está fazendo aqui?
Suas sobrancelhas se erguem.
— Você me convidou, lembra? Jesus, quanta maconha você fuma ??
— Minha piscadela confusa continua enquanto ele revira os olhos. —
Você disse que era importante e sério, ou alguma merda— Posso entrar,
porra? Ou você vai me fazer ficar aqui no corredor como um idiota?
Ainda estou além de surpreso, mas agora também estou chateado,
porque embora eu tenha pedido a ele para vir, já estou arrependido da
decisã o de ter esse idiota arrogante em minha casa, bagunçando meu
chi.
Dando um passo para o lado, eu aceno para ele entrar.
— Por favor... Apareça no meio da noite, sem avisar, agindo como se
eu fosse o irracional.
Kyran pisa dentro.
— Mais uma vez, você me implorou para vir.
— Ok... implorou é um pouco exagerado...— murmuro, e ele se vira
para me encarar, levantando aquela maldita sobrancelha novamente.
— Quer que eu mostre o texto? — Ele cruza os braços sobre o peito.
— Eu tenho o texto. Eu escrevi, idiota, — murmuro, entã o levanto
minha mã o antes que ele possa argumentar mais. — De qualquer
forma, tanto faz. Você nunca respondeu, entã o me perdoe por nã o
esperar que você aparecesse à meia-noite. — Ele balança no lugar,
inclinando o queixo ao redor da sala. Minhas sobrancelhas franzem.
— E bêbado, aparentemente…
— Eu nã o estou bêbado,— ele resmunga, retomando sua caminhada,
verificando o lugar, cutucando as coisas. — Eu saí de uma festa mais
cedo para ver o que você poderia precisar que é tã o importante que
você nã o pode mandar uma mensagem...— Sua voz falha, entã o seu
rosto vira em minha direçã o. — Este é o seu dormitó rio?
— Nã o, eu só estou ficando aqui —, eu resmungo sarcasticamente,
para o qual ele revira os olhos. — Sim, é a porra do meu dormitó rio.
Ele zomba em voz alta e balança a cabeça.
— Imagino que você simplesmente tropeçaria em um lugar como
este…
— O que isso deveria significar? — Meu olhar se estreita.
— Você sabe o que isso significa —, diz ele incisivamente. — Esses
apartamentos sã o reservados para os filhos do reitor e MBAs
completos, nã o maconheiros com um GPA de dois ponto cinco. Sério,
acho que metade dos professores realmente mora neste prédio…
— Ei, meu GPA é três! — Eu retruco, entã o murmuro, — Quase...—
Ele bufa, ainda balançando a cabeça, aquela constante atitude de mais
santo que você realmente começando a me irritar. — Olha, eu nã o pedi
para você vir para discutir e me insultar.
— Ok, entã o desembucha. — Ele gira, valsando em direçã o à sala de
estar. — O que você quer, Avi?
Minhas frustraçõ es com ele sã o rapidamente substituídas por
nervosismo. Claro, eu o convidei para contar a verdade, sobre meus
OnlyFans e todos os pedidos... Mas agora que ele está realmente aqui,
vestido com seu roupas caras de mauricinho, sendo seu eu idiota de
sempre, estou meio que sem coragem para falar as palavras. Só sei que
ele vai surtar. Ele pode até me dar um soco na cara... Nã o que eu tenha
feito algo que justifique tal reaçã o. Mas ele nã o é exatamente conhecido
por sua compreensão.
— Tudo bem, bem... Aqui vai. — Eu puxo uma respiraçã o. — Eu
tenho...
— Uh, Avi ...— ele me interrompe, e eu expiro, revirando os olhos.
Jesus, ele não pode me deixar falar nem por um segundo... — Nã o quero
te alarmar, mas acho que você pode ter um rato...
Minhas linhas da testa.
— Um o quê??
Ele acena em direçã o ao sofá .
— Esse cobertor está ... se mexendo.
Seguindo sua linha de visã o, vejo o caroço onde Robin está coberto
pelo cobertor se movendo. Kyran está se afastando lentamente em
direçã o à cozinha, e eu tenho que rir. Ele pega uma frigideira no balcã o
e volta na ponta dos pés para a sala com o braço erguido como se
estivesse prestes a atacar.
— Kyran, espere! — Eu pulo na frente dele antes que ele possa
esmagar meu pobre gatinho até a morte. — Nã o é um rato!
Seus olhos se voltam para os meus.
— Entã o que porra é essa?!
— Ok, vamos apenas tirar isso de você...— Eu removo a frigideira de
suas mã os, colocando no chã o e me virando para puxar o cobertor,
revelando minha pequena bola de penugem birmanesa.
Ele olha para o gato, depois para mim, depois para o gato, antes de
balançar a cabeça.
— Nã o tenho palavras.
Tenho certeza de que ele está me insultando, mas isso nem me
incomoda mais. Sentando no sofá ao lado de Robin, eu a pego e acaricio
sua cabeça.
— O nome dela é Robin. Acabamos de encontrá -la hoje...
— Avi, esta nã o é uma visita social, — ele suspira. — Apenas vá
direto ao ponto... Por que estou aqui?
Colocando Robin de volta no chã o, eu olho para ele.
— Fiz um OnlyFans.
Seus olhos se arregalam por um segundo, como se talvez ele
estivesse tentando enterrar a memó ria da festa de Frankie, e eu trazer
OnlyFans apenas ressurgiu.
— Comecei algumas semanas atrá s, depois que descobrimos que o
dinheiro havia sumido —, continuo. — Eu só tenho feito coisas solo,
mas entã o Frankie sugeriu que eu compartilhasse o vídeo que fizemos
com meus assinantes para ganhar algum dinheiro extra…
Kyran se joga no assento mais pró ximo; uma cadeira à minha
direita. Deslocando-me para encará -lo, observo como seus dedos cavam
em suas coxas, a tensã o em suas extremidades crescendo visivelmente.
— Tudo bem... e o que isso tem a ver comigo? — ele murmura.
Tudo bem, acho que estamos indo pelo caminho da negação, então.
— Bem, depois que meus fã s viram, eles começaram meio que...
sugerindo...— Faço uma pausa e engulo. — Ou implorando, na
verdade…
— Fale logo, Avi —, ele resmunga.
— Eles querem mais, — eu apresso as palavras. — Mais... conteú do
assim. Só ... menos a vagina.
O rosto de Kyran está parado enquanto ele olha para mim, os olhos
ligeiramente estreitados, congelados por alguns segundos generosos,
durante os quais estou apenas piscando para ele, me preparando como
se fosse a ú ltima parte de “Pop Goes The Weasel” antes do palhaço
pular em você. O ú nico som na sala é a voz abafada de Jerry Seinfeld
dizendo: “Esses pretzels estão me deixando com sede”. Até que
finalmente os lá bios de Kyran se contraem.
E entã o ele começa a rir.
Ele ri por mais tempo do que estou achando socialmente aceitável.
Em seguida, ele morre e ele suspira entre suas risadas.
— Você é um idiota. — Ele balança a cabeça, recostando-se na
cadeira. —Vou dar a você... você quase me pegou por um segundo.
Minhas sobrancelhas saltam e minha cabeça se inclina.
— Nã o estou brincando.
— Uh, sim, você está —, ele bufa. — Você está fodendo comigo.
— Ué, nã o. Eu nã o estou. Estou falando sério. Puxando meu telefone
do bolso, eu trago minha conta OnlyFans, segurando-a para mostrar a
ele a tela.
Ele apenas espia por uma fraçã o de segundo antes de seus olhos
voltarem para mim, todos os traços de diversã o em sua expressã o
desaparecendo. Eu testemunhei o monte de sua garganta afundar
enquanto suas costas se endireitam.
— Cara, você tem um laudo ou algo assim? — ele estala. — Por que
você está me contando isso? Concordamos que era uma coisa ú nica,
para nunca mais ser mencionada. E foi uma ideia idiota pra caralho. A
coisa toda foi tã o…
— Sim, sim. Eu entendo, — murmuro. — Foi ridículo pra caralho.
Mas algo funcionou, e nã o preciso dizer isso a você. Você também está
milhares de dó lares mais rico por causa disso. Entã o você pode parar
de agir como se nó s o tivéssemos forçado a fazer algo do qual você nã o
se beneficiou.
Ele aponta um de seus olhares furiosos para mim.
— Bem. O dinheiro foi ú til, mas isso é o começo e o fim de tudo. Nã o
entendo por que você precisou me chamar aqui só para me dizer que
um bando de canalhas estava nos observando...
Suas palavras se dissolvem e ele se mexe desconfortavelmente em
seu assento.
— Eu só pensei que você poderia querer saber...— murmuro, entã o
paro para descobrir como expressar isso de uma forma que nã o o faça
me atacar. —Eles estavam realmente afim de você. Quer dizer, nós ...
juntos. Mais do que com Frankie.
— E daí? — ele late, agarrado à sua hostilidade como um bote salva-
vidas no meio do mar. — Nó s nem fizemos nada! Nã o é como se nó s...—
Sua voz falha, e ele engole novamente.
Me aproximando, toco no meu telefone, puxando minha caixa de
entrada de DMs, que está cheia de ainda mais caras implorando por
conteú do que tenho certeza que Kyran se opõ e totalmente a fornecer. E
eu mostro para ele.
— Olhe para todas essas mensagens...— Eu entrego meu telefone
para ele.
Ele continua a me encarar por um momento antes de pegá -lo, os
olhos caindo para a tela. Ele está rolando por minutos, as linhas
agressivas de seu rosto suavizando um pouco.
— Todas essas pessoas estã o dispostas a pagar uma porrada de
dinheiro por mais vídeos como aquele. Mas apenas... nó s.
Estou tentando manter meu tom o mais calmo possível, para
garantir que ele nã o me acuse de tentar atraí-lo para alguma coisa.
Estou apenas afirmando fatos aqui. Nã o gosto disso mais do que ele,
mas estou disposto a aceitar que esta é a ú nica opçã o imediata para
ganhar o dinheiro de que precisamos.
— Nó s ficando. — Seu olhar voa para o meu. — Pare de rodeios, Avi.
Você está dizendo que precisaríamos fazer pornô gay para satisfazer
esses seus fã s…
— Ok, bem, pornografia gay é um pouco extravagante...— murmuro.
— Mas realmente nã o é.— Ele joga meu telefone para mim. — É
nisso que tudo se resume. Você vai ganhar o triplo do que está
ganhando com seus pequenos vídeos de masturbaçã o se eu aparecer na
câ mera com você, e estou te dizendo agora, porra, isso nã o vai
acontecer.
Minha testa franze.
— Como você sabe que estou me masturbando nos vídeos...?
— Você acabou de me entregar —, ele sussurra.
Eu nã o posso deixar de sorrir.
— Por que você olhou os vídeos? Eu estava apenas mostrando os
DMs…
— Essa nã o é a questã o. — Ele se levanta rá pido como se estivesse
prestes a sair furioso, entã o eu também me levanto. — A meu ver, você
me deve algum dinheiro, Vega. Frankie dividiu seus lucros conosco, mas
você nã o. Ele franze os lá bios. — Você é uma putinha gananciosa.
Minha mandíbula aperta.
— Tudo bem, tanto faz. Vou compartilhar com você...— Ele revira os
olhos. — Mas você sabe quanto dinheiro a mais poderíamos ganhar
fazendo isso. Engula a porra do seu ego por dois segundos e pense
sobre isso racionalmente. Você está prestes a perder tudo pelo que
trabalhou... A porra do campeonato. Ele está vibrando, os olhos
queimando, o pescoço apertado em sua raiva. Mas é porque ele sabe
que estou certo, e posso ver essa percepçã o em seu rosto avermelhado.
— Esta é a ú nica maneira de nó s dois ficarmos aqui. A ú nica
maneira de continuar sendo o quarterback superstar dos Eagles.
Ele fica quieto novamente, furioso com redemoinhos de fú ria verde
e dourada brilhando para mim.
— Essa é uma ó tima ideia em teoria, mano, mas há um buraco no
seu plano genial. — Minha cabeça se inclina. — Eu nã o sou gay. Nã o
tenho vontade de ficar com caras, especialmente com meu meio-irmã o
idiota.
Eu dou de ombros.
— Eu nã o quero ficar com você também. Mas por esse dinheiro,
posso fingir que você nã o é o idiota mais detestável que já conheci. Eu
fiz isso na festa de Frankie…
— Sim, bem... você gostou disso um pouco demais.— Ele passa os
dedos exasperadamente pelo cabelo.
Minha boca se curva em um sorriso perverso quando me inclino.
— Você também.
Seus olhos se fixam nos meus.
— Garanto a você que nã o.
Escolhendo nã o continuar incitando, eu dou de ombros novamente.
— Eu só queria deixar você ver por si mesmo o quanto esses filhos
da puta estã o loucos por essa merda.— Afastando-me dele, vou até a
cozinha e pego minha garrafa de Fireball. — Há uma maneira, Kyran...
uma maneira de permanecermos na escola e nã o termos que voltar
para Somerville com o rabo entre as pernas. Você só tem que ter
coragem para fazer isso…
Abrindo a garrafa, tomo um gole, estremecendo com a queimadura
açucarada da canela. Ele fica plantado na sala de estar, olhando para o
nada por tempo suficiente para que eu arranque mais duas doses da
garrafa, esperando que ele processe o que estou dizendo.
Nã o tenho exatamente grandes esperanças de que ele concorde com
isso... E ainda nem tenho certeza se quero que ele concorde. Nã o é como
se eu estivesse tã o empolgado com a ideia de nos enganar quanto meus
fã s estã o... Mas é a ú nica coisa que consigo pensar para manter a
atençã o deles. Caso contrá rio, está de volta à prancheta.
E sim, talvez eu pudesse encontrar outra pessoa para ficar... Outro
cara para trazer para o grupo, para satisfazer a demanda por conteú do
cara-a-cara. Mas isso parece muito trabalho. Kyran já está envolvido.
Além disso, ele está tã o desesperado por dinheiro quanto eu, entã o nã o
há como ele contar a alguém...
E depois há a tensã o. O ó dio que flui entre nó s como uma força
magnética. Aparentemente, é o ingrediente-chave, e acho que nã o vou
encontrar isso com mais ninguém.
Finalmente, Kyran se move, mas nã o é o movimento que eu
esperava. Ele caminha até a porta, alcançando a maçaneta enquanto eu
suspiro de decepçã o e balanço a cabeça. Mas entã o ele para, seus
ombros caídos enquanto ele solta um longo suspiro de frustraçã o
audível.
Inclinando o rosto em minha direçã o, seus olhos caem na garrafa
que estou segurando. Eu nã o digo nada, simplesmente estendo para ele.
E ele se esgueira lentamente, pegando-o de mim e tomando um gole
enorme.
Resmungando, ele esfrega os olhos.
— Sem besteiras, Avi... eu quero uma resposta concreta. — Eu pisco
para ele quando seu olhar levanta para o meu. — Quantos vídeos
seriam necessá rios para produzir moradias suficientes para os
pró ximos dois anos?
Deus, essa é uma porra de uma pergunta complicada. Pensando nisso
por um segundo, murmuro:
— Depende do conteú do... Pelo menos alguns. Mas poderíamos
começar com um e ver como eles reagem a ele. E quanto mais o
comercializarmos, mais funcionará . Podemos até gravar um monte de
uma vez e depois espalhar essa merda ao longo de...
— Foda-se...— Ele me interrompe com um gemido de desespero,
bebendo da garrafa novamente. — Isso é tã o foda. Nã o acredito que
estou deixando você me convencer disso…
Minha sobrancelha arqueia.
— Talvez você devesse ir mais devagar… E com licença. Convencê-lo
a fazer isso? Eu nã o estou persuadindo você, Kyran, isso é um porra
significa um fim. — Ele engole a garrafa novamente, e eu a pego dele. —
Ok, isso é o suficiente por agora.
— Eu preciso ficar completamente chapado se isso vai funcionar...—
Ele segura a nuca, cambaleando pela cozinha.
— Espere um segundo...— Eu o sigo ansiosamente. — Você quer
fazer isso agora?!
— Nã o quero fazer nada.— Ele me atira com um olhar nebuloso. —
Mas eu estou fodidamente aqui, entã o podemos acabar logo com isso.
Jesus, foda-se... Meu coraçã o está pulando tã o agressivamente que
pode até subir pela minha garganta. Eu nã o estava nem um pouco
preparado para isso…
— Ok... uh, claro. Acho que poderíamos...
Meus pensamentos estã o girando e girando como um parque de
diversõ es enquanto tomo um grande gole da garrafa, esperando
acalmar o tremor em meus membros.
E por que minhas mãos de repente estão tão suadas?
— Precisamos fazer alguns termos. — Kyran se arrasta até o sofá e
desce.
Ele parece derrotado, como um homem quebrado de certa forma,
mas ainda é ele quem segue em frente com isso, em um ritmo muito
mais rá pido do que eu esperava. Quer dizer, merda... eu esperava que ele
me desse um soco na cara e saísse furioso. Agora ele está sentado no sofá,
falando sobre termos?
Ele deve estar muito bêbado...
— Termos...— Repito a palavra, me aproximando e me sentando
hesitante ao lado dele no sofá , certificando-me de deixar alguns metros
entre nó s. Ainda assim, ele se afasta de mim, mas eu agarro seu braço
para detê-lo.
— Nã o esmague meu gato.
Seu rosto se inclina para onde Robin está ocupando toda a almofada
do sofá , lambendo-se.
— Primeiro, dividimos tudo cinquenta por cento —, diz ele,
observando-a por um momento, antes de olhar para mim. — Nenhuma
cadela gananciosa tirando o topo.
Reviro os olhos.
— Tudo bem, mas você precisa ajudar com o marketing. Nã o vou
fazer todo o trabalho pesado enquanto você senta e colhe os benefícios.
Ele zomba.
— Acredite em mim, isso nã o vai ser fácil pra caralho. — Seus olhos
me examinam por uma fraçã o de segundo.
Eu olho para ele.
— Por que você está agindo como se estivesse me fazendo um
grande favor ao sequer considerar isso?
— Uh, porque eu estou —, ele resmunga.
— Nã o, nó s dois estaremos fazendo algo que nã o queremos fazer, e
ambos estaremos ganhando dinheiro fazendo isso. Até a porra do
campo de jogo, idiota.
— Tudo bem, tanto faz.— Ele se inclina para trá s, cobrindo o rosto
com as mã os.
— O que me leva a nossa pró xima condiçã o, — eu continuo. — Sem
discussã o. Nã o podemos passar toda essa experiência brigando um com
o outro, ou nunca vai funcionar. É um negócio, foi o que Frankie me
disse, e ela está certa. Se olharmos para isso apenas como um trabalho
e nos mantivermos profissionais, será um pouco mais fá cil superá -lo.
Suas mã os escorregam e ele olha para mim, me dando um olhar
como se concordasse, mas ele nã o quer me dar a satisfaçã o. Ele apenas
acena com a cabeça e murmura:
— Pró xima condiçã o… ninguém nunca descobre sobre isso. Esse é o
mais importante.
— De acordo.
— Nã o, estou falando sério, Avi.— Seu tom assumiu uma cadência
quase desesperada e suplicante enquanto ele me encara. — Se isso
vazar, o dinheiro nã o importa mais. Eu seria expulso do time de futebol.
Sem mencionar, se meu pai descobrisse…
Suas palavras desaparecem com ele balançando a cabeça e ele olha
para suas mã os. De repente, ele está todo nervoso e inquieto, e nã o
posso deixar de observá -lo, me perguntando mais uma vez porque ele
está tã o tenso.
Eu sei que seu relacionamento com seu pai nã o é bom... Tom nã o
parece dar a mínima para Kyran fora de suas notas e futebol, o que é
uma grande chatice. eu nã o posso mesmo imagine ter esse tipo de
relacionamento de merda com minha mã e. Ela é minha apoiadora
nú mero um, nã o importa que tipo de merda eu faça.
Se ela descobrisse sobre o OnlyFans, eu sei que ela ficaria chateada,
mas ela nã o iria surtar ou me deserdar. Ela poderia até rir disso, embora
fingisse que nã o era engraçado.
Mas Kyran é diferente. Ele está tã o tenso, sempre se preocupando
sobre como seu pai o vê, como todos o veem. Eu me pergunto de onde
vem…
Ele vira as mã os, olhando para as palmas em silêncio. É uma coisa
estranha de se fazer, mas talvez ele esteja apenas bêbado.
— Ninguém vai descobrir —, eu digo baixinho, e seus olhos saltam
para os meus. — Juro. Isso é apenas sobre o dinheiro, é isso. Vamos
garantir que permaneça em segredo.
Ele acena com a cabeça, limpando a garganta enquanto toda a
vulnerabilidade desaparece. Em um piscar de olhos, ele voltou a ser
carrancudo e hostil, olhando para mim enquanto dizia:
— Condiçã o final ... Sem toque.
Eu rio alto, e seus olhos se estreitam.
— Ok, você nã o parece entender como isso funciona. Esses caras
não vã o pagar todo esse dinheiro para nó s apenas sentarmos lado a
lado.
— Eu nã o me importo. Isso é o que eles vã o conseguir, — ele
resmunga teimosamente.
— Você está sendo irracional —, eu zombo, e ele se endireita.
— Eu nã o sou gay pra caralho, Avi.
— Sim, acho que já estabelecemos isso.— Eu belisco a ponta do meu
nariz. — Mas temos que pelo menos agir como se estivéssemos nisso,
ou tudo isso será em vã o... Nã o temos escolha. Temos que vendê-lo.
Para os fã s.
Soltando uma risada sem graça, ele balança a cabeça, pegando a
garrafa de mim. Ele toma um longo gole, gorgolejando sobre o sabor
repugnantemente doce da canela.
— Nã o sei se consigo…
— Você nã o vai saber se nã o tentar. — Eu dou de ombros.
Ele olha para mim.
— Bem, o que você sugere? O que esses seus fãs querem?
Minha mente vasculha a imundície insana com que me enviaram
mensagens durante toda a semana.
— Acho que precisamos começar pequeno…
— Eu nã o vou colocar minha boca perto do seu pau, — ele rosna.
E por alguma razã o bizarra, meus olhos caem para a dita boca.
Engolindo em seco, eu me levanto, evitando tudo o que começou a
nadar dentro de mim com aquele olhar enquanto corro para o meu
quarto, pegando o tripé e meu laptop.
Assim que eu volto para a sala, seu rosto cai.
— Oh, cara... eu já nã o gosto disso.
— Pare de ser uma cadela chorona. — Coloquei o tripé em frente ao
sofá . Em seguida, coloco meu laptop na mesa de centro, abro-o e abro o
PornHub. — Encontre algo lá que você goste. Tudo o que você assistiria
quando estivesse sozinho.
Ele me dá um olhar zangado de veado nos faró is, para o qual reviro
os olhos mais uma vez. Juro por Deus, eles vão cair da minha cabeça no
ritmo que ele está fazendo com esse absurdo.
— Apenas faça isso, Kyran, — eu respiro, desligando a TV, em
seguida, configurando meu telefone para gravar.
Ele ainda leva um segundo, mas, eventualmente, ele se inclina para
frente, rolando pelo pornô disponível. Eu fico de pé, lhe dando espaço
enquanto ele se acomoda em um vídeo. É garota com garota, e eu tento
manter minha zombaria sob controle.
Alguém realmente investiu em provar o quão hétero ele é agora.
Ele aperta o play e o vídeo começa, com o volume bem baixo
enquanto as pessoas na tela começam a fazer suas coisas. E eu
pressiono gravar em nosso vídeo, esperando como o inferno que isso dê
certo.
Nã o quero admitir que estou nervoso, mas estou. Principalmente
porque tenho muito em jogo aqui. Se nã o conseguirmos fazer isso
funcionar, nã o tenho certeza do que farei.
Os olhos de Kyran estã o presos na tela do laptop, quase
intencionalmente, como se ele estivesse com medo de olhar para
qualquer outro lugar. Lentamente, volto para o sofá e me sento,
novamente certificando-me de que há espaço suficiente entre nó s.
Posso ver e sentir como ele está rígido, como na noite na casa de
Frankie. Suas mã os estã o descansando firmemente em suas coxas, os
mú sculos todos agrupados.
Claramente, caberá a mim colocar essa coisa em movimento. Entã o
eu desabotoo minhas calças, abrindo-as apenas o suficiente para enfiar
a mã o dentro e ajustar meu pau.
Os olhos de Kyran se voltam para mim, e ele fica ainda mais rígido.
— O que você está fazendo?
— Vou me masturbar, Kyran,— murmuro, irritado. — Temos que
fazer alguma coisa. Eles nã o vã o pagar para nos ver assistindo
pornografia.
Sua mandíbula treme, mas posso vê-lo cedendo enquanto se reclina
um pouco, observando as garotas brincando na tela. Nã o estou
necessariamente investindo neste vídeo em particular, mas finjo que
estou, enfiando meu pau dentro da calça e dando alguns puxõ es
vagarosos, esperando que isso o inspire a fazer o mesmo. Mas ele está
estacionado como uma está tua ao meu lado.
Soltando uma respiraçã o impaciente, estendo a mã o para
desabotoar suas calças para ele.
Ele se afasta.
— Afaste-se, mano.
— Cara... sério . Solte a porra da boca, Jesus...— Eu volto a me
acariciar. —Você escolheu esse vídeo idiota.
— Você prefere que sejam dois caras? — Ele bufa acusadoramente,
ao que eu dou de ombros.
— Eu nã o sei... tanto faz. Nã o parece que seu pau gosta muito deste
também…
Ele olha para mim, os dentes visivelmente cerrados enquanto enfia
a mã o dentro da calça.
— Eu acho que está quente.
— Realmente? — Minha cabeça se inclina provocativamente. Ele
concorda. — Bem, entã o aguente ou cale a boca. Vamos ver isso.
— Nã o.
— Pelo amor de Deus. — Eu puxo minhas calças para baixo,
expondo alguns centímetros do meu pau.
Ainda nã o é totalmente difícil, porque sua idiotice teimosa me faz
lutar para conseguir madeira. Mas quando seus olhos pousam sobre ele
e eu o vejo engolir, há um baque em minhas bolas que bombeiam um
pouco mais de sangue.
— Você pode apenas me assistir se quiser...— Eu cantarolo
divertido, dando alguns puxõ es lentos.
Ele balança a cabeça e se vira, direcionando seu olhar de volta para
a tela enquanto sua mã o se move gradualmente dentro de suas calças.
O ar ao nosso redor é estranho pra caralho, uma espécie de calor
desconfortável envolvendo nossos corpos rígidos no sofá . Nó s dois
estamos apenas assistindo ao vídeo e nos masturbando sem pressa,
embora pareça ó bvio que nenhum de nó s está prestando tanta atençã o
à pornografia quanto ao humor tenso que estamos compartilhando.
O vídeo termina e Kyran avança, pressionando play na pró xima
coisa que aparece. A princípio, parece apenas mais um vídeo de duas
garotas se beijando e se esfregando nas bocetas uma da outra. Mas
entã o um cara entra na tela, apresentando um pau grande e ereto para
as duas chuparem alegremente.
Meus olhos deslizam sutilmente para Kyran, observando enquanto
ele perde espaço disponível dentro de suas calças. Ele me espia por um
segundo, as bochechas coradas enquanto ele se contorce.
— Você vai ter que tirá -lo eventualmente. — Eu me reclino no sofá ,
me sacudindo lentamente.
Seus olhos caem para o meu pau brevemente antes de chegarem aos
meus. — Por quê? Por que você está desesperado para dar uma
espiada?
— Nã o, mas eles estã o...— Eu aceno em direçã o à câ mera.
— Foda-se ...— ele respira.
— Pense no dinheiro, Kyran...— Puxo ainda mais meu pau para fora.
Ele nã o consegue parar de olhar para o meu pau, que está
espalhando uma queimadura forte do meu estô mago até o meu peito.
— Nã o seja chato —, eu incito, subindo para a minha mã o.
Ele morde o lá bio, verificando o laptop novamente antes de
finalmente desistir e puxar o pau para fora, sem pressa, como se fosse
uma grande revelaçã o.
Para ser honesto, meio que é. Eu realmente nã o quero dar a ele essa
satisfaçã o, mas mesmo com apenas alguns centímetros expostos, posso
dizer que seu pau é generoso em tamanho. Sua mã o se move para cima
e para baixo no eixo, a pele deslizando na ponta para expor uma cabeça
rosa.
Meus olhos se arregalam.
— Você está sem cortes?
Seu rosto salta em minha direçã o, calor corado decorando-o
enquanto ele resmunga, — Sim. Entã o?
Balanço a cabeça para amortecer minha surpresa.
— Nada, é só ... nunca vi...
Minha voz falha e meus olhos caem para o apêndice fascinante,
observando-o.
Nossa interessante.
— Você olha para um monte de paus? — Ele me chama, quase
agressivamente.
Meu olhar retorna ao dele enquanto um leve embaraço aquece
minhas bochechas.
— Nã o.
Sua garganta afunda. Em seguida, ele abaixa a calça mais um
centímetro, revelando mais de seu pênis. Ah… ok. Isso é bastante longo ...
e grosso.
— Ouvi dizer que é mais, tipo... sensível, — eu murmuro, ignorando
o fato de que meu pró prio pau está ficando cada vez mais duro na
minha mã o.— Isso é verdade?
— Como eu iria saber? — Suas palavras saem ofegantes. — Nã o
tenho referencial…
— Certo...— Eu rio sem jeito, engolindo um bocado de saliva.
Estou tentando me concentrar no vídeo, mas nã o é nem de longe tã o
cativante quanto o que está acontecendo a alguns metros de distâ ncia, e
odeio isso, mas nã o posso negar que observar sua mã o forte e seus
dedos bem torneados subindo e descendo é meio que me hipnotizando.
A maneira como a pele se puxa para trá s toda vez que desce, expondo a
ponta rosa brilhante, é como…
Por que estou tão intrigado com o pau dele? Eu não achava que
gostava de pau, especialmente nenhum ligado ao meu meio-irmão
imbecil.
Mas nã o é até o vídeo na tela terminar que percebo que Kyran
também nã o está assistindo. Ele está olhando para o meu pau da
mesma forma que eu estou olhando para o dele, e é tã o confuso quanto
eletrizante.
Estou duro como pedra agora, batendo em meu punho em um ritmo
mais constante que acho que ele está tentando igualar. Nó s dois
lutamos para manter a respiraçã o sob controle, mas é o ú nico som na
sala e começa a ecoar à medida que fica mais alto.
Nã o sei como aconteceu, mas o espaço entre nó s diminuiu. Acho que
posso estar me inclinando para mais perto dele, e nã o quero estar,
porque se ele perceber, provavelmente vai parar para gritar comigo.
A cabeça de Kyran se inclina para trá s no sofá , fechando os olhos
enquanto ele trabalha seu pênis na mã o. E estou tã o ocupado olhando
boquiaberto que também nã o percebo que ele está se inclinando para
mais perto... Até que sinto seu braço no meu.
— Apenas faça isso…— ele sussurra.
— Fazer o que? — Minha voz sai igualmente suave e gutural.
— Nó s dois sabemos que é para onde está indo, entã o apenas...—
Ele para para engolir. — Apenas faça.
Seu peito se move com vibraçõ es instáveis quando ele de repente
solta seu pênis, deixando-o descansando em seu abdô men, esperando
por atençã o.
Eu mordo meu lá bio. Tenho certeza que os fãs adorariam me ver...
Eu balanço minha cabeça.
— Só se você fizer isso também.
Seus olhos se abrem e ele olha para mim.
— Foda-se isso.
— Entã o sem dados. — Eu dou de ombros, liberando meu pau
também. —Isso nã o é unilateral, superstar. Tudo ou nada.
Seus olhos estã o encobertos, o brilho neles mais furioso do que
qualquer coisa. Mas ainda assim, acho que vejo uma pequena pontada
de curiosidade, como confirmado quando ele olha para o meu pau.
Respirando fundo, ele murmura:
— Isso é apenas para os fã s... certo? — Seus olhos voltam para os
meus, e eu aceno.
— Para os fã s.
Estendendo a mã o hesitante, ele enrola os dedos em volta do meu
pau. E a sensaçã o de contato, de sua mã o calejada em minha carne
sensível, provoca um som minú sculo de dentro da minha garganta.
— Nã o faça esse barulho —, ele rosna, segurando meu pau em um
estrangulamento. Ele deve saber que é realmente incrível, mas estou
realmente tentando minimizar isso.
— Eu nã o posso... evitar, — eu resmungo. — Suas mã os sã o á speras.
— Cale a boca e vamos acabar com isso —, ele sussurra, movendo a
mã o lentamente para cima do meu eixo, em seguida, de volta para
baixo.
Oh Deus, foda-me, é realmente bom pra caralho. Nã o entendo
porque... É só uma mã o. Um á spero, sem qualquer lubrificante. Em
teoria, nã o deveria ser bom. Mas funciona. É incrível.
Deslizando minha mã o esquerda por baixo de seu braço, agarro seu
pau e, desta vez, ele faz barulho.
— Ver? — Eu acaricio lentamente. — Parece...
— Nã o, nã o dá . — Sua voz treme através das palavras. — É só
porque suas mã os sã o macias... Como as de uma garota.
— Qualquer coisa que você diga. — Eu dou alguns puxõ es suaves
em seu pau, enfiando meus dedos em suas calças para pegar tudo.
Acontece que apenas cerca de metade está exposta, o que significa
que é ainda maior do que eu pensava. Mas nã o estou com ciú mes... O
dele tem quase o mesmo comprimento que o meu, exceto pela
vantagem do prepú cio.
A contraçã o mú tua continua em um ritmo vagaroso e, por mais que
eu tente lutar contra isso, sua mã o me puxando de forma
descoordenada é excepcionalmente boa. Nó s dois estamos inclinados
para trá s, lado a lado, seus olhos fechados e mandíbula tensa enquanto
eu nã o consigo manter meu olhar longe do que minha mã o está
fazendo.
Isso é uma loucura. Eu nunca toquei em um pau que nã o fosse meu
antes. Eu nã o posso acreditar que estou fazendo isso, e mais, eu nã o
posso acreditar que apenas fazer isso está apertando minhas bolas
ainda mais do que a sensaçã o dele me acariciando.
— Kyran...— eu sussurro, meus olhos deslizando até seu rosto onde
ele descansa, a centímetros do meu.
— O que? — Ele engasga, os lá bios tremendo quando ele fala. Seus
olhos estã o bem fechados, como se ele estivesse tentando
desesperadamente imaginar que está em qualquer outro lugar.
— Isso é bom? — Eu cantarolo, usando meus dedos indicador e
médio para circular sua ponta e empurrar a pele para baixo.
— N-nã o…— ele choraminga, entã o morde o lá bio.
Minha boca está transbordando de saliva, pulso batendo em meu
crâ nio enquanto pisco para o rosto dele.
— Você quer que eu pare…?
Seus quadris levantam levemente, procurando minha mã o enquanto
a minha se inclina para ele, nossas coxas pressionadas juntas.
— Uhh... hum...— Ele se atrapalha com as palavras, os sons de sua
respiraçã o ofegante me embalando em transe.
— Eu nã o vou…— Eu digo a ele, com a voz rouca, me rendendo à
sensaçã o de seus golpes tímidos enquanto eu brinco com seu pau de
uma forma que ele obviamente gosta, mas se recusa a admitir.
— Pare de… f-falar, Avi…— ele geme.
A maneira como meu nome sai de sua língua soa diferente agora do
que qualquer outra vez que ele disse isso. É mais suave, mais ofegante,
sim, mas também com um suspiro de luxú ria. Como se seu tom
estivesse revelando mais do que suas palavras jamais revelariam.
Algo sobre isso desperta uma necessidade selvagem dentro de mim;
uma necessidade de persegui-lo e capturá -lo. Para provar a ele que ele
gosta disso, apesar do quanto ele está lutando contra isso.
— Mais forte —, eu exijo em uma respiraçã o. E para minha surpresa,
ele obedece, acariciando meu pau com mais força, puxando-o em sua
direçã o com meus quadris se inclinaram para ele. Montando no alto
dele fazendo o que eu digo, eu resmungo: — Abaixe mais as calças.
E ele faz. Ele usa a mã o esquerda para empurrar a cintura ainda
mais para baixo, contorcendo-se para se libertar. Agora nossos dois
paus estã o totalmente para fora, e eu acho que a curiosidade é demais
para ele ignorar porque seus olhos se abrem, sua cabeça se inclina para
olhar para baixo e ver sua mã o bombear meu pau.
Quando seu olhar semicerrado desliza de volta para o meu rosto,
parece acentuar como somos. E eu nã o posso nem evitar. Como ímã s,
meus olhos caem em sua boca, por apenas uma fraçã o de segundo. Eles
voltam rapidamente, fixando-se em ouro e verde escuros antes de cair
mais uma vez em seus lá bios ú midos e trêmulos.
Sutilidade aparentemente voou pela janela.
— Nã o ...— ele rosna.
— Nã o o quê? — Eu deslizo meu polegar sobre um pouco de
umidade escorregadia na ponta de seu pênis.
Seu peito estremece e ele geme:
— Nem pense nisso, porra.
Posso sentir o gosto de canela em seu há lito, estamos tã o perto.
— No que estou pensando...?
Seu rosto se aproxima, até que nossos narizes quase se tocam.
— Não me beije...
Parece uma ameaça, mas a maneira como suas palavras tremem, a
maneira como todo o seu corpo se sente tenso e enrolado... parece
quase um desafio.
Como se ele quisesse que eu o desafiasse, do jeito que só eu faço.
— Por que eu iria te beijar? — Meu peito está arfando, os olhos
lutando para ficar abertos com o prazer confuso de ele trabalhar meu
pau duro e rá pido em seu punho.
— Apenas... n-nã o —, ele gagueja em uma respiraçã o. E entã o ele
sussurra, tã o baixo que mal ouço. — Por favor.
Isso me deixa louco. Eu nã o tenho ideia do porquê... eu nã o entendo,
mas algo sobre seu apelo suave e estrondoso tem minhas bolas tã o
tensas que estou pronto para entrar em erupçã o. Minha mã o
acompanha o ritmo da dele e a dele da minha. Mesmo indo para a
esquerda, de alguma forma estou apenas perdido neste impulso,
bombeando-o para cima e para baixo enquanto nossos quadris
perseguem o atrito em conjunto.
Estou tonto, uma névoa de desejo me engolindo e controlando meus
movimentos enquanto minha mã o direita cruza, deslizando por seu
peito. Ele rosna em protesto, mas se transforma em um zumbido
carente quando meus dedos roçam sua garganta, entã o sua mandíbula.
E eu mantenho seu rosto imó vel diante do meu, sussurrando em sua
boca quente:
— Eu nã o preciso.
Apesar de toda a raiva, ressentimento e animosidade que ele tem
empurrado até agora, posso senti -lo se inclinando para dentro de mim,
desafiando a si mesmo de propó sito, e isso me deixa louco pra caralho.
Minhas bolas estã o latejando, doendo com a necessidade de gozar, a
queimaçã o dele me empurrando selvagem, me puxando até a borda.
Os dedos de Kyran em sua mã o direita roçam minhas bolas, fazendo
có cegas cada vez que ele desce enquanto sua mã o esquerda voa para
minha camisa, segurando-a em seu punho. Nã o sei dizer se ele está
tentando me afastar ou me puxar para mais perto. Eu nem tenho
certeza se ele sabe, mas o ponto é que estamos praticamente um em
cima do outro agora, guerreando com a velocidade de espancar
vorazmente um ao outro em um frenesi.
— Você vai vir para mim? — Eu suspiro sobre sua boca, meus dedos
deslizando agressivamente em seu cabelo.
Ele acena com a cabeça rá pido, mas nã o fala, reprimindo os gemidos
mordendo o lá bio inferior.
— Diga-me ...— eu falo, segurando meu pró prio orgasmo, porque eu
nã o quero que isso pare ainda.
— Foda-se ...— ele respira, entã o geme, os cílios tremulando.
Minha mã o fica mais lenta.
— Talvez eu devesse parar entã o…
— Nã o, nã o —, ele implora. — Eu... eu vou...
— Vai o quê? — Meus dedos enroscam em seu cabelo macio.
Eu estou indo embora agora... Abandonei toda razã o e tudo que eu
achava que sabia antes deste momento. eu sou segundos de
desmoronar em sua mã o á spera, balançando em seu calor e sua teimosa
necessidade.
— Eu vou... gozar, — ele resmunga, puxando-me para mais perto
pela minha camisa até que eu esteja pairando sobre ele, nossas mã os
batendo juntas na perseguiçã o furiosa. As pontas inchadas de nossos
paus roçam e um grito trêmulo traz palavras roucas de seus lá bios. —
Foda-se... foda-se, Avi... foda-se, eu vou gozar para você.
— Deus, eu vou gozar,— eu resmungo, pressionando meus quadris
para baixo para que nossos paus fiquem juntos e nó s estamos
fodidamente se contorcendo e moendo-os freneticamente. — Venha
comigo.
— Eu vou com você…— ele sussurra, entã o choraminga.
Entã o suspira. Em seguida, geme a porra do barulho mais sexy que
meus ouvidos já ouviram quando o sêmen quente começa a sair dele,
em cima de mim.
Minha mã o, sua mã o, seu pau, meu pau. Está atirando para todos os
lados, nos encharcando e desenhando o meu.
Cabeça girando fora do meu corpo, meu estô mago aperta, e eu me
inclino para frente, mordendo seu lá bio inferior enquanto meu pau
lateja e pulsa em cima de nó s.
Nossos quadris nã o param de se mover, ondulando um no outro
enquanto cavalgamos, gozando em todos os lugares, nossos paus
escorregando e deslizando juntos. Minha feroz mastigaçã o em seu lá bio
se transforma em uma doce sucçã o, testas juntas, respiraçã o ofegante
ecoando em todas as superfícies da sala.
É completamente insano. A coisa mais louca, quente e inesperada
que já aconteceu na histó ria de qualquer coisa.
Mas fracassa rapidamente, como tende a acontecer.
Assim que a euforia do orgasmo passa, nã o estamos mais perdidos
no momento. A realidade nos atinge como um objeto pontiagudo, e
percebemos o que estamos fazendo. Quã o longe isso é de onde
começamos apenas alguns minutos antes.
— Foda-se...— Kyran resmunga, liberando seu aperto em minha
camisa e meu pau, caindo de volta no sofá para ficar longe de mim.
Eu limpo minha garganta e recuo também, balançando a cabeça.
Sacudindo o torpor.
Levantar. Levante-se e desligue a câmera.
Puta merda, a câmera.
Levantando-me tropeçando, corro para desligá -lo antes que ele o
registre enlouquecendo e eu tenha que editá -lo me atacando do vídeo.
Uma vez que está fora, solto um suspiro, puxando minhas calças para
cima. Há esperma em cima de mim. Eu nã o teria nem ideia de quem é.
Isso foi... Que porra é essa??
Isso é o que era. Foi que porra.
— Um... Você pode, — eu começo, parando para limpar minha
garganta porque eu sou muito rouca. — O banheiro é uh... ali. — Eu de
alguma forma consigo apontar em sua direçã o.
Os olhos de Kyran estã o terrivelmente arregalados para alguém que
acabou de gozar de forma explosiva. Mas, para minha surpresa, ele nã o
enlouqueceu, gritou ou investiu contra mim. Ele simplesmente acena
com a cabeça e se esgueira para fora do sofá , puxando as calças para
cima enquanto cambaleia em direçã o ao banheiro.
Ele está lá há muito tempo. Mais de quinze minutos, enquanto estou
limpando, certificando-me de que nã o há esperma no sofá , o que
definitivamente há . Só um pouco, e consigo passar detergente rá pido o
suficiente para nã o deixar uma mancha ó bvia.
Quando ele finalmente sai, estou sentado no sofá , com Seinfeld de
volta como se nada tivesse acontecido. Tentando fingir que está tudo
normal... Como se fossem apenas negó cios, que foi o que combinamos.
Mesmo que meu estô mago esteja virando e se debatendo de uma
forma que parece muito pouco profissional.
Do outro lado da sala, Kyran está pairando, e quando meus olhos
espiam sutilmente em sua direçã o, ele parece completamente
recomposto. Nã o mais amarrotado, o cabelo escovado de volta no lugar.
— Entã o, eu...— ele começa, mas suas palavras ficam presas em sua
garganta, e ele desiste, pisando forte em direçã o à porta.
— Vou te mandar uma mensagem sobre o... — Mas ele se foi antes
mesmo que eu pudesse suspirar a palavra — Dinheiro.
Meu rosto cai em minhas mã os e eu esfrego meus olhos com força.
— Que porra é essa, cara??
Olhando para a esquerda, encontro Robin, ainda enrolada no sofá no
mesmo lugar. Ela está sentada lá o tempo todo, o que traz uma risada
borbulhando dentro da minha garganta.
— Ele é meu meio-irmã o, você sabe...— Eu digo a ela, e ela pisca
para mim, sem entusiasmo.
Meu rosto se inclina para a porta e balanço a cabeça.
Meu maldito meio-irmão ... com quem agora compartilho um
segredinho muito confuso e complicado.
CAPÍTULO DOZE

KYRAN

TheBlarneyBone: Tão doce! Eu quero lamber sua bunda...... e depois socar


aquele buraco de torta de pêssego
MeatMan: Faça de mim seu bichinho de chia e espalhe sua semente em
mim

Distraçã o é algo em que me tornei muito bom ao longo dos anos.


Uma habilidade que aprendi a aprimorar quando era criança.
Suportar coisas que me deixam desconfortável enquanto finjo que nã o
estou é uma forma de arte para você.
A chave é forçar-se a se concentrar em outras coisas. Quanto mais
desconfortável você estiver com o que está evitando, mais precisará
mergulhar na distraçã o.
Acho que é por isso que sempre fui tã o bom na escola. Nã o é que eu
me importe necessariamente com as matérias... Matemá tica, ciências,
histó ria... Nada disso é particularmente excitante para mim. Mas é algo
para se fixar; outra coisa para se perder, como a terra e a pá usadas para
enterrar a coisa que você nã o quer que suba à superfície.
O currículo dos estudos de negó cios de graduaçã o é bastante
complexo e bom. Muitos dos meus companheiros de equipe lutam para
equilibrar os estudos e o futebol, com nosso treinamento rigoroso,
horá rios de jogos e quantas vezes temos que viajar. Mas para eles,
esportes e festas sã o seus focos principais, e para mim ... bem, isso nã o é
o suficiente.
Preencho as lacunas com meus estudos, porque preciso.
Manter a mente distraída o tempo todo. Nunca, nunca pare para
pensar. Porque pensar é ruim.
Pensar leva a lembrar... E lembrar é o inimigo.
A maneira como a luz está atingindo meus livros na mesa de centro
me dá uma ideia, para outra das minhas distraçõ es favoritas. E eu pego
meu telefone, tirando uma foto para postar no Instagram.
O conhecimento é o antídoto para o medo.
-Ralph Waldo Emerson
#BC #vidafaculdade
Postado, fico olhando para a tela por um momento enquanto as
curtidas começam a rolar. Meus olhos voam para o topo e a notificaçã o
de textos nã o lidos mexe com meu estô mago.
Jogo meu telefone na mesa e volto ao meu livro. Distração.
Meus olhos examinam as palavras na pá gina, sem reter nenhuma
delas, pois todas começam a se confundir. Porque esse é o problema da
distraçã o... se a verdade for poderosa o suficiente, ela sempre
conseguirá enfiar a mã o no chã o.
— Harbor! — Guty grita enquanto abre a porta com os braços
cheios. —Você tem correspondência, menino.
Chutando-o para fechá -lo atrá s de si, ele joga as sacolas no balcã o,
fazendo muito barulho enquanto mexe em um monte de coisas que
aparentemente comprou na loja. Eu nã o posso evitar o sorriso que puxa
meus lá bios enquanto eu suspiro e me levanto, alongando a dor de um
treino matinal vigoroso, seguido por sentar no sofá por muito tempo.
— O quê, você comprou a loja inteira? — Eu rio, caminhando para
ver o que ele está fazendo.
— A GNC estava fazendo uma liquidaçã o daquela proteína em pó de
que gostamos —, diz ele, removendo grandes potes das sacolas de
compras. —Temos suplementos, pastilhas de potá ssio… Todas as coisas
boas.
Minha sobrancelha se ergue.
— Você comprou alguma comida de verdade?
Ele sorri e puxa um pacote gigante de carne seca.
eu tenho que rir. Guty é um personagem assustador. Ele é
barulhento e louco, e um dos melhores jogadores de futebol com quem
já tive o prazer de jogar. Ele também nã o consegue ficar parado, nunca,
o que é conveniente para ele porque ele é um daqueles caras que adora
malhar.
Somos praticamente melhores amigos, mas também somos
incrivelmente competitivos, o que significa que, quando malhamos
juntos, geralmente acabamos quase nos matando. Sua piada constante é
que ele tem o melhor corpo do time. Mas isso nunca foi provado.
— Você sabe que nã o pode consumir apenas proteína, certo? — Eu
sorrio, e ele sorri com um de seus sorrisos Colgate para mim.
— Tem salada de couve na mini geladeira,— ele murmura, batendo
com o dedo em um envelope que deixou cair no balcã o. — Isso é seu. É
do escritó rio de habitaçã o.
Todos os traços de diversã o desaparecem do meu rosto quando
pego o envelope, prendendo a respiraçã o enquanto o rasgo. Posso
sentir Guty me observando, entã o me viro para ler o que diz.
É uma conta para a habitaçã o do pró ximo semestre. Oito mil
setecentos e oitenta e dois dólares.
Por cinco malditos meses.
Esta é a América.
Fechando os olhos, lembro-me de respirar, puxando um longo e
segurando-o enquanto passo a palma da mã o sobre o rosto. Eu sabia
que isso ia acontecer... nã o posso estar muito chocado com isso, mas
ainda assim. Ver esse nú mero impresso é bastante impressionante.
A carta anexa está cheia de coisas que eu já sei, explicando o fato de
que minha bolsa nã o cobre moradia. Vou precisar fazer meu primeiro
pagamento no pró ximo mês para ficar no Residência Walsh. Eles
oferecem um plano de pagamento, que ainda é superior a dois mil por
mês. E isso é só para me ajudar no segundo ano.
O primeiro ano virá com uma conta muito maior.
— Tudo certo? — Guty pergunta, e meus olhos se abrem.
Dobro a carta e a enfio no bolso de trá s, virando-me para encará -lo
com um sorriso que esconde todo o meu estresse e incerteza. É um
bom. Eu tive anos de prática.
— Sim. Apenas confirmando algumas coisas de minhas bolsas. Você
recebe alguma daquela coisa de recuperaçã o muscular que você estava
me contando? Eu mudo de assunto rapidamente.
Seus olhos se estreitam, como se ele pudesse suspeitar que estou
escondendo algo. Mas, felizmente, ele nã o insiste nisso. Apenas tira um
cacho de bananas da sacola e sorri.
— Você sabe disso, Nueve. Vou preparar alguns shakes agora. Faça
essas armas estourarem! É dia de jogo, querido!
Ele começa a andar pela sala, jogando as coisas no liquidificador
enquanto eu rio e balanço a cabeça. Mas nã o demora muito para o
sorriso sumir e o sufocamento da realidade sugar o oxigênio dos meus
pulmõ es.
Esses textos... eu sei que provavelmente deveria lê-los. Estritamente
no que se refere à minha situaçã o atual. Evitar só funciona se você tiver
o luxo de afastar a realidade. E eu nã o.
Eu preciso de mais dinheiro. Como agora.
Os depó sitos de Venmo que recebi de Avi estã o funcionando como
um forro de prata bastante decente para a confusã o e insegurança
paralisantes que tenho ignorado desde a noite em seu dormitó rio. Já se
passou uma semana desde que aconteceu, e estou usando todas as
medidas de negaçã o e distraçã o que possuo para nã o pensar no que
fizemos, por isso nã o li nenhum de seus textos.
Eu nã o preciso saber o que ele está dizendo... E eu realmente prefiro
nã o lidar com ele se nã o for necessá rio. Mas o fato é que, apesar de
quã o terrível foi a experiência, ela fez exatamente o que deveria…
Agora tenho dinheiro suficiente para pelo menos metade da minha
conta de habitaçã o para o pró ximo semestre, o que é inacreditável.
Claro, relembrar a névoa daquela noite faz com que a bile suba pela
minha garganta sempre que as memó rias ficam fortes demais até
mesmo para mim e minhas habilidades épicas de evitar subjugar. Mas
isso é apenas por causa do que aconteceu. Foi tã o fora do reino do que
eu já fiz antes... Isso me jogou em um loop ó bvio.
Nã o estou interessado em ficar com rapazes. Eu nã o quero que eles
toquem meu pau, ou pressionem seus corpos contra o meu...
Sussurrando coisas sobre meus lá bios enquanto eles me arrastam para
ridículos e indesejados orgasmos de arrepiar.
Este nã o sou eu. Eu nã o sou gay, nã o importa o quanto as pessoas
online queiram que eu aja como se fosse.
E no que diz respeito ao meu meio-irmã o idiota, bem... Acho que ele
estava certo, de certo modo. Fazer o que fizemos definitivamente
cumpriu o que nos propusemos a fazer. Isso nos rendeu dinheiro.
Infelizmente para mim e minha retidã o, preciso de mais. Muito mais, se
eu quiser continuar morando no campus e assim preservar minha bolsa
de futebol e meu inevitável campeonato.
Entã o aqui estou eu, confortavelmente encaixado entre uma rocha e
um lugar gay. E eu só sei que Avi tem me enviado mensagens de texto
com todo tipo de bobagem sobre como o vídeo foi bem e o quanto os fã s
agora estã o implorando por mais…
Eu me sinto como uma profissional do sexo relutante que acabou de
aceitar meu primeiro maço de dinheiro sujo e vergonhoso. Detesto a
ideia de ficar sozinho com o Avi de novo, com aquela câ mera gravando...
Mas, ao mesmo tempo, sei que ele estava certo e o desprezo ainda
mais por isso. Esta parece ser a ú nica maneira de obter a quantia de
dinheiro de que preciso, tã o rá pido quanto preciso.
— Você quer isso…
Apertando meus olhos fechados, eu engulo a saliva enchendo minha
boca.
— Tudo bem gostar, sabe…
— Ei...— A voz de Guty corta as palavras sussurradas na minha
cabeça, e eu me encolho. — Você está certo? — Ele está olhando para
mim com a testa franzida.
Endireitando-me, empurro tudo para baixo, deslizando o plá stico
brilhante da minha má scara de volta no lugar.
— Sim, estou bem. — O sorriso falso é tã o difícil de segurar à s vezes
que todo o meu corpo quer entrar em colapso. — Só estou pensando
naquela defesa do Duke…
O olhar de preocupaçã o de Guty se transforma em um sorriso
arrogante. — Nã o se preocupe, amigo. Hoje à noite, vamos exorcizar
esses Blue Devils de volta para a Carolina do Norte, onde eles
pertencem.
Ele pisca para mim e eu rio. Na superfície.
Por baixo, nã o há nada além de uma dúvida purulenta.

***

— Tudo bem, ouça! Está tudo alinhado para nó s. Só precisamos nos


concentrar.
A voz do treinador soa alta sobre o barulho da multidã o.
— Gutierrez pode escapar de seu controle, eu sei que ele pode. Mas,
por via das dú vidas, quero que o resto de vocês ganhe o má ximo de
jardas possível. Eles podem tentar cobrir todos vocês, mas nã o vai
funcionar. — Ele aponta um olhar sério para mim. — Harbor, mira.
Mostre a eles quã o alto as á guias voam.
Ele me dá um tapa nas costas e eu aceno com a cabeça, com minha
mente correndo como uma cachoeira e parada como um lago. Há tanta
coisa acontecendo neste jogo, a adrenalina e os nervos enrijecendo
meus mú sculos.
Luzes brilhantes, barulho caó tico, todos os olhos em nó s. É estresse
suficiente para esmagá -lo se você permitir.
Mas nã o vou.
A pura loucura de tudo de alguma forma desaparece no fundo, como
se houvesse um escudo protetor ao meu redor. É meu controle; a
disciplina da minha contençã o. Aproveitando cada fragmento de caos
que me cerca e usando-o como combustível.
Não vou deixar que me empurrem para baixo.
Eu não vou deixá-los ganhar.
— Vamos! — O treinador grita enquanto os segundos do nosso
tempo limite passam. — Eles estã o esperando que corramos, para fazer
o jogo ó bvio para o gol de campo. Nã o está acontecendo. Vamos porra !
Ele recua, entã o grita rapidamente em seu sotaque de comando usual,
— Eagles em três. Um dois três...
Todos gritam:
— Eagles!— Entã o nó s quebramos.
E está de volta ao jogo.
Faltam menos de dois minutos para o fim do jogo e estamos
perdendo por três pontos. Duke veio preparado. Eles têm
correspondido à nossa energia durante todo o jogo. Cada vez que
marcamos, eles marcam, deixando nossa defesa com a cabeça girando
cada vez que a bola está nas mã os do Duke. Estou confiante de que
posso nos colocar na liderança agora..., mas entã o meus companheiros
precisarã o segurá -los para esgotar o tempo.
Perder este jogo não é uma opçã o. Duke tem sido quase imparável
nesta temporada - quase sendo a palavra-chave. Se os vencermos agora,
podemos garantir sua vaga nos playoffs.
Seu quarterback, Devon Lancaster, é uma potência. Somos
constantemente comparados uns aos outros, nossas estatísticas sã o
quase idênticas. Entã o, para mim, vencer este jogo finalmente me
colocaria no topo para sempre.
Eu preciso dessa vitó ria. Preciso provar que estou fazendo a coisa
certa.
No campo, quase posso sentir as arquibancadas vibrando ao meu
redor. Marrom e dourado brilham nas bordas da minha visã o, assim
como o movimento de um certo mascote que eu propositadamente
ignorei a noite toda.
Só de saber que ele está ali, minhas mã os se fecham enquanto
aguardo o estalo. Ele está pulando enquanto o reló gio do jogo faz a
contagem regressiva, e meu queixo estala.
Quatro… três… dois…
O tempo pá ra antes de voltar a acelerar em um instante. Eu recebo a
bola e dou um passo para trá s, os olhos focados em Guty. Eles estã o em
cima dele, o que obviamente tem sido a tá tica deles durante todo o jogo.
Para cortar nossa conexã o.
Mas eles estã o jogando muito perto do peito, deixando um de
nossos outros recebedores, Tim Fellows, aberto para correr. E ele faz.
Ele avança pelo campo e eu lanço a bola em sua direçã o. É um
overshot… Um que Guty navegaria facilmente, sendo o cara mais rá pido
que eu já vi. Mas Fellows tem que correr como se sua vida dependesse
disso para alcançar a bola.
Prendo a respiraçã o, observando-a cair enquanto seus braços se
estendem. Mas sinto falta do que acontece quando sou jogado no chã o.
Saindo de debaixo de um dos guardas de Duke, eu bato em sua mã o
enquanto ele tenta me ajudar a levantar, pulando de pé ao som de vivas
e uivos.
Os companheiros pegaram. Ele pegou a bola e está correndo,
mergulhando em direçã o à end zone.
Meu coraçã o está na garganta, a respiraçã o rasa, enquanto ele evita
ser agarrado por pouco e passa por cima da linha antes de cair no chã o.
— Foda-se sim! — Eu rugo, e a multidã o vai à loucura quando o
á rbitro diz.
Aterragem!
Estamos todos enlouquecendo, os jogadores dos Eagles pulando e
gritando para igualar o barulho nas arquibancadas. Todo mundo está
pirando, porque parece que vamos ganhar essa coisa!
Mas ainda falta um minuto no reló gio. E do jeito que Duke tem
jogado a noite toda, eu sei que Lancaster vai tentar outro touchdown ao
mesmo tempo em que esgota o tempo, entã o nã o tenho a oportunidade
de voltar ao campo.
Está tudo em nossa defesa, o que significa que nã o posso controlar a
situaçã o. Como uma coceira logo abaixo da superfície da minha pele.
Theo acerta o ponto extra, o que é ó timo, mas ainda nã o me acalma
enquanto saio do campo, ouvindo o treinador gritar coisas para os
linebackers. Dando tapinhas nas costas de Fellows, resmungo:
— Bom trabalho, garoto.
Ele tira o capacete, sorrindo para combinar com o meu. Animado,
mas também tenso. Porque nó s dois sabemos que nã o estamos fora de
perigo.
— É assim que você sempre joga para Guty??— ele brinca sem
fô lego enquanto esguicha á gua de sua garrafa na boca. — Porra do
Stretch Armstrong.
Eu rio e dou um empurrã o nele.
— Você conseguiu.
Tirando meu capacete, eu me jogo hesitantemente no banco,
tomando um pouco de á gua enquanto meus olhos permanecem fixos no
campo. Meu joelho está quicando enquanto observo Lancaster,
tentando lê-lo... Antecipe seu pró ximo movimento.
Mas algo me distrai. Uma forma grande e idiota na minha visã o
periférica.
Meus dentes rangem e eu ignoro, embora eu possa senti-lo se
aproximando, vindo direto para mim enquanto o wide receiver de Duke
pega o punt na linha de vinte jardas. Eles se posicionam em formaçã o
com cinquenta segundos no reló gio, e é o momento da verdade.
Aí está o estalo. Lancaster tem a bola, mas nossos caras estã o
fodendo em todos os lugares . Ele acaba entregando e eles mal ganham
meio metro.
— Foda-se, sim, — eu rosno, meus olhos correndo para a direita. —
Afaste-se de mim, por favor.
— Arremesso infernal, — a voz abafada de Avi vem de dentro da
á guia.
— Ah, foi? — Eu murmuro, tentando o meu melhor para ignorá -lo e
assistir ao jogo. Os nervos estã o latejando em meu estô mago com tanta
força que sinto como se fosse vomitar.
Vamos! Vamos. Nós temos isso.
— Acho que foi...— Avi se senta ao meu lado, e eu me afasto. —
Desde que marcamos pontos e tudo.
Meu rosto se inclina em sua direçã o e eu dou a ele um olhar que é
meio perplexo e meio mortificado, do qual ele ri. Quero dizer, rindo
como Baldwin, a Águia, batendo as luvas nos joelhos e tudo mais.
— Estou só brincando, Jesus…— ele resmunga ao ver meu rosto. —
Eu entendo de futebol. Eu nã o sou um completo idiota.
— Qualquer que seja. — Eu balanço minha cabeça. — Apenas cale a
boca. Este é o momento mais estressante da minha vida. Nã o quero
ouvir você tagarelando como um idiota.
— Rawr… Sassy ,— ele cantarola, e meus dedos cavam no banco
enquanto eu luto para ignorá -lo, boquiaberto do lado de fora na terceira
descida de Duke, quatro jardas para ganhar para a primeira.
— Vamos, vamos…— Estou sussurrando para mim mesmo sem
parar, recitando minhas oraçõ es aos deuses do futebol.
O reló gio do jogo faz a contagem regressiva e eu espio para
encontrar o joelho de Avi balançando da mesma forma que o meu. Eu
estreito meu olhar para ele, mas sua atençã o parece estar no campo
agora também. Como se talvez ele se importasse um pouco com o jogo...
Um apito soa e meu rosto volta para o campo. A bola está no ar.
Eu salto para os meus pés. Lancaster acabou de lançar um profundo
em seu running back, nú mero dezoito, na nossa linha de 25 jardas.
Os braços do cara se estendem e meu estô mago afunda.
A bola dança na ponta dos dedos. Meu coraçã o para.
Mas entã o nosso cornerback, Matt Naruto, voa do nada, atacando as
pernas de Dezoito antes de ter uma pegada completa.
E a bola está solta no campo.
Um suspiro coletivo ressoa ao meu redor, os fã s dos Eagles gritando
imediatamente nas arquibancadas. Claro que as bandeiras sã o lançadas,
e agora nã o consigo ver merda nenhuma. Todo mundo está
mergulhando em cima da bola. É uma bagunça.
Quando o á rbitro finalmente interrompe o jogo, a bola está em
nossas mã os. E ele chama.
— Atrapalhe-se! Recuperaçã o, Eagles
— Sim! — Meus braços voam no ar.
Avi pula e faz o mesmo, todos ao nosso redor levantando os punhos
e comemorando, comemorando a recuperaçã o da bola faltando 28
segundos para o final do jogo.
Nós vencemos, porra!
— Nó s vencemos, porra. — Deixo escapar um suspiro quando Avi
agarra meus ombros e me sacode.
— Sim, vadia! — ele grita, e eu nã o posso deixar de rir.
— Harbor! Vamos ganhar essa porra. — O treinador me empurra
para o campo, todos nó s gritando, chorando e rindo de alívio. Isso foi
uma loucura!
Entro em campo, muito longe para tentar qualquer coisa e arriscar.
Entã o, em vez disso, nos ajoelhamos e o jogo acaba.
Nós vencemos, porra. Vencemos o Duke!
A multidã o está absolutamente louca, assim como nossa equipe.
Estamos todos nos empurrando, a testosterona realmente voando. Este
foi um grande problema.
Mais uma vitória e vamos para os playoffs.
— Ei, bom jogo, cara. — Devon Lancaster se aproxima para apertar
minha mã o e, com um sorriso humilde, aperto suas costas direitas.
— Você também.
Observando-o se afastar, tenho que acenar com respeito. O cara é
um ato de classe. Nem todo mundo perde tã o graciosamente. Eu sei que
ele provavelmente estará de mau humor sozinho esta noite, analisando
demais cada movimento e oportunidade perdida. Eu sei, porque é isso
que eu faço.
Mas no campo, você mantém a cabeça erguida.
Nã o vou dizer que nã o xinguei e joguei meu capacete antes. Mas eu
nã o suporto os caras que falam merda para o outro time. Nã o ajuda e só
faz você parecer um bebê.
Vadeando por todos os corpos, eu faço meu caminho de volta para a
lateral, e vou entender, Avi vem até mim novamente, arrancando a
cabeça de sua fantasia.
— Isso foi incrível, Ky. — Ele sorri.
Esguichando á gua na minha boca, eu engulo, entã o bufo, —
Obrigado.
— Olha, eu meio que preciso falar com você —, ele murmura, baixo
o suficiente para que eu mal possa ouvi-lo com todo o barulho.
Meus mú sculos enrijecem, olhos furtivos em sua direçã o.
— Agora realmente nã o é a hora…
— Nã o eu sei. Mas você nã o leu nenhum dos meus textos. Ele
continua empurrando. — Eu só queria...
— Nã o me importo, — eu rosno. — Vá embora, Avi.
Afastando-me dele, congelo ao ver Lexi galopando em nossa direçã o.
Oh Deus, aqui vamos nós.
— Querido! Que jogo! — ela grita, lançando-se para mim.
Ela pula em meus braços e, como um reflexo, eu a pego. Suas pernas
envolvem minha cintura e meus olhos se arregalam, assustados com o
jeito que ela está agindo como se fosse minha namorada. Eu nem a vejo
há semanas.
Enquanto isso, Avi está olhando para nó s, sobrancelha arqueada
enquanto Lexi apimenta meu pescoço com beijos. E porque eu odeio
totalmente o olhar de cumplicidade em seu rosto detestável, decido
agarrá -la pelo queixo e beijá -la.
É para se exibir, o que parece ó bvio até para mim, mas isso nã o
impede Lexi de enfiar a língua na minha boca e realmente me deixar
levar. Eu ouço algumas pessoas murmurando ao nosso redor, gritando
para o quarterback e a líder de torcida se beijando depois de uma
grande vitó ria como se estivéssemos em algum tipo de comédia
româ ntica.
Olhando atrá s de Lexi enquanto seus lá bios se movem nos meus, eu
pego Avi revirando os olhos, balançando a cabeça enquanto ele se
afasta. Assim que ele está fora de vista, afasto minha boca da sucçã o
incessante de Lexi, colocando-a de pé enquanto me afasto.
Ela passa as mã os pelo meu peito.
— Você quer vir e comemorar?
Meus olhos voam mais uma vez na direçã o que a á guia acabou de
seguir. — Eu estou uh... eu estou meio cansado. — Eu espio para baixo
para encontrá -la mordendo o lá bio.
— Você sabe, eu sou uma massagista muito boa...— Seus olhos
brilham.
Claro, provavelmente seria ó timo ... Fodendo a garota gostosa depois
dessa vitó ria. Além disso, é o que se espera que eu faça. Faz sentido.
Entã o eu aceno lentamente e digo,
— Eu preciso estar com a equipe agora, — me afastando de seu
toque. —Só um pouco. E entã o eu passarei por aqui.
Ela sorri para mim.
— Tudo bem, sexy. — Ela fica na ponta dos pés para beijar meus
lá bios rapidamente, sussurrando: — Estarei esperando por você.
Engulo em seco e forço um sorriso, aproveitando a oportunidade
para fugir dela, desaparecendo na multidã o de meus companheiros de
equipe, todos turbulentos com a emoçã o da vitó ria.
Caminhamos juntos de volta para o vestiá rio enquanto meus
pensamentos giram. Eu sei que provavelmente nã o é certo enrolar
Lexi... Tenho plena consciência de que nã o tenho sentimentos reais por
ela. Mas ficar com líderes de torcida gostosas é o que fazemos. Tenho
certeza de que aliviaria qualquer estresse persistente de toda a coisa
com Avi e meu trabalho secreto, por falta de uma palavra melhor, que
nã o me faz querer me esfaquear no cérebro.
Mas, mesmo assim, enquanto tomo banho no vestiá rio, nã o consigo
evitar que minha mente divague para o meu telefone no armá rio. E as
mensagens nã o lidas do meu meio-irmã o.
Por que estou pensando nisso? Acabei de ganhar um grande jogo. Eu
deveria estar comemorando ficando bêbado com meus companheiros de
equipe e deixando líderes de torcida peitões me esfregarem... o dinheiro
que preciso para permanecer no time e a maneira vergonhosa que escolhi
para angariar esses fundos.
Saindo do chuveiro com uma toalha em volta da minha cintura, eu
permaneço na frente do meu armá rio enquanto o resto dos caras se
vestem rapidamente.
— Ei, você vem, Nueve? — Guty me pergunta, juntando suas coisas
para sair com Theo e Naruto. — Temos uma festa para fazer, cafetã o!
Eles cumprimentam um ao outro, rindo e batendo nas costas um do
outro.
— Sim, totalmente. — Eu sorrio para eles. — Estou bem atrá s de
você.
Eles saem, trazendo o barulho estridente com eles até que eu esteja
sozinha em um vestiá rio silencioso com minha curiosidade aguçada. Eu
só preciso ver…
Acabar com isso. Leia os textos para ver o que diabos ele quer e
encerre o dia.
Desbloqueando meu telefone, abro as mensagens de Avi. Ele tem me
enviado mensagens de texto nos ú ltimos dias e eu nem sequer olhei
para uma ú nica. Até agora.
Avi: te mandei $$
Avi: Mandei mais.
Avi: Ok mucho dinero, superstar. Está rolando mesmo…
Avi: Só pensei que você gostaria de ver alguns dos
comentários…
Há uma foto anexada; uma captura de tela dos comentá rios de sua
conta OnlyFans. Meu piscar torna-se rá pido enquanto eu os leio...
Vá rios estranhos na internet me chamando de sexy e lindo e gostoso
pra caralho . DMs dos fã s de Avi pedindo mais, oferecendo ainda mais
dinheiro por mais conteú do… E minha cabeça está girando.
Avi: Não preciso te dizer o que isso significa...
Avi: Eu sei que você está me ignorando de propósito, mas se
você pensar nisso objetivamente... Poderíamos ganhar o
suficiente para os próximos dois anos.
Avi: É um negócio, Kyran. Você realmente vai jogar fora esta
oportunidade porque é um pouco estranho...?
Meu estô mago se contorce em um nó . Eu odeio que ele esteja certo.
Eu odeio que ele sinta que sabe todas as respostas, e eu odeio a ideia de
dinheiro controlando o que eu faço.
Mas é a triste verdade da minha situaçã o. Se eu quiser continuar do
jeito que estou, com esse time, vencendo e construindo meu pró prio
legado, algo que me pertence, entã o preciso me animar e engolir
minhas apreensõ es.
É uma merda que meu meio-irmã o detestável esteja atrá s do
volante dessa coisa? Foda-se, sim. Porque ele está certo...
definitivamente é estranho. Nã o quero mais coisas como o que
aconteceu outro dia no dormitó rio dele...
Mas querer é um luxo que, como a maioria das coisas, simplesmente
nã o posso me dar ao luxo.
Entã o, com esse pensamento e a imagem de ainda mais depó sitos de
Venmo cha-ching em meu cérebro, eu me visto e saio do está dio.
Mas, em vez de voltar para o meu dormitó rio, vou para o Thomas
More Apartments. Sala 446.
Fora de sua porta, meus olhos movem-se para cima e para baixo no
corredor, certificando-se de que nã o há ninguém por perto antes de
bater. Eu ouço um barulho vindo de dentro, e quando a porta abre uma
fresta, eu encontro olhos azul-acinzentados ondulando com confusã o
assustada.
Eu empurro meu caminho por ele para dentro.
— Sim claro. Apenas entre... Sinta-se em casa, — Avi murmura
sarcasticamente.
Girando para encará -lo, resmungo:
— Estou seguindo seu conselho, espertinho. — Ele levanta uma
sobrancelha. — Olhando para isso objetivamente…
Parado na minha frente por um momento, ele pisca e engole
visivelmente antes de dizer:
— Ok. Entã o... o que vem depois?
Eu dou de ombros, ignorando a incerteza corrosiva em meu
estô mago.
— Eu acho... nó s começamos a trabalhar.
Avi solta um suspiro que parece um pouco instável, puxando um
baseado de trá s da orelha e acendendo-o.
— Para referência futura, um pequeno aviso seria apreciado.
Minha cabeça se inclina para ele.
— Por quê? Você tem algum plano? Além de fumar estú pido, quero
dizer…
— Talvez —, ele resmunga. — Você nã o sabe o que eu faço com meu
tempo. E se eu fosse sair?
Ele dá uma longa tragada, soprando a fumaça pungente em minha
direçã o. Meu rosto se contrai em desagrado enquanto eu aceno para
longe.
— Sim, bem... estou sacrificando meu tempo livre para estar aqui
também. Entã o supere isso.
— Eu me sinto muito especial. — O sarcasmo marca seu tom
enquanto ele anda pela cozinha.
Examinando-o brevemente, meus olhos captam o que ele está
vestindo... Calça de moletom cinza, uma regata preta justa e um boné
dos Yankees para trá s. À primeira vista, Avi parece um atleta. Nã o quero
elogiá -lo nem nada, mas ele está inesperadamente em forma. Nunca o
vi malhar, e ele come junk food como se tivesse medo de que os poços
de gorduras trans secassem. No entanto, ele é todo curvas e inclinaçõ es
de mú sculos definidos. Uma manga cheia de tatuagens no braço direito
e mais espalhadas em outros lugares…
Deixando isso de lado, eu empurro meus pensamentos
preocupantes para o fundo da minha mente, observando enquanto Avi
apaga seu baseado e entã o derrama o licor em dois copos individuais.
Suas unhas sã o pintadas de preto lascado, algumas marcas de tinta nos
nó s dos dedos que provam que ele nã o é, de fato, um atleta, apesar de
como ele está vestido e da aparência de seu corpo.
Ele é um personagem bizarro... Um nerd que nã o é bom na escola.
Um garoto emo que sorri o tempo todo. Um artista com mais mú sculos
do que alguns dos caras da minha equipe.
Ele é uma aberraçã o, e acho que sua personalidade aleató ria é o que
me faz nã o gostar tanto dele. Mais do que o fato de que ele apareceu do
nada e entrou na minha vida como se fosse tã o fá cil, quase impossível
de definir, e eu odeio isso.
Quero poder ler as pessoas... saber quais sã o suas intençõ es. Eu
gosto dos meus humanos transparentes. E Avi é uma massa turva de
complexidades opacas.
Aproximando-se, ele me entrega o copo. Ele levanta o dele para o
meu, e eu dou um tapinha apá tico antes de rebater o tiro. A bebida
aquece minha garganta, queimando meu esô fago e, com sorte,
trabalhando rapidamente em minha corrente sanguínea para ajudar a
embaçar minha consciência.
Posso precisar levar uma surra toda vez que colocar os pés neste
lugar... Não quero saber aonde isso vai dar.
Alcançando a garrafa, eu me sirvo um pouco mais, os olhos
deslizando para a sala de estar. O sofá me lembra de estarmos nele da
ú ltima vez que estive aqui... E a mão do meu meio-irmão se enrolou em
volta do meu...
— Onde está a coisa...? — Minha voz sai estrondosa, jorrando
palavras para me distrair da maneira agitada que meus nervos estã o
sacudindo. — O tripé ou o que quer que seja…
Avi fica quieto por um momento e, quando o espio, o vejo me
observando, curiosamente atento; a maneira como alguém pode
observar um cachorro que acha que pode mordê-lo.
— No quarto —, ele responde, tomando lentamente um gole de seu
copo.
Balançando a cabeça, eu me forço a fazer um movimento relutante,
vagando na direçã o de seu quarto. Infelizmente, estar dentro de casa só
aumenta minha ansiedade.
O quarto dele é um pouco maior que o meu, igualzinho com duas
camas e duas escrivaninhas, embora seja ó bvio que só uma de cada
estã o atualmente em uso. A cama de Avi está toda amarrotada, com
lençó is e roupas de cama espalhadas, suas roupas e pertences cobrindo
a cama oposta. Nã o estou nem um pouco surpreso com o quã o
bagunçado ele é, já que moramos na mesma casa por anos.
Graças a Deus nunca dividimos um quarto. Eu provavelmente me
mataria. Dividir o banheiro com ele já era uma dor de cabeça suficiente.
A aparência de nossas pias era como um portal entre o mundo real e o
mundo bizarro. A limpeza extrema encontra o caos puro.
Entrando furtivamente na sala, dou uma espiada nos papéis
espalhados por toda a mesa, desenhos de pessoas, rostos e cenas
diferentes. O detalhe é meio incrível, mas nã o quero insistir nisso...
Especialmente quando ouço seus passos nus entrando na sala atrá s de
mim.
— Entã o... sem colega de quarto? — Eu pergunto, tomando um gole
do meu copo. — Tipo, em tudo?
Ele caminha até o tripé, mexendo com uma câ mera de vídeo. Isso é
novo... A visã o disso faz meu estô mago subir até a garganta.
— Acho que nã o…— Ele suspira e dá de ombros. — O cara nunca
apareceu.
— Isso é bom. — Meus olhos voam para os dele. — Quero dizer, por
isso. Privacidade…
Jesus, isso é estranho pra caralho. Esfregando a nuca, tomo um gole
maior de bebida. Por favor, trabalhe mais rápido…
Avi nã o diz nada. Ele simplesmente se joga na cama, colocando a
xícara no chã o enquanto se reclina sobre os cotovelos. Estou aborrecido
por ele sempre parecer muito mais relaxado do que eu. Ele está
perpetuamente despreocupado... e nã o sei dizer se é um sintoma de sua
ingestã o ininterrupta de maconha, ou se ele realmente nã o se importa
com nada.
Acabo mudando de lugar por alguns momentos pesados, enquanto
Avi fica lá , mexendo em seu esmalte como se tivesse todo o tempo do
mundo e nenhuma das preocupaçõ es com as quais estou lutando.
Finalmente avançando, sento-me na cama aos seus pés, sugando o resto
da minha bebida.
— O esmalte faz parte da sua imagem anti-sistema ou algo assim?—
Coloco meu copo vazio no chã o.
— Se isso faz você se sentir melhor —, ele bufa.
— Eu nã o sinto nada sobre isso...— resmungo. — Só estou puxando
conversa.
Seus olhos pousam nos meus.
— Você veio aqui para conversar ou estamos trabalhando?
Minha mandíbula se fecha.
— Perdoe-me por precisar me preparar para isso ... Nã o estou tã o
interessado em experiências bissexuais quanto você, aparentemente.
— Deus, você está tenso.— Ele deixa cair a cabeça para trá s no
travesseiro com uma risada ofegante. — Quanto mais pressã o você
colocar, mais estranho vai ser.
Eu olho para ele.
— Bem, que porra você sugere? Devo apenas mergulhar em cima de
você? Nã o estou atraído por você, Avi.
Seu queixo se inclina enquanto ele aponta um olhar estreito para o
meu rosto que traz um calor indesejado subindo pelo meu pescoço.
Deve ser a bebida.
— Você nã o está ? — Sua sobrancelha arqueia, e eu balanço minha
cabeça com firmeza. — Nem um pouco...?
— Nã o. — Meus dentes rangem quando ele se senta.
Puxando a camisa sobre a cabeça, ele a joga para o lado, e posso
sentir meu pulso acelerando com meus nervos. Eu desprezo essa reaçã o
porque nã o faz sentido.
Nã o quero ficar nervoso perto dele... nã o quero que ele pense que é
porque gosto de fazer isso.
Eu não.
— Entã o você deve ser um ó timo ator. — Os lá bios de Avi se curvam
no canto, em uma de suas estú pidas covinhas. — Abandone o futebol e
você pode ser o pró ximo Jake Gyllenhaal.
A frustraçã o tensiona meus mú sculos.
— Você nã o está tornando isso mais fá cil, idiota.
Ele se inclina para mais perto, deixando cair a mã o sobre meus
quadris até me prender no lugar. Eu tento fugir, mas nã o há para onde
ir, e agora meu pulso está realmente batendo dentro do meu crâ nio.
— Se estamos fingindo ou nã o pelo dinheiro, você nã o pode negar
que escapou, Kyran, — ele murmura. — Eu estava lá . Eu vi.
— Isso nã o significa nada...— Eu me forço a nã o me concentrar no
calor de repente me assando dentro dessa bolha de tensã o, seu há lito
de açú car e canela, ou seu cheiro, como cravo, erva daninha suave e algo
familiar que nã o consigo definir. meu dedo.
Eu nã o quero colocar meu dedo nisso. Só quero passar por isso o
mais ileso possível para poder continuar na escola.
Foco. Pense no dinheiro.
Ele parece ter mais uma centena de comentá rios espertinhos na
ponta da língua, mas os mantém contidos, levantando a mã o e
movendo-a lentamente até o zíper do meu moletom. Nossos olhos se
encontram e suas sobrancelhas se erguem sutilmente, como se ele
estivesse fazendo uma pergunta.
Uma pergunta para a qual minha boca quer gritar um retumbante
não , mas, em vez disso, meu queixo balança em um pequeno e inquieto
aceno de cabeça.
Ele puxa o zíper para baixo, observando enquanto ele desce. Entã o
ele empurra o tecido dos meus ombros e, por mais que eu nã o queira,
eu o ajudo a tirá -lo. Respirando fundo, puxo minha camiseta sobre a
cabeça antes que ele tente fazer isso por mim, porque realmente nã o
quero que pareça que ele está me despindo...
Mas entã o seu dedo indicador traça uma linha ao longo da minha
cintura, onde a faixa da minha cueca é visível por baixo da minha calça
de corrida.
Eu agarro seu pulso em minha mã o.
— O que você pensa que está fazendo?
— Estou tocando em você, Kyran, — ele cantarola, a impaciência
emoldurando seu tom. Algo sobre isso causa có cegas indesejadas na
boca do estô mago que me fazem sentir mal. — Você nã o quer que eu?
— Nã o —, eu rosno. — Eu nã o.
Sua cabeça se inclina e ele pisca conscientemente para mim.
— Entã o por que você está aqui?
Meus lá bios se separam, mas nã o tenho resposta. Nã o há como fazer
isso sem que ele me toque. É a triste verdade dessa situaçã o fodida.
Entã o engulo ainda mais inquietaçã o, solto seu pulso e tiro meus
sapatos, deixando-os bater no chã o.
— Você chegou aqui bem rá pido depois do jogo…— ele sussurra,
deixando cair a mã o na minha coxa. Minha garganta está toda seca e
á spera. — Acho que aquele beijo com a Barbie líder de torcida nã o foi a
lugar nenhum...?
— P-por que você se importa? — Eu odeio como as palavras saem
gaguejando da minha garganta deserta.
Ele dá de ombros sutilmente, aquela maldita mã o rastejando em
direçã o à minha virilha. Meu coraçã o está martelando, sacudindo
minhas costelas enquanto me sento, congelada, observando-o como
uma cobra venenosa. Mas ele desvia seu caminho, movendo-se para o
meu abdô men, seus dedos pastando suavemente em minha trilha feliz
até que eu vacilo.
— Apenas imaginando...— Sua voz é um sussurro rouco. A câ mera
pode nem captá -lo. — Se você já veio, ou se isso vai acabar muito mais
rá pido.
— Eu estarei imaginando que estou com ela de qualquer maneira,
— resmungo.
A mentira tem um gosto amargo na minha língua. Na minha cabeça,
é a verdade. Mas nã o parece assim, e meu estô mago revira. Eu sinto que
Avi pode dizer que estou mentindo, embora eu nã o tenha certeza de
como, mas isso está me deixando ainda mais confuso.
— Ó timo. — Seus dedos traçam as linhas do meu abdô men. — O
que quer que você tenha que fazer, superstar.
De repente, ele agarra meu antebraço e cai para trá s, puxando-me
até que ele esteja deitado de costas e eu esteja em cima dele. Eu vou me
afastar, mas ele me agarra com mais força, movendo meu braço até que
minha mã o esteja em seu peito.
— Vá em frente. — Ele se acomoda embaixo de mim. — Atuar.
— Eu... eu nã o posso...— Estou nervoso ao má ximo agora. Eu nem
sei fazer isso... Acho que não consigo.
Meus olhos se voltam para a câ mera, mas Avi segura meu queixo,
virando meu rosto para trá s.
— Nã o pense nisso. Apenas feche os olhos e finja que sou ela.
— Mas você não é, — eu assobio, sentindo meu rosto corar de quã o
perto estamos... A posiçã o dos meus joelhos em cada lado de sua coxa.
O fato de que nã o há boceta ou peitos nas proximidades... Apenas
um pau ligado à minha pessoa menos favorita no mundo.
— Vamos lá ... Você é Kyran Harbor.— Ele sorri. — Eu pensei que
você nã o desiste do nada.
Ele tem razã o. Eu odeio isso, mas ele tem.
Eu me recuso a deixar essa porra de situaçã o estú pida em que estou
me derrubar. Eu luto desde criança, e isso não é diferente.
Canalizando meus nervos em combustível, da mesma forma que
faço no campo, fecho meus olhos e me abaixo sobre ele.
Tremendo, minha mã o desliza até seu peito. O fato de sua pele ser
lisa e quente ajuda, embora tudo o que eu sinta sob sua superfície
sejam blocos de mú sculos, como os meus. É estranho, e quando nossos
peitos se encontram, sinto sua tensã o roçando a minha na mais
inesperada das sensaçõ es.
Eu só senti seios no meu peito. Por mais curvos que sejam seus
peitorais, eles nã o sã o seios, e estou dolorosamente ciente desse fato
enquanto nos selo. Mas eu ignoro, me esfregando nele lentamente.
Eu posso senti-lo respirando, seu coraçã o batendo contra meu peito
enquanto eu fecho meus olhos com mais força e movo meus lá bios em
seu pescoço. Eles descansam lá por um momento, mas quando seu
pomo de Adã o mergulha em uma andorinha forte, tenho que me afastar,
porque é muito real.
Ele é muito homem , e é muito ó bvio para o meu cérebro ignorar.
Adotando uma nova tá tica quando sua cabeça vira, eu vou para o ló bulo
de sua orelha, sugando-o entre meus lá bios.
Isso é algo que posso fazer para fingir que ele é uma garota...
Mas ele emite um som estrondoso e eu enrijeço.
— Nã o faça esse barulho, — eu sussurro severamente, estalando
minha língua em sua orelha, chupando o ló bulo novamente até que ele
se contorça debaixo de mim.
— Eu nã o posso evitar...— Suas mã os deslizam sobre meus ombros.
—Isso é bom.
Uma contraçã o acontece entre as minhas pernas. Eu nã o quero, mas
acontece, e revira meu estô mago um pouco mais.
— Eu senti que...— Avi ri.
— Cale a boca, — eu rosno e mordo sua orelha.
Outra contraçã o acontece no meu pau..., mas esta nã o veio de mim.
— Você é gay pra caralho. — Eu pressiono meus quadris para baixo,
e ele solta um gemido irregular que endurece minha ereçã o contra a
minha vontade.
— Diga isso com meu pau na sua boca, — ele resmunga, dando um
leve empurrã o em meus ombros.
Puxando para trá s, eu olho para ele.
— Nã o vai acontecer. Nunca.
— Eu acho que vai...— Ele morde o lá bio, os olhos caindo para a
minha boca. — Pelo preço justo.
— Nã o.— Meu estô mago se contorce como um pretzel, calafrios
cobrem minha carne.
Apesar de quã o quente eu pareço estar, meus mamilos estã o
grudados e duros como pedras, roçando os dele, até eu estremecer. Ele
sorri, os dedos deslizando do meu pescoço até o meu cabelo enquanto
eu faço uma careta.
— Mas eles adorariam ver, Ky. — Seu tom é provocador,
absolutamente vilã o, o azul acinzentado em suas íris escuro e brilhante.
— Eu nã o estou chupando seu pau, Avi. — Engulo a saliva que enche
minha boca. — Fim de discussã o.
— E se fizermos isso juntos? — Sua cabeça se inclina, aplacando-me
com sua barganha.
Eu pisco para ele.
— Você quer dizer como... você chupa enquanto eu... chupo?
Ele concorda.
— Dessa forma é igual. — Uma mã o levanta e a ponta do dedo roça
meu lá bio inferior. — E você nã o terá tempo para se preocupar com o
que sua boca está fazendo porque estará focado em como é bom.
Estou fodidamente rígido e meu batimento cardíaco parece estar
ecoando por todo o meu corpo... Mesmo entre as minhas pernas. Nã o
sei por que ... nã o faço a menor ideia de porquê minhas bolas estã o
zumbindo e meu pau latejando cheio e grosso dentro da calça, mas está
acontecendo.
Chame isso de â nsia de ser sugado, eu acho. Porque vamos ser
realistas aqui... Todo pau só quer ser chupado, nã o importa por quem.
Estou escolhendo culpar o fato de estar considerando isso na bebida e
no meu desejo masculino inerente de explodir minha carga na boca.
— Eu posso sentir você se forçando a lutar contra isso, entã o deixe-
me poupar-lhe o problema...— Avi move as mã os para baixo, deslizando
os dedos no có s da minha boxer.
Antes que eu possa processar, ele está empurrando para baixo, com
minhas calças, até que estejam abaixo da minha bunda, e meu pau está
para fora, descansando em seu estô mago. Eu quero tanto protestar, mas
meu corpo nã o está respondendo. Estou apenas pairando sobre ele,
respirando pesadamente, com meu pau estremecendo, enchendo e
esticando diante de nossos olhos.
Distraindo-me com as palavras, pergunto:
— Você já ... fez isso antes?
Ele balança a cabeça, abaixando as pró prias calças. O pau dele é tã o
duro quanto o meu, o que acho que tira um pouco da humilhaçã o.
—Nã o..., mas eu estaria mentindo se dissesse que nã o estou nem um
pouco curioso...
— Mais do que um pouco —, eu resmungo. —É por isso que tudo
isso é tã o fá cil para você… Você está louco para adicionar pau ao menu,
nã o é, mano?
Sua mã o envolve nossos dois eixos, e eu sufoco um suspiro.
— Pelo menos posso ser honesto sobre isso.
— Foda-se... fora...— Mordo meu lá bio para esconder um gemido
com a sensaçã o de sua mã o e seu pau esfregando no meu.
— Você nã o pode mentir sobre o que te excita quando seu pau está
para fora, Kyran, — ele cantarola, nos acariciando com movimentos
lentos de seu punho. — Está duro pra caralho e vazando em mim…
Isso é real demais…
Meu corpo pula em luta ou fuga, e eu me afasto dele. Mas nã o vou
longe, rolando para o lado e passando a mã o pelo cabelo enquanto
recupero o fô lego. Avi desliza para fora de suas calças, virando-se para
que seu rosto fique alinhado com meu pau e seu pau fique na minha
cara.
— E-espere... Espere —, eu falo com a cabeça girando.
— Você se sentiria melhor se eu começasse? — ele pergunta,
levemente simpá tico à minha hesitaçã o contínua, mas apenas um
pouco. Ele parece querer colocar esse show na estrada, o que me
lembra que sã o apenas negó cios.
Entã o eu aceno com a cabeça, e ele empurra minhas calças mais
para baixo, tirando-as completamente das minhas pernas. E agora nó s
dois estamos nus, juntos na cama dele.
Meio-irmã os nus... em uma cama que mal dá para nó s dois.
Como esta minha vida agora??
Mas nã o tenho tempo para protestar ou debater mais, porque uma
mã o forte está se curvando ao redor do meu osso ilíaco, os lá bios
descendo sobre a cabeça do meu pau.
— Ohh, porra ...— As palavras saem antes que eu possa pará -las,
meus olhos caindo para a boca de cabeça para baixo de Avi chupando
meu pau.
Oh Deus... Ele está chupando... meu... pau.
É gentil, hesitante, o jeito que ele chupa, como se nã o tivesse a
menor ideia de como fazer o que está fazendo. Mas acho que o ato é
bastante autoexplicativo, e ele se entrega a ele, deslizando-me mais
profundamente entre seus lá bios.
É absolutamente eufórico, e eu nã o quero que isso aconteça. Mas os
fios do meu desejo parecem estar cruzados porque, por mais que eu
saiba que isso é algo que nunca me permiti querer, nã o posso evitar.
mas persiga o calor ú mido e escorregadio de sua língua e o jeito que ele
está gemendo em minha ereçã o.
— Foda-me, isso é bom. — Meus olhos se fecham, submetendo-se
instantaneamente à sensaçã o, o formigamento em minhas bolas e a
vibraçã o cativante de sua língua sobre minha ponta inchada enquanto
ela se liberta entre seus lá bios macios.
Avi usa seu aperto em mim para se aproximar e, quando abro os
olhos, seu pau está bem na minha frente com uma pérola brilhante de
pré-sêmen na ponta. Mordendo meu lá bio, eu o observo enquanto vaza,
outro o seguindo, e nã o consigo impedir minha mente de girar em
torno da ideia de que está acontecendo porque ele está realmente se
divertindo.
A sucçã o para, e ele afasta a boca, respirando de forma irregular
enquanto agarra meu pau, acariciando-o lentamente.
— Isso é meio unilateral, Ky.
— Desculpe...— murmuro, me esforçando para isso.
Sua língua lambe minha coroa enquanto ele me puxa, brincando
com a pele ao redor até que meus cílios estremeçam. Arrepios cobrem
meu corpo e eu fecho meus olhos, avançando lentamente e abrindo
minha boca.
— Kyran...— ele choraminga, e minhas bolas batem. — Chupa-me.
O gemido trêmulo que sai de meus lá bios é substituído pela cabeça
de seu pênis quando eu me abaixo sobre ele. São negócios… é só…
Há algo acontecendo aqui... Algo está errado comigo, porque tê-lo lá
envia um raio zunindo por minhas entranhas.
Avi resmunga, depois geme no meu pau, sugando e depois xingando.
— Eu gosto do seu gosto…
Foda-me. Foda-me, foda-me, foda-me, o que está acontecendo...?
Mantendo minha mandíbula aberta o suficiente para caber nele, eu
deslizo um pouco mais fundo, gemendo em seu pau enquanto ele o
bombeia gradualmente para dentro e para fora da minha boca. Nã o
estou chupando muito, mas mais do que tudo, encontro-me hipnotizado
pela forma como seus quadris estã o trabalhando, espetando-se entre
meus lá bios.
Eu pressiono minhas mã os em suas coxas, tentando segurá -lo com
medo de que, se ele for muito fundo, eu engasgue. Estou tã o
fodidamente nervoso, todo apertado, os mú sculos contraídos em
incerteza e o delicioso prazer dele me chupando como um demô nio.
A boca de Avi suga meu pau, e ele corre os lá bios macios e ú midos
até minhas bolas, lambendo-as repetidamente enquanto ele treme.
— Deus, Ky, isso é tã o bom pra caralho... Jesus ...
O calor floresce na boca do meu estô mago, espalhando uma chama
dentro de mim que nã o faz sentido. Nã o sei o que sobre o elogio está
clicando em algum canto profundo e escuro da minha mente, mas é
tudo em que consigo pensar. Minhas mã os cobrem sua bunda, e eu o
puxo para mais, mostrando minha língua e deixando-o cavalgar com
movimentos suaves de seus quadris até que ele esteja tã o fundo que
suas bolas estã o na minha cara.
Nem sequer registra minutos dele transando com minha boca que
eu nã o estou engasgando. Eu nem sequer engasguei uma vez, e sua
cabeça está balançando cada vez mais fundo em minha garganta como
se estivesse alcançando minhas amígdalas.
Avi se move para cima de mim, ajoelhando-se sobre meus ombros e
apoiando-se em minhas coxas enquanto ele fode entre meus lá bios,
usando os dele para chupar e chupar e chupar meu pau até que eu fique
vesgo.
Nã o faço mais ideia de onde estou. Eu nã o sei quem eu sou... Eu nã o
poderia nem te dizer meu nome. Estou apenas suando e queimando
vivo, me contorcendo sob um corpo grande e escaldante de mú sculos,
com muito mais centímetros do que posso compreender na minha
boca.
Minha saliva está se acumulando e nã o tem para onde ir. Sou
forçado a engoli-lo e, quando o faço, minha garganta se contrai ao redor
do pênis de Avi, fazendo-o estremecer e gemer.
Estou fodidamente excitado, tonto pela sucçã o lenta e á spera, como
se ele estivesse propositadamente tentando ser o mais completo
possível com meu pau em sua boca. Eu acho que ele está tentando sugar
meu orgasmo como um milk-shake por um canudo fino... que é
exatamente o que está para acontecer.
Eu nã o seria capaz de segurá -lo se eu tentasse. E para ser honesto,
eu realmente nã o estou... Porque agora, eu nã o quero nada mais do que
gozar .
Avi tem os dedos em volta das minhas bolas, massageando e
apertando-as enquanto ele me monta em ambas as extremidades, me
fodendo com a boca e fodendo minha boca com seu pau. Eu mal
percebo que estou agarrando sua bunda pela preciosa vida, agarrando-
o enquanto nossos corpos se esfregam juntos, os mú sculos tensos em
antecipaçã o a uma doce liberaçã o.
Ele esmaga seus quadris contra meu rosto, alimentando seu grande
pau em minha garganta enquanto eu luto para respirar.
Entã o ele libera meu pau, todo molhado e inchado enquanto ele
choraminga, — Kyran... eu vou gozar. Foda-se sim, eu vou... gozar.
Mesmo que eu quisesse, nã o há como fugir. Estou preso embaixo
dele. Mas a parte mais doentia é que assim que as palavras saem de
seus lá bios, estou esperando por isso. Como se fosse minha recompensa
por me sair bem... eu quero.
E eu entendo, em jorros quentes e grossos disparando por toda a
minha língua.
O gosto me desencadeia. Eu nã o sei por que... Como isso é possível,
mas o líquido salgado sendo bombeado em minha garganta me lança
em um orgasmo imediato.
Com a boca de Avi de volta no meu pau, me sugando através de
zumbidos sensuais, eu explodo, alimentando-o com pulsos pesados e
doloridos. Gemendo e cravando meus dedos em sua carne, meu mundo
sai de seu eixo e gira em espiral para a escuridã o do universo.
— Mm… mmm mm mmm …— Meus gritos ininteligíveis sã o
abafados pelo pau na minha boca, o que provavelmente é uma coisa
boa. Eu nã o tenho ideia do que eu estaria dizendo agora se eu nã o
foram obstruídos, mas acho que nã o tenho controle sobre minhas
palavras.
Foda-se... sim... vem... vem vem vem, então... bom...
Nossos movimentos sã o lentos, os quadris finalmente param
enquanto descemos do alto de um clímax desconcertante e inexplicável
que ambos engolimos como putas sedentas.
Foi um esforço conjunto... Uma experiência orgá stica compartilhada.
E por causa disso, por um breve momento, me sinto conectado.
Nã o tenho certeza se é para Avi, ou talvez apenas o momento, mas
uma névoa de serenidade envolveu meu corpo e minha mente. E estou
resolvido.
Tudo se foi... A incerteza, a insegurança, a dú vida. A terrível e
horrível devastaçã o negra com a qual vivi por tantos anos... parece que
tudo evaporou.
Como se alguém tivesse deixado a janela aberta em minha mente, e
tudo simplesmente voou para o ar livre.
Avi se afasta de mim, cortando a conexã o enquanto cai de lado.
Respiro fundo, de repente muito mais fria sem o peso dele me
segurando.
Estou... onde...?
Ele se vira enquanto minhas pá lpebras se abrem, e a primeira coisa
que vejo é seu rosto. Testa marcada pela preocupaçã o, íris pervinca
brilhando para mim.
Avi nunca está ansioso, ou preocupado…
Ele nã o se importa ... Pelo menos, é o que eu pensava.
— Ky...— ele respira, os dedos arrastando ao longo da minha
mandíbula enquanto eu apenas fico boquiaberto com ele como se
nunca o tivesse visto antes. — Você está bem? — Eu pisco, e sua mã o
desliza para baixo para descansar sobre o meu coraçã o. — Desculpe.
Acho que estava tipo... sufocando você. Eu totalmente nã o queria...
Meu rosto se aproxima, a parte superior do corpo me empurrando
completamente por conta pró pria, e eu pressiono meus lá bios nos dele.
Quem sou eu…?
Este não sou eu… Esta é outra pessoa.
Avi está rígido, talvez chocado ou surpreso com o que estou fazendo,
mas apenas por um momento antes de seus lá bios se separarem dos
meus e ele me beijar de volta.
Quem é você…?
Como…
Ele ronrona na minha boca, tocando sua língua na minha. E algo
estala.
A realidade volta ao foco. E eu puxo meu rosto para trá s.
— Que porra...— Eu engasgo, me atrapalhando e limpando minha
garganta. — Nã o. Nã o, nã o... Foda-se. — Lutando, sento rapidamente e
pego minhas roupas. — Nã o, este nã o sou eu.
—Ky...— Avi soa como um eco quando eu tropeço para fora da cama
e pulo em minhas calças o mais rá pido que minhas pernas bambas
permitem. —Ei... espera.
— Foda-se —, eu estalo, minha voz ainda muito ofegante. Eu nã o
pareço eu…
Porque este não é você, idiota. Era outra pessoa.
Você não faz coisas assim. Você não gosta de coisas assim.
Estou lutando para me arrumar tã o rá pido que estou praticamente
caindo. Tonta e confusa... Preciso dar o fora daqui.
— Kyran, você poderia apenas se acalmar por um segundo ...— Avi
resmunga, levantando-se e vestindo sua calça de moletom.
— Feche essa porra! — Eu latido, gesticulando para a câ mera
enquanto coloco minha camisa. — Acabou, Avi. Está feito. Desligue essa
porra.
— Ok, ok —, ele respira, perplexo em angú stia. Soa bizarro aos meus
ouvidos, porque ele geralmente nã o soa assim. Como se ele se
importasse... Por que de repente ele se importa?
— Está desligado, Jesus. Você pode apenas relaxar por um segundo,
por favor?
Minha cabeça balança violentamente enquanto deslizo meus braços
para dentro do meu moletom.
— Nã o. Nã o há necessidade de relaxar. Conseguimos o que
precisávamos e isso é tudo o que importa.
Minha mandíbula está tensa, o coraçã o disparado. Eu espio para ele,
e ele inclina a cabeça, como se nã o entendesse o que estou dizendo.
Reviro os olhos.
— Foi uma encenaçã o, Avi. Negó cios, lembra?
Seus olhos estã o arregalados enquanto ele me encara por alguns
segundos pesados de silêncio.
Não tenho tempo para isso…
Afastando-me em um acesso de raiva, eu saio da sala, indo para a
porta.
— Kyran, droga, espere um segundo! — ele me chama, e eu me forço
a parar.
Girando para encará -lo, olhamos um para o outro, ambos os pares
de olhos arredondados com emoçõ es variadas. Posso dizer que ele quer
dizer alguma coisa e estou implorando a todas as forças có smicas em
que nã o acredito para apenas mantê-lo quieto.
Eventualmente, seus ombros caem e ele pergunta:
— Você está bem?
Engolindo o gosto dele na minha língua, minha carranca volta ao
lugar.
— Fodidamente maravilhoso.
Estou fora de seu dormitó rio em um piscar de olhos, batendo a
porta um pouco forte demais atrá s de mim.
Eu estou no controle.
Eu tenho isso.
Está tudo bem pra caralho.
CAPÍTULO TREZE

AVI

BigD1ck1978: Vou te curvar e te mostrar a galáxia


TieMeUp69: @Backwardz_Cap Eu nunca quis um homem montar meu
rosto de cabeça para baixo tanto quanto eu quero que você
Sub_way1010: POR FAVOR ME ESQUEÇA DE TODA A VIDA, VOU DIZER
OBRIGADO! xo

À s vezes me pergunto como teria sido minha vida se ele nunca tivesse
morrido...
Crescer sem pai nã o é fá cil. Mas, como a maioria das coisas, nos
adaptamos a isso e seguimos em frente. O ser humano é construído
para perseverar. Temos a fascinante capacidade de aceitar as mudanças
drá sticas da vida. Nó s modificamos, alteramos e ajustamos... Nó s
vivemos, porque é para isso que fomos feitos. Continuar até que as
forças rebeldes do universo nos parem de uma forma ou de outra.
Em ú ltima aná lise, isso é o que a vida é. Viver até morrer.
Dito isso, muitas vezes paro e penso em como as coisas poderiam
ter sido diferentes se Arlo Vega nã o tivesse caído daquele andaime. Se a
vida dele nã o tivesse acabado tã o cedo... Será que eu estaria aqui agora?
Eu duvido muito. Sei que há forças em açã o, um caminho pelo qual
somos guiados, como um desses livros Escolha sua própria aventura.
Cada passo nos leva a uma nova direçã o, a uma conclusã o divergente. E
tenho certeza de que se eu voltasse e de alguma forma impedisse meu
pai de ir trabalhar naquele dia, as coisas teriam sido muito diferentes.
Provavelmente teríamos ficado em Nova York… Ou talvez até nos
mudado para Madri. Meu pai tem família lá e em Barcelona. Eu me
lembro dele falando sobre nos levar quando eu era pequeno...
Mas nunca tivemos a chance e, em vez disso, por causa desse
caminho, acabamos aqui. Em Boston…
Onde estou atualmente em um bom e velho conflito sexual com meu
pró prio maldito meio-irmã o.
Como se tornou o padrã o, nã o falo com Kyran há muitos dias, desde
o épico incidente de sessenta e nove anos que eliminou completamente
toda e qualquer dú vida sobre se eu gosto ou nã o de ficar com caras.
Acho que, neste ponto, é seguro dizer que sou totalmente bissexual...
Porque, com toda a honestidade, nã o odeio ter um pau na boca.
Não odiei nem um pouco.
Mas é claro que descobrir essa nova peça do quebra-cabeça que é
minha sexualidade nã o é a parte complicada. O problema está no fato
de que tive essa revelaçã o enquanto ia para a cidade com o pau
severamente impressionante do meu meio-irmã o idiota, que, se eu
tivesse que apostar, provavelmente nã o está comemorando
alegremente essa clareza recém-descoberta do jeito que eu estou.
Kyran é um sujeito complicado. Por mais que eu nã o queira dar a ele
crédito por ser nada mais do que um benfeitor privilegiado com uma
das melhores armas da NCAA, Kyran Harbor é definitivamente mais
profundo do que você vê em sua superfície estoica e colegial. Ele tem
coisas acontecendo, isso está claro.
E por causa de sua composiçã o encoberta, nã o sei dizer se ele está
realmente apenas se forçando nas coisas que fizemos juntos por puro
desespero, ou se uma parte dele está ansiosa para descobrir um novo
lado oculto de si mesmo, do jeito que eu sou.
Eu nã o nasci ontem. Kyran obviamente se divertiu durante nossas
duas colaborações. Essas duas instâ ncias sã o as únicas vezes em que
consigo pensar em que tive o menor vislumbre de quem ele realmente é
... Quando ele baixou a guarda por tempo suficiente para liberar aquele
controle firmemente enrolado e ceder ao impulso.
Ao mesmo tempo, porém, uma mã o é apenas uma mã o... E uma boca
é apenas uma boca. Entã o talvez ele estivesse realmente fingindo que
uma garota estava fazendo essas coisas para passar por isso. Para os
fãs. E mais importante, pelo seu dinheiro.
Meus inscritos dobraram depois de postar aquele vídeo, e agora os
fã s estã o totalmente loucos. Eles estã o espumando pela boca por mais
de Kyran e de mim, o que é sempre um assunto difícil de abordar, já que
ele tem uma tendência a desaparecer por dias depois de filmarmos.
ocorrido.
Em defesa de Kyran, ele também jogou fora em Miami no dia
seguinte ao Dia de Açã o de Graças, entã o isso pode ser parte do motivo
pelo qual nã o tenho notícias dele há duas semanas. Os Eagles acabaram
com os Hurricanes na sexta-feira negra e, apesar de todas as minhas
afirmaçõ es de que só faço a coisa do mascote como uma piada - outra
maneira de irritar meu meio-irmã o - admito que assisti ao jogo. E posso
ou nã o ter pulado e torcido algumas vezes quando o referido meio-
irmã o lançou alguns passes para touchdown a diesel. Mas você nã o vai
me pegar transmitindo isso.
O Dia de Açã o de Graças em casa foi silenciosamente tenso, mas
ainda assim foi bom ver mamã e e passar algum tempo com ela. Embora,
o constrangimento aumentou quando ela me perguntou o que eu estava
fazendo por dinheiro, e tive que arranjar um emprego de meio período
no campus à s pressas.
Eu disse a ela que sou pago para ser o mascote, o que é totalmente
falso, e que também tenho trabalhado em um dos refeitó rios.
Felizmente, ela tem muito em seu pró prio prato para se preocupar
comigo agora, entã o simplesmente assegurar-lhe que estou bem e
descobri que foi o suficiente para impedir o terceiro grau.
Nã o gosto de mentir para minha mã e, mas que outra escolha eu
tenho? Nã o posso dizer a ela que estou lentamente me transformando
em uma estrela pornô gay e que o dinheiro da minha mensalidade vem
de vídeos meus chupando orgasmos do filho do marido dela.
Eu ainda posso sentir seus dedos cavando na carne da minha bunda,
o aperto de sua garganta apertando meu pau enquanto ele gemia e
ofegava... O sabor dele derramando prazer em minha boca enquanto
nossos corpos aquecidos tremiam e estremeciam...
Jesus. Acho que nunca senti algo tã o bom, o que é um problema,
porque eu realmente nã o deveria estar pensando dessa maneira. Se
fosse qualquer outro cara no planeta, nã o seria tã o ruim. Mas é de
Kyran que estamos falando...
Só estamos fazendo isso para ganhar dinheiro. À queima-roupa.
Mas então... ele me beijou.
Naturalmente, ele saiu rapidamente e saiu furioso, o que é mais uma
marca para o Kyran que todos conhecemos e nã o gostamos. Mas nã o
consigo me livrar da sensaçã o de seus lá bios...
Eles são tão macios.
Ok, pare com isso, cérebro. Pare de pensar nele e siga em frente com
sua vida.
Eu tenho mais uma aula para o dia e entã o é o fim de semana. É uma
quinzena, entã o nã o há futebol hoje à noite, e estou pronto para passar
a noite fumando um pouco de kush de primeira classe, pedindo comida
chinesa e talvez desenhando por um tempo antes de inevitavelmente
me encontrar enrolado no sofá novamente com Robin, assistindo
Netflix de cueca.
A noite de sexta-feira do introvertido perfeito.
Algumas horas depois, encontro Frankie enquanto cortava o pá tio
depois da aula. Nã o a vejo desde o fim de semana passado, quando me
encontrei com a equipe em seu apartamento, onde todos nos reunimos
no chã o da sala para comer maconha e Rosé, vadias elegantes que
somos.
— Para onde você está indo agora? — ela pergunta enquanto
caminhamos, de braços dados, em direçã o à Linha Verde.
— Tenho uma noite épica planejada, — digo a ela com um sorriso.
— Vou me matar de idiota e assistir a documentá rios sobre assassinos
em série com a mã o nas calças.
Frankie bufa.
— Por mais incrível e completamente nã o triste que pareça, cancele.
Em vez disso, você vai a uma festa conosco.
Meus lá bios se inclinam em uma carranca.
— Festa? Isso exigiria que eu colocasse roupas reais e me
envolvesse com humanos. — Eu balanço minha cabeça. — Nã o, nã o.
Muito esforço. Desculpa amor.
Ela me dá um forte puxã o no braço.
— Pare de ser um eremita. Deixe o divertido Avi sair de sua gaiola
durante a noite!
— Mas... está tã o frio,— eu lamento e faço beicinho.
— Vamos, cara. — Ela revira os olhos. — Todos nó s sabemos o quã o
selvagem você é… Backwardz_Cap .— Eu estreito meu olhar para ela, e
ela sorri maliciosamente. — Ou esse seu lado está reservado apenas
para momentos sensuais de meio-irmã o agora?
— Shhh! — Meus olhos se arregalam e piscam ao nosso redor. Nã o
há ninguém por perto, mas ainda assim.
Frankie ri.
— Sério, cara. Eu ainda nã o acredito que você conseguiu que ele
fizesse essas coisas. Muito caliente. —Ela se abana.
— Por que você está assistindo meus vídeos? — Eu bato baixinho.
— Uh, porque eles sã o gostosos pra caralho, — ela responde
casualmente. — Eu nem tenho vergonha de dizer que o ú ltimo me
deixou todo tipo de umidade.
— Você está sendo nojenta, — eu resmungo petulantemente,
empurrando-a em direçã o à estaçã o. — E pensar que me ofereci para
acompanhá -la cavalheirescamente até o trem. Eu digo bom dia!
Girando para longe dela, dou um passo hesitante antes que ela me
pegue pelo casaco.
— Você está vindo para esta festa hoje à noite, Aviel —, ela insiste
naquele tom de Frankie que significa que nã o tenho escolha no assunto.
Um escá rnio se transforma em um suspiro enquanto eu murmuro:
— Onde está ? Nã o vou descer até os dormitó rios da Hammond
Street...
— Bem, você está com sorte, querido —, ela canta. — Está bem
perto de você. Em Walsh.
Eu olho para ela.
— De quem é exatamente a festa?
Ela faz uma pausa antes de responder:
— Theo Reeves.
— Oh infernos nã o. — Eu balanço minha cabeça. — Absolutamente
nã o.
— Por quê? — Ela faz beicinho.
— Porque ele é o chutador dos Eagles! Ele é um dos melhores
amigos de Kyran, e estará no prédio de Kyran . Nã o tem como... eu nã o
vou convidar um desastre assim.
Frankie puxa minha manga vá rias vezes.
— Mas vai ser divertido! Vamos todos.
— Nã o me importo. — Sigo firme na minha decisã o. — Eu nã o vou a
uma festa com um bando de jogadores de futebol, também conhecidos
como amigos do meu meio-irmã o, para vê-los fazer barris e ficar com
garotas.
Ela me lança um olhar de desdém.
— Entã o é por isso que você nã o quer ir... Porque você tem medo
que seu amigo secreto esteja lá com a namorada líder de torcida...
— Ok, em primeiro lugar, ela nã o é namorada dele.— Minha
mandíbula aperta enquanto Frankie inclina a cabeça e sorri. — Em
segundo lugar, eu nã o me importo... E em terceiro lugar...— Minha voz
falha em meu estado de confusã o. — Qualquer que seja. Nã o importa...
eu simplesmente nã o vou. E por que diabos vocês iriam querer ir à festa
deles? Jogadores de futebol estã o além de coxos.
— Bea quer ficar com Theo. — Frankie dá de ombros.
Bufando, eu esfrego meus olhos. Bea está apaixonada por Theo
desde o ano passado. Eles se beijam de vez em quando, meio que
casualmente, mas eu sei Bea, coisinha astuta que é, está louca para
deixá -lo nu. Nã o posso dizer que nã o entendo... Theo é muito gostoso.
Mas isso está fora do assunto. E como é que os únicos caras que estou
registrando como gostosos são jogadores de futebol??
Meus pensamentos estã o em espiral. A questã o é que nã o quero me
colocar intencionalmente no mesmo espaço compartilhado com Kyran,
especialmente depois do que fizemos juntos.
Nó s sozinhos é perigoso... Com pessoas por perto? É uma receita
para a destruiçã o.
— Você nã o pode evitá -lo para sempre, Avi —, a voz de Frankie soa
em minha obsessã o. — Você estuda na mesma escola. Se vocês vã o
continuar com essa confusã o clandestina, precisarã o aprender a
coexistir sem que seja estranho. — Ela me cutuca enquanto considero
suas palavras. — Quero dizer, pense na sua pró xima reuniã o de família!
Vocês dois nã o vã o para casa no Natal?
Ugh... foda-me. Eu nem tinha pensado nisso.
Acho que ganhei um jantar de Açã o de Graças sem Kyran. Quem
sabe como seria se ele estivesse lá ...
Frankie tem razã o, o que me irrita. Empanturrar-me de comida
chinesa e ver televisão seria muito menos complicado…
— Tudo bem, tudo bem ...— murmuro, e ela pula em comemoraçã o.
—Vou considerar isso! Sem promessas…
— Amável. — Frankie me dá um beijo na bochecha e imediatamente
sai correndo em direçã o ao trem. Mas ela espia por cima do ombro para
gritar:
— Certifique-se de estar lindo! Tenho que impressionar seu
namorado secreto...— Ela pisca, e eu estou fervendo.
— Eu nã o fodidamente...— eu grito atrá s dela, mas ela já se foi
quando eu suspiro a palavra, — impressionar.
É verdade. Não me importo em impressionar Kyran, e sei que ela só
está fodendo comigo. Mas por alguma razã o, meus nervos estã o
balançando dentro de mim. E minhas mã os estã o suando.
Mordendo meu lá bio, eu me viro e volto na direçã o do meu
dormitó rio.
Deus, o que diabos eu vou vestir?

***

Esta é uma má ideia.


Esse fato nã o mudou ao longo das ú ltimas horas, enquanto eu
fumava, tomava banho, fumava e me vestia, e fumava de novo enquanto
estava em frente ao espelho, avaliando minha escolha de guarda-roupa.
Coloquei minhas botas pretas favoritas, jeans preto rasgado e uma
camisa de botã o de flanela vermelha e preta. Meu cabelo está
bagunçado, do jeito que eu gosto, e minhas unhas estã o recém-
pintadas, do preto padrã o que sempre uso.
Exceto que agora, tudo que consigo pensar é no comentá rio de
Kyran na ú ltima vez que o vi.
Eu realmente nã o me importo que ele tenha notado ... Eu pinto
minhas unhas de preto há anos. Mas agora que ele disse algo, nã o
consigo parar de ouvir suas palavras toda vez que olho para elas.
Minha imagem anti-sistema … Pfft. Que idiota.
Embora, eu acho que talvez seja por isso que eu comecei a fazer isso…
Maldito seja. Ele estraga tudo.
Ele até conseguiu arruinar minha primeira experiência bissexual.
Agora, toda vez que penso em transar com um cara, vejo a cara de idiota
dele.
Bleh.
Estou de mau humor enquanto subo as escadas até o andar de Theo
no Walsh Residence Hall. Assim que estou no corredor, ouço mú sica e
vozes, o que aumenta ainda mais meu nervosismo. eu odeio ir a festas
sozinho. Eu sabia que deveria ter ligado para Zeb ou Micah para ver se
poderia encontrá-los e ir juntos.
Certifiquei-me de chegar atrasado, porque, por mais que eu nã o
goste de festas como esta, aparecer antes que todos estejam soltos soa
um milhã o de vezes pior. Dirigindo-me para a porta, espio a festa.
Imediatamente, vejo Bea conversando com Theo e decido me animar e
ir dizer oi.
Vagando para dentro com o baixo forte e a melodia suave de Two
Feet, eu mantenho minha cabeça baixa, ignorando os olhares de ele não
pertence aqui grudados em mim como está tica. Evito fazer contato
visual e vou direto para Bea. Mas um braço me agarra antes que eu
possa alcançá -la.
— Ei, garoto, ei! — Zeb me beija nas duas bochechas como se
estivéssemos em algum lugar da Europa.
— Olha quem fez isso! — Parabéns Micah.
— E aí…— murmuro, forçando meus olhos a nã o viajarem em busca
do meu meio-irmã o.
— Ooh ... alguém nã o está fodido o suficiente. — Zeb faz beicinho. —
Aqui. Pegue isso.
Ele me entrega sua xícara. Eu cheiro e estremeço.
— Jesus... O que é isso??
— É o meu coquetel de assinatura. — Ele sorri. — Eu chamo isso de
Sexo com Zeb na Praia .
— Minha mã e me disse para nã o aceitar bebidas de estranhos,— eu
rio, entã o tomo um grande gole do copo. — Espero que esses telhados
entrem em açã o rapidamente.
— Amém, irmã o, — Zeb zomba. — Mal posso esperar para ter meu
caminho sujo com você. — Ele pisca, e eu dou uma olhada para ele.
— Esta bebida, assim como a ideia de sexo com você, é
completamente nojenta, — eu provoco, e ele finge indignaçã o. — Onde
está Frankie?
Bebendo a bebida novamente, olho em volta, já me sentindo
aquecido, em parte pela bebida, mas também pelo conforto de ter meus
amigos por perto. Eles sempre ajudam a melhorar meu humor. Nã o me
sinto menos pá ria, mas quando estou com eles, somos todos pá rias
juntos.
— Acredite ou nã o, ela está conversando com seu meio-irmã o de
quarterback.— Micah acena com a cabeça do outro lado da sala.
Minha coluna enrijece e meu pulso acelera instantaneamente
quando os vejo no sofá . Frankie está conversando com Kyran, que está
sorrindo agradavelmente, rindo de qualquer coisa ultrajante que tenho
certeza que ela está dizendo.
Um estranho nó se forma em meu estô mago enquanto eu os
observo... A maneira como Kyran está inclinado para trá s e meio
relaxado. A mã o de Frankie em seu joelho.
Eles estão... flertando??
De jeito nenhum... Kyran não é o tipo de Frankie, e ela definitivamente
também não é o tipo dele.
Mas entã o minha mente passa por imagens deles se beijando, ela
acariciando seu pau e ele lambendo sua boceta... Durante nossa
tentativa aleató ria de um trio, que nos levou a este caminho confuso e
complicado em que estamos agora.
Então eu acho que Kyran estava a fim dela naquela noite...
Hum.
Bebo o resto da gasolina que é a bebida de Zeb, tusso e empurro o
copo para ele.
— Faça-me outro, por favor.
Zeb acende, mas mal consigo me concentrar nele. Estou ocupado
demais observando Frankie passar suas unhas compridas e brilhantes
pelo ombro de meu meio-irmã o.
— Eu acho que eles ficaram, — Micah diz, e meu rosto chicoteia em
sua direçã o.
— O que?
— Sim... Na festa de Halloween dela,— ele continua, e meus ombros
caem para trá s junto com meu pavor desconcertante.
— Oh ...— Meus olhos despreocupadamente voltam para eles.
— Eu o vi saindo do quarto dela naquela noite, e entã o ele saltou
logo depois.
Eu olho para Micah. Bem, acho que ele também não me viu saindo do
referido quarto, então acho que isso é bom.
— Achei que ele estava namorando aquela líder de torcida. — Micah
bebe de seu copo. — Lexi alguma coisa...
— Eles nã o estã o juntos, — eu deixo escapar, e ele levanta uma
sobrancelha para mim. — Quero dizer, como oficialmente. Eu nã o
acho…
O que diabos está errado comigo??
E onde diabos está Zeb com essa bebida?
Um momento depois, Zeb caminha com o braço estendido para me
entregar o copo.
— Eu fiz um duplo para você.
Agarrando-o, bebo rá pido, ignorando a queimadura severa.
— Na verdade, talvez mais de um triplo…— ele cantarola. — Vá com
calma, coisas quentes. Tem uns cinco tipos diferentes de bebida lá
dentro.
— Mhm...— murmuro, desligando-o enquanto meu foco volta para
Kyran e Frankie como se fosse magnetizado.
Frankie olha para cima e me vê, sorrindo tortuosamente enquanto
acena para mim. Eu balanço minha cabeça para ela, mas ela estreita seu
olhar, me dando um de seus olhares insistentes. Ignorando meu melhor
julgamento, murmuro para Micah e Zeb que já volto, atravessando a
sala enquanto tento me mover o mais casualmente possível.
Kyran nã o me nota até que eu esteja bem na frente dele. Mas
quando ele o faz, seu rosto cai e até empalidece um pouco, como se ele
tivesse acabado de ver um fantasma cujo esperma ele engoliu.
— Querido! — Frankie grita, agarrando minha mã o e me puxando
até eu tropeçar no sofá . E porque ela é pura maldade, ela se move bem a
tempo para que eu acabe preso entre ela e Kyran. — Bae está aqui!
Kyran se afasta de mim, limpando a garganta e olhando para seu
copo. Eu espio para ele, nossos olhos se prendendo por uma fraçã o de
segundo antes de ele voltar a procurar em sua bebida uma fuga dessa
situaçã o embaraçosa.
— Ei...— resmungo para Kyran enquanto me inclino para longe dele,
para o lado de Frankie. Minha sobrancelha arqueia com desconfiança
para ela. — O que está acontecendo, melhor amiga?
— Oh, nada —, ela canta, descansando a cabeça no meu ombro. —
Estávamos apenas conversando.
— Sobre o que? — Eu pergunto a ela em um rosnado abafado. Ela
sorri e pisca para mim, mas nã o responde.
Essa garota está me testando hoje.
— O que você está fazendo aqui, Avi? — Kyran grunhe à minha
direita, e eu me viro para encará -lo.
Ele está exibindo sua carranca típica. Porque claramente o
constrangimento nã o é nada comparado ao seu desgosto pela minha
presença.
— Bem, Kyran, julgando por todas as pessoas, bebida e mú sica, vou
dizer... estou aqui para pagar os impostos de todos. — Reviro os olhos e
tomo um gole da minha bebida enquanto Frankie ri.
— Ouça, espertinho, — ele sibila, nem um pouco divertido com a
minha sagacidade. — Há um milhã o de outras festas à s quais você
poderia ir. Você nã o precisa vir para os hospedados por meus amigos.
Eu zombo.
— Nã o seja um idiota chorã o. Meus amigos também estã o aqui.
Meus amigos estã o brincando com seus amigos. Aponto para Bea e
Theo, que estã o visivelmente flertando a alguns metros de distâ ncia. —
Entã o, por que você simplesmente nã o relaxa, hm?
— Se você me disser para relaxar mais uma vez…— Kyran rosna,
aproximando-se como um lobo raivoso prestes a atacar.
— Isso é exatamente o que eu estava esperando —, Frankie
cantarola, e nó s dois olhamos para ela. Ela está sorrindo
perversamente, nos observando com olhos arregalados e brilhantes e
extremo interesse.
— Qualquer que seja. — Levanto-me, puxando Frankie comigo pelo
braço. — Eu nã o preciso sentar aqui e ouvir sua festa de pena. A festa
real é muito mais divertida.
Arrastando Frankie para longe, engulo o resto do que está em meu
copo, meu pescoço e rosto todo quente da bebida e da frustraçã o. Kyran
carrega consigo como uma toxina transportada pelo ar. Eu
definitivamente posso sentir os efeitos das bebidas me deixando um
pouco nadando, mas eu passo por isso e marcho até Zeb, exigindo outro
de seus coquetéis letais.
Vou precisar disso com Grouchy McAsshole ali olhando para mim a
noite toda.
— Por que você estava sentado com ele? — Pergunto a Frankie em
um tom acusador abafado. — Você sabe que ele me odeia, e sempre que
estamos a poucos metros um do outro, é o oposto de um bom
momento.
— Oh, você quer dizer os momentos terríveis que vocês gravaram
para seus OnlyFans?— Ela inclina a cabeça, com um sorriso malicioso.
Meus olhos se arregalam e saltam para ter certeza de que ninguém
ouviu. O que, mais uma vez, eles nã o fizeram.
Frankie revira os olhos.
— Ok, Avi, agora você precisa relaxar. Eu estava apenas conversando
com ele. E cartas na mesa, eu esperava que você aparecesse e trouxesse
aquela tensã o latente que vocês dois nã o podem deixar de criar juntos.
Ela me cutuca e se inclina para sussurrar em meu ouvido: — Talvez isso
ajude a angariar algum conteú do mais picante para mais tarde.
Minha mandíbula aperta.
— Você está se intrometendo, Frances. Deixe-o em paz.
Ela encolhe os ombros sem remorso, girando para falar com Micah.
E meus olhos deslizam de volta para o sofá . Mas Kyran se foi.
Deixando escapar um suspiro de alívio, e talvez outra coisa que nã o
me importo de analisar, aceito mais uma bebida de Zeb, e nó s quatro
começamos a festejar, que é o motivo pelo qual vim aqui, apesar do meu
idiota meio-irmã o pensa.
A noite avança. As pessoas estã o ficando muito bêbadas, gritando e
rindo, dançando e transando. Eu finalmente consigo ver Bea por alguns,
e é claro que ela tem que me contar tudo sobre como ela tocou no pau
de Theo mais cedo e como ela simplesmente sabe que é grande e bonito.
Estou tentando me controlar com a bebida, mas nã o consigo evitar.
Kyran está do outro lado da sala a noite toda, brincando com seus
amigos do futebol e me lançando um olhar mortal ocasional. É irritante
porque pensei que tinha superado seus modos idiotas. Mas desde que
começamos a gravar coisas juntos, é como se o humor dele estivesse me
afetando mais do que eu gostaria, e isso está me irritando.
O colega de quarto de Kyran, Guty, entra no meio da sala e começa a
dançar break, o que é tã o hilá rio quanto incrível. Estamos todos
cacarejando e torcendo por ele enquanto Zeb me cutuca no lado.
— Aquele cara é tã o fodidamente gostoso, — ele sussurra para mim,
e eu enrolo meu pescoço para olhar para ele bêbada. — O que?? Ele é…
— Ele também é tipo… o cara hétero mais hétero já inventado. — Eu
rio, observando o movimento de Guty.
Zeb dá de ombros.
— Desafio aceito.
Revirando os olhos, eu bufo com seu absurdo, meu olhar viajando
sobre a multidã o de pessoas balançando e se movendo ao som da
mú sica. Ele para quando vejo Lexi Erikson, a amiga líder de torcida de
Kyran , com as mã os correndo pelo peito dele. Ela está sussurrando algo
em seu ouvido, e ele meio que parece entediado. Mas ainda assim, a
mã o dele está descansando em sua cintura enquanto ela beija sua
mandíbula.
Entã o seus olhos se fixam nos meus. Levando minha xícara aos
lá bios, uso-a para me distrair e tento permanecer indiferente. Mas eu
nã o consigo quebrar o concurso de encarar. E agora Lexi está lambendo
sua orelha... chupando seu ló bulo.
Como ele fez comigo. Em segredo.
Minha sobrancelha arqueia para ele, o mais sutil dos sorrisos
involuntá rios enfeitando meus lá bios. E seus olhos se enchem de raiva
visível. Ele agarra Lexi pelo rosto e a beija, á spero e profundo. Quase
agressivamente, beijando a loira burra como se estivesse cavando ouro
na boca dela com a língua.
Quer dizer, sério... ele quer mesmo beijá-la? O que ele está tentando
realizar agora?
Eu continuo olhando para ele, e seus olhos se abrem, fixando-se nos
meus mais uma vez enquanto seus lá bios se movem audaciosamente
com os de Lexi.
Ok ... muito dramático?
Nós entendemos, você gosta de garotas. Quem não?
Estou meio que ficando de saco cheio dessa festa, e a ansiedade que
toda essa experiência estú pida parece estar crescendo dentro de mim
sem motivo nenhum. Afastando-me, vejo Bea nos ombros de Theo
enquanto ele galopa pela sala como um cavalo. Atravessando os corpos,
cambaleio até eles.
— Querida, posso ir embora…— digo a Bea enquanto ela pega uma
dose de uma garrafa de Fireball.
— Nã o! Nã o saia ainda! — ela choraminga.
— Sim, mano! — Theo calunia. — É tão cedo.
— Realmente nã o é tã o cedo...— murmuro, puxando um baseado e
meu isqueiro do bolso da camisa.
—Oooh, boa ideia! — Bea pula das costas de Theo. — Vamos toke
toke.— Ela se vira e pisca para ele. — Podemos , por favor , fumar no
seu banheiro, bolinho de sexo?
Theo parece querer protestar, mas Bea está realmente exagerando,
arrastando as unhas pelo abdô men dele por cima da camisa.
Ele franze os lá bios.
— Bem. Mas sopre a fumaça em algum papel higiê nico ou algo
assim. — Bea dá um gritinho e beija sua bochecha, me agarrando pelo
braço. — E use uma tonelada de Febreze!
— Este nã o é meu primeiro rodeio, cowboy! — Eu o chamo e pisco
enquanto Bea me arrasta para o banheiro.
— Me desculpe, obrigada, — ela cantarola, se jogando na frente das
pessoas que esperavam pelo banheiro, me empurrando para dentro e
fechando a porta atrá s de nó s.
Rindo, eu acendo o baseado, dando uma longa tragada antes de
entregá -lo a ela.
Pego um rolo de papel higiênico vazio e encho com papel higiênico
para um vaporizador improvisado, soprando a fumaça nele enquanto
Bea nos banha no Febreze.
—Theo nã o é tã o gostoso??— Ela gira em círculos.
Eu tento zombar, mas sai mais como uma risada real.
—Como eu iria saber…—
— Avi, vamos ,— ela murmura, afastando o excesso de fumaça. —
Nó s dois sabemos que você está se envolvendo com caras.
Eu congelo.
— Quem disse…?
— Eu. — Ela sorri e eu relaxo um pouco. — E você. Porque você
disse a mim e a Frankie que achava aquele cara do filme que assistimos
outro dia muito sexy .
Minhas sobrancelhas se fecham enquanto luto para lembrar do que
ela está falando. Cara, eu realmente preciso parar de falar com as
pessoas quando estou bêbado e chapado...
— Oh, você quer dizer Tangerine do Bullet Train ??— Ela ri e acena
com a cabeça. — Objetivamente. Eu disse objetivamente ... gostei do
sotaque dele. —Eu engulo. — E o bigode dele…
Bea faz beicinho e aperta minhas bochechas.
— Você é tã o fodidamente fofo.
— Saia de cima de mim. — Eu a afasto enquanto ela ri.
— Ei, você me conhece. — Ela arranca o baseado entre meus dedos.
—Eu nã o discrimino a genitá lia. — Ela sorri e eu cacarejo. — Enquanto
alguém for gostoso, eu serei um THOT9!
Nó s dois estamos rindo como idiotas enquanto ela rebola na minha
frente cantando:
— THOT THOT THOT —. Até que de repente a porta se abre e nos
deparamos com a carranca perpétua do meu meio-irmã o
superdivertido.
— Você nã o pode jogar um aquá rio no banheiro?— ele rosna, só
para mim. Nã o Bea.
Apenas eu. A culpa é sempre minha.
— Nã o seja um estraga-prazeres, mano. — Eu rio enquanto Bea
cobre a boca para segurar o riso. — Dê uma tragada neste doce gange.
— Eu seguro o baseado e ele o arranca da minha mã o, jogando-o no
chã o. — Ei, nã o é legal.— Eu franzo a testa. — Falta de cortesia.
—O que diabos você está fazendo aqui ?— Ele continua vindo até
mim com sua marca registrada de hostilidade, e eu recuo.
— Festa. — Eu pisco para Bea, que morde o lá bio.
Os olhos zangados de Kyran voam entre nó s dois.
— Vocês dois estã o ficando?
— O quê?! — Eu bufo.
Ele entra na sala, me cercando com os punhos cerrados.
— Bem... você está ? Porque meu amigo gosta dessa garota, e acho
que seria muito foda se você estivesse aqui tentando roubá -la.
— Ok, você parece muito louco agora. — Eu rio para ele. — Quero
dizer, sim, nó s ficamos um pouco antes, mas nã o estamos...
— Bea, por favor, afaste-se, — Kyran fervilha com seu olhar fixo em
mim. —Vou desperdiçar esse perdedor e nã o quero que você se
machuque.
— Kyran, nada estava acontecendo, — Bea suspira, ainda rindo um
pouco, embora Kyran claramente nã o esteja achando graça, e eu estou
começando a me preocupar que ele está prestes a me bater.
— Você precisa ir embora, — Kyran diz para mim com os olhos
estreitados e sua mandíbula apertada. — Já estou farto das suas
besteiras maconheiras.
Eu espio para Bea, que finalmente está começando a parecer um
pouco preocupada. E porque eu quero drama zero, especialmente entre
a multidã o de jogadores de futebol, eu lanço um sorriso forçado para
ela.
— Bea, está tudo bem. Eu aceno com a mã o para ela. — Está tudo
bem. Stepbro só precisa de um minuto para se acalmar.
Ela pisca para mim enquanto Kyran está me apoiando contra a pia.
— Tem certeza?
Eu aceno rá pido.
— Totalmente. Vá buscar algumas bebidas para nó s. Eu estarei lá .
Bea dá de ombros e sai voando, fechando a porta atrá s de si.
Deixando-me com a besta rosnante de frustraçã o sufocante, também
conhecida como meu meio-irmã o.
— Eu literalmente quero matar você, — ele sussurra na minha cara.
Eu coloco a mã o em seu peito para mantê-lo para trá s, e ele a afasta. —
Sério … Só de ver a porra da sua cara me dá vontade de bater nela.
— Nã o faça isso —, murmuro com meu coraçã o batendo mais alto
do que o baixo da mú sica.
— Por que nã o? Eu quero ...— Kyran me agarra pelo pescoço
enquanto seu corpo coloca o meu entre ele e a pia. — Por que nã o devo
conseguir o que quero?
Ele está pressionando em mim com tanta força que minha bunda
está descansando no balcã o enquanto minha parte superior das costas
se conecta com o espelho atrá s de mim. Tentando afastar sua raiva, eu
me movo para a esquerda. Mas ele me joga contra a parede, o largo
plano de seu peito se movendo para cima e para baixo com respiraçõ es
pesadas.
— Você está agindo como um maluco, Kyran. — Eu mantenho minha
posiçã o, as mã os em seu peito tentando empurrá -lo para longe. — Só
porque nó s...
— Nem mais uma palavra sobre isso! — ele late. Ambas as nossas
respiraçõ es irregulares emolduram sua voz, soando através do espaço
confinado.
— Ainda nã o falamos uma palavra sobre isso! — Eu estalo. — É
você que está sendo um psicopata. Por que? Porque gostou?? Ninguém
se importa, porra!
Kyran se pressiona contra mim, e estou todo suado. Seu corpo está a
um milhã o de graus. Provavelmente porque ele está prestes a tirar as
roupas do pró prio Hulk, mas também parece que o calor está
acontecendo por causa de quã o perto estamos.
E como nossos paus estã o se tocando...
— Te odeio. — Sua voz reverbera em mim.
Com minhas mã os em seu peito, sinto como seu coraçã o está
acelerado. Isso me faz engolir, o que ele deve sentir, já que atualmente
está segurando minha garganta como se estivesse prestes a me sufocar
até a morte. Os olhos dele caem brevemente para onde está a mã o dele,
entã o deslizam lentamente sobre meus lá bios, de volta aos meus olhos.
Suas pupilas dilatam.
Certo... o que está acontecendo?
Por que está tão quente aqui??
Algo estranho acontece com minhas mã os... Elas seguram levemente
seu peito, meus dedos se curvando ao redor do tecido de sua camisa.
Ele engole visivelmente e sua respiraçã o torna-se superficial.
— Por que você me odeia, Ky...? — Eu pergunto em um sussurro
rouco.
— Porque, — ele rosna, ainda me colando na parede com seu corpo.
— Por quê?
Eu o puxo pela camisa, e ele vem com o meu puxã o, aproximando-se,
os lá bios pairando sobre os meus até que eu possa sentir o gosto da
bebida frutada em seu há lito.
— Porque...— Ele engole novamente, verde brilhante e ouro caindo
curiosamente mais uma vez na minha boca. — Porque você é... você é...
— Você nã o sabe por que, nã o é? — Minhas costas arqueiam e
nossos peitos batem, nossos corpos se juntando.
Ele nã o parece mais tã o zangado. Ainda está lá , mas mais do que
tudo, agora ele é um quadro trêmulo, confuso e indefeso. Eu nã o sei o
que diabos está acontecendo entre nó s, mas cada mú sculo do meu
corpo está contraído e meu sangue está correndo em meus ouvidos.
Há alguma força nos mantendo juntos, e nã o acho que sou forte o
suficiente para lutar contra isso. Talvez ele também nã o seja...
Entã o, contra todo pensamento racional, meus lá bios roçam os dele.
Eu nem acho que fiz isso... Por que eu faria isso? É suicídio. Mas
aconteceu e provocou um pequeno ruído na garganta de Kyran.
— Avi...— Ele diz meu nome com uma respiraçã o trêmula. — Nã o…
Minha cabeça está nublada com a luxú ria enquanto eu sussurro, —
Nã o diga não quando você realmente quer dizer faça ...— E meus lá bios
se separam sobre os dele.
A maneira como a parte de baixo rechonchuda se encaixa
perfeitamente entre as minhas... como uma peça de quebra-cabeça de
pelú cia perfeita. Eu nã o posso deixar de dar uma chupada gentil e
hesitante. Você sabe... já que está bem ali. E ele ronrona.
Ele ronrona pra caralho. O loiro gostoso e ranzinza.
Meu meio-irmão.
Esse barulho, Jesus Cristo...
Meu pau salta quando o aperto de Kyran em volta da minha
garganta afrouxa, sua mã o timidamente caindo para descansar no meu
peito enquanto a minha usa sua camisa para puxá -lo para mais perto. E
beijá -lo, só mais um pouco...
Porque eu nã o posso não.
No segundo literal em que se torna aparente que estamos realmente
nos beijando, torna-se selvagem. Zero a cem. Em um piscar de olhos,
nossos lá bios nã o estã o mais roçando suavemente, eles estã o atacando
vorazmente . Chupando com força, abrindo mais para que nossas
línguas possam brincar. É malditamente cruel e ganancioso e oh-tão
quente .
Kyran geme baixinho e eu gemo de volta, meus dedos liberando sua
camisa para deslizar em seu cabelo. Ele me pressiona contra a parede
com mais força, mas eu pressiono de volta, lutando contra ele pelo
controle, que ele parece desistir facilmente por mim, deslizando sob o
feitiço desses beijos inebriantes.
Eu mordo seu lá bio e ele choraminga, apertando meu peito, me
tocando com dedos trêmulos enquanto os sons de sucçã o ú mida
enchem a pequena sala.
— Feche a porta, — ele choraminga enquanto nó s maltratamos a
boca um do outro.
— Está fechado,— resmungo, uma mã o deslizando por suas costas
enquanto a outra segura sua mandíbula.
É tão afiado e esculpido, sentindo-o se mover enquanto ele me beija,
deixando meu pau duro como um poste, preso entre nossos corpos. Eu
puxo sua parte inferior das costas para sentir... e sim, ele está duro
também. Tã o, tão difícil.
Droga, por que o pau dele é tão gostoso??
—Tranque-o —, ele exige, deslizando sua língua em minha boca
para acariciar a minha. — A porta, Avi... Por favor, tranque-a.
Foda-se... a língua dele. Eu realmente gosto da língua dele na minha
boca...
Isso é tão ruim.
Alcançando atrá s dele, consigo trancar a porta, minha mã o
imediatamente voltando para ele, agarrando sua bunda e amassando
com força em meus dedos até que ele choraminga.
— Está trancado? — ele respira entre beijos selvagens e febris.
— Sim , Kyran, está trancado pra caralho,— eu resmungo com sua
aberraçã o de controle, puxando seu cabelo em meu punho e chupando
forte o suficiente para machucar sua boca irritante.
— Entã o faça uma barricada —, ele lamenta, estremecendo contra
mim.
Eu rio em sua boca.
— Com o que?
— Eu nã o me importo, apenas faça isso —, ele resmunga,
ruidosamente, implorando desespero em seu tom. — Ninguém pode
saber disso. Ninguém , Avi, você está me ouvindo?
Eu aceno enquanto lambo seu lá bio e o puxo entre meus dentes.
— Sim, querido, eu ouço você.
— Nã o me chame assim, porra, — ele sussurra, e eu o empurro
contra a porta.
— Desculpe... pensei que você fosse outra pessoa,— eu provoco,
mordendo-o até que ele ronrone novamente. Meu pau está pulsando,
isso é tã o bom. — Use seu corpo grande e sexy para bloquear a porta.
— Cala a boca —, ele rosna. — Isso nã o muda nada. Eu ainda te
odeio…
— Mhm.— Concordo com a cabeça, moendo ferozmente meu pau
contra o dele através de nossas calças.
— E isso ainda é apenas pelo dinheiro…
— Mas nã o estamos gravando. — Eu escovo minha palma sobre seu
mamilo através de sua camisa. Ele choraminga, e eu juro por Deus, estou
desmoronando agora.
— Entã o foda-se gravar,— ele ofega, arrastando a mã o pela minha
frente, dedos ansiosos brincando com os botõ es da minha camisa.
Acho que nã o preciso gravar agora, um pensamento que traz uma
lasca de consciência à minha mente. Nã o faço ideia do que estamos
fazendo, mas tenho certeza de que nã o tem nada a ver com os fã s.
Ainda assim, preciso usar minha cabeça aqui; mantenha-nos na
linha e, mais importante, evite que Kyran surte. Se ele quiser gravar, a
gente grava.
E nã o vou dizer que a ideia de capturar esse momento surreal nã o é
atraente.
Entã o eu tiro meu telefone do bolso, tentando beijá -lo enquanto
abro minha câ mera. Aperto gravar e seguro o telefone o melhor que
posso enquanto devoramos os lá bios um do outro como se fossem
algum tipo de lanche insanamente delicioso. Contorcendo nossos
corpos juntos, eu esfrego minha ereçã o na dele, sentindo-a dura como
pedra e latejando através de seu jeans.
— Isso é bom? — Eu sussurro, chupando possessivamente seu lá bio
inferior.
Ele acena com a cabeça e lamenta:
— Sim… Sim . É uma sensaçã o... muito boa.
— E se eu te beijar aqui? — Minha boca percorre sua mandíbula, em
sua garganta, a língua espreitando para roubar seu pomo de Adã o. Ele
balança e eu o mordo, ao que ele faz um som doce e sufocado. — Shh...
Quieto, lindo.
— Sem nomes de animais de estimaçã o, — ele rosna, embora suas
mã os estejam agora na minha bunda e ele está me segurando para ele,
ajudando meus quadris a empurrarem os dele. — Eu nã o sou seu
namorado.
— Sim, sem merda. Você nã o é meu tipo, — murmuro, usando
minha mã o livre para chegar por baixo de sua camisa e sentir sua pele
macia e quente.
— Isto é para os fã s, certo?
Ele acena com a cabeça novamente.
— Para os fã s. — Gemendo baixinho, ele sussurra: — Chupe minha
orelha.
Um leve sorriso triunfante puxa meus lá bios enquanto eu os movo
até sua orelha.
— Diga por favor.
— Por favor,— ele implora com os dentes cerrados, como se
desejasse nã o ter que se submeter a mim, mas é bom demais para ele se
importar o tempo todo.
Sacudindo seu ló bulo com minha língua, eu chupo entre meus
lá bios, brincando com ele até que ele esteja tremendo e se contorcendo.
— Eu faço isso melhor do que ela...? — Meus quadris ondulam
contra os dele, ambos os nossos paus lutando contra nossas calças,
todos grossos e só lidos e doendo por mais contato.
— Foda-se... Avi .— Ele suspira meu nome, a cabeça inclinada para
trá s na porta. — Mmm ... ohh merda ...
Ele está apertando todo, e eu sinto que isso significa que ele pode
gozar, o que puxa minhas bolas tã o apertadas que elas estã o prestes a
romper. Movendo minha boca de volta para a dele, eu o beijo com força,
esfregando nossos paus juntos com tanta fricçã o que é como se
estivéssemos tentando começar um incêndio.
— Você se sente tã o fodidamente bem...— Digo a ele, e ele
choraminga.
— Eu nã o quero gozar nas minhas calças…— ele choraminga com a
voz rouca, mas posso dizer que parte dele nã o se importa. Assim como
a parte maior e mais insistente de mim nã o se importa nem um pouco
se eu cobrir o interior da minha Klein com porra agora.
Ainda assim, murmuro em seus lá bios:
— Você quer que eu tire? — Ele acena com a cabeça rapidamente
enquanto minha mã o cai em seu pênis entre nó s. — Você quer que eu
pegue sua carga quente na minha boca?
— Foda-se ... Avi...— Seus dedos cavam em mim através das minhas
roupas.
— Acho que é tarde demais. — Sugo as palavras em seus lá bios
carnudos. — Venha para mim, querido.
— Eu nã o sou seu — porraaa . Porra, sim, oh Deus, Avi, estou vindo .
O corpo de Kyran estremece, suas mã os voando em meu cabelo para
me segurar no lugar enquanto ele chora baixinho em minha boca.
Minha mã o aperta e agarra seu pau grande através de suas calças,
acariciando seu orgasmo enquanto eu movo meu pró prio em seu
quadril.
— Foda-se, eu vou gozar em minhas calças para você, Ky...— Antes
mesmo das palavras escaparem dos meus lá bios nos dele, pulsos de
esperma estã o disparando por todo o interior da minha cueca,
encharcando minha pélvis com maciez.
— O que… que porra… — Kyran se encolhe entre mim e a porta,
sustentando seu peso corporal agarrando-se a mim enquanto nó s dois
trememos e sugamos todo o ar da pequena sala.
Estamos apenas de pé, mais como encostados, um no outro, e na
porta, por muitos segundos generosos, recuperando o fô lego e
descendo da altura fulminante do que acabou de acontecer.
O que diabos acabou de acontecer??
Nós nos beijamos e transamos um com o outro, bobo, foi o que
aconteceu.
As mã os de Kyran deslizam para fora de mim, e ele tenta ficar em pé,
cambaleando enquanto faz isso. Eu me endireito e me afasto, mas nã o
sem primeiro dar um beijo suave em seu lá bio inferior.
E quando me afasto, ele parece chocado, severamente amarrotado,
saciado e horrorizado.
Principalmente coisas boas, suponho.
Terminando a gravaçã o no meu telefone - nem tenho certeza do que
acabei de gravar - nã o posso deixar de sorrir para mim mesmo. Eu sabia
que ele gozou naquela noite por minha causa. Eu ganhei.
— Isso foi…— ele começa.
E eu deixo escapar:
— Incrível?
— Idiota —, ele me corrige, empurrando o cabelo para trá s com os
dedos e pegando papel higiênico.
— Toalhitas. — Eu aceno para a cesta na pia, e ele as pega.
— Boa aparência.
Ele os usa para tentar se limpar dentro da calça, enquanto eu faço o
mesmo, meus pensamentos acelerando em tudo o que acabou de
acontecer neste banheiro.
Que show de merda incrível…
— Como diabos vamos sair daqui sem que ninguém nos veja sair?
— ele murmura, esfregando os olhos na frente do espelho.
Ele parece estressado. E logo depois de um orgasmo matador. Isso
prejudica meu pró prio humor, porque nã o quero que ele fique nervoso
ou com medo.
— Todo mundo está bêbado. Eu garanto que eles nã o vã o notar, —
eu digo a ele, e ele olha para mim. — Mas você pode sair primeiro. Vou
esperar alguns minutos e depois sair de fininho. Acredite em mim,
ninguém presta atençã o em mim nessas festas. Eu sou, tipo, invisível.
A cabeça de Kyran se inclina e seus lá bios se abrem como se ele
fosse dizer algo. Mas ele nã o. Ele apenas balança a cabeça, entã o morde
o lá bio, seus olhos deslizando de volta para si mesmo no espelho.
Nã o tenho ideia do que me leva a dizer isso... Talvez eu esteja apenas
bêbado, aproveitando aquele orgasmo fantá stico, senã o imprudente...
Mas vê-lo olhar para si mesmo no espelho como se nã o tivesse ideia
de quem ele é faz com que as palavras saiam da minha boca.
— Nó s deveríamos foder algum dia.
O rosto de Kyran gira ao redor, e ele olha para mim como se eu
tivesse enlouquecido completamente. Talvez eu tenha... Porque
nenhuma pessoa sã e racional diria o que acabei de dizer. Certo?
Ele resmunga:
— Eu nã o quero...
Mas eu o interrompi com meu dedo em seus lá bios e murmurei:
— Nó s dois sabemos que você quer.— Minha mã o se afasta e ele fica
quieto, seus olhos caindo na minha boca. — Além disso… é para os fã s.
Os OnlyFans , quero dizer.
— Eu nã o vou te foder por dinheiro, Avi—, ele rosna.
Meu olhar se estreita para ele.
— Quem disse que você estaria me fodendo?
Ele me encara por um momento em silêncio antes de uma risada
borbulhar de dentro de sua garganta. É incrível o quã o pouco eu o ouvi
rir... Parece e soa estranho quando ele faz isso.
— Você está delirando, — ele suspira, me empurrando para fora do
caminho e indo para a porta. Mas seus dedos meio que roçam meu
abdô men enquanto ele faz, e ele me espia uma ú ltima vez, estendendo a
mã o para a maçaneta. — Deixa pra lá , Avi.
Meus lá bios se curvam quando passo para o lado, fora de vista.
— Sem promessas, superstar.
CAPÍTULO CATORZE

KYRAN

PoundTown69: Você é uma passa? Porque você está aumentando meu


pau
FranknBeanz: Bunda tão apertada que eu poderia quebrar minhas bolas
nela
Bearb0tt0m: O que tem 3 buracos? sua camiseta favorita e eu - eu quero
entrar

— Alguém está checando você.


Meus olhos se erguem das palavras na pá gina. E com certeza, há
uma garota que eu definitivamente reconheço, sentada algumas mesas
adiante, sorrindo para mim e enrolando o cabelo no dedo.
— Ah, sim. Tenho certeza de que nã o seria desastroso nem nada —
murmuro sarcasticamente, olhando para o livro à minha frente.
— Ei, jogadores de futebol e líderes de torcida sã o, tipo, uma coisa
conhecida —, diz Guty enquanto folheia distraidamente as pá ginas de
seu livro, nem mesmo fingindo estudar. — Além disso, você e Lexi nã o
sã o exclusivos, certo?
Não, nós não somos.
Eu balanço minha cabeça.
— Nó s nã o ficamos realmente juntos em semanas, além de uma
sessã o ocasional de amassos. — O que geralmente parece acontecer
apenas como um meio de provocar as pessoas…
Meu maxilar fica tenso e redireciono meus pensamentos.
— Ei, eu adoro uma boa sessã o de pegaçã o. — Guty sorri, e quando
meus olhos se voltam para os dele, ele pisca.
Eu não estou tentando pensar em dar uns amassos...
Em banheiros. Com altos, musculosos, presunçosos, sorridentes...
humanos.
Apertando meus olhos bem fechados, eu me afasto e tento voltar
para a minha leitura. Mas nã o estou chegando a lugar nenhum porque
Guty nã o tem interesse em estudar. Tudo o que ele quer fazer é falar
merda, e é por isso que eu sabia que convidá -lo para a biblioteca
comigo era uma má ideia.
Ainda assim, eu poderia usar a distraçã o. Porque ultimamente
sempre que estou sozinho, o silêncio parece ecoar mais alto do que
alguém gritando bem na minha cara.
— Entã o talvez você devesse tirar Lexi das minhas mã os. — Dou um
sorriso malicioso para Guty e ele ri.
— Vou levar um para o time. Se isso significa que você pode dar uma
facada na pequena senhorita Olhos Sedutores ali. — Ele se inclina para
trá s em sua cadeira, levando-me a olhar mais uma vez para a garota na
parte de trá s.
O nome dela é Krystle, e ela também é uma líder de torcida, o que
significa que eu nã o teria que me esforçar muito para ficar com ela.
Guty nã o estava errado. Jogadores de futebol e líderes de torcida
combinam como manteiga de amendoim e geleia.
Mas a vozinha irritante no fundo da minha mente continua
insistindo que estou ficando entediado com manteiga de amendoim e
geleia. Especialmente quando há tantos outros sanduíches
interessantes por aí…
Não. Eu balancei minha cabeça novamente. Nã o, manteiga de
amendoim e geleia está bem . É um clá ssico e todo mundo adora. Nã o há
necessidade de pensar em nozes grelhadas com banana, ou paninis de
brie de maçã , ou todos aqueles outros sanduíches exó ticos e diferentes
quando os comuns fazem exatamente o que devem fazer. Nutrir você.
Afinal, comida é isso. Sustento. Nem mais nem menos.
Siga em frente, Kyran. Não importa.
De repente, estou me sentindo impacientemente determinado.
Preciso de uma nova distraçã o, uma que seja mais cativante do que
simplesmente focar nos trabalhos escolares. Eu preciso ligar, para
provar a mim mesmo que está tudo bem. Nada aconteceu outro dia no
banheiro, e nã o foi a coisa mais emocionante que já experimentei em
toda a minha vida.
Isso foi um erro. Um acidente.
Eu estava bêbado, é isso. Nunca mais preciso nem pensar nisso,
porque não aconteceu. Nega nega nega.
Levantando-me, guardo meus livros na mochila e murmuro para
Guty:
— Te vejo mais tarde.
Eu o ouço murmurar:
— Pegue um pouco, playboy —, enquanto eu caminho casualmente
até a mesa dos fundos.
Deslizando para o assento ao lado dela, mostro a Krystle meu
sorriso encantador bem ensaiado, e ela morde o lá bio para conter sua
ó bvia excitaçã o.
— Ei, Ky, — ela sussurra, já exalando tentaçã o, o que é um bom
pressá gio para o meu plano.
— Oi, linda, — eu murmuro, entã o estremeço.
— Shh... Quieta, lindo.
Não. Pare com isso agora. Pare de se lembrar daquela coisa que
nunca aconteceu.
— Você está animado com o primeiro jogo do playoff? — Krystle
pergunta, me distraindo da minha turbulência interior, o que eu
realmente aprecio.
— Foda-se sim. — Eu sorrio. — Vencer a Virginia Tech em casa será
muito gratificante.
Ela ri e continua com o cabelo girando.
— Bem, se você precisar, você sabe... desabafar um pouco.— Ela
morde o lá bio novamente. — Você sabe onde me encontrar.
— Aqui na biblioteca? — Eu provoco, e ela ri da minha piada idiota,
batendo em meu braço de brincadeira.
Isso é bom. Isso pode funcionar.
— Na verdade, acho que terminei. — Ela fecha o livro com um tapa.
—Quer sair daqui?
Sim. Isso definitivamente funcionará. Modo de distração: ativado.
— Soa como um plano.
Levantando-me, pego sua mochila para ela - sendo todo
cavalheiresco e merda - quando saímos da biblioteca, e ignoro Guty
balançando o ar em minha direçã o quando passamos por ele.
Estou totalmente preparado para voltar para o dormitó rio dessa
garota com ela, mas nem chegamos tã o longe. Na verdade, nem saímos
do prédio antes que ela me enfie no banheiro.
Oh não… não é o banheiro.
Krystle entra sorrateiramente e fecha a porta atrá s dela, trancando-
a e imediatamente avançando para mim. Largando nossas malas com
um baque, eu agarro seu rosto e aceito o beijo que ela está jogando em
mim, seus lá bios atacando os meus avidamente enquanto suas mã os
deslizam sobre mim.
— Você é tã o quente —, ela ronrona em minha boca, moendo seu
corpo pequeno e delicado em mim. — Eu queria ficar com você por
tanto tempo.
— Mmmhm...— é tudo que consigo dizer com a língua dela entrando
na minha boca.
Minhas mã os seguram sua bunda, puxando-a para mim, o que é fá cil
porque ela é quase trinta centímetros mais baixa e nã o pesa
praticamente nada. Agarrando e apertando sua bunda, nã o posso deixar
de reconhecer como é muito menos musculoso do que o ú ltimo que
entrego em minhas mã os…
Porra. Pare com isso.
Estou instantaneamente suada e quente sob minhas roupas, minha
mente trabalhando para se concentrar no que estou fazendo.
Concentre-se na garota que estou beijando... Sua forma pequena e bem
torneada... Peitos empinados empurrando contra o meu peito.
Isto é o que eu gosto. Mamas. Eles estã o se esfregando em mim
enquanto nossas línguas se entrelaçam, seu perfume feminino e floral
enchendo meu nariz.
Meus membros estã o anormalmente rígidos, os pulmõ es apertados
como se eu estivesse sufocando, mas eu supero isso. Eu ignoro todos
esses pequenos pensamentos estú pidos e me concentro .
—Eu sei que isso é ruim ...— Krystle sussurra enquanto chupa meu
lá bio. —Se Lexi descobrisse, ela ficaria tã o chateada.
— Eu nã o... eu nã o...— Minhas palavras estã o ficando presas na
minha garganta, o mero ato de tentar formar uma frase ficando em
segundo plano para mim, apenas tentando nã o surtar sobre o quã o
pequena ela é.
Isso é o que eu estou acostumado, droga. Não... aquela outra coisa que
nã o aconteceu , caramba.
— Eu gosto disso, no entanto. — Ela continua falando, sem perceber
o quanto estou à beira de um grande surto. Seus lá bios se afastam dos
meus e se movem para o meu ouvido. Oh não... — É como se fosse...
proibido.
Ela suga o ló bulo da minha orelha entre os lá bios e eu me encolho.
— Eu faço isso melhor do que ela...?
Cale-se! Vá embora, maldito!
Eu nã o consigo respirar. Meus pulmõ es estã o queimando como se
estivessem ficando sem oxigênio disponível. Parece que a sala está
ficando cada vez menor e…
Minhas mã os gentilmente empurram Krystle para longe de mim
enquanto eu sugo o ar freneticamente, lutando para respirar.
Suas mã os correm sobre meu peito e ela diz:
— Você está bem?
Com a cabeça balançando, eu passo meus dedos pelo meu cabelo,
olhos rastejando abertos para espreitar para ela. Ela provavelmente
pensa que eu sou uma aberraçã o enorme, o que claramente eu sou.
Entã o digo a primeira coisa que me vem à cabeça para me tirar dessa
situaçã o…
— Sinto muito... nã o posso. — Eu engulo. — Eu nã o posso fazer isso
com... Lexi.
Agarrando minha bolsa, alcanço atrá s dela para destrancar a porta.
Eu sei que isso parece horrível, e eu realmente nã o quero que essa
garota fique espalhando boatos de que eu sou um maldito esquisito,
entã o eu a beijo na cabeça antes de abrir a porta.
— Sinto muito, Krystle. Você é ó tima, mas eu só ... preciso resolver as
coisas com a Lexi antes de ficar com mais alguém. Você entende, certo?
Ela nã o parece emocionada, mas seus olhos arregalados sã o
simpá ticos quando ela balança a cabeça e me mostra um pequeno
sorriso.
— Você é um cara legal, Kyran. Lembre-se... estou sempre aqui se
precisar de mim.
Certo. Incrível.
— Obrigado —, murmuro, saindo do banheiro o mais rá pido que
minhas pernas podem me levar.
Fugindo... Longe da memó ria de suspiros e beijos e palavras
sussurradas no banheiro.

***

Eu tenho me encarado no espelho por muito tempo.


Tanto tempo que nem reconheço mais o rosto olhando para mim.
Quem é você…?
De onde você veio?
Eu nã o posso ter isso. Eu nã o posso ter nada disso. Um dos maiores
jogos da minha carreira no futebol está chegando em alguns dias, e
minha cabeça precisa estar clara. Preciso estar totalmente envolvido,
nã o perdendo o controle como um satélite que saiu de ó rbita, perdido e
caindo no espaço.
Eu preciso limpar minha cabeça e descobrir o que diabos há de
errado comigo.
Eu preciso transar.
O problema de ficar com Krystle era que era muito novo. Isso me
surpreendeu. Deve ser isso ... Mesmo sendo apenas mais uma líder de
torcida, ela era diferente. Tipo de.
Entrando na outra sala, pego uma garrafa de Jack Daniels e tomo um
grande gole. Eu vou resolver isso. Eu tenho que.
Tirando meu telefone do bolso, digito uma mensagem para Lexi...
Eu: Você está por aí?
Ela escreve de volta quase imediatamente.
Lexi: Estou no meu dormitório. Esperando Por Você ;)
Perfeito.
Envio uma mensagem de texto com um emoji de berinjela seguido
de cinco esguichos de á gua, depois coloco meu telefone no bolso e
arranco outra dose da garrafa. Beber excessivamente é outra boa
maneira de me entorpecer de todas as realidades que infectam meus
pensamentos. Mas nã o tenho tempo para ser atacado casualmente, já
que estou com pressa para acabar logo com isso; afundar meu pau na
buceta da Lexi e provar de uma vez por todas que está tudo bem , e
erros ou nã o, ainda sou eu .
Porto de Kyran. Eagles QB. Aluno excepcional, corpo doentio e cabelo
lindo. Não ser hipnotizado ou coagido a coisas sem nome por qualquer
vodu trapaceiro que certos meio-irmãos maconheiros possam possuir.
Engolindo vá rios goles grandes de bebida, minha visã o já está
embaçada quando saio do meu dormitó rio e parti para uma missã o no
Vanderslice Hall. Chego rá pido, confusa e mal me lembro da caminhada
enquanto pego o elevador para o andar de Lexi. Cambaleando pelo
corredor, eu bato em sua porta, e ela abre, vestindo nada além de minha
camisa de futebol.
Ver? É por isso que ela é a aposta segura.
Alívio toma conta de mim quando ela me puxa para dentro,
fechando e trancando a porta atrá s dela.
— Mandy estará de volta em meia hora —, ela respira, puxando
minha boca na dela pelo meu queixo. —Temos que fazer isso rá pido.
— Você tem alguma bebida? — Murmuro em seus lá bios,
precisando de mais alguns tiros para garantir. Para garantir que todas
as memó rias sejam suficientemente afogadas até a morte.
Ela acena com a cabeça, me beijando mais algumas vezes antes de se
virar e correr para pegar uma garrafa de Fireball. O padrão canela para
universitários, aparentemente.
Destampando-o, eu o trago de volta, quase engasgando quando Lexi
enfia a mã o dentro da minha calça para agarrar meu pau. Seus dedos
sã o pequenos e delicados, e eu fecho meus olhos, focando na sensaçã o
dela acariciando meu pau... O que é praticamente um macarrã o mole
agora.
Meus dentes rangem juntos. Vamos lá… É bom, você sabe que é.
Tomando outro grande gole, minha cabeça parece uma bola de
boliche. Meu pescoço mal consegue segurá -lo mais.
Claramente, Lexi está tã o determinada quanto eu a fazer isso
funcionar, porque ela desiste do prá tico e cai de joelhos, abrindo o zíper
da minha calça e empurrando-a para baixo com a minha boxer. Minha
visã o embaçada cai em sua cabeça de cabelo loiro, vendo em dobro
enquanto ela colocava meu pau quase duro em suas bocas.
É uma sensaçã o boa... É , mas eu sou uma bagunça do caralho e eu
sei disso. Nada está funcionando... Estou muito confuso.
— Você se sente tão bem pra caralho...
Olhos fechados, minha cabeça inclinada para trá s e eu mordo meu
lá bio, lembrando-me de uma boca muito mais gananciosa. Um que me
chupou com hesitaçã o emoldurando a curiosa necessidade.
— Foda-se...— Eu engulo em seco, mordendo meu lá bio com força
enquanto minha ereçã o finalmente ganha força.
Essa boca estava quente e molhada também. Os lá bios eram tã o
macios, a língua tã o brincalhona... Provocando minha cabeça da mesma
forma que provocava minha pró pria língua...
— Chupa-me.
Um gemido de um ruído deixa meus lá bios e eu tento como o
inferno encobri-lo. Nã o quero ficar pensando nisso... nã o quero ficar
lembrando dele enquanto estou pegando a cabeça de uma garota.
— Você quer que eu pegue sua carga quente na minha boca?
Rosnando, forço meus olhos a se abrirem para observar a garota de
joelhos, balançando abaixo da minha cintura. É quem eu deveria
querer... Ninguém mais.
Mas nã o consigo parar de vê-lo. Nã o consigo parar de pensar em
todos os pequenos detalhes que faltam nesta criatura flexível.
— Vá embora...— Esfrego os olhos com força com os dedos. — Eu
nã o quero você.
Lexi sai do meu pau.
— Ky, você está se sentindo bem?
Balançando a cabeça, murmuro:
— Uh, sim... Nã o...— Passo a mã o no rosto. — Nã o sei.
Ela se levanta, pegando a garrafa antes que ela escorregue dos meus
dedos.
— Podemos ir para o quarto, se você quiser...— Sua pequena mã o
sobe pelo meu peito. — Você pode me foder por trá s...
Afastando-me, tropeço para longe dela.
— Nã o. Nã o, me desculpe, querida. Na verdade, nã o estou... me
sentindo bem.
Virando-me antes que eu possa me envergonhar ainda mais, vou
para a porta.
Foda-se isso. É impossível.
Estou quebrado.
Danificado.
Ele fodidamente me arruinou .
— Kyran, espere! — Lexi grita atrá s de mim, mas é tarde demais.
Eu já estou fora da porta, me afastando. Fugindo. De novo.
Estou furioso quando saio de Vanderslice, marchando pelo ar frio de
dezembro. Meu sangue está fervendo, a fú ria percorre cada mú sculo do
meu corpo. Estou meio dividido entre a raiva vibrante e a beligerâ ncia
bêbada, o que é uma combinaçã o ruim. Porque nã o nã o importa o
quanto eu tente superá -lo, ambos me levam ao mesmo lugar…
Apartamentos Thomas More, quarto 446.
Meu punho bate três vezes contra a porta em rá pida sucessã o.
Respiraçõ es irregulares vibram em meu peito, mandíbula estalando ao
som de passos do outro lado. Ele abre uma fresta, o cinza iridescente
me atingindo como o golpe final de um fó sforo atirado em uma fogueira
embebida em querosene.
Seus lá bios se abrem, mas antes que ele possa tentar fazer algum
tipo de comentá rio, eu entro e o jogo no chã o.
Avi pousa embaixo de mim com um grunhido e minhas mã os
imediatamente circundam sua garganta.
— Você me arruinou! — Meus dedos cavam enquanto suas mã os
voam para cima, tentando me segurar. — Isto é tudo culpa sua!
— O-o quê?! Qual é a minha culpa?! — ele resmunga, lutando para
sair debaixo de mim.
Mas eu o prendo com o peso do meu corpo, atirando uma frustraçã o
desenfreada nele através dos meus olhos.
— Tudo! Tudo isso. — Estou ardendo, queimando sob minhas
roupas enquanto suas mã os agarram meus antebraços, tentando afastá -
los de seu pescoço. — Devemos foder algum dia?? Você está brincando
comigo?!
— Kyran... Se acalme —, ele engasga, seu rosto ficando vermelho por
causa dos meus dedos cortando seu suprimento de ar. — Podemos
conversar sobre isso…
— Eu nã o quero falar com você, — eu rosno, inclinando-me sobre
seu rosto.
Ele pisca.
— Entã o o que você quer fazer?
— Eu quero matar você, — eu assobio, as emoçõ es tomando conta,
o ó dio, a fraqueza e a confusã o se misturando como uma combinaçã o
letal de produtos químicos, inundando meu sistema. — Eu quero
destruir você como você me destruiu.
— Como eu te destruí? — ele resmunga, usando toda a sua força
para empurrar meus braços para trá s; segurar meu peso de esmagar
sua garganta.
— Com suas malditas ideias estú pidas, — eu falo, de repente
exausto. Cansado... Tão, tão cansado de lutar. — Seus planos de merda e
suas malditas ló gicas estú pidas. Você me meteu nisso... Você e a porra
da sua boca.
Suspirando de desespero, meu aperto em torno de seu pescoço
afrouxa e minha testa bate na dele. Eu me sinto esgotado, como se nã o
houvesse mais nada. Estou tã o cansada que poderia desmaiar.
Avi nã o se mexe. Ele fica deitado no chã o embaixo de mim, suas
mã os deslizando cuidadosamente de meus antebraços para minhas
mã os. Ele os move para fora de sua garganta, para baixo em seu peito,
sugando uma longa respiraçã o enquanto meu corpo cai sobre ele em
sinal de rendiçã o.
— Você me fodeu...— eu sussurro. — Eu nã o conseguia ficar duro.
— Huh?
— Quando eu estava saindo com Lexi... eu nã o conseguia nem ficar
duro. Porque suas malditas palavras estú pidas envenenaram meu
cérebro.
Avi está imó vel, apenas respirando, nossos peitos descansando
juntos enquanto eles se movem em conjunto, para cima e para baixo.
Seus quadris se movem e ele se contorce.
— O que? — Eu rosno, irritado porque ele parece querer se mover
quando tudo que eu quero fazer é apenas ficar aqui e fingir que
estamos mortos.
— Quero dizer ...— Sua voz se arrasta em um estrondo hesitante, —
Você está duro agora ...
Minha mandíbula fica tensa.
— Nã o, eu nã o estou.
— Sim... você está . — Ele move seus quadris novamente, e eu sinto
isso, como uma onda de sensaçõ es fazendo chover formigamento entre
minhas pernas. — Seu pau é... porra, é como pedra.
Levantando minha cabeça um pouco, eu espio entre nossos corpos a
ereçã o visível tentando lutar para sair da minha calça. Outro suspiro
desesperado vem da minha boca, e desta vez eu coloco minha cabeça
em seu ombro.
— Por que estou tã o duro? — Eu lamento, tã o confuso e cheia de
ressentimento. — Por que estou duro agora …? É tã o estú pido. Meu pau
está quebrado.
— Jesus, quã o bêbado você está ? — Avi ri, e isso me irrita o
suficiente para levantar minha cabeça novamente.
— Você quebrou meu pau. — Eu olho para ele.
Ele está claramente tentando abafar um sorriso enquanto levanta os
dedos para escová -los pelo meu cabelo.
— Sim, acho que nã o é isso.
Afastando-me de seu toque, eu rolo de costas para ele.
— Qualquer que seja. Estou fodido. Provavelmente vou perder para
Virginia Tech, de novo, tudo porque nã o consigo colocar minha cabeça
no lugar…
Antes que eu possa processar, ele rola em cima de mim, montando
em mim e prendendo meus pulsos no chã o. Meus olhos se arregalam, o
calor subindo pelo meu pescoço.
— Entã o deixe-me ajudá -lo.— Sua cabeça se inclina enquanto ele
olha curiosamente para mim.
Eu engulo um gole grosso e á spero.
— Como…?
Inclinando seu rosto sobre o meu, ele para quando as pontas de
nossos narizes se tocam.
— Dê ao seu pau o que ele quer.
Arrepios cobrem minha carne, embora eu esteja com tanto calor que
é como se eu estivesse sob o sol. Eu forço um aceno de cabeça enquanto
olho para ele.
— Meu pau é um idiota.
Ele ri, trazendo ainda mais calor ao meu rosto.
— Isso provavelmente é verdade..., mas quem se importa? Pare de
lutar contra o que é bom, Kyran.
Pare de lutar.
Meu cérebro quer que eu proteste. Insistir que este nã o sou eu, e
que eu o odeio, porque ele é um idiota maconheiro que sorri demais e
nã o me conhece.
Mas, ao mesmo tempo, estou cansado. Cansado de fingir que esse
estú pido negó cio secreto nã o é a coisa mais excitante que já fiz.
Cansado de agir como se nã o me emocionasse saber que as pessoas
estã o pedindo e implorando para ver o que podemos fazer a portas
fechadas.
Não precisa significar nada... Não agora.
Talvez agora seja o oposto do futebol. Uma forma de abrir mã o do
controle e da responsabilidade... E ser burro com ele. Por um
tempinho…
Até ganharmos o dinheiro de que precisamos. E então será feito.
Pressionando meus lá bios, balanço minha cabeça em um pequeno
aceno, porque nã o sei o que dizer.
Mas Avi nã o parece se importar que eu esteja perdida, confusa ou
insegura. Ele coloca seus lá bios nos meus, apenas um roçar macio antes
de sussurrar:
— Nó s deveríamos foder, Kyran.
Meu coraçã o está disparado, dedos enfiados nos dele onde ele está
segurando minhas mã os enquanto murmuro:
— Para os fã s... Certo?
Seus cílios vibram e ele olha para mim, balançando a cabeça
lentamente. — Sim. Sim, totalmente… Para os fã s.
Nã o quero nem pensar em como meu pau está duro agora. É muito
confuso. Em vez disso, concentro-me apenas na tarefa em mã os. O
negócio.
— Tem certeza que pode lidar comigo... foder você...— Eu engasgo
com as palavras. — Na bunda?
Ele dá uma risada estrondosa, pressionando seus quadris contra os
meus, nossos paus se reencontrando mais uma vez. Eu desprezo o
quanto isso me ilumina pra caralho.
— Do jeito que eu vejo, o contrá rio pode fazer mais sentido.
Um arrepio de nervosismo me percorre e balanço a cabeça.
— Sem chance. Você não vai colocar seu pau perto da minha bunda.
— Quem disse? — Ele cantarola, roçando os lá bios no meu queixo.
— Eu.
— Mmm... Você nã o sabe o que quer. — Ele dá um beijo na minha
garganta. — Eu acho que você pode me amar te fodendo... na bunda.
Um som suave sai dos meus lá bios, e eu o cubro limpando a
garganta.
— Nã o. Você está pegando. Ele se afasta e me dá um olhar
semicerrado. —Fim da discussã o, Avi.
— Nó s vamos pirar por isso. — Ele sorri.
— De jeito nenhum! — Eu arranco minhas mã os das dele. — Eu nã o
vou jogar uma moeda para decidir quem fode quem.
— Quem.
— Vou bater em você. — Eu olho para ele, sentando em meus
cotovelos enquanto ele recua.
— Ok, bem, eu nã o vou deixar você me foder só porque você acha
que está no comando. — Ele zomba. Entã o seus dedos roçam o
contorno do meu pau e eu estremeço. — Acho que nó s dois sabemos
que você precisa afrouxar as rédeas desse controle que o mantém todo
estressado.
Reviro os olhos.
— Entã o você está dizendo que um passeio em seu pau é como uma
viagem a um spa?
— Poderia ser.— Seu sorriso se alarga e ele dá de ombros. — Você
nunca saberá se nã o tentar…
— Veja, é por isso que nã o podemos fazer isso, — eu suspiro. — Nã o
podemos concordar em nada.
Avi sai de cima de mim e se levanta.
— É aí que você está errado. — Ele estende a mã o para mim e eu a
encaro. — Acho que podemos concordar, você só precisa parar de ser
tã o teimoso.
Expirando, permito que meus ombros caiam para trá s, aliviando
minha tensã o interna por tempo suficiente para pegar sua mã o. Ele me
puxa para os meus pés, mas nã o me solta.
Em vez disso, ele me arrasta, tropeçando, para seu quarto.
— O que...— Meus olhos caem para sua cama, onde chupamos um
ao outro da ú ltima vez que estive aqui, e eu engulo. — O que você tinha
em mente…?
— Nenhum de nó s jamais fez qualquer coisa de bunda antes...— Ele
levanta uma sobrancelha para mim. — Certo?
Meus dentes rangem juntos, resmungando sobre o barulho na
minha cabeça.
— Nã o. Definitivamente nã o.
— Entã o, se qualquer um de nó s for fodido na bunda, precisaremos
nos preparar para isso. — Ele olha para mim, como se estivesse
esperando por uma reaçã o. Mas eu estou apenas olhando de volta. —
Tipo, preparaçã o.
— Preparaçã o??— Eu bufo. — Que tipo de palavra é preparação?
— É uma palavra, nã o se preocupe com isso. — Ele puxa a camisa
pela cabeça, depois abaixa a calça.
E ele nã o está usando boxers por baixo. Entã o agora ele está parado,
nu na minha frente, apenas com um boné para trá s e um sorriso
malicioso, como se algo sobre isso fosse engraçado pra caralho.
— Cara... que porra é essa. — Desvio o olhar e ele ri.
— Kyran, pelo amor de Deus...— Ele suspira, andando até sua cama
e caindo nela. — Como vamos fazer sexo se você nem consegue me
olhar nu?
— Essa é uma ó tima pergunta...— murmuro, olhando para ele.
Ele está deitado de lado, me observando. Pau meio duro, cabeça
apoiada no cotovelo. E estou zumbindo com todos os tipos de coisas...
Principalmente aborrecimento. Porque ele é tã o malditamente irritante,
mas nã o posso evitar como me sinto compelido a combatê-lo.
Para deixar de lado meus bloqueios e igualar sua energia; para
provar que nã o sou o idiota certinho e prepotente que ele pensa que
sou.
Entã o, com esse espírito, tiro minha camisa pela cabeça, jogando no
chã o. Entã o eu tiro meus sapatos e meu jeans. A sobrancelha escura de
Avi se arqueia e eu reviro os olhos, lentamente abaixando minha cueca
boxer pelas pernas a chutando para longe.
A maneira como ele baba descaradamente sobre meu pau é bastante
satisfató ria. Mas também é estressante e, como um instinto, minhas
mã os seguram meu pau e minhas bolas para cobri-los. Infelizmente,
ainda estou meio duro, entã o metade do meu pau está aparecendo, e
nã o consigo evitar.
— Você vem aqui, por favor? — ele ronca calmamente. Eu balanço
minha cabeça, e ele me dá um olhar impaciente. — Kyran... pare de ser
ridículo. Traga essa bunda sexy para cá . Agora.
Meus dentes rangem e murmuro:
— Eu te odeio pra caralho —, passo hesitante e me sento na beirada
da cama.
— Sim eu sei. Você deixou isso bem claro. Ele abre as pernas e meus
olhos encontram um ponto na parede para focar.
— Avi, Jesus...— Eu balanço minha cabeça. — Você é como...
— Cara, pare de dançar em torno disso. — Ele se senta e agarra meu
braço, me puxando para cima dele. — Nó s dois temos paus, e bolas, e...
— Olhando para ele, eu engulo com meu rosto pegando fogo. — Me
deixe perguntar uma coisa... Você gosta da ideia de enfiar seu pau
dentro de mim?
Meu pau salta como se estivesse respondendo à pergunta por conta
pró pria, e eu mordo meu lá bio, tentando fingir que nã o estou
totalmente ciente de como minhas bochechas estã o vermelhas agora.
— Sim, agora você sabe como me sinto. — Avi sorri, os olhos caindo
para o meu pau. — Eu acho que ele nã o é tã o idiota afinal, hein?
— Eu nã o tenho tanta certeza sobre isso, — eu retruco, muito mais
ofegante do que eu gostaria de soar.
— Pelo menos ele nã o tem medo de admitir o que quer fazer…— ele
canta, me soltando e indo até sua mesinha de cabeceira.
Ele vasculha uma gaveta por um momento enquanto eu apenas
sento em sua cama, morrendo de fome pela pura humilhaçã o desta
situaçã o. Eu pensei que estava bêbado, mas toda a inibiçã o do mundo
nã o poderia me preparar para o que diabos está acontecendo agora.
Avi volta com um frasco de lubrificante, e minha coluna se enrijece,
os olhos se arregalando com a visã o.
— O que... para que serve isso?
Ele ri.
— Chama-se lubrificante. Lubrifica as coisas.
Eu olho para ele.
— Nã o me diga, idiota. Quer dizer, o que vamos fazer com isso... Para
descobrir quem fode... quem?
Ele sorri de alegria, e eu reviro os olhos novamente.
— Como eu disse, precisamos nos preparar para levar um pau.
Entã o, acho que a melhor maneira de decidir quem vai para o fundo é
ver qual de nó s gosta mais. A preparaçã o.
Minhas sobrancelhas se fecham.
— O que?
— Nã o estou repetindo —, ele resmunga, abrindo o tubo e
esguichando Astroglide em seus dedos. — Você quer usar seus pró prios
dedos, ou devemos fazer isso um com o outro?
Minha boca fica aberta por cinco segundos só lidos. Nã o tenho
certeza se já fiquei tã o perplexo com alguma coisa em toda a minha
vida.
Tipo, sério... Que porra eu estou fazendo aqui??
— Kyran...— Avi sussurra meu nome em um tom baixo e sujo que
me deixa arrepiado. — Você quer me dedilhar? Ou você quer me ver me
dedilhar...?
— Eu... eu nã o sei, — eu gaguejo, loucamente tonto de repente.
Ele agarra minha mã o.
— Nã o pense, apenas responda.
— Eu quero...— Eu resmungo com a saliva enchendo minha boca. —
Eu quero fazer isso.
Ele rasteja sobre mim, e nã o tenho escolha a nã o ser me reclinar de
costas. — Você quer me dedilhar? — Concordo com a cabeça
rapidamente, praticamente com urticá ria quando ele empurra minhas
pernas, ajoelhando-se entre elas. — Ok, bom. Eu vou dedilhar você
enquanto você me dedilha. O primeiro a sair do fundo.
— O que-o quê?? Nã o...— Meus lá bios estã o tremendo, mas ele está
me ignorando; minhas palavras de apreensã o, meu ó bvio tremor
desenfreado.
Ele simplesmente espreme uma porçã o generosa de lubrificante em
meus dedos, jogando a garrafa e se abaixando sobre mim. É claro que
sou uma está tua congelada de constrangimento agora, porque ele
revira os olhos e joga a perna sobre o meu braço, de modo que minha
mã o fica mais perto de sua bunda.
— Suba a bordo, Kyran. — Seus olhos caem para o meu pau. — Olha
como você está animado... Você quer fazer isso, entã o pare de se
convencer do contrá rio.
Deixando escapar uma respiraçã o nervosa, eu aceno. Porque sim...
eu acho que, para ser honesto, eu realmente gostaria de ver como é
enfiar meus dedos dentro dele. Muito mais do que eu quero sentir seus
dedos empurrando dentro de mim.
Embora haja aquele estremecimento minú sculo dentro de mim,
imaginando se vou gostar.
Se ele vai me machucar... Ou se ele vai me fazer sentir muito bem...
O medo pisca em meu cérebro, mas eu o desligo. Concentro-me em
Avi e em como ele parece confiante. Como ele não tem medo ... Como ele
é caloroso.
Agarrando sua coxa com minha mã o esquerda, lentamente movo
meus dedos escorregadios até que eles deslizem entre suas bochechas.
Ele grunhe e engole visivelmente, o primeiro sinal de vulnerabilidade
que recebi dele a noite toda. Isso me dá a onda de adrenalina que eu
preciso para girar meu dedo em torno de sua borda.
— Um primeiro…? — Eu pergunto, muito rouco, mas nem mesmo
me importando. Meu pau está latejando, as bolas já doendo.
— Eu acho que seria melhor —, ele respira, entã o enfia o dedo
indicador entre a minha bunda.
— E-espere...— Meu peito está arfando como um louco e é quase
embaraçoso. — Eu preciso relaxar.
— Certo, tudo bem. Vou te dar uma vantagem. — Ele lambe os
lá bios.
— Pare de me olhar, — resmungo, e ele sorri.
Abaixando o rosto para o meu, ele cantarola sobre meus lá bios.
— Está melhor?
Fora do meu desejo de recuperar algum controle, ou talvez até
mesmo para diminuir sua arrogâ ncia, enfio meu dedo dentro dele
lentamente, deslizando-o em sua bunda até a junta do meu dedo sem
aviso prévio.
Ele geme e estremece.
— Jesus, porra, Cristo…
— Você... você gostou? — Eu sussurro, meu pau vazando com a
sensaçã o do canal quente e super apertado de seu corpo segurando
meu dedo.
— É ... diferente, — ele cantarola, passando a ponta do dedo no meu
buraco, e eu estou tremendo. Eu puxo meu dedo para trá s, bombeando-
o novamente até que ele choraminga: — Devagar, baby.
— Se você me chamar de baby de novo, vou enfiar minha mã o
inteira aqui, — eu rosno, e ele ri, arrastando os lá bios para baixo para
beijar meu pescoço.
Eu odeio como isso me dá calafrios e bate em minhas bolas, da
mesma forma que eu odeio como ele nã o é intimidado por mim nem
um pouco. Ele nã o está com medo, e é apenas... frustrante.
Usando minha mã o, eu dirijo para ele lentamente, puxando para trá s
e empurrando, trabalhando em um ritmo tentador dentro de sua bunda
enquanto ele contorce seu corpo contra o meu. Seus lá bios vã o para o
ló bulo da minha orelha, e eu realmente detesto como é bom... Como isso
formiga na boca do meu estô mago, me fazendo esquecer todas as
preocupaçõ es e bloqueios em torno do que estamos fazendo.
É tão bom, na verdade, que mal percebo como seu dedo está
cutucando seu caminho dentro de mim, usando a umidade escorregadia
do lubrificante para me sondar gradualmente. Até a pró xima coisa que
eu sei, seu dedo está em mim até a junta, e eu estou apertando nele com
uma necessidade quente e dolorosa.
— Puta merda ...— Eu gemo, tonto e já vendo estrelas.
É bizarro... A queimaçã o de fazer algo errado que de alguma forma
chia todas as minhas terminaçõ es nervosas com um prazer oculto que
eu nã o tinha certeza se estava lá .
— Você gosta disso? — ele murmura, há lito quente na minha orelha
me virando de cabeça para baixo.
— Nã o...— Eu mordo meu lá bio para conter os sons que querem
trair minhas palavras.
— Pare de mentir para mim, sua coisa apertada e sexy, — ele rosna,
entã o coloca outro dedo dentro de mim.
— Uhhmmffuck não ... sim ... eu gosto... eu gosto disso, — eu suspiro
e lamento quando seus dedos alcançam profundamente dentro de mim.
Eles roçam algo que ilumina todo o meu corpo.
Meus dedos dos pés se enrolam. Minhas costas arqueiam.
— Diga que você quer que eu te foda em sua bunda perfeita e doce,
— Avi sussurra em meus lá bios.
E eu caio. Meu estô mago embrulha, minha bunda aperta em seus
dedos...
E eu vim pra caralho.
Chorando, choramingando, miando como uma gatinha vadia, meu
pau espirra pulsos de esperma em nó s dois, sem qualquer provocaçã o
além de dois dedos enfiados no fundo da minha bunda por literalmente
menos de sessenta segundos. Meu corpo inteiro está tremendo, da
cabeça aos pés, estou me contorcendo e me contorcendo, praticamente
em convulsã o.
— Foda-se... eu. — Eu nem sei o que estou dizendo, mas estou
atirando para todos os lados e parece que alguém tocou em um poço de
felicidade dentro de mim. — Foda-me, foda-me, foda-me…
Eu murmuro as palavras uma e outra vez enquanto Avi me leva para
fora, nem mesmo movendo seus dedos, apenas deixando-os lá , roçando
seus lá bios nos meus como se estivesse respirando minha respiraçã o.
No momento em que flutuei de volta à terra, estou suado, pegajoso e
saciado além da crença. Avi puxa seus dedos para fora de mim
lentamente, e demoro muito para perceber que meus dedos nã o estã o
mais nele. Porque eu estava usando minhas duas mã os para segurar
seus quadris pela vida, como se eu estivesse em uma montanha-russa e
nã o estivesse devidamente amarrado.
Permitindo que meus olhos se abram, eu espio para ele. E ele está
apenas sorrindo para mim. Presunçosamente, devo acrescentar.
Eu engulo e pisco. Isso é tudo que posso fazer.
Ele franze os lá bios, passando os dedos pelo sêmen em todo o meu
peito. — Bem, entã o...— Seus olhos saltam de volta para os meus, e eu
nã o pensei que fosse possível, mas minhas bochechas coraram ainda
mais. — Parece que encontramos nosso fundo.
CAPÍTULO QUINZE

AVI

GunsNGloryhole: Me enche como taxidermia e me monte contra a sua


parede.
MagicNotMike: Eu conheço duas maneiras de fazer sete polegadas
desaparecerem…
Shyfan995: Estou com tanta sede, você pode me dar um copo de leite?

É uma grande noite.


Primeiro jogo dos playoffs. E contra a Virginia Tech, nada menos.
Eles estã o invictos até agora nesta temporada. Aparentemente, seu
ataque nã o deve ser levado em consideraçã o e, de todos os times da
NCAA, eles sã o os maiores rivais dos Eagles. Principalmente porque
perdemos para eles nos playoffs do ano passado, que varreu o tapete do
campeonato debaixo do meu meio-irmã o superstar.
Durante toda a temporada, Kyran tem se preocupado em enfrentar
os Hokies - nome idiota do time, mas tanto faz. Ele venceu times com
melhor defesa, QBs mais fortes e recordes fantá sticos; equipes que
ganharam muito mais campeonatos do que a Virginia Tech. Mas por
causa daquela derrota na temporada passada… Este é o que está
levando seus níveis perfeccionistas normalmente tensos ao má ximo.
Esta noite, temos a vantagem de jogar em casa, o que é sempre bom.
Isso também significa que posso estar no jogo, e por mais que eu adore
fazer o Charleston em minha fantasia de á guia só para ver o quanto
posso irritar meu meio-irmã o, vou tentar o meu melhor para nã o mexer
muito com ele esta noite... Se isso significa ajudá -lo a vencer este jogo
para que ele possa finalmente se acalmar um pouco, vou me comportar
da melhor maneira possível.
Quero dizer, ainda sou eu. Meu melhor comportamento é
provavelmente terrível para a maioria. Mas farei o que puder.
Acabei de entrar em campo como Baldwin the Eagle, com as líderes
de torcida, que estã o correndo por aí, seminuas em seus trajes marrom
e dourado e uma quantidade exorbitante de purpurina. Estou fazendo
minha rotina normal de shuffle enquanto eles dançam e balançam suas
bundas e seus pompons ao som da mú sica Applause de Lady Gaga. Nã o
é a mú sica que eu teria escolhido, mas funciona para deixar a multidã o
toda irritada.
Ter cinquenta mil olhos em você é bastante impressionante, mas
ajuda que minha cabeça esteja coberta. Estou aqui apenas para trazer
boas vibraçõ es e fazer as pessoas rirem. Acho importante lembrar que,
no final das contas, isso ainda é um jogo.
Tenho certeza que Kyran não veria dessa forma, mas tanto faz. Ele
não é divertido, todos nós sabemos disso.
As garotas estã o terminando a dança, e eu estou pulando de um lado
para o outro quando todos se viram para torcer e gritar enquanto os
jogadores correm para o campo. Kyran é o primeiro da fila, como
sempre, e fico feliz que seu rosto também esteja coberto pelo capacete.
Estou acostumado com sua seriedade imorredoura prejudicando
minha maturidade. Mas agora, por algum motivo, tudo o que sinto
quando o vejo é um monte de nervos implacáveis em meu estô mago.
Pode ser porque estou ansioso por ele, sabendo o quanto esse jogo é
importante e tudo mais. Ou talvez seja por causa de como deixamos as
coisas outro dia...
Você sabe, depois que nos dedilhamos e ele gozou em todos os lugares
em uma demonstração desconcertante de sensualidade.
Fiquei um pouco chocado quando ele nã o deixou um buraco em
forma de Kyran na parede depois do que aconteceu. O observando
entrar em campo e se preparar para o cara ou coroa, lembro-me dele
vestindo as calças...
— Isso nã o significa nada…— ele grunhiu, as bochechas ainda
coradas pelo choque de uma inesperada ordenha da pró stata.
Mordi o lá bio para conter meu sorriso, lhe entregando um pano
para que ele pudesse limpar o sêmen de seu abdô men e peito.
— Oh, isso definitivamente significa alguma coisa. — Ele parou para
me encarar, os olhos castanhos arregalados, como um cordeiro bebê
confuso. Eu ri. — Ky... você veio em menos de um minuto. Nada tocando
seu pau... Só dos meus dedos. O gabarito está oficialmente pronto. Você
é um fundo.
— Não, eu não sou ,— ele rosnou, segurando suas defesas como um
escudo na batalha medieval. — É feito para se sentir bem. É isso que
essa... coisa faz.
— Sua pró stata? — Cruzei os braços sobre o peito e ele fez uma
careta.
— Seria bom para qualquer um, — ele bufou enquanto se enxugava.
—Isso nã o significa que eu quero ser fodido.
— Ok ... exceto que você faz.— Meu rosto se inclinou e ele balançou
a cabeça. — Rapaz, se outras pessoas trabalhassem tanto quanto você
para negar coisas boas a si mesmas, estaríamos vivendo em um mundo
sem cachorros-quentes. — Ele zombou, me dando um de seus olhares
enquanto eu andava até ele lentamente. —Você é masoquista ou algo
assim? Porque eu vou acabar com você... se é isso que você quer.
— Porra. Desligado. — Ele olhou para mim, praticamente vibrando
em seu estado de fervura.
Eu ri baixinho, estendendo a mã o para tocar seu braço. Claro, ele
puxou-o para longe.
— Só estou dizendo... Nó s tiramos a sorte grande aqui. E por sorte
grande, quero dizer sua capacidade de orgasmo sem as mã os. Os fã s vã o
enlouquecer com isso.
Terminando de se limpar, seus movimentos diminuíram enquanto
ele mordia o lá bio.
— Entã o você está dizendo que é como... uma habilidade?
Seus olhos deslizaram para cima para encontrar os meus, e eu
balancei a cabeça com entusiasmo, principalmente para acalmá -lo. Eu
nã o queria que ele ficasse envergonhado por gozar tã o rá pido, a
primeira vez que alguma coisa invadiu sua bunda. Para alguém tã o
hétero - entre aspas, sem aspas - como Kyran, sair desse jeito tinha o
potencial de aumentar seu medo e insegurança, e levá -lo para as
colinas.
E eu nã o poderia ter isso. Principalmente porque eu sabia quanto
dinheiro poderíamos ganhar no OnlyFans com vídeos nossos trepando.
Mas também porque, embora eu odiasse admitir, eu realmente queria
levá -lo para a cama.
Depois de vê-lo desmoronar e saber com que facilidade eu poderia
fazer isso acontecer... foi a experiência mais quente da minha vida e eu
queria mais.
Eu sou tão ruim quanto os fãs neste momento. Estou mastigando a
maldita parte.
O beijo no banheiro da festa de Theo foi só o começo. Por mais que
eu saiba que desejar açã o com Kyran é ruim, porque ele é meu meio-
irmã o hétero que me odeia, nã o posso evitar o jeito que estou
secretamente desesperado por mais tempo a só s com ele.
Eu decidi atribuir isso ao meu recém-descoberto desejo de mexer
com caras... Kyran é o ú nico que aparece.
— E você nã o... sentiu? — ele me perguntou, piscando
curiosamente. —Do meu dedo?
Eu definitivamente fiz. Seu dedilhado era delicioso e, se durasse mais
de um minuto, eu provavelmente poderia ter gozado sozinho. O que me
lembrou da dor em minhas bolas por nã o gozar...
— Eu senti um pouco —, eu disse a ele com sinceridade, me
abaixando para ajustar minha ereçã o no meu moletom.
Seus olhos caíram, entã o saltaram de volta para os meus. E ele
franziu a testa.
— Mas você nã o veio... Porque eu vim primeiro.
— Estou bem com isso. — Dei de ombros casualmente, entã o
arqueei uma sobrancelha. — A menos que você queira me ajudar com
isso...— Eu lentamente espalmei meu pau sobre minhas calças. — Você
sabe, praticar.
Testemunhar ele engolir enquanto ele franzia a testa me fez
imaginar todas as coisas que eu queria fazer com ele. Na câmera, é
claro. Minha pele estava queimando, bolas formigando com as imagens
que minha cabeça estava martelando.
— Nã o interessado. Eu nem mesmo estou concordando com nada...
— Sua voz falhou enquanto ele estendia a toalha suja. — Mas se
fô ssemos fazer isso, eu gostaria de assistir ao vídeo antes de carregá -lo.
Para garantir que nã o pareça humilhante.
Eu balancei a cabeça, porque fazia sentido. Nenhum de nó s fez sexo
com homens antes, entã o realmente nã o sabemos o que esperar. Eu
tenho assistido meu quinhã o de pornografia gay nos ú ltimos meses,
enquanto penso nos parâ metros atualizados da minha sexualidade. Mas
eu sei que Kyran nã o é muito versado nessas atividades.
Tanto quanto eu sei, ele só fez essas coisas comigo...
— Você quer dizer como vocês, jogadores de futebol, assistem à s
fitas dos jogos para melhorar sua forma? — Eu sorri, pegando o pano e
jogando-o na direçã o do meu cesto.
Ele revirou os olhos para mim enquanto terminava de se vestir.
— Você é irritante pra caralho.
E entã o ele saiu.
Nenhuma data foi marcada para nosso pró ximo encontro, o que nã o
me surpreende. Parece que estamos meio que tropeçando nessa coisa
toda sem nenhuma ideia real do que diabos estamos fazendo.
Mas cada vez que ele aparece no meu dormitó rio, damos um passo
em uma nova direçã o, apenas para ele finalmente regredir em seus
modos teimosos de negaçã o. É frustrante para mim, mas também nã o
posso deixar de esperar por isso. Afinal, o negó cio só cresce.
E meu apetite por aventuras sexuais com meu meio-irmã o está se
transformando em sua pró pria besta de carga um tanto inconveniente.
Os Eagles ganham no cara ou coroa, com certeza uma vantagem. E o
jogo começa comigo do lado de fora, observando Kyran e tremendo
dentro do meu traje de á guia.
Eles progridem rapidamente, aproveitando as lacunas na defesa do
Virginia Tech e acertando passe apó s passe pelo campo, marcando
nosso primeiro touchdown em menos de dois minutos.
Entã o, é claro, a equipe adversá ria faz o mesmo, combinando nossa
energia enquanto ganha mais alguns blocos aqui e ali. E antes que eu
perceba, sã o sete e sete e Kyran está correndo de volta para o campo.
Nã o esperei nada menos depois de ler sobre os Hokies. Este jogo já
está se preparando para ser tã o intenso quanto todos sabiam que seria.
E estou apenas tentando bater os braços e ficar fora do caminho do meu
meio-irmã o o má ximo possível.
O primeiro tempo passa correndo como um redemoinho e, com o
aviso de dois minutos para o intervalo, Kyran sai do campo, exausto, ao
som do treinador Matthews latindo coisas para nossa defesa.
Ele se joga no banco, arrancando o capacete para tomar um pouco
de á gua. Eu me vejo meio que flutuando para a direita dele, querendo ir
até lá e falar com ele, mas também nã o querendo ter minha cabeça
arrancada.
Mas, para minha surpresa, ele se vira para mim e diz:
— Aquele idiota está zombando de mim.
Eu suponho que ele se refere a mim em primeiro lugar. Mas entã o
percebo que ele está falando comigo, nã o sobre mim, e me aproximo,
inclinando minha cabeça de pá ssaro para ele.
— Johannes... O quarterback deles. — Ele derrama mais á gua em
sua boca, a visã o que mexe meus dedos. — Ele está propositalmente
indo de igual para igual, tentando executar as jogadas exatas que
estamos correndo. — Ele pisca para mim. — Ele quer me desgastar. Eu
e Guty…
— Entã o nã o o deixe —, murmuro.
Ele zomba e balança a cabeça, os olhos voltando para o campo, para
o QB dos Hokies, Mike Johannes, que está lançando a bola para seu
wide receiver para uma primeira descida.
Eu me aproximo ainda mais do seu lado.
— Estou falando sério, Kyran. Se tem uma coisa que eu sei sobre
você é que você nã o desiste. Você é teimoso pra caralho. Use isso. A
defesa irá derrubá -los. Contanto que você nã o pare de martelar essas
bolas no campo, você está de ouro.
Ele me encara por um segundo, o canto de sua boca se contorcendo.
— Bolas de martelar. — Ele bufa uma pequena risada. — Você é
engraçado.
Estou literalmente congelado. Nã o consigo nem compreender o fato
de que ele está sorrindo para mim, de propósito, e me fazendo esse
pequeno elogio cativante. É tã o fora do comum que, por um segundo,
acho que posso estar tendo alucinaçõ es.
Eu acidentalmente misturei meus snacks com os de cogumelos de
novo?
Uma explosã o de aplausos nos puxa para fora, e nossos rostos se
voltam para o campo. Kyran salta de pé.
Johannes foi sacado e a bola está solta.
Os caras estã o mergulhando em cima dele, e o queixo de Kyran está
se movendo para a esquerda e para a direita para tentar descobrir
quem está com ele. Quando o á rbitro puxa todos para fora, Kyran grita:
— Foda-se!
Recuperamos a bola.
— Cadelas se atrapalhando! — Eu o agarro pelos ombros,
sacudindo-o enquanto ele ri.
Ele me lança um sorriso rá pido e exultante antes de colocar o
capacete de volta e correr até seus rapazes.
Estou anormalmente quente por dentro... meu peito batendo com
uma excitaçã o que parece nova e brilhante. E perturbador, pelo quanto
depende da pessoa que eu desprezo. Torcer é divertido.
Mordendo o lá bio, observo Kyran entrar em campo, gritando coisas
para seus jogadores.
Ele parece bom ... Ele deveria parecer tão bom?
Devo notar como ele está bonito?
Me afastando, me jogo no banco e me lembro de nã o desmaiar.
Não se deixe influenciar por sorrisos tímidos e pela aparência de sua
bunda naquelas calças justas. Ele ainda é apenas seu meio-irmão idiota.
Seu parceiro de negócios secreto…
Nada mais.

***

Meu coraçã o está oficialmente alojado na minha garganta, o que é bem


insano, considerando o quã o pouco eu me importava com futebol até
este ponto.
Claro, entendo o apelo. Eu costumava assistir a jogos de vez em
quando, como aquela vez em que os Patriots perderam para os Giants
no Super Bowl e todos em Nova York estavam agindo como se Eli
Manning fosse um deus de repente por derrotar Tom Brady.
Mas esportes nunca foram minha praia… Até agora.
Agora que o time da minha escola mal consegue manter a liderança
contra essa maldita força de um time de nome desagradável... Quarenta
e cinco a trinta e oito, faltando dois minutos para o final do jogo.
Virginia Tech tem a bola e eles sã o insuportáveis, derrubando-a
primeiro no campo, exigindo um touchdown para empatar o jogo.
Kyran está sentado no banco, seu joelho balançando rapidamente. Seus
olhos se recusam a deixar Johannes. Cada movimento que o cara faz,
Kyran está observando. Eu quase posso ver as rodas girando em seu
mente, seus pensamentos obsessivos furiosos gritando com ele mais
alto do que todo o barulho no está dio.
Nada, nem mesmo minha rotina de quedas e Moonwalk de Michael
Jackson, poderia fazê-lo desviar o olhar agora. Ele está zoneado.
E nã o quero admitir, mas estou nervoso. Nossa defesa está esgotada.
Nosso ataque está esgotado. Este jogo está beirando o psicó tico. Neste
ponto, acho que precisaríamos de um milagre para evitar que eles
empatassem o jogo.
E, infelizmente, milagres nã o existem. Porque faltando um minuto
para o fim do reló gio, os Hokies marcam um touchdown… E entã o eles
conseguem uma maldita conversã o de dois pontos, colocando-os na
liderança.
Quarenta e seis a quarenta e cinco.
A cabeça de Kyran está em suas mã os. Eu posso sentir a picada dele
arrancando o pró prio cabelo, e eu tenho que fazer alguma coisa. Nã o sei
de onde vem a necessidade de consertar isso... Nunca fui de me sentir
compelido pela empatia, mas simplesmente nã o posso vê-lo
desmoronar assim. Se ele perder a confiança, então isso realmente
acabou.
— Ky...— Eu me aproximo dele quando ele está de pé, ombros
caídos em derrota. — Ky, nã o acabou até que acabe, ok?
— Cale a boca, Avi…— ele respira, batendo o capacete na cabeça.
— Nã o. Eu nã o vou, — eu rosno, e seus olhos encontram os meus de
dentro de seu capacete. Eu só posso vê-lo através dos buracos
estú pidos desta fantasia de á guia, mas me certifico de prender meu
olhar no dele de qualquer maneira. Para efeito. — Você tem isso na
mã o. A defesa deles está fodida agora, você me ouviu?
Ele me dá uma olhada, o desespero lentamente desaparecendo em
uma determinaçã o visível enquanto o treinador Matthews grita com
ele.
— Você nã o cai sem lutar... Confie em mim, eu sei. — Eu sorrio,
embora ele nã o possa ver.
Seus lá bios se curvam em um sorriso, mas ele o esmaga e o cobre
com sua carranca habitual.
— Foda-se.
— Sim! Perfeito. — eu bato palmas. — Use essa raiva e vá chutar o
traseiro de algum Hokie!
Afastando-me dele, pulo para cima e para baixo, de frente para a
multidã o. Levantar minhas mã os repetidamente para sinalizar faz
algum barulho, o que eles fazem. A multidã o está gritando e berrando,
as arquibancadas balançando com o barulho estrondoso e pisando forte
para combinar com a mú sica enfraquecida de “We Will Rock You”.
Estou fazendo tudo ao meu alcance para mantê-los, reunindo o hype
na esperança de que isso acenda um incêndio sob as bundas dos
jogadores. Tudo o que precisamos é de um gol de campo para vencer
essa coisa…
Quando Kyran volta ao campo, seus movimentos sã o precisos. Ele
definitivamente não vai cair sem lutar. Quatro jogadas só lidas seguidas,
ganhamos first-downs. E Guty faz cada um deles, libertando-se da
defesa desgastada de Virginia Tech, levando-nos para o campo
rapidamente.
Estamos na linha de cinco jardas com dez segundos restantes no
reló gio, tentando um touchdown. Se nã o fizermos isso, é Theo para o
gol de campo. Ele nã o perdeu toda a temporada, mas ainda assim. Isso é
muita pressã o.
Mas Kyran Harbor claramente gosta de pressã o. Bastante.
O estalo final acontece e Kyran dá um passo para trá s, procurando
por seus homens. Eles estã o todos cobertos. É foda.
Entã o ele corre.
Ele corre, passando por entre os corpos, mergulhando na end zone
sozinho para marcar o touchdown da vitó ria.
Nunca ouvi nada parecido com o que acontece quando o á rbitro
levanta os braços. Parece a porra da guerra, ou o apocalipse ou algo
assim. As pessoas estã o gritando a plenos pulmõ es e, para ser honesto,
posso ser uma delas.
Estamos todos pulando como loucos, torcendo e dançando, porque
ganhamos o jogo mais louco de todos. E nosso pró prio quarterback
astro trouxe para casa.
Ele fodidamente esmagou. Nã o há outra maneira de dizer isso...
Estou orgulhoso dele.
Não diga a ele que eu disse isso.
O resto da equipe praticamente carrega Kyran para fora do campo
apó s esta vitó ria monumental no playoff. Ele arranca o capacete e seu
rosto está radiante. Bochechas rosadas e olhos lacrimejantes. É muito
legal de se ver.
Tirando a cabeça da minha fantasia, corro até ele, sorrindo.
— Eu sabia que você poderia fazer isso.— Dou um tapinha nas
costas dele e ele sorri, respirando pesadamente com toda a adrenalina.
— Sim... obrigado —, ele responde suavemente, os olhos passando
rapidamente para todas as pessoas gritando seu nome.
— Correndo e jogando? Acho que você é o pacote completo. — Eu
escovo meu cabelo para trá s da minha testa suada.
Ele faz uma careta para mim, mas nã o está realmente funcionando
para apagar seu permanente sorriso extasiado.
— Foram apenas cinco metros…
— Certo. — Eu olho para ele, e ele ri. — Bem, você fez bem. Grandes
planos comemorativos com a equipe, entã o?
Seu sorriso desaparece um pouco, e ele pisca para mim. Seus lá bios
se abrem como se ele fosse dizer alguma coisa, mas antes que ele possa
dizer, Guty e Theo galopam, pairando sobre ele.
Guty passa um braço em volta do ombro de Kyran.
— Nueve! Você é imparável pra caralho, cara!
— O que você acha de irmos buscar alguns refrescos? — Theo sorri
para ele.
Kyran olha para mim, por apenas uma fraçã o de segundo antes de se
virar para eles e sorrir.
— Parece bom.
— É hora da festa, querido! — Guty grita, apontando para algumas
das líderes de torcida pró ximas. — Espero ver vocês, senhoras,
cuidando de meu homem esta noite! — Ele aponta um sorriso
conhecedor para Kyran e pisca. — Apenas os melhores favores para o
superstar Harbor.
Franzindo os lá bios, eu seguro meus comentá rios sarcá sticos o
melhor que posso, mudando meu peso para nã o me sentir invisível na
frente de todas essas pessoas que mal percebem que eu existo.
Theo me lança um olhar provocador.
— Você vem à festa, Baldwin?
Estou prestes a recusar educadamente, quando Kyran diz:
— Nã o é realmente a cena dele. Esta festa é apenas da equipe. — Eu
levanto uma sobrancelha insultada para ele, mas ele já está se
afastando com seus amigos. — Talvez da pró xima vez, garoto Á guia!
Uau! Sério?? Ele simplesmente me esnobou.
Eu zombo e reviro os olhos para mim mesmo, fingindo que nã o me
importo. Porque eu não …
Mas engolir parece meio difícil agora. Por alguma razã o, meu
estô mago está pesado e meu peito está apertado. Eu preciso dar o fora
dessa fantasia estú pida.
Eu não queria ir à sua festa idiota de qualquer maneira. Prefiro beber
Flavor-Aid em Jonestown.
Mas ele não precisava agir como um idiota sobre isso...
Saindo do campo, vou para o vestiá rio. Normalmente me troco em
um banheiro privativo nos fundos - porque Deus me livre de chegar
perto dos jogadores. A cada batida dos meus pés gigantes de pá ssaro,
estou resmungando para mim mesmo. Não acredito que realmente torci
por ele. Ele é tão babaca…
Sério, tudo o que importa para ele é vencer para que ele possa se
exibir para seus amigos atletas e para os enxames de loiras idiotas que
ficam penduradas em sua bunda taciturna.
Sua voz da outra noite surge na minha cabeça... Quando ele estava
me dizendo que nã o poderia ficar duro com Lexi.
Deveria me fazer sentir melhor, mas nã o. Ainda assim, eu me forço a
sorrir de seu infortú nio, abrindo um sorriso despreocupado e dizendo a
mim mesmo que isso nã o importa. Porque não.
Ele nã o é meu amigo. Ele nem é meu irmão ... Somos apenas colegas
de trabalho. Tolerando uns aos outros para ganhar dinheiro.
É disso que preciso me lembrar ao longo do que vier a seguir. Essa é
a verdade.
Entrando sorrateiramente no vestiá rio, ouço vozes clamorosas,
chuveiros ligados. Reviro os olhos, correndo ao longo da borda externa
da sala o mais rá pido que posso em direçã o ao banheiro. Eu nem estou
prestando atençã o, apenas tentando passar por lá sem que ninguém me
veja.
Infelizmente, eu bato direto em uma parede só lida de mú sculos
ú midos. E nã o é preciso muito avaliar para perceber que é o babaca
Nú mero Nove. Molhado do banho, com apenas uma toalha enrolada na
cintura.
— Que porra…— ele resmunga, estreitando seu olhar castanho. —
Você está me seguindo?
Balançando a cabeça, eu zombo de sua audá cia.
— Você poderia ser mais vaidoso? Eu vou mudar... Nem tudo é sobre
você, Kyran.
— Tanto faz —, ele murmura, mandíbula visivelmente definida.
Eu vou me mover ao redor dele, mas ele se move na mesma direçã o.
Eu mudo para o outro lado, e ele faz o mesmo. Nó s literalmente nã o
podemos ficar longe um do outro e isso está realmente começando a
me irritar.
— Deus, mova-se —, ele bufa. — Você e sua estú pida roupa de
pá ssaro! Saia do meu caminho!
— Saia do meu caminho, — eu resmungo, dando um empurrã o forte
em seu peito em minhas luvas.
Ele mal se mexe, mas ainda assim... Acho que ele nã o gostou do que
fiz.
Seus olhos endurecem, aqueles estú pidos lá bios carnudos
inclinados em uma linha descontente enquanto ele me empurra para
trá s.
— Nã o me toque, porra, Avi.
O peso da minha fantasia de gigante me faz tropeçar. E quando
recupero o equilíbrio, estou vendo vermelho.
Avançando, agarro seus ombros, empurrando-o para trá s. Ele
cambaleia, suas costas batendo em uma parede de armá rios com um
grunhido de sua garganta.
Mas ainda nã o terminei.
Aglomerá -lo é fá cil, com o tamanho da minha fantasia. Eu o coloco
entre mim e os armá rios, meu peito arfando de dentro do traje. Minha
pele está queimando, uma gota de suor escorrendo pelas minhas costas
enquanto eu tremo de raiva.
— Você é um idiota do caralho, sabia disso? — Eu rosno.
Ele levanta as mã os e tenta me afastar. Mas eu os prendo em seus
lados, e ele choraminga. O som nos choca.
As pupilas de Kyran dilatam. A parede musculosa de seu peito está
pulsando com respiraçõ es fortes, seus lá bios rosa entreabertos e
tremendo enquanto nó s dois registramos o quã o perto estamos, e como
a fumegante testosterona de alguma forma se transformou em uma
luxú ria confusa.
Isso sempre parece acontecer conosco. É como se algo sobre nossas
moléculas tã o pró ximas derretesse o ó dio em desejo, e eu
simplesmente nã o entendo. Nã o faz sentido, mas é bom. E eu odeio isso,
porque ele é um idiota delirante.
— Avi... deixe-me ir —, ele resmunga, sem fô lego.
— Nã o —, eu resmungo. — Alguém realmente precisa te derrubar.
Seus olhos se movem. Há vozes vindo do outro lado desses
armá rios. Estamos escondidos em um canto, mas seus companheiros de
equipe estã o por perto. E por alguma razã o desconhecida, isso me dá
um arrepio na espinha.
Estou cozinhando dentro do meu traje, nossos corpos selados com
apenas essa fantasia de pá ssaro entre nó s, e isso está me deixando
louca, porque eu sei que se nossos peitos nus estivessem juntos, eu
poderia sentir seu coraçã o batendo contra mim.
— S-saia de cima de mim —, ele gagueja, os lá bios tremendo
enquanto minha boca se aproxima dele.
Nã o posso deixar de notar que a luta aparentemente deixou suas
palavras. E suas açõ es.
Ele não está me afastando.
— Por que você tem que ser tã o idiota…—, sussurro, retoricamente,
é claro.
Porque a pró xima coisa que sei é que minha boca está colidindo com
a dele.
Kyran choraminga quando meus lá bios capturam os dele, e eu o
ataco com beijos fortes, imediatamente me contorcendo em seu corpo
robusto. Ele é resistente no começo, balançando a cabeça como se
dissesse não ...
Mas sua boca está se abrindo para mim. Sua língua está rastejando
para roçar a minha em um golpe tímido que envia um zumbido de
necessidade elétrica entre minhas pernas.
Eu gemo, o mais baixinho que posso porque há pessoas tã o
pró ximas. Todo o time de futebol está no chuveiro, rindo e conversando
do outro lado da sala, sem saber que o zagueiro está beijando o mascote
a alguns metros de distâ ncia. Mas a realidade da situaçã o nã o faz nada
para diminuir o clima. Na verdade, meu pau está duro como pedra,
preso dentro dessa fantasia ridícula.
E por mais que ele pareça apavorado, seus movimentos agitados e
nervosos, acho que Kyran pode estar experimentando sensaçõ es
semelhantes. Ofegante e gemendo baixinho em minha boca com nossos
lá bios se roçando e sugando, as línguas lambendo em uma corrida
perigosa e proibida.
Pressionando meus quadris contra os dele, ele engasga quando
esfrego meu macacã o contra seu pau, me contorcendo contra ele,
desesperado para senti-lo através das grossas camadas de lã e poliéster.
Eu acho que posso ... Apenas mal. Eu sinto o fantasma de sua forma
na minha e estou pulsando por mais.
Rapidamente tirando as luvas de minhas mã os, eu levanto meus
dedos para seu rosto, segurando sua mandíbula e segurando-o no lugar
para machucar sua boca com beijos, puxando seu lá bio inferior entre
meus dentes até que ele ronrone. Oh, baby... Alimente-me com esse som...
— Avi...— ele respira, tã o baixinho que mal consigo ouvi-lo. —
Pare…
— Cale a boca —, eu gemo, tonta com a adrenalina e o desejo ilícito.
Ninguém sabe…
Ele é meu, e ninguém sabe disso.
Cerrando os punhos da minha fantasia ao meu lado, ele mergulha o
rosto longe da força faminta dos meus lá bios.
— Isso nã o é... p-parte do acordo.— Minha bochecha roça a dele
enquanto respiro fundo, me familiarizando novamente com a realidade.
— Apenas negó cios —, ele gagueja. — Para os fã s, lembra?
— Pare de agir como se nã o quisesse, — eu murmuro, observando
seus lá bios inchados tremerem.
— Eu nã o quero —, ele rosna. Mas ele ainda nã o está me
empurrando para longe. Ou me socando.
Ele surge em mim com uma confiança triunfante.
Meus olhos flutuam entre nó s, descobrindo que sua toalha caiu
completamente e está em volta de seus pés. Eu lentamente deslizo a
mã o até seu pau, os dedos traçando sua rigidez espessa enquanto ele
estremece.
— Você é um péssimo mentiroso —, murmuro. — Nó s dois sabemos
que isso nã o quer líderes de torcida…
— Foda-se, Avi ...— ele lamenta.
Aproximando meus lá bios de seu ouvido, sussurro:
— Conheço seu segredo. Você quer ser curvado e fodido pelo
mascote.
Kyran me empurra para longe dele, curvando-se e pegando sua
toalha no momento em que passos e vozes ecoam mais perto. Dando
um passo para trá s, eu dou a ele um sorriso satisfeito enquanto ele se
atrapalha para prender a toalha em volta da cintura e cobrir sua ereçã o
ó bvia. Eu rio, mordendo meu lá bio, e ele faz uma careta.
— Nenhuma quantia de dinheiro no mundo me faria querer você —,
ele rosna, tendo colocado sua ira e negaçã o de volta no lugar.
Minha cabeça se inclina.
— Certo. Veremos isso.
— Nã o, nó s nã o vamos —, ele sibila. — Você é apenas um idiota em
um traje de á guia.
— Ei, você acabou de ficar com essa á guia. — Eu sorrio, e ele rosna.
Ele dá um passo à frente, o rosto corado.
— Você me atacou.
— Oh, por favor. — Eu rio. — Você poderia ter me afastado. Mas
você nã o…— Eu me inclino para mais perto dele. — Porque você
gostou. Assim como você gostou...
— Tudo bem, chega! — ele late quando alguns de seus
companheiros de equipe estã o virando a esquina. Kyran olha para eles,
pulando para trá s para colocar distâ ncia entre nó s. — Voe para longe,
perdedor. De volta ao seu ninho.
Ele sorri para mim como se estivesse orgulhoso de si mesmo, e se eu
fosse uma pessoa vingativa, eu apontaria totalmente o quã o
desesperado ele estava pela língua desse perdedor em sua boca um
minuto atrá s.
Mas nã o vou, porque nã o me importo o suficiente. Se Kyran quiser
manter seus desejos ocultos em segredo, tudo bem. Se ele sente que
precisa continuar me tratando como merda na frente de seus amigos
para se sentir melhor, ótimo.
Contanto que ele continue se esgueirando até minha casa para que
possamos continuar ganhando dinheiro, o que me importa?
Eu não. Eu não me importo.
Afastando-me de suas risadas e zombarias, vou ao banheiro para
tirar essa fantasia estú pida. Mas quando estou sozinho, com os ecos de
escá rnio e palavras ofensivas pulsando em meu cérebro, me convence
torna-se um pouco mais difícil.
CAPÍTULO DEZESSEIS

AVI

DinoDicks: Vasculhe minha caverna e pinte as paredes de branco


Inch3z_aplenty: Vocês dois são tão gostosos, meu zíper está caindo para
você
NotAStalker: Eu deixaria você me dobrar como uma cadeira de jardim
barata.

— E na bunda, vadia, — resmungo para a tela, meus dedos trabalhando


no controle para abrir a cabeça de um zumbi. Eu bato nele
repetidamente com um cano até que seu crâ nio exploda em um milhã o
de pedaços.
Eu rio. Por que isso é engraçado.
Estou jogando The Last of Us . Depois daquele breve momento no
vestiá rio, decidi que só queria voltar para o dormitó rio e ficar sozinho,
evitando as mensagens da minha mã e sobre um encontro para um
hambú rguer comemorativo. Nã o tenho certeza se ela quis dizer apenas
eu... Ou eu e Kyran. Mas nã o há como um superstar estragar uma festa
cheia de atletas e bimbos para sair com sua família de qualquer
maneira. E eu estou muito cansado.
Sério, meus olhos estã o fechando enquanto estou jogando, e na
terceira vez que morro porque estou semiconsciente, deixo-os fechar e
acabo desmaiando no sofá .
Há um zumbido na borda do meu cérebro. Nã o sei dizer se está
acontecendo na vida real ou em meus sonhos confusos. Mas entã o o
som de batidas me acorda completamente.
Nã o é uma batida forte, mas é definitivamente incessante. Sentando,
esfrego os olhos para afastar o sono, anotando as horas no reló gio. Duas
e quinze.
Dirigindo-me à porta, uso o olho má gico, porque nã o tenho certeza
de quem estaria aparecendo a esta hora terrível. Embora no fundo da
minha mente, eu saiba quem vai ser antes mesmo de olhar.
Claro que é Kyran. Ele está lá fora, batendo e batendo, enquanto
simultaneamente digita em seu telefone.
Deixando escapar um suspiro, eu abro a porta.
— Realmente? É meia-noite, pelo amor de Deus…
Ele passa por mim e entra, tirando o casaco.
— Eu tentei mandar uma mensagem para você, mas você nã o estava
respondendo.
— Porque eu estava dormindo —, murmuro incisivamente, depois
cruzo os braços. — O que você quer, Kyran?
Ele pisca para mim, como se nã o entendesse a pergunta, e isso me
traz de volta ao mesmo nível de frustraçã o de antes. É chato pra caralho
que ele só aparece aqui no meio da noite, em segredo, depois de me
tratar como um perdedor na frente de seus amigos. Nã o sei por que
estou surpreso, mas ainda me irrita.
Seus olhos caem em seus sapatos, e nã o consigo ignorar como seu
cabelo cor de areia está mais espalhado do que ele normalmente
permite, e como suas bochechas estã o rosadas por causa do frio.
Ainda assim, ele nã o está falando e está testando minha paciência.
— Você veio aqui apenas para se balançar na minha frente ou
precisa de algo?
Seu queixo levanta até que nossos olhos se encontrem.
— Eu... eu nã o estou cansado.
Minhas linhas da testa.
— Ok…?
— Eu apenas pensei...— ele começa, entã o limpa a garganta. — Eu
pensei que talvez você gostaria de... sair.
Estreito meu olhar para ele.
— Você nã o achou que eu era digno de sair antes. O que há de
diferente agora? Oh espere. Eu sei. Agora é meia-noite e seus amigos
nã o estã o por perto…
Ele franze os lá bios.
— Tanto faz, Avi. Nã o aja como se você se importasse. Você nunca se
interessou em sair com jogadores de futebol. Eu lhe fiz um favor.
— Obrigado. Você é um pêssego, — eu resmungo sarcasticamente.
Ele tem razã o. Eu não me importo com nada disso. Eu nã o deveria
me sentir ofendido por ele só aparecer à noite e só vir quando nã o há
ninguém por perto. Porque essa é a natureza dessa coisa toda.
Não somos amigos. Somos conhecidos de negó cios. É isso.
Entã o eu forço os sentimentos estranhos e inquietos tentando se
infiltrar em meu peito, e me aproximo dele.
— Acho que você nã o poderia ficar duro de novo... com suas líderes
de torcida?
Seus olhos se estreitam.
— Foda-se. Você nã o sabe merda nenhuma.
— Realmente? — Eu murmuro e me aproximo ainda mais, até que
nossos peitos estejam quase nivelados, segurando seu queixo entre
meus dedos. —Você estava pensando sobre o nosso segredinho no
vestiá rio...?
Ele dá um tapa na minha mã o.
— Cai fora, merda, ou eu vou acabar com você.
Um sorriso fá cil se instala em meus lá bios enquanto eu giro em
meus calcanhares.
— Ó timo. Estarei no quarto assim que você estiver pronto para
admitir o verdadeiro motivo de sua visita.
Vagando para longe, vou ao banheiro bem rá pido para me refrescar.
Porque é apenas uma questã o de tempo até que sua teimosia evapore e
ele perceba que estou certo.
No meu quarto, coloco o tripé e preparo minha nova câ mera de
vídeo para uma gravaçã o ideal. Pego meu telefone, checo por um
momento, apenas para encontrar notificaçõ es de texto no principal.
Mas optei por nã o lê-los agora, focando em aperfeiçoar a iluminaçã o.
Negócios. Este é um trabalho. estou no trabalho .
E acho que nesta linha de trabalho, é totalmente aceitável ficar com
tesão agora.
Depois de alguns minutos, ouço passos e disfarço meu sorriso
triunfante com um suspiro. Eu amo estar certo…
Virando-me para fazer uma pergunta, as palavras se dissolvem na
minha garganta quando o encontro já despido, só de cueca boxer. Eu
nã o posso deixar de engolir em seco.
Certo… ali está o… corpo dele.
Kyran se aproxima da minha cama e se deita nela, deitando-se e
soltando um suspiro trêmulo.
— Entã o... vamos assistir antes de postar, certo? Para ter certeza de
que eu... nã o parecemos ... idiotas?
Concordo com a cabeça, cílios tremulando enquanto tento me
lembrar de como falar.
— Uh... sim. Totalmente. O que você quiser.
Estúpido. Isso foi uma coisa estúpida de se dizer.
Mas ele apenas acena com a cabeça em resposta, acomodando-se na
minha cama. Sua perna bate em alguma coisa e ele se encolhe, movendo
o edredom para revelar um gatinho adormecido.
O olhar de horror em seu rosto é bastante satisfató rio.
— Você pode mover essa coisa?
Rindo, eu me aproximo e pego Robin.
— O que está errado…? Você nã o gosta de gatos?
— Na verdade nã o. Eu nã o. — Ele faz uma careta descontente para a
gata enquanto eu a balanço na frente de seu rosto. — Tire isso de mim.
— Mas ela é tã o fofa! — Eu sorrio. — Basta acariciá -la uma vez.
— Nã o. Vamos, Avi, pare de brincar, — ele resmunga, e eu suspiro.
— Ó timo. — murmuro para Robin, claro o suficiente para ele ouvir.
— Eu disse a você que ele é um resmungã o.
A levo para a sala de estar, aconchegando em seu cobertor felpudo e
volto para o quarto. As luzes sã o todas escurecido, menos o que vem do
anel de luz no meu tripé. Ainda assim, há um pouco de ambiente aqui, o
que é bom.
Nada pior do que fazer algo que você nunca fez antes em pleno brilho.
Acho que estamos prestes a fazer sexo quando aperto o botã o de
gravar, porque de repente minhas mã os ficam ú midas e meu estô mago
se contorce e revira como se estivesse no Harlem Shake. Esfregando
minhas mã os em minhas calças, eu caio suavemente na cama aos pés de
Kyran.
— Entã o... como vamos fazer isso? — Eu pergunto, abrindo o zíper
do meu moletom.
Ele observa meus dedos arrastarem o zíper para baixo, os olhos se
demorando onde o tecido fica aberto até que eu o tiro dos ombros.
— Hum... nã o sei. — Ele começa a se mexer nervosamente.
Eu gosto disso. Eu nã o sei porque, mas eu faço.
Lentamente, eu rastejo sobre ele, e seus olhos se arregalam. Mas,
para minha surpresa, suas pernas se abrem como um instinto para
abrir espaço para mim.
— Que tal chamarmos isso de teste? — Minha mã o desliza por seu
abdô men, em seu peito, a palma descansando acima de onde seu
coraçã o está batendo agressivamente. — Só para ver... se funciona.
Kyran engole visivelmente, trazendo minha atençã o para sua
garganta enquanto ele resmunga,
— Por que nã o funcionaria?
— Quero dizer nós, — eu esclareço, lutando contra a ansiedade
trêmula. —Fazendo isso... juntos. Nã o sabemos como será a química…
Ele ainda parece um pouco abalado com o que estou dizendo, mas
acena com a cabeça e olha para a câ mera. Agarrando sua mandíbula, eu
o puxo até que ele tenha que olhar para mim.
— Esqueça isso —, eu sussurro, me submetendo à fome em mim e
abaixando minha boca para a dele. — Concentre-se no que estamos
fazendo. E como é…
Um pequeno suspiro sai de seus lá bios e eu o engulo. Tem um gosto
fodidamente bom ... Como bebida de canela e luxú ria secreta. Separando
meu lá bios lentamente sobre os dele, eu chupo sua parte inferior,
beijando-o suavemente até que eu nã o posso deixar de cantarolar. Como
sua boca horrível pode ficar tão doce...?
Kyran fica rígido no começo, como sempre. Mas quando meus lá bios
se abrem mais, ele segue minha liderança, e eu deslizo minha língua
para dentro para tocar a dele.
Deus, não foi um acaso. Parece tã o bom quanto no banheiro da festa.
Só que desta vez, nó s dois estamos seminus. E sozinhos... E ele está na
minha cama, se contorcendo debaixo de mim enquanto seu grande pau
vira pedra sob o meu.
Minhas mã os estã o em seu rosto e em seu cabelo, segurando-o no
lugar enquanto beijos sensuais florescem em uma perseguiçã o carnal,
ofegantes e os sons de cobertores farfalhando preenchendo o ar ao
nosso redor. Deslizando meus dedos para baixo, eu acaricio suas
superfícies duras, as curvas de mú sculos em seu peito e seu abdô men,
antes de colocá -los no có s de sua boxer.
Ele se encolhe, ficando tenso quando começo a puxar gradualmente
para baixo.
— E-espere... Avi...— ele murmura em minha boca.
— Esperar pelo quê? — Eu respiro, já queimando vivo e mal fizemos
nada ainda.
— Só ... eu nã o...— ele gagueja, os lá bios tremendo como o garoto
raivoso mais sexy e tímido que eu já conheci. — Eu nã o sei se eu... posso
fazer isso.
Forçando meus lá bios fora dos dele, eu olho para ele.
— Você quer que eu pare? — Meus dedos roçam sua ereçã o e ele
choraminga. — Ou você está apenas fingindo de novo?
Seu peito bate no meu, enquanto ele respira pesadamente,
mordendo o lá bio. Leva um segundo, mas ele sussurra:
— Eu nã o quero parar...
— Bom. — Eu beijo as palavras em sua boca macia e trêmula. —
Nem eu.
Continuando com a minha remoçã o de suas roupas, eu deslizo sua
cueca para baixo, e ele realmente levanta seus quadris para que eu
possa tirá -los. Entã o ele empurra meu moletom para baixo e eu o chuto,
deixando-nos totalmente nus e meu corpo... entre suas pernas.
— Ky — murmuro, chupando seus lá bios carnudos. — Você já saiu
hoje à noite?
— Por que isso Importa? — ele grunhe, arrastando dedos curiosos
ao longo do meu peito para traçar meus peitorais. — Você é ciumento?
— Nã o —, eu resmungo. Eu não sou. — Eu só nã o quero ter alguns
segundos desleixados de idiotas.
Sua mandíbula aperta quando ele olha para mim.
— Mas sã o apenas negó cios, certo...? Entã o qual diferença faz?
Ele tem razã o. Eu nem sei por que estou perguntando essas coisas a
ele.
— O horá rio de gravaçã o principal é quando você está todo tenso e
precisando de uma liberaçã o, — eu respiro sobre sua boca. — Isso é o
que os fã s querem ver…— Isso é o que eu quero.
O rosto de Kyran cora.
— Eu nã o estive com ninguém, ok? Podemos apenas... fazer isso?
Minha mã o aperta seu quadril enquanto arrasto meu pau dolorido
junto ao dele.
— Diga-me que você quer.
— Foda-se, Avi, — ele rosna, e meus membros tremem com a
emoçã o que sempre vem de lutar com ele. Eu nã o entendo, mas isso me
ilumina pra caralho. — Você sabe por que estamos fazendo isso…
— Diga-me...— Eu abaixo meus lá bios em sua mandíbula e o mordo.
— Ou você nã o consegue o que veio buscar.
Ele cantarola como se estivesse lutando para se irritar, mas a
sensaçã o de nossa carne aquecida e nossos paus duros balançando
juntos, meus dentes beliscando sua pele sensível, tem excitaçã o
vencendo.
Ele sussurra:
— Eu quero sentir você... isso .— Ele se corrige rapidamente, entã o
limpa a garganta, seus sussurros assumindo um tremor nervoso. —
Apenas... foda-me, Avi. Eu quero que você... me foda.
Isso é o que eu queria ouvir.
Cantarolando, satisfeito e tã o fodidamente pronto, deixo cair mais
beijos lentos em sua boca, mordendo seus lá bios enquanto alcanço o
lubrificante que escondi debaixo do meu travesseiro. Eu arrasto a
garrafa pelo braço dele para a mã o dele enquanto moemos nossos paus
grandes e inchados juntos, a respiraçã o irregular tornando-se a trilha
sonora perfeita para este momento ilícito.
— Eu quero que você faça isso —, eu digo a ele, trabalhando minha
boca em sua garganta para que eu possa beliscar aquele precioso pomo
de Adã o. —Deixe nó s dois molhados.
As mã os de Kyran estã o tremendo tanto que ele mal consegue
segurar a garrafa. Mas ele chega lá , destampando e espremendo um
pouco de lubrificante nos dedos. Honestamente, acho que posso amar o
medo que ele sente...
Este é um cara que prospera sob pressã o. Que lança bolas a
cinquenta metros enquanto cinquenta mil pessoas gritam ao seu redor.
Ele nã o é facilmente abalado. No entanto, fazer isso comigo o
transforma em um inquieto, nada legal... virgem , eu acho, por falta de
uma palavra melhor.
Eu sou meio obcecado por isso.
Explorando seu peito com minha boca, passo minha língua sobre
seu mamilo, sugando-o entre meus lá bios até que seus quadris se
contraiam e ele ronrona.
Aí está aquele barulho de novo... Foda-me de lado.
— Como é isso? — Eu pergunto, lambendo sua carne dura um pouco
mais, puxando e sugando em um pequeno ponto sexy que está
pingando com a minha saliva.
— Deus... bom —, ele cantarola, alcançando meu pau com a mã o
lubrificada. — É uma sensaçã o tão boa... nã o sabia que seria... uhhmf...
bom.
Um sorriso enfeita meus lá bios. Ele é tão fofo.
Deus me ajude.
Movendo-me para o outro, repito a tortura lasciva, chupando com
mais força , agarrando seu mamilo e puxando-o com meus dentes até
que ele esteja gemendo os sons mais doces que já ouvi. Seu punho
envolve meu pau e ele o acaricia lentamente com um aperto firme para
combinar com o prazer doloroso que minha boca está dando em seu
peito. Ele cobre meu comprimento com lubrificante da ponta à s bolas,
me empurrando tã o bem que estou vazando nele.
— Coloque um pouco na sua bunda, — eu sussurro, e sua mã o
diminui a velocidade. — O lubrificante... Deixe seu buraco bem molhado
para mim, baby.
— O que eu disse sobre o baby ...— ele rosna, olhos semicerrados
olhando para mim enquanto ele esguicha mais lubrificante em seus
dedos.
Eu faço beicinho.
— Mas eu gosto.
— Eu nã o me importo com o que você gosta —, ele bufa. — Nã o sou
uma garota qualquer, Avi. Eu sou um homem do caralho.
Eu nã o posso deixar de rir.
— Entã o os caras nã o podem ser chamados de baby?
— Nã o —, ele insiste com firmeza.
— Por que nã o?
— Porque eu disse.
— Bem, como devo chamá -lo entã o...? — Eu mordo seu abdô men
até que seu pau esteja bem perto do meu rosto.
Olhando para ele, eu dou uma boa lambida, lambendo o gosto de sua
excitaçã o que escoa da cabeça. Seus cílios tremulam, os olhos se
fechando enquanto envolvo meus lá bios em torno de seu pênis e chupo
apenas o suficiente para que ele se derreta debaixo de mim.
Eu sei que nunca chupei nenhum outro pau antes, mas eu realmente
gosto dele. Adoro o fato de nã o ter cortes... É tã o divertido brincar com
o prepú cio e, quando o empurro com a língua, todo o corpo dele treme.
— Apenas me chame... ah, porra , isso é bom...— Ele divaga sem
sentido, os dedos acariciando meu cabelo. — Me chame pelo meu
nome, seu incô modo insuportável.
Eu tiro seu pau para rir baixinho.
— Eu vou te chamar do que diabos eu quiser, superstar. Acostume-
se com isso.
— Foda-se…— ele respira, voltando à sua tarefa de se lubrificar.
Este é um pouco mais complicado... Porque está claro que ele nunca
tocou na pró pria bunda antes. Ele é um jogador de futebol masculino e
viril, mano. Eles nã o brincam com seus cus.
Exceto que tenho certeza que sim , porque é bom, daí porque os
dedos do segundo Kyran deslizam por trá s de suas bolas, seus olhos
vibram fechou novamente, e ele soltou um gemido baixo que ele tentou
encobrir com mais pigarro.
Posicionando-me entre suas pernas, agarro suas coxas, abrindo-as e
levantando-o o suficiente para ver o que ele está fazendo. Seus dedos
estã o meio que girando em torno de seu buraco, e por mais
hipnotizante que seja assistir, ele precisa deslizar um para dentro antes
que eu entre em combustã o.
— Você tem que me assistir assim? — ele grunhe.
— Sim, porque você nã o está fazendo direito. — Pego sua mã o e a
uso para sondar sua bunda com o pró prio dedo.
— Fodaaa ,— ele engasga, todo o seu corpo corando enquanto eu o
ajudo a dedilhar a si mesmo.
Abrindo o lubrificante, esguicho um pouco mais em nó s dois,
acariciando minha ereçã o escorregadia com a outra mã o.
— Isso é frio, sua vadia —, ele estremece.
— Só por um segundo, — murmuro, guiando seu dedo até a junta.
— Você já está relaxado o suficiente? Eu tenho que entrar em você
antes de morrer…
Ele morde o lá bio, o mastigando por um momento antes de
murmurar:
— Sim ... mhm. — Ele concorda. — Eu acho que estou.
Solto sua mã o, me encaixando entre suas pernas. Pairando sobre
ele, pressiono um beijo lento em sua boca e respiro:
— Para os fã s?
— Para os fã s.
Agarrando meu pau, miro a cabeça, cutucando-a entre suas
bochechas. Ele está imediatamente tremendo, provavelmente de toda a
antecipaçã o nervosa que posso sentir irradiando entre nó s dois como
ondas elétricas escaldantes. Quando minha coroa sobe para seu buraco,
encontro resistência.
— Relaxe para mim —, eu sussurro, movendo minha boca até sua
orelha para chupar o ló bulo do jeito que ele gosta.
Isso faz com que seus mú sculos relaxem apenas o suficiente, e eu
dou a ele um empurrã o suave, incitando apenas a ponta do meu pau em
sua bunda tã o facilmente quanto eu consigo, quando tudo que eu quero
é mergulhar na porra.
O rosto de Kyran se contorce em desconforto, mas ele nã o me diz
para parar. Ele simplesmente morde o lá bio inferior para conter os
ruídos de ganido, cravando os dedos no meu peito enquanto se esforça
para relaxar.
Chupando sua orelha um pouco mais, eu murmuro, — Você já se
sente incrível...— Esperando que o elogio ajude. O que acontece.
Seu corpo relaxa ainda mais, o suficiente para eu continuar
cutucando, e antes que eu perceba, toda a curva inchada da minha
cabeça desliza para dentro dele.
— Ahh- vee ,— ele grita uma versã o suave e estrangulada do meu
nome, os dedos se lançando no meu cabelo para emaranhá -lo.
— Tudo bem, sexy? — Eu empurro um pouco mais, apenas uma
polegada, enquanto ele respira como se estivesse lutando contra a
queimadura de uma ampla penetraçã o.
Eu sabia que meus dois dedos nã o combinavam exatamente com o
tamanho do meu pau... E agora me sinto mal porque ele está
praticamente sufocando. Mas ele ainda nã o está me dizendo para parar.
Ele está puxando meu cabelo e choramingando..., mas seu pau está
inacreditavelmente inchado, vazando tanto pré-sêmen que parece que
ele teve um mini orgasmo.
— Ohh, foda-me ...— Suas palavras se fundem enquanto saem de
sua boca. E entã o seus quadris se mexem. Só um pouco..., mas é o
suficiente para eu dizer que ele gosta.
— Quer mais? — Pergunto com a voz rouca enquanto chupo sua
orelha, mordo seu pescoço, conduzindo meu pau mais fundo no lugar
mais doce, apertado e ardentemente quente já criado.
Nã o há como eu ter me preparado para como isso seria. É de abalar
a terra. Com apenas metade do meu pau dentro dele, estou zumbindo
por toda parte e vendo malditas estrelas.
— Foda-se, Avi ...— ele murmura com os lá bios trêmulos. — Porraaa,
você nã o tem ideia ... como isso ... se sente.
— Entã o você está feliz por eu estar fodendo você? — Eu sorrio em
sua carne pegajosa, bombeando meu pau cada vez mais fundo,
arrastando para trá s um pouco, entã o deslizando um pouco mais.
— Nã o force —, ele rosna. Mas entã o sua cabeça tomba para trá s no
travesseiro e ele engasga: — Puta merda, oh meu Deus.
Empurrando-o o resto do caminho, paro para me maravilhar com
onde estamos conectados, e suas bochechas descansando na minha
pélvis. É a visã o mais incrível da minha vida... Meus olhos poderiam vir,
se isso fosse possível.
Correndo minha mã o para baixo, eu escovo meus dedos ao longo de
suas bolas e ele choraminga.
— Tã o ... profundo —, ele geme. — Você é... tã o fodidamente
profundo.
— Eu sei… é incrível. — Eu puxo meus quadris para trá s, entã o
empurro novamente.
Os olhos de Kyran reviram em sua cabeça.
— Foda-se, Avi, foi isso...
— Bem aqui? — Eu mal me movo, e ele estremece novamente.
— Sim! Sim, sim ... oh Deus, nã o pare.
Essas malditas palavras me transformam em uma maldita máquina.
Completamente feito o aquecimento, começo a me mexer nele,
balançando meus quadris para massagear meu pau com o inacreditável
aperto de sua bunda. Estou mantendo um ritmo lento, porque,
honestamente, é incrível assim. Nã o há necessidade de foder forte ou
rá pido quando seu corpo está me agarrando como um punho quente
escaldante. Agarrando suas mã os nas minhas, eu as coloco na minha
bunda, e ele assume, me apertando enquanto eu bombeio meu pau nele
mais e mais.
— Foda-se, baby, você se sente tã o bem. — Eu deixo cair minha boca
na dele, beijando-o e engolindo seus sons. — A maneira como sua
bunda gulosa engole meu pau é... gostoso pra caralho.
Levantando um pouco, agarro seu peito, brincando com seus
mamilos enquanto cavalgo em seu buraco, lento, mas profundo,
mirando em sua pró stata o melhor que posso, embora nã o saiba
exatamente onde está . Mas posso dizer quando bati porque ele grita
versõ es distorcidas do meu nome e seu pau grosso e rosa deixa uma
poça em seu abdô men.
Os tornozelos de Kyran travam em cima da minha bunda,
segurando-me a ele enquanto minhas estocadas aumentam, meu lance
nele se tornando voraz. Seu corpo está se sacudindo para cima e para
baixo, a cama batendo contra a parede. Tenho certeza de que
provavelmente deveríamos ficar mais quietos, mas nã o consigo evitar.
Estou perdido ... Alto pra caralho com esse sexo quente, escorregadio
e proibido que estou tendo com meu meio-irmã o. O cara que me odeia…
que nunca gostou de mim, nem um pouco… está me deixando foder com
ele agora.
E minhas bolas estã o tã o apertadas, latejando tã o forte, que acho
que estou prestes a gozar.
— Avi...— ele choraminga, estrangulado e sem fô lego, como se eu
estivesse expulsando todo o ar de seus pulmõ es. — Avi, Avi, Avi … Por
que você fode tão bem…?
Minha cabeça está girando, pulso acelerado, pau vazando dentro
dele enquanto coloco minha boca na dele.
— Porque... eu sempre quis te foder na bunda.
Ele chora e seu buraco aperta no meu pau.
— Sim…?
— Sim...— Eu respiro entre chupar e morder seus lá bios, beliscar
seus mamilos com meus dedos e bater meu pau em sua bunda quente,
apertada e molhada, forte o suficiente para nos agraciar com aquele
som de tapa lascivo. — Lindo, sexy, ser humano terrível ... sua bunda
parece o céu, baby.
— Você... vai gozar em mim? — Ele engasga com as palavras,
mirando um olhar atordoado para mim. Ele é todo olhos semicerrados,
bochechas rosadas e lá bios inchados.
Eu aceno rá pido.
— Sim. Vou despejar cada pulsaçã o do meu orgasmo dentro de você,
Ky.
Seus cílios escuros vibram enquanto suas mã os voam até meu rosto,
puxando minha boca para a dele.
— Foda-se, eu vou gozar. Avi, estou vindo.
Ele diz as palavras como se estivesse chocado com o que está
acontecendo, seguido imediatamente por soluços á speros e pulsos
rá pidos e quentes de esperma liso me atingindo no abdô men.
— Foda-me, isso é tã o fodidamente sexy —, eu suspiro. — Me
salpique, Kyran. Me molhe…
Ele choraminga, mas meus quadris nã o param. Eu monto nele,
fodendo até que eu nã o consiga segurar por mais um segundo. Arrepios
cobrem minha carne quente e pegajosa enquanto minhas bolas quase
estouram, fluxos do meu orgasmo pulsando tã o profundamente dentro
dele quanto eu posso conseguir.
— Querido, estou gozando dentro de você. Estou gozando na sua
bunda...— Eu respiro as palavras roucas em sua boca, chupando e
mordendo seus lá bios, agarrando seu cabelo, contorcendo nossos
corpos molhados de suor e sêmen juntos enquanto eu nos fodo através
de um prazer mutuamente mistificador.
Eu nem sei o que estou fazendo... Se é isso que devo fazer ou nã o,
mas nã o me importo. Parece que estou reivindicando ele; deixando
minha marca. Enfiando meu pau nele tã o profundamente, minhas bolas
estã o prestes a escorregar para dentro enquanto eu alimento sua bunda
cada gota até que eu esteja exausto.
Eu posso ter desmaiado.
Mas quando eu volto, estamos nos beijando. Suavemente,
apaixonadamente ofegando juntos... sobrevivendo na exalaçã o um do
outro. Suas mã os estã o segurando meu peito e as minhas estã o em seu
rosto, em seu cabelo. E estamos nos beijando tã o forte e carente que
meus lá bios ficaram dormentes.
— Ky...— eu sussurro seu nome em um gemido entre sons de sucçã o
molhada.
— Sim? — Seus dedos se arrastam sobre meus peitorais como se ele
nã o conseguisse o suficiente; nã o consigo parar de tocar e sentir. Ele é
todo sensaçã o, e eu entendo.
Eu também sou.
— Foi o melhor sexo da minha vida, — eu ronrono em sua boca,
meus quadris gradualmente acariciando-o um pouco mais, porque
ainda é incrível, e eu nã o quero parar. Eu quero encher meu esperma
mais fundo. Eu quero viver me movendo nele assim.
Nossos beijos diminuem e eu me afasto para olhar para ele. Eu só
tenho que absorver isso... O fascínio estrelado em seu rosto. Ele parece
uma pessoa completamente diferente agora.
Eu sei que nã o vai durar. Em um piscar de olhos, ele estará de volta
ao velho Kyran normal; meu meio-irmã o mau e rabugento. Ele vai me
lembrar que estamos fazendo isso pelo dinheiro, e eu vou concordar.
Mas agora, só por um momento, tenho que olhar... para saborear
esta versã o dele.
Agarrando sua mã o na minha, eu uso seus dedos para passar o
esperma em seu abdô men. Entã o eu os trago até sua boca. E para minha
surpresa, ele abre os lá bios, permitindo-me empurrá -los para dentro.
Ele chupa o esperma, e eu puxo de volta, lambendo o resto antes de
beijá -lo novamente, imundo e fodidamente cheio.
Depois de um momento, nos separamos e ambos piscamos. De
alguma forma compartilhando o mesmo pensamento, nossas cabeças se
voltam lentamente para o tripé onde minha câ mera está gravando.
Oh sim… Esqueci-me totalmente disso.
Kyran pigarreia, o rosto ficando ainda mais vermelho quando ele
começa a se contorcer.
— Eu vou sair...— murmuro. Nã o sei por que ... Talvez eu apenas
sinta que ele precisa ser guiado por isso, porque ele parece um pouco
apavorado de novo.
Puxando meu pau para fora dele lentamente, ele geme e morde o
lá bio, estremecendo quando se apoia nos cotovelos. E eu estou olhando
para o meu esperma que escorre de sua bunda. Fodidamente selvagem.
Voltando a me familiarizar com a realidade, eu pulo sobre as pernas
como gelatina, correndo para desligar a câ mera.
Kyran está olhando para seu corpo, boquiaberto como se nunca
tivesse visto antes. Como em uma daquelas situaçõ es de Sexta-Feira
Louca em que você acaba no corpo de outra pessoa...
Esgueirando-me de volta para a cama, sento ao lado dele,
arrastando meus dedos sobre seu ombro.
— Você quer tomar um banho? — Seus olhos saltam para os meus.
—Sozinho, quero dizer. Nã o com... comigo. — Eu expiro constantemente
e balanço minha cabeça. — Só estou dizendo, se você quiser tomar um
banho, pode.
Ele me encara por um momento antes de assentir.
— Sim... Obrigado. Eu acho que seria…— Seu olhar cai para a poça
de esperma entre suas pernas, e ele engole a palavra, — Ú til.
Deslizando para fora da cama, ele trota, andando meio desajeitado
em direçã o ao banheiro. Ele entra e fecha a porta..., mas nã o ouço o
clique distinto da fechadura. O que é interessante.
— Deus, que porra...— Eu balanço minha cabeça.
Decidindo que preciso me mudar, para me distrair de pensar na
insanidade da minha primeira vez fazendo sexo com um homem, que
por acaso também é meu meio-irmã o, eu voo ao redor, ocupando-me
com a limpeza. Mas o tempo todo estou tirando meus lençó is e
substituindo-os por outros limpos, estou muito consciente da presença
de Kyran. Ouço o chuveiro ligado e nã o consigo deixar de me perguntar
o que aconteceria se eu entrasse lá ...
Se eu entrasse e ficasse atrá s dele com a á gua escorrendo sobre
nossos corpos. Se eu passasse meus braços em volta de sua cintura, e
talvez... beijasse seu pescoço um pouco.
Porra, cara. Estou tão ferrado.
Por que estou pensando nisso??
Desligue isso, Avi. Tranque-o no cofre e esqueça a combinação.
Ele está no chuveiro há meia hora, e nã o consigo parar de imaginá -
lo sentado no chã o, abraçando os joelhos contra o peito. Acho que
minha primeira vez fazendo sexo gay me transformou em um maluco
total, porque quando ele sai, com a pele fresca e o cabelo molhado todo
despenteado, tenho que me lembrar ativamente de me acalmar.
Kyran anda rapidamente até o resto de suas roupas e se veste
enquanto eu apenas flutuo no meio da sala.
— Entã o... Quando você quer assistir? — Eu pergunto, e ele olha
para mim. — Você sabe, para ter certeza de que... saiu bem?
Ele morde o lá bio por alguns segundos antes de murmurar:
— Acho que ficou bom. Nã o quero assistir…
Minha testa franze.
— Tem certeza? Você era muito insistente antes...
— Sim, bem, eu mudei de ideia—, ele retruca.
— Ok ...— Eu levanto minhas mã os para cima. — Desculpe.
Ele bufa uma respiraçã o cansada.
— É só ... tarde. Estou exausto e nã o estou com vontade de assistir
pornô gay agora.
Meus lá bios se contraem.
— Eu nã o disse que tínhamos que assistir agora...
— Ó timo. Acho que você pode me enviar. Ele esfrega a nuca. —
Talvez eu assista amanhã . Depois que a poeira... baixar.
A poeira baixar? O que diabos isso significa?
Dou alguns passos lentos até ele, e ele recua. Reviro os olhos.
— Você está pirando?
— Nã o. Eu nã o estou pirando, — ele resmunga. — Estou bem. Eu só
estou cansado. Joguei o jogo mais intenso da minha carreira esta noite.
— Seus olhos se voltam para o reló gio. — Bem, tecnicamente, ontem à
noite. Jesus, sã o quase quatro da manhã . Tenho que ir.
Assentindo, eu passo na frente dele enquanto ele vai pegar seu
casaco.
Ele bufa e pisca forte.
— Avi, por favor, nã o brinque comigo agora. Estou cansado.
— Eu nã o estou fodendo com você, eu só ...— Fazendo uma pausa,
considero o que estou tentando dizer. — Quero ter certeza de que você
está bem.
Sua mandíbula aperta.
— Sim, eu estou fodidamente pêssego. Acabei de fazer sexo gay
secreto com meu meio-irmã o. Estou vivendo o sonho. — Agarrando o
casaco, ele o veste como se estivesse tendo algum tipo de acesso de
raiva.
— Kyran... Tudo bem ser bi, você sabe...— murmuro, curvando meu
rosto para tentar encontrar seus olhos.
Ele olha para mim.
— Nã o sou bi, estou sem dinheiro . E quanto mais cedo você colocar
isso na cabeça, melhor para todos nó s.
Ok… e estamos de volta ao babaca do Kyran. Ótimo. Amo esse cara.
Dando um passo dramá tico para o lado, estendo meu braço,
gesticulando para a porta.
— Você fez o seu ponto, idiota. Tenha uma boa noite.
Ele acena para mim, ficando parado por apenas mais um momento
antes de passar por mim.
— Parabéns pelo jogo, a propó sito, — murmuro sarcasticamente,
revirando os olhos para suas costas.
Ele faz uma pausa e se vira, olhando para mim. Eu o encaro de volta.
E nó s nos encaramos em silêncio por cinco segundos só lidos, durante
os quais ninguém fala e eu me pergunto por que diabos ele nã o está
indo embora se mal pode esperar para ficar longe de mim.
Seus lá bios se separam. Entã o eles fecham. Entã o eles se separam.
Em seguida, feche novamente. Ele dá um passo à frente, depois um
passo para trá s.
Que porra ele está fazendo... Dançando?? Ele está esperando que eu
faça alguma coisa?
Finalmente, ele solta um longo suspiro e morde o lá bio.
Aproximando-se hesitantemente, ele me beija no queixo e murmura:
— Vou mandar uma mensagem para você.
Entã o ele gira e sai disparado do dormitó rio como se tivesse
acabado de jogar uma bomba na minha cara.
Eu fico naquele lugar por muito tempo, boquiaberto na porta.
Quando finalmente atravesso meu estado de perplexidade, minha mã o
leva ao meu rosto, os dedos roçando meu queixo.
Que raio foi aquilo…?
Piscando, vou até o banheiro e tomo um banho. Estou lá até a á gua
esfriar, minha mente girando em imagens que agora sã o acompanhadas
por sensaçõ es frenéticas. Assim que saio e me visto, fico inquieta perto
da minha câ mera de vídeo.
Eu deveria esperar para assistir ao vídeo… Espere até que a poeira
baixe.
O que diabos a poeira precisa baixar, afinal? É sexo.
Fizemos sexo. É isso. Sem poeira.
Claro, foi a primeira vez que fizemos isso com um cara, mas nã o
precisa significar nada. É apenas físico e é por dinheiro.
Então por que não consigo parar de pensar nos lábios dele na minha
maldita mandíbula?
Estou muito ligado agora para voltar a dormir. Agarrando a tigela
que mantenho em minha mesa de cabeceira com uma indica que
funciona para relaxar minha mente, dou algumas tragadas,
pressionando o play em nosso vídeo de estourar cerejas.
E meus olhos ficam instantaneamente arregalados, porque parece...
Bem, nã o há outra maneira de dizer isso. Parece fodidamente maluco.
Desde o início, é como se nã o estivéssemos gravando nada. É apenas
química, desde o primeiro beijo, até o primeiro momento em que
empurro dentro dele, até o jeito que seus dedos dos pés se enrolam nas
meias - sim, ele aparentemente deixou as meias... eu nem tinha notado -
logo antes de ele começar a gozar.
Nã o parece pornô … porque é real. Como uma câ mera escondida
capturando dois meio-irmã os sucumbindo ao desejo mú tuo e
embriagado de luxú ria.
Se é ou nã o o que realmente é, resta saber. Mas o fato é que este
vídeo que acabamos de fazer é de longe a coisa mais quente que já
assisti com meus pró prios olhos.
Maldição... Literalmente parece que estou fazendo amor com ele.
Nã o tenho certeza de como Kyran vai reagir ao ver isso, mas sei, sem
sombra de dú vida, que os fã s vã o explodir. Inferno, meu pau é só lido
como uma rocha, e eu estou no vídeo.
Você pensaria que assistir a um vídeo seu fodendo seria embaraçoso
ou conteria pelo menos um ou dois momentos que o fariam estremecer.
Uma expressã o facial estranha ou um barulho estranho. Mas esse nã o
tem nada disso... Do começo ao fim é fogo pra caralho.
Expirando lentamente, paro na parte em que estou vendo o sêmen
escorrer de sua bunda. Eu pego meu telefone, fazendo uma anotaçã o
mental para incorporar algumas fotos POV na pró xima vez, quando eu
notar os textos anteriores. De Kyran.
Tocando neles, eu puxo meu lá bio entre os dentes.
Kyran: Oi...
Kyran: Você está acordado?
Kyran: Ok, isso soa como um saque. Desculpe, eu só estava
me perguntando se você está acordado...
Kyran: Posso ir? Essa festa é aborrecida e eu estava
pensando no que você disse...
Kyran: Sobre o grande prêmio.
Kyran: Tanto faz. Eu decidi que talvez eu queira… então,
posso ver você?
Kyran: Avi… Você está me ignorando?
Kyran: Estou aqui
Kyran: Estou aqui fora. Me deixar entrar.
Kyran: Não seja um idiota, apenas abra a porra da porta
Kyran: Me desculpe pelo vestiário...
Kyran: Você estava certo ok? Eu gostei…
Kyran: Preciso dizer as palavras mágicas ou algo assim??
Jesus… eu quero que você me foda Avi. OK?? Satisfeito??
Abra a porra da porta
Kyran: Uau, isso foi estúpido. Exclua esse texto, por favor.
E essa foi a ú ltima mensagem... A que ele estava enviando quando
cheguei à porta.
Engolir parece excepcionalmente difícil enquanto eu olho para a tela
do telefone, mordendo o sorriso que está tentando cruzar meus lá bios.
Essa coisa já era complicada pra caralho antes. Mas agora, com essas
estú pidas borboletas na barriga, isso se transformou na maior bagunça
da minha vida.
Ele chegou ao fundo…, Mas eu sinto que sou eu quem está fodido.
CAPÍTULO DEZESSETE

KYRAN

hambrienta4_cream: por favor, deixe-me lamber até limpar


loveuNOT: não sei como acabei de joelhos com a boca aberta, mas acabei
hat3_s3x_is_th3_b3st_s3x: Pessoal >>>>> mais alguém

Estou desconfortável.
Quero dizer, muito, muito desconfortável quando clico no anexo do
vídeo, meu estô mago revirando com a noçã o do que estou prestes a ver.
Um vídeo meu fazendo sexo... com um homem.
Mais especificamente, um vídeo meu perdendo minha virgindade
com meu meio-irmão … Por dinheiro.
Ainda nã o tenho certeza se isso é real. Posso estar vagando perdido
em alguma outra dimensã o distorcida.
Droga... Agora estou começando a soar como ele também. Eu sabia
que isso era uma má ideia.
O vídeo começa a tocar, e meu coraçã o está subindo pela garganta,
meus olhos se arregalando quando a cama antes vazia é subitamente
preenchida por mim e Avi. Começamos a nos beijar, e ele está me
tocando, e estou me forçando a nã o me contorcer de desconforto aqui e
agora, porque eu preciso assistir isso. Você sabe, para ter certeza de que
está de acordo com os meus padrõ es.
Independentemente disso, o vídeo é impressionante o suficiente
para que eu esteja pensando em desligá -lo. Quero dizer... olhe para nó s.
O que estamos fazendo??
Olhe como suas mãos estão traçando as curvas dos meus músculos...
Olhe como as minhas estão fazendo o mesmo com as dele... É tã o
desconcertante quanto preocupante, porque nem parecemos nós agora.
Parecemos duas pessoas totalmente diferentes.
Duas pessoas que eu nã o conheço... Duas pessoas que parecem
muito, muito interessadas uma na outra.
O vídeo continua, com a boca de Avi em mim e meus dedos
lubrificados com lubrificante, e nã o consigo parar de me mexer porque
meu pau está enchendo entre minhas pernas e eu nã o quero que isso
aconteça.
Eu nunca assisti pornô gay antes. Já assisti pornô hétero, claro, mas
mesmo nos vídeos caseiros do Pornhub, nã o me lembro de ter visto
nada tã o sensual, ao mesmo tempo sujo, só rdido e real.
Ele tem minhas costas arqueadas para fora da cama. Lá bios
tremendo. Olhos rolando para trá s no meu crâ nio. Quer dizer, quando
isso aconteceu??
A ú nica razã o pela qual sei que sou eu neste vídeo é porque,
infelizmente, ainda posso senti-lo me rasgando; esticando meu corpo
para encaixá -lo como uma luva, sua pélvis esfregando minhas bolas,
afundando tã o fundo que eu juro que podia senti-lo tocando minhas
amígdalas.
Faz dias desde que aconteceu, e eu o sinto em todos os lugares. O que
nã o é bom. Porque é para ser apenas um negó cio; um trabalho que
estou fazendo estritamente pelo dinheiro. Mas nã o conheço ninguém
no mundo que ame tanto o seu trabalho…
Com um estranho que se parece comigo caindo no orgasmo na tela,
fecho meu laptop com um tapa.
— Foda-se. — Eu me abaixo e ajusto meu pau, que está tentando
sair da minha calça.
O vídeo está bom. Seus ú nicos fatores de humilhaçã o estã o nos
detalhes que ninguém sabe… Que eu nã o sou gay, e o cara que veio na
minha bunda é meu meio-irmã o e minha pessoa menos favorita no
planeta.
Os fã s vã o gostar. Química no ponto…
Buscando dentro de mim toda a negaçã o que posso reunir, pego
meu telefone e mando uma mensagem para Avi.
Eu: Poste.
Ele responde depois de apenas alguns segundos.
Avi: *emoji de polegar para cima*
Avi: Levarei apenas alguns minutos para editar, então estará
disponível para PPV
Avi: Tenho que editar você gritando meu nome :-P
Argh.
Eu: Legal.
Avi: Você pensou mais sobre o que conversamos?
Reviro os olhos para a tela do telefone.
Avi me ligou ontem para falar de logística. Na verdade, ele me ligou
quatro vezes seguidas, porque nas três primeiras vezes eu ignorei suas
ligaçõ es. Mas ele me cansou, como aparentemente é muito fá cil para ele
fazer, um fato que eu nã o entendo ou quero pensar.
Ele insistiu que eu criasse uma conta anô nima no Twitter para
ajudar a promover as colaboraçõ es do OnlyFans. Naturalmente, eu disse
nã o no começo. Mas estou aprendendo que ele pode ser terrivelmente
exigente e, por alguma razã o desconhecida, sempre me pego curvando-
me a ele.
Estou dizendo a mim mesmo que é apenas sobre o dinheiro..., mas
deitado na cama à noite, nas ú ltimas semanas desde que começamos
este pequeno empreendimento, os pensamentos ocultos vêm à tona.
Algo sobre ele assumir o controle me acalma, em um nível profundo
e emocional com o qual nã o estou preparado para lidar, muito menos
para abrir espaço em minha mente para Avi ser a pessoa sentada ao
meu lado neste aviã o enquanto ele gira em uma espiral. trajetó ria
descendente, indo direto para a desgraça iminente.
No interesse de tirá -lo do meu pé - figurativamente, eu acho ... Deus,
me ajude - eu abro o Twitter no meu telefone e crio um perfil rá pido. Eu
tenho uma conta no Twitter, mas nunca a uso. Eu só fiz isso por causa
do hype quando o aplicativo começou, antes de perceber que todo
mundo lá era muito ... desagradável. Mas acho que é o melhor lugar
para promover o trabalho sexual online, por causa da falta de censura.
Há um lado pornô do Twitter que eu desconhecia até Avi me
mostrar sua conta. O tipo de coisa que faria Mark Zuckerberg molhar
sua cueca.
Aparentemente, Elon Musk tem um conjunto diferente de diretrizes.
De qualquer forma, esta é uma nova conta, especificamente para
este fim. Sem rostos. Estou apenas usando uma selfie sem camisa como
foto de perfil.
E apesar de quã o pouco eu quero fazer isso, meus lá bios se curvam
em um sorriso satisfeito enquanto escolho meu nome de usuá rio.
Not__Your__Baby.
Pegue isso, Backwardz_Cap, seu bastardo presunçoso.
Eu sigo Avi, e antes mesmo que eu possa enviar a ele meu
identificador, ele me manda uma mensagem.
Avi: Sério?
Avi: Not__Your__Baby…
Meu sorriso está quase quebrando meu rosto, os dedos dos pés
balançando triunfantemente. Até que apenas um minuto depois, ele me
envia uma foto. E meu rosto cai.
É um GIF... de nó s trepando. Na verdade, ele fez um GIF do nosso
vídeo, do momento exato em que seu pau me faz gozar e meus dedos
dos pés estã o enrolados nas meias que aparentemente esqueci de tirar.
E a legenda no GIF diz: Claro, parece que você é meu baby.
Eu apago a mensagem rapidamente. Nã o que isso importe, porque
se alguém se apoderar do meu telefone, há material incriminador
suficiente aqui para colocar toda a minha vergonhosa agitaçã o lateral
em explosã o.
Eu: Foda-se
Ele manda de novo.
Droga! Eu apago de novo.
Mas ele continua enviando, e agora estou lutando para deletar essas
ridículas mensagens GIF tã o rá pido quanto ele as está enviando,
fervendo enquanto faço isso.
Graças a Deus Guty está na academia agora. A última coisa que
preciso é ele espiando por cima do meu ombro e vendo essa merda.
Eu: Tá bom CHEGA!
Avi: hehe
Eu: Pare com essa merda e me diga o que você quer que eu
faça com essa porra de conta estúpida
Avi: Estou enviando o vídeo para OF agora. Então eu vou
twittar um teaser que você pode retuitar.
Eu: Tudo bem.
Avi: Então... devo ver você hoje à noite para mais... negócios?
Meu estô mago embrulha só de ler as palavras na tela. É quase como
se eu pudesse ouvi-lo dizendo em voz alta, e isso está me dando um nó .
Eu odeio nós. Linhas retas são tudo com que preciso me preocupar.
Eu: Não.
Avi: *emoji de cara carrancuda* Por que não?
Eu: Porque estou indo para o Arizona de manhã e não tenho
tempo para lidar com você
Avi: Mas você não ficaria muito menos estressado com os
playoffs se tivesse um pouco mais desse pau que faz você
ficar vesgo?
Um ruído minú sculo e completamente ridículo sai voando da minha
garganta, quer queira quer nã o, e eu mordo meu lá bio. Cerrando os
dentes, mudo o zumbido em minhas bolas e com raiva digito uma
mensagem.
Eu: Foda-se Avi. A única coisa que preciso de você é dinheiro.
Entende?
Ele nã o responde por um minuto inteiro. E quando ele finalmente o
faz, é apenas um GIF de Oscar the Grouch saindo de sua lata de lixo.
Revirando os olhos, guardo meu telefone, levantando-me e entrando
no meu quarto para pegar minha bolsa de giná stica. Há muita bobagem
se acumulando na minha cabeça, muita irritaçã o e confusã o em que me
recuso a pensar em efervescer em minhas veias.
Eu preciso ir malhar. Colocar minha cabeça de volta no futebol e nada
mais.
Afinal, nenhuma dessas outras besteiras significa nada se eu nã o
vencer esses jogos e ajudar meu time a levar para casa um campeonato.
Saindo do meu dormitó rio, enfrento o ar gelado de dezembro,
caminhando até a Fish Field House. É o prédio onde todo o nosso
treinamento e prá tica acontecem. A academia aqui é bem decente. À s
vezes, usamos o centro recreativo, mas como estamos no meio dos
playoffs e partindo para um jogo fora de casa pela manhã , tenho certeza
de que a maioria dos meus companheiros estará aqui.
Colocando meus fones de ouvido e pegando minha garrafa de á gua,
tranco minhas coisas em um dos armá rios e vou para o giná sio. Assim
como eu pensei, muitos caras estã o aqui agora, e eles acenam para mim
quando eu entro. Alguns deles gritam coisas do meu jeito, mas nã o
conversamos. Eu acho que eles podem dizer pelo meu comportamento
de que nã o estou com disposiçã o para bate-papo, o que é uma coisa
boa.
Instalando-me em uma das má quinas de perna, olho ao redor do
espaço aberto. Nã o vejo Theo ou Guty em lugar nenhum, o que é
estranho porque pensei que eles haviam dito que viriam. Talvez eles
estejam nadando...
Minha lista de reproduçã o bombeia batidas constantes em meus
ouvidos, e eu respiro através do peso, zoneando e focando na
queimadura. Eu faço isso por um tempo, movendo-me pela sala para
diferentes má quinas de perna, porque é dia de perna. Entã o vou até o
grande espelho na parede, olhando para mim mesma por alguns
segundos antes de pegar uma bola medicinal.
Estou dobrando a cintura, fazendo agachamentos e observando a
maneira como meus mú sculos se flexionam e brilham, a força
empurrando a dor, quando algo se move na minha periferia. Eu paro
para tirar uma mecha de cabelo errante do meu rosto, meus olhos fixos
em uma forma misteriosa que acabou de entrar na sala.
Eu nã o peguei seu rosto porque ele está ziguezagueando entre as
má quinas, mas ele está vestindo calça de moletom cinza e uma regata,
do jeito que uma certa pessoa está sempre vestida quando eu o visito
em seu dormitó rio.
Afastando isso, respiro fundo, me preparando para descer
novamente enquanto meus olhos se estreitam para as tatuagens do cara
em seu braço... A tez morena de sua pele.
Ah, de jeito nenhum…
O cara dá um passo para o lado, revelando um boné dos Yankees
para trá s cobrindo uma juba selvagem de cabelo escuro e um sorriso
perverso.
Eu largo a bola medicinal com um baque.
— Foda-se ...— Eu resmungo, tendo evitado por pouco esmagar meu
pé.
Mas nã o consigo nem pensar nisso agora. Porque o Avi está aqui, na
minha academia, entrando no meu espaço pessoal.
Ele começa a falar, mas minha mú sica está muito alta e nã o consigo
ouvi-lo. Pausando a faixa, eu o encaro, mandíbula tensa irritaçã o de vê-
lo em um lugar que deveria ser um refú gio seguro de suas besteiras.
— Que porra você está fazendo aqui? — Eu assobio, meus olhos
arremessando ao redor para ter certeza de que ninguém está nos
observando. Claro que eles estã o.
Todos os olhos estã o sobre nó s agora.
— Você sabe, eu nunca estive aqui antes? — Avi suspira, sua cabeça
girando enquanto ele entra na academia. Entã o sua sobrancelha se
ergue. — O centro de recreaçã o é muito melhor…
— Cale a boca, — eu lato, e seu rosto lentamente se inclina em
minha direçã o, estreitando o olhar. — Este lugar é apenas para atletas.
Como você entrou aqui, afinal?
— Eu faço parte da equipe. — Ele dá de ombros casualmente, o
sorriso se alargando em um sorriso comedor de merda que me dá
vontade de socá -lo.
— Não ... você não faz,— eu resmungo com firmeza. — Você é o
mascote. Mascotes nã o fazem nada.
Ele zomba.
— Você acha que esses passos de dança simplesmente acontecem?
Passando os dedos pelo cabelo ú mido de suor, fecho os olhos e
respiro fundo, tentando me acalmar antes de explodir.
— Avi... Você precisa ir embora. Você nã o tem nada que estar aqui.
— Eu o prendo com um olhar. — Você malha mesmo? Eu nunca vi isso
acontecer em todos os anos que te conheço...
— Sim, eu malho. — Ele revira os olhos petulantemente. — Eu
simplesmente nã o tenho o há bito de fazer isso na frente de outras
pessoas como se tivesse algo a provar. — Seus lá bios se curvam. — Ou
ficar na frente de um espelho para poder me olhar enquanto levanto.
Meus punhos apertam ao meu lado.
— Nã o estou levantando… estou fazendo agachamento.
— Ooh —, ele cantarola baixinho. — Parece que pode ser divertido
de assistir.
— Porra. Fora, — eu rosno em seu rosto, me aproximando para
mostrar meu ponto de vista. — Eu preciso que você saia agora antes
que eu esmurre seu rosto como um saco de pancadas.
Sua cabeça se inclina, mostrando como ele nã o é afetado por minhas
ameaças. Isso me enfurece, porque a verdade é... Você pode realmente se
sentir intimidado por alguém que deliberadamente tomou sua carga na
bunda?
Um forte arrepio percorre meu corpo com o pensamento, mas me
forço a passar por isso. Isso é irrelevante. Avi nunca teve medo de mim
ou das minhas ameaças. A gente fodendo não tem nada a ver com isso.
No entanto, está tornando ainda mais difícil estar perto dele do que
o normal. Eu simplesmente nã o consigo parar de me lembrar daquele
vídeo... A maneira como parecia quando aquelas duas pessoas juntaram
seus corpos, como se faltassem peças de um quebra-cabeça.
A maneira como ainda posso sentir seus espasmos e tremores
enquanto ele se move dentro de mim...
O olhar em seu rosto quando eu o beijei na mandíbula.
Todo esse esforço se tornou terrivelmente complicado, porque eu
odeio essa pessoa. Juro que sim, mas agora, tenho todas essas
lembranças de fazer coisas com ele que eu... realmente nã o odiei.
Tenho que tirá-lo daqui. Não vou conseguir me concentrar com ele
por perto.
— Por favor, Avi...— eu sussurro com os dentes cerrados. — Apenas
vá .
— Eu nã o posso ir, — ele suspira, batendo a mã o no meu quadril
enquanto se vira. — É dia de perna.
Ele pisca para mim, e eu estou fumegando. Acho que estou ficando
da cor de um tomate de raiva.
Usando minhas melhores habilidades em distraçã o e evitaçã o, volto
ao meu treino, embora o tempo todo eu esteja perfeitamente ciente de
sua presença na sala. E eu sinto que todo mundo também está olhando
para ele, se perguntando por que diabos ele está aqui, o que está me
deixando ainda mais estressado.
Consigo passar pelas pró ximas séries, mas posso sentir Avi do jeito
que você pode sentir uma tempestade em seus ossos; uma dor
persistente que simplesmente nã o vai embora. Meus olhos continuam
se voltando para ele contra a minha vontade, observando-o usar as
mesmas má quinas que eu estava usando. usando, com o mesmo peso e
fazendo isso sem um pingo visível de luta.
Eu nã o entendo como ele está possivelmente em tã o boa forma. Nã o
faz sentido. Por que ele precisa ter um corpo assim? Ele não faz nada.
As ú nicas partes de seu corpo que ele usa sã o as mã os para
desenhar e enrolar articulaçõ es e sua boca gigante para falar merda.
E acho que o pau dele por... Bem, sim.
Nã o há esperança de focar em nada enquanto meu meio-irmã o
idiota está por perto. Especialmente quando ele salta para o meu lado
da sala e começa a fazer levantamento terra a apenas alguns metros de
onde estou me alongando.
— Sua posiçã o está errada, — resmungo, e ele me espia, franzindo a
testa. Reviro os olhos e vou até ele, colocando a mã o na parte inferior
de suas costas. — Você precisa endireitar a coluna ou vai se machucar.
Avi me dá um de seus olhares de corça que ele à s vezes tem quando
está confuso. Isso o faz parecer um personagem de desenho animado,
instalando uma sensaçã o estranha em meu estô mago que estou
escolhendo interpretar como irritaçã o.
Mantendo minha mã o em suas costas, digo a ele:
— Aqui. Tente de novo.
Ele o faz, dobrando os joelhos enquanto eu me inclino um pouco
para manter minha mã o no lugar. Quando ele volta, eu aceno.
— Um pouco melhor. — Eu sorrio. — Eu senti você tremendo... É
muito peso para você aguentar?
Ele pisca para mim e lambe o lá bio.
— Eu nã o acho que foi por isso…
Minhas sobrancelhas se franzem e finalmente percebo que estou
tocando nele. Eu afasto minha mã o rapidamente, dando um passo para
trá s.
— Apenas tenha cuidado. Você pode foder suas costas se nã o fizer
direito.
Os lá bios de Avi se contorcem no canto.
— Você está dizendo que... nã o quer que eu me machuque?
Eu aperto os olhos e faço uma careta.
— Eu nã o ligo.
Ele se aproxima de mim.
— Eu acho que você faz…
— Se você quer se machucar, idiota, eu posso fazer isso acontecer,
— eu rosno para ele, e ele ri.
— Existe o Kyran que todos conhecemos e amamos. — Ele pisca.
Argh. Ele é tão desagradável.
Sinto como se minhas bochechas estivessem corando, e nã o sei por
quê. Meus olhos mergulham brevemente sobre o top solto que ele está
vestindo, o que expõ e os mú sculos em seus lados... Salpicado com tinta.
Brilhando com um pouco de suor. Seu moletom cinza está descansando
baixo em seus quadris, ajustado o suficiente para que eu possa ver a
inclinaçã o de sua bunda...
Lembro-me de segurá -lo... Como era redondo e firme em minhas
mã os.
Minha garganta está repentinamente seca, uma sensaçã o de ná usea
mexendo dentro de mim.
Girando para longe dele rapidamente, eu resmungo:
— Estou fora daqui.
— Espere —, ele chama, e relutantemente paro, espiando-o por
cima do ombro. Ele larga o haltere e pula na minha direçã o. — Você
quer me guiar?
— Nã o, — eu bufo, ignorando o fato de que posso sentir o cheiro
dele; aquele maldito cheiro familiar que nã o consigo identificar.
Ele se aproxima ainda mais e sussurra:
— Nã o seja um bebê.
Está muito quente. Eu tenho que sair daqui.
— Foda-se…— murmuro novamente, me afastando e me agarrando
à hostilidade enquanto saio do giná sio…
Com a sensaçã o distinta de seus olhos na minha bunda.

***

Estou exausto, mas estou voando alto.


Estamos no Arizona e acabamos de ganhar outro jogo do playoff.
Chutamos os Wildcats, trinta e dois a catorze anos, depois saiu para
jantar e comemorou como um time, ficando turbulento e irritando todo
mundo no restaurante.
Não estou brincando. O povo de Tucson não estava exatamente
entusiasmado com o fato de nós, da Nova Inglaterra, aparecermos e
esmagarmos o time deles.
Mas nã o nos importamos. Estamos arrasando nesta temporada e
parece que nada pode nos parar. É por isso que, quando Guty e Theo me
imploraram para ir festejar no quarto de Theo com o resto do time e um
monte de garotas, eu estava realmente considerando isso - embora o
treinador nos advertisse estritamente contra ficarmos loucos esta noite.
Mas entã o a parte racional de mim insistiu em voltar para o meu
quarto para descansar um pouco. Temos um voo à s sete da manhã para
Boston e eu realmente gostaria de nã o ficar de ressaca por isso.
Estou dividindo o quarto com Guty e, como ele está no corredor
causando confusã o, tenho o quarto só para mim, o que é perfeito. Eu só
quero ligar a TV em volume baixo e deixá -la me embalar para dormir.
Tenho certeza que nã o vai demorar muito, porque meu corpo está
doendo e minha mente está cansada pra caramba.
Ficando só de cueca, rastejo para a cama insanamente confortável
do hotel, mudando de canal até me decidir por reprises de The Office .
Eu conecto meu telefone para carregar na mesa de cabeceira,
configurando dois alarmes para ter certeza de que nã o dormirei
demais. É quando vejo um novo texto.
Avi: Parabéns, superstar. Incrível jogo esta noite.
Escolhendo ser educada, digito uma resposta rá pida.
Eu: obrigado
Ele lê no segundo que clico em enviar, e nã o posso evitar a forma
como meus lá bios se curvam presunçosamente com a ideia de que ele
estava esperando que eu respondesse. Seus balõ es de digitaçã o
aparecem e eu espero pacientemente por qualquer bobagem que ele
esteja prestes a dizer.
Avi: Então eu acho que você ainda pode ganhar jogos mesmo
sem o seu amuleto da sorte por perto…
Avi: (Eu)
Meu sorriso cresce, e até mesmo uma pequena risada irrompe de
meus lá bios antes que eu reconheça o que estou fazendo e o esmague
para enviar-lhe uma resposta.
Eu: Foi definitivamente mais fácil se concentrar sem sua
bunda irritante estourando e travando nas laterais
Avi: Eu sabia que você estava assistindo minha apresentação
Eu zombo em voz alta.
Eu: Apresentação?? *emoji de sobrancelha levantada
acusatória*
Avi: Sim. Baldwin a Águia fica divertido
Eu: você é um idiota
Avi: Então o que você está fazendo?
Eu olho para a tela.
Eu: vou dormir... Por quê? O que você está fazendo?
Avi: Também indo para a cama.
Avi: Então é como se estivéssemos... indo para a cama juntos
;)
Eu: Não. Não é.
Eu: E não é tipo 22h aí?? Por que você vai dormir tão cedo...
Avi: Ok, você me pegou. Estou na cama porque estou
brincando com meu pau...
Eu engulo, movendo-me sob as cobertas enquanto um arrepio de
excitaçã o indesejada faz có cegas em meu estô mago.
Avi: Quer ver?
Eu: Não.
Mas claro, porque ele é Avi, isso nã o o impede.
Apenas um segundo depois, uma foto de seu pau aparece na minha
tela. E como um reflexo, eu bato a tela do meu telefone no meu
estô mago.
Balançando a cabeça, murmuro “idiota” para ninguém, me
preparando para guardar o telefone e ir para a cama. Mas entã o, contra
a minha vontade, minha mã o lentamente vira meu telefone de volta
para cima e eu mordo meu lá bio. Só uma olhadinha…
O pau na tela é duro e longo, e aquele que eu conheço como o de Avi .
Sua mã o está enrolada em torno dele, o polegar provocando a grossa
coroa exposta.
Avi: Agora é a sua vez
Eu: não vou fazer isso com você
Avi: *três emojis de carinha*
Eu: Avi...
Avi: Você está sozinho?
Eu: Sim…
Avi: Então seja um bom menino e tire seu pau pra mim
Um arrepio percorre minha carne, a batida em minhas bolas me
lembra de quantos dias se passaram desde que eu gozei. E entã o minha
mente desliza de volta para a memó ria da ú ltima vez que vim... E o que
estava acontecendo comigo quando aconteceu.
Eu mordo meu lá bio, meu pau já endurecendo de lembrar. Mas eu
me forço a ficar firme e responder.
Eu: Isso não funciona se não estivermos filmando, idiota.
Avi: Quem disse que não posso enviar essas coisas para os
fãs?
Avi: Vai ser ainda melhor se você me enviar um vídeo…
Estou desesperado para lutar contra o desejo de obedecê-lo quando
outra mensagem aparece.
Avi: Por favor, baby? Eu estive pensando na sua bunda o dia
todo... estou pingando pra caralho
Resmungando para mim mesmo, eu corro minha mã o livre até meu
pau, brincando com ele sobre minha cueca enquanto meus olhos se
fecham. Por que estou entretendo isso? Por que minhas bolas estão
formigando com aquela mensagem estúpida?
Nã o consigo entender, porque nã o faz sentido. Mas mesmo sabendo
que não deveria, eu coloco minha boxer para baixo e tiro uma foto do
meu pau.
Apenas uma. Para calá-lo.
Avi responde segundos depois de conseguir.
Avi: Deus, seu pau parece bom
Mordendo meu lá bio inferior um pouco mais, eu digito...
Eu: Sério?
Avi: Sim. É tão grande…
Minha respiraçã o está acelerada, meu corpo pesando e me
afundando ainda mais nessa toca de coelho enquanto digito lentamente
as palavras...
Eu: o seu também é grande
Avi: Eu sei. Quer esfregá-los juntos?
Eu me pego balançando a cabeça sem nem perceber, segurando meu
pau e acariciando em bombas graduais. Eu só preciso vir, só isso. É só um
orgasmo, não importa de onde vem...
Avi: Você quer que eu brinque com seu lindo pau com minha
língua?
Eu: Sim... eu gosto quando você faz isso
Avi: Você faz ... eu sei porque você me dá pequenos pulsos de
esperma para sugar
— Foda-se...— Minha cabeça se inclina para trá s e meus olhos se
fecham, amassando a mã o para cima e para baixo enquanto o imagino
fazendo isso... Brincando com meu pau entre aqueles lá bios macios e
carnudos.
Nã o acredito que estou fazendo isso... É tão estú pido e nã o faz parte
do plano. Além disso, Guty pode entrar aqui a qualquer minuto.
Mas entã o esse pensamento incha meu pau ainda mais grosso na
palma da minha mã o.
Avi: Grave a si mesmo
Minhas mã os estã o trêmulas com a adrenalina e a luxú ria secreta
reprimida enquanto eu atendo seu comando e pressiono gravar,
capturando-me empurrando meu pau. Sã o apenas alguns segundos,
mas quando eu envio, ele fica em silêncio por um minuto inteiro.
Avi: Isso é tão gostoso
Ele gosta…
Eu: Você gostaria que eu estivesse ai?
Avi: Sim... eu quero tanto você nessa cama comigo
Minha necessidade inerente de lutar contra isso está desaparecendo
rapidamente, tornando-se nada além de ruído de fundo para o fole
avassalador do desejo.
Eu: O que você faria?
Avi: Eu provocaria seu pau com minha boca
— Mmmm...— Estou queimando na cama, minha pele quente e
corada. Punho bombeando mais forte em minha ereçã o, eu roço a
cabeça com meus dedos, desejando como o inferno que fosse sua
língua.
Avi: Então eu me ajoelharia sobre seus ombros e alimentaria
você com o meu, um centímetro de cada vez
Antes que eu possa pensar no que dizer sobre isso, ele me envia um
vídeo. Quando pressiono play, meus olhos arregalados imediatamente
grudam na tela, maravilhados com a gravaçã o de seu pau de perto,
dedos longos brincando com ele antes de deslizar para baixo para
acariciar suas bolas.
Avi: Abra bem para mim, baby
Avi: Eu quero você chupando minhas bolas... lambendo
minha bunda
Um gemido trêmulo escapa de mim enquanto imagino isso...
Sentando-se em meus ombros, arrastando a cabeça molhada de seu pau
por todos os meus lábios. Cavalgando na minha cara...
Avi: Estou fazendo um FaceTiming para você. Agora mesmo.
Um sú bito choque de medo e humilhaçã o enrijece meus mú sculos.
Eu: Não. Não faça isso.
Avi: Atenda a porra da chamada, Kyran. Eu preciso ver você.
Algo estranho bate no meu peito, e eu nem tenho tempo para surtar
porque meu telefone agora está tocando com uma chamada de vídeo
recebida. Me sentando sobre os cotovelos, escovo freneticamente o
cabelo para trá s, tremendo nervosamente enquanto deslizo para
responder.
— Oi. — Sua cabeça se inclina, e meus dentes cerram, segurando
minha carranca forçada para salvar minha vida.
— O que você quer…? — Eu resmungo, as bochechas esquentando
sob seu olhar sobre a tela do telefone.
Seus olhos estã o deslizando para baixo, avaliando o fato de eu
aparecer nua, embora essa parte deva ser ó bvia com base no que
estávamos fazendo. Parece que ele está nu também, e eu nã o consigo
tirar minha outra mã o de onde ela está vagarosamente subindo e
descendo meu pau.
— Eu quero fazer você gozar, — ele sussurra, entã o morde o lá bio.
— De milhares de quilô metros de distâ ncia.
Estou realmente me forçando a parecer irritado com ele, mas há
algo sobre estar sob seu olhar que me faz sentir como se estivesse
sendo queimado por um feixe de laser de excitaçã o proibida.
— Isso é bom... Continue me olhando assim.— Seus cílios escuros
vibram enquanto seu outro braço se move. Acho que ele está
acariciando seu pau do mesmo jeito que eu.
— Que olhar? — Eu rosno, inclinando minha cabeça quando o
telefone se inclina um pouco para baixo e eu dou uma espiada em seu
abdô men.
— A carranca característica de Kyran misturada com seus olhos
foda-me.— Ele sorri preguiçosamente. — É a minha visã o favorita.
— Pare de falar,— eu assobio, jogando minha cabeça para trá s
enquanto eu fodo meu punho com mais força, a frustraçã o que ele traz
com cada interaçã o nossa me deixando em um frenesi de necessidade
confusa.
— Mas eu preciso te dizer uma coisa...— ele sussurra, e meus olhos
se abrem, travando em suas íris cinzas, escurecidas pela falta de luz em
seu quarto.
— Diga-me entã o —, murmuro.
— Eu quero comer sua bunda, baby, — ele cantarola, e minhas bolas
latejam, forte. Antes que eu possa repreendê-lo sobre a coisa do baby ,
ele continua. — Eu estive pensando sobre isso desde a ú ltima vez... eu
quero te lamber até você chorar por mim, e entã o eu quero enfiar meu
pau dentro de você.
— Foda-se ...— Eu choramingo, agarrando-me à s suas palavras e ao
modo como ele as diz para mim através do telefone.
— Mostre-me sua bunda, Ky, — ele exige.
— M-mas você nã o está ... gravando. — Meu corpo está lutando
contra as hesitaçõ es que minha mente nã o para de lançar como
bloqueios de estrada.
É para ser trabalho... Não é para sermos...
— Sim eu estou. — Ele interrompe minha obsessã o frenética,
apontando o telefone para sua câ mera de vídeo. — Estou gravando este
vídeo especial de sexo por telefone para nossos fã s. Agora, dê a todos
nó s o que queremos, superstar.
Ah... bem, nesse caso...
Sentando-me, eu olho ao redor da sala.
— Talvez eu nã o tenha muito tempo... E se meu colega de quarto
voltar?
Avi dá de ombros.
— Ainda mais proibido, entã o. — Ele sorri. — Imagine você, curvado
na cama em seu quarto de hotel, nos provocando com sua bunda
perfeita quando alguém pode entrar a qualquer minuto…
Nã o posso negar que meu pau está vazando com o pensamento.
Entã o eu rolo de quatro, desistindo da luta e cedendo à minha aparente
necessidade inabalável de gozar da maneira mais ilícita possível.
Apoiando meu telefone contra um travesseiro, eu me viro para dar a
ele uma visã o completa da minha bunda por trá s enquanto meu rosto
esquenta como um forno com o quã o vadia eu devo parecer agora.
Mas entã o ouço Avi ronronar; um grunhido sexy e rosnante de
apreciaçã o que aumenta a emoçã o desenfreada.
— Olha essa bunda... Perfeição do caralho,— ele cantarola. —
Provoque seu buraco para mim, lindo. Mostre-me o que estou
perdendo.
Alcançando atrá s de mim, eu deslizo um dedo trêmulo para cima e
para baixo sobre a minha borda, meus olhos se fechando ao som de sua
respiraçã o ficando mais pesada ao telefone.
— Você quer me foder, nã o é? — Eu sussurro, pressionando meu
dedo em meu buraco, só um pouco. Nã o é lubrificado nem nada, mas a
sensaçã o dele, desesperado para entrar, faz meus quadris se moverem,
perseguindo o atrito em meu pau dolorido.
— Se eu pudesse voar até ai agora só para te foder, eu faria, — ele
resmunga, e meu peito aperta, o estô mago apertando.
— C-como você faria isso? — Eu gaguejo as palavras, pulsando
enquanto meu corpo se contorce.
— Eu viria atrá s de você, — Avi rosna. —Colocaria seu rosto no
colchã o e iria deslizar cada centímetro do meu pau duro como pedra
em você. Em uma... longa ... estocada.
Os gemidos estã o fugindo dos meus lá bios mais rá pido do que eu
posso tentar controlá -los.
— Rá pido ou devagar?
— Devagar... no começo —, ele sussurra. — Mas apenas estar dentro
desse local quente e apertado me faria cavalgar em você, á spero e
profundo.
Meu rosto cai no edredom, bunda para cima enquanto mergulho
meu dedo, ignorando a queimadura da penetraçã o sem lubrificante. Eu
só estou... precisando disso. Eu nã o entendo nada disso, mas preciso ser
preenchido, o desejo é tã o forte que é quase primitivo.
— Me dê seu pau...— Eu suspiro e ofego. — Deus, eu quero tanto
isso.
— Baby, vire-se —, Avi implora em um tom rouco. — Mostre-me seu
corpo. Quero ver como você é lindo.
Eu nem me lembro onde estou. Estou zumbindo tã o ferozmente com
esse desejo, é como se estivesse agindo por impulso total. Virando-me,
pego o telefone, deitado de costas enquanto inclino a câ mera para baixo
sobre o meu corpo.
— Abra as pernas —, ele ordena. E eu faço, abrindo e levantando
meus quadris um pouco para dar a ele uma visã o de minhas bolas e
minha bunda.
— Tã o, tão bom… Todos esses lugares para minha língua explorar.
Agarrando meu pau, eu trabalho para acariciar novamente,
contorcendo-me na minha mã o enquanto ele respira e rosna e fode seu
punho.
— Molhe o dedo dessa vez.
Deslizando meus dedos indicador e médio em minha boca, eu os
chupo desleixadamente, puxando-os para fora e arrastando-os para o
meu peito. Eu toco meus mamilos, a sensaçã o me atingindo na virilha
enquanto meus dedos descem para baixo, entre minhas pernas.
— Eu sei que você está sentindo falta do meu pau agora...— ele
cantarola. — Desejando que eu estivesse ai para te foder
completamente. Mas você vai ter que se contentar com os dedos, ok?
Mordendo meu lá bio, eu aceno rá pido, enfiando os dois dedos entre
minhas bochechas. Eu nem me importo com dor ou desconforto neste
momento... Estou latejando profundamente e preciso de alívio. Entã o eu
empurro meus dedos dentro de mim, forçando minha bunda a relaxar o
suficiente para pegá -los de uma vez.
Inclinando a câ mera, deixo Avi observar enquanto eles me esticam,
deslizando o mais fundo que consigo. É tã o frustrantemente bom, a
sensaçã o de ser penetrado ao mesmo tempo em que sabe que nã o é
nem de longe tã o profundo ou largo quanto da ú ltima vez. Quando era o
pau dele.
— Bombeie-os para mim, baby. — Sua voz é irregular, rouca e
abafada. Eu amo o som disso... Significa que ele está excitado pra
caralho e prestes a gozar. Só de me observar... Este deve ser o como os fãs
se sentem.
— Foda-se aquele buraquinho com os dedos do jeito que eu faria
com meu pau grande…
— Uhhhfoda… Foda-me. Eu quero que você me foda ... mais forte. —
Eu nem estou ciente do que estou dizendo, estou apenas esfregando
meus quadris contra a minha mã o enquanto meu pau estremece e incha
no meu abdô men.
Levantando o telefone e abrindo meus olhos o suficiente para dar
uma espiada em Avi, eu o encontro mordendo o lá bio inferior, os olhos
grudados no que estou fazendo enquanto sua mã o trabalha
furiosamente em seu pau.
— Eu estou te fodendo mais forte, baby —, ele suspira, e eu gemo,
batendo meus dedos na minha bunda mais e mais. — Foda-se sim ...
Sinta esse pau.
— Goze para mim —, eu sussurro, iluminando quando meus dedos
roçam minha pró stata. — Eu quero ver você... vir.
— Eu estou bem aí —, ele resmunga. — Estou tã o perto…
— Eu também.
Estou focado em seu rosto. A maneira como ele está lutando para
manter os olhos abertos, para ver o que estou fazendo...
Pernas bem abertas, mã o socando minha bunda... Pau vazando por
todo meu abdô men sem um ú nico toque. Ele parece bêbado, e eu
também. Tudo que eu quero no mundo é gozar agora...
Para vir com ele. Para os fã s… e para ele.
Avi solta um suspiro sufocado.
— Baby, estou vindo…
— Goze dentro de mim, — eu soluço, o mais silenciosamente que
posso enquanto meu clímax corre para a superfície.
— Ohh porra, eu estou gozando em você.— Ele aponta a câ mera
para seu pau, sua mã o ordenhando fluxo apó s fluxo de esperma por
todo seu abdô men. — Você me sente pulsando em você, baby?
— Sim, sim,— eu gemo enquanto meu pau dispara, a bunda
apertando meus dedos com tanta força que mal consigo movê-los.
— Foda-se sim, oh meu Deus ...
O esperma jorra do meu pau, subindo até o peito, me decorando
enquanto eu tremo e luto para respirar. Outro orgasmo mã os-livres... O
que. O. Porra.
Estou zumbindo por muito tempo, apenas deitado aqui encharcado
de esperma com os dedos na minha bunda. Até que um barulho no
corredor faz meus olhos se abrirem e meu corpo ficar ereto.
—Oh merda, oh Jesus...— Salto da cama com minha cueca na mã o,
corro nu para o banheiro e fecho a porta, meu coraçã o disparando
contra minha caixa torá cica.
Avi está rindo e eu aponto a tela para o meu rosto.
— Nã o é engraçado. Acho que alguém está entrando...
— Você é tã o fofo, — ele boceja, e eu faço uma careta, descansando
meu telefone contra o espelho da pia enquanto me limpo.
— Cale a boca, imbecil.
Nã o ouço mais nenhum som, entã o acho que surtei por nada. Mas
ainda assim... eu nã o podia arriscar. A ú ltima coisa que preciso é que
Guty entre enquanto estou coberto com meu pró prio esperma, dedos
enfiados na minha bunda e meu meio-irmã o no FaceTime.
— Mal posso esperar para você voltar aqui...— Avi murmura, e eu
olho para a tela para encontrá -lo basicamente dormindo, enrolado nu
em sua cama.
Algo estranho se instala entre minhas costelas, algo apertado e
incô modo, como... saudade de casa. Mas eu o afasto e termino de me
limpar, ignorando a dor na minha bunda e no meu peito.
— Eu tenho que ir —, eu bufo para ele.
— Nã o me deixe, baby ...— ele sussurra sonolento. — Apenas me
mantenha...
Nã o tenho certeza se ele estava tentando dizer para me manter
ligado, como no telefone. Mas eu o dissipo de qualquer maneira, porque
obviamente nã o posso fazer isso.
— Vou desligar agora, Avi —, falo baixinho, piscando para ele
enquanto ele dorme. — Eu vou... vejo você em breve.
Terminando a ligaçã o, saio do banheiro, coloco meu telefone de
volta na mesa de cabeceira e me enrolo na cama. E porque estou
exausto e saciado, caio rapidamente em um sono calmante...
Com um sorriso que nã o posso mais lutar descansando
confortavelmente em meus lá bios.
CAPÍTULO DEZOITO

AVI

sluttypeach91: @Backwardz_Cap & @Not_Your_Baby Eu deixaria vocês


dois me baterem no próximo domingo com apenas um pouco de crisco e
uma oração.
Olivia_Oil: Not_Your_Baby Ok, mas você poderia ser meu papai? Pedindo
um amigo. (Sou eu. Eu sou o amigo.)

A mú sica toca melodias em meus ouvidos enquanto meus dedos


trabalham.
Segurando o lá pis de carvã o, arrasto-o pelo papel, esboçando linhas,
curvas e declives. Eu uso meu polegar para desfocar algumas sombras
enquanto as letras das mú sicas ressoam em meus pensamentos.
Mas tenho que parar e respirar. Está ficando muito real...
Enrolo um baseado, mantenho meus fones de ouvido enquanto
fumo, recostando-me na cadeira e olhando para um espaço em branco
na parede branca do meu quarto.
A arte tem sido minha ú nica paixã o desde que eu tinha idade
suficiente para segurar um giz de cera. Mesmo quando eu era pequeno,
meus desenhos eram muito mais avançados do que os de qualquer
outra pessoa na escola.
Mas era só isso. Meus talentos começam e terminam com a arte e,
para muitas pessoas, esse nã o é exatamente o dom que você pensa que
é. Eu ouvi isso toda a minha vida, de praticamente todo mundo, menos
da minha mã e…
Não dá para fazer disso uma carreira.
A arte nunca vai pagar as contas.
Estes são ótimos rabiscos, mas o que você planeja fazer da sua vida?
Mesmo aqui na escola, é tudo sobre design grá fico, porque é algo
que você pode realmente ganhar dinheiro fazendo. E o design grá fico é
muito bom... quero dizer, eu sou decente nisso.
Mas eu nã o me importo com isso. Nã o me faz sentir nada... E
definitivamente nã o me traz alegria.
A ansiedade que sinto ao ouvir constantemente que nã o vou
conseguir me sustentar com minha arte é quase paralisante, sugando a
satisfaçã o daquilo que amo. Daí o há bito de fumar maconha sem parar.
A essa altura, nã o sei dizer se estou me apoiando na erva como um
remédio... Ou se estou usando como muleta, para matar todo e qualquer
sentimento, em vez de lidar com a dura realidade que talvez eu nunca
vou chegar a nada.
Achei que vir aqui para BC me daria mais disciplina e me ajudaria a
ser mais responsável. Me ajudar a finalmente parar de vagar e
descobrir quem diabos eu sou; quem eu quero ser. Mas até agora, tudo o
que fiz foi aumentar minhas inseguranças.
Sim, foi na faculdade que descobri minha bissexualidade. Mas nã o
acho que a faculdade tenha sido responsável por essa revelaçã o.
Acontece que é o lugar onde eu descobri.
A ú nica coisa que frequentar BC realmente me deu foi uma razã o
para me tornar uma estrela pornô .
Sim, eu sei… estrela pornô está meio que se vangloriando disso. O
termo realista, suponho, seria profissional do sexo ... No sentido de que
as pessoas me pagam em troca de atos sexuais. Sexo é o meu trabalho. E
apesar de como começou, eu realmente gosto de fazer isso.
Eu gosto de estar no OnlyFans. Eu gosto da atençã o, eu com certeza
gosto do dinheiro... E eu gosto de como isso quebrou parte do muro alto
entre mim e Kyran.
Essa parte ainda é muito confusa, no entanto. Porque enquanto
estou aproveitando nosso tempo juntos para mais do que apenas os
orgasmos, posso dizer que nã o estamos exatamente na mesma pá gina.
Kyran é o epítome do quente e do frio. Em um segundo, estamos nos
fundindo, tã o pró ximos que é como se fô ssemos uma só pessoa, e no
pró ximo, ele é o mesmo rabugento esquivo e distante que tem sido
desde o momento em que o conheci.
E essa é a parte mais complicada de tudo isso... Nã o sei dizer onde
termina meu meio-irmã o, que nã o gosta de mim, e começa meu
parceiro de negó cios, que me beija como se meus lá bios o estivessem
segurando na terra.
Tudo se tornou tã o complicado. Eu sei que o corpo de Kyran gosta
do que fazemos juntos..., mas sua mente ainda está presa em ver isso
como um meio de ganhar dinheiro. O que torna o apego confuso que
tenho formado por ele incrivelmente preocupante.
Entã o, suponho que sou capaz de me importar com as coisas... Elas
simplesmente nã o sã o coisas que vã o me ajudar de alguma forma real.
Na verdade, parece que as coisas que me interessam sã o coisas que
acabarã o me fodendo.
É um ótimo lugar para se estar.
Olhando para a foto em que estou trabalhando, traço o corpo na
pá gina com a ponta do dedo, desejando que fosse real. E nã o importa o
quã o alto eu toque a mú sica em meus ouvidos, nã o consigo abafar os
sons de sua voz, á spera e ofegante o quanto ele me quer.
É apenas físico, fico me lembrando repetidamente enquanto fumo o
baseado até a ponta dos dedos. Você apenas gosta da sensação de tocá-
lo, beijá-lo e transar com ele, só isso.
Não pode ser mais do que isso, e não será. Porque ele é seu meio-
irmão e está fazendo isso pelo dinheiro.
Vocês dois estão.
É tudo apenas uma encenação... para os fãs.
Um alarme começa a soar no meu ouvido, cortando os sons
quixotescos das letras que parecem me lembrar dele. Levantando meu
telefone, desligo o alerta para o jantar do time que acontecerá no
está dio em meia hora.
Dois dias atrá s, o treinador Matthews enviou um e-mail para todos
os membros da equipe dos Eagles, que aparentemente inclui todos nó s -
os jogadores, os treinadores, as líderes de torcida e até o mascote -
pedindo que compará ssemos para um buffet de jantar no está dio. sala
de conferencia. Nã o sei exatamente sobre o que é essa reuniã o, ou por
que minha presença é necessá ria, mas acho que provavelmente tem
algo a ver com os jogos restantes do playoff e a preparaçã o para o Rose
Bowl.
Eu realmente nã o quero ir para essa coisa, sabendo que Kyran
estará lá , e eu nã o falo com ele desde nossa noite de sexo quente por
videofone enquanto ele estava no Arizona. Sendo o idiota ingênuo que
sou, eu meio que esperava que ele aparecesse assim que chegasse em
casa. Mas isso foi estú pido, porque ele nã o o fez. Eu nã o recebi nem uma
mensagem de texto nos dois dias desde que ele voltou, e eu me recuso a
ser o primeiro a mandar uma mensagem para ele.
Só nã o quero que pareça que estou correndo atrá s dele, porque nã o
estou. Nã o posso fazer isso comigo mesmo... pensando que as coisas
estã o acontecendo quando na verdade nã o estã o. Inventar sentimentos
na minha cabeça... só vai me deixar mais confuso, e já chega disso.
Eu deveria estar me descobrindo, nã o criando mais perguntas.
Vestindo um jeans preto fresco e uma flanela, amarrei minhas botas,
vesti meu casaco e saio para o frio de dezembro. Ainda nã o nevou, mas
eles estã o prevendo isso para as férias da pró xima semana. Deveríamos
estar indo para casa nas férias, e dizer que estou ansioso com isso seria
dizer o mínimo.
Tentar ser festivo com minha mã e, Tom e Kyran soa como algo que
vai me fazer querer fa-la-la-la-me-incendiar-.
A caminhada até o está dio é curta, mas ainda assim minhas mã os
estã o geladas quando entro. Há pessoas por toda parte, vá rios membros
da equipe vagando pelos corredores em direçã o à sala de conferências,
seguindo o cheiro de comida.
Assim que entro, imediatamente me arrependo da decisã o de vir
para cá . A sala está cheia de jogadores de futebol, comissã o técnica e
líderes de torcida... Nenhum dos quais sequer me notou quando eu me
esgueirei para dentro, passando pelas mesas do bufê forradas com
bandejas de comida quente.
Nã o estou tentando procurar Kyran ativamente, mas é claro que
meus olhos o encontram imediatamente. Ele está em um grupo de seus
companheiros de equipe, conversando e rindo. E ele deve sentir que
estou olhando para ele, porque ele olha para cima, nossos olhos se
encontrando por uma fraçã o de segundo que aperta meu peito até que
ele se afasta e volta para seus amigos.
Balançando a cabeça para mim mesmo, encontro um assento e me
jogo nele. Isso vai ser uma merda. E não no bom caminho.
A conversa entre os grupos de pessoas dura minutos, durante os
quais eu apenas me remexo na cadeira, olhando ao redor da sala em
busca de bebida. Claro que nã o tem... Porque mais da metade das
pessoas aqui nã o tem vinte e um anos. Nã o que eu seja um grande
bebedor. Quer dizer, eu gosto de me acender em festas, principalmente
para me ajudar a relaxar e combater aquela sensaçã o interminável de
que nã o pertenço a lugar nenhum. Mas agora, mais do que nunca,
gostaria de ter enfiado uma garrafa de á gua cheia de Schnapps no bolso
do casaco.
— Obrigado a todos por terem vindo, — o treinador Matthews
finalmente diz. Vamos colocar esse show na estrada para que eu possa
sair daqui... — Se vocês puderem se sentar, eu vou fazer isso rá pido.
Estamos aqui apenas para falar sobre o Rose Bowl, e entã o você pode
desfrutar de um jantar.
Suspirando, observo Kyran com o canto do olho enquanto ele se
aproxima de onde estou sentado. Há uma cadeira vazia ao meu lado, e
eu o vejo olhar para ela. Meu rosto se inclina em sua direçã o, e ele
engole antes de se virar e puxar uma cadeira na mesa ao lado,
sentando-se ao lado de Guty e Theo.
Figura. Você realmente esperava que ele se sentasse com você?
— Os Eagles estã o jogando uma temporada imaculada —, começa o
treinador, com a voz estrondosa. — E cada pessoa nesta sala é
parcialmente responsável. Como uma unidade, conseguimos um dos
melhores recordes que esta equipe já teve e o melhor recorde da NCAA
nesta temporada. — Ele bate palmas. — Se deem uma salva de palmas.
Vocês merecem isso.
Todo mundo aplaude e vaia, os jogadores berrando seu entusiasmo
mais alto do que todos os outros, enquanto eu apenas bato palmas sem
entusiasmo, me sentindo além de estranho por estar aqui.
Eu não faço parte disso… O nerd maconheiro da arte, perdido em um
mar de atletas.
— Temos mais dois jogos para vencer antes de chegarmos ao Rose
Bowl—, diz o treinador enquanto o barulho diminui. — E estou
totalmente confiante de que tocaremos na Califó rnia. Entã o, quero
reservar um momento para destacar nosso capitã o...— Ele gesticula
para Kyran. —Nú mero Nove, Kyran Harbor. Vamos ouvir nosso
quarterback, com o maior nú mero de jardas passadas na divisã o!
A sala explode em vivas, assobios e aplausos para Kyran, que está
sentado lá , sorrindo educadamente. Suas bochechas estã o coradas, e eu
odeio a maneira como isso revira meu estô mago. É tã o desagradável
como ele parece bonito... Cabelo cor de areia sempre perfeitamente
penteado para trá s por seus dedos... Olhos cor de avelã brilhando. Sua
mandíbula afiada e lá bios carnudos. Esse corpo…
Quer dizer, vamos lá. Ele não pode ser quente pra caralho por dois
segundos?
— Kyran, estamos todos muito orgulhosos de onde você levou nosso
time nesta temporada. — O treinador sorri.
— É um esforço de grupo, — murmura Kyran, quase politicamente.
Ele soa como se estivesse concorrendo a um cargo. — Chegamos aqui,
juntos.
Seu olhar desliza ao redor da sala, pousando em mim por um
segundo, o sorriso vacilando um pouco enquanto ele desvia o olhar. Eu
tenho que lutar para nã o revirar os olhos.
— Mas eu tenho que agradecer a uma pessoa… que esteve lá por
mim uma e outra vez, — diz Kyran. E por alguma razã o idiota, meu
intestino começa a subir pelo esô fago. Ele se mexe e sorri. — Meu
homem principal, Samson Gutierrez.
Todos gritam quando Guty sorri para Kyran, dando um tapa em seu
ombro. Meu estô mago recua, torcendo e revirando nessa sensaçã o
nojenta, como se eu tivesse comido algo ruim. Nã o há nenhuma razã o
plausível para eu estar com ciú mes agora... Nã o é como se Kyran e Guty
estivessem namorando. Eles sã o apenas companheiros de equipe e
melhores amigos.
Certo?
Pisco com força. Não, eles não estão namorando. Isso é ridículo.
E por que você se importa??
— Vocês dois, junto com o resto de nossos incríveis jogadores, nos
levarã o ao Rose Bowl —, diz o treinador com confiança. — Quem está
pronto para trazer esse troféu para casa em Boston?!
Todos pulam, gritando de entusiasmo. Todos menos eu. Posso muito
bem ser a cadeira em que estou sentado, estou tã o invisível aqui.
— Tudo bem! — O treinador bate as mã os. — Vamos nos preparar
para chutar alguns traseiros espartanos! E nã o se esqueça do banquete
da equipe no pró ximo mês. Se tudo correr bem, a pró xima vez que nos
sentarmos para jantar juntos será na noite anterior ao jogo do
campeonato!
Mais alguns gritos e aplausos soam quando o assistente técnico nos
diz para nos servirmos de comida. As pessoas se levantam e ponderam
em torno das mesas do bufê enquanto eu me pergunto quantos minutos
mais preciso para sentar aqui antes de escapar casualmente.
Foda-se. Ninguém notaria se eu fosse embora.
Estou prestes a me levantar e sair correndo quando uma loira
irritante diferente se senta no assento ao meu lado.
— Oi, Baldwin! — Lexi Erikson gorjeia, rindo e jogando o cabelo por
cima do ombro. — Você está animado?
Meu rosto deveria responder a essa pergunta para ela, mas
murmuro:
— Ah, sim... estou tã o tonto que posso fazer xixi em mim mesmo.
Ela me lança um olhar, embora ainda radiante com um sorriso
branco brilhante. Acho que ela é bonita... Do seu jeito padrã o de loira
descolorida tamanho dois. Não é meu tipo, mas tanto faz.
Acho que gosto das minhas loiras mais altas... com ombros mais
largos e uma carranca permanente.
— Seu meio-irmã o é incrível, hein? — ela diz com uma respiraçã o
desmaiada, os olhos seguindo Kyran enquanto ele coloca a lasanha em
um prato, sorrindo e brincando com Guty e Theo. — Se vencermos este
ano, ele pode estar procurando um draft para a NFL.
Minha testa franze para ela antes de meu olhar deslizar para Kyran.
Nã o sei por que esse pensamento nunca me ocorreu..., mas ela tem toda
a razã o. Kyran é tão bom. Quando os batedores aparecerem no ano que
vem, tenho certeza de que estarã o de olho nele.
Desconforto golpeia meu peito por dentro, como uma mã o enfiando
os dedos entre minhas costelas. E se Kyran fosse convocado? Ele pode
acabar em qualquer lugar do país... Em algum lugar longe daqui.
Eu sempre soube que o OnlyFans era temporá rio, mas por algum
motivo, esse fato me deu um tapa na cara. Ele pode nem precisar de
dinheiro para mais dois anos de escola...
E entã o tudo isso nã o passaria de uma memó ria secreta.
Tenho certeza que é o sonho de Kyran ir para a NFL. É isso que
todos os jogadores de futebol buscam, nã o é? Chegar ao topo?
Assinando com uma seleçã o nacional… Indo para o Super Bowl.
Sã o metas alcançáveis para a superstar Kyran Harbor. Ele já é um
sucesso, e nã o demorará muito para que ele deixe tudo isso e seu meio-
irmã o maconheiro inú til para trá s.
— Sim, olha... isso foi divertido, mas acho que vou...
Minhas palavras sã o cortadas quando Lexi começa a acenar e gritar:
— Gente, aqui!
Guty e Theo se aproximam de nossa mesa com seus pratos,
enquanto Kyran fica atrá s deles, olhando como se nã o quisesse se
sentar perto de mim. Mas é muito tarde. Seus amigos já estã o tomando
seus lugares.
— Eu estava conversando com Baldwin,— Lexi zomba de mim,
entã o lança um sorriso de flerte para Kyran enquanto ele se aproxima
hesitantemente. Há um assento ao meu lado, e um ao lado dela, e posso
vê-lo avaliando suas opçõ es antes de se sentar ao lado de Lexi.
Revirando os olhos, suspiro:
— Você sabe que esse nã o é meu nome verdadeiro, certo?
— Eu faço. — Seu queixo levanta em minha direçã o. — Mas nã o me
lembro qual é o seu nome verdadeiro.
Meus dedos cavam agressivamente em minhas coxas enquanto
minha mandíbula aperta.
— Isso é...
— Eu estava conversando com seu meio-irmã o sobre suas
perspectivas na NFL, — Lexi me interrompe novamente, virando-se
para agitar seus cílios postiços para Kyran.
Os olhos de Kyran voam nervosamente para os meus antes de cair
em seu prato, onde ele está cutucando a comida com o garfo.
— Mesmo que isso surgisse, nã o seria até a pró xima temporada…
— Do que você está falando, mano?!— Theo suspira excitado. —
Nã o tem como os batedores nã o olharem para você!
— Sim, Nueve, — Guty concorda entre enfiar comida na boca. —
Eles provavelmente estarã o no Rose Bowl também. Observando sua
bunda sexy.
Guty sorri provocativamente para Kyran, entã o pisca. E agora nã o
consigo parar de imaginar os dois juntos... ficando em segredo em seu
dormitó rio compartilhado, do jeito que Kyran e eu fazemos no meu.
Ele só está brincando, idiota. Guty é hétero…
E eu acho que Kyran também...?
Eca. Isso é irritante.
Kyran ri, mas sua diversã o desaparece de seu rosto quando nossos
olhos se encontram. Como se minha presença repelisse fisicamente sua
felicidade.
Foda-se essa merda. Eu preciso sair. Eu odeio isso aqui.
—Ei, Avi...— Guty diz meu nome, me distraindo da minha estratégia
de saída. — Por que você nã o vem aos jogos fora de casa? — Ele olha
para cima de seu prato e sorri. — Poderíamos usar um pouco do seu
hype durante o resto dos playoffs.
Eu nã o posso dizer se ele está fodendo comigo ou nã o, o que parece
ser uma assinatura dele. Ele é barulhento e brinca muito, entã o é difícil
dizer quando ele está falando sério.
— Sim, cara! Eu amo quando você faz o robô , — Theo cacareja, e
Guty acena com a cabeça em concordâ ncia, ambos se lançando em
movimentos de robô enquanto estã o sentados.
Normalmente, eu estaria rindo com eles, mas realmente nã o estou
sentindo isso agora. Estou achando difícil até mesmo forçar um dos
meus sorrisos despreocupados de sempre, e acho que é porque o olhar
de desgosto sufocado de Kyran está me deixando nervosa.
— Nã o precisamos dele nos jogos fora de casa, — Kyran murmura,
ainda brincando com sua comida. — Ele é muito perturbador, de
qualquer maneira.
Uh… com licença??
Meu rosto se contorce em confusã o e indignaçã o quando me inclino,
cruzando as mã os sobre a mesa.
— Talvez eu esteja apenas distraindo você, superstar.
Seus olhos se erguem para os meus, atirando raiva em mim através
dos redemoinhos de bronze e verde.
— Tanto faz, perseguidor. Nã o aja como se tivesse se inscrito para
ser o mascote por qualquer outro motivo além de me seguir um pouco
mais.
A raiva ferve em minhas veias como á cido enquanto meu maxilar
estala.
— Seguir você? Verifique seu ego, garoto de ouro. Eu nã o me
importo o suficiente com você para segui-lo em qualquer lugar.
Ele deixa cair o garfo no prato com um tilintar alto, endireitando-se
na cadeira.
— Oh, você quer dizer que não me seguiu até BC?
Minha boca se abre em um suspiro silencioso enquanto olho ao
redor da mesa. Guty e Theo estã o olhando para nó s dois, inquietos,
como se estivessem se preparando para nos separar. E Lexi tem um
sorriso perverso descansando em seus lá bios, os braços cruzados sobre
o peito como se ela estivesse gostando do drama.
— Qual é a porra do seu problema? — Eu assobio para Kyran com
os dentes cerrados.
— Como sempre, você é a porra do meu problema. — Ele se mantém
firme como o idiota teimoso que é. — Você estar aqui é problema meu.
— Você é um idiota tã o tenso —, eu zombo.
— Sim, e você está claramente obcecado por mim —, ele resmunga
presunçosamente, embora nã o haja diversã o em seu rosto ou em seu
tom. Ele está sendo um enorme idiota comigo sem motivo, assim como
ele tem feito desde o momento em que nos conhecemos.
— Acho que você nã o quer puxar esse fio...— murmuro baixinho,
entã o balbucio a palavra baby, inclinando a cabeça para o lado.
Seus olhos endurecem enquanto ele agarra a borda da mesa, talvez
para se segurar.
— Apenas saia, perdedor. Ninguém quer você aqui.
Meu corpo está tenso com a fú ria alimentada pela adrenalina
enquanto eu arrasto minha cadeira atrá s de mim com um arranhã o alto,
me levantando rapidamente.
— Perfeito. Porque prefiro morrer sufocado com essa porcaria de
comida do que ficar mais um segundo olhando para você.
Chutando a cadeira para longe, eu saio da sala, saindo de lá antes
que eu exploda. Eu posso sentir todos os olhos na sala em mim
enquanto eu vou, mas eu nem me importo. Eu só preciso ir embora.
Fique o mais longe possível dele...
Estou furioso durante toda a caminhada de volta para o meu
dormitó rio.
Quem diabos ele pensa que é?! O que lhe dá o direito de falar assim
comigo?
Eu nã o fiz nada para ele, mas respiro em sua maldita presença, e por
anos ele tem me tratado como se fosse a pior coisa que eu poderia fazer.
Como se minha existência fosse uma grande tragédia e eu
simplesmente nã o entendesse.
Só porque minha mãe se casou com o pai dele?
Só porque somos diferentes...?
Por que isso o faz me odiar tanto?
Abrindo a porta do meu dormitó rio, eu entro e a fecho com um
estrondo. Estou imediatamente andando pela sala, puxando meu cabelo
em meus punhos. Bem quando eu pensei que finalmente estávamos
chegando a algum lugar... Como se talvez ele tivesse parado de me odiar
tanto sem motivo, ele se vira e volta direto para seus modos de vadia
padrã o, privilegiado, idiota arrogante que ele é.
— Foda-se —, eu rosno baixinho, invadindo a cozinha para pegar
algo que vai me acalmar.
Abrindo uma garrafa de Jack Daniels, tomo um grande gole,
estremecendo ao fazê-lo. Entã o coloco a mã o no bolso para pegar
minha caneta vaporizadora, sugando uma longa e forte tragada,
segurando-a em meus pulmõ es enquanto fecho meus olhos com força.
Soltando a fumaça pungente, tento o meu melhor para me acalmar, mas
ainda estou puto pra caralho. Acabo tomando mais algumas doses da
garrafa antes mesmo de relaxar meus mú sculos o suficiente para me
mover novamente.
Robin vem até mim com um de seus brinquedinhos de catnip na
boca que ela sempre carrega, esfregando seu corpo nas minhas pernas.
Acho que ela pode sentir que estou chateado e, apontando meu olhar
nebuloso para ela, nã o posso deixar de relaxar um pouco.
Pegando-a em meus braços, eu aninho meu rosto em sua cabeça
peluda.
— Ele é tã o idiota à s vezes, sabe?
Seu ronronar está definitivamente se acalmando. Arrastando-me
para o sofá , eu me jogo nele, acariciando-a enquanto ela se aninha no
meu colo. Graças aos deuses por esta pequena bola de belos para me
animar.
— Se ele acha que pode simplesmente aparecer aqui depois disso,
ele tem outra coisa vindo,— resmungo para ela enquanto meu cérebro
vasculha memó rias dele aparecendo no meio da noite.
Afinal, é o que ele faz. Porque nã o importa o quanto ele me odeie, ele
ainda gosta do que fazemos em segredo. Eu sei que ele faz.
E mesmo que eu desejasse nã o gostar, eu também gosto.
Se aqueles amigos dele soubessem... E Lexi, que idiota. Ele nem
consegue ficar duro quando tenta ficar com ela, mas ela ainda está louca
por ele. É patético.
Kyran Harbor tem um segredo que só eu sei, e isso me dá algum
conforto enquanto passo o resto da noite. Vesti minhas roupas
confortáveis, como uma tigela de Lucky Charms e coloco uma mú sica
no meu quarto enquanto desenho.
Sem nem perceber, esbocei uma foto de Kyran e, infelizmente, nã o é
a primeira. Entã o, para me sentir melhor, transformo este em uma
histó ria em quadrinhos dele de uniforme no campo de futebol, curvado
de quatro. Cara para baixo, bunda para cima. É assim que você gosta,
certo, superstar?
Estou sorrindo e rindo para mim mesmo, atraindo pessoas torcendo
nas arquibancadas, quando há uma batida na minha porta. E minha
cabeça cai para frente, um rosnado impotente escapando de meus
lá bios.
Você só pode estar brincando comigo...
Ignorando descaradamente a satisfaçã o com uma pitada de
excitaçã o vibrando dentro de mim, eu me levanto e valso lentamente
para fora do quarto. Mas eu nã o vou até a porta imediatamente. Eu fico
lá , braços cruzados sobre o peito, olhando para ele.
Mais batidas. E posso dizer que é ele. Ele tem esse jeito de bater
timidamente ansioso, assim como tudo o que ele faz comigo quando
nã o há ninguém por perto.
— Quem é…? — Eu chamo, sorrindo.
— Avi... Por favor, deixe-me entrar, — Kyran chama suavemente
através da porta. — Nó s precisamos conversar.
— Eu acho que você disse o suficiente —, resmungo. Mas nã o posso
deixar de dar um passo em silêncio, espiando pelo olho má gico.
Eu o observo mudando de posiçã o, os dedos passando por seus
cabelos dourados.
— Eu só ... eu preciso falar com você. Por favor?
Seu olhar se ergue para o olho má gico, e eu estremeço quando
nossos olhos se encontram através dele. Eu sei que ele nã o pode me ver,
mas estamos olhando bem um para o outro, e isso está corroendo
minhas entranhas como se um zumbi estivesse me comendo vivo.
Porra, eu odeio que eu queira deixá -lo entrar tanto. Eu gostaria de
poder apenas dizer a ele para se foder... Mas meu corpo nã o parece
compartilhar o desejo da minha mente de desligá -lo.
Minha mã o alcança a fechadura enquanto seus olhos estã o olhando
para cima e para baixo no corredor.
— Avi... Por favor, me deixe entrar. — Ele está praticamente fazendo
beicinho, e eu reviro os olhos. Para mim mesmo, porque sou um idiota.
Girando a fechadura lentamente, eu a viro e abro a porta. Apenas
uma rachadura.
Nossos olhos se encontram e nos encaramos por um segundo,
nossos peitos se movendo em respiraçõ es visíveis de antecipaçã o. É
inú til... As tentativas que ambos estamos fazendo.
Nã o importa o quanto ele tente me afastar, ele nã o consegue parar
de aparecer assim. E nã o importa o quanto eu lute contra isso, nã o
posso escapar da verdade...
Eu não quero que ele faça isso.
Abrindo mais a porta, eu o observo enquanto ele se esgueira por
mim, fechando a porta e trancando-a assim que entra. Eu pressiono
minhas costas contra ela, mastigando meu lá bio inferior enquanto ele
ondula no lugar, torcendo as mã os e olhando para os sapatos. Seus
olhos viajam até mim lentamente, pousando nos meus. Seus lá bios se
abrem, mas nada sai.
Estou me sentindo todo quente e coçando sob minha pele, meus
dedos se contorcendo com a necessidade de tocá -lo, entã o me bater por
ser tã o burro.
Eu deveria estar gritando com ele... chamando-o de idiota. Talvez até
dando um soco na cara dele. Mas eu nã o quero fazer nada disso. Tudo
que eu quero fazer é…
Afastando-me da porta, entro em seu espaço e ele recua contra a
parede. Seus lá bios estã o tremendo, bochechas coradas rosa, olhos
arregalados. Eu nã o consigo nem me conter... Eu amo demais a
aparência dele para pensar racionalmente.
Agindo puramente por impulso, eu agarro sua mandíbula esculpida
em minhas mã os, selando nossos corpos juntos. Quando nossos paus se
tocam, seus cílios vibram.
— Eu... Avi, eu...— ele gagueja, mas nã o o deixo terminar.
Nã o quero mais ouvir a boca dele. Eu só quero provar…
Selando meus lá bios nos dele, interrompo suas palavras e engulo
seu suspiro doce e assustado, o beijando rapidamente e chupando com
força. Há muito pouca luta nele agora, nenhuma de sua hesitaçã o usual.
Ele cede imediatamente, abrindo-se amplamente para mim, acariciando
minha língua com a dele enquanto respiramos e grunhimos através da
sucçã o viciosa.
Suas mã os estã o trêmulas quando ele as desliza para a parte inferior
das minhas costas, os dedos rastejando dentro da cintura da minha
calça. E eu estou apenas segurando seu rosto parado, mantendo-o
exatamente onde eu quero, chupando e mordendo aqueles lá bios
macios até que meu pau esteja inchado entre nó s.
Kyran me puxa para mais perto, puxando meus quadris contra os
dele. Moendo meu comprimento nele, posso sentir o quã o duro ele já
está , seu pau duro e dolorido para ser liberado. O que me dá uma ideia.
Beijando-o mais algumas vezes, afasto meus lá bios e rapidamente o
giro para que sua frente fique colada na parede. Deixo alguns beijos
carinhosos em sua nuca, e ele se arqueia para mim enquanto eu alcanço
sua frente para desabotoar suas calças.
Nossa respiraçã o ofegante ecoa pela sala enquanto eu caio de
joelhos, trazendo suas calças e cuecas comigo. Segurando sua bunda,
estou admirando o quã o firme, mas perfeitamente redondo, estou
praticamente babando como se estivesse esperando um banquete
proibido e generoso de pêssego.
Alcançando suas pernas, agarro seu pênis e ele geme. Eu aponto
para baixo, acariciando-o em meu punho, beijando e mordiscando suas
bochechas.
— Você está pingando para mim, baby, — eu murmuro, arrastando
minha língua ao longo da fenda de sua bunda até que ele estremeça. Há
gotas de pré-sêmen saindo da cabeça de seu pênis, e é muito apetitoso
para ignorar.
Enfiando meu rosto entre suas pernas, eu chupo seu pau por trá s,
lambendo sua excitaçã o e empurrando minha língua na pele que cobre
sua cabeça. Todo o corpo de Kyran treme quando ele se agarra à parede,
empurrando sua bunda para trá s e abrindo mais as pernas.
— Foda-se, Avi ...— ele choraminga enquanto eu me perco em
chupá -lo, movendo minha boca para cima e para baixo em seu pau,
onde está apontado entre meus lá bios como se ele estivesse
alimentando para mim. — Você me chupa tã o bem…
Com a cabeça densamente nublada com luxú ria, eu aperto sua
bunda, girando minha língua ao redor e ao redor de sua cabeça
aveludada, sugando a pele com meus lá bios e perseguindo o sabor
salgado que está vazando em minha boca. Com a outra mã o, provoco
suas bolas com os dedos, acariciando e puxando, talvez com um pouco
de força.
Eu posso querer puni-lo, só um pouco.
Kyran engasga, e eu espreito para encontrá -lo olhando para mim.
— Avi... me desculpe.
Liberando seu pênis dos meus lá bios, murmuro:
— Eu sei. Está tudo bem, — entã o deslize-o de volta em minha boca.
— Nã o. Não está , — ele insiste, gemendo com a sensaçã o. Mas eu
ouço emoçã o torturando sua voz. Meus olhos permanecem fixos nos
dele enquanto ele morde o lá bio, descansando a testa na parede. — Eu
só estou... estou tã o confuso pra caralho...
O tremor em suas palavras rasga meu peito. Eu me puxo fora de seu
pau e me levanto, meu peito batendo em suas costas. Tomando seu
queixo entre meus dedos, puxo seu rosto para beijar seus lá bios, suave,
mas urgente. Eu realmente nã o sei o que dizer, mas também nã o tenho
certeza se as palavras vã o ajudar nessa situaçã o.
Eu só quero mostrar a ele como é bom quando fazemos isso.
— Você está aqui, — eu sussurro em sua boca carnuda, — Porque
você quer estar...
Ele balança a cabeça, estendendo a mã o para a minha. Eu dou a ele,
e ele entrelaça nossos dedos, trazendo-os até o peito.
— Entã o fique nu para mim, baby, — eu ordeno em um tom abafado.
—Como você quiser.
Eu o arrasto para o quarto e ele vem de bom grado. Segurando as
calças para cima, ele para na frente da minha cama, olhando
rapidamente para o tripé. Entã o ele olha para mim, piscando como se
nã o soubesse o que fazer consigo mesmo, porque acho que está claro
que ele nã o se importa se filmamos isso ou nã o. Mas não filmar
significaria outra coisa... Algo que eu nã o acho que nenhum de nó s
esteja preparado para lidar agora.
Rapidamente, ligo a câ mera e me sento na cama, olhando para ele.
Eu nem preciso dizer a ele o que fazer. Ele levanta a camisa sobre a
cabeça, em seguida, abaixa as calças, tirando os sapatos e removendo
tudo para deixá -lo totalmente nu, exceto pelas meias de novo, e
incrivelmente lindo.
Talvez seja estranho, mas eu gosto das meias. É um visual que
funciona para ele.
Nã o consigo tirar os olhos de seu corpo; a tez cremosa, declives de
definiçã o muscular em todos os lugares. Nã o marcado. Ele é uma tela
em branco, e estou transbordando de desejo de usar meu corpo para
dar vida ao dele.
— Venha aqui. — Eu me inclino e ele cai de joelhos no colchã o,
rastejando sobre mim sem hesitar. — Tire minhas calças.
Os dedos de Kyran deslizam para o có s do meu moletom, puxando-o
pelas minhas pernas lentamente. Ele recua, mas faz uma pausa com o
rosto sobre meus quadris. Seus olhos estã o escuros e brilhando em seu
claro estado de curiosa excitaçã o enquanto eu mordo meu lá bio,
provocando-o com um olhar que ele nã o tem dificuldade em ler.
Achatando sua língua, ele a coloca sobre minhas bolas, lambendo
uma linha quente e molhada por todo o caminho até meu pau, como se
fosse um grande e saboroso picolé de carne. É tão fodidamente bom,
meu pau avança com a sensaçã o, e os olhos de Kyran se iluminam. Ele
faz de novo, mais devagar e mais molhado, me lambendo de cima a
baixo até que minha cabeça caia no travesseiro.
— Maldiçã o, isso é bom...— Estremeço enquanto ele me pinta com a
língua, dando um beijo suave na minha ponta brilhante. — É isso, baby...
Simples assim.
— Assim? — Seus olhos permanecem nos meus enquanto ele beija
novamente, lentamente, beijando sedutoramente a cabeça do meu pau
repetidamente, sua língua espreitando para me provocar até que meu
pau esteja tã o duro, esticado até meu umbigo, brilhante com veias
aparecendo em todos os lugares.
Ele os traça com a língua e estou desmoronando.
Alcançando sua cabeça, enfio meus dedos em seu cabelo, colocando
sua boca sobre meu pau. Eu nunca senti nada parecido com o jeito que
ele está me chupando agora... Engolindo-me no fundo de sua garganta,
gradualmente me bombeando entre seus lá bios macios enquanto seus
quadris moem na cama. É a melhor cabeça que já consegui na minha
vida, e se eu nã o o parar logo, estarei lançando uma surpresa em toda a
sua língua quente.
— Quer uma bebida? — Eu resmungo, com os dedos dos pés se
curvando com a fantá stica performance oral que ele está me dando.
Ele balança a cabeça, deslizando a boca para cima e para baixo em
cada centímetro do meu pau. Entã o ele salta e respira:
— É para isso que estou indo...
Eu rio.
— Nã o, quero dizer uma bebida real.— Meu polegar roça seu lá bio
inferior molhado enquanto ele olha para mim. — Tem uma garrafa de
Jack na cozinha. Vá pegá -lo.
Ele me lança um olhar perplexo por um momento, mas nã o me
questiona. Deslizando para fora da cama, ele cambaleia para fora do
quarto, me dando a oportunidade de cobiçar sua bunda e todos aqueles
mú sculos sensuais em suas costas enquanto ele se afasta. Ele volta um
momento mais tarde com a garrafa, rastejando de volta para a cama e
entregando-a para mim.
O puxando pelo braço, empurro ele de costas e monto em seus
quadris, rá pido o suficiente para que seus olhos se arregalem de
surpresa.
— Abra sua boca.
Seu peito está pulando enquanto seus lá bios se abrem. Abro a
garrafa e tomo um gole, deixando-o na boca enquanto me inclino sobre
ele. Nossos paus estã o descansando juntos, e eu tenho que parar um
segundo para acariciar o meu ao longo de seu comprimento, amando os
sons que ele faz quando está loucamente excitado e nervoso.
Pegando seu queixo em minha mã o, eu pairo sobre sua boca como
se estivesse prestes a beijá -lo. Mas, em vez disso, cuspo a bebida entre
seus lá bios prontos e à espera. Na verdade, ele cantarola de dentro do
peito enquanto o licor escorre em sua boca. E observo ansiosamente a
visã o deliciosa de sua garganta se preparando para engolir, um pouco
do líquido derramando do canto da boca. Usando minha língua, dou
uma volta, entã o capturo seus lá bios, e ele me beija de volta, me
alimentando com sua língua para provar o bourbon ardente de dentro
de sua boca.
— Tã o quente pra caralho. — Eu balanço meu pau no dele enquanto
seus olhos se fecham. — Quer mais?
Ele acena com a cabeça rapidamente.
— Sim, por favor.
— Mmm... Entã o você pode ser bom para mim —, murmuro,
espirrando em torno da garrafa de bebida. Minha mã o sobe pelas linhas
duras de seu abdô men, entã o em seu peito, segurando seu peitoral. —
Você é um bom menino quando estamos sozinhos…
— Avi, eu disse que sinto muito —, ele sussurra, mas eu balanço
minha cabeça.
— Nã o agora.
Tomo outro gole de bebida, cuspindo em sua boca. Ele arqueia até
mim para pegá -lo, engolindo em seco e soltando um gemido irregular.
Fechando a garrafa, a deixo cair no chã o, agarrando sua mã o e
usando dois de seus dedos para passar seus lá bios molhados. Entã o eu
os levo à boca, enfiando-os dentro e chupando-os com força.
Ele está se contorcendo embaixo de mim, seu pau preso em seu
abdô men contra o meu, ambos grossos e latejantes enquanto meus
quadris se movem para esfregá -los juntos. Estou chapado com a
sensaçã o, toda sensaçã o de calor elétrico enquanto chupo seus dedos,
arrastando-os para fora da minha boca e descendo pelo meu peito para
provocar meu mamilo.
— Avi…— ele choraminga, rouco e trêmulo.
— Mhm?
Deus , a sensaçã o de seus dedos molhados em meu mamilo faz
minhas bolas latejarem.
— Diga-me ...— Sua voz diminui, e ele engole.
Eu olho para ele, e suas bochechas estã o coradas.
— O que?
Ele engole visivelmente de novo, sussurrando:
— Diga-me que você me acha bonito.
Ele morde o lá bio e minha cabeça está girando. Eu nã o sei por que
ele está me pedindo isso... Nã o há como ele nã o saber o quã o lindo ele é.
As pessoas têm dito a ele que ele é lindo o tempo todo que o conheço...
Eu me incluo nas ú ltimas semanas.
Mas há algo sobre a maneira como seus olhos estã o brilhando para
mim. A maneira como ele está me tocando, seus dedos roçando
lentamente para cima e para baixo em minhas coxas. Acho que ele pode
estar... chegando a um acordo com alguma coisa. E, aparentemente, faço
parte disso, o que me faz sentir tã o especial que acho que meu coraçã o
está tentando pular do meu peito como um reló gio de cuco.
Nã o quero dar muita importâ ncia a isso, porque ele sempre é um
pouco carinhoso quando estamos juntos em particular. E amanhã , ele
voltará a agir como se nã o fô ssemos nada. Mas, por enquanto, posso ver
o Kyran que volta para mim; aquele que bate na minha porta no meio
da noite e se arrasta para a cama comigo, esperando algo que só eu
posso lhe dar.
Eu realmente gosto desse Kyran. Mesmo que ele nã o seja real.
Soltando sua mã o, eu me derreto sobre ele, roçando seus lá bios nos
meus.
— Baby... Você é tão lindo. Eu nã o acho, eu sei.
Kyran treme embaixo de mim, as pontas dos dedos roçando minhas
costas. Entã o ele murmura, quase inaudível:
— Você também é lindo, Avi. Eu acho que você é... tã o fodidamente
sexy.
Eu congelo por um momento, atordoado com o que estou ouvindo.
Eu nã o quero assustá -lo olhando para ele, mas eu realmente nã o posso
evitar.
Ele acabou de me chamar de… sexy?
Quer dizer, lindo é uma coisa. As flores sã o lindas.
Mas sexy? Você só chama as coisas de sexy quando se sente
fisicamente atraído por elas. E claro, talvez isso signifique apenas que
ele quer fazer sexo comigo, mas mesmo isso é incrível.
Isso não é apenas para a câmera... eu posso dizer. Ele está realmente
sentindo isso.
Kyran pisca para mim, porque estou apenas olhando para ele como
um idiota.
— Quero dizer, eu sei que você é. Você é gostoso pra caralho... e seu
corpo é... perfeito.
De repente, ele está muito mais se contorcendo, mordendo o lá bio
inferior enquanto quebra nosso contato visual. Estou tentando tanto
lutar contra o sorriso psicó tico em meus lá bios, entã o abaixo meu rosto
na curva de seu pescoço para escondê-lo.
— É isso…? — Eu rio, beijando sua pele quente.
— Sim —, ele resmunga, enquanto minha língua circula seu pulso.
— Meu corpo te excita, Ky?
Ele concorda.
— Sim...— Eu espreito para ele e ele força uma pequena carranca
que ninguém acredita. — Mas nã o conte a ninguém que eu disse isso.
Eu rio e ele sorri, brincando com meu cabelo sob meu boné para
trá s.
— Ok, tudo bem —, eu respiro provocante. — Seu segredo está
seguro comigo.
Ele cantarola, acomodando-se na cama.
— Me chame de linda de novo…
— Qualquer coisa que você quiser, lindo. — Eu beijo as palavras em
sua garganta e em seu peito. — Você é tã o fodidamente lindo, baby. —
Eu traço as curvas de seu mú sculo peitoral com minha língua. —
Delicioso ... eu poderia afundar meus dentes em você.
Ele ronrona enquanto meus lá bios cobrem seu mamilo, sugando
á spero e molhado até que suas costas arqueiam.
— Sua boca parece... incrível.
— Você gosta quando eu te beijo em todos os lugares, coisa linda? —
Eu bato em seu mamilo com minha língua, entã o o puxo entre meus
dentes.
— Ah ... sim.
Seu pau está deixando uma bagunça pegajosa por todo o lugar, e
está me transformando em um animal selvagem. Movendo-me para o
outro mamilo, o chupo por alguns minutos, esfregando nossos quadris
juntos até que ambos estejamos ofegantes e gemendo. Entã o eu mordo
a curva de seu peitoral, sugando e chupando, cada vez mais forte. Kyran
está gemendo e choramingando como se amasse a sensaçã o, e quando
eu finalmente soltei sua carne, havia uma marca roxa onde meus lá bios
estavam.
Oh droga… lhe dei um chupão no peito.
Olhando para ele, meus pensamentos borram, e eu movo meus
lá bios para baixo em seu abdô men, beijando e chupando e mordendo lá
também... Deixando mais três marcas roxas escuras nos mú sculos.
Eu olho para ele, e ele está totalmente fora de si. Cabeça inclinada
para trá s, olhos fechados, lá bios trêmulos. Ele nem percebe o que estou
fazendo. Sorrindo para mim mesmo, continuo descendo por seu corpo,
fazendo mais chupõ es em sua pélvis. Naturalmente, tenho que parar
para chupar seu pau por alguns minutos, porque simplesmente nã o
consigo. É tã o grande e grosso e gostoso..., mas entã o eu me forço a sair
dele, beijando a parte interna de suas coxas.
— Vire-se para mim, lindo —, eu respiro, sentando-me e girando ele
de bruços.
Ele vai alegremente, e eu volto a beijar e mordiscar sua carne doce,
quente e corada, fazendo mais alguns chupõ es nas ná degas tensas de
sua bunda.
— Você está me chupando muito...— ele resmunga, empurrando sua
bunda na minha boca como ele gosta.
Eu rio, segurando-o em minhas mã os e abrindo-o enquanto ele
engasga.
— Oh, que tolice minha. Voltei aqui para lamber.
Sem perder tempo, porque sério, eu estou querendo fazer isso por
um tempo agora, eu abaixo meus lá bios entre sua bunda e minha língua
sobre seu buraco.
— Uhh fodaaa... Avi, espere...— Ele se contorce, os dedos cavando no
edredom. — Espere... Ninguém nunca... oh. Oh, isso é bom...
Estou literalmente sorrindo em sua bunda, lambendo, beijando e
chupando sua pequena borda doce como a porra do lanche que ele é.
Quero dizer, nunca comeram minha bunda antes, mas só posso
imaginar que deve ser uma có cega deliciosa baseada na maneira como
ele está se contorcendo na minha boca. Eu quero continuar, mas já
estou fora de mim.
Preciso entrar nele antes que acabe gozando na cama.
— Baby, pegue o lubrificante debaixo do meu travesseiro, — eu
rosno, com minha boca enterrada entre suas bochechas, beijando
apenas mais algumas vezes antes de me sentar.
Ele me entrega o lubrificante, e eu despejo um pouco em meus
dedos, passando-os sobre seu buraco. Eu o sinto apertar ao meu toque
e solto uma respiraçã o irregular, puxando meu pau para deixá -lo bem
molhado.
— Você sabe ...— eu falo, puxando seus quadris para cima até que
ele fique de joelhos, — o quanto eu estou morrendo de vontade de te
encher com meu pau de novo?
Ele me espia por cima do ombro.
— Tanto quanto eu tenho desejado isso?
Colocando meu peito sobre suas costas, agarro sua mandíbula
enquanto meu pau desliza e desliza entre suas bochechas.
— Desejando o quê? — Eu o beijo, deslizando minha língua em sua
boca.
— Você ...— ele respira trêmulo em meus lá bios. — Seu pau me
enchendo. Você... fodendo comigo. — Ele engole em seco e eu murmuro.
— Uma vez nã o foi o suficiente, foi, lindo?
Ele balança a cabeça.
— Nã o. Eu nã o me importo com mais nada quando você está
montando minha bunda com seu pau grande.
Eu tremo tanto que estou quase tendo uma convulsã o.
— Baby, você está me arruinando...— Eu puxo meus quadris para
trá s, guiando-me até seu buraco.
— Agora você sabe como me sinto —, ele ronrona.
Descansando minha testa em seu cabelo, eu trabalho contra a
resistência de seu corpo, cutucando minha coroa em sua bunda até que
o lubrificante a ajude a deslizar para dentro. Ele geme um barulho
rouco que me deixa louco, expondo seus quadris contra os meus
enquanto eu coloco centímetros de meu pau dentro dele. O esticando
ao redor da minha cintura, dirigindo devagar até que minha pélvis
toque em suas bochechas.
— Você é tã o apertado, Kyran...— Eu resmungo, construindo
bombas rasas dentro do aperto quente escaldante de seu corpo. — Sua
bunda está chupando meu pau.
— Mmm... Mmm... porra tão bom. — Seus lá bios tremem sem
sentido, os braços tremendo enquanto ele se levanta. — Foda-me, Avi...
Duro.
— Tem certeza? — Arrepios cobrem minha carne, meu coraçã o
martelando em suas costas enquanto eu retiro lentamente, entã o
deslizo de volta. Eu não consigo nem compreender como isso é
fantástico...
Sexo nunca foi assim antes... Nunca foi tã o bom quanto com ele.
— Sim. — Seu rosto cai para a frente no travesseiro. — Fodidamente
me destrua.
— O que você quiser, baby. — Eu agarro seus quadris, puxando meu
pau para fora quase todo o caminho, entã o o enfio de volta com força.
Ele soluça no travesseiro, como se talvez doesse. Mas todo o seu corpo
está tremendo quando ele estica os braços acima da cabeça, os dedos
agarrando os lençó is como se ele fosse todo sensaçã o. — Eu te dou o
que você quiser, só por favor nã o tire essa bunda de mim…
Eu nã o sei o que estou dizendo... Eu nã o consigo controlar as coisas
que fluem dos meus lá bios enquanto eu estou dirigindo para ele assim,
segurando-o parado e fodendo nele profundamente.
— É seu, — Kyran reclama, para minha surpresa, gemendo e
choramingando enquanto meu pau entra e sai do canal quente, liso e
apertado de sua bunda. — Eu juro... nada se parece com isso.
— Entã o isso é melhor do que seus dedos? — Eu resmungo,
bombeando cada vez mais forte.
— Foda-se sim. Muito... melhor.
O tapa da minha pele contra a dele se mistura com nossos gemidos
coletivos e suspiros quebrados, e o ranger da minha cama para fazer a
mú sica mais ilícita que eu já ouvi. Parece que alguém está sendo
expulso, que é exatamente o que está acontecendo, e eu amo isso
demais. Estou pingando de suor de quã o duro meus mú sculos estã o se
esforçando, fodendo e fodendo e fodendo até que estou prestes a gozar
e desmaiar ao mesmo tempo.
Levantando a mã o de onde meus dedos estã o machucando seu
quadril, eu chego ao redor para provocar seu pau, que é tã o duro
quanto um poste de metal e enfiado na cama. Ele estremece e aperta
em mim, a sensaçã o me levando a brincar com ele um pouco mais,
apertando suas bolas e agarrando seu pau. Há tanto pré-sêmen saindo
dele que seu pau está encharcado. Passando um pouco em meus dedos,
eu os trago até seus lá bios e os empurro para dentro de sua boca.
— Prove isso? — Eu sussurro enquanto ele chupa avidamente meus
dedos. — Só eu obrigo você a fazer isso…
— Mmm —, ele cantarola em concordâ ncia.
— Isso é do meu pau na sua bunda, Kyran.
Ele acena com a cabeça freneticamente. Arrancando meus dedos de
sua boca, eu o agarro pelo pescoço e o puxo até que suas costas se
unam com meu peito. Seus dedos cavam em minhas coxas, e ele aperta
contra mim, assumindo as estocadas saltando para cima e para baixo no
meu pau.
— Foda-se, baby... Monte em mim, — eu rosno em seu ouvido,
chupando o ló bulo com minha mã o ainda em volta de sua garganta, a
outra em seu peito, brincando com seus mamilos.
— Por que você se sente tã o bem...— Ele se contorce contra cada
centímetro do meu pau enterrado profundamente em sua bunda. — Eu
nã o posso acreditar como isso é bom... F-fodaa, Avi, eu amo seu pau.
— Esse é o seu segredo, nã o é, baby? — Eu escovo meus dedos para
onde seu pau está batendo contra seu abdô men com seus movimentos
frenéticos. — O superastro Kyran Harbor adora um pau grande na
bunda dele?
Ele acena com a cabeça novamente, descansando o peso do corpo
em mim enquanto se balança para cima e para baixo, aquele buraco
apertado me acariciando tã o bem que estou prestes a explodir.
— Eu vou foda... vir.
— Diga, — eu assobio, apertando sua garganta com mais força. —
Você nã o pode gozar até dizer isso…
— Foda-me, eu adoro isso…— ele grita, todos os seus mú sculos se
contraindo. — Eu amo um pau grande na minha bunda…
Circulando suas bolas com o polegar e o indicador, aperto-as com
força até ele engasgar.
— Qual?
— Seu, Avi. Eu amo seu pau grande e duro fodendo minha bunda.
— Você quer gozar no pau do seu meio-irmã o?
— Siiim, por favor,— ele engasga.
— Seu buraco quente e apertado vai sugar o gozo do seu meio-
irmã o?
Ele soa como se mal pudesse respirar, lamentando as palavras
estranguladas:
— Eu quero ... quero que meu meio-irmã o drene suas bolas no
fundo da minha bunda.
Jesus, a porra da boca imunda dele vai me fazer gozar...
— Estou vindo, baby —, digo a ele enquanto minhas bolas apertam
e eu fodo em ele á spero, animalesco na maneira como estamos batendo
nossos corpos juntos. — Venha para mim, lindo.
— Estou indo atrá s de você...— Seu corpo inteiro estremece e ele
geme alto.
Pulsos de orgasmo escorregadio disparam de seu pênis, atingindo-o
no peito e descendo por seus mú sculos. Estou vendo isso acontecer por
cima do ombro dele, hipnotizado com o quã o fodidamente sexy ele fica
quando goza.
Ele é tã o lindo... Lindo e perfeito... e meu.
O corpo de Kyran cai para frente, e eu mantenho suas bochechas
abertas, observando meu pau desaparecer em sua bunda enquanto meu
pró prio clímax me leva ao limite. E começo a pulsar dentro dele.
— Me encha, Avi...— ele choraminga, alcançando debaixo de nó s
para massagear minhas bolas, os dedos traçando onde estamos unidos.
A sensaçã o mantém meu orgasmo por mais tempo do que eu pensava
ser possível. E minhas estocadas nã o param de persegui-lo,
empurrando meu esperma nele o mais fundo que consigo.
— Deus, eu amo gozar em você...— Eu gemo, minha voz toda rouca e
trêmula. Eu me inclino sobre suas costas, nossos mú sculos lisos
deslizando juntos enquanto eu corro para ele, ordenhando tudo.
— Você é tã o perfeito do jeito que você leva isso, baby.
— Continue ...— ele implora baixinho. — Continue me fodendo.
Meu cérebro está confuso enquanto dou a ele o que ele quer,
acariciando meu pau nele até que comece a amolecer. Eu nem entendo,
mas ele nã o consegue o suficiente, choramingando e ofegando o tempo
todo, como se estivesse tendo orgasmos mú ltiplos... O que eu nem sabia
que era possível para os homens.
Eu sei que ele odiaria ouvir isso, mas acho que Kyran é um super
fundo. Sério… quer ele goste ou nã o, ele foi feito para levar pau na
bunda.
Mas entã o algo indesejado surge na minha cabeça... Uma imagem
dele com alguém que nã o sou eu. Fotos dele dando a bunda para outros
caras estã o fervilhando em minha mente, e eu odeio isso. Isso me dá
vontade de vomitar.
Puxando para fora, eu me jogo na cama ao lado dele, e ele desmaia
com um suspiro, esticando seus membros. Eu me esforço para engolir o
bile subindo pela minha garganta, concentrando-me em correr meus
dedos ao longo de seu bíceps enquanto ele rola para o lado, piscando
para mim. Meu chapéu está meio pendurado na cabeça, entã o ele o
empurra para longe. E eu nã o tenho nenhuma ideia do que me faz fazer
isso, mas antes que seu braço se afaste de mim, eu pressiono um beijo
em seu pulso.
Ele me encara por um momento, os olhos vidrados pelo orgasmo, o
cabelo todo despenteado. Ele parece incrível, e eu realmente odeio isso.
Eu odeio o quã o bom ele sempre parece, e como eu nã o posso deixar de
me fixar nisso. Eu odeio como eu sei que todo mundo se fixa nisso, e é
apenas uma questã o de tempo até que ele decida... se ramificar e deixar
que outras pessoas o vejam do jeito que eu sou agora.
— Você vai fugir de novo...? — Eu sussurro, deslizando meus dedos
até os hematomas já se formando em seu quadril.
— Isso importaria? — Ele morde o lá bio inferior inchado. — Vou
aparecer de volta...— Seus olhos desviam dos meus enquanto eu caio
no feitiço de seu pomo de Adã o deslizando em sua garganta. — Nã o
consigo parar...
— Entã o pare de tentar, — eu murmuro, inclinando minha
panturrilha sobre a dele, me aninhando nele. Beijando seu pescoço,
ombro, braço...
— Mas eu tenho que. — Ele se afasta, sentando-se como se estivesse
prestes a fugir.
Eu suspiro de frustraçã o, e alguma tristeza que eu gostaria que nã o
estivesse lá , deixando meu rosto cair no travesseiro.
— Você não..., mas tanto faz.
A sensaçã o de seus dedos traçando os meus enrola meu pescoço, e
eu olho para ele.
— Avi... eu preciso que você saiba que eu realmente sinto muito pelo
que eu disse antes —, ele murmura, em um tom que eu nã o ouvi dele
antes. Frequentemente. Sinceridade e arrependimento. — Eu nã o quis
dizer nada disso, eu só estava…
— Ser um babaca. — Eu sorrio, e ele ri.
— Sim —, ele suspira, balançando a cabeça lentamente. — Um
enorme e detestável imbecil.
— Bem, pelo menos você pode admitir isso, — eu respiro, me
contorcendo mais perto dele.
— Eu ainda tenho que ir, no entanto. — Ele está a centímetros de
distâ ncia.
Eu balanço minha cabeça petulantemente.
— Nã o.
— Sim. — Ele sorri.
Eu ando meus dedos até sua coxa.
— Eu só vou te perdoar se você ficar…
— Avi, nã o posso ficar aqui. — Seu tom fica um pouco mais firme, a
seriedade atraindo meus olhos para os dele.
— Porque você tem medo de que alguém veja você sair de manhã …
Ele engole, mas nã o responde.
Sei que vou me arrepender de perguntar isso, mas nã o consigo
evitar.
— Você nã o quer saber como é quando nã o está escondido no meio
da noite?
Ele me encara por um momento em silêncio antes de resmungar:
— Eu... eu nã o sei.
Bufando de puro desâ nimo, eu caio de costas.
— Ó timo. Tchau, Kyran. Vejo você na pró xima vez que decidir passar
por aqui.
— Por que você está assim?
— Porque. — Sento-me rapidamente. — Você foi um idiota enorme
e desagradável para mim hoje, Kyran. E entã o você apareceu, e eu
deveria ter dito para você se foder. Mas eu nã o... — Engulo em seco. —
Porque eu nã o posso.
Ele pisca para mim.
— Nã o fique bravo...
Eu balanço minha cabeça. Será que eu sei como ficar bravo? Sei
como agir perto de pessoas que me fazem sentir como ele?
Não. A resposta é não, porra, porque esta é a primeira vez que eu já
experimentei isso.
Ele se inclina, beijando suavemente meus lá bios. Mas acabou muito
rá pido, e ele está se afastando quando eu quero aprofundar mais fundo.
— Vejo você mais tarde.
Ele se levanta, levando suas roupas para o banheiro. E eu
simplesmente me jogo de volta na cama, cobrindo meu rosto com o
travesseiro para me distrair do fato de que ele está lá , e provavelmente
nã o trancou a porta de novo.
E meu travesseiro tem o cheiro dele. Toda a minha maldita cama
cheira a ele... Como â mbar e mel e algo cítrico que nã o consigo
identificar...
Ah Merda. Arremessando-me para cima, meu rosto se inclina na
direçã o da minha câ mera, que ainda está gravando. Balanço a cabeça e
me levanto, desligando.
Mais uma vez, esqueci que estávamos filmando. Porque os Fãs estã o
parecendo cada vez mais uma reflexã o tardia ultimamente.
— Avi! — A voz de Kyran ruge de dentro do banheiro, e eu
pressiono meus lá bios.
Acho que ele finalmente notou os chupões...
Ele sai furioso de boxer, furioso, e é difícil nã o sorrir ou admirar o
quã o incrível ele parece decorado com minhas pequenas mordidas de
amor.
— Você está falando sério?! — ele sibila.
— O que está errado? — Eu me faço de bobo, dando a ele algumas
piscadas inocentes dos meus cílios.
— Você sabe que eu sou um jogador de futebol, certo? — ele ferve.
— Eu tenho que me despir na frente dos outros caras no vestiá rio…
— Isso soa engraçado. — Eu permito um sorriso provocador, e isso
claramente o enfurece ainda mais.
— Isso nã o é engraçado! — ele late. — Como vou explicar isso?!
Indo até ele, eu avalio as marcas em seu peito e seu abdô men...
descendo para sua cueca boxer.
— Basta dizer que sã o de uma menina. — Eu dou de ombros.
— Eles estã o na minha bunda,— ele rosna, e eu coloco minha mã o
sobre minha boca para conter as risadas. — Junto com esses belos
hematomas de impressõ es digitais! — Ele abaixa um pouco a cueca, e
agora eu meio que me sinto mal.
Eu realmente nã o me arrependo de tê-lo marcado do jeito que fiz...
Ele merece por ter sido um babaca antes. Mas ainda assim, ele tem um
ponto. Pode ser difícil afirmar que uma garota fez isso.
Traçando as marcas com o dedo, eu o ouço expirar, e meus olhos
deslizam até os dele.
— É muito sexy, no entanto…
Sua raiva visível desaparece e ele pisca para mim, abrindo os lá bios
como se fosse dizer alguma coisa. Mas entã o seu queixo cai, para onde
Robin está se esfregando em suas pernas. Eu tenho que sorrir, porque é
muito fofo. Ela está confortando-o quando ele está chateado, assim
como ela faz comigo.
Kyran parece nã o saber o que fazer com ela, olhando para mim com
a sobrancelha erguida.
— Qual o nome disso?
— Robin.— Eu mordo meu lá bio.
Ele semicerra os olhos para ela.
— Por que Robin?
— Porque ela é minha ajudante —, digo a ele. Ele olha para mim. —
Eu sou o Batman.
Uma risada borbulha dele, e eu sinto como se o interior do meu
peito estivesse pegando fogo.
— Bonitinho. Um dos movimentos do Batman é deixar chupõ es em
seus inimigos? Nã o me lembro de ter lido isso em nenhum dos
quadrinhos…
Não sabia que ele lia Batman…Interessante.
Rindo, eu inclino minha cabeça para ele.
— Pode ser uma maneira de derrotar você…
— E qual vilã o sou eu?
Curvando meus dedos ao redor de seu quadril, eu me inclino em seu
ouvido.
— Eu diria que você é o Sr. Freeze... Porque você é gelado.
Ele engole e eu derreto nossa carne quente, beijando seu pescoço
lentamente enquanto ele sussurra:
— Eu sou...?
— Nem sempre. — Minha mã o corre até seu peito. Mas antes que eu
possa continuar com minhas tentativas desavergonhadas de fazê-lo
ficar, ele se afasta.
— Eu tenho que ir, Avi. — Ele me dá um olhar como se nã o tivesse
certeza se quer, e isso está começando a me rasgar um pouco.
Eu apenas aceno - é tudo que posso fazer - enquanto ele volta para o
banheiro, se vestindo rapidamente.
Ao sair pela porta, ele para para olhar por cima do ombro. Seus
olhos caem para a gata e ele diz:
— Tchau, Robin —. Em seguida, ele aponta aquelas lindas orbes de
avelã admiradas para mim e sussurra: — Tchau, Batman.
CAPÍTULO DEZENOVE

KYRAN

S4int_d1ck: Você é o Papai Noel. Eu serei o elfo ajudando a esvaziar seu


saco.
BigDickBritBoy: @Backwardz_Cap @Not_Your_Baby Quer colaborar?
Vocês dois parecem trabalhadores esforçados e eu tenho duas vagas que
você pode preencher

Tã ã ã o …
Passei a tarde fazendo algo que nunca em um milhã o de anos
poderia ter previsto que faria de bom grado …
Eu me dei um enema.
Ok, antes de me julgar, deixe-me explicar.
Eu estava no Twitter, verificando os comentá rios dos fã s. Engajando,
e assim por diante, a pedido de Avi. Mas entã o minha curiosidade
venceu e comecei a verificar as contas de outros criadores de OnlyFans,
apenas para ver o que eles fazem e como sã o online. Se houver coisas
que talvez eu possa... aprender com elas. Foi como uma pesquisa.
Uma coisa levou a outra, e a pró xima coisa que eu soube foi que caí
em uma toca de coelho gay no Tumblr. De alguma forma, acabei lendo
postagens de gays - especificamente traseiros - que estavam
descrevendo seus ... regimes, por falta de uma palavra melhor que faça
isso parecer menos bizarro.
Nã o quero admitir que ler essas coisas me fez sentir como um
ignorante total..., mas fez. Entã o decidi fazer algumas anotaçõ es
mentais sobre como ter certeza de nunca me envergonhar na frente de
Avi. Porque ele é meu parceiro.
Meu parceiro de negócios, quero dizer. É isso.
Não estou fazendo isso por ele, estou fazendo isso por mim. E os fãs.
Eu escapei para a farmá cia, incó gnito, com um chapéu tã o baixo
sobre o rosto que mal conseguia ver enquanto comprava tudo o que
precisava. Entã o esperei que Guty fosse embora e passei horas no
banheiro, arrumando meu... material rodante, se preferir, e aplicando-
me um enema salino intencional.
Não, não foi bonito, e nã o, não quero discutir mais os detalhes.
Basta dizer que irei para meu pró ximo encontro sexual com meu
meio-irmã o preparado. É tudo parte do estilo de vida, eu acho. E por
estilo de vida, quero dizer o de um criador de conteú do pornô gay.
Nada disso é algo que eu jamais me imaginei fazendo, mas estou
realmente me esforçando ao má ximo para superar os bloqueios e
admitir que gosto de trabalhar com Avi. Quer dizer, os vídeos falam por
si. Sexo com ele é epicamente melhor do que qualquer outro que eu já
tive... E embora eu ainda esteja lutando com o que isso significa
exatamente, para minha identidade, acho que receber grandes quantias
de dinheiro para ter orgasmos incompreensíveis é um motivador
suficiente para eu abafar minhas dú vidas e inseguranças internas da
melhor maneira possível. Por agora.
Fora dos negó cios, as coisas entre mim e Avi ainda estã o um pouco
estranhas, e nã o tenho certeza se algum dia nã o estarã o. Afinal, como
você passa pelos tipos de coisas que vivemos juntos e nã o forma algum
tipo de apego? Ele vê um lado meu que ninguém jamais viu antes, e por
mais que eu queira continuar odiando-o, porque sinto que deveria, nã o
posso evitar que o ressentimento esteja lentamente passando.
Estou começando a sentir que a atençã o dos fã s é apenas um
bô nus... E a verdadeira atençã o que desejo é da ú nica pessoa que
sempre disse a mim mesmo que odiava.
É extremamente preocupante, por vá rias razõ es diferentes, a
principal delas é que isso nunca deveria ser sobre mim e Avi. É suposto
ser sobre dinheiro, puro e simples. Mas na outra noite, nã o me ocorreu
até que eu estava de volta ao meu pró prio dormitó rio, na cama e
tentando desesperadamente adormecer, que estávamos filmando a
coisa toda.
A câ mera poderia nem estar lá .
E isso é um problema. Porque não sou gay e Avi é meu meio-irmã o.
Eu nã o deveria estar fazendo o que tenho feito com ele em primeiro
lugar, mas no segundo em que perdemos de vista por que começamos a
fazer isso, isso se torna um problema muito maior...
Uma mudança de vida.
Nã o quero pensar em confrontar essas coisas. Meu objetivo desde
os 12 anos de idade foi enfiar tudo no chã o. Evitar, distrair, negar. É
assim que eu lido... A ú nica maneira de sobreviver ao interminável
tormento interno conhecido como minha vida.
Acho que nã o consigo conciliar essas duas versõ es completamente
diferentes de mim mesmo...
Algum deles é o meu verdadeiro eu?
Quem sou eu mesmo?
Por mais caó ticos que sejam todos esses pensamentos, eles estã o
apenas aumentando o estresse da minha situaçã o atual. Estou fazendo
uma mala agora, me preparando para ir para casa nas férias.
As férias de Natal devem ser divertidas. Tenho certeza de que a
maioria dos outros alunos está ansiosa para passar as férias com suas
famílias, abrindo presentes, tomando chocolate quente, conversando e
rindo e sendo normal.
Mas eu nã o. Estou cheio de pavor mortal enquanto removo as
roupas da minha mala de viagem e coloco roupas novas. Acabamos de
voltar ontem à noite de um jogo de playoff no Mississippi, onde
derrotamos Ole miss vinte e quatro para dezessete. Foi uma vitó ria
apertada... A defesa deles grudou na gente como cola, e a gente passou
por um triz. Recuso-me a admitir que minha cabeça estava em outro
lugar, mas estava tendo problemas para me concentrar um pouco.
E agora estou sendo forçado a passar uma semana inteira naquela
casa da qual trabalhei duro para escapar, com meu pai miserável, minha
madrasta sofredora e o cara com quem tenho feito sexo gay secreto por
dinheiro, que também passa a ser meu meio-irmã o.
Se alguém tiver um frasco de veneno que gostaria de colocar no bolso
do meu casaco, agora é a hora.
Guty saiu cedo esta manhã para seu voo de volta para Nevada, entã o
estou meio que demorando no dormitó rio. Ainda tenho algumas horas
para matar antes de precisar sair...
Puxando meu telefone do bolso, mesmo sem saber por que estou
fazendo isso, abro minhas mensagens de texto e digito uma nova.
Eu: Ei… Você quer ficar um pouco antes de irmos para casa?
Meu pé está batendo rapidamente no chã o enquanto eu mastigo
meu lá bio inferior, fingindo que nã o estou olhando a tela com o canto
do olho para o momento em que ele lê a mensagem.
Cinco minutos inteiros se passaram e finalmente balanço a cabeça,
me sentindo uma idiota ao abrir o aplicativo Uber. Mas quando estou
prestes a fazer o pedido, uma mensagem de texto é enviada.
Avi: Sim, isso seria legal.
Avi: Venha. E traga hambúrgueres ;)
Revirando os olhos, guardo meu telefone e pego minhas coisas, indo
para a porta. A caminhada até seu dormitó rio leva menos de cinco
minutos, durante os quais estou puxando a gola do meu casaco para
cima em volta do pescoço para evitar o frio. Quando entro e subo até o
andar dele, solto um suspiro antes de bater. Estou me sentindo nervosa
de todas as maneiras enquanto o ouço caminhando até a porta.
Ele a abre, o sorriso exultante desaparecendo de seu rosto quando
ele me vê.
— Por que você está franzindo a testa? — Eu passo por Avi em seu
dormitó rio, e ele fecha a porta atrá s de mim. — Esperando outra
pessoa? — Eu levanto minha sobrancelha para ele enquanto tiro meu
casaco.
— Pedi para você trazer hambú rgueres, mas aqui está você, sem
hambú rguer. — Ele se esgueira ao meu redor para a cozinha com seu
boné virado para trá s e calça de moletom, e eu me forço a nã o gastar
mais um segundo olhando para seu peito nu.
— Eu nã o sou DoorDash, cadela, — resmungo, aceitando o copo que
ele está me oferecendo. — Se você quer hambú rgueres, peça você
mesmo.
— Sempre um raio de sol. — Ele sorri sarcasticamente, e eu dou de
ombros, tomando um gole.
Eu certamente preciso disso para acalmar as corredeiras agitadas
que batem dentro de mim pelo fato de estar aqui novamente.
Acho que está claro que nã o sou o tipo de pessoa que segue o fluxo.
À s vezes eu gostaria de ser, mas nã o sou eu. Eu nã o tenho sido otimista
e fá cil de lidar desde que era criança. Tudo o que faço na minha vida é
cuidadosamente planejado e elaborado para se adequar à imagem de
mim mesmo que criei, para garantir que nunca mais seja pego com a
guarda baixa.
era assim ... Até que comecei a ter relaçõ es gays com meu meio-
irmã o por dinheiro.
E por falar em dinheiro, tem sido enorme. Nó s trouxemos mais do
que o dobro dos ú ltimos dois vídeos do que fizemos nos anteriores. E
tenho que admitir, ser capaz de ver todo o hype em torno de nó s dois
com meus pró prios olhos, em tempo real, prejudicou meu plano
original de cortar essa coisa no segundo em que recebi meus
pagamentos de habitaçã o.
Ceder a esta situaçã o está começando a parecer uma nova má scara
para eu usar. Quando estou sozinho com Avi, sou outra pessoa. Estou
interpretando um papel, e se isso parece real ou nã o é irrelevante. Esta
versã o de Kyran Harbor encontra consolo ao abrir mã o de seu
controle… Só um pouquinho. Apenas o suficiente para distraí-lo da
realidade e do cavernoso abismo de escuridã o interior.
Ele nem é Kyran Harbor... Ele Not__Your__Baby.
— Entã o, eu estava pensando…— Avi diz, mastigando um canudo
vermelho em sua bebida. — Devemos fazer do meu OnlyFans uma
conta conjunta. As pessoas adoram contas de casal. Além disso, nã o
estou mais fazendo conteú do solo, de qualquer maneira.
Estou ouvindo-o, mas meus olhos estã o estreitados na palha da qual
ele agora está mordendo pedaços.
— Isso é um Twizzler10 na sua bebida? — Ele sorri amplamente e
acena com a cabeça. — O que você tem... oito?
— Você está dizendo que nã o é fã do meu capricho infantil? — Ele
sorri.
Eu o encaro por um momento antes de balançar a cabeça. — Você é
um idiota.
Seu rosto se inclina enquanto ele mastiga aquele maldito Twizzler.
— Por que você está tã o tenso?
— Nã o estou tenso...— minto, sentindo-me estú pido por dizer isso,
porque obviamente nã o estou indo muito bem, o estresse de todas as
besteiras da minha vida pesando sobre meus ombros.
— Você quer que eu o ajude a relaxar...? — Seu sorriso se alarga.
Meu estô mago revira por algum motivo, e eu me forço a nã o parecer
afetado por sua oferta... E nã o como se eu estivesse considerando o que
seria apenas um pouquinho.
— Estou bem —, eu bufo.
Ele dá um passo à frente, aproximando-se até que eu possa sentir o
calor saindo de sua pele exposta.
— Mas você sabe que eu sou bom nisso...— Estendendo a mã o, ele
desliza o dedo por um dos passadores do meu jeans, me puxando para
ele.
Eu posso sentir meu rosto corar, mas eu o empurro para baixo e o
empurro para longe.
— Avi, pare de brincar. Vamos apenas... falar de negó cios.
— Mas brincar é problema nosso. — Ele sorri e eu reviro os olhos.
Entregando sua bobagem sem fim, ele suspira. — Tudo bem, caramba.
Para alguém que está tendo uma abundâ ncia de orgasmos de enrolar os
pés, você ainda está terrivelmente tenso.
Ele se move ao meu redor, andando até o sofá e se jogando nele,
enquanto eu fico de pé, tremendo no lugar e tentando
desesperadamente afastar os pensamentos dele me ajudando a relaxar.
Limpando a garganta, termino minha bebida e me junto a ele no
sofá . Ele está com o laptop à sua frente e, quando verifico a tela, vejo
que ele tem duas janelas abertas lado a lado. Seus OnlyFans e seu
Twitter.
Puxando os detalhes de seu perfil OF, ele espia para mim.
— Entã o... conta conjunta. Pensamentos?
Eu concordo.
— Sim. Ó timo. O que você achar melhor.
— Nã o vou mudar tudo, mas vou modificar a descriçã o para refletir
que estamos apenas... colaborando. Juntos. — Ele me dá um olhar
cintilante que espalha um calor bizarro em meu peito.
Mudando da noçã o esmagadora disso, eu limpo minha garganta e
aceno com a cabeça novamente.
— Ok...
— Porque eu nã o estou... colaborando com mais ninguém —, ele
murmura, os olhos passando rapidamente para mim enquanto digita
em seu teclado. —Você está ?
— Nã o ...— eu sussurro. — Eu nem quero fazer isso com você ...
Lembra?
As palavras parecem á cido na minha língua.
Os cílios de Avi tremulam em meu rosto antes que ele responda, —
Certo. Como eu poderia esquecer…
— Eu... eu acho que saiu errado,— eu começo a voltar atrá s.
Mas ele me dá um sorriso que parece um pouco forçado e diz:
— Nã o se preocupe com isso. Eu sei o que você quis dizer.
Minha sobrancelha arqueia.
— Você?
Ele dá de ombros. E agora estou ainda mais confuso.
O que diabos estamos fazendo? Nada disso faz sentido…
Quando estamos sozinhos à noite, brincando com os fã s, parece que
somos outra coisa. Duas pessoas diferentes. Eu gosto da sensaçã o de
ser essas pessoas. Mas entã o eu sinto que nã o deveria, e isso me fode
completamente.
— Aqui. — Sua voz corta meu pensamento preocupante. — Vamos
fazer um post para os fã s. Para deixá -los entusiasmados com a... fusã o.
— Ok...— Eu pisco enquanto ele volta para o computador, digitando
uma nova descriçã o. — Que tipo de postagem?
Avi pega o telefone da mesa, abre a câ mera frontal e aponta para
nó s. Antes que eu possa processar o que ele está fazendo, ele enfia os
dedos no meu queixo e me puxa para a boca. Eu fico meio assustado no
começo, normal ao beijá -lo, porque é tã o diferente...
Acho que em teoria poderia parecer a boca de uma garota... Quente,
com lá bios carnudos e macios como travesseiros macios. Mas ele é mais
dominante do que qualquer garota que já beijei; a maneira como sua
boca avança sobre a minha, como se ele fosse um colono explorando um
novo territó rio e reivindicando-o para si.
Ele também faz essa coisa de morder meu lá bio inferior, mas de uma
forma gentil e eró tica, puxando-o entre os dentes antes de roçá -lo com
a língua e, em seguida, roçá -lo dentro da minha boca para provocar a
minha. Isso me hipnotiza; me deixa em transe, como quando você
segura um gato pela nuca.
Ele beija muito bem, mas nã o acho que posso expressar tais elogios
a ele. Em vez disso, estou apenas tremendo aqui, sob o feitiço de sua
boca, enquanto sua mã o desliza pelo meu peito, polegar sacudindo meu
mamilo através da minha camisa até que eu choramingo.
Eu ouço o som distinto de uma foto sendo tirada, e isso me tira
disso. Meus olhos se abrem quando ele está se afastando, piscando as
pá lpebras encapuzadas para mim.
— Ver? — ele respira, sua voz toda rouca. — O negó cio ainda pode...
ser bom.
O que isso significa?? Estou tão confuso…
Acho que nã o conseguiria falar se tivesse palavras para oferecer.
Entã o, apenas fico sentado em silêncio enquanto ele avalia nossa foto
na tela.
— Ah, isso ficou tã o bom —, ele suspira, quase levianamente, do
jeito que você se animaria com uma ó tima foto de um pô r do sol.
Franzindo os lá bios e mais uma vez ignorando o calor em meu rosto,
verifico a tela. A foto de nó s dois nos beijando traz o mesmo
formigamento que senti enquanto assistia aos nossos vídeos. Parece
uma foto de dois estranhos; um casal.
Uma onda de mal-estar bate no meu estô mago, misturando-se com
a excitaçã o para me deixar meio tonto. Mas Avi nã o é afetado por isso,
como sempre. Ele está apenas brincando com seu telefone, modificando
a imagem para desfocar partes do meu rosto.
Contorcendo-me, consigo evocar algumas palavras como uma
distraçã o.
— Por que você nã o desfoca o rosto?
Ele olha para mim, as feiçõ es ficando sérias.
— Eu nã o tenho certeza…
— Se você tivesse que adivinhar...— Eu continuo.
Ele franze os lá bios, pensando por um momento antes de encolher
os ombros.
— Acho que... gosto da atençã o. Eu gosto deles me bajulando, como
pessoa. E quero dizer, ninguém sabe quem eu realmente sou. Nã o uso
meu nome verdadeiro nem nada.
— Mas se alguém que conhece você vê isso, entã o eles podem
contar à s pessoas, — eu resmungo, girando em pensamentos sú bitos e
terríveis. — Eles podem descobrir que estou nos vídeos com você…
— Eu prometo a você, isso nã o vai acontecer —, diz ele com
confiança.
— Como você sabe disso? — Eu zombo.
— Apenas confie em mim, ok? — Ele estende a mã o, deslizando seus
dedos nos meus.
— Avi...— Minha voz rasteja de dentro da minha garganta. — Por
que você está segurando minha mã o?
Seus lá bios se curvam em um daqueles malditos sorrisos
arrogantes.
— O que está errado…? Isso está deixando você desconfortável? —
Eu faço uma careta e tento arrancar minha mã o da dele, mas ele segura
com mais força. Inclinando-se sobre o meu rosto, ele sussurra:
— Entã o, posso deslizar meu pau para dentro e para fora da sua
bunda, mas segurar a mã o é íntimo demais para você, Kyran?
Chamas ardentes de humildade sobem pelo meu pescoço com suas
palavras, uma forte pulsaçã o acontecendo entre minhas pernas. E ele
está apenas rindo do meu claro desconforto, provocando fú ria em meus
mú sculos.
— Pare de foder comigo, — eu sussurro com os dentes cerrados,
odiando como ele sempre faz isso.
Me irrita e me excita ao mesmo tempo. É uma merda.
Aí está o aborrecimento. E aqui pensei que poderia ter ido embora...
— Mas eu nã o quero parar de foder com você. — Ele respira mais
estrondosamente na minha boca, pairando até que eu estou me
contorcendo para me afastar dele. Ele finalmente solta minha mã o, mas
em vez disso, desliza a dele sobre minha virilha, onde minha ereçã o
está endurecendo rapidamente. — É muito divertido.
— Saia de cima de mim, Avi...— Eu estremeço com a sensaçã o,
querendo lutar contra ele, pelo meu orgulho, mas também perseguindo
desesperadamente a luxú ria dolorida que nã o consigo superar. É
ridículo.
— Eu não sou seu bebê e nã o vim aqui para gravar conteú do…
Mentiras.
— Bem, isso nã o é verdade. — Ele sorri na minha orelha, sacudindo-
a com a língua até eu estremecer.
Mas entã o ele rapidamente se afasta, se afastando de mim e me
deixando deitado no sofá com meu pulso batendo entre minhas pernas.
Foda-se ele.
Sento-me lentamente, girando a cabeça enquanto ele pega seu
laptop.
— Posso te passar a senha do OF se você quiser...
— Nã o é necessá rio, — resmungo, e ele dá de ombros.
— Bem. Mas você precisa se esforçar nisso também.
— Eu estou. Fiz o maldito Twitter e retuitei alguns de seus posts. O
que mais você quer de mim?
Ele me olha de soslaio.
— Você tem que ficar em cima disso. Responda aos comentá rios das
pessoas. Se envolver. É a melhor forma de conseguirmos novos
assinantes.
— Bem.— Reviro os olhos teimosamente.
Inclinando-me para o lado dele, percorro os comentá rios sobre
nosso videoclipe de sexo que ele compartilhou. Tenho a sensaçã o de
que ele está olhando para mim, mas quando olho para ele, seus olhos
estã o na tela.
— Oh meu Deus —, resmungo, parando em um comentá rio de uma
pessoa com o identificador Fister_Jones1002 . — Você viu isso?
Avi ri enquanto eu fico boquiaberto, mortificado com o comentá rio,
que diz:
Fister_Jones1002: O fundo é impressionante. Eu destruiria
essa bunda. *emoji de olho de coração*
Rolando para baixo, eu suspiro com outro extremamente perverso,
de DaddyDom6969 .
DaddyDom6969: Posso te conhecer? Spitroast o loiro ao
meio. *cara piscando*
— Jesus Cristo...— murmuro. — Olha essa merda.
Peteypie7421: Quero dar a vocês dois um *emoji de banho*
dourado
— O que diabos há de errado com essas pessoas? — Balanço a
cabeça, perplexo com o que estou lendo. Existem centenas deles, e eles
parecem ficar mais loucos quanto mais você rola para baixo.
— Sã o pessoas na internet para você. — Avi ri.
— É foda. Quem escreve coisas assim para estranhos?
Ele dá de ombros.
— Por que você está surpreso? É assim que os esquisitos estã o
online. Isso nã o é notícia.
— Sim, bem, acho que é por isso que nã o participo, — eu bufo, ao
que Avi zomba e eu olho para ele.
— Sim, certo! — Ele cacareja. — Você praticamente vive no
Instagram. Sempre postando suas pequenas citaçõ es motivacionais.
Hashtag abençoado —, diz ele zombeteiramente, depois revira os olhos.
— Por favor.
Eu nã o posso evitar como meus lá bios se curvam em um sorriso
astuto.
— Eu nã o sabia que você me seguia…
Ele franze a testa.
— Eu nã o. O idiota nã o para de me mostrar suas merdas, mesmo
que eu nã o me importe.
— Certo. — Meu sorriso se alarga. — Tudo o que você diz, Insta-
stalker.
— Cala a boca —, ele rosna.
Mas agora que sei o quanto isso está afetando ele, nã o há como eu
parar.
Virando-me para encará -lo, murmuro:
— Você publica alguma coisa em sua conta? Ou você fez isso com o
ú nico propó sito de observar secretamente tudo o que eu faço?
— Nã o se iluda. Você nã o é tã o interessante…—, ele murmura,
visivelmente mordendo a parte interna da bochecha enquanto se
concentra na tela do laptop.
Isso é imensamente satisfatório.
— Oh, olhe —, ele muda de assunto. — Aqui está um louco por Jesus
nos dizendo que vamos queimar no inferno por toda a eternidade. —
Ele aponta para a tela enquanto ri.
A diversã o desaparece do meu rosto em um instante e minha boca
fica seca.
Estou achando difícil respirar de repente, mas preciso lutar contra
isso. Nã o posso deixar Avi saber que estou sufocando dentro da minha
pele.
— O-o que... você faria sobre isso? — Eu pergunto, lutando para
soar normal, enquanto abro minha mã o trêmula e olho para a palma da
minha mã o.
Está tudo bem.
Você está aqui e está bem.
Apenas se concentre na voz de Avi.
Está ecoando um pouco enquanto ele divaga sobre bloquear o cara.
Mas eu me agarro a ela e me puxo para fora do buraco em que estou
caindo. Eu agarro com força e agarro meu caminho de volta à superfície.
Ali está a Highland Avenue , penso comigo mesmo, seguindo as
linhas na palma da minha mã o. Eu costumava andar de bicicleta para
cima e para baixo aqui com meus amigos. E, olha, é aquele lugar com a
comida tailandesa realmente ótima.
Lentamente, minha frequência cardíaca se equilibra e minha
respiraçã o se regula. Eu olho para Avi, que ainda está apenas rindo
sobre como as pessoas sã o estú pidas na internet, sem nenhuma ideia
do mini ataque de pâ nico que acabei de lutar.
Eu me pergunto o que ele diria se soubesse... A verdade.
Quando ele percebe que nã o estou rindo com ele, sua cabeça vira na
minha direçã o, as íris como uma névoa profunda brilhando para mim.
— Ky... você está bem?
— Eu... eu estou bem —, murmuro, me forçando a soar confiante.
Você parece um idiota. Ele vai saber que algo está acontecendo.
Rápido. Mude o assunto.
— Nó s realmente devemos ir. — Levantando-me rapidamente, eu
me afasto, indo para o meu telefone na minha bolsa, em uma tentativa
de distraí-lo de como estou sendo cauteloso do nada.
Tenho certeza que ele está olhando para mim. Eu posso sentir isso.
Mas ele nã o diz nada.
Ele simplesmente fecha o laptop e se levanta, vestindo uma camisa
enquanto canta:
— Tudo bem.
Dez minutos depois, estamos do lado de fora, caminhando até a
estrada principal para encontrar nosso motorista do Uber. Nã o posso
deixar de espiar Avi enquanto caminhamos, a bolsa pendurada no
ombro, vestindo seu jeans preto rasgado padrã o e botas pretas. Sua
metade superior é coberta por um casaco preto fofo, com um gorro rosa
choque descansando em cima de seu cabelo desgrenhado.
Nó s realmente nã o poderíamos parecer mais diferentes... Eu com
meu casaco Burberry que meu pai me deu no Natal do ano passado,
botas Tom Ford e meu jeans totalmente intacto. Cabelos claros e pele
pá lida em sua tez morena e fios escuros bagunçados em seus olhos. Ele
até usa luvas sem dedos, exibindo seu esmalte preto sempre lascado.
Mas, por alguma razã o, nossas diferenças nã o estã o me irritando
como normalmente fazem. Neste momento, estou apenas caminhando
ao lado dele, imaginando como é possível que depois de tudo que
fizemos juntos e de quantos anos ele passou na minha vida, eu ainda
nã o sinto que realmente o conheço.
Claro, eu sei o bá sico. As coisas que aprendi ao longo dos anos sobre
ele ser um membro relutante da família. Mas o pró prio Avi Vega… Sua
histó ria, as coisas com as quais ele se importa e sonha, as coisas reais ,
abaixo da superfície… É tudo um mistério para mim.
— Eles disseram que é para começar a nevar mais tarde…— ele diz,
sua respiraçã o visível no ar frio enquanto ele olha para o céu.
Eu apenas aceno com a cabeça para a conversa fiada, minha cabeça
ainda confusa com todos esses pensamentos. Nó s dois ficamos em
silêncio por alguns passos, nada além do som de nossas botas na
calçada batendo em meus ouvidos.
— Entã o... como você se sente sobre o jogo? — Ele fala de novo, e
meus olhos se desviam para a direita.
— Podíamos ter jogado melhor. — Eu dou de ombros. — A defesa
deles nã o era brincadeira.
Ele concorda.
— Mas ainda ... três touchdowns.— Ele faz uma pausa enquanto eu
olho para ele. — Você jogou muito bem, Ky. Você deveria ser menos
duro consigo mesmo.
Meus lá bios se contraem.
— Entã o você está assistindo ativamente todos os jogos agora?
Prestando atençã o no meu desempenho…
Ele revira os olhos e eu rio.
— Eu só quero ter certeza de que você está bem sem mim.
Carrancudo, dou a ele um olhar nada divertido.
— Oh, você quer dizer sua apresentação?
Ele ri, e eu sufoco o sorriso que quer passar.
— Apenas admita… Você adora ter Baldwin por perto para te
animar.
Eu zombo, balançando a cabeça.
— Cara, eu nã o estava mentindo quando disse que você é uma
distraçã o.
— Mhm... acho que sei como posso distrair. — Ele franze os lá bios
sobre um sorriso. E entã o seus dedos roçam os meus.
Eu venho a uma parada rá pida, meu pulso de repente pingando
dentro de mim. Avi olha para mim enquanto meus olhos se movem para
a esquerda e para a direita, certificando-se de que ninguém viu isso.
Nã o há ninguém por perto para ver, e obviamente estou
enlouquecendo por nada, mas nã o posso evitar. Minha pele está ficando
quente e coçando sob minhas roupas.
— Desculpe ...— Avi sussurra. — Foi um acidente.
Eu limpo minha garganta.
— Está tudo bem... tanto faz.— Distraindo-me do jeito que ainda
posso sentir seus dedos nos meus, pego meu telefone para verificar o
aplicativo. —Diz que estará aqui em dois minutos.
— Ok…
Eu posso senti-lo olhando para mim, mas estou muito nervosa para
olhar para cima, entã o eu me ocupo com besteiras no meu telefone até
que o carro pare na estrada.
Nó s dois entramos no banco de trá s, nossas malas descansando aos
nossos pés enquanto o motorista se afasta, levando-nos para casa. O
rá dio está ligado, tocando alguma mú sica da Rihanna em volume baixo
enquanto cruzamos a 93. Olhando pela janela, vejo os prédios
passarem, ouvindo a voz suja cantar sobre o amor no cérebro.
Meu queixo se inclina para a esquerda, movendo lentamente meu
rosto na direçã o de Avi, onde ele mesmo está olhando pela janela. Entã o
ele olha para mim, e eu rapidamente desvio o olhar.
Esquisito. Você está sendo um completo esquisito.
Minha mente está se movendo tã o rá pido quanto o carro pelo resto
da viagem. E quando entramos na garagem da minha casa, os nervos
estã o realmente revirando meu estô mago ferozmente.
As férias têm sido terríveis desde que me lembro. Quando Hannah e
Avi apareceram, elas se tornaram um pouco mais toleráveis, tirando um
pouco do foco do quã o pouco meu pai se importava em comemorar
comigo. Se eu nã o fizer questã o de passar na casa da minha mã e, a
gente nã o se vê. E eu nã o vejo minha irmã há anos neste momento. Ela
opta por nã o voltar para casa, por motivos ó bvios..., mas espero um
telefonema dela amanhã . E apesar de tudo, estou ansioso por isso.
Nã o consigo deixar de me ressentir um pouco de Bridget por me
deixar sozinho com papai. Ela desapareceu quando precisei dela, e é
difícil nã o me sentir magoado e abandonado por causa disso.
Claro, eu entendo porque ela foi embora... eu só queria que ela nã o
tivesse.
A casa está silenciosa, mas há mú sica vindo do escritó rio, entã o Avi
e eu caminhamos por ali, seguindo os sons de um fogo crepitante e
vozes abafadas.
— Meus meninos! — Hannah comemora no segundo em que
colocamos os pés na sala, pulando para nos cumprimentar. Ela se apega
a Avi por muito tempo, beijando seu rosto todo enquanto choraminga:
— Oh, eu senti tanto a sua falta , meu precioso tatala.
— Mã e…— ele resmunga, franzindo o rosto enquanto tenta se
afastar do afeto dela.
Isso me faz rir, porque honestamente, é muito doce e embaraçoso
para ele, o que é divertido.
— Kyran, estou tã o feliz em vê-lo.— Hannah me abraça forte.
Ainda sempre me surpreendo com o carinho, entã o demoro um
momento para retribuir. Mas eu gosto, porque é legal. É bom ser
recebido pela família. Eu realmente não saberia o que é isso...
Quando me afasto do abraço caloroso de Hannah, meus olhos voam
para meu pai, que está parado ali, com um sorriso perfeitamente
indiferente nos lá bios enquanto se aproxima de nó s.
— Bom ver você, filho —, diz ele com firmeza - como sempre - me
dando um abraço de dois segundos com um tapinha severo nas costas.
— Ó timo jogo outro dia. — Entã o ele se vira e murmura: — Avi.
Ele vai apertar o ombro de Avi, que é o má ximo de sentimento que
ele pode esperar de meu pai. Mas Avi se lança sobre ele, abraçando-o
com força suficiente para que meu pai quase caia para trá s. Tenho
certeza de que Avi está fazendo isso de propó sito, para mexer com ele, o
que me faz conter o riso.
— Garotos, vou fazer um assado para o jantar de amanhã , —
Hannah diz enquanto se aninha no sofá . Meu pai se senta na outra
ponta. — Entã o pensamos em pedir comida para viagem hoje à noite.
— Chinês??— Avi engasga animadamente, ao que Hannah sorri e
acena com a cabeça. — Doce. — Minhas sobrancelhas franzem para ele,
e ele explica: — É nossa tradiçã o de Chrismakkah.
— Certo...— Eu rio. — Eu esqueci sobre Chrismakkah.
Fiquei sabendo disso durante o primeiro Natal que Avi e Hannah
passaram comigo e com papai. É uma tradiçã o da família Vega celebrar
o Natal e o Hanukkah, já que Avi é meio judeu.
— Como você pode esquecer o Chrismakkah? — Ele finge
indignaçã o. — É a batalha épica entre Jesus e Moisés! — Ele gargalha ao
ver a expressã o de horror no rosto de meu pai. — Estou brincando. Nã o
é uma batalha. Sã o apenas sete dias divertidos, até o oitavo dia
superdivertido . Que este ano, por acaso, também cai no dia de Natal.
— Conveniente, — Hannah brinca com um sorriso malicioso.
— Tudo bem, bem... vou trazer minhas coisas para cima —,
murmuro.
— Ah, sim. Boa ideia — diz Avi, seguindo-me até as escadas.
— Vamos comer em cerca de uma hora! — Hannah nos chama.
Entrando no meu antigo quarto, expiro lentamente, olhando em
volta. É exatamente o mesmo que deixei, mas, por algum motivo, parece
diferente. Nã o sei se é porque mudei... ou porque nunca me senti
realmente eu morando neste quarto.
Não vai ser como era...
Jogo a bolsa no chã o, tiro o casaco e as botas, tentando me sentir
confortável, quando na verdade estou apenas ansioso. Estar perto do
meu pai é sempre tenso, mas nas férias aumenta muito a pressã o... Para
eu me sentir um filho melhor do que sou. Constantemente perseguindo
sua aprovaçã o e sabendo que nunca vou conseguir.
Sentando na minha cama, eu caio de costas, olhando para o teto.
Ainda me lembro vagamente de como eram as férias antes de nossa
família se separar…
Nã o foi perfeito... Nem perto. Mas ainda assim, era melhor do que
isso. Filmes de Natal, decorando a á rvore e bebendo gemada perto do
fogo. Bridget e eu descíamos as escadas ao raiar do dia e gritávamos
sobre todos os presentes em todos os lugares, e o prato de biscoitos
com uma mordida do Papai Noel. Houve alegria honesta com Deus .
E entã o tudo mudou.
Algumas palavras estremecidas de lábios aterrorizados derrubaram
toda a família Harbor.
Uma batida na minha porta me tira de uma nostalgia angustiada.
— Ei…
Levantando a cabeça, encontro Avi entrando na sala, com as mã os
enfiadas nos bolsos. Ele trota e se joga na minha cama bem ao meu lado
e, pela primeira vez, nã o tento ativamente fugir dele.
Talvez eu esteja muito cansado... Emocionalmente esgotado pelo
simples ato de estar aqui, e todas as memó rias de merda que sempre
parecem se ligar a este feriado estú pido. Mas agora, quase me sinto
inclinado para mais perto dele. Pendurado em sua proximidade, como a
ú nica coisa em minha vida que me distrai totalmente do caos que
minha mente nã o pode controlar.
Avi se deita de costas ao meu lado. E nó s dois apenas olhamos para
o teto, lado a lado, respirando respiraçõ es silenciosas que parecem
muito mais calmos do que estavam um momento atrá s. A sensaçã o de
seus dedos se movendo me alerta de quã o perto eles estã o dos meus. E
entã o os meus se movem, contraindo-se sutilmente até tocarem os dele.
Eu o ouço soltar uma expiraçã o, e a pró xima coisa que eu sei, seus
dedos estã o traçando os meus, gradualmente subindo e descendo.
A sensaçã o bate no meu peito e faz có cegas no meu estô mago, mas
eu nã o... eu nã o odeio isso.
Agarrando-me a isso, e a esse sentimento que nã o quero perder, nã o
importa o quã o confuso seja, enfio a minha na dele, pegando sua mã o
direita na minha esquerda. Estamos de mãos dadas, e isso é bom . Sua
mã o é quente e grande; do mesmo tamanho que o meu. Eu gosto disso…
Eu gosto das mãos dele.
O rosto de Avi se vira e, por mais nervoso que eu esteja para que ele
veja o ó bvio rubor em minhas bochechas, mudo o meu em sua direçã o.
Nossos olhos se encontram, dois lugares muito diferentes no espectro
de cores, embalando um ao outro, quase intimamente.
— Eu quero te mostrar uma coisa —, ele sussurra, os lá bios se
curvando sutilmente.
Sobrancelhas levantadas, pisco para ele enquanto ele enfia a mã o
esquerda no bolso, tirando algum tipo de anel de borracha. Ele joga
para mim, e cai no meu estô mago. Pegando-o com a mã o livre, eu o
examino de perto.
— O que diabos é isso? — Eu resmungo, e ele ri.
— É um anel peniano. — Eu atiro a ele um olhar escandalizado, e ele
ri ainda mais. — Um presente de um dos nossos fã s.
Eu observo o anel por um momento, tantas coisas variadas saltando
dentro do meu crâ nio. Mas a primeira pergunta que sai da minha boca
é:
— Você deu seu endereço a um estranho na internet?
Avi bufa, seu peito roncando através de suas risadas.
— Eu dei a eles o endereço de Frankie.
— Isso nã o torna exatamente melhor —, eu suspiro. — E se essa
pessoa aparecer na casa dela?
— Eu nã o dei o nú mero do apartamento dela nem nada, — ele
suspira. —Além disso, o prédio dela é muito seguro. Ela disse que
estava tudo bem.
A ú nica outra palavra que consigo pensar em pronunciar é:
— Por que...?
Ele sorri, encolhendo os ombros.
— Ele queria nos enviar algo para o Natal. Eu pensei que era doce.
— Doce... ou assustador? — murmuro, apertando a borracha entre
os dedos.
Ele rola para que todo o seu corpo fique de frente para mim.
— Você viu os DMs dessas pessoas, Ky. Eles estã o apaixonados por
nó s.— Eu pisco para ele. — E, a propó sito, nã o é o ú nico presente que
recebemos. É apenas o ú nico que eu poderia... trazer comigo.
Meu queixo nã o consegue parar de girar, pasmo com o que ele está
me dizendo, enquanto ele continua a rir baixinho.
— Acho que realmente conseguimos, hein? — murmuro
sarcasticamente, embora nã o possa deixar de me sentir lisonjeado por
isso...
Pessoas que nos enviam presentes porque gostam tanto do que
fazemos que querem se sentir parte disso. Claro, é principalmente
sexual, mas ainda assim. Se aprendi alguma coisa nos ú ltimos meses, é
que quer você admita ou nã o, o sexo é uma grande parte da vida
humana. É uma conexão de vá rias maneiras.
Até... química desinibida que aparece quando você menos espera.
A pervinca dos olhos de Avi cai em meus lá bios, e de repente estou
muito mais quente.
— Eu quero beijar você, Kyran, — ele diz baixinho, seus dedos
apertando os meus.
Instintivamente, meus olhos se voltam para a porta do meu quarto,
que está aberta.
— Você nã o deveria…
— Eu realmente quero ...— ele murmura.
— Mas nã o é...— Minha voz fica presa na minha garganta, e eu a
limpo, baixando para um sussurro. — Nã o é uma boa ideia.
— Por que nã o? — Ele se aproxima de mim.
— Porque…
Eu nã o consigo nem pensar. Minha mente ficou completamente em
branco e tudo o que posso sentir é uma necessidade quente e latejante,
vazando de meus poros como um feromô nio.
Avi toca meu peito, arrastando seus dedos perigosamente perto de
onde meu coraçã o está voando como um louco.
— Por que desta vez, Ky? Dê-me um bom motivo, nã o uma de suas
desculpas de merda.
Engolindo a saliva que enchia minha boca, meus olhos deixaram os
dele por mais um segundo para espiar a porta.
— Porque nossos pais estã o lá embaixo.
Ele cantarola um som profundo e estrondoso, e agora é tudo o que
posso ouvir quando sua mã o chega ao meu queixo.
— Entã o acho que teremos que ficar bem quietos.
Ele me puxa para sua boca e, para minha pró pria surpresa, eu
desisto, curvando meu corpo ao dele enquanto seus lá bios selam os
meus. É hipnó tico, o jeito que ele me beija; vertiginoso, como se eu
estivesse parado na beira de algum lugar alto do chã o.
Seu beijo é de altitude, levantando-me além do meu centro de
gravidade normal.
Nossas respiraçõ es compartilhadas sã o o vento, correndo em
suspiros e gemidos... E suas mã os me agarrando e me puxando para
mais perto sã o o que me impede de flutuar para longe.
Ele está me beijando, e eu estou voando.
Mas estou com tanto medo de cair que nã o consigo parar de tremer.
— Avi...— murmuro entre as chupadas, lambidas e mordidas febris,
minhas mã os em seu peito enquanto ele se acomoda em cima de mim.
— Mmm...— Ele aperta seus quadris nos meus, minhas pernas se
abrindo para ele como um reflexo.
— Devemos... fechar a... porta. — Minhas palavras saem quebradas e
roucas pela excitaçã o que ele está arrancando de mim; o domínio
esmagador, mas surpreendentemente eró tico em seus lá bios, seus
dentes, sua língua, suas mã os... todos trabalhando juntos para me
acalmar e me transformar em um gatinho subjugado.
— Nã o me faça parar, — ele rosna com meu queixo em uma mã o
enquanto a outra desliza para dentro da minha camisa. — Eu nã o quero
deixar seus lá bios perfeitos nem por um segundo…
— Eu sei —, eu sussurro em sua boca, cantarolando quando seus
dedos provocam meu mamilo. — Mas, por favor... Apenas feche. Por
mim?
Avi ergue seus lá bios dos meus, respirando pesadamente como se
estivesse tentando encontrar o caminho de volta à terra enquanto ele
acena. Saindo de cima de mim e da cama, ele tropeça para fechar a
porta com cuidado, trancando-a com um clique. Ele se vira para me
encarar, mordendo o lá bio, prendendo-me com um olhar que faz
minhas bolas latejarem e o sangue correr para meu pau tã o rá pido que
me sinto tonto.
Passeando, ele levanta a camisa sobre a cabeça, jogando-a enquanto
cai na cama de joelhos, rastejando de volta sobre mim como se fosse
onde ele deveria estar. Parece que estamos magnetizados um pelo outro
e estou tã o nervoso quanto excitado por isso.
Por que isso parece tão bom...? E por que isso acontece tão facilmente
quanto respirar?
Ele pressiona mais alguns beijos lentos na minha boca, agarrando a
bainha da minha camisa e puxando-a lentamente para revelar meu
torso.
— Braços para cima, — ele ordena suavemente, e eu obedeço,
levantando meus braços sobre minha cabeça para que ele possa
remover minha camisa.
— Você acha que eles vã o notar...? — Murmuro enquanto ele beija
minha garganta, arrastando seus lá bios ao longo do meu peito. — Que
nó s dois desaparecemos aqui juntos em vez de passar o tempo com
eles?
— Acho que nenhum deles espera que você queira se socializar.—
Ele beija uma das marcas roxas que deixou em mim na outra noite.
— O que isso deveria significar? — Eu olho para ele, estreitando
meu olhar encapuzado. — E obrigado novamente por isso. Tive que
mentir e dizer que eram da Lexi. Avi ri, chupando e me mordendo um
pouco mais até que eu o agarro pelos cabelos. — Sem mais chupõ es…
— Mmm... mas você os usa tã o bem.— Ele passa a língua sobre meu
mamilo enquanto trabalha para desabotoar minha calça.
É incrível. Honestamente, eu nã o posso nem me forçar a ficar
chateado com a estranheza de estar coberto de hematomas de boca na
frente de todos os meus companheiros de equipe enquanto ele está me
chupando assim.
— E mal sabem eles, essas marquinhas sensuais sã o do seu meio-
irmão ...— Ele respira palavras quentes e ilustres na minha pele, me
fazendo estremecer. — O que nossos pais diriam... se nos encontrassem
assim?
Ele empurra minha calça e cueca para baixo, o suficiente para que
metade do meu pau fique exposto. E estou respirando pesadamente,
queimando com a pressa de suas palavras. Porque ele está certo… é
proibido o que estamos fazendo. Deixá -lo brincar comigo, com nossos
pais lá embaixo. Eu nã o posso nem evitar o quanto isso faz meu pau
chorar.
Avi abre suas pró prias calças, puxando seu pau para fora e dando
alguns puxõ es enquanto abaixa o meu ainda mais, trazendo-o para
baixo das minhas pernas até que eu fique nu. Ele tira o celular do bolso,
liga a câ mera e me entrega.
— Capture este momento, lindo, — ele murmura, acariciando
minhas bolas com os lá bios, beijando-as antes de passar a língua por
toda a extensã o do meu pau.
— Ohh ... porra, sim...— Minha cabeça cai para trá s, levantando os
quadris para sua boca faminta enquanto ele me suga, fazendo aquela
coisa que eu amo quando ele provoca a pele ao redor da minha cabeça
com a língua.
Mas entã o me lembro do telefone na minha mã o e espio a tela,
mirando para obter o â ngulo perfeito de seu cabelo escuro, balançando
para cima e para baixo em mim. Eu escovo meus dedos pelas mechas,
puxando suavemente em meu punho enquanto o gravo chupando meu
pau, lenta e profundamente, seus deliciosos lá bios rosa esticados ao
redor da minha cintura, deslizando para cima e para baixo.
— Você me chupa melhor do que ninguém…— eu sussurro, e ele
geme, vibraçõ es retumbando em meu eixo dentro de sua boca molhada.
— Nã o deveríamos estar fazendo isso... nã o é?
Ele balança a cabeça, saliva escorrendo pelos lados do meu pau
enquanto ele desliza para cima, liberando-me com um estalo.
— Se eles soubessem o que eu estou fazendo com você aqui em
cima...
— Foda-se ...— Minha cabeça inclina para trá s novamente enquanto
ele beija minha pélvis, chupando minhas bolas com força, em seguida,
movendo-se para morder a parte interna das minhas coxas.
— Você adora, nã o é? — Sua voz é profunda e rouca, nadando em
meus ouvidos enquanto ele agarra minhas coxas em suas mã os, abrindo
minhas pernas com força e colocando seu rosto no meio. — Mantendo
este segredinho sujo... Deixar seu meio-irmã o contaminá -lo com nossos
pais lá embaixo...
Minha cabeça se move sozinha em um aceno, porque sim. Sim, eu
certamente amo isso, apesar do que isso significa para mim. Nã o
consigo encontrar forças para guerrear contra algo que parece tã o bom;
trocando minha angú stia infinita por um prazer inebriante.
Sua língua desliza ao longo do espaço entre minhas bolas e minha
bunda, cutucando provocativamente entre minhas bochechas enquanto
eu estremeço.
Mas ele faz uma pausa, e meus olhos se abrem para encontrá -lo
olhando para mim.
— Você se preparou?
Calor corre para o meu rosto enquanto eu mordo meu lá bio e aceno.
Os cílios escuros de Avi vibram por um momento, e ele geme:
— Isso é tã o fodidamente quente, baby... Você estava pensando
sobre o quanto você quer minha boca aqui embaixo...?
Eu aceno mais rá pido, engolindo em seco a palavra
— Sim.
Ele se senta com um grunhido, arrancando o telefone de mim.
— Curve-se na beirada da cama.
— O-o quê? — Eu suspiro, piscando para ele, atordoado.
— Eu quero comer você até você gozar —, ele respira, deslizando
para fora da cama de joelhos. — Assim.
— Você pode... realmente fazer isso? — Meu coraçã o salta
descontroladamente no meu peito enquanto me afasto dele, deixando
cair meus pés no chã o e colocando minha metade superior sobre a
cama.
— Eu nunca tentei...— Ele passa as mã os na parte de trá s das
minhas coxas, segurando minha bunda com força enquanto eu gemo. —
Você quer gozar com a minha língua na sua bunda, Kyran?
Meu pau vaza um pulso pesado de pré-sêmen na cama enquanto eu
respiro, — Sim ... isso parece ... divertido.
Ele ri sedutoramente, abrindo-me enquanto eu ronrono com a
sensaçã o de estar em exibiçã o e à sua mercê imunda.
— Eu pegaria aquele travesseiro. — Seu há lito quente faz có cegas
em minha carne ansiosa. — Você pode precisar de algo para gritar …
É desconcertante o quanto eu quero isso agora. Eu nunca pensei que
poderia ficar tã o excitado, curvado sobre uma cama com Avi olhando
para o meu cu, mas nã o posso nem fingir que nã o estou desmoronando
em antecipaçã o.
Seus lá bios dançam na parte de trá s das minhas coxas enquanto ele
pressiona beijos suaves por todo o meu rosto, rastejando cada vez mais
perto da fenda da minha bunda. Provocando, construindo a excitaçã o,
de modo que quando ele finalmente afunda a boca no meio, eu já estou
gemendo irregularmente.
— Shh... Quieto, baby —, ele sussurra com uma vibraçã o de sua
língua sobre o meu buraco.
Deus, parece insano. Nã o acredito que perdi algo tã o sujo e delicioso.
Se eu soubesse como é bom, teria deixado todo mundo comer minha
bunda.
Mas estou feliz que Avi está fazendo isso... Porque ele é muito bom.
Ele diz que nunca fez isso antes, mas deve gostar muito, do jeito que
está usando toda a língua para me lamber como se fosse uma casquinha
de sorvete. Eu sinto seus grunhidos e rosnados vibrando em mim
enquanto ele chupa minha boca, beijando-a repetidamente enquanto eu
bato meu rosto na cama.
— Maldiçã o, isso é tã o bom...— murmuro no edredom, contorcendo
meus quadris contra seu rosto. — F-fodaa sim ... Enfie-o dentro.
— Assim? — Ele enfia a língua no meu buraco, forçando o mais
fundo que pode.
— Ohh … oh sim. Assim... isso, — eu suspiro, incapaz de controlar
meu volume quando algo tã o escorregadio está empurrando dentro de
mim, girando enquanto seus lá bios macios roçam minha carne sensível
e enrugada.
— Kyran... Você tem que ficar quieto. — Ele agarra minha bunda em
suas mã os. — Nossos pais vã o ouvir você.
— Foda-se, — eu choramingo, meu pau latejando com a verdade em
suas palavras.
Está errado … tã o travesso, pecaminoso, sujo, safado, fodidamente
gostoso.
Agarrando o travesseiro, enfio meu rosto nele para abafar meus
gritos.
— Você quer que eles subam e nos encontrem...?— ele canta,
atacando minha bunda com lambidas fortes, deslizando a língua para
dentro e depois puxando para fora. — Você quer que eles ouçam o
quanto você ama seu meio-irmã o comendo seu buraquinho quente e
apertado…
— Avi ... foda-se sim. Me coma pra caralho ... — lamento, mordendo
o travesseiro enquanto ele usa toda a boca para beijar meu cu do jeito
que faz com meu rosto.
Está bem molhado. Eu posso sentir a saliva escorrendo pelas
minhas bolas, e meu pau está tã o duro que está batendo
agressivamente na cama enquanto eu balanço meus quadris para frente
e para trá s, cavalgando sua boca, implorando por mais como um
demô nio.
— Você é tã o doce, baby —, ele respira, desencadeado em seu
devorar. Ele está faminto por isso, fodendo violentamente sua língua em
mim. — Quente e ú mido e delicioso para mim…
Porra... porra porra porra, puta merda... acho que vou mesmo gozar...
Moendo meu pau na cama o mais forte que posso, estou
perseguindo a doce fricçã o, encostando-me em seu rosto. Eu sinto Avi
se masturbando, seu braço batendo contra a minha perna enquanto ele
se bate com força, me chicoteando e me chupando até eu ficar com os
olhos vesgos.
— É isso aí, baby...— ele geme. — Monte minha língua. Me mostre o
quanto você quer isso…
— Eu quero...— Eu soluço roucamente no travesseiro, mordendo-o
para nã o gritar. Meus dedos estã o cavando no colchã o enquanto eu
balanço minha bunda em sua língua, meu pau doendo e pronto para
entrar em erupçã o. — Eu quero gozar, Avi… Deus, me faça gozar…
— Vou fazer você gozar com tanta força, sua putinha sexy, — ele
rosna. —Venha para mim, Kyran. Vem na minha boca…
Meu corpo está enrolado como um elá stico enrolado muitas vezes
em volta do meu punho. Estou prestes a explodir, enfiando minha
bunda em sua boca até que o mundo escureça e eu trema...
— Eu estou indo… P-porraaa sim!
Estremecendo até o â mago, eu desmorono em um orgasmo de partir
a alma, lá grimas escorrendo dos meus olhos enquanto meu pau
dispara, espalhando esperma por toda a cama.
— Shhh... Isso é tã o bom, baby...— ele ronrona. — Venha tão doce
para mim...
Eu monto, ordenhando o sêmen do meu pau com meus quadris
esmagando contra o edredom, chorando bobagens ininteligíveis no
travesseiro.
— Avi... Avi Avi Avi ... eu sou... seu... eu sou seu.
Felizmente, acho que ele nã o consegue entender o que estou
dizendo, porque é muito louco. Mas nã o consigo parar. Tudo ao meu
redor está desmoronando, e é muito intenso...
— Eu amo como você me faz gozar... ba...— Eu mastigo no
travesseiro rá pido para me calar.
As lambidas e beijos desenfreados de Avi diminuem, e ele puxa o
rosto da minha bunda, me empurrando para cima da cama. Eu me
aninho, zumbindo enquanto ele rasteja sobre mim, montando na minha
cintura. Ele ainda está usando as calças, mas elas estã o abaixadas em
torno de suas coxas, o pau enrolado em seu punho enquanto ele o
acaricia rá pido, bombeando para cima e para baixo, segurando a
câ mera para gravar.
— Eu vou gozar em cima de você, lindo. — Seus olhos estã o
semicerrados, o lá bio inferior entre os dentes enquanto ele se mexe
cada vez mais forte.
— Venha em mim ...— Eu imploro em um sussurro, inclinando
minha cabeça para trá s, esperando sua carga quente.
— Você quer isso?
— Eu quero...— Meu peito treme. Eu sou todo sensaçã o agora,
minha pele pegajosa corada, mamilos pontiagudos e doloridos com o
desejo de ser embebido em seu orgasmo. — Me cubra de esperma,
baby…
Meus olhos se abrem. Porra, o que eu acabei de dizer??
Os olhos de Avi se arregalam. Seus lá bios se abrem e um gemido
desesperado os deixa antes que sua cabeça caia para trá s, e ele geme:
— Foda-se... foda-me, Kyran, Jesus...
Nã o tenho tempo para ficar horrorizado com o que acabei de
chamá -lo, porque estou sendo pulverizado por pulsos quentes e
escorregadios, atingindo meu peito, meu pescoço, meu queixo.
A mã o de Avi diminui a velocidade e ele ordenha até a ú ltima gota,
mastigando o lá bio para se manter quieto. Neste ponto, nã o tenho ideia
de quã o barulhentos estamos sendo. Pelo que sei, poderíamos estar
gritando... Meu sangue está correndo muito alto em meus ouvidos para
eu perceber.
Engolindo em seco, eu olho para os respingos molhados e sedosos
em cima de mim, lambendo meu lá bio e provando um pouco dele
também. Nossos olhos se encontram, e Avi se move para cima para
enfiar seu pau na minha boca. Eu pego com um grunhido, chupando-o
avidamente, tirando o sabor salgado da minha boca e engolindo de
volta.
Seus dedos penetram em meu cabelo, me acariciando, segurando
minha cabeça enquanto eu me perco em chupá -lo, balançando em seu
pau até que comece a amolecer na minha língua.
Ele puxa lentamente com uma respiraçã o trêmula, arrastando a
cabeça inchada sobre meus lá bios e pelo meu queixo. Entã o ele cai em
cima de mim, jogando o telefone longe enquanto beija minha boca.
Chupando meus lá bios, ele provoca minha língua com a dele, provando
a si mesmo.
Meu cérebro é uma massa embaralhada de está tica, a névoa sexual
em que estamos entrando enchendo a sala enquanto meus dedos se
enredam em seu cabelo e eu seguro seus lá bios nos meus. Mantendo-
nos perdidos o má ximo que puder até que isso passe.
Avi abre a boca, mas apenas para beijar meu peito e sugar seu
esperma dos meus mamilos. A sensaçã o desperta meu pau, mas estou
momentaneamente paralisado.
Cada vez que estamos juntos, fica mais profundo. Mais intenso, mais
impressionante, mais... lindo.
Mais assustador.
— Você me chamou de baby ...— ele sussurra, e eu gemo, cobrindo
meu rosto com as mã os para me esconder da merda sem fim que ele
está prestes a me dar sobre aquele deslize. Ele ri, envolvendo os braços
em volta da minha cintura, deixando beijos naquele ponto sensível ao
lado da minha orelha. — E você disse que é meu.
— Avi... Por favor, cale a boca —, eu lamento. — Foi um acidente. Eu
fui pego no momento.
— Ok, claro...— Há um sorriso exultante em sua voz, e eu me recuso
a admitir que isso faz coisas para o meu estô mago... Coisas trêmulas. —
O que quer que você diga, rabugento. Mas eu quero que você saiba que
eu nã o sou uma garota ,— ele brinca, e eu nã o consigo parar a risada
que sai de mim. —Eu sou um homem. E os homens nã o permitem que
outros homens os chamem de baby.
— Você é tã o irritante, — resmungo enquanto ele se senta, jogando
seu cabelo bagunçado para o lado.
— Nã o posso deixar de notar que você nã o surta quando seu amigo
Guty te chama de baby ou sexy. — Ele estreita seu olhar para mim, e eu
espelho o olhar.
— Isso é porque ele nã o está fazendo isso de uma maneira
româ ntica, meio carinhosa —, eu bufo. — É assim que ele é. Ele chama
todo mundo de coisas assim.
Ele franze os lá bios.
— Tem certeza…?
Minha cabeça se inclina e noto algo em suas feiçõ es que nã o é
exatamente brincadeira. Ele parece um pouco sério... talvez até...
ciumento.
Ele está com ciúmes de Guty? Por que ele estaria? Eu nunca fiquei com
Guty. Ele é apenas meu amigo e é hétero.
Meu estô mago revira enquanto engulo. E eu também…
Eu me aproximo de Avi.
— Você sabe que eu nunca... fiquei com nenhum outro cara... Certo?
Ele morde o lá bio por um segundo.
— Eu faço agora.
— Você já ? — Minhas entranhas se contraem como se estivessem se
preparando para um duro golpe.
Mas ele balança a cabeça e sussurra:
— Nã o.
Soltando uma expiraçã o secreta, eu aceno. E nó s dois apenas
olhamos um para o outro por algumas respiraçõ es pesadas de silêncio
tenso.
— Isso faz você feliz? — ele pergunta baixinho.
Sim.
— Nã o. Quer dizer, eu nã o me importo ...— resmungo. — Eu nã o vou
ficar com outros caras… porque isso é apenas sobre… o dinheiro. — Eu
engulo as palavras. Seus olhos estã o arregalados quando eu murmuro,
— Certo?
Avi fica em silêncio por mais alguns segundos ensurdecedores,
durante os quais posso sentir o ar na sala, como uma chuva torrencial
caindo sobre nó s. Nã o sei o que isso significa. Tudo o que sei é que nã o
parece mais uma discussã o de negó cios...
É mesmo para os fãs??
Ele se livra de algo, finalmente murmurando:
— Sim. Claro.
Meus lá bios se abrem, mas ele pula da cama antes que eu possa
dizer qualquer coisa, correndo em direçã o ao banheiro e gritando:
— Eu só vou me limpar bem rá pido, entã o você pode tomar um
banho. Ou o que você quiser fazer…
— Ok ...— murmuro.
E assim que a porta do banheiro se fecha, eu caio de costas, olhando
para o teto mais uma vez.
Este quarto é exatamente o mesmo…
Mas eu nã o sou. Nem mesmo perto.
CAPÍTULO VINTE

KYRAN

SensitiveSwitch: Melhor ser um pecador declarado do que um falso santo.


Top_ofthe_mornin_toya: Not_Your_Baby se você precisar de um novo
capacho, @ me. Eu juro que estou muito confortável para pisar
Twinkerbell: Se alguém perguntar por que sou bicha, vou mandar esse
vídeo

Depois que termino de tomar banho, sem molhar o cabelo, porque nã o


quero que pareça que tomei banho, para me poupar de ter que
potencialmente responder a perguntas sobre por que tomei banho, Avi
está longe de ser encontrado .
Presumo que ele esteja saindo com a mã e e, quando lentamente
desço as escadas, guardando o constrangimento da melhor maneira
possível, descubro que estou certo. Hannah e Avi estã o na cozinha,
separando as embalagens de comida chinesa, pegando pratos e
talheres. Nã o tenho certeza de onde meu pai está , mas provavelmente é
seguro presumir que ele está em algum lugar bebendo uísque e fazendo
o possível para nã o encarnar completamente Ebenezer Scrooge.11
Dobrando a esquina para a cozinha, eu permaneço na porta até
Hannah espiar para mim e sorrir. Meus olhos se voltam para Avi por
apenas um momento, e ele olha para mim, seus lá bios curvando-se em
um sorriso suave antes de guardá -lo, ocupando-se em preparar a
comida.
— Posso apenas dizer o quanto estou feliz em ver vocês dois se
dando bem? — A voz de Hannah soa, arrancando-me da minha auto-
aversã o por tempo suficiente para me concentrar no que ela está
dizendo. — Eu sempre esperei que vocês finalmente começassem a agir
como irmã os em algum momento.
Avi deixa cair um garfo, fazendo um barulho alto no chã o.
— Desculpe…— ele murmura em um tom nervoso que Hannah nã o
parece notar.
Corro e me curvo para pegar o garfo, mas ele já está lá embaixo,
pegando. Nossos olhos se encontram, e percebo ainda mais incerteza
brilhando no azul acinzentado, me preocupando um pouco.
sou o idiota desajeitado quando se trata de nosso caso secreto, nã o
ele.
— Fique tranquilo, mano ...— eu sussurro para ele antes de nó s dois
nos levantarmos, e ele acena com a cabeça rapidamente.
— Sim, — murmuro, respondendo a Hannah em uma tentativa de
normalizar esta situaçã o enervante. — Ter o Avi na equipe tem sido
divertido.
Ele levanta uma sobrancelha escura para mim, e meu ombro dá de
ombros em um sutil encolher de ombros.
— Estou tã o orgulhoso de você por trabalhar tanto nesse trabalho,
Aviel. — Hannah esfrega suas costas. Entã o ela olha para mim. — Como
você está se saindo financeiramente, Ky? Está tudo bem? Porque eu
tenho trabalhado muito mais ultimamente, entã o se você precisar de
algum dinheiro...—
— Nã o é absolutamente necessá rio. — Balanço a cabeça,
estendendo-lhe um sorriso apreciativo por se oferecer para
compartilhar o pouco que ela tem comigo. — Estou bem. Mas obrigado.
Ela sorri.
— Nã o acredito que você encontrou uma maneira de equilibrar o
trabalho com a escola e seus jogos. Você é como o Superman! — Ela ri, e
eu sorrio sem jeito, beliscando minha nuca.
Por favor, não pergunte como tenho ganhado dinheiro... Literalmente
não consigo pensar em nenhum emprego falso que faça sentido agora.
— Ele nã o é o Superman, ele é o Sr. Freeze. — Avi sorri, e eu olho
para ele.
— Sim, bem... acontece que o treinador conseguiu me ajudar a
conseguir minhas bolsas para cobrir tudo,— eu minto, mexendo nas
coisas no balcã o. —Entã o, eu realmente só preciso de dinheiro para,
tipo, comida e outras coisas.
Hannah assente.
— E você está bem... com tudo isso?
Minha mente está em branco. Nã o tenho ideia do que dizer,
vasculhando qualquer lugar que eu possa dizer que consegui o
dinheiro.
Mas entã o Avi interrompe:
— Na verdade, ajudei Kyran a vender alguns itens colecionáveis
online—. Eu fico boquiaberto com ele, e ele me dá um olhar que eu
posso ouvir, me dizendo para ir em frente . — Ele tinha um monte de
memorabilia esportiva antiga que valia muito.
— Oh...— Hannah cantarola, me mostrando um sorriso triste. —
Bem, sinto muito que você teve que fazer isso ...
Eu aceno para ela.
— Está bem. Eu... nã o precisava disso.
Isso é tão estranho. Podemos mudar de assunto, por favor??
— Tudo bem, bem, estou morrendo de fome! — Avi bate palmas. —
Vamos parar de falar de dinheiro e já comemos.
— Boa ideia, querido. — Hannah esfrega o braço dele.
Ele pega os pratos, olhos fixos nos meus por apenas um segundo
antes de levar tudo para a sala de jantar. Dou um passo para o lado
quando ele passa, como se eu tivesse medo de que, se ele chegasse
muito perto, de alguma forma ficaria ó bvio que estávamos transando.
Hannah olha para mim, inclinando a cabeça.
Forçando um sorriso, eu resmungo, —Vou pegar o resto da comida...
— correndo para pegar os recipientes.
Estamos colocando tudo na mesa quando Hannah grita:
— Tom! Jantar!
Tomando meu assento habitual, estou realmente temendo isso. Eu
detesto jantares forçados com meu pai, mas acrescente a tensã o entre
mim e Avi, e a coisa toda é como uma bomba detonada apenas
esperando para explodir.
Meu pai entra na sala com o copo na mã o – eu disse - e eu me
distraio colocando frango com laranja no meu prato. Quando eu olho
para cima, Avi está olhando para mim. Eu inclino minha cabeça, e ele
puxa a gola de sua camisa, os olhos caindo para o meu pescoço.
Olhando para o meu colarinho, vejo que a gola em V do meu suéter
está revelando o início de um hematoma roxo no meu esterno. Também
conhecido como um dos muitos chupõ es que ele plantou em mim.
Eu rapidamente ajusto meu colarinho para cobri-lo, mandíbula
estalando enquanto eu olho para ele do outro lado da mesa. Ele morde
o lá bio para conter um pequeno sorriso, os olhos fixos em seu prato
como se estivesse se lembrando de algo, e eu realmente gostaria de
poder ouvir o que está acontecendo em seus pensamentos.
Depois que meu pai comeu, todos nó s começamos, a conversa
permanece casual, o que é um alívio. Avi pergunta a Hannah como estã o
as coisas no trabalho, e ela nos conta por um tempo, depois do qual
falamos de futebol. Ao contrá rio de Hannah, meu pai nã o parece muito
preocupado com a forma como Avi e eu lidamos com a falta de dinheiro.
A ú nica coisa que ele quer discutir sã o minhas estatísticas e como estou
me sentindo sobre nosso pró ximo jogo contra o estado de Ohio.
Mas tudo bem. Estou acostumado a falar de futebol com ele. Na
verdade, estou acostumado a ser o único tó pico de conversa entre nó s
que nã o me dá vontade de mastigar cacos de vidro, entã o estou bem em
recapitular cada segundo desta temporada, se isso significar nã o ter
que diversificar para nada menos superficial.
Infelizmente, isso nã o dura muito. Porque, quando o jantar está
terminando, ele resmunga:
— Você está planejando visitar sua mã e amanhã ?
Meus mú sculos enrijecem, irritaçã o instantâ nea se formando dentro
de mim com o pensamento.
— Bem, considerando que ela nem me liga há , tipo, um ano, eu
estava pensando que nã o.
— Ela é sua mã e, Kyran,— ele afirma com firmeza, como se eu nã o
soubesse disso. — Você deveria pelo menos passar por aqui.
— Nã o é como se ela tivesse feito de mim uma prioridade nos
ú ltimos anos...— Eu empurro macarrã o no meu prato. — Ela tem uma
nova família para se preocupar… Um novo filho para substituir aquele
que ela quer esquecer.
— Kyran, — meu pai late. — Suficiente. Você sabe que isso nã o é
verdade. Você está apenas sendo dramá tico.
Dramático?!
Uma memó ria tenta abrir caminho, mas pisco com força para forçá -
la a ir embora.
— Por que você se importa, afinal? — Eu bufo para ele. — Ela
deixou você também.
Ele me encara com um olhar severo, que costumava me fazer
endireitar na cadeira, desesperado para mostrar a ele o Kyran que ele
quer ver. Mas, pela primeira vez, parece que parei de me importar com
o que ele pensa de mim.
— Isso nã o estar em questã o, — meu pai murmura. — Ela é da
família e as férias sã o um momento para estar com a família.
— Oh sério? — Eu me viro na cadeira para encará -lo. —Entã o você
convidou Bridget para as férias? Já que estar com a família é tã o
importante…
— O que deu em você? — ele sussurra, olhando para mim com olhos
vidrados.
— Responda a pergunta, pai. — Eu mantenho minha posiçã o.
Meu pai espia Hannah e Avi, que estã o apenas olhando
nervosamente para nó s.
— Sua irmã nã o quer nada com esta família. Ela já deixou isso claro.
— Na verdade, se bem me lembro, ela nã o quer nada com você,— eu
fervo com os dentes cerrados.
Ele deixa cair o garfo agressivamente no prato.
— Kyran, você está sendo muito infantil.
— Tanto faz... — Reviro os olhos.
— Vou à missa da meia-noite no St. Joseph esta noite e acho que
você deveria vir comigo.
Isso me pega.
Meus dedos se contorcem enquanto se enrolam na borda da mesa,
meu corpo enrijecendo de raiva.
— Você está falando sério??— Eu atiro fú ria para ele através dos
meus olhos.
— Cuidado com a linguagem nesta mesa —, ele retruca. — Faria
bem a você... Recupere um pouco da fé que você claramente perdeu.
Estou fervendo em um episó dio cheio de raiva enquanto rosno:
— É isso aí. — Empurrando minha cadeira para trá s, eu me levanto
rapidamente. — Foda-se você e sua fé,— eu cuspo em sua direçã o, me
virando porque eu preciso dar o fora desta sala antes que eu pule sobre
a mesa e o sufoque até a morte.
— Kyran, espere, — Hannah implora, prendendo meu pai com um
olhar mordaz.
— Desculpe... nã o estou me sentindo muito animado agora. — Eu
me afasto da mesa. — Feliz Natal, porra.
Corro em direçã o à s escadas, mas a ideia de subir para o meu quarto
agora torna ainda mais difícil respirar. Preciso de um pouco de ar fresco...
Preciso sair desta casa.
Entã o, em vez disso, vou até a porta da frente, abro-a e mergulho no
ar frio da noite. Descendo a passarela, estou fumegando tanto que mal
percebo que estou sem casaco até que um floco de neve cai sobre mim.
Mais começam a cair, salpicando os braços do meu Henley cinza escuro.
Ótimo. Neve. Outra coisa que todo mundo acha que é bonita e
especial, mas na verdade é uma grande bagunça.
Em uma missã o para clarear minha cabeça, eu ando pela estrada,
meus pensamentos uma bagunça confusa de besteira. A raiva aperta
meus punhos ao meu lado, ecos de gritos e lutas, pessoas fazendo as
malas e indo embora girando em minha mente como um liquidificador,
criando uma mistura espessa de desesperança sufocante.
Ando por muitos minutos, dando uma volta gigante pela vizinhança
até que meus dentes comecem a bater e eu nã o consiga mais sentir
minhas mã os. A devastaçã o de tudo isso está pesando sobre meus
ombros. Eu mal posso carregá -lo mais...
Esta verdade terrível que eu defendo é muito cansativa.
Se eu me sinto diferente ou nã o, nã o importa. Posso fugir de cada
pessoa, de cada lugar que me lembre do meu passado, mas ainda está
sempre lá .
Distraçã o, negaçã o, evitaçã o... nã o funcionam.
Porque eu ainda estou quebrado por dentro, e ninguém se importa.
Fungando, meus passos desajeitados param enquanto eu olho para
a minha rua. Minhas mã os estã o tremendo quando tiro meu telefone do
bolso, tirando uma foto de um poste de luz solitá rio, iluminando a neve
que cai como purpurina caindo dos céus.
Meus dedos estã o dormentes, digitando um post para o meu
Instagram enquanto a emoçã o rasteja pela minha garganta que eu
tenho que engolir e engolir e engolir para me conter…
Noite silenciosa.
Mordendo o lá bio para parar de tremer, estou prestes a postar a foto
quando ouço passos. Entã o uma voz profunda e familiar que fez meus
olhos se fecharem... Em alívio, talvez.
Conforto doce e confuso. Ele está aqui.
— Ky...— Avi caminha até mim, e quando meus olhos se abrem, eu o
encontro carregando meu casaco, abrindo-o para colocá -lo sobre meus
ombros. — Jesus, está congelando aqui fora. Como você está andando
sem casaco?
— Eu... eu sinto muito,— eu resmungo, estupidamente, piscando
com força para manter a pressã o intacta atrá s dos meus olhos.
— Nã o... Nã o diga isso,— ele fala com firmeza, segurando meu
casaco sobre meus ombros. Seus braços e a forma como seu corpo
pressiona o meu me aquecem, mais do que apenas na superfície. Parece
que ele está me aquecendo por dentro também. — Nã o se desculpe por
estar aqui. Estou feliz por ter encontrado você…
Olhando para ele, noto os flocos de neve cobrindo seus ombros e
seu chapéu... seus cílios.
— H-há quanto tempo você está aqui fora? — Minhas palavras sã o
arrepiadas.
— Praticamente desde que você saiu —, ele suspira. — Eu só queria
ter certeza de que você estava bem. — Eu pisco para ele, para o rosa em
suas bochechas. — Você está ? Ok?
Adoraria mentir, mas acho que nã o consigo. Tudo o que posso fazer
é balançar a cabeça. Nã o consigo falar, porque nã o sei o que dizer... Só
nã o entendo porque tudo parece tã o melhor agora que ele está aqui.
Um floco de neve cai em seu lá bio superior e ele o lambe. Por
alguma razã o, isso me faz rir... Apenas um ruído minú sculo e divertido
soprando no ar gelado.
Avi sorri, o primeiro sorriso verdadeiro de Avi que vejo desde antes,
no meu quarto, e é como se uma dose de bebida escorresse pelo meu
estô mago.
— Você quer voltar para dentro? — Seus dedos correm para cima e
para baixo em meus braços como se ele ainda estivesse tentando me
aquecer. Ele não sabe que já fez isso...? — Ou podemos continuar
andando por aí... se você quiser.
Seus olhos parecem muito mais azuis agora do que o normal, com
apenas a luz fraca da rua enfeitando um brilho suave em suas feiçõ es.
O fato de ele ter se oferecido para caminhar comigo até aqui, no frio
congelante da véspera de Natal, me dá força suficiente para voltar para
casa. Desde que ele esteja comigo...
— Devemos sair do frio —, murmuro. — Parece que você está
congelando.
Sua boca se contrai.
— Eu? Seus lá bios estã o ficando azuis.
Eu rio de novo, inclinando-me para o lado dele enquanto ele nos
leva até a rua em direçã o à casa. E eu nã o posso evitar... Estou
respirando fundo, trazendo ar frio para os meus pulmõ es com o cheiro
dele. Algo nele me pacifica ... cutucando uma familiaridade em minha
mente eu nã o consigo alcançar. Mas eu gosto, de qualquer maneira. Isso
me envolve do jeito que seus braços fazem, como um cobertor grande e
felpudo.
Quando voltamos para casa, tudo está quieto mais uma vez. Avi me
dá um olhar como se estivesse se perguntando se deve ficar comigo ou
me dar espaço, e tanto quanto meu corpo está me pedindo para me
agarrar a ele, eu me afasto suavemente.
— Obrigado...— murmuro. — Eu só vou para a cama. Eu estou muito
cansado.
Eu caminho em direçã o à s escadas enquanto ele sussurra atrá s de
mim,
— Ok... Boa noite.
Subindo os degraus, eu esfrego um pouco de sentimento em minhas
mã os, acariciando uma linha na palma da minha mã o...
Nossa rua, onde ele me encontrou.
— Boa noite.

***

Jogando e virando. Suando pelos lençó is.


Meu pau está tã o duro que está doendo, roçando no tecido macio e
soltando um gemido. Uma forma sombreada aparece na porta, e eu
sinto que é Avi. Acho que sim, pelo jeito que meu peito aperta e meu
estô mago revira com a presença dele.
Ele nã o diz nada. Simplesmente desliza até a cama e sobe comigo. E
nossos corpos se entrelaçam, produzindo um calor sufocante que
queima como um milhã o de chamas abrasadoras.
Você vai queimar no inferno por toda a eternidade...
— Eu só quero ficar com você…— Avi sussurra em meu pescoço,
esfregando seu corpo entre minhas pernas. — Eu quero te fazer meu.
Minha garganta afunda quando eu engulo. É á spero e espesso como
se eu estivesse gritando e chorando, mas nã o me lembro de ter feito
isso. Minhas costas estã o rígidas e meus mú sculos estã o doloridos...
Tenho queimaduras de tapete nos joelhos.
Avi está me tocando, mas suas mã os parecem diferentes. Eles estã o
frios, e eu me encolho quando ele passa os dedos entre a fenda da
minha bunda.
— Implore por perdão…
Meus olhos se abrem, mas tudo que vejo é escuro. Negritude… um
vazio vazio de nada.
— Avi...? — Eu grito enquanto as mã os me tocam, mais duras e
gananciosas... Agressivamente me agarrando até que eu me contorça
para fugir. — Avi, volte!
Estou tentando falar, mas nã o sai nada. Eu ouço as palavras em
minha mente, mas minhas cordas vocais nã o estã o funcionando. Há
uma obstruçã o na minha boca...
Um polegar com algo enrolado nele. Tem gosto ruim…
Eu odeio isso.
Eu odeio isso tanto.
— Pare... — eu choro, lá grimas caindo dos meus olhos enquanto eu
arranho e cavo para escapar, mas eu nã o consigo me mexer. Estou
preso, como se meu corpo estivesse congelado. Ajoelhado e
subserviente.
— Você sabe quem você é.
Não. Não, não, não, por favor. Por favor pare.
— Este é você, Kyran. Ele te fez assim…
A mã o envolta em algo irregular cobre minha boca e eu caio no
abismo.
— Nã o! — Eu suspiro, ficando ereta na cama.
Lutando para respirar, pisco para afastar a névoa do meu pesadelo,
olhando freneticamente ao redor da sala. Quando o véu se levanta e a
realidade finalmente volta ao foco, expiro com dificuldade. Estou no
meu quarto e sozinho.
— Porra. — Esfrego os olhos com força, afastando o cabelo suado da
testa.
Eu não perdi aqueles malditos sonhos...
Claro, ainda os tenho de vez em quando, mas nem de longe com
tanta frequência quanto quando morava aqui. Sob o mesmo teto que
meu pai e todas as mentiras à s quais ele se apega. É inevitável quando
estou aqui. Como um monstro que vive debaixo da minha cama.
Eu olho para o reló gio na minha mesa de cabeceira. É pouco depois
de uma da manhã . Ele provavelmente ainda está em sua missa estúpida...
Zombando, eu balanço minha cabeça, deslizando para fora da cama
para ir silenciosamente até o banheiro. Fico lá por alguns minutos,
jogando á gua no rosto e gargarejando para tirar o gosto amargo do
medo da boca. Mas quando termino, me vejo olhando para a porta à
direita... aquela que leva ao quarto de Avi.
E meus pés me levam até lá , sem pensar duas vezes.
Girando a maçaneta, empurro a porta apenas um pouco, olhando
para o quarto escuro. Eu o encontro imediatamente, deitado em sua
cama com os braços cruzados sob a cabeça, olhando para o teto.
Seus olhos se movem para os meus, e ele se senta lentamente.
— Ei…
— Desculpe —, murmuro, entrando na sala. — Eu realmente nã o
conseguia dormir.
— Sim...— Ele pisca para mim. — Eu ouvi você gritando alguma
coisa lá dentro...
— Eu te acordei? — Eu pergunto com remorso.
— Nã o. Eu nã o estava realmente dormindo de qualquer maneira.
Concordo com a cabeça, deslocando meu peso no meio da sala até que
ele sorri. — Kyran... venha aqui. — Ele dá um tapinha na cama. — Me
faça companhia.
Eu forço uma carranca para encobrir um sorriso que parece ansioso
demais enquanto me aproximo.
— Bem. Se você insiste...
Avi balança a cabeça, bufando, — Idiota teimoso —, enquanto eu
caio na cama ao lado dele com um suspiro.
Ele corre para abrir espaço, mas nã o muito. Eu deito de costas
enquanto ele está de lado, de frente para mim. E eu sei que ele está
olhando para mim, entã o eu espio em sua direçã o.
— Você está bem? — Ele pergunta, as sobrancelhas escuras unidas
em ó bvia preocupaçã o comigo.
É quase sufocante a facilidade com que ele percebe que nã o estou. E
a ideia de que ele possa saber... Que ele possa descobrir por que sou
assim me faz engolir cada pedacinho de emoçã o que posso engolir,
mantendo a fachada intacta.
— Sim, eu só ...— respondo, o mais uniformemente possível. — Foi
um pesadelo. Isso é tudo.
Avi nã o parece aplacado com minhas palavras de merda. Ele se
aninha mais perto de mim.
— Entã o, o que há com você e seu pai?
Eu endureço.
— O que você quer dizer?
— É como se, desde que eu conheço vocês, vocês tenham tido esse
relacionamento obviamente fodido… Eu sempre me perguntei do que
se trata.
— Nã o é sobre nada —, murmuro a mentira, segurando-a com os
dedos apertados. — Ele é apenas um idiota. Ele realmente nã o se
importa comigo…
Ele deixou isso claro quando eu tinha doze anos e escolheu uma
imagem em vez de seu próprio filho.
— Mas por que? — Avi pergunta. — Você é, tipo, o filho perfeito. —
Eu zombo, mas ele continua. — Nã o, é sério. Você é muito esperto,
ó timo na escola… Um maldito astro do futebol universitá rio a caminho
da NFL. Do que ele poderia reclamar?
A sala fica em silêncio por vá rios segundos grossos antes de eu
dizer:
— Eu separei nossa família ...
— Como? — Seu olhar perplexo está quente no meu rosto. — Isso
nem faz sentido…
— Avi, eu realmente nã o quero falar sobre isso —, suspiro cansado.
—Apenas fique feliz por ter um pai que o ama incondicionalmente…
Nã o importa o que você faça.
Ele fica quieto por um momento, e meu estô mago está agitado de
ansiedade. Mas entã o seus dedos deslizam para o meu cabelo e ele
escova as mechas suavemente. Fechando os olhos, soltei um suspiro,
amando a sensaçã o e me recuperando dela ao mesmo tempo.
— E sua irmã ? — Ele fala baixinho. — Onde ela se encaixa nisso
tudo?
Eu engulo.
— Bridget foi embora porque nã o conseguia lidar com isso…
— Com o que?
— Eles. Minha mã e e meu pai, e seu... flagrante desrespeito por nó s.
— Mudando para o meu lado, eu o encaro, travando nossos olhos. —
Tudo o que tínhamos estava na superfície. Rico, muitos amigos. Aquela
família sorridente na igreja todos os domingos, agradecendo a Deus por
todas as nossas bênçã os... Mas era besteira. Foi um ato. Fingir merda só
dura um certo tempo...— Eu pisco, entã o murmuro, — eu acho.
Os olhos de Avi brilham com curiosidade. Eu posso dizer que ele
quer mais informaçõ es, mas felizmente ele nã o se intrometeu. Ele
apenas pergunta:
— Você está bravo por ela ter ido embora? Porque você queria ir
também...?
Eu mordo o interior da minha bochecha.
— Só sinto falta da minha irmã . Eu nã o a culpo por ir embora. Eu
gostaria que ela nã o tivesse, mas eu entendo.
Seus dedos trilham pelo meu ombro, no meu braço.
— Por que você nã o foi mais longe? Para a escola, quero dizer. Se
você realmente queria fugir daqui…
Eu expiro lentamente.
— Provavelmente parece idiota, mas eu amo Boston. Este lugar é a
minha casa... nã o queria deixar as má s lembranças arruiná -lo para mim.
— Faço uma pausa, considerando isso. — Parte de mim se arrepende…
ou, costumava se arrepender.
Meus olhos caem para onde seu peito está se movendo, respiraçõ es
parecendo aumentar com a minha confissã o sutil.
— Você está dizendo que nã o me odeia tanto quanto antes? — Seus
lá bios se curvam e eu franzo os meus para nã o sorrir.
— Está oscilando lentamente. — Um minú sculo se esgueira e ele ri.
— Lembra do meu aniversá rio de dezoito anos? — Ele sorri, os
dedos deslizando até a minha mã o. — Quã o chateado você ficou quando
descobriu que eu estava indo para BC?
Eu rio baixinho.
— Lembro-me de chutar o seu traseiro…
Ele engasga em indignaçã o.
— Você gostaria! Eu ensinei uma liçã o a você.
— Na porra dos seus sonhos. — Eu o empurro suavemente.
Mas minha mã o permanece em seu peito.
E entã o cai, lentamente, até a cintura. A diversã o desaparece e nó s
olhamos um para o outro, respirando fundo enquanto o calor entre
nossos corpos nos engole, fechando os meros centímetros de espaço
que nos separam.
— Você vai me contar coisas sobre você agora? — Eu sussurro. —
Coisas que eu nã o sei…
Ele dá de ombros.
— Nã o há muito o que contar, na verdade. Sempre foi só eu e minha
mã e. Meu pai morreu quando eu tinha seis anos, e isso foi horrível...—
Sua garganta balança. — Mas foi há muito tempo.
— Você nã o tem nenhuma outra família?
Ele balança a cabeça.
— Na verdade. Nenhum com quem nos comunicamos. Tenho uma
tia no Brooklyn, irmã do meu pai. O restante da família mora na
Espanha. E a família da minha mã e a deserdou porque ela nã o se
encaixava com eles. Ela nã o concordava com muitos dos ideais deles…
— Você quer dizer como religiã o?
Ele concorda.
— Ela nunca teve muito interesse nisso, o que eu entendo
totalmente. É meio ridículo… Todas essas regras e regulamentos apenas
pela fé. — Ele zomba, entã o olha para mim. — Mas eu nã o preciso te
dizer isso. Você foi criado como cató lico, é praticamente a mesma
besteira idiota.
Eu não sei... Eu aceno.
— Fodidamente estú pido.
— Totalmente —, ele concorda. — Tema o Todo-Poderoso ou Ele o
derrubará.— Ele bufa, balançando a cabeça. — E o mais louco é que
todas essas religiõ es passaram séculos brigando por quem Ele ama
mais, quando o tempo todo Ele tem sido historicamente indiferente a
todos eles igualmente.
Meus olhos se estreitam, porque ele faz um ó timo ponto. O garoto é
mais esperto do que aparenta, com certeza.
— Acho isso tã o infinitamente idiota… Matar uns aos outros quando
todos adoramos o mesmo idiota que nã o se importa —, ele suspira. —
Mas mesmo assim. Isso é o suficiente do meu discurso anti-teísta.
Eu rio, chegando mais perto. Porque eu gosto do que ele está
dizendo.
— Um dos irmã os da minha mã e também foi embora —, ele
continua. — E eles conseguiram um lugar juntos no Líbano por um
tempo antes de mamã e decidir vir para cá . Ele ainda mora lá fora.
Fomos visitá -lo uma vez quando eu tinha doze anos. — Ele ri como se
estivesse se lembrando de algo. — Ele é um cara legal. Mas sim, a
comunidade do Brooklyn ficou ainda mais chateada com minha mã e
quando ela se casou com um espanhol.
Ele ri de novo, e isso me faz sorrir.
— Sua mã e é meio durona, hein?
— Ela é.— Ele sorri. — Nã o dá a mínima para o que as pessoas
pensam.
— Lembra-me de alguém...— Eu sorrio, e ele morde o lá bio. — Eu
nunca vou entender como ela acabou com meu pai... Ele é, tipo, o
oposto. Tudo o que ele faz é se importar com o que as pessoas pensam.
É exaustivo, quase psicó tico.
Avi dá de ombros.
— Eu nã o sei...— Seus dedos roçam os meus. — Talvez à s vezes os
opostos possam se atrair. Talvez alguém tenha algo que você nã o tem…
E eles te fazem melhor.
Eu nã o posso nem evitar como estou me inclinando para ele,
diminuindo a distâ ncia. Descansando nele e em suas palavras
profundas que significam muito para mim agora.
Aquele velho ressentimento? A raiva e a irritaçã o... o ó dio que nem
tenho certeza se era real para começar... Acho que se foi
completamente. E só me resta a vontade de me aproximar ... de saber
mais e de ouvir mais.
Como talvez eu devesse ter feito desde o início.
— Avi...— Meus dedos se entrelaçam com os dele, quase
timidamente. E entã o minha perna voa sobre a dele. — Eu preciso te
perguntar uma coisa…
— Pergunte-me —, ele sussurra.
— Foi realmente um acidente...? — Minha boca se aproxima de seus
lá bios. — Quando você tocou minha mã o mais cedo?
Levantando minha mã o entrelaçada na dele, ele a arrasta até o peito.
— Nunca foi um acidente com você, Kyran. — Meus olhos se fecham,
a testa caindo para a dele. — Foi um acidente para você? Quando você
me chamou de baby ...?
Minha cabeça treme.
— Nunca foi um acidente.
Um zumbido ressoa em seu peito, e pressiono meus lá bios nos dele
para captá -lo.
Nã o faço mais ideia do que estou fazendo... nã o entendo isso. Eu e
ele… O que é real e o que é fingimento.
Tudo o que sei é que o estou beijando porque quero , porque é bom.
E eu nã o dou a mínima para dinheiro ou gravaçã o... Eu nã o me importo
que ele seja meu meio-irmã o, ou que sejamos diferentes. Isso nã o é
sobre os fã s.
Porque temos uma coisa muito importante em comum que eu nunca
havia notado até agora... Nó s dois estamos tentando desesperadamente
descobrir quem somos.
Correndo em círculos sozinhos, de alguma forma acabamos
perseguindo um ao outro.
Empurrando-me para cima dele, estou me desfazendo em um
instante, desmoronando em sua boca, criando uma doce fricçã o entre
nossos corpos contorcidos. E desta vez, minhas mã os estã o arrancando
suas roupas e as minhas. Estou comandando isso, depois de tantas
vezes em que deixei parecer que ele estava fazendo acontecer. No
momento, sou tudo eu.
Vou transar com ele porque quero, nã o porque preciso ou porque
estou dizendo a mim mesmo que sim. eu quero nos sentir se unindo,
porque é a ú nica vez que tenho certeza de alguma coisa.
Avi puxa o edredom sobre nó s e nos movemos em sincronia, nos
beijando loucamente enquanto ele usa algo como loçã o para molhar o
pau.
— Temos que ficar muito quietos, — murmuro em seus lá bios, meu
pau vazando em seu abdô men enquanto me sento montado nele.
Moendo minha bunda de volta contra sua ereçã o, escorregando e
deslizando entre eles. —Acho que meu pai vai voltar para casa em
breve…
— Entã o... nã o é hora de usar o anel peniano, nã o é? — Ele sorri e eu
dou uma risada lasciva, balançando a cabeça. Ele segura meu queixo
com a mã o, mantendo meu rosto alinhado com o dele enquanto aponta
a coroa para o meu buraco. — Vamos usá -lo quando voltarmos para o
dormitó rio.
Concordo com a cabeça, mordendo seu lá bio para ficar quieto
enquanto ele desliza para dentro de mim. Levo um momento, mas
quando levanto, vejo estrelas atrá s dos meus olhos, suportando meu
peso sobre os joelhos e construindo um ritmo fá cil.
A cama dele range um pouco, entã o vamos devagar. Mas tudo bem,
porque é incrível assim... Mã os por toda parte, lá bios sugando, dentes
mordiscando, línguas professando o que nossas bocas precisam manter
quietas. Somos todos respiraçõ es, suspiros suaves e grunhidos
abafados, escondidos em segredo, dando um ao outro o prazer que nos
sustenta o tempo todo.
E no momento em que meu orgasmo está pronto para me levar ao
limite, eu nã o posso acreditar que eu já tentei me enganar pensando
que isso era apenas sobre o dinheiro.
Nã o há uma câ mera à vista, e é o melhor sexo da minha vida.
O pau de Avi incha na minha bunda, e o meu pulsa entre nossos
corpos unidos, ambos explodindo em êxtase espelhado, fazendo uma
bagunça sexy um no outro.
Mas parece divino. Celestial…
Um milagre, se é que alguma vez houve um.
Minha maldiçã o, ele se transformou em doce salvaçã o.

***

A manhã de Natal chega com Avi e eu acordando assustados com vozes


e barulho do lado de fora da porta de seu quarto.
Depois do sexo alucinante que foi só para nó s, passamos horas
conversando até cairmos no sono. Em sua cama. Juntos.
Com nossos pais no final do corredor.
Sim, talvez não seja a melhor ideia. Mesmo assim, foi a melhor noite
da minha vida e tenho medo de pensar no que isso significa.
Salto da cama nua, com as roupas na mã o, corro para o banheiro
com Avi no meu encalço.
— Foda-se ...— eu resmungo. — Você acha que eles nos ouviram
ontem à noite? Nã o, nã o tem como. Eles teriam dito algo. Ou nã o...
porque isso é muito estranho. — Eu divago enquanto minha mente
corre uma maratona de neuroses.
— Se você acha que vai entrar naquele chuveiro antes de mim, você
está mais chapado do que eu, — Avi resmunga, me empurrando para
fora do caminho.
— Você está falando sério? — Eu sussurro-latido para ele. — Qual
de nó s ainda tem esperma na bunda?
Eu levanto minha mã o, e ele sorri.
— Por favor, continue levantando a mã o para essa pergunta. É a
minha coisa favorita que você já fez.
Reviro os olhos, indo para a maçaneta do chuveiro. Abrindo a
torneira, espio Avi enquanto ele fica nu na frente da penteadeira, se
espreguiçando e pegando sua escova de dentes.
— Eu posso ver você me olhando. — Ele pisca para mim no espelho.
— Eu nã o estou verificando você...— Eu resmungo. — Só estou me
perguntando como é possível que eu realmente compartilhei a cama
com você ontem à noite.
— Por que? Porque eu sou tã o incrível, você nã o pode acreditar no
quã o incrivelmente sortudo você é? — Ele sorri.
Zombando, eu entro no chuveiro, fechando a cortina.
— Cala a boca, Avi.
— Apenas deixe-me saber se você quer que eu me junte a você…—
ele canta.
— Sim, tenho certeza que funcionaria muito bem —, murmuro
sarcasticamente. — Sua mã e vem aqui nos procurar e tomamos banho
juntos. Feliz Natal para todos nó s!
Ele ri, cuidando de seus negó cios enquanto eu me lavo, o tempo
todo nadando em memó rias da noite passada.
Estou tendo problemas para processar isso como algo real que
aconteceu...
Nã o o sexo, porque estou me acostumando com isso pelo êxtase
desconcertante que é. Mas a parte em que nos abraçamos, nus, nos
tocando e conversando por horas a fio. A parte em que adormeci com a
cabeça em seu peito e seus dedos em meu cabelo, nossas pernas
entrelaçadas, mantendo-nos o mais pró ximo possível sem engolir um
ao outro.
Conversamos sobre tudo sob o sol ontem à noite... Tudo, exceto por
uma grande coisa que nã o tenho intençã o de mencionar a ele. Mas
todas as outras coisas…
Fiquei sabendo que sua mú sica favorita é grunge e rock alternativo
dos anos 90, porque sua mã e tocava para ele quando ele era pequeno.
Fiquei sabendo que sua obsessã o pelo alcaçuz começa e termina no
vermelho, e que ele acha o preto mais nojento do que o alecrim, que ele
também odeia.
Aprendi sobre todas as coisas malucas que ele acredita serem reais,
como o Pé Grande e o Mothman, vá rios alienígenas e monstros e seres
de outras dimensõ es.
Eu aprendi que ele nunca teve um relacionamento real que durou
mais do que algumas semanas, e que ele nunca foi a um baile da escola.
Fiquei chateado ao ouvir isso, porque eu tinha esquecido
completamente até que ele mencionou que estava convenientemente
ausente do nosso baile de formatura. E eu nem tinha notado na hora.
O arrependimento ainda faz meu estô mago revirar ao som de sua
voz em minha mente...
— Sou meio perdedor, Kyran... Caso você não tenha notado, — ele
bufou, usando um sorriso falso para disfarçar sentimentos reais que eu
me odeio por ter perdido antes. — E os perdedores não podem dançar
lentamente no baile.
Essa coisa entre nó s é complexa, confusa e fodida além da crença,
mas quanto mais penso nisso, mais tenho certeza de que a noite
passada foi o tipo de noite que você tem com alguém por quem está
prestes a se apaixonar... E eu tive com meu meio-irmã o; um cara.
Nada disso deveria estar acontecendo... E estou morrendo de medo
do que tudo isso significa. Mas em que ponto você para de lutar contra
coisas que te iluminam por dentro, como a á rvore de Natal do
Rockefeller Center?
Avi tem me dito o tempo todo para parar de lutar contra o que é
bom. E o tempo todo, ignorei suas palavras, porque ele nã o conhece a
verdadeira histó ria. A verdadeira razã o pela qual esta imagem que criei
para mim é tã o importante.
Mas, ao mesmo tempo, estou finalmente começando a reconhecer
isso pelo que é... Bom.
Nã o importa o quã o complicado seja, é incrível, as coisas que
fazemos juntos. Antes da noite passada, eu pensava que era apenas o
sexo que despertava cada desejo que estava escondido dentro de mim,
enterrado sob camadas de negaçã o e autopreservaçã o. Mas agora, sei
que a parte física foi só o começo…
Em algum lugar ao longo das linhas, o ó dio se dissipou e algo novo
brotou em seu lugar. Carinho… Aconchego… Apego?
Nã o entendo, mas agora, quando o estou espiando por trá s da
cortina do chuveiro, observando-o gargarejar enxaguante bucal e
amarrar o cabelo bagunçado para trá s em um pequeno coque, nã o vejo
meu meio-irmã o que me irrita. sem fim. Eu nem vejo meu relutante
parceiro de negó cios com quem fui forçado a interagir para permanecer
na escola.
Eu só vejo Avi.
O cara que viu partes de mim que ninguém mais viu. O cara que
nunca para de sorrir para mim, nã o importa o quanto eu fui mau com
ele.
O cara com flocos de neve nos cílios, que me trouxe meu casaco
ontem à noite.
Aquele cara não estaria fazendo tudo isso só por dinheiro... estaria?
— Você está prestes a terminar? — ele resmunga, e eu me afasto
para fingir que nã o estava apenas olhando para ele.
— Uh...— Nã o consigo nem formar palavras.
Estou muito ocupada me enrolando em uma confusã o de ervas
daninhas emocionais.
— Tudo bem, é isso. — Ele abre a cortina do banheiro e entra no
chuveiro.
Seu corpo grande está me apertando, e eu recuo contra a parede
enquanto ele pega o sabonete líquido e começa a se ensaboar.
Se eu estava procurando uma distraçã o do meu estado de confusã o,
aqui está . Os mú sculos ensaboados de Avi, a espuma escorrendo por
suas encostas bronzeadas.
— Se você nã o quer que eu te dobre agora, você vai ter que parar de
me olhar assim, — ele murmura.
Piscando para ele enquanto gotas de á gua caem sobre seus lá bios
cheios, eu fico parado, tremendo enquanto o sangue bombeia
rapidamente para o meu pau dolorido. Os olhos de Avi caem sobre ele,
entã o de volta para os meus. E ele solta uma respiraçã o irregular.
— Vire-se —, ele sussurra, rouco e autoritá rio. E agora minha bunda
está literalmente apertando em necessidade. — Nó s vamos ter que
fazer isso rá pido... e silencioso.
Balançando a cabeça, eu me viro e coloco minhas mã os na parede.
Eu nã o me importo com nada agora além de tê-lo de volta dentro de
mim. Estou oficialmente viciado nessa nova distraçã o do caos, que
parece muito melhor do que negar a mim mesmo com o qual costumava
correr.
Avi se move atrá s de mim, seu pau imediatamente me enfiando na
bunda. Eu suspiro e ele cantarola, passando as mã os pelos meus lados
molhados, selando-se nas minhas costas e decorando meus ombros
com beijos suaves. Eu posso sentir seu braço se movendo enquanto ele
acaricia seu pau, entã o seus dedos giram em volta do meu buraco,
deixando-o escorregadio com alguma coisa... Talvez condicionador?
Quem sabe... Quem se importa, eu só preciso dele dentro de mim antes
de morrer.
— Você está aberto e pronto para mim, baby? — ele sussurra em
meu ouvido, traçando uma linha no meu pescoço com a língua.
Meu rosto se inclina para encará -lo por cima do ombro.
— Você está me chamando de solto?
Ele ri com os lá bios no meu ombro.
— Nã o... eu nunca chamaria você de solto, Kyran. Só estou me
certificando de que você esteja relaxado. — Ele enfia um dedo dentro
de mim e eu ronrono. — E parece que você está .
— Foda-se, — eu gemo, inclinando-me contra seu peito enquanto
ele me toca lentamente, meu corpo desejando-o mais; mais profundo do
que um dedo pode realizar.
— Mmm... eu adoro quando você fica hostil —, ele canta. — Nã o se
preocupe, baby. Você pode ser minha putinha sexy e ainda ter o buraco
mais apertado do maldito universo.
Choramingando, empurro minha bunda contra ele enquanto ele
desliza o dedo para fora, cutucando a cabeça de seu pênis entre minhas
bochechas.
— Pronto, lindo? — Ele agarra meu quadril com a mã o esquerda,
beliscando meu ombro. — Você está prestes a ser investigado. — Ele ri,
e eu reviro os olhos.
— Oh Deus... por favor, nã o comece a falar sobre alienígenas de
novo,— eu bufo, entã o lamento quando ele enfia aquela coroa gorda em
mim.
— Cara... Você seria o sonho molhado de um Grey12 —, ele
yammers13, provocando-me com a cabeça redonda e rechonchuda. —
Eles gostam de ver o quanto eles podem fazer você pulverizar.
— Avi, apenas cale a boca e foda... — Meu silvo é cortado quando ele
enfia o pau dentro. — Meeer...
— Shhh. — Ele pressiona uma mã o firme nas minhas costas,
forçando-me a dobrar na cintura. Com as palmas das mã os apoiadas na
parede, eu me preparo enquanto ele perfura dentro de mim
lentamente, alimentando-me com cada centímetro de seu pau. —
Silêncio, baby. Me deixe foder com você bem rá pido.
— Unnggh fodaaa, Avi ...— Murmuro sons aleató rios e sílabas,
curvando-se enquanto ele constró i um ritmo, batendo em mim lento,
mas feroz. — Ahhh... vee, foda minha bunda com mais força...
Afundando seus dedos em meus quadris, ele trabalha seu pênis para
dentro e para fora, a fricçã o dele dentro das paredes do meu corpo e o
açoitar da minha pró stata me mandando para o alto em um instante.
Estou tentando ao má ximo ficar quieto, porque os chuveiros tendem a
aumentar os sons. Basta perguntar ao “tapa, tapa, tapa” de sua pele
contra a minha que parece estar ondulando ao nosso redor.
— Olhe para aquela bunda pegando meu pau...— ele sussurra,
deslizando as mã os para a minha frente para brincar com meus
mamilos. — Só a visã o vai me fazer explodir em você, baby.
— F-foda ... bom—, eu resmungo. — Porque eu... ah , provavelmente
vou... vir logo.
— Sim? — Ele parece exultante, derretendo seu peito nas minhas
costas enquanto ele esmaga seus quadris em mim, machucando minhas
bochechas com estocadas brutais. — Você é bom e sensível para mim
esta manhã , lindo menino?
Concordo com a cabeça rapidamente, os olhos rolando para trá s
com os relâ mpagos que ele está atirando em minhas entranhas. Eu devo
ser supersensível, porque cada golpe de seu pau está me deixando fora,
meu pau pulsando pré-sêmen enquanto balança para cima e para baixo
com a força dele batendo em mim. Alcançando-o, eu espalmei minhas
bolas, apertando-as antes de empurrar meu pau para acompanhar seu
ritmo. É uma sensaçã o sublime, e estou ficando cada vez mais tenso.
Avi dá um tapa na minha mã o, assumindo o controle para me
acariciar enquanto me fode, sua outra mã o deslizando até minha
garganta. Sua mã o se enrola em torno dela com força e eu choramingo,
porque nã o tenho certeza do porquê..., mas eu simplesmente amo a
sensaçã o dele me sufocando enquanto ele está virando minha bunda
para fora.
— Você está falando muito alto —, ele repreende.
Eu nem tinha notado que eu estava. Mas também estou em um
foguete para Marte, entã o tudo soa como uma explosã o de fogo.
Seus dedos se afastam da minha garganta e a pró xima coisa que sei
é que ele está enfiando o polegar na minha boca.
— Aqui. Chupe isso, — ele cantarola.
Claro que eu faço.
Foda-se, eu nã o sei o que há em seu lado dominante que me destró i
tã o bem. Talvez seja porque ele nã o é assim na vida normal... Entã o é
como se houvesse um lado dele que só eu consigo ver. Sua arrogâ ncia
regular aumenta ao má ximo quando estamos sozinhos, e ele se torna
uma besta exigente, rosnadora e de fala suja com um pau enorme que
me dá ordens. E algo sobre isso chama a atençã o para o meu lado
submisso que nunca deixei escapar... Para qualquer um, menos para ele.
Chupando febrilmente seu dedo, eu o uso para impedir meus
gemidos, gemidos e soluços enquanto seu pau está me levando até a
beira do precipício como Thelma e Louise.
— Mostre-me como você goza apenas para mim, superstar —, ele
sussurra em meu ouvido.
— Mmmmmmmm…
Aqui está... está bem... aqui... estou...
Avi me puxa para cima, endireitando minhas costas contra seu peito
enquanto ele bate em meu pau e me penetra. E eu explodi, jogando
jatos de esperma por toda a parede do chuveiro enquanto ele
ordenhava cada contraçã o dolorida.
— É isso, minha linda putinha do futebol —, ele sussurra, e meus
olhos estã o rolando em meu crâ nio. — Olha aquele pau grande vindo…
Meu corpo inteiro está formigando por toda parte, calafrios de calor
e frio correndo sob minha pele enquanto minha bunda se aperta em seu
pau. Assim que termino de gozar, ele me empurra de volta, curvando-se
até a cintura, quase tocando os dedos dos pés. Entã o suas mã os
agarram minhas ná degas com força, abrindo-as enquanto ele enfia seu
pau dentro e fora de mim.
— Avi...— Eu choramingo, lutando para impedir que meus joelhos
vacilantes cedam. — Avi, goze em mim ... b-baby.
— Deus, eu adoro ouvir você me chamar assim —, ele resmunga.
Minha mã o corre para o meu pau amolecido e eu o provoco, com
minhas bolas, a sensibilidade me fazendo estremecer.
— Vou alimentar seu buraco guloso com cada pulsaçã o quente. —
Sua voz falha, suas estocadas se tornando frenéticas.
— Me dê... por favor.
Nã o acredito que estou implorando por esperma... É desconcertante,
mas nã o há como negar essa necessidade. Nã o agora…
Nã o com o pau dele inchando na minha bunda.
— Aperte-o —, ele rosna. — Sugue tudo... para fora. Foda-se, baby,
eu vou te encher…
— Me complete.
— Pegue.
— Estou levando.
— Kiran…
— Avi.
Estou sendo inundado. Eu posso sentir isso, jorrando dentro de mim
enquanto ele o enfia profundamente com estocadas rasas. Ofegantes e
ofegantes e os grunhidos mais silenciosos que podemos controlar
enchem o ar, cobertos pela á gua corrente enquanto meu meio-irmã o
goza na minha bunda e eu aperto meus mú sculos nele para agarrá -lo
em mim com força.
— Porra, baby...— ele suspira, as mã os correndo por toda parte,
acariciando minha carne molhada com carinho enquanto desce do auge
de seu orgasmo. — Você é a porra de um superstar.
Uma risada borbulha na minha garganta quando ele me puxa para
cima e eu me endireito mais uma vez, seus dedos brincando com as
curvas do meu peito e abdô men, lá bios dançando sobre meus ombros.
— Superstar em ser fodido...— Eu resmungo, descansando meu
peso contra ele. — Quem sabia?
— Mas só por mim... certo? — ele sussurra, uma rara pontada de
vulnerabilidade de Avi se esgueirando com suas palavras.
Engulo em seco e aceno com a cabeça.
— Só você.
E é a verdade. Porque, por mais incerto que tudo isso tenha se
tornado, uma coisa que posso dizer com total certeza é que nã o quero
fazer isso com mais ninguém. Já é bastante confuso..., mas, por alguma
razã o, com Avi, nã o parece tã o assustador quanto deveria.
Talvez ele tenha me dado um pouco de sua confiança... para
compartilhar.
— Ky...— ele ronca dentro de mim, passando a língua no ló bulo da
minha orelha. — Aperte enquanto eu puxo para fora. Segure-se ... eu
quero tentar algo.
Seu tom tem esse fascínio carente, uma maravilha desesperada que
me faz fazer exatamente o que ele deseja. Eu aperto minha bunda
enquanto ele puxa seu pau para fora de mim, lentamente, provocando
um longo e satisfeito zumbido dentro do meu peito.
Mas entã o eu o sinto agachado. E minhas bochechas queimam
quando eu o espio por cima do ombro, observando-o abrir minha
bunda e enfiar os lá bios no meio.
— Baby... Uhh porra, baby , me alimente, — sua voz sufocada
gagueja, como se ele estivesse perdido na pura obscenidade do que ele
está fazendo.
Lambendo meu buraco, chupando-o enquanto eu lentamente,
timidamente libero e seu esperma escoa... em sua boca à espera.
— Jesus foda ...— Eu gemo, enquanto ele come avidamente seu
esperma da minha bunda. — Isso é foda…
— Quente —, ele choraminga, beijando meu buraco mais e mais.
— Tã o quente, — eu ronrono.
Ele se levanta, limpando o fundo da boca e olhando para mim com
olhos semicerrados. E eu giro, agarrando sua mandíbula e beijando-o
com força, sem uma ú nica foda para dar no mundo.
Isso é tã o sujo, tã o depravado... E nem estamos fazendo isso pelos
fã s. Estamos fazendo isso por nós, porque queremos . E assim como tudo
conosco, parece que simplesmente acontece.
Talvez a razã o pela qual tenho lutado tanto contra isso seja porque
sabia que era inevitável... A química do ó dio nunca foi forte o suficiente
para dominar a fome do desejo.
CAPÍTULO VINTE E UM

AVI

AnyH0leWillDo: Eu serei o esquilo, você a árvore e eu vou quebrar uma


noz na sua toca.
Creampie_dreampie: idk bc Not_Your_Baby está parecendo muito baby
para mim rs.

Uma batida na porta arremessa meu coraçã o na minha garganta.


Isso... O que é isso??
Achei que estava chapado demais para sentir essas coisas...
Deslizando a camisa que roubei pela cabeça, corro para a porta,
esmagando o sorriso em meus lá bios. Estou brincando com esse
conjunto, mas também quero muito ver a expressã o no rosto dele.
Respirando fundo para me acalmar, abro a porta e o agarro pela
camisa, puxando-o para dentro. Seus olhos estã o arregalados, um
sorriso descansando em seus lá bios carnudos que parece estar
acompanhando essa risada bonitinha. Muito incomum para o meu meio-
irmão.
Mas de Kyran ... O Kyran com quem passei o Natal, na minha cama
na casa de nossos pais... Acho que é um presente especial apenas para
mim.
Como o boné do Boston Red Sox que ele me deu, murmurando um
adorável: — Porque eu não aguentei olhar para aquele boné dos Yankees
por mais um segundo.
Realmente, embora... Desde quando ele é tão fofo??
Kyran dá um passo na minha frente, o sorriso se alarga enquanto
sua cabeça se inclina, os braços cruzados sobre o peito enquanto ele me
olha de cima a baixo.
— Entã o, na verdade, nã o perdi minha camisa… Você a roubou.
Eu arrasto meu lá bio inferior entre meus dentes, e seus olhos cor de
avelã focam no que está acontecendo.
— Eu acho que você deveria me agradecer por achar.
Ele ri, se aglomerando no meu espaço, sua mã o deslizando pelo
material de sua camisa de futebol que cobre meu peito.
— Você sabe que eu nunca lavei isso depois do meu ú ltimo jogo...—
Seu sorriso roça o meu, e eu murmuro.
— Eu gosto disso. Você cheira gostoso, — eu falo com aspereza, e ele
ri novamente.
Apertando minhas mã os nas mechas sedosas de seu cabelo cor de
mel, eu o puxo para mais perto, beijando-o lentamente, brincando com
sua língua até que estou tremendo como um demô nio.
— Você fica tã o bem nisso, — ele ronrona em minha boca,
segurando um punhado de sua camisa enquanto nossos corpos se
contorcem juntos, os lá bios trabalhando em uma sucçã o voraz. —
Melhor do que qualquer outra pessoa que já usou…
— Até você? — Eu provoco.
— Você deseja, idiota. — Ele sorri, me apoiando contra a porta,
ambos os nossos paus se esticando entre nó s.
Exceto que ele está vestindo calças, e eu só estou com meus Calvin
Klein... Entã o é muito bom quando ele arrasta todos aqueles
centímetros ao longo do meu.
Girando e empurrando-o contra a parede com um grunhido, eu o
beijo com mais força, colocando-nos em transe enquanto minha mã o
desliza entre nó s para cobrir sua ereçã o.
— Você quer que eu deixe ligado? — Eu pergunto, empurrando-o
para trá s, em direçã o ao quarto.
Ele acena com a cabeça freneticamente, e eu nã o posso evitar o
sorriso lascivo em meus lá bios inchados.
Deveríamos ficar em casa por uma semana, mas ficou claro por
estar lá por dois segundos que Kyran nã o queria fazer isso. Entã o, no
dia seguinte ao Natal, apresentei a ele a ideia de inventar uma desculpa
de futebol para que pudéssemos voltar para os dormitó rios mais cedo.
Eu gostaria de passar mais tempo com minha mã e, mas acho que tirar
Kyran de lá foi um pouco mais importante.
Entã o, voltamos para BC há dois dias e passamos praticamente
todos os minutos acordados desse tempo com nossas mã os, bocas e
paus indispostos.
Eu disse a ele que faria mais sentido para ele ficar aqui... Enquanto
todo mundo está fora para as férias de Natal. Por que nã o recriar aquela
noite incrível que tivemos em casa vá rias vezes, pelo tempo que
pudermos?
Mas Kyran ainda está hesitante. Nã o posso dizer que esperava que
ele largasse todo o nervosismo de cara hétero imediatamente. Estou
feliz que ele continua vindo aqui, de bom grado, nã o mais sob o
pretexto de nos gravarmos para o OnlyFans. Claro, ainda fazemos isso…
porque é com o que estamos acostumados, e é divertido. Mas nã o
parece mais uma necessidade, o que é tã o incrível quanto enervante.
Se nã o estamos fazendo isso pelos fã s, significa que estamos
fazendo... um pelo outro. Para algum tipo de relacionamento. E nã o acho
que Kyran esteja preparado para lidar com isso. Verdade seja dita, eu
também nã o tenho certeza. Porque eu nunca fiz nada assim antes. Nã o
com um cara... Nã o com ninguém.
Eu sou um virgem de relacionamento, e isso me deixa em constante
estado de pâ nico pensando que vou fazer algo para assustá -lo. Todos
nós sabemos que ele é mais do que arisco do jeito que é...
— Avi ...— Ele murmura em meus lá bios entre nó s brigando um com
o outro no caminho para a minha cama. — Eu tenho uma surpresa para
você…
— Sim, — eu murmuro, puxando-o para cima de mim enquanto eu
caio sobre ele. — Também tenho uma surpresa para você.
— Ok, mas o meu na verdade nã o envolve sexo. — Ele me para antes
que eu possa rasgar sua camisa sobre sua cabeça.
— Oh? — Eu respiro, o peito pulando de como estou excitado.
Ele balança a cabeça, as sobrancelhas se juntando.
— Por que... o seu? — Eu aceno, mordendo meu lá bio.
— Oh...— Ele desliza os dedos sobre meu abdô men, ainda coberto
por sua camisa. — Bem, acho que podemos fazer o seu primeiro entã o.
Desta vez, balanço a cabeça.
— Nã o, nã o. Agora quero ouvir sobre essa surpresa nã o sexual que
você tem para mim.
Suas bochechas coram.
— Temos que sair para isso. Quero dizer, temos que... sair do
dormitó rio.
Estou boquiaberto com ele como se tivesse brotado mais duas
cabeças, e ambas sã o igualmente lindas e adoráveis. Ele tem uma
surpresa para mim que na verdade envolve a gente... estar no mundo?
— Ok. — Concordo com a cabeça lentamente, realmente tentando
conter meu zelo. — Devo... me vestir?
Ele me mostra um sorriso quase em êxtase.
— Sim. — Seus olhos deslizam sobre mim mais uma vez e ele
sussurra: —Mas continue vestindo a camisa. Por favor.
Foda-me de lado, vou desmaiar até a morte.
Kyran rasteja para fora da cama, oferecendo sua mã o enquanto eu
me levanto, girando como um piã o de como tudo isso parece diferente.
O quanto ele está agindo como um namorado hetero hesitante. Posso
estar imaginando... mas o fato de ele querer me tirar do dormitó rio
certamente é um passo nessa direçã o.
— Você vai me dizer para onde estamos indo, ou isso é parte da
surpresa? — pergunto enquanto deixamos os Thomas More
Apartments, vagando para fora no frio.
— Isso faz parte. — Ele sorri para mim de lado, caminhando em
direçã o à rua principal, esperando que eu o siga. O que eu faço.
Ele para na frente de um SUV preto e se vira para mim.
— Você... comprou um carro para mim? — Eu pisco, e ele ri.
— Oh nã o. — Ele revira os olhos divertido. — É um aluguel. A
primeira parte da surpresa exige que dirijamos.
Me agarrando pelo braço, ele me puxa pelo carro, um Benz – um
super chique. Ele abre a porta do passageiro para mim, gesticulando
para que eu entre, e eu entro, o tempo todo me perguntando o que
diabos ele está fazendo.
Ele realmente acabou de abrir minha porta para mim...?
Kyran se senta no banco do motorista e coloca o cinto de segurança,
iniciando-a com um zumbido baixo antes de me espiar.
— Está pronto?
Eu sorrio.
— Sempre.
Mudando de posiçã o, ele nos puxa para longe, cruzando as ruas do
campus BC.
— Posso colocar uma mú sica? — Eu pergunto enquanto ele dirige,
parecendo confortável e sexy atrá s do volante.
Devo admitir, eu realmente gosto disso. Eu também nã o sou muito
motorista, cresci na cidade e tudo. Eu sei como e gosto de fazer isso de
vez em quando. Mas acho que gostaria muito mais de ser conduzido por
ele.
Kyran arranca seu telefone do console central, desbloqueando-o
rapidamente e entregando-o para mim.
— Está conectado ao Bluetooth. Eu tenho o Spotify.
Isso me dá uma idéia…
Procurando a conta do Spotify que criei, seleciono uma das minhas
playlists intitulada FANS, e aperto o play.
Kyran olha para mim, e eu sorrio.
— Você reconhece essa mú sica?
— Ah, sim —, ele suspira. — Você costumava tocá -lo
constantemente quando morávamos juntos. — Eu rio. — Eu
provavelmente sei todas as palavras neste momento.
— Realmente? — Eu inclino minha cabeça. — Prove.
Ele ri, balançando a cabeça. Mas assim que começo a cantar, ele se
junta a mim. E a pró xima coisa que eu sei, nó s dois estamos cantando o
palavras de uma das minhas mú sicas favoritas do Weezer, “Say It Ain't
So”. E sim, ele parece se lembrar de todas as palavras, porque quando
chegamos à parte sobre Querido papai, escrevo para você, ele anotou
tudo. Estou morrendo de rir quando a mú sica termina, e ele está
enxugando as lá grimas dos olhos.
— Ooh, este é bom também. — Eu pulo no meu lugar quando “She”
do Green Day começa.
— Sabe, eu sinto que você é muito jovem para gostar dessa mú sica.
— Ele ri.
— Oh, por favor —, eu zombo. — A mú sica dos anos noventa é
embreagem. Além disso, eu disse a você...
— É o que sua mã e costumava jogar, — ele termina meu
pensamento, olhando para mim. — Eu sei. Eu lembro.
Apertando meus lá bios para manter o sorriso vibrante baixo, eu me
acomodo em meu assento, cantarolando junto com a mú sica. A pró xima
mú sica está começando enquanto eu olho pela janela para os sinais.
Estamos saindo de Boston propriamente dito, acho que podemos
chamá -lo assim, e nos afastando completamente da cidade.
— Até onde vamos? — Eu pergunto, impaciência marcando meu
tom enquanto começo a mexer nas coisas no painel.
— A palavra é surpresa, Avi,— ele cantarola, me dando um de seus
olhares de repreensã o.
— Eu sei, mas tipo... quanto tempo mais?
— Você tem TDAH ou algo assim? — ele resmunga através de um
sorriso divertido.
— Nã o sei. — Eu dou de ombros. — Talvez. Provavelmente. Ooh! O
que é isso?
Eu me viro, curvando-me para verificar algumas malas no chã o do
banco de trá s. Parece que estã o cheios de salgadinhos, mas ele me dá
um tapa na lateral antes que eu possa dar uma boa olhada.
— Apenas sente-se e cale a boca —, ele late, embora ainda esteja
sorrindo. —Jesus, você parece uma criança.
— Desculpe, HGB —, eu rio baixinho, aninhando-me no meu lugar.
— O que é isso? Do que você está me chamando?
— Significa Hot Grouchy Blonde.14— Eu sorrio, e ele faz uma
careta. —É como os fã s costumavam te chamar quando imploravam
para uma colaboraçã o nossa. — Eu rio.
— Que cativante —, ele murmura, e eu mordo meu lá bio.
— Ei, se o sapato serve…
Ele me lança um olhar, mas nã o consegue parar de sorrir e isso está
realmente me deixando louco. Ele parece... feliz. Pela primeira vez desde
que o conheço. Sem orgasmos, sem futebol... É bem surpreendente.
— Eu vi aquela foto nossa que você postou para os Fã s, a
propó sito…— ele diz severamente.
Eu já sei do que ele está falando. Tirei uma foto dele ontem à noite,
depois de fazê-lo gozar três vezes e ele estava aconchegado no meu
peito, o cabelo cor de areia todo despenteado, as bochechas coradas e
os olhos fechados. Claro que o rosto dele estava coberto no que postei.
Ele também nã o estava exatamente dormindo, mas estava em um de
seus transe pó s-orgasmo quando simplesmente nã o parava de me tocar.
Foi um momento que nã o pude deixar de capturar. Entã o tirei uma
foto e compartilhei no OnlyFans, com a legenda, acho que ele é
definitivamente meu baby agora.
Mordendo o interior da minha bochecha, eu espio seu rosto,
esperando que ele nã o vá me chamar de idiota piegas por isso.
— Você viu o que eles estavam dizendo?
— Sim —, ele suspira, batendo o polegar no volante. — Eles meio
que piraram com isso, hein?
— Porque eles sã o nossos fãs, Kyran,— eu digo a ele sinceramente.
— Nó s juntos. É como assistir a uma histó ria de amor e torcer para que
os dois protagonistas fiquem juntos. Claro, eles adoram nos ver
trepando, mas acho que também nos amam como um... casal.
Seu sorriso finalmente desaparece, e meu estô mago começa a
revirar de desconforto.
Eu empurrei longe demais. Veja, isso é o que acontece quando você
não sabe como estar em um relacionamento. Você age como uma
aberração e estraga tudo por ser tão dolorosamente chato.
Os olhos de Kyran voam para os meus.
— Mas nesses filmes… é falso. Certo? Quero dizer, os atores nã o
estã o realmente juntos…
Esfregando minhas palmas para cima e para baixo em meu jeans, eu
murmuro, — Isso é verdade... Embora, eu acho que à s vezes eles estã o.
Na vida real.
Ele balança a cabeça, olhando silenciosamente para a estrada à
frente, como se estivesse pensando profundamente.
Está um silêncio sufocante dentro do carro até que ele finalmente
murmura:
— Nã o sei como fazer isso, Avi…
— Fazer o que? — Eu pergunto, apavorado com o que ele está
prestes a dizer, e odiando cada segundo disso.
— Eu nã o sei como... admitir que estou...— Ele para para engolir e
morder o lá bio inferior. — Que eu possa gostar…
Meu peito aperta quando percebo que ele nã o está necessariamente
preocupado em gostar de mim como pessoa... A preocupaçã o dele é
gostar do mesmo sexo.
— Pessoal? — Eu lanço a palavra que ele está dançando, e ele olha
para mim. Mas está menos zangado e mais... com medo.
Eu me sinto péssimo por ele estar lutando com isso muito mais do
que eu. Quer dizer, eu nã o me assumi oficialmente como bissexual para
ninguém além dos meus amigos, mas ainda assim. Eu sei que contar
para minha mã e nã o será nem de longe tã o difícil quanto seria para ele
contar para o pai. Ou seus companheiros de equipe.
— Você nã o precisa se preocupar com isso agora —, digo a ele,
deixando-o saber com o meu tom que estou falando sério, ao mesmo
tempo em que permaneço firmemente plantado aqui para ele. — Nã o
há pressa para descobrir as coisas. Apenas divirta-se e isso acontecerá ...
quando acontecer.
Ele para em um sinal vermelho e se vira para mim um pouco, uma
apreciaçã o severa e um leve espanto brilhando em seus olhos.
— Eu tenho uma pergunta…
— Pergunte.
— Por que você age como se nã o se importasse com nada quando é
tã o ó bvio que se importa?— Ele inclina a cabeça. — Por que você… usa
todas essas drogas para tranquilizar o verdadeiro Avi? Você nã o
precisa... Ele é muito inteligente, doce e... incrível pra caralho.
Minha boca fica aberta por um momento enquanto eu apenas o
encaro, sentindo como se ele tivesse acabado de arrancar a má scara do
meu rosto, e está olhando atentamente para a feia massa de dú vidas
por baixo.
— É ... — murmuro, minha voz falhando antes de eu limpar minha
garganta. — Nem sempre é fá cil ser eu, Kyran. Nã o é como para você...
Ninguém me diz o quã o incrível eu sou, exceto minha mã e. Mas ela só
está dizendo isso porque precisa.
Suas linhas na testa.
— Nã o, ela nã o está . Ela está dizendo isso porque é verdade. Avi,
você tem ideia do quanto eu gostaria de ser como você? Ser diferente e
orgulhoso desse fato? Acho que é por isso que sempre te odiei tanto...
Porque tenho ciú mes de como você é... livre.
Eu nã o posso acreditar no que estou ouvindo. É tã o intenso que há
um acú mulo de pressã o atrá s dos meus olhos como uma represa
prestes a estourar.
Graças a Deus pelo sinal ficar verde e pela pessoa buzinando atrá s
de nó s para ele começar a dirigir novamente, porque eu realmente nã o
acho que conseguiria continuar olhando em seus olhos depois de algo
assim sem cair em lá grimas como um bebê total.
— Sinto muito ...— ele murmura. — Se isso foi pesado, ou se parecia
que eu estava chamando você ou algo assim. Eu juro, nã o estou. Eu só …
sinto que finalmente estou vendo o verdadeiro Avi. E eu gosto dele.
Bastante.
Piscando e engolindo em seco para me controlar, eu sussurro:
— Agora você sabe como me sinto...
Sinto que ele está me espiando, mas nã o consigo olhar para lá de
novo. Ainda não. Nã o quando estou sentindo algo tã o forte por ele. É
como uma emoçã o palpável, implorando para que eu me enrole nele e
nunca o solte.
Nó s dirigimos o resto do caminho sem palavras. Apenas as melodias
sussurradas de uma playlist que fiz para nós, cheia de mú sicas que me
lembram dele, e letras que nã o param de cantar sobre ele em minha
mente.
Um pouco depois, ele sai da estrada, em uma pequena cidade que eu
definitivamente nunca estive antes. Outro pequeno sorriso enfeita seus
lá bios, e ele fica visivelmente animado mais uma vez, o que significa
que devemos estar pró ximos. Entã o ele nos puxa para um
estacionamento vazio, com uma tela branca gigante.
A placa diz Mendon Twin Drive-In.
Meu rosto está virando para a esquerda e para a direita enquanto
observo o cená rio. Há neve por todo o chã o e nenhum carro à vista. O
lugar parece abandonado, o que faria sentido, já que tenho certeza de
que é uma atividade de verã o. Também há inscriçõ es em todos os
lugares que dizem Fechado, entã o nã o tenho certeza do que ele planeja
fazer aqui.
Mas de qualquer forma... É româ ntico pra caralho.
— Você me trouxe para o drive-in? — Eu suspiro, sorrindo e
cutucando-o no estô mago. — Porque eu te disse que nunca fui?
— Sim. É honestamente a minha coisa favorita. — Ele suspira,
olhando pelas janelas. — Meus pais costumavam trazer Bridget e eu
aqui quando éramos pequenos... no verã o. O lugar estaria lotado de
carros. Nó s colocávamos os assentos na parte de trá s e nos
aconchegávamos com cobertores e travesseiros.
Eu me viro para verificar o banco de trá s e ele ri.
— Eu nã o trouxe essas coisas. — Ele se inclina para trá s contra o
assento, inclinando o rosto na minha direçã o. — Achei que poderíamos
manter um ao outro aquecido...— Ele morde o lá bio.
— Eu pensei que isso era uma surpresa nã o sexual? — Eu sorrio.
Ele dá de ombros.
— Somos nó s. Nã o acho que nada do que fazemos seja nã o sexual.
Eu tenho que rir disso. — Bom ponto. Mas… o lugar está fechado? —
Eu olho em volta. — Como vamos assistir a um filme?
Ele enfia a mã o no banco de trá s, voltando com a pasta do laptop.
— Muito à frente de você, baby. — Abrindo-o, ele pega seu laptop
enquanto eu olho abertamente para o lado de seu rosto. — Se você vai
continuar agindo como um louco toda vez que eu te chamar assim,
entã o eu vou ser forçado a parar de fazer isso.
Eu pressiono meus lá bios juntos.
—Desculpe. É só ... baby. Eu gosto de baby.
— Eu pensei que você poderia. — Ele lança um olhar de soslaio para
mim que é parte provocante, parte totalmente sexy e de namorado, e...
porra minha vida.
Grande corvo de Odin, não tenho frio agora.
Kyran configura seu laptop no painel, mexendo nele enquanto diz:
— Pegue aquelas malas lá atrá s. Temos lanches de cinema.
Pegando as sacolas, vasculho para encontrar todas as minhas coisas
favoritas. Latas de Coca-Cola e root beer, ursinhos de goma, passas,
pipoca Smartfood, Pringles com sabor de pizza e, claro, Twizzlers.
Toneladas de Twizzlers.
— Espere um minuto ...— Eu olho para o saco. — Nã o vejo uma
ú nica PowerBar aqui. — Eu olho para ele. — O que você vai comer?
Ele ri alto, e meu estô mago formiga.
— No que me diz respeito, estou de férias. Além disso, posso me
esforçar ainda mais no cardio mais tarde. — Ele pisca para mim.
— Estou muito desconfortável com o quanto estou desmaiando
agora, murmuro, e ele ri novamente. — Apenas dizendo…
— Tudo parte do plano... baby —, ele cantarola, agarrando-me por
sua camisa e puxando meus lá bios nos dele.
Acabamos nos beijando até que eu praticamente subo no console
central para ficar em cima dele, mas nos separamos quando
percebemos que nã o é o que deveríamos estar fazendo agora.
Eu me jogo de volta no meu assento com uma respiraçã o nebulosa.
— Entã o, o que estamos assistindo?
— Sua escolha. — Ele joga o cabelo para trá s com os dedos. —
Tenho o melhor de Scorsese e Tarantino.
— Os reis, — eu indico, e ele acena com a cabeça.
— Naturalmente. Mas também tenho meus favoritos pessoais… O
Halloween de Rob Zombie, todos os Massacres da Serra Elétrica, Os
Estranhos e O Silêncio dos Inocentes.
— Ah, certo, esqueci. Você é um faná tico por filmes de terror, — eu
sorrio, e ele sorri. — Ok, vamos lá O Silêncio dos Inocentes, porque está
no meu top cinco.
Seu rosto chicoteia em minha direçã o.
— Também está no meu top cinco.
— Realmente? — Eu suspiro, emocionado com essas semelhanças
ocasionais que encontramos espalhadas no mar de nossas vastas
diferenças.
— Sim. — Ele sorri com orgulho, entã o conta os cinco primeiros nos
dedos, — Silêncio dos Inocentes , Os Estranhos , Pulp Fiction , Cães de
Aluguel e Os Infiltrados . Em nenhuma ordem particular.
— Uau. Cinco primeiros só lidos. — Eu bato palmas para ele, e ele se
curva.
— Agora você vai.
— Ok ...— Eu levanto minha mã o, levantando um dedo para cada
um. — Bons Companheiros, Beetlejuice , O Silêncio dos Inocentes .— Eu
inclino minha cabeça, e ele acena. — Era uma vez em Hollywood e
Django Livre.
— Hmm… Entã o você é fã do Leo, hein?
— Ele se destaca nos filmes de Tarantino —, ressalto. — Na minha
humilde opiniã o.
Ele acena com a cabeça, fazendo uma cara de impressionado
quando começa o filme.
— Espere, entã o quando eu fui como Vincent Vega para o
Halloween...— murmuro, observando seus lá bios se curvarem como se
ele soubesse o que estou prestes a dizer. — Você estava totalmente
fanboy por dentro?
Seu rosto gira, e ele faz uma de suas pequenas carrancas, embora
esteja infinitamente menos zangado agora.
— Feliz acidente.
Inclino-me para a frente, apoiando os cotovelos no console central.
— Mas nã o há acidentes.
Ele ri, um rosnado, formigando minhas bolas.
— Mmm... talvez eu tenha gostado da sua fantasia. Só um pouco .
— Certo. — Eu sorrio. — Só um pouco. — Ele franze os lá bios para
disfarçar um sorriso, e eu suspiro. — Nã o posso deixar de notar que sua
lista está carente de comédia de qualquer tipo.
Suas linhas na testa.
— Pulp Fiction é meio engraçado…
Uma gargalhada sai da minha garganta.
— O fato de você pensar isso prova que você é um psicopata.
Ele ri, recostando-se em seu assento enquanto o filme começa na
tela diante de nó s.
— Eu só nã o gosto de ser submetido a... humor.
Eu nã o posso evitar como estou rindo de uma forma horrorizada.
— Oh meu Deus, você é um maldito monstro.
— Só estou dizendo...— Suas palavras estã o envoltas em risadas. —
Gosto de achar as coisas engraçadas nos meus pró prios termos. Eu nã o
quero que isso seja enfiado na minha garganta. É por isso que eu odeio
comédia stand-up.
— Você faria, seu ghoul de merda.— Eu balanço minha cabeça. —
Você já viu um bom show de stand-up? Bill Burr, Tom Papa...? Ele
balança a cabeça. —Ok, sua tarefa de casa é assistir ao programa Kid
Gorgeous de John Mullaney na Netflix. Fui ver ao vivo em Nova York e
estava quase fazendo xixi nas calças.
— Tudo bem —, ele suspira, estendendo a mã o para puxar minha
mã o em sua coxa. — Se eu prometer assistir, você cala a boca? — Eu
aceno animadamente. — Bom. Agora, coma seus snacks e fique quieto.
Nã o há nenhuma maneira possível de despejar o sorriso de uma
pessoa puramente insana que agora vive em meu rosto. É um posseiro,
neste momento. Não vai a lugar nenhum.
Eu abro um refrigerante para nó s dois, entã o rasgo um pacote de
Twizzlers para mim, entregando a ele um pouco de pipoca. E comemos
com uma mã o enquanto assistimos ao filme, nossas outras mã os unidas
no meio, os dedos entrelaçados e brincando gentilmente um com o
outro.
Este é de longe o encontro mais româ ntico que já tive. Ok, é o único
encontro real em que já estive, como adulto. Eu fiz algumas idas
estú pidas ao cinema com garotas no ensino médio, mas estou te
dizendo... entrando em pâ nico por pegar a mã ozinha delas na minha
suada uma nã o era nada parecida com a maneira fá cil como a mã o
grande de Kyran se encaixava na minha.
Parece certo, essa coisa toda. Estar com ele…
Mesmo que nã o seja, eu nã o dou a mínima para voar no ar. Eu nunca
quero que isso acabe.
Mais ou menos na metade do filme, estou com um pouco de açú car
alto, me aproximando dele o má ximo que posso, o que nã o é nem perto
o suficiente para mim, com o estú pido console central no caminho. O
sol se pô s e a escuridã o ao redor do carro está me deixando meio mal-
humorado.
— Podemos ir para o banco de trá s...? — Eu ronrono no meu tom
mais sedutor, soltando sua mã o para que eu possa caminhar meus
dedos até sua coxa.
Seus olhos deslizam para os meus, brilhando na falta de luz.
— Você acha que ainda poderemos ver o filme lá atrá s...?
Dando de ombros, rastejo até ele, beijando seu pescoço.
— Nã o é como se nã o tivéssemos visto isso um milhã o de vezes.
Estou chupando o ló bulo de sua orelha suavemente entre meus
lá bios enquanto ele cantarola, respirando de forma significativa.
— Ok, mas nó s nem deveríamos estar aqui...— Ele soa como se
estivesse tentando lutar contra a luxú ria que nó s dois sabemos que vai
vencer enquanto minha mã o esfrega para cima e para baixo em sua
ereçã o crescente. — Se formos pegos, estaremos fodidos.
— Entã o, a porra vai acontecer de qualquer maneira, — eu sussurro.
—E pare de agir como se ser mau nã o te excitasse totalmente... Oh,
meio-irmão meu.
Ele resmunga uma risada sexy, agarrando minha mandíbula e
puxando minha boca para a dele. Chupando meus lá bios, ele me dá sua
língua, e eu a provoco com a minha antes de puxar aquele doce e
carnudo lá bio entre meus dentes.
Forçando-me a sair dele, subo no banco de trá s - nã o muito
graciosamente, devo acrescentar - batendo nele enquanto nó s dois
rimos. Kyran vem atrá s de mim, deslizando sobre meu corpo onde
estou deitado, o olhar encapuzado e observando-o enquanto ele puxa a
camisa sobre a cabeça.
Eu nã o posso evitar a forma como minhas mã os gananciosas sobem
por seu abdô men e seu peito, sentindo a pele macia envolvendo os
mú sculos duros, tã o satisfató rio quanto devorá -los com meus olhos.
Kyran abre suas calças, entã o desfaz as minhas, nossos corpos
instantaneamente se pressionando enquanto saciamos uma sede
eró tica com nossos lá bios.
Há uma ó bvia falta de espaço aqui que estou gostando muito. É um
banco traseiro bastante espaçoso, mas ainda assim somos grandes;
mais de um metro e oitenta e musculosos, arranhando um ao outro
para criar um calor congestionado que já está embaçando as janelas.
Ele puxa minhas calças para baixo o suficiente para colocar meu pau
para fora, empurrando sua camisa para fora do caminho enquanto
abaixa a boca para o meu pau. Lambendo-o uma vez lentamente, seus
lá bios quentes me sugam até que meus quadris estejam perseguindo os
bons sentimentos.
Kyran agarra o material de sua camisa, sugando meu pau para
respirar,
— Você vai manter isso. O tempo todo.
Eu aceno, torcendo meus dedos em seu cabelo.
— O que você quiser, Nú mero Nove. — Empurrando sua boca de
volta para o meu pau, meus olhos reviram com a sensaçã o e a maneira
como sua língua me embala. — Foda-se , eu adoro receber a cabeça do
quarterback do time de futebol…
Ele cantarola, esfregando sua ereçã o na minha coxa enquanto goza.
— Que tal enfiar seu pau grande no zagueiro do time de futebol?
— Eu amo isso também...— Mordo meu lá bio, minha mente girando
em torno de alguns pensamentos anteriores.
Kyran afunda sua boca em mim mais uma vez, balançando no meu
pau enquanto ele puxa minha calça mais para baixo, enfiando a sua sob
sua bunda.
— Baby, eu estava pensando...— Engulo em seco, meu coraçã o
batendo forte com a adrenalina de fazer isso aqui, a sensaçã o dele me
chupando. bobagem. Mas também, com nervosismo pelo que vou dizer.
— Sobre a surpresa que eu ia te dar…
— A surpresa sexy? — ele ronca, totalmente investido em beijar
uma linha ao longo do meu comprimento, emplumando minhas bolas
com sua língua.
— Sim, aquela. — Eu arrasto meus dedos em suas omoplatas. — Eu
poderia dar a você agora... Se você quiser.
Ele espreita para mim, as bochechas coradas em seu lindo rosa de
sempre. — Nã o há como eu dizer nã o a isso. — Sua mã o desliza para
dentro da minha camisa, o polegar batendo em meu mamilo enquanto
ele chupa minhas bolas.
— Ok ...— Eu tremo, abrindo minhas pernas o melhor que posso. —
Entã o aqui está …
Estou gaguejando como um idiota e nã o consigo evitar. Eu tenho
vontade de experimentar isso por um tempo agora, mas ainda está me
deixando todo inquieto para confessar.
— Kyran...— Eu murmuro enquanto ele beija vá rios lugares no meu
pau e entre minhas coxas.
— Avi...— Ele puxa minha calça ainda mais para baixo, e eu ronrono.
— Eu quero que você me foda.
Seu corpo inteiro fica imó vel enquanto seus olhos deslizam até os
meus. E eu só sei que estou corando mais do que ele agora.
— Você quer que eu foda... você? — ele pergunta, piscando os olhos
arregalados e apavorados.
Minha cabeça se inclina.
— Sim. Em nenhum lugar das regras diz que você sempre tem que
ser o fundo. — Eu o agarro pela mandíbula para puxar seus lá bios até
os meus. E ele vem de bom grado, sua submissã o natural me dando
uma boa e forte pulsaçã o nas bolas. — Eu quero experimentar um
pouco desse prazer que te faz chorar por mim, baby.
Beijando-o devagar e molhado, alcanço seu pênis, puxando e
acariciando com o punho. Eu posso senti-lo crescendo em um instante,
entã o provavelmente é seguro assumir que ele quer tentar isso
também. E estou morrendo de vontade de saber como é ser cavalgado
cru do jeito que ele tira de mim.
Eu quero ele se movendo entre minhas pernas... eu quero ele no cio
dentro de mim, e eu quero gozar em seu pau. Quero chegar ao fundo,
pelo menos uma vez, só para ver como é.
E a faceta surpreendente, mas de alguma forma mais fá cil, é que eu
só quero isso com ele.
— Foda-se…— ele geme entre meus lá bios, fodendo meu punho
lentamente. — Eu nã o tinha certeza se você iria querer...— Sua voz
falha, e eu murmuro. — Mas estou feliz que você faça. Eu quero tanto te
foder, Avi.
— Deus, eu já estou vazando —, eu ofego. — Coloque esse pau
grande dentro de mim, por favor.
— Você vai estragar minha camisa, nã o é? — Ele sorri na minha
boca, e eu rio.
— Você me disse para continuar…
— Sim, porque é quente pra caralho. — Ele se afasta dos meus
lá bios, olhando para baixo com os olhos semicerrados. — Ainda mais
agora. Eu quero enfiar meu pau em você enquanto você está vestindo
minha camisa, baby.
Senhor, porra, tenha misericórdia... Eu nunca vou superar o quão sexy
soa quando ele me chama assim.
Kyran puxa minhas calças até minhas panturrilhas, abrindo minhas
pernas o má ximo que pode para se encaixar entre elas. Acho que nó s
dois estamos aceitando que nã o podemos ficar totalmente nus agora...
no banco de trá s de um carro alugado enquanto invadimos e tudo mais.
Mas, surpreendentemente, é ainda mais quente assim.
Nó s dois ainda vestidos, na maior parte do tempo, empurrando
nossas calças para fora do caminho para foder bem rá pido antes de
sermos pegos, porque nã o podemos não. Nã o tem como nã o fazer isso
aqui... Sou insaciável por ele, e agora sei com plena certeza que ele
sente o mesmo.
Ele se ajoelha sobre meus quadris e preciso de um segundo para me
inclinar e chupar seu pau, porque realmente parece delicioso. Ele fode
minha boca por alguns minutos, agarrando-me pelos cabelos, quase
dolorosamente. Mas a picada está me excitando mais, e eu estou o
engolindo de volta, engolindo como um demô nio para obter cada
pequena gota de pré-sêmen que ele me alimenta.
Colocando-se em cima de mim, ele beija meus lá bios, entã o desce
pelo meu pescoço, levantando a camisa para que ele possa deslizar sua
língua entre cada reentrâ ncia no meu abdô men. Entã o ele chupa minha
coroa, fazendo isso com a língua, onde ele desliza ao longo da parte
inferior do meu eixo, roçando enquanto apenas minha cabeça empurra
em sua boca.
Ele continua se movendo para baixo, beijando minhas bolas, em
seguida, colocando-as na palma da mã o, segurando-as enquanto ele
esgueira sua língua entre a fenda da minha bunda.
— Uhh... Ky ...— Meus quadris levantam para dar a ele um melhor
acesso. A ponta de sua língua provoca minha boca e meu corpo inteiro
treme. — Isso é bom pra caralho.
— Eu sei certo? — Ele abre minhas bochechas para me comer como
pode, embora seja difícil neste â ngulo, com a falta de espaço e minhas
calças ainda vestidas.
Independentemente disso, o sentimento é doce, có cegas felicidade.
Outra coisa que eu estava desesperado para que ele fizesse comigo.
— Baby, pode funcionar melhor se eu... virar de barriga para baixo,
— eu murmuro, curvando-me na cintura para dar a ele o má ximo
possível da minha bunda. Mas ele está ajoelhado sobre minhas pernas,
entã o é difícil me mexer.
— Eu sei ...— ele murmura, enterrando o rosto entre as minhas
pernas. —Mas eu quero ver seu rosto.
Aww… Isso é doce. Por que isso é tão doce?
— Eu prometo que vou... vou virar meu rosto, — eu respiro, suando
e queimando tanto que minhas costas estã o grudadas no couro. — Eu
prometo que vou olhar para você.
Ele acena com a cabeça e murmura, — Ok —, soando tã o sexy e
ansioso por isso, que faz meu coraçã o bater contra minhas costelas.
Me rolando, ele se ajoelha na parte de trá s das minhas pernas
enquanto levanta a camisa o suficiente para beijar uma linha na minha
espinha, as mã os segurando meu rosto e me abrindo bem.
— Você tem uma bunda tã o bonita —, ele se maravilha,
massageando e amassando com os dedos.
— Você também —, eu murmuro, virando-me para olhar para ele
por cima do meu ombro.
— E agora posso ver meu nome na camisa. — Seus lá bios se curvam
com entusiasmo antes que ele afunde a boca no meu buraco.
Ohh... Meu lindo Número Nove.
Funciona muito melhor assim, toda a extensã o de sua língua
roçando para cima e para baixo sobre a minha borda. Ele beija algumas
vezes, entã o enfia a língua dentro de mim, meus dedos cavando em
qualquer lugar que eu possa alcançar.
—Kyran… F-fodaaa , isso é bom. Foda-me com sua língua, baby.
A maneira como ele desliza para dentro e para fora de mim é
perversamente maravilhosa. Eu poderia ficar aqui o dia todo, todos os
dias, com minha bunda em uma maldita bandeja para ele.
Mas eu sei que nã o temos esse tipo de tempo, e essa sensaçã o
tentadora dele me sondando com sua língua faz meu corpo desejar algo
maior e mais difícil... Algo grosso e louco para me esticar
completamente.
— L-lubrificante...— eu gaguejo com os lá bios trêmulos. — No meu
b-bolso.
— Mais dois minutos —, ele lamenta. — Sua bunda é tã o gostosa,
Avi.
Eu me sinto bêbado agora.
— Você me come tã o bem, lindo…
Ele finalmente se afasta, respirando pesadamente e segurando meu
queixo.
— Você vai me deixar te beijar?
— Me dê essa língua, — eu rosno, abrindo meus lá bios para ele
deslizar para dentro.
Ele me beija desleixadamente, no alto da depravaçã o exuberante,
sugando meus lá bios e minha língua em conjunto.
— Você tem gosto de doce, garoto Twizzler. — Ele sorri e eu rio. —
Minha doçura de morango.
— Estou fodidamente obcecado por você, — eu choramingo em sua
boca. — Você estava totalmente certo.
— Bom. — Ele enfia a mã o no meu bolso, pegando o frasco de
lubrificante. — Porque eu acho que sou meio obcecado por você
também...
Deus, meu peito está pegando fogo.
— Foda-me ...— As palavras voam em respiraçõ es irregulares
ecoando a dele enquanto ele derrama lubrificante em seus dedos,
cobrindo seu pau, em seguida, passando-os entre minhas bochechas. —
Deus, baby, foda-me agora. Eu vou morrer se nã o conseguir sentir você
logo…
— Nã o morra. — Ele beija meus lá bios, arrastando a cabeça de seu
pênis sobre meu buraco. — Eu preciso de você.
— Eu preciso de você, — eu sussurro com nossas bocas juntas
enquanto ele enfia um dedo dentro de mim, me fazendo ofegar.
— Avi, eu preciso de você, porra. — Ele repete como um mantra
abafado, tocando-me devagar, o mais fundo que consegue alcançar. —
Preciso muito de você…
— Mmm-eu t-também... Ky ...
Nossa respiraçã o está refletindo no interior do veículo, as janelas
embaçadas tã o espessas que você nem consegue ver do lado de fora.
Kyran enfia um segundo dedo na minha bunda, me esticando e me
molhando por dentro, e estou tã o carente que quase nã o queima. Eu
sou fodidamente selvagem por ele.
Seu sexo, sim, mas para ele , mais do que tudo. Acho que deixaria ele
enfiar todo o corpo dentro de mim neste momento, apenas para mantê-
lo; senti-lo reinando sobre minhas entranhas.
Kyran puxa seus dedos para fora, posicionando a cabeça inchada de
seu pênis em meu buraco.
— Eu vou devagar, baby…— ele respira. — Para que você possa
sentir cada centímetro.
Concordo com a cabeça rapidamente, e ele começa a empurrar,
quebrando a barreira do meu corpo.
Seu pau é grosso pra caralho, e tã o duro. Mas aveludado macio e
escorregadio da lubrificaçã o enquanto penetra em mim cada vez mais
fundo, quase dolorosamente lento. Estou surpreso que posso até ouvir
Kyran sobre os sons de meus gemidos e meu pulso disparando. como
fogos de artifício na minha cabeça. Mas eu posso... e os barulhos que ele
está fazendo estã o me arruinando para qualquer outra pessoa, nunca.
— Ahh -vee, — ele suspira meu nome assim, rouco e cansado,
hipnotizado enquanto ele mantém minha bunda aberta e me alimenta
centímetros. — Tã o... apertado... Baby, tã o quente e tã o fodidamente
apertado.
— Ummm...Porraaa… Ky . Kyran, foda-me mais. Mais mais mais.
Ele recua um pouco antes de estar totalmente dentro, o que nos faz
gemer palavras sem sentido, enfiando seu grande pau dentro de mim
até que estou tã o cheia que nã o consigo me mexer.
— Puta merda, isso... parece... incrível. — Ele se pendura nas minhas
costas, apoiando o peso do corpo na porta para nã o me esmagar. — B-
baby... É isso que você sente quando me fode?
Concordo com a cabeça, engolindo em seco e mordendo o lá bio
enquanto me ajusto à sensaçã o de algo tã o grande penetrando dentro
de mim.
— É isso... porra, é isso que você sente quando eu fodo você?
— Isso doi? — Ele acaricia meu cabelo, beijando meu pescoço. —
Podemos parar se doer...
— Nunca pare, porra.— Eu mexo meus quadris contra os dele, a
sensaçã o de fricçã o no que deve ser minha pró stata me ilumina como a
porra do Quatro de Julho. — Ohh Deus, sim. Sim, Sim, Sim…
Kyran empurra seus quadris contra os meus, recuando, entã o
mergulhando novamente. É tã o intenso que as lá grimas estã o
escorrendo dos meus olhos. Ele se levanta um pouco, trabalhando em
um ritmo lento para finalmente me foder do jeito que eu preciso, e nã o
posso evitar. Estou chorando pra caralho.
Ele me agarra pela camisa, acariciando seu pau dentro e fora da
minha bunda, gradualmente construindo uma bomba ilícita. Lento no
começo, mas antes que eu perceba, ele está tirando o ar dos meus
pulmõ es e eu estou choramingando apenas uma palavra repetidamente.
Mais.
— Foda-me mais... Mais fundo. Mais difícil. Mais pau, Kyran. Mais
sobre esse ponto, Kyran. Mais mais fodidamente mais.
— Eu quero tocar seu pau, — ele rosna, alcançando debaixo de mim
para empurrar meu pau enquanto ele monta na minha bunda, me
levando para o assento tã o á spero, tenho medo de quebrar minhas
costelas. Mas um pulmã o perfurado valeria totalmente a pena porque
isso é fantástico pra caralho.
Sexo duro e violento, seus quadris batendo contra os meus, meu pau
pulsando uma bagunça pegajosa por todo o lugar. O carro está
balançando com seus impulsos selvagens, e minhas costas estã o
arqueando para mais.
— Você fode tã o bem...— Eu choramingo, agarrando seu braço
enquanto reorganiza minhas entranhas.
— Você pega um pau tã o fodidamente bem, baby.
Mal consigo manter os olhos abertos, mas os forço porque prometi
que olharia para ele. Nossos olhares atordoados se prendem da mesma
forma que nossos corpos, uma necessidade incessante batendo e se
contorcendo entre nó s enquanto ele me fode até a borda.
— Você é meu? — ele sussurra trêmulo, os mú sculos brilhando de
suor e o cabelo caindo sobre os olhos, fazendo-o parecer anos-luz além
de lindo pra caralho.
— Sim, — eu resmungo, agarrando-me a ele enquanto meu orgasmo
se aproxima. — Todo seu.
— Bom. Eu sou todo seu também.
Ele se abaixa e pega meu lá bio inferior entre os dele, chupando e
mordendo. E nó s dois corremos, juntos.
— Porra, venha para mim, baby. — Ele bate seu pau em mim
profundamente.
— Uhh, Porra… Uhhmm Kyran, estou vindo!
Preso entre meu abdô men e o couro, meu pau começa a latejar,
atirando em tudo. E Kyran nã o para. Ele trabalha para fora de mim com
seu grande e lindo pau, ondulando dentro e fora da minha bunda como
ondas quebrando.
— É isso... Goze para mim, sexy. Sinta cada centímetro do meu pau
em seu corpo perfeito enquanto você goza. Foda-se, Avi, você é... eu
sou...
Ele geme e aperta antes de derramar na minha bunda, derramando
profundamente em meu corpo enquanto ele cuspiu em busca de ar.
— Você é tã o bom gozando em mim, baby...— Eu choramingo, meus
mú sculos se contraindo nele repetidamente enquanto eu flutuo para
baixo do alto como uma pena na brisa. — Me dê mais. Eu quero tudo
isso…
— Avi, você está sugando isso de mim...— ele choraminga, batendo a
mã o contra a janela para se manter de pé.
Uma vez que seu pau finalmente para de doer na minha bunda, seus
quadris param gradualmente e ele apenas respira em cima de mim.
Abaixando-se um pouco, ele acaricia meu cabelo com o focinho,
beijando meu pescoço, meu queixo e meus lá bios.
Terminei. É isso.
Game Over.
Nã o consigo nem fingir mais... nã o consigo segurar, ou racionalizar.
Nã o depois disso. Nã o depois do que senti.
Estou com problemas profundos no nível do purgató rio agora…
Porque eu acho que estou caindo...
Limpando minha garganta para calar minha pró pria mente, eu me
contorço quando Kyran se levanta de mim e sai lentamente.
— Merda, me desculpe ...— ele murmura, a voz rouca e sexy. —
Estou esmagando você?
— Nã o, eu só ...— Minha voz falha enquanto ele se move para trá s,
ajudando-me a sair do assento. — Meu esperma estava tipo, me
colando no couro.
Ele ri, e eu abro um pequeno sorriso preocupado que
esperançosamente nã o denuncia meu estado de foda.
— Estou ferrado. — Ele afasta o cabelo do rosto, entregando-me
uma coisa de lenços umedecidos de dentro da bolsa. — Vou acabar
pagando para detalhar o interior dessa coisa.
— Provavelmente uma boa ideia. — Eu sorrio.
Kyran se joga no assento ao meu lado, se limpando e se arrumando,
enquanto eu faço o mesmo, só que mais devagar, porque minha bunda
está meio dolorida e isso é muito mais bagunçado do que eu esperava.
Mas estou todo corado e me contorcendo porque eu realmente gosto
disso.
Eu gosto de tê-lo dentro de mim assim...
Talvez isso me torne uma aberraçã o, mas tanto faz. É a mesma coisa
que senti na primeira vez que gozei dentro dele. Como se eu estivesse
marcando minhas iniciais nele. E agora eu tenho o dele gravado bem no
meu coraçã o.
Nã o apenas meu corpo... eu o sinto na porra da minha alma, e isso é
tã o ruim.
Por que você achou que era uma boa ideia deixar ele te foder, idiota?
Agora você está apegado a ele como um tolo desesperado, e isso é
ridículo.
Por que me sinto assim? Eu sou apenas fisicamente incapaz de fazer
sexo casual, ou ele é tão fechado que não o afeta da mesma maneira?
— Você está bem? — Kyran murmura, e eu coloco minha obsessã o
em pausa para espiá -lo. — Você está terrivelmente quieto. Fui muito
rude ou algo assim...?
Ele parece preocupado, e eu estou me encolhendo sobre como ele
está batendo dentro do meu peito como um segundo batimento
cardíaco. A maneira como ele olha para mim e a maneira como ele fala
comigo, e a porra do cheiro dele em mim, porra, caramba...
Não posso me apaixonar pelo meu meio-irmão.
Forçando um pequeno aceno de cabeça, eu resmungo,
— Nã o. Nã o, você nã o foi muito rude, acredite em mim. Eu... Essa foi
a coisa mais incrível que já senti.
Seus lá bios se curvam e ele agita os cílios.
— Entã o isso significa que nó s dois estamos no fundo agora?
Eu tenho que rir, porque ele parece emocionado com esse conceito.
— Podemos ser qualquer nível de versatilidade que você quiser,
baby.
Seu sorriso se alarga e ele cantarola, enquanto eu me mexo com o
quã o confuso e quente isso está me deixando.
Oh droga... O sorriso dele sempre foi tão lindamente radiante? Esses
corações estão flutuando em sua cabeça?
Kyran nã o parece preocupado com o quã o estranho eu estou sendo.
Porque ele está muito ocupado sendo muito mais carinhoso do que
estou acostumado. Voltando-se para mim, ele envolve seus braços
minha cintura, aninhado no meu peito enquanto ele beija meu pescoço
e me respira. Quase como se ele estivesse...
— Você está me cheirando? — Eu olho para ele.
— Eu gosto do seu cheiro, e daí? — Ele arrasta os lá bios sobre o
monte na minha garganta enquanto ele mergulha.
— Kyran, eu...
Não. Pare com isso. Pare com isso agora.
Eu limpo minha garganta novamente.
— O filme terminou há um milhã o de anos. Nó s estamos... indo
embora? Ou você quer colocar outro?
— Eu nã o quero ir ainda…— ele diz calmamente.
Estou muito fodidamente perplexo agora. Isso é como um cento e
oitenta do jeito que ele costumava agir depois que fodíamos. É só
porque ele me fodeu desta vez? Foi só isso??
Nã o, isso também nã o faz sentido, porque ele ficou assim comigo
depois que trepamos na véspera de Natal. Essa foi a noite em que
ficamos conversando até nã o conseguirmos mais manter os olhos
abertos. E a cada noite desde entã o, ele tem demorado um pouco mais e
um pouco mais depois, como se estivesse desistindo lentamente da
ideia de que precisa fugir toda vez que o clímax do sexo passa.
Quero dizer, merda. Esta é a porra de um encontro, nã o me importa
para quem você pergunta. E agora ele nã o quer ir... E eu definitivamente
nã o quero ir.
Entã o talvez nã o devêssemos... ir. Sempre. Talvez devêssemos ficar
assim e nos fazer acontecer, porque claramente, nó s dois queremos isso.
Mas ele também tem medo de admitir que é bi, ou gay, ou o que
quer que ele sinta que possa estar inclinado. Então, como abordar o
assunto sem assustá-lo?
— Qual deles você quer? — Ele pergunta, e minha testa franze. —
Para o pró ximo filme…
— Oh, certo. Uh… Você tem Os Infiltrados?
Ele sorri.
— Sim claro. Eu disse a você, está entre os meus cinco primeiros.
— Vamos fazer isso, lindo.
Ele me lança um olhar rá pido e satisfeito antes de rastejar até a
frente do carro para pegar seu laptop. Observando-o começar o
pró ximo filme, abro outra lata de refrigerante, mordo as duas pontas de
um Twizzler e jogo dentro como um canudo.
Porque é coisa minha. Foi o que fiz da ú ltima vez que vi meu pai
vivo.
Meu pai adorava Twizzlers. Eles eram sua jam, e eu costumava
copiar tudo o que ele fazia, entã o, naturalmente, eles se tornaram
minha jam também. Um dia antes de morrer, ele estava trabalhando em
nosso apartamento, bebendo uma lata de Coca-Cola com um canudo.
Para quem nã o sabe, eles sempre davam canudos quando você
comprava uma lata de refrigerante na bodega de Nova York,
antigamente, antes que todos reconhecessem como os canudos sã o
ruins para o meio ambiente. Acho que talvez fosse para que você não
tivesse que colocar os lábios na lata suja, porque quem sabia onde ela
estava?
De qualquer maneira, era uma coisa. Mas quando meu pai largou a
bebida por um segundo, eu me esgueirei e puxei o canudo,
substituindo-o por um Twizzler. Meu pai pegou sua bebida, olhou para
o Twizzler, depois olhou para mim enquanto eu fingia brincar com
meus brinquedos, tentando desesperadamente nã o rir.
Ele arrancou o Twizzler da lata, deu uma mordida em cada ponta e o
enfiou de volta, sugando um gole de sua bebida através dele.
— Ah... Isso é bom. — Ele piscou para mim e nó s dois começamos a
rir histericamente.
Desde entã o, sempre faço um canudo Twizzler para meus
refrigerantes, porque me lembra dele, e daquele dia perfeito em que ele
estava por perto. Ele nunca mais foi depois disso...
Kyran cai de volta no banco, equilibrando o laptop no console
central, para que possamos ficar no banco de trá s. Mas desta vez,
quando ele se inclina ao meu lado, coloco minhas pernas sobre seu colo,
aconchegando-me ainda mais perto dele.
Porque por algum motivo, agora, eu só preciso disso.
Assistimos ao filme em silêncio por um tempo, embora eu esteja
surpreso por ele nã o conseguir ouvir o quã o alto a mecâ nica da minha
mente está batendo e batendo, como um velho virabrequim que está
girando rá pido demais.
Há tanta coisa acontecendo na minha cabeça; tanta confusã o e
contemplaçã o...
Tanto desejo repentino de descobrir onde estamos.
— Ei…— murmuro quando chega a ser demais.
— Mm? — ele grunhe sonolento com os lá bios no meu cabelo.
— Entã o... amanhã , véspera de Ano Novo...
Suave, Avi. Diga a ele que feriado é amanhã, como se ele fosse um
alienígena que acabou de pousar aqui e não faz ideia do que significa 31
de dezembro.
Kyran ri.
— Isso acontece todos os anos? — Seu tom é provocativamente
sarcá stico, mas o sorriso que posso ouvir nele me transforma em uma
grande bola de mingau em seu colo.
—Ha ha. — Eu franzo meus lá bios, olhando para ele. — Você tem
algum plano?
Ele pisca para mim por um segundo antes de responder.
— Sim, um... Guty está dando uma festa em nosso dormitó rio...
Meu estô mago se contorce em um nó doloroso. Eu engulo o
desâ nimo e aceno, quebrando nosso contato visual.
— Certo. Isso faz sentido…
— Avi...— Ele cantarola meu nome. Eu nã o quero ouvir a pena nisso,
mas definitivamente está lá . — Eu teria convidado você, mas...
— Mas eu nã o pertenço lá —, murmuro. — Entendo. Sem
problemas.
— Nã o, nã o é isso. — Ele se mexe, movendo-se para poder olhar
para mim. Mas ainda estou achando difícil encontrar seus olhos agora.
— Eu só nã o queria... sujeitar você a toda essa... coisa.
— Você quer dizer uma festa com seus amigos que pensam que eu
sou um perdedor que você odeia estar por perto?
Ele balança a cabeça.
— Nã o é desse jeito. Eu prometo…
Reviro os olhos.
— Entã o como é?
Ele nã o fala. Ele apenas olha para mim como se quisesse tanto dizer
alguma coisa, mas nã o consegue descobrir como fazer sua boca
funcionar.
Finalmente, ele pergunta:
— Você tem planos?
Eu limpo minha garganta.
— Frankie está dando uma festa...— Ele balança a cabeça, correndo
seus dedos sobre os meus. Eu gostaria de poder ser tã o indiferente
quanto ele, para me poupar da inevitável dor de cabeça. Mas ao
contrá rio dele, nã o consigo impedir meus lá bios de sussurrar: — Você
deveria vir depois.
Seus dedos se entrelaçam lentamente com os meus.
— E se eu chegasse antes da meia-noite...?
Meus olhos saltam para os dele, arqueando a sobrancelha.
— Isso nã o pareceria meio... suspeito? Deixar uma festa de Ano
Novo em seu pró prio dormitó rio antes da meia-noite…
Ele dá de ombros, brincando com meus dedos.
— Mas e se a pessoa que eu quero beijar à meia-noite estiver em
outro lugar…?
Olhando em seus olhos, estou perdido por um momento nas
manchas borradas de verde musgo que se misturam ao â mbar. Eles sã o
como uma paleta de tinta na qual eu poderia passar um pincel e fazer
uma cor especial só para ele.
Meu queixo balança em um aceno cativado.
— Entã o eu acho que você deveria sair da festa... e ir encontrar essa
pessoa.
Ele sorri, inclinando-se para mais perto para provocar meus lá bios
com os dele.
— Entã o é um encontro.
— Ok...— eu sussurro, forçando minha voz a soar uniforme.
Mas dentro de mim, está acontecendo um terremoto. Chã o
tremendo, balançando minha base com todas essas coisas que tenho
medo de processar.
Essas coisas eu nã o posso mais ignorar.
Foda-se o dinheiro… Isso não é sobre os fãs.
Backwardz_Cap está oficialmente apaixonado… e apavorado com o
que isso significa.
CAPÍTULO VINTE E DOIS

AVI

Andy_Amo: Backwardz_Cap + Not_Your_Baby Eu quero tanto ser salvo


que quase rezei, vocês podem ser minha nova religião?
Slave4U69: Ei @Backwardz_Cap, eu tenho um Twizzler 4 U!
theSenator: Observar vocês dois torna os dias difíceis um pouco mais
administráveis <3

Sair da festa de ano novo de Frankie provou ser mais difícil do que eu
esperava.
Foi uma festa muito divertida, como costumam ser, e todos os
nossos amigos estavam lá . Eu sabia que nã o seria fá cil escapar antes da
contagem regressiva para a meia-noite, e é por isso que planejei fazer
uma saída nã o detectada.
Eu causaria uma distraçã o, e enquanto todos estavam focados nisso,
eu escaparia pela porta e correria de volta para o meu dormitó rio para
encontrar Kyran para que pudéssemos nos beijar à meia-noite.
Porque realmente, é disso que se trata, certo? É por isso que ele
queria vir antes da meia-noite... Para que pudéssemos fazer o que nã o
poderíamos fazer na frente das pessoas em nossas respectivas festas.
Estou começando a me perguntar se isso seria tã o ruim. Eu
certamente nunca dei a mínima para o que as pessoas pensam sobre
mim... Então e se eles me virem beijando meu meio-irmão? Será que é
realmente de um grande negócio?
E se tivermos sentimentos um pelo outro? Devemos apenas afastá -
los e esquecê-los porque a sociedade pode achar isso um pouco
estranho?
O problema é que eu estaria disposto a aceitar esse tipo de crítica
das pessoas por Kyran. Nesta conjuntura de nosso relacionamento
bizarro e confuso, estou aceitando a ideia de decepcionar e deixar as
pessoas estranhas por ele, porque me importo mais com a sensaçã o de
estar com ele do que com um milhã o de zombarias e reviravoltas.
Mas eu nã o acho que Kyran está no mesmo lugar, e isso está
mastigando pedaços do meu coraçã o nas ú ltimas vinte e quatro horas
como uma bactéria sá dica carnívora.
Kyran está confuso sobre sua sexualidade. Acrescente a isso o fato
de que ele está no centro das atençõ es, sendo o zagueiro de um time de
futebol prestes a trazer para casa um campeonato importante este ano,
que sem dú vida será olhado pela NFL na pró xima temporada, nã o tenho
certeza se sairá como um cara que está tendo um relacionamento com
seu meio-irmã o é algo que ele está aproveitando a chance para fazer em
breve.
É meio chato, mas essa é a situaçã o em que nos encontramos. Entã o,
esses pequenos momentos, como fugir para beijar à meia-noite, estã o
se tornando cada vez mais importantes.
Meia hora atrá s, desafiei Micah a dar um tiro no umbigo de Frankie,
o que achei que serviria como a distraçã o perfeita para irritar todo
mundo, mantendo toda a atençã o nos dois por tempo suficiente para eu
escapar.
E estava realmente funcionando. Até que Zeb me viu, aquele
exuberante falador, e gritou:
— Ei, Avi, onde você está indo?!
Fiz uma pausa com a mã o na maçaneta, fechando os olhos enquanto
toda a excitaçã o se esvaía do meu corpo. Tão perto.
Ele e Bea cambalearam até mim, enquanto, do outro lado da sala,
Frankie estava sentado, lançando-me um olhar muito suspeito.
— Eu, uh... só preciso de um pouco de ar fresco, — eu menti,
fingindo estar tonta e bêbada, quando na verdade, a ú nica sensaçã o real
que eu estava sentindo era mais como uma retirada para um certo
conjunto de lá bios. — Eu posso vomitar.
— Oh nã o! — Bea gritou de angú stia, agarrando-me pelo braço e me
puxando para o banheiro. — Venha comigo. Vou pegar um pouco de
á gua e massagear suas costas.
— Nã o... Nã o, estou bem .— Eu tentei me puxar para longe dela. —
Eu só preciso ir...
— O que há de errado com ele? — Micah perguntou, correndo com
Frankie em seu encalço.
— Foda-me ...— eu murmurei baixinho, esfregando os olhos.
— Ele está passando mal —, Bea soluçou, passando os dedos pelo
meu cabelo.
— Nã o vomite nos meus sapatos! — Zeb gritou, lançando-se para
longe de mim.
— Isso está certo? — Frankie cruzou os braços sobre o peito,
estreitando o olhar para mim. — Você está passando mal, Aviel?
Estava claro que ela nã o estava engolindo meu ardil, mas eu quase
nã o me importava mais. Eram onze e quinze e eu ainda precisava voltar
para o campus se quisesse chegar a Kyran à meia-noite. Pelo que eu
sabia, ele já poderia estar lá , esperando por mim do lado de fora e
pensando que eu o abandonei.
Foda-se isso. Eu sabia que deveria ter dado a ele minha chave.
— Gente, está tudo bem. Realmente. — Finalmente me livrei do
aperto de Bea, cambaleando de volta para a porta. — Eu só preciso de
um pouco de ar. Eu volto já .
Tirando meu telefone do bolso enquanto abria a porta, encontrei
uma mensagem de cinco minutos antes.
Kyran: Estou aqui... Já voltou?
— Foda-se —, eu sussurrei, mergulhando no corredor e descendo
correndo os degraus.
Eu: Eu me atrapalhei... me desculpe. Estou a caminho agora,
apenas sente-se firme
Eu estava praticamente correndo para o T, mas isso nem importava
porque eu sentei lá esperando por vinte malditos minutos . O Réveillon
atrasou tudo e eu me senti um idiota por nã o ter saído de lá antes. Nã o
havia Ubers, nem Lyfts. Nada.
Eu estava preso esperando o maldito trem para me levar de volta
para ele.
Eventualmente apareceu, e agora estou nele, freneticamente
quicando meu joelho, vendo os minutos desaparecerem diante dos
meus olhos.
Na minha parada, eu pulo da coisa e saio correndo de novo, pelo
maldito campus. Quando chego ao meu prédio, sã o onze e cinquenta e
oito, e mal posso esperar pelo estú pido elevador lento. Subo quatro
lances de escada até o meu andar, correndo pelo corredor para
encontrar Kyran sentado no chã o em frente à minha porta.
— Eu sinto muito... desculpe...— Eu suspiro, sem fô lego com o
sangue correndo em meus ouvidos. Caindo de joelhos na frente dele,
luto para sugar o ar em meus pulmõ es antes de desmaiar. — Nã o iria...
me deixar sair. Trem... nada de Ubers... porra correu... Jesus Cristo…
Estou vendo manchas.
Os lá bios de Kyran se curvam em um sorriso divertido. Suas mã os se
estendem e ele as coloca sobre meu peito.
— Respire, Avi. — Eu puxo um profundo, e ele ri. — Tudo bem. Você
conseguiu.
— Mal... — Eu bufo.
As pessoas começam a gritar de algum lugar no corredor.
Eles estã o em contagem regressiva.
Kyran morde o lá bio, os dedos deslizando pelo meu pescoço. Eu sei
que provavelmente deveria trazê-lo para dentro... Nã o sei se podemos
fazer isso aqui, ao ar livre. Alguém pode ver…
Mas os nú meros cantados chegam a cinco, depois quatro, depois
três...
— Dois —, ele sussurra, como se nã o desse a mínima para quem
poderia nos ver.
Ele só quer me beijar.
E com meu coraçã o acelerado como acabei de fazer para chegar até
ele, isso é tudo que eu quero no mundo enquanto murmuro,
— Um.
Batendo meus lá bios nos dele, eu o beijo com meus mú sculos
tremendo e meu peito queimando por muito mais do que apenas o
esforço.
Eu consegui. Eu fiz isso para nós…
— Feliz Ano Novo, baby —, ele murmura em minha boca, segurando
meu pescoço para me manter perto enquanto meus dedos acariciam
seu cabelo macio e sedoso.
— Feliz Ano Novo.
Eu nã o consigo parar de beijá -lo. É muito bom.
Estar com ele agora... saber que ele apareceu porque era isso que ele
queria também... é tudo.
— Você vai me trazer para dentro ou o quê? — Ele sorri em meus
lá bios, e eu sorrio de volta, balançando a cabeça.
— Vamos, lindo. — Pego sua mã o enquanto nó s dois nos
levantamos. —Você é meu esta noite.

***

— Baby... Posso tirar? Por favor…


— Ainda nã o, — eu rosno, meus dedos cavando em seus quadris.
— Por favor, Avi...— ele choraminga novamente, passando a mã o ao
longo de seu pênis inchado. — Preciso tanto gozar que dó i…
— Eu sei, baby —, eu murmuro, mastigando meu lá bio ao ver seu
pau balançando no meu abdô men, todo inchado, rosa, grosso e
fodidamente deslumbrante. O anel peniano está realmente segurando-
o, e é incrível testemunhar. — Mas você ouviu as regras. Nã o até que eu
volte.
Ele geme, moendo seus quadris contra mim, montando meu pau em
movimentos graduais e trêmulos com as mã os nos meus joelhos para se
firmar. Já estamos fodendo há mais de uma hora e ele ainda nã o gozou.
Eu só posso imaginar a queimaçã o lasciva que ele está sentindo com a
tortura dessa borda.
Começamos com ele curvado de quatro, meu pau se esticando e
enchendo seu rabo apertado até eu gozar, deixando aquele doce buraco
transbordando. Entã o nos reposicionamos para que eu pudesse deitar e
deixá -lo me montar, o â ngulo perfeito para eu assistir o presente de
nossos fã s fazer sua má gica.
E já gastamos um tempo exorbitante testando nossos outros dons.
Ontem à noite — hoje de manhã — fodemos até o sol nascer, brincando
com plugues vibrató rios e essas ventosas que você gruda nos mamilos.
Fizemos questã o de gravar vídeos nossos usando-os para as pessoas
que os enviaram, o que foi divertido, porque filmar é o que fazemos. É o
que nos transformou nisto... o que quer que sejamos agora.
Mas fora da câmera é onde a verdadeira feitiçaria está acontecendo.
A conexã o que construímos parece ficar mais forte e poderosa a cada
segundo ilustre que alimentamos mutuamente.
Isso está se tornando muito mais do que apenas sexo para os fã s.
Somos nós. Nã o Backwardz_Cap e Not_Your_Baby … Kyran e Avi .
Caindo um no outro, uma e outra vez, porque queremos.
Aparentemente, nossos corpos nã o conhecem limites no que diz
respeito um ao outro... Porque estou literalmente a segundos de
derramar dentro dele novamente. Sétimo orgasmo nas ú ltimas dezoito
horas, entre chupar, foder e a ú nica vez que ele deslizou seu pau dentro
da minha bunda, envolveu minhas pernas em volta de sua cintura e
apertou minha pró stata como se estivesse tentando ganhar um prêmio.
Claro, nós dois fomos vencedores nesse cenário. E sim, o prêmio foi
mais porra.
O que me dá uma ideia.
O levantando do meu pau, eu movo meus quadris, abrindo minhas
pernas enquanto ele se ajoelha no meio, caindo contra minha perna
com um suspiro cansado.
— Por que você parou...? — Ele faz beicinho, e é tã o sexy quanto
adorável.
— Coloque seu pau em mim. — Expiro as palavras rapidamente,
pego o lubrificante e acaricio um pouco rapidamente em seu pau,
ampliado em seu estado de tumescência. A coisa está fodidamente
enorme agora, e só lida como uma rocha, o que me faz tremer abaixo da
cintura.
Kyran morde o lá bio, chegando mais perto enquanto eu aponto seu
pênis entre minha bunda. Ele empurra, e nó s dois gememos alto.
— Foda-me, baby...— Eu assobio, mas ele já está fazendo isso,
bombeando em mim com as palmas das mã os no meu peito. — Mais
forte... mais rá pido... mais profundo, baby. Foda-se o sêmen em mim
para que você possa obter o seu orgasmo.
Seu cabelo está caindo em seus olhos, nó s dois suados, ofegantes e
grunhindo como fodidos animais enquanto ele me monta para fora.
— Ummff... Avi ... eu posso...— ele resmunga, passando a mã o para
baixo para agarrar meu pau. — Acho que nã o consigo segurar.
— Você consegue, baby. — Minha voz sai toda trêmula de seus
impulsos vigorosos. — Eu acredito em você.
— Você é o pior —, ele choraminga, deixando cair o rosto para
chupar meus mamilos, empurrando meu pau e me destruindo com a
deliciosa queimadura de fricçã o molhada dentro do meu corpo.
— Você adora. — Minha cabeça está enevoada, os mú sculos tensos,
o orgasmo borbulhando lentamente em minha virilha. — Fodaaa, seu
pau grande vai me fazer gozar ...— Batendo minhas mã os contra seu
abdô men, eu o paro e digo asperamente: — Volte para o meu pau para
que eu possa gozar em você.
Ele nã o hesita nem discute. Puxando-se para fora, ele sobe de volta
sobre meus quadris, sentando-se totalmente na minha pélvis, com cada
centímetro de mim enterrado dentro dele. E a descida de seu canal
quente e apertado deslizando pelo meu comprimento é o ú ltimo prego
no caixã o.
Eu agarro seus quadris com força, segurando-o no lugar enquanto
atiro pulso apó s pulso dentro dele, soluçando roucos de
— Puta merda ... oh meu Deus, estou gozando tã o forte em você... de
novo.
— Avi...— ele geme, sacudindo meus mamilos com os polegares
enquanto se contorce no meu pau, a cabeça inclinada para trá s, o peito
voando em respiraçõ es selvagens que combinam com a minha. — Seu
esperma está tã o quente dentro de mim…
— Foda-se, baby... resolva isso —, murmuro, forçando meus olhos a
se abrirem para observá -lo. Entã o eu tiro o anel peniano de seu pau e
seu queixo cai para apontar um olhar inebriante para mim. — Agora
entre em mim.
— Graças a Deus…— ele sussurra, deslizando para fora do meu pau
com meu esperma derramando por toda parte. Voltando para o meio
das minhas pernas, ele mantém minhas coxas abertas. — Eu quero
gozar em você, baby... Na sua boca e no seu pau. — Ele enfia seu pau
dentro de mim com uma estocada punitiva que me faz chorar com a
sensaçã o avassaladora. — Mas derramar fundo em sua bunda ganha.
— Uhh F-fodaaa. — O absurdo flui dos meus lá bios. Estou
hipersensível agora e sentindo cada pontada de seu pau grosso
enquanto ele se move em mim. — K-Kyran…
— Puta merda, estou indo! — Ele engasga, desmoronando e
desmoronando com seu abdô men colado ao meu, prendendo meu pau
sensível e amolecido entre nó s. — Tã o forte… tã o, tã o forte, meu pau
está explodindo.— Ele empurra e puxa de forma constante para extrair
cada pulsaçã o dolorida que posso sentir me inundando.
É fodidamente incrível. Mais que incrível…
Acho que estou morto.
— Ai… ai… ohhh garoto…— Kyran choraminga, nos contorcendo e
mordendo minha garganta. — Baby... eu gozei tã o forte em você que
dó i...
Enquanto volto dos céus para a terra, começo a rir. Mais como
gargalhar. Sério, pareço um personagem de desenho animado, mas nã o
consigo evitar.
Essa foi a coisa mais intensa que eu já senti. E agora estou rindo.
Kyran começa a rir comigo, e a pró xima coisa que eu sei, nó s dois
estamos bufando, nossos corpos balançando juntos com acessos
vorazes de riso ofegante.
— Oh meu Deus. — Ele resmunga suas risadinhas, enxugando os
olhos enquanto se levanta e sai de mim lentamente. — Fizemos uma
bagunça!
— E você soa como se tivesse perdido a voz. — Eu rio, entã o franzo
a testa.
— Ok, eu também.
— Você tem vizinhos do outro lado dessa parede? — Ele sorri
preguiçosamente, balançando a cabeça atrá s de nó s enquanto seus
dedos traçam as linhas do meu peito. — Eles podem pensar que
estamos nos matando aqui…
— Se isso é assassinato, entã o me chame de Jeffrey Dahmer, lindo.
— Eu pisco para ele, e ele ri. Eu dou um tapinha na bunda dele. — Ok.
Acima. Por mais que eu queira segurar você para sempre, há esperma
literalmente em todo lugar. Vamos tomar um banho.
Pressionando os lá bios para cobrir um sorriso enlouquecido, ele
inclina a cabeça.
— Juntos?
Sento, ficando nariz com nariz com ele.
— Você quer?
— Estou morrendo de vontade. — Ele sorri, me beijando
suavemente.
É tã o lento, quente e cheio de paixã o que estou derretendo na cama.
Então todas aquelas vezes que ele tomava banho lá sozinho... Eu
poderia ter me juntado a ele? Porque ele está morrendo de vontade de...
Parece que meu coraçã o escapou da minha caixa torá cica e está
voando por toda a sala como um pá ssaro livre ao som de “Free Bird” de
Lynyrd Skynyrd.
Kyran sai de cima de mim e se levanta com as pernas bambas. Eu
também faço o mesmo, e caminhamos juntos até o banheiro, espiando
casualmente um ao outro e mordendo os lá bios para impedir que os
sorrisos psicó ticos saiam.
— Você está andando como se tivesse acabado de sair, — eu
provoco, e ele me empurra de brincadeira.
— Você também —, ele rosna enquanto eu o empurro para trá s. —
Você é praticamente meu banco de esperma neste momento.
Eu suspiro, agarrando seu braço enquanto ele luta comigo.
— Você é quem fala! Essa bunda doce tem arrancado doses do meu
esperma como tequila no Cinco de Mayo.
Ele joga a cabeça para trá s em uma gargalhada estrondosa, correndo
comigo para o banheiro. Alcançando dentro, ele abre a á gua, e eu dou
um tapinha em sua bunda. Seu rosto vira na minha direçã o, as
bochechas coradas enquanto ele força uma carranca.
— Você gosta disso, baby? — Eu o aproximo e ele cantarola.
— Nã o diga aos fã s. Eles vã o começar a nos enviar chicotes e pá s.
Eu rio, sentindo a á gua para ter certeza de que está quente o
suficiente. Entã o eu entro, pegando sua mã o na minha e trazendo-o
atrá s de mim. O chuveiro nã o é grande - menor do que o de casa - entã o
nó s praticamente temos que ficar com nossos corpos pressionados um
contra o outro para que ambos fiquem debaixo d'á gua ao mesmo
tempo.
Mas você nã o vai me encontrar reclamando. Talvez eu nunca mais
tome banho sozinho.
Esguichando um pouco do meu sabonete corporal em minhas mã os,
eu ensaboo e passo sobre seus mú sculos, amando a sensaçã o dele sob
meus dedos. Ele me observa enquanto eu o lavo, piscando gotas de á gua
de seus cílios que caem por seus lá bios inchados.
É uma imagem que ficará gravada em minha mente por muito, muito
tempo.
Eu saboreio o ato de acariciar o sabonete em cada centímetro dele,
tomando meu tempo como nã o fiz quando tomamos banho juntos pela
ú ltima vez; tocando seus ombros e braços, descendo por seu peito e
abdô men perfeitamente esculpidos. Seu pau grande e bonito recebe
muito mais atençã o dos meus dedos, antes de passar para as pernas e
pés. Entã o eu o giro e faço suas costas, incapaz de conter um ronronar
enquanto limpo sua bunda.
Sua cabeça cai para trá s para descansar no meu ombro, respiraçõ es
ofegantes ecoando dentro do pequeno recinto. Quando o sabonete sai,
só tenho que beijar seu pescoço e ombros, passando os dedos por seu
cabelo molhado.
— Você se sente... tã o bem —, ele respira. — Eu nunca fui tocado do
jeito que você me toca, Avi.
— Eu nunca toquei ninguém do jeito que eu toco em você...— Eu
confesso a ele em um sussurro, impressionado com a sensaçã o de ter
minhas mã os nele de uma forma que nã o está construindo para o sexo.
Ele se vira lentamente, pegando a garrafa.
— Minha vez?
Eu aceno timidamente, observando-o enquanto ele faz o que quer
comigo, lavando meu corpo com dedos carinhosos, limpando cada
mú sculo dolorido, cada queimadura de pele irritada. Nã o consigo parar
de olhar para o jeito que ele está me examinando, seu olhar
maravilhoso percorrendo o mesmo caminho que suas mã os.
— Isso é... bom demais, Kyran. — Meus olhos se fecham quando ele
pressiona seu peito molhado no meu, os dedos correndo pelos meus
lados. Muito bom para ser verdade…
— Existe algo bom demais? — ele respira.
Sim... acho que existe algo bom demais.
Porque nã o importa o quã o alto sua alma voe, o medo da má goa
sempre espera por você de volta ao chã o.
— Eu nã o sei...— Eu agarro sua mandíbula e trago sua boca
rapidamente para a minha, beijando-o impacientemente enquanto
posso, porque estou com muito medo que esse calor esfrie. — Isso é
diferente, baby, — eu murmuro entre beijos frenéticos. — Diga-me que
é diferente para você também…
Ele acena com a cabeça rapidamente enquanto nossos lá bios
perseguem o alto. — É diferente. É ...
— O que isso significa? — Eu odeio o desespero em meu tom.
Eu nã o quero ser o ú nico a surtar com isso, mas eu sou. Estou
oscilando, sem saber onde ele está . Sem saber se isso vai durar... Sem
saber nada além de como me sinto sobre ele, o que é tã o
espetacularmente inconveniente que me faz tremer até os ossos,
mesmo estando debaixo de á gua quente.
— Eu nã o... eu nã o sei. — Sua voz treme um pouco, e isso me mata,
porque nã o quero que ele tenha medo.
dois nã o podem ter medo... nunca vai funcionar. Eu quero que ele
saiba por nó s dois, mas eu simplesmente nã o acho que ele saiba.
É uma merda.
— Eu gostaria de ter respostas, Avi, mas estou completamente
fodido aqui…— ele sussurra.
— Você quer ficar? — Eu pergunto baixinho.
Ele concorda.
E a pergunta iminente luta para subir pela minha garganta.
— Você ainda gostaria... se alguém soubesse que você está aqui?
Kyran se fecha para mim, mã os segurando minhas costas enquanto
sua testa cai na minha.
— Eu... eu acho que sim.
Meu peito se abre como uma flor para ele.
Eu acho que sim…
Ok. Eu posso trabalhar com eu acho que sim.
Beijando-o por mais alguns minutos, finalmente desligo a á gua e
saio, pegando nossas toalhas. Nã o vou pressioná -lo mais agora, porque
nã o quero estressá -lo.
Ele quer ficar. É um presente que aceitarei com prazer.
Nó s dois secamos lado a lado, meus olhos caindo na minha escova
de dentes. Lembro dele usando esta manhã , e um sorriso aparece em
meus lá bios. Espreitando Kyran, eu o encontro olhando para si mesmo
no espelho, piscando para seu reflexo. O vazio em seus olhos mata meu
sorriso rapidamente, e eu apenas o observo por um momento.
Nã o é a primeira vez que o vejo fazer isso... Se olhar no espelho; fica
boquiaberto com seu pró prio corpo, seus membros, como se nunca os
tivesse visto antes. É como se ele fosse um alienígena vestindo pele
humana… um traje de Edgar, se preferir.
É estranho, e eu realmente nã o sei o que fazer com isso. Mas depois
de alguns minutos de silêncio, ele está começando a me assustar um
pouco.
— Ky...— Eu resmungo, uma pitada de preocupaçã o em meu tom.
Ele pisca com força, entã o vira o rosto em minha direçã o, todos os
vestígios daquele olhar vago desaparecendo.
— Sim?
— Você está bem? — Pergunto baixinho, mantendo minha
expressã o casual, para nã o deixá -lo perceber minha preocupaçã o com
sua repentina falta de clareza.
Ele solta o ar e depois sorri, embora nã o alcance seus olhos.
— Ó timo. Por que?
— Sem razã o...— Eu balanço minha cabeça. — Você quer usar
algumas das minhas roupas?
— Ok, — ele suspira, seu sorriso se tornando um pouco menos
rígido.
Forçando-me a nã o pensar nisso, eu o trago de volta para o quarto,
pegando uma cueca boxer de dentro da minha cô moda. Ele entra neles,
entã o caminha até a cama, tirando os lençó is sujos. Eu nã o posso deixar
de apenas olhar para ele enquanto ele faz isso.
Ele parece estar totalmente confortável em estar aqui, mas quem
realmente saberia? Kyran sempre foi um livro fechado, entã o é difícil
dizer o que está acontecendo em sua cabeça a qualquer momento. Eu
gostaria de pensar que o conheci mais nas ú ltimas semanas, mas
mesmo assim, ele nã o costuma expressar suas emoçõ es.
Ele os mantém engarrafados por dentro, o que nunca é bom quando
você está desenvolvendo fortes sentimentos pelo engarrafador.
O que você está escondendo dentro dessa sua linda cabeça, baby?
Isso fará com que você fuja de mim de novo?
— Você nã o tinha que fazer minha cama para mim. — Cruzo os
braços sobre o peito enquanto ele coloca os lençó is limpos em meu
colchã o.
— Bem, você é meio desleixado. — Ele me lança um sorriso. — Eu
só queria ter certeza de que foi feito da maneira certa.
— Desculpe, — eu bufo. — Estou muito limpo.
— Certo…— Ele ri. — Você é tã o limpo quanto o Cara.
Minha risada traz uma curva doce para seus lá bios. Girando, ele sai
da sala, e nã o tenho escolha a nã o ser segui-lo.
— Você vai vestir roupas de verdade? — Eu sorrio, mordendo meu
lá bio com a visã o de seu perfeito saque de pêssego em meus Calvin
Klein pretos e nada mais.
— Você está reclamando? — Ele me olha com um olhar malicioso
antes de se jogar no sofá , pegando o controle remoto da TV.
— Isso nã o soa como algo que eu faria. — Sento-me ao lado dele
enquanto ele ri.
Nó s dois estamos em uma almofada porque Robin está cochilando
do outro lado, ocupando a maior parte do sofá . Kyran olha para ela e
zomba, balançando a cabeça, embora esteja sorrindo agradavelmente
enquanto procura algo para nó s assistirmos. Ele para em um dos canais
da ESPN que eu nem sabia que tinha.
— Estou morrendo de fome. — Seu rosto se inclina. — Você vai
pedir alguma comida para nó s?
— Feliz por.
Corro para pegar meu telefone. E quando volto para o quarto,
encontro-o acariciando a cabecinha peluda de Robin enquanto ela
dorme.
Estou desmaiando tanto que pareço o emoji de olhos de coraçã o
personificado.
— O que você gostaria de comer, coisa linda? — Ajoelho-me ao lado
dele no sofá enquanto vasculho o DoorDash. — Hambú rgueres, tacos...
Ai meu Deus, esse lugar faz o melhor frango frito...
— Avi, podemos comer algo saudável? — ele choraminga. — Tenho
um jogo extremamente importante na pró xima semana. Nã o quero ficar
pesado por toda a junk food que como quando estou com você.
— Pesado??— Eu bufo uma risada perplexa. — Seu corpo é
fodidamente insano, Kyran. Você provavelmente está tipo, o que ... sete
por cento de gordura corporal? — Ele franze a testa para mim, e eu
pisco. — Sinto muito... Isso é demais?
— Para mim, sim —, ele resmunga. — Preciso estar em plena forma
para este jogo. Nada de brincadeiras.
— Ok, bem, acabamos de passar dezoito horas queimando
toneladas de calorias, entã o acho que você vai ficar bem. — Eu sorrio, e
ele devolve o olhar com um falso divertimento.
— Só nada de fast food ou gorduras trans em excesso, por favor. —
Ele se enrola em volta de mim, deixando beijos por todo o meu pescoço.
— Por mim?
— Tudo bem —, eu resmungo. — Você vê o que eu faço por você? O
que você quer comer, baby?
— Mmm... Sushi?
Eu faço uma careta, mas admito… porque eles têm aqueles
deliciosos bolinhos de carne de porco fritos. Eu poderia pedir, tipo,
cinquenta desses.
— Sushi é, para o meu homem esculpido e todos os seus oito
amigos. — Eu cutuco cada um de seus abdominais, e ele rosna, batendo
na minha mã o.
— Você brinca, mas na verdade o sushi tem muito amido, — ele
aponta, e eu apenas o encaro sem expressã o. — Do arroz…
— Ah, o arroz,— eu provoco, e ele ri, brincando de me dar um tapa
no queixo.
Entã o eu bato nele de volta. E isso continua por alguns minutos
antes de eu finalmente pedir uma trégua para poder pedir seu maldito
sushi.
— Podemos nã o assistir a isso? — Eu reclamo um pouco mais, com
as costas apoiadas no braço do sofá enquanto ele se deita entre minhas
pernas, brincando com minhas mã os. — É aborrecido. Tenho certeza
que a MTV está exibindo episó dios de Catfish em um loop…
Quando ele nã o me responde, eu olho para onde ele está olhando
para a palma da minha mã o, correndo a ponta do dedo ao longo do
centro.
— Eu também tenho essa linha —, ele sussurra. — Exceto as curvas
das minas por aqui… Como a forma como a Avenida Comm passa pelo
campus.
Eu dou a ele um olhar perplexo, mas ele nã o percebe. Porque ele
está muito ocupado estudando as linhas na palma da minha mã o.
— Você lê palmas ou algo assim? — Eu pergunto, confuso. —
Porque isso seria muito incomum da sua parte.
Seus olhos voam para os meus, e ele inclina a cabeça como se
estivesse pensando se deve ou nã o me contar alguma coisa. Ele sorri
timidamente, subindo mais entre as minhas pernas.
— Promete nã o tirar sarro de mim? — Seus cílios vibram e ele
morde o lá bio.
Eu mal estou respirando agora.
— Eu prometo.
Levantando a mã o, ele vira a palma para mim.
— À s vezes eu faço essa coisa de imaginar que as linhas na palma da
minha mã o sã o ruas que conheço. Ver? Como este pode ser 93, ou o
Pike. — Ele arrasta a ponta do dedo para cima em uma linha, depois
aponta para outra. — Este aqui é Hyland. Veja aqui, como ele se divide
como a College Ave na Davis Square? E você pode segui-lo até
Cambridge...
A maneira como seus olhos estã o meio que iluminados com isso me
deixa cambaleando.
Nã o sei por que, quando ou como ele começou a fazer isso, mas
posso dizer que estou completamente hipnotizado por isso. E pelo
simples fato de que ele está compartilhando comigo...
Essa estranha peculiaridade, essa vulnerabilidade peculiar e
totalmente adorável que tenho quase certeza de que ele nunca
compartilhou com ninguém antes.
Nã o consigo nem encontrar palavras para falar, e meu silêncio deve
fazê-lo tropeçar, porque ele olha para mim, desconforto emoldurando
seus olhos castanhos.
— Eu sou um esquisito total, certo? Está tudo bem, você pode
apenas dizer isso…
— Oh...— Eu balanço minha cabeça, agarrando-o pelos pulsos antes
que ele possa se contorcer em humilhaçã o. — Ah, nã o, nã o, nã o. Isso é
tã o ruim... O superstar quarterback Kyran Harbor é fofo ??— Eu suspiro,
e seu pavor visível recua, um pequeno sorriso puxando seus lá bios. —
Isso vai tornar virtualmente impossível para mim te odiar de novo!
Seu sorriso aumenta enquanto eu beijo ambas as palmas das mã os.
Mas ele morde, forçando uma de suas carrancas.
— Tenho certeza que se você se esforçar muito, você pode encontrar
o caminho de volta para lá .
— Nã o. Por favor, nã o reclame dessa nova imagem que tenho de
você,— eu murmuro, e ele ri, tentando arrancar as mã os. Mas eu nã o
vou deixá -lo. —Sério, isso é prejudicial, Kyran. Se você nã o for
cuidadoso, você pode simplesmente escapar do territó rio inimigo e
entrar na terra dos amigos.
Liberando lentamente meu aperto, eu abaixo suas mã os no meu
peito, e ele pega uma das minhas costas, desenhando mais linhas na
palma da minha mã o.
— E o que acontece... quando você sai desse lugar? — Ele olha para
mim por uma fraçã o de segundo antes de voltar para a minha mã o, um
ar nervoso, quase inocente sobre ele enquanto ele mastiga o lá bio
inferior. — É o fim da linha? Amigo Land?
Meu coraçã o está subindo lentamente pela minha garganta
enquanto eu balanço minha cabeça.
— Acho que pode haver outro lugar. Mas... ninguém nunca esteve lá .
— Ele pisca os olhos arregalados para mim. — Está bem vazio.
— Como um parque de diversõ es abandonado? — ele murmura
baixinho, e eu aceno.
— Sim. Nunca conheci ninguém que simplesmente... fosse lá de bom
grado.
— Se eu quisesse ir…— ele diz, quase inaudível com seus lá bios
tremendo a poucos centímetros dos meus. — Você me levaria?
Eu mal consigo entender sobre o que estamos falando... O que
estamos dançando como duas virgens de relacionamento, apavoradas
demais para dizer as palavras reais.
Mas meu pulso está acelerado e meus dedos estã o se contorcendo
com o que acho que ele está me perguntando.
— Se você tivesse certeza...— eu sussurro, o ar ao nosso redor
ficando nebuloso com algo diferente de luxú ria. Algo mais profundo e
assustador... Mais potente. — Se você estivesse... confortável indo para
lá ...— Engulo em seco. — A decisã o é sua, Ky. Porque nã o há
absolutamente nenhuma maneira de eu manter você fora.
Ele faz um barulho suave, avançando até meus lá bios para
pressionar a confissã o mais doce e insegura de um beijo na minha boca.
Em um instante, nó s dois estamos ofegantes, as mã os entrelaçadas
enquanto nossos lá bios se movem em apreensã o mú tua.
Isso é realmente o que ele quer...?
Poderia Kyran Harbor realmente querer ser mais do que apenas meu
meio-irmão que me odeia, meu parceiro de negócios ou até mesmo meu
amigo?
Sempre pareceu impossível de considerar, mas aqui estamos nó s...
Beijando e tocando, e nã o tem absolutamente nada a ver com sexo ou
dinheiro. Trata-se de emoçã o, que parece estar transbordando no
momento.
Já faz um tempo que está acontecendo lentamente... essa mudança
que de repente parece tã o drá stica.
Nó s nã o nos odiamos. Longe disso.
Na verdade, acho que podemos...
Meu telefone começa a tocar, nos tirando do devaneio em que
estávamos trabalhando juntos. Kyran rasteja para trá s, respirando
pesadamente enquanto atendo o telefone.
— O-olá ? — Eu gaguejo, tentando me livrar disso.
— Sim, ei, é o DoorDash —, diz um cara ao telefone. — Estou lá
embaixo.
— Merda... porra. — Eu pulo, correndo para o quarto para colocar
roupas reais. — Desculpe. Já vou descer.
O cara ri do meu xingamento, mas eu desligo antes que ele possa
dizer qualquer outra coisa, colocando meu chapéu na cabeça e calçando
meus tênis.
— A comida está aqui, — digo a Kyran a caminho da porta. — Eu
volto já .
Ele acena com a cabeça, olhando para o nada com o lá bio inferior
preso entre o polegar e o indicador, como se estivesse se recuperando
profundamente do que acabou de acontecer.
Tenho certeza que ele está. Foi muito intenso.
Mas nã o tenho tempo para pensar nisso agora, porque preciso pegar
a comida dele.
No andar de baixo, encontro um cara com uma sacola plá stica
parado no saguã o. Ele é bem jovem... Na verdade, ele parece estar na
faculdade, embora eu nã o o reconheça.
Ele sorri quando eu me aproximo, pegando a bolsa dele.
— Desculpe por isso. — Eu lanço a ele um sorriso que é apenas um
pouco confuso.
— Nã o se preocupe com isso. — Seu pró prio sorriso se alarga um
pouco, e eu fico congelado no lugar por um segundo, porque me chame
de louco, mas ele está me dando um olhar sedutor?
O cara olha para o meu chapéu, estreitando o olhar enquanto me
examina lentamente.
Ok, isso é estranho. Ele está me checando? Eu preciso sair.
— Puta merda —, ele sussurra, o rosto se iluminando. — É você! Ei!
Minha sobrancelha arqueia, e eu dou a ele um olhar como se ele
fosse um loco. — Uh... me desculpe. A gente se conhece?
— Nã o nã o. — Ele ri, mantendo a voz baixa enquanto se inclina para
mais perto. — Eu me inscrevo no seu OnlyFans.
Toda a cor desaparece do meu rosto. Eu sinto isso acontecendo
enquanto estou ali, congelada, segurando um saco de comida para
viagem.
— Estou obcecado com o seu conteú do —, ele continua, tendo um
pequeno momento de fanboy. E eu estou enlouquecendo por dentro. —
Eu amo você e Not_Your_Baby juntos. — Ele olha ao redor da sala. —
Você está com ele agora??
Algo me traz de volta ao foco, e balanço a cabeça, forçando o sorriso
mais educado que consigo enquanto me afasto dele lentamente.
— Hum... sim. Eu quero dizer nã o! Nã o, eu… ei, obrigado pela
comida. É sempre bom… conhecer um… fã .
As palavras mal saem da minha boca antes de eu me virar e sair
correndo de lá . Quase chego ao elevador, mas uma voz feminina familiar
me interrompe.
— Avi!
Girando ao redor, meus olhos saltam da minha cabeça para Frankie,
que está vindo em minha direçã o com suas botas pretas de pelú cia.
— Shhh!— Eu olho para a porta onde meu fã está saindo, jogando
outro sorriso animado em minha direçã o.
— Qual é o seu problema? — Frankie bufa.
— Jesus, porra, Cristo, meu nome... Você disse meu nome.— Eu
esfrego meus olhos. — Ele provavelmente ouviu você. Agora ele vai
contar para todo mundo. Oh Deus, foda-me.
— Quem me ouviu? Por que você está enlouquecendo... Ela aperta o
botã o do elevador. — Você já falou com Zeb?
Eu dou a ela um olhar perplexo.
— Nã o. Por que... O que aconteceu com Zeb?
— Nada aconteceu com ele, — ela sussurra, olhando em volta antes
de dizer, — Olha, eu vim aqui para falar com você. A merda pode estar
batendo um pouco no ventilador…
Há uma sensaçã o doentia de mal-estar se esgueirando pelo meu
estô mago quando o elevador apita e eu entro, apertando o botã o do
meu andar.
— Eu realmente gostaria que você tivesse ligado antes...
— Tentei mandar uma mensagem para você. — Ela me segue para
dentro. — Você nã o respondeu. — Ela se inclina contra a parede
enquanto as portas lentamente fechar. — Por que você saiu antes da
meia-noite ontem à noite? Você ia se encontrar com Kyran?
Eu nem tenho energia para mentir ou inventar alguma histó ria
agora, suspirando:
— Sim. Ele veio. E ele ainda está aqui, entã o você nã o pode ficar.
Frankie engasga, sua boca se abrindo em um sorriso exultante
enquanto ela dá esse pulinho.
— Oh meu Deus, vocês dois estã o apaixonados?!
— O que?! Nã o! — eu assobio. — Cale a boca, ok?? Nã o puxe essa
merda na frente dele. Ele vai pirar totalmente.
— Desculpe, desculpe. — Ela acena com a cabeça, visivelmente se
recompondo, embora ainda esteja se mexendo enquanto o elevador
para. —Mas ele passou a noite! Isso deve significar alguma coisa, Avi.
Vocês nã o estã o apenas fodendo mais.
— Eu nã o posso fazer isso agora, — resmungo, mal esperando as
portas se abrirem completamente antes de me lançar e caminhar pelo
corredor.— Fique aqui por um segundo.
Deslizando para dentro do meu dormitó rio, fecho a porta na cara
dela antes que ela possa tentar entrar. Kyran ainda está sentado no sofá ,
seu joelho balançando enquanto ele olha para a TV.
Mordendo nervosamente meu lá bio, eu ando com sua comida.
— Ei, entã o, uh... Frankie está aqui.
Ele se levanta rá pido.
— Ela está aqui?— Eu concordo. —Você nã o pode dizer a ela para ir
embora?
Eu balanço minha cabeça, acenando em direçã o à porta.
— Ela está lá fora.
— Que porra...— ele resmunga baixinho, entrando rapidamente no
quarto, estou assumindo que vou me vestir.
— Entã o vou deixar sua comida... aqui? — Eu largo a bolsa na mesa
de centro, torcendo minhas mã os mais e mais.
Tenho que contar a ele sobre o entregador que me reconheceu. E
tenho certeza que ele nã o ficará satisfeito. Mas acho que devo lidar com
Frankie primeiro, e qualquer tempestade de merda que ela decidiu
trazer, sem avisar.
— Baby...— Eu chamo Kyran, vagando até o quarto. — Você está
vestido?
Eu o ouço se arrastando lá dentro antes de abrir a porta do quarto,
olhando para mim.
— Você pode nã o me chamar de baby quando ela estiver aqui, por
favor?
Reviro os olhos.
— Kyran, é Frankie. Nó s tivemos uma porra de trio com ela. Ela nã o
vai dizer nada a ninguém…
Ele esfrega os olhos, e eu me sinto mal. Ele obviamente está
estressado com isso, nã o está pronto para ser empurrado para esta
situaçã o. O que é péssimo porque pensei que estávamos fazendo algum
progresso apenas alguns minutos atrá s.
Por que sempre parece um passo à frente, dois passos para trás com
ele?
Frankie começa a bater na porta.
— Vocês vadias realmente vã o me deixar aqui?!
Rosnando, vou até a porta, abrindo-a rapidamente e deixando sua
bunda impaciente entrar.
— Jesus, Frankie. Seja um pouco mais incô modo, por que nã o?
— Desculpe. Mas isso nã o podia esperar. — Ela joga seu rosto na
direçã o de Kyran, sorrindo enquanto ele se mexe desajeitadamente em
seus pés. — Oi, Ky. Como você está , precioso?
Ele franze a testa para ela, mas nã o é nem de longe tã o intimidador
quanto de costume quando ele está corando com o fato de que ela
obviamente sabe por que ele está aqui.
— Você pode deixá -lo sozinho, por favor? — eu ronco. — Qual é o
problema? Estávamos prestes a comer...
— Ok, bem, sinto muito por ser o portador de má s notícias
enquanto vocês dois estã o brincando de casinha...— Ela puxa seu
vaporizador do bolso do casaco e dá uma longa tragada. — Mas eu
apenas pensei que você gostaria de saber que Zeb encontrou seus
OnlyFans.
— Ele o quê?!— Kyran late, olhos arregalados de terror.
— Kyran, por favor, vá comer sua comida? — Eu sussurro para ele.
— Estou cuidando disso. — Ele me fixa com um olhar, e eu engulo,
instantaneamente retrocesso. — Eu sinto muito, baby.— Eu tento
esfregar seu ombro, mas ele se afasta de mim. — Isso foi rude... eu nã o
quis dizer isso. Eu só nã o quero que você se preocupe, ok? Aproveite
seu jantar...
— Avi, eu nã o me importo com a porra do jantar! — ele ferve.
— Baby .— Frankie faz beicinho. — Vocês dois sã o tã o fofos juntos.
— Você, cale a boca. — Eu aponto para ela, entã o volto para Kyran,
que está claramente enlouquecendo, e eu preciso lidar com isso. — Zeb
é um dos meus melhores amigos, Kyran. Ele nã o vai contar a ninguém,
juro por Deus. Olho para Frankie em busca de confirmaçã o. — Certo?
Ela acena com firmeza.
— Totalmente. Zeb nunca diria nada. — Os ombros de Kyran
relaxam um pouco. Até que Frankie acrescenta: — Mas acho que
também devo dizer a você que ele o encontrou porque um amigo dele
lhe enviou o link...
— Que amigo? — Eu suspiro. — Eles vã o para BC??
Frankie nos lança um olhar compreensivo, propositadamente nã o
respondendo, o que responde a pergunta para ela. Meu rosto cai em
minhas mã os.
— Puta merda…— Kyran sussurra. — É isso. Minha vida acabou…
— Nã o. Nã o, nã o, nã o, eu nã o diria isso, — Frankie tenta acalmá -lo,
mas obviamente nã o está funcionando. — Sã o apenas algumas pessoas.
E isso nã o significa que alguém vai descobrir que é você !
Ela grita as palavras atrá s dele, porque agora ele está invadindo o
dormitó rio.
— O que você está fazendo? — Pergunto-lhe nervosamente
enquanto ele sai do quarto com o telefone na mã o.
— Desativando o Twitter —, ele resmunga, os dedos tremendo
visivelmente enquanto ele toca na tela. — Você precisa fazer o seu
também. Porra agora, Avi. Nã o estou brincando.
Eu aceno lentamente.
— Ok…
Puxando meu telefone, abro o aplicativo do Twitter e abro minha
conta Backwardz_Cap . Duzentos mil seguidores, pelo ralo.
Jesus… Não é de admirar que as pessoas estejam descobrindo essa
merda. Estamos no top 0,3% dos OnlyFans…
— Tudo bem, está desativado, — digo a ele, e ele balança a cabeça
como se nã o estivesse satisfeito.
— Agora os fã s...— ele exige, e eu tenho que ficar boquiaberto com
ele por um segundo.
— Kyran… apenas espere. Nã o podemos apenas... conversar sobre
isso por um minuto?
— Falar sobre isso?!— Ele grita. — O que há para falar?! Avi, esta é a
minha vida. Meu maldito futuro está em jogo aqui!
— Eu sei. — Passo a mã o no rosto. — Eu sei disso, e sei que você
está com medo, mas vamos pensar sobre isso por um segundo…
— Você está falando sério agora? — ele sussurra, vindo até mim até
que ele esteja tã o perto que eu posso senti-lo vibrar. — Como isso é um
debate, Avi?? Exclua a porra da conta. Agora.
Meus olhos se movem para Frankie, que está pairando, parecendo
todo tipo de desconfortável.
— Frankie, você pode nos dar um minuto?
Ela acena com a cabeça e sai do dormitó rio, saindo para o corredor.
Nã o tenho certeza se ela está por aqui ou apenas indo para casa... Eu
meio que quero falar com ela e descobrir o quanto ela acha isso ruim.
Mas nã o tenho tempo para isso agora. Porque Kyran está girando.
— Isso é tudo culpa sua…— ele murmura, andando de um lado para
o outro, puxando o cabelo com os punhos.
— Minha culpa?? — Eu suspiro, chocado com o que ele está dizendo.
—Você nã o pode me culpar por isso…
— Você deveria ter sido mais cuidadoso, Avi! — ele ruge. — Você
deveria ter borrado seu rosto também. Porque quanto tempo até que
alguém que conhecemos some dois mais dois? Você sabe que nã o seria
tã o difícil.
Eu vacilo por um segundo, uma onda de má goa, raiva e culpa caindo
sobre mim como um tsunami.
— Mas você mal chega ao conteú do da assinatura... Apenas os
vídeos PPV, — murmuro, mordendo o lá bio porque sei que nã o é
inteiramente verdade.
Sua conta no Twitter nunca mostrou seu rosto. O meu fez de vez em
quando… Mas o OnlyFans definitivamente mostrou o meu. Tudo o que
você precisa fazer é pagar doze dó lares para ver meu rosto. Eu sempre
desfoquei o do Kyran, mesmo no conteú do exclusivo, mas mesmo
assim... Recentemente, tem havido mais posts nossos juntos, fora do
pay-per-view.
Porque deixou de ser sobre o dinheiro e começou a ser sobre nós .
Como a imagem de Kyran se aconchegando em meu peito. Seu rosto
nã o está visível, mas agora que estou pensando nisso, nã o seria
impossível alguém descobrir que é meu meio-irmã o naquelas fotos e
vídeos.
— Você está apenas decidido a me destruir, porra?!— ele rosna. —É
isso?!
— Você parece louco agora ...— murmuro.
— Exclua a porra da conta, Avi, ou entã o me ajude...
— Você está exagerando —, eu latido para ele. — Vou ligar para o
Zeb! Vou falar com o amigo dele e descobrir o que ele sabe. Nã o é sério
o suficiente para jogar tudo na porra do vaso sanitá rio!
Ele cobre o rosto com as mã os e ruge contra elas.
— Avi! Acorda! Nó s ganhamos muito dinheiro com isso! Já chega,
temos que deixá -lo ir agora!
— Nã o é sobre a porra do dinheiro! — Eu estalo, apontando um
olhar desesperado para ele.
Ele olha para mim, o peito arfando em seu estado de coaçã o furioso.
— Nã o é sobre o dinheiro...— Minha voz perde todos os traços de
raiva, deslizando para um desespero desesperado enquanto eu
sussurro, — É sobre nós.
Kyran fica boquiaberto comigo, e posso dizer que há uma guerra
acontecendo dentro dele... Entre a parte dele que entende exatamente
do que estou falando, e a parte que nã o quer. Intensificando para ele,
coloco minhas mã os em seu peito, sentindo o calor em seu corpo e os
arrepios de seus nervos.
— Ky… esta conta somos nó s. É toda a histó ria, contada para pessoas
que adoram nos assistir juntos. Pessoas que pensam que somos
especiais.— Faço uma pausa, engolindo a vulnerabilidade crua em meu
tom. — Eu sei que você está acostumado com as pessoas bajulando
você, mas eu nã o estou, ok? Eu nunca entendo isso, de ninguém além
deles. Os fãs. Eles acham que somos perfeitos pra caralho, e nã o se trata
apenas do sexo... Recebi mensagens de pessoas me dizendo como
assistir aos nossos vídeos lhes deu coragem para aceitar sua
sexualidade... De pessoas que dizem que sentiram medo e sozinhos,
mas nos observar os ajudou …
Minha voz treme quando sufoco a emoçã o o suficiente para dizer a
ele:
— E recebi mensagens de pessoas que disseram que podiam sentir
nossa conexã o... Que ver eu e você juntos é mais especial do que um
milhã o de outros vídeos de pessoas fodendo.
Minha mã o desliza até sua mandíbula.
— E eu concordo, baby. Nã o se trata mais de sexo ou dinheiro. É
sobre Kyran e Avi , e eu nã o... nã o quero desistir disso se isso significar
que vou perder você também.
Eu tenho que baixar meu rosto, porque estou morrendo de medo de
olhar para ele agora. Sinto como se tivesse sido dividido ao meio, todas
as minhas feias inseguranças expostas como um ventre mole.
— Avi ...— sua voz rouca sussurra enquanto ele pega minhas mã os
nas dele. — Estou implorando para que você exclua essa conta. Por
favor, pense em mim e no meu futuro… A NFL. Deixe o resto de lado, só
por agora, e pense no quanto isso pode me ferrar se alguém descobrir.
Meu peito afunda e eu fecho meus olhos. Parece que acabei de
arrancar meu coraçã o do peito e entregá -lo a ele... E ele está falando
sobre a porra do futebol .
— Você ouviu alguma coisa que acabei de dizer...? — Dou um passo
para trá s, dobrando a cintura e cobrindo a cabeça com os braços,
porque tudo dó i.
— Sim. Eu fiz... Claro que sim, — ele murmura. — Mas só estou
dizendo que, por enquanto, nã o é sobre nó s, é sobre mim.
— Jesus Cristo, você poderia soar mais egoísta...— Eu me endireito e
reviro meus olhos para os malditos céus.
Ele está sendo um idiota do caralho agora. E eu me sinto um idiota
por ter ficado surpreso com isso, porque eu deveria saber que isso
aconteceria.
— Eu?? Você acha que estou sendo egoísta?! — ele rosna. — Avi,
você está tentando me convencer a deixar vídeos que podem condenar
minha carreira na NFL a um poço de fogo do inferno na internet como
uma espécie de declaraçã o de meus sentimentos por você, e isso é
ridículo! Isso nã o é sobre nós . Nã o estamos nesses vídeos. Isso é
Backwardz_Cap e Not_Your_Baby . E eu preciso que você veja isso, e
derrube antes que eu perca tudo pelo qual tenho trabalhado por toda a
minha vida, e nã o sobrou mais nenhum Kyran Harbor!
Balançando a cabeça, me sinto derrotado. Nã o posso dizer que nã o
entendo o que ele está dizendo, porque entendo. Mas eu estou apenas...
doente. Ele claramente nã o vê o que eu vejo...
Estamos nesses vídeos. E nã o estou pronto para perdê-los... A prova
de que somos algo mais .
Mesmo assim, nã o tenho muita escolha. Nã o serei responsável por
arruinar a carreira dele, e já me sinto culpado o suficiente porque, por
algum motivo, posso afastar a ideia de que o coloquei nessa coisa toda
para começar.
— Bem. Qualquer que seja. — Pego meu telefone e abro o OnlyFans,
tocando no botã o para desativar. Eu nem estou realmente prestando
atençã o no que estou fazendo, estou apenas pressionando os botõ es até
que ele me diga que a conta está inativa. Entã o eu murmuro, — Está
feito. Feliz?
Meus olhos se voltam para os dele, e observo enquanto ele solta um
longo suspiro de alívio, esfregando a nuca.
— Obrigado —, ele sussurra.
E nó s apenas nos encaramos, por minutos a fio, sem nada a dizer.
Nã o deveria ser diferente, em teoria. Mas funciona.
Com o toque de alguns botõ es, é como se um feitiço fosse quebrado.
E parte de mim espera que ele fuja, como um refém cujas correntes
finalmente foram desfeitas.
— Entã o…— Ele engole visivelmente sua incerteza e pergunta: — O
que acontece agora?
Eu apenas suspiro e balanço a cabeça, vagando em direçã o à sala de
estar.
— O que diabos você quiser, Kyran.
Ele se levanta, pairando do outro lado da sala por momentos
sufocantes antes de murmurar:
— Talvez eu deva ir...
Meus olhos se fecham e minha mandíbula aperta. Como eu sabia que
ele diria isso...
Eu nã o falo outra palavra. eu não posso . Eu apenas fico olhando para
a TV enquanto ele pega o casaco e calça os sapatos, cada movimento
como um cutelo cortando pedaços de dentro do meu peito.
— Até mais, Avi —, ele murmura ao sair.
E eu apenas sento, entorpecido. Vazio e sozinho...
No meu parque de diversões abandonado.

***

— Apenas coma um pouco disso... É muito bom.


— Nã o consigo comer. Muito chateado, — resmungo, enchendo
meus pulmõ es com tanta fumaça quanto possível antes de morrer
sufocado.
— Avi, me escute —, diz Frankie, virando-se para mim no sofá . — Eu
sei que você está chateado agora porque acha que Kyran nã o se importa
com você. Mas apenas dê a ele algum tempo. Vocês começaram o
OnlyFans para ganhar dinheiro, e se transformou em algo que nenhum
de vocês esperava. Isso nã o vai simplesmente desaparecer porque
vocês nã o estã o mais filmando conteú do juntos.
— Entã o por que ele foi embora? — Eu murmuro roboticamente,
engolindo a memó ria dele saindo pela porta. — Se ele realmente se
importasse comigo, como mais do que apenas um parceiro de negó cios,
entã o ele teria ficado. Ele disse que queria... ficar.
— Vocês brigaram, — ela suspira, usando pauzinhos para pegar um
dos rolinhos de atum picante de Kyran. — Ele provavelmente se sentiu
estranho e nã o sabia como lidar com isso. Ele voltará .
— Você nã o o conhece como eu. — Eu balanço minha cabeça. — Ele
é muito fechado. Preocupado em ser hétero, popular e celebrado por
seus talentos... Tudo o que não sou. — Ele se preocupa mais com essas
coisas do que jamais poderia se importar...— Minha voz falha e eu
fungo. — Qualquer que seja…
— Eu realmente sinto muito que você esteja passando por isso,
muffin. Frankie esfrega minhas costas, e é tudo o que posso fazer para
nã o desmoronar.
Apenas vinte minutos depois que Kyran saiu, Frankie voltou. Ela
disse que estava do lado de fora apenas no caso de eu acabar
precisando dela, e nunca na minha vida eu fiquei tã o grato por seus
modos intrometidos.
Nã o quero ficar sozinho agora. Nã o suporto a agonia confusa de
meus pensamentos taciturnos.
— Você…— ela começa, entã o faz uma pausa, longa o suficiente para
eu olhar para ela. — Você acha que o ama?
Eu puxo uma inspiraçã o profunda, deixando-o sair como um suspiro
de tristeza.
— Sim, provavelmente.
— Como isso aconteceu, Av? — ela pergunta, sem se intrometer,
nem julgar, nem mesmo procurar detalhes. Ela está apenas fazendo a
pergunta, e eu nã o a culpo.
Para o mundo exterior, Kyran e eu éramos apenas meio-irmã os que
se odeiam. Ninguém mais sabe o que está acontecendo nos ú ltimos
meses. Nem mesmo Frankie, que pensou que estávamos apenas
fodendo pelo dinheiro.
Os fã s assistiram as coisas reais acontecerem... os olhares e os
toques e as partes entre o sexo. Eles viram algo mais. Mas mesmo eles
nã o viram os ú ltimos dias...
Natal, o drive-in... praticamente tudo que antecedeu uma hora atrás.
Ninguém mais me viu me apaixonando por ele...
— Ele se transformou em mais —, eu sussurro. — Acho que
removemos algumas camadas ou algo assim, e simplesmente... nã o sei.
Mudou.
Frankie se mexe no sofá .
— Eu vou dizer uma coisa... e você pode ficar chateado comigo por
isso, mas tanto faz. Faça o seu pior, — ela diz com firmeza. — Nada
mudou, Avi. Você e Kyran tiveram química desde o começo. Eu vi. Os fã s
viram. Foi isso que os fez implorar para que vocês dois ficassem juntos.
As pessoas podem representar sexo quente o quanto quiserem, com
movimentos ensaiados, iluminaçã o especial e trabalho de câ mera em
locais sofisticados... Dando a aparência de verdadeira paixã o. Mas vocês
dois tinham algo que ninguém nesse jogo de trabalho sexual online
tem…
Eu rolo minha cabeça em sua direçã o, levantando minhas
sobrancelhas em espera.
— Vocês realmente querem um ao outro —, diz ela. — Sério. Nã o foi
um ato entre vocês dois. Nunca foi... Nem perto disso. Se você afirma
que se odiavam é irrelevante. Na verdade, você nunca fez isso.
Estou olhando para ela por vá rios segundos pesados, meus lá bios se
separando enquanto meus membros tremem. Nã o tenho palavras reais
para dizer além do ó bvio ... eu o amo.
Nã o faço ideia de como aconteceu, mas aconteceu, e agora só o
quero de volta.
Mas antes que qualquer coisa possa sair, o som de chaves tilintando
na porta atrai nossa atençã o para a direita. Ela se abre e um cara alto
com cabelo escuro e um rosto vagamente familiar se aproxima,
carregando uma mochila.
Ele entra, deixa cair o saco com um baque e inclina a cabeça para
nó s.
— Sou seu colega de quarto... Ash Holloway. — Nó s dois estamos
apenas olhando para ele. E ele sorri. — Desculpe estou atrasado.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS

KYRAN

i.throw.a.frisbee01: vocês dois são tão fofos juntos , qual é o seu tamanho?
Minha boca seria o ajuste perfeito.
BoozyBaby: Eu daria qualquer coisa para alguém olhar para mim do
jeito que Backwardz_Cap olha para você Not_Your_Baby.

Os Eagles estã o indo para a porra do Rose Bowl.


Ontem à noite, jogamos nosso ú ltimo jogo do playoff da temporada
contra o estado de Ohio. E nó s ganhamos …
Por muito pouco.
Foi um dos piores jogos que joguei na vida. Ficamos mal durante a
maior parte do tempo e, digamos, foi principalmente minha culpa. Eu
nã o conseguia me concentrar. Eu estava disperso, dilacerado, distraído
e simplesmente desligado. Como diria Austin Powers, eu perdi meu
mojo .
A defesa e nossos running backs levaram o jogo até o terceiro
quarto, e o treinador estava furioso. Ele nunca gritou comigo do jeito
que gritou ontem à noite... Achei que a veia em sua testa fosse estourar.
Nossos jogadores defensivos realmente mostraram suas
habilidades, mantendo o placar dos Buckeyes baixo o melhor que
puderam. No quarto período, estávamos atrá s deles por dois
touchdowns e um field goal. Foi quando Guty entrou em cena.
Tínhamos acabado de recuperar a bola de uma interceptaçã o
lançada pelo QB de Ohio. Estávamos na linha de 25 jardas quando o
treinador pediu um tempo, e Guty me agarrou pela nuca.
— Kyran, me escute. — Ele se aproximou do meu rosto, de alguma
forma sussurrando e gritando ao mesmo tempo. — Nã o sei o que está
acontecendo com você, mas acaba agora, entendeu?? Você chegou longe
demais para perder isso por causa de alguma besteira. O que quer que
tenha te fodido, apenas deixe de lado e se concentre em fazer você.
Eu mal conseguia respirar, estava tã o sobrecarregado. Cada coisa
estava pesando sobre mim, como tijolos e argamassa sendo empilhados
bem em cima dos meus ombros. As inseguranças que passo o dia todo,
todos os dias, reprimindo estavam subindo pela minha garganta e
saindo pelos meus poros.
Você não é bom o suficiente.
Você é fraco. Você não vale nada.
Você está assustado.
Este é o verdadeiro você ... Não o superstar que eles veem do lado de
fora.
Você é um pequeno fracasso patético e quebrado...
Por que você acha que ele iria querer você?
O barulho da multidã o gritando e berrando pelo outro time me
invadiu, ficando tã o alto que eu estava tremendo.
Meus pulmõ es estavam apertados quando fechei os olhos e balancei
a cabeça...
— Vou perder esse jogo, mano. Nã o sei o que estou fazendo... acho
que estou tendo um a-ataque de p-pâ nico...
Os dedos de Guty cravaram em meus ombros e ele me sacudiu com
força até que meus olhos se abriram.
— Corta essa merda, Nueve! Nã o é você. Você é o melhor zagueiro
da divisã o e nã o cai sem lutar.
Essas palavras ficaram na minha cabeça, uma memó ria brilhante...
de Avi, vestido com sua estú pida fantasia de á guia, me dizendo a mesma
coisa.
— Você não cai sem lutar... Confie em mim, eu sei.
O pensamento trouxe um sorriso trêmulo aos meus lá bios, e eu
bufei uma pequena risada.
Ele parece um idiota naquela roupa de mascote... O jeito que ele faz o
Moonwalk e o Electric Slide. Um maldito pateta, juro por Deus.
— Não está acabado até que esteja acabado, — sua voz soou em
minha mente.
— Nã o acabou...— eu murmurei, endireitando meus ombros. — Nã o
acabou, porra.
— Droga, caralho! — Guty gritou, me dando um tapa forte nas
costas. —Agora vamos ganhar essa porra, baby!
Eu não sou seu baby... Meu sorriso se alargou e eu bati minhas mã os
juntas, os mú sculos enrijecendo com determinaçã o. Eu sou dele.
— Vamos fazer isso, porra! — Eu bati meu capacete no de Guty
enquanto ele rosnava de volta.
Depois disso, eu estava em uma missã o. Uma missã o para desfazer a
bagunça que fiz neste jogo. Em trinta segundos, acertei um passe para
touchdown para Guty.
Em nossa pró xima viagem, outra.
Todos ao meu redor estavam enlouquecendo, mas pela primeira vez
em toda a noite, eu estava calmo. Eu estava na minha zona... E toda vez
que eu olhava para o lado, eu imaginava Baldwin, a porra do Á guia,
fazendo aquela estú pida coisa de impulso de quadril. Isso me fez rir, e
as pessoas provavelmente pensaram que eu era maluco, mas tanto faz.
Eu não perderia esta noite. Era a ú nica coisa no mundo da qual,
naquele momento, eu tinha plena certeza.
Faltando trinta segundos para o final do jogo, precisávamos apenas
entrar no alcance do field goal para que Theo pudesse fazer sua má gica.
Mas eu tinha outros planos.
No instante, dei dois passos, olhando para meu melhor amigo, o
melhor wide receiver do ACC, talvez de toda a divisã o, enquanto ele
disparava pelo campo. Ele era como a porra do Roadrunner, correndo
como um maníaco, quebrando tã o longe do A defesa de Buckeyes, nã o
havia como eles alcançá -lo.
E entã o lancei a bola como a porra de um foguete decolando para o
espaço sideral, quase deslocando meu ombro para mandá -la em uma
espiral perfeita. Foi um tiro no escuro... O mais longo que já tentei.
Mas caiu direto nos braços estendidos de Guty na linha de dez
jardas. Oitenta e dois metros acima do campo. E ele correu até a zona
final para nos ganhar o jogo.
Que alta incrível, cara. Voltando de um dos jogos mais desastrosos
que já joguei, para lançar o passe mais longo para touchdown, nã o só da
minha carreira, mas da temporada como um todo… Um dos mais longos
que a liga já viu. Quebrando todos os tipos de recordes. Foi a maior
correria da minha vida.
Mas quando meu olhar emocionado voou para o lado, ele nã o estava
lá ...
O mascote.
E meu sorriso desapareceu um pouco, a saudade se instalando com
algumas outras coisas... Arrependimento e inquietaçã o. A vitó ria teria
sido muito melhor em casa, com certeza.
Mas, no momento, superei isso o suficiente para me concentrar em
comemorar com meus companheiros de equipe. Jogaríamos pelo
campeonato da primeira divisã o.
Apenas mais uma grande vitória chamando meu nome.
Nos divertimos um pouco ontem à noite em Ohio, mas todos
concordaram que a verdadeira festa começaria quando voltá ssemos
para Boston. Guty e eu vamos dar uma grande festa hoje à noite em
nosso dormitó rio. Na verdade, todo o andar estará furioso como um
todo.
E estou animado, sim. Mas também estou atormentado pela mesma
incerteza ansiosa que me atormenta há dias.
Eu nã o falei com Avi desde a nossa briga. Nem uma palavra... Silêncio
de rádio.
Dezenas de vezes durante a semana que antecedeu o jogo, pensei
em ir até lá para vê-lo. Pedir desculpas por ter ido embora quando sei
que tudo o que ele queria era que eu ficasse.
Mas toda vez que eu colocava meus sapatos e ia para a porta, algo
me impedia. Odeio pensar que é medo... Mas tenho certeza que é
exatamente isso.
Porque eu quero vê-lo... eu quero tanto vê-lo.
Eu quero dizer a ele que sinto muito por ser um idiota sobre o
OnlyFans, e fazer toda essa situaçã o de merda sobre mim. Eu repassei o
que aconteceu no meu cérebro centenas de vezes, e nã o consigo
superar o quã o chorã o e autoritá rio eu estava sendo.
Sim, ainda estou muito nervoso com as pessoas da escola
encontrando a conta de Avi. Estou com medo de descobrirem que fui eu
naqueles vídeos e ser expulso do time, ou pior... Expulso da escola.
Desgraçado por fazer pornô gay por dinheiro, e condenado a passar o
resto da minha vida trabalhando em algum trabalho braçal…
Viver em casa, com aqueles pesadelos.
Seria um desastre épico, mas mesmo assim... Lidei com tudo errado.
Eu deveria ter ficado e conversado com Avi sobre isso, em vez de
apenas brigar com ele e fugir.
Depois que eu disse a ele que queria ficar também...
Tenho certeza que ele voltou a me odiar. Deve ser por isso que ele
nã o me mandou mensagem ou ligou uma vez na semana desde a nossa
luta... Nem mesmo para me parabenizar pelo jogo. Está me rasgando
por dentro.
Mas o medo do que ele estava dizendo naquela noite... de quã o perto
chegamos de algo que ainda me assusta profundamente... me manteve
firmemente plantado no lugar. De volta à minha bolha quente de
evitaçã o e negaçã o, que nã o parece mais tã o quente agora que sei o
quanto fica mais quente quando coloco minha cabeça para fora.
Aquela semana, do Natal ao Ano Novo, foi a melhor época de toda a
minha vida. E eu posso empurrá -lo para baixo, continuar fingindo era
só sexo, ou algo para passar o tempo, mas ninguém mais acredita nessa
merda. Nem mesmo eu.
E para piorar, amanhã é o banquete da equipe. Todos os membros
da equipe devem estar lá com suas famílias, incluindo o mascote. Nã o
sei se Avi planeja participar...
Entã o, mesmo quando estamos arrumando as coisas, nos
preparando para ficar loucos e turbulentos esta noite em nome de uma
celebraçã o épica, ainda há uma coceira dentro de mim, sabendo muito
bem que quando as tomadas estã o fluindo e a mú sica está aumentando,
e as garotas estã o me cercando com olhares de paquera e toques de
provocaçã o, tudo o que quero fazer é o que venho fazendo há meses…
Deixe a festa estú pida e vá para a casa dele.
Porque é onde eu realmente quero estar.
E nã o quero esperar que isso aconteça inevitavelmente. Preciso
falar com ele agora. Para descobrir o que está acontecendo conosco...
Se é que existe um nó s, sem a torcida.
— Ei... — murmuro para Guty, que está carregando as coisas para
preparar a festa, que deve começar em algumas horas. — Eu tenho que
sair correndo por um segundo.
Calçando meus sapatos, visto meu casaco. Eu realmente estou indo
desta vez.
— Você estará de volta para a festa, certo? — ele pergunta,
arrumando garrafas de bebida no balcã o. — Muitas senhoras atraentes
ansiosas para colocar as mã os no nú mero nove polegadas.
Ele cacareja com o olhar de horror no meu rosto.
— Por favor, pare de me chamar assim. Parece que você passou um
tempo conhecendo meu pau pessoalmente.
Ele sorri e pisca, embora seus olhos estejam demorando em mim de
uma forma estudiosa que me faz correr para a porta.
Eu sei que está tudo na minha cabeça. Se Guty ouvisse algum tipo de
boato sobre eu ter feito sexo com Avi no OnlyFans, ele definitivamente
teria dito algo.
Estou correndo para o corredor quando ele grita:
— É melhor você voltar aqui para esta festa!
Sem promessas, mano.
Os nervos e a angú stia estã o girando em meu estô mago como
roupas em uma secadora enquanto sigo a estrada para os
Apartamentos Thomas More. Meu coraçã o está na garganta a cada
segundo agonizante da viagem de elevador até o quarto andar, os dedos
se mexendo, os dedos dos pés batendo rapidamente para acompanhar a
corrida do meu pulso. Quando as portas finalmente se abrem, eu saio
para o corredor, sugando longas baforadas de ar a cada passo até que
estou na frente de sua porta...
446. O lugar que mais me parece um lar do que qualquer outro…
Porque é onde ele está .
Batendo na porta, eu me mexo desajeitadamente, sentindo como se
devesse ter ligado primeiro. Mas isso é o que eu faço. Eu apareço aqui
sem avisar, e ele me deixa entrar. É coisa nossa.
Só que desta vez, quando a porta se abre, sou recebido por uma
pessoa diferente. Literalmente.
Um cara com cabelo preto desgrenhado e um piercing no lá bio, que
parece terrivelmente familiar por algum motivo, está parado dentro do
dormitó rio em nada além de sua cueca boxer, comendo uma maçã .
Estou tã o atordoado que sinto que a Medusa acabou de me
transformar em pedra.
— Posso ajudá -lo? — o cara gorjeia, mastigando e engolindo
enquanto eu fico boquiaberto com ele, sem respirar, sem piscar.
Meu coraçã o nem bate mais.
— Uh... Avi...— As palavras resmungam dentro da minha garganta, e
eu limpo. — Avi... está aqui?
Seus lá bios se curvam e ele dá outra mordida em sua maçã ,
afastando-se para gritar:
— Aviel, querido! Alguém está aqui para você. — Ele olha para mim
e sorri. — Ele já vai sair. Entre, companheiro. Tire uma carga.
Aquele sotaque… Ele é australiano.
Avançando para dentro do dormitó rio, meu olhar se estreita em
descrença.
— Ash Holloway?
— Na carne. — Ele se curva, rindo para si mesmo. E meu olho está
tremendo.
O cara que roubou minha namorada no colégio… está aqui agora? Na
porra do dormitório do Avi, seminu??
Isso é algum tipo de piada de mau gosto?!
Sinto que vou desmaiar, a realidade do que está acontecendo me
acerta na cabeça com tanta força que preciso me segurar na lateral da
bancada da cozinha para nã o cair.
Porquê ele está aqui…? Por que ele não está usando roupas??
Oh meu Deus, o Avi está no chuveiro?!
O ataque de pâ nico está de volta com força total, e me inclino pela
cintura, inspirando o melhor que posso, lutando para afastá -lo.
— Kyran…
Meu rosto se inclina quando Avi entra no quarto, completamente
vestido e nã o parecendo recém-banhado. Ainda assim, nã o é
exatamente um conforto com o idiota emo ali, mastigando frutas e
olhando para nó s.
Avi corre até mim rapidamente, com os olhos arregalados.
— O que você está fazendo aqui?
— Desculpe...— Eu suspiro, endireitando-me e tentando um olhar,
embora ainda pareça que meu coraçã o está sendo espremido entre
duas mã os grandes. — Estou interrompendo alguma coisa?
— Nã o, — ele sussurra, me empurrando mais para dentro da
cozinha para um pouco de privacidade enquanto ele espia para Ash. —
Nã o é o que parece, Kyran, eu juro por Deus…
— Porquê ele está aqui? — Eu rosno, olhando para Ash, que pula
para a sala, se jogando no sofá como se fosse o dono do lugar. — Por
que ele nã o está ... vestido??
— É assim que ele anda, aparentemente. — Avi passa a mã o pelo
cabelo. — Ele é meu colega de quarto. Ele apareceu outro dia… acho que
ele estava, tipo, na reabilitaçã o ou algo assim, e ele acabou de sair. —
Ele morde o lá bio, o azul nebuloso em seus olhos brilhando com
sinceridade suplicante. — Por favor, acredite em mim, nada aconteceu.
Nã o consigo evitar a onda de alívio que me invade com suas
palavras, o aperto em meu peito diminuindo um pouco. Nã o acho que
ele esteja mentindo para mim... Ele não parece estar mentindo.
Assentindo sutilmente, tento me lembrar por que vim aqui e o que
ia dizer, mas tudo foi despedaçado pelo fato de que há outra pessoa em
nosso espaço compartilhado. O lugar que tem sido só nosso por tanto
tempo… agora está infestado com um intruso babaca.
— Eu... eu só vim para...— Minha voz falha quando Ash se levanta e
trota até nó s, jogando seu caroço de maçã no lixo ao meu lado.
Abaixando para um sussurro, eu me inclino para mais perto de Avi. —
Eu queria falar com você... pedir desculpas...
— Puta merda! — Ash engasga, e nó s dois olhamos para ele. —
Agora me lembro de onde te conheço! Todos nó s fomos para o ensino
mé dio juntos! — Ele ri e balança a cabeça. — Você é meio-irmã o de Avi,
estou certo?
Meus dentes estã o cerrados com tanta força que quase posso senti-
los estalando.
— Sim... E você fodeu minha namorada no ú ltimo ano.
Ele leva a mã o ao peito como se estivesse horrorizado.
— Eu fiz isso? — Eu aceno, fervendo com ele através dos meus
olhos. Suas sobrancelhas franzem. — Sinto muito, companheiro. Eu
estava muito confuso no ú ltimo ano. É tudo um pouco confuso…
— O nome dela era Becca Hansen, — murmuro, e ele franze os
lá bios.
— Ohhh, certo, certo. Acho que me lembro, — ele suspira,
esfregando as mã os. — Eu decidi tentar garotas novamente por um
tempo lá . — Seu queixo aponta na direçã o de Avi e ele pisca. — É
sempre divertido misturar tudo.
Os cílios de Avi vibram, seu olhar se desloca desconfortavelmente
para mim enquanto ele me dá um olhar que nã o consigo ler. Eu nã o sei
se ele está tentando transmitir aborrecimento para esse cara que
apareceu do nada, ou se ele está tenso porque eles estã o ficando ... Já
que aparentemente, eles sã o bi e moram juntos, e o cara só anda de
cueca como se estivesse exibindo uma chamada de acasalamento
sedutora.
Deus, eu odeio isso. Eu preciso dar o fora daqui.
— Bem, foi divertido colocar o papo em dia, mas é melhor eu ir,—
resmungo com os dentes cerrados, cambaleando para a porta.
— Kyran, espere. — Avi me segue, agarrando meu braço antes que
eu possa alcançar a maçaneta. — Nã o saia ainda. Podemos ir a algum
lugar e conversar...
Meu corpo se vira para ele por conta pró pria, respirando
superficialmente com a maneira como seu cheiro está de repente
sobrecarregando meus sentidos. Me faz lembrar o Natal…
Eu mordo meu lá bio, nossos olhos se encontraram enquanto ele
implora para que eu fique, e os meus mostram o quanto eu realmente
quero. Mas entã o eu espio além dele, para o maldito Ash Holloway, que
está apenas demorando lá , nos observando com curiosidade.
Minha espinha enrijece, e eu balanço minha cabeça.
— Nã o, isso nã o será necessá rio. Eu só vim para... convidá -lo para
uma festa no meu dormitó rio hoje à noite.
A testa de Avi enruga, e ele se encolhe quando Ash começa a cantar,
— Festa, festa, festa! Estamos tã o lá !
Engolindo em seco, atiro a Avi um olhar furiosamente desamparado,
levantando minha sobrancelha. Nós??
Ele murmura as palavras — nada aconteceu —, balançando a cabeça
com firmeza como se realmente quisesse que eu acreditasse nele. Eu
realmente quero acreditar nele...
Mas eu apenas suspiro, exausta por toda essa provaçã o, quando me
viro para a porta.
— Tudo bem, entã o. Vejo vocês dois em algumas horas.
Abrindo a porta, ouço Ash sussurrando:
— Tchau! — Entã o ele sussurra para Avi: — Qual é o nome dele?
— Kyran ,— Avi rosna, e Ash grita, — Tchau, Kyran!
Batendo a porta atrá s de mim, eu piso no corredor, fumegando meu
caminho para o elevador. Mas uma vez que estou dentro, eu desabo na
parede, cerrando os punhos em meu cabelo.
Que porra?? Não era para acontecer assim...
Esta festa oficialmente tem desastre escrito por toda parte.

***

A mú sica está bombando. As bebidas estã o fluindo.


Kyran está obcecado, Kyran está furioso.
Tenho feito o possível para esquecer o que aconteceu antes,
bebendo o má ximo que for necessá rio para controlar meus
pensamentos acelerados, mas nem isso está funcionando. Agora, em vez
de simplesmente me concentrar em todas as besteiras da minha vida,
estou fazendo isso embriagado, o que apenas duplica a frustraçã o, a
confusã o e a agonia geral que venho sentindo há uma semana.
Avi ainda nã o apareceu, e nã o consigo parar de pensar no motivo de
sua ausência…
Ele está saindo com Ash?
Eles estão dando uma rapidinha antes da festa?
Eles estão se filmando fodendo para os OnlyFans novos e aprimorados
de Avi, porque tudo o que ele realmente precisava era de um corpo e
agora fui substituído?
Eu provavelmente sou louco pra caralho... Na verdade, eu sei que
sou. Mas nã o posso lutar contra a ideia de que o motivo pelo qual Avi
ficou tã o chateado por fechar o OnlyFans foi porque ele simplesmente
adora a atenção. E já que sou eu que nã o posso fazer parte disso mais,
faria sentido que ele encontrasse alguém novo para foder por dinheiro.
Em espiral, levo minha xícara aos lá bios, tomando um grande gole
de alguma bebida forte que Bea me deu. Theo a convidou e, por sua vez,
ela convidou todos os seus amigos, como Micah e Frankie, e o juiz que
usa roupas ostentosas... Qual é mesmo o nome dele?
Sim. Zeb.
Aquele que sabe sobre o OnlyFans.
Eu o tenho observado casualmente desde que ele chegou aqui, e
nenhuma vez ele me deu um olhar malicioso que indicasse que ele
tinha me visto ser fodida por meu meio-irmã o. Ele nem mesmo está
prestando atençã o em mim, e o medo lentamente recua enquanto
considero que talvez eu tenha exagerado.
Avi estava certo. Meu rosto nunca esteve em nenhum conteú do.
Alguém teria que estar realmente cavando para juntar as peças, e eu
simplesmente nã o vejo garotos aleató rios em BC passando por esse
tipo de trabalho de detetive sem motivo.
Eu me sinto um idiota sobre a coisa toda. Culpar Avi foi um golpe
baixo, e a culpa ainda está revirando minhas entranhas. Afinal, eu
concordei com isso. Eu sou um adulto consentido.
Nã o fui coagido ou enganado. Escolhi fazer sexo diante das câ meras
porque precisava do dinheiro e, aconteça o que acontecer, devo sofrer
as consequências ao lado de meu parceiro . Parceiro de negócios .
Ex …
Argh.
Olhando para o outro lado da sala, vejo Frankie, e ela olha para cima,
fixando seus olhos nos meus. Ela me lança um sorriso simpá tico e,
embora possa ser por causa da confusã o em que me encontro, algo
parece mais pesado do que isso.
Parece o olhar que alguém dá a você quando sabe que você está
lidando com um rompimento, e isso faz minha pele arrepiar.
Avi e eu não terminamos . Nunca estivemos juntos.
Somos apenas amigos e meio-irmãos.
O negó cio acabou, só isso...
Engoli em seco, meus lá bios se abrem, e Frankie começa a se
aproximar como se estivesse vindo falar comigo, me sugando com a
necessidade magnética de confiar em alguém. Estou ficando tã o
malditamente cansado de sempre carregar tudo ao meu redor. Só desta
vez, quero ser capaz de desabar e derramar minhas entranhas.
Mas antes que ela pudesse superar isso, duas novas pessoas
irromperam na sala.
Ambos garotos emo altos, de cabelos escuros, com unhas pintadas e
rasgos em seus jeans pretos. Exceto que um é um babaca esquelético e
o outro é… Bem, ele é o Avi .
Ash entra na sala, arrastando Avi pelo braço, e eu sinto como se
estivesse sendo esfaqueado repetidamente no peito por um objeto
contundente só de vê-los chegarem juntos... tocando. Frankie os
cumprimenta, sussurrando algo para Avi enquanto ela beija sua
bochecha. E o olhar de Avi imediatamente se volta em minha direçã o,
seus olhos de alguma forma brilhando tanto em desejo quanto em
desconforto em minha direçã o.
Avi diz olá para seus amigos, e meus pés estã o ancorados no chã o,
embora eu esteja vibrando com esse desejo irresistível de caminhar até
ele.
Mas eu nã o.
Eu apenas fico aqui, tomando meu milionésimo coquetel da noite,
observando-o falar com Zeb, que está dando a ele um olhar malicioso,
sussurrando coisas que fazem Avi revirar os olhos, provavelmente
sobre os fãs . Mas nenhum deles olha para cá , entã o acho que isso
significa que estou bem por enquanto. Minha reputaçã o está segura e
posso respirar com mais facilidade.
Eu deveria ser capaz de... Mas ainda nã o parece estar acontecendo
tã o facilmente quanto eu gostaria.
Em um esforço para me distrair, permito que alguns de meus
companheiros de equipe me puxem para um jogo de beer pong,
ensinando a todos, como de costume, mesmo com foco apenas parcial,
enquanto a maior parte permanece do outro lado da sala.
Ash está pendurado em Avi, jogando o braço em volta do ombro de
Avi e falando muito perto de seu ouvido. Estou tentando nã o deixar que
isso me incomode, mas quando Avi se afasta e a mã o de Ash desliza
casualmente por suas costas, acabo esmagando uma das bolas de
pingue-pongue em meu punho.
A bebida nadando na minha corrente sanguínea está deixando as
coisas nebulosas, alguma mú sica do The Weekend tecendo suas batidas
suaves por toda a sala cheia de corpos em movimento. Algumas garotas
diferentes estã o olhando para mim, algumas delas vindo para flertar, rir
e tocar meu peito. Mas continuo me afastando porque nã o parece certo.
E o fato de que não está me estressando ainda mais.
Uma mã o muito maior que a das meninas cai sobre meu ombro e
meu rosto muda. Seu cheiro o denuncia antes mesmo de nossos olhos
se encontrarem. Mas entã o eles o fazem, e um azul que parece nuvens
de tempestade me prende no lugar e torna minha respiraçã o
superficial.
— Ei...— Avi resmunga, casualmente, embora seu olhar esteja
dizendo muito mais do que apenas uma palavra estú pida. — Podemos
falar?
Eu começo a acenar como um instinto. Mas entã o olho em volta para
todas as pessoas e balanço a cabeça.
— Nã o acho que seja uma boa ideia. — Levando minha xícara aos
lá bios, aceno na direçã o de seus amigos. — É uma festa. Apenas vá se
divertir.
— Kyran, nã o faça isso, — ele suspira, audivelmente chateado, mas
mantendo sua voz baixa para que ninguém nos ouça. — Você fez o seu
ponto, e o negó cio está feito, mas... é isso mesmo? — Ele pisca para
mim; um olhar esvoaçante de melancolia.
— Eu nã o sei o que você quer que eu diga...— Eu dou de ombros,
meu corpo puxando essa besteira nã o afetada enquanto meu coraçã o
está gritando algo completamente diferente.
Ele lambe os lá bios, passando os dedos pelos cabelos.
— Eu quero que você me diga que eu estava errado… que acabar
com isso nã o acabou.— Ele olha em volta rapidamente antes de
sussurrar: — Nó s.
E eu quero dizer isso a ele. Eu sei que sim, mas eu não posso. Porque
nã o faz o menor sentido.
Não posso ter sentimentos por ele, porque não sou gay.
Essa é a verdade , a mesma a quem tenho me agarrado como uma
criança agarra seu cobertorzinho. Eu nã o posso lidar com a porra de
aceitar qualquer outra coisa. É muito grande, muito confuso.
Demais.
— Mas nós era apenas um ato. — Eu sufoco as palavras. — Para os
fã s… Lembra? Isso é tudo que deveria ser, o tempo todo. Esfregando os
olhos, soltei um suspiro irregular. — Porra, Avi, eu nã o pedi nada disso...
O olhar em seu rosto está me matando. Ele é toda frustraçã o
impotente naqueles grandes olhos cinza... Eu nã o suporto ver isso.
É por isso que nã o fui lá a semana toda. Foi isso que me impediu...
Ter que vê-lo me olhando daquele jeito.
— Pare de ser tã o covarde e admita que isso é apenas você fugindo
de novo, — ele sussurra. — Deus, você está com tanto medo de admitir
que algo mudou...
— Você está certo —, eu latido baixinho, interrompendo-o. — Algo
mudou. Eu parei de te odiar. Somos irmã os, amigos. E isso é uma coisa
boa pra caralho, Avi. — Eu balanço minha cabeça lentamente. — Mas
isso é tudo. Tem que ser…
Ele endireita os ombros, apertando a mandíbula enquanto murmura
bem no meu ouvido:
— Você nunca me odiou de verdade , Kyran. Nó s dois sabemos que
você nã o…
Entã o ele se vira e sai furioso, deixando-me tremendo e tomando o
resto da minha bebida em dois grandes goles.
Meus membros estã o pesados enquanto o vejo voltar para seus
amigos, colocando-se entre Micah e Ash. Ash estica o braço ao redor do
ombro de Avi mais uma vez, sorrindo para ele, e os lá bios de Avi se
curvam em um de seus sorrisos despreocupados.
Agarrando a garrafa mais pró xima, coloco um monte em alguns
copos e grito:
— Quem quer shots ?!— Ao que um monte de gente torce, correndo.
Lexi se aproxima de mim, acariciando seus seios ao meu lado
enquanto pega um copo. Batendo o meu no dela, eu o pego de volta,
entregando alguns para as pessoas pró ximas enquanto ela corre para
sussurrar em meu ouvido.
— Mal posso esperar para ver você toda sexy em seu terno amanhã
à noite, — ela cantarola, arrastando as unhas pelas minhas costas.
Estou tã o entorpecido que mal consigo sentir.
Eu inclino um olhar confuso para ela, e ela ri.
— Para o banquete, bobo.
— Certo —, eu murmuro. — A porra do banquete. — Eu engulo
outra dose. —Como eu poderia esquecer…
— Acho que você vai adorar meu vestido. — Seus lá bios roçam meu
rosto e eu me encolho. — Quem sabe... talvez eu nã o use nada por baixo.
— Hm...— resmungo, desinteressado, enquanto meus olhos
percorrem a sala mais uma vez.
Avi e seus amigos agora estã o sentados no sofá …. E a mã o de Ash
está na coxa de Avi.
Eu engulo uma pontada afiada no meu peito, murmurando:
— Olha, Lexi... o que quer que tenhamos feito no passado... me
desculpe, mas acabou.
— O que? — ela engasga. — Por quê?
Afastando-me lentamente de suas mã os errantes, eu bufo,
— Porque nunca poderia funcionar. Eu estou... a fim de outra
pessoa.
Ela começa a choramingar alguma coisa, mas eu nem estou ouvindo.
Estou muito ocupado assistindo a outra mã o. E o jeito que está subindo
e descendo a coxa de Avi...
Avi nã o parece estar interessado nisso, mas também nã o está
afastando isso.
Por que você se importa?? Você acabou de dizer a ele que eram
apenas amigos, e nem isso, de qualquer maneira. Você deveria voltar a
odiá-lo...
Prove que ele está errado por dizer que você nunca realmente o odiou
em primeiro lugar, porque você totalmente odiou.
— Yo, meu baby Nueve! — Guty cambaleia, me entregando uma
nova bebida. — Esta festa é pequena, mi amigo.
— Um brinde a isso, filho da puta. — Eu bato meu copo contra o
dele, derramando bebida por toda parte enquanto tomo um gole.
— Eu vou estar tã o de ressaca amanhã —, ele resmunga. — Graças a
Deus o banquete é só à s sete.
— O maldito banquete, — eu zombo, encarando as tentativas
descaradas de Ash Holloway de apalpar meu meio-irmã o. — Por que
temos que ir para isso? Tem certas pessoas que eu não quero ver, se é
que você me entende…
— Eu sinto você, irmã o —, soluça Guty.
Eu nã o acho que ele está realmente me ouvindo, mas tanto faz.
Estou muito ocupado olhando para Avi e seu novo amigo, pendurados
um sobre o outro.
Frankie também parece estar observando a maneira como Ash está
tocando Avi. Ela olha para mim, nossos olhos se fechando novamente
em mais uma daquelas conversas sem palavras. Suas sobrancelhas se
fecham e ela balança a cabeça sutilmente.
Eu simplesmente franzo os lá bios e dou de ombros, tomando minha
bebida.
O que ela espera que eu faça? Correr até lá, tirar o Ash de cima do
meu meio-irmão... Fazer a porra de uma cena na frente de todo mundo
para provar de uma vez por todas que essa dor no meu peito sempre que
estou perto dele é real?? Que toda vez que olho para ele, meu estômago
revira e minha pele vibra e não importa o quanto eu tente afastá-lo e
fingir que não está lá, parece estar ficando mais forte, a ponto de eu
sentir como se faltassem pedaços da minha anatomia quando não estou
com ele...
Eu nã o posso fazer isso. Porque quem sabe o que essas coisas
significam, de qualquer maneira...
— Onde está Theo? — Eu me distraio com palavras sem sentido,
girando para tirar meus olhos estú pidos daquele sofá estú pido onde
toda aquela merda idiota que eu nã o ligo está acontecendo.
— Eu acho que ele saiu com alguém...— Guty puxa meu braço. —
Com quem você acha que eu deveria ficar hoje à noite?
— Cara, eu nã o me importo —, eu murmuro, as pá lpebras caídas. —
Fique com quem você quiser. — Eu atiro um sorriso forçado para ele. —
Com quem você acha que eu deveria ficar esta noite?
Guty ri, beliscando minhas bochechas enquanto eu luto contra ele.
— Você sabe que pode ficar com quem quiser.
— Preciso ficar com alguém novo ...— falo com aspereza, mal
percebendo o que estou dizendo. — Eu preciso foder o ú ltimo.
— Quem…? Lexi?
Grunhindo em vez de uma resposta real, meus olhos pousam nessas
duas garotas dançando. Seus peitos estã o todos se esfregando e tudo
mais, e eu começo a mastigar o interior da minha bochecha.
Isso costumava fazer algo por mim... Não fazia?
Eu poderia jurar que realmente gostei antes...
— Uau! Olá ... — Guty grita perto do meu rosto, e eu me encolho. —
Veja isso…
Eu suponho que ele está falando sobre as garotas se esfregando
umas nas outras, e eu aceno, piscando pesadamente enquanto espero
meu pau lembrar que ele gosta de garotas.
— Cara, eu nã o sabia que seu meio-irmã o jogava pelos dois times.
Gargalhadas guturais.
Meu rosto balança em sua direçã o.
—O que…?
Mú sculos por todo o meu corpo estã o endurecendo de desconforto
enquanto ele acena com a cabeça do outro lado da sala. Seguindo seu
olhar, meu estô mago cai tã o rá pido que é como se eu tivesse acabado de
ser empurrado para fora de um aviã o.
Avi... Meu peito afunda, esmagando meu coraçã o entre minhas
costelas enquanto meus olhos se arregalam.
Avi está beijando Ash... Ou Ash está beijando Avi. Tanto faz... seja
como for , está acontecendo, está acontecendo. Eles estã o se beijando
pra caralho .
Não…
Estou sangrando por dentro. Meu corpo está partido ao meio, como
se eu estivesse sendo violentamente dividido ao meio por ferramentas
enferrujadas.
Eu nã o posso me mover. Eu nã o posso respirar. Estou preso aqui, no
purgató rio, olhando enquanto os estú pidos dedos de cadela de Ash
Holloway deslizam do pescoço de Avi até seu cabelo, e ele chupa e
morde os lá bios de Avi.
Aqueles lábios... eu... pensei que fossem... para mim.
Estou prestes a cair de joelhos porque nã o consigo mais manter
meu corpo ereto. O copo solo vermelho está sendo agarrado com tanta
força em meu punho que estala e o licor escorre pelo meu braço.
Guty ri e grita.
— Pegue um pouco, Av!
— Nã o...— Eu choramingo, entã o limpo minha garganta. — Nã o. —
Jogando o copo no chã o, eu rosno: — Nã o. Nã o nã o nã o. Foda-se isso.
Não consigo assistir. Não posso deixar isso acontecer.
Eu caminho na direçã o deles, mas Guty agarra meu braço, rindo:
— Ei, o que você está fazendo?
— Eu vou matar aquele idiota, — eu fervo, ofegante ao ver Avi
tentando se afastar do beijo.
Ele está se afastando. Ele não quer isso.
Pena que já está acontecendo há muitos segundos.
Porra! Foda-se isso! Eu odeio isso!
Empurrando as pessoas para fora do caminho, eu corro para o sofá
com a ira queimando como lava quente derretida em minhas veias.
Raiva, frustraçã o, ó dio, confusã o. A gangue está toda aqui. Minha
adrenalina está alta agora, e estou prestes a ficar tã o furiosa que acho
que posso machucar seriamente alguém.
Os olhos de Avi estã o abertos com a boca de Ash traçando sua
mandíbula, e eles se arregalam quando ele me vê. Ele se afasta de Ash o
mais rá pido possível, caindo no laborató rio de Zeb e derramando sua
bebida por toda parte.
— Sua cadela! — Zeb se levanta, encharcado de bebida. — Esta é a
Prada!
Avançando, agarro Ash Holloway pelo braço, pondo-o de pé e
jogando-o para o outro lado da sala. Ele vai voando para um monte de
gente, e todos caem em uma pilha de corpos.
— Kyran! Espere... — Avi grita.
— Cara, calma! — Gritos corajosos.
Mas é muito tarde. Eu já estou me lançando em Ash, agarrando-o
pela garganta e jogando-o no chã o.
— Nã o toque nele, porra! — Eu rosno sobre o rosto de Ash, toda
aparência de controle perdida. Eu posso ter desmaiado. Meu corpo está
trabalhando por impulso total, a necessidade de destruir esse maldito
pau por beijar meu Avi tomando conta de cada fibra do meu ser. — Ele
nã o é seu, está me ouvindo?!
Meu punho recua, mas alguém agarra meu braço. Vá rios alguém.
Pelo menos quatro dos meus companheiros de equipe estã o me
segurando, tentando me tirar de cima de Ash, enquanto Ash apenas fica
lá no chã o abaixo de mim, piscando, olhos perplexos para o meu rosto.
— Harbor, pare! — alguém diz. Acho que é Fellows. — Nã o faça isso,
mano. Pense nisso…
Eu... não... porra... me importo.
Minha raiva é visceral. Nã o consigo encontrar uma saída. Tudo o que
vejo sã o lampejos em minha mente...
Um quarto escuro.
A cara de decepção do meu pai.
Um rosário enrolado em uma mão envelhecida...
— Porra! — eu rugo.
E mesmo com quatro deles em mim, eles mal conseguem me tirar de
cima de Ash enquanto eu luto para voltar lá e bater em seu maldito
rosto por beijar aqueles lá bios.
O sorriso de Avi desaparece... Quando eu digo a ele, ele não tem ideia
de quem ele é.
Todas as vezes que eu o rejeitei... Derrubei os livros de suas mã os no
colégio, chamei-o de perdedor na frente dos meus amigos...
Todas as vezes que eu o abandonei.
Eles estã o todos piscando em meus pensamentos, me cegando com
tanta emoçã o que mal consigo respirar. Como uma apresentaçã o de
slides, é reproduzido em cliques interrompidos.
Lençóis enrolados em torno de nós... Seus dedos me valorizando com
toque, seu cabelo caindo em seus olhos.
Rindo, sorrindo, beijando, respirando…
Estou me afogando nele. A maneira como mudou.
A maneira como ele se tornou meu.
— Fodidamente, me deixe ir, — eu resmungo, fungando enquanto
me liberto de seu aperto, pulando de cima de Ash e tropeçando para
longe.
Sugando ar em meus pulmõ es o melhor que posso, mantenho minha
cabeça baixa enquanto ofego, correndo para fora do dormitó rio com
Guty ao meu lado, sua mã o nas minhas costas.
— Está tudo bem —, ele grita para o resto da festa, alto, mas calmo.
—Só precisamos de um pouco de ar. Todos estã o bem.
Eu posso sentir os olhos olhando para mim, e é como uma enorme
luz fluorescente de interrogató rio brilhando no meu rosto enquanto
passo pelos corpos remanescentes, pelo corredor, colocando espaço
entre mim e esta situaçã o curiosa.
A adrenalina ainda está me fervilhando da cabeça aos pés, e nã o me
sinto mais bêbado. Mas agora o desespero está superando a raiva, e eu
só preciso me sentar.
Respirar. Relaxar.
Você está aqui… Você está bem.
Guty me leva a um final tranquilo do corredor, onde me afasto dele e
começo a andar, puxando meu cabelo em meus punhos.
Ele me observa com olhos preocupados.
— Você está bem?
— Nã o. Nã o, eu nã o sou bom pra caralho ,— eu assobio, balançando
a cabeça.
— Qual é o seu problema com aquele cara, afinal? — ele pergunta
com cuidado.
— Ele é um idiota do caralho! — Eu rosno.
— Por que?? O que aconteceu mesmo...
— Ele roubou minha namorada no ensino médio e agora está
roubando meu...— Minha voz falha rapidamente, e pisco para Guty, que
está me encarando como se eu fosse maluco. Mudando de tom,
murmuro: — Ele estava praticamente molestando a porra do meu
meio-irmã o. Perdoe-me por tentar defendê-lo…
Você soa como um maluco.
A cabeça de Guty se inclina.
— Nã o sei, mano… Parecia que o Avi estava se divertindo.
— O que você sabe sobre o que ele gosta, porra ...— Esfrego o rosto
com as palmas das mã os.
Estou plenamente consciente de que estou parecendo louco agora,
mas posso evitar. Nã o consigo parar de imaginar a boca de Ash tocando
a de Avi e isso está me deixando louco.
Guty fica quieto por um tempo até que eventualmente ele pigarreia.
— Tudo bem, garoto. Estou ouvindo você. Eu só nã o quero que você
faça algo estú pido que possa nos foder.
Concordo com a cabeça rapidamente, encostando-me na parede
com um estrondo.
— Entendo. Desculpe…
— Nã o fique. Nada aconteceu. — Ele aperta meu ombro. — Vou
garantir que todos estejam tranquilos... Ninguém está ligando para a
segurança do campus ou qualquer coisa idiota.
Concordo com a cabeça novamente, esfregando os olhos enquanto
ele caminha pelo corredor. Eu o ouço murmurando para alguém, e meus
olhos se abrem para ver quem está vindo, querendo desesperadamente
que seja...
— Oh. Ei... — Suspiro quando Frankie se aproxima de mim, descalça
e carregando os sapatos.
— Nã o fique tã o animado em me ver, — ela murmura divertida.
— Desculpe, eu só …
Eu queria que fosse ele.
— Avi queria vir falar com você, mas eu disse a ele para lhe dar
espaço.— Ela se inclina contra a parede ao meu lado. — Kyran, eu
totalmente entender por que você está surtando. Confie em mim, eu
faço. Mas essa merda está dando uma chicotada nele.
Olhando para ela, eu engulo um caroço duro de emoçã o.
— E você acha que nã o é o mesmo para mim? — Eu nã o tenho mais
a menor ideia do que estou fazendo…
—Eu entendo—, diz ela suavemente. — É assustador... chegar a um
acordo com as coisas.
Meu estô mago flops agressivamente.
— Você nã o está falando sobre OnlyFans, está ...?
Ela ri.
— Nã o. Eu nã o estou.
Soltando suspiros irregulares, passo a mã o pelo rosto e sussurro:
— Ele é meu meio-irmã o, Frankie...
— Entã o? — Ela zomba. — Ele nã o é seu irmã o de verdade.
Eu mastigo meu lá bio.
— Mas eu nã o sou... quero dizer, eu nã o pensei que fosse...
— Mas você é —, ela respira.
Seu tom é firme e calmo. Apoiador. Como se ela estivesse afirmando
um fato.
E talvez esteja tudo bem. Talvez não seja o fim do mundo... desejá-lo.
Querer mais dele.
— Pare de fugir disso, Ky. — Ela me cutuca.
Inclinando meu queixo para baixo, eu dou a ela um aceno
agradecido. É bom ter apenas uma pessoa no mundo inteiro que sabe
disso.
Mas então ela ainda não sabe nem a metade disso.
Frankie se endireita com um suspiro, virando-se para sair.
— Obrigado...— murmuro, e ela sorri.
— Estou torcendo por vocês. — Ela pisca para mim.
Reviro os olhos e ela ri, se afastando enquanto expiro lentamente.
Mas ela para uma ú ltima vez e diz:
— Ah, e estou trazendo Avi para ficar na minha casa. Só pensei que
você gostaria de saber…
— De quem foi essa ideia? — Eu pisco para ela.
— Dele.— Ela me mostra um olhar conhecedor. — Ele nã o quer
mais ninguém, Kyran. Você teria que ser um verdadeiro idiota para nã o
ver isso.
Frankie sai e eu fico sozinho no corredor por um tempo, ouvindo os
sons da festa terminando, as pessoas saindo. Sentado no chã o, fico
olhando para a palma da mã o, traçando linhas de rodovias que me
levariam de volta ao drive-in.
Quero voltar à quela noite, quando éramos felizes, só nó s dois.
Sem filmagens, sem brigas, sem fãs .
Só eu e ele… juntos em um lugar abandonado. Como seu velho e
frágil parque de diversões.
Sorrindo, eu fecho minha palma, admitindo a derrota. Minhas açõ es
agora foram um impulso direto do coraçã o. Nã o importa o quã o
confuso, isso só pode significar uma coisa, e talvez Frankie esteja certa.
Talvez eu só precise parar de correr.
Puxando meu telefone do bolso, digito uma mensagem com dedos
trêmulos.
Eu: Você está certo… Eu nunca te odiei de verdade, baby.
Porque eu acho que te amo.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO

AVI

Peteypie89: Mais alguém sente que acabou de levar um fora??


Backwardz_Cap & Not_Your_Baby, por favor, volte! Eu posso mudar!

Acordei no sofá de Frankie, com Robin andando em cima da minha


barriga. Ela está claramente muito animada por ter passado a noite em
um novo lugar.
Esfregando meu rosto, eu me sento e olho em volta, soltando um
suspiro.
Que noite louca.
Tenho certeza de que teria ficado bem em meu dormitó rio ontem à
noite. Apesar da maneira como Kyran estava agindo, Ash nã o é um
estuprador. Ele estava flertando comigo e depois me beijou. Nã o era
grande coisa.
Ok... entã o eu meio que deixei passar porque eu estava com raiva de
Kyran, e eu queria recuperá -lo por ser o idiota mais teimoso e
insuportável pelo qual eu já tive sentimentos maciços e complicados.
Mas eu nã o ia deixar isso ir além de um beijo rá pido. E se formos
totalmente honestos, eu realmente nã o esperava que ele surtasse do
jeito que ele fez.
Achei que ele ia ficar com Lexi ou algo assim, para compensar minha
imaturidade com mais imaturidade. Mas o que ele fez foi... muito mais
sexy.
Não, não. A violência é ruim. Ele realmente precisa controlar esse
temperamento.
Mas eu nã o sei, vê-lo furioso e fazer uma cena, por mim em vez de
para mim... Deus, apenas aumentou o fator desmaio um zilhã o de vezes
mais. O que obviamente é muito inconveniente porque ainda nã o tenho
ideia de onde estamos.
Ainda mais agora que ele me mandou aquela mensagem…
Pegando meu telefone da mesa, eu o abro e leio novamente, pela
sexagésima vez.
Kyran: Você está certo… Eu realmente nunca te odiei, baby.
Meus lá bios se curvam em um sorriso ridículo antes de mordê-lo.
Estou feliz que ele nã o machucou Ash, ou se meteu em problemas.
Embora ele certamente tenha levantado algumas questõ es com sua
explosã o. Principalmente de Ash e meus amigos.
Mas eu fui capaz de suavizar isso culpando Ky por estar bêbado e
odiando Ash desde o colégio. Eles compraram a maior parte. E Ash
estava totalmente arrependido, especialmente quando voltei para o
dormitó rio para arrumar Robin e uma rá pida troca de roupa.
— Eu sinto que você pensa que sou algum tipo de Chester, o
molestador...— Ash choramingou, demorando-se do lado de fora do
quarto, espiando Frankie, que estava de fora como um cã o de guarda.
— Ninguém pensa que você é um molestador, — eu disse a ele com
uma zombaria. — Eu te beijei de volta, lembra? Nã o é sua culpa, Kyran
simplesmente nã o gosta de você. E ele é... — Meus olhos se voltaram
para Frankie por um segundo. — Muito protetor.
— Você vai me dar o nú mero dele para que eu possa me desculpar?
— ele implorou, enquanto Frankie estava atrá s dele, balançando a
cabeça e murmurando a palavra não.
— Eu vou...— eu cantarolei. — Mas nã o agora. Deixe-o esfriar um
pouco.
Dei um tapa no ombro dele na saída, deixando o dormitó rio que é
meu há quase cinco meses.
Mas, verdade seja dita, fiquei um pouco aliviado por sair de lá . Ash
estava me deixando louco desde que apareceu. Especialmente depois
que descobri que ele era o amigo de Zeb que mostrou a ele meus
OnlyFans.
Seriamente. Quais são as malditas chances?
Certamente tornou as coisas mais do que estranhas, ter um colega
de quarto que te viu em todas as maneiras de posiçõ es nuas e
encharcadas de esperma. E pior ainda foi ter que se esquivar de todas
as suas perguntas sobre quem é Not_Your_Baby e o que aconteceu com
a conta.
Eu acho que é melhor eu ficar aqui por um tempo... Até que as coisas
se acalmem.
— Bom dia, querido. — Frankie entra arrastando os pés no quarto
com shorts curtos e um moletom enorme, bocejando até a cozinha. —
Durma bem?
— Bem o suficiente. — Tiro Robin do meu colo e a coloco no sofá ,
indo até onde Frankie está fazendo café com sua sofisticada má quina de
cappuccino.
Seus olhos se movem.
— Fazer mais sexo quente por telefone com seu meio-irmã o? — Ela
sorri tortuosamente, levantando uma sobrancelha escura.
— Nã o. — Eu olho para ela, inclinando minha cabeça. — Ainda
estou dando espaço a ele.
— Eu vi você no telefone quando fui ao banheiro no meio da noite…
— ela zomba.
— Ele me mandou uma mensagem —, murmuro. — E posso ter
adormecido tentando pensar na resposta perfeita.
Ela ri, balançando a cabeça.
— Vocês dois sã o ridículos. E tã o fodidamente fofos que dó i.
Encostando-me no balcã o, esfrego os olhos com força.
— O que devo fazer com ele, Frankie? Nã o tenho ideia do que vou
dizer quando o vir esta noite no banquete…
— Aqui está uma ideia. — Ela lambe um pouco da espuma do dedo
antes de se virar para mim. — Que tal contar a ele a porra da verdade?
— E o que seria aquilo…?
— Que você o ama e quer que ele seja seu namorado rabugento. —
Ela sorri.
Eu zombo.
— Mesmo se isso fosse verdade... o que meio que é... ele é muito
inseguro. Se ele nem consegue se convencer a ficar comigo em segredo ,
como diabos faríamos um relacionamento funcionar? Ele ficaria com
medo de contar para seus amigos, seus companheiros de equipe... E
nossos pais ?? Esqueça isso.— Minha cabeça gira. — Quero dizer, o que
diríamos a eles? Ei, sei que vocês sã o casados e tudo, mas seus filhos
querem namorar. Isso é legal?
Frankie ri, depois faz beicinho com meu infortú nio, esfregando
minhas costas. — Se eles te amam, eles vã o superar isso.
— Minha mã e faria —, eu resmungo. — Mas Tom é, tipo, um pai
cató lico super rígido. Ele e Kyran já têm um relacionamento terrível
como é... Suspirando meu desâ nimo, eu olho para os meus pés.
— Nã o vou pedir a Kyran para piorar as coisas entre eles.
— Você nã o deveria ter que perguntar a ele, Avi —, diz ela
incisivamente. — Se ele se importa com você, ele simplesmente fará
isso.
Sim… e eu realmente não quero puxar esse fio.
Nó s estávamos tão pró ximos antes do drama com os Fã s nos deixar
fora de proporçã o. Entã o, ontem à noite, ele disse que somos apenas
amigos , entã o começou a quase matar Ash por me beijar.
Juro por Deus, preciso de um pouco de Dramamine para o quão
enjoado esse vai e vem está me deixando.
— Acho que devo tomar banho e depois voltar para o dormitó rio…
— Suspiro, enfraquecida pelo estado sombrio da minha existência.
— Você sabe que pode ficar aqui o tempo que quiser —, diz Frankie.
— E o mesmo vale para aquele pequeno amendoim. — Ela olha para
Robin.
— Oh, entã o você gosta dela agora? — Eu sorrio.
— Ela está crescendo em mim, ok? Ontem à noite, ela entrou no meu
quarto e ronronou perto do meu rosto por uma hora. Foi a coisa mais
fofa de todas.
Eu ri.
— Bem, isso é bom, porque eu realmente nã o quero lidar com
carregá -la para frente e para trá s.
Frankie parece estar tentando conter sua empolgaçã o quando diz:
— Você pode simplesmente deixá -la aqui no fim de semana, até
descobrir o que fazer com Ash. Se você quiser, quero dizer…
Sorrindo para ela, eu a envolvo em meus braços.
— Obrigado por ser o melhor melhor amigo de todos, bae. Sério,
nã o sei o que faria sem você.
— Nã o me agradeça. — Ela me aperta pela cintura. — Apenas fique
aqui! Você sabe que você quer. O dormitó rio era ó timo quando era só
seu, mas dividi-lo com Ash nã o vai funcionar. Especialmente com Ky na
foto.
Se Ky ainda quiser estar na foto...
Eu sei que Frankie está certo. Nã o tenho nenhum desejo real de
viver com Ash, sabendo o quanto ele gosta de mim. E Kyran nunca mais
irá lá enquanto estiver respirando, tenho certeza.
É uma pena, porque aquele dormitó rio foi onde tudo começou para
nó s. Mas também quero ver se podemos fazer isso funcionar fora do
TMA 446. E sem os Ventiladores…
Poderíamos ser mais do que ele aparecendo no meio da noite?
Será que ele iria querer isso?
Tantas perguntas e poucas respostas. E tudo está acontecendo no
pior momento possível, com o banquete esta noite e o Rose Bowl logo
depois. Tã o impaciente quanto eu sou para descobrir essas coisas, eu
também nã o quero estressar Kyran antes do maior jogo de sua vida.
Colocando tudo em espera, só por enquanto, eu decido tomar um
banho e me preparar para parar no dormitó rio para pegar mais das
minhas coisas. No mínimo, devo ficar aqui durante o fim de semana.
Posso descobrir o que fazer sobre Ash e o dormitó rio quando voltar da
Califó rnia.
Quando estou saindo do banheiro, meu telefone está tocando.
Correndo para ele com o coraçã o na garganta, cai um pouco quando
descubro que nã o é Kyran.
É o escritó rio de admissõ es de BC.
— Olá ? — Eu respondo, uma sú bita explosã o de nervos
chacoalhando meu corpo.
— Avi Vega? — uma voz feminina pergunta.
— Sim…
— Oi, aqui é Sherry, assistente de Dean Perkins. A reitora gostaria
de vê-lo em seu escritó rio o mais rá pido possível.
Eu engulo.
— Mas é sá bado…
— Eu sei. Infelizmente, é urgente e nã o posso esperar até segunda-
feira.
Meu pulso está imediatamente batendo como um louco.
— Ok... Entã o acho que já estarei aí.
— Perfeito. Vou avisá -la que você está a caminho.
A ligaçã o é desconectada e fico parado, paralisado, com o telefone
na mã o.
O que quer que seja… Tenho certeza de que nã o pode ser bom.

***

Sentado no escritó rio do reitor, nã o consigo parar de me mexer.


Do jeito que está , nã o me dou bem com figuras de autoridade. Eles
me dã o muita coceira, e quanto mais fico sentado neste escritó rio
formal e adequado, paredes adornadas com graus e placas
extravagantes, menos eu sinto que pertenço aqui.
Talvez seja apenas o medo que estou sentindo de qualquer assunto
urgente que me chamou aqui em um sá bado, mas minhas inseguranças
estã o tomando conta. Acho que nunca senti que pertenço a esta escola.
Claro, fiz amigos e conexõ es que, de outra forma, nunca teria
encontrado. Eu me diverti e aprendi sobre mim mesmo. Mas sinto que
tudo isso depende muito dos relacionamentos que fiz aqui. Nã o a escola
em si.
Basicamente, estou sentada na frente da reitora me sentindo uma
grande e gorda falsa por estar aqui desperdiçando seu tempo.
Dean Perkins se senta em sua mesa, cruzando as mã os em cima
dela.
— Boa tarde, Sr. Vega.
Eu aceno com a cabeça, minhas palmas suando em todo o meu
jeans.
— Seu... Dean-ness.
Ela aperta os olhos para mim.
— Vou direto ao ponto...— Ela pega o celular e toca algumas vezes,
virando-o para me mostrar a tela. — É você?
É uma captura de tela da minha conta OnlyFans. Um dos meus posts
mais modestos, mas ainda assim uma coisa bastante escandalosa para o
reitor do Boston College apresentar a você.
Engulo em seco, tremendo em minhas botas.
— Eu nã o acho?
— Isso é uma resposta? Ou você está me perguntando? — Ela é
muito severa. Francamente, está me assustando pra caralho.
— Posso perguntar do que se trata? — Eu luto para recuperar um
pouco da minha confiança.
Colocando o telefone para baixo, ela se senta em seu assento.
— Recebi algumas dicas anô nimas de alunos e professores
preocupados de que um aluno que se encaixa na sua descriçã o está
envolvido em... trabalho sexual online no campus. Agora, ou você tem
um irmã o gêmeo que eu nã o conheço, ou esta conta está sendo
administrada por você, Sr. Vega.
Eu simplesmente pisco para ela. Nã o acho que minhas cordas vocais
queiram trabalhar no momento.
— Avi…— ela suspira. — Nó s dois sabemos que é você. Faça um
favor a nó s dois e...
— Mas você pode provar que sou eu? — Eu resmungo.
— Sim —, diz ela com firmeza. — Porque é a sua cara.
— Talvez seja apenas alguém que se parece comigo…
— Avi. Este é um assunto muito sério. Tenho certeza de que você
entende que nã o podemos permitir que coisas assim ocorram no
campus.
— Como você sabe que ocorreu no campus? — Eu continuo indo,
mantendo minha posiçã o.
Acho que ela nã o tem nenhuma evidência real. E sim , obviamente
sou eu naquela foto. Mas se ela soubesse de fato, estaria me expulsando
na hora, em vez de esperar que eu confessasse.
Ver? Todos aqueles documentários sobre crimes reais e programas de
casos judiciais valeram a pena.
— Bem, infelizmente, nã o tenho escolha a nã o ser suspendê-lo
enquanto investigamos este assunto. — Ela se endireita, embaralhando
os papéis em sua mesa como se nã o fosse grande coisa.
— Me suspender? Você nã o tem provas!
— É isso que estaremos procurando, Sr. Vega.— Seus lá bios se
curvam. —E se descobrirmos que é você... e que você está produzindo
vídeos pornográ ficos na propriedade da escola, você será expulso
permanentemente. Junto com qualquer outra pessoa que participou.
Minha mandíbula aperta tã o forte que está doendo.
Kyran…
Se descobrirem que ele estava naqueles vídeos comigo, ele perderá
tudo.
Foda-me. Isto não é bom.
— Isso é tudo por agora —, diz Dean Perkins, meio que me
enxotando. —Manteremos contato.
Levantando-me lentamente, eu olho para ela do outro lado da mesa.
Pode me chamar de louco, mas acho que essa senhora não gosta muito de
mim.
Deixo seu escritó rio em uma névoa de estresse, voltando para a casa
de Frankie. Zeb está vindo com um terno para eu usar no banquete esta
noite, já que nã o possuo nenhum. Mas agora que estou suspenso, nã o
tenho certeza se serei bem-vindo ao banquete.
Qualquer que seja. Eu ainda estou indo. Foda-se isso. Eu preciso ver
Kyran. Além disso, sou um membro dessa maldita equipe, quer eles me
queiram lá ou nã o.
Quando volto para a casa de Frankie, minha ansiedade está no auge.
Infelizmente, parece que só vai piorar.
— Oh meu Deus! — Zeb grasna para mim no segundo que passo
pela porta. — O que aconteceu?
— O que você está falando…? — Eu murmuro, optando por esperar
que ele me diga por que ele está pirando antes de deixar cair a notícia
de que estou suspensa devido a alegaçõ es de que tenho dirigido a porra
de um estú dio pornô fora do meu dormitó rio.
— Você foi expulso da escola? — Frankie se aproxima apressada,
claramente preocupada em seu rosto.
— O que faria você pensar isso? — Eu pergunto enquanto todo o
meu corpo enrijece.
Como eles já sabem? Isto não é bom…
Alguém está aqui falando merda, e quando eu descobrir quem é, vou
enlouquecer.
— Todo mundo está falando sobre isso, — diz Zeb, me observando
de perto enquanto eu pego minha caneta e dou uma longa tragada para
acalmar meus nervos. — Eles estã o dizendo que você foi suspenso por
causa do seu OnlyFans. Por fazer pornografia no campus…
— Supostamente, — eu o corrijo, fumando ainda mais; Deeper.
Preciso me livrar dessa ansiedade. Estou tremendo pra caralho.
— Entã o é verdade? — Frankie franze a testa.
— Eles estã o iniciando uma investigaçã o, — resmungo. —Para
provar que a conta me pertencia e que eu estava fazendo os vídeos nas
dependências da escola.
— E se eles encontrarem? — Ela pisca com os olhos arregalados.
Eu dou de ombros.
— Entã o eu serei expulso. E também qualquer um que... participou.
Eu dou a ela um olhar solene. — Se eles puderem identificar essa
pessoa…
— Mas eu pensei que você disse que o cara com quem você estava
nã o vem aqui?— Zeb entra.
Eu o encaro por um segundo.
— Ele nã o. Estou apenas dizendo…
— Isso é foda...— Frankie esfrega o rosto.
— Bem, talvez eles nã o descubram que foi você, — Zeb tenta com a
positividade. — A conta está encerrada, entã o nã o é como se eles
pudessem acessar qualquer conteú do seu. Tudo o que eles
provavelmente têm sã o capturas de tela de quem diabos está
dedurando você.
— Sim, e isso é outra coisa, — resmungo, afastando agressivamente
o cabelo dos olhos. — Quem diabos está dando a eles todas essas
informaçõ es? Quero dizer, o que eu fiz para alguém nesta escola? Eu sou
basicamente invisível. Por que eles querem tanto me derrubar?
— O ciú me é uma cadela, — Zeb suspira. Endireitando os ombros,
ele me pega pelo braço. — Nã o vamos nos preocupar com isso agora.
Preciso vestir você e deixá -lo bonito para o baile!
Eu nã o posso deixar de rir. Eu amo esse garoto por me fazer sorrir
quando tudo na minha vida está desabando ao meu redor.
— Nã o é um baile — Reviro os olhos, sorrindo. — É um banquete.
Espero que você nã o tenha trazido a porra de um smoking para eu
usar…
—Nã o, nã o. Nada como isso. — Ele sorri. — Apenas meu melhor
terno Burberry, com o qual você ficará super gostoso.
Eu realmente nã o estou com vontade de me arrumar agora. Mas nã o
há como parar Zeb no que diz respeito à moda. Eu poderia muito bem
apenas sentar e deixá -lo fazer o que ele quiser comigo. É o que ele vai
acabar fazendo de qualquer maneira.
— Ohhh meu Deus, vai ser como a Cinderela! — ele grita, me
levando até o quarto de Frankie, onde uma bolsa de roupas está
pendurada sobre o armá rio dela. — Baldwin the Eagle, em quem todo
mundo cagou durante toda a temporada, aparece deslumbrante em
grifes, como a bela do baile!
Minhas sobrancelhas se fecham e meus lá bios se inclinam em uma
carranca.
— Quem tem cagado em mim durante toda a temporada?
— Eu só estou dizendo —, ele fala asperamente. — Você é o azarã o.
Ninguém provavelmente espera que você apareça. E entã o bam! Em
você se pavoneando, parecendo lindo pra caralho. Isso vai mostrar
aquele seu meio-irmã o mal-humorado.
Com a mençã o de Kyran, eu engulo.
— Kyran nã o vai se importar…
— Oh, sim, ele vai, — Zeb canta, abrindo o zíper da bolsa para
revelar um terno que nã o é meu . Mas admito, é muito bom. Ele olha
para mim, os lá bios curvados perversamente. — Acho que ele gosta de
você.
Minha espinha endurece.
— O que te faz dizer isso?
— Amado, ele roubou Ash de você ontem à noite como uma fera
protegendo seu territó rio de um intruso.
— Sim...— Eu suspiro, esfregando meu rosto. — Eu estava com
medo de que fosse assim que parecia…
Quando eu olho para cima, Zeb está olhando para mim.
— Você já ficou com ele, nã o é?
— Nã o seja ridículo, — eu bufo, evitando uma mentira por nã o
responder a pergunta.
Frankie entra na sala com uma garrafa de Prosecco e Zeb aponta
para ela acusadoramente.
— E você sabia , nã o sabia?!
Suas linhas na testa.
— Que diabos você está falando?
— É elementar, meu caro Watson. — Zeb começa a andar na nossa
frente como se tivesse resolvido o caso. — Micah me disse que viu
Kyran saindo do seu quarto na noite da sua festa de Halloween, depois
disso ele saiu correndo da festa. Assim como alguém que acabou de ter
sua primeira experiência gay faria.
Eu rio e balanço a cabeça.
— E as ú nicas outras pessoas na sala eram vocês dois, — ele
continua, virando-se para nos encarar, fixando Frankie com um olhar. —
O que significa que você deve ter conseguido um assento na primeira
fila para assistir os dois fazendo um pequeno esfrega-e-puxa.
— Você é o maior idiota do planeta —, Frankie zomba.
— Eu nã o acabei. — Ele aponta aquele sorriso diabó lico para mim.
—Eu também me lembro de outra vez que Kyran escapou de um quarto
todo corado... O banheiro na festa de Theo. E quem deveria sair do
referido banheiro apenas momentos depois, sorrindo como se tivesse
conseguido algum pau secreto de zagueiro? — Ele estende a mã o em
minha direçã o. —Nossa pequeno Avi Vega.
Estreitando meu olhar para ele, eu me forço a nã o reagir.
— Podemos nã o fazer isso agora? Nã o tenho interesse em suas
teorias meio engessadas.
— Ah, mas eles nã o estã o nem um pouco engatilhados, estã o,
princesa?— ele zomba. — Eles estã o totalmente engatilhados. — Ele dá
um passo na minha frente e se inclina para fazer contato visual. — Tudo
isso está acontecendo bem debaixo de nossos narizes o tempo todo.
Portanto, resta apenas uma pergunta... — Reviro os olhos novamente,
rindo de como ele é exagerado. —Quem está realmente co-estrelando
todos esses vídeos com você? Alguém que começou um pouco curioso,
mas se transformou em um demônio bonito e de pau grande para o
nosso querido Backwardz_Cap .
Franzindo os lá bios, começo a bater palmas lentamente, ao que seu
sorriso se alarga.
— Ó timo trabalho, Sherlock.—Entã o eu olho para ele e murmuro: —
Prove.
— Eu nã o vou parar até que eu faça, seu gênio bissexual.
Eu jogo minha cabeça para trá s em uma risada que é muito boa
agora. Todo o estresse ultimamente está pesando sobre mim... Coisas
comigo e Kyran, constantemente questionando a mim mesmo, escola,
dinheiro e os fã s.
Esqueci como é bom apenas rir com meus amigos malucos.
— Ok, já que terminamos de brincar de detetive, — Frankie
murmura, abrindo a garrafa e servindo um copo para cada um de nó s.
— Precisamos nos preparar.
— Pessoal, eu nem sei se vou conseguir entrar, — eu interrompo. —
Se a reitora estiver lá , ela vai dizer para eles chutarem minha bunda, já
que estou suspenso e tudo.
— Confie em mim, querido —, diz Zeb, tomando um gole de sua
bebida enquanto mexe no meu cabelo. — Eu nã o deixaria você toda
embonecada por nada. Nó s vamos esgueirar você para dentro.
Ele espia Frankie, e ela sorri.
Forço um sorriso fraco, mas nã o estou exatamente confiante nesse
plano.
De um traje de águia a sapatinhos de vidro… Fada Madrinha, assuma
o volante.
CAPÍTULO VINTE E CINCO

KYRAN

Variable_vers: A maneira como Backwardz_Cap olha para


Not_Your_Baby… meu coração não aguenta <3
Gary425: Objetivos de casal XD

O banquete de sua equipe é enorme e extravagante.


Está sendo realizado em uma das salas de convençõ es do está dio, e
todo o local é decorado com luzes e decoraçã o opulenta. As mesas sã o
cobertas com toalhas brancas, com peças centrais de rosas vermelhas
borrifadas com glitter dourado para refletir as cores BC. Há uma pista
de dança e um palco montado onde a banda tocará algumas mú sicas.
Fora disso, um DJ está tocando uma mú sica suave enquanto as pessoas
entram em fila, vestidas com seus trajes mais extravagantes.
Meus companheiros de equipe, funcioná rios, alguns professores e
familiares estã o todos aqui para comemorar as conquistas dos Eagles
nesta temporada. E nos dê uma ú ltima noite de louvor antes de
partirmos para a Califó rnia.
Uma festa de despedida, antes do jogo mais importante que já
jogamos.
Meu pai e Hannah mandaram uma mensagem dizendo que estarã o
aqui em breve. Estou usando meu melhor terno Tom Ford. Meu cabelo
está perfeitamente penteado para trá s do jeito que deveria estar, e há
um pequeno sorriso em meus lá bios para cada pessoa que vem apertar
minha mã o, parabenizando-me por uma temporada incrível. Para me
desejar sorte... não que você precise.
Isso é o que todos dizem. E eu aprecio isso, seus votos de confiança.
Certamente nã o pretendo perder o Rose Bowl, mas sinceramente, o
jogo é apenas a segunda coisa em minha mente agora.
O primeiro ainda nã o apareceu.
Os fornecedores andam por aí com coquetéis e canapés, e eu
consigo roubar um Old Fashioned para acalmar meus nervos. O
treinador está olhando para o outro lado esta noite sobre nó s
bebermos. Contanto que nã o fiquemos desleixados e o envergonhemos,
ele nã o se importa.
E honestamente, eu meio que preciso disso agora. Toda vez que uma
nova pessoa entra pelas portas duplas, meu coraçã o sobe até a
garganta.
Calma. Ele estará aqui... Tenho certeza que sim.
Acabei de conversar com nosso assistente técnico e sua esposa
quando Guty se aproxima, parecendo um capo de cartel em seu terno
branco.
— Ei, você ouviu? — ele sussurra, e minhas sobrancelhas franzem.
— Ouvir o que?
Ele me conduz para o lado, longe de qualquer um que possa nos
ouvir.
— Avi foi suspenso.
Cada mú sculo do meu corpo fica rígido.
— O quê?!
— Sim... acho que ele começou um OnlyFans e, de alguma forma, o
reitor descobriu.
Tenho certeza de que nunca estive tã o pá lida. Estou apenas olhando
para ele com olhos esbugalhados enquanto toda a minha vida passa
diante deles.
— Se ela puder provar que foi definitivamente ele, e ele estava
fazendo isso no campus, ele será expulso. — Guty balança a cabeça.
— S-sério...?— Parece que estou engolindo um bocado de cascalho.
Eu nã o posso nem me mover. Estou atormentado por tanto medo e
inquietaçã o que meus pés pesam no chã o. — Como... Quem... Quem
delatou ele?
— Pegue isto. — Os olhos de Guty piscam. — Ash Holloway... é
sobrinho de Dean Perkins .
Meu punho se curva ao meu lado.
— Você está falando sério?
Ele concorda.
— Sim, mano. Garanto que ele tem algo a ver com isso.
— Mas por que ele foderia o Avi? — Eu balanço minha cabeça. —
Isso nã o faz sentido.
Guty dá de ombros.
— Eu nã o sei, talvez ele esteja chateado porque Avi o rejeitou ou
algo assim.
— Mas eles estavam... se beijando ontem à noite. — Engulo em seco
ao sentir as palavras como bile subindo pela minha garganta.
— Sim, até que você o puxou. — Ele sorri. — Nã o se surpreenda se
ele estiver atrá s de você agora também, Nueve.
Isso é uma loucura.
Eu nã o posso nem processar isso.
Avi está suspenso. O reitor sabe sobre os OnlyFans. Ash Holloway é um
idiota de proporções épicas…
E se ele souber que era eu naqueles vídeos com o Avi? E se ele contar
ao reitor?
Theo se aproxima de nó s, interrompendo meu colapso interior.
— Mano, todo mundo está falando sobre seu meio-irmã o. — Ele ri
fascinado. — Ele é uma superstar do OnlyFans. Eu nem sabia que ele
era gay…
— Ele é bi, — resmungo, entã o franzo os lá bios. — Eu acho. Quero
dizer, foi o que ele me disse…
— Você sabia sobre as coisas que ele estava fazendo? — Theo
pergunta, animado. Ele parece emocionado com tudo isso, e nã o sei
dizer se ele apenas adora o drama ou se realmente acha incrível que Avi
esteja transando com caras online por dinheiro.
Não caras . Apenas um cara… Eu.
Deus, isso é foda.
— Desculpe-me…— Ignorando-o, eu me afasto e tiro meu telefone
do bolso, digitando um texto rá pido.
Eu: Onde você está? Você está vindo?? Eu preciso ver você…
Apenas um minuto se passa antes que ele responda.
Avi: Estou fora...
Avi: Eu vi Dean Perkins entrar e não quero que ela me veja
Eu: Que porra está acontecendo?? Você está suspenso?????
Avi: Não se preocupe. Estou cuidando disso.
Eu: Como? Como diabos você vai lidar com isso, Avi? Todo
mundo sabe
Ele nã o responde, e meu coraçã o está pulando freneticamente
dentro do meu peito.
Seguindo em direçã o à porta, estou pronto para esgueirar-me para
fora para encontrá -lo. Mas, em vez disso, esbarro com meu pai e minha
madrasta.
— Filho! — Meu pai abre um largo sorriso, agarrando meu ombro.
—Ó timo ver você.
Estou distraído de dar a ele um olhar perplexo quando Hannah me
puxa para um abraço apertado.
— Isso é tã o emocionante, Kyran! O Rose Bowl, meu Deus... — Ela
me solta, segurando-me com o braço estendido e sorrindo. — Nã o
acredito que meu enteado é um famoso astro do futebol!
— Nã o sou famoso …— Esfrego a nuca. — Ei, você viu...
Minhas palavras sã o interrompidas quando vejo Frankie e Zeb
passando por nó s entrando na sala, seus corpos amontoados para
formar um escudo na frente do meu meio-irmã o, que está agachado e
arrastando os pés atrá s deles.
—Avi, — eu sussurro, deixando papai e Hannah para segui-los.
— Shhh! — Zeb suspira para mim. — Estamos tentando fazê-lo
passar pelo reitor.
— Nã o importa,— resmungo, meus olhos fixos em Avi enquanto ele
se esconde atrá s de seus amigos. — Todo mundo está falando dele. Ele
nã o vai estar aqui por dois segundos antes que alguém o veja e faça
uma cena.
O olhar de Avi voa até o meu e ele pisca. Há tanto naquele olhar, é
como uma conversa inteira. Uma que estou morrendo de vontade de ter
com ele. Mas agora não posso, porque está muito calor...
Eu só queria vê-lo, mas nã o assim. Nã o com todos esses olhos
curiosos observando cada movimento nosso. É muita pressã o.
— Os membros da banda sã o obrigados a se preparar nos
bastidores!— alguém grita com Frankie e Zeb, agarrando-os e levando-
os embora.
— Droga ...— Zeb bufa, seguindo o cara enquanto lança um olhar de
desculpas para Avi.
— Boa sorte, bae. — Frankie encolhe os ombros enquanto eles sã o
levados.
E agora Avi está apenas se destacando ao ar livre, com a cabeça
inclinada para a esquerda e para a direita enquanto as pessoas
imediatamente começam a notá -lo.
Meu olhar nervoso desliza sobre seu corpo e, por um segundo,
esqueço completamente todas as besteiras acontecendo... Porque ele
parece incrível .
Ele está vestindo um terno de três peças, e muito elegante, devo
acrescentar. Magro, preto e meio brilhante, com uma camisa social
cinza por baixo e um colete. Sua gravata é fina e rosa choque, porque
estamos falando de Avi... Ele também está usando Chucks, nã o sapatos
sociais, e suas unhas sã o pintadas de preto, cabelo despenteado em seu
visual característico que lhe cai tã o bem.
Ele se parece muito com o garoto emo forçado a vestir um terno, e
Deus , está realmente funcionando para ele. Eu posso imaginá -lo no
palco cantando alguma mú sica do My Chemical Romance que eu tenho
certeza que ele sabe todas as letras.
Meus lá bios se abrem, porque eu quero dizer a ele todas essas
coisas... Ou apenas dizer oi, porque eu nã o parei de pensar nele por um
segundo desde a noite passada.
Com a mais louca onda de necessidade caindo sobre mim, estou
estendendo a mã o como se quisesse segurar a mã o dele. eu tenho
completamente esquecido de que estamos cercados por pessoas, drama
e destruiçã o iminente.
Estou apenas olhando para ele, e ele está olhando para mim como se
quisesse a mesma coisa que eu...
Para dançar comigo.
Eu só quero dançar devagar com ele… Porque ele nunca fez isso no
colégio.
De todas as primeiras vezes que tivemos juntos, parece que estou
desesperada para ter com ele.
Mas nã o é assim que acontece. Porque a realidade vem explodindo
em nossa bolha enquanto os murmú rios abafados de meus colegas de
equipe, líderes de torcida e curiosos atacam meus ouvidos.
— Ele é o ú nico... com o OnlyFans, — alguém sussurra.
— Esse é Backwardz_Cap !— outra pessoa exclama baixinho.
— Ouvi dizer que ele fez tudo no campus...— As palavras estã o nos
cercando, assim como o grupo que está se formando agora.
— Mas quem é Not Your Baby ?
Estou tremendo da cabeça aos pés, meu estô mago apertando como
um punho.
Está tudo acabado... Eu posso sentir isso.
Este será o fim de tudo.
— Avi, meu querido menino! — Hannah caminha em seu vestido
preto, abraçando seu filho, totalmente inconsciente de que estamos no
olho do furacã o.
— Parecendo afiado. — Meu pai sorri e dá um tapa nas costas dele.
— Oh, cara...— Avi esfrega a nuca, seus olhos pingando entre nossos
pais e o resto da festa, a maioria dos quais está olhando para ele. — Eu
realmente esperava que vocês nã o estivessem aqui para isso…
A testa de Hannah franze de preocupaçã o.
— Aqui para quê?
— Senhor. Veja. — A reitora Perkins se aproxima, cruzando os
braços sobre o peito. — Lamento ter que fazer isso, mas ser suspenso
significa que você está proibido de comparecer à s funçõ es escolares.
— Suspenso?! — Hannah suspira.
— Avi, do que ela está falando? — meu pai late.
Avi olha para mim. Minha boca ainda está aberta, mas nã o tenho
absolutamente nenhuma ideia do que dizer. Eu nem acho que
conseguiria formar palavras agora se tentasse.
— Dean, o que está acontecendo? — O treinador Matthews se
aproxima.
— Avi foi suspenso —, ela sussurra para ele. — Ele nã o deveria
estar aqui.
— Nã o acho que isso seja necessá rio —, diz o treinador. —Avi é um
membro da nossa equipe. Apenas deixe-o ficar para o banquete.
— Receio que nã o posso permitir isso. — Ela se mantém firme. —
Nã o com alegaçõ es como essas…
— Que alegaçõ es??— meu pai sibila.
— Avi, o que está acontecendo? — Hannah pega Avi pelo braço, com
o rosto pingando de desconforto.
— Mã e, vamos lá fora conversar,— Avi murmura, entã o olha para o
treinador e o reitor. — Obrigado, treinador, mas está tudo bem. Eu irei
embora.
— Nã o o faça ir embora! — Guty grita.
— Deixa a estrela pornô ficar! — alguém grita.
A multidã o explode em suspiros e algumas risadas.
Os olhos de Avi nunca estiveram tã o arregalados, mas ele
honestamente nã o parece mortificado.
Mas eu estou.
Eu estou fodidamente tremendo agora. Isso tudo é muito pró ximo
para o conforto.
Como essas pessoas sabem de tudo?? É tudo por causa da porra do
Ash Holloway?
E se assim for, é melhor aquele idiota cuidar de suas costas.
— Eles acabaram de dizer estrela pornô? — Hannah resmunga,
puxando Avi com força pelo braço até que ele tropeça. — Por que eles
estã o te chamando de estrela pornô , Aviel?!
Avi realmente ri, os dedos cavando em seus olhos enquanto ele
balança a cabeça como se simplesmente nã o soubesse o que dizer ou
fazer.
— Este nã o é o momento nem o lugar para nada disso, — Dean
Perkins resmunga, apontando para a porta. — Por que nã o saímos
todos…
— Avi, onde está Not_Your_Baby ?!— algué m grita da multidã o. —
Queremos saber!
Estou mordendo meu lá bio inferior com tanta força que sinto gosto
de sangue.
— Tudo bem, já chega —, resmunga Avi, passando as mã os pelos
cabelos. — Dean Perkins, eu admito, ok? Fui eu. Eu fiz o OnlyFans e fiz
isso na propriedade da escola.
Um monte de gente suspira e alguns realmente torcem.
— Avi... Nã o —, eu sussurro para ele com medo e culpa tecendo em
meu peito.
Nã o quero que ele leve a culpa por tudo isso. Ele nã o deveria sofrer
as consequências sozinho quando nó s dois somos responsáveis.
Mas ele apenas olha para mim e murmura:
—Está tudo bem. Eu tenho isso. Está bem. — Ele pigarreia, voltando
para o reitor. — A conta era minha.
A mandíbula de Dean Perkins aperta visivelmente.
— E as... outras partes?
— Apenas seres humanos aleató rios —, diz ele com firmeza. — Nã o
alunos desta escola. E todos bem acima da idade de consentimento, que
é dezessete anos em Massachusetts. — Ele sorri.
— Você percebe que vai ser expulso…— Dean Perkins diz,
inclinando a cabeça. — Permanentemente.
Avi assente.
— Isso é bom. Porque nã o me arrependo. — Seus olhos se voltam
para os meus e ele sussurra: — A melhor coisa que já fiz.
Meu coraçã o bate forte, um calor quente envolvendo meu coraçã o
enquanto eu apenas fico parada olhando para ele.
Nã o acredito que ele está fazendo isso por mim.
Ele está sendo expulso… Tomando todo esse calor. Para mim.
— Que diabos está acontecendo aqui?! — meu pai late.
—Avi... o que você fez? — Hannah repreende baixinho.
— Tudo bem, Sr. Vega ...— o reitor suspira, conduzindo-o para fora
da sala. — Vamos.
E a coisa mais estranha acontece. As pessoas começam a aplaudir.
Enquanto Avi sai do banquete, teoricamente abatido e desgraçado
pelo que fez, toda a equipe, as líderes de torcida, colegas, todos estã o
batendo palmas e assobiando para nossa estrela pornô residente.
O corpo docente e a equipe parecem perplexos com o que está
acontecendo. E Avi está apenas sorrindo, sua habitual atitude blasé
intacta enquanto ele dá adeus. Antes de Hannah bater no braço dele.
Estou prestes a segui-los. Porque eu sou parte da família, então não é
razoável eu ir atrás dele neste caso... Certo?
Mas sou parado por pessoas que me cercam. Meus colegas de
equipe e outros alunos, todos me repreendendo com perguntas sobre
meu meio-irmã o.
— Você sabia?
— Você já viu os vídeos dele?
— Ele vai trazer de volta a conta?
— Você conhece Not_Your_Baby?
— Esse é o namorado da vida real dele?
Estou fodidamente chocado com quantos deles realmente sabem
sobre isso. Nã o há como isso ser resultado dos lá bios agitados de Ash
Holloway.
Eles parecem... fãs.
Fã s de Backwardz_Cap e Not_Your_Baby.
E pela primeira vez desde que cancelamos a conta, eu realmente me
arrependo.
Acontece que Avi estava certo o tempo todo. Essas pessoas nã o
estã o nisso apenas pelo sexo. Eles sã o fã s de nó s como casal.
E eu acho que posso definitivamente me relacionar.
— Tudo bem, tudo bem. — O treinador irrompe no enxame ao meu
redor, forçando todos a se dispersarem. — Nunca pensei que teria que
dizer isso em um banquete de futebol, mas chega de conversa sobre
pornografia para uma noite, — ele zomba, balançando a cabeça. —
Vamos voltar ao futebol , por favor, pessoal.
Todos se afastam, sussurrando entre si. Guty e Theo ficam ao meu
lado, até que o treinador lança um olhar para Theo que o faz seguir o
homem.
Meus olhos permanecem nele por um momento, antes de Guty me
distrair balançando meus ombros.
— Cara, seu meio-irmã o é louco, e eu estou vivendo para isso!
Eu tenho que rir enquanto caminhamos para pegar mais bebidas,
meu olhar voando de volta para as portas.
— Eu nã o sabia que você gostava tanto de OnlyFans gays…
— Ei, eu nã o assinei nem nada. — Ele sorri. — Você sabe quem eu
acho que fez, embora...?
Eu olho para ele.
— Quem?
Ele acena na direçã o de Theo. Olhando de volta para Theo, observo
enquanto ele fica ao lado do treinador, os dois compartilhando algum
tipo de conversa silenciosa. Entã o a esposa do treinador se aproxima,
chamando sua atençã o para ela enquanto Theo muda de posiçã o,
demorando-se e engolindo uma bebida.
Por que Theo assistiria aos vídeos de Avi…?
É interessante, e estou pensando no que estou vendo por um
momento, mas mais do que tudo, meus olhos nã o param de voltar para
a porta. Esperando como o inferno que Avi volte aqui, embora eu saiba
que ele nã o vai.
A banda se prepara para tocar e a comida está sendo distribuída,
mas nã o estou interessado em nada disso. Eu só quero encontrar o Avi.
Ainda preciso falar com ele. Não posso deixar isso acabar assim...
Com ele levando a culpa e simplesmente indo embora , pensando que
eu não... Sem saber que eu...
Bufando de estresse e nervosismo e alguma emoçã o formigante,
seguro meu telefone no colo e digito uma mensagem para ele.
Eu: Por favor me diga que você não foi embora...
Os minutos passam, mas finalmente ele responde.
Avi: Apenas falando com minha mãe de uma borda
Eu rio.
Eu: Preciso te ver de novo...
Eu: não conseguimos conversar
Avi: Eu sei. Talvez você possa passar no Frankie's depois?
Balançando a cabeça, mastigo meu lá bio enquanto minha mente
corre. Eu nã o posso deixá -lo ir.
Nã o desta vez... Toda arrumada e precisando de uma dança.
Eu olho ao redor da sala. Todos estã o prestando atençã o na comida
e no treinador enquanto ele sobe no palco.
Eles podem nem perceber se eu escapar...
— Quero agradecer a todos por estarem aqui esta noite, — o
treinador fala ao microfone, e eu digito um texto final. — Este é um
momento monumental para nossa equipe. E só tenho a dizer o quanto
estou orgulhoso desses caras.
Eu: Encontre-me nos fundos nos vestiários em dez minutos
— Chegar até aqui exige coragem. Talento e determinaçã o, sim —,
continua o treinador. — Mas acima de tudo, é preciso resistência. Vocês,
meninos, demonstraram mais força, trabalho em equipe e tenacidade
do que qualquer time que já tive o prazer de treinar.
Todos nó s olhamos para o palco, para nosso treinador nos elogiando
com suas palavras poderosas.
— E eu sei que você ainda nã o terminou. Nem mesmo perto. — Ele
sorri e levanta o copo. — Entã o, vamos todos brindar… Aos BC Eagles e
ao nosso campeonato.
Todo mundo grita aqui aqui! E nó s bebemos, rajadas de aplausos
ecoando pela sala. Espio para Guty, que está olhando para o palco, e
para Theo, que está esvaziando o copo.
Adoro jogar ao lado desses caras; meus amigos . Adoro o jogo e
adoro poder ganhar por eles.
Mas agora, o futebol ainda está em segundo lugar na minha mente.
Eu preciso encontrar quem é o primeiro.

***

AVI

Que show de merda, cara.


Finalmente consegui acalmar minha mã e e Tom o suficiente para
fazê-los voltar para dentro e comer alguma coisa. Isso foi um desafio.
Mamã e está chateada, compreensivelmente. Quero dizer, fui expulso
de uma faculdade respeitável por fazer pornografia. Não é exatamente o
sonho de toda mãe para o filho.
Mas eu apenas disse a ela a verdade... Eu realmente nã o me importo
com a escola.
Eu nunca fiz. Nunca fui um bom aluno, ou gostei de aprender sobre
coisas que nã o me interessam. E isso nã o significa que eu nã o tenha
educaçã o. Significa apenas que meus interesses estã o em outras coisas.
Mas, mais importante, simplesmente nã o sinto que me encaixo aqui, o
que realmente me leva a refletir sobre por que exatamente pensei que o
BC era uma boa ideia em primeiro lugar.
Claro que Tom nã o entendeu, mas tanto faz. Nã o é realmente o lugar
dele, especialmente agora que estou pagando minha pró pria educaçã o.
E essa foi a outra parte que quase deu um infarto na minha mã e…
Os fãs .
Felizmente, eles nã o sabem os detalhes da conta, porque nã o me
sinto totalmente à vontade para assumir minha mã e em frente de Tom.
Ele é, tipo... tão cató lico. Prefiro dizer a minha mã e que sou bissexual
quando somos só nó s dois, salvando o homem do meu padrasto não deve
mentir com outro homem fala para outra hora. Ou nunca.
Entã o eu apenas disse a eles que era apenas uma pessoa, o que é
verdade, dispensando qualquer questã o de gênero. E que estávamos
seguros, e está tudo bem.
E entã o eu os enxotei, insistindo que eles iriam sentir falta da
comida, e Frankie e Zeb tocando mú sica, e que estou bem e falarei com
eles mais tarde. Foi um pequeno milagre eles terem concordado em
deixar isso por enquanto, e acho que muito disso tem a ver com eles
quererem apoiar Kyran, porque é uma grande noite para ele.
Mas acho que Kyran nã o se importa tanto com sua grande noite ...
Porque ele acabou de me mandar uma mensagem para encontrá -lo
a só s.
Esperando até que a costa esteja limpa, eu rastejo furtivamente de
volta para o prédio pela entrada dos vestiá rios. Eu sigo o longo
corredor, espiando em quartos aqui e ali para ver se consigo encontrar
Kyran. Achei que ele poderia estar no vestiá rio, onde nos beijamos
daquela vez enquanto eu estava com meu terno Baldwin... Mas ele nã o
está lá . Ainda assim, a memó ria traz uma vibraçã o para a minha
barriga, lembrando o quanto ele costumava me afastar, e o quanto eu
estou fodidamente implorando a qualquer força que queira ouvir que
talvez ele tenha feito isso.
Quanto mais eu chego, mais alta a mú sica fica e, neste ponto, acho
que estou bem do outro lado de uma parede divisó ria entre o banquete
e o resto da á rea de convençõ es. Subindo para um conjunto de portas
duplas, abro uma e meu queixo cai.
É apenas um grande espaço aberto; uma sala usada para guardar
equipamentos esportivos e outros enfeites. Mas há luzes penduradas ao
redor as bordas externas, penduradas sobre os mó veis, dã o ao espaço
um brilho opaco para compensar a falta de iluminaçã o suspensa.
Vagando dentro da sala mal iluminada, estou girando, procurando
por Kyran enquanto me maravilho com o que diabos é isso. Eu ouço
algo farfalhando, e me viro para encontrá -lo vindo de um canto, um
sorriso suave em seus lá bios e algo em sua mã o.
—Hey ...— Minha voz sai meio ofegante, e seu sorriso se alarga.
— Oi. — Ele me alcança, mas nã o para até que esteja no meu espaço
e pegue minha mã o. — Eu fiz algo para você.
Minha boca se curva enquanto eu fico boquiaberto com ele, nervos
inquietos saltando dentro de mim enquanto ele prende algo na minha
jaqueta. Eu aperto os olhos para ele, a testa franzida em perplexidade.
— Isso é uma... flor? — Eu murmuro, e ele ri baixinho.
— Fiz para você uma flor na lapela com um guardanapo, — diz
Kyran, quase timidamente. Entã o ele me entrega outro. — Essa é minha.
— Estou apenas olhando para ele, totalmente atordoada, enquanto ele
sussurra: —Você tem que me culpar, baby.
Meus cílios tremulam por mais alguns segundos antes de eu entrar
em movimento e fazê-lo, prendendo uma pequena flor de guardanapo
amarrotada em sua jaqueta enquanto pergunto:
— O que ... o que é isso?
Ele se inclina perto do meu ouvido, apertando minha mã o trêmula
na dele. — Obrigado por vir ao baile comigo, Avi.
Acho que poderia estar literalmente caindo se ele nã o estivesse
perto o suficiente para me segurar. Ele está… me convidando para o
baile? Meu primeiro baile…
Ele fez um baile para mim?
— Você fez isso…? — Eu olho em volta para as luzes.
— Eu sei... muito brega —, ele bufa.
— Uh-uh. — Balanço a cabeça com firmeza e ele me espia. — É
perfeito pra caralho , Kyran.
Seus olhos castanhos brilham como as luzes ao nosso redor, com um
sorriso radiante de euforia. Ele puxa minha mã o para descansar em seu
peito, selando nossos corpos juntos enquanto sua outra mã o descansa
na parte inferior das minhas costas.
E ele cantarola:
— Dance comigo.
A banda está tocando uma mú sica que reconheço vagamente do
outro lado da parede; uma mú sica lenta que me lembra as pessoas
dançando sob a luz da lua nos filmes.
Sem nem pensar, estou segurando seu peito enquanto ele segura
minha cintura, e começa a se mexer.
Mas ainda estou rígido, porque nã o tenho ideia do que estou
fazendo.
— Ky... eu nã o danço devagar. Eu nunca fiz isso antes…
— Eu sei. — Ele ri. — Eu nã o ligo. Eu só quero estar perto de você.
Meu maldito coração... Está flutuando sem peso dentro de mim
como um balã o enquanto me inclino para ele, descansando meu corpo
em sua força e seu tamanho. Meu rosto se esconde na curva de seu
pescoço para que ele nã o veja o quanto estou corando como uma tola
apaixonada.
Minha primeira dança lenta... Meu pró prio baile de formatura ... Com
o zagueiro do time de futebol como meu par.
Caramba, eu sou como todas as garotas nerds em todos os filmes do
ensino médio agora.
Mas eu amo isto. Eu nem me importo, estou apaixonado por isso,
porque estou apaixonado por ele, e porra , nã o posso acreditar que já
pensei que poderia impedir que isso acontecesse.
Kyran nos move lentamente com a mú sica, mal dando um passo,
mais como nos balançando juntos, seus dedos subindo e descendo
pelas minhas costas.
— Você está tã o lindo...— ele sussurra enquanto me cheira, e eu nã o
consigo parar de sorrir. — Quando te vi esta noite, meu coraçã o parou.
— Ok, você está me matando com tudo isso, — eu resmungo, e ele ri.
—Estou falando sério. Quem é você e o que fez com meu meio-irmã o
ranzinza?
Um zumbido vibra de seu peito para o meu. Entã o ele se afasta para
olhar para mim.
— Fale sério comigo, Avi.
— Eu sou...— eu resmungo. — Quero dizer, estou chocado. Surpreso
e… maravilhado por você ter feito isso por mim. Eu só nã o estava
esperando por isso, eu acho. — Faço uma pausa para engolir em seco e
pondero se realmente quero dizer isso. — Nunca sei o que esperar de
você, Kyran.
— Eu sei…— ele murmura, arrependido. — E eu sinto muito. Sobre
tudo…
— Você nã o precisa se desculpar—, digo a ele honestamente. —
Entendo.
— Nã o. Eu faço, e eu estou, — ele diz com firmeza. — Sinto muito
por falar sobre mim com os fã s. Me desculpe por nã o ter vindo falar
com você quando estava me matando nã o fazê-lo. Sinto muito por ter
agido como um idiota ontem à noite, e sinto muito por você ter sido
expulso tentando me proteger. Eu nã o queria isso. E eu mal me importo
com a minha reputaçã o se isso significar que você tem que ir embora…
— Ky, pare. Eu escovo meus dedos por seu cabelo. — Eu nã o me
importo em ser expulso. — Ele levanta uma sobrancelha e eu rio
baixinho. — Quero dizer. eu não. Eu nã o preciso ir para esta escola para
fazer o que eu quero fazer. E honestamente...— Minha voz falha, e eu
mordo meu lá bio. — Jesus, isso vai me fazer parecer tã o patético, mas...
a ú nica razã o pela qual estou aqui em primeiro lugar é... por sua causa.
O olhar em seu rosto está me torcendo. Nã o sei dizer se ele está
surpreso com o que estou dizendo porque, na verdade, sou aquele
perseguidor obsessivo que ele me acusou de ser por segui-lo até BC...
Ou se essa revelaçã o o está deixando feliz .
— Avi...— ele choraminga, parando de balançar para olhar para mim
enquanto seus dedos cavam em minhas costas. — Diga o que você está
dizendo…
— Estou dizendo...— Eu respiro em confissã o, — Nunca foi pelo
dinheiro, ou pelo BC... Ou pelos fã ns. Foi para você, Kyran. Por te foder, e
é isso. Cada coisa que eu fiz… eu fiz por você. Para ter você.
Ele engole, os olhos redondos e um deleite nervoso brilhando.
— Talvez eu nã o soubesse no início...— Continuo. — Mas a verdade
é que poderia ter sido qualquer um naqueles vídeos comigo. Mas eu
queria você. Acho que já faz muito tempo... Nã o entendi, mas você me
odiando só me deu vontade de te perseguir. E entã o você começou a vir
até mim. E você é a melhor e mais inesperada coisa que já apareceu na
minha porta.
Os lá bios de Kyran tremem em uma expiraçã o ansiosa.
— Acho que nã o posso mais lutar contra isso, Avi…
Minha respiraçã o fica rasa.
— Lutar contra o quê?
— Nó s...— Os olhos verdes e dourados brilham, oferecendo-me um
brilho tímido. — Baby, eu acho que estou apaixonado por você —, ele
sussurra em meus lá bios, deixando cair a testa na minha, agarrando-se
ao meu corpo para salvar a vida. Como se ele tivesse medo de me soltar
por um segundo, eu flutuaria para longe.
Estou tremendo por toda parte, desmoronando com suas palavras, e
sua sensaçã o, e a emoçã o dolorida sem fim que ele está me dando.
A loira gostosa e rabugenta, cujo ó dio por mim, esse tempo todo, era
apenas uma química inevitável.
Nã o posso evitar... Estou tropeçando, minha boca tremendo na dele
e minhas mã os tocando-o em todos os lugares que posso alcançar.
Até que ele rosna:
—Diga de volta, Avi. Nã o seja um idiota.
Eu rio, e ele sorri, roçando seus lá bios nos meus.
— Deixe-me aproveitar isso um pouco mais…
— Foda-se, — ele sussurra, provocando, embora eu ache que uma
parte dele pode estar com medo de que eu nã o...
Como se houvesse alguma maldita maneira de eu não conseguir.
— Estou apaixonado por você —, murmuro, e seu corpo estremece
em minhas mã os. — E tenho certeza que estou desde o momento em
que nos conhecemos.
Ele solta um som suave, como alívio, alegria, medo e excitaçã o, tudo
em um pequeno suspiro perfeito.
— Mas eu fui tã o mau com você...— Sua voz treme. É a coisa mais
sexy que já ouvi.
Eu concordo.
— Eu sei... posso ser masoquista.
Ele ri, e eu estou de pé à beira de algo terrivelmente belo.
— Diga a verdade...— Eu resmungo, e sua cabeça se inclina. — Você
gozou em suas calças naquela noite no Frankie's por minha causa?
Ele rosna um barulho teimoso, os dedos deslizando do meu pescoço
até o meu cabelo. Mas entã o ele acena com a cabeça e morde o lá bio.
— Achei que você ia me beijar...
Meu pé escorrega. E eu despenco.
— Eu sabia que deveria, baby, — eu murmuro, agarrando as lapelas
de sua jaqueta e puxando sua boca para a minha. Eu nunca vou cometer
esse erro novamente.
A mú sica toca enquanto dançamos, nos beijamos e respiramos
juntos...
Apaixonar-se, com o vento soprando e as janelas ao nosso redor.
CAPÍTULO VINTE E SEIS

KYRAN

simsimma: Backwardz_Cap dando aconchego em seu bebê para deixá-lo


menos mal-humorado é tudo que eu quero ver pelo resto da minha vida
steph_be_simpin: o que está acontecendo com meus joelhos *emoji
ajoelhado*

Esta manhã , quando acordo, tudo está diferente.


Nã o é a primeira vez que acordo pensando em Avi... Nem de longe.
Mas é a primeira vez que nã o o empurro imediatamente; enfiou-o no
fundo da minha mente como uma velha bagunça.
É a primeira vez que tê-lo em meu cérebro assim que abro meus
olhos trouxe um sorriso aos meus lá bios e calor a cada centímetro da
minha carne.
É a primeira vez que admito dentro da minha cabeça que gostaria
que ele estivesse aqui agora.
Meus pensamentos estã o transbordando de imagens da noite
passada, sentimentos e sensaçõ es.
Seus lá bios dançando na minha garganta enquanto ele sussurrava:
— Eu te amo, Kyran.
Meus dedos torcendo em seu cabelo enquanto eu ronronava:
— Eu te amo, Avi ...
A urgência que parecia soar entre nó s como um cronô metro quando
nos esgueiramos para um canto escuro da sala e ele caiu de joelhos.
Estou mordendo meu lá bio, me contorcendo na cama, lembrando
disso...
Ele abrindo minhas calças e enfiando meu pau impacientemente entre
seus lábios.
— Eu senti sua falta ...— Eu disse a ele entre suspiros, tentando ao
má ximo ficar quieta enquanto ele chupava meu pau lenta e avidamente,
me tocando em todos os lugares que suas mã os podiam alcançar. —
Deus, eu senti tanto a sua falta, baby ...
Estávamos famintos pela maneira como apalpávamos um ao outro,
ofegando, grunhindo e derrubando coisas. Saber que alguém poderia
nos encontrar a qualquer momento nã o diminuiu nem um pouco minha
excitaçã o. Ao fazê-lo, tornou-o muito mais quente.
Meus dedos estã o se arrastando sobre minha pele sensível
enquanto me lembro de derramar em sua boca, e ele me engolir de
volta com goles desesperados. Entã o ele se levantou e me beijou, me
alimentando com sua língua revestida com meu pró prio sabor
enquanto eu enfiava minha mã o dentro de sua calça.
— Eu gostaria que pudéssemos foder agora, — eu choraminguei
quando ele me girou para moer seu comprimento contra a minha
bunda através de nossos ternos de grife.
— Provavelmente é bom que nã o possamos —, ele respirou com voz
rouca, soando tã o fodidamente sexy que estou enlouquecendo agora
mesmo ouvindo isso na minha cabeça. — Eu nã o quero me apressar,
baby. E eu nã o quero ficar quieto. Quero passar a noite toda com meu
pau dentro de você, fazendo você gritar o quanto me ama.
— Eu te amo. — Eu empurrei contra ele, esbarrando-o em ainda
mais mó veis enquanto me virava, caindo de joelhos para beijar a forma
de seu grande pau através de suas calças sob medida. — Muito…
Estou chorando por ele agora, meu pau cheio e dolorido com as
memó rias dele olhando para mim, os olhos brilhando no escuro, seus
longos dedos passando pelo meu cabelo.
— Foda-se minha boca até você gozar em mim —, implorei para ele
do chã o.
E ele fez. Oh Deus, ele fez.
Era tã o sexy, ele fodendo minha garganta contra a parede, sua mã o
segurando a parte de trá s da minha cabeça para evitar que batesse no
gesso. Foi apenas uma questã o de minutos antes que ele estivesse se
contorcendo na minha cara, rosnando que ele era...
— Vou gozar... oh foda-se, Kyran, baby, estou indo.
Estendendo a mã o para o meu pau, eu o espalmo algumas vezes,
deslizando minha mã o dentro da minha calça de moletom para
acariciá -lo lentamente em todas essas memó rias ilícitas.
Eu deveria ter ido vê-lo na casa de Frankie ontem à noite...
Poderíamos estar acordando e fazendo isso juntos, em vez de eu
sentir falta dele como um membro fantasma na minha cama.
Meu telefone apita, e eu espio onde ele está parado ao meu lado.
Avi: Você está tão duro quanto eu estou agora?
Um sorriso enlouquecido varre meus lá bios e começo a digitar uma
resposta. Mas entã o eu apago e ligo para ele.
Ele atende no primeiro toque.
— Como eu sabia que você estava acordado e provavelmente se
acariciando…
Eu rio, entã o gemo, rolando no meu estô mago com um beicinho.
— Sinto sua falta…
— Eu sei. Eu também sinto sua falta ... Como um louco.
— Posso ver-te hoje? Antes que eu parta? — Meu tom é
francamente suplicante e eu nem me importo.
— Baby, acho que estou saindo antes de você—, ele bufa.
Estou fazendo beicinho, mas a empolgaçã o ainda ferve em meu
estô mago.
Avi está vindo para a Califó rnia para o Rose Bowl. Mas nã o como
parte do time... Ele está vindo atrá s de mim . Ele me disse ontem à noite
que comprou sua passagem meses atrá s.
— Eu nã o perderia isso por nada no mundo, superstar, — ele disse
enquanto nos beijávamos sem parar, lentamente tentando nos separar
um do outro para que eu pudesse voltar para o banquete antes que as
pessoas começassem a surtar.
— Você concorda em nã o... contar à s pessoas sobre nó s até depois?
— Eu murmurei, me sentindo como um perdedor covarde por sugerir
que continuá ssemos escondendo isso. — Só quero focar no jogo. Nã o
quero que todos brinquem e estraguem minha concentraçã o.
Mas Avi apenas sorriu, aquele sorriso reconfortante e calmante que
eu costumava odiar por causa de como isso o fazia parecer bom.
— Nã o acredito que você está falando em contar para as pessoas. —
Ele balançou a cabeça enquanto ajeitava minha gravata. — Eu nã o estou
com pressa para nada, baby. Eu só quero estar com você. Nada mais
importa.
Mordendo o lá bio, pergunto a ele:
— Que horas é o seu voo?
— Seis. Você?
— Sete e meia. — Eu franzir a testa. — Só vamos sentir falta um do
outro.
— Tudo bem —, ele cantarola facilmente. — Eu tenho que tirar o
resto das minhas coisas do dormitó rio e colocá -las no Frankie's, de
qualquer maneira.
— Certo... Bem, quando você vir aquele idiota do Ash Holloway,
certifique-se de dar um soco na cara dele para mim.
Avi ri.
— Nã o sabemos se foi ele quem disse ao reitor...
— Uh, sim, nó s temos. Ele é a porra do sobrinho dela... Além disso,
ele está claramente apaixonado por você.
— Entã o por que ele iria querer que eu fosse expulso do dormitó rio
em que moramos juntos? — Eu posso ouvir o sorriso em sua voz.
— Porque ele é péssimo e tem ciú mes.
— Porque ele sabe que eu pertenço a outra pessoa...? — ele
sussurra, e minhas bolas latejam. — A pessoa que batizou aquele
dormitó rio comigo…
Meus lá bios se curvam em um sorriso, lembrando de todos os bons
momentos que passamos no quarto 446 do TMA. É uma pena que ele
tenha que se mudar. Mas tenho certeza que podemos batizar todos os
tipos de lugares diferentes... Agora que estamos estupidamente
apaixonados.
— Nã o quero mais pensar nele. — Eu caio de costas. — Ou o fato de
você ter sido expulso.
— Você está certo —, ele cantarola com firmeza. — Chega de
estresse. Vamos pensar em coisas boas.
— Você finalmente vai conhecer Bridget...— murmuro,
preocupando meu lá bio inferior.
Sem estresse… Pfft. Não conheço tal conceito.
— Mal posso esperar —, ele canta.
— Avi...— Eu sussurro, engasgando um pouco porque tudo isso
ainda é novo e confuso para mim, apesar de quã o fodidamente incrível
parece. —Minha cabeça está girando, baby. Isto é real? Diga que nã o
estou sonhando…
Ele ri, uma risada rosnada e sexy que lateja em minhas bolas.
— Acho que sou eu quem deveria estar te perguntando isso...
Porque isso tem sido real para mim por um tempo. Sem ofensa, mas eu
estava esperando que você me alcançasse.
Engulo em seco.
— Eu sei... me desculpe por ter afastado você por tanto tempo.
— Você vale a pena esperar, lindo —, ele suspira. — E nã o faz tanto
tempo. Estamos fazendo isso há apenas alguns meses.
— Talvez pareça mais longo... porque eu gostei de você quando
pensei que te odiava.
— Isso é o que eu estava esperando —, ele cantarola. Eu posso ouvir
o sorriso em sua voz, e isso me faz rir.
— Avi, nã o sei fazer isso...— Confesso a ele minhas inseguranças. E
para ser honesto, é ó timo pra caralho. Ele é tão fácil de conversar... Você
pensaria que contar tudo a ele seria moleza. — Estou meio assustado.
— Você tem todo o direito de ser —, ele murmura em apoio. — Eu te
disse ontem à noite, Kyran... Ninguém precisa saber de nada até que
você esteja pronto. Eu nã o me importo, eu só quero você.
Estou balançando a cabeça como se ele pudesse me ver... Mas no
meu íntimo, sinto que nã o está certo. Ele merece alguém forte o
suficiente para beijá -lo na frente do mundo. Ele merece garantia,
certeza.
Sem dú vidas… E parece que estou cheia delas.
Mas nã o sobre ele... Sobre mim .
— Ky, eu também nã o tenho relacionamentos —, ele sussurra ao
telefone. — Você sabe disso. Eu nunca fiz isso antes, com ninguém. E
você nunca fez isso com um cara. Entã o, do jeito que eu vejo, estamos
passando por isso juntos. De novo.
Meus lá bios se curvam.
— Entã o você está dizendo... eu sou o seu primeiro?
Ele ri, estremecendo minhas entranhas com o quã o bom isso soa.
— Sim, bebê. Você é meu primeiro. E eu sou seu.
Estou me contorcendo de novo enquanto ronrono:
— Sou tão seu...
O som de Guty voltando para dentro do dormitó rio puxa a flecha de
Cupido para fora da minha bunda, e eu me jogo na cama, puxando o
edredom sobre minha cintura.
— Ei, Nueve! Para cima e para cima deles, Baby! — Guty grita
comigo da sala de estar. — É hora da academia! Entã o temos que
envolver esse braço…
— Ele estava na sala o tempo todo?— Avi murmura.
— Nã o, ele acabou de voltar, — eu sussurro, sentando-me ainda por
um momento, esperando meu pau murchar para que eu possa me
levantar. Mas nã o está realmente recebendo a mensagem. Eu culpo Avi
e sua voz matinal sexy. — Eu tenho que ir... Só estar no telefone com
você está me deixando duro, e eu nã o preciso ficar.
Ele ri perversamente.
— É melhor você descobrir uma maneira de me ver esta noite. Acho
que nã o vou aguentar até depois do jogo…
— Confie em mim, eu preciso tanto do seu pau quanto. — Espio pela
porta para ter certeza de que Guty nã o está ao alcance da voz. — É o
meu amuleto da sorte.
— Bem, entã o... estarei pronto e esperando na Califó rnia. Ao seu
serviço, superstar, — ele canta.
— Ligo para você quando pousar, — murmuro, finalmente
deslizando para fora da cama. — Você deveria vir jantar comigo e
Bridget.
— Nada me faria mais feliz.
— Ok...— Eu mordo meu lá bio, porque eu realmente nã o quero
desligar, e isso é ridículo pra caralho.
— Diga primeiro, Kyran, — ele sussurra em meu ouvido.
Reviro os olhos, mas meu sorriso está seriamente beirando o
psicó tico.
— Eu te amo, Avi.
— Mmm... eu te amo, HGB.
— Você é um idiota irritante. — Eu mordo o sorriso dos meus
lá bios, e ele ri.
— Esse é meu homem.
Desligando o telefone, minha cabeça está girando para fora do meu
corpo como o diabo da Tasmâ nia. Mal consigo processar a revelaçã o das
ú ltimas quarenta e oito horas...
Depois de tudo por que Avi e eu passamos, finalmente admitindo
que o ó dio nunca foi realmente ó dio, e que o medo estava encobrindo o
amor... isso me deixou completamente fora de controle. É
absolutamente insano o jeito que me deu um tapa na cara. Mas assim
que aconteceu, foi como se uma venda tivesse sido tirada dos meus
olhos.
Eu posso ver tudo tã o claramente agora.
Sou gay e estou apaixonado pelo meu meio-irmão.
Aí está.
Uau… Deve ser assim que as drogas realmente boas parecem.
— Por que diabos você está sorrindo assim, cara?— Guty cambaleia
por mim e entra na sala, indo pegar sua bolsa de giná stica. — Estamos
queimando a luz do dia!
— Desculpe, — resmungo, forçando-me a soar normal, e nã o como
alguém que está totalmente apaixonado por seu meio-irmã o.
Vestindo minha roupa de giná stica, sigo Guty até a academia,
procurando queimar um pouco desse excesso de energia antes de
embarcar em nosso voo para Cali.
Amanhã vai ser um grande dia… Maior jogo da minha vida.
E pela primeira vez, realmente sinto que tenho alguém por quem
ganhar.

***

No momento em que estou acomodado no hotel em Pasadena, a euforia


de antes passou um pouco, e estou fodidamente irritado com isso.
Nã o quero me sentir todo nervoso, contraído e inquieto, mas nã o
consigo evitar. Acima de tudo o que está acontecendo agora, estou
vendo minha irmã pela primeira vez em seis anos, e isso está me
fodendo muito.
Claro que sinto falta dela como um louco. Bridget e eu éramos muito
pró ximas antes de ela partir... Especialmente quando éramos pequenas.
Claro, eu era seu irmã ozinho irritante, e ela era minha irmã mais velha
que costumava me vestir com suas roupas e me maquiar. Mas isso é
apenas sua irmã padrã o, realmente.
Fora isso, ela era minha protetora. Minha melhor amiga. Quando
ficou claro que nossos pais estavam muito envolvidos consigo mesmos,
papai com seu trabalho e mamã e com os amigos do clube de campo,
Bridget cuidou de mim. Costumávamos brincar juntos todos os dias
depois da escola, até que ela se tornou uma adolescente e seus amigos
passaram a ter prioridade sobre a família.
Ela nunca me disse isso, mas acho que ela sente muita culpa depois
do que aconteceu. Porque ela nã o estava por perto para me manter
segura.
Mas nã o foi culpa dela. O que ela poderia ter feito, afinal?
É por isso que quero falar com ela a só s primeiro, antes que ela
conheça Avi. Quero ter certeza de que ela sabe que nã o precisamos
entrar nessa... coisa toda. O passado. Especialmente com Avi por perto.
Nã o posso deixá -la trazer à tona coisas que ele nã o sabe...
Porque, mais do que qualquer outra coisa, não consigo lidar com Avi
descobrindo a verdade. Isso vai mudar tudo.
Infelizmente, meu Uber para no restaurante onde nos
encontraremos para jantar ao mesmo tempo em que Avi está saindo do
dele. Ainda assim, nã o consigo me sentir chateado por nã o poder ver
Bridget sozinho... Porque Avi está aqui.
E ele parece perfeito.
Ele está vestido do jeito que sempre está ... em jeans pretos rasgados
e tênis Converse gastos. Um botã o azul marinho de mangas compridas
aberto revelando uma regata por baixo com buracos em lugares
estratégicos, permitindo-me ver pequenos vislumbres de pele morena e
linhas de mú sculos. Seu cabelo é a habitual juba espessa e sedosa de
mechas desgrenhadas, tã o castanho-escuras que quase parecem pretas.
E meus dedos estã o imediatamente se mexendo com o desejo de
penteá -lo enquanto ele me beija tonto.
Ainda mal posso acreditar na facilidade com que o registrei como
gostoso. Eu costumava fazer tudo ao meu alcance para abafar
pensamentos como esse; para evitar notá -lo em cada centímetro de
pura masculinidade, mas de alguma forma bonita, perfeita. Mas agora
eles simplesmente nã o vã o... Porque eu nã o quero que eles vã o.
Ele é lindo e, quando me vê, a leve curva de seus lá bios se
transforma em um sorriso de Avi; dentes brancos perolados, lá bios cor-
de-rosa macios... Funciona.
E eu me sinto com sorte. Eu me sinto o filho da puta mais sortudo do
mundo, sendo aquele para quem ele sorri daquele jeito.
Isso tudo é tã o novo para mim... Mas saindo dos cantos sombrios da
minha mente, parece familiar. Porque acho que já há algum tempo que
sinto isso por ele, e a ú nica diferença é que agora nã o estou fugindo
disso. Eu estou deixando isso me envolver, como seus braços grandes e
fortes fazem quando ele se aproxima e me envolve em um abraço que
faz toda a minha existência derreter nele.
— Deus, eu senti tanto a sua falta...— ele sussurra em meu ouvido,
decorando meu pescoço com alguns beijos secretos enquanto sua mã o
segura a parte de trá s da minha cabeça.
Meus braços se fecham em torno de sua cintura e eu o seguro o mais
perto possível, descansando minha cabeça contra a dele. Esse
sentimento é uma felicidade tão desconcertante…
Os mú sculos de seu peito roçando os meus, nossa altura e força
compartilhadas, e seu cheiro... A coisa toda me faz sentir bêbado.
Tomando um cheiro profundo, eu o seguro em meus pulmõ es,
hipnotizado por quã o familiar é.
 mbar, bergamota, sâ ndalo e câ nhamo queimado. Ele cheira
exatamente como a vela que Bridget me deu no Natal. O que ela usou
para queimar em seu quarto, antes de se mudar.
O cheiro que me acalmou e me confortou quando eu estava
sufocando e cuspindo em busca de ar…
Só que há uma diferença. Avi também cheira a doce de morango. E
torna o perfume um milhã o de vezes melhor.
— Baby, você está tremendo. — Avi se afasta para fixar seus olhos
azuis nebulosos nos meus. — Esta com frio?
Eu balanço minha cabeça, forçando a ansiedade e o medo para baixo
com um gole pesado.
— Eu só estou... estou tã o feliz por você estar aqui.
Ele pisca, a preocupaçã o em seu rosto se transformando em seu
sorrisinho confortável. Eu posso dizer pela maneira como seus olhos
continuam demorando em meus lá bios que ele quer me beijar. E eu
realmente quero que ele...
Mas estamos ao ar livre. Em público .
Eu nunca beijei um cara em público antes...
— Vamos entrar, — ele resmunga, me soltando com um movimento
lento de suas mã os do meu corpo, como se ele nã o quisesse exatamente
parar de me tocar, mas ele sabia que tinha que fazer isso. — Eu quero
alimentar você, lindo.
Eu mordo meu lá bio, porque isso soa incrível. Estou morrendo de
fome e, por algum motivo desconhecido, adoro a ideia de ele querer
cuidar de mim.
É uma loucura... Sou um homem adulto. Nã o preciso de ninguém
para me bajular. No entanto, quando Avi faz isso, me sinto muito
especial. Como se eu estivesse sendo querido por alguém que me ama
como homem, nã o apenas um jogador de futebol, um estudante ou um...
objeto.
— Estou... estou um pouco nervoso — digo a ele, as palavras
surgindo por conta pró pria, como se estivessem ansiosas para escapar
dos limites da minha mente e me refugiar nele. — Faz um tempo desde
que eu vi minha irmã .
— Bem, tenho certeza que ela está realmente animada para ver
você, baby —, ele me diz calmamente.
Concordo com a cabeça enquanto ele desliza a mã o sutilmente na
parte inferior das minhas costas, guiando-me para dentro do
restaurante. E o tempo todo, estou implorando ao meu subconsciente
para me dar um tempo.
Não desenterrar o passado, por favor. Sem memórias indesejadas, sem
ataques de pânico.
Não quero que Avi me veja assim.
Lá dentro, Avi dá o meu nome à recepcionista, que é o motivo da
nossa reserva, e ela nos alerta para o fato de que Bridget já está aqui.
Ela nos leva até a á rea de jantar, e minhas mã os estã o tremendo,
alcançando as de Avi para tocá -las em um momento de contato
frustrantemente insatisfató rio.
Eu só quero segurar a mã o dele, droga. Mas eu não posso. Ainda
estou com muito medo e odeio isso.
Assim que avistamos os fundos do restaurante, vejo minha irmã . Ela
está sentada em uma mesa, digitando em seu telefone, e meu peito
aquece imediatamente. Nã o nos falamos com tanta frequência, uma
mensagem de texto ou telefonema ocasional aqui e ali, mas eu a
acompanho nas redes sociais, só para ver o que ela está fazendo. E por
causa disso, nã o estou surpreso com o quã o diferente ela parece.
Embora para mim ela ainda se pareça com a garota com quem cresci.
Cabelo loiro sujo, talvez um ou dois tons mais claro que o meu, e
definitivamente mais longo do que ela costumava mantê-lo. Ela tem o
nariz e o queixo da mamã e, mas os olhos escuros do papai. Sua
constituiçã o é muito mais atlética do que costumava ser, porque
aparentemente ela corre muito agora.
Nossa aproximaçã o da mesa deve chamar sua atençã o porque ela
olha para cima, os olhos fixos em mim instantaneamente. Seus lá bios
abrem um sorriso gigante e encantado. Mas ainda assim, posso ler as
emoçõ es em seu rosto como se estivessem escritas em fonte de vinte e
quatro pontos.
— Meu irmã ozinho...— Bridget choraminga, pulando de seu assento
e me atacando, me abraçando com tanta força que quase caio.
— Ei, Jeff Bridges. — Eu sorrio em seu cabelo, apertando-a com
força.
Ela ri, fungando como se estivesse chorando.
— Como vai, Cobra Ky?
Eu a sinto tremendo em meus braços enquanto ela desmorona,
engolindo em seco com o rosto no meu peito.
— Eu odeio quanto tempo faz... me desculpe, Kyran.
— Pare, — eu resmungo, meu olhar deslizando para Avi, que está
sorrindo para esta pequena cena de reencontro, fazendo beicinho e
apertando as mã os contra o peito. Eu me afasto para encarar minha
irmã , tentando o meu melhor para transmitir uma sinceridade firme. —
Sem desculpas. Está tudo bem... Estou tã o feliz em ver você.
Ela se desvencilha de mim, enxugando os olhos.
— Você está ó timo, irmã ozinho. Sé rio... Você é enorme. — Ela sorri
e eu rio. Mas entã o suas rugas na testa. — Você está bem?
— Estou melhor do que bem —, respondo com certeza, meu olhar
repetidamente passando por Avi.
Bridget olha para Avi, como se realmente estivesse olhando para ele
pela primeira vez, e ergue a sobrancelha.
— Este é o nosso meio-irmã o?
Concordo com a cabeça enquanto Avi estende a mã o para ela, um de
seus doces sorrisos descansando em seus lá bios.
— Sim. Avi. Estou tã o animado por finalmente conhecê-la…
Eles apertam as mã os, e posso ver minha irmã avaliando-o do jeito
que ela faz. Bridget nunca foi cética em relaçã o à s pessoas antes de
tudo... acontecer . Acho que nó s dois costumávamos ser bastante
confiantes e tranquilos. Mas tudo isso mudou pouco antes de ela deixar
Boston, e agora posso ver isso em seus olhos. Ela está tentando
entender Avi.
Vai demorar um pouco mais do que um aperto de mão para entender
isso, mana.
— Estou feliz em conhecê-lo também —, diz ela, inclinando a
cabeça. — Eu ouvi muito sobre você ao longo dos anos...— Ela olha para
mim. — Na verdade, parece que a maioria das nossas ligaçõ es sempre
acaba no Avi.
Eu esfrego minha nuca enquanto Avi ri.
— Bem, se isso for verdade, entã o vou precisar defender meu caso.
— Seus olhos disparam para os meus, e eu franzo meus lá bios para nã o
sorrir, olhando para meus sapatos.
— Vamos, sente-se. — Bridget desliza para trá s em seu assento. —
Temos muito o que recuperar.
Sem pensar duas vezes, Avi e eu nos sentamos lado a lado, em frente
a Bridget. Ele chega perto de mim, sua coxa pressionada contra a
minha. Eu posso sentir minhas bochechas corarem, e Bridget estreita
seu olhar para mim.
— Sinto muito que tenhamos demorado tanto para nos
conhecermos…— Bridget diz para Avi, entã o ela olha para mim. — Você
nã o tem ideia de quantas vezes eu quis ver você, Ky. Mas eu
simplesmente... nã o consegui.
Ela solta um suspiro instável, balançando a cabeça em
arrependimento ó bvio. Observando Avi, posso dizer que ele realmente
quer perguntar por que ela se recusou a voltar para casa por tantos
anos...
E a noçã o de que ele pode torcer meu estô mago em um nó
implacável.
— Está tudo bem —, murmuro, tentando o meu melhor para afastá -
lo. —Está tudo bem, sério. Nã o se preocupe com isso…
não está bem. Estou doente com isso. Ela joga o cabelo para o lado.
Isso traz de volta tantas memó rias. Bridget é uma penteadeira nervosa.
— Eu deveria ter voltado para você... Só para ver como você estava e
ter certeza de que estava bem. Mas papai é apenas...
— Bridget, por favor,— eu rosno baixinho, mas ainda assim. Isso a
cala rapidamente, e ela olha inquieta para mim. Eu limpo minha
garganta. — Estou te dizendo que está tudo bem, entã o deixe pra lá ,
ok?? Nã o quero falar do papai, nem do passado... Tenho o jogo mais
importante da minha vida amanhã e nã o preciso me estressar, tá ?
Entã o, podemos simplesmente descartá -lo? Quero passar um tempo
com você porque sinto sua falta.
Sinto Avi olhando para o lado do meu rosto, mas só sei que se eu
olhar para ele, ele será capaz de dizer que algo está acontecendo. Era
disso que eu tinha medo, de vir a este jantar...
Avi sempre foi capaz de me ler; para ver através da minha besteira.
É como ele sabia que eu realmente nã o o odiava, como ele sabia
exatamente o que meu corpo queria quando minha cabeça
simplesmente nã o parava.
Ele vai saber… Ele vai descobrir a verdade.
E então ele não vai mais querer você.
Afastando o pensamento, pego um copo de á gua na mesa e tomo um
grande gole.
— Ok — Bridget me oferece um sorriso reconfortante, estendendo a
mã o sobre a mesa para apertar minha mã o. — Desculpe. Você tem
razã o. Nã o vamos insistir em nada. Estou feliz por finalmente passar
um tempo com você novamente.
Concordo com a cabeça, meus lá bios se curvando em um breve
sorriso para que ela saiba que está tudo bem enquanto meu rosto se
inclina para a esquerda. Avi está me observando de perto, e quando
nossos olhos se encontram, parece que as horas passam em uma fraçã o
de segundo.
Cara, eu realmente senti falta de estar ao lado dele. Isso não é
loucura?? Que bizarro eu estar me permitindo me sentir assim...
Bridget solta minha mã o quando o garçom se aproxima.
— Vocês querem bebidas?
— Nenhuma para mim. — Eu sorrio educadamente.
— Tem que ficar focado no laser, hein? — Avi sorri e eu rio. Ele olha
para o servidor. — Á gua está bom.
— É á gua —, suspira Bridget. — Mas você definitivamente está
comendo, certo? — Ela me dá uma olhada, e eu rio.
— Oh, inferno sim. Estou morrendo de fome.
— Bom —, diz ela. — Este lugar tem tapas incríveis.
Minha irmã começa a pedir um monte de pratos para nó s
dividirmos, e enquanto ela está falando com o garçom, os dedos de Avi
deslizam para minha coxa, dançando para cima e para baixo até eu
tremer. Eu nã o acho que ele está tentando me excitar... Tenho certeza
que ele está apenas sendo carinhoso. Mas meu pau está definitivamente
se contorcendo nas minhas calças.
Eu preciso desesperadamente colocá-lo dentro de mim esta noite
antes de voltar para o meu quarto de hotel. Pode ter que ser rápido, mas
tanto faz. Ele pode perfurar um orgasmo sólido fora de mim em cinco
minutos que parece que deveria ter levado horas.
— Entã o...— Bridget se inclina sobre a mesa enquanto o garçom se
afasta com nosso pedido de comida. — Acho que vocês dois nã o sã o
mais inimigos mortais. — Ela inclina a cabeça para mim, e minha
espinha enrijece. — Já que você está aqui, saindo de bom grado e tudo…
Meus lá bios se abrem e os de Avi fazem o mesmo enquanto olhamos
um para o outro.
Eu sinto que estamos sendo super estranhos apenas olhando um
para o outro, entã o eu murmuro:
— Acho que ele nã o é tã o ruim assim…
Avi morde o lá bio para conter o sorriso, depois se vira para Bridget.
— Devo tê-lo desgastado.
— Hm... Parece que sim. — Ela se recosta na cadeira, os olhos
saltando entre nó s.
Ela está obviamente suspeitando de alguma coisa, e por mais
ansioso que essa coisa toda esteja me deixando, há palavras subindo da
minha garganta como se nã o pudessem ser subjugadas por mais um
segundo.
Pare de correr. Pare de se esconder.
Cara.
— Quando conversei com ele no Natal, ele mencionou que vocês
dois estavam se dando melhor, — Bridget diz a Avi, que sorri
alegremente. Como sempre.
— Tivemos um ó timo feriado. — Ele inclina o rosto em minha
direçã o, aquele sorriso aquecendo meu peito.
Ele merece isso. Ele merece algo real.
— Você viu a mamã e? — Bridget me pergunta, e eu vacilo mais uma
vez.
— Nã o, — eu resmungo, desviado pela mençã o de meus pais
totalmente desfavoráveis. — Eu liguei para ela, mas simplesmente nã o
estava com vontade de ir até lá e me sentir como um fardo indesejado
de sua antiga vida…
Bridget acena com a cabeça, o mesmo ressentimento que estou
sentindo sendo refletido em seus olhos castanhos brilhantes.
Felizmente, ela muda de assunto com um sorriso malicioso.
— Mas você gostou do meu presente?
Eu sorrio.
— Sim. Eu amo essa vela. É o meu perfume favorito... — Meus olhos
se voltam para Avi, que está me dando um olhar perplexo.
E as palavras estã o em marcha, como soldados avançando em um
campo de batalha. Minhas defesas sã o inú teis.
Eles vã o ganhar.
— Cheira como você —, eu sussurro para ele.
Seus cílios tremulam enquanto ele canta:
— A vela? — Concordo com a cabeça, e seu rosto se ilumina. — É
por isso que você gosta?
— Bem... Bridget costumava ter sempre uma queimando em seu
quarto,— eu falo baixinho, confessando apenas o suficiente. — Foi
reconfortante quando outras coisas estavam… acontecendo.— Minha
voz falha e eu limpo minha garganta. — E agora é reconfortante por
outro motivo. Porque me lembra você.
Avi nunca pareceu tã o emocionado antes, e meus nervos diminuem
o suficiente porque tomei a decisã o certa. Ele está feliz.
Seu corpo se vira em seu assento e seus olhos caem para os meus
lá bios, fazendo-me contorcer.
— Kyran…— Seu tom é suave, mas insistente. E eu já sei o que ele
vai dizer.
— Você vai me beijar, nã o é? — murmuro.
Ele concorda.
— Acho que nã o posso evitar...
A euforia fervilha dentro de mim, trazendo à vida cada neurô nio do
meu corpo.
Estamos em pú blico. Na frente da minha irmã ...
Mas eu nã o me importo. Estou acenando com a bandeira branca...
Eu simplesmente não posso mais lutar contra isso.
— Entã o faça. — Eu deslizo minhas mã os em sua coxa. — Por favor

Sem um momento de hesitaçã o, seu rosto se inclina para baixo ao
mesmo tempo em que seus dedos se curvam em volta do meu queixo. E
ele pressiona sua boca quente, macia e perfeitamente implacável na
minha.
Um pequeno suspiro sai de meus lá bios, e ele o devora, respirando e
se abrindo mais para sugar meus lá bios com força suficiente para que
eu fique tonta rapidamente. Seus dedos deslizam de volta para o meu
cabelo, e ele me segura contra ele, cantarolando como uma doce trilha
sonora para esta exibiçã o româ ntica.
Acabou rá pido demais, embora eu entenda. Ficar em pú blico é
nojento, nã o importa o quã o recém-apaixonado você esteja. Mas nã o
posso deixar de me inclinar para ele, nã o estou pronta para deixá -lo se
afastar. Estou tã o desesperada por mais daqueles beijos fascinantes que
estou segurando um punhado de sua camisa, e eu nem percebi.
Quando meus olhos se abrem, eu o pego fazendo o mesmo, nossos
olhares travados enquanto ele solta um suspiro trêmulo.
Uau... Quem diria que beijar um cara em público poderia ser tão...
emocionante.
Avi pigarreia e seus olhos se movem sobre a mesa, lembrando-me
de que nã o estamos apenas em pú blico, mas também na frente de
minha irmã . Que também é meia-irmã de Avi.
Porque ele é meu meio-irmã o.
Honestamente, é uma reminiscência de como costumávamos
esquecer que a câ mera estava gravando. Acho que é isso que acontece
quando a química toma conta…
— Puta merda ...— Bridget engasga, me assustando quando suas
palmas batem na mesa. — Eu sabia! Eu sabia que vocês eram uma
coisa!
Me movendo para trá s no meu lugar, eu olho para ela.
— Você nã o sabia merda nenhuma.
— Eu sabia! — ela grita. — Sem ofensa, mas é bastante ó bvio. Vocês
dois estã o apaixonados.
— Nã o estamos —, resmungo petulantemente.
— Sim vocês estã o! — ela sussurra, seus olhos redondos e
brilhantes enquanto ela sorri como se estivesse muito feliz por nó s.
Eu sei que estou bancando o teimoso, porque é a minha coisa, mas
eu meio que amo como ela está animada agora.
— Eu estou. — Avi dá de ombros e, quando olho para ele, ele pisca
para mim, inclinando-se para mais perto. — Eu te disse, baby... estou
obcecado por você.
Meu rosto deve estar da cor de seus malditos Twizzlers enquanto
franzo os lá bios.
— Olhe para ele tentando escondê-lo! — Bridget balança em seu
assento. — Querido mano... Você está apaixonado!
— Pare —, eu estalo baixinho. — Ou entã o me ajude, vou mudar
seus assentos para as hemorragias nasais amanhã .
Ela ri, avançando sobre a mesa para segurar nossas mã os.
— Oh meu Deus gracioso, isso é tã o emocionante! Meio-irmã os se
apaixonando... Que escandaloso. — Ela mexe as sobrancelhas.
Avi ri. Reviro os olhos.
— Alguém sabe? — ela pergunta, praticamente saltando.
— Apenas minha melhor amiga —, diz Avi.
Ela acena com a cabeça, entã o sorri tortuosamente para mim.
— Papai vai pirar.
— Por favor... eu nã o quero nem pensar nele, — eu gemo, deixando
minha cabeça cair na palma da minha mã o.
— Nã o temos que contar nada a ninguém. — Avi esfrega minhas
costas. —Nã o até que você esteja pronto.
— Aww... ele é tã o fofo. — Bridget faz beicinho. — Ele é perfeito
para você.
— Tudo bem, tudo bem. Nã o estamos em Green Bay. Chega de
queijo, — eu resmungo, e Avi ri. — Eu quero dizer à s pessoas… é uma
pena que isso se transforme nessa coisa toda.
As linhas da testa de Bridget e Avi esclarece:
— Por causa da NFL.
— Ah. Certo. — Ela acena com a cabeça.
— A mídia social terá um dia de campo. — Avi morde o lá bio.
— Mas eu nã o me importo com isso —, digo a ele.
— Eu me importo, Kyran, — Avi diz suavemente, e minha cabeça se
inclina. — Nã o quero que sua reputaçã o seja prejudicada porque somos
meio-irmã os. Ou por causa de... qualquer uma das outras coisas agora
associadas a mim.
Estou surpreso. Eu nã o sabia que ele se sentia assim. Eu nã o tinha
ideia de que ele poderia ser culpado pela maneira como nosso
relacionamento poderia parecer para o pú blico em geral.
— Que outras coisas estã o associadas a você? — Bridget pergunta,
levantando uma sobrancelha para ele.
Avi endurece e fica boquiaberto com ela.
— Nada —, eu interrompo, lançando um olhar para Avi.
— Ah, vamos! Diga! — Bridget choraminga. — Eu prometo que nã o
vou dizer nada.
Avi parece que realmente quer apenas dizer isso, e eu o chuto por
baixo da mesa, fazendo-o grunhir.
— Avi, nã o se atreva...— Eu assobio.
Ele pisca para mim e morde o lá bio. Entã o ele diz a Bridget:
— Eu tenho um OnlyFans.
— Jesus...— Eu zombo, esfregando meus olhos enquanto Bridget
suspira alto.
— Oh meu Deus! Realmente?!— Sua boca está aberta, os olhos
arregalados de fascínio. — Gosta de conteú do solo ou com… parceiros?
Seus olhos se deslocam para mim.
— Eu nã o posso lidar com isso agora...— Eu esfrego meus olhos.
— Eu tenho trabalhado com um... parceiro. — Avi escolhe suas
palavras com cuidado, como se estivesse sendo julgado por assassinato.
— Mas atualmente a conta foi... absolvida.
— Afinal, o que isso quer dizer? — Bridget balança a cabeça,
sorrindo.
— Significa que nã o se preocupe com isso, — eu estalo.
Bridget semicerra os olhos para mim e eu engulo em seco. Sim. Eu
era muito menos temperamental antes de ela sair de casa também.
— A questã o é que meio que… veio à tona recentemente—, continua
Avi. — E eu nã o quero que isso afete Kyran. — Seu queixo se inclina em
minha direçã o. — E seu pai ...— Ele franze a testa, e eu odeio que ele
pareça tã o estressado com isso. — Sua relaçã o com ele já é péssima.
Nã o quero piorar…
Meus olhos se movem para Bridget, que está olhando para mim.
— Se formos honestos, ele provavelmente ficará mais chateado por
você estar namorando um cara do que pelo fato de ser o filho de sua
esposa,— Bridget murmura, zombando do ridículo disso.
E a parte mais triste é que sei que ela tem razã o. Se Avi fosse mulher,
meu pai se importaria infinitamente menos se eu me apaixonasse por
um meio-irmã o. Mas porque ele é um homem, isso aumentará seu ó dio
bíblico ao má ximo.
Filho da puta.
— Bem, eu nã o dou a mínima —, eu afirmo com firmeza. — Quando
voltarmos para Boston, vou contar a verdade a ele. Eu nã o me importo
se ele tem um problema com isso. Ele deixou de ser meu pai há muito
tempo, de qualquer maneira.
Faço uma pausa quando percebo o que disse, os olhos se voltando
para Avi, que está piscando para mim, mais uma vez, como se estivesse
desesperado para saber o que quero dizer com isso.
— Ky ...— Bridget pula antes que ele possa perguntar. — Estou tã o
feliz por você. Você nã o tem ideia de como estou em êxtase você
finalmente está se sentindo confortável o suficiente com quem você é
para estar com alguém.
Meu estô mago torce quase violentamente com suas palavras.
Eu sei que ela está apenas me apoiando, mas isso está criando um
tornado de nervosismo dentro de mim. Mú sculos tensos por todo o
meu corpo, e todos os tipos de coisas começam a surgir de onde
estavam adormecidos em minha mente.
A testa de Avi franze, inquietaçã o marcando seu rosto. Eu só posso
imaginar o que ele deve pensar... Com base nas palavras de Bridget, eu
sei como pode parecer...
Sua boca se abre, mas eu falo antes que ele possa.
— Você é o ú nico, baby —, eu sussurro para ele, minha voz
tremendo um pouco. — Eu prometo.
Avi olha preocupado entre mim e Bridget, e eu olho para minha
irmã .
— Me desculpe... Você sabe que nã o foi isso que eu quis dizer, Ky, —
ela diz. — Estou feliz que você esteja feliz. É isso.
Concordo com a cabeça, engolindo e engolindo a bile tentando subir
na minha garganta.
O cheiro de fumaça e óleos perfumados... O gosto amargo na minha
boca.
— Eu... eu preciso... usar o... banheiro.— Eu fico firme, cambaleando
enquanto faço isso.
A mã o de Avi voa para me firmar segurando minha cintura.
— Baby... você está bem?
— Estou b-bem. — Ignorando-o, eu cambaleio para longe da mesa,
caminhando em direçã o ao banheiro masculino. Corro para a pia para
jogar um pouco de á gua no rosto. Dobrada na cintura, esfrego os olhos,
abaixando lentamente as mã os para me olhar no espelho.
Este é você…
Este sempre foi você.
Fechando os olhos com força, balanço a cabeça. Não… Avi é o
responsável. Ele me ajudou a encontrar o meu verdadeiro eu... Ele, sua
força e sua abertura brutal. Só ele.
Ele é o... único.
Uma voz troveja em minha mente, sacudindo minha fundaçã o. Você
sabe que isso não é verdade.
Eu sugo o ar em meus pulmõ es, quebrando o sufocamento em meu
peito.
— Ele te fez assim…
Ele fez você para mim.
Agora implore por perdão.
— Pare ...— Eu suspiro, ofegante.
— Baby, você está bem?
Seguindo a voz doce e preocupada, encontro Avi entrando no
banheiro. Suas mã os estã o em mim em um instante, esfregando minhas
costas e acariciando meu cabelo.
Eu realmente nã o posso falar. Estou tremendo demais, agarrado a
tudo sobre ele neste momento. O fato de que ele sempre parece me
encontrar quando eu mais preciso dele, nã o importa o quanto eu o
afaste.
Seu cheiro familiar que eu posso sentir, como braços envolvendo um
garoto assustado e abalado. A maneira como seus olhos realmente me
veem ... O verdadeiro eu.
É assustador, mas eu preciso disso. eu preciso dele .
— Kyran, por favor, fale comigo. — Sua voz suja é atormentada pela
emoçã o enquanto ele implora. — Me diga o que está errado…
Não posso…
Não posso te contar porque você vai me deixar. É isso que acontece.
Confessar a verdade afasta as pessoas.
— Nada, eu só ...— Eu finalmente consigo pronunciar algumas
palavras, endireitando-me e inclinando-me para ele enquanto respiro
lentamente. — Eu só fiquei assustado por um segundo. Mas estou bem
agora.
— Baby, você sabe que pode me dizer qualquer coisa, certo? — ele
diz, me acalmando com toques suaves. — Qualquer coisa... Você pode
dizer, e eu prometo que nã o vou julgá -lo ou surtar. — Ele segura meu
queixo, forçando-me a olhar para ele. — Estou aqui por você porque te
amo, Kyran. E nada vai mudar isso.
Mordendo meu lá bio inferior, eu o encaro, nadando na névoa azul
nebulosa de seus olhos. Eu sei que ele nã o está mentindo... Ele
realmente sente que o que está dizendo é verdade.
Mas também sei que nã o importa. Ele me julgaria se descobrisse.
Nã o seria culpa dele; simplesmente aconteceria. É uma reaçã o
instintiva.
A verdade mudaria tudo. Isso é o que ela faz.
E se eu acabar perdendo Avi como perdi minha família... Acho que
nã o vou mais querer existir.
O amor é frá gil... delicado como vidro.
E a minha verdade é uma pedra atirada.
Entã o eu me endireito e coloco minhas mã os no peito de Avi,
colocando a má scara de volta no lugar.
— Estou bem baby. Só estou estressado com o jogo. — Suas
sobrancelhas se unem, mas eu ignoro e pressiono um beijo em sua
carranca. — Vamos. Vamos voltar.
Os lá bios de Avi se abrem, mas antes que ele possa falar, um homem
irrompe no banheiro, indo até os mictó rios. Ele faz uma pausa, dando a
Avi e a mim um olhar penetrante antes de se virar e ir para uma das
baias.
O olhar de Avi se estreita na direçã o do cara, a mandíbula
visivelmente estalando com um pensamento ó bvio.
Homofóbico.
— Nã o se preocupe, nã o estamos interessados em seu velho pau
enrugado —, Avi grita, agarrando-me pelo braço e me puxando para
fora do banheiro masculino.
Uma risada tensa deixa meus lá bios, e Avi olha para mim,
mostrando-me um de seus sorrisos arrogantes.
Eu amo esse homem ... eu realmente amo.
Eu só queria que não estivesse enterrado sob uma centena de
camadas grossas de complicação.
CAPÍTULO VINTE E SETE

AVI

erthfairyy: Posso apenas dizer o quão lindos vocês dois são? Vocês são
lindos pra caralho. Eu deixaria vocês dois comerem biscoitos na cama. *E
então me parta ao meio*
Sinceramente,
NotYourBabiesDaddy.

Eu escolhi o pior momento absoluto para parar de fumar.


Depois que Kyran admitiu seus sentimentos por mim, decidi que era
hora. Nã o quero mais entorpecer meus sentidos... quero experimentar
cada segundo de estar apaixonada por ele. Porque nunca me apaixonei
antes, e estar com Kyran Harbor é como fazer um tour pela Fá brica de
Chocolate de Willy Wonka. Você quer estar totalmente presente para
nã o perder nenhuma das maravilhas…
Mas você também precisa estar no seu melhor comportamento.
Porque há um esquisito mercurial com você a cada passo do caminho,
que nã o vai avisá -lo se você estiver prestes a ser eletrocutado em um
aparelho de televisã o ou se transformar em um mirtilo gigante.
Ao longo dos anos, dependi muito de fumar grandes quantidades de
maconha para combater minha ansiedade. Acontece que eu estava me
entorpecendo tanto que nem tinha certeza se conseguia sentir alguma
coisa.
Mas o que percebi é... um pouco de ansiedade é bom. É normal. Você
deveria sentir as coisas. Somos feitos para sentir todas as emoçõ es,
boas e má s. E acho que demorou para Kyran perceber que nã o me
importo de sentir o mal à s vezes, se isso significar que posso realmente
aproveitar a gló ria do bem.
Fiquei orgulhoso de mim mesmo por esta revelaçã o. Até agora...
sentado no Rose Bowl Stadium com meu joelho balançando como o
Tigrã o em alta velocidade, imaginando se há alguma chance de a
fumaça que estou inalando conter vestígios de THC.
A maconha já é legal aqui há algum tempo... É possível.
Eu acho que você conseguiu a imagem. Eu estou estressado.
Este jogo é enorme pra caralho. Quer dizer... gigantesco. Televisado
para todo o país. Os olheiros da NFL estã o aqui. Sem mencionar que
estou sentado em uma seçã o inteira de famílias e amigos de nossos
jogadores, ao lado da irmã distante de Kyran, que conheço há menos de
vinte e quatro horas.
Bridget é uma garota muito doce. Ok, talvez nã o doce . Mas ela é
legal pra caralho, super legal, e fica claro o quanto ela ama Kyran.
No entanto, há algo sobre estar na presença dela que desencadeia
algo em Kyran... Algo que eu só vi acontecer com ele perto de outra
pessoa... seu pai.
Claro, existem diferenças nas interaçõ es. Kyran nã o se dá nada com
seu pai, mas ele ama Bridget até a morte. Na verdade, parece que os
dois nã o suportam Tom, e simplesmente nã o consigo entender por quê.
Tom nã o é perfeito… Nó s sabemos disso. Ele é tenso e crítico, e
certamente ficou menos divertido ao longo dos anos. Mas ainda assim,
nã o sei se isso justificaria o tipo de desdém ó bvio que Bridget tem por
ele, ou a maneira como Kyran sempre pisou em ovos ao seu redor.
Lembro da véspera de Natal, quando Kyran me disse que sentiu que
foi ele quem separou a família deles. Ele disse isso com tanta certeza...
como se houvesse alguma maneira possível de um garoto de 12 anos
ser responsável pela separaçã o de seus pais. Eu sei que pode ser
comum as crianças se culparem pelo divó rcio…, mas eu sempre pensei
que quando você cresce, você descobre que isso nã o é verdade.
Kyran ainda se sente assim. Ele ainda carrega esse fardo que carrega
desde criança, e é a mesma pressã o que o transformou em um maníaco
por controle épico. Sua necessidade de retratar essa imagem perfeita...
Só posso imaginar como deve ser exaustivo.
E depois há o fator Bridget.
Ontem à noite, no jantar, ela disse que estava feliz por Kyran
finalmente se sentir confortável o suficiente com quem ele é para estar
com alguém. Como se talvez ela soubesse há algum tempo que Kyran é
gay…
E ela dizendo isso o lançou nesse turbilhã o de pâ nico que realmente
me assustou por um segundo.
Tanto quanto eu sabia, Kyran sempre foi hétero, até que começamos
a transar. Ele sempre namorou garotas, nunca mencionou qualquer
outra experiência, e até brigou comigo na maioria de nossos encontros
sexuais.
Entã o, o que faria Bridget dizer algo assim...?
Qual é a verdadeira razão pela qual a família Harbor se separou?
Por que ela foi embora e nunca mais voltou?
Eu tenho tantas perguntas, há pontos de interrogaçã o saindo dos
meus ouvidos. E eu sei que nã o é a hora nem o lugar, mas eu realmente
quero obter pelo menos algumas respostas. Seria bom se Kyran me
contasse essas coisas pessoalmente... Tudo que eu quero é que ele se
sinta confortável o suficiente para confiar em mim. Mas eu realmente
nã o vejo isso acontecendo, especialmente depois da maneira como ele
jogou as cordas e se fechou ontem à noite. Entã o, embora eu saiba que é
claro violaçã o de sua confiança para sondar sua irmã em busca de
informaçõ es, acho que nã o poderei evitar.
A coisa toda me deixa tã o impaciente que já matei um bando inteiro
de Twizzlers.
E ainda por cima… este jogo.
O primeiro quarto já está terminando, e sinto como se estivéssemos
apenas assistindo ao cara ou coroa. Está voando rá pido, os nervos e a
adrenalina de assistir o homem que amo lá embaixo no campo me
deixando tã o nervoso que mal consigo ficar parado.
— Avi. — Bridget deixa cair a mã o no meu joelho, parando seu salto
incessante. —Relaxa. — Eu espio para ela, e ela ri. — Respire. Jesus, sua
perna vai cair.
— Desculpe —, eu suspiro em uma expiraçã o. — Só estou muito
nervoso...
Meus olhos permanecem em Kyran enquanto ele se inclina na
cintura e se prepara para o estalo. Estamos muito mais longe do que
estou acostumado a estar... Normalmente, eu estaria à margem com
uma visã o clara de suas expressõ es faciais e seus movimentos sutis.
Aqui em cima, é como se eu estivesse assistindo ele na TV, só que
cercado por noventa mil torcedores.
A bola é levantada para ele, e Kyran se endireita, dando um passo
para trá s com o braço erguido. Guty está aberto no campo, entã o ele
lança a bola, e ela sobe, espiralando para o nosso wide receiver. Guty o
pega e pisa duas vezes antes de ser derrubado. Mas ainda. Primeiro a
cair.
Todos comemoram, inclusive eu. Esse é o meu homem lá embaixo...
— Ver? Nã o precisa ficar nervoso, — Bridget diz para mim com um
sorriso. — Seu namorado tem isso na mã o.
Um sorriso curva meus lá bios, embora ainda esteja tenso. Eu
simplesmente nã o consigo evitar... Há tanta coisa acontecendo, e eu nã o
tenho maconha para encher meus pulmõ es. Nem mesmo um maldito
comestível.
Ah, e eu mencionei que nem conseguimos transar ontem à noite?
Sim, isso foi divertido. Depois do jantar, voltei direto para o hotel,
tomei banho e estacionei minha bunda na cama esperando Kyran voltar.
aparecer para que eu pudesse dar a ele seu pau de boa sorte. Entã o ele
me mandou uma mensagem dizendo que o treinador nã o estava
deixando nenhum deles ir a lugar nenhum, e era muito arriscado para
ele tentar fugir.
Se eu soubesse que isso ia acontecer, eu teria fodido com ele no
banheiro do maldito restaurante. Aposto que o cara que nos deu um
olhar sujo por termos nos tocado teria adorado isso.
O segundo quarto voa como o primeiro, rá pido e cheio de açã o.
Notre Dame está pegando fogo, sua defesa fazendo um nú mero em
nosso jogo de corrida. Mas nã o importa o quanto eles tentem abafar a
conexã o entre Kyran e seus recebedores, eles nã o podem nos impedir
de marcar.
Kyran já lançou dois passes para touchdown, acertando as bolas no
campo em todas as oportunidades. No intervalo, o placar é de vinte e
quatro a quatorze, com os Eagles na liderança. Meu estô mago revira
enquanto vejo Kyran correr para fora do campo, sabendo que ele
provavelmente está todo sério e tenso, desejando poder controlar cada
movimento feito ao seu redor.
Espero que ele encontre tempo para olhar para a palma da mão...
Trace essas linhas. Se acalme e lembre de aproveitar isso.
— Você quer tomar uma cerveja? — Bridget pergunta, levantando-
se e esticando os braços.
Nó s dois estamos vestindo camisas nú mero nove, e ela até pintou
um 9 em sua bochecha com brilhos marrom e dourado.
Considerando isso por um segundo, eu fico ao lado dela.
— Claro, por que nã o.
Cerveja não é maconha. Está bem.
Deixamos nossos assentos para ir a um estande de concessã o, onde
Bridget pede duas cervejas, esperando até que estejamos longe o
suficiente para entregar uma para mim, já que você sabe... Ainda nã o
tenho vinte e um anos.
— Entã o você é louco por futebol como Kyran? — Pergunto a
Bridget com um sorriso enquanto nos movimentamos dentro do nível
inferior do está dio.
Ela ri.
— Sempre adorei futebol. Nó s crescemos assistindo juntos...
Principalmente porque papai gostava tanto. Mas você tem que admitir,
nã o há nada como isso.
— Nã o sei. — Eu dou de ombros. — Existem outros esportes
emocionantes, eu acho… E quanto ao hó quei?
— Por que o hó quei é emocionante? — Ela olha para mim com um
sorriso. — Eles nem deixam mais os jogadores jogarem —, ela zomba.
— Altamente abafa a fú ria da testosterona no ar. Além disso, eles estã o
apenas se movendo para frente e para trá s. O mesmo que basquete,
futebol…
Minha cabeça se inclina, porque acho que ela tem razã o.
Ela sorri.
— Mas soccer … Futebol é matar ou morrer. Li uma estatística outro
dia que dizia que 100% dos jogadores da NFL sofrem algum tipo de
lesã o. Cem. Por cento. Isso significa que nã o importa o que aconteça,
você com certeza vai se machucar. Quã o confuso é isso? — Ela solta
uma risada suave, como se estivesse impressionada com esse fato
surpreendente. — O futebol americano é de longe o mais emocionante
de todos os grandes esportes tradicionais. É quase bá rbaro de certa
forma, mas é complexo e cativante, se você conseguir entender. O
futebol nã o é apenas um jogo, é um estilo de vida. É uma açã o
emocionante e cheia de adrenalina, do início ao fim.
Sorrindo, eu estreito meu olhar para ela.
— Você é fã dos Patriots? Porque você soa como um…
Bridget joga a cabeça para trá s em uma gargalhada que me faz rir.
Entã o ela lança um olhar de cumplicidade para mim.
— É melhor você se preparar, garoto. Este é apenas o começo… Se
Kyran for convocado para a NFL, você precisará de um sedativo.
Sim, é disso que tenho medo.
Tomando um grande gole da minha cerveja, permito que a
substâ ncia me acalme tanto quanto pode.
— A questã o é que nã o tenho medo de que ele nã o ganhe. Ele é tão
bom. Mas eu só … me preocupo com quanta pressã o ele coloca sobre si
mesmo. Para ser o melhor, sabe?
Ela acena com a cabeça, seus olhos desviando dos meus enquanto
ela bebe de seu copo.
Eu preciso saber o que ela sabe... eu preciso saber o que estou
enfrentando, estando com Kyran.
— Você sabe, quando ele era pequeno, ele nã o costumava ser tã o
frio —, diz ela, olhando para o nada. — Ele era o garoto que todas as
outras crianças queriam ter por perto. Sempre sorrindo e rindo.
Estou me recuperando do que estou ouvindo agora. Estamos
falando do Kyran Harbor??
Bridget continua falando.
— E nã o foi porque ele foi criado assim ou algo assim, porque
acredite em mim, meu pai trabalhava constantemente. E assim que
tínhamos idade suficiente para nos defendermos, minha mã e recuou.
Mas isso nã o importava para nó s, porque tínhamos um ao outro. Nada
mais importava…— Sua voz diminui um pouco antes de ela murmurar:
— Era como nó s contra o mundo.
Sua expressã o fica menos nostá lgica e mais arrependida enquanto
ela toma um gole de sua bebida.
— Mas depois nos distanciamos um pouco... Comecei a dar mais
atençã o aos meus amigos. Quero dizer, eu tinha catorze anos, é
exatamente o que você fez. É o momento mais egoísta na vida de
qualquer criança. Kyran perdeu seu lado despreocupado e começou a
seguir mais as regras... O ú nico lugar em que sempre se sentia
confortável era o campo de futebol.
Ela sorri caprichosamente, e meus lá bios se curvam, um calor de
orgulho pelo quã o longe ele chegou enchendo meu peito.
Mas entã o o sorriso de Bridget desaparece e ela murmura:
— Eu deveria ter prestado mais atençã o... ao motivo de ele estar
ficando tã o nervoso. Eu deveria ter estado lá mais... disse ao meu pai
para se foder com isso...— Sua voz é cortada, e ela espia para mim. Mas
ela nã o termina a frase. Ela apenas engole sua bebida rapidamente.
Estou apenas olhando para ela, confuso e inquieto, porque nã o se
trata de um divó rcio . Há algo mais acontecendo aqui.
— Bridget...— Falo o nome dela com firmeza, e seus olhos voam
para os meus novamente. — Por que seus pais se separaram? — Ela me
encara, mordendo o lá bio inferior. — O que aconteceu que fez vocês
dois quererem tanto escapar...?
Seu queixo cai quando ela fica boquiaberta para mim, tanta culpa e
angú stia em seus olhos, eu quase posso sentir isso me atingindo em
ondas. Parece que ela está prestes a dizer alguma coisa... Como se
estivesse na ponta da língua e ela quer desabafar tanto que está
morrendo de vontade de nã o fazê-lo.
Mas entã o as pessoas começam a passar por nó s, de volta aos seus
lugares, uma comoçã o que provavelmente indica que o intervalo está
quase no fim.
E ela pigarreia, balançando um pouco o queixo.
— Vou pegar outra bebida antes de voltarmos.
Eu a observo se afastando com a cabeça baixa, minha mente
analisando suas palavras. Se Kyran costumava ter um espírito tão livre...
o que cortou suas asas?

***

É isso. Eu vou vomitar.


Meu coraçã o está oficialmente preso na garganta e mal consigo
respirar.
Este jogo está me levando a beber. Nã o tenho certeza do que
aconteceu no intervalo, mas Notre Dame voltou com fogo sob seus
rabos.
Eles marcaram dois touchdowns em investidas consecutivas e sua
defesa fez todas as paradas. Eu estou supondo que eles perceberam que
Kyran é uma força a ser reconhecida, porque eles estiveram em todos os
nossos recebedores, nos forçando a correr a bola, o que só pode nos
levar até certo ponto. Para completar, Theo perdeu um field goal… Sua
primeira falha na temporada.
Eu me sinto horrível. Theo é um kicker louco e talentoso, e eu sei
que a pressã o provavelmente o afetou.
Lembro-me dele saindo do campo, batendo o capacete no banco
com tanta força que arranhou a pintura. Kyran estava tentando falar
com ele, agarrando-o pelo braço como se quisesse acalmar seu amigo.
Mas Theo estava visivelmente chateado, e eu entendo.
Eagles precisava dos pontos. E ainda fazemos agora.
Perdemos por catorze pontos, faltando apenas cinco minutos para o
final do jogo. O treinador Matthews está visivelmente gritando com o
amontoado de nosso ataque. Nã o consigo ouvir o que ele está dizendo,
mas devo presumir que ele nã o está feliz e que está colocando o temor
de Deus nesses jogadores agora.
Aquele homem sempre meio que me aterrorizou. Ele é tão quieto... Até
que ele não é.
— Kyran vai fazer alguma coisa, — murmuro, superando a dú vida
em minha voz. — Ele tem que.
— Esses malditos irlandeses lutadores...— Bridget zomba, entã o
grita, —Mostre a eles como os irlandeses realmente lutam, Ky!
Todos ao nosso redor comemoram, mas eu nã o consigo nem me
mexer. Minhas mã os estã o entrelaçadas com tanta força que acho que
vou quebrar meus pró prios dedos.
Kyran e nossa linha ofensiva correm de volta para o campo, e eu sei
que nã o posso ver seu rosto, mas de alguma forma, posso sentir o quã o
tenso ele está . É como se nó s dois estivéssemos lá embaixo, e eu
estivesse sentada dentro de seu corpo com ele, compartilhando sua
frustraçã o nervosa.
A bola é lançada para Guty e ele a pega. Em seguida, ele sai
correndo, ziguezagueando entre a defesa de Notre Dame para um
retorno. A multidã o ao meu redor está gritando e berrando. Acho que a
família de Guty está sentada bem atrá s de nó s porque meus tímpanos
estouraram oficialmente.
Alguém finalmente o derruba, mas ele conseguiu avançar vinte e
seis jardas. Kyran diz algo para ele quando todos estã o reunidos em
torno de se preparar para a pró xima viagem. Guty acena com a cabeça e
eles quebram seus capacetes.
— Vamos, baby ...— eu sussurro. — Você tem isso na manga
Aí está o estalo. Kyran entrega a bola para Benito correr. Mas entã o
ele dá um passo para trá s e joga a bola na direçã o de Guty. Eles fingiram
a transferência, e perfeitamente, devo acrescentar.
Notre Dame está despreparada e Guty é um maldito louco. Ele pega
a bola e corre mais rá pido do que eu já vi em qualquer movimento
humano antes. Ele percorre todo o caminho até a linha de quinze jardas
antes de ser eliminado de campo. Mas nã o importa. Estamos em
posiçã o de pontuaçã o agora.
— Foda-se sim! — Eu grito enquanto Bridget corteja e nó s tocamos
mais cinco. — É disso que estou falando!
— Nú mero oitenta e um é uma fera! — Felicita Bridget.
— Aquele é meu filho! — uma senhora com pele bronzeada e cabelo
curto espetado diz atrá s de nó s, uma excitaçã o clara balançando sua
voz.
— Você é a mã e de Guty? — Eu pergunto a ela, e ela balança a
cabeça com entusiasmo. — Ele é um cara legal.
— Você é de BC? — ela pergunta, e eu aceno.
— Eu sou de Kyran...— As palavras vêm rapidamente para um
gargalo na minha boca. Meio-irmão? Amigo? Namorado? Por que diabos
eu não sei o que dizer agora?! Eu limpo minha garganta. — Eu sou o
mascote dos Eagles.
Bridget me lança um olhar, ao qual eu dou de ombros.
— Você é a Á guia?!— A mã e de Guty suspira. — Nó s te amamos! —
Eu sorrio humildemente, imitando uma reverência. — Você deveria
estar lá com eles, torcendo por eles!
— Eu gostaria...— murmuro. E a conversa para porque a bola está
no ar.
Fellows pega na end zone, e todos nó s pulamos de nossos assentos.
— Sim, vadia! — Eu grito enquanto todos ficam loucos.
— Espere aí —, grita um cara sentado ao lado da mã e de Guty. — Há
uma bandeira abaixada.
— Quem jogou?
O á rbitro anuncia pelo alto-falante.
— Contençã o. Ofensa, nú mero sete. Penalidade de dez jardas.
Primeiro e gol.
— Isso é treta! — Bridget grita.
— Contençã o minha bunda! — A mã e de Guty grita, e ela e Bridget
batem em seus copos em um brinde.
— Ei, ref! Eu tenho algo que você pode segurar! — o cara ao lado da
mã e de Guty ruge, agarrando sua virilha.
— Mijo ...— ela repreende, balançando a cabeça para ele.
— Está tudo bem, está tudo bem —, murmuro, principalmente para
mim mesmo. — Eles têm isso.
Eu posso dizer que Kyran está chateado, mas nenhuma vez você o vê
reagir a isso. Ele dá um tapinha nas costas do nú mero sete, Sean
Cameron, e eles se preparam para tentar novamente.
A peça está ao vivo e estou suando. A defesa de Notre Dame está
cobrindo a porcaria de todos na end zone. Kyran nã o tem para onde
mandar a bola, entã o começa a correr, fazendo o possível para desviar
das guardas e desarmes. Ele chega a um passo da end zone, e algum
grande idiota arranca a bola de suas mã os.
— Porra! — Bridget e eu suspiramos ao mesmo tempo, os olhos de
todos presos em suspense no campo.
A bola voa no ar. Um cara da Notre Dame corre para pegá -lo.
Mas entã o Kyran estende a mã o e o agarra, prendendo-o de volta em
seus braços enquanto ele cai na end zone.
Há uma fraçã o de segundo de silêncio quando estamos apenas
olhando. Coletivamente sem fô lego.
As mã os do á rbitro disparam e todos nó s ficamos loucos.
Aterragem!
Bridget e eu estamos abraçados, gritando como malucos.
— Oh meu Deus, isso foi tã o perto —, ela grita, batendo o resto de
sua bebida.
— Eles estã o indo para a conversã o de dois pontos —, diz a mã e de
Guty, segurando o braço do cara que está sentado ao lado dela. Com
base no quanto ele se parece com Guty, aposto que é o irmã o dele.
— Escú chame, hermano…—, o sujeito murmura para si mesmo,
como se estivesse falando com Guty. Então definitivamente seu irmão. —
Consiga-nos esses dois pontos.
Kyran está gritando para sua linha ofensiva tã o alto que posso ouvir
sua voz aqui. Ele está apontando e gesticulando para eles, acenando
para os caras ao seu lado enquanto eles se posicionam.
O estalo traz o caos imediato. É difícil até dizer o que está
acontecendo, mas acho que vejo a bola sendo passada para a esquerda.
Mas entã o parece que está à direita. E entã o Kyran está atirando a bola
por cima da cabeça de todos para Guty, que de alguma forma se esquiva
do aperto de dois caras e a pega.
A multidã o explode em aplausos e uivos enquanto assistimos Guty
fazer sua dança comemorativa na end zone.
— Aquele ali é meu irmã o! — o cara atrá s de nó s grita.
Meus olhos seguem Kyran para fora do campo enquanto envio a ele
tantas boas vibraçõ es quanto possível. Ainda precisamos evitar que o
Notre Dame marque, e depois marcar mais uma vez para vencer.
Todo-Poderoso Tom Brady… Precisamos de um milagre.
O quarterback do Notre Dame, Connor Devlin, entra em campo com
seus caras, e posso dizer que eles falam sério. Nossa defesa está
trabalhando duro para sufocá -los, mas eles estã o avançando
lentamente no campo.
Olhando para Kyran no banco, posso ver seu joelho balançando do
jeito que o meu estava antes. Eu gostaria de poder estar lá embaixo...
— Nã o acabou até que acabou, baby...— eu sussurro.
Devlin lança um incompleto e mais duas tentativas de correr nã o os
levam a lugar nenhum. Entã o eles vã o para uma cesta de campo.
— Nã o quero rezar para que ninguém fracasse, mas padre, faça esse
menino errar —, choraminga a mã e de Guty. Bridget e eu nã o podemos
deixar de rir.
O chutador de Notre Dame chuta. A bola sobe.
Prendo a respiraçã o.
E os braços do á rbitro saem ao lado do corpo. Nada de bom.
— Sim! — Todos nó s pulamos gritando, abraçados uns aos outros
em um amontoado enquanto saltamos.
— Oh meu Deus, eles vã o fazer isso! — Bridget chora.
— Cale-se! Nã o os azarem. — Eu a puxo de volta para seu assento.
Estamos agarrados um ao outro, observando Theo chutar a bola.
Faltam dois minutos para o fim do jogo. E Kyran se prepara para entrar
em campo pela ú ltima vez.
Este é o momento da verdade… O fazer ou quebrar.
Se conseguirmos marcar mais um touchdown, seremos campeõ es
da NCAA.
Eu nã o estou respirando. O barulho ao meu redor desapareceu no
fundo, e tudo que posso ouvir é a batida do meu coraçã o... Como se
estivesse refletindo a batida no peito de Kyran.
Ele se move graciosamente, pisando como se fosse uma dança
delicada, lançando a bola de uma forma que parece quase divina. Ele é
realmente incrível de assistir. A força e o foco, a maneira como ele
respira o jogo dentro e fora de seus pulmõ es.
Kyran Harbor foi feito para fazer isso. Claro e simples. No momento,
está claro como cristal.
Ele vai para a NFL. Não tem como ele não ir.
E pela primeira vez, esse pensamento nã o me assusta. Nã o me
preocupa nem duvida sobre ele deixar Boston. Isso é maior do que tudo
isso…
O futebol é o seu destino.
E cartas na mesa, terei prazer em segui-lo aonde quer que ele vá . Se
ele quiser que eu...
Primeira descida apó s primeira descida, eles dirigem e é tenso. É
sufocante pra caralho, mas eles fazem isso. E quando ele finalmente
encontra seu tiro, Kyran o faz.
Seu braço voa para cima. A bola sobe.
Guty pega.
Aterragem.
Os Eagles acabaram de ganhar a porra do Rose Bowl, vadias.
Nã o tenho certeza de que já tenha enlouquecido tanto na minha
vida. Estamos todos pulando e gritando. Estou abraçando Bridget e ela
está chorando. A família de Guty está alertando os cã es pró ximos com
seus gritos agudos de alegria.
É épico pra caralho . Eu nã o posso acreditar ... Só que eu posso ,
porque meu homem é muito bom .
Eu literalmente nunca estive tã o orgulhoso.
— Seu namorado vai ser convocado, — Bridget soluça em meu
ouvido, e eu rio enquanto ela me sacode. — Para onde você acha que ele
vai?!
— Espero que em algum lugar legal, — eu suspiro, minha mente
girando através de pensamentos de vá rios lugares neste grande país.
E espero que ele queira que eu vá também.
Mordendo o lá bio, observo enquanto Theo acerta o ponto extra, e
todos nó s torcemos por ele porque, na verdade, foi ele quem solidificou
a coisa toda. Eu nunca pensei nisso antes... o quanto o time depende do
seu chutador. Theo é incrível no que faz. Espero que ele nã o fique muito
triste por perder um field goal em uma temporada inteira.
Mas se ele for parecido com Kyran, tenho certeza que ele vai se culpar.
Kyran é tã o fodidamente adorável agora, eu nã o aguento. Ele e Guty
estã o pendurados um sobre o outro, seus companheiros de equipe se
aglomerando ao redor deles em comemoraçã o generalizada. O ataque
de Notre Dame perdura, com apenas quinze segundos no reló gio, o jogo
é considerado encerrado.
Que correria. Um final espetacular para uma temporada selvagem.
— Sinto muito, nã o entendi nenhum dos nomes de vocês—, diz a
mã e de Guty para nó s por cima do barulho, e “All I Do Is Win” ecoa nos
alto-falantes.
— Eu sou Avi —, eu digo a ela. — Esta é Bridget. A irmã de Kyran.
— Liz Gutiérrez. — Ela sorri. — Este é meu filho, Marco.— O irmã o
de Guty acena para nó s enquanto Liz pergunta: — Vocês dois vêm para
a festa?
Eu olho para Bridget, a ansiedade aumentando novamente. Eu
realmente nã o tinha planejado ir à festa... Eu sei que Kyran será a
estrela do show, e a ideia de acompanhá -lo me deixa um pouco
estranho.
Mas Bridget me cutuca.
— Você sabe que ele vai querer você lá .
Engolindo em seco, eu aceno hesitante.
A mã e e o irmã o de Guty acenam para nó s enquanto desaparecem
na multidã o. E estou ainda mais nervoso agora… todos sabemos que
festas cheias de jogadores de futebol nã o sã o minha praia.
Anime-se. Você vai ter que se acostumar se ele for para a NFL…
Eu só queria poder ver Kyran agora. É tã o diferente quando estamos
sozinhos. Mas cada segundo que nã o estamos juntos é gasto com
montanhas de dú vidas surgindo entre nó s.
Meus olhos caem de volta para o campo, onde um repó rter está
entrevistando Kyran. Ele parece tã o feliz. E estou feliz que ele esteja
feliz. Então eu acho que isso é tudo que importa.
— Entã o, como vai? — Bridget pergunta. — Você quer ir esperar por
ele?
Observando Kyran, eu balanço minha cabeça.
— Nah, ele está fazendo sua coisa agora. Podemos voltar para o
hotel. É onde a festa está acontecendo, de qualquer maneira.
Bridget acena com a cabeça e lutamos contra o trá fego de corpos
psicó ticos para fora do está dio até chegarmos ao trá fego de carros
ainda mais ridículo. Levamos um zilhã o de anos para voltar ao hotel, e
quando chegamos lá , eu realmente preciso de uma maldita bebida.
— Vamos para o bar, — Bridget diz enquanto entramos.
— Tenho apenas vinte anos —, murmuro.
— Ugh, Deus. Eu esqueci que vocês dois sã o fetos,— ela zomba.
Eu rio e balanço a cabeça. — Tem frigobar no meu quarto.
No meu quarto de hotel, abrimos uma garrafa de tequila e servimos
duas doses para celebrar os BC Eagles como grandes e sofisticados
campeõ es da Divisã o I da NCAA.
— Estou tã o orgulhoso dele... — Eu respiro enquanto a bebida
queima seu caminho pela minha garganta.
— Eu posso ver isso. — Bridget sorri. — Parecia que você ia morrer
quando a bola estava no ar da ú ltima vez.
Eu rio.
— É só ... eu nã o sei. Vê-lo jogar a temporada inteira, enquanto tudo
o mais acontecia entre nó s... Sinto que fiz parte disso, sabe? — Balanço
a cabeça, brincando com meu esmalte lascado. — Nunca me senti assim
antes.
— Você faz parte disso, Avi, — ela diz, e eu olho para cima. — Você é
o mascote. — Eu bufo, mas ela me fixa com um olhar. — Estou falando
sério. Eu sei que parece uma coisa boba, mas você estava lá animando,
torcendo por eles. Torcendo por ele .
Eu franzo meus lá bios.
— Foi divertido ser incluído.
— Eu nã o estava brincando quando disse que seu nome aparecia
toda vez que conversávamos. — Ela sorri. — Toda vez que eu ligava
para ele depois de um jogo, ele dizia: “E Avi estava lá fazendo a dança
Gangnam Style…”
Eu rio alto enquanto ela ri.
— Burro morto. Eu nã o queria irritá -lo dizendo nada, mas era super
ó bvio que ele nunca parava de prestar atençã o em você.
— Era impossível para mim odiá -lo…— Murmuro sinceramente
enquanto ela serve mais duas doses. — Acredite em mim, eu tentei. Ele
era um verdadeiro idiota comigo à s vezes…
— Eu acredito nisso.
— Mas por baixo disso, eu sempre quis que ele gostasse de mim. E a
emoçã o de fazer alguém como ele se interessar por alguém como eu era
diferente de tudo…
— Avi, quem você está enganando? Você sabe que é perfeito para
ele,— ela diz.
— Eu nã o sei disso...
— Sim, você é. Confie em mim. Eu só te conheço há um dia, e posso
ver isso. Eu vi ontem à noite no segundo em que vocês dois entraram e
se sentaram um ao lado do outro, como se nã o houvesse nenhuma
maneira possível de vocês ficarem separados. Você é exatamente o que
meu irmã o precisa. Alguém solidá rio e paciente, que vai amá -lo, nã o
importa o quê. Alguém que o chama de besteira e ama o teimoso dele.
Tomamos nossas injeçõ es e ela expira lentamente.
— Mas principalmente, alguém que ficará ao seu lado. Ele nã o
precisa mais ser abandonado…
— Bridget, ele nã o usa isso contra você, — digo a ela, e seus
profundos olhos â mbar se voltam para os meus. Nesta luz, você pode
ver muito de Tom nela.
— Mas você faz ...— ela sussurra.
Minha mandíbula aperta, mas eu balanço minha cabeça.
— Nã o é o meu lugar.
— Besteira. Você é da família. E agora, você também é parceiro de
Kyran. É seu lugar ficar chateado em nome dele.
Eu caio para trá s na minha cadeira e suspiro.
— Acho que é só que nã o entendo por que você foi embora. Nã o
entendo tudo... nã o entendo por que Kyran está tã o convencido de que
sua família se separou por causa dele.
Os olhos de Bridget fixos na ilha de má rmore entre nó s enquanto ela
murmura:
— Nã o foi culpa dele...
— Nã o me diga, — eu resmungo. — Mas por que ele se sente assim?
Nã o faz sentido, porra.
Ela coloca mais bebida em seu copo, virando-o de volta.
— Porque nosso pai idiota o fez sentir que era.
O que…?
Meu olhar para ela se estreita.
— Por que? Por que Tom faria isso com um garoto de doze anos?
Bridget fica em silêncio por um momento, o suspense e a angú stia
aumentando no ar.
— Nã o é minha funçã o te contar sobre isso... Você deveria ouvir isso
de Kyran.
Passando meus dedos pelo meu cabelo, eu o puxo.
— Você e eu sabemos que ele nã o vai. E eu preciso saber. Bridget,
estou realmente começando a surtar aqui. Você está me fazendo pensar
que é como... algo ruim.
Quando seu olhar desliza de volta para o meu, há lá grimas
brilhando em seus olhos.
— É ruim, Avi. Foi a pior coisa que já aconteceu com alguém que
conheço… E aconteceu com meu irmãozinho.
Oh Deus... Isso é demais. Jesus, eu estou pirando pra caralho.
Meu estô mago está revirando com tanta força que sinto ná useas. Eu
sei que nã o é certo exigir respostas... Eu sei disso. Eu deveria esperar
Kyran confiar em mim quando ele estiver pronto.
Mas também sei que se ele está sofrendo, guardando algo horrível
de seu passado e fingindo que nã o existe, isso nã o é saudável. Eu quero
poder ajudá -lo. Para amá-lo, nã o importa o quê.
— Apenas prometa que nã o vai deixá -lo…— Bridget sussurra.
— Eu nã o vou deixá -lo, porra, a menos que ele queira que eu...— Eu
estremeço as palavras. — Porque eu farei qualquer coisa por ele,
mesmo que isso me mate, — digo a ela com toda a minha sinceridade.
Afinal, é verdade. Kyran Harbor é o amor da minha vida. É isso.
Eu caí. Anzol, linha e chumbada, ele tem todo o meu coraçã o.
Bridget se esgueira da cadeira, atravessando a sala até a bolsa. Ela
arranca o telefone dele, digitando enquanto eu estou apenas olhando
para ela, meu coraçã o batendo no meu esô fago.
Ela olha para algo na tela antes de suspirar e deslizar o telefone para
mim.
Pegando-o, meus olhos viajam, lendo as palavras. A princípio, nã o
faço ideia do que estou vendo... Um documento legal ou algum tipo de
acordo?
Mas quanto mais eu leio, meu coraçã o começa a se partir ao meio no
meu peito.
E com cada palavra que se segue, ela racha, corta e desmorona,
meus dedos tremendo de raiva e desespero enquanto eu rolo até o fim.
Há uma foto.
— É ... — Minha voz mal sai da minha garganta, estou tã o chocado e
horrorizada. Tã o enojado, zangado e horrorizado. — Isto é real? Este é
ele?
Bridget funga, e eu sei que ela está chorando. Mas nã o consigo tirar
os olhos do telefone à minha frente. Cada fibra do meu ser está
vibrando com a ira, tecida em torno de fios de empatia dolorosa por
meu meio-irmã o.
O homem que eu amo. Minha família.
Nã o importa o que ele seja para mim, mesmo que seja um estranho,
isso me deixaria mal do estô mago. Sinto â nsia de vô mito quando
empurro o telefone para longe, cobrindo o rosto com as mã os.
— Oh meu Deus...— Estou tremendo.
Doente, triste e mais furioso do que nunca.
— Esse é o padre McAdams, — Bridget choraminga, entã o rosna
com a mesma fú ria que estou sentindo em minhas veias. — A porra do
monstro que abusou meu irmã o quando ele tinha doze anos.
Não… Não, não, não, isso não é verdade.
Não pode ser.
Kyran... Um som suave me escapa enquanto arranco meu cabelo da
cabeça.
As palavras estã o girando em minha mente, sendo lidas em voz alta
com minha pró pria voz.
A arquidiocese concordou em demitir e laicizar o padre James
McAdams da Cathedral of the Holy Cross em South Boston, por acordo
extrajudicial com a família de Kyran Thomas Harbor, Somerville, MA.
A Igreja pagará a quantia de um vírgula quatro milhões de dólares à
família. Liquidação professa sigilo…
— Bridget... eu vou vomitar...— Eu tusso, mal reconhecendo minha
pró pria voz enquanto me levanto e corro para o banheiro.
Arfando com o rosto em chamas, vomito a bebida que acabei de
consumir. Mas estou entorpecido... nã o sinto a queimaçã o e a dor
lancinante em meu estô mago. Tudo o que sinto é uma raiva
insuportável e latejante.
Caindo de joelhos, eu me forço a respirar, me firmando o suficiente
para ficar de pé com as pernas bambas. Eu lavo minha boca e jogo á gua
no meu rosto, os olhos viajando até meu reflexo no espelho. E eu me
lembro…
Lembro-me das vezes que vi Kyran fazer isso.
Se olhando no espelho, como se estivesse tentando desesperadamente
se reconhecer.
Tropeçando de volta para a sala, encontro Bridget se servindo de
outra bebida, trêmula.
— Um acordo? — Eu gaguejo, balançando a cabeça.
Isso é uma loucura . Eu nã o posso nem processar isso. É como se
minha mente estivesse completamente desligada. Acho que estou em
choque.
Ela toma um gole de sua bebida, estremecendo antes de soltar um
suspiro longo e desesperado.
— Era o final do verã o antes do meu ú ltimo ano do ensino médio...
Kyran tinha acabado de voltar do acampamento da igreja, essa besteira
idiota que nossos pais costumavam nos obrigar a fazer. Eu nã o ia há
alguns anos, porque choramingava e implorava para ir para o
acampamento com meus amigos. Mas Kyran ainda estava indo.
Devíamos ir para Cape pela manhã ... Eu estava arrumando meu... maiô .
— Ela engasga com a palavra e solta um soluço silencioso de um ruído
antes de esfregar grosseiramente o rosto, como se estivesse tentando
expulsar o terror de uma memó ria terrível.
— Eu ouvi um barulho. Como um... baque. Vindo do banheiro do
andar de cima, — ela fala baixinho, seu olhar arregalado preso na
bancada de má rmore. — Eu corri para a porta e bati, chamando Kyran
para ver se era ele. Se ele estivesse bem...— Ela para novamente para
respirar. — Ele nã o estava me respondendo, e a porta estava trancada,
entã o usei um cartã o de crédito para arrombar.
Meu peito está de alguma forma oco e pulsando ao mesmo tempo
em que ela luta para pronunciar mais palavras.
— Pensei que ele tivesse caído, entã o corri até ele. Ele nã o parecia
ferido, mas ele estava... encarando. Sem piscar, apenas olhando . Achei
que ele estava morto por um segundo, e juro por Deus, nunca senti
tanto medo na minha vida. Mas entã o percebi que ele estava
respirando... tremendo da cabeça aos pés.
— Eu o enrolei em uma toalha e o tirei da banheira… Ele mal
conseguia andar e eu gritava para ele me dizer o que estava errado, mas
ele nã o falava.
Eu posso de alguma forma ver tudo o que ela está descrevendo... O
jovem Kyran, congelado em estado de choque.
Quebrado.
Minhas pernas cedem e eu caio no chã o, sentando com os joelhos
dobrados e os dedos enfiados no cabelo, segurando o crâ nio.
— Quando eu… mencionei que ia chamar uma ambulâ ncia, ele de
repente saiu do sério e sua cabeça começou a balançar para frente e
para trá s enquanto ele chorava não … sem parar. — Bridget para com
lá grimas escorrendo pelo rosto e engole mais bebida. — Levei-o para o
meu quarto, vesti-o e coloquei-o na minha cama… E ele chorava e
chorava. E eu chorava porque nã o sabia o que estava acontecendo, mas
sabia que era ruim, sabe? Quando ele finalmente se acalmou o
suficiente para respirar e falar, ele disse, “Algo aconteceu.”— Ela limpa o
nariz com a mã o, a tristeza em seu rosto palpável. — Foi quando eu
soube... quer dizer, eu nã o sabia dos detalhes. Eu nã o precisava... Mas eu
sabia que algo terrível tinha acontecido com ele, e porra , eu só queria
me abrir e dar a ele tudo o que ele precisava para se sentir melhor. Mas
nã o havia nada que eu pudesse fazer... Eu já havia falhado com ele.
Porque eu nã o o protegi.
Ela deixa cair a cabeça para o balcã o.
— Eu deveria protegê-lo.
Sem nem perceber, estou chorando. Lamentando silenciosamente
luto pelo amor da minha vida.
E esse quebrantamento que ele está segurando por tanto tempo.
A sala fica em silêncio por um tempo antes de Bridget continuar.
— Por fim, ele me contou o que o padre McAdams havia feito... E
Avi... Estou lhe dizendo que nunca quis tanto machucar alguém em toda
a minha vida. Naquela noite, fui à casa do idiota. Peguei o ô nibus e fui
para a porra da casa dele ... e fiquei do lado de fora, pensando se
realmente conseguiria fazer isso. Se eu pudesse matá-lo…
Sua cabeça levanta e nossos olhos se encontram. Sinto o ó dio, a ira e
a dor movendo-se entre ela e eu, como uma força tangível de energia.
Meus mú sculos enrijecem e meus dentes rangem. Eu quero isso
também. Eu nem conheço essa pessoa, mas quero que ela queime viva
em um inferno por toda a eternidade. Quero que ele saiba exatamente
por que está sendo punido. Eu preciso que ele pegue.
— Obviamente, eu nã o fiz —, ela bufa fracamente. — Ele se matou,
aliá s. Eles o encontraram pendurado em uma luminá ria em seu
escritó rio há quatro anos… Com um pedaço de papel na mã o que dizia:
Desculpe. — Ela dá uma gargalhada furiosamente sem graça. —
Desculpe?! Porra! — ela grita, e eu me encolho quando ela pula e
começa a andar de um lado para o outro. Ela se parece tanto com Kyran
agora que está me deixando enjoada de novo. — Tanto faz, esse nã o é o
ponto. Ele escapou com muita facilidade, até onde eu sei. Mas naquela
noite, quando cheguei em casa, descobri que Kyran havia contado ao
papai. E você quer saber o que nosso pai disse...?
Estou exausto enquanto respiro,
— Acho que ele nã o acreditou nele...
— Tenho certeza que ele sabia que era verdade, — ela resmunga. —
Mas ele disse que estava exagerando. Que ele estava apenas inventando
histó rias que poderiam destruir a vida das pessoas.
Meus olhos se fecham, mandíbula tensa, enquanto eu lentamente
me reclino de costas no chã o.
Isso é completamente fodido.
Sinto que estou fora de mim, fora da realidade. Assistindo algum
filme foda...
É com isso que Kyran anda por aí há oito anos?
Jesus... Kyran.
Kyran... eu gemo seu nome de novo e de novo em minha mente.
— Foi um tapa bem forte na cara de Tom quando alguns outros
garotos se aproximaram, — sussurra Bridget, cambaleando para pegar
mais bebida. Acho que ela vai desmaiar se continuar do jeito que está
indo. Mas eu nã o a culpo exatamente. — Mas ele ainda nã o queria
acreditar. Ele nã o quis aceitar , porque é um covarde. Sua maldita fé
significava mais para ele do que seu pró prio filho. Sua reputaçã o, seu
lugar na igreja... toda aquela merda de merda... ele escolheu isso em vez
de Kyran. Eles fizeram um acordo no tribunal, desde que todos
concordassem em nunca falar sobre isso. O dinheiro foi para um fundo
em nome de Kyran, mas ele disse que preferia morrer a tocar em um
centavo dele. Ele tinha treze anos de idade ... lidando com isso... esse
horror.
— Entã o, sim... acho que destruiu nossa família. Mamã e e papai
brigavam sem parar e pediram o divó rcio três meses depois. Mas
ninguém nunca parou para checar Kyran. Sem aconselhamento, sem
terapia. Nada. Negação ... É isso.
Bridget cai no chã o aos meus pés.
— Eu nã o aguentei. Por isso eu saí. Tentei fazer com que Kyran
falasse com alguém, mas ele estava convencido de que tudo o que
precisava fazer era esquecer que isso havia acontecido. Ele nã o falava
sobre isso... nem mesmo reconhecia. Porque foi isso que papai disse
para ele fazer. Entã o eu me inscrevi para a escola aqui… E eu fui
embora. Porque eu nã o poderia ficar nem mais um segundo perto
daquele homem. Eu queria esquecer que meu pai existia pelo jeito que
ele tratava Kyran. Eu também fui um covarde…
Ela sussurra, enrolando-se como uma bola no chã o:
— Porque eu o deixei. Eu deveria ter ficado... Só para estar lá para
ele. Mas eu estava com muita raiva . Eu ainda estou. Arde dentro de
mim todos os dias, como outro pedaço de mim feito de raiva. Nã o estou
satisfeito com aquele monstro escapando e se enforcando. E estou tã o
orgulhoso de Kyran, e como ele se tornou incrível, apesar de tudo, mas...
caramba, eu simplesmente odeio meu pai pra caralho.
Piscando, meus olhos seguem as linhas do teto, a mente se
expandindo e contraindo através dessa informaçã o como pulmõ es
fracos lutando para respirar. O desamparo dentro de mim... me lembra
de quando eu tinha seis anos. Quando descobri que nunca mais veria
meu pai.
É uma miséria que te engole inteiro... Um sofrimento por saber que
nã o há nada que você possa fazer para mudar isso.
A vida… Essa é a dor da vida, e é tã o triste pra caralho.
O vazio infinito de silêncio é quebrado quando meu telefone apita
no meu bolso. Puxando-o para fora, concentro minha visã o turva na
tela.
Kyran: BABY!!!!!!!!!!!!!!
Um soluço sufocado deixa meus lá bios, lá grimas brotando em meus
olhos e um sorriso feliz e triste curvando minha boca. Mais dois textos
rá pidos aparecem, irradiando sua empolgaçã o.
Kyran: Conseguimos! Conseguimos Avi…
Kyran: Deus, mal posso esperar para ver você, baby.
Meu coraçã o está tentando bombear de volta à vida, selar todas as
feridas de descobrir a horrível verdade e simplesmente amá -lo. Fique
feliz por ele, porque caramba, ele parece tã o feliz .
Não acredito que ele pode ser tão feliz, mesmo com essa coisa vivendo
dentro dele.
Ele é realmente incrível.
Meus dedos trêmulos estã o lutando para digitar uma mensagem
enquanto ele continua me mandando mensagens.
Kyran: Você vem para a festa??? Estamos voltando para o
hotel agora. Eu só tenho que me trocar e então estaremos lá
embaixo.
Kyran: Espero que você não esteja bravo por eu não poder
vê-lo logo após o jogo... Foi um turbilhão. Acabei de tomar
banho depois de todas as entrevistas e tudo mais. Além
disso, o treinador abriu uma garrafa de Dom no vestiário,
então estou um pouco embriagado lol
Kyran: Eu quero tanto te beijar baby. Eu vou te beijar na
frente de TODOS :)
Jesus, meu maldito coração. Eu não consigo nem respirar…
Eu: Eu te amo, Kyran. Estou tão orgulhoso de você.
Ele deve estar muito bêbado porque me manda um monte de
emojis. Uma berinjela, um pêssego e cinco esguichos de á gua.
Meu peito treme com uma risada enquanto enxugo as lá grimas dos
meus olhos.
Kyran: Venha para a festa... por favor. Eu preciso de você Avi.
Eu: Eu não perderia isso por nada lindo.
CAPÍTULO VINTE E OITO

KYRAN

theBSTpwrbttm: Eu quero que vocês dois me xinguem e depois finjam que


me amam como se amam. *Desmaio*
BigD1ckDeacon: Você precisa de um pecado para sua próxima confissão?

Quer ouvir algo engraçado?


Eu sabia desde criança que um dia ganharia um troféu de campeã o.
Desde que eu tinha idade suficiente para jogar uma bola de futebol,
esse tem sido meu objetivo. O fim do jogo.
Segurando este troféu em minhas mã os e sabendo que ajudei a
conquistá -lo para o meu time.
Estou plenamente ciente de que isso nã o é algo que muitas pessoas
possam dizer. É muito raro ter um objetivo em mente desde criança e
realmente alcançá -lo, desviando de todos os obstá culos lançados à sua
frente e ainda conseguindo chegar lá .
É estranho, fascinante e incrível, a forma como a vida funciona à s
vezes...
Mas essa nã o é a parte engraçada.
O que me fez parar casualmente para sorrir nas ú ltimas horas,
enquanto estávamos comemorando no vestiá rio, trocando de uniforme,
depois entrando no ô nibus e cantando “We Are The Champions” aos
berros... enquanto Guty literalmente me pegava no colo e me carregava
para o nosso quarto de hotel e eu ria tanto que mal conseguia respirar...
enquanto vestia meu traje de vencedor — o traje que escolhi
especificamente para esta festa — e desci as escadas para a sala de
conferências do hotel que foi decorada com detalhes em marrom e
dourado e totalmente abastecida com comida ... é como tudo que eu
quero, no mundo inteiro, é apenas segurar a mã o de Avi Vega.
É hilá rio pensar que depois dessa conquista fantá stica, em meio ao
auge da vitó ria, o que me deixa com o estô mago revirando e os dedos
tremendo nã o é aquele troféu do outro lado da sala... É a expectativa de
ver o sorriso de Avi. Ouvir sua voz sussurrar sobre o quã o orgulhoso ele
é, ouvir seus comentá rios espertinhos e observar suas expressõ es de
flerte e sorriso malicioso. Compartilhar essa experiência com alguém
que me ama e que eu também amo... E sentir que está certo, apesar do
que passei tantos anos tentando me convencer a nã o fazer.
A vitó ria nã o teria valor se eu nã o tivesse me apaixonado por ele.
É uma verdade mistificadora, mas é a verdade. Porque depois de
todos os outros jogos que ganhei, a emoçã o foi apenas superficial. Pela
primeira vez, isso realmente significa algo.
Nã o é para deixar meu pai orgulhoso... Quando ele me ligou, eu nem
liguei. Eu simplesmente nã o conseguia parar de pensar em Avi, e estou
tã o emocionado quanto perplexo com a maneira como esse amor me
envolveu, como se eu estivesse flutuando em uma nuvem.
Tudo parece infinitamente mais real estando apaixonado por ele.
Estou prestes a enviar uma mensagem para ele novamente e
perguntar onde ele está quando ele entra pela porta... e meu coraçã o
pula no meu peito.
Lindo. Essa é a palavra que bate com o sangue bombeando em
minhas veias. Enquanto meus olhos o veem em seus jeans rasgados e
uma camisa de colarinho, gravata fina solta em volta do pescoço. Eu
tenho que rir, porque ele parece tã o deslocado, e eu adoro isso.
Imagina que seria preciso alguém como ele para me respirar de
volta à vida. Ele é tã o... diferente. Ú nico, como um mosaico. Pedaços
complexos colados juntos para fazer uma criaçã o puramente
deslumbrante.
Quando ele me vê, ele sorri. E eu sorrio também... não consigo parar.
Ele vem até mim, e eu caminho até ele, mordendo a parte interna da
minha bochecha para nã o parecer louco. Seus olhos estã o arregalados e
brilhantes, uma seriedade que nã o combina com sua presença
tipicamente despreocupada. Mas presumo que seja porque ele
geralmente nã o se sente confortável nessas festas de futebol, cercado
por atletas com os quais nã o se identifica. E sei que nã o facilitei as
coisas para ele no passado...
O arrependimento que sinto de como o tratei mal na frente dessas
pessoas ainda pesa sobre mim constantemente. Mas estou em uma
missã o para fazer melhor por ele. Para provar que, se ele puder ser
paciente comigo, vou superar o medo com o qual tenho vivido por tanto
tempo e ser o que ele precisa.
Eu posso fazer isso por ele.
Jogando meus braços em volta de seus ombros, eu o puxo para perto
de mim em um abraço que pode parecer um pouco íntimo demais. Mas
eu nem me importo. Eu só preciso sentir seu corpo no meu, seu calor e
seu tamanho... eu preciso sentir o cheiro dele.
Minha vela Avi.
Leva um segundo, talvez de nervoso, mas ele enrola seus braços
fortes em volta da minha cintura e me segura, soltando um longo
suspiro na curva do meu pescoço.
— Parabéns, superstar, — ele sussurra, sua voz mais rouca do que o
normal e um pouco trêmula. Pensar que ele está tã o emocionado com
isso quanto eu me deixa feliz.
Ele me faz tão feliz.
— Obrigado por estar aqui. — Eu o aperto com mais força quando
ele vai se afastar. — Obrigado por... me trazer aqui.
Quando nos separamos, percebo uma ruga em sua testa e só espero
que ele saiba que nã o estou falando de futebol. Estou falando sobre
isso… Nós.
Seus olhos estã o um pouco injetados, e eu franzo os lá bios. Ele
provavelmente está chapado... como sempre. Mas nã o tenho o direito de
dizer nada... Ainda não, pelo menos. O Avi pelo qual me apaixonei fuma
muita maconha. Nã o é um problema para mim se nã o for um problema
para ele.
— Onde está Bridget? — Eu pergunto, deslizando minhas mã os em
seu peito enquanto colocamos distâ ncia entre nó s.
Eu quero continuar tocando nele... nã o importa quem esteja
olhando. Estou cheio de uma explosã o radiante de confiança, da vitó ria
e de vê-lo agora.
O olhar de Avi cai para o chã o entre nó s, um ar esquivo sobre ele
enquanto ele murmura, — Ela está no meu quarto de hotel
descansando. Ela... nã o estava se sentindo bem. Mas ela provavelmente
vai descer daqui a pouco.
Minha testa franze.
— Oh, tudo bem. Você acha que eu deveria ir ver como ela está ?
— Nã o, nã o.— Ele balança a cabeça. — Esta é a sua festa, baby. Você
precisa estar aqui comemorando ser um campeã o filho da puta da
NCAA. — Seu sorriso se alarga e eu rio.
— Você quer uma bebida? Ou algo para comer? — Eu pergunto,
endireitando a gravata.
Seus olhos se movem para a esquerda e depois para a direita, como
se ele estivesse preocupado com as pessoas nos vendo juntos dessa
maneira; perto, comigo mexendo com ele.
— Avi...— eu sussurro, e ele pisca azul-acinzentado brilhante para
mim. —Eu... eu quero...
— Ei! Olha quem está aqui! — A voz de Guty ressoa, e eu olho para
cima para vê-lo correndo. — Baldwin apareceu para a vitó ria!
— Guty...— Eu bufo, sorrindo, embora eu esteja prestes a dizer a ele
para nã o chamar mais Avi assim.
Mas ele agarra Avi pelo braço e começa a arrastá -lo para longe.
— Eu quero que você conheça meu fam-bam.
Avi me lança um olhar desamparado, e eu rio, seguindo atrá s deles.
Guty leva Avi até sua mã e e seu irmã o, que estã o conversando com Theo
e seu pai.
— Parabéns pela vitó ria incrível —, diz Avi a Guty, espiando Theo.
—Todos vocês… Vocês realmente arrasaram. Nã o estou nem um pouco
surpreso, mas apenas... parabéns. Vocês merecem isso.
— Ei, eles nã o teriam conseguido sem o seu apoio em todos os jogos
em casa! — A mã e de Guty, Liz, diz, dando um tapinha no ombro de Avi.
Nossos rostos se contorcem em confusã o quando Guty pergunta:
— Espere, como você sabia que ele é o mascote?
— Nos conhecemos no jogo —, diz Liz com um sorriso. — Ele estava
sentado na nossa frente. — Seu rosto se inclina para mim. — Com sua
irmã .
— Ah…— Eu aceno com a cabeça, enquanto Guty faz o mesmo, e
Theo apresenta Avi a seu pai.
— Adoro seus movimentos —, diz o irmã o de Guty, Marco, para Avi,
e Avi ri, esfregando a nuca.
Ele definitivamente parece um pouco tenso, mas faz sentido nessa
situaçã o. Isso normalmente nã o é o tipo de coisa que Avi gosta de fazer.
Mas ele está fazendo isso por mim, o que tem formigamento quente
inundando meu peito.
Liz me cutuca, sussurrando:
— Esse é o seu namorado? — Seus olhos se voltam para Avi, os
lá bios curvados em um sorriso ansioso.
Os olhos de Avi se arregalam e ele me encara como se nã o tivesse
certeza do que a faria perguntar isso.
Meu queixo cai, mas antes que eu possa responder, Guty zomba:
— Mamã e! No es su novio. Avi é meio-irmão de Kyran .
Seu rosto fica imó vel, o sorriso desaparece enquanto sua testa
franze em confusã o. Eu posso sentir o calor subindo em minhas
bochechas, e normalmente este seria o momento para eu me recolher,
tossir invente alguma desculpa de merda; alguma mentira que nã o
parece boa, mas ajudará a preservar a imagem de Kyran Harbor que
todo mundo vê.
Mas... eu nã o quero mais fazer isso.
Nã o quero mais mentir.
Chega de se esconder.
— Na verdade...— Eu resmungo, entã o limpo minha garganta,
alcançando a mã o de Avi. Está pegajoso e posso sentir seus dedos
tremendo enquanto passo os meus por eles, puxando-o para mais perto
de mim. — Ela está certa.
— Kyran...— Avi sussurra freneticamente, balançando a cabeça. —
Você nã o tem que fazer isso. Agora nã o…
— Eu faço, no entanto. — Meus lá bios se curvam em um pequeno
sorriso, para que ele saiba que estou bem. Tudo bem. Eu posso fazer
isso. — Eu tenho que. Quer dizer, eu quero...
— Ky, o que está acontecendo? — Theo inclina a cabeça, seus olhos
caindo para Avi e minhas mã os unidas.
Olhando para ele, depois para Guty, respiro fundo enquanto todos
me olham boquiabertos em silêncio. Nã o vou dizer que meu coraçã o
nã o está acelerado, porque está . Mas é bom.
É assim que meu coraçã o dispara no campo. Com milhõ es de olhos e
luzes brilhando sobre mim... Expiro e fico calma. Focado.
Aperto a mã o de Avi.
Diminua a velocidade e deixe que ele te pegue.
— Estamos juntos, — eu falo baixinho, entã o me endireito. — Ele é
meu namorado. Eu sou dele... — Minha voz falha, e eu espio para Avi,
observando seus lá bios se curvarem em um sorriso tímido. — Eu sou o
namorado dele.
— Você é muito mais do que isso, — ele respira, e meu coraçã o pula
quando eu alcanço sua mandíbula.
— Eu sei, — eu suspiro, puxando sua boca para a minha.
beijando-o. O beijando, porra, na frente de todos.
Acho que ouvi Guty suspirar alto e rio na boca de Avi enquanto ele ri
de volta, as mã os deslizando pelo meu pescoço.
— Meu baby —, ele cantarola enquanto nossos lá bios se beijam
apenas o suficiente para parecer uma revelaçã o. Nã o o suficiente para
assustar a merda fora meus companheiros de equipe e suas famílias,
todos que conheço agora estã o olhando para nó s.
— Seu...— eu digo a ele enquanto ele se move para trá s, e pressiono
mais um beijo suave em sua boca porque ainda nã o terminei. Nem
mesmo perto.
— Puta merda! — Guty grita, um sorriso chocado tomando conta de
seu rosto.
— Samson! — Liz o repreende.
— Isso está realmente acontecendo...? — Os olhos de Theo nunca
estiveram tã o arregalados.
— Eu sabia disso! — Guty bate palmas. — Eu sabia que vocês dois
estavam escondendo alguma coisa... Depois do jeito que você brigou
com Ash Holloway na festa!
— Sim, mas você nã o sabia que eles estavam transando —,
resmunga Theo.
— Theodore, — seu pai resmunga, e Theo faz uma careta.
Entã o sua cabeça se inclina para a direita, para onde ainda mais
pessoas estã o se reunindo ao nosso redor, incluindo o treinador
Matthews. Minhas mã os deslizam pelo peito de Avi enquanto as dele
fazem o mesmo, e nos separamos, mas nã o muito. Inclinando-me para
ele, eu ligo meus dedos com os dele, segurando sua mã o novamente,
para que ele saiba que estamos nisso agora.
Nã o importa o que aconteça... somos nó s.
Kyran e Avi… somos reais agora.
O treinador olha para Avi, levantando uma sobrancelha.
— Você nã o poderia simplesmente nos deixar fazer uma festa,
poderia?— Ele zomba, mas posso ver a diversã o em seu rosto, e Avi
mostra a ele um sorriso tenso, encolhendo os ombros.
O treinador olha para a multidã o, seus olhos se demoram por um
momento, antes de se concentrarem em mim.
— Talvez precisemos conversar em particular, Harbor...
Eu aceno, engolindo em seco.
— Eu entendo isso, treinador. Eu sei como isso parece, mas eu... eu
nã o me importo. — Eu endireito meus ombros, travando meu olhar
confiante com o dele. — Agora, só quero comemorar a vitó ria com
meus amigos. E meu namorado.
Seus olhos se estreitam para mim. Mas entã o ele acena com a
cabeça, deixando escapar um suspiro.
—Sim. Você merece isso. — Girando, ele acena com a mã o para a
multidã o, enxotando as pessoas. — Tudo bem, vamos dar um pouco de
espaço à s crianças.
Um monte de meus companheiros de equipe ainda estã o olhando,
sussurrando uns para os outros. Eu definitivamente ouço a palavra
meio-irmão algumas vezes, e OnlyFans mais do que algumas. Mas eu
ignoro tudo, puxando Avi junto, até uma mesa para que possamos nos
sentar.
Naturalmente, Guty nos segue.
— Seus pais sabem? — Ele pergunta, sentando-se no assento ao
lado de Avi que eu ia sentar. Avi sorri, e eu rio, balançando a cabeça
enquanto o contorço para sentar do outro lado.
— Ninguém sabe, — Avi murmura, dando-me um olhar como se eu
fosse louco por ter jogado esta bomba, logo apó s ganhar o maldito Rose
Bow. Ok, sim, eu posso ser um pouco psicopata. — Exceto a irmã de
Frankie e Ky.
— Você acha que eles vã o enlouquecer? — Guty pergunta.
Mas eu respondo:
— Eu nã o me importo —. Chegando mais perto de Avi, descanso
minha cabeça em seu ombro.
Porque finalmente estou calmo. É como uma dose de serenidade,
estar com ele assim. Ao ar livre e sem se importar. Transparência doce e
pacífica.
O sorriso de Guty nada mais é do que apoio. Honestamente, ele
parece muito feliz por nó s, e é um grande alívio. Ele se inclina para mais
perto e sussurra: —Você é Not Your Baby?
Avi ri enquanto coloco meu rosto em seu peito, balançando a
cabeça.
— Meu cliente se abstém de responder a quaisquer outras
perguntas—, ele brinca, esfregando minhas costas.
Naquele momento, Theo se aproxima e se joga no assento ao lado de
Guty com uma respiraçã o tensa e uma garrafa na mã o.
— Alguém mais quer ficar bêbado?
Olhando para Avi, eu mordo meu lá bio ao ver seu doce sorriso.
Ainda parece um pouco tenso, e há algo preocupante em seus olhos que
eu nã o consigo identificar. Mas ele parece feliz, com os dedos correndo
pelo meu cabelo.
— Posso ir tomar um drinque —, diz ele a Theo, que está servindo
bourbon nos copos de á gua sobre a mesa.
Theo vai entregar a ele um copo, mas ele o puxa de volta antes que
Avi possa pegá -lo.
— Vocês dois ficaram na minha festa? — Ele ergue uma
sobrancelha.
Avi lança um olhar inocente que eu vejo através dele.
— O que faria você pensar isso?
— Bea disse que deixou vocês dois sozinhos no banheiro. — Ele
sorri, depois ri. — E parecia que Ky estava prestes a matar você.
— Sim, nã o. Ele totalmente chutou minha bunda. — Avi sorri e Guty
ri.
— Certo. — Theo sorri. — Tenho certeza que a bunda estava
envolvida de alguma forma.
Avi engasga em falsa indignaçã o enquanto eu cacarejo e Guty grita.
Nó s quatro bebemos um pouco, conversando e rindo. Mais
companheiros de equipe vêm para tirar fotos e comemorar nossa
grande vitó ria. E alguns deles parecem um pouco desconfortáveis. Mas
a maioria deles está agindo normalmente; sorrindo e apoiando. Claro,
eles nã o vã o parar de bisbilhotar incessantemente Avi para obter
detalhes sobre os OnlyFans, mas acho que isso é de se esperar. Já que
ele é o desgraçado rei do pornô de BC.
Mais do que tudo, estou apenas sem peso. Como se milhares de
libras tivessem sido tiradas de meus ombros. Estou bem com a
realidade de que nem todo mundo vai me aceitar como eu sou e
entendo que terei que responder a perguntas sobre a natureza do meu
relacionamento com Avi, já que ele é meu meio-irmã o. Mas nada disso
importa quando suas mã os estã o em mim em pú blico.
Aquela bolha de intimidade privada que construímos ao longo de
meses ficando em segredo agora está aberta. Ele nos envolve,
mantendo-nos juntos e isolados de todas as pessoas.
É fascinante… em uma sala lotada, ainda somos Backwardz_Cap e
Not_Your_Baby. Só com roupa.
À medida que a noite avança, a equipe fica mais turbulenta. E,
eventualmente, Guty e Theo anunciam que querem fazer o inferno em
outro lugar.
— Vamos tirar fotos no quarto do hotel enquanto decidimos para
onde ir. — Guty me cutuca repetidamente.
Rindo, eu olho para Avi, que está me observando cuidadosamente
com olhos estudiosos. Ele está olhando para mim assim a noite toda, e
eu realmente nã o sei de onde isso está vindo.
É como se ele estivesse tentando ler cada centímetro de mim para
ter certeza de que estou bem.
— Ok. — Lanço um rá pido olhar para Avi e aceno para Guty. — Te
encontro daqui a pouco.
— Oh Deus... você vai transar, nã o é? — Guty geme e Avi ri.
Theo vira sua bebida de volta, com o rosto todo corado. Há algo
acontecendo com ele, mas nã o posso me preocupar com isso agora.
Porque sim ... eu realmente quero transar.
— Nã o é da sua conta, chile. — Eu pisco para Guty, agarrando Avi
pelo braço e puxando-o comigo.
Guty provaca Theo:
— Eles vã o ser gays juntos —, e Theo tosse em sua bebida enquanto
Guty cai na gargalhada.
— Seus amigos sã o quase tã o ridículos quanto os meus, — Avi
murmura enquanto saímos da sala, caminhando rapidamente pelos
corredores até o elevador mais pró ximo.
— Nã o é uma competiçã o, baby, — eu provoco.
Apertando o botã o do elevador um milhã o de vezes, estou vibrando.
Impaciente e precisando ficar sozinho com ele agora antes de entrar em
combustã o. Depois de tudo... O jogo, e entã o aparecer na frente de todo
o time, sem contar o quã o duro eu sou, nã o tendo o pau dele em mim há
muitos dias... Eu realmente vou ter que me concentrar em nã o vindo
muito cedo. Porque estou precisando desesperadamente de uma dose
lenta agora.
A forma como seu corpo alivia tudo dentro de mim, toda a minha
inquietaçã o e incerteza. Ele literalmente fode meus problemas.
— Uau, baby, — Avi ri quando o elevador apita e eu o empurro para
dentro. — Você está tã o nervoso para mim?
Assentindo, eu o aproximo enquanto as portas se fecham. E estamos
sozinhos, com tempo suficiente para eu empurrá -lo contra a parede e
beijar seus lá bios como um animal selvagem.
— Eu nã o posso evitar, — eu respiro entre chupar sua boca,
alimentando-o com minha língua enquanto minhas mã os correm por
toda parte, saboreando as inclinaçõ es e curvas de mú sculos duros que
posso sentir através de suas roupas. — Você nã o me fode há tanto
tempo, Avi... Estou tendo abstinência.
— Eu sei. — Ele agarra minha bunda com força em dois punhados
que me fazem grunhir entre seus lá bios. — Eu deveria ter te fodido
depois daquela dança na outra noite…
— Sim...— eu sussurro. — Você devia ter. Ah, e PS... estou usando
algo especial para você. — Eu sorrio e ele cantarola.
— Mmm... é melhor que seja meu presente de Natal. — Seus dedos
cavam em minhas bochechas, e eu estou tremendo.
— Bunda nua pronto para você, baby, — eu provoco.
A maneira como ele rosna está me matando .
As portas do elevador se abrem enquanto ainda estamos batendo as
patas um no outro, e nos forçamos a nos separar, correndo pelo
corredor até o quarto dele.
— Foda-se... Bridget, — eu respiro enquanto ele pesca a chave do
quarto em seu bolso, manobrando em torno de uma ereçã o ó bvia.
Ele me lança um olhar rá pido e nervoso, abrindo a porta e olhando
para dentro.
— Bridget? — Eu chamo, andando em busca de qualquer sinal da
minha irmã . Mas nã o parece que ela está aqui. — Pontes do Condado de
Madison?
— Esses apelidos sã o insanos. — Avi ri, e eu sorrio para ele.
— Ela deve ter saído...— Eu mordo meu lá bio, passeando até ele
lentamente. Minhas mã os deslizam por seu peito, ao redor de seus
ombros enquanto roço minha virilha contra a dele. Inclinando-me para
perto de sua orelha, eu bato no ló bulo com minha língua. — Cama.
Agora por favor.
— Baby...— ele resmunga, quase hesitante, e eu simplesmente nã o
consigo entender por que ele está agindo de forma retraída e nervosa.
Na festa, claro. Isso fazia sentido. Mas agora? Estavam sozinhos.
Sozinho é a nossa coisa.
Avi nunca é reservado quando estamos sozinhos. Mas agora, é como
se ele estivesse se afastando.
Suas mã os seguram meu queixo e ele olha profundamente nos meus
olhos por um momento, o peito se movendo com respiraçõ es visíveis.
Ele está procurando por algo em meus olhos...
Isso me faz desviar o olhar.
— A menos que você nã o queira…
— O que? — Ele resmunga enquanto me afasto dele, virando as
costas porque nã o quero que ele olhe mais para mim daquele jeito.
Como se ele soubesse que até meus momentos mais felizes sã o
marcados por uma fragilidade subjacente.
— Eu coloquei muita pressã o em você lá embaixo, ou algo assim? —
Eu esfrego a parte de trá s do meu pescoço, balançando a cabeça.
Estúpido idiota…
Eu não sei como ficar com um cara. Eu acho que deveria estar
jogando mais frio?
Avi pisa nas minhas costas e me gira.
— Nã o. Absolutamente não. — Eu tento desviar o olhar novamente,
mas ele agarra meu rosto. — Ei... eu te amo. Kyran, estou tã o orgulhoso
de você pelo que fez lá . Eu te amo tanto por fazer isso. Só quero ter
certeza de que nã o está indo rá pido demais para você. Quero dizer,
Kyran de algumas semanas atrá s nunca teria me beijado na frente de
seus companheiros de equipe e seu treinador…
— Eu nã o quero ser o Kyran de algumas semanas atrá s, — murmuro
baixinho. — Eu quero ser o Kyran que sou quando estou com você. O
verdadeiro Kyran... que nã o tem mais medo
Avi faz beicinho e depois morde o lá bio por um momento. Nã o
consigo distinguir o que há de diferente entre nó s... Mas há algo , e isso
está me dando nó s.
Deveríamos ter ficado em segredo? Estraguei tudo de novo??
Mas antes que eu possa deixar as dú vidas continuarem crescendo,
Avi afrouxa a gravata, passando pela cabeça e a arremessando. Entã o
ele desabotoa a camisa, lambendo os lá bios enquanto nossos olhos se
fundem em desejo.
Tirando minha jaqueta, começo a me despir com ele, os ú nicos sons
na sala sã o o farfalhar de roupas saindo e nossas respiraçõ es libertinas
mú tuas.
— Estou com tanta fome de você…— ele sussurra, trabalhando no
meu cinto e nas minhas calças enquanto tiro minha camisa.
— Por favor, nã o pare. — Eu me aconchego nele, agarrando seu
cabelo enquanto meus lá bios roçam sua garganta.
— Nã o pare o que...? — ele murmura. A maneira como seus dedos
deslizam lentamente meu cinto pelas presilhas faz meu pau doer contra
o dele.
— Qualquer coisa... Tudo ,— eu respiro. — Apenas nã o pare, Avi.
— Eu nã o vou parar, baby —, ele sussurra.
Meu telefone faz um barulho no meu bolso, e eu paro de chupar e
morder seu pescoço para checar.
— Pode ser Bridget. Só quero ter certeza de que ela está se sentindo
bem.
Seus olhos estã o terrivelmente redondos enquanto ele me observa
verificando o novo texto. É da Bridget.
No segundo em que leio, o mundo inteiro desacelera, cacarejando e
engasgando como um motor ficando sem combustível.
O medo aperta o interior do meu peito enquanto meus olhos
deslizam lentamente de volta para Avi.
Ele está realmente mordendo o lá bio, embora faça uma pausa longa
o suficiente para murmurar:
— É ... ela? — Minha cabeça se move em um aceno sutil. — O que ela
disse…?
Ele está olhando para mim, os olhos brilhando algo que eu nunca vi
nele antes. Algo que eu nunca quis ver nele...
Algo que eu só vi de um punhado de pessoas.
Oh meu Deus... Ele sabe, porra .
Ele sabe.
Minhas pernas querem ceder, os joelhos batendo e meus dedos
tremendo enquanto consigo balbuciar as palavras:
— Ela disse... me desculpe por ter contado a Avi. — Minha
mandíbula aperta e meu olhar cai de volta para o telefone para ler sua
mensagem, palavra por palavra. — Por favor, nã o o culpe. É minha
culpa. Ele merece saber. Eu te amo tanto, Kyran... eu só preciso que você
seja...— E eu paro antes de dizer a palavra, — Ok.
A pressã o em meu crâ nio está embaçando minha visã o enquanto
meu telefone escorrega de meus dedos para o chã o com um baque. Eu
recuo lentamente.
— Kyran... Por favor, — ele diz, suavemente, como alguém que está
tentando impedir um ataque de um psicopata perverso. — Vamos
apenas conversar sobre isso. Podemos conversar sobre isso…
— Falar de quê…? — Eu murmuro, cobrindo meu rosto com as
mã os, recuando mais. — Nã o há nada para... falar.
Minhas pernas batem no sofá e eu caio sobre ele. Avi se aproxima,
ajoelhado no chã o diante de mim. Mas nã o consigo olhar para ele.
Eu não quero.
— Baby, apenas me ouça, ok? Ouça o que estou dizendo... — Suas
mã os agarram minhas coxas e ele as esfrega com os dedos. — Isso nã o
muda nada. Nada é diferente entre você e eu. Eu só ... eu só me preocupo
com você, só isso.
— Eu nã o tenho ideia do que você está falando...— Eu choramingo
em minhas palmas, respirando mentiras em todas as linhas do meu
roteiro.
— Kyran, me desculpe —, ele suspira. — Sinto muito por ter
descoberto por Bridget, e nã o por você. Baby, eu entendo porque você
nã o quis me contar, mas estou tentando te dizer que isso nã o importa.
Eu simplesmente amo você e quero que se sinta seguro comigo.
Minhas mã os se afastam rapidamente do meu rosto e eu o encaro.
— Por que eu nã o me sentiria seguro com você?? Você está falando
sério?! E daí, só porque... Você acha que sabe sobre algo que minha irmã
lhe contou que aconteceu, isso significa que agora sou uma criança
frá gil e ferida?!
Ele pisca, atordoado, como se nã o tivesse ideia do que dizer.
Eu odeio isso. Eu odeio isso!
Esse! É por isso que eu não queria que ele soubesse, porra!
Porque agora ele está me olhando assim.
— Eu usei as palavras erradas, — ele murmura, balançando a
cabeça. — Eu fodi tudo. Ok? Nã o foi isso que eu quis dizer. Eu quis dizer
que quero que você se sinta à vontade para falar comigo. Se você
quiser! Só se você quiser. É isso…
Minha cabeça nã o para de balançar para frente e para trá s, meus
olhos encontrando qualquer coisa na sala para olhar além de seu rosto.
— Baby, me escute...— Avi rasteja até o sofá , montando em meus
quadris. Sentado no meu colo, ele agarra meu rosto, forçando meus
olhos nos dele. —Eu te amo, Kyran. Eu te amo pra caralho, e isso nunca
vai mudar. Nã o importa o que aconteça, nã o importa o que eu saiba
sobre você... Baby, você é tudo para mim. Você é a ú nica pessoa que eu
já amei desse jeito. Você sabe o quã o especial isso o torna?
A espessura da minha garganta está dificultando a ingestã o. Minha
mente está correndo com pensamentos sobre o que ele deve estar
pensando... O que minha irmã deve ter dito a ele.
Nã o sei quais detalhes ele conhece, ou o quanto ela disse, mas de
qualquer forma, é demais. Eu me sinto um idiota por pensar que
poderia ser feliz, em um relacionamento com alguém…
Eu deveria saber. Eu não mereço ser feliz com ele.
— Kyran, — ele cantarola, e eu pisco com força. — Fale comigo.
Apenas me diga que você está bem…
— Pare de me tratar diferente, — eu choramingo com lá grimas
ameaçando sair das minhas ó rbitas. — Pare de olhar para mim. Eu nã o
quero que você veja o quã o quebrado eu estou…
— Você não está quebrado. — Ele se move em cima de mim, seus
movimentos quase em pâ nico com o quanto ele está tentando provar
isso para mim. — Você é a pessoa mais durona que eu já conheci. Você
está brincando comigo? Você acabou de ganhar a porra do Rose Bowl.
Você fez, Kyran Harbor. Você acabou de aparecer na frente de toda a sua
equipe, como um chefe. Sem foda para dar. Se você está quebrado, entã o
todos nó s deveríamos estar tã o fodidamente quebrados, porque
caramba, Kyran... você é incrível.
Meu coraçã o está pulando como um louco. Eu quero acreditar no
que ele está dizendo... eu quero.
Mas agora que sei que ele sabe, é como se tudo tivesse mudado. Nã o
consigo parar de sentir que ele está me mimando agora, e eu odeio isso.
Esta é a minha maldiçã o, meu fardo infinito que aquele maldito
canalha me carregou. Como se nã o bastasse... O que ele fez comigo. E
agora eu tenho que andar assim pelo resto da minha vida, ou me
segurando na verdade, ou me preocupando que as pessoas que sabem
me olhem como uma vítima.
Eu nã o sei o que fazer, entã o eu aceno lentamente, engolindo e
engolindo como se estivesse com medo de vomitar.
— Baby... você está aqui comigo? — Avi sussurra, passando os dedos
pelo meu cabelo.
Eu aceno novamente. Mas eu nã o posso falar.
— Eu te amo, — ele respira, selando-se a mim com seus lá bios em
meu ouvido.
Nossos peitos batem juntos, e isso move meu pau, me lembrando do
quanto eu queria ficar nu com ele antes que meu passado estú pido
aparecesse para arruinar tudo.
A língua de Avi roça o ló bulo da minha orelha, e entã o ele a suga
entre os lá bios, cantarolando enquanto sua ereçã o se arrasta na minha
através de nossas calças.
— Diga o que você quer agora...— Ele se contorce em mim. —
Qualquer coisa na porra do mundo, e eu vou fazer isso por você, lindo.
Você pode voltar no tempo, Aviel?
Estou tã o fodidamente dividido. Parte de mim está arrasada, mas a
outra parte só quer aquele sexo gostoso que só ele me dá ... tanto que
nem consigo pensar.
— Podemos... ir para a cama? — pergunto, me forçando a passar por
ela, lutando para ignorar a verdade que paira sobre nó s como uma
nuvem de chuva.
Ele acena com a cabeça e sai de cima de mim, me pegando pela mã o.
Ele me puxa para ficar de pé, levando-nos até o quarto de sua suíte de
hotel, apenas me soltando para enfiar as calças nas pernas.
Rastejando para a cama, ele se ajoelha, em nada além de sua cueca
boxer preta, parecendo tã o fodidamente sexy, meu pau está
empurrando contra a frente da minha calça social. Avi desliza a língua
sobre seu lá bio inferior carnudo e rosado, observando-me timidamente
me aproximar até chegar à beira da cama. Entã o seus dedos lentamente
empurram minha calça já desabotoada para baixo sobre a minha bunda,
maravilhada com a jockstrap que estou usando... O presente que ele me
deu no Natal.
Eu nã o consigo nem aproveitar... porque estou muito confusa.
Eu fungo, engolindo a emoçã o e a dú vida, reunindo forças para
perguntar a ele: —O que Bridget disse a você... exatamente?—
O rosto de Avi salta para o meu, dando-me um olhar nervoso
enquanto tiro os sapatos e tiro a calça.
—Baby, nó s nã o temos que fazer isso…— ele diz calmamente.
Meus dentes rangem juntos. —Apenas diga, Avi. Diga as malditas
palavras.
Avi parece um Avi que nã o conheço. Triste, com raiva,
desconfortável... Tantas coisas que nã o sã o o Avi pelo qual me
apaixonei, e isso está me destruindo. Eu fiz isso com ele.
Eu o arruinei com a minha verdade.
O monte é sua garganta balança antes de murmurar:
— Ela me contou sobre a vez que encontrou você no banheiro
quando você tinha doze anos...
Minhas sobrancelhas se fecham e engulo um gemido. Posso ver
aquele dia... ainda posso vê-lo, como se tivesse acontecido há apenas
cinco minutos.
Passei toda a manhã e a tarde em meio a uma névoa. Meu corpo
estava dolorido em vá rios lugares, mas eu mal percebi porque me
sentia dormente. Como uma casca sem vida se arrastando ao longo do
dia.
Fizemos as malas e deixamos o acampamento, e a mã e do meu
amigo Rob me deu uma carona para casa. Subi as escadas, tirei a roupa
e fui imediatamente para o banheiro. Liguei o chuveiro e me olhei no
espelho por alguns minutos. Mas eu nã o me reconheci.
Este não é você…
Este não é o seu corpo.
Quem é essa pessoa??
Quando entrei no chuveiro, tudo começou a nadar e acho que
desmaiei por um segundo, que foi o que fez Bridget irromper no quarto.
Ela me vestiu e me levou para o quarto dela. Cheirava a essa vela...
A vela Avi.
Ela me envolveu em seu edredom e me segurou enquanto eu tremia
e sussurrava...
— Algo aconteceu.
— Kyran. — Avi desliza seus dedos nos meus, trazendo minha mã o
sobre seu coraçã o. — Lembre-se do que eu disse, ok? Você pode me
dizer o que quiser, ou você nã o pode me dizer merda nenhuma.
Podemos ficar aqui nesta cama juntos, ou você pode pegar meu corpo e
usá -lo da maneira que quiser. Podemos pedir sushi, ou podemos assistir
Os Infiltrados ... Estou te dizendo, eu te amo, Kyran Harbor. Qualquer
coisa no mundo que você quer, eu darei a você. Mas nã o apenas agora...
Sempre.
Meu coraçã o incha, bombeando através de suas partes fracas e
doentes com o puro amor deste homem. Este homem que é
tecnicamente minha família..., mas que me ama de uma forma que
minha pró pria família nunca amou. E entã o alguns.
Ele me ama como um irmã o e um amigo. Ele me ama como o
namorado que eu nunca pensei que poderia ter, porque achei errado.
Avi Vega é tudo que eu sempre precisei…
Eu só queria não poder dizer que ele me vê de forma diferente agora.
Ajoelhado na cama, agarro seu rosto e o beijo lentamente, me
reclinando e o puxando para cima de mim. Avi afunda em mim,
acomodando seu corpo grande e quente entre minhas pernas e
esfregando seu pau no meu através do material de nossas cuecas.
Eu o quero tanto agora. Tudo que eu quero, no mundo, é que ele me
foda do jeito que tem feito. Como se os fãs estivessem assistindo…
Nossos beijos estã o esquentando, bocas gananciosas e línguas
curiosas tentando e provocando enquanto ele desliza sua cueca para
baixo e a tira. Ele espia entre nó s para admirar a visã o de mim no atleta,
meu pau duro esticando e empurrando contra ele. Seus dedos deslizam
sobre meu pau, agarrando e apertando enquanto eu gemo.
— Senti falta desse pau grande e doce —, ele resmunga em minha
boca. —Tã o grande que o atleta mal consegue conter você, baby.
Eu choramingo enquanto ele continua a brincar comigo, provocando
minha ereçã o até que meus quadris se levantem para mais. Avi puxa o
material de lado, liberando meu pau ansioso. Entã o ele pressiona o dele
contra o meu. E quando nossos paus se tocam, nó s dois gememos, a
mã o de Avi circulando-os e puxando-os juntos.
— Um pau tã o grosso e bonito, — ele suspira, os dedos brincando
com a pele ao redor da minha cabeça. — Senti falta de como vaza para
mim quando faço isso…
Ele usa o polegar para provocar minha ponta toda vez que ela
empurra para fora, e eu estremeço, pulsos de pré-sêmen pingando de
mim por todos os dedos. Usando a mã o esquerda, ele empurra a cabeça
gorda de seu pau até onde o meu está aparecendo. E entã o ele enfia no
meu prepú cio, como se estivesse alimentando seu pau com o meu.
Sua cabeça inclina para trá s e ele geme, realmente esfregando-os
juntos, como uma gangorra de prazer antes de desistir, inclinando-se e
levando meu pau em sua boca.
Ele está apaixonado pelo meu pau sem cortes... Acho que é seguro
dizer que Avi sempre teve uma queda por isso, mas a maneira como ele
enfia a língua dentro e realmente gira ao redor me faz revirar os olhos.
Ele é quase brutal com a forma como estica a pele para trá s com os
lá bios, enfiando a língua e girando em torno da minha cabeça inchada,
chupando e chupando como se quisesse colocar toda a boca dentro.
Meus dedos dos pés estã o enrolando, os dedos entrelaçados em seu
cabelo enquanto ele mó i seu pau driblando toda a minha coxa.
— Avi... B-baby...
— Fale comigo, lindo —, ele fala entre espetar a língua na pele ao
redor da minha cabeça. — Use sua boca imunda para me dizer como
você quer.
— Foda-se...— Minhas costas arqueiam, sentindo um orgasmo já
chegando. Entã o eu o interrompo puxando seu cabelo. Ele sai do meu
pau com um gemido. — Eu quero seu pau em mim... Por favor.
— Sim? — Ele se recosta, jogando o cabelo bagunçado para o lado.
—Como?
Alcançando a mesa de cabeceira, ele pega um tubo de Astroglide,
olhando para mim enquanto meu peito estremece.
— Empurre devagar, — eu sussurro, e ele morde o lá bio, molhando
os dedos e esfregando em todo o pau. Meus olhos estã o presos nesse
pedaço longo e inchado dele enquanto eu murmuro: — Eu quero sentir
a curva daquela cabeça rosa de pelú cia em cada centímetro do meu
interior... Todas aquelas veias. Deixe minha bunda engoli-los inteiros.
Os olhos de Avi se fecham e ele solta um suspiro trêmulo. Abrindo
bem as pernas, levanto um pouco os quadris, oferecendo-lhe meu
corpo, porque quero que ele o tenha. Eu preciso ter certeza que ele
sabe... eu sou dele. Porque eu quero ser.
— Baby, você é tã o lindo, — ele respira, passando as mã os pelas
minhas coxas, depois pelos meus quadris, acariciando todos os
mú sculos do meu torso. Ele agarra meus quadris com força, me
arrastando para mais perto dele. Eu suspiro, e ele rosna, ajoelhando-se
entre minhas pernas e esfregando-se em mim para que nossas bolas se
esfreguem. Ele cai em cima de mim, beijando meus lá bios enquanto
posiciona seu pênis entre minhas bochechas através da abertura em
minha calcinha. — Nada nunca me deixou tã o duro quanto saber que
posso te foder, Kyran Harbor.
Cílios tremulando, eu inclino para trá s enquanto ele beija e belisca
minha garganta, nossos corpos pressionados juntos enquanto ele enfia
seu pau liso na minha bunda, cutucando suavemente.
— Deixe-me entrar neste buraco doce e apertado, baby —, ele
respira, e eu choramingo. Minhas mã os estã o sobre seus ombros e em
seu cabelo, e ele agarra uma delas, entrelaçando nossos dedos. — Você
me ama, nã o é?
— Eu te amo tanto —, eu engasgo, relaxando apenas o suficiente
para ele entrar no tú nel.
E eu ronrono um som trêmulo, intoxicado pela queimaçã o dele
entrando em mim.
— Oh foda-se, Kyran, sinta…— ele fala, empurrando mais,
lentamente, assim como eu pedi, esticando meu corpo aberto para ele.
É eufórico o modo como ele incendeia todo o meu corpo como o risco
de um fó sforo. — Sinta meu pau amando sua bunda…
— Mmm F-fodaaa, Avi… Sim. Sim, baby, é um bom...pau — Nã o tenho
ideia do que estou dizendo, tudo que sei é que é exatamente disso que
estou perdendo.
Ele dá aquela risada sexy e gutural, passando a língua sobre meus
lá bios.
— É um bom pau?
Eu aceno rá pido.
— Um pau muito bom pra caralho...
Desde a ú ltima vez que estivemos juntos, só pensei em fazer isso de
novo. Na verdade, a cada segundo de cada dia desde a primeira vez que
ele me fodeu, tudo que eu queria era senti-lo em mim assim... Me
bombeando com aquela pontada dolorosa de êxtase que roça em meu
ponto sensível e envia ondas de estrondo. trovejar através de meus
lombos.
Ele mal está na metade e eu sinto que poderia gozar. Porque eu amo
esse sentimento... Quer eu deva ou nã o, eu nã o me importo. É uma
totalidade, conclusã o. Estou completo quando ele me fode na bunda.
Avi está gemendo e ofegando em cima de mim, indo devagar,
alimentando com seus centímetros de cabelo caindo em seu rosto. Eu
levanto minha mã o livre e seguro sua mandíbula, puxando sua boca na
minha para que eu possa gritar seu nome entre seus lá bios doces e
macios.
Ele faz todo o caminho para dentro, a pele quente de sua pélvis, com
aquele sexy V de mú sculos batendo contra minhas bolas onde ele as
tem penduradas para fora da minha cueca. E minha cabeça pisca algo
para mim... uma consciência, flutuando de volta à superfície.
Mas eu me afasto rapidamente, mordendo seu lá bio inferior.
— Só você, Avi…
— Você é só meu, Kyran Harbor, — ele sussurra de volta
imediatamente, movendo seus quadris para perfurar minha pró stata
com aquele mú sculo quente e só lido como rocha.
Meu corpo inteiro estremece. Meu estô mago aperta e meus dedos
dos pés se enrolam em minhas meias.
— Uhhmmm foda, foda, foda, foda...— Eu gaguejo quando meu pau
dispara e eu começo a gozar.
Já. Depois de uns dois segundos.
— Oh, baby, isso é tã o sexy. — Ele move seus quadris apenas o
suficiente, deixando-me apertar seu pau repetidamente enquanto meu
pau espirra sêmen entre nó s. — Você nã o pode deixar de gozar com
meu pau em você, hein, baby? Você vem tã o bem comigo em você…
— C-continue,— eu gaguejo, batendo minha mã o em sua bunda. —
Continue me fodendo. Faça-me c-gozar de novo.
Avi rosna, deixando cair sua boca em minha garganta, mordendo e
chupando enquanto seus quadris se movem, acariciando seu pau em
mim enquanto a euforia de um orgasmo inesperado desaparece. Parece
muito no começo. Estou todo sensível, meu pau amolece um pouco
enquanto ele me penetra.
Mas suas estocadas me constroem de volta. Sua boca desce até meu
peito e ele chupa meus mamilos, lambendo todo o esperma que
consegue alcançar.
— Como se você pensasse que eu nã o posso. — Ele pega o ritmo
com uma curva obscena em seus lá bios. — Vou fazer você gozar tantas
vezes que nã o vai conseguir andar amanhã .
— Foda-se, Avi,— eu resmungo com a voz rouca, levantando meus
quadris para que ele possa realmente me bater. — Baby, eu amo como
você me fode. Foda-me para sempre…
— Você me deixa louco, coisa linda, — ele resmunga, o ritmo
aumentando constantemente a cada impulso até que ele está
balançando em mim com tanta força que o colchã o está se movendo. —
Eu nunca quis nada tanto quanto eu sempre quis você…
Meu pau já está se enchendo rapidamente, endurecendo e inchando
com a sensaçã o de seu abdô men deslizando sobre ele. Levantando
meus quadris, envolvo minhas pernas em volta de sua cintura e me
agarro a ele. Nossos corpos estã o suando juntos, mú sculos tensos,
grunhidos e gemidos e o tapa de sua pele contra a minha nos fazendo
uma serenata em uma mú sica obscena.
Meu corpo está se contorcendo novamente e, a julgar pela maneira
como ele está agarrando o edredom e perfurando-me, cada vez mais
forte, eu diria que ele provavelmente está perto de gozar.
Sua testa cai na minha, nossos lá bios pairando.
— Avi...— Eu ronrono seu nome.
— Kyran, — ele choraminga como se estivesse prestes a explodir.
— Eu quero mais...— Pego sua mã o e a movo para baixo. — Na
minha bunda. Eu quero ainda mais de você em mim…
— Você é tã o quente, baby —, ele sussurra, deslizando lentamente
os dedos para baixo para onde estamos unidos. — Você quer dizer
aqui...?
Concordo com a cabeça rapidamente, ficando fora de mim com a
necessidade. Eu só quero muito mais agora, e nem consigo entender. Eu
quero seu corpo inteiro dentro de mim.
— Se dó i, diga-me para parar, — ele respira, traçando um círculo ao
redor de seu pau enquanto ele me abre.
Mas acho que quero que doa. Eu quero mais da queimadura, e eu
quero isso dele. Ele é o único…
Avi pega o lubrificante e esguicha mais nos dedos, depois murmura:
— Relaxe seus mú sculos, baby…
Minha cabeça está girando fora do meu corpo enquanto ele toca seu
pau com os dedos molhados, provocando onde ele está deslizando para
dentro e para fora. E eu o amo ainda mais agora por como ele está
apenas sendo Avi.
Ele não é diferente. Ele ainda me ama e não está sendo mole comigo.
Ele está me dando o que eu quero, assim como ele disse que faria.
Os dedos de Avi cutucam para mim, tentando se esgueirar para
dentro com seu pênis. Mas nã o é imediato. Nem mesmo perto. Demora
um pouco, e mesmo assim, nã o parece que vai funcionar até que ele se
incline para trá s, levantando meus quadris ainda mais alto, de modo
que minha bunda está descansando em suas coxas.
Minhas pernas estã o no ar, panturrilhas em seus ombros. É a
posiçã o mais vulnerável em que já estive com ele... Ter meus pés na
altura de sua cabeça.
Mas entã o ele inclina o rosto para a esquerda e beija minha
panturrilha. E algo sobre isso me acalma. A maneira como ele é tã o
íntimo, mesmo quando estamos sujos assim... me faz derreter.
E entã o seus dedos deslizam para dentro de mim. Dois deles. Com
seu pau.
— Ohh... oh foda-se, Avi. B-baby…— Eu choramingo, e ele geme,
beijando minha perna um pouco mais.
— Maldiçã o... foda-se, isso é incrível. Você gosta de ser recheado por
mim, baby?
— Sim... foda-se sim. Mais...
— Mais?
— Mais um…
— Ok... Mais um na sua boceta quente e apertada.
— Foda-se! Avi, foda-me... — Estou engasgando, gritando, ofegando
e falando alto demais.
Seus dedos me abrem enquanto seu pau bombeia para dentro e
para fora, levando meu pró ximo orgasmo até a superfície.
— Eu vou gozar em você, Ky, — ele choraminga, segurando e
puxando o có s elá stico da minha jockstrap com a mã o livre enquanto
ele se move em estocadas constantes entre as minhas pernas. — Vou te
encher profundamente…
— Me encha —, eu suspiro.
E é isso. Fim de jogo para Avi.
Seus olhos se fecham, mordendo o lá bio inferior para conter os
soluços. Eu o sinto explodindo dentro de mim, seu pau inchando e
latejando enquanto ele bombeia seu esperma profundamente em meu
corpo.
Eu amo vê-lo gozar... A forma como seus mú sculos se contraem e a
forma como seus lá bios tremem enquanto ele está cantando meu
nome... A forma como seus quadris desaceleram apenas o suficiente
para realmente sentir como se ele estivesse trabalhando em mim.
— Você é tã o fodidamente sexy, — eu sussurro, e ele puxa os dedos
da minha bunda, provocando um suspiro em meus lá bios.
Eles estã o todos lisos e brilhantes com lubrificante e seu esperma. E
ele os traz até meu pau, enrolando o punho em torno da minha ereçã o e
me acariciando com as lentas batidas de seus quadris.
— Volte para mim, baby. Eu preciso que você... goze de novo. — Ele
cai sobre mim, beijando meus lá bios.
— Estou quase... l-lá . — Eu beijo as palavras em sua boca, e ele
geme.
— Diga primeiro, Kyran.
— Eu... eu te amo, — eu choramingo, movendo meus quadris para
frente e para trá s, fodendo seu punho e cavalgando contra seu pau,
perseguindo meu pró ximo orgasmo que está tã o perto . — Eu te amo,
Avi Vega.
— Mmm... eu te amo tanto, Kyran Harbor.
O clímax acelera. Ele atinge o pico e quebra, fazendo-me cair mais
uma vez. Meu pau dispara mais esperma em meu abdô men enquanto
Avi o acaricia, desabando sobre mim enquanto respiramos e nos
abraçamos, coraçõ es martelando em nossos peitos.
estou com calor. Quente em todos os lugares… E tranquilo, de um
jeito que só o Avi pode me fazer.
Ver? Isso é específico para ele.
Ele é o único. Ele é o primeiro, e o ú nico.
Sacudindo minhas incertezas persistentes, observo Avi com olhos
sonolentos enquanto ele sai de mim, massageando minhas pernas e
meus quadris, olhando hipnotizado para o que eu acho que é seu
esperma escorrendo da minha bunda. Entã o ele se deita na cama ao
meu lado com um zumbido, envolvendo os braços em volta da minha
cintura para me puxar para ele.
— Outra confusã o? — Eu respiro, aninhando-me em sua frente,
pressionando beijos suaves em seu esterno.
Ele ri.
— Você sabe que somos muito bagunceiros. — Um sorriso fá cil se
instala em meus lá bios enquanto seus dedos acariciam meu cabelo. —
Kyran… hoje foi incrível, amor. Estar com você é como um sonho se
tornando realidade, e eu quero dizer isso.
A euforia do nosso sexo está nos cobrindo como um brilho de pó de
diamante, e eu só quero que continue assim. Eu não quero nunca perder
isso com ele...
Ele olha para mim.
— Você acredita em mim?
Há hesitaçã o. Nã o posso evitar, simplesmente está lá . É a
insegurança de saber que ele sabe o quanto estou assustado. E eu nã o
suporto a porra do pensamento irritante que nã o vai embora...
Ele acha que não foi realmente o seu primeiro...
— Kyran, por favor...— Seus olhos brilham com desespero. — Por
favor, nã o pense que isso muda alguma coisa. Nã o. Você é meu, amor. Eu
nã o vou desistir de você, nunca. Nã o importa o que.
Eu aceno sutilmente, acreditando nele. Algo mudou, eu sei que
mudou. Mas isso nã o o impediu de me amar, e preciso encontrar
consolo nisso.
— Eu realmente te amo, Avi. —Eu beijo a verdade em sua pele
macia.— Eu espero que você saiba disso.
— Eu faço —, sua voz ressoa em mim enquanto ele pega minha mã o.
— Eu sei.
— Sério —, eu murmuro, olhando para ele. — Tudo o que você já fez
foi abrir a porta para mim repetidamente... Essa bagunça quebrada e
desintegrada. E toda vez, você me puxa para dentro e senta lá tentando
me colar de volta. E você nem sabia por que eu fui feito em pedaços em
primeiro lugar. — Eu balanço minha cabeça, descansando minha
bochecha sobre seu coraçã o. — Você é como…
— Um Bob o Construtor masoquista? — ele resmunga, e eu dou
uma risada.
— Avi...— Eu começo a falar, mas minha voz seca na minha garganta
quando eu o vejo, olhando para mim com a mais bela cor de amor
brilhante em seus olhos.
Eu sei que ele está falando sério. Que ele me ama, nã o importa o que
aconteça, e talvez sempre me ame.
Talvez possamos ir longe. Ter futuro… ainda somos jovens, mas nã o
é impossível. E nada me faria mais feliz do que tentar com ele.
Mas ele nã o merece a incerteza. Ele nã o merece dú vida. Ele nã o
merece receber os mesmos pedaços quebrados repetidamente.
Ele merece uma pessoa inteira para amar. Nã o alguém que tem
medo de falar a verdade para ele.
Eu quero ... eu quero ser capaz de tossir as palavras. Para confiar
nele, como ele disse.
Avi, ele… Ele…
Mas eu nã o posso nem dizer as palavras em minha mente. Como vou
dizê-los em voz alta?
O má ximo que posso dizer é o nome dele.
— Avi…
E ele pisca seus lindos olhos para mim, cílios longos e escuros
tremulando à espreita.
Mas ainda assim... estou apenas calçando meus sapatos. Nunca
saindo pela porta.
Entã o eu sussurro:
— Eu te amo. — Porque é a ú nica verdade que posso dizer agora.
E Avi aceita, porque ele é doce, sincero e me ama.
Eu o sinto adormecer com os lá bios no meu cabelo, sua respiraçã o
calmante me embalando, assim como minha irmã fez naquele dia, o
mesmo perfume me envolvendo.
Estou em um lugar que nunca pensei que estaria... Confortável,
finalmente , com minha sexualidade. Avi é quem me ajudou a chegar lá .
Meu maior fã.
Eu finalmente parei de fugir disso... dele e de seu amor.
Talvez seja hora de eu também parar de fugir de mim mesmo.
CAPÍTULO VINTE E NOVE

AVI

Smooches13: Por favor, traga de volta o OF! Morrendo sem você e


Not_Your_Baby!
Hunt3rboiiii: Ei Backwardz, Not_Your_Baby é seu namorado ??? Você
precisa se casar com ele o mais rápido possível
Jello_jiggle: Seus fãs sentem sua falta!

Quando meus olhos se abrem, nã o tenho absolutamente nenhuma ideia


de onde estou ou que horas sã o.
Malditas cortinas blackout de hotel.
Deitado na cama, estico os braços e bocejo, aconchegando-me na
maciez dos lençó is e do edredom aconchegante. Mas quando me dou
conta de que estou sozinho na cama, procuro a pele macia e os
membros musculosos do meu namorado, apenas para encontrar nada
além de mais cama.
Eu olho para o espaço vazio, sentando lentamente e olhando ao
redor da sala escura. Nã o o vejo ou ouço em lugar nenhum.
— Ky? — Eu chamo, pulando da cama para ir verificar o banheiro.
—Kyran?
A porta está aberta e ele claramente nã o está lá . Girando de volta
para a sala, percebo que suas roupas sumiram. O que significa que ele se
foi.
Meu peito instantaneamente aperta, mas eu me forço a respirar e
me acalmar.
Não exagere. Ele provavelmente só foi tomar café da manhã com a
equipe... Ou talvez ele esteja em seu quarto fazendo as malas.
O reló gio no criado-mudo diz que sã o nove e meia, o que certamente
é mais tarde do que eu já vi Kyran dormir. Ele é um madrugador.
Ele também gosta de estar pronto para partir horas antes de um
voo. O dele é uma e meia e o meu é três. Eu estava planejando ir ao
aeroporto com ele para passarmos mais tempo juntos, já que nã o
poderia pegar o mesmo voo.
Ele provavelmente está apenas trocando de roupa no quarto, ou com
Guty ou algo assim.
Verificando meu telefone em busca de uma mensagem que tenho
certeza que está lá , meu estô mago revira um pouco quando nã o
encontro novas mensagens.
Eu digito uma para ele enquanto corro para o banheiro.
Eu: Oi amor! Onde você está?
Eu: Você já comeu ou devo pedir um serviço de quarto
romântico? Você sabe… panquecas em forma de coração,
chantilly e morangos, tudo ;)
Meus olhos estã o na tela o tempo todo enquanto escovo os dentes...
Quase três minutos e nenhuma resposta. Ele nem leu as mensagens.
Agora estou começando a me preocupar um pouco.
Eu decido colocar o banho em espera até descobrir onde ele está ,
pulo em algumas roupas e saio correndo do quarto. As salas da equipe
ficam dois andares acima da minha, entã o vou até o elevador, apertando
o botã o uma dú zia de vezes rapidamente.
Isso é estúpido. Por que você está surtando?? Ele provavelmente está
com...
— Guty, — murmuro seu nome quando as portas do elevador se
abrem e o encontro ali parado em seu uniforme de giná stica, todo
suado.
Guty sorri.
— E aí mano? — Seus olhos se estreitam enquanto ele murmura: —
Teve uma noite divertida? Eu estou supondo que sim, já que nenhum de
vocês apareceu para sair…
Eu nem estou realmente ouvindo ele, estou muito ocupada espiando
dentro do elevador para qualquer sinal de Kyran antes de entrar com
ele.
— Sim, foi ó tima. Kyran estava na academia com você?
Sua testa franze.
— Nã o... eu pensei que ele estava com você.
Minha respiraçã o acelera.
— Ele estava ontem à noite, mas quando acordei, ele tinha ido
embora. Achei que ele estava com você.
Os olhos de Guty se arregalam nervosamente.
— Eu nã o o vi desde que vocês saíram ontem à noite.
Respirando fundo para acalmar meu pulso acelerado, tiro meu
telefone do bolso. Ainda nem leu meus textos... Que porra está
acontecendo??
— Está bem. Ele provavelmente está no quarto agora, — Guty diz
quando as portas do elevador se abrem, e eu mergulho no corredor. —
Ele provavelmente apareceu para fazer as malas enquanto eu estava
malhando.
— Espero que sim...— sussurro, seguindo-o ansiosamente até seu
quarto.
Meu coraçã o está subindo pela garganta, um sentimento de pavor
mortal tentando tomar conta do meu corpo quando Guty abre a porta
do quarto deles e nó s dois entramos furiosos.
—Ky? — Eu chamo, olhando ao redor em todos os lugares. —
Kyran?
— Yo, Nueve, você está aqui, mano?
Mas ele nã o é. Ele não está aqui.
— Ok, estou enlouquecendo...— Eu passo meus dedos pelo meu
cabelo.
— Está bem. Relaxa. Talvez ele esteja com Theo. — Guty toca na tela
de seu telefone e começa a tocar. Ele olha para mim. — Você tentou
ligar para ele?
— Eu mandei uma mensagem para ele...— murmuro, mastigando
meu lá bio. — Ele ainda nem os leu, e já se passaram uns vinte minutos.
Guty me lança um olhar que nã o está me fazendo sentir nem um
pouco melhor.
— Yo —, a voz de Theo vem pelo viva-voz.
— Ei, você está com Ky? — Guty pergunta a ele.
— Nã o ...— Theo diz em um tom confuso. — Eu pensei que ele
estava com Avi.
Estou andando em círculos enquanto Guty diz a ele:
— Avi nã o consegue encontrá -lo.
Há algum barulho na linha, e Theo sussurra algo que nã o consigo
entender.
— Está s no teu quarto? — Guty pergunta.
— Sim... quero dizer, nã o. Saí para correr agora estou... pegando café.
— ele murmura algo de novo, como se estivesse cobrindo o telefone
enquanto fala com outra pessoa.
— Cara, o que diabos você está fazendo? — Guty late para ele.
— Nada! Estou bem — resmunga Theo. — Nã o vi Ky, mas ligo para
você se vir.
Guty revira os olhos, fazendo os mesmos tipos de círculos que estou
fazendo enquanto ele murmura:
— Ok, sim. Obrigado.
Ele desliga o telefone e esfrega os olhos. E quando sua mã o se afasta,
ele está piscando para alguma coisa.
— O que?! — Eu pergunto, tremendo da cabeça aos pés.
— As coisas dele sumiram...— Guty vai até uma das camas. Ele se
curva, olhando ao redor, abrindo gavetas e jogando coisas ao redor. —
Sua bolsa, tudo. Se foi.
Que porra?? Por que as coisas dele teriam sumido?!
— Jesus, — eu resmungo, tremendo os dedos desbloqueando meu
telefone e fazendo uma ligaçã o para Kyran.
Vai direto para o correio de voz.
— Foda-se —, eu choramingo, cobrindo meu rosto.
Isso não pode estar certo. Por que ele iria embora...??
— Vocês brigaram ou algo assim? — Guty pergunta, e meus olhos
disparam em sua direçã o.
— Nã o, tudo foi...— Minhas palavras se arrastam enquanto me
lembro da noite passada. O que realmente aconteceu... — Ó timo.
Sim, tivemos uma noite estressante, com a revelaçã o do passado de
Kyran finalmente sendo exposto. Mas parecia que tudo estava tudo
bem. Lhe assegurei o melhor que pude que o amo, nã o importa o que
aconteça, e que ele pode falar comigo se quiser. Entã o tivemos um sexo
incrível, quente, suado e imundo, e ele adormeceu em meus braços.
Achei que estávamos bem. Eu sei que isso vai ser difícil para ele, já
que ele está tã o acostumado a esconder tudo e esconder do mundo,
mas eu realmente pensei que ele processou o que eu estava dizendo…
Que eu estarei aqui para ele, sempre, para o que ele precisa.
Deus, isso é foda. Onde ele está??
Digitando outro texto, apertei enviar.
Eu: Amor... por favor, apenas me diga que você está bem.
Suas coisas sumiram do seu quarto de hotel e estou
realmente enlouquecendo. Eu te amo Kyran... por favor.
— Você realmente nunca o viu pegar suas coisas? — pergunto a
Guty, percorrendo meus contatos.
Guty parece muito preocupado enquanto balança a cabeça.
— Ele deve ter conseguido enquanto eu estava na academia. Ou
talvez enquanto eu estava dormindo... nã o me lembro se estava lá
quando acordei ou nã o...
O medo do desconhecido me faz estremecer enquanto localizo o
nú mero de Bridget e pressiono a ligaçã o. Talvez ele tenha ido ver sua
irmã...
Ele tinha que ter. Ele tem que estar com ela.
— Olá ? — A voz de Bridget vem do outro lado da linha, com um tom
confuso, porque acho que ela ainda nã o tem meu nú mero armazenado.
— Ei, Bridget, é Avi.
— Ei —, ela suspira, com remorso. — Olha, me desculpe por ter
saído ontem à noite. Toda aquela merda emocional tomou conta de
mim, e eu só precisava ficar sozinha…
— Ok, tudo bem, mas... Kyran está com você? — Eu pergunto a ela,
implorando por dentro que ele está lá .
Ele tem que estar lá.
Bridget fica em silêncio por um segundo antes de dizer:
— Nã o. Por que…?
— Foda-se —, eu bufo, indo para a porta, gritando para Guty ao sair,
— Vou voltar para o meu quarto e ver se talvez ele tenha voltado.
Guty acena com a cabeça, preso em seu telefone, seus dedos
batendo.
— Avi, o que está acontecendo? — Bridget exige sobre a linha
enquanto meus pés se movem no piloto automá tico, me levando de
volta para o meu quarto.
— Kyran se foi, — eu sussurro.
E dizer as palavras em voz alta parece oito toneladas de cimento
molhado despejadas em cima de mim.
Ele se foi. Ele foi embora.
Por que ele iria embora?? Eu fiz alguma coisa?
Eu o fiz sair...?
— O que você quer dizer com se foi?!— ela engasga. — O que
aconteceu?
— Eu nã o sei, porra. — A emoçã o obstrui minha garganta. — Ele
descobriu que eu sei o que aconteceu… Por causa da sua mensagem.
— Desculpe ...— ela chia.
— Está tudo bem, porque nã o importa. Foi o que eu disse a ele,
implorei para ele entender que nã o me importo com nada disso! Eu só
quero estar aqui para ele. Eu quero estar com ele!
Eu irrompi em meu quarto de hotel, desesperada para vê-lo parado
ali, me dando um olhar como se eu fosse louca por surtar tanto por
nada.
Mas a sala está vazia.
— Bridget, eu tenho que ir —, eu choramingo. — Por favor, me ligue
se tiver notícias dele.
— Sim. Você também.
Tomando um assento lento no sofá , eu olho para a tela do meu
telefone, rezando para todas e quaisquer forças do universo para que
ele apenas leia minhas mensagens.
Eu: Baby, onde você está...? Eu só quero saber que você está
seguro. Eu te amo muito
Muitos minutos se passam e, por mais que eu esteja assustado e em
pâ nico por dentro, estou exausto demais para me mexer.
Meu telefone vibra na minha mã o e eu pulo de alívio.
Mas nã o é Kyran. É uma mensagem de um nú mero desconhecido.
Desconhecido: Ei, é o Guty. Peguei seu número com a Bea.
Desconhecido: O treinador acabou de receber uma
mensagem de Kyran... Ele foi para casa.
Fico boquiaberta com a mensagem até meus olhos doerem com a
necessidade de piscar.
Eu: Ele foi para casa?? Por que????
Guty: Não temos certeza. Tudo o que ele disse ao treinador
foi que mudou de voo e foi para casa.
Estou tentando tanto nã o ler muito sobre isso... Nã o deixar minha
mente chegar à pior conclusã o possível...
Mas nã o adianta. Isso continua rastejando do fundo do meu cérebro,
as inseguranças e vozes atormentadas se tornando altas demais para
serem ignoradas.
Ele deixou você.
Ele fugiu de novo... De você .
Porque, como sempre, você pressionou demais. Você é demais ... Muito
desesperado, muito carente. O perseguindo repetidamente, quando ele
não quer ser pego.
Reclinando-me de lado, afundo em meu pró prio desespero.
Mas por que ele me diria que me ama? Por que ele iria me beijar
abertamente na frente de toda a sua equipe e dizer a todos que ele é meu
namorado se ele simplesmente iria se virar e fugir de mim?
Meu coraçã o dó i com a lembrança da noite passada... Deus, foi
incrível. Beijá -lo ao ar livre. Sentindo as algemas caírem dele; de nó s
dois. Nó s finalmente nos tornamos reais naquele momento.
Nã o era mais um segredo.
Finalmente arrumei um namorado...
Kyran Harbor era meu .
Mas isso foi antes de ele saber que eu sabia a verdade sobre seu
passado... E nã o importa o quanto eu tentasse convencê-lo de que isso
nã o mudava nada, eu podia senti-lo se afastando. Resistindo, porque ele
acha que está quebrado.
Ele não está quebrado. E mesmo que esteja, e daí?! Eu ainda faria
tudo ao meu alcance para consertá -lo, para torná -lo meu. Porque eu só
o quero, quebrado ou nã o.
Eu quero todas as suas peças desiguais.

***

É oficial…
eu sou uma bagunça.
Horas se passaram e nenhuma palavra de Kyran.
Depois que recebi a mensagem de Guty, decidi que nã o poderia
simplesmente sentar e esperar pelo meu voo, entã o fui ao aeroporto
para ver se conseguia pegar um voo mais cedo.
Eu fiz… A uma e meia. O voo original de Kyran.
Acho que consegui o lugar dele. Incrível.
Voar para casa ao lado de Guty e Theo só teria sido divertido se
Kyran estivesse comigo. Mas como ele nã o está , e agora estou vivendo
com o conhecimento de que ele me deixou e ativamente nã o quer falar
comigo, é praticamente a coisa mais estranha de todas.
Eu posso sentir todos os companheiros de equipe de Kyran me
observando enquanto eu me acomodo em meu assento perto da janela
e o aviã o decola, provavelmente especulando sobre como alguém
poderia ir de beijos e revelaçõ es em um dia, para ser brutalmente
rejeitado no dia seguinte.
E nã o que eu queira pensar nisso, porque me dá vontade de engolir
minha pró pria língua, mas nã o consigo parar de analisar cada segundo
do nosso sexo na noite passada como uma espécie de despedida
apaixonada e devastadora.
No momento, parecia que estávamos afirmando algo. Depois de nã o
transar por mais de uma semana, entre todas as brigas, afastamentos e
recuos, entã o a confissã o de amor... Estar dentro dele ontem à noite
parecia que finalmente estávamos em casa, no sentido de que lar é onde
quer que estejamos juntos e apaixonados.
Ontem à noite foi a primeira vez que fodemos sabendo exatamente
como nos sentimos um pelo outro. Ou entã o eu pensei.
Mas agora que estou pensando demais, preso em uma caixa de
metal a trinta e cinco mil pés no ar por horas com nada além de minhas
neuroses, estou me lembrando de todas essas nuances sutis nos
movimentos de Kyran, em sua voz e na maneira como ele sussurrou que
ele me ama…
Ele estava se despedindo?
Descobrir a verdade sobre seu passado era demais para ele suportar?
Eu absolutamente detesto esse pensamento. Ele nã o precisa ficar
sozinho, reprimindo seu trauma, e nã o precisa se sentir como se
estivesse quebrado. Ele precisa estar cercado por pessoas que o amam e
o apoiam, nã o importa o que aconteça.
Mas todos sabemos que Kyran adora o controle, e agora finalmente
entendo o porquê. Essa experiência miserável e abominável o levou a
sentir que precisava controlar tudo. E acho que é mais fá cil fazer isso
quando você está sozinho.
— Cara... pensei que vocês, fumantes de maconha, deveriam ser
suaves—, Guty resmunga ao meu lado, e meu rosto muda. — Se você
continuar se mexendo assim, eu posso ter que te machucar um pouco.
— Desculpe ...— Eu suspiro um longo suspiro. — Eu só estou... tã o
preocupado com ele.
— Tenho certeza que ele está bem. Talvez ele só precisasse de um
pouco de espaço, — ele diz, e eu olho para ele. — Sem ofensas.
Eu esfrego meus olhos.
— Eu nem trouxe minha maconha... parei de fumar por ele.
A sobrancelha de Guty se ergue.
— Realmente? — Eu concordo. — Uau…
— Quero dizer, ele nã o me pediu para...— murmuro. — Só nã o quero
ficar tã o entorpecido a ponto de perder a alegria de estar com ele.
Guty está olhando para mim. E Theo, que está sentado no corredor,
lentamente levanta sua má scara de dormir e vira a cabeça para olhar
para mim também.
— O que? — Suspiro, esfregando os olhos.
— Isso é tã o fodidamente doce. — Theo pisca, um biquinho
puxando seus lá bios.
— Como você me ouviu? — Eu resmungo, olhando seus fones de
ouvido.
— Estou entre as mú sicas. — Ele muda seu corpo em minha direçã o.
—Nã o se preocupe. Nó s vamos ajudá -lo a recuperá -lo.
— Sim. — Guty dá um tapinha no meu braço. — Quando pousarmos,
venha direto para o nosso dormitó rio comigo. Espero que ele esteja lá .
Eu aceno, forçando um pequeno sorriso para mostrar a eles que eu
aprecio isso. Mas por dentro, nã o estou aplacado. Nem um pouco.
A ideia de aparecer no dormitó rio de Kyran quando ele está
deliberadamente ignorando minhas ligaçõ es e mensagens de texto me
faz sentir como a maior perseguidor pegajoso que nunca consegue
entender a dica.
O treinador Matthews nos espia entre os assentos. Theo
rapidamente se recosta na dele, cobrindo os olhos com a má scara de
dormir. Guty volta ao filme que está assistindo em seu iPad.
E eu apenas viro meu rosto para olhar pela janela as nuvens
envolvendo o aviã o.
Não me exclua, Kyran. Me deixe te amar do jeito que devo.
Acho que consegui dormir por algumas horas, porque quando
reabro os olhos, estamos pousando no Aeroporto Logan. No segundo
literal em que o capitã o anuncia que podemos desligar nossos telefones
ligado, estou tirando o meu do modo aviã o e rezando por uma resposta
de Kyran.
Nã o há um..., mas parece que ele leu meus textos.
Juro por Deus, parece que há um caminhão Mack estacionado no meu
peito.
Guty me dá uma cotovelada.
— Ei... Entã o, hum... recebi uma mensagem de Ky...
Ele inclina o telefone para que eu possa ler a mensagem.
Nueve: Ei mano… sinto muito por ter sumido sem dizer uma
palavra. Eu só tenho algumas coisas acontecendo. Mas
queria avisar antes que você volte e pense que te
abandonei... tirei minhas coisas do dormitório. Estou saindo
da escola... pelo menos por algumas semanas. Preciso de um
tempo para lidar com minhas merdas pessoais. Apenas saiba
que eu te amo como um irmão, cara. Você é meu melhor
amigo no mundo inteiro, Samson, eu realmente quis dizer
isso. Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem. Cuide desse
troféu para mim, tiro no escuro.
O cinto de segurança em volta da minha cintura parece que está
cortando a circulaçã o. Dentro da cabine está se aproximando de mim, e
estou sufocando, sufocando.
Ele saiu da escola…?
Saiu do dormitório?
Por que ele faria isso?? O que aconteceu, pelo amor de Deus?!
Isso é tudo porque descobri o segredo dele? Jesus, porra, se eu
soubesse que isso faria com que ele me deixasse, eu nunca teria pedido a
Bridget! Eu teria simplesmente deixado isso de lado e deixado que ele
lidasse com isso do jeito dele, em vez de pressionar para obter
informações e conduzi-lo como uma perseguição em alta velocidade para
fora da minha vida.
Foda-se... não posso fazer isso.
Eu não posso lidar com isso.
A primeira pessoa a quem entrego meu coração, e ele foge com ele
como um ladrão na noite.
Guty esfrega minhas costas, mas mal sinto. Estou apenas enfiando
os dedos nos olhos até que surjam manchas na minha visã o.
Parcialmente porque sinto uma forte enxaqueca chegando, mas
também porque nã o quero que ele veja que posso cair no choro.
— Você quer que eu... diga alguma coisa a ele? — Guty pergunta
baixinho. — De você?
Sim, diga a ele que isso é besteira. Que eu não entendo... Que eu não
entendo por que ele precisa ir - de novo - quando eu estava implorando
para ele ficar. De novo.
Pergunte a ele se ele realmente me ama, então por que ele está
arrancando a porra do meu coração do meu peito?
Claro, nã o digo nada disso. Eu apenas dou uma sacudida sombria na
minha cabeça.
Porque se Kyran nã o quer falar comigo, nã o quer responder e me
explicar essa merda, entã o acho que nã o há mais nada a dizer.
Assim que saímos do aviã o, me despeço de Guty e Theo, ignorando
os olhares de pena em seus rostos. Estou do lado de fora esperando
meu Uber quando meu telefone toca. E, naturalmente, meu coraçã o
salta contra minhas amígdalas por um segundo até que vejo que é
minha mã e.
— Ei, mã e, — murmuro, puxando meu moletom mais apertado em
volta de mim. Passar de setenta e cinco graus para quinze é um bom
choque para acompanhar o resto. — Acabei de sair do aviã o... ia ligar
para você...
— Aviel, o que está acontecendo? — ela late, parecendo preocupada.
E agora estou ainda mais preocupado.
Oh caramba... Ela ouviu sobre Kyran e eu nos beijando por alguém??
Me esqueci completamente de tudo isso…
— O que? Como assim? — Eu me faço de bobo, acenando para meu
motorista do Uber enquanto ele estaciona no meio-fio.
— Kyran acabou de chegar em casa e deixou um monte de coisas
dele—, ela bufa. — Ele disse que está dando um tempo na escola por
alguns motivos pessoais e nã o quis me dizer quais eram.
Minha cabeça está girando quando entro no carro, segurando minha
bolsa no colo, um pico de adrenalina me fazendo dizer ao motorista:
— Ei, tudo bem se eu mudar o destino para 538 Summer Street em
Somerville? Pago a diferença em dinheiro.
O motorista acena com a cabeça, brincando com a navegaçã o em seu
telefone.
— Ele ainda está aí? — Eu pergunto a minha mã e, meu estô mago se
juntando em um nó .
— Nã o, ele foi embora —, ela suspira inquieta, e meus olhos se
fecham. —E ele nã o quis me dizer para onde estava indo... Avi,
aconteceu alguma coisa?? Por que ele estaria saindo da escola?
— Mã e, estou indo,— digo a ela calmamente, embora eu nã o esteja
sentindo nada. — Nó s precisamos conversar. Tom está aí?
— Nã o, ele está no trabalho.
— Bom. Vejo você em alguns minutos.

***

Deus, isso dói.


Isso dói muito.
Estou lá em cima no quarto de Kyran, em nossa casa em Somerville...
a casa que era de Kyran antes de ser minha. A casa para a qual me
mudei, invadindo seu territó rio.
Eu costumava pensar que ele me odiava por esse motivo. Porque
nã o queria dividir os afetos do pai com uma nova esposa e o filho dela,
que era infinitamente diferente dele em tantos aspectos. Achei que ele
me odiava porque eu era o oposto dele; pobre e artístico, péssimo em
esportes, adora rir das coisas quando elas ficam muito sérias. E talvez
essa parte fosse verdade...
Talvez seja por isso que ele me odiava, ou pelo menos porque fingia.
Porque eu o lembro de como ele costumava ser. Como ele poderia ter
sido, se algum pervertido enlouquecido e nojento nã o tivesse roubado
sua juventude.
Mas estando aqui agora, nã o sinto nada desse ó dio. As memó rias
dele me perseguindo na escola, de nó s brigando e brigando pelo
banheiro, dele usando suas palavras para me machucar o melhor que
podia... elas nã o sã o perturbadoras. Na verdade, eles trazem um sorriso
aos meus lá bios. Porque foi assim que começamos. Como meio-irmã os
relutantes, antes de qualquer coisa.
Nó s éramos irmãos. E é isso que me enche de tristeza, raiva e
desespero.
O fato de que o tempo todo meu irmã o estava lidando com algo tã o
prejudicialmente fodido... E eu nã o tinha ideia.
Pego um de seus moletons, seguro-o no rosto e respiro fundo. O
cheiro dele no tecido é como uma marreta no meu coraçã o já partido.
Eu tenho uma vela que cheira a você...
Eu ouço sua voz na minha cabeça e tenho que parar antes de
desmaiar.
As novas memó rias aqui sã o muito mais frescas do que as dele me
odiando. Como a véspera de Natal. Segurando sua mã o e beijando-o,
brincando com ele em uma cama onde tenho certeza que ele costumava
amaldiçoar minha existência. A noite que compartilhamos no meu
quarto... Ainda posso vê-lo se movendo em mim. Eu posso sentir suas
mã os me tocando e seus lá bios arrastando ao longo do meu pescoço.
Nos tornamos mais naquele momento, sem câ meras filmando ou
obrigaçõ es ou dinheiro em nossas mentes. Nó s nos apaixonamos por
pura paixã o e passamos a noite inteira nos conhecendo. Finalmente .
Depois de anos na vida um do outro... aquela noite foi quando as
vendas caíram.
Quando percebemos que nã o era realmente para os fã s.
— Avi. — Minha mã e espia dentro da sala, me observando de perto.
— Nó s deveríamos conversar. Antes que Tom chegue em casa.
Assentindo, jogo o moletom junto com o resto de suas coisas, a
seguindo pelo corredor até seu quarto. meus olhos escaneiam a sala, e a
ú nica coisa que se destaca é uma mala no chã o. Eu olho para ele, mas
nã o digo nada, sentando-me ao lado da minha mã e na cama.
— Você quer me dizer o que está acontecendo? — ela pergunta,
seus olhos brilhando de preocupaçã o. — Sinceramente, sinto que você
está se afastando de mim ultimamente, Aviel. E talvez seja minha culpa
também... Costumávamos ser tã o pró ximos, e agora você está apenas...
— Ela balança a cabeça, baixando o olhar para o colo.
Eu odeio fazê-la se sentir assim. Nã o quero que ela pense que estou
escondendo coisas dela. Ou que estou me afastando.
— Mã e, só preciso te contar umas coisas —, começo com um
suspiro. — E a razã o pela qual nã o contei antes é porque ainda estava
descobrindo. E é... complicado.
— Mais complicado do que ser expulso da escola por fazer
pornografia? — Ela levanta uma sobrancelha escura e eu bufo.
— Ok, a pornografia meio que a glorifica. — Reviro os olhos. — É
um OnlyFans.
— Eu nã o sei o que diabos isso significa, mas se você está gravando
vídeos de você fazendo sexo… isso é pornografia. — Ela me dá um olhar
severo.
Ponto bem feito, mãe.
— Entã o meio que começou com a... pornografia. — Eu me mexo no
meu assento. — Percebi que acho que gosto de caras também...—
Balanço a cabeça. — Quero dizer, eu sei que sim. Naquela época eu
pensava, mas agora eu sei . Eu sou bissexual.
Expirando para parar minhas divagaçõ es desajeitadas, meus olhos
se voltam para minha mã e, e ela está olhando para mim, as
sobrancelhas levantadas.
— Ok ...— ela diz, inclinando-se para frente. — E?
— Oh... uh... tudo bem. — Eu limpo minha garganta. — Eu apenas
pensei que você poderia precisar digerir isso por um segundo. Mas
acho que nã o.
— Aviel, estou tã o feliz que você está me contando. — Ela esfrega
meu braço. — Estou orgulhosa de você por ser tã o corajoso. Mas nã o é
algo que eu precisaria processar. Eu simplesmente amo você. Quem
você ama nã o importa, desde que você esteja feliz com eles.
Engulo em seco, meus lá bios se curvando em um sorriso suave.
— Obrigado, mã e. Eu também te amo.
— Você está esquecendo que seu tio Elijah é gay? — ela pergunta,
piscando para mim. — E o irmã o de seu pai, Dominic.
— Nã o, eu nã o esqueci do tio Eli...— murmuro. — Mas eu nã o sabia
sobre o tio Dom…
— Bem, Elijah se assumiu para mim quando tinha quatorze anos,
entã o nã o gosto que você pense que sou uma pessoa antiquada que nã o
entenderia, — ela resmunga como se estivesse irritada comigo, e eu
tenho que rir.
— Acredite em mim, mã e, eu sei que você nã o é nada antiquada. —
Eu sorrio para ela e ela sorri de volta. — Mas segure esse pensamento,
porque aqui é onde fica um pouco complicado…
Seus olhos estã o arregalados enquanto eu respiro fundo e
pronuncio as palavras.
— Kyran e eu estivemos...— Isso é tudo que eu consigo antes de
fazer uma pausa para limpar minha garganta novamente. — Juntos.
Suas sobrancelhas fecham e ela inclina a cabeça.
— Realmente? — Eu concordo. — Por quanto tempo?
Mordendo o interior da minha bochecha, eu me contorço um pouco.
— Cerca de três meses.
Observando seu rosto, parece que muitas coisas estã o surgindo para
ela agora.
— Entã o é por isso que vocês dois estã o se dando bem ultimamente.
Eu deveria saber que algo estava acontecendo! Vocês nã o conseguiam
parar de olhar um para o outro quando estavam aqui.
— Sinto muito...— Eu me viro para encará -la. — Eu sei que é
estranho porque ele é filho de Tom. Mas eu... eu só ...
— Você ama ele? — ela pergunta baixinho, e eu aceno com a cabeça
melancolicamente. — Eu posso dizer, querido. Eu nunca vi você assim...
todo dividido por alguém. Eu estava esperando que isso acontecesse.
Ela está sorrindo, parecendo toda animada por mim, mas nã o posso
deixar de revirar os olhos.
— Obrigado, mã e. Eu realmente amo me sentir assim, — resmungo
o sarcasmo.
— Bem, o que aconteceu? Vocês brigaram?
— Nã o, é só isso. Tudo estava indo muito bem. Ele arrasou no jogo, e
entã o estávamos na festa depois e ele contou a seus companheiros
sobre nó s. Finalmente parecia que éramos um casal de verdade. Mas
entã o ele foi embora... Ele me deixou na Califó rnia sem dizer uma
palavra. Ele nã o atende minhas ligaçõ es ou mensagens de texto... e
agora ele saiu da escola.
Minha mã e me encara por um momento, como se soubesse que
estou escondendo alguma coisa.
— Aviel… por favor, seja honesto comigo. Kyran é aquele com quem
você está fazendo esses vídeos?
Meus dedos torcem no meu colo, um grande desconforto me
deixando inquieto.
Oh Deus... Isso é estranho. Isso é muito estranho.
Eu não quero que minha mãe saiba que Kyran e eu estamos fodendo
na câmera.
— Avi…— ela zomba e balança a cabeça. — Eu realmente nã o posso
com você.
Dou a ela um dos meus olhares inocentes, piscando.
— Juro que nã o fiz nada de muito ruim, mamã e.
— Você é demais, meu filho…— ela respira.
— Mas estou te dizendo... se nã o fosse por fazer esses vídeos, talvez
nunca tivéssemos...— Minha voz falha. — Quero dizer, você sabe que ele
sempre me odiou antes. Entã o foi assim... nos uniu. E agora eu o amo e
nã o sei o que fazer.
— Oh, querido. — Ela envolve o braço em volta de mim, me puxando
para o seu lado. — Você sabe o que eles dizem… há uma linha tênue
entre o amor e o ó dio. Aposto que Kyran só foi mau com você porque se
importava com você e estava com medo.
Eu concordo.
— Eu penso que sim…
— Você acha que é por isso que ele saiu?
Meu peito fica apertado e eu considero o que dizer a ela. Eu sei que
nã o cabe a mim compartilhar o segredo de Kyran. Isso é o que nos
colocou nessa confusã o toda em primeiro lugar. Mas estou preocupada
com ele...
Além disso, minha mã e é casada com o pai horrível dele. O cara que
ignorou seu abuso sexual como se nã o fosse nada. Ela merece saber com
quem é casada.
— Mã e, Tom já mencionou alguma coisa para você sobre o motivo
de Kyran ter parado de ir à igreja? — Eu pergunto a ela com cuidado.
Os olhos de minha mã e se arregalam, um brilho nervoso neles, como
se ela soubesse que estou prestes a lhe contar algo terrível.
— Nã o... Na verdade, ele é muito reservado sobre um monte de
coisas,— ela sussurra, seus olhos se voltando para a mala no chã o. —
Aviel, estou deixando ele. Estamos nos divorciando. Eu simplesmente
nã o aguento mais o segredo.
O que…? Meu queixo cai. Eu nã o esperava isso.
— Ele nunca me manteve informado sobre seus problemas
financeiros. E algumas semanas atrá s, encontrei uma declaraçã o na
gaveta de sua mesa, para um fundo em nome de Kyran. Ele contém mais
de um milhã o de dó lares.
Engulo em seco, cavando meus dedos em minhas coxas.
— Quando perguntei a ele sobre isso, ele disse que era o dinheiro de
Kyran, e que ele sabia que Kyran nunca o usaria, ou deixaria qualquer
outra pessoa usá -lo. A maneira como ele disse fez parecer que ele
tentou fazer com que Kyran assine para ele, mas ele nã o quis.
Meus dentes rangem, desdém por este homem horrendo se
esgueirando por minhas extremidades.
— Ele nã o disse de onde veio o dinheiro...?
— Nã o. — Ela balança a cabeça. — E estou farto disso, Avi. Este
homem nã o é quem ele retrata ser.
— Nã o ele nã o é.— Eu suspiro. — Olha, eu realmente nã o posso te
contar os detalhes, mas acho que Kyran foi embora por causa de algo
que aconteceu com ele... quando ele tinha doze anos. Algo que Tom
ajudou a encobrir, negando e fazendo com que seu pró prio filho se
sentisse inú til.
Os olhos de minha mã e brilham de tristeza.
—Foi algo... ruim? — Eu aceno lentamente. —Algo a ver com a
igreja...?— Concordo com a cabeça novamente, e ela cobre o rosto. —
Querido Deus…
Ouvir essas duas palavras, neste momento... só me incomoda. Toda a
raiva que tenho guardado desde que descobri a verdade vem à tona.
Atirando para fora da cama, eu olho para ela.
— Como você pode dizer o nome dele? Deus nã o existe, mamã e,
você nã o entende?! Que tipo de Deus permitiria que algo assim
acontecesse... por um de seu maldito rebanho ungido?! É besteira!
Estou ofegante enquanto minha mã e apenas olha para mim,
permitindo-me desabafar. Toda a minha confusã o, dor e raiva contra
esse ser infinito que nã o dá a mínima para nó s.
— Deus nã o existe, — eu fervo. — E se Ele o fizer, Ele é puro mal. Ele
é uma desculpa doentia e fodida para alguém que deveria amar os
justos e condenar os condenados. Em vez disso, é o contrá rio. Crianças
inocentes sã o torturadas por Seu povo e ele simplesmente deixa isso
acontecer! Os força a viver com isso, sozinhos e assustados.
Meu rosto cai em minhas mã os para cobrir as lá grimas que estã o
enchendo meus olhos.
E entã o sinto minha mã e se levantar, seus braços me embalando,
acariciando-me suavemente enquanto ela silencia meus gritos. Assim
como ela fez quando meu pai morreu...
mais adoraria nenhum Deus .
— Mã e, ele está lá fora... pensando que tem que lidar com isso
sozinho e ele não —, eu choramingo. — Seu marido idiota o fez se
sentir assim. Deus o fez se sentir assim. Eu o amo e só o quero...— Estou
ofegando por ar; eu mal posso falar através dos meus soluços
sufocados. — Eu quero que ele fique bem. Eu quero que ele soubesse
que nã o merecia isso. — Eu balanço minha cabeça. — Coisas ruins
acontecem com pessoas boas porque Deus nã o se importa.
— Aviel...— ela sussurra, passando os dedos pelo meu cabelo. —
Você sabe que há muitas razõ es pelas quais deixei Israel quando era
menina. Nunca acreditei que nossas crenças religiosas fizessem
qualquer tipo de justiça a Deus. Por que eles iriam? Somos ensinados
desde crianças a temer a Deus, adorá -lo nã o importa o que aconteça, e
tomar esses textos antigos escritos por homens de milhares de anos
atrá s como evangelho. Isso nã o faz sentido.
— A verdadeira fé deve estar aberta à interpretaçã o. Mas muitas
pessoas nã o se sentem assim. Sã o as mesmas pessoas que escolhem um
lado nas guerras, as mesmas pessoas que gritam sobre blasfêmia e
heresia, mas depois se viram e fazem coisas horríveis e deploráveis. A
religiã o espalhou mais ó dio neste mundo do que amor, e essa é uma das
coisas mais tristes que já experimentei.
Meus ombros estremecem enquanto luto para respirar, e ela apenas
acaricia meu cabelo.
— Quando eu tinha nove anos, seu tio Elijah saiu de casa. Na é poca
eu nã o sabia, mas era porque ele era gay e sofria preconceito na
comunidade. Entã o, quando eu tinha idade suficiente, eu me deixei e
fui morar com ele. E ele costumava dizer muitas coisas que eu ouvi
você dizer agora há pouco... Sobre como Deus nos odeia, sobre a
hipocrisia e o engano generalizado. Ele costumava chamar a religiã o
organizada de seita. Ele ainda o faz. —
Ela faz uma pausa para rir com carinho. — Mas um dia, quando eu
tinha dezesseis anos e seu tio dezenove, decidimos sair de barco. No
Oriente Médio, o clima é simplesmente lindo no outono, entã o
pensamos que seria divertido. Apenas um pequeno barco, navegando
ao longo da costa. Já tínhamos feito isso antes.
— De qualquer forma, estávamos a apenas cerca de um quilô metro
quando o motor morreu. Tínhamos minérios, mas mesmo assim
estávamos nervosos. E entã o, veio a chuva. Agora, a chuva é rara
porque… e a forma como estava descendo... foi bizarro. Estava nos
inundando, ondas chicoteando ao redor. Tínhamos certeza de que
íamos virar. E a tempestade... parecia que refletia a raiva do seu tio. A
maneira como as ondas quebravam e nos faziam rolar. O mar estava
furioso do jeito que ele esteve por anos.
— E naquele momento, eu olhei para ele. Peguei suas mã os e ele
segurou as minhas. E nã o nos falamos, apenas sabíamos. Nó s sabíamos
que Ele sabia. Ele sentiu… nossa raiva e frustraçã o, com nossas famílias
e o estado das coisas em casa. Foi compartilhado. Ele nã o estava
fazendo isso conosco, Ele estava vivendo conosco. E assim que isso se
tornou conhecido, parecia que a chuva estava lavando tudo… nos
limpando.
Eu pisco para minha mã e, inerentemente cético, porque é difícil nã o
ser. Mas posso ver em seus olhos que isso é algo em que ela realmente
acredita.
Este foi um momento que a mudou.
— A chuva parou abruptamente, — ela diz, seus lá bios se curvando
em um sorriso. — E quando olhamos para cima, tudo que você podia
ver eram estrelas. Milhõ es deles, cobrindo todo o céu. — Ela me segura
perto. —Aviel, Deus nã o é um velho barbudo sentado no céu, nos
punindo quando somos maus. Deus é amor, riso e luz. Deus é as coisas
boas, e as ruins. Ele... Eles, devo dizer, sã o a Terra e as estrelas e a vasta
abertura de uma existência da qual somos apenas uma pequena fraçã o.
Lá grimas rolam pelo meu rosto, e ela as enxuga com os dedos. —
Deus é fé, Avi. Fé em si mesmo, como parte do mundo que gira. E apesar
de todo o ó dio, doença e desespero que experimentamos, há partes
iguais de amor e alegria. Você só tem que olhar para cima.
Soltar uma respiraçã o pesada parece que estou expulsando a
negatividade de dentro. Abraço minha mã e com força, deixando que ela
me console como fazia quando eu era menino...
Porque ela está certa. Eu sei que ela está .
As pessoas boas se machucam, as má s ficam livres e as coisas
simplesmente acontecem. Caos dentro de um circo có smico infinito e
espiralado. A ú nica coisa que podemos fazer é ter fé em nós, encontrar
beleza na dor e rir o má ximo possível.
Nã o importa o que Kyran sinta que precisa fazer para superar o
tormento que carrega, nã o vou desistir de nó s. Nunca vou parar de
persegui-lo enquanto ele corre.
E espero que ele saiba que, quando voltar, sempre abrirei a porta.
CAPÍTULO TRINTA

KYRAN

@Backwardz_Avi: Eu desistiria de doces pelo resto da minha vida por


mais um beijo… Ele é todo o açúcar que eu preciso.

Eis como sei que a sexualidade nã o é uma escolha.


Quando eu tinha onze anos, eu jogava peewee football. Eu era bom,
mesmo naquela época, e foi isso que me levou a acreditar que, se
continuasse me esforçando, melhorando, poderia chegar à NFL algum
dia. O sonho tornou-se tangível quanto mais eu jogava, mais aprendia
sobre o jogo e como desenvolver uma sinergia com meus companheiros
de equipe.
Um de nossos receptores era um garoto chamado Cody. Cody
também era muito bom para sua idade. É ramos jovens, sim, mas havia
uma diferença notável entre nó s e as crianças que brincavam porque
seus pais nã o queriam lidar com eles e os forçavam a praticar esportes
depois da escola.
Isso pode ser parte do motivo pelo qual o meu me colocou no
futebol, mas, independentemente disso, acabou sendo a melhor decisã o
negligente que eles já tomaram. Mas eu discordo.
O lado despreocupado que eu costumava ter diminuía lentamente
quanto mais eu era empurrado para a fé cató lica. Depois que comecei a
temer a Deus, minha subserviência tomou forma, e mesmo odiando a
imagem meus pais projetaram para todos os outros de nossa boa
família católica , eu realmente tentei fazer o que me foi dito, enquanto
ainda mantinha minha individualidade o melhor que podia. Porque
tudo o que me importava era ficar bom no futebol e nã o ser desviado
por outras coisas. Entã o eu segui suas regras. Tomei a comunhã o, servi
como coroinha - apenas algumas vezes até implorar a meu pai que me
deixasse parar - e fui para o acampamento da igreja. Porque eu tinha
que fazer.
Onde Cody se encaixa nisso? você deve estar se perguntando... Bem,
vou te contar.
Cody e eu jogamos bem juntos. Tínhamos um tipo de química que
você nã o pensaria que se aplicaria ao futebol americano, mas para nó s
aconteceu naturalmente. Ele sempre estava lá para dar um passe
quando eu precisava dele, e nã o demorou muito até que nos tornamos
amigos.
Um dia, depois de um jogo empolgante em que educamos Malden
Catholic por trinta e um a três, estávamos no vestiá rio, trocando de
roupa. Cody e eu estávamos brincando sobre algumas de suas capturas,
e ele me empurrou de brincadeira.
Era algo que acontecia com frequência; nã o era novo ou distinto de
nenhuma maneira real. Mas, por alguma razã o, desta vez , sua mã o
demorou um pouco no meu peito antes de descer e sair do meu corpo.
Agora, eu sei que isso nã o parece nada chocante e, sim, eu ainda era
muito jovem na época. Mas, aparentemente, eu tinha idade suficiente
para que meu cérebro enviasse um sinal para o resto do meu corpo. Os
receptores que distinguem as coisas boas que você deseja mais e as
coisas ruins que você nã o se importa ganharam vida e me disseram...
sim. Acho que gosto disso.
Essa parte de mim sempre esteve lá . Mas como uma muda perene,
ela só brota quando é a hora certa de se apresentar. E a partir daí meu
cérebro começou a regá -lo e alimentá -lo com pensamentos e
contemplaçõ es.
Foi tudo completamente inocente. Eu ainda era muito jovem para
realmente pensar em sexo, embora soubesse como funcionava. e para
que servia. Mas o ú nico sexo que eles nos ensinaram foi entre um
homem e uma mulher. Sexo entre dois homens nã o era algo que deveria
acontecer, de acordo com nossa escola, meus pais, a igreja e
praticamente todo mundo que eu conhecia diretamente.
E apesar do temor de Deus em mim, eu nã o conseguia encontrar
forças para desencorajar meus sentimentos. Porque do jeito que eu vi,
Deus me fez. Se ele nã o queria que eu me excitasse com um empurrã o
brincalhã o de outro garoto no vestiá rio, entã o ele nã o deveria ter
conectado meu cérebro dessa maneira. Simples.
Passei o ano seguinte da minha vida olhando sutilmente para meus
colegas, meninos e meninas, na tentativa de descobrir se esse
sentimento era real ou apenas um acaso. Mas quanto mais eu fazia isso,
mais eu me inclinava para a verificaçã o. Eu era muito jovem para
encontrar interesse em expressar minha atraçã o... A ideia de realmente
dizer a um garoto que eu gostava dele, ou Deus me livre, beijá -lo, ainda
me deixava meio nervosa. Mas eu sabia, no fundo, que era o que eu
queria eventualmente.
Quando eu tivesse idade suficiente, eu namoraria um garoto...
E meus pais me odiariam por isso.
Essa noçã o foi um pouco esmagadora, mas ainda assim, nã o fiquei
arrasada com isso. Achei que, se meus pais nã o podiam ver que isso nã o
era algo que eu estava escolhendo sem motivo, como decidir qual cereal
comer no café da manhã , entã o eles claramente nã o me amavam nem
compreendiam verdadeiramente o plano de Deus.
E honestamente, se eles achavam que minha atraçã o por garotos era
uma escolha , entã o eles provavelmente eram muito estú pidos também.
Toda a minha criaçã o foi baseada na idéia de que os meninos deveriam
gostar das meninas . Ser um menino que queria estar com outro menino
, apesar de todos aqueles ideais que estã o cravados em sua cabeça
desde que você é um bebê, significaria que nã o há como ser uma
escolha, certo?
Quero dizer, quem escolheria algo sabendo que contradiz
diretamente sua natureza bioló gica?
De qualquer forma, ao longo daquele ano, também passei a odiar
muito a igreja e todas as suas atividades forçadas para nó s, crianças
cató licas. Porque nem parecia real. Era como se quase todo mundo
estivesse apenas seguindo os movimentos. Era uma imagem que eles
queriam para si, como uma bandeira que gritava para o resto do
mundo, ei, olhe para mim! Eu sou uma ótima pessoa! Ao mesmo tempo,
usando-o como uma desculpa para julgar e à s vezes até mesmo nefasto.
Caso em questã o… o homem responsável pelo meu trauma.
Padre McAdams.
Eu nunca gostei de estar perto do homem. Ele sempre emitia uma
vibraçã o nojenta, mas o problema era que nã o havia nenhuma
evidência de seu erro. Ainda não, de qualquer maneira. Foi só uma
sensaçã o, como quando há um vazamento de gá s. Você nã o pode ver
nada, mas sabe que está lá e sabe que é muito prejudicial.
O padre McAdams gostou de mim e estava sempre me
sobrecarregando com novas responsabilidades, agindo como se fossem
especiais e atribuídas apenas aos melhores filhos. Mas, na verdade, era
apenas trabalho ocupado. Movendo coisas em seu escritó rio, ajudando-
o a se preparar antes da missa. A ú nica coisa que tornava um pouco
tolerável era que alguns de meus amigos também estavam lá , incluindo
Cody.
Peguei o padre McAdams observando Cody e eu uma vez, depois de
conversarmos e brincarmos, como fazíamos. E a sensaçã o dele me
encarando me deixou todos os cabelos da nuca arrepiados.
O verã o quando eu tinha doze anos foi compreensivelmente minha
ú ltima vez no acampamento da igreja. Eu já estava planejando
perguntar ao meu pai se eu poderia parar de ir, ver se talvez houvesse
um acampamento de futebol ou algo que eu pudesse fazer que estivesse
mais de acordo com o que eu realmente queria, e nã o seis semanas
gastas ouvindo as mesmas histó rias sendo contadas repetidamente pela
mente coletiva de nossos conselheiros.
Nã o era incomum que alguns dos pá rocos locais aparecessem no
acampamento, para serviços especiais e outros enfeites. Mas quando o
padre McAdams apareceu na ú ltima noite para observar nosso círculo
de oraçã o dos jovens, percebi imediatamente que algo nã o parecia
certo.
Ele tem vindo até mim cada vez mais ultimamente com todas as
coisas que agora reconheço como aliciamento , de certa forma.
Prestando atençã o especial em mim, me oferecendo coisas, tentando
me pegar sozinho. Era mais fá cil rejeitar quando outras pessoas
estavam por perto.
Mas naquela ú ltima noite, ele conseguiu me encurralar quando eu
estava sozinho.
Há muitas razõ es pelas quais dó i pensar nessas coisas… Por que
lembrar de tudo, e de forma tã o vívida, me causa uma dor emocional
tã o forte que posso realmente senti-la em partes do meu corpo; como a
maneira como ele gira e aperta meu estô mago, queima como á cido em
minha garganta e provoca rigidez em meus joelhos e costas.
Mas o principal motivo é saber o quanto meu trauma me fodeu.
Quã o longe isso me deixou, mentalmente.
Aquele homem roubou o conforto que eu tinha em mim. A
experiência atrapalhou minha autoconsciência. Foi como uma grande
explosã o que leva ao colapso de uma cidade inteira. O abuso, eu
contando ao meu pai e sua negaçã o, a deterioraçã o da minha família...
tudo isso me enterrou, o verdadeiro eu, em anos de escombros.
Eu sabia quem eu era e estava pronto para me tornar essa pessoa.
Mas ele roubou minha identidade. Ele e meu pai me forçaram a sentir
vergonha e remorso que nã o eram meus.
E assim, como uma forma de resposta de luta ou fuga, fugi da
verdade e recuei para a imagem de um novo porto de Kyran. O menino
heterossexual que se concentrava apenas na escola, nas meninas e nos
esportes, tornando-se popular como meio de controle. Uma má scara
para vestir, tã o crível, até eu comecei a sentir que era o meu verdadeiro
eu.
Escondi minha verdade por anos, lutei contra ela com unhas e
dentes. Mesmo depois que Avi e eu começamos nosso negó cio, eu disse
a mim mesmo repetidamente que era apenas isso; um meio de ganhar
dinheiro. Mas o tempo todo, no fundo, eu sabia que era mentira.
Estar com Avi... estar perto dele, ver, sentir e respirar com ele, todas
aquelas coisas que fizemos juntos... foi o que me libertou. Ele era a pá ,
escavando lentamente os escombros para descobrir o verdadeiro Kyran
de onde ele foi enterrado vivo.
Nunca foi uma escolha, e sei disso agora porque, apesar de tudo que
fiz para encobrir, ainda voltou para mim. Eu voltei.
Nã o quero mais mentir. Nã o quero mais correr ...
O que, sim , parece idiota vindo de alguém que está literalmente
fugindo enquanto falamos. Mas desta vez, nã o estou fugindo. eu estou
dirigindo.
Dirigindo em novas estradas, para clarear a cabeça e me encontrar.
Para que da pró xima vez que eu bater em sua porta, nã o haja um pingo
de dú vida.
O verdadeiro Kyran Harlor nã o estaria vivo sem Avi Vega.
Ele é minha razã o, meu resgate.
Vá devagar, garoto quebrado... e deixe que ele te pegue.

***

Que diferença uma semana pode fazer...


Quando saí de Somerville, depois de empacotar minhas coisas e sair
dos dormitó rios Walsh em BC, nã o tinha certeza do que planejava
pendência. Tudo o que eu sabia era que precisava me afastar e me
preparar para uma grande reorganizaçã o interna.
Eu sabia que queria ficar sozinho por um tempo - a princípio, pelo
menos - para organizar meus pensamentos antes da pró xima parte do
meu plano. Entã o, aluguei um Mercedes SUV para dirigir, igual ao que
comprei quando levei Avi ao drive-in. E nã o, isso nã o é coincidência.
Eu queria me sentir mais perto dele durante todo esse processo,
sabendo muito bem que estaria me forçando a ignorar suas ligaçõ es e
mensagens de texto o tempo todo.
Está me matando nã o falar com ele... mas sei que é necessá rio.
Recuperar o verdadeiro Kyran é um trabalho que preciso fazer
sozinho. Nã o posso colocar tudo no Avi. Claro, de muitas maneiras, ele
me salvou e quero que ele saiba disso. Odeio a ideia de que ele possa
pensar que saí porque nã o o amo... amo. Seu amor é o que me manteve
dirigindo quando tantas vezes pensei em voltar; desistir dessa missã o
de me consertar e apenas voltar para casa.
Mas nã o quero voltar para ele indiferente. Porque o verdadeiro
Kyran ainda é um maníaco por controle teimoso de vá rias maneiras. Ele
é um filho da puta determinado. Define sua mente para algo e faz
acontecer.
Chega de se esconder. Chega de fazer o que eu acho que ficará melhor.
Quando eu voltar para Boston, será porque estou pronto para
enfrentar o mundo como eu.
Gay. Apaixonado pelo meu meio-irmã o. Sobrevivente de agressã o
sexual. Zagueiro de futebol. Ok, esse não mudou. Mas agora vou fazer
isso por mim mesmo, em vez de fazer meu pai sentir menos nojo de mim.
Nos primeiros dias na estrada, eu apenas dirigia. Eu nã o estava indo
a lugar nenhum em particular, apenas clareando a cabeça e decidindo
meu pró ximo passo. E muito disso foi intenso, mas também catá rtico.
Eu mantive a mú sica desligada e apenas cruzei as ruas com o meu
pró prio pensamentos. Deixei escapar coisas nas quais nunca pensei e,
quando as coisas ficaram pesadas o suficiente, falei as palavras em voz
alta.
Chorei. Eu ri. Eu gritei. Parei algumas vezes para me orientar antes
de bater em uma á rvore.
Mas, por mais torturante que fosse à s vezes, saí me sentindo muito
melhor.
Isso me preparou para a pró xima parte do meu plano.
Dois dias atrá s, acabei em um hotel perto de Berkshires, que é um
lugar pitoresco e tranquilo, especialmente no inverno. Lembro de vir
aqui em um acampamento quando era pequeno. Foi muito divertido, e
pensar na solidã o das montanhas me fez desejar ainda mais que Avi
estivesse aqui.
Teremos que acampar aqui na primavera.
Isto é, se ele ainda não está com raiva de mim por ter ido embora.
Devo presumir que, quando Avi descobrir o quanto estou fazendo
de bom para mim, ele entenderá . Ele sempre foi assim, afinal. Ele é
paciente e atencioso, amoroso e solidá rio. Tudo que eu preciso da
minha verdadeira família. E tudo o que preciso para entender por que
minha família atual nã o pode me dar isso.
Instalado em meu quarto com um saco de fast food como meu jantar
- sem mais futebol até o acampamento de treinamento, então posso fazer
alarde - me permito descomprimir do dia.
Tive minha primeira sessã o de terapia honesta com Deus hoje, com
uma boa conselheira chamada Anna. Ela é muito fá cil de conversar, o
que eu aprecio. Foi a primeira vez que me abri com alguém cara a cara,
contando toda a histó ria do meu abuso.
Falei com alguém ao telefone na minha segunda noite na estrada, da
linha direta da RAINN. Honestamente, eu esqueci o nome dele, porque
eu estava tã o nervoso, quase maníaco, derramando minhas entranhas
pela primeira vez. E estou falando de todos os detalhes... Aqueles que
ainda me perseguem, me envolvem com ná useas e raiva e me fazem
querer me retirar para dentro de mim.
Mas nã o o fiz, e tenho orgulho disso.
Foi depois dessa conversa que quase quebrei a regra e liguei para o
Avi. Eu só quero tanto ouvir a voz dele. Para dizer a ele que coisas boas
estou fazendo e ouvir seu sorriso quando ele me diz que está orgulhoso
e que me ama.
Mas entã o nã o quero que pareça que estou fazendo essas coisas
para a aprovaçã o dele... Porque nã o estou. Estou fazendo isso por mim.
Para que eu possa ter um relacionamento com ele, e compartilhar as
coisas com ele sem ter medo.
Ainda tenho medo de que isso o aterrorize. Eu sei que é estú pido
pensar isso, por causa do apoio que ele tem dado. Mas nã o consigo
deixar de sentir que a ideia de seu namorado ter sido abusado
sexualmente quando criança e a realidade dos detalhes sombrios sã o
duas coisas muito diferentes.
Também sei que nã o preciso contar nada a ele... Ele deixou isso claro
na noite anterior à minha partida. Mas eu quero. Nã o quero esconder
ou ter vergonha disso.
Ainda assim, é como Anna disse antes... é um trabalho em
andamento. Minha pró pria aceitaçã o vem primeiro e, depois disso,
posso me preocupar com a do meu parceiro, por mais tempo que isso
demore.
Hesitantemente, pego meu telefone de onde estava na cama e o ligo
novamente. Eu tenho evitado a maior parte do tempo, porque nã o
quero ser tentada a ler as mensagens angustiantes de Avi ou atender o
telefone quando ele ligar. Mas, mais importante, estou me livrando do
desejo de tirar fotos diversas para o Instagram… um dos mecanismos
de enfrentamento que me manteve embrulhado em negaçã o por anos.
Nã o estou dizendo que a mídia social é ruim … Simplesmente nã o é
real . Minha conta inteira estava cheia de fotos que postei para encaixar
na imagem falsa de mim mesmo. Fotos de treino sem camisa, sorrisos e
beijos com garotas que eu realmente nã o me importava, pô r do sol e
comida... A vida feliz e glamorosa de alguém que nunca existiu.
Apaguei todos eles.
Ainda tenho minha conta, mas nã o há postagens atuais. Qualquer
dia volto a postar algo… E quando o fizer, será a verdade.
Imaginar postar uma foto minha e de Avi nos beijando me dá um
calafrio e mordo o lá bio. Eu me pergunto o que ele está fazendo agora...
Tocando no Instagram, procuro o perfil de Avi. Aquele com apenas
um punhado de postagens aleató rias, que ainda acredito que ele usou
principalmente para me perseguir ciberneticamente. O pensamento faz
meus lá bios se curvarem em um sorriso que é realmente muito bom.
Sinto falta de sorrir para Avi. Sinto falta de rir de suas piadas idiotas
e forçar carrancas para ele para encobrir o quã o verdadeiramente
espirituoso e adorável eu acho que ele é.
Quando abro o perfil dele, descubro que ele mudou de nome… De
AviVega420 para Backwardz_Avi .
Eu franzo meus lá bios. Eu acho que ele está apenas abraçando isso
agora... Os Fãs.
Pelo que sei, o Twitter dele ainda está inativo, assim como o
OnlyFans. Mas essa mudança de nome me faz pensar se talvez ele
comece de novo, agora que nã o precisa se preocupar com a escola.
Ele não iria... encontrar um novo parceiro de negócios... iria?
Engolindo aquele sentimento nojento, eu percorro sua biografia,
que apenas diz, Arte é amor, e encontro uma postagem recente de
ontem. Parece uma parede de algum tipo, talvez de concreto, pintada
com spray com um fundo preto e um rosto carrancudo amarelo.
A legenda diz:
Estou sozinho. Estou totalmente sozinho.
Eu pisco para a tela algumas vezes, me perguntando por que isso
soa tã o familiar... E entã o eu me lembro. É de Beetlejuice ... Um de seus
cinco filmes favoritos de todos os tempos.
Agarrando o controle remoto da TV, folheio todos os serviços de
streaming disponíveis, procurando Beetlejuice. está na amazon Prime,
entã o ligo, deixando-o tocar em segundo plano enquanto olho para a
foto.
Nunca vi Avi pintar com spray, mas ele é um artista. Ele pode usar o
que quiser como tela, o que eu acho bem legal. Eu só queria que neste
caso nã o fosse algo tã o deprimente.
Deslizando o Instagram para longe, abro minha corrente de texto
com Avi, olhando todas as mensagens que ele me enviou desde que saí
da Califó rnia. E há muitos.
Além dos que ele me enviou naquele dia, depois que desapareci, ele
me enviou pelo menos três por dia na ú ltima semana. Tudo variando
de…
Avi: Eu te amo amor... por favor, volte para mim
Para…
Avi: Só vou ser sincero... sei que você está sofrendo, mas é
muito ruim você nem mesmo RESPONDER a mim. *emoji de
cara irritado*
E até mesmo…
Avi: Robin sente sua falta. Ela apenas miou e parecia que ela
estava dizendo “Kyran”. Eu não estou nem brincando.
A mais recente é apenas uma captura de tela do vídeo da nossa
primeira sessã o de pegaçã o, no banheiro do Theo. Mas o vídeo real, nã o
aquele com meu rosto desfocado.
Aperta o ar do meu peito para vê-lo, enviando todas as sensaçõ es de
volta. Lembro-me de como eu estava com medo... Por causa de como
sua boca era incrível na minha. Eu nã o conseguia parar de tremer.
A imagem captura isso perfeitamente. É como se eu estivesse me
apaixonando por ele, mesmo assim, e eu amo e odeio isso ao mesmo
tempo. Eu só queria não ter perdido tanto tempo fingindo.
Digitando uma mensagem para ele, hesito por apenas um segundo
antes de clicar em enviar.
Eu: Oi amor. Eu sei que isso pode doer, mas segure por mim.
Estou bem e seguro e prometo que voltarei em breve...
Batendo à sua porta para sempre desta vez. Te amo anjo.
Obrigado por me salvar.
Entã o eu desligo meu telefone. Porque eu tenho que.

***

— Você sabe que eu vi você... Olhando para os outros meninos.


Meus joelhos estão doloridos e minhas costas estão rígidas.
— Está tudo bem, Kyran. Não tenha medo. Deus te ama. Ele fez você
assim.
Há um rosário preto enrolado em sua mão.
A que deixei cair quando ele entrou no quarto e trancou a porta.
—Mas você precisará implorar Seu perdão por seus modos lascivos.
Posso te ajudar…
O pano branco de sua túnica roça em meu rosto enquanto se levanta.
— Este é você, Kyran. Este é quem você é.
— Mas eu não fiz nada... eu não q-quero, — eu sussurro com medo em
minha voz.
— Deus vê tudo, você sabe. Ele pode dizer que você está mentindo.
Minha cabeça balança, de novo e de novo, mas ele a mantém imóvel.
Os cheiros de fumaça e óleo enchem meus pulmões.
— Invoque a salvação com seu corpo, Kyran. Alto o suficiente para
que Ele possa ouvi-lo.
Meus olhos se abrem com meu suspiro, e eu me sento na cama,
olhando ao redor do espaço desconhecido.
Oh, certo. Estou em um novo quarto de hotel... de volta a Boston.
Cambridge, para ser exato.
Passei um mês naquele hotel em Berkshires, vendo minha
conselheira Anna e trabalhando em muitas coisas difíceis que deixei
apodrecer por oito anos. E depois de semanas de reconstruçã o
emocional difícil, decidi que era hora de voltar para Boston. Para fazer
algo muito importante...
Confrontar meus pais.
Anna disse que posso continuar a vê-la pelo Zoom, ou ela pode me
indicar alguém aqui, o que eu preferir. Ainda nã o decidi o que fazer, mas
acho que gosto da ideia de ficar com ela. Falar cara a cara é legal, mas já
criei um relacionamento com ela. E por mais legais que sejam os
Berkshires, eles nã o estã o em casa .
Vai ser difícil estar na á rea de Boston sem ver Avi. Mas,
honestamente, estou realmente cansada de ficar longe dele, de
qualquer maneira.
Meu trauma sempre estará comigo, nã o importa onde eu esteja. É
uma parte de quem eu sou e, como aprendi nas ú ltimas semanas, só
preciso abrir espaço para isso dentro de mim. Trabalhe na aceitaçã o e
me dê tempo e espaço para curar.
Eu quero fazer isso com Avi.
A essa altura, os pesadelos já estã o ficando menos assustadores. A
raiva e a desesperança ainda estã o lá , mas estou aprendendo a lidar
com isso; acho que porque nã o estou mais usando toda a minha energia
para enterrá -los com negaçã o.
Também tenho lido muito, ouvido mú sica. Comecei a meditar e fazer
ioga. As ú ltimas cinco semanas foram como uma forma de reabilitaçã o,
para largar meus há bitos de evitaçã o, e finalmente me sinto pronto para
voltar à vida.
Mas principalmente, quero voltar para Avi. Eu sinto falta dele como
um louco.
Deslizando para fora da cama, eu ando até o banheiro. Depois de
jogar á gua no rosto, me olho no espelho... e me lembro de todas as
vezes que fiz isso. Quando eu olhava para o estranho olhando para mim
e se perguntando se eu o reconheceria novamente.
Nã o me sinto mais como aquele garoto de 12 anos apavorado,
lutando para respirar sabendo do que foi feito com ele. Passando meus
dedos pelo meu cabelo, meus lá bios se curvam, porque finalmente
pareço comigo novamente.
E eu reconheço essa pessoa, esse verdadeiro Kyran. Eu já vi flashes
dele antes. Com Avi.
Eu pisco para o meu reflexo.
— Você merece pais melhores. Mas você está preso com os que você
tem. Entã o você vai, diz o que pensa e fecha esse capítulo. Nã o importa
o que aconteça, você está aqui. Este é você.
Horas depois, tomei banho, me vesti e desci as escadas para almoçar
com meus pais. É quase uma loucura como foi difícil para mim juntar os
dois na mesma sala. Mesmo depois de saber que saí da escola e de casa
porque tenho lutado tanto, ainda foram necessá rias vá rias mensagens
de texto e telefonemas para me convencer.
Mas, eventualmente, eles concordaram em vir almoçar no
restaurante do hotel onde estou hospedado. Eu reservei uma cabine na
parte de trá s para privacidade, e deve ficar bem.
Quando entro no restaurante, a recepcionista olha para cima e eu
apenas digo a ela que estou encontrando alguém, passeando e indo
direto para a mesa dos fundos. Vejo que minha mã e já está aqui, mas
meu pai nã o.
Fazendo uma pausa, respiro fundo, lembrando a mim mesma que
nã o posso controlar como as outras pessoas reagem à s coisas. Eu só
posso controlar minhas próprias açõ es.
— Mã e —, murmuro educadamente enquanto me aproximo,
sentando-me à mesa em frente a ela. — Faz algum tempo…
Minha mã e olha para mim, sorrindo. Elena Harbor-McLaughlin
ainda é uma mulher bonita. Cabelos loiros, olhos verdes, feiçõ es claras.
Ela se parece com quando ainda era minha mã e, apenas com mais
algumas linhas ao redor dos olhos e uma espécie de vazio que só
realmente apareceu depois da minha confissã o que destruiu nossa
família.
— Kyran, querido... eu tenho estado tã o preocupada com você, — ela
diz em seu tom familiar, o de uma esposa de Boston com um marido
rico. — Desde que a empresa de seu pai faliu, estou querendo entrar em
contato com você.
— Entã o por que você nã o fez isso? — Minha cabeça se inclina.
Ela parece momentaneamente desconfortável, endireitando os
talheres na mesa. — Kyran, você sabe que é difícil entre seu pai e eu.
Todas aquelas lembranças ruins…
Ah, fazer do papai a rotina do monstro. eu me lembro bem…
— Mã e, teria sido tã o fá cil quanto pegar o telefone. Apenas estando
lá para mim, — eu falo calmamente. — Mas você nã o estava. Nã o agora,
e definitivamente nã o naquela época.
Suas linhas na testa.
— Ky... eu nã o...— Ela faz uma pausa para balançar a cabeça. — Eu
realmente nã o sei o que dizer.
Cruzando minhas mã os sobre a mesa, eu travo os olhos com ela.
— Ah, nã o se preocupe. Eu tenho muito a dizer. Eu precisava de uma
mãe . Para me proteger e me consolar. Me dizer que estava tudo bem.
Mas em vez disso, você se concentrou estritamente em seu casamento
de merda e depois desapareceu de mim. E ainda assim, sou sempre
aquele que espera vir até você. Para feriados e ocasiõ es... quero dizer,
Jesus. Você nem me ligou quando eu ganhei a porra do Rose Bowl…
Balançando a cabeça, eu caio para trá s no meu assento, a raiva e a
depressã o por expressar todas essas verdades atravessando meus
membros. E eu deixei.
Eu nã o tento abafá -lo ou ignorá -lo. Eu apenas sento, zumbindo de
tensã o, lembrando-me de respirar.
— Estou tã o orgulhosa de você, querido, — ela sussurra, e meus
olhos se voltam para os dela. — Eu sou. Eu sei que nã o estive lá para
você. Mas só de ver o quã o bem você se saiu... o quã o longe você chegou.
Nã o importa quanto seu pai e eu erramos, você ainda se transformou
em um homem tã o incrível.
Eu engulo, meu peito inchando com suas palavras. Odeio o fato de
ter que arrancar isso dela, e de ter demorado tanto para conseguir. Mas
pelo menos é alguma coisa.
— Eu só quero saber se você está bem, Kyran, — ela continua. —
Sair da escola e fugir assim... nã o parece saudável.
— Mas é só isso, mã e —, murmuro. — Não estou bem e nã o tenho
estado saudável. Nã o emocionalmente... Foi por isso que saí. Porque
com certeza parece que estou ganhando por fora, mas por dentro ainda
estou morrendo de medo. — Ela se encolhe um pouco, mexendo no
cabelo, provavelmente porque sabe onde isso vai dar. Inclinando-me
sobre a mesa, sussurro: — Nã o foi tudo culpa do papai. Você é
igualmente culpada. Porque fui abusado por alguém que vocês dois
consideravam um homem de Deus, e vocês nã o fizeram nada.
Minha mã e engasga, com as mã os cobrindo o rosto. De vergonha, de
remorso, sim. Mas também porque sei que ela odeia ouvir sobre isso.
Ela ainda quer fingir que nunca aconteceu.
Negar. Evitar. Enterre tudo a seis pés de profundidade.
Nesse momento, meu pai caminha até a mesa. No momento ideal.
Nó s dois olhamos para ele, observando seus olhos se moverem para
frente e para trá s, provavelmente para descobrir onde ele deveria se
sentar. Ele obviamente nã o quer se sentar ao lado da minha mã e, ou
pelo menos nã o quer que ela pense que sim. Mas estou na ponta do
meu assento e nã o estou me movendo.
Sente-se ao lado de sua ex-mulher, Pops. Então vocês dois têm que me
olhar nos olhos para isso.
Finalmente, minha mã e cede e se aproxima, permitindo que meu pai
relutantemente se sente ao lado dela. Eles trocam um olhar breve e sem
entusiasmo, e meu pai murmura:
— Elena...
Ao que ela suspira, — Tom.
Reviro os olhos. Os pais são fodidamente insuportáveis.
Meu pai olha para mim do outro lado da mesa, seu rosto marcado
em suas habituais linhas severas e implacáveis. Só que ele parece muito
mais exausto do que o normal; abatido e quase desolado. Seus pelos
faciais estã o um pouco crescidos, suas roupas ligeiramente
amarrotadas. Ele parece uma merda…
Acho que ele está trabalhando em algum novo emprego do qual nã o
sei quase nada, entã o isso pode ser parte da razã o pela qual ele parece
infeliz. Ou ele também está temendo esse pequeno encontro.
— Kyran, estou feliz em ver que você está bem —, ele resmunga. —
Eu estava preocupado…
— Você estava? — Eu bufo. — Entã o, estabelecemos que vocês dois
estavam preocupados, mas nã o o suficiente para realmente fazer algo a
respeito.
— Nã o seja assim.— Ele franze a testa. — Eu liguei para você e pedi
para você voltar para casa. Por que você deixaria a escola, filho? Você
precisa de sua educaçã o, nã o importa o quê.
— Pai, nó s dois sabemos que vou ter que escolher...— Eu endireito.
—Entre futebol ou escola de negó cios. É altamente improvável que eu
consiga fazer as duas coisas…
Ele faz uma careta como se soubesse que isso é verdade, mas nã o
quer admitir.
— De qualquer forma, você precisa estar na escola. É muito
importante deixar para trá s para que você possa sair vagabundeando...
— Vagabundeando?! A palavra sai com um escá rnio incrédulo. —
Entã o você acha que eu saí apenas para correr por aí, fodendo como um
idiota irresponsável?
— Nã o foi isso que eu quis dizer, — ele resmunga, mas eu nã o quero
ouvir.
Agora estou puto pra caralho.
— Ok, vamos tirar isso do caminho. Porque eu nã o chamei vocês
dois aqui para falar sobre futebol, ou escola de negó cios, ou o que quer
que eu decida fazer com o meu futuro. — Tento controlar minha raiva, a
canalizando para encontrar minhas palavras. — Estamos aqui porque
tenho consultado um conselheiro, falando das minhas questõ es,
finalmente, depois de oito anos enchendo essa merda. E percebi que
nunca poderei seguir em frente se nã o disser a vocês exatamente como
me sinto.
Meus pais compartilham um olhar nervoso, mas nã o lhes dou tempo
para desviar.
Eu agarro a borda da mesa e rosno:
— Vocês me foderam. Quase tã o ruim quanto ele.
— Kyran...— meu pai começa, mas eu o interrompo com um silvo, o
mais silenciosamente que consigo.
— Vocês dois! Vocês deveriam me amar e me proteger. Vocês
deveriam me ouvir e me apoiar... Vocês deveriam ficar ao meu lado, nã o
importa o quê, e vocês deveriam querer decapitar aquele filho da puta
pelo que ele fez! Mas, em vez disso, vocês agiram como se nunca tivesse
acontecido.
Meus olhos se concentram em meu pai.
— Você me disse que eu estava exagerando. Você me acusou de
inventar. Você me fez sentir como se eu estivesse doente por ter sido
abusado!
Minha mã e está tremendo em meio a soluços abafados, e os olhos de
meu pai nunca estiveram tã o arregalados. Ele parece que vai ficar
fisicamente doente... E serve pra caralho.
Agora você sabe como me sinto todos os dias há oito anos, pai.
— E você. — Eu olho para minha mã e. — Sua boca estava
convenientemente fechada, sempre que nã o estava engolindo Xanax e
Pinot. Você nunca disse uma maldita palavra para mim, nunca me
perguntou se eu estava bem ou se eu precisava falar com alguém. —
Uma risada furiosa sai dos meus lá bios. — Nã o me desculpe. Você disse
algo ... Você disse, “Você tem que seguir em frente, Kyran. Ficar
pensando nisso apenas lhe dará poder”. Ó timo conselho para um garoto
de 12 anos que acaba de contar que o maldito padre enfiou um pau na
garganta dele.
— Kyran! — Meu pai bate com o punho na mesa, sacudindo os
pratos. — É o bastante! Eu entendo que você quer nos punir. Eu
entendo ... Nó s fodemos tudo.
— Fodido nem começa a descrever...
— Eu sei! — ele ruge. — Eu sei, e sinto muito. Me desculpe por nã o
ter acreditado em você. Lamento que sejamos os culpados por trazer
esse pedaço de lixo para sua vida! Eu nã o posso te dizer o quanto eu
sinto pelo que você teve que passar, mas acabou. Aconteceu e está feito.
— Ele faz uma pausa enquanto eu o encaro, chocado e tã o
profundamente enfurecido que quero pular sobre a mesa e estrangulá -
lo até a morte. — Vou ter que viver com a maneira como lidei com isso
pelo resto da minha vida..., mas nã o quero que você também. Eu quero
que você seja capaz de seguir em frente, filho. Sua mã e estava certa...
Ficar pensando nisso lhe dá poder. Nã o dê mais.
Rangendo os dentes, fecho os olhos, respirando e me concentrando
em quem eu sou. O verdadeiro Kyran, nã o o Kyran que eles acham que
conhecem.
Quando os reabro, fixo meu pai com um olhar.
— Eu quero que você diga isso. — Eu o vejo engolir em seco e me
inclino para a frente. — Diga as palavras, pai. Alto.
Ele balança a cabeça sutilmente.
— Kyran, eu nã o...
— Diga,— eu rosno. — Esta é a razã o pela qual nã o posso seguir em
frente. Esta é a razã o pela qual estou preso há tanto tempo, escondendo
a verdade, fingindo ser outra pessoa... Porque você me fez sentir como
se a verdade me deixasse doente, quebrado ou danificado. Aconteceu,
pai . Aconteceu, quer você queira ou nã o, aconteceu. Você nã o pode
rezar. Deus nã o se importa com suas Ave-Marias ou sua penitência. Diga
as malditas palavras em voz alta, porque elas sã o verdadeiras, ou me
ajude, você perderá seu filho. Vou sair deste restaurante e você nunca
mais me verá .
Meu pai passa as mã os pelos cabelos, visivelmente instável
enquanto expira lentamente. O ar ao nosso redor está denso com a
tensã o elevada, o silêncio nos cobrindo como uma grande lona.
Demora um minuto, mas finalmente ele olha para cima, seus olhos
agarrados aos meus. E ele murmura:
— Ele abusou sexualmente de você. Padre McAdams… um homem
em quem confiamos. Ele fez coisas horríveis e nojentas com você,
Kyran. E eu nã o fiz nada.
A sinceridade em seu olhar me dá algum consolo. Ouvir as palavras,
finalmente, de seus lá bios tira ainda mais peso dos meus ombros. Peso
que eu nem sabia que era tã o pesado até que ele se esvaiu e finalmente
posso respirar melhor. Muito melhor.
Chega de se esconder.
— Sinto muito, Kyran, — minha mã e sussurra trêmula. — Sinto
infinitamente por ter levado aqueles outros meninos a se apresentarem
para nó s ouvirmos. E mesmo assim, nã o foi o suficiente.
Eu aceno, minha voz rastejando.
— Nã o. Nã o foi. — Ambos apenas me encaram. — Eu nã o queria
dinheiro. Eu queria que vocês se importassem… Eu queria ser
reconhecido, nã o sentir que estava escondendo alguma doença que
precisava ser trancada e encoberta por essa imagem do filho perfeito e
imaculado que vocês gostariam de ter.
Ambos acenam com a cabeça, esfregando os rostos, parecendo
geralmente exaustos. E sei que nã o deveria me deliciar com a angú stia
deles, mas gosto. É bom que eles finalmente estejam reagindo do jeito
que nunca fizeram naquela época.
— Eu só quero que você saiba…— meu pai resmunga, — nó s nunca
pensamos que você estava danificado, Kyran. É só ... doeu admitir que
algo assim aconteceu quando deveríamos proteger você. Você nã o
merecia isso - ninguém merece. Mas ainda mais, você nã o merecia
como fizemos você se sentir sobre isso. Sinto muito por ter feito você se
sentir invisível…
A emoçã o agarra minha garganta e, em vez de engoli-la, deixo
escapar na forma de um suspiro, mastigando meu lá bio enquanto todos
nó s apenas olhamos um para o outro.
Meus olhos se movem para o garçom, que está pairando a alguns
metros de distâ ncia como se estivesse ansioso para vir e ver se
precisamos de alguma coisa, mas nã o queria interromper. Eu
simplesmente aceno para ele, porque nã o que eu tenha apetite agora,
mas mesmo se eu tivesse, eu nã o poderia tolerar uma refeiçã o real com
essas pessoas. Ainda nã o.
Podemos chegar lá no futuro ... Espero que sim. Mas ainda é muito
fresco.
Tirando minha carteira, tiro uma nota de vinte e coloco na mesa
para o garçom e seus problemas.
— Há mais uma coisa que preciso dizer —, murmuro. — E entã o eu
vou, porque provavelmente vou lutar com alguma nova besteira que eu
realmente nã o estou com vontade de lidar agora. Mas saiba que eu
aprecio vocês dois vindo aqui e me ouvindo. Isso foi... muito ú til.
Eles piscam para mim com os olhos arregalados. E franzo os lá bios,
principalmente para meu pai, porque tenho certeza de que ele está
prestes a perder o controle.
— Eu sou gay.
Cara, isso é ótimo pra caralho. Uau.
As expressõ es dos meus pais estã o congeladas. É meio cô mico.
Meus lá bios se curvam e eu solto uma pequena risada, balançando a
cabeça.
— Mais importante, eu sempre fui gay. Eu nasci assim, e é apenas um
fato. Além disso, estou apaixonado por Avi e quero ficar com ele.
Entã o… sim. É isso.
Levantando-me, lanço um ú ltimo olhar para seus rostos chocados,
sorrindo enquanto dou um tapinha forte no ombro de meu pai. — Vejo
vocês mais tarde, pessoal.
Afastando-me da mesa, me sinto renovado. Atualizado.
Sim, é um processo contínuo, mas sinto que dei um grande passo
hoje e estou orgulhoso de mim mesmo.
Eu preciso ir encontrar Avi.
Porque foda-se toda essa merda pesada. Eu só quero beijar ele agora.
Do lado de fora, no meio-fio, tiro meu telefone do bolso para pedir
um Uber. Sinto muita falta daquele Mercedes SUV, mas assim que voltei
para a cidade tive que devolvê-lo. Não foi barato e nã o posso continuar
queimando minhas economias do OnlyFans. Especialmente se eu ainda
tiver que me preocupar com a escola...
Estou inserindo o endereço de Frankie no aplicativo quando uma
mã o agarra meu ombro.
— Kiran…
É a voz do meu pai.
Eu me viro para encará -lo, boquiaberto e confuso. Mas antes que eu
possa recuar com a ideia de que ele pode me dar um soco no rosto, ele
se joga em mim, puxando-me para seus braços.
Me abraçando... Meu pai está me abraçando.
Estou atordoado em uma está tua por quatro segundos só lidos, meus
braços balançando ao meu lado enquanto meu pai me esmaga contra o
peito, apertando-me o mais forte que pode.
A pressã o sobe atrá s dos meus olhos e permito que meus braços
circulem sua cintura, abraçando-o de volta. Ele está meio que
gaguejando... Ele pode estar chorando, e eu estou enlouquecendo.
O que está acontecendo agora??
— Eu te amo, Kyran, — ele sussurra com a voz rouca. — Eu te amo
tanto, e eu sinto muito.
Oh caramba… Isso é embaraçoso.
Agora estou gritando em seu peito, e nã o consigo segurar. O
agarrando e tremendo enquanto todas as paredes entre nó s desabam.
Tijolo por tijolo.
Ficamos assim por um tempo, até que finalmente saímos dessa e
nos deixamos ir, rapidamente enxugando os olhos, tentando ao má ximo
abafar as emoçõ es visíveis, porque é da nossa natureza encobrir isso. É
uma droga, mas é assim que fomos criados e é uma coisa difícil de
superar.
Meu pai pisca para mim e eu para ele, mordendo o interior da minha
bochecha porque nã o sei o que dizer.
— Estou feliz por você, — ele diz, ainda soando como seu eu severo
de sempre. Mas as palavras que ele está dizendo sã o sinceras. Ele quer
dizer isso, eu sei que ele faz. — Por você... e Avi.
Meus lá bios se curvam.
— Eu pensei que você ficaria bravo... porque ele é um cara. E seu
enteado.
Ele ri, balançando a cabeça, e eu dou uma risada de meleca.
— Eu nã o entendo. Eu nem vou tentar agir como eu faço... Mas se
este é você, filho, entã o nunca mude.
Lá grimas brotam novamente, e eu olho para o chã o enquanto pisco
para afastá -las.
— Você é forte, Kyran. Cem vezes mais forte do que eu, e você
sempre foi, — ele diz com certeza. — Você se tornou um homem
incrível e fez isso sozinho. Vale a pena se orgulhar disso.
Eu aceno, sorrindo para ele.
— Obrigado, pai.
— E eu nã o me preocuparia com Avi sendo meu enteado...— Seu
sorriso desaparece. — Porque ele nã o ficará por muito mais tempo.
Minha testa franze.
— O que você quer dizer?
— Hannah me deixou —, ele suspira. — Estamos nos divorciando.
Hum… o quê?!
— Realmente?! — Eu suspiro, boquiaberta em descrença. — Por
que?
— Digamos apenas que sou um marido tã o ruim quanto um pai —,
ele resmunga.
— Nã o... Pai, isso nã o é...
— Kyran, é verdade.
Eu engulo.
— Ok, é. Mas ainda assim, você pode corrigi-lo! Vá consertar as
coisas com ela como você está comigo.
Ele sorri tristemente.
— Acho que também tenho que trabalhar em mim mesmo. — Ele
me dá um tapinha no ombro. — Você me inspirou, filho.
Meu coraçã o está literalmente explodindo de dentro de mim, estou
tã o feliz. Eu nã o posso nem acreditar no que estou ouvindo, mas é
incrível.
Acho que posso ter um pai de verdade... Apenas vinte anos de vida,
mas tanto faz. Antes tarde do que nunca.
Meu pai me dá um olhar perplexo.
— Entã o Avi nã o contou a você? Sobre o divó rcio?
— Eu hum... nã o falo com ele há , tipo, um mês. — Eu esfrego a parte
de trá s do meu pescoço.
— Por que nã o? — Sua cabeça se inclina.
— Eu o deixei... para que eu pudesse descobrir essas coisas, — eu
suspiro. — Eu nã o queria trazer toda essa bagagem emocional para um
relacionamento.
Os olhos do meu pai brilham de arrependimento, e sei que é porque
ele finalmente está reconhecendo que é responsável por muitos dos
meus problemas.
— Mas se vocês realmente... se amam. — Ele engasga um pouco com
as palavras e isso me faz rir. — O que? Desculpe, estou tentando.
— Eu sei —, eu suspiro. — Você está . Tudo bem nã o entender a
coisa gay de imediato, pai. Eu nã o preciso que você…
Ele me dá um olhar severo, embora esteja sorrindo.
— Tudo o que estou dizendo é que Avi nã o parece ser do tipo que dá
as costas para algo bom só porque pode ser difícil.
— Você está certo, — eu murmuro, voltando para o meu telefone. —
Eu vou vê-lo agora. Está na hora.
— Você precisa de uma carona? — ele pergunta, e eu olho para ele.
Quem é esse homem?? Ele apenas ri e acena com a cabeça. — Vamos.
Vamos.
Tudo bem então.
Seguindo meu pai até o carro dele, subo com ele e ele nos leva até
Brookline. Minha cabeça está realmente girando agora, tantas coisas
diferentes dentro de mim. Estou empolgado — em êxtase, na verdade —
com o andamento das coisas com meu pai. E estou ansioso para ver Avi
novamente, pela primeira vez em mais de um mês. Tanto que nã o
consigo parar de me mexer. Meu joelho está quicando rapidamente,
dedos torcendo no meu colo enquanto entramos na rua de Frankie.
Meu pai faz um som como uma pequena risada, e eu espio para ele.
— O que?
— Você está obviamente muito animado para vê-lo.— Ele sorri. —
Eu nunca vi você assim.
Caindo para trá s em meu assento, murmuro:
— Estou nervoso. E se ele estiver bravo por eu ter ido embora?
— Isso nã o parece como Avi —, ele responde. E eu aceno, porque ele
tem razã o. — Tenho certeza de que ele ficará feliz por você estar bem.
Eu aponto o prédio de Frankie, e ele para junto ao meio-fio.
— Pai, eu realmente aprecio isso, — digo a ele, desafivelando meu
cinto de segurança. — É bom poder falar com você… Como um
verdadeiro pai e filho.
— Eu sei. — Ele concorda. — Só quero que saiba que sempre terá
um lugar em nossa casa... Se quiser voltar. Por qualquer razã o. — Ele
esfrega a nuca e eu sorrio. — Você poderia até trazer Avi, se você...
quisesse...
Eu rio baixinho.
— Sim, tenho certeza que você adoraria isso.
— Ky —, ele murmura quando eu abro a porta. — Deus te ama, nã o
importa o que aconteça. Saiba disso. Ele nã o é o Deus que eu pensava
que era... Ele é muito melhor. Carinhoso e gentil. Nã o deixe que o que
aconteceu o impeça de ter fé verdadeira. Nã o as coisas que eu
costumava empurrar para você. Fé em si mesmo é fé Nele.
Assentindo, sorrio para meu pai, pulo para fora do carro e aceno
para ele ir embora antes de subir a varanda de Frankie. Nã o tenho
certeza se vou conseguir ter um relacionamento com Deus, depois de
tudo..., mas também pensei isso do meu pai, e agora olhe para nó s.
Só é preciso finalmente se abrir para isso.
Talvez ele esteja certo... Talvez fé seja apenas crença. Crença em si
mesmo e na sua pró pria força; na complexa vida humana, e sua
capacidade de amar e perseverar.
Talvez Deus seja apenas nós, acreditando.
Do lado de fora da porta do apartamento de Frankie, faço uma pausa
para respirar antes de bater. Meu coraçã o está na minha garganta, a
antecipaçã o borbulhando em mim como uma panela fervendo.
Mal posso esperar para ver o rosto dele... só quero vê-lo novamente.
Mas quando a porta se abre, eu me deparo com olhos verdes
vibrantes e cabelo rosa brilhante.
— Ah, olá . — Frankie semicerra os olhos para mim, seus lá bios se
curvando em um pequeno sorriso. — Eu sabia que você iria aparecer
eventualmente.
— Oi...— murmuro, espiando por cima da cabeça dela dentro do
apartamento. Imediatamente vejo Bea, Zeb e Micah. — Ele está aqui?
— Nã o o deixe entrar! — Zeb chama. — Ele é a razã o pela qual meu
amigo está se arrastando como um zumbi agora.
Eu faço uma careta para ele, entã o olho para Frankie. Ela está
parada lá com os braços cruzados sobre o peito, quadril para fora e
tudo mais.
— Frankie, vamos. Eu só preciso vê-lo. Ela nã o diz nada, entã o passo
por ela, entrando. — Avi?— Estou procurando em todos os lugares,
pisando freneticamente como se esperasse que ele saísse de um
armá rio ou algo assim. — Avi?!
— Ele nã o está aqui —, diz Bea, as sobrancelhas franzidas em
preocupaçã o. Micah dá uma cotovelada nela e ela grita: — O quê? Ele
está obviamente chateado com a separaçã o deles.
Eu paro e fico boquiaberto com todos eles.
— Entã o... ele disse a você que nó s... terminamos?
— Nã o com tantas palavras —, canta Frankie. — Mas sim, ele nos
disse que você o abandonou em Cali porque precisava de algum espaço.
Meu coração…
Nã o sei por que pensei que Avi poderia ter contado a eles por que
saí. Ele nunca trairia minha confiança assim. Então ele apenas disse a
eles que eu terminei com ele, e agora todos pensam que eu sou o cara
mau. Ótimo…
Meus lá bios se curvam, mas eu o sufoco.
— Onde ele está ? preciso vê-lo...
— Ele está ocupado. — Zeb sorri para mim.
Meu coraçã o para, e eu engulo.
— Ele está ... com alguém? — Meu rosto vira na direçã o de Frankie.
— Ele está namorando alguém?
Frankie faz beicinho e balança a cabeça.
— Você é tã o doce. Nã o, abó bora, ele nã o está namorando ninguém.
Ele está chafurdando... em seu novo lugar.
Novo lugar?
— Avi tem um apartamento?
— Ele está sublocando um lugar em Brighton com sua mã e, — diz
Micah.
— Preciso do endereço —, exijo. Todos eles olham para mim, e eu
reviro os olhos. — Por favor.
— É 501...— Bea começa, mas Zeb dá um tapa na boca dela.
Minha paciência está se esgotando.
— Ok, escute... Vocês nã o sabem o motivo pelo qual eu saí, entã o eu
entendo que vocês estã o apenas protegendo seu amigo, porque vocês
acham que eu quebrei o coraçã o dele. E por que você nã o? Eu tenho
intimidado ele e fugido dele para sempre. Mas a verdade é que estou
apaixonado por ele. Estou loucamente apaixonado por ele, e só quero
estar com ele... Segurar sua mã o, comprar Twizzlers para ele e ouvi-lo
falar sobre reptilianos. Quero apoiá -lo como ele me apoiou e quero ver
seus olhos brilharem quando ele estiver animado. Estou apaixonado
por Avi Vega, totalmente, verdadeiramente, inegavelmente. — Eu me
inclino para fazer contato visual com Zeb. — Entã o eu vou precisar
desse endereço... Porque eu nã o quero, eu preciso beijá -lo agora. Mais
do que preciso de ar nos pulmõ es.
Zeb pisca para mim, sua testa franzida enquanto sua mã o desliza
para longe da boca de Bea.
— Essa é a coisa mais româ ntica que eu já ouvi na minha vida.
— É como em um romance! — ela grita.
Eu espio para Micah, que sorri.
— É 501 Chiswick Rd. Apartamento 4F.
Um sorriso gigante sequestra meus lá bios quando me viro para
encarar Frankie. Ela respira lentamente, entã o belisca meu queixo.
— Not Your Baby, minha bunda —, ela zomba, e eu rio. — Vá em
frente, baby. Vá buscar seu baby.
CAPÍTULO TRINTA E UM

AVI

Slay_is4whors3s: Backwardz_Avi ru Backwardz_Cap??? Onde está


Not_Your_Baby?!?!
Slickrick762: BC Eagles QB Kyran Harbor acabou de mudar seu IG para
His_Baby… Você acha…????

A imagem que tenho esboçado é linda ...


E isso está me irritando.
Normalmente nã o fico tã o irritado enquanto desenho, mas agora
estou frustrado e as mú sicas tocando em meus ouvidos estã o me
deixando louco.
Canções de amor… Letras sobre sua neblina e seu devaneio…
Mas ele nã o está aqui. E eu estou apenas... triste. E com raiva.
Ok, preciso fazer uma pausa ... antes de quebrar outro lápis de carvão
ao meio.
Arranco os fones de ouvido da minha cabeça, jogo-os no chã o com
meus lá pis, levantando-me e puxando meu cabelo em meus punhos.
Olho para o cobertor felpudo no chã o, onde Robin está deitada, olhando
para mim com olhos amarelos arregalados.
— O que você está olhando? — Eu resmungo. Ela pisca para mim. —
Mã e! — Eu rosno em voz alta, saindo do meu quarto.
— Sim, querido? — minha mã e murmura da sala de estar.
Estou na cozinha em um instante, vasculhando os armá rios.
— Por favor, diga-me que temos mais Lucky Charms... Estou
precisando do tipo de conforto que apenas marshmallows liofilizados
podem oferecer.
Mamã e suspira, um som de pena, e eu lanço um olhar em sua
direçã o.
— Avi, eu digo isso com amor…— ela começa, levantando-se do sofá .
—Você precisa fumar um pouco de maconha. Porque você está me
estressando.
Minha mandíbula se aperta, em um aborrecimento que tem me
cercado como uma aura nas ú ltimas cinco semanas.
— Você sabe que eu desisto…
— Sim, eu sei. — Ela esfrega os olhos. — E como sua mã e, sinto que
preciso te dizer isso... você tem estado muito rabugenta nas ú ltimas
semanas. Está tornando impossível até mesmo estar perto de você.
Ela inclina a cabeça para mim com simpatia, o que me obriga a
interromper minha busca desenfreada por junk food.
— Bem, me desculpe. — Eu bato a porta do armá rio. — Peço
desculpas por minha tentativa de ficar saudável ser tã o inconveniente
para todos.
Sei que estou sendo ridículo, mas nã o consigo evitar.
Nã o só nã o fumo há cinco semanas, mas também nã o transo há
cinco semanas e, entre as duas, me tornei oficialmente a pessoa mais
insuportável da á rea metropolitana de Boston.
Estou ciente disso. Mas, infelizmente, nã o há nada que eu possa
fazer para ajudá -lo.
Parei de fumar por Kyran. E entã o ele saiu.
E agora estou vagando pelos meus dias... deixando todos que conheço
loucos com meu mau humor, aparentemente.
Minha mã e se aproxima de mim, passando as mã os pelos meus
ombros.
— Avi... nã o há problema em sentir falta dele, sabe. Se você quiser
falar sobre ele, estou mais do que disposta a...
— É isso mesmo, — eu a interrompi. — Não posso falar sobre ele.
Porque falar dele me faz sentir ainda mais a falta dele, e a saudade ele
nã o faz nada por mim. Porque ele nã o quer falar comigo, nã o sei onde
ele está e nã o tenho ideia se ele voltará . Parando para respirar, cubro
meu rosto com as palmas das mã os. — Nã o sei o que fazer com esses
sentimentos... nã o sei se estou perdendo meu tempo esperando por ele.
Estou apenas... perdido.
Minha mã e faz beicinho para esconder um sorriso, escovando meu
cabelo para trá s com os dedos.
— Querido, você nã o está perdido. Você está apaixonado. E eu sei
que à s vezes dó i… se importar tanto com alguém e nã o saber onde eles
estã o.
Eu pisco para ela, o peso das minhas emoçõ es me esmagando no
chã o de madeira.
— Entã o, o que devo fazer?
Ela me encara por um momento antes de murmurar:
— Apenas continue esperando. Se for para ser, entã o vai dar certo.
Ela me mostra um pequeno sorriso e eu reviro os olhos.
— Isso é realmente reconfortante. Obrigado, mã e.
Balançando a cabeça, ela se vira e pega o casaco.
— Vou sair um pouco.
— Onde? — Eu resmungo.
— Fora —, ela repete com firmeza, indo para a porta. — Talvez
quando eu voltar, você esteja um pouco menos... sério.
Ela sai enquanto eu resmungo:
— Improvável.
Depois que ela se foi, suspiro, olhando ao redor do nosso novo
apartamento. É uma sublocaçã o de uma senhora simpá tica chamada Jill,
que eu acho que vive na Fló rida metade do ano para escapar dos
invernos cruéis da Nova Inglaterra. Sei que provavelmente teremos que
encontrar outra coisa em alguns meses, mas, por enquanto, funciona.
Quando minha mã e se mudou da casa de Tom em Somerville, só
fazia sentido para nó s morarmos juntos novamente, já que nã o estou
mais na escola. Odeio admitir, mas tenho andado à deriva nas ú ltimas
semanas, com a partida de Kyran e tudo mais. Eu esperava que
trabalhar na minha arte me sustentasse, mas tudo que faço acaba me
lembrando dele.
Morar com Frankie foi divertido enquanto durou, mas, assim como
minha mã e agora, ela também se cansou da minha rabugice. Acho que
nã o fumar e ficar arrasado com a perda do meu doce e sexy maníaco
por controle está me transformando no pessimista mal-humorado que
Kyran costumava ser... Antes de nos apaixonarmos.
Ai. Meu peito... eu sinto tanta falta dele, droga.
Pelo menos meus projetos de arte têm me distraído durante o dia...
Mas à noite, nã o posso deixar de me sentir tã o monumentalmente
sozinho.
No momento, estou gastando o dinheiro que economizei com o
OnlyFans e, como nã o preciso mais me preocupar em pagar a escola,
funciona. Mas suponho que precisarei encontrar um emprego logo... Um
que nã o consista em eu foder meu namorado na frente das câ meras.
O problema é que meus fã s ainda estã o por aí e estã o tã o
desesperados quanto eu para trazer Not_Your_Baby de volta. Isso está
me deixando ainda mais infeliz, porque sinceramente, eu adoraria fazer
os fã s voltarem a funcionar. Aqueles poucos meses foram os melhores
momentos da minha vida ... e recebo DMs constantes de estranhos
desesperados chegando o dia todo, todos os dias, para solidificar as
memó rias.
Abandonando minha busca por junk food, tiro meu telefone do
bolso e navego pelas redes sociais. Meu Instagram é uma enxurrada de
comentá rios e mensagens desde que mudei meu nome… Pessoas
constantemente perguntando sobre meu parceiro perdido.
Onde está Not_Your_Baby ??
Você vai voltar para o OnlyFans?
Quando Not_Your_Baby voltar, podemos conseguir mais vídeos de
brinquedos sexuais?? Essa foi a coisa mais quente que eu já vi.
Sim. eu sei que foi…
Mas nã o sinto falta apenas do sexo com Kyran. Claro, essa é apenas
uma parte extremamente atraente mergulhada em açú car.
Principalmente, eu sinto falta dele. saudades de estar com ele...
Sinto falta de seu cheiro, de sua pele macia e de seu corpo doente,
com todas aquelas curvas masculinas de mú sculos perfeitamente
tensos... cabelo loiro, a sensaçã o de seus lá bios macios me beijando em
todos os lugares. Sinto falta de seus olhares castanhos e pequenas
carrancas, mas, mais importante, de seus sorrisos. Sua risada e sua
seriedade.
Sua hesitaçã o e seu passado avassalador.
Eu sinto falta de tudo isso. Só sinto falta dele e de tudo o que
começamos a ser antes de ele decolar.
Se eu pudesse recuperá -lo, passaria todos os dias montando-o e nã o
me importando nem um pouco com isso. Eu faria da missã o da minha
vida consertar tudo o que ele acha que está quebrado , se ele quisesse...
Seria uma honra ser seu faz-tudo.
Nenhuma quantidade de trabalho jamais será trabalho com Kyran
Harbor.
Como sou um masoquista ó bvio, nã o posso deixar de verificar o
Instagram dele... só para ver se algo novo foi postado desde a ú ltima vez
que o verifiquei... duas horas atrá s.
Logo depois que ele saiu, Kyran deletou todas as suas postagens
anteriores, o que eu acho que posso entender. Nenhuma dessas fotos
capturou o verdadeiro Kyran. Fazia parte da imagem dele, e acho que
agora ele parou de fingir.
Mas desta vez, quando eu verifico seu perfil, algo está diferente.
Seu nome foi mudado... para His_Baby .
Eu pisco para a tela, meu estô mago embrulhando enquanto meu
pulso bate na minha garganta. Seu nome costumava dizer QB 9 - Kyran
Harbor. Mas agora diz... His_Baby .
Mordendo meu lá bio inferior, eu rolo para baixo até onde costumava
dizer Sem Postagens, e agora há uma. É uma caixa preta com texto
branco que diz…
Estou apaixonado por um anjo.
Continuando a ler a legenda, meu peito fica apertado enquanto
meus olhos examinam as palavras…

Estou apaixonado por um anjo. E não do tipo com asas e uma auréola.
Um ser humano com um coração maior que um campo de futebol.
Um anjo com talento que não conhece limites, que não se conforma
com as normas sociais, porque essas são para otários.
Quem acredita em alienígenas e criptídeos… Teorias da conspiração?
Meu anjo conhece todos eles e lhe dirá o quão equivocadas são suas
verdades.
Estou apaixonado por um anjo que é lindo e sexy, e tem um corpo que
vai te fazer chorar... E o engraçado é que é quase todo feito de açúcar.
Estou apaixonado por um anjo que usa Twizzlers como canudos e dá
nomes a ursinhos de goma.
Olá, Bob. Prazer em comer você hoje.
Estou apaixonado por um anjo que nunca deixou de acreditar em
mim... Mesmo depois de tudo de ruim que fiz a ele. Um anjo para quem eu
costumava dizer coisas ofensivas, mas que ainda falava palavras de
encorajamento para mim quando eu precisava... Que estava lá para mim
quando ninguém mais estava. Um anjo que me disse que não acaba até
que acabe. Porque não é. Eu juro, não é.
Meu anjo foi a última pessoa que pensei que poderia amar...
Mas eu voltei para ele, uma e outra vez, porque meu coração o queria
quando eu não entendia o porquê. E agora eu entendo. É tão claro quanto
o cristalino azul acinzentado em seus olhos.
Meu anjo me salvou. Ele me resgatou do esconderijo. Ele me segurou
quando precisei dele e me amou quando não precisei.
Ele é altruísta, real... apenas um esquisito brilhante e bonito.
Estou apaixonado por um anjo... E o nome dele é Avi.

Meu coraçã o está doendo, latejando quando termino de ler, uma


pressã o de có cegas em meus seios da face me fazendo fungar sem parar.
Eu poderia cair de joelhos agora, estou tremendo profundamente.
Não acredito que ele escreveu isso… em seu perfil real. Seu perfil que
todos sabem é dele. Ele escreveu isso para mim.
— Onde está você, baby? — Eu sussurro para o meu telefone, o lá bio
inferior tremendo. — Apenas volte para casa.
Parece impossível nã o ligar para ele agora, mas me forço a nã o ligar,
porque simplesmente nã o posso mais. Ele nã o atendeu nenhuma das
minhas ligaçõ es em quase seis semanas, e a ú nica vez que ele disse
alguma coisa para mim foi aquela mensagem que recebi semanas atrá s,
dizendo que ele está bem e que está voltando para me buscar. E só por
esse motivo, tenho esperança.
Eu preciso dar espaço a ele.
Mas nã o tem sido fá cil pra caralho.
Nã o precisamos ficar separados. Porque o que ele nã o sabe é que eu
nã o o salvei... Ele me salvou.
Passei a maior parte da minha vida vagando... sem saber realmente
quem eu era ou o que deveria ser. Até que meu meio-irmã o rabugento
apareceu e me mostrou.
Eu sou um mascote; alguém que apoia e reú ne para os outros. Eu
sou um artista e um entertainer. Sou uma amante, uma amiga, mas
acima de tudo, estou apaixonada pelo homem que tornou tudo isso tã o
dolorosamente aparente para mim.
O loiro gostoso rabugento, com todas as suas cicatrizes internas. Ele
pegou minha mã o na borda e a apertou. E caímos juntos.
Pela milionésima vez desde que ele saiu, tenho que me forçar a jogar
meu telefone fora. Correndo para o meu quarto, localizo um baseado,
escondido na gaveta da minha escrivaninha.
Eu sei que parei de fumar por Kyran e estou orgulhoso de mim
mesmo por aguentar tanto tempo. Mas agora, eu só preciso ficar
chapado... para me entorpecer de todos esses sentimentos. Para
esquecer como estou vazio sem ele aqui.
Estou acendendo o isqueiro vá rias vezes, resmungando comigo
mesma sobre como é uma droga e preciso comprar um novo, quando há
uma batida na porta da frente.
Eu congelo com o baseado entre meus lá bios, parando por um
momento antes de arrancá -lo e jogá -lo de volta na minha mesa.
Armazenando minhas frustraçõ es da melhor maneira que posso, eu
caminho pelo apartamento até a porta, mais batidas impacientes
acontecendo enquanto eu alcanço a maçaneta.
Sem pensar duas vezes, eu o abro, latindo:
— Tudo bem, tudo bem... Segure seu...
Mas todo o meu aborrecimento estrondoso se dissolve com a minha
voz quando me deparo com olhos castanhos, cabelos dourados e um
sorriso rosa inchado.
— Uau…— Kyran suspira, inclinando a cabeça. — Você parece...
perturbado.
Minha testa franze, piscando rapidamente enquanto minha boca fica
aberta. Estou olhando para ele por três segundos só lidos antes de
finalmente ser capaz de gaguejar:
— N-nã o, eu nã o...
— Você faz.— Seu lindo sorriso se alarga e, com certeza, estou tendo
alucinaçõ es. Ele não está realmente aqui... Deve ser uma tulpa que
manifestei em meu estado de miséria solitária. — Parece que você está
simplesmente... horrível sem mim.
Estou chocado. Atordoado. Ele está realmente aqui...?
Kyran…
Kyran está aqui.
E ele está certo. Estou ficando exausto e sei que provavelmente
pareço todo desgrenhado e com o coraçã o partido. Mas nã o há como
admitir isso para ele quando ele simplesmente apareceu e me assustou
assim.
Entã o franzo os lá bios e murmuro:
— Na verdade, estou vivendo um sonho. Quem é você, mesmo? Você
está atrapalhando meu almoço de caviar de diamantes e trufas
banhadas em ouro.
Kyran ri, e o som é um despertar. Meu pulso está acelerado, calafrios
percorrendo meu corpo enquanto ele avança em minha direçã o, as
mã os descansando no meu peito enquanto ele meio que apenas abre
caminho para dentro.
E estou emocionado o suficiente para recuar, emocionada e nervosa
e voando alto em pura alegria por finalmente estar em sua presença
novamente.
A sensaçã o dele me tocando... O calor de suas mã os, o brilho de seu
sorriso... Isso está me transformando em uma idioto desajeitado. Em
um instante, estou tremendo.
Eu simplesmente nã o consigo parar de olhar para ele... e como ele é
positivamente lindo, na vida real. Nã o em fotos antigas que eu estava
olhando, ou vídeos que eu assisti um milhã o de vezes apenas para me
sentir perto dele. Pela primeira vez em mais de um mês, estou vendo-o
com meus pró prios olhos arregalados.
Ele é real. Kyran de verdade.
— Espero que você nã o se importe que eu apenas... apareci, — ele
murmura, me apoiando contra a parede mais pró xima. — Peguei seu
endereço com seus amigos.
— Eu... eu nã o...— Minhas palavras nem saem direito. Estou
entrando em curto-circuito. — Nã o posso…
— Adoro deixar você sem palavras —, ele respira, lambendo os
lá bios.
— Kyran, — eu sussurro seu nome, saindo disso o suficiente para
segurar seu queixo com minhas mã os. — É realmente você? Eu preciso
de confirmaçã o, porque eu tive esse sonho mais do que algumas vezes…
Ele ri, inclinando-se para descansar sua testa na minha.
— E o que acontece nesses sonhos? Você está feliz?
— Você está brincando? — Meus lá bios tremem nos dele. — Nã o há
felicidade para mim sem você.
— Deus, eu senti sua falta...— Seus dedos deslizam pelo meu
pescoço, e eu tenho que balançar a cabeça.
Nem acredito que isso está acontecendo. Eu nã o posso acreditar que
ele está realmente aqui, me tocando. Passando seus dedos longos e
perfeitos pelo meu cabelo, enfiando o rosto na curva do meu pescoço e
me cheirando do jeito que costumava fazer.
Deus, acho que estou tendo uma convulsão.
— Por que...— Eu resmungo, entã o limpo minha garganta, enquanto
ele sela seu corpo ao meu, me prendendo contra a parede. — Por que
você está aqui... agora?
— Eu nunca quis ficar longe de você, Avi. — Seus lá bios se curvam
em um beicinho que eu posso sentir enquanto ele fala na minha
garganta. — Você tem que saber que…
— Diga por que entã o, Kyran,— eu choramingo, com suas mã os
deslizando sobre mim, como se ele sentisse tanto a falta de me tocar.
Está me trazendo de volta à vida... estou ressuscitado.
— Porque, baby…— ele cantarola, arrependido. Hesitantemente.
Essa incerteza de Kyran que deixa meus joelhos fracos. — Eu nã o
suportaria a ideia de forçar você a me consertar. Nã o seria justo.
— Mas você nã o sabe que eu nã o me importo? — Eu bufo,
levantando seu rosto para que nossos olhos se encontrem. — Kyran, eu
quero consertar você. Nada na minha vida me deixou mais feliz do que
abrir a porta para você toda vez que você apareceu, perdido e confuso e
precisando de mim para mostrar a você como é bom deixar ir. Eu amo
consertar você, baby, e se você precisar de mim, eu vou. Seria o meu
maior prazer.
— Eu sei disso, — ele respira, nossos olhares grudados como cola.
— E eu te amo por isso. Mas eu precisava aprender a me arrumar para
ficarmos juntos. Eu quero você com o verdadeiro Kyran, baby. Porque o
verdadeiro Kyran se apaixonou tanto por você, Avi Vega. Você me pegou
aqui. Você é meu anjo…
— Acabei de ver o seu post. — Eu sorrio, e ele sorri, provocando
meus lá bios com ele.
— Quero que todos saibam de quem sou baby —, ele sussurra.
Deus, eu sinto que estou voando. Caindo do alto, mas flutuando no ar.
E sim, ainda é assustador. Porque nunca me apaixonei antes e tenho
medo de perdê-lo de novo. É uma ideia impressionante, colocar-se nas
mã os de alguém assim.
Mas com a mã o na minha, esta queda é um grande mergulho.
— Por favor, nunca mais me deixe. — Eu beijo as palavras em sua
boca doce e macia das quais perdi tanto que estou prestes a desmaiar.
— Por favor, Kyran… Qualquer coisa que você esteja sentindo, podemos
resolver isso juntos. Só nã o... nã o me deixe.
Odeio o quã o vulnerável pareço, mas nã o consigo evitar. Tê-lo de
volta é uma dose de dopamina que me falta desde que ele partiu.
Ele cantarola.
— Caso você nã o tenha notado, eu tenho o péssimo há bito de fugir
de você, baby. Mas acabei agora... Avi, você merece ser perseguido.
Meu peito está bem aberto enquanto me agarro a ele.
— Nã o é uma perseguiçã o se estou desesperado para deixar você
me pegar.
— Anjo Avi…— ele ronrona e sorri.
Sem mais palavras. Apenas lábios.
Ele me beija primeiro, forte e rá pido, gemendo enquanto o faz, como
se estivesse faminto por semanas e finalmente estivesse sendo
alimentado novamente. O reencontro de nossas bocas deixou minha
mente confusa, aquecendo meu sangue em um instante. Meus dedos se
contraem com a necessidade, absorvendo cada superfície dele, cada
curva e mergulho de mú sculo duro, cada plano de pele macia que posso
alcançar. Seu cabelo sedoso e seu calor, e o fato de ele estar sorrindo o
tempo todo.
Ele está feliz e eu estou voando.
— Eu quero te contar tudo…— ele sussurra com a voz rouca em
minha boca enquanto nó s ofegamos e chupamos e lambemos e
mordemos, moendo juntos para compensar o tempo perdido. — Tanta
coisa boa aconteceu enquanto eu estava fora... mesmo que eu odiasse
cada segundo de estar longe de você.
— Mal posso esperar para ouvir sobre isso, lindo, — eu suspiro, já
satisfeita apenas por estar com ele novamente. Finalmente estou
acomodado e parece que acabei de valsar pelos portõ es perolados do
céu. — Eu poderia ouvir sua voz por horas.
— Você quer conversar agora? — Ele sorri, e eu o espelho... dois
conjuntos de lá bios já inchados pela força de nossos beijos vorazes.
— Se você estiver bem com isso...— Eu mordo seu lá bio inferior, e
ele cantarola. — Eu prefiro pegar sua bunda e te foder contra alguma
coisa primeiro.
— Sempre me dando o que eu preciso, — ele choraminga. — Meu
doce anjo morango.
Me apoiando contra a parede, agarro-o pela bunda e o levanto sobre
meu corpo. Ele suspira e ri, envolvendo as pernas em volta da minha
cintura enquanto eu o carrego para o meu quarto.
— Eu amo estar com alguém forte o suficiente para me levantar, —
ele suspira, passando sua língua sobre meu lá bio, entã o afundando-o
em minha boca. Meu pau pulsa contra o dele através de nossas calças.
— Você quer ser jogado por aí com uma coisinha sexy? — Eu rosno
e ele geme, balançando a cabeça e se contorcendo em meus braços.
— Eu só senti tanto a sua falta, baby. — Ele puxa meu cabelo em
seus punhos. — Eu nã o venho desde a ú ltima vez que estivemos
juntos…
— Mmm... Nem uma vez?
Ele balança a cabeça.
— Nem eu.
Eu nos acompanho até minha mesa de desenho e o deito nela. Suas
pernas ficam em volta da minha cintura, me agarrando a ele enquanto
eu seguro sua mandíbula e o beijo tã o furiosamente que é como se eu
estivesse punindo sua boca doce e macia.
— Você nã o acariciou seu pau grande enquanto sentia minha falta?
— ele sussurra.
— Uh-uh. — Eu balanço minha cabeça. — Eu nã o poderia. Ele só
quer você.
— Estou aqui. — Ele desliza a mã o entre nó s para esfregar minha
forma sobre minhas calças. — Deixe-me cuidar de você.
— Você está falando comigo... ou com meu pau? — Eu sorrio.
Ele dá uma risadinha sexy.
— Senti saudades de vocês dois igualmente.
Um gemido desesperado me deixa enquanto chupo sua boca apenas
o tempo suficiente para olhar para ele. Acho que ele nã o percebe que
está deitado em cima de uma pilha de desenhos dele... mas é uma visã o
maravilhosa de se ver.
Eu tenho desenhado nada além de Kyran por semanas... A ú nica
coisa que minhas mã os pareciam querer fazer. E agora ele está aqui; o
verdadeiro Kyran, meu baby. Deitado em um fundo de seus olhos, lá bios
e torsos musculosos. Sua beleza capturada no papel, o que nã o faz
justiça ao ser lindo olhando para mim.
Rasgo minha camisa sobre a cabeça, a jogo rapidamente e faço o
mesmo com a dele. Estamos lutando para tirar nossas roupas, dedos
perseguindo, correndo e explorando, respiraçõ es febris ecoando ao
nosso redor dentro do calor abafado de uma luxú ria voltando para casa.
— Onde está sua mã e? — Ele pergunta enquanto tiro suas calças e
cuecas pelas pernas, passando minha mã o pelo comprimento de seu
pênis gigante e inchado.
— Ela saiu para fugir de mim, — eu murmuro, e ele ri. —
Aparentemente, tenho sido difícil estar por perto nas ú ltimas semanas.
Seus cílios tremulam enquanto ele morde o lá bio, domando o
sorriso selvagem que nã o sai de sua boca.
— Você quer dizer que até o pró prio Sr. Blasé 15 estava ficando um
pouco mal-humorado?
— Sim —, eu rosno, empurrando minhas calças e cuecas pelas
minhas coxas. — Sem maconha, sem sexo e sem Kyran por mais de um
mês apareceu no rabugô metro.
Seus olhos brilham para mim.
— Você nã o tem fumado...?
Meu queixo cai enquanto eu traço seu abdô men com a ponta dos
dedos.
— Eu parei antes do Rose Bowl. — Ele pisca para mim, e eu limpo
minha garganta. — Eu... eu nã o queria ser nebuloso com você, baby.
Além disso, você é um prazer melhor do que qualquer droga poderia
dar.
Ele parece estar atordoado e exultante com o que estou dizendo, seu
peito largo subindo e descendo com respiraçõ es ofegantes.
— Anjo...— Ele suspira, usando os pés para empurrar minhas calças
para baixo. — Fique totalmente nu para mim. Fique nu e me foda do
jeito que eu preciso que você…
Claro que sim, dando a ele exatamente o que ele quer, porque nada
me deixa mais feliz do que agradá -lo. Dando a ele o que ele precisa.
Olhando por cima do meu ombro para a porta do quarto, que nã o
está nem de longe fechada o suficiente, eu murmuro:
— Se minha mã e chegar em casa mais cedo, ela ficará marcada para
o resto da vida.
Nó s dois rimos, beijando e fundindo nossa carne aquecida.
— Bem... lembra do Natal? — ele resmunga, e eu aceno. — O
potencial de ser pego é uma torçã o que adoro explorar com você...
mano.
Eu rio em sua boca, esfregando meu pau no dele, as pontas
pegajosas, as bolas se roçando em carícias lentas. Ele toca meu peito,
agarrando meus peitorais e provocando meus mamilos. É tã o sensual,
eró tico, o jeito que estamos nos unindo sem nada no caminho.
É Kyran e Avi sem censura. Sexo de verdade, amor de verdade.
— Se os fã s pudessem nos ver agora, — murmuro em sua boca,
alcançando algum lubrificante que sei que está em uma dessas gavetas.
Kyran para nossos beijos, e eu pisco para ele para encontrá -lo
corando para mim, bêbado de luxú ria e tã o lindo.
— Devemos gravar. Pelos bons tempos. — Eu levanto uma
sobrancelha para ele enquanto ele morde o lá bio. — Mostrar a eles que
estamos juntos novamente. Afinal, devemos isso a eles... Nós.
Meu estô mago vibra com o que ele está sugerindo. Todo esse tempo,
pensei que Kyran se arrependesse dos OnlyFans. Achei que ele via isso
como algo que poderia prejudicar sua reputaçã o e me culpei por tê-lo
envolvido nisso.
Mas acontece que estávamos fazendo isso pelos fã s... Porque nó s
também nos tornamos fã s.
— E quanto a... a NFL? — Eu pergunto, e ele dá de ombros.
— Se eles realmente me querem, eles vã o superar isso. — Ele traça
meu lá bio inferior com o dedo. — Só um ú ltimo hoorah... O que você
acha, meu Backwardz Angel?
Eu sorrio e mordo.
— Acho que está prestes a ficar óbvio de quem você é o baby,
superstar.
Ele faz um som faminto enquanto eu pego sua calça, pegando seu
telefone. Ele abre para mim, meus lá bios dançando nos dele.
— Para os fã s?
Ele sorri, me beijando suavemente.
— Para os fã s.
Kyran segura o telefone enquanto eu despejo lubrificante em todos
os meus dedos, acariciando meu pau, em seguida, passando um pouco
entre suas bochechas. Ele engasga quando eu massageio o lubrificante
em sua borda, deslizando um dedo dentro dele.
— Para nó s...— Eu beijo seu pescoço, tocando seu buraco bem
devagar.
— Sempre para nó s —, ele ronrona.
— Açã o, — eu murmuro, e sua risada se transforma em um gemido
quando eu deslizo um segundo dedo.
Kyran levanta a câ mera, me gravando enquanto eu beijo todo o seu
peito, agitando seus mamilos com a minha língua, meus dedos
bombeando dentro e fora dele, respirando freneticamente.
— Meu baby está de volta. — Eu chupo e mordo as palavras em seu
peito, fazendo chupõ es em sua carne que o fazem resmungar.
— Você nã o está usando o chapéu —, ele ri sem fô lego. — Eles
podem nã o reconhecer você.
Olhando para a câ mera, eu sorrio.
— Aqui é Backwardz_Cap , reportando ao vivo entre as pernas de
Not_Your_Baby .— Ele ri, depois choraminga quando toco sua pró stata.
—Mmm... capture isso, baby. Olha como seu pau fica molhado me
sentindo por dentro…
Ele aponta a câ mera para seu pau, descansando em seu abdô men
sob o meu, todo inchado e pulsando pérolas de pré-sêmen. Eu tenho
que levar um segundo para brincar com ele, deslizando meu polegar na
pele e girando em torno de sua cabeça com toda a suavidade.
— Por favor, espere, — eu resmungo, agachando e colocando seus
joelhos sobre meus ombros. — Isso precisa ser lambido.
Usando minha língua em seu pau, eu deslizo dentro da pele,
chupando e chupando sua cabeça como um daqueles push-pops.
— Ohh... Avi —, suas palavras tremulam. — Senti falta da sua língua
me provocando assim…
— Eu senti falta de chupar essa linda cabecinha rosa,— eu rosno, e
ele choraminga, os dedos torcendo no meu cabelo enquanto ele me
registra amando seu pau delicioso.
Meus dedos continuam acariciando sua bunda, um terceiro sendo
adicionado à mistura que aperta seu abdô men.
— Você quer ser fodido, superstar? — Puxo suas bolas até ele
começar a tremer.
— Sim... sim, por favor, — ele choraminga, abrindo mais as pernas,
arqueando as costas como se estivesse oferecendo seu buraco para
mim. —Foda-se minha bunda, baby. Foda-se como se você tivesse
perdido.
— Deus, eu senti falta disso...
Puxando meus dedos lentamente, eu me levanto, me encaixando
entre suas pernas e sem perder tempo afundando meu pau entre suas
bochechas. Kyran está segurando a câ mera, mas eu nem estou
prestando atençã o nela. Como sempre.
Meus olhos estã o nele, em seus olhos querendo fechar quando
minha coroa desliza para dentro, seus lá bios de pelú cia entreabertos
tremendo. Seu pomo de Adã o, que eu adoro morder e chupar, mergulha
em sua garganta enquanto eu enfio meu pau em seu buraco guloso. E
ele me engole… Cada. Porra. Polegada.
Agarrando a câ mera dele, eu capturo o visual de mim correndo em
todo o caminho, segurando suas bolas e movendo-as para obter a visã o
perfeita.
— F-fodaaaa, Avi ...— Ele estende a mã o para a minha cintura
enquanto eu puxo para trá s e empurro, a sensaçã o de estar dentro dele
novamente cobrindo meu corpo com arrepios maníacos. — Eu te amo...
eu amo ... seu grande... pau grosso.
— Você sentiu falta desse pau, baby? — Eu gemo, e ele balança a
cabeça rapidamente, sua bunda me agarrando enquanto eu deslizo,
criando um ritmo em seu corpo quente e trêmulo.
— Senti falta desse pau...— Seus dedos cavam em meus lados. Eu
bombeio com mais força, empurrando-o para cima e para baixo na
mesa com minhas estocadas cada vez mais fortes. — Senti falta desse
pau perfeito me fodendo tã o bem.
— Esse pau foi feito para foder você, lindo. — Minha cabeça está
girando enquanto me derreto sobre ele, beijando seus lá bios e me
gravando fazendo isso. — Nó s nos encaixamos tã o bem.
— Você me completa —, ele sussurra em minha boca.
— Eu te amo —, eu resmungo, dirigindo para ele cada vez mais
forte, agarrando um punhado de sua bunda e segurando-o para mim. —
Fique comigo para sempre, amor…
— Eu sou seu, Aviel, — ele suspira, e meu coraçã o está quebrando
no meu peito. — Apenas seu. Sempre.
Deixando o telefone para baixo por um momento, eu o pego e nos
viro, de modo que minhas costas estã o na mesa, e eu o seguro na minha
cintura. Seus olhos se arregalam com a mudança repentina de posiçã o,
e estou obcecado com o olhar. Kyran sentado montado em meu colo, os
joelhos apoiados na mesa, a pele suada e brilhante, o cabelo dourado
todo desgrenhado e caindo em seu rosto.
— Me monte, lindo —, eu imploro para ele. — Mostre o quanto você
sentiu falta de foder meu pau.
Sua cabeça cai para trá s e ele geme, apalpando meu peito enquanto
seus quadris se movem, trabalhando seu buraco quente e apertado para
cima e para baixo em meu eixo. Ele é uma revelação, esse homem. Eu
poderia gozar apenas o observando.
Eu entendo, fãs. Eu vejo isso totalmente.
— Uhh... Avi —, ele chora baixinho, seu pau balançando enquanto
ele persegue o alto, girando e balançando em mim. A mesa está
rangendo sob nosso peso, batendo contra a parede. — Poraaa, é
incrível. Eu vou gozar tã o cedo…
— Se faça gozar em mim, baby. — Eu agarro seus quadris, ajudando
ele a cavalgar. — Foda-se esse ponto doce com meu pau.
— Mmmfff ... você está tipo ... em tudo isso. — Ele aperta em mim, os
mú sculos se contraindo visivelmente enquanto ele sobe e sobe.
— Você quer que eu vá nele? — Pego o telefone para capturar
apenas um pouco disso porque parece muito bom pra caralho.
— Sim, baby. Ohh , anjo... goze dentro de mim. Ele salta com mais
força, perdido na sensaçã o. — Molhe minha pró stata com seu esperma
quente…
— Jesus, sua boca está suja pra caralho, — eu rugo, empurrando
meus quadris para cima para encontrar seus impulsos, nossos corpos
se juntando mais á spero e rá pido. — Me dê todas as suas palavras sujas
... Diga como você quer gozar, minha linda vagabunda de pau grande.
— Ohh fodaaa... oh foda oh foda... Avi, eu sou uma vagabunda para o
seu pau.
— Sim, você é, baby
Tenso, suando, se contorcendo e perdendo a porra da cabeça,
minhas costas têm papéis grudados nela, deslizando para cima e para
baixo na mesa enquanto ele balança a porra do meu mundo.
— Foda-se, papai —, ele engasga, e eu solto uma risada ofegante,
observando seus olhos rolarem para trá s em sua cabeça. — Porraa …
foda minha bunda. Foda-se... meu... apertado... Oh Deus, estou vindo!
Eu mal consigo segurar o telefone, mas me certifico de capturá -lo
chegando porque é a coisa mais sexy que já vi na minha vida. Seu
enorme pau duro como pedra pulsando em cima de mim enquanto ele
transa com a porra dos meus miolos. Ele está me fodendo com tanta
força que o esperma está espirrando por todo o lugar, seu pau molhado
batendo no meu abdô men enquanto ele soluça e choraminga e belisca
meus mamilos até que eu simplesmente nã o aguento mais.
Deixando cair o telefone no chã o, eu agarro suas costas, segurando-
o para mim enquanto os tremores atingem minha virilha e eu explodo
em uma chuva de meteoros de um orgasmo.
— Baby... eu estou gozando em você —, eu choramingo, puxando-o
para mim. — B-me beije. Beije-me, Kyran, oh meu Deus, eu te amo.
Ele cai em cima de mim, nossos dentes se chocando enquanto
chupamos, lambemos e mordemos um ao outro, gemendo e grunhindo
na boca um do outro.
— Avi... Ahhh-veee, anjo, eu sinto você gozando na minha bunda...
Porra , é tã o bom.
— S-sim? Você me sente derramando em você, amor?
— Seu esperma é tã o bom em mim. Eu te amo, baby. Eu amo como
você fode…
Segurando sua mandíbula, nossos corpos se unem em uma grande
pilha de mú sculos suados e encharcados de esperma. Eu lambo seu
lá bio inferior, sugando-o com força, devorando as palavras sujas que
saem de sua boca deliciosa.
— Eu senti sua falta. — Estremeço quando finalmente paramos de
nos mover, membros tremendo, coraçõ es pulando um no outro.
— Eu senti sua falta como um louco. — Ele levanta o rosto o
suficiente para nos olharmos.
O amor que flui entre nó s é palpável, como uma explosã o de
química; uma força que nunca morrerá . Sempre foi assim com a gente...
Uma atraçã o inexplicável que nos une.
Passamos alguns segundos pesados acariciando um ao outro, meus
dedos em seu cabelo e os dele descendo da minha mandíbula até minha
garganta. E estamos apenas encarando, sentindo.
Finalmente chegamos. Encaixado no lugar. Todo.
Kyran beija meu lá bio inferior algumas vezes enquanto eu apenas
deito aqui respirando, felpuda e quente por toda parte. Feliz, pela
primeira vez em semanas. Porque meu homem está de volta e ele se
sente bem. Conseguimos. Nós ganhamos o jogo.
Ele se move para trá s e eu seguro suas mã os, puxando e o ajudando
a se levantar. Ele morde o lá bio, pressionando as pernas juntas, e de
alguma forma é a coisa mais quente e adorável que eu já vi, o
observando se contorcer ao sentir meu sêmen jorrando dele.
Levantando lentamente, pego sua mã o e beijo sua palma.
Ele sorri, olhos mudando para algo atrá s de mim. Suas sobrancelhas
franzem, e eu percebo que ele está notando todos os meus desenhos.
— Ah... sim —, murmuro timidamente enquanto ele pega as fotos.
— Eu fiz isso... quer dizer, eu estava com saudades de você, entã o eu...—
Minha voz falha, e eu engulo em seco.
— Avi...— ele suspira, folheando os papéis que agora estã o todos
amarrotados, cobertos com nosso suor. — Eles sã o incríveis.
Eu zombo, balançando a cabeça.
— Sã o apenas esboços.
— Estes sã o apenas esboços?— Ele fica boquiaberto comigo. — Olhe
para as linhas ... Uau. — Ele continua folheando todos os desenhos que
fiz dele enquanto ele estava fora. E algumas eu fiz antes... de volta ao
dormitó rio, quando ainda estávamos teoricamente fodendo para os fãs.
Alguns sã o apenas seus olhos ou sua boca. Alguns sã o seu rosto
inteiro, alguns apenas seu corpo. Tenho algumas dele dormindo e
outras dele sorrindo, carrancudo, fodendo e gozando. Provavelmente
existem cerca de cinquenta esboços de Kyran Harbor, provando mais
uma vez que estou obsessivamente com ele por muito mais tempo do
que gostaria de admitir.
— Você tem me desenhado o tempo todo... nã o é? — ele sussurra,
piscando os olhos brilhantes para mim.
— Meio que...— murmuro, e ele sorri. Adoro tanto vê-lo que
suspiro: — Ok, sim. Eu estou apaixonado por você há um tempo...
claramente.
Kyran faz beicinho e joga seus braços em volta dos meus ombros,
colocando-se sobre mim. E como o ú nico instinto real que já tive, meus
braços circundam sua cintura e eu o seguro.
— Sinto muito por todo o tempo que perdi com medo —, ele
sussurra.
Eu balanço minha cabeça.
— Nunca se desculpe por isso. Você vale todo o tempo do mundo,
baby. Eu teria esperado anos por você.
Ele beija minha bochecha, depois meu pescoço, respirando
suavemente enquanto pergunta:
— Posso ficar com eles?
Eu rio.
— Eu posso fazer melhores para você…
— Eu gostei daqueles.
E suas palavras me dã o uma ideia.
Puxando para trá s, eu seguro seu queixo na minha mã o.
— Vamos nos limpar, baby. Eu tenho algo para te mostrar.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS

AVI

Kyran Harbor está —em um relacionamento— com Avi Vega


Avi Vega está — em um relacionamento — com Twizzlers

His_Baby: Que idiota…


Backwardz_Avi: Meu alienígena voltou para a Terra!

Me ache um louco. Porque estou louco, maluco, tolamente apaixonado


agora.
Meu homem está de volta, e estou animado para mostrar a ele no
que tenho trabalhado enquanto ele estava fora. Quero dizer, além dos
esboços obsessivos.
Honestamente, estou meio surpreso que ele goste de esboçar tanto
quanto parece. Se você os pendurasse todos em uma parede, pareceria
o tipo de santuá rio psico-perseguidor que os luná ticos fazem para as
celebridades em cujos arbustos eles se masturbam.
Quem sabe, talvez eu seja tã o obcecado por Kyran. Mas ele parece
pensar que é cativante, entã o vamos continuar com isso.
Depois de tomarmos banho, o que demorou muito mais do que
deveria porque nã o conseguíamos manter nossas bocas longe um do
outro, coloquei meu namorado meio-irmã o em um Uber e o levei para
Davis Square em Somerville. Nó s seguramos mã os durante todo o
passeio, fazendo olhares de coraçã o um para o outro... Foi
doentiamente doce, e estou vivendo para isso.
Eu sei que as coisas com Kyran nem sempre serã o tã o perfeitas
quanto sã o agora. Ainda nã o conversamos sobre os problemas que o
fizeram sair em primeiro lugar. Mas nã o posso negar o fato de que ele
parece mais feliz do que nunca. Eu reconheço o Kyran com quem estou
agora... Pelos pequenos vislumbres que eu tinha quando estávamos
sozinhos, como no drive-in ou na pó s-festa do Rose Bowl, quando ele
me beijava na frente de todos.
E agora sei que este é o verdadeiro Kyran. Sorrindo e rindo, nã o me
atacando por causa de suas pró prias inseguranças, ou se forçando a
negar o que o faz feliz.
O verdadeiro Kyran parece infinitamente mais centrado, pacífico e
alegre. Nã o sou ingênuo de pensar que ele sempre será assim. Afinal,
ele sofreu algo tã o traumá tico que faz todo o sentido do mundo que ele
tenha uma segunda personalidade. Como um escudo para protegê-lo de
ter que reviver sua dor.
Mas sinceramente, me apaixonei por todas as versõ es dele. Eu só
quero cada sombra de Kyran Harbor, todos os dias, de qualquer
maneira que ele esteja sentindo.
Andando na esquina, nossos dedos ainda entrelaçados, murmuro:
— Tudo bem ... Feche os olhos.
— Oh, entã o é uma daquelas surpresas? — Ele sorri para mim.
— Sim, baby, — eu murmuro, e ele ri. — Feche seus malditos olhos
ou serei forçado a cobri-los.
Ele semicerra os olhos para mim.
— Você está sendo muito mandã o agora. Eu gostaria de um
reembolso.
— E você começou a fazer piadas de repente, — eu provoco, e ele ri
um pouco mais. — É quase como se tivéssemos trocado de corpo
enquanto você estava fora.
— Mmm... eu quero estar em seu corpo —, ele resmunga, me
puxando para ele por um dos meus passadores de cinto.
— Você está sendo muito fresco agora. — Meus cílios vibram com a
sensaçã o de seus lá bios no meu pescoço. — Estou tentando te mostrar
algo importante.
Ele choraminga com as mã os em cima de mim.
— Sinto muito... eu senti tanto a sua falta. Nã o toquei em você por
semanas, quando tudo que eu queria no mundo era fazer isso. Tenho
que recuperar o tempo perdido.
— Confie em mim, eu conheço o sentimento, superstar, — eu
respiro, sentindo-o sorrir na minha orelha.
— Eu amo que você ainda me chame assim —, ele murmura, e eu
rio. —Isso me lembra de você me deixando louco usando todo o meu
xampu quando dividíamos um banheiro.
—Ok, em primeiro lugar, esse era o meu xampu…
Ele engasga.
—Você é maluco!
— Nã o sou! Comprei para mim!
— Avi, sem ofensa, mas você roubava com mais frequência do que
nunca. Nunca vi você comprar seu pró prio xampu. Você apenas rouba
de todo mundo. — Ele olha para mim incisivamente.
Meu olhar se estreita enquanto tento me lembrar de qualquer
ocasiã o em que entrei em uma loja e comprei xampu. Mas estou ficando
em branco.
— Tudo bem ... Você pode estar certo, — eu resmungo, e seus lá bios
se curvam. — Mas tudo isso é irrelevante. Vou roubar seu xampu no
futuro pró ximo, entã o é melhor você se acostumar com isso.
Ele pisca para mim, mordendo o lá bio para conter um sorriso ó bvio.
— Essa é sua maneira de dizer que quer morar comigo de novo?
Meu coraçã o pula contra minhas costelas. De jeito nenhum , eu quero
morar com ele. Estar com ele todos os dias parece um sonho sexual
tornado realidade. Mas eu nã o tinha certeza se era algo que ele queria
ainda...
— Você... quer que vivamos juntos? — Meu dedo desenha um oito
sobre seu coraçã o.
Os lá bios de Kyran se inclinam em um sorriso que complementa a
empolgaçã o brilhante em seus olhos.
— Acho que morar com você seria a coisa mais divertida de todas.
Nó s poderíamos acordar na cama juntos, fazer um pouco do velho entra
e sai...— Eu gargalho, e ele sorri. — Cozinhar panquecas de cueca, se
aconchegar no sofá e assista a filmes… Discutir sobre o que pedir para
viagem.
Eu rio de novo, balançando a cabeça com sua fofura insuportável.
— Você quer dizer que estávamos prestes a fazer isso em 446 antes
de Ash Holloway aparecer e arruiná -lo?
Ele ri.
— Sim. Exatamente.
— Está bem entã o. — Eu belisco seu queixo entre meus dedos. —
Está acordado. Vamos morar juntos. Em nosso pró prio lugar.
Kyran está praticamente pulando no lugar, me abraçando e beijando
meu rosto. Sério, se é assim que é fazê-lo feliz, acho que preciso fazer
carreira em mimá -lo pra caralho.
E o melhor de tudo, as pessoas estã o passando por nó s na rua
enquanto ele está me enchendo de carinho, e ele claramente nã o se
importa nem um pouco. Finalmente, estamos em um relacionamento
real, aberto. Eu tenho um namorado!
Posso ter passado por um portal para outra dimensão. Mas de
qualquer forma. Vou ficar.
— Kyran, sério, — eu lamento, tirando-o de cima de mim. — Você
está atrapalhando minha surpresa…
— Desculpe —, ele canta, recuando e cobrindo os olhos com as
mã os. —Sinto muito, anjo. Lidere o caminho.
Meu sorriso é como um sinal de néon piscando amor virgem
enquanto eu o pego pelo braço, caminhando com ele alguns passos e
virando a outra esquina para o lado do restaurante.
Eu olho para ele por um momento, radiante de orgulho enquanto
inquieto com os nervos enquanto respiro, — Ok ... Você pode olhar.
As mã os de Kyran deslizam para longe de seus olhos. Eu o observo
de perto enquanto seus olhos se arregalam e seu queixo cai,
observando o mural gigante pintado com spray.
— Avi ... Oh meu Deus ...— Seu tom pinga com admiraçã o. — Você
fez isso?
— Mhm. — Eu mastigo o interior da minha bochecha, esperando
como o inferno que ele goste.
Ele gosta, né? Quer dizer, eu sei que não é a melhor coisa do mundo,
mas... ele provavelmente gosta...
— Esta é a coisa mais incrível que eu já vi! — Ele suspira, virando-se
para mim.
Meu estô mago revira e deixo um sorriso tímido escapar.
— Você realmente gostou?
— Se gostei? É incrível pra caralho! — Ele ri incrédulo, vagando mais
perto da parede. — Olha, aqui estou eu!
Eu solto uma risada.
— Sim, é você, superstar.
Ele me espia, sorrindo antes de voltar a inspecionar o mural. E todas
as pequenas sutilezas que coloquei nele para torná -lo nosso.
Os donos do Chow Down, esse incrível lugar de fusã o asiá tica aqui
na Davis Square, estavam procurando um artista local para fazer um
mural em sua parede. Frankie ouviu falar sobre isso e deu a eles meu
nú mero, e é claro que fiquei emocionado em fazer isso. Nã o faço
nenhuma arte de rua ou graffiti desde que saí de Nova York, mas
sempre foi um sonho meu fazer um grande mural em um lugar onde
milhares de pessoas pudessem vê-lo todos os dias.
E foi exatamente isso que eu fiz.
A cereja do bolo é que Bette e Tony Chow, os proprietá rios, sã o
grandes fã s de futebol universitá rio. Entã o, quando eu disse a eles que
queria fazer algo especial para Kyran, eles ficaram obcecados com a
ideia de incorporar os Eagles e nossa vitó ria ao retrato.
— E aí está você, certo? — Kyran aponta para a á guia com coraçõ es
em volta da cabeça voando em um arco-íris. — A á guia gay?
Eu rio e aceno.
— Com licença. Eu sou bi, lembra?
— Oh, é por isso que você fez este magenta, roxo e azul aqui? — Ele
sorri, e eu aceno. — Aww, lá está Robin —, ele canta. — Ela está usando
uma má scara e uma capa como a verdadeira Robin! — Eu aceno junto.
— E há um sinal de morcego, e o Sr. Freeze… Ooh, Vincent Vega fazendo
a reviravolta em um palco feito de Twizzlers!
Estou cacarejando. Sério, eu posso estar chorando um pouco também.
— Avi, isso é tã o doentio! É tanto detalhe... Sinto que precisaria
olhar por horas para encontrar tudo. Como um Onde está Waldo .
— Bem... teremos que voltar. — Eu envolvo meus braços em volta de
sua cintura por trá s, beijando sua nuca. — Talvez possamos até
conseguir um lugar por aqui… Assim poderíamos ver o tempo todo.
Ele me espia por cima do ombro.
— Eu estou tipo... estupidamente apaixonado por você.
— Baby... eu estou loucamente apaixonado por você. — Eu beijo
seus lá bios enquanto ele ri. — Está com fome? — Ele balança a cabeça,
esfregando a bunda na minha virilha. — Para comer, Kyran.
— Ah, sim. Estou morrendo de fome, — ele ri.
— Tudo bem... Que tal eu te levar para um encontro?
Ele gira em meus braços.
— Nosso primeiro encontro oficial?!
— Foda-se sim.
Ele puxa a aba do meu boné virado para trá s.
— Tudo bem, entã o. Me mime, Backwardz Avi.
Segurando sua mandíbula, eu beijo seus lá bios suavemente.
— Qualquer coisa para você, apenas meu baby.

***

Horas depois, voltamos para Brighton do melhor primeiro encontro de


todos os tempos, as mã os ainda entrelaçadas, estô magos tã o cheios
quanto nossos coraçõ es.
Jantamos no Chow Down, e quase fechamos o lugar onde ficamos
tanto tempo conversando sobre tudo sob o sol, colocando um ao outro
em tudo o que aconteceu enquanto estávamos separados.
Posso até expressar o quanto estou orgulhoso de Kyran por começar
a aconselhar e confrontar seus pais. E o choque de como as coisas
aconteceram com Tom foi definitivamente a maior surpresa da noite.
Adoro uma boa histó ria de redençã o, e parece que Tom está a
caminho de uma, o que me deixa muito feliz. Tenho certeza de que
houve mais deterioraçã o do relacionamento dele com minha mã e, entã o
nã o é como se eu quisesse que eles tentassem resolver isso ou algo
assim. Pelo que Kyran estava me contando, seu pai tem que fazer sua
pró pria busca interior, e acho que minha mã e acabará encontrando
alguém mais parecido com meu pai para fazê-la feliz.
Eu sei que o divó rcio é uma merda, especialmente depois de apenas
alguns anos. Mas o casamento nã o foi uma perda de tempo, nem de
longe. Porque se eles nunca tivessem ficado juntos, eu nunca teria
conhecido Kyran...
Uma rolagem perfeita nesse jogo có smico que chamamos de vida.
— Ainda nã o consigo acreditar que você nã o fumou desde antes do
Rose Bowl, — Kyran diz enquanto estamos deitados na minha cama,
sua cabeça descansando sobre meu coraçã o e meus dedos em seu
cabelo. — Você sabe que eu nunca odiei você fumar, certo?
— Nã o, eu sei, — digo a ele enquanto ele brinca com a minha mã o,
traçando linhas na palma da minha mã o. — Só acho que estava
confiando demais nisso. Nunca é bom depender de substâ ncias para
nada.
— Isso é muito sá bio, anjo, — ele diz, focando em uma linha em
particular.
— Que rua é essa? — Eu pergunto a ele suavemente.
Ele olha para mim.
— É a nossa rua. Street Summer. Ele passa a ponta do dedo sobre
ela. —Foi aqui que te conheci pela primeira vez… Onde pensei que te
odiava, quando na verdade, eu… secretamente gostava de você. — Eu
sorrio e ele morde o lá bio. — Foi aqui que você me encontrou na
véspera de Natal… Quando você me trouxe meu casaco e me segurou
perto de você. — Seus olhos seguram os meus, e eu posso sentir tudo
ele está confessando através daquelas orbes de ouro e verde. — Foi aí
que eu percebi que estava me apaixonando por você... eu nã o teria
admitido na hora. Mas naquela noite, eu sabia que algo havia mudado.
Nã o estávamos mais fazendo isso pelos fã s... se é que algum dia
faríamos isso. Naquela noite, senti como se um interruptor tivesse
ligado em mim, e eu nã o estava mais apavorado com meus sentimentos
por você.
Eu pisco para ele, respirando nessas palavras que ele está falando.
— Eu ainda tinha medo do meu passado, sim. Eu estava com medo
do que eu pensei que poderia significar, me apaixonar por um cara. Por
causa de tudo...— Sua voz falha, e eu aceno, acariciando seu cabelo em
escovas calmantes. — Mas eu nã o tinha mais medo de como você me
fazia sentir bem. Eu queria muito mais disso. E isso me lembrou de
quando eu era criança…
Kyran pressiona um beijo na palma da minha mã o.
— Eu quero compartilhar algumas coisas com você, Avi... Porque eu
sei que você nã o vai ter medo disso, e isso nã o vai fazer você me amar
menos. Eu sei disso agora.
— Nada sobre você ou o que você passou jamais me faria te amar
menos, baby, — eu sussurro, e ele balança a cabeça.
— Mas quando eu te contar, quero que você seja Avi sobre isso —,
ele murmura, e franzo a testa.
— O que isso significa?
Ele ri.
— Eu só quero dizer... nã o me trate de forma diferente. Nunca ande
na ponta dos pés perto de mim, nem me mime com palavras. Você nã o é
um conselheiro, você é meu namorado, e eu te amo pelo jeito que você
é. Entã o, quando eu te contar coisas, quero que você seja apenas você.
Faça piadas, seja sarcá stico e pateta. Por favor ... só nã o tenha pena de
mim.
Dó i meu coraçã o que ele precise dizer isso para mim, mas eu
entendo de onde ele vem. Empurrando seu cabelo cor de areia de onde
está caindo sobre sua testa, eu concordo com a cabeça.
— Eu prometo, eu nunca teria pena de você, baby. Quero dizer, nã o
tenho certeza do quanto vou querer estar brincando sobre o que você
vai me contar, mas eu nunca iria tratá -lo de forma diferente. Você é
Kyran, meu primeiro amor. A ú nica pessoa que já esteve no meu parque
de diversõ es abandonado.
Ele ri, seu corpo tremendo em cima do meu e mexendo meus dedos
dos pés com prazer.
— A propó sito, este parque de diversõ es nã o parece tã o assustador
e decadente —, ele brinca. — Você fez parecer que seria muito mais
assustador do que é.
— Sim, bem ... isso vindo do cara que assiste Texas Chainsaw
Massacre como um filme de conforto.
— Isso me acalma —, ele suspira, e eu rio. Ele fica quieto por um
momento antes de perguntar: — Quantos anos você tinha quando
percebeu que poderia ser bi?
Eu mastigo meu lá bio inferior, permanecendo em silêncio por
tempo suficiente para que ele espreite para mim.
— Você vai pensar que estou mentindo sobre isso, mas eu juro por
Deus, é a verdade...— Sua sobrancelha arqueia. — Quatro anos atrá s.
Foi... a primeira vez que te vi.
Ele solta uma risada cacarejante, balançando a cabeça.
— Nã o tem como isso ser verdade!
— Eu juro que é ! Eu nunca olhei para ningué m antes do jeito que
olhei para você . Eu nã o queria admitir, porque você era tã o mau e me
odiava tanto. — Ele faz beicinho, e eu escovo meu polegar sobre seus
lá bios. — Mas é verdade. Na verdade, pensei que talvez fosse gay no
começo.
— Mas você ainda insiste no fato de que é bi? — Ele sorri.
— Gostei de ficar com as garotas com quem fiquei. — Eu dou de
ombros. — Mas, sinceramente, nem sei se diria bi ... poderia ser pan, ou
omni. Eu nã o quero o ró tulo. Vou me chamar de queer porque nã o acho
que o gênero desempenhe um papel para mim quando se trata de me
sentir atraído por alguém. Para citar o majestoso David Rose, gosto do
vinho, nã o do ró tulo.
Kyran franze os lá bios em um sorriso amoroso, aninhando-se em
cima de mim.
— Eu amo isso em você, anjo.
— E você? — Eu acaricio seu cabelo um pouco mais. — Você ficou
com seu quinhã o de garotas... Conte-me como você se sente.
Ele suspira.
— Eu descobri que era gay pouco antes de completar doze anos.
Meu coraçã o bate forte no peito com essa revelaçã o. Isso é algo que
eu nunca soube sobre Kyran... Sempre pensei que ele era bissexual por
causa de todas as garotas com quem ele esteve. Mas agora ele está
dizendo que é totalmente gay, e é conhecido desde criança.
— E para ser claro... eu só dormi com duas garotas. — Ele me dá um
olhar aguçado.
Meus cílios vibram.
— Realmente? — Ele concorda. — Mas você sempre teve garotas
diferentes penduradas em você nas festas e no seu Instagram.
Ele finge tossir para encobrir as palavras —Insta-stalker—. Eu olho
para ele, e ele ri.
— Eu fiquei com alguns outros, mas nã o mais do que, tipo... cinco no
total. Acho que é por isso que gravitei em torno de garotas pegajosas
que queriam relacionamentos, como Becca e Lexi. Porque se eles me
trancassem, eu nã o precisaria me preocupar tanto em atuar.
— Baby —, eu respiro, acariciando sua mandíbula. — Eu nã o fazia
ideia. Entã o claramente você é, tipo... muito talentoso. Ele ri, mordendo
o lá bio. —Você é o Leo no nível Django!
Seu rosto se ilumina.
— Uau! Obrigado, — ele gorjeia enquanto eu bufo.
Deus, eu amo aprender sobre ele. Acho que nunca vou me cansar de
ouvi-lo compartilhar esses detalhes íntimos de sua vida… Mesmo
quando eles sã o trá gicos. Eu me sinto tã o especial que ele está
confiando em mim.
— Percebi que gostava mais de olhar para os meninos, meus
amigos, do que para as meninas. Nã o era sexual, mas eu só tinha uma
sensaçã o no estô mago de que um dia eu queria namorar um garoto.
Mas entã o, depois do que aconteceu... eu guardei tudo e fingi que nã o
era verdade. Eu enterrei tã o fundo que depois de um tempo, eu
convenci eu mesmo gostava de garotas. A negaçã o era forte, e era por
causa de algo que ele costumava me dizer. Algo que ele disse quando
estava... abusando de mim.
A maneira como ele engole as palavras parte meu coraçã o em dois.
Mas nã o vou deixar que isso afete a maneira como estou com ele,
porque sei que ele nã o quer isso.
Ele ainda é meu Kyran, não importa o quê.
— Ele tocou no assunto… como ele me via olhando para os meninos
—, ele continua. — Como se ele soubesse algum segredo sobre mim, e
era por isso que ele estava fazendo isso. Ele disse que porque eu era
gay, eu precisava deixá -lo... fazer essas coisas comigo. Como se fosse
uma penitência ou algo assim.
Kyran fica quieto por um momento, e eu murmuro, — Baby...
Ele olha para mim com vulnerabilidade em seus olhos.
— Eu tenho construído este... carro. É como um Delorean que viaja
no tempo, se preferir. E eu poderia voltar no tempo e chutar esse cara
nas bolas para você.
Um sorriso gigante varre seus lá bios, e ele ri, balançando a cabeça.
Mas posso ver a apreciaçã o em seus olhos por eu estar brincando com
ele. É o que ele quer... E nã o posso dizer que sei como é tudo isso, mas
posso entendê-lo querendo que eu torne leve as coisas pesadas. Afinal,
é o que eu faço.
Sou aquela que se arrasta e dá socos nas laterais quando ele está
pirando... Sou aquela que brinca e provoca ele quando ele está ficando
louco.
Fico feliz em ser seu mascote o tempo todo, sempre que ele precisar
de mim.
Avi, o anjo, cuida de seu baby.
— Baby ...— ele murmura, olhando para mim. — Eu quero que você
saiba que ele nunca realmente... quer dizer, ele fez coisas comigo, mas
ele nã o...
— Meu amor —, eu sussurro, segurando seu rosto. — Nã o importa.
— Nã o eu sei. Mas eu quero que você saiba, — ele suspira, cansado,
como se até mesmo falar sobre essas coisas por alguns minutos tirasse
o fô lego de suas velas. — Você foi meu primeiro, Aviel. Eu prometo.
— Eu sei disso —, digo a ele com absoluta certeza. — Você me
dando sua virgindade foi a melhor noite da minha vida.
Ele sorri, soltando uma pequena risada.
— Só me lembro da sua cara quando Bridget disse o que disse no
restaurante... nã o queria que pensasse que estava mentindo ou
escondendo alguma coisa.
— Eu nã o pensei isso, lindo.
Ele balança a cabeça, mordendo o lá bio.
— Bridget sabia que eu gostava de meninos. Quero dizer, eu nunca
disse a ela abertamente, mas ela percebeu. Essa foi outra razã o pela
qual ela estava tã o chateada com nossos pais depois de tudo. Porque
meu pai fez alguns comentá rios que eu nã o deveria ouvir quando eles
estavam brigando, sobre o abuso me tornar gay…
Reviro os olhos.
— Bobagem idiota.
— Eu sei certo? — ele zomba. Mas entã o seus olhos suavizam. — Ele
está tentando agora, no entanto. Eu estou orgulhoso dele. Para ser
honesto, acho que parte do motivo pelo qual ele ligou o interruptor é
por sua causa.
— Minha?
— Sim. Eu disse aos meus pais que estou apaixonado por você, e
acho que talvez isso tenha pegado meu pai. Ele gosta muito de você, Avi.
É claro, ele sempre gostou de você. Foi parte da razã o pela qual fiquei
tã o frustrado com você quando eles se casaram... Porque você era um
nerd despreocupado, totalmente o oposto do filho que ele queria que eu
fosse, mas ele ainda gostava de você.
— Seu pai nã o é uma pessoa ruim, — eu resmungo. — Ele é falho
como todo mundo e cometeu alguns erros terríveis. Mas ele nã o merece
queimar por eles.
Kyran fica quieto por um momento, como se estivesse pensando
profundamente, antes de dizer:
— Eu só queria nã o ter perdido tanto tempo engolindo minha
verdade.— Ele balança a cabeça. — Eu penso atrá s as garotas com
quem namorei, até flertei ... isso se transformou em uma performance
coreografada. E a buceta comendo…
Ele pisca forte e balança a cabeça.
Eu nã o posso nem me ajudar. Minha cabeça se inclina para trá s em
uma risada que o faz sorrir para mim.
— Você comeu muita boceta?
— Nã o muita ... — Ele sorri. — Mas eu definitivamente fiz isso.
— E?
— Nã o para mim —, ele suspira.
Isso está explodindo minha mente agora.
— Oh meu Deus, é por isso que você parecia tã o hesitante com
Frankie!— Eu fico boquiaberto com ele, e ele ri.
— Eu estava pensando em você —, ele sussurra, se contorcendo em
cima de mim. — Fiquei pensando na sua mã o dentro da calça,
secretamente desejando que você puxasse seu pau para fora e talvez,
tipo... me tocasse com ele.
Um zumbido ressoa em meu peito enquanto olho para ele, luxú ria,
amor e puro espanto em meus olhos.
— Venha aqui por favor…
Ele corre para cima de mim, permitindo-me segurar sua mandíbula
e puxar sua boca doce e honesta para a minha.
— No que mais você pensou durante nosso estú pido trio com meu
melhor amigo?
Ele ri em meus lá bios.
— Sua mã o tocando a minha... Enquanto nó s dois a tocávamos.
Imaginei como seria se você tirasse os dedos e me deixasse chupá -los.
— Mmm... sério?
Ele concorda.
— Sim. Mas nã o para provar sua vagina, obviamente. Eu realmente
queria chupar algo seu.
Um gemido deixa meus lá bios, e ele ri disso.
— Você está me matando agora. Deus, baby, eu teria feito tudo com
você... eu queria tanto isso naquele momento.
— Sim? — Ele beija ao longo da minha mandíbula, sugando o ló bulo
da minha orelha entre seus lá bios.
— Sim... Assim que você me deu luz verde, eu estava salivando por
isso.—
Ele ri enquanto minhas mã os afundam para segurar sua bunda, seus
lá bios e língua brincando com minha orelha. — Eu acho que é uma
coisa muito boa que o negó cio do meu pai faliu, hein?
— Ah sim. Se nã o fosse pelos fã s, talvez nunca tivéssemos ficado
juntos. Ou se apaixonou…
— Você está dizendo que tudo o que estamos fazendo ainda é… para
os fã s? — ele sussurra em meu ouvido, e eu sorrio.
— É para nó s, — eu digo a ele, meu coraçã o tã o cheio de amor
selvagem e alegre por este homem... — Mas eles nos trouxeram aqui.
Ele suspira.
— Fora da FriendLand…
— E para o Boyfriend Park.
Ele ri, e eu o beijo enquanto isso está acontecendo.
Kyran e Avi se apaixonando... pelos fãs.
EPILOGO

KYRAN

Nickystix66: Backwardz, você é o cara mais sortudo de todos


Am_luv13: His_Baby, você é uma inspiração!
A_side_of_steve: Backwardz_Avi e His_Baby retornam! Saindo do armário
e revelando seu relacionamento... Você fez minha vida!

3 meses depois…

— Oh, sim, baby. Agite essa bunda.


Enfiando meu rosto mais fundo no edredom, eu mexo meus quadris,
usando meus joelhos para meio que rebolar para trá s, para cima no ar.
— Ok… espere. Eu preciso ajustar meu tesã o, — Avi resmunga, e eu
rio.
— Apenas grave o maldito vídeo! — Eu grito com ele através das
minhas risadas.
— Eu entendi, — ele suspira, e eu me viro, mirando nele um olhar
que ninguém acredita. É muito amor. Ele joga o telefone na cama, entã o
rasteja sobre mim, agarrando meus pulsos e prendendo-os acima da
minha cabeça enquanto ele monta em mim. — Acho que isso nos daria
ainda mais curtidas…
Ele esfrega seu pau no meu, e eu estou tremendo.
— Nã o seja travesso. — Eu sorrio para ele. Ele faz beicinho. — Acho
que demos uma boa despedida aos fã s . Eles terã o que se contentar com
o conteú do PG-13 a partir de agora.
— Eu sei, estou apenas visualizando todo aquele dinheiro glorioso
flutuando na brisa —, ele cantarola.
Ele se inclina sobre mim e eu beijo cada pedra de seu abdô men,
considerando suas palavras.
Três meses atrá s, Avi e eu cedemos e começamos a criar conteú do
para o OnlyFans novamente. Acontece que ele conseguiu restabelecer
sua conta, pois acho que a desativou apenas temporariamente. Havia
uma taxa de penalidade, mas era uma pequena quantia em comparaçã o
com o que voltamos a ganhar no segundo em que começou.
Claro que ficou um pouco ó bvio que era eu nos vídeos, mas com o
rosto desfocado ainda nã o tinha como provar. Achamos que
poderíamos mantê-lo por tempo suficiente para economizar mais
algum dinheiro e, em seguida, excluir todos os vídeos de nó s dois, e ele
poderia mantê-lo como uma conta individual.
E foi isso que fizemos. Duas semanas atrá s, informamos a todos que
voltaria a uma conta solo para Avi e que o misterioso Not_Your_Baby
nã o seria mais apresentado em vídeos.
Mas aqui está o chute. Desde a primeira vez que desativamos a
conta, as pessoas têm clamado por nó s. E nã o apenas para os momentos
sensuais... Eles queriam nos ver juntos como um casal. Entã o
começamos a fazer conteú do no Instagram, reels e coisas assim, só de
nó s brincando, sendo bobos e estú pidos e apaixonados. E temos sido
pagos para isso.
Kyran e Avi, o casal da mídia social, quebram milhõ es de
visualizaçõ es em quase todos os vídeos. Isso permite que Avi se
concentre em sua arte, que agora é seu trabalho em tempo integral, e
que eu me concentre no grande evento de mudança de vida que estou
prestes a começar neste verã o…
A NFL.
Isso mesmo… Seu baby foi convocado na semana passada. Daqui a
dois meses, estarei no campo de treinamento como zagueiro reserva do
Philadelphia Eagles.
De um Eagles para o outro… Isso é a coincidência de uma vida ou o
quê?
A coisa toda ainda parece um sonho. Lembro-me de receber a
ligaçã o e sentir que ia desmaiar. Escolha de draft de terceira rodada. Eu
estava preparado para ir a qualquer lugar que me aceitasse, mas a
palavra era que chegaria à Filadélfia ou a Nova York.
Filadélfia venceu.
Avi está muito emocionado, apesar do fato de eu nã o estar indo para
Nova York. Ele adoraria voltar para Nova York, mas Philly seria tã o legal
quanto. É como uma Boston nova-iorquina de qualquer maneira, entã o
estamos muito animados com isso.
Vamos viajar muito, mas ele também nã o se importa com isso. E
estou muito animado por tê-lo comigo nesta jornada, torcendo por mim
e me apoiando como ele faz. Porque ele é meu ajudante, meu parceiro,
meu mascote... Meu doce anjo com sabor de morango.
Estamos finalizando a papelada para uma casa geminada em
Federal Hill na pró xima semana, e Avi já tem uma lista completa de
coisas planejadas para fazermos quando chegarmos à Filadélfia.
Vai ser difícil para ele deixar Hannah. Nó s até nos oferecemos para
trazê-la conosco, mas ela gosta de seu trabalho em Boston e já
encontrou um bom lugar em Cambridge, entã o ela está feliz em ficar.
Por mais que eu saiba que Avi vai sentir falta dela, ele insiste que é hora
de abrir um pouco suas asas de águia. Tão fofo.
Eles sempre serã o melhores amigos, mas vamos nessa aventura
juntos. Apenas nó s dois. Bem, nó s… e os fã s.
— Nã o se preocupe, anjo, — eu murmuro, lambendo seu peito
enquanto ele treme. — Seu namorado quarterback da NFL vai trazer o
bacon para casa para você.
— Tenho a intençã o de me tornar uma esposa de futebol —, ele
brinca, e eu gargalhar, tentando afastá -lo de mim. Mas ele ainda está me
prendendo com seu peso.
Estamos muito ocupados brincando, nem ouvimos os passos.
— Pessoal, eu vou... Oh meu Deus! Eu sinto muito!
Meus olhos se voltam para a porta enquanto meu pai cobre os olhos
com a mã o, mergulhando para longe da sala como se estivesse prestes a
explodir.
Avi cai na gargalhada histérica, e eu apenas balanço a cabeça,
repreendendo.
— Cai fora de mim! Veja o que você fez... Você deixou meu pai
horrorizado.
Avi cai de cima de mim na cama enquanto eu corro para me levantar
e colocar as calças.
— Relaxa. Tenho certeza que ele já nos ouviu trepando na outra
noite. Você nã o parava de gritar meu nome…
Eu olho para ele.
— Isso é falso. Eu nã o estava gritando...
— Uh, por que você acha que enfiei minha cueca na sua boca? — ele
zomba.
— Porque você é um pervertido imundo. — Eu dou a ele um olhar,
para o qual ele encolhe os ombros.
— Culpado.
— Vamos. — Eu o agarro pelo braço, puxando-o para fora da cama.
— Por favor, venha comigo para pedir desculpas a ele, para que ele nã o
pense que estávamos apenas fodendo com a porta aberta.
Avi suspira e me deixa puxá -lo para fora do nosso quarto e descer as
escadas.
Estamos morando na casa de Somerville com meu pai há três meses
e, sim, tem sido um pouco estranho à s vezes. Mas, sinceramente, achei
que era a melhor opçã o para mim e ele passarmos mais tempo juntos e
nos concentrarmos em consertar nosso relacionamento.
Quando voltei para a escola, optei por nã o voltar para os
dormitó rios, principalmente porque nã o suporto ficar longe de Avi por
mais de algumas horas seguidas. Eu definitivamente sinto falta de
morar com Guty, mas mudar para a casa de Avi e Hannah em Brighton
enquanto procurávamos nosso pró prio lugar fazia mais sentido.
Mas entã o, quanto mais eu pensava sobre isso, mais eu começava a
me sentir mal por meu pai estar sozinho naquela casa grande enquanto
passava por um divó rcio. Entã o decidi voltar para Somerville para lhe
fazer companhia.
É louco. Depois de tudo que fiz para evitar morar nesta casa, e agora
estou de volta aqui de bom grado. E eu trouxe Avi junto para o passeio.
Ainda estou surpreso que meu pai tenha aceitado. Eu sei que ele
está tentando ser o mais solidá rio possível, mas eu meio que esperava
que ele surtasse com a ideia de seu filho dividir a cama com um cara no
corredor dele. Eu acho que porque é Avi, tornou as coisas um pouco
mais fá ceis para ele entender.
É como quando morávamos aqui antes da faculdade. Só que agora,
em vez de lutar, estamos fodendo, e em vez de odiar, estamos amando,
muito duro. E dividir um quarto... O antigo quarto de Avi, porque é o
mais distante do meu pai.
Na verdade, estávamos prestes a assinar um contrato de aluguel de
um lugar na Davis Square quando fui convocado. Agora só nos resta
cerca de um mês morando em casa antes de partirmos para a Filadélfia.
E a parte mais estranha é que vou sentir falta do meu pai, algo que
nunca pensei que diria. Nó s realmente nos unimos nos ú ltimos três
meses, e é a melhor sensaçã o do mundo ter um pai de verdade.
Embora eu nã o tenha tanta certeza de que ele sentirá tanto a nossa
falta, a julgar pela forma como ele está andando pela cozinha todo
afobado, recusando-se a olhar nos olhos de qualquer um de nó s.
— Pai...— Eu sorrio para mim mesma ao ver como ele está
claramente desconfortável.
— Eu só ia, uh... dizer a você que estou correndo para a loja, — ele
diz, pegando e colocando a mesma correspondência vá rias vezes. — Se
vocês precisarem de alguma coisa...
— Pai, nã o estávamos fazendo nada —, digo a ele com sinceridade.
—Sim, estávamos apenas brincando —, acrescenta Avi.
Meu pai levanta a mã o.
— Está tudo bem... eu nã o preciso saber. A culpa é minha, eu deveria
ter... batido.
— A porta estava aberta. — Eu rio.
— Estou bem. Realmente. — Ele nos lança um sorriso rá pido e
tenso. —Apenas me avise se precisar de alguma coisa na loja.
— Preservativos e lubrificantes. — Avi sorri.
— Avi! — Eu latido e ele ri.
— Estou só brincando…— ele suspira. — Nã o usamos preservativos.
— Oh meu Deus, eu vou grampear seus lá bios! — Eu rosno.
— Tudo bem, rapazes. Isso é o suficiente, — meu pai repreende,
sorrindo em diversã o.
E eu sei por quê. Isso é muito parecido com quando éramos meio-
irmãos.
— Deixei uma lista no balcã o. — Eu corro meus dedos pelo meu
cabelo.
Meu pai acena com a cabeça, pegando a lista e dando uma olhada.
Sua testa franze de preocupaçã o.
— Isso é tudo junk food ...— Ele olha para Avi. — Que homem adulto
come Pop Tarts?
— Esse seria meu namorado...— Eu suspiro. — Ele come como uma
criança grávida de sete anos.
— Eca, baby. — Avi franze o rosto para mim. — Esquisito.
— Só estou dizendo que você nem fuma mais, mas ainda age como
se tivesse fome vinte e quatro horas por dia. — Eu atiro a ele um olhar.
— Quando você envelhecer, toda essa porcaria voltará para
assombrá -lo.— Meu pai se junta a eles, seus olhos passando
rapidamente para o torso sem camisa de Avi. — Diga adeus a esses
mú sculos.
— Nã o precisa se preocupar com isso, Papa Dukes. — Ele sorri. —
Este xilofone nã o vai a lugar nenhum. — Ele imita tocar um xilofone em
seu abdô men, e nó s dois reviramos os olhos.
— Tudo o que você diz, — meu pai murmura, balançando a cabeça
enquanto sai de casa para ir ao mercado.
— Você é um tolo e meio. — Eu sorrio para Avi quando ele estica a
perna para me cutucar na canela com os dedos dos pés.
— Ele se foi... Quer brincar de ver quantas vezes a gente consegue
fazer um ao outro gozar no chuveiro?
— Mmm... meu jogo favorito, — eu murmuro, me aproximando dele
e me esfregando em seu corpo grande e deliciosamente musculoso.
Nó s damos a ele um monte de merda sobre o que ele come, mas Avi
gosta de malhar. Começamos a fazer isso juntos e ele quase consegue
me acompanhar. Eu disse quase.
O som do meu telefone tocando no andar de cima chama minha
atençã o.
— Ooh, baby estou esperando uma ligaçã o importante.
— Tudo bem. Suba. — Ele se vira e eu sorrio, pulando em suas
costas para que ele possa me carregar lá em cima.
Nó s dois estamos rindo sem fô lego quando atendo meu telefone. É o
meu contador. E apenas uma breve conversa depois, estou
enlouquecendo.
— E aí, superstar? — Avi pergunta.
— Está tudo pronto! — Eu danço no lugar.
— Qual coisa... a casa ou o dinheiro?
— O dinheiro! — Eu sorrio, e ele reflete meu olhar de zelo.
— Baby! Isso é tã o emocionante. — Agarrando minha cintura, ele
me abraça forte enquanto nó s dois dançamos juntos.
Há um mês, decidi oficialmente doar meu dinheiro do acordo para
algumas instituiçõ es de caridade especiais. Eu nunca quis gastar um
centavo desse dinheiro comigo mesmo, mas era estú pido tê-lo apenas
parado juntando poeira. Entã o escolhi minhas três principais
instituiçõ es de caridade e fiz acordos com meu contador para dividir
em três partes e fazer três doaçõ es.
Um para RAINN, porque eles foram tã o ú teis para mim quando eu
estava tentando falar com alguém sobre meu abuso, um para o Trevor
Project, porque eles fazem coisas maravilhosas para os jovens LGBTQ+,
e um para o It Gets Better Project…
Porque sim. Fique melhor. Eu sou a prova viva disso.
Todas essas instituiçõ es de caridade sã o especiais e importantes
para nossa comunidade e para os sobreviventes de abuso, e me
emociona poder dar esse dinheiro à s pessoas que precisam; para as
pessoas que estã o por aí dando apoio, entã o espero que ninguém tenha
que se sentir tã o assustado e sozinho como eu já me senti.
— Tira um peso dos meus ombros —, murmuro enquanto Avi beija
meu pescoço repetidamente. — É como se eu estivesse fechando uma
porta que ficou aberta por tanto tempo…
— Estou orgulhoso de você, baby —, ele canta. — Você é um ser
humano tã o forte e bonito.
Eu rio.
— Eu te amo.
— Te amo mais. — Ele levanta a cabeça para fixar nossos olhos. — E
a oferta ainda está de pé, a propó sito...— Meus lá bios se curvam. —
Sempre que você quiser mijar no tú mulo daquele idiota, eu caio.
Agarrando seu rosto, eu o beijo com força enquanto ele ri em minha
boca.
Eu sei que ele está apenas brincando porque sabe que isso me faz
sentir melhor. Ou talvez ele esteja falando sério, quem sabe.
Na verdade, tenho certeza que ele é.
Se eu dissesse a Avi que queria mijar no tú mulo do babaca que
abusou de mim, ele nem hesitaria. Ele apenas me entregava uma jarra
de á gua e dizia:
— Encha o tanque, baby.
Porque é quem ele é. Ele é meu sistema de apoio, minha tá bua de
salvaçã o.
Meu meio-irmã o que eu odiava, virou co-estrela pornô , virou amigo,
virou absolutamente ridículo, sexy, o amor perfeito da minha vida.
Ele é meu salvador, meu primeiro e ú nico.
De asas de á guia a asas de anjo... ele é meu Avi.
Dançando no campo do meu coraçã o.
EPILOGO

AVI

Backwardz_Avi: Meu homem está MATANDO. Bem-vindo à Filadélfia,


querido! #FlyEaglesFly
MissBea21: Tão orgulhoso de vocês dois <3
Zeb_for_Kween: Backwardz_Avi, OF amigos e desconto familiar! Arrume
uma irmã!
The.Theo.Reeves: Não que eu esteja com ciúmes… mas pare!
Sammy_Gutz: Yo Backwardz, mostre-nos os movimentos da águia!
Frankie_Says_Relax: Backwardz_Avi, eu disse que His_Baby queria te
beijar ;)

6 meses depois…

Hoje é uma ocasiã o muito especial.


Venho planejando e tramando há meses, me preparando para tornar
esta noite inesquecível. Até agora, tudo está no lugar.
Só precisamos de um ingrediente final…
O aniversariante.
É o aniversá rio de Kyran e consegui preparar a melhor festa
surpresa para ele. Afinal, você só faz vinte anos uma vez, e meu
namorado também está jogando pela NFL em seu vigésimo aniversá rio.
Nem todo mundo pode dizer isso.
Estamos morando na Filadélfia há quase cinco meses, embora
pareça que já se passaram cinco dias. O tempo está voando porque todo
dia é uma loucura, mas sinceramente… eu amo isso.
Filadélfia é uma pequena cidade grande. De certa forma, isso me
lembra Boston. Nem de longe tã o grande, barulhenta ou caó tica quanto
Nova York, mas ainda com muito o que fazer. E toneladas de mofos de
verdade.
A NFL manteve Kyran super ocupado. Ele teve a sorte de ser
convocado para o campo de treinamento, entã o passou muito tempo
com sua equipe, conhecendo todos e aprendendo os meandros da NFL.
Seu treinador é... bem, vamos apenas dizer que ele é um durã o
amplamente conhecido. Ele é um cara italiano barulhento e insistente
de Nova York que levou os Eagles ao Super Bowl na ú ltima temporada
com sua atitude sensata e estilo de treinador agressivo.
O quarterback titular está com eles há alguns anos e é um dos
melhores da liga. Um novato, assim como Kyran. Ky nã o espera muito
tempo em campo durante a temporada regular, mas está animado por
estar aqui.
Infelizmente, nã o tenho certeza se o QB dos Eagles sente o mesmo…
É o seu ciú me padrã o. Sentir que a mercadoria nova, mais jovem e
quente vai substituí-lo. Claro, Kyran nã o tem intençã o de pisar no pé de
ninguém. Ele é muito doce e respeitoso para isso. Mas acho que o cara
nã o se importa muito, porque ele já meio que está com Ky.
Ainda assim, nã o é nada que meu homem nã o possa lidar. Ele é a
pessoa mais durona que já conheci e nunca deixaria que uma pequena
rivalidade o desviasse do curso. Significa apenas que ele estará
trabalhando duro para provar a si mesmo nesta temporada, o que, por
sua vez, significa que podemos nã o passar tanto tempo juntos quanto
estamos acostumados.
Quando nos tornamos um casal oficial, nove meses atrá s, estávamos
um no outro 24 horas por dia, sete dias por semana, e foi... qual é a
palavra? Oh, certo. Fantástico.
Sério, nã o passava de sexo e conversa sem parar, encontros e
aventuras, rindo e curtindo cada segundo um do outro a ponto de
nossos amigos começarem a nos chamar de Kyvi . Preso no quadril. Ou
talvez em algum lugar mais lascivo. Pisca pisca.
As coisas nã o mudaram imediatamente quando nos mudamos. Na
verdade, apesar de quã o rigoroso foi o cronograma de treinamento
durante o verã o, ainda conseguimos encontrar tempo para fazer todos
os tipos de coisas divertidas. Decoramos a casa da cidade juntos,
exploramos a Filadélfia ... Até fizemos uma viagem de uma semana pelo
país para ver todos os tipos de pontos turísticos e criar novas memó rias
para nossas linhas de palmeiras.
Foi uma explosã o absoluta, mas assim que a pré-temporada
começou, nosso tempo juntos começou a diminuir. Eu nã o posso ficar
bravo com isso, no entanto. Eu sabia o que esperar quando Kyran fosse
convocado. Ele fez uma escolha e, embora nã o precisasse, fez de mim
parte da decisã o.
Era ficar na escola ou desistir para seguir seu sonho. Parece um
acéfalo, mas há riscos ó bvios para o ú ltimo. A porcentagem de
jogadores de futebol convocados para a NFL que acabam com contratos
nã o é muito alta, e ser um agente livre é como viver em constante
estado de estresse. Se você acabar nã o tendo um bom desempenho,
pode ser jogado fora sem nada para recorrer. Sem mencionar que
Bridget estava totalmente certa quando falava sobre as estatísticas de
lesõ es na NFL. É impressionante a ponto de ser quase totalmente
irresponsável.
Mas depois de horas conversando na cama, chegamos à conclusã o
de que ele seria louco de nã o perseguir seu sonho. Graduar-se em
administraçã o também nã o garante um bom emprego. Realmente, nada
faz.
Nã o há garantias nesta vida. É sobre o quanto você está disposto a
trabalhar, quanto de sua sanidade mental está disposto a sacrificar e o
quanto está determinado a chegar ao topo. E Kyran Harbor é de longe o
filho da puta mais determinado que já conheci. Se alguém pode fazer
isso, é ele.
Basta dizer que o estresse e a falta de tempo juntos valem a pena
para ele perseguir o sonho que tinha desde menino.
O publicitá rio da equipe tinha algumas preocupaçõ es em relaçã o ao
fato de Kyran ser uma espécie de celebridade da internet, com o
conteú do de nosso relacionamento constantemente se tornando viral.
Mas eles acabaram decidindo que era uma boa publicidade... Acho que
porque eles estã o sempre procurando por diversidade, e ter um
quarterback abertamente gay pode fazer com que pareçam bons. Ou
estã o tentando desesperadamente nã o parecer homofó bicos.
De qualquer forma, recebemos luz verde para continuar fazendo o
que estamos fazendo, desde que Kyran nã o apareça mais em vídeos
para os fã s... Nã o que eles pudessem provar que era ele, para começar,
embora todos saibam disso era. Mas nó s realmente nã o nos
importamos, e nã o teríamos parado de estar abertamente apaixonados
se eles tivessem um problema com isso, de qualquer maneira.
Ninguém pode nos dizer para diminuir o tom de nossos arco-íris.
Estamos transmitindo essa merda, quer você goste ou não.
Temos milhõ es de seguidores nas redes sociais neste momento,
entre Instagram, Twitter e nossa pequena e fofa conta conjunta do
TikTok que fizemos, embora eu pessoalmente ache esse aplicativo a
coisa mais ridícula de todas. Mas é tudo uma diversã o. Gostamos de nos
beijar, abraçar e provocar uns aos outros nos vídeos e, aparentemente,
nossos fã s gostam de assistir. Então yay nós.
Ainda faço conteú do solo no meu OnlyFans e, entre isso e o Patreon
que comecei para minha arte, estou gerando renda suficiente para
financiar minha carreira artística. Tenho um site onde vendo minhas
coisas, originais e impressos. Até fui abordado por uma empresa local
para fazer outro mural.
Sim, as coisas estã o indo muito bem para nó s, mas sinto falta do
meu homem. Nó s nã o saímos um do outro, por assim dizer, em dois dias
porque Kyran está tã o exausto de viajar e treinar em excesso. Vale a
pena, no entanto... Seu corpo está absolutamente incrível. Embora isso
torne a coisa toda sem sexo muito mais difícil quando seus mú sculos sã o
como uma deliciosa sobremesa que quero passar horas lambendo.
Mas este plano que estabeleci deve corrigir a situaçã o. Ele tem a
noite de folga apó s o treino do dia, entã o eu organizei toda essa
elaborada festa surpresa para ele. Vamos comemorar seu aniversá rio,
dar a ele a chance de finalmente se soltar um pouco e, no final da noite,
terei suas pernas no ar.
Quem sabe… talvez até consigamos escapar para um encontro
rá pido no banheiro enquanto a festa ainda está acontecendo. Porque
vamos ser realistas aqui, não tenho certeza se posso esperar até que todos
saiam.
Os foliõ es estã o chegando, chegando devagar, mas tudo bem. Ky saiu
para jantar cedo com seus pais, que vieram passar o dia para vê-lo em
seu aniversá rio. Também faz parte do plano mantê-lo fora de casa
enquanto preparo tudo.
A comida foi servida pelo restaurante japonês local favorito de
Kyran... Temos um sushi bar inteiro montado com caras realmente
enrolando sushi aqui em nossa casa, junto com um chef preparando
aperitivos e entradas em nossa cozinha enorme e opulenta.
Tenho um bar montado com um mixologista preparando coquetéis
sofisticados e, ainda por cima, comi um bolo de donuts personalizado
feito especialmente pela Federal Donuts, a melhor loja de donuts do
mundo.
Estou dizendo a você. Essas coisas são tão boas que até Kyran esbanja
para ter uma todos os domingos.
A festa está pronta para acontecer sem problemas, e agora estou
apenas esperando a mensagem de Tom para me avisar quando Kyran
estiver voltando para casa para que todos possamos nos esconder.
Estou tã o animado que estou enlouquecendo. Mal posso esperar
para ver a cara dele.
— Você realmente se superou, bae —, diz Frankie, deslizando e
envolvendo os braços em volta da minha cintura. — Kyran vai perder a
cabeça.
Sorrindo para ela, eu a abraço ao meu lado, pressionando um beijo
em seu cabelo recém-azulado.
— Estou tã o feliz que você pô de vir.
— Você está brincando?! — Bea dá um gritinho ao pisar forte com
umas botas super sensuais de cano alto que quase colocam seus
minú sculos olhos no mesmo nível do resto de nossos queixos, puxando
Theo pela mã o. — Nã o perderíamos isso por nada no mundo!
Sorrio para ela e para Theo. Nã o acho que eles sejam oficialmente
um casal, porque minha boa amiga Bea nã o se considera o tipo de
relacionamento. Dito isto, eles passam muito tempo juntos. Nã o tenho
certeza do que está acontecendo com eles, mas acho que teremos que
esperar para descobrir.
— Mal posso esperar para ver meu garoto. — Theo sorri. — Você
está monopolizando ele por muito tempo.
Eu suspiro.
— Desculpe-me... o que Kyran e eu fazemos na privacidade de nosso
pró prio quarto é problema nosso.
Frankie gargalha enquanto Theo me lança um olhar horrorizado.
— O que você deu para Kyran em seu aniversá rio? — Micah
pergunta, trotando com Zeb, ambos bebendo coquetéis elaborados.
— Vou arriscar e adivinhar um chicote com mordaça combinando.
— Zeb sorri. — Você sabe que eles gostam de esquisitos.
— Oh, por favor, — Frankie zomba. — Aqueles dois nã o
aguentariam. — Eu franzo a testa para ela, e ela zomba, — Mas se você
quiser que eu lhe dê um tutorial sobre a negaçã o adequada do orgasmo,
apenas diga a palavra. Tenho certeza de que seria ú til para o seu garoto.
— Ok, isso é muita informaçã o —, Theo resmunga, tomando um
gole de sua bebida. — E como você saberia, afinal? — Ele semicerra os
olhos para Frankie.
— Vamos apenas dizer, eu era carne no sanduíche dos dois antes de
Kyran perceber que ele era vegetariano. — Ela sorri.
Rindo, reviro os olhos.
— Sim, bae, você nos uniu. Muito obrigado, estamos todos muito
gratos.— Virando-me para Micah e Zeb, pego uma bebida da mã o de
Zeb e dou um gole enquanto ele faz uma careta. — Mas, respondendo à
sua pergunta, ganhei algo muito especial para Kyran em seu aniversá rio
e mal posso esperar para dar a ele.
— Você sabe, apenas colocar um laço no seu pau nã o constitui um
presente, certo? — Micah sorri, e eu franzo meus lá bios para ele.
— Oh meu Deus, nã o! — Zeb engasga. — Você deu a ele um anel de
diamante, nã o é? Você vai propor! — Ele pula e bate palmas com
entusiasmo.
— Entendo. — Bea assente. — Eu gostaria de trancar isso se eu
fosse você.
— Eu nã o vou propor,— eu zombo. — Somos muito jovens para
casar.— Meu estô mago começa a torcer, e de repente me sinto
contraído com o pensamento. — Nã o que eu ache que Kyran diria sim…
Estou mordendo o lá bio, olhando para o meu copo enquanto
Frankie canta:
— Você está brincando? Claro que sim! Aquele doce pedaço de torta
de abó bora é obcecado por você, e você sabe disso.
Meus lá bios se curvam, mas eu me forço a sufocá -los.
— Você pensa…?
— Ora, você nã o está pensando seriamente em propor casamento,
está ?— Theo pergunta nervosamente. Como se isso de alguma forma o
afetasse.
— Nã o, — eu bufo, e todos eles olham para mim. — Eu nã o estou!
— Bom, porque o casamento é uma farsa total —, resmunga Theo,
depois engole o resto de sua bebida.
Minha sobrancelha se ergue para ele, mas antes que eu possa me
intrometer em qual seria o problema dele, a porta da frente se abre e
uma voz alta ressoa.
— Quem pediu a stripper?!— Guty grita e todos os rostos se voltam
em sua direçã o enquanto ele ri e bate palmas. — Nã o precisa se
preocupar, amigos. A festa está oficialmente aqui!
O grupo de nó s está todo rindo, Theo correndo para cumprimentar
seu amigo enquanto o resto dos convidados murmura entre si,
provavelmente se perguntando de onde veio essa presença
excepcionalmente barulhenta e excêntrica.
— Ei, Backwardz. — Guty sorri enquanto se aproxima, arrancando
um grunhido de mim com uma cotovelada. — Obrigado pelo convite.
Faz anos que nã o vou à Filadélfia.
— Estou feliz que você conseguiu, — eu murmuro, esfregando meu
lado. Ow… Ele pode ter quebrado uma costela. — Kyran vai pirar quando
te ver.
— Sinto falta do meu baby Nueve. — Ele faz beicinho.
— Ele nã o é seu baby.— Zeb sorri para mim antes de virar seus
olhos sedutores para Guty.
A cabeça de Guty se inclina e ele estreita seu olhar para Zeb.
— Bem, pegue um coquetel e um pouco de comida, se quiser—,
interrompi, agarrando Guty pelo braço e mostrando a ele onde está
tudo. —Kyran deve estar a caminho de casa a qualquer minuto. E acho
que estamos apenas esperando por…
A porta se abre e olhamos para cima para ver Bridget sorrindo e
acenando ao entrar na sala.
— Oiii!
— É a Bridge! — Eu suspiro, espiando Micah, que grita comigo. — A
Bridge!
Nó s dois estamos rindo histericamente.
— Hum... o quê? — Theo parece confuso.
E Frankie, Zeb e Bea explicam em uníssono.
— Mothman.
Abraçando Bridget, nó s gritamos na reuniã o antes de apresentá -la
aos nossos amigos.
— Ok —, eu suspiro com um aplauso. — Quem quer um passeio
enquanto esperamos pelo aniversariante?
— Uau! Meu!
Bea e Zeb dançam animadamente. Frankie pega Bridget e Micah em
cada braço, seguindo junto, enquanto Guty e Theo sussurram um para o
outro sobre qual dos companheiros de equipe de Kyran do Philly Eagles
está aqui.
Eu começo a andar com o grupo ao redor de nossa casa de dois
andares, mostrando-lhes a configuraçã o enquanto eles ooh e ahh . Sem
querer me gabar nem nada, mas esse lugar é o chefe. Kyran e eu
montamos como o ú ltimo apartamento de solteiro, apenas para um
casal. Temos um home theater, nossa pró pria academia, quatro quartos,
um banheiro completo com master anexo, home office, uma cozinha
que provavelmente até tem Gordon Ramsay gaguejando e um deck ao
ar livre com churrasqueira e banheira de hidromassagem.
É absolutamente insano. O tipo de lugar que você sonha em ter, e
Kyran e eu temos... Dois jovens de vinte anos que nem terminaram a
faculdade.
Deus abençoe a America.
Estou mostrando a Micah minha biblioteca de livros de teoria da
conspiraçã o e nosso estojo de memorabilia quando meu telefone vibra
no meu bolso. É uma mensagem do Tom.
— Ah Merda. — Meu coraçã o imediatamente começa a bater forte.
—Kyran está a caminho de casa. Ele estará aqui em quinze minutos.
Eu encurralo todos eles para fora da sala para que possamos nos
preparar enquanto Zeb puxa minha manga.
— Posso, por favor, vir morar com você?
Balanço a cabeça, rindo.
— Sério, mano. Esse lugar é louco…—, diz Guty.
— Esse é o dinheiro da NFL. — Theo sorri.
— E aquele dinheiro OnlyFans, — Zeb canta, piscando para mim.
— Aww, eu reconheço tantos desses quartos de seus rolos! — Bea
grita, pegando minha mã o. — Vocês sã o tã o fofos juntos. Suas postagens
sã o o ponto alto do meu dia. Eu sempre fico tipo, eu os conheço!
Eu nã o posso deixar de rir quando o calor corre para o meu rosto.
— Eu gosto daquele quando Kyran estava escondendo sua junk
food.— Frankie ri.
— Meu favorito foi a reaçã o dele a você reclamando sobre os
avistamentos do Vale do Hudson, — Micah cacareja.
— Realmente? Eu sou parcial para os vídeos de chuveiro...— Zeb
murmura.
Eu o encaro, embora meus lá bios estejam curvados em um sorriso
malicioso.
— Esses sã o apenas para os fã s. — Eu pisco para ele, e ele imita um
beijo.
— Tudo bem, pessoal! — Eu grito, abaixando a mú sica para se
dirigir à festa. — Aviso de dez minutos!
Correndo para a cozinha, entro em contato com o chef e os garçons
para ter certeza de que estã o prontos para ficar em silêncio por alguns
minutos para a surpresa. Todos os convidados se posicionam na sala de
estar, e minha adrenalina aumenta enquanto observo a câ mera de
segurança da porta da frente do carro de Kyran.
Apenas alguns minutos depois de eu enlouquecer, seu Mercedes
SUV para ao longo do meio-fio. Frankie diminui as luzes enquanto todos
se agacham, e meu pulso está batendo forte, a excitaçã o zumbindo com
uma pitada de nervosismo.
Espero que ele não odeie isso... Desde que o conheço, ele nunca teve
uma festa surpresa antes. Nã o estou me questionando... Tenho certeza
de que ele ficará feliz.
Ok, talvez eu esteja me questionando um pouco...
Mas nã o há como voltar atrá s agora porque ele está subindo os
degraus e destrancando a porta.
— Baby! — Eu o ouço gritando assim que entra, seus passos soando
pelo foyer. — Estou te dizendo... tive um dia. Preciso de uma cerveja, um
banho e aquele pau. Nã o necessariamente nesta ordem…
Estou cobrindo minha boca para conter as risadas enquanto ele vira
a esquina e Frankie acende as luzes.
— Surpresa!
Todos nó s pulamos, gritando e aplaudindo, as pessoas soprando
aqueles barulhos que deixei em todos os lugares.
Kyran tropeça para trá s em estado de choque. Mas eu nem tenho
tempo para desmaiar com o rubor em suas bochechas pelo que ele
involuntariamente acabou de dizer na frente de quarenta convidados
mais toda a equipe do restaurante...
Porque estou ofegando de horror e correndo para ele.
— Kyran! O que aconteceu com seu rosto?!
Ele tem um olho roxo desagradável. Seu olho esquerdo está cercado
por preto e azul, e agora me sinto péssimo porque todas essas pessoas
estã o olhando para ele assim.
— Aww... anjo —, ele suspira, sorrindo e passando as mã os no meu
peito enquanto eu estou mexendo em seu olho. — Você fez isso por
mim?
— Sim, sim… mas o que aconteceu com você? — Eu choramingo.
Ele me ignora, sorrindo animadamente enquanto beija meus lá bios,
entã o olha por cima do meu ombro.
— Isso é incrível, pessoal! Eu nã o tinha ideia... Vocês me assustaram
pra caralho.
Todos riem e Kyran me agarra pela mã o. Alguém liga a mú sica
novamente e a festa recomeça, mas ainda estou focada no estado de
seus olhos.
— Irmã ozinho! — Bridget grita, abraçando-o, embora Kyran nã o
solte minha mã o. — Feliz aniversá rio!
— Ponte do Brooklyn! — Ele sorri para ela. — Nã o acredito que
você veio de Cali!
— Bem, Avi enviou um aviã o particular para mim com o dinheiro
dos Eagles. — Ela sorri. Seu rosto cai, e ela ri alto. — Estou apenas
brincando, Ky Jelly!
Ele solta uma risada aliviada, balançando a cabeça.
— Nueve! — Guty se lança em Kyran, abraçando-o com força. —
Estou tã o feliz em vê-lo, papi. Feliz maldito aniversá rio.
— Obrigado por estar aqui, — Kyran cantarola, olhando para mim.
— Você trouxe meu melhor amigo aqui?! Eu te amo muito.
— Ei, killa, — Theo o abraça, franzindo a testa enquanto ele se
afasta. — O que diabos aconteceu com o seu olho?
— Você entrou em uma briga de bar ou algo assim? — Guty
pergunta, mas Kyran acena para ele.
— Nã o, nã o. Nã o é nada. Estou bem. — Ele sorri, dando abraços e
beijos na bochecha para todos os nossos amigos.
— Isso foi um crime de ó dio? — Zeb pergunta, tocando seu rosto
enquanto Kyran recua.
— Nã o! Pessoal, estou bem. Só um pouco... risco ocupacional. — Ele
sorri.
— Entã o... cerveja, banho e pau, hein? — Frankie sorri.
Kyran revira os olhos, mas entã o ele aperta minha mandíbula,
beijando minha boca três vezes seguidas.
— Eu te amo muito por isso. Eu nunca tive uma festa surpresa
antes…
— Estou feliz que você ame —, eu suspiro, franzindo a testa.
Baixando minha voz, eu pergunto: — Baby, sério. O que aconteceu?
Seu sorriso vacila um pouco quando seu pomo de Adã o balança. Ele
olha para a esquerda e para a direita, talvez para ter certeza de que
nenhum de seus companheiros de equipe está ao alcance da voz antes
de sussurrar:
— Foi Payne.
— Payne fez isso com você?!— Eu suspiro, e ele olha para mim para
mantê-lo baixo.
— Espere, espere… O quarterback dos Eagles… Jalen Payne deu um
soco na sua cara?! — Theo nos cerca, obviamente por ter ouvido.
Kyran franze a testa para mim antes de responder,
— Ele nã o me deu um soco na cara. Foi um acidente.
— Como você acidentalmente deixa alguém com um olho roxo?!—
Bea chia.
— Isso acontece no futebol.— Guty dá de ombros.
— Viu? Exatamente, — Kyran diz calmamente, embora eu nã o esteja
satisfeito.
Primeiro a rivalidade, agora isso?? Não estou gostando nem um pouco
desse personagem de Jalen Payne.
— Nó s estávamos no treino, e nó s dois estávamos indo para a bola e
ele meio que... me deu uma cotovelada no olho, — Kyran murmura. —
Nã o é grande coisa.
Minhas sobrancelhas franzem enquanto mastigo o interior da minha
bochecha, olhando para o hematoma em seu lindo rosto. Ele pega
minha mã o e a coloca sobre o coraçã o, acariciando meu cabelo com os
dedos.
— Baby... estou te dizendo. Estou bem. — Seu tom é apaziguador. —
Eu nã o quero que você se preocupe.
— Claro que vou me preocupar, Kyran, — murmuro. — Acidente ou
nã o, eu quero matar aquele idiota por te machucar.
Bea, Zeb e Frankie fazem awww no fundo, mas nã o estou prestando
atençã o neles.
Kyran sorri.
— Perfeito. — Ele beija meus lá bios suavemente. — Maravilhoso. —
Ele me beija novamente. — Sexy. — Os beijos descem pelo meu queixo e
vã o até minha orelha. — Deliciosa má quina de sexo coberta de doces.
— Eu solto uma risada enquanto ele lambe minha orelha. — Temos que
esperar ou posso pegar meu pau de aniversá rio agora?
Deus, eu amo esse homem pra caralho.
Preocupe-se ou não, vale a pena para ele.
— Que tal eu pegar uma bebida para você e algo para comer. —
Meus dedos roçam a parte inferior de suas costas. — Você vai se
misturar um pouco... e eu vou te encontrar no quarto em vinte minutos
para a primeira parte do seu pacote de orgasmo de aniversá rio.
— Mmm ...— ele rosna. — Quantas peças existem?
— Tantos quanto seu corpo pode suportar antes que você precise de
um gotejamento intravenoso de eletró litos. — Eu sorrio e ele ri.
Ele se afasta de mim com um suspiro satisfeito, os olhos castanhos
brilhando de amor. Isso aí... era isso que eu queria ver. Todo o
planejamento e tudo que coloquei nessa festa…
Tudo que eu precisava era daquele olhar.
Kyran faz sua ronda, conversando com todos e agradecendo por
terem vindo enquanto eu pego comida e um coquetel. Ele está
genuinamente surpreso e pasmo com a configuraçã o, praticamente no
sétimo céu com a comida de seu restaurante favorito.
Alguns minutos depois, vou para o quarto com seu presente de
aniversá rio. Na verdade, comprei duas coisas para ele, mas quero
entregá -las a ele em particular. E nã o porque sejam atos sexuais. Isso
será um feliz efeito colateral.
Quando ouço passos, sento-me em nossa cama gigante, correndo
meus dedos sobre o tecido macio do edredom. Isso me lembra de todas
as vezes que passamos enrolados nos lençó is da cama do meu
dormitó rio, mostrando um ao outro com nossos corpos como nos
sentíamos em nossos coraçõ es.
É difícil acreditar o quã o longe chegamos em apenas um ano. Nem
parece real. Eu passo todos os meus dias andando em uma névoa. Toda
a minha vida com este homem é um sonho do qual nunca quero
acordar.
— Ei…— ele sussurra, entrando na sala, aquele sorriso fá cil
descansando em seus lá bios acolchoados. Eu amo o quanto isso se
tornou um acessó rio permanente em seu rosto.
Ele nã o é o garoto que eu conhecia como meu meio-irmã o. O menino
que brigou comigo e fez cara feia para mim, que me odiava porque
estava ferido, assustado e zangado por dentro. A evoluçã o de Kyran
Harbor é algo que sempre aprecio, porque pude vê-la acontecer diante
dos meus olhos. Pude ver isso a portas fechadas quando estávamos
juntos em segredo. Eu o vi crescer e se tornar o homem incrível que ele
é hoje.
Um homem que me ama abertamente, sem medo. Um homem que
sobreviveu a algo terrível e ainda ri, ama e dá .
Um homem que me ensinou quem eu realmente sou. Porque se nã o
fosse por Kyran Harbor, eu ainda estaria perdido.
Devo tudo a esse homem, e a jornada que fizemos juntos… Para os
fã s.
— Isso é para mim? — Ele trota e se senta ao meu lado na cama,
olhando a caixa de presente embrulhada em minhas mã os.
Eu aceno, entregando a ele.
— Feliz aniversá rio baby.
Kyran rasga o papel, abrindo a caixa com cuidado. Ele puxa o livro
encadernado em couro, olhando para mim. Eu mordo meu lá bio.
Ele abre, com os olhos arregalados e brilhantes enquanto lê a capa
interna. Diz, Para Kyran, meu baby... Amor, seu maior fã.
Virando as pá ginas lentamente, ele examina todas as coisas
intrincadas que montei só para ele. O livro está cheio de fotos nossas
que tirei para os fã s, desenhos que fiz dele, até screenshots de alguns
dos comentá rios hilá rios e DMs que os fã s costumavam nos enviar.
— Baby... isso é incrível—, ele respira.
— Esta é a nossa histó ria, — eu sussurro, brincando com seu cabelo.
Ele vira o rosto para piscar para mim. — Tudo o que fizemos…
— Para mim e para você, lindo. — Eu sorrio, beijando-o
suavemente.
Ele geme em minha boca, avançando avidamente como se quisesse
muito mais. Mas ele se detém, tempo suficiente para terminar de olhar
para seu presente. A ú ltima pá gina tem uma foto minha fazendo uma
tatuagem... e seu rosto vira na minha direçã o.
Eu rio, levantando minha camisa sobre minha cabeça. Bem acima do
meu coraçã o está a tinta que acabei de receber esta manhã . O nome
dele está escrito, e embaixo dele está escrito Sempre só meu.
Ele parece surpreso enquanto murmura:
— Posso... posso... beijá -lo?
Puxando meu lá bio entre os dentes, eu dou a ele um pequeno aceno
de cabeça e ele deixa cair os lá bios, colocando um beijo suave em seu
nome. Ele sorri para mim.
— É necessá rio vaselina.
Eu ri alto.
— É Aquaphor16. Acabei de receber hoje.
Ele ri, fechando o livro e movendo-o para o lado. Entã o ele rasteja
sobre mim até que eu recline embaixo dele.
— Eu vou precisar desse orgasmo agora, anjo.
— Mmm... nó s vamos ter que fazer isso rá pido. E quieto.
— Eu posso fazer um desses. — Ele sorri, e eu dou uma risada,
segurando sua bunda.
Ele está esfregando nossos paus endurecidos juntos através de
nossas calças quando olha para a direita, franzindo a testa.
— Será que a maldita gata sempre tem que estar na cama quando
estou tentando fazer sacanagem?
Eu bufo.
— Que tal levarmos essa festa para o banheiro? Eu vou te curvar e te
fazer tremer...
— Mm... parece uma festa.

***
Vinte minutos depois, nó s dois descemos as escadas, ofegantes,
desgrenhados e corados, sorrindo como dois tolos apaixonados, que é
exatamente o que somos.
A festa está incrível, e quando Kyran apaga as velas de seu bolo de
rosquinha, ele estreita seu olhar para mim.
— Você nã o cuspiu no bolo, nã o é? — Ele sorri, provocante.
— Você pode apostar sua doce bunda que eu fiz. — Eu pisco.
O bolo está sendo servido e estamos todos sentados juntos na sala
de estar, nosso grupinho unido de atletas, esquisitos... família.
Conseguimos formar essa amizade, apesar de nossas diferenças, assim
como eu e Kyran.
Eu amo essas pessoas. Nã o importa o que aconteça no futuro,
distâ ncia ou nã o, eles sempre serã o minha tripulaçã o.
Onde quer que estejamos juntos é uma festa que estamos fazendo
melhor.
— Entã o, Avi... algum interesse em se tornar Baldwin aqui na
Filadélfia?— Theo pergunta com um sorriso.
Kyran e eu olhamos um para o outro, sorrindo.
— O cara que assumiu como Baldwin depois que você saiu não é tão
engraçado, — Guty resmunga, e eu rio. — Ele nem faz Moonwalk!
Kyran pega minha mã o e a beija.
— Desculpem rapazes. Roubei Baldwin e o trouxe comigo.
Agarrando seu rosto, pressiono um beijo lento em seus lá bios,
cantarolando:
— Eu te amo para sempre, meu baby.
— Eu te amo para sempre, anjo atrasado. — Ele sorri.
— Procurem um quarto! — Frankie grita.
— Nã o, nã o ...— Zeb ri. — Eles já fizeram isso.
Kyran sorri para mim, mordendo o lá bio.
— Para os fã s?
Minha testa cai na dele e eu sussurro:
— Para os fã s.
Para nós.

O fim…
NOTA DO AUTOR

Isso é um embrulho!
Você consegue imaginar Avi gritando —corta— quando eles
terminam?? Porque eu posso.
Entã o, vou tentar nã o prolongar muito, já que o livro em si já era,
tipo, o comprimento de O Senhor dos Anéis. Mas há coisas sobre as quais
quero falar com vocês, porque esta histó ria, mais do que qualquer uma
das minhas outras, contém grandes quantidades de Nyla K.
É literalmente para os fãs, e se você é um leitor regular meu, quero
que saiba como este livro é especial para minha vida e como acho você
incrível por lê-lo e apreciá -lo. E se este é o seu primeiro livro meu, bem,
espero que Kyran e Avi tenham sugado você (giggity) para o mundo de
Nyla K!
Já que estamos falando de mim, vamos começar por aí. Este livro se
relaciona com minha vida real de vá rias maneiras. Em primeiro lugar, a
configuraçã o. Boston, Massachusetts. É de onde eu sou!
Porque eu amo aquela água suja… arco, arco. Boston, você é minha
casa!
Aliá s, eu estava cantando isso.
Nascido e criado no centro de Mass, estudei em Beantown e, na
verdade, morei em Malden no meu primeiro ano de faculdade. Portanto,
todas as coisas de Malden do Capítulo Um sã o recém-saídas da
biografia de Nyla K. Nossa casa ficava perto da Linha Laranja, e
Rosemary era, na verdade, nossa senhoria maluca que ceifava o
gramado em seu chapéu de palha engraçado. Hilá rio. Meu melhor
amigo/ex-colega de quarto vai morrer quando ler essa parte. O mesmo
vale para todas as referências de Somerville. Bons momentos passados
nessa zona, pá !
Além disso, tenho certeza de que você notou que aparentemente
nã o consigo terminar um livro sem mencionar o Brooklyn ou meu amor
pela cidade de Nova York - a cidade natal de Avi e a cidade que mudou
minha vida. Boston é minha casa, mas Nova York, Brooklyn em
particular, sempre terá meu coraçã o.
Outros ovos de Pá scoa Nyla K… Mercedes! É brevemente
mencionado que a mã e de Avi, Hannah, trabalha em uma
concessioná ria Mercedes em Boston. Esse foi meu trabalho por
quatorze anos antes de sair para me tornar um autor em tempo
integral. E por isso tenho uma fidelidade imensa à marca. Mas é
justificável, porque os Benzes sã o os melhores kkk. E Kyran ama tanto
seu aluguel que acaba conseguindo um quando eles se mudam para a
Filadélfia.
Adorei colocar referências ao Oriente Médio, já que minha família é
síria, e tive uma das experiências mais incríveis ficando lá e visitando o
Líbano.
O Mendon Drive-In… Oh , eu adoro isso. Kyran expressando suas
memó rias de se aconchegar no carro no drive-in é uma parte real da
minha infâ ncia que trabalhei na histó ria. Assim como os filmes! A
conversa entre Ky e Avi sobre os cinco primeiros foi muito importante
para mim… Primeiro, porque sinto que nossos filmes favoritos dizem
muito sobre nó s como pessoas - assim como nosso gosto musical. E
dois, porque os filmes favoritos de Ky e Avi sã o literalmente meus
filmes favoritos. Quero dizer, os cinco primeiros de Avi sã o os meus
cinco primeiros .
Completando os ovos de Pá scoa Nyla K por enquanto, porém, devo
mencionar uma bolinha birmanesa muito especial ... chamada Robin .
Meus leais leitores/seguidores sabem que Robin é meu gato da vida
real. E eu nã o posso mentir… Ela é tudo para mim. Recentemente, meu
pobre coitado bebê está passando por alguns problemas de saú de. Ela
fez uma cirurgia há alguns meses e foi um momento muito difícil para
nó s. Ela saiu se sentindo ó tima, mas a triste verdade que mal quero
admitir é que sei que ela nã o ficará conosco para sempre.
Colocar Robin no livro é minha maneira de mudar isso. Agora ela
será imortalizada para sempre, como a doce companheira de Avi, assim
como ela foi para mim. Sempre que preciso desabafar, ou quando estou
ansioso ou chateado, ela está sempre lá para me abraçar e me fazer
sentir melhor com seus miados fofos e as coisas bobas que ela faz.
Entã o eu fiz dela essa presença para Aviel também. Honestamente,
quando escrevi a frase “Vou chamá -la de Robin”, eu estava gritando e
chorando. E, claro, ela apenas olhou para mim como: —Por que você
está pirando desta vez??— Ela é assim.
Na verdade, meu Robin nã o tem o nome do companheiro de
Batman, mas você sabe que eu tive que colocar essas referências do
Batman lá . Simplesmente nã o seria um livro de Nyla K sem mencionar
Batman, alienígenas, criptídeos, teorias da conspiraçã o, cultos ou
crimes verdadeiros. Sério, este livro é péssimo com piadas internas e, se
você entender alguma delas, ou é uma alma gêmea minha ou é um
verdadeiro FÃ . E de qualquer forma, é incrível.
Se você nã o entende as piadas agora, mas algum dia algo aparece e
você fica tipo, —Oh, merda. Nyla K mencionou isso em seu livro!— entã o
eu realmente fiz meu trabalho.
Kyran e Avi realmente sã o duas metades muito diferentes da minha
personalidade real. Avi é a Nyla interior. O garoto emo esquisito e
artístico que sorri e ri das coisas, quando na verdade se sente um pouco
inseguro por dentro. O sonhador que é leal ao extremo, com piadas
cafonas e passos de dança ainda mais cafonas... Que acredita em coisas
estranhas e ama o rock dos anos 90 e início dos anos dois mil.
Curiosidade, minha mãe, como Hannah, costumava tocar Nirvana,
Weezer e Alice In Chains para nós quando eu era criança, e se tornou uma
das minhas músicas favoritas por esse motivo.
Avi sou realmente eu . Mas entã o Kyran é a outra metade... O
maníaco por controle que precisa que tudo seja exatamente assim , caso
contrá rio, o mundo inteiro parece que está girando.
Sou assim por causa do meu passado pessoal; meu pró prio trauma.
E nã o, nã o é nada parecido com o que Kyran passou, e agradeço ao Deus
em que acredito por isso. Ainda assim, as coisas pelas quais passei sã o
atribuídas ao jeito que eu sou, similarmente ao jeito que Kyran fez,
nesse sentido. E por esse motivo, mais do que qualquer outro, eu amo a
progressã o do personagem de Kyran.
A recuperaçã o pela qual ele passou, entre confrontar seu passado e
chegar a um acordo com sua sexualidade, finalmente superando aquela
negaçã o paralisante e sendo o verdadeiro Kyran, é como a mais fresca
das respiraçõ es. Foi incrível sentir isso ao lado dele.
Escrever sobre o trauma de Kyran, na verdade, parecia uma
reminiscência das lutas de Darian em Serpent In White . Aqueles de
vocês que leram esse livro sabem o que quero dizer ... E embora a raiva
de Avi nã o tenha sido tã o prejudicial quanto a de Drake em Serpent ,
sinto que o apoio ainda estava lá . A maneira como Drake faria qualquer
coisa por Darian, em nome de ser sua tá bua de salvaçã o, especialmente
quando eles eram crianças, me lembra de como Avi só quer amar e
apoiar Kyran, nã o importa o que aconteça. Esse tipo de conexã o
significativa é minha coisa favorita para escrever para meus
personagens.
Eu acho que é seguro dizer que assim que Avi aceita seus
sentimentos por Kyran, ele está totalmente envolvido. É apenas a
maneira como sua personalidade funciona. Mas isso nã o significa que
seja fácil para ele, especialmente com o quanto Kyran sempre o odiou,
como eles se enfrentaram ao longo dos anos e como Kyran sempre foi
um livro fechado... Foi uma coisa difícil de entrar; caindo para o inimigo
, por assim dizer. Mas no verdadeiro estilo Aviel, ele mergulhou de
cabeça, porque ele é apenas aquele tipo de homem unicó rnio lindo
voando alto.
Obviamente para Kyran, é tudo muito mais complicado. E isso faz
sentido. O tempo todo, Kyran está desejando um verdadeiro conexã o,
mesmo sem saber. Toda a raiva, a negaçã o, a auto-aversã o que ele
experimenta servem como uma camuflagem tã o profunda que ele mal
reconhece que é mais uma encenaçã o. É preciso um idiota muito
especial para começar a descascar lentamente suas camadas... Mas
quando isso acontece, é má gico.
Outra grande parte da recuperaçã o do trauma de Kyran que
precisamos mencionar sã o as coisas com seus pais. Ouça… Eu escrevi
algumas merdas de pais. Mas os de Kyran estã o realmente lá em cima
na lista dos terríveis. Quero dizer, a maneira como eles se comportaram
é totalmente deplorável.
Mas um dos momentos mais satisfató rios na resoluçã o de conflitos
deste livro foi a redençã o de Thomas Harbor. Para ser honesto, ele
aparecer e apoiar Kyran nã o fazia parte do enredo original. Mas quando
eu estava escrevendo aquela cena, onde Kyran os confronta no
restaurante… Simplesmente aconteceu. Quando Tom sai e abraça
Kyran… Eu estava chorando porque estava se desenrolando diante dos
meus pró prios olhos, totalmente nã o planejado.
O que acontece com Tom é que ele sempre se arrependeu da
maneira como tratou Ky. Ele nunca ficou feliz com o relacionamento
deles. Kyran presumiu que era porque seu pai tinha vergonha dele, mas,
na realidade, ele tinha vergonha de si mesmo e apenas lidou com isso
completamente errado.
Escrever Ky e Avi voltando a morar com ele no epílogo deixou meu
coraçã o feliz. Os epílogos como um todo foram adoráveis, eu estava em
constantes lá grimas de alegria. Mas essa parte em particular foi muito
legal.
Meu favorito embora? A festa de aniversá rio surpresa de Kyran. Foi
enquanto escrevia que decidi que não havia como terminar com esses
personagens. A histó ria deles foi tã o significativa para mim, e escrevê-
los se apaixonando era tudo que eu precisava, depois de toda a tensã o,
o ó dio e os tempos difíceis. Eles sã o divertidos, sensuais e hilá rios, e eu
sinto que poderia escrevê-los pelo resto da minha vida.
Entã o, acho que você deveria saber oficialmente que com certeza
escreverei mais sobre Kyran e Avi… Algo como uma novela de
continuaçã o, porque acho que todos nó s queremos ver mais de suas
aventuras agora que Kyran está jogando pela NFL, certo?!
Falando nisso, vamos falar de esportes bem rá pido.
Eu amo futebol. Tipo, eu adoro isso. É de longe o meu esporte
favorito e provavelmente o ú nico esporte sobre o qual eu escreveria um
romance. E sendo da Nova Inglaterra, esgueirar-se pelas referências dos
Patriots era uma obrigaçã o. Eu simplesmente tive que fazê-lo. Brady
esteja com você.
Tudo isso para dizer que sou fã do futebol americano da NFL. Mas
para ser totalmente honesto aqui… Sou um noob com futebol
americano universitá rio. Eu assisti alguns e pesquisei um pouco para
este livro. Mas caramba, cara… É muito confuso! Existem tantas
equipes, todas essas conferências e campeonatos diferentes ... Foi tã o
difícil para mim acompanhar que acabei abandonando o barco e
comecei a inventar um pouco as coisas.
Nã o tenho certeza de qual conferência joga contra quem, ou quais
times jogam em qual tigela. Nã o consegui fazer meu cérebro computar.
Entã o, basicamente, escolhi os times que Kyran e os BC Eagles jogariam
com base nos nomes e lugares que achei legais. LOL. Eu gostaria de
estar brincando.
Eu sabia que queria que os Eagles jogassem no Rose Bowl, na
Califó rnia, porque é onde Bridget mora, e eles precisavam ir para o
oeste para encontrá -la. Mas fora isso, eu literalmente percorri uma lista
de times e apenas escolhi alguns aleató rios. Foi divertido para mim,
mas caso você seja um grande fã de futebol americano universitá rio e
pare e diga, espere... isso nunca aconteceria . Sim, você provavelmente
está certo.
Mas esta é a minha versã o da realidade, ok?
Aqui está outro fato divertido sobre futebol sobre o livro…
Kyran ser convocado para a NFL sempre foi o plano. Mas nã o pude
mandá -lo para os Patriots. Foi muito fá cil. eu queria ele para ir para
Filadélfia ou para Nova York - The Giants, obviamente, já que os Jets sã o
lixo lol.
Sentei-me para assistir os Giants jogando contra os Eagles nos
playoffs e disse: —Tudo bem. Quem vencer este jogo selecionará Kyran
Harbor.— E entã o os Eagles destruíram os Giants.
Entã o Kyran foi de Eagles para Eagles… É kismet!
Pena que o Philly Eagles nã o conseguiu vencer o Super Bowl este
ano. Talvez da pró xima vez, com Ky do lado deles ;)
Escrever as cenas de futebol neste livro foi uma verdadeira
explosã o, como eu disse, porque sou um fã . Espero que, mesmo que
você nã o seja fã de futebol, tenha conseguido aproveitar e visualizar os
jogos; a emoçã o, as luzes, o barulho e o fandom extremo. Mas
principalmente… nossa á guia dançante!
Ter Avi como mascote tornou tudo muito melhor. Cartas na mesa,
fiquei muito satisfeito comigo mesmo quando tive a ideia. Eu sei que
quando digo romance no futebol, a maioria das pessoas espera dois
jogadores de futebol ou um jogador de futebol e um garoto emo que
nã o se importa. Mas nã o. Esta foi a maneira de Avi entrar.
E ele é um mascote nato; um esquisito despreocupado que adora
bagunçar. Ele é o Baldwin perfeito , e quem sabe! Talvez ele encontre
outra desculpa para vestir uma fantasia e dançar para seu homem no
futuro.
Deixe-me também mencionar que, se você nã o sabia ... Minha
inspiraçã o para Avi é um pedaço delicioso de um homem chamado
Alejo Pino, carinhosamente conhecido como Hot Alex em nosso Discord.
Seu OnlyFans foi o que me inspirou a escrever Avi e, por sua vez, a
histó ria de Kyran e Avi. Você deve dar uma olhada nele e desmaiar com
o conteú do dele conosco.
Por fim, sinto que preciso mencionar o aspecto religioso deste livro.
Novamente, se você é um fã meu, sabe que pode haver conversa fiada
sobre conformidade com as normas sociais. Meu pró prio
relacionamento com um poder superior , se você quiser, é muito o que
Hannah descreve para Avi quando ele está chateado e desmoronando
com a partida de Kyran.
Espero sinceramente nã o ter ofendido ninguém ou feito parecer que
estou atacando a religiã o organizada com este livro. Ao mesmo tempo,
tenho que ser genuíno. Muitas partes da religiã o organizada - os rituais,
as tradiçõ es, as regras e regulamentos draconianos - parecem tã o
coletivas quanto as descritas por Kyran e Avi no livro.
Mas ser espiritual ... Acreditar verdadeiramente em Deus , nã o como
um velho barbudo sentado nas nuvens julgando as pessoas, mas como
as forças místicas e desconhecidas do universo, é disso que se trata a
verdadeira fé . O fato de que a ciência só pode explicar tanto, e o resto
depende de nossas mentes abertas tentar entender é bastante incrível.
A verdade é que ninguém sabe realmente o que é o poder superior , a
extensã o da vida apó s a morte ou as medidas do que controla o
caminho em que todos estamos. Acreditar no contrá rio é, na minha
opiniã o, narcisista e tolo. Nenhum de nó s sabe as respostas, e ter fé real
na terra e em nó s mesmos como partes mó veis é uma maneira de nos
sentirmos conectados a algo maior.
Mais uma vez, espero que isso tenha ocorrido por escrito; nã o para
julgar ninguém que foi criado de uma certa maneira, mas para apontar
que, apesar de quã o incrivelmente diferentes somos, no fundo somos
todos iguais. Odiar as pessoas com base em qualquer fator externo é
ridículo, mas é uma parte infeliz da humanidade. A religiã o tem
dividido as pessoas desde sempre, e é muito triste. Porque, como eu
disse, no fundo somos todos apenas pessoas , respirando o mesmo ar
nesta rocha girató ria que poderia muito bem ser uma simulaçã o, ou
uma invençã o de nossa imaginaçã o... Uma partícula no globo de neve de
algum ser infinito. ;-D
Ok, eu nã o vou ficar toda Nyla K-louca em você agora, mas só estou
dizendo. Sente-se, abra seu terceiro olho e pense nisso. Ou não, o que
você quiser fazer, boo.
De qualquer forma, esses sã o os petiscos de Nyla para você. As
explicaçõ es que você nã o pediu. Por mais estressante que escrever este
livro tenha sido para mim à s vezes, ainda é uma das minhas coisas
favoritas que já escrevi, principalmente porque é muito divertido. Algo
que, em teoria, poderia ser semelhante a outros tropos ou histó rias,
mas é inerentemente diferente, porque é assim que eu faço. eu tenho.
Do início ao fim, adorei escrever a tensã o, as piadas de Avi, seu
grupo de amigos e todas as suas travessuras. As festas, a tentativa
fracassada de trio, a brincadeira, a dança, as mensagens de texto, a
gravaçã o do OnlyFans, os comentá rios nas redes sociais!
Caso você nã o saiba, todas as legendas dos comentá rios no início de
cada capítulo foram, na verdade, escritas por fã s! Todos eles foram
enviados por leitores e alguns amigos autores, e incluí-los no livro
tornou isso ainda mais real . Uma cerejinha perfeita… ou devo dizer
Twizzler , em cima do sundae deste livro.
Eu simplesmente amei cada segundo de estar com esses meninos, e
espero que você também. Espero que você esteja animado para saber
mais sobre Kyran, Avi e o grupo. Por mais diversã o, mais futebol, mais
amor e ainda mais sexo escaldante.
Mais fãs. Porque vocês sabem… é tudo para vocês.
AGRADECIMENTOS

Wowzies! Ok, preciso reconhecer e elogiar algumas pessoas sobre esse


menino mau.
Em primeiro lugar, devo sempre gritar minha família incrível. Tenho
a tendência de me tornar um troll de ponte quando estou cumprindo
meus prazos insanos e auto-impostos, entã o tenho que agradecê-los
por sempre serem pacientes comigo. Por aderir à s regras escritas no
quadro-negro na cozinha ... Não perturbe Nyla até depois de tal e tal
data .
Apesar de toda a sua loucura desajeitada, Patrick realmente recebe
a pressã o que estou sofrendo — novamente, girando principalmente
em torno de minhas pró prias neuroses — e por isso, devo agradecer .
Obrigado por me ouvir tagarelando sobre esses personagens por horas
a fio como se fossem meus filhos na vida real. Você e Robin sã o minhas
rochas e meus confortos, e por isso sou muito grata.
Também tenho que agradecer à minha equipe de trapaceiros -
Amber, minha incrível assistente pessoal, por sempre me encorajar, me
manter sã e lidar com minhas incessantes besteiras maníacas. Frances
por ser uma das minhas melhores amigas no mundo e sempre me
apoiar (sim, tecnicamente Frankie recebeu o nome dela, porque ela é
incrível ). E Karie, o mais novo membro do Team Nyla, por entrar na
minha loucura sem perder o ritmo e me ajudar com coisas que
fisicamente nã o quero e nã o consigo fazer sozinho. Vocês governam
absolutamente, e vocês sã o o vento sob minhas asas. ( Entendeu? )
Ok, ok, ok— meu editor… Você tem de longe o trabalho mais difícil
de todos. Porque você tem que me dizer todas as maneiras que eu
poderia condensar meus livros longos, sabendo muito bem que nã o vou
fazer isso. Alguns podem dizer que você me permite... Seria eu. Eu disse
aquilo. Mas está tudo bem, porque você nã o é realmente um editor, e eu
nã o sou realmente um escritor que vai se conformar a qualquer tipo de
orientação estrutural . Entã o, somos uma combinaçã o feita no céu. Ou
inferno. Você é o Frankie nesta situaçã o. Agora, tente um trio com meio-
irmã os que nã o param de brigar porque secretamente querem se beijar.
Para Mackenzie… Nice Girl Naughty Edits CEO. Seu vilão mau .
Extraordiná rio grá fico e polidor de meus manuscritos. Sei que digo isso
sempre, mas nã o tenho ideia do que faria sem você. Você se tornou um
membro tã o importante da minha equipe que, se me deixar, ficarei
inconsolável. Como Avi sem maconha e sem Kyran. Uma vadia mal-
humorada total. Entã o, por favor, para o bem da humanidade, por favor,
continue sendo meu canudo Twizzler. LOL. Isso é estranho?
Eu também preciso dar um grande alô para Ashlee O'Brien, também
conhecido como MUTHAFUCKIN KWEEN, Ashes & Vellichor. O designer
desta capa de livro ú nica, incrível e elaborada. Cara, já se passaram dois
anos e ainda nã o consigo processar o quã o talentoso você é. Eu dei a
você alguns pará grafos aleató rios de ideias divagaçõ es e você de
alguma forma transformou isso em uma das capas mais criativas que eu
já vi. Quando essa coisa for escolhida para se tornar um filme da Netflix
algum dia, manteremos essa capa para o pô ster. Obrigado por sempre
ser o visioná rio visual que nã o sou.
Para Stacey, da Champagne Book Design, por arrasar com essa
formataçã o interna. Você sempre acertou em cheio, mas desta vez, você
a destruiu . Esta coisa é literalmente uma obra de arte por sua causa.
Um grande obrigado à Gay Romance Reviews por trabalhar neste
projeto comigo. Por me ajudar a colocar este maravilhoso livro nã o tã o
pequeno nas mã os de leitores excelentes.
Também devo mencionar todos os criadores do OnlyFans que segui
na preparaçã o para escrever este livro. Nã o que eu ache que eles vã o
ver isso, mas esses caras tornaram a pesquisa incansável semi -
suportável. (Brincadeira, é claro. Sou oficialmente uma vagabunda por
seu conteú do. Apenas uma vagabunda pornô em geral, mas estou
divagando.) Especialmente Alejo Pino, minha inspiraçã o de Avi. Estou
lhe dizendo, esse cara é literalmente um deus. Obrigado Hot Alex por
usar um boné para trá s e dar vida à minha visã o de Aviel Vega.
Um grande abraço a todos que participaram nos comentá rios das
legendas deste livro! Todos os leitores incríveis do meu grupo e os
amigos autores incríveis que jogaram junto… Andi Jaxon, JR Gray, Becca
Steele, todos vocês. Você entendeu a porra da tarefa. Eu gostaria de ter
incluído todos os envios, mas acredite em mim, tive uma grande
satisfaçã o em examiná -los. Vocês estã o em 0,2% do meu coraçã o. Rsrs ;)
Para o Fandom… Este livro é literalmente para você. Está no título.
Minha tribo, meus esquisitos, meus monstrinhos durõ es e pervertidos.
Mentes abertas e dedos do meio para cima. Amo muito todos vocês.
E para os leitores que devoram e elogiam tudo, escrevo como Avi
com sua junk food. Que gastam seus preciosos fundos me apoiando e
seu precioso tempo fazendo ediçõ es e carretéis incríveis, postando,
compartilhando, proxenetizando e celebrando o caos imundo que se
passa em minha mente. Por todos os comentá rios e mensagens e amor
infinito e apoio que vocês dã o... Obrigado.
É tudo para vocês. Cada coisa que eu faço... é para vocês.
Os fãs.
SOBRE O AUTOR

Oi, pessoal! Sou Nyla K… Novo membro do Clube dos Livros Proibidos!
Eee!

Sou um desajeitado amante de tudo relacionado a romance, existindo


no Dirty Lew, no Maine, com meu noivo, que você pode chamar de PB,
ou Patty Banga, se você for desagradável. Quando nã o estou escrevendo
e lendo livros sensuais, estou curtindo Machine Gun Kelly e YUNGBLUD,
cozinhando comidas gostosas e cuidando da minha gatinha (e nã o, isso
nã o é um eufemismo). Eu mencionei que tenho uma mente mais suja do
que provavelmente todo mundo que você conhece?

Gosto de admirar caras gostosos (nã o é mesmo?) e namorados de


livros, bolo e sorvete sã o minha criptonita. Posso recitar cada palavra
que já foi dita em Friends , Family Guy e How I Met Your Mother ,
Gatorade vermelho é minha força vital e adoro cantar, embora me
tenham dito que faço isso com a voz de Cher por algum motivo . Sou
muito apaixonado pelas coisas que importam para mim, e a arte é
provavelmente a maior delas. Se me disser que gosta dos meus livros,
dou-lhe o que quiser. Eu considero meus leitores meus amigos, e dou as
boas-vindas a qualquer um que me encontre nas redes sociais sempre
que quiser conversar sobre livros ou caras sensuais!
Notes

[←1]
Little House on the Prairie é uma série de televisão americana produzida pela NBC, de
11 de Setembro de 1974 até 21 de Março de 1983.
[←2]
Quando uma pessoa, lugar ou coisa é melhor que outra pessoa, lugar ou coisa.
[←3]
É um whiskey produzido exclusivamente na Irlanda.
[←4]
Aromatizador de ar.
[←5]
Scott Mescudi mais conhecido por seu nome artístico Kid Cudi, às vezes estilizado de
KiD CuDi, é um rapper, cantor, compositor, produtor musical e ator americano.
[←6]
[←7]
A DoorDash, Inc. é uma empresa americana que opera uma plataforma online de
pedidos e entrega de alimentos.
[←8]
Ecstasy.
[←9]
Uma garota que é vista como uma vadia.
[←10]
[←11]
Ebenezer Scrooge é um personagem principal da histó ria Um Conto de Natal, de Charles
Dickens.
[←12]
Cinza (Aqui ele se refere a alienígenas).
[←13]
Falar incessantemente sobre nada.
[←14]
Loiro Quente Rabugento.
[←15]
Despreocupado.
[←16]
Eucerin Aquaphor é um creme com reparação intensiva da pele muito seca, áspera ou
hipersensibilizada.

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