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Isso mesmo. Estamos presos juntos, dividindo uma escola, uma casa...
Um banheiro. Honestamente, eu nã o me importaria... Se ele nã o fosse
um maníaco por controle tenso que mexe comigo só porque somos
diferentes.
Homofobia (leve);
Pais negligentes;
Vou ser sincera aqui… preparar você para o que esperar dessa histó ria é
extremamente difícil. Você está prestes a embarcar em uma longa e
complexa jornada com esses personagens.
Se você é um leitor de Nyla K, nã o precisa ouvir isso. Mas se esta é a
primeira vez que você lê meu trabalho, peço apenas que leia este livro
com a mente aberta. Nã o espere que seja como qualquer outra coisa.
Nã o posso entregar a você uma lista de gatilhos e alegorias, porque,
honestamente, estaríamos aqui o dia todo. Dito isso, há algumas coisas
sobre as quais devo alertá -lo, se você acha que os avisos sã o algo que
gostaria de receber.
Antes de chegar ao â mago da questã o, por assim dizer, quero
enfatizar que este livro contém referências a pessoas, lugares e eventos
reais, entrelaçados em uma histó ria fictícia. Observe que tudo foi
dramatizado para criar arte e entretenimento. Portanto, qualquer
mençã o de coisas reais que você reconhece é colocada em um contexto
fictício.
Em seguida, e mais importante, tenho a responsabilidade de
informar que existem alguns assuntos altamente delicados discutidos
neste livro. Mas, para nã o estragar a histó ria, listei-os na pá gina de
aviso de conteú do do meu site.
Nã o se engane, quero que você, leitor, sinta as emoçõ es orgâ nicas e
cruas desses personagens. Mas não quero que isso afete negativamente
seu estado emocional. Se você tiver certos gatilhos, quero que esteja
preparado antes de ler.
Aqui vamos nos. Se você nã o possui gatilhos na ficçã o, recomendo
fortemente que não visualize a pá gina de aviso de conteú do. Entre no
livro relativamente cego, apenas sabendo que é um romance meio-
irmã o queer que envolve filmar atos sexuais por dinheiro, e divirta-se
com isso. Esta é uma histó ria emocional de trauma e cura que pode ser
muito intensa à s vezes. Esse é o seu aviso geral, e se você estiver bem
com isso, sinta-se à vontade para pular o resto e ir conhecer os
meninos.
Se alguma coisa que você leu em meu site corre o risco de
incomodá -lo, tenha cuidado ao prosseguir. Use seu melhor julgamento.
Você conhece seus pró prios limites melhor do que ninguém.
Mas saiba que esta é uma obra de ficçã o e, no final das contas, é uma
histó ria de amor com um final feliz. Os personagens passam por muita
coisa ao longo do livro, mas para citar Harvey Dent, a noite é sempre
mais escura antes do amanhecer. Por mais difícil que seja, prometo que
funciona para Kyran e Avi no final.
Dito isso, essa histó ria é tensa, super sexy e muito divertida. Eu
derramei baldes de lá grimas por esses personagens, mas nada mais do
que pelo puro amor que eles compartilham.
Espero que você se apaixone por eles da mesma forma que eu.
Faça login e carregue essas vibraçõ es, amigos. Kyran e Avi estã o
pisando na tela…
;)
KYRAN E AVI PLAYLIST
AVI
já se perguntou…
Existe esse sonho recorrente que tenho tido nos ú ltimos anos. Eu
nã o tenho isso com tanta frequência, mas toda vez que eu faço, é
exatamente o mesmo.
Estou no topo de um prédio muito alto na cidade. Nã o tenho certeza
de qual... Mas, pelo que me parece alto, diria que talvez seja o Empire
State Building.
Meus mú sculos estã o tensos e contraídos, meus dentes batendo. É
tã o realista que praticamente posso sentir a brisa fria passando pelo
meu cabelo…
Nã o há grades de proteçã o. Estou no limite... Meus dedos estã o
pendurados.
E o problema é que sei que devo recuar. Sei que devo fazer tudo ao
meu alcance para me lançar para trá s, para longe da morte sú bita.
Mas nã o é assim que acontece.
Toda vez, como uma espécie de deslize freudiano suicida... meu pé
escorrega.
E eu caio.
Estou caindo e caindo, mas nã o rá pido. É lento. Suspenso no ar,
passo flutuando por cada uma das janelas do prédio. Os pá ssaros voam
quando vejo as pessoas lá dentro, cuidando de seus afazeres. À s vezes
eu os reconheço.
Mamã e geralmente está lá . Ela olha para cima e me vê levitando do
lado de fora de sua janela. E ela sorri, o que sempre dá um nó no meu
estô mago. Ela parece feliz, e acho que é porque ela nã o sabe a verdade.
Ela felizmente nã o sabe que seu filho está prestes a morrer.
Mas o fato é que, enquanto estou em minha queda livre sem peso,
nã o tenho medo. A emoçã o da descida toma conta, devaneio hipnó tico
me trazendo nã o para a morte...mas para a vida.
Eu sempre acordo antes de atingir o solo etéreo, ficando ereto na
cama com aquela sensaçã o estranha de que você literalmente está
pairando no ar e, quando sua consciência volta ao lugar, você realmente
cai de volta no colchã o.
Eu costumava pensar que eram alienígenas me abduzindo durante o
sono. Ou a programaçã o da minha simulaçã o. Pode ser verdade.
Mas talvez seja mais como uma ponte ou um portal. Uma porta
deixada aberta pelo olho da mente.
E nã o importa o quã o assustador possa ser no começo, eu
simplesmente nã o posso deixar de me perguntar...
Como é realmente cair do alto.
Nada disso é literal,claro. Nã o sou taciturno e nã o quero pular de um
prédio. Mas meu subconsciente parece fascinado pela ideia de flutuar
voluntariamente em outra coisa. Ficar feliz com a queda no
desconhecido... Rir e acenar para as pessoas nas janelas enquanto
despenco.
Eu sei o que você está pensando… Esse cara parece chapado pra
caralho.
É uma avaliaçã o justa, porque geralmente é esse o caso. Mas nã o
agora. Na verdade, estou ansioso para chegar em casa para poder fumar
e apagar as memó rias de mais um dia estressante no ensino médio. Já
se passaram três meses e ainda estou me acostumando a este lugar.
Mas, para ser justo, o ensino médio no Brooklyn também nã o era
exatamente o meu favorito.
Três meses atrá s, minha adorável mã e e eu nos mudamos da cidade
que chamávamos de lar para uma parte aconchegante do nordeste
histó rico do qual você já deve ter ouvido falar; Boston. Sair de Nova
York foi difícil para mim, porque eu realmente adorei lá , apesar de uma
lembrança muito ruim que nos levou a fazer as malas para um novo
começo.
Brooklyn tinha sido minha casa e minha casa durante toda a minha
vida, e mais da metade dela. A cidade de Nova York me criou tanto
quanto meus pais.
Três meses nã o sã o suficientes para esquecer tudo o que amei na
cidade. Sinto falta do barulho, da sujeira e da poluiçã o que todo mundo
finge que nã o existe. As pessoas que nã o dã o a mínima para sua
aparência ou como os outros as veem. Nova York é um centro
desordenado para todas as pessoas mais reais que já encontrei.
Nã o que Boston seja ruim. Tem suas qualidades, embora nem
estejamos morando em Boston propriamente dita. Nó s nos mudamos
para uma pequena cidade nos arredores chamada Malden.
Começar em uma nova escola, em uma nova cidade, é exatamente
como eu imaginava que seria; uma atraçã o constante em meus nervos.
Entre me acostumar com Boston e todas as suas pequenas
peculiaridades que a tornam muito diferente de Nova York, me
estabelecer no ritmo do segundo ano enquanto tento fazer amigos e
acompanhar os trabalhos escolares que nã o me interessam nem um
pouco... alguns meses agitados.
Mas acho que estou conseguindo. Principalmente porque conheci um
garoto chamado Kyle que me vende maconha.
No geral, está tudo bem, mas para alguém como eu, que já é
bastante antissocial, estou tendo um pouco de dificuldade para fazer
amigos e me encaixar ... Uma habilidade na qual nunca me destaquei.
Eu sou meio esquisito, e nã o quero ter que mudar só para fazer
amigos. Eu sou um forte crente que isso vai acontecer se e quando isso
acontecer. Se há pessoas por aí que também amam arte e mú sica emo
de antes de seu tempo, que adoram criptídeos, crimes reais e Tarantino,
entã o eventualmente nos encontraremos e nos tornaremos amigos. Por
que forçar?
Ah, o paradoxo do introvertido. Esperando que outros nerds venham
até você.
Tã o certo, ainda nã o fiz nenhum amigo de verdade — exceto Kyle —,
nã o estou indo bem na escola e estou constantemente ciente de como
Boston não é Brooklyn. Mas ainda assim, nã o serei dissuadido. Afinal,
estamos aqui para o Subway começar do zero, e eu nã o diria que ficou
tã o velho quanto aquele pã o desagradável ainda. Entã o estou otimista.
Meu telefone vibra no bolso enquanto desço do ô nibus. Eu o pego
quando estou do outro lado da rua, abrindo o Instagram para verificar
uma nova notificaçã o. Subindo o quarteirã o até nosso apartamento com
apenas visã o periférica na calçada, meus olhos estã o fixos na
mensagem direta.
HollyLang333: Seus desenhos são tão doentios *emoji de
olhos de coração*
Um pequeno sorriso enfeita meus lá bios. Até que eu tropeço e quase
derrubo meu telefone porque nã o estou prestando atençã o por onde
estou andando.
Holly é uma garota da escola. Ela está na minha aula de arte. Achei
que estava tendo alucinaçõ es quando a vi espiando um dos meus
esboços mais cedo..., mas acho que nã o estava. Porque agora ela está
rastejando no meu perfil do Instagram e me mandando mensagens.
Oh estalo! O perdedor Avi pega um!
Estou animado porque, como eu disse, isso geralmente nunca
acontece. Holly é definitivamente fofa, e ela realmente sorriu durante as
poucas vezes que trocamos palavras reais, o que devo presumir ser um
bom sinal. Mas, mais do que tudo, gosto que ela elogie minha arte. Essa
coisa toda é um impulso de ego que eu definitivamente poderia usar
agora. Isso é bom.
Talvez nã o seja bom flutuar em meus sonhos, mas vou pegar o que
puder.
Falando em estar no alto, aquela junta, no entanto. Mamã e está no
trabalho por mais uma hora, entã o terei tempo para queimar antes que
ela chegue em casa e grite comigo sobre isso.
Ela sabe que gosto de fumar para minha ansiedade, e ela nã o é louca
por isso, só porque Hannah Vega nunca usou uma droga em toda a sua
vida - ela quase nem bebe. Eu tentei explicar a ela um milhã o de vezes
que a maconha é legal agora, mas ela continua com esse absurdo para
menores de dezoito anos.
Que diferença isso faz??
Tenho quase dezoito anos... Em dois anos e uma semana, mas quem
está contando?
Eu realmente nã o acho que esses dois anos farã o uma grande
diferença no grande esquema, mas acho que os pais veem isso de
maneira diferente.
Mamã e faz vista grossa quando chego em casa cheirando a maconha
nos fins de semana. Ela ainda briga comigo por causa disso, mas, por
alguma razã o, nã o é um crime capital para ela fumar um pouco de
gange no sá bado do que em uma noite de escola.
Eu nã o entendo. Mas pelo jeito é uma daquelas coisas que só faz
sentido para as mamã es.
Digitando um agradecimento causal com um emoji de carinha
sorridente para Holly, guardo meu telefone enquanto me aproximo da
porta da frente do nosso prédio, acenando para nossa proprietá ria,
Rosemary, que mora do outro lado da rua. Ela está sempre lá fora,
regando suas flores e cortando seu pedaço de grama de 2,5 metros,
usando esse chapéu de palha esquisito que a faz parecer uma figurante
mal vestida de Little House on the Prairie1.
Senhora estranha. Eu gosto dela. Além disso, ainda não superei o
sotaque.
Paahhk o caahhh. Chowdaahh bom e perverso.
Hilário.
Pegando minhas chaves, eu destranco a porta com uma mã o, usando
a outra para pescar um baseado e um isqueiro da minha mochila,
fazendo malabarismos com tudo enquanto subo todas as escadas para
nosso terceiro andar. Apartamento. No segundo em que entro, tenho o
baseado entre os lá bios e estou acendendo o isqueiro vá rias vezes,
tentando acendê-lo. Acho que talvez seja hora de um novo…
Eu finalmente consigo acendê-lo enquanto caminho pela sala de
estar, em direçã o à porta do deck traseiro. Infelizmente, paro
rapidamente quando encontro minha mã e sentada no sofá , olhando
para mim com a sobrancelha levantada.
Meus olhos se arregalam e eu rapidamente arranco o baseado entre
meus lá bios.
— Oh merda... como isso foi parar aí??
Minha mã e revira os olhos enquanto eu apago o baseado na língua.
— Avi…
— O que você está fazendo em casa tã o cedo, mã e? — Piscando para
ela meu sorriso mais inocente, eu pisquei, realmente observando o
quão doce e adorável seu filho é.
Estou antecipando a advertência, entã o jogo minha mochila no chã o
e apenas espero que ela venha. Mas quando isso nã o acontece, presto
um pouco mais de atençã o em seu rosto. Ela está sorrindo, mas parece
meio tensa enquanto dá um tapinha na almofada do sofá ao lado dela.
— Venha sentar, filho —, diz ela, calmamente. — Precisamos
conversar sobre uma coisa…
Merda. Ok…
Eu já nã o gosto disso.
Minha mã e é minha melhor amiga. Isso provavelmente me faz
parecer um grande perdedor, mas acho que já estabelecemos que sou,
entã o se o tê nis Converse serviu…
Faz um tempo que somos só nó s dois. Somos tudo o que o outro
tem.
Do jeito que está , nos comunicamos abertamente, entã o nunca há
muita necessidade de conversas sérias. Mas a impressã o que estou
tendo de seus ombros rígidos e a maneira como ela está com os olhos
arregalados olhando para mim é a de uma conversa séria ... Uma que me
dá Dejá vu como um flashback do Vietnã .
Os olhos da mamãe transbordando de lágrimas de devastação.
— Preciso te contar uma coisa, Aviel... É sobre seu pai.
— Eu vou ficar aqui. — Cruzo os braços sobre o peito
petulantemente. Como se ficar de pé tornasse tudo isso menos real.
— Aviel, pelo amor de Deus, apenas sente-se —, ela bufa.
— Tudo bem ...— murmuro, caminhando até o sofá . — Mas estou
fazendo isso porque quero, nã o porque você está me dizendo para fazer.
Ela ri e balança a cabeça enquanto me sento ao lado dela.
— Certo, tudo bem. Você é o chefe.
Minha garganta está toda seca e á spera quando ela estende a mã o
para o meu rosto, passando os dedos pelo meu cabelo escuro.
— Como foi a escola? — ela pergunta, e eu olho para ela.
— Mã e por favor. Você claramente tem algo a dizer, entã o vamos
cortar a conversa fiada e ir direto ao ponto. Você está me estressando.
Me dando um olhar simpá tico, ela inclina a cabeça.
— Sinto muito, querido. Eu nã o quero que você fique chateado...—
Sua voz falha, e eu me inclino, minha pele se arrepiando em suspense.
— Mas eu tenho algumas novidades.
— Que novidades? — Eu pergunto baixinho. Estou tentando ser
paciente e deixá -la trabalhar, mas meus dedos estã o tremendo.
Ela respira fundo, soltando o ar lentamente antes de me acertar
com:
— Eu conheci alguém.
Meu corpo inteiro parece congelado, como se alguém tivesse
encomendado uma escultura de gelo de um adolescente chocado.
Eu nã o sei por que, mas esta é a ú ltima coisa que eu esperava que
ela dissesse.
As sobrancelhas de mamã e se juntam enquanto eu olho para ela
como se ela tivesse acabado de me dizer que quer se tornar um palhaço
de rodeio.
— Avi... você está bem?
— Uh o quê? — Minha cabeça balança e eu me forço a piscar
algumas dezenas de vezes. — Sim, sim. Eu estou uh… eu estou… bem?
— Nã o quero que a palavra bem saia como uma pergunta, mas estou
muito confuso agora.
Ela conheceu alguém...? Tipo, tipo, uma pessoa ... ela quer...
namorar??
Minha mã e teve alguns encontros ao longo dos anos, mas nunca
levou a nada. Normalmente, ela apenas me diz que está saindo com um
amigo, ou algo nesse sentido. Ela nunca sentiu a necessidade de sentar
comigo e conversar comigo sobre isso.
Minha mã e muda.
— Tudo bem... porque você parece meio pá lido...
— Entã o você quer dizer que vai... sair com alguém, certo? Tudo
bem, — eu digo a ela casualmente enquanto tento nã o ficar inquieto.
Ela limpa a garganta.
— Na verdade, já saímos algumas vezes.
— Oh...— Minha mente está correndo em círculos nervosos, como
um hamster em uma roda. — Mas você nã o mencionou nada…
— Eu nã o queria incomodá -lo com isso até que fosse sério. — Ela
pisca seus profundos olhos azuis para mim.
— Espera... entã o você está dizendo que é sério??— Minha voz sai
da minha garganta. — Quem é essa pessoa?
— O nome dele é tom. — A maneira como o rosto dela meio que se
ilumina, mesmo dizendo o nome dele, aperta meu estô mago.
— Tom? — Eu nã o posso evitar o jeito que eu zombo. — Esse é um
nome estú pido…
— Aviel. — Ela olha para mim. — Isso é rude.
— Desculpe. — Eu esfrego meus olhos. — Eu só estou... estou
surpreso, isso é tudo. Isso está vindo do nada... Você nunca me sentou
para me contar sobre seu namoro antes.
Ela aperta meu braço.
— Eu sei, Baby. Desculpe. Eu nã o queria esconder isso de você, mas
eu apenas pensei que com a mudança e você estando ocupado na
escola... Eu queria dar algumas datas antes de te contar. Para ter certeza
de que eu realmente gostava dele.
Engulo ainda mais incerteza seca.
— E você faz?
Ela acena com a cabeça.
— Sim. Ele é muito doce e inteligente. E ele tem um filho da sua
idade…
— Onde você conheceu esse cara? — Eu pergunto, ainda pasmo,
mas tentando nã o deixar transparecer. Eu nã o quero estar agindo como
um idiota imaturo, mas isso está realmente me deixando fora de si. — E
como eu nã o percebi que você está saindo com todos os tipos de
encontros?
— Ele trouxe o carro para a concessioná ria —, ela me conta. — Ele
me convidou para almoçar e acabamos almoçando algumas vezes. E
entã o alguns jantares…
— Entã o, quando você disse que estava trabalhando até tarde...—,
murmuro, juntando tudo.
— Sinto muito por ter mentido, Avi —, ela choraminga, pegando
minha mã o entre as dela. — É só ... isso tudo é tã o novo para mim. Você
sabe que eu nã o…— Ela faz uma pausa, seus olhos caindo em nossas
mã os. — Eu nã o tive um relacionamento de verdade desde seu pai.
A maneira como essas palavras ardem em meu peito parece á cido
de bateria bombeando em minhas veias.
Meu pai morreu quando eu tinha seis anos. Já se passaram dez anos
e minha mã e nã o teve um relacionamento significativo desde entã o.
Isso é péssimo.
Eu nã o quero que ela seja miserável. Ela ainda é jovem, afinal. Só
porque ela perdeu o amor de sua vida inesperadamente em um trá gico
acidente, isso nã o significa que ela nunca ficará com mais ninguém.
É verdade que nã o sei literalmente nada sobre o amor. Eu nunca tive
uma namorada... A menos que você conte Kelsey Lachlan na sexta série,
com quem namorei por três dias. Ou Taylor Nguyen, a garota com quem
eu costumava ficar de vez em quando no Brooklyn. E eu definitivamente
nã o acho que os contaria como qualquer relacionamento adjacente.
Sério, nã o é que eu nã o queira namorar, só nã o encontrei ninguém
que me arrebatasse... Do jeito que Tom aparentemente fez com minha
mã e.
— Oh, menino, eu posso ver você em uma espiral, — mamã e diz,
lançando-se para mim.
Ela me agarra em seus braços e me aperta com força, passando os
dedos pelo meu cabelo. Isso me lembra de quando eu era pequeno…
Quando nó s dois estaríamos chorando pela perda do meu pai.
— Mã e, eu nã o sou uma criança, — resmungo, me contorcendo para
fora de seu aperto. — E eu nã o sou frágil. Eu posso lidar com você
namoro. Eu só queria que você nã o sentisse que tinha que esconder
isso de mim…
— Eu sei, Av, — ela guincha. — Você é um filho tã o bom. É por isso
que eu precisava te contar a verdade. — Ela segura meu queixo com sua
mã o esguia. — É tã o estranho para mim me sentir assim, eu juro.
Assentindo, tomo um ú ltimo gole pesado, engolindo minhas
hesitaçõ es. Nã o é o fim do mundo que minha mã e gosta de um cara. Ele
é apenas um cara . Ele nunca será meu pai.
— Entã o... você realmente gosta dele? — Eu forço um sorriso, e ela
sorri.
Devo dizer que ela parece anos mais jovem agora; iluminada por
esta nova relaçã o. E nã o que eu realmente queira me debruçar sobre
esses pensamentos..., mas acho que isso significa que esse Tom deve ser
importante para ela.
— Eu faço, Av —, ela respira. — Ele é realmente ó timo. Mal posso
esperar para que você o conheça. — Meus olhos se arregalam
novamente, e ela ri. —Quando você estiver pronto, é claro.
Deixei escapar um suspiro lento. Por a mãe…
Eu posso ficar feliz por ela. Tenho certeza que consigo... conhecer esse
cara.
E quando o fizer, ele terá que passar no meu teste. Se ele nã o for
bom o suficiente para ela, entã o esta será uma conversa muito
diferente.
De repente, algo que ela disse se destaca em minha mente.
— Você disse que ele tem um filho da minha idade?
Ela acena com entusiasmo.
— Sim! Ainda nã o o conheci. Estávamos esperando para falar com
vocês primeiro…
Isso é algo que eles estão planejando?
— Mã e... Há quanto tempo você realmente está saindo com esse
cara?— Estreito meu olhar para ela.
Ela morde o lá bio inferior por um segundo antes de responder.
— Faz cerca de... dois meses.
— Dois meses?! Meus olhos estã o esbugalhados de novo. — Estamos
morando aqui há apenas três meses! Caramba, acho que os tubarõ es
estã o cercando o camarada aqui em Boston…
— Avi! — Ela olha.
— Certo, tudo bem. Os porcos estã o caçando trufas. — Eu sorrio
enquanto ela olha para mim. — Você é a trufa… porque elas sã o
chiques.
Ela aperta a ponta do nariz.
— Como eu fiz essa pessoa…
Meu sorriso se alarga.
— Aviel, eu disse que sinto muito por esconder isso de você —, ela
continua, suspirando com pesar. — Você pode, por favor, nã o me fazer
sentir mal sobre isso? É uma situaçã o estranha, para todos nó s. Quero
dizer, Tom está saindo de um divó rcio desagradável... Só queríamos ter
certeza de que era algo real antes de contar a vocês, rapazes.
Meu estô mago aperta como um punho. O jeito que ela fala... é como
se já fô ssemos uma família. Nó s quatro…
Eu, mamãe, Tom... e esse outro garoto.
Meio-irmão??
Uau ... trivial.
Eu fui filho ú nico toda a minha vida. Eu nã o teria ideia de como ser
um irmã o...
— Mã e, tenho algo muito sério para lhe perguntar, — murmuro, e
ela fica boquiaberta comigo. — Posso, por favor , fumar?
Ela solta uma risada, e isso curva meus lá bios. Apesar da
inquietaçã o dentro de mim, ela ainda é minha mã e e minha melhor
amiga. Epic Momma's Boy, apresentando-se para o serviço. Enquanto
ainda formos nós, tenho certeza que tudo vai dar certo.
Mas agora eu definitivamente preciso relaxar antes de realmente
começar a espiralar.
— Ok...— Mamã e se endireita. — Você pode ir para o deque
enquanto eu preparo o jantar, e vou fingir que nã o sei o que você está
fazendo lá fora.
Eu sorrio e me levanto.
— Obrigado, mã e.
Ela sorri, sua voz me parando antes que eu possa sair da sala.
— Eu te amo, Avi.
Parando de costas para ela, espio por cima do ombro para mostrar a
ela um sorriso casual que parece apenas um pouco afetado.
— Também te amo, mã e.
No caminho para fora, com o baseado já aceso entre os lá bios, a
tensã o aperta meus mú sculos e a inquietaçã o embala meus
pensamentos. Nã o quero pensar que as coisas vã o mudar
drasticamente, de novo, pela segunda vez em três meses…
Mas diga à erva que eu nã o paro de fumar até que ela esteja ao meu
alcance.
Sede esses pensamentos raivosos, por favor.
CAPÍTULO DOIS
KYRAN
AVI
6 meses depois…
***
KYRAN
Um ano depois…
AVI
Um ano depois…
(Primeiro ano, Boston College)
***
É a nossa ú ltima noite nos dormitó rios antes das férias de verã o.
O primeiro ano no BC está oficialmente nos livros e estou animado
em informar que sobrevivi. Me atrevo a dizer que até me diverti.
Estamos todos no dormitó rio de Frankie, fumando um pouco de
kush, bebendo um pouco de Rosé e ajudando-a a arrumar as ú ltimas
coisas. Quando cheguei aqui, pensei que estaria ansioso pra caramba
para chegar em casa nas férias de verã o, para ver mamã e e fugir de toda
a escola e outros enfeites. Mas agora que chegou a hora, estou meio
chateado. Vou sentir falta de morar aqui, com todos os meus novos
amigos incríveis. Poder vê-los sempre que eu quiser, falar merda entre
as aulas, almoçar juntos todos os dias.
Nunca pensei que diria isso, mas mal posso esperar pelo outono
para poder voltar aqui.
— Ahhh, puxa! — Zeb grita, pulando em cima da mesa. — Alerta de
Roomie!
Ele está segurando o telefone e apontando para Micah.
O rosto de Mic se ilumina.
— Sem chance! Realmente? Conseguimos?
— Sim, querido! — Zeb está dançando enquanto Micah se levanta e
começa a fazer o robô . — Estamos em Welch. Terceiro andar.
— Ooh, esse é um bom chã o, — Bea diz enquanto enfia um monte
de livros em uma caixa. — Fiquei com duas ruivas naquele andar. Uma
garota e um cara.
— Ao mesmo tempo? — Eu pergunto com um sorriso, e ela pisca
para mim.
Bea é uma garota super tranquila. Ela é colega de quarto de Frankie
e totalmente linda. Pele clara, cabelos escuros longos e cacheados e
sempre com um cheiro incrível. Nó s transamos uma vez quando nos
conhecemos. Estávamos bêbados e foi divertido, mas ambos
concordamos em nã o fazer isso de novo porque nã o queríamos tornar
as coisas estranhas. Neste ponto, estou tentando manter meu pau longe
das pessoas dentro do meu grupo de amigos.
— Avi! Você pode me ajudar, por favor? — Frankie grita de dentro
de seu quarto.
Levantando-me, estou rindo de Zeb e Micah, que ainda estã o
dançando em comemoraçã o à notícia de que irã o para o quarto juntos
no pró ximo semestre, enquanto eu ando na esquina para o quarto de
Frankie.
— Aw, meu! Você já embalou a imagem do Mothman6 que desenhei
para você, — eu lamento e faço beicinho no espaço vazio em sua
parede.
Frankie ri.
— Dã . É um dos meus bens mais valiosos. Aqui, pegue isso e
embrulhe em um plá stico bolha para mim, por favor. — Ela me entrega
um anel de luz.
— Por que você tem tantos equipamentos de filmagem? — Eu
pergunto, tentando ser o mais cuidadoso possível ao embrulhar suas
coisas caras.
Frankie me dá uma olhada, lá bios carnudos pintados com batom
roxo brilhante se inclinando em um sorriso.
— Nã o posso lhe contar meus segredos, Vega. Você pode pensar
diferente de mim.
Eu rio alto.
— Certo. Claramente você nã o sabe com quem está falando...
Ela para o que está fazendo e pega o telefone. Brincando com a tela,
ela bate e bate enquanto se desfila para mim. Entã o ela me entrega.
Minhas sobrancelhas se juntam quando eu pego, olhos deslizando
sobre a tela. É uma conta OnlyFans. E a foto do perfil mostra uma garota
que obviamente é ela usando uma má scara, com o nome de usuá rio
FrankieSaysRelax .
— Oh meu Deus, é você?! — Minha boca fica aberta enquanto eu
percorro a conta.
Nã o é uma conta de assinante… Ela é uma criadora.
Meus olhos saem do meu crâ nio.
— Puta merda, você está nua!
Ela solta uma risada, arrancando o telefone de mim.
— Tudo bem, Pervy McCreeperson. Calma.
Eu limpo minha garganta.
— Sim, acho que preciso verificar mais desse conteú do estelar. —
Pego o telefone dela novamente, mas ela o afasta, rindo.
—Você tem que pagar para jogar, — ela cantarola e mexe as
sobrancelhas. — Só para o baixinho bang bang olhar na sua direçã o.
— Rua de trá s. — Eu sorrio. — Legal.
— Obrigada.
— Ok… o quê?! — Eu suspiro, em seguida, abaixo minha voz,
espiando rapidamente na porta para ter certeza de que ninguém está
ouvindo.
— Você tem um OnlyFans?
Frankie acena com a cabeça.
— Isso. O dinheiro está no ponto.
Minha sobrancelha salta.
— Realmente?
— Ohhh yeaaa —, ela suspira. — Comecei este ano e já tenho quase
o suficiente para conseguir minha pró pria casa fora do campus!
— O que?! — Eu grito de novo, e seus olhos se arregalam.
— Shhh! Seja legal, querido. Droga. — Ela olha para a porta. —
Ninguém sabe. Exceto Bea.
Minha mente está cambaleando. Eu nã o posso acreditar no que ela
está me dizendo. Minha amiga, a querida Frances Dumonte, tem
mostrado seu corpo nu online por dinheiro?!
Na verdade, nã o estou tã o surpreso. Se alguém que eu conheço faria
isso, seria ela. Ela é uma espécie de criança selvagem.
— Uau...— Meus olhos deslizam para cima e para baixo dela. Nã o
posso deixar de olhar para ela de forma diferente agora, pequena
atrevida que ela é. — Fantá stico. Entã o… você só faz vídeos solo ou
costuma convidar… convidados?
Seu sorriso se alarga.
— Você está pedindo para fazer uma participaçã o especial, Vega?
Eu nã o posso evitar quanto calor está correndo para o meu rosto.
Meus olhos caem para os meus pés.
— Eu?? Sem chance. Acho que nã o conseguiria fazer isso…
— Você ficaria surpreso, — ela canta, entã o me dá um tapinha na
bunda. — Ok, acabou a brincadeira. De volta ao trabalho.
Afastando todas essas novas informaçõ es, volto a ajudá -la a arrumar
o resto de suas coisas. Mas o tempo todo, minha mente está presa na
agitaçã o lateral de Frankie, imaginando o que ela faz e quanto ela
ganha.
É bem interessante. Os serviços de assinatura para criadores de
conteú do sã o um negó cio em rá pido crescimento, e a pornografia...
Bem, a pornografia sempre será um grande empreendimento. Eu
pessoalmente nunca me inscrevi em nenhuma conta OnlyFans, mas
certamente já vi pessoas promovendo-as... no lado obscuro do Twitter.
E em clipes no PornHub.
Meus pensamentos estã o girando enquanto terminamos de
empacotar e depois pedimos pizza. E assim que Zeb está acendendo
nosso baseado de despedida, meu telefone toca no meu bolso.
Puxando-o, toco na tela para encontrar um e-mail da BC Housing.
— Oh merda... Está aqui, — eu sussurro, abrindo o e-mail enquanto
faço uma oraçã o silenciosa para estar perto dos meus amigos.
— Dedos cruzados para Welch! — Micah gorjeia.
— Ou Roncalli! — Bia acrescenta.
— Sim, e espero que você vá para o quarto com alguém um pouco
mais divertido do que Finn.— Zeb sorri.
— Ei, pelo menos meu colega de quarto é quieto e limpo. Ao
contrá rio do seu. — Eu olho para ele, e ele revira os olhos.
Zeb nã o conseguia fugir de seu atual colega de quarto, Evan, rá pido
o suficiente. Ele é um atleta mauricinho, assim como Kyran. Só que ele
também é um desleixado e meio que toca mú sica country todas as
manhã s à s seis da manhã
— Se eu ouvir “Save A Horse Ride A Cowboy” mais uma vez, vou ficar
atrá s do referido cavalo e deixá -lo me chutar no rosto, — murmura Zeb,
e todos nó s rimos. — Mas ainda assim... apenas um pouco pior do que
seu colega de quarto, que eu sinceramente acho que pode ser um
assassino em série.
— Oh, porra ...— eu sussurro, o ignorando enquanto meus olhos
examinam freneticamente o e-mail.
— O que?! — Bea choraminga. — Nã o nos deixe esperando!
— Eles estã o mandando você para Tudor? — Micah chega mais
perto no chã o.
— Pior...— murmuro, meu estô mago revirando como um peixe fora
d’á gua. — Estou em Walsh.
Todos suspiram.
— Walsh, como em... do outro lado do campus? — Frankie parece
chateado.
Minha cabeça cai e eu esfrego minhas têmporas.
Walsh, como no… lado de Kyran no campus.
Pior que isso. O Walsh Residence Hall é onde Kyran morou este ano.
Oh meu Deus, se acabarmos nos mesmos dormitórios, ele literalmente
fará da minha vida um inferno.
— Talvez ele seja transferido também —, diz Bea, nervosa, já ciente
da minha situaçã o e claramente tentando ser positiva.
Mas todos nó s sabemos que Kyran sair de Walsh é improvável. A
maioria dos jogadores de futebol mora lá . E se eu conheço Kyran como
eu acho que conheço, ele vai querer ficar com seu bando.
— Foda-me, isso é horrível ...— resmungo.
— Peça uma transferência —, diz Zeb. — Quem sabe? Eles podem
deixar você…
— Sem chance, — resmungo, jogando meu telefone no chã o. — Eles
nã o atendem alunos do segundo ano. Especialmente aqueles que nã o
estã o no time de futebol, têm notas ruins e cujos nomes dos pais nã o
estã o em prédios e outras merdas.
— Nã o vai ser tã o ruim. — Micah me cutuca. — Lado bom, os
dormitó rios Walsh sã o supostamente os mais legais.
— Sim, porque eles estã o cheios de estrelas do futebol e garotos
ricos,— eu suspiro. — Eu nã o pertenço a essa porra.
— Bem, entã o...— Frankie sorri com simpatia, pegando um pedaço
de papel amassado e jogando-o para mim. — Parece que nã o há melhor
momento do que o presente para se tornar parte da equipe.
Estreitando meu olhar para ela, eu pego o pedaço de papel,
desfazendo-o. E eu soltei um escá rnio irô nico.
Baldwin, a porra da Águia...?
Me mate agora.
CAPÍTULO SEIS
KYRAN
4 meses depois…
(Segundo ano, Boston College)
Muitos grandes atletas têm suas pró prias superstiçõ es ou rituais que
levam aos grandes jogos.
Conheço caras que se recusam a comer qualquer coisa vinte e
quatro horas antes do dia do jogo. Nã o importa o quanto o treinador
fale sobre como abastecer, eles simplesmente nã o comem. Eles dizem
que a fome aguça seu foco, como se a necessidade de sustento de seus
corpos se correlacionasse diretamente com sua fome de vencer.
Conheço caras que se abstêm de sexo um dia antes de um grande
jogo... quer dizer, eles nem se masturbam. E também conheço caras que
insistem em explodir sua carga, minutos antes de entrarmos em campo.
Eu nã o pratico nada disso, mas eu definitivamente entendo. Manter-
se afiado é mental e físico. Mas o aspecto emocional... é aí que estã o
minhas superstiçõ es.
Momentos de alto estresse tendem a me desencadear. É algo que
ninguém no mundo além de mim sabe, que é um coisa muito boa. Sinto
que mantê-lo escondido é a principal razã o pela qual consigo me
concentrar tã o bem. O controle que tenho sobre minhas emoçõ es
oscila... É inevitável. Mas fingir que está tudo bem é onde eu me
sobressaio, especialmente quando chega a hora de amarrar e correr
para o campo na frente de centenas, até milhares de torcedores.
Estou acostumado a ter todos os olhos em mim. O time de futebol
americano Somerville High se saiu muito bem e, em nosso ú ltimo ano,
conquistamos um campeonato. Isso é o que me deu minha bolsa de
estudos para BC, e me consolidou como o quarterback calouro. Eles me
colocaram no terceiro jogo da temporada no ano passado, e acabamos
derrotando um de nossos maiores rivais, quarenta e um a dezessete.
Depois disso, os olhares sobre mim começaram a se multiplicar, e agora
ouvi dizer que o está dio do BC esta noite estará lotado.
Casa cheia, primeiro jogo da temporada.
O futebol do Boston College é um grande negó cio. Os Eagles têm
sido um nome de divisã o da NCAA desde que me lembro, e chegaram à s
finais do ACC nos ú ltimos quatro anos consecutivos. Mas nenhum
Campeonato Nacional nessas corridas… Ainda não.
Essa necessidade dentro de mim de superar meus bloqueios
emocionais é o que me move. É uma fome voraz de destruir meus
problemas com os dentes à mostra e mostrar a eles que eles nã o
controlam minha vida. Eu controlo minha vida. É por isso que, quando
todo mundo está ouvindo o treinador Matthews dar sua primeira
palestra estimulante da temporada para nos irritar e nos motivar a
chutar alguns traseiros do Cardinal hoje à noite, estou concentrado em
minhas mã os.
Chame de superstiçã o... Chame de tique nervoso ou há bito, chame
do que quiser. Mas tenho essa coisa de olhar para as linhas nas palmas
das mã os e imaginá -las como estradas que conheço. À s vezes até
imagino carrinhos subindo e descendo por eles, cruzando as rodovias e
ruas pelas quais tenho dirigido e caminhado toda a minha vida.
Nã o tenho certeza se realmente me lembro de onde veio esse
mecanismo de enfrentamento ou o que o iniciou. E se o fizer, tenho
certeza de que nã o quero pensar nisso agora. Agora, tudo o que me
preocupa é o trá fego parado na Mass Pike da minha mã o.
Está sendo causado por literalmente nada. As pessoas não podem
dirigir por merda no Pike.
— Harbor, — o treinador grita meu nome, e meus olhos se voltam
para os dele. — Você está bem?
— Melhor do que, — resmungo, colocando minhas luvas,
encobrindo as linhas do meu roteiro pessoal.
— Isso é o que eu gosto de ouvir —, diz o treinador. — Eu quero a
cabeça de vocês no jogo esta noite, rapazes. Vamos acertá -los com tanta
força que farã o suas caudas girarem. Agora vamos lá !
A sala explode em aplausos, e todos nó s pulamos, nos reunindo para
ir para o campo.
— Eagles mordendo as cabeças dos cardinals esta noite, playa. —
Guty me dá um ombro, e eu sorrio para ele.
Samson Gutierrez é nosso wide receiver e também meu colega de
quarto. Ele é um dos melhores caras que conheço; um jogador de
futebol incrível, com uma risada contagiante e uma daquelas
personalidades que você pode ver como uma aura brilhante. Nos demos
bem imediatamente no ano passado, e nossa química em campo é algo
que o treinador está apostando para nos levar à s finais novamente este
ano.
Só que desta vez, nã o vou embora sem o troféu do campeonato.
A equipe sai em fila, pelos corredores do está dio que nos levam ao
campo. Meus nervos estã o agitados com a adrenalina, mas isso é de se
esperar. É um grande negó cio, afinal. Primeiro jogo da temporada
depois que fiz meu nome no primeiro ano. O treinador já conversou
comigo… sobre olheiros e para onde me vejo indo. Para mim, parecia
um pouco prematuro, mas acho que nã o é, considerando todas as
coisas.
Os caras que vivem e respiram futebol estã o pensando nessas coisas
desde que têm idade suficiente para segurar uma bola, e eu entendo
totalmente. Eu sabia desde criança que queria jogar pela NFL algum dia.
Este é você…
Reprimindo as emoçõ es uma ú ltima vez, passo pela entrada,
observando as luzes da noite de sexta-feira e os gritos de alegria de
cinquenta mil pessoas.
Cinquenta mil... Puta merda. Isso é um grande número.
Meus olhos examinam as arquibancadas, um mar marrom e
dourado do nosso lado. Nã o faço ideia de onde meu pai está sentado,
mas tenho certeza de que ele está aqui. Ele vem na maioria dos meus
jogos... A ú nica coisa que ele faz por mim. Ainda assim, nã o tenho
certeza se é realmente para mim …
A mú sica está tocando nos alto-falantes, mas mal consigo ouvi-la
por causa do barulho nas arquibancadas. Nossas líderes de torcida
estã o lá fora, fazendo suas coisas; balançando bundas e pompons em
conjunto. Vejo Lexi bem no meio e ela me manda um beijo.
— Se vencermos, você vai transar —, ri Guty.
— Já peguei aquela meia na maçaneta. — Eu pisco para ele, e ele
gargalha, me agarrando pelos ombros e me sacudindo.
Os capacetes sã o colocados e o treinador nos reú ne para nosso
câ ntico pré-jogo.
— Eagles em três —, ele grita rá pido. — Um dois três...
— Eagles! — todos nó s rugimos, as mã os saindo do círculo.
O treinador me dá um tapinha nas costas enquanto corremos para o
campo, a multidã o berrando por nó s. O está dio inteiro está batendo
como um festival de dubstep. Há placas e pessoas com rostos pintados.
É um hospício.
Mas nã o consigo me concentrar em nada disso. Porque é hora do
jogo.
Ganhamos no cara ou coroa e apostamos primeiro. Guty recupera a
bola e começamos na linha de 25 jardas.
Aqui vamos nós.
A primeira investida nos coloca no alcance do field goal. Nosso
chutador, meu amigo Theo Reeves, manda a bola bem no meio da trave.
E com menos de quatro minutos de jogo já estamos na frente.
No banco, tiro meu capacete para pegar um pouco de á gua, meus
olhos fixos em nossa defesa entrando em campo. O treinador está
quieto, o que faz sentido. Ele nã o costuma ficar barulhento até o
segundo tempo.
— Oh meu Deus! — Guty solta uma de suas gargalhadas
estrondosas. — Eu amo aquele cara.
— Quem? — Nã o tenho ideia do que ele está falando, porque estou
muito ocupado observando Jenkins, nosso cornerback, que parece
prestes a se mover antes do estalo. Ele nã o - felizmente - mas ainda
assim, meus olhos estã o estreitados nele.
— Baldwin, — Guty continua gargalhando. — Eu me pergunto por
que ele recebeu esse nome… é como Alec Baldwin. 30 Rock … Amirita?!
— Sobre o que diabos você está divagando? — Eu viro meu rosto
para a direita, onde Guty está sentado ao meu lado, observando o
mascote do time e rindo como se fosse a coisa mais engraçada que ele
já viu.
Nã o posso deixar de olhar de soslaio para o cara com a fantasia de
á guia. Ele está fingindo se encostar na banheira gigante de Gatorade,
mas entã o ele acidentalmente dá uma cotovelada e a coisa toda quase
desmorona.
— Ele sabe que nã o é um mímico, certo? — Eu inclino minha cabeça
em diversã o enquanto o personagem se diverte nos bastidores.
— Eu nem me importo, cara. — Guty suspira suas risadas. — Esse
cara está no ponto. Vou contratá -lo para a festa de aniversá rio do meu
sobrinho.
De repente, a multidã o irrompe e eu pulo da cadeira.
— Interceptaçã o! — o á rbitro chama e todos nó s começamos a
gritar.
— Foda-se, baby! — Guty me cumprimenta, colocando o capacete de
volta.
— Vamos fazer isso, Brutus.
Lanço um ú ltimo olhar demorado para Baldwin, a Á guia,
balançando a cabeça enquanto a cubro com o capacete e corro de volta
para o campo.
***
KYRAN
AVI
***
KYRAN
Minha primeira lembrança de estar em uma igreja foi quando meu tio
Luke faleceu.
Ele esteve doente por um tempo… Câ ncer testicular. Claro, eu nã o
sabia muito sobre isso na época, pois tinha apenas sete anos. Mas
quando ele morreu, eu esperava informaçõ es. Informaçõ es que nã o
obtive.
Acho que meus pais consideraram impró prio compartilhar os
detalhes de sua doença com nó s, crianças. As crianças nã o deveriam
saber os detalhes sombrios de como a vida pode ser fodida.
Aparentemente, tudo o que precisávamos saber era que ele estava
doente e agora se foi.
Seu enterro foi um espetá culo. Na Igreja Cató lica, especialmente no
sul de Boston, os funerais sã o uma oportunidade de alertar os que
ainda respiram. Para ter certeza de que sabemos que Deus nã o tem
problema em ferir quem Ele quer, entã o enquanto você ainda está aqui,
você melhor se confessar e aceitar sua penitência com uma alegria
quase masoquista.
Afinal, é um presente de Deus para nós... Seu perdão.
Lembro-me de estar dentro daquela grande igreja na Washington
Street por horas, que, para uma criança da minha idade, pareceram
dias. Todos de pé e sentados e ajoelhados e rezando... A Eucaristia, a
santificaçã o e purificaçã o... Toda aquela fumaça por toda parte, os
hinos. Os rituais de tudo isso eu tive o meu quinhã o nos anos que se
seguiram. Mas neste momento em particular, no funeral do meu tio,
lembro-me vividamente do medo.
Foi a primeira vez que realmente temi a Deus.
Nã o apenas os padres assustadores com seus rostos sérios e
solenes, ou meu pai com seus olhos severos e críticos. Lembro-me de
temer que, se nã o fizesse exatamente o que Deus queria que eu fizesse,
Ele tiraria minha vida e acabaria deitado em uma caixa de madeira
enquanto as pessoas choravam, se ajoelhavam e rezavam por
absolviçã o.
A coisa toda parecia muito menos sobre meu tio e mais sobre
garantir que entendêssemos o preto e o branco dele. O bem contra o
mal. Qualquer coisa que nã o servisse para agradar a Deus traria
puniçã o, a menos que você confessasse. E eu nã o queria receber esse
tipo de julgamento.
Fiquei com medo de errar. De escorregar acidentalmente, fazer algo
errado e pecar aos olhos do Pai.
Esse medo é o que me levou a anos de obediência cega. Tentar
superá -lo foi o primeiro erro real que cometi.
Sentar em um banco de madeira no vestiá rio me lembra de sentar
naqueles bancos duros e propositalmente desconfortáveis dentro da
Catedral de Santa Cruz. Quando abro minhas mã os, vejo as linhas de
minhas palmas cobertas pelo rosá rio que meu pai me entregou naquele
dia…
— Peça a salvação, Kyran... Alto o suficiente para que Ele possa ouvi-
lo.
Fechando meus olhos, eu os aperto, fechando minhas mã os em
punhos ainda mais apertados. Eu aperto com tanta força que meus
dedos cavam em minhas palmas... E entã o eu os libero.
Liberando meus punhos lentamente, eu me lembro dele escapando…
— Ei...— Uma voz me assusta, e meus olhos se abrem, o rosto
saltando na direçã o da porta.
É Avi, entrando lentamente no vestiá rio, ainda meio vestido com sua
fantasia de mascote, com apenas a cabeça exposta. Até mesmo revirar
os olhos com a presença dele parece cansativo agora.
Ele se senta ao meu lado no banco, e eu apenas balanço a cabeça.
— O que você quer?
Ele fica quieto por um momento, e posso sentir seu olhar no lado do
meu rosto, mas nã o estou com vontade de olhar.
— Eu só pensei em verificar você...— ele diz.
Deixei escapar um suspiro cansado.
— Deixe-me em paz, Avi.
— É só um jogo, cara —, ele murmura. — Cinco e um ainda é um
grande recorde.
— Você nã o sabe nada sobre merda nenhuma, — resmungo,
passando meus dedos pelo meu cabelo.
Eu realmente nã o quero ouvir isso agora. De qualquer um, mas
especialmente nã o dele. Ele nã o entende o quanto o futebol é
importante para mim, porque nada é importante para ele. Ele nã o se
importa o suficiente com qualquer coisa para ficar arrasado com uma
perda como esta.
Esta noite foi o primeiro jogo que joguei desde que descobri que os
negó cios do meu pai estavam falindo. E eu simplesmente nã o conseguia
tirar isso da cabeça...
Por duas semanas, tenho me estressado pra caralho por ter ficado
sem dinheiro de repente. E eu sei, isso me faz parecer uma pirralho
privilegiado e chorã o, mas nã o posso evitar a maneira como fui criado.
Nunca deixamos de ter dinheiro. É como passar de uma grande
vantagem na corrida para ser derrubado bem no meio com todos os
outros.
As inseguranças que tento tã o desesperadamente engolir
regularmente estavam de repente subindo pela minha garganta mais
rá pido do que um projétil de vô mito.
Talvez eu não seja especial... Talvez eu não seja bom o suficiente para
levar esse time aos playoffs e nos garantir um campeonato. Talvez tudo
que eu já tive me foi dado fora das circunstâncias. Ser um garoto branco
rico era o isolamento confortável e, depois de perder a parte rica, sou
apenas mais um garoto branco chato em Boston, lutando para mostrar
ao mundo uma imagem que nem existe.
Ter uma crise existencial nunca é conveniente, mas ter uma no meio
de um jogo importante contra o Georgia Tech foi como a tempestade
perfeita para um fracasso desastroso. Nã o importa o quã o alto o
treinador gritasse comigo, ou quantos olhares Guty e o resto do time
me lançassem no campo, eu simplesmente nã o conseguia passar por
isso...
A ideia de que não passo de um idiota que está se passando por uma
estrela o tempo todo.
GT chutou nossas bundas vinte e um a três, e mesmo que ninguém
tenha dito isso abertamente, eu só sei que eles estã o todos chateados
comigo. Nossa defesa resistiu forte. Realmente, todos jogaram muito
bem.
Todos menos eu.
— Eu sei que os Yellow Jackets sã o um ó timo time, — Avi continua, e
meus dentes rangem. — Eu sei que houve algumas ligaçõ es de merda e
sei que vocês fizeram o seu melhor. É uma derrota no início de uma
temporada estelar, Ky. Pare de chafurdar nisso. Esse nã o é o seu estilo.
Inclinando meu rosto em sua direçã o, eu estreito meu olhar.
— O que há com a conversa estimulante? Nã o somos amigos …
— Sim, nã o me diga —, ele suspira. — Eu apenas imaginei que você
poderia usá -lo. Essa coisa toda sem dinheiro definitivamente nos deu
um tapa na cabeça.
Sento-me em silêncio por um segundo, pensando se quero
continuar falando com ele sobre qualquer coisa. Mas, novamente, estou
muito cansado para lutar.
— Há tanta coisa em jogo agora —, murmuro. — A bolsa depende
de eu ganhar, e me foi negado o auxílio-moradia por causa dos bens que
meu pai ainda tem em seu nome. E ainda por cima, as regras
retró gradas afirmam que, se eu nã o estiver morando no campus, nã o
me qualifico para a bolsa de estudos. É completamente ridículo.
Avi solta um suspiro.
— Isso é muito idiota…
— Entã o me perdoe por nã o estar com vontade de atirar na merda
com você, mano. Mas eu meio que só quero ficar sozinho...— Me
levantando, eu agressivamente abro minha camisa e a puxo sobre
minha cabeça, jogando-a através da sala.
Pela primeira vez desde que ele se sentou, olho para Avi, nossos
olhos se cruzando enquanto ele olha para mim. Ele nã o está brincando,
ou sorrindo, o que, por algum motivo, me faz sentir melhor e pior ao
mesmo tempo. Eu nã o posso dizer se ele está com pena de mim, ou se
esta situaçã o é tã o triste que ele finalmente perdeu a vontade de rir do
resto do mundo como se fosse tudo uma grande piada.
Quebrando nosso contato visual antes que comece a me irritar
ainda mais, eu removo minhas ombreiras, deixando-as cair no chã o. Avi
se levanta enquanto eu mantenho meu olhar em meus pés, tirando
minhas chuteiras desamarradas.
— Você deveria ir à festa de Frankie amanhã —, diz ele, fazendo
com que meus olhos se voltem para os dele. — Nã o tenho certeza se
você ouviu, mas ela está dando uma grande festa de Halloween em sua
nova casa em Brookline...— Balanço minha cabeça, porque por que eu
me importaria? — Vai ser muito divertido, e acho que merecemos nos
divertir um pouco, com toda essa merda acontecendo.
— Tenho certeza que você nã o atrasou seu estilo de vida de
maconheiro indiferente e divertido só por causa de tudo isso...—
murmuro.
— Bom ponto. — Ele sorri e eu reviro os olhos. — Nã o, mas falando
sério... eu sei que você nã o quer sair comigo nem nada. Mas você
deveria vir. Tire sua mente de tudo.
Eu olho para ele. É mais do que estranho ele estar me convidando
para a festa de sua amiga. Mas Avi é uma pessoa estranha, entã o quem
sabe o que ele fará ...
Todas as outras festas de Halloween serã o no campus, o que
significa automaticamente que eles correm o risco de serem fechados
pela segurança do campus se as coisas ficarem muito turbulentas. Ir
para Brookline garantiria uma noite mais selvagem.
Mas entã o eu teria que gastá -lo com meu meio-irmã o irritante e
seus amigos excêntricos.
Nã o estou nem mesmo com cabeça para pensar em uma festa a
fantasia agora, entã o simplesmente dou de ombros.
— Provavelmente nã o vou.
— Bem, eu acho que você deveria. — Ele fica firme, colocando as
mã os nos quadris.
— Caso você nã o tenha percebido isso nos anos que nos
conhecemos...— Eu levanto minhas sobrancelhas para ele, — Eu nã o me
importo com o que você pensa.
— Agradável como sempre, superstar. — Ele sorri, virando-se para
sair. Mas ele faz uma pausa e diz: — Nã o se esqueça de se arrumar!
Ele se afasta de mim e eu o chamo:
— Tire essa coisa estú pida. Você parece um idiota.
— Nã o posso! — ele grita por cima do ombro. — Nã o estou usando
nada por baixo.
Atirando uma piscadela para mim, ele sai do vestiá rio, me deixando
com a frustraçã o persistente de estar perto dele.
Soltando uma respiraçã o solene, eu balanço minha cabeça. Nã o há
absolutamente nenhuma maneira de eu ir à quela festa amanhã . A
menos que alguém queira ver um assassinato no estilo Michael Myers
acontecer IRL.
***
AVI
AVI
Três mil.
Ganhei três mil dó lares com aquele vídeo que Frankie gravou, do
trio mais estú pido e idiota de todos os tempos. E deixe-me lembrá -lo de
que sã o três mil para cada um de nó s... O que significa que aquela
desculpa desastrosa para o conteú do rendeu quase dez mil dó lares.
Eu parei para rir sobre isso de vez em quando na semana passada
desde que aconteceu. Eu acho tudo tã o completamente absurdo. E
também, meio fascinante. No ritmo que estou indo, terei minha
mensalidade e moradia pagas em pouco tempo. Mas, se formos
honestos, quase nã o estou mais pensando nisso.
Eu absolutamente odeio admitir isso, mas essa coisa toda me deixa
no gancho. Por mais que eu goste de criticar o consumismo baseado na
mídia social - é a minha coisa; foda-se o homem, o capitalismo, o
malvado um por cento, toda essa merda - a capacidade de ganhar esse
tipo de dinheiro, tã o rápido e fazendo algo tã o simples , me deixou
totalmente hipnotizado. Eu posso ver totalmente como as pessoas se
tornam viciadas nisso…
O dinheiro é a raiz de todos os males. Porque é poder. Dinheiro,
sexo, fama, poder... Controle. Eles sã o como drogas. Predando as partes
mais fracas de sua condiçã o.
E eu nã o sou melhor. Porque eu tenho caído direto na armadilha
dele, lendo os comentá rios e as DMs dos fã s com uma cativaçã o quase
salivante.
Eu me sinto como uma prostituta de atençã o. Eles gostam de mim!
Eles realmente gostam de mim!
Bleh. Desde quando eu me importo??
Aparentemente, sim, sem razã o ou remorso.
Acabei compartilhando o vídeo que Frankie fez em minha pró pria
conta OnlyFans, e agora estou olhando para centenas de assinantes,
muitos dos quais estã o me enviando mensagens diariamente pedindo
mais.
Para ser específico, mais de mim e de Kyran. Ou o loiro gostoso
rabugento, como costumam chamá -lo.
É sá bado à noite e parei de fumar e desenhar para verificar meu
telefone, apenas para encontrar mais centenas de comentá rios no
teaser que compartilhei no Twitter e dezenas de outros DMs na minha
caixa de entrada OF.
Charlie421: Algum plano de se livrar da garota?? Eu pagaria
um bom dinheiro para assistir apenas vocês dois…
SBA2234: Eu preciso mais de você e desse cara sozinho!
*Seis emojis de fogo*
WillytheKid: A tensão que eu senti. Por favor, uma
colaboração só você e o cara??!?
ItsJavier33: Muy caliente mi guapo! Meninos tão sexys juntos
*emoji de coração pegando fogo*
E isso é apenas a ponta do iceberg. Eu tenho caras se oferecendo
para pagar centenas de vídeos privados, detalhando todos os tipos de
loucura coisas que eles querem que eu faça... com meu meio-irmã o. É
uma loucura.
Claro, eles nã o sabem que ele é meu meio-irmã o... Um fato que
provavelmente os levaria a oferecer ainda mais dinheiro. Tenho a
sensação de que esses manos estão com o proibido.
Mas, infelizmente para eles, é uma causa perdida, e esse
pensamento me faz chafurdar em uma depressã o bizarra e cheia de
angú stia. Nã o postei mais do que algumas poucas fotos desde que
carreguei o vídeo do trio, e a falta de buzz para eles aumentou minhas
inseguranças a todo vapor.
Agora nã o apenas me sinto um fracasso se nã o produzir para meus
fã s, mas estou estressado por perder a atençã o deles, o que também me
faz sentir um grande perdedor.
Nã o conheço essas pessoas e nã o devo nada a elas. Eu poderia
fechar esta conta e ficar totalmente bem ... Apenas atribua isso a um
experimento estú pido da faculdade que me rendeu alguns milhares de
dó lares.
Mas eu nã o quero fazer isso. Como eu disse, o dinheiro e a fama
recém-descoberta, por falta de uma palavra melhor, me deram um senso
de propó sito. Sei que é estú pido e detesto depender de outras pessoas
para minha pró pria gratificaçã o interior, mas nã o consigo evitar. Eu
quero essa adoraçã o voltada para mim.
Mas agora que o Superstar Harbor foi apresentado ao rebanho, é
tudo o que eles parecem estar pedindo. Sim, eles querem nó s dois, nã o
apenas ele, mas ainda assim. É irritante.
E inú til, porque literalmente nã o há como Kyran sequer considerar
se tornar gay por dinheiro. Especialmente nã o comigo. Nã o vai
acontecer, e é uma grande chatice porque nã o estou pronto para
desistir. Os fãs.
Acima de tudo, nã o consigo tirar da minha cabeça a lembrança de
como aquele trio imbecil saiu da minha cabeça. Tem sido apenas
relaxante lá dentro, tecido nas fibras das minhas memó rias, entã o nã o
posso deixar de continuar insistindo nisso.
Quã o perto estávamos, e como a proximidade parecia vibrar como
uma sensaçã o leve na boca do estô mago. A raiva, a tensã o e a frustraçã o
queimando ao nosso redor...
Sua perna se inclinou sobre a minha.
É a ú ltima coisa em que quero pensar, mas nã o consigo parar. E eu,
especialmente, nã o consigo parar de lembrar o fato de que acho que
algo sobre o que aconteceu o excitou o suficiente para fazê-lo gozar em
suas calças.
Era Frankie. Tinha que ser ela. Levar Frankie ao orgasmo deve ter
sido excitante demais para ele suportar, e foi por isso que ele surtou e
saiu furioso. Tenho certeza de que nã o teve absolutamente nada a ver
com a perna idiota dele sobre a minha ou com as respiraçõ es ofegantes
que compartilhamos que eu tenho lutado fora do meu cérebro na
ú ltima semana.
Deixando meu telefone cair na minha mesa e empurrando-o para
longe de mim, eu pego na minha gaveta um Twizzler, meu doce favorito
e um dos meus muitos, muitos alimentos reconfortantes. Mastigando as
mordidas, eu mastigo enquanto olho para o esboço em que estou
trabalhando. É a minha versã o de A Última Ceia com todos os
personagens do Batman. Obviamente, Batman é Jesus, Robin é Peter…
Eu tenho o Comissá rio Gordon lá , Poison Ivy, Mr. Freeze, Bane e o
Espantalho. E claro, o Coringa como Judas.
É apenas por diversã o, como uma brincadeira com a ideia de que os
discípulos eram na verdade inimigos de Jesus, em certo sentido. No
meu, eles nã o estã o tanto compartilhando uma refeição, mas todos
consumidos com suas pró prias besteiras. Isso tem tirado minha mente
das coisas o suficiente, mas agora que verifiquei meu telefone, minha
motivaçã o para continuar trabalhando nisso secou.
Meus olhos se voltam para o referido telefone e, mesmo sem
perceber, estou mastigando furiosamente meu lá bio inferior. Há uma
pequena voz no fundo da minha cabeça insistindo que eu preciso
contar a Kyran sobre todo esse hype dos meus fã s…
Eu sei, eu sei. É a mais idiota das ideias. O conhecendo, ele vai ficar
puto, me chamar de bicha e ameaçar me bater. É sua resposta padrã o,
especialmente no que diz respeito à ideia de nos tocarmos.
Mas entã o uma parte de mim se pergunta se talvez ele também
precise de atençã o. Talvez ele ficasse lisonjeado com os comentários da
mesma forma que eu…
E eu sei que ele precisa de mais dinheiro. Três mil nã o chega nem
perto de cobrir a habitaçã o em BC. Mesmo com algumas bolsas
lançadas, estamos olhando para quase vinte mil por ano, sem
mencionar se queremos nos alimentar e você sabe... fazer qualquer
coisa além de respirar neste campus.
Nó s dois precisamos de mais dinheiro entrando. E com isso
servindo como uma desculpa patética e miserável, pego meu telefone e
puxo uma mensagem para o meu meio-irmã o mal-humorado.
eu: oi
Cinco minutos se passam antes que ele leia a mensagem e, mesmo
assim, ele nã o responde. Entã o eu continuo…
Eu: Preciso falar com você sobre algo importante. Você
poderia vir ao meu dormitório?
Desta vez, ele responde quase instantaneamente.
Kyran: Isso vai ser um não negociável.
Que idiota do caralho. Não posso.
Eu: Kyran… acho que você vai querer ouvir o que tenho a
dizer.
Nada. Por mais cinco minutos na leitura.
Eu: Por favor, venha. Dê-me cinco malditos minutos do seu
tempo. Você me deve isso.
Kyran: Eu não te devo nada.
Reviro os olhos para o céu.
Eu: Tudo bem, você não. Mas como eu disse, isso é sério.
Kyran: Eu não me importo. Qualquer coisa que você precisa
dizer, você pode apenas enviar uma mensagem de texto. Não
tenho vontade de ver seu rosto.
Eu: Deus, você é desagradável. Olha, é um assunto delicado.
Eu não quero enviar uma mensagem de texto...
Seus balõ es de digitaçã o aparecem e depois desaparecem. Em
seguida, apareça e desapareça novamente. Estou batendo o pé
impacientemente por mais alguns minutos quando ele finalmente
responde.
Kyran: Ainda não. Eu não vou para a porra do seu dormitório
Avi
Eu: Tudo bem, vou até o seu... Mas acho que você não quer
que eu fale sobre isso na frente do seu colega de quarto...
Kyran: Você não vai colocar os pés no meu dormitório.
Kyran: E o que deixa seu colega de quarto tão tranquilo??
Eu: não tenho colega de quarto. Estou sozinho no TMA 446.
Ele lê a mensagem, mas nã o responde, e estou apenas olhando para
a tela quando há uma batida na minha porta.
Minhas sobrancelhas se fecham em confusã o. Levantando-me
lentamente, eu vagueio para fora do quarto, rastejando até a porta
enquanto meu peito aperta em suspense. Não tem jeito…
Abrindo uma fresta, eu espio, deixando escapar um suspiro
enquanto meu estô mago cai em decepçã o que me confunde pra caralho.
— Olá , lindo —, Frankie diz com um sorriso, abrindo caminho para
dentro. Ela segura uma sacola da Shake Shack. — Eu trouxe um
presente para você.—
Estou prestes a fechar a porta, mas Bea se esgueira para dentro
atrá s dela antes que eu possa.
— Vocês duas se convidaram? — Eu sorrio para eles, fechando a
porta enquanto eles vagam por aí, se sentindo em casa. — Que doce.
— Na verdade, vim falar com você e trazer hambú rgueres. —
Frankie joga a sacola na mesa da sala. — Eu nã o faço ideia o que ela
está fazendo aqui. Encontrei-a remexendo nos arbustos lá embaixo.
Rindo, eu olho para Bea, que está segurando o casaco fechado sobre
o peito, parecendo terrivelmente desconfiada.
— O que você tem?
— Avi... preciso da sua ajuda. — Bea aponta seus olhos arregalados
para mim. Juro por Deus, ela é toda olhos, lábios e peitos, esta. — Nã o
surte.
Minha testa franze enquanto a observo segurando seu casaco.
— Cuspa, sobre o que...?
Ela morde o lá bio, abrindo lentamente o referido casaco para
revelar um pequeno gatinho preto caído em seus braços.
— Você estava escondendo aquela coisa dentro do seu casaco o
tempo todo??— Frankie coaxa comendo batatas fritas.
Bea faz beicinho, acariciando a cabecinha da coisa repetidamente,
embalando-a contra o peito.
— Acabei de encontrá -lo lá fora! Ele está perdido, eu nã o sabia o
que fazer!
Minha boca está aberta enquanto eu olho para ela, e o pequeno gato
que parece contente em apenas sentar em seus braços. Pisando
lentamente, nã o posso deixar de gravitar em direçã o a ele. Ele é tão
fofo… E cartas na mesa, eu sou um amante total de gatos.
Eu costumava alimentar todos os animais vadios da vizinhança no
Brooklyn e sempre brinco com os gatos da nossa vizinha, a Sra.
Adelman, em Somerville. Mas nã o tenho o meu desde que meu tigre
laranja, Bates, faleceu quando eu tinha doze anos. A segunda grande
tragédia da minha infância... Chame isso de nã o querer me machucar de
novo, mas eu simplesmente nã o conseguia encontrar forças para
substituí-lo.
Mas esta coisa… Ele é tão pequeno e macio.
E sim, já estou acariciando-o e dando muitos beijos em sua cabeça.
— Ele estava lá fora sozinho no frio —, lamenta Bea. — Eu nã o
poderia simplesmente deixá -lo lá !
— Ele provavelmente pertence a alguém…— murmuro, pegando o
gato em meus braços e olhando para ele.
Ele está um pouco sujo e definitivamente precisa de comida. Ele é
tã o pequeno ... Nã o deve ter mais de um ano.
— Por que você está chamando de ele? — Frankie aponta uma
batata frita para o gato. — Você checou?
Olho para Bea, que balança a cabeça. Levantando o gato, verifico se
há algum sinal de bolas, mas nã o as vejo.
— Eu acho que é uma menina, — eu murmuro, desmaiando como
um grande bebê por causa de seu ronronar desenfreado. — Devo... ligar
para o abrigo?
— Você poderia ...— Bea acaricia a pequena bola de pêlo. — Ou você
poderia mantê-la aqui…
Meus olhos voam para os dela.
— Nã o sã o permitidos animais de estimaçã o nos dormitó rios, você
sabe disso.
— Sim, mas você tem este lugar só para você! — ela grita. — Quem
saberia?
Ai meu Deus, alguém me dê uma desculpa para não ficar com essa
coisa... Já estou me apaixonando.
— Provavelmente é o gato de uma pobre criança que você está
roubando, — Frankie diz incisivamente, sendo a voz da razã o que eu
odeio agora.
— Vou verificar se há sinais na á rea. — Bia sorri. — Mas você pode
ficar com ela até encontrarmos sua casa... certo?
Ela aponta aqueles olhos brilhantes para mim, e eu solto uma
risada, balançando a cabeça.
— Você sabia que eu seria sua melhor aposta, nã o é? Tentadora…
Bea dá de ombros, sem vergonha, e Frankie zomba.
— Podemos sempre trazê-la para a sua casa —, diz Bea a Frankie,
estalando o quadril.
A cabeça de Frankie gira severamente.
— Nã o. Nã o está acontecendo. Sou alérgica.
— Nã o, você nã o é. Você simplesmente nã o deseja cuidar de nada
que nã o seja você. Eu ri.
— Bom ponto. — Ela sorri.
— Vamos, devemos limpá -la —, digo a Bea. — E eu nã o tenho
comida de gato. Frankie, você pode pegar um pouco? — Frankie
suspira, beliscando a ponta do nariz. — Por favor, — eu lamento,
fixando-a com um olhar. — Você me deve.
Suas sobrancelhas se arqueiam.
— Ah é? E pelo que devo a você exatamente? — Ela cruza os braços
sobre o peito.
Eu espio Bea, depois de volta para Frankie, optando por nã o entrar
em todo o discurso sobre ela me amarrar em um trio com meu meio-
irmã o, o que acabou tornando meus assinantes do OnlyFans loucos por
vídeos de sexo gay.
Estreitando meu olhar para ela, murmuro:
— Por favor, corra para a loja e pegue um pouco de comida de gato.
E uma caixa de areia. E areia para gatos.
Ela bufa um som de desagrado, mas eu ignoro, levando o gato e Bea
para o banheiro.
— Ela precisa de um nome —, diz Bea, coçando a adorável coisinha
na cabeça.
Meus lá bios se curvam.
— Vou chamá -la de Robin.
***
KYRAN
***
AVI
À s vezes me pergunto como teria sido minha vida se ele nunca tivesse
morrido...
Crescer sem pai nã o é fá cil. Mas, como a maioria das coisas, nos
adaptamos a isso e seguimos em frente. O ser humano é construído
para perseverar. Temos a fascinante capacidade de aceitar as mudanças
drá sticas da vida. Nó s modificamos, alteramos e ajustamos... Nó s
vivemos, porque é para isso que fomos feitos. Continuar até que as
forças rebeldes do universo nos parem de uma forma ou de outra.
Em ú ltima aná lise, isso é o que a vida é. Viver até morrer.
Dito isso, muitas vezes paro e penso em como as coisas poderiam
ter sido diferentes se Arlo Vega nã o tivesse caído daquele andaime. Se a
vida dele nã o tivesse acabado tã o cedo... Será que eu estaria aqui agora?
Eu duvido muito. Sei que há forças em açã o, um caminho pelo qual
somos guiados, como um desses livros Escolha sua própria aventura.
Cada passo nos leva a uma nova direçã o, a uma conclusã o divergente. E
tenho certeza de que se eu voltasse e de alguma forma impedisse meu
pai de ir trabalhar naquele dia, as coisas teriam sido muito diferentes.
Provavelmente teríamos ficado em Nova York… Ou talvez até nos
mudado para Madri. Meu pai tem família lá e em Barcelona. Eu me
lembro dele falando sobre nos levar quando eu era pequeno...
Mas nunca tivemos a chance e, em vez disso, por causa desse
caminho, acabamos aqui. Em Boston…
Onde estou atualmente em um bom e velho conflito sexual com meu
pró prio maldito meio-irmã o.
Como se tornou o padrã o, nã o falo com Kyran há muitos dias, desde
o épico incidente de sessenta e nove anos que eliminou completamente
toda e qualquer dú vida sobre se eu gosto ou nã o de ficar com caras.
Acho que, neste ponto, é seguro dizer que sou totalmente bissexual...
Porque, com toda a honestidade, nã o odeio ter um pau na boca.
Não odiei nem um pouco.
Mas é claro que descobrir essa nova peça do quebra-cabeça que é
minha sexualidade nã o é a parte complicada. O problema está no fato
de que tive essa revelaçã o enquanto ia para a cidade com o pau
severamente impressionante do meu meio-irmã o idiota, que, se eu
tivesse que apostar, provavelmente nã o está comemorando
alegremente essa clareza recém-descoberta do jeito que eu estou.
Kyran é um sujeito complicado. Por mais que eu nã o queira dar a ele
crédito por ser nada mais do que um benfeitor privilegiado com uma
das melhores armas da NCAA, Kyran Harbor é definitivamente mais
profundo do que você vê em sua superfície estoica e colegial. Ele tem
coisas acontecendo, isso está claro.
E por causa de sua composiçã o encoberta, nã o sei dizer se ele está
realmente apenas se forçando nas coisas que fizemos juntos por puro
desespero, ou se uma parte dele está ansiosa para descobrir um novo
lado oculto de si mesmo, do jeito que eu sou.
Eu nã o nasci ontem. Kyran obviamente se divertiu durante nossas
duas colaborações. Essas duas instâ ncias sã o as únicas vezes em que
consigo pensar em que tive o menor vislumbre de quem ele realmente é
... Quando ele baixou a guarda por tempo suficiente para liberar aquele
controle firmemente enrolado e ceder ao impulso.
Ao mesmo tempo, porém, uma mã o é apenas uma mã o... E uma boca
é apenas uma boca. Entã o talvez ele estivesse realmente fingindo que
uma garota estava fazendo essas coisas para passar por isso. Para os
fãs. E mais importante, pelo seu dinheiro.
Meus inscritos dobraram depois de postar aquele vídeo, e agora os
fã s estã o totalmente loucos. Eles estã o espumando pela boca por mais
de Kyran e de mim, o que é sempre um assunto difícil de abordar, já que
ele tem uma tendência a desaparecer por dias depois de filmarmos.
ocorrido.
Em defesa de Kyran, ele também jogou fora em Miami no dia
seguinte ao Dia de Açã o de Graças, entã o isso pode ser parte do motivo
pelo qual nã o tenho notícias dele há duas semanas. Os Eagles acabaram
com os Hurricanes na sexta-feira negra e, apesar de todas as minhas
afirmaçõ es de que só faço a coisa do mascote como uma piada - outra
maneira de irritar meu meio-irmã o - admito que assisti ao jogo. E posso
ou nã o ter pulado e torcido algumas vezes quando o referido meio-
irmã o lançou alguns passes para touchdown a diesel. Mas você nã o vai
me pegar transmitindo isso.
O Dia de Açã o de Graças em casa foi silenciosamente tenso, mas
ainda assim foi bom ver mamã e e passar algum tempo com ela. Embora,
o constrangimento aumentou quando ela me perguntou o que eu estava
fazendo por dinheiro, e tive que arranjar um emprego de meio período
no campus à s pressas.
Eu disse a ela que sou pago para ser o mascote, o que é totalmente
falso, e que também tenho trabalhado em um dos refeitó rios.
Felizmente, ela tem muito em seu pró prio prato para se preocupar
comigo agora, entã o simplesmente assegurar-lhe que estou bem e
descobri que foi o suficiente para impedir o terceiro grau.
Nã o gosto de mentir para minha mã e, mas que outra escolha eu
tenho? Nã o posso dizer a ela que estou lentamente me transformando
em uma estrela pornô gay e que o dinheiro da minha mensalidade vem
de vídeos meus chupando orgasmos do filho do marido dela.
Eu ainda posso sentir seus dedos cavando na carne da minha bunda,
o aperto de sua garganta apertando meu pau enquanto ele gemia e
ofegava... O sabor dele derramando prazer em minha boca enquanto
nossos corpos aquecidos tremiam e estremeciam...
Jesus. Acho que nunca senti algo tã o bom, o que é um problema,
porque eu realmente nã o deveria estar pensando dessa maneira. Se
fosse qualquer outro cara no planeta, nã o seria tã o ruim. Mas é de
Kyran que estamos falando...
Só estamos fazendo isso para ganhar dinheiro. À queima-roupa.
Mas então... ele me beijou.
Naturalmente, ele saiu rapidamente e saiu furioso, o que é mais uma
marca para o Kyran que todos conhecemos e nã o gostamos. Mas nã o
consigo me livrar da sensaçã o de seus lá bios...
Eles são tão macios.
Ok, pare com isso, cérebro. Pare de pensar nele e siga em frente com
sua vida.
Eu tenho mais uma aula para o dia e entã o é o fim de semana. É uma
quinzena, entã o nã o há futebol hoje à noite, e estou pronto para passar
a noite fumando um pouco de kush de primeira classe, pedindo comida
chinesa e talvez desenhando por um tempo antes de inevitavelmente
me encontrar enrolado no sofá novamente com Robin, assistindo
Netflix de cueca.
A noite de sexta-feira do introvertido perfeito.
Algumas horas depois, encontro Frankie enquanto cortava o pá tio
depois da aula. Nã o a vejo desde o fim de semana passado, quando me
encontrei com a equipe em seu apartamento, onde todos nos reunimos
no chã o da sala para comer maconha e Rosé, vadias elegantes que
somos.
— Para onde você está indo agora? — ela pergunta enquanto
caminhamos, de braços dados, em direçã o à Linha Verde.
— Tenho uma noite épica planejada, — digo a ela com um sorriso.
— Vou me matar de idiota e assistir a documentá rios sobre assassinos
em série com a mã o nas calças.
Frankie bufa.
— Por mais incrível e completamente nã o triste que pareça, cancele.
Em vez disso, você vai a uma festa conosco.
Meus lá bios se inclinam em uma carranca.
— Festa? Isso exigiria que eu colocasse roupas reais e me
envolvesse com humanos. — Eu balanço minha cabeça. — Nã o, nã o.
Muito esforço. Desculpa amor.
Ela me dá um forte puxã o no braço.
— Pare de ser um eremita. Deixe o divertido Avi sair de sua gaiola
durante a noite!
— Mas... está tã o frio,— eu lamento e faço beicinho.
— Vamos, cara. — Ela revira os olhos. — Todos nó s sabemos o quã o
selvagem você é… Backwardz_Cap .— Eu estreito meu olhar para ela, e
ela sorri maliciosamente. — Ou esse seu lado está reservado apenas
para momentos sensuais de meio-irmã o agora?
— Shhh! — Meus olhos se arregalam e piscam ao nosso redor. Nã o
há ninguém por perto, mas ainda assim.
Frankie ri.
— Sério, cara. Eu ainda nã o acredito que você conseguiu que ele
fizesse essas coisas. Muito caliente. —Ela se abana.
— Por que você está assistindo meus vídeos? — Eu bato baixinho.
— Uh, porque eles sã o gostosos pra caralho, — ela responde
casualmente. — Eu nem tenho vergonha de dizer que o ú ltimo me
deixou todo tipo de umidade.
— Você está sendo nojenta, — eu resmungo petulantemente,
empurrando-a em direçã o à estaçã o. — E pensar que me ofereci para
acompanhá -la cavalheirescamente até o trem. Eu digo bom dia!
Girando para longe dela, dou um passo hesitante antes que ela me
pegue pelo casaco.
— Você está vindo para esta festa hoje à noite, Aviel —, ela insiste
naquele tom de Frankie que significa que nã o tenho escolha no assunto.
Um escá rnio se transforma em um suspiro enquanto eu murmuro:
— Onde está ? Nã o vou descer até os dormitó rios da Hammond
Street...
— Bem, você está com sorte, querido —, ela canta. — Está bem
perto de você. Em Walsh.
Eu olho para ela.
— De quem é exatamente a festa?
Ela faz uma pausa antes de responder:
— Theo Reeves.
— Oh infernos nã o. — Eu balanço minha cabeça. — Absolutamente
nã o.
— Por quê? — Ela faz beicinho.
— Porque ele é o chutador dos Eagles! Ele é um dos melhores
amigos de Kyran, e estará no prédio de Kyran . Nã o tem como... eu nã o
vou convidar um desastre assim.
Frankie puxa minha manga vá rias vezes.
— Mas vai ser divertido! Vamos todos.
— Nã o me importo. — Sigo firme na minha decisã o. — Eu nã o vou a
uma festa com um bando de jogadores de futebol, também conhecidos
como amigos do meu meio-irmã o, para vê-los fazer barris e ficar com
garotas.
Ela me lança um olhar de desdém.
— Entã o é por isso que você nã o quer ir... Porque você tem medo
que seu amigo secreto esteja lá com a namorada líder de torcida...
— Ok, em primeiro lugar, ela nã o é namorada dele.— Minha
mandíbula aperta enquanto Frankie inclina a cabeça e sorri. — Em
segundo lugar, eu nã o me importo... E em terceiro lugar...— Minha voz
falha em meu estado de confusã o. — Qualquer que seja. Nã o importa...
eu simplesmente nã o vou. E por que diabos vocês iriam querer ir à festa
deles? Jogadores de futebol estã o além de coxos.
— Bea quer ficar com Theo. — Frankie dá de ombros.
Bufando, eu esfrego meus olhos. Bea está apaixonada por Theo
desde o ano passado. Eles se beijam de vez em quando, meio que
casualmente, mas eu sei Bea, coisinha astuta que é, está louca para
deixá -lo nu. Nã o posso dizer que nã o entendo... Theo é muito gostoso.
Mas isso está fora do assunto. E como é que os únicos caras que estou
registrando como gostosos são jogadores de futebol??
Meus pensamentos estã o em espiral. A questã o é que nã o quero me
colocar intencionalmente no mesmo espaço compartilhado com Kyran,
especialmente depois do que fizemos juntos.
Nó s sozinhos é perigoso... Com pessoas por perto? É uma receita
para a destruiçã o.
— Você nã o pode evitá -lo para sempre, Avi —, a voz de Frankie soa
em minha obsessã o. — Você estuda na mesma escola. Se vocês vã o
continuar com essa confusã o clandestina, precisarã o aprender a
coexistir sem que seja estranho. — Ela me cutuca enquanto considero
suas palavras. — Quero dizer, pense na sua pró xima reuniã o de família!
Vocês dois nã o vã o para casa no Natal?
Ugh... foda-me. Eu nem tinha pensado nisso.
Acho que ganhei um jantar de Açã o de Graças sem Kyran. Quem
sabe como seria se ele estivesse lá ...
Frankie tem razã o, o que me irrita. Empanturrar-me de comida
chinesa e ver televisão seria muito menos complicado…
— Tudo bem, tudo bem ...— murmuro, e ela pula em comemoraçã o.
—Vou considerar isso! Sem promessas…
— Amável. — Frankie me dá um beijo na bochecha e imediatamente
sai correndo em direçã o ao trem. Mas ela espia por cima do ombro para
gritar:
— Certifique-se de estar lindo! Tenho que impressionar seu
namorado secreto...— Ela pisca, e eu estou fervendo.
— Eu nã o fodidamente...— eu grito atrá s dela, mas ela já se foi
quando eu suspiro a palavra, — impressionar.
É verdade. Não me importo em impressionar Kyran, e sei que ela só
está fodendo comigo. Mas por alguma razã o, meus nervos estã o
balançando dentro de mim. E minhas mã os estã o suando.
Mordendo meu lá bio, eu me viro e volto na direçã o do meu
dormitó rio.
Deus, o que diabos eu vou vestir?
***
KYRAN
***
AVI
***
AVI
KYRAN
Estou desconfortável.
Quero dizer, muito, muito desconfortável quando clico no anexo do
vídeo, meu estô mago revirando com a noçã o do que estou prestes a ver.
Um vídeo meu fazendo sexo... com um homem.
Mais especificamente, um vídeo meu perdendo minha virgindade
com meu meio-irmão … Por dinheiro.
Ainda nã o tenho certeza se isso é real. Posso estar vagando perdido
em alguma outra dimensã o distorcida.
Droga... Agora estou começando a soar como ele também. Eu sabia
que isso era uma má ideia.
O vídeo começa a tocar, e meu coraçã o está subindo pela garganta,
meus olhos se arregalando quando a cama antes vazia é subitamente
preenchida por mim e Avi. Começamos a nos beijar, e ele está me
tocando, e estou me forçando a nã o me contorcer de desconforto aqui e
agora, porque eu preciso assistir isso. Você sabe, para ter certeza de que
está de acordo com os meus padrõ es.
Independentemente disso, o vídeo é impressionante o suficiente
para que eu esteja pensando em desligá -lo. Quero dizer... olhe para nó s.
O que estamos fazendo??
Olhe como suas mãos estão traçando as curvas dos meus músculos...
Olhe como as minhas estão fazendo o mesmo com as dele... É tã o
desconcertante quanto preocupante, porque nem parecemos nós agora.
Parecemos duas pessoas totalmente diferentes.
Duas pessoas que eu nã o conheço... Duas pessoas que parecem
muito, muito interessadas uma na outra.
O vídeo continua, com a boca de Avi em mim e meus dedos
lubrificados com lubrificante, e nã o consigo parar de me mexer porque
meu pau está enchendo entre minhas pernas e eu nã o quero que isso
aconteça.
Eu nunca assisti pornô gay antes. Já assisti pornô hétero, claro, mas
mesmo nos vídeos caseiros do Pornhub, nã o me lembro de ter visto
nada tã o sensual, ao mesmo tempo sujo, só rdido e real.
Ele tem minhas costas arqueadas para fora da cama. Lá bios
tremendo. Olhos rolando para trá s no meu crâ nio. Quer dizer, quando
isso aconteceu??
A ú nica razã o pela qual sei que sou eu neste vídeo é porque,
infelizmente, ainda posso senti-lo me rasgando; esticando meu corpo
para encaixá -lo como uma luva, sua pélvis esfregando minhas bolas,
afundando tã o fundo que eu juro que podia senti-lo tocando minhas
amígdalas.
Faz dias desde que aconteceu, e eu o sinto em todos os lugares. O que
nã o é bom. Porque é para ser apenas um negó cio; um trabalho que
estou fazendo estritamente pelo dinheiro. Mas nã o conheço ninguém
no mundo que ame tanto o seu trabalho…
Com um estranho que se parece comigo caindo no orgasmo na tela,
fecho meu laptop com um tapa.
— Foda-se. — Eu me abaixo e ajusto meu pau, que está tentando
sair da minha calça.
O vídeo está bom. Seus ú nicos fatores de humilhaçã o estã o nos
detalhes que ninguém sabe… Que eu nã o sou gay, e o cara que veio na
minha bunda é meu meio-irmã o e minha pessoa menos favorita no
planeta.
Os fã s vã o gostar. Química no ponto…
Buscando dentro de mim toda a negaçã o que posso reunir, pego
meu telefone e mando uma mensagem para Avi.
Eu: Poste.
Ele responde depois de apenas alguns segundos.
Avi: *emoji de polegar para cima*
Avi: Levarei apenas alguns minutos para editar, então estará
disponível para PPV
Avi: Tenho que editar você gritando meu nome :-P
Argh.
Eu: Legal.
Avi: Você pensou mais sobre o que conversamos?
Reviro os olhos para a tela do telefone.
Avi me ligou ontem para falar de logística. Na verdade, ele me ligou
quatro vezes seguidas, porque nas três primeiras vezes eu ignorei suas
ligaçõ es. Mas ele me cansou, como aparentemente é muito fá cil para ele
fazer, um fato que eu nã o entendo ou quero pensar.
Ele insistiu que eu criasse uma conta anô nima no Twitter para
ajudar a promover as colaboraçõ es do OnlyFans. Naturalmente, eu disse
nã o no começo. Mas estou aprendendo que ele pode ser terrivelmente
exigente e, por alguma razã o desconhecida, sempre me pego curvando-
me a ele.
Estou dizendo a mim mesmo que é apenas sobre o dinheiro..., mas
deitado na cama à noite, nas ú ltimas semanas desde que começamos
este pequeno empreendimento, os pensamentos ocultos vêm à tona.
Algo sobre ele assumir o controle me acalma, em um nível profundo
e emocional com o qual nã o estou preparado para lidar, muito menos
para abrir espaço em minha mente para Avi ser a pessoa sentada ao
meu lado neste aviã o enquanto ele gira em uma espiral. trajetó ria
descendente, indo direto para a desgraça iminente.
No interesse de tirá -lo do meu pé - figurativamente, eu acho ... Deus,
me ajude - eu abro o Twitter no meu telefone e crio um perfil rá pido. Eu
tenho uma conta no Twitter, mas nunca a uso. Eu só fiz isso por causa
do hype quando o aplicativo começou, antes de perceber que todo
mundo lá era muito ... desagradável. Mas acho que é o melhor lugar
para promover o trabalho sexual online, por causa da falta de censura.
Há um lado pornô do Twitter que eu desconhecia até Avi me
mostrar sua conta. O tipo de coisa que faria Mark Zuckerberg molhar
sua cueca.
Aparentemente, Elon Musk tem um conjunto diferente de diretrizes.
De qualquer forma, esta é uma nova conta, especificamente para
este fim. Sem rostos. Estou apenas usando uma selfie sem camisa como
foto de perfil.
E apesar de quã o pouco eu quero fazer isso, meus lá bios se curvam
em um sorriso satisfeito enquanto escolho meu nome de usuá rio.
Not__Your__Baby.
Pegue isso, Backwardz_Cap, seu bastardo presunçoso.
Eu sigo Avi, e antes mesmo que eu possa enviar a ele meu
identificador, ele me manda uma mensagem.
Avi: Sério?
Avi: Not__Your__Baby…
Meu sorriso está quase quebrando meu rosto, os dedos dos pés
balançando triunfantemente. Até que apenas um minuto depois, ele me
envia uma foto. E meu rosto cai.
É um GIF... de nó s trepando. Na verdade, ele fez um GIF do nosso
vídeo, do momento exato em que seu pau me faz gozar e meus dedos
dos pés estã o enrolados nas meias que aparentemente esqueci de tirar.
E a legenda no GIF diz: Claro, parece que você é meu baby.
Eu apago a mensagem rapidamente. Nã o que isso importe, porque
se alguém se apoderar do meu telefone, há material incriminador
suficiente aqui para colocar toda a minha vergonhosa agitaçã o lateral
em explosã o.
Eu: Foda-se
Ele manda de novo.
Droga! Eu apago de novo.
Mas ele continua enviando, e agora estou lutando para deletar essas
ridículas mensagens GIF tã o rá pido quanto ele as está enviando,
fervendo enquanto faço isso.
Graças a Deus Guty está na academia agora. A última coisa que
preciso é ele espiando por cima do meu ombro e vendo essa merda.
Eu: Tá bom CHEGA!
Avi: hehe
Eu: Pare com essa merda e me diga o que você quer que eu
faça com essa porra de conta estúpida
Avi: Estou enviando o vídeo para OF agora. Então eu vou
twittar um teaser que você pode retuitar.
Eu: Tudo bem.
Avi: Então... devo ver você hoje à noite para mais... negócios?
Meu estô mago embrulha só de ler as palavras na tela. É quase como
se eu pudesse ouvi-lo dizendo em voz alta, e isso está me dando um nó .
Eu odeio nós. Linhas retas são tudo com que preciso me preocupar.
Eu: Não.
Avi: *emoji de cara carrancuda* Por que não?
Eu: Porque estou indo para o Arizona de manhã e não tenho
tempo para lidar com você
Avi: Mas você não ficaria muito menos estressado com os
playoffs se tivesse um pouco mais desse pau que faz você
ficar vesgo?
Um ruído minú sculo e completamente ridículo sai voando da minha
garganta, quer queira quer nã o, e eu mordo meu lá bio. Cerrando os
dentes, mudo o zumbido em minhas bolas e com raiva digito uma
mensagem.
Eu: Foda-se Avi. A única coisa que preciso de você é dinheiro.
Entende?
Ele nã o responde por um minuto inteiro. E quando ele finalmente o
faz, é apenas um GIF de Oscar the Grouch saindo de sua lata de lixo.
Revirando os olhos, guardo meu telefone, levantando-me e entrando
no meu quarto para pegar minha bolsa de giná stica. Há muita bobagem
se acumulando na minha cabeça, muita irritaçã o e confusã o em que me
recuso a pensar em efervescer em minhas veias.
Eu preciso ir malhar. Colocar minha cabeça de volta no futebol e nada
mais.
Afinal, nenhuma dessas outras besteiras significa nada se eu nã o
vencer esses jogos e ajudar meu time a levar para casa um campeonato.
Saindo do meu dormitó rio, enfrento o ar gelado de dezembro,
caminhando até a Fish Field House. É o prédio onde todo o nosso
treinamento e prá tica acontecem. A academia aqui é bem decente. À s
vezes, usamos o centro recreativo, mas como estamos no meio dos
playoffs e partindo para um jogo fora de casa pela manhã , tenho certeza
de que a maioria dos meus companheiros estará aqui.
Colocando meus fones de ouvido e pegando minha garrafa de á gua,
tranco minhas coisas em um dos armá rios e vou para o giná sio. Assim
como eu pensei, muitos caras estã o aqui agora, e eles acenam para mim
quando eu entro. Alguns deles gritam coisas do meu jeito, mas nã o
conversamos. Eu acho que eles podem dizer pelo meu comportamento
de que nã o estou com disposiçã o para bate-papo, o que é uma coisa
boa.
Instalando-me em uma das má quinas de perna, olho ao redor do
espaço aberto. Nã o vejo Theo ou Guty em lugar nenhum, o que é
estranho porque pensei que eles haviam dito que viriam. Talvez eles
estejam nadando...
Minha lista de reproduçã o bombeia batidas constantes em meus
ouvidos, e eu respiro através do peso, zoneando e focando na
queimadura. Eu faço isso por um tempo, movendo-me pela sala para
diferentes má quinas de perna, porque é dia de perna. Entã o vou até o
grande espelho na parede, olhando para mim mesma por alguns
segundos antes de pegar uma bola medicinal.
Estou dobrando a cintura, fazendo agachamentos e observando a
maneira como meus mú sculos se flexionam e brilham, a força
empurrando a dor, quando algo se move na minha periferia. Eu paro
para tirar uma mecha de cabelo errante do meu rosto, meus olhos fixos
em uma forma misteriosa que acabou de entrar na sala.
Eu nã o peguei seu rosto porque ele está ziguezagueando entre as
má quinas, mas ele está vestindo calça de moletom cinza e uma regata,
do jeito que uma certa pessoa está sempre vestida quando eu o visito
em seu dormitó rio.
Afastando isso, respiro fundo, me preparando para descer
novamente enquanto meus olhos se estreitam para as tatuagens do cara
em seu braço... A tez morena de sua pele.
Ah, de jeito nenhum…
O cara dá um passo para o lado, revelando um boné dos Yankees
para trá s cobrindo uma juba selvagem de cabelo escuro e um sorriso
perverso.
Eu largo a bola medicinal com um baque.
— Foda-se ...— Eu resmungo, tendo evitado por pouco esmagar meu
pé.
Mas nã o consigo nem pensar nisso agora. Porque o Avi está aqui, na
minha academia, entrando no meu espaço pessoal.
Ele começa a falar, mas minha mú sica está muito alta e nã o consigo
ouvi-lo. Pausando a faixa, eu o encaro, mandíbula tensa irritaçã o de vê-
lo em um lugar que deveria ser um refú gio seguro de suas besteiras.
— Que porra você está fazendo aqui? — Eu assobio, meus olhos
arremessando ao redor para ter certeza de que ninguém está nos
observando. Claro que eles estã o.
Todos os olhos estã o sobre nó s agora.
— Você sabe, eu nunca estive aqui antes? — Avi suspira, sua cabeça
girando enquanto ele entra na academia. Entã o sua sobrancelha se
ergue. — O centro de recreaçã o é muito melhor…
— Cale a boca, — eu lato, e seu rosto lentamente se inclina em
minha direçã o, estreitando o olhar. — Este lugar é apenas para atletas.
Como você entrou aqui, afinal?
— Eu faço parte da equipe. — Ele dá de ombros casualmente, o
sorriso se alargando em um sorriso comedor de merda que me dá
vontade de socá -lo.
— Não ... você não faz,— eu resmungo com firmeza. — Você é o
mascote. Mascotes nã o fazem nada.
Ele zomba.
— Você acha que esses passos de dança simplesmente acontecem?
Passando os dedos pelo cabelo ú mido de suor, fecho os olhos e
respiro fundo, tentando me acalmar antes de explodir.
— Avi... Você precisa ir embora. Você nã o tem nada que estar aqui.
— Eu o prendo com um olhar. — Você malha mesmo? Eu nunca vi isso
acontecer em todos os anos que te conheço...
— Sim, eu malho. — Ele revira os olhos petulantemente. — Eu
simplesmente nã o tenho o há bito de fazer isso na frente de outras
pessoas como se tivesse algo a provar. — Seus lá bios se curvam. — Ou
ficar na frente de um espelho para poder me olhar enquanto levanto.
Meus punhos apertam ao meu lado.
— Nã o estou levantando… estou fazendo agachamento.
— Ooh —, ele cantarola baixinho. — Parece que pode ser divertido
de assistir.
— Porra. Fora, — eu rosno em seu rosto, me aproximando para
mostrar meu ponto de vista. — Eu preciso que você saia agora antes
que eu esmurre seu rosto como um saco de pancadas.
Sua cabeça se inclina, mostrando como ele nã o é afetado por minhas
ameaças. Isso me enfurece, porque a verdade é... Você pode realmente se
sentir intimidado por alguém que deliberadamente tomou sua carga na
bunda?
Um forte arrepio percorre meu corpo com o pensamento, mas me
forço a passar por isso. Isso é irrelevante. Avi nunca teve medo de mim
ou das minhas ameaças. A gente fodendo não tem nada a ver com isso.
No entanto, está tornando ainda mais difícil estar perto dele do que
o normal. Eu simplesmente nã o consigo parar de me lembrar daquele
vídeo... A maneira como parecia quando aquelas duas pessoas juntaram
seus corpos, como se faltassem peças de um quebra-cabeça.
A maneira como ainda posso sentir seus espasmos e tremores
enquanto ele se move dentro de mim...
O olhar em seu rosto quando eu o beijei na mandíbula.
Todo esse esforço se tornou terrivelmente complicado, porque eu
odeio essa pessoa. Juro que sim, mas agora, tenho todas essas
lembranças de fazer coisas com ele que eu... realmente nã o odiei.
Tenho que tirá-lo daqui. Não vou conseguir me concentrar com ele
por perto.
— Por favor, Avi...— eu sussurro com os dentes cerrados. — Apenas
vá .
— Eu nã o posso ir, — ele suspira, batendo a mã o no meu quadril
enquanto se vira. — É dia de perna.
Ele pisca para mim, e eu estou fumegando. Acho que estou ficando
da cor de um tomate de raiva.
Usando minhas melhores habilidades em distraçã o e evitaçã o, volto
ao meu treino, embora o tempo todo eu esteja perfeitamente ciente de
sua presença na sala. E eu sinto que todo mundo também está olhando
para ele, se perguntando por que diabos ele está aqui, o que está me
deixando ainda mais estressado.
Consigo passar pelas pró ximas séries, mas posso sentir Avi do jeito
que você pode sentir uma tempestade em seus ossos; uma dor
persistente que simplesmente nã o vai embora. Meus olhos continuam
se voltando para ele contra a minha vontade, observando-o usar as
mesmas má quinas que eu estava usando. usando, com o mesmo peso e
fazendo isso sem um pingo visível de luta.
Eu nã o entendo como ele está possivelmente em tã o boa forma. Nã o
faz sentido. Por que ele precisa ter um corpo assim? Ele não faz nada.
As ú nicas partes de seu corpo que ele usa sã o as mã os para
desenhar e enrolar articulaçõ es e sua boca gigante para falar merda.
E acho que o pau dele por... Bem, sim.
Nã o há esperança de focar em nada enquanto meu meio-irmã o
idiota está por perto. Especialmente quando ele salta para o meu lado
da sala e começa a fazer levantamento terra a apenas alguns metros de
onde estou me alongando.
— Sua posiçã o está errada, — resmungo, e ele me espia, franzindo a
testa. Reviro os olhos e vou até ele, colocando a mã o na parte inferior
de suas costas. — Você precisa endireitar a coluna ou vai se machucar.
Avi me dá um de seus olhares de corça que ele à s vezes tem quando
está confuso. Isso o faz parecer um personagem de desenho animado,
instalando uma sensaçã o estranha em meu estô mago que estou
escolhendo interpretar como irritaçã o.
Mantendo minha mã o em suas costas, digo a ele:
— Aqui. Tente de novo.
Ele o faz, dobrando os joelhos enquanto eu me inclino um pouco
para manter minha mã o no lugar. Quando ele volta, eu aceno.
— Um pouco melhor. — Eu sorrio. — Eu senti você tremendo... É
muito peso para você aguentar?
Ele pisca para mim e lambe o lá bio.
— Eu nã o acho que foi por isso…
Minhas sobrancelhas se franzem e finalmente percebo que estou
tocando nele. Eu afasto minha mã o rapidamente, dando um passo para
trá s.
— Apenas tenha cuidado. Você pode foder suas costas se nã o fizer
direito.
Os lá bios de Avi se contorcem no canto.
— Você está dizendo que... nã o quer que eu me machuque?
Eu aperto os olhos e faço uma careta.
— Eu nã o ligo.
Ele se aproxima de mim.
— Eu acho que você faz…
— Se você quer se machucar, idiota, eu posso fazer isso acontecer,
— eu rosno para ele, e ele ri.
— Existe o Kyran que todos conhecemos e amamos. — Ele pisca.
Argh. Ele é tão desagradável.
Sinto como se minhas bochechas estivessem corando, e nã o sei por
quê. Meus olhos mergulham brevemente sobre o top solto que ele está
vestindo, o que expõ e os mú sculos em seus lados... Salpicado com tinta.
Brilhando com um pouco de suor. Seu moletom cinza está descansando
baixo em seus quadris, ajustado o suficiente para que eu possa ver a
inclinaçã o de sua bunda...
Lembro-me de segurá -lo... Como era redondo e firme em minhas
mã os.
Minha garganta está repentinamente seca, uma sensaçã o de ná usea
mexendo dentro de mim.
Girando para longe dele rapidamente, eu resmungo:
— Estou fora daqui.
— Espere —, ele chama, e relutantemente paro, espiando-o por
cima do ombro. Ele larga o haltere e pula na minha direçã o. — Você
quer me guiar?
— Nã o, — eu bufo, ignorando o fato de que posso sentir o cheiro
dele; aquele maldito cheiro familiar que nã o consigo identificar.
Ele se aproxima ainda mais e sussurra:
— Nã o seja um bebê.
Está muito quente. Eu tenho que sair daqui.
— Foda-se…— murmuro novamente, me afastando e me agarrando
à hostilidade enquanto saio do giná sio…
Com a sensaçã o distinta de seus olhos na minha bunda.
***
AVI
KYRAN
Tã ã ã o …
Passei a tarde fazendo algo que nunca em um milhã o de anos
poderia ter previsto que faria de bom grado …
Eu me dei um enema.
Ok, antes de me julgar, deixe-me explicar.
Eu estava no Twitter, verificando os comentá rios dos fã s. Engajando,
e assim por diante, a pedido de Avi. Mas entã o minha curiosidade
venceu e comecei a verificar as contas de outros criadores de OnlyFans,
apenas para ver o que eles fazem e como sã o online. Se houver coisas
que talvez eu possa... aprender com elas. Foi como uma pesquisa.
Uma coisa levou a outra, e a pró xima coisa que eu soube foi que caí
em uma toca de coelho gay no Tumblr. De alguma forma, acabei lendo
postagens de gays - especificamente traseiros - que estavam
descrevendo seus ... regimes, por falta de uma palavra melhor que faça
isso parecer menos bizarro.
Nã o quero admitir que ler essas coisas me fez sentir como um
ignorante total..., mas fez. Entã o decidi fazer algumas anotaçõ es
mentais sobre como ter certeza de nunca me envergonhar na frente de
Avi. Porque ele é meu parceiro.
Meu parceiro de negócios, quero dizer. É isso.
Não estou fazendo isso por ele, estou fazendo isso por mim. E os fãs.
Eu escapei para a farmá cia, incó gnito, com um chapéu tã o baixo
sobre o rosto que mal conseguia ver enquanto comprava tudo o que
precisava. Entã o esperei que Guty fosse embora e passei horas no
banheiro, arrumando meu... material rodante, se preferir, e aplicando-
me um enema salino intencional.
Não, não foi bonito, e nã o, não quero discutir mais os detalhes.
Basta dizer que irei para meu pró ximo encontro sexual com meu
meio-irmã o preparado. É tudo parte do estilo de vida, eu acho. E por
estilo de vida, quero dizer o de um criador de conteú do pornô gay.
Nada disso é algo que eu jamais me imaginei fazendo, mas estou
realmente me esforçando ao má ximo para superar os bloqueios e
admitir que gosto de trabalhar com Avi. Quer dizer, os vídeos falam por
si. Sexo com ele é epicamente melhor do que qualquer outro que eu já
tive... E embora eu ainda esteja lutando com o que isso significa
exatamente, para minha identidade, acho que receber grandes quantias
de dinheiro para ter orgasmos incompreensíveis é um motivador
suficiente para eu abafar minhas dú vidas e inseguranças internas da
melhor maneira possível. Por agora.
Fora dos negó cios, as coisas entre mim e Avi ainda estã o um pouco
estranhas, e nã o tenho certeza se algum dia nã o estarã o. Afinal, como
você passa pelos tipos de coisas que vivemos juntos e nã o forma algum
tipo de apego? Ele vê um lado meu que ninguém jamais viu antes, e por
mais que eu queira continuar odiando-o, porque sinto que deveria, nã o
posso evitar que o ressentimento esteja lentamente passando.
Estou começando a sentir que a atençã o dos fã s é apenas um
bô nus... E a verdadeira atençã o que desejo é da ú nica pessoa que
sempre disse a mim mesmo que odiava.
É extremamente preocupante, por vá rias razõ es diferentes, a
principal delas é que isso nunca deveria ser sobre mim e Avi. É suposto
ser sobre dinheiro, puro e simples. Mas na outra noite, nã o me ocorreu
até que eu estava de volta ao meu pró prio dormitó rio, na cama e
tentando desesperadamente adormecer, que estávamos filmando a
coisa toda.
A câ mera poderia nem estar lá .
E isso é um problema. Porque não sou gay e Avi é meu meio-irmã o.
Eu nã o deveria estar fazendo o que tenho feito com ele em primeiro
lugar, mas no segundo em que perdemos de vista por que começamos a
fazer isso, isso se torna um problema muito maior...
Uma mudança de vida.
Nã o quero pensar em confrontar essas coisas. Meu objetivo desde
os 12 anos de idade foi enfiar tudo no chã o. Evitar, distrair, negar. É
assim que eu lido... A ú nica maneira de sobreviver ao interminável
tormento interno conhecido como minha vida.
Acho que nã o consigo conciliar essas duas versõ es completamente
diferentes de mim mesmo...
Algum deles é o meu verdadeiro eu?
Quem sou eu mesmo?
Por mais caó ticos que sejam todos esses pensamentos, eles estã o
apenas aumentando o estresse da minha situaçã o atual. Estou fazendo
uma mala agora, me preparando para ir para casa nas férias.
As férias de Natal devem ser divertidas. Tenho certeza de que a
maioria dos outros alunos está ansiosa para passar as férias com suas
famílias, abrindo presentes, tomando chocolate quente, conversando e
rindo e sendo normal.
Mas eu nã o. Estou cheio de pavor mortal enquanto removo as
roupas da minha mala de viagem e coloco roupas novas. Acabamos de
voltar ontem à noite de um jogo de playoff no Mississippi, onde
derrotamos Ole miss vinte e quatro para dezessete. Foi uma vitó ria
apertada... A defesa deles grudou na gente como cola, e a gente passou
por um triz. Recuso-me a admitir que minha cabeça estava em outro
lugar, mas estava tendo problemas para me concentrar um pouco.
E agora estou sendo forçado a passar uma semana inteira naquela
casa da qual trabalhei duro para escapar, com meu pai miserável, minha
madrasta sofredora e o cara com quem tenho feito sexo gay secreto por
dinheiro, que também passa a ser meu meio-irmã o.
Se alguém tiver um frasco de veneno que gostaria de colocar no bolso
do meu casaco, agora é a hora.
Guty saiu cedo esta manhã para seu voo de volta para Nevada, entã o
estou meio que demorando no dormitó rio. Ainda tenho algumas horas
para matar antes de precisar sair...
Puxando meu telefone do bolso, mesmo sem saber por que estou
fazendo isso, abro minhas mensagens de texto e digito uma nova.
Eu: Ei… Você quer ficar um pouco antes de irmos para casa?
Meu pé está batendo rapidamente no chã o enquanto eu mastigo
meu lá bio inferior, fingindo que nã o estou olhando a tela com o canto
do olho para o momento em que ele lê a mensagem.
Cinco minutos inteiros se passaram e finalmente balanço a cabeça,
me sentindo uma idiota ao abrir o aplicativo Uber. Mas quando estou
prestes a fazer o pedido, uma mensagem de texto é enviada.
Avi: Sim, isso seria legal.
Avi: Venha. E traga hambúrgueres ;)
Revirando os olhos, guardo meu telefone e pego minhas coisas, indo
para a porta. A caminhada até seu dormitó rio leva menos de cinco
minutos, durante os quais estou puxando a gola do meu casaco para
cima em volta do pescoço para evitar o frio. Quando entro e subo até o
andar dele, solto um suspiro antes de bater. Estou me sentindo nervosa
de todas as maneiras enquanto o ouço caminhando até a porta.
Ele a abre, o sorriso exultante desaparecendo de seu rosto quando
ele me vê.
— Por que você está franzindo a testa? — Eu passo por Avi em seu
dormitó rio, e ele fecha a porta atrá s de mim. — Esperando outra
pessoa? — Eu levanto minha sobrancelha para ele enquanto tiro meu
casaco.
— Pedi para você trazer hambú rgueres, mas aqui está você, sem
hambú rguer. — Ele se esgueira ao meu redor para a cozinha com seu
boné virado para trá s e calça de moletom, e eu me forço a nã o gastar
mais um segundo olhando para seu peito nu.
— Eu nã o sou DoorDash, cadela, — resmungo, aceitando o copo que
ele está me oferecendo. — Se você quer hambú rgueres, peça você
mesmo.
— Sempre um raio de sol. — Ele sorri sarcasticamente, e eu dou de
ombros, tomando um gole.
Eu certamente preciso disso para acalmar as corredeiras agitadas
que batem dentro de mim pelo fato de estar aqui novamente.
Acho que está claro que nã o sou o tipo de pessoa que segue o fluxo.
À s vezes eu gostaria de ser, mas nã o sou eu. Eu nã o tenho sido otimista
e fá cil de lidar desde que era criança. Tudo o que faço na minha vida é
cuidadosamente planejado e elaborado para se adequar à imagem de
mim mesmo que criei, para garantir que nunca mais seja pego com a
guarda baixa.
era assim ... Até que comecei a ter relaçõ es gays com meu meio-
irmã o por dinheiro.
E por falar em dinheiro, tem sido enorme. Nó s trouxemos mais do
que o dobro dos ú ltimos dois vídeos do que fizemos nos anteriores. E
tenho que admitir, ser capaz de ver todo o hype em torno de nó s dois
com meus pró prios olhos, em tempo real, prejudicou meu plano
original de cortar essa coisa no segundo em que recebi meus
pagamentos de habitaçã o.
Ceder a esta situaçã o está começando a parecer uma nova má scara
para eu usar. Quando estou sozinho com Avi, sou outra pessoa. Estou
interpretando um papel, e se isso parece real ou nã o é irrelevante. Esta
versã o de Kyran Harbor encontra consolo ao abrir mã o de seu
controle… Só um pouquinho. Apenas o suficiente para distraí-lo da
realidade e do cavernoso abismo de escuridã o interior.
Ele nem é Kyran Harbor... Ele Not__Your__Baby.
— Entã o, eu estava pensando…— Avi diz, mastigando um canudo
vermelho em sua bebida. — Devemos fazer do meu OnlyFans uma
conta conjunta. As pessoas adoram contas de casal. Além disso, nã o
estou mais fazendo conteú do solo, de qualquer maneira.
Estou ouvindo-o, mas meus olhos estã o estreitados na palha da qual
ele agora está mordendo pedaços.
— Isso é um Twizzler10 na sua bebida? — Ele sorri amplamente e
acena com a cabeça. — O que você tem... oito?
— Você está dizendo que nã o é fã do meu capricho infantil? — Ele
sorri.
Eu o encaro por um momento antes de balançar a cabeça. — Você é
um idiota.
Seu rosto se inclina enquanto ele mastiga aquele maldito Twizzler.
— Por que você está tã o tenso?
— Nã o estou tenso...— minto, sentindo-me estú pido por dizer isso,
porque obviamente nã o estou indo muito bem, o estresse de todas as
besteiras da minha vida pesando sobre meus ombros.
— Você quer que eu o ajude a relaxar...? — Seu sorriso se alarga.
Meu estô mago revira por algum motivo, e eu me forço a nã o parecer
afetado por sua oferta... E nã o como se eu estivesse considerando o que
seria apenas um pouquinho.
— Estou bem —, eu bufo.
Ele dá um passo à frente, aproximando-se até que eu possa sentir o
calor saindo de sua pele exposta.
— Mas você sabe que eu sou bom nisso...— Estendendo a mã o, ele
desliza o dedo por um dos passadores do meu jeans, me puxando para
ele.
Eu posso sentir meu rosto corar, mas eu o empurro para baixo e o
empurro para longe.
— Avi, pare de brincar. Vamos apenas... falar de negó cios.
— Mas brincar é problema nosso. — Ele sorri e eu reviro os olhos.
Entregando sua bobagem sem fim, ele suspira. — Tudo bem, caramba.
Para alguém que está tendo uma abundâ ncia de orgasmos de enrolar os
pés, você ainda está terrivelmente tenso.
Ele se move ao meu redor, andando até o sofá e se jogando nele,
enquanto eu fico de pé, tremendo no lugar e tentando
desesperadamente afastar os pensamentos dele me ajudando a relaxar.
Limpando a garganta, termino minha bebida e me junto a ele no
sofá . Ele está com o laptop à sua frente e, quando verifico a tela, vejo
que ele tem duas janelas abertas lado a lado. Seus OnlyFans e seu
Twitter.
Puxando os detalhes de seu perfil OF, ele espia para mim.
— Entã o... conta conjunta. Pensamentos?
Eu concordo.
— Sim. Ó timo. O que você achar melhor.
— Nã o vou mudar tudo, mas vou modificar a descriçã o para refletir
que estamos apenas... colaborando. Juntos. — Ele me dá um olhar
cintilante que espalha um calor bizarro em meu peito.
Mudando da noçã o esmagadora disso, eu limpo minha garganta e
aceno com a cabeça novamente.
— Ok...
— Porque eu nã o estou... colaborando com mais ninguém —, ele
murmura, os olhos passando rapidamente para mim enquanto digita
em seu teclado. —Você está ?
— Nã o ...— eu sussurro. — Eu nem quero fazer isso com você ...
Lembra?
As palavras parecem á cido na minha língua.
Os cílios de Avi tremulam em meu rosto antes que ele responda, —
Certo. Como eu poderia esquecer…
— Eu... eu acho que saiu errado,— eu começo a voltar atrá s.
Mas ele me dá um sorriso que parece um pouco forçado e diz:
— Nã o se preocupe com isso. Eu sei o que você quis dizer.
Minha sobrancelha arqueia.
— Você?
Ele dá de ombros. E agora estou ainda mais confuso.
O que diabos estamos fazendo? Nada disso faz sentido…
Quando estamos sozinhos à noite, brincando com os fã s, parece que
somos outra coisa. Duas pessoas diferentes. Eu gosto da sensaçã o de
ser essas pessoas. Mas entã o eu sinto que nã o deveria, e isso me fode
completamente.
— Aqui. — Sua voz corta meu pensamento preocupante. — Vamos
fazer um post para os fã s. Para deixá -los entusiasmados com a... fusã o.
— Ok...— Eu pisco enquanto ele volta para o computador, digitando
uma nova descriçã o. — Que tipo de postagem?
Avi pega o telefone da mesa, abre a câ mera frontal e aponta para
nó s. Antes que eu possa processar o que ele está fazendo, ele enfia os
dedos no meu queixo e me puxa para a boca. Eu fico meio assustado no
começo, normal ao beijá -lo, porque é tã o diferente...
Acho que em teoria poderia parecer a boca de uma garota... Quente,
com lá bios carnudos e macios como travesseiros macios. Mas ele é mais
dominante do que qualquer garota que já beijei; a maneira como sua
boca avança sobre a minha, como se ele fosse um colono explorando um
novo territó rio e reivindicando-o para si.
Ele também faz essa coisa de morder meu lá bio inferior, mas de uma
forma gentil e eró tica, puxando-o entre os dentes antes de roçá -lo com
a língua e, em seguida, roçá -lo dentro da minha boca para provocar a
minha. Isso me hipnotiza; me deixa em transe, como quando você
segura um gato pela nuca.
Ele beija muito bem, mas nã o acho que posso expressar tais elogios
a ele. Em vez disso, estou apenas tremendo aqui, sob o feitiço de sua
boca, enquanto sua mã o desliza pelo meu peito, polegar sacudindo meu
mamilo através da minha camisa até que eu choramingo.
Eu ouço o som distinto de uma foto sendo tirada, e isso me tira
disso. Meus olhos se abrem quando ele está se afastando, piscando as
pá lpebras encapuzadas para mim.
— Ver? — ele respira, sua voz toda rouca. — O negó cio ainda pode...
ser bom.
O que isso significa?? Estou tão confuso…
Acho que nã o conseguiria falar se tivesse palavras para oferecer.
Entã o, apenas fico sentado em silêncio enquanto ele avalia nossa foto
na tela.
— Ah, isso ficou tã o bom —, ele suspira, quase levianamente, do
jeito que você se animaria com uma ó tima foto de um pô r do sol.
Franzindo os lá bios e mais uma vez ignorando o calor em meu rosto,
verifico a tela. A foto de nó s dois nos beijando traz o mesmo
formigamento que senti enquanto assistia aos nossos vídeos. Parece
uma foto de dois estranhos; um casal.
Uma onda de mal-estar bate no meu estô mago, misturando-se com
a excitaçã o para me deixar meio tonto. Mas Avi nã o é afetado por isso,
como sempre. Ele está apenas brincando com seu telefone, modificando
a imagem para desfocar partes do meu rosto.
Contorcendo-me, consigo evocar algumas palavras como uma
distraçã o.
— Por que você nã o desfoca o rosto?
Ele olha para mim, as feiçõ es ficando sérias.
— Eu nã o tenho certeza…
— Se você tivesse que adivinhar...— Eu continuo.
Ele franze os lá bios, pensando por um momento antes de encolher
os ombros.
— Acho que... gosto da atençã o. Eu gosto deles me bajulando, como
pessoa. E quero dizer, ninguém sabe quem eu realmente sou. Nã o uso
meu nome verdadeiro nem nada.
— Mas se alguém que conhece você vê isso, entã o eles podem
contar à s pessoas, — eu resmungo, girando em pensamentos sú bitos e
terríveis. — Eles podem descobrir que estou nos vídeos com você…
— Eu prometo a você, isso nã o vai acontecer —, diz ele com
confiança.
— Como você sabe disso? — Eu zombo.
— Apenas confie em mim, ok? — Ele estende a mã o, deslizando seus
dedos nos meus.
— Avi...— Minha voz rasteja de dentro da minha garganta. — Por
que você está segurando minha mã o?
Seus lá bios se curvam em um daqueles malditos sorrisos
arrogantes.
— O que está errado…? Isso está deixando você desconfortável? —
Eu faço uma careta e tento arrancar minha mã o da dele, mas ele segura
com mais força. Inclinando-se sobre o meu rosto, ele sussurra:
— Entã o, posso deslizar meu pau para dentro e para fora da sua
bunda, mas segurar a mã o é íntimo demais para você, Kyran?
Chamas ardentes de humildade sobem pelo meu pescoço com suas
palavras, uma forte pulsaçã o acontecendo entre minhas pernas. E ele
está apenas rindo do meu claro desconforto, provocando fú ria em meus
mú sculos.
— Pare de foder comigo, — eu sussurro com os dentes cerrados,
odiando como ele sempre faz isso.
Me irrita e me excita ao mesmo tempo. É uma merda.
Aí está o aborrecimento. E aqui pensei que poderia ter ido embora...
— Mas eu nã o quero parar de foder com você. — Ele respira mais
estrondosamente na minha boca, pairando até que eu estou me
contorcendo para me afastar dele. Ele finalmente solta minha mã o, mas
em vez disso, desliza a dele sobre minha virilha, onde minha ereçã o
está endurecendo rapidamente. — É muito divertido.
— Saia de cima de mim, Avi...— Eu estremeço com a sensaçã o,
querendo lutar contra ele, pelo meu orgulho, mas também perseguindo
desesperadamente a luxú ria dolorida que nã o consigo superar. É
ridículo.
— Eu não sou seu bebê e nã o vim aqui para gravar conteú do…
Mentiras.
— Bem, isso nã o é verdade. — Ele sorri na minha orelha, sacudindo-
a com a língua até eu estremecer.
Mas entã o ele rapidamente se afasta, se afastando de mim e me
deixando deitado no sofá com meu pulso batendo entre minhas pernas.
Foda-se ele.
Sento-me lentamente, girando a cabeça enquanto ele pega seu
laptop.
— Posso te passar a senha do OF se você quiser...
— Nã o é necessá rio, — resmungo, e ele dá de ombros.
— Bem. Mas você precisa se esforçar nisso também.
— Eu estou. Fiz o maldito Twitter e retuitei alguns de seus posts. O
que mais você quer de mim?
Ele me olha de soslaio.
— Você tem que ficar em cima disso. Responda aos comentá rios das
pessoas. Se envolver. É a melhor forma de conseguirmos novos
assinantes.
— Bem.— Reviro os olhos teimosamente.
Inclinando-me para o lado dele, percorro os comentá rios sobre
nosso videoclipe de sexo que ele compartilhou. Tenho a sensaçã o de
que ele está olhando para mim, mas quando olho para ele, seus olhos
estã o na tela.
— Oh meu Deus —, resmungo, parando em um comentá rio de uma
pessoa com o identificador Fister_Jones1002 . — Você viu isso?
Avi ri enquanto eu fico boquiaberto, mortificado com o comentá rio,
que diz:
Fister_Jones1002: O fundo é impressionante. Eu destruiria
essa bunda. *emoji de olho de coração*
Rolando para baixo, eu suspiro com outro extremamente perverso,
de DaddyDom6969 .
DaddyDom6969: Posso te conhecer? Spitroast o loiro ao
meio. *cara piscando*
— Jesus Cristo...— murmuro. — Olha essa merda.
Peteypie7421: Quero dar a vocês dois um *emoji de banho*
dourado
— O que diabos há de errado com essas pessoas? — Balanço a
cabeça, perplexo com o que estou lendo. Existem centenas deles, e eles
parecem ficar mais loucos quanto mais você rola para baixo.
— Sã o pessoas na internet para você. — Avi ri.
— É foda. Quem escreve coisas assim para estranhos?
Ele dá de ombros.
— Por que você está surpreso? É assim que os esquisitos estã o
online. Isso nã o é notícia.
— Sim, bem, acho que é por isso que nã o participo, — eu bufo, ao
que Avi zomba e eu olho para ele.
— Sim, certo! — Ele cacareja. — Você praticamente vive no
Instagram. Sempre postando suas pequenas citaçõ es motivacionais.
Hashtag abençoado —, diz ele zombeteiramente, depois revira os olhos.
— Por favor.
Eu nã o posso evitar como meus lá bios se curvam em um sorriso
astuto.
— Eu nã o sabia que você me seguia…
Ele franze a testa.
— Eu nã o. O idiota nã o para de me mostrar suas merdas, mesmo
que eu nã o me importe.
— Certo. — Meu sorriso se alarga. — Tudo o que você diz, Insta-
stalker.
— Cala a boca —, ele rosna.
Mas agora que sei o quanto isso está afetando ele, nã o há como eu
parar.
Virando-me para encará -lo, murmuro:
— Você publica alguma coisa em sua conta? Ou você fez isso com o
ú nico propó sito de observar secretamente tudo o que eu faço?
— Nã o se iluda. Você nã o é tã o interessante…—, ele murmura,
visivelmente mordendo a parte interna da bochecha enquanto se
concentra na tela do laptop.
Isso é imensamente satisfatório.
— Oh, olhe —, ele muda de assunto. — Aqui está um louco por Jesus
nos dizendo que vamos queimar no inferno por toda a eternidade. —
Ele aponta para a tela enquanto ri.
A diversã o desaparece do meu rosto em um instante e minha boca
fica seca.
Estou achando difícil respirar de repente, mas preciso lutar contra
isso. Nã o posso deixar Avi saber que estou sufocando dentro da minha
pele.
— O-o que... você faria sobre isso? — Eu pergunto, lutando para
soar normal, enquanto abro minha mã o trêmula e olho para a palma da
minha mã o.
Está tudo bem.
Você está aqui e está bem.
Apenas se concentre na voz de Avi.
Está ecoando um pouco enquanto ele divaga sobre bloquear o cara.
Mas eu me agarro a ela e me puxo para fora do buraco em que estou
caindo. Eu agarro com força e agarro meu caminho de volta à superfície.
Ali está a Highland Avenue , penso comigo mesmo, seguindo as
linhas na palma da minha mã o. Eu costumava andar de bicicleta para
cima e para baixo aqui com meus amigos. E, olha, é aquele lugar com a
comida tailandesa realmente ótima.
Lentamente, minha frequência cardíaca se equilibra e minha
respiraçã o se regula. Eu olho para Avi, que ainda está apenas rindo
sobre como as pessoas sã o estú pidas na internet, sem nenhuma ideia
do mini ataque de pâ nico que acabei de lutar.
Eu me pergunto o que ele diria se soubesse... A verdade.
Quando ele percebe que nã o estou rindo com ele, sua cabeça vira na
minha direçã o, as íris como uma névoa profunda brilhando para mim.
— Ky... você está bem?
— Eu... eu estou bem —, murmuro, me forçando a soar confiante.
Você parece um idiota. Ele vai saber que algo está acontecendo.
Rápido. Mude o assunto.
— Nó s realmente devemos ir. — Levantando-me rapidamente, eu
me afasto, indo para o meu telefone na minha bolsa, em uma tentativa
de distraí-lo de como estou sendo cauteloso do nada.
Tenho certeza que ele está olhando para mim. Eu posso sentir isso.
Mas ele nã o diz nada.
Ele simplesmente fecha o laptop e se levanta, vestindo uma camisa
enquanto canta:
— Tudo bem.
Dez minutos depois, estamos do lado de fora, caminhando até a
estrada principal para encontrar nosso motorista do Uber. Nã o posso
deixar de espiar Avi enquanto caminhamos, a bolsa pendurada no
ombro, vestindo seu jeans preto rasgado padrã o e botas pretas. Sua
metade superior é coberta por um casaco preto fofo, com um gorro rosa
choque descansando em cima de seu cabelo desgrenhado.
Nó s realmente nã o poderíamos parecer mais diferentes... Eu com
meu casaco Burberry que meu pai me deu no Natal do ano passado,
botas Tom Ford e meu jeans totalmente intacto. Cabelos claros e pele
pá lida em sua tez morena e fios escuros bagunçados em seus olhos. Ele
até usa luvas sem dedos, exibindo seu esmalte preto sempre lascado.
Mas, por alguma razã o, nossas diferenças nã o estã o me irritando
como normalmente fazem. Neste momento, estou apenas caminhando
ao lado dele, imaginando como é possível que depois de tudo que
fizemos juntos e de quantos anos ele passou na minha vida, eu ainda
nã o sinto que realmente o conheço.
Claro, eu sei o bá sico. As coisas que aprendi ao longo dos anos sobre
ele ser um membro relutante da família. Mas o pró prio Avi Vega… Sua
histó ria, as coisas com as quais ele se importa e sonha, as coisas reais ,
abaixo da superfície… É tudo um mistério para mim.
— Eles disseram que é para começar a nevar mais tarde…— ele diz,
sua respiraçã o visível no ar frio enquanto ele olha para o céu.
Eu apenas aceno com a cabeça para a conversa fiada, minha cabeça
ainda confusa com todos esses pensamentos. Nó s dois ficamos em
silêncio por alguns passos, nada além do som de nossas botas na
calçada batendo em meus ouvidos.
— Entã o... como você se sente sobre o jogo? — Ele fala de novo, e
meus olhos se desviam para a direita.
— Podíamos ter jogado melhor. — Eu dou de ombros. — A defesa
deles nã o era brincadeira.
Ele concorda.
— Mas ainda ... três touchdowns.— Ele faz uma pausa enquanto eu
olho para ele. — Você jogou muito bem, Ky. Você deveria ser menos
duro consigo mesmo.
Meus lá bios se contraem.
— Entã o você está assistindo ativamente todos os jogos agora?
Prestando atençã o no meu desempenho…
Ele revira os olhos e eu rio.
— Eu só quero ter certeza de que você está bem sem mim.
Carrancudo, dou a ele um olhar nada divertido.
— Oh, você quer dizer sua apresentação?
Ele ri, e eu sufoco o sorriso que quer passar.
— Apenas admita… Você adora ter Baldwin por perto para te
animar.
Eu zombo, balançando a cabeça.
— Cara, eu nã o estava mentindo quando disse que você é uma
distraçã o.
— Mhm... acho que sei como posso distrair. — Ele franze os lá bios
sobre um sorriso. E entã o seus dedos roçam os meus.
Eu venho a uma parada rá pida, meu pulso de repente pingando
dentro de mim. Avi olha para mim enquanto meus olhos se movem para
a esquerda e para a direita, certificando-se de que ninguém viu isso.
Nã o há ninguém por perto para ver, e obviamente estou
enlouquecendo por nada, mas nã o posso evitar. Minha pele está ficando
quente e coçando sob minhas roupas.
— Desculpe ...— Avi sussurra. — Foi um acidente.
Eu limpo minha garganta.
— Está tudo bem... tanto faz.— Distraindo-me do jeito que ainda
posso sentir seus dedos nos meus, pego meu telefone para verificar o
aplicativo. —Diz que estará aqui em dois minutos.
— Ok…
Eu posso senti-lo olhando para mim, mas estou muito nervosa para
olhar para cima, entã o eu me ocupo com besteiras no meu telefone até
que o carro pare na estrada.
Nó s dois entramos no banco de trá s, nossas malas descansando aos
nossos pés enquanto o motorista se afasta, levando-nos para casa. O
rá dio está ligado, tocando alguma mú sica da Rihanna em volume baixo
enquanto cruzamos a 93. Olhando pela janela, vejo os prédios
passarem, ouvindo a voz suja cantar sobre o amor no cérebro.
Meu queixo se inclina para a esquerda, movendo lentamente meu
rosto na direçã o de Avi, onde ele mesmo está olhando pela janela. Entã o
ele olha para mim, e eu rapidamente desvio o olhar.
Esquisito. Você está sendo um completo esquisito.
Minha mente está se movendo tã o rá pido quanto o carro pelo resto
da viagem. E quando entramos na garagem da minha casa, os nervos
estã o realmente revirando meu estô mago ferozmente.
As férias têm sido terríveis desde que me lembro. Quando Hannah e
Avi apareceram, elas se tornaram um pouco mais toleráveis, tirando um
pouco do foco do quã o pouco meu pai se importava em comemorar
comigo. Se eu nã o fizer questã o de passar na casa da minha mã e, a
gente nã o se vê. E eu nã o vejo minha irmã há anos neste momento. Ela
opta por nã o voltar para casa, por motivos ó bvios..., mas espero um
telefonema dela amanhã . E apesar de tudo, estou ansioso por isso.
Nã o consigo deixar de me ressentir um pouco de Bridget por me
deixar sozinho com papai. Ela desapareceu quando precisei dela, e é
difícil nã o me sentir magoado e abandonado por causa disso.
Claro, eu entendo porque ela foi embora... eu só queria que ela nã o
tivesse.
A casa está silenciosa, mas há mú sica vindo do escritó rio, entã o Avi
e eu caminhamos por ali, seguindo os sons de um fogo crepitante e
vozes abafadas.
— Meus meninos! — Hannah comemora no segundo em que
colocamos os pés na sala, pulando para nos cumprimentar. Ela se apega
a Avi por muito tempo, beijando seu rosto todo enquanto choraminga:
— Oh, eu senti tanto a sua falta , meu precioso tatala.
— Mã e…— ele resmunga, franzindo o rosto enquanto tenta se
afastar do afeto dela.
Isso me faz rir, porque honestamente, é muito doce e embaraçoso
para ele, o que é divertido.
— Kyran, estou tã o feliz em vê-lo.— Hannah me abraça forte.
Ainda sempre me surpreendo com o carinho, entã o demoro um
momento para retribuir. Mas eu gosto, porque é legal. É bom ser
recebido pela família. Eu realmente não saberia o que é isso...
Quando me afasto do abraço caloroso de Hannah, meus olhos voam
para meu pai, que está parado ali, com um sorriso perfeitamente
indiferente nos lá bios enquanto se aproxima de nó s.
— Bom ver você, filho —, diz ele com firmeza - como sempre - me
dando um abraço de dois segundos com um tapinha severo nas costas.
— Ó timo jogo outro dia. — Entã o ele se vira e murmura: — Avi.
Ele vai apertar o ombro de Avi, que é o má ximo de sentimento que
ele pode esperar de meu pai. Mas Avi se lança sobre ele, abraçando-o
com força suficiente para que meu pai quase caia para trá s. Tenho
certeza de que Avi está fazendo isso de propó sito, para mexer com ele, o
que me faz conter o riso.
— Garotos, vou fazer um assado para o jantar de amanhã , —
Hannah diz enquanto se aninha no sofá . Meu pai se senta na outra
ponta. — Entã o pensamos em pedir comida para viagem hoje à noite.
— Chinês??— Avi engasga animadamente, ao que Hannah sorri e
acena com a cabeça. — Doce. — Minhas sobrancelhas franzem para ele,
e ele explica: — É nossa tradiçã o de Chrismakkah.
— Certo...— Eu rio. — Eu esqueci sobre Chrismakkah.
Fiquei sabendo disso durante o primeiro Natal que Avi e Hannah
passaram comigo e com papai. É uma tradiçã o da família Vega celebrar
o Natal e o Hanukkah, já que Avi é meio judeu.
— Como você pode esquecer o Chrismakkah? — Ele finge
indignaçã o. — É a batalha épica entre Jesus e Moisés! — Ele gargalha ao
ver a expressã o de horror no rosto de meu pai. — Estou brincando. Nã o
é uma batalha. Sã o apenas sete dias divertidos, até o oitavo dia
superdivertido . Que este ano, por acaso, também cai no dia de Natal.
— Conveniente, — Hannah brinca com um sorriso malicioso.
— Tudo bem, bem... vou trazer minhas coisas para cima —,
murmuro.
— Ah, sim. Boa ideia — diz Avi, seguindo-me até as escadas.
— Vamos comer em cerca de uma hora! — Hannah nos chama.
Entrando no meu antigo quarto, expiro lentamente, olhando em
volta. É exatamente o mesmo que deixei, mas, por algum motivo, parece
diferente. Nã o sei se é porque mudei... ou porque nunca me senti
realmente eu morando neste quarto.
Não vai ser como era...
Jogo a bolsa no chã o, tiro o casaco e as botas, tentando me sentir
confortável, quando na verdade estou apenas ansioso. Estar perto do
meu pai é sempre tenso, mas nas férias aumenta muito a pressã o... Para
eu me sentir um filho melhor do que sou. Constantemente perseguindo
sua aprovaçã o e sabendo que nunca vou conseguir.
Sentando na minha cama, eu caio de costas, olhando para o teto.
Ainda me lembro vagamente de como eram as férias antes de nossa
família se separar…
Nã o foi perfeito... Nem perto. Mas ainda assim, era melhor do que
isso. Filmes de Natal, decorando a á rvore e bebendo gemada perto do
fogo. Bridget e eu descíamos as escadas ao raiar do dia e gritávamos
sobre todos os presentes em todos os lugares, e o prato de biscoitos
com uma mordida do Papai Noel. Houve alegria honesta com Deus .
E entã o tudo mudou.
Algumas palavras estremecidas de lábios aterrorizados derrubaram
toda a família Harbor.
Uma batida na minha porta me tira de uma nostalgia angustiada.
— Ei…
Levantando a cabeça, encontro Avi entrando na sala, com as mã os
enfiadas nos bolsos. Ele trota e se joga na minha cama bem ao meu lado
e, pela primeira vez, nã o tento ativamente fugir dele.
Talvez eu esteja muito cansado... Emocionalmente esgotado pelo
simples ato de estar aqui, e todas as memó rias de merda que sempre
parecem se ligar a este feriado estú pido. Mas agora, quase me sinto
inclinado para mais perto dele. Pendurado em sua proximidade, como a
ú nica coisa em minha vida que me distrai totalmente do caos que
minha mente nã o pode controlar.
Avi se deita de costas ao meu lado. E nó s dois apenas olhamos para
o teto, lado a lado, respirando respiraçõ es silenciosas que parecem
muito mais calmos do que estavam um momento atrá s. A sensaçã o de
seus dedos se movendo me alerta de quã o perto eles estã o dos meus. E
entã o os meus se movem, contraindo-se sutilmente até tocarem os dele.
Eu o ouço soltar uma expiraçã o, e a pró xima coisa que eu sei, seus
dedos estã o traçando os meus, gradualmente subindo e descendo.
A sensaçã o bate no meu peito e faz có cegas no meu estô mago, mas
eu nã o... eu nã o odeio isso.
Agarrando-me a isso, e a esse sentimento que nã o quero perder, nã o
importa o quã o confuso seja, enfio a minha na dele, pegando sua mã o
direita na minha esquerda. Estamos de mãos dadas, e isso é bom . Sua
mã o é quente e grande; do mesmo tamanho que o meu. Eu gosto disso…
Eu gosto das mãos dele.
O rosto de Avi se vira e, por mais nervoso que eu esteja para que ele
veja o ó bvio rubor em minhas bochechas, mudo o meu em sua direçã o.
Nossos olhos se encontram, dois lugares muito diferentes no espectro
de cores, embalando um ao outro, quase intimamente.
— Eu quero te mostrar uma coisa —, ele sussurra, os lá bios se
curvando sutilmente.
Sobrancelhas levantadas, pisco para ele enquanto ele enfia a mã o
esquerda no bolso, tirando algum tipo de anel de borracha. Ele joga
para mim, e cai no meu estô mago. Pegando-o com a mã o livre, eu o
examino de perto.
— O que diabos é isso? — Eu resmungo, e ele ri.
— É um anel peniano. — Eu atiro a ele um olhar escandalizado, e ele
ri ainda mais. — Um presente de um dos nossos fã s.
Eu observo o anel por um momento, tantas coisas variadas saltando
dentro do meu crâ nio. Mas a primeira pergunta que sai da minha boca
é:
— Você deu seu endereço a um estranho na internet?
Avi bufa, seu peito roncando através de suas risadas.
— Eu dei a eles o endereço de Frankie.
— Isso nã o torna exatamente melhor —, eu suspiro. — E se essa
pessoa aparecer na casa dela?
— Eu nã o dei o nú mero do apartamento dela nem nada, — ele
suspira. —Além disso, o prédio dela é muito seguro. Ela disse que
estava tudo bem.
A ú nica outra palavra que consigo pensar em pronunciar é:
— Por que...?
Ele sorri, encolhendo os ombros.
— Ele queria nos enviar algo para o Natal. Eu pensei que era doce.
— Doce... ou assustador? — murmuro, apertando a borracha entre
os dedos.
Ele rola para que todo o seu corpo fique de frente para mim.
— Você viu os DMs dessas pessoas, Ky. Eles estã o apaixonados por
nó s.— Eu pisco para ele. — E, a propó sito, nã o é o ú nico presente que
recebemos. É apenas o ú nico que eu poderia... trazer comigo.
Meu queixo nã o consegue parar de girar, pasmo com o que ele está
me dizendo, enquanto ele continua a rir baixinho.
— Acho que realmente conseguimos, hein? — murmuro
sarcasticamente, embora nã o possa deixar de me sentir lisonjeado por
isso...
Pessoas que nos enviam presentes porque gostam tanto do que
fazemos que querem se sentir parte disso. Claro, é principalmente
sexual, mas ainda assim. Se aprendi alguma coisa nos ú ltimos meses, é
que quer você admita ou nã o, o sexo é uma grande parte da vida
humana. É uma conexão de vá rias maneiras.
Até... química desinibida que aparece quando você menos espera.
A pervinca dos olhos de Avi cai em meus lá bios, e de repente estou
muito mais quente.
— Eu quero beijar você, Kyran, — ele diz baixinho, seus dedos
apertando os meus.
Instintivamente, meus olhos se voltam para a porta do meu quarto,
que está aberta.
— Você nã o deveria…
— Eu realmente quero ...— ele murmura.
— Mas nã o é...— Minha voz fica presa na minha garganta, e eu a
limpo, baixando para um sussurro. — Nã o é uma boa ideia.
— Por que nã o? — Ele se aproxima de mim.
— Porque…
Eu nã o consigo nem pensar. Minha mente ficou completamente em
branco e tudo o que posso sentir é uma necessidade quente e latejante,
vazando de meus poros como um feromô nio.
Avi toca meu peito, arrastando seus dedos perigosamente perto de
onde meu coraçã o está voando como um louco.
— Por que desta vez, Ky? Dê-me um bom motivo, nã o uma de suas
desculpas de merda.
Engolindo a saliva que enchia minha boca, meus olhos deixaram os
dele por mais um segundo para espiar a porta.
— Porque nossos pais estã o lá embaixo.
Ele cantarola um som profundo e estrondoso, e agora é tudo o que
posso ouvir quando sua mã o chega ao meu queixo.
— Entã o acho que teremos que ficar bem quietos.
Ele me puxa para sua boca e, para minha pró pria surpresa, eu
desisto, curvando meu corpo ao dele enquanto seus lá bios selam os
meus. É hipnó tico, o jeito que ele me beija; vertiginoso, como se eu
estivesse parado na beira de algum lugar alto do chã o.
Seu beijo é de altitude, levantando-me além do meu centro de
gravidade normal.
Nossas respiraçõ es compartilhadas sã o o vento, correndo em
suspiros e gemidos... E suas mã os me agarrando e me puxando para
mais perto sã o o que me impede de flutuar para longe.
Ele está me beijando, e eu estou voando.
Mas estou com tanto medo de cair que nã o consigo parar de tremer.
— Avi...— murmuro entre as chupadas, lambidas e mordidas febris,
minhas mã os em seu peito enquanto ele se acomoda em cima de mim.
— Mmm...— Ele aperta seus quadris nos meus, minhas pernas se
abrindo para ele como um reflexo.
— Devemos... fechar a... porta. — Minhas palavras saem quebradas e
roucas pela excitaçã o que ele está arrancando de mim; o domínio
esmagador, mas surpreendentemente eró tico em seus lá bios, seus
dentes, sua língua, suas mã os... todos trabalhando juntos para me
acalmar e me transformar em um gatinho subjugado.
— Nã o me faça parar, — ele rosna com meu queixo em uma mã o
enquanto a outra desliza para dentro da minha camisa. — Eu nã o quero
deixar seus lá bios perfeitos nem por um segundo…
— Eu sei —, eu sussurro em sua boca, cantarolando quando seus
dedos provocam meu mamilo. — Mas, por favor... Apenas feche. Por
mim?
Avi ergue seus lá bios dos meus, respirando pesadamente como se
estivesse tentando encontrar o caminho de volta à terra enquanto ele
acena. Saindo de cima de mim e da cama, ele tropeça para fechar a
porta com cuidado, trancando-a com um clique. Ele se vira para me
encarar, mordendo o lá bio, prendendo-me com um olhar que faz
minhas bolas latejarem e o sangue correr para meu pau tã o rá pido que
me sinto tonto.
Passeando, ele levanta a camisa sobre a cabeça, jogando-a enquanto
cai na cama de joelhos, rastejando de volta sobre mim como se fosse
onde ele deveria estar. Parece que estamos magnetizados um pelo outro
e estou tã o nervoso quanto excitado por isso.
Por que isso parece tão bom...? E por que isso acontece tão facilmente
quanto respirar?
Ele pressiona mais alguns beijos lentos na minha boca, agarrando a
bainha da minha camisa e puxando-a lentamente para revelar meu
torso.
— Braços para cima, — ele ordena suavemente, e eu obedeço,
levantando meus braços sobre minha cabeça para que ele possa
remover minha camisa.
— Você acha que eles vã o notar...? — Murmuro enquanto ele beija
minha garganta, arrastando seus lá bios ao longo do meu peito. — Que
nó s dois desaparecemos aqui juntos em vez de passar o tempo com
eles?
— Acho que nenhum deles espera que você queira se socializar.—
Ele beija uma das marcas roxas que deixou em mim na outra noite.
— O que isso deveria significar? — Eu olho para ele, estreitando
meu olhar encapuzado. — E obrigado novamente por isso. Tive que
mentir e dizer que eram da Lexi. Avi ri, chupando e me mordendo um
pouco mais até que eu o agarro pelos cabelos. — Sem mais chupõ es…
— Mmm... mas você os usa tã o bem.— Ele passa a língua sobre meu
mamilo enquanto trabalha para desabotoar minha calça.
É incrível. Honestamente, eu nã o posso nem me forçar a ficar
chateado com a estranheza de estar coberto de hematomas de boca na
frente de todos os meus companheiros de equipe enquanto ele está me
chupando assim.
— E mal sabem eles, essas marquinhas sensuais sã o do seu meio-
irmão ...— Ele respira palavras quentes e ilustres na minha pele, me
fazendo estremecer. — O que nossos pais diriam... se nos encontrassem
assim?
Ele empurra minha calça e cueca para baixo, o suficiente para que
metade do meu pau fique exposto. E estou respirando pesadamente,
queimando com a pressa de suas palavras. Porque ele está certo… é
proibido o que estamos fazendo. Deixá -lo brincar comigo, com nossos
pais lá embaixo. Eu nã o posso nem evitar o quanto isso faz meu pau
chorar.
Avi abre suas pró prias calças, puxando seu pau para fora e dando
alguns puxõ es enquanto abaixa o meu ainda mais, trazendo-o para
baixo das minhas pernas até que eu fique nu. Ele tira o celular do bolso,
liga a câ mera e me entrega.
— Capture este momento, lindo, — ele murmura, acariciando
minhas bolas com os lá bios, beijando-as antes de passar a língua por
toda a extensã o do meu pau.
— Ohh ... porra, sim...— Minha cabeça cai para trá s, levantando os
quadris para sua boca faminta enquanto ele me suga, fazendo aquela
coisa que eu amo quando ele provoca a pele ao redor da minha cabeça
com a língua.
Mas entã o me lembro do telefone na minha mã o e espio a tela,
mirando para obter o â ngulo perfeito de seu cabelo escuro, balançando
para cima e para baixo em mim. Eu escovo meus dedos pelas mechas,
puxando suavemente em meu punho enquanto o gravo chupando meu
pau, lenta e profundamente, seus deliciosos lá bios rosa esticados ao
redor da minha cintura, deslizando para cima e para baixo.
— Você me chupa melhor do que ninguém…— eu sussurro, e ele
geme, vibraçõ es retumbando em meu eixo dentro de sua boca molhada.
— Nã o deveríamos estar fazendo isso... nã o é?
Ele balança a cabeça, saliva escorrendo pelos lados do meu pau
enquanto ele desliza para cima, liberando-me com um estalo.
— Se eles soubessem o que eu estou fazendo com você aqui em
cima...
— Foda-se ...— Minha cabeça inclina para trá s novamente enquanto
ele beija minha pélvis, chupando minhas bolas com força, em seguida,
movendo-se para morder a parte interna das minhas coxas.
— Você adora, nã o é? — Sua voz é profunda e rouca, nadando em
meus ouvidos enquanto ele agarra minhas coxas em suas mã os, abrindo
minhas pernas com força e colocando seu rosto no meio. — Mantendo
este segredinho sujo... Deixar seu meio-irmã o contaminá -lo com nossos
pais lá embaixo...
Minha cabeça se move sozinha em um aceno, porque sim. Sim, eu
certamente amo isso, apesar do que isso significa para mim. Nã o
consigo encontrar forças para guerrear contra algo que parece tã o bom;
trocando minha angú stia infinita por um prazer inebriante.
Sua língua desliza ao longo do espaço entre minhas bolas e minha
bunda, cutucando provocativamente entre minhas bochechas enquanto
eu estremeço.
Mas ele faz uma pausa, e meus olhos se abrem para encontrá -lo
olhando para mim.
— Você se preparou?
Calor corre para o meu rosto enquanto eu mordo meu lá bio e aceno.
Os cílios escuros de Avi vibram por um momento, e ele geme:
— Isso é tã o fodidamente quente, baby... Você estava pensando
sobre o quanto você quer minha boca aqui embaixo...?
Eu aceno mais rá pido, engolindo em seco a palavra
— Sim.
Ele se senta com um grunhido, arrancando o telefone de mim.
— Curve-se na beirada da cama.
— O-o quê? — Eu suspiro, piscando para ele, atordoado.
— Eu quero comer você até você gozar —, ele respira, deslizando
para fora da cama de joelhos. — Assim.
— Você pode... realmente fazer isso? — Meu coraçã o salta
descontroladamente no meu peito enquanto me afasto dele, deixando
cair meus pés no chã o e colocando minha metade superior sobre a
cama.
— Eu nunca tentei...— Ele passa as mã os na parte de trá s das
minhas coxas, segurando minha bunda com força enquanto eu gemo. —
Você quer gozar com a minha língua na sua bunda, Kyran?
Meu pau vaza um pulso pesado de pré-sêmen na cama enquanto eu
respiro, — Sim ... isso parece ... divertido.
Ele ri sedutoramente, abrindo-me enquanto eu ronrono com a
sensaçã o de estar em exibiçã o e à sua mercê imunda.
— Eu pegaria aquele travesseiro. — Seu há lito quente faz có cegas
em minha carne ansiosa. — Você pode precisar de algo para gritar …
É desconcertante o quanto eu quero isso agora. Eu nunca pensei que
poderia ficar tã o excitado, curvado sobre uma cama com Avi olhando
para o meu cu, mas nã o posso nem fingir que nã o estou desmoronando
em antecipaçã o.
Seus lá bios dançam na parte de trá s das minhas coxas enquanto ele
pressiona beijos suaves por todo o meu rosto, rastejando cada vez mais
perto da fenda da minha bunda. Provocando, construindo a excitaçã o,
de modo que quando ele finalmente afunda a boca no meio, eu já estou
gemendo irregularmente.
— Shh... Quieto, baby —, ele sussurra com uma vibraçã o de sua
língua sobre o meu buraco.
Deus, parece insano. Nã o acredito que perdi algo tã o sujo e delicioso.
Se eu soubesse como é bom, teria deixado todo mundo comer minha
bunda.
Mas estou feliz que Avi está fazendo isso... Porque ele é muito bom.
Ele diz que nunca fez isso antes, mas deve gostar muito, do jeito que
está usando toda a língua para me lamber como se fosse uma casquinha
de sorvete. Eu sinto seus grunhidos e rosnados vibrando em mim
enquanto ele chupa minha boca, beijando-a repetidamente enquanto eu
bato meu rosto na cama.
— Maldiçã o, isso é tã o bom...— murmuro no edredom, contorcendo
meus quadris contra seu rosto. — F-fodaa sim ... Enfie-o dentro.
— Assim? — Ele enfia a língua no meu buraco, forçando o mais
fundo que pode.
— Ohh … oh sim. Assim... isso, — eu suspiro, incapaz de controlar
meu volume quando algo tã o escorregadio está empurrando dentro de
mim, girando enquanto seus lá bios macios roçam minha carne sensível
e enrugada.
— Kyran... Você tem que ficar quieto. — Ele agarra minha bunda em
suas mã os. — Nossos pais vã o ouvir você.
— Foda-se, — eu choramingo, meu pau latejando com a verdade em
suas palavras.
Está errado … tã o travesso, pecaminoso, sujo, safado, fodidamente
gostoso.
Agarrando o travesseiro, enfio meu rosto nele para abafar meus
gritos.
— Você quer que eles subam e nos encontrem...?— ele canta,
atacando minha bunda com lambidas fortes, deslizando a língua para
dentro e depois puxando para fora. — Você quer que eles ouçam o
quanto você ama seu meio-irmã o comendo seu buraquinho quente e
apertado…
— Avi ... foda-se sim. Me coma pra caralho ... — lamento, mordendo
o travesseiro enquanto ele usa toda a boca para beijar meu cu do jeito
que faz com meu rosto.
Está bem molhado. Eu posso sentir a saliva escorrendo pelas
minhas bolas, e meu pau está tã o duro que está batendo
agressivamente na cama enquanto eu balanço meus quadris para frente
e para trá s, cavalgando sua boca, implorando por mais como um
demô nio.
— Você é tã o doce, baby —, ele respira, desencadeado em seu
devorar. Ele está faminto por isso, fodendo violentamente sua língua em
mim. — Quente e ú mido e delicioso para mim…
Porra... porra porra porra, puta merda... acho que vou mesmo gozar...
Moendo meu pau na cama o mais forte que posso, estou
perseguindo a doce fricçã o, encostando-me em seu rosto. Eu sinto Avi
se masturbando, seu braço batendo contra a minha perna enquanto ele
se bate com força, me chicoteando e me chupando até eu ficar com os
olhos vesgos.
— É isso aí, baby...— ele geme. — Monte minha língua. Me mostre o
quanto você quer isso…
— Eu quero...— Eu soluço roucamente no travesseiro, mordendo-o
para nã o gritar. Meus dedos estã o cavando no colchã o enquanto eu
balanço minha bunda em sua língua, meu pau doendo e pronto para
entrar em erupçã o. — Eu quero gozar, Avi… Deus, me faça gozar…
— Vou fazer você gozar com tanta força, sua putinha sexy, — ele
rosna. —Venha para mim, Kyran. Vem na minha boca…
Meu corpo está enrolado como um elá stico enrolado muitas vezes
em volta do meu punho. Estou prestes a explodir, enfiando minha
bunda em sua boca até que o mundo escureça e eu trema...
— Eu estou indo… P-porraaa sim!
Estremecendo até o â mago, eu desmorono em um orgasmo de partir
a alma, lá grimas escorrendo dos meus olhos enquanto meu pau
dispara, espalhando esperma por toda a cama.
— Shhh... Isso é tã o bom, baby...— ele ronrona. — Venha tão doce
para mim...
Eu monto, ordenhando o sêmen do meu pau com meus quadris
esmagando contra o edredom, chorando bobagens ininteligíveis no
travesseiro.
— Avi... Avi Avi Avi ... eu sou... seu... eu sou seu.
Felizmente, acho que ele nã o consegue entender o que estou
dizendo, porque é muito louco. Mas nã o consigo parar. Tudo ao meu
redor está desmoronando, e é muito intenso...
— Eu amo como você me faz gozar... ba...— Eu mastigo no
travesseiro rá pido para me calar.
As lambidas e beijos desenfreados de Avi diminuem, e ele puxa o
rosto da minha bunda, me empurrando para cima da cama. Eu me
aninho, zumbindo enquanto ele rasteja sobre mim, montando na minha
cintura. Ele ainda está usando as calças, mas elas estã o abaixadas em
torno de suas coxas, o pau enrolado em seu punho enquanto ele o
acaricia rá pido, bombeando para cima e para baixo, segurando a
câ mera para gravar.
— Eu vou gozar em cima de você, lindo. — Seus olhos estã o
semicerrados, o lá bio inferior entre os dentes enquanto ele se mexe
cada vez mais forte.
— Venha em mim ...— Eu imploro em um sussurro, inclinando
minha cabeça para trá s, esperando sua carga quente.
— Você quer isso?
— Eu quero...— Meu peito treme. Eu sou todo sensaçã o agora,
minha pele pegajosa corada, mamilos pontiagudos e doloridos com o
desejo de ser embebido em seu orgasmo. — Me cubra de esperma,
baby…
Meus olhos se abrem. Porra, o que eu acabei de dizer??
Os olhos de Avi se arregalam. Seus lá bios se abrem e um gemido
desesperado os deixa antes que sua cabeça caia para trá s, e ele geme:
— Foda-se... foda-me, Kyran, Jesus...
Nã o tenho tempo para ficar horrorizado com o que acabei de
chamá -lo, porque estou sendo pulverizado por pulsos quentes e
escorregadios, atingindo meu peito, meu pescoço, meu queixo.
A mã o de Avi diminui a velocidade e ele ordenha até a ú ltima gota,
mastigando o lá bio para se manter quieto. Neste ponto, nã o tenho ideia
de quã o barulhentos estamos sendo. Pelo que sei, poderíamos estar
gritando... Meu sangue está correndo muito alto em meus ouvidos para
eu perceber.
Engolindo em seco, eu olho para os respingos molhados e sedosos
em cima de mim, lambendo meu lá bio e provando um pouco dele
também. Nossos olhos se encontram, e Avi se move para cima para
enfiar seu pau na minha boca. Eu pego com um grunhido, chupando-o
avidamente, tirando o sabor salgado da minha boca e engolindo de
volta.
Seus dedos penetram em meu cabelo, me acariciando, segurando
minha cabeça enquanto eu me perco em chupá -lo, balançando em seu
pau até que comece a amolecer na minha língua.
Ele puxa lentamente com uma respiraçã o trêmula, arrastando a
cabeça inchada sobre meus lá bios e pelo meu queixo. Entã o ele cai em
cima de mim, jogando o telefone longe enquanto beija minha boca.
Chupando meus lá bios, ele provoca minha língua com a dele, provando
a si mesmo.
Meu cérebro é uma massa embaralhada de está tica, a névoa sexual
em que estamos entrando enchendo a sala enquanto meus dedos se
enredam em seu cabelo e eu seguro seus lá bios nos meus. Mantendo-
nos perdidos o má ximo que puder até que isso passe.
Avi abre a boca, mas apenas para beijar meu peito e sugar seu
esperma dos meus mamilos. A sensaçã o desperta meu pau, mas estou
momentaneamente paralisado.
Cada vez que estamos juntos, fica mais profundo. Mais intenso, mais
impressionante, mais... lindo.
Mais assustador.
— Você me chamou de baby ...— ele sussurra, e eu gemo, cobrindo
meu rosto com as mã os para me esconder da merda sem fim que ele
está prestes a me dar sobre aquele deslize. Ele ri, envolvendo os braços
em volta da minha cintura, deixando beijos naquele ponto sensível ao
lado da minha orelha. — E você disse que é meu.
— Avi... Por favor, cale a boca —, eu lamento. — Foi um acidente. Eu
fui pego no momento.
— Ok, claro...— Há um sorriso exultante em sua voz, e eu me recuso
a admitir que isso faz coisas para o meu estô mago... Coisas trêmulas. —
O que quer que você diga, rabugento. Mas eu quero que você saiba que
eu nã o sou uma garota ,— ele brinca, e eu nã o consigo parar a risada
que sai de mim. —Eu sou um homem. E os homens nã o permitem que
outros homens os chamem de baby.
— Você é tã o irritante, — resmungo enquanto ele se senta, jogando
seu cabelo bagunçado para o lado.
— Nã o posso deixar de notar que você nã o surta quando seu amigo
Guty te chama de baby ou sexy. — Ele estreita seu olhar para mim, e eu
espelho o olhar.
— Isso é porque ele nã o está fazendo isso de uma maneira
româ ntica, meio carinhosa —, eu bufo. — É assim que ele é. Ele chama
todo mundo de coisas assim.
Ele franze os lá bios.
— Tem certeza…?
Minha cabeça se inclina e noto algo em suas feiçõ es que nã o é
exatamente brincadeira. Ele parece um pouco sério... talvez até...
ciumento.
Ele está com ciúmes de Guty? Por que ele estaria? Eu nunca fiquei com
Guty. Ele é apenas meu amigo e é hétero.
Meu estô mago revira enquanto engulo. E eu também…
Eu me aproximo de Avi.
— Você sabe que eu nunca... fiquei com nenhum outro cara... Certo?
Ele morde o lá bio por um segundo.
— Eu faço agora.
— Você já ? — Minhas entranhas se contraem como se estivessem se
preparando para um duro golpe.
Mas ele balança a cabeça e sussurra:
— Nã o.
Soltando uma expiraçã o secreta, eu aceno. E nó s dois apenas
olhamos um para o outro por algumas respiraçõ es pesadas de silêncio
tenso.
— Isso faz você feliz? — ele pergunta baixinho.
Sim.
— Nã o. Quer dizer, eu nã o me importo ...— resmungo. — Eu nã o vou
ficar com outros caras… porque isso é apenas sobre… o dinheiro. — Eu
engulo as palavras. Seus olhos estã o arregalados quando eu murmuro,
— Certo?
Avi fica em silêncio por mais alguns segundos ensurdecedores,
durante os quais posso sentir o ar na sala, como uma chuva torrencial
caindo sobre nó s. Nã o sei o que isso significa. Tudo o que sei é que nã o
parece mais uma discussã o de negó cios...
É mesmo para os fãs??
Ele se livra de algo, finalmente murmurando:
— Sim. Claro.
Meus lá bios se abrem, mas ele pula da cama antes que eu possa
dizer qualquer coisa, correndo em direçã o ao banheiro e gritando:
— Eu só vou me limpar bem rá pido, entã o você pode tomar um
banho. Ou o que você quiser fazer…
— Ok ...— murmuro.
E assim que a porta do banheiro se fecha, eu caio de costas, olhando
para o teto mais uma vez.
Este quarto é exatamente o mesmo…
Mas eu nã o sou. Nem mesmo perto.
CAPÍTULO VINTE
KYRAN
***
***
AVI
AVI
Sair da festa de ano novo de Frankie provou ser mais difícil do que eu
esperava.
Foi uma festa muito divertida, como costumam ser, e todos os
nossos amigos estavam lá . Eu sabia que nã o seria fá cil escapar antes da
contagem regressiva para a meia-noite, e é por isso que planejei fazer
uma saída nã o detectada.
Eu causaria uma distraçã o, e enquanto todos estavam focados nisso,
eu escaparia pela porta e correria de volta para o meu dormitó rio para
encontrar Kyran para que pudéssemos nos beijar à meia-noite.
Porque realmente, é disso que se trata, certo? É por isso que ele
queria vir antes da meia-noite... Para que pudéssemos fazer o que nã o
poderíamos fazer na frente das pessoas em nossas respectivas festas.
Estou começando a me perguntar se isso seria tã o ruim. Eu
certamente nunca dei a mínima para o que as pessoas pensam sobre
mim... Então e se eles me virem beijando meu meio-irmão? Será que é
realmente de um grande negócio?
E se tivermos sentimentos um pelo outro? Devemos apenas afastá -
los e esquecê-los porque a sociedade pode achar isso um pouco
estranho?
O problema é que eu estaria disposto a aceitar esse tipo de crítica
das pessoas por Kyran. Nesta conjuntura de nosso relacionamento
bizarro e confuso, estou aceitando a ideia de decepcionar e deixar as
pessoas estranhas por ele, porque me importo mais com a sensaçã o de
estar com ele do que com um milhã o de zombarias e reviravoltas.
Mas eu nã o acho que Kyran está no mesmo lugar, e isso está
mastigando pedaços do meu coraçã o nas ú ltimas vinte e quatro horas
como uma bactéria sá dica carnívora.
Kyran está confuso sobre sua sexualidade. Acrescente a isso o fato
de que ele está no centro das atençõ es, sendo o zagueiro de um time de
futebol prestes a trazer para casa um campeonato importante este ano,
que sem dú vida será olhado pela NFL na pró xima temporada, nã o tenho
certeza se sairá como um cara que está tendo um relacionamento com
seu meio-irmã o é algo que ele está aproveitando a chance para fazer em
breve.
É meio chato, mas essa é a situaçã o em que nos encontramos. Entã o,
esses pequenos momentos, como fugir para beijar à meia-noite, estã o
se tornando cada vez mais importantes.
Meia hora atrá s, desafiei Micah a dar um tiro no umbigo de Frankie,
o que achei que serviria como a distraçã o perfeita para irritar todo
mundo, mantendo toda a atençã o nos dois por tempo suficiente para eu
escapar.
E estava realmente funcionando. Até que Zeb me viu, aquele
exuberante falador, e gritou:
— Ei, Avi, onde você está indo?!
Fiz uma pausa com a mã o na maçaneta, fechando os olhos enquanto
toda a excitaçã o se esvaía do meu corpo. Tão perto.
Ele e Bea cambalearam até mim, enquanto, do outro lado da sala,
Frankie estava sentado, lançando-me um olhar muito suspeito.
— Eu, uh... só preciso de um pouco de ar fresco, — eu menti,
fingindo estar tonta e bêbada, quando na verdade, a ú nica sensaçã o real
que eu estava sentindo era mais como uma retirada para um certo
conjunto de lá bios. — Eu posso vomitar.
— Oh nã o! — Bea gritou de angú stia, agarrando-me pelo braço e me
puxando para o banheiro. — Venha comigo. Vou pegar um pouco de
á gua e massagear suas costas.
— Nã o... Nã o, estou bem .— Eu tentei me puxar para longe dela. —
Eu só preciso ir...
— O que há de errado com ele? — Micah perguntou, correndo com
Frankie em seu encalço.
— Foda-me ...— eu murmurei baixinho, esfregando os olhos.
— Ele está passando mal —, Bea soluçou, passando os dedos pelo
meu cabelo.
— Nã o vomite nos meus sapatos! — Zeb gritou, lançando-se para
longe de mim.
— Isso está certo? — Frankie cruzou os braços sobre o peito,
estreitando o olhar para mim. — Você está passando mal, Aviel?
Estava claro que ela nã o estava engolindo meu ardil, mas eu quase
nã o me importava mais. Eram onze e quinze e eu ainda precisava voltar
para o campus se quisesse chegar a Kyran à meia-noite. Pelo que eu
sabia, ele já poderia estar lá , esperando por mim do lado de fora e
pensando que eu o abandonei.
Foda-se isso. Eu sabia que deveria ter dado a ele minha chave.
— Gente, está tudo bem. Realmente. — Finalmente me livrei do
aperto de Bea, cambaleando de volta para a porta. — Eu só preciso de
um pouco de ar. Eu volto já .
Tirando meu telefone do bolso enquanto abria a porta, encontrei
uma mensagem de cinco minutos antes.
Kyran: Estou aqui... Já voltou?
— Foda-se —, eu sussurrei, mergulhando no corredor e descendo
correndo os degraus.
Eu: Eu me atrapalhei... me desculpe. Estou a caminho agora,
apenas sente-se firme
Eu estava praticamente correndo para o T, mas isso nem importava
porque eu sentei lá esperando por vinte malditos minutos . O Réveillon
atrasou tudo e eu me senti um idiota por nã o ter saído de lá antes. Nã o
havia Ubers, nem Lyfts. Nada.
Eu estava preso esperando o maldito trem para me levar de volta
para ele.
Eventualmente apareceu, e agora estou nele, freneticamente
quicando meu joelho, vendo os minutos desaparecerem diante dos
meus olhos.
Na minha parada, eu pulo da coisa e saio correndo de novo, pelo
maldito campus. Quando chego ao meu prédio, sã o onze e cinquenta e
oito, e mal posso esperar pelo estú pido elevador lento. Subo quatro
lances de escada até o meu andar, correndo pelo corredor para
encontrar Kyran sentado no chã o em frente à minha porta.
— Eu sinto muito... desculpe...— Eu suspiro, sem fô lego com o
sangue correndo em meus ouvidos. Caindo de joelhos na frente dele,
luto para sugar o ar em meus pulmõ es antes de desmaiar. — Nã o iria...
me deixar sair. Trem... nada de Ubers... porra correu... Jesus Cristo…
Estou vendo manchas.
Os lá bios de Kyran se curvam em um sorriso divertido. Suas mã os se
estendem e ele as coloca sobre meu peito.
— Respire, Avi. — Eu puxo um profundo, e ele ri. — Tudo bem. Você
conseguiu.
— Mal... — Eu bufo.
As pessoas começam a gritar de algum lugar no corredor.
Eles estã o em contagem regressiva.
Kyran morde o lá bio, os dedos deslizando pelo meu pescoço. Eu sei
que provavelmente deveria trazê-lo para dentro... Nã o sei se podemos
fazer isso aqui, ao ar livre. Alguém pode ver…
Mas os nú meros cantados chegam a cinco, depois quatro, depois
três...
— Dois —, ele sussurra, como se nã o desse a mínima para quem
poderia nos ver.
Ele só quer me beijar.
E com meu coraçã o acelerado como acabei de fazer para chegar até
ele, isso é tudo que eu quero no mundo enquanto murmuro,
— Um.
Batendo meus lá bios nos dele, eu o beijo com meus mú sculos
tremendo e meu peito queimando por muito mais do que apenas o
esforço.
Eu consegui. Eu fiz isso para nós…
— Feliz Ano Novo, baby —, ele murmura em minha boca, segurando
meu pescoço para me manter perto enquanto meus dedos acariciam
seu cabelo macio e sedoso.
— Feliz Ano Novo.
Eu nã o consigo parar de beijá -lo. É muito bom.
Estar com ele agora... saber que ele apareceu porque era isso que ele
queria também... é tudo.
— Você vai me trazer para dentro ou o quê? — Ele sorri em meus
lá bios, e eu sorrio de volta, balançando a cabeça.
— Vamos, lindo. — Pego sua mã o enquanto nó s dois nos
levantamos. —Você é meu esta noite.
***
***
KYRAN
i.throw.a.frisbee01: vocês dois são tão fofos juntos , qual é o seu tamanho?
Minha boca seria o ajuste perfeito.
BoozyBaby: Eu daria qualquer coisa para alguém olhar para mim do
jeito que Backwardz_Cap olha para você Not_Your_Baby.
***
AVI
***
KYRAN
***
AVI
KYRAN
***
AVI
erthfairyy: Posso apenas dizer o quão lindos vocês dois são? Vocês são
lindos pra caralho. Eu deixaria vocês dois comerem biscoitos na cama. *E
então me parta ao meio*
Sinceramente,
NotYourBabiesDaddy.
***
KYRAN
AVI
***
É oficial…
eu sou uma bagunça.
Horas se passaram e nenhuma palavra de Kyran.
Depois que recebi a mensagem de Guty, decidi que nã o poderia
simplesmente sentar e esperar pelo meu voo, entã o fui ao aeroporto
para ver se conseguia pegar um voo mais cedo.
Eu fiz… A uma e meia. O voo original de Kyran.
Acho que consegui o lugar dele. Incrível.
Voar para casa ao lado de Guty e Theo só teria sido divertido se
Kyran estivesse comigo. Mas como ele nã o está , e agora estou vivendo
com o conhecimento de que ele me deixou e ativamente nã o quer falar
comigo, é praticamente a coisa mais estranha de todas.
Eu posso sentir todos os companheiros de equipe de Kyran me
observando enquanto eu me acomodo em meu assento perto da janela
e o aviã o decola, provavelmente especulando sobre como alguém
poderia ir de beijos e revelaçõ es em um dia, para ser brutalmente
rejeitado no dia seguinte.
E nã o que eu queira pensar nisso, porque me dá vontade de engolir
minha pró pria língua, mas nã o consigo parar de analisar cada segundo
do nosso sexo na noite passada como uma espécie de despedida
apaixonada e devastadora.
No momento, parecia que estávamos afirmando algo. Depois de nã o
transar por mais de uma semana, entre todas as brigas, afastamentos e
recuos, entã o a confissã o de amor... Estar dentro dele ontem à noite
parecia que finalmente estávamos em casa, no sentido de que lar é onde
quer que estejamos juntos e apaixonados.
Ontem à noite foi a primeira vez que fodemos sabendo exatamente
como nos sentimos um pelo outro. Ou entã o eu pensei.
Mas agora que estou pensando demais, preso em uma caixa de
metal a trinta e cinco mil pés no ar por horas com nada além de minhas
neuroses, estou me lembrando de todas essas nuances sutis nos
movimentos de Kyran, em sua voz e na maneira como ele sussurrou que
ele me ama…
Ele estava se despedindo?
Descobrir a verdade sobre seu passado era demais para ele suportar?
Eu absolutamente detesto esse pensamento. Ele nã o precisa ficar
sozinho, reprimindo seu trauma, e nã o precisa se sentir como se
estivesse quebrado. Ele precisa estar cercado por pessoas que o amam e
o apoiam, nã o importa o que aconteça.
Mas todos sabemos que Kyran adora o controle, e agora finalmente
entendo o porquê. Essa experiência miserável e abominável o levou a
sentir que precisava controlar tudo. E acho que é mais fá cil fazer isso
quando você está sozinho.
— Cara... pensei que vocês, fumantes de maconha, deveriam ser
suaves—, Guty resmunga ao meu lado, e meu rosto muda. — Se você
continuar se mexendo assim, eu posso ter que te machucar um pouco.
— Desculpe ...— Eu suspiro um longo suspiro. — Eu só estou... tã o
preocupado com ele.
— Tenho certeza que ele está bem. Talvez ele só precisasse de um
pouco de espaço, — ele diz, e eu olho para ele. — Sem ofensas.
Eu esfrego meus olhos.
— Eu nem trouxe minha maconha... parei de fumar por ele.
A sobrancelha de Guty se ergue.
— Realmente? — Eu concordo. — Uau…
— Quero dizer, ele nã o me pediu para...— murmuro. — Só nã o quero
ficar tã o entorpecido a ponto de perder a alegria de estar com ele.
Guty está olhando para mim. E Theo, que está sentado no corredor,
lentamente levanta sua má scara de dormir e vira a cabeça para olhar
para mim também.
— O que? — Suspiro, esfregando os olhos.
— Isso é tã o fodidamente doce. — Theo pisca, um biquinho
puxando seus lá bios.
— Como você me ouviu? — Eu resmungo, olhando seus fones de
ouvido.
— Estou entre as mú sicas. — Ele muda seu corpo em minha direçã o.
—Nã o se preocupe. Nó s vamos ajudá -lo a recuperá -lo.
— Sim. — Guty dá um tapinha no meu braço. — Quando pousarmos,
venha direto para o nosso dormitó rio comigo. Espero que ele esteja lá .
Eu aceno, forçando um pequeno sorriso para mostrar a eles que eu
aprecio isso. Mas por dentro, nã o estou aplacado. Nem um pouco.
A ideia de aparecer no dormitó rio de Kyran quando ele está
deliberadamente ignorando minhas ligaçõ es e mensagens de texto me
faz sentir como a maior perseguidor pegajoso que nunca consegue
entender a dica.
O treinador Matthews nos espia entre os assentos. Theo
rapidamente se recosta na dele, cobrindo os olhos com a má scara de
dormir. Guty volta ao filme que está assistindo em seu iPad.
E eu apenas viro meu rosto para olhar pela janela as nuvens
envolvendo o aviã o.
Não me exclua, Kyran. Me deixe te amar do jeito que devo.
Acho que consegui dormir por algumas horas, porque quando
reabro os olhos, estamos pousando no Aeroporto Logan. No segundo
literal em que o capitã o anuncia que podemos desligar nossos telefones
ligado, estou tirando o meu do modo aviã o e rezando por uma resposta
de Kyran.
Nã o há um..., mas parece que ele leu meus textos.
Juro por Deus, parece que há um caminhão Mack estacionado no meu
peito.
Guty me dá uma cotovelada.
— Ei... Entã o, hum... recebi uma mensagem de Ky...
Ele inclina o telefone para que eu possa ler a mensagem.
Nueve: Ei mano… sinto muito por ter sumido sem dizer uma
palavra. Eu só tenho algumas coisas acontecendo. Mas
queria avisar antes que você volte e pense que te
abandonei... tirei minhas coisas do dormitório. Estou saindo
da escola... pelo menos por algumas semanas. Preciso de um
tempo para lidar com minhas merdas pessoais. Apenas saiba
que eu te amo como um irmão, cara. Você é meu melhor
amigo no mundo inteiro, Samson, eu realmente quis dizer
isso. Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem. Cuide desse
troféu para mim, tiro no escuro.
O cinto de segurança em volta da minha cintura parece que está
cortando a circulaçã o. Dentro da cabine está se aproximando de mim, e
estou sufocando, sufocando.
Ele saiu da escola…?
Saiu do dormitório?
Por que ele faria isso?? O que aconteceu, pelo amor de Deus?!
Isso é tudo porque descobri o segredo dele? Jesus, porra, se eu
soubesse que isso faria com que ele me deixasse, eu nunca teria pedido a
Bridget! Eu teria simplesmente deixado isso de lado e deixado que ele
lidasse com isso do jeito dele, em vez de pressionar para obter
informações e conduzi-lo como uma perseguição em alta velocidade para
fora da minha vida.
Foda-se... não posso fazer isso.
Eu não posso lidar com isso.
A primeira pessoa a quem entrego meu coração, e ele foge com ele
como um ladrão na noite.
Guty esfrega minhas costas, mas mal sinto. Estou apenas enfiando
os dedos nos olhos até que surjam manchas na minha visã o.
Parcialmente porque sinto uma forte enxaqueca chegando, mas
também porque nã o quero que ele veja que posso cair no choro.
— Você quer que eu... diga alguma coisa a ele? — Guty pergunta
baixinho. — De você?
Sim, diga a ele que isso é besteira. Que eu não entendo... Que eu não
entendo por que ele precisa ir - de novo - quando eu estava implorando
para ele ficar. De novo.
Pergunte a ele se ele realmente me ama, então por que ele está
arrancando a porra do meu coração do meu peito?
Claro, nã o digo nada disso. Eu apenas dou uma sacudida sombria na
minha cabeça.
Porque se Kyran nã o quer falar comigo, nã o quer responder e me
explicar essa merda, entã o acho que nã o há mais nada a dizer.
Assim que saímos do aviã o, me despeço de Guty e Theo, ignorando
os olhares de pena em seus rostos. Estou do lado de fora esperando
meu Uber quando meu telefone toca. E, naturalmente, meu coraçã o
salta contra minhas amígdalas por um segundo até que vejo que é
minha mã e.
— Ei, mã e, — murmuro, puxando meu moletom mais apertado em
volta de mim. Passar de setenta e cinco graus para quinze é um bom
choque para acompanhar o resto. — Acabei de sair do aviã o... ia ligar
para você...
— Aviel, o que está acontecendo? — ela late, parecendo preocupada.
E agora estou ainda mais preocupado.
Oh caramba... Ela ouviu sobre Kyran e eu nos beijando por alguém??
Me esqueci completamente de tudo isso…
— O que? Como assim? — Eu me faço de bobo, acenando para meu
motorista do Uber enquanto ele estaciona no meio-fio.
— Kyran acabou de chegar em casa e deixou um monte de coisas
dele—, ela bufa. — Ele disse que está dando um tempo na escola por
alguns motivos pessoais e nã o quis me dizer quais eram.
Minha cabeça está girando quando entro no carro, segurando minha
bolsa no colo, um pico de adrenalina me fazendo dizer ao motorista:
— Ei, tudo bem se eu mudar o destino para 538 Summer Street em
Somerville? Pago a diferença em dinheiro.
O motorista acena com a cabeça, brincando com a navegaçã o em seu
telefone.
— Ele ainda está aí? — Eu pergunto a minha mã e, meu estô mago se
juntando em um nó .
— Nã o, ele foi embora —, ela suspira inquieta, e meus olhos se
fecham. —E ele nã o quis me dizer para onde estava indo... Avi,
aconteceu alguma coisa?? Por que ele estaria saindo da escola?
— Mã e, estou indo,— digo a ela calmamente, embora eu nã o esteja
sentindo nada. — Nó s precisamos conversar. Tom está aí?
— Nã o, ele está no trabalho.
— Bom. Vejo você em alguns minutos.
***
KYRAN
***
***
AVI
Estou apaixonado por um anjo. E não do tipo com asas e uma auréola.
Um ser humano com um coração maior que um campo de futebol.
Um anjo com talento que não conhece limites, que não se conforma
com as normas sociais, porque essas são para otários.
Quem acredita em alienígenas e criptídeos… Teorias da conspiração?
Meu anjo conhece todos eles e lhe dirá o quão equivocadas são suas
verdades.
Estou apaixonado por um anjo que é lindo e sexy, e tem um corpo que
vai te fazer chorar... E o engraçado é que é quase todo feito de açúcar.
Estou apaixonado por um anjo que usa Twizzlers como canudos e dá
nomes a ursinhos de goma.
Olá, Bob. Prazer em comer você hoje.
Estou apaixonado por um anjo que nunca deixou de acreditar em
mim... Mesmo depois de tudo de ruim que fiz a ele. Um anjo para quem eu
costumava dizer coisas ofensivas, mas que ainda falava palavras de
encorajamento para mim quando eu precisava... Que estava lá para mim
quando ninguém mais estava. Um anjo que me disse que não acaba até
que acabe. Porque não é. Eu juro, não é.
Meu anjo foi a última pessoa que pensei que poderia amar...
Mas eu voltei para ele, uma e outra vez, porque meu coração o queria
quando eu não entendia o porquê. E agora eu entendo. É tão claro quanto
o cristalino azul acinzentado em seus olhos.
Meu anjo me salvou. Ele me resgatou do esconderijo. Ele me segurou
quando precisei dele e me amou quando não precisei.
Ele é altruísta, real... apenas um esquisito brilhante e bonito.
Estou apaixonado por um anjo... E o nome dele é Avi.
AVI
***
KYRAN
3 meses depois…
AVI
6 meses depois…
***
Vinte minutos depois, nó s dois descemos as escadas, ofegantes,
desgrenhados e corados, sorrindo como dois tolos apaixonados, que é
exatamente o que somos.
A festa está incrível, e quando Kyran apaga as velas de seu bolo de
rosquinha, ele estreita seu olhar para mim.
— Você nã o cuspiu no bolo, nã o é? — Ele sorri, provocante.
— Você pode apostar sua doce bunda que eu fiz. — Eu pisco.
O bolo está sendo servido e estamos todos sentados juntos na sala
de estar, nosso grupinho unido de atletas, esquisitos... família.
Conseguimos formar essa amizade, apesar de nossas diferenças, assim
como eu e Kyran.
Eu amo essas pessoas. Nã o importa o que aconteça no futuro,
distâ ncia ou nã o, eles sempre serã o minha tripulaçã o.
Onde quer que estejamos juntos é uma festa que estamos fazendo
melhor.
— Entã o, Avi... algum interesse em se tornar Baldwin aqui na
Filadélfia?— Theo pergunta com um sorriso.
Kyran e eu olhamos um para o outro, sorrindo.
— O cara que assumiu como Baldwin depois que você saiu não é tão
engraçado, — Guty resmunga, e eu rio. — Ele nem faz Moonwalk!
Kyran pega minha mã o e a beija.
— Desculpem rapazes. Roubei Baldwin e o trouxe comigo.
Agarrando seu rosto, pressiono um beijo lento em seus lá bios,
cantarolando:
— Eu te amo para sempre, meu baby.
— Eu te amo para sempre, anjo atrasado. — Ele sorri.
— Procurem um quarto! — Frankie grita.
— Nã o, nã o ...— Zeb ri. — Eles já fizeram isso.
Kyran sorri para mim, mordendo o lá bio.
— Para os fã s?
Minha testa cai na dele e eu sussurro:
— Para os fã s.
Para nós.
O fim…
NOTA DO AUTOR
Isso é um embrulho!
Você consegue imaginar Avi gritando —corta— quando eles
terminam?? Porque eu posso.
Entã o, vou tentar nã o prolongar muito, já que o livro em si já era,
tipo, o comprimento de O Senhor dos Anéis. Mas há coisas sobre as quais
quero falar com vocês, porque esta histó ria, mais do que qualquer uma
das minhas outras, contém grandes quantidades de Nyla K.
É literalmente para os fãs, e se você é um leitor regular meu, quero
que saiba como este livro é especial para minha vida e como acho você
incrível por lê-lo e apreciá -lo. E se este é o seu primeiro livro meu, bem,
espero que Kyran e Avi tenham sugado você (giggity) para o mundo de
Nyla K!
Já que estamos falando de mim, vamos começar por aí. Este livro se
relaciona com minha vida real de vá rias maneiras. Em primeiro lugar, a
configuraçã o. Boston, Massachusetts. É de onde eu sou!
Porque eu amo aquela água suja… arco, arco. Boston, você é minha
casa!
Aliá s, eu estava cantando isso.
Nascido e criado no centro de Mass, estudei em Beantown e, na
verdade, morei em Malden no meu primeiro ano de faculdade. Portanto,
todas as coisas de Malden do Capítulo Um sã o recém-saídas da
biografia de Nyla K. Nossa casa ficava perto da Linha Laranja, e
Rosemary era, na verdade, nossa senhoria maluca que ceifava o
gramado em seu chapéu de palha engraçado. Hilá rio. Meu melhor
amigo/ex-colega de quarto vai morrer quando ler essa parte. O mesmo
vale para todas as referências de Somerville. Bons momentos passados
nessa zona, pá !
Além disso, tenho certeza de que você notou que aparentemente
nã o consigo terminar um livro sem mencionar o Brooklyn ou meu amor
pela cidade de Nova York - a cidade natal de Avi e a cidade que mudou
minha vida. Boston é minha casa, mas Nova York, Brooklyn em
particular, sempre terá meu coraçã o.
Outros ovos de Pá scoa Nyla K… Mercedes! É brevemente
mencionado que a mã e de Avi, Hannah, trabalha em uma
concessioná ria Mercedes em Boston. Esse foi meu trabalho por
quatorze anos antes de sair para me tornar um autor em tempo
integral. E por isso tenho uma fidelidade imensa à marca. Mas é
justificável, porque os Benzes sã o os melhores kkk. E Kyran ama tanto
seu aluguel que acaba conseguindo um quando eles se mudam para a
Filadélfia.
Adorei colocar referências ao Oriente Médio, já que minha família é
síria, e tive uma das experiências mais incríveis ficando lá e visitando o
Líbano.
O Mendon Drive-In… Oh , eu adoro isso. Kyran expressando suas
memó rias de se aconchegar no carro no drive-in é uma parte real da
minha infâ ncia que trabalhei na histó ria. Assim como os filmes! A
conversa entre Ky e Avi sobre os cinco primeiros foi muito importante
para mim… Primeiro, porque sinto que nossos filmes favoritos dizem
muito sobre nó s como pessoas - assim como nosso gosto musical. E
dois, porque os filmes favoritos de Ky e Avi sã o literalmente meus
filmes favoritos. Quero dizer, os cinco primeiros de Avi sã o os meus
cinco primeiros .
Completando os ovos de Pá scoa Nyla K por enquanto, porém, devo
mencionar uma bolinha birmanesa muito especial ... chamada Robin .
Meus leais leitores/seguidores sabem que Robin é meu gato da vida
real. E eu nã o posso mentir… Ela é tudo para mim. Recentemente, meu
pobre coitado bebê está passando por alguns problemas de saú de. Ela
fez uma cirurgia há alguns meses e foi um momento muito difícil para
nó s. Ela saiu se sentindo ó tima, mas a triste verdade que mal quero
admitir é que sei que ela nã o ficará conosco para sempre.
Colocar Robin no livro é minha maneira de mudar isso. Agora ela
será imortalizada para sempre, como a doce companheira de Avi, assim
como ela foi para mim. Sempre que preciso desabafar, ou quando estou
ansioso ou chateado, ela está sempre lá para me abraçar e me fazer
sentir melhor com seus miados fofos e as coisas bobas que ela faz.
Entã o eu fiz dela essa presença para Aviel também. Honestamente,
quando escrevi a frase “Vou chamá -la de Robin”, eu estava gritando e
chorando. E, claro, ela apenas olhou para mim como: —Por que você
está pirando desta vez??— Ela é assim.
Na verdade, meu Robin nã o tem o nome do companheiro de
Batman, mas você sabe que eu tive que colocar essas referências do
Batman lá . Simplesmente nã o seria um livro de Nyla K sem mencionar
Batman, alienígenas, criptídeos, teorias da conspiraçã o, cultos ou
crimes verdadeiros. Sério, este livro é péssimo com piadas internas e, se
você entender alguma delas, ou é uma alma gêmea minha ou é um
verdadeiro FÃ . E de qualquer forma, é incrível.
Se você nã o entende as piadas agora, mas algum dia algo aparece e
você fica tipo, —Oh, merda. Nyla K mencionou isso em seu livro!— entã o
eu realmente fiz meu trabalho.
Kyran e Avi realmente sã o duas metades muito diferentes da minha
personalidade real. Avi é a Nyla interior. O garoto emo esquisito e
artístico que sorri e ri das coisas, quando na verdade se sente um pouco
inseguro por dentro. O sonhador que é leal ao extremo, com piadas
cafonas e passos de dança ainda mais cafonas... Que acredita em coisas
estranhas e ama o rock dos anos 90 e início dos anos dois mil.
Curiosidade, minha mãe, como Hannah, costumava tocar Nirvana,
Weezer e Alice In Chains para nós quando eu era criança, e se tornou uma
das minhas músicas favoritas por esse motivo.
Avi sou realmente eu . Mas entã o Kyran é a outra metade... O
maníaco por controle que precisa que tudo seja exatamente assim , caso
contrá rio, o mundo inteiro parece que está girando.
Sou assim por causa do meu passado pessoal; meu pró prio trauma.
E nã o, nã o é nada parecido com o que Kyran passou, e agradeço ao Deus
em que acredito por isso. Ainda assim, as coisas pelas quais passei sã o
atribuídas ao jeito que eu sou, similarmente ao jeito que Kyran fez,
nesse sentido. E por esse motivo, mais do que qualquer outro, eu amo a
progressã o do personagem de Kyran.
A recuperaçã o pela qual ele passou, entre confrontar seu passado e
chegar a um acordo com sua sexualidade, finalmente superando aquela
negaçã o paralisante e sendo o verdadeiro Kyran, é como a mais fresca
das respiraçõ es. Foi incrível sentir isso ao lado dele.
Escrever sobre o trauma de Kyran, na verdade, parecia uma
reminiscência das lutas de Darian em Serpent In White . Aqueles de
vocês que leram esse livro sabem o que quero dizer ... E embora a raiva
de Avi nã o tenha sido tã o prejudicial quanto a de Drake em Serpent ,
sinto que o apoio ainda estava lá . A maneira como Drake faria qualquer
coisa por Darian, em nome de ser sua tá bua de salvaçã o, especialmente
quando eles eram crianças, me lembra de como Avi só quer amar e
apoiar Kyran, nã o importa o que aconteça. Esse tipo de conexã o
significativa é minha coisa favorita para escrever para meus
personagens.
Eu acho que é seguro dizer que assim que Avi aceita seus
sentimentos por Kyran, ele está totalmente envolvido. É apenas a
maneira como sua personalidade funciona. Mas isso nã o significa que
seja fácil para ele, especialmente com o quanto Kyran sempre o odiou,
como eles se enfrentaram ao longo dos anos e como Kyran sempre foi
um livro fechado... Foi uma coisa difícil de entrar; caindo para o inimigo
, por assim dizer. Mas no verdadeiro estilo Aviel, ele mergulhou de
cabeça, porque ele é apenas aquele tipo de homem unicó rnio lindo
voando alto.
Obviamente para Kyran, é tudo muito mais complicado. E isso faz
sentido. O tempo todo, Kyran está desejando um verdadeiro conexã o,
mesmo sem saber. Toda a raiva, a negaçã o, a auto-aversã o que ele
experimenta servem como uma camuflagem tã o profunda que ele mal
reconhece que é mais uma encenaçã o. É preciso um idiota muito
especial para começar a descascar lentamente suas camadas... Mas
quando isso acontece, é má gico.
Outra grande parte da recuperaçã o do trauma de Kyran que
precisamos mencionar sã o as coisas com seus pais. Ouça… Eu escrevi
algumas merdas de pais. Mas os de Kyran estã o realmente lá em cima
na lista dos terríveis. Quero dizer, a maneira como eles se comportaram
é totalmente deplorável.
Mas um dos momentos mais satisfató rios na resoluçã o de conflitos
deste livro foi a redençã o de Thomas Harbor. Para ser honesto, ele
aparecer e apoiar Kyran nã o fazia parte do enredo original. Mas quando
eu estava escrevendo aquela cena, onde Kyran os confronta no
restaurante… Simplesmente aconteceu. Quando Tom sai e abraça
Kyran… Eu estava chorando porque estava se desenrolando diante dos
meus pró prios olhos, totalmente nã o planejado.
O que acontece com Tom é que ele sempre se arrependeu da
maneira como tratou Ky. Ele nunca ficou feliz com o relacionamento
deles. Kyran presumiu que era porque seu pai tinha vergonha dele, mas,
na realidade, ele tinha vergonha de si mesmo e apenas lidou com isso
completamente errado.
Escrever Ky e Avi voltando a morar com ele no epílogo deixou meu
coraçã o feliz. Os epílogos como um todo foram adoráveis, eu estava em
constantes lá grimas de alegria. Mas essa parte em particular foi muito
legal.
Meu favorito embora? A festa de aniversá rio surpresa de Kyran. Foi
enquanto escrevia que decidi que não havia como terminar com esses
personagens. A histó ria deles foi tã o significativa para mim, e escrevê-
los se apaixonando era tudo que eu precisava, depois de toda a tensã o,
o ó dio e os tempos difíceis. Eles sã o divertidos, sensuais e hilá rios, e eu
sinto que poderia escrevê-los pelo resto da minha vida.
Entã o, acho que você deveria saber oficialmente que com certeza
escreverei mais sobre Kyran e Avi… Algo como uma novela de
continuaçã o, porque acho que todos nó s queremos ver mais de suas
aventuras agora que Kyran está jogando pela NFL, certo?!
Falando nisso, vamos falar de esportes bem rá pido.
Eu amo futebol. Tipo, eu adoro isso. É de longe o meu esporte
favorito e provavelmente o ú nico esporte sobre o qual eu escreveria um
romance. E sendo da Nova Inglaterra, esgueirar-se pelas referências dos
Patriots era uma obrigaçã o. Eu simplesmente tive que fazê-lo. Brady
esteja com você.
Tudo isso para dizer que sou fã do futebol americano da NFL. Mas
para ser totalmente honesto aqui… Sou um noob com futebol
americano universitá rio. Eu assisti alguns e pesquisei um pouco para
este livro. Mas caramba, cara… É muito confuso! Existem tantas
equipes, todas essas conferências e campeonatos diferentes ... Foi tã o
difícil para mim acompanhar que acabei abandonando o barco e
comecei a inventar um pouco as coisas.
Nã o tenho certeza de qual conferência joga contra quem, ou quais
times jogam em qual tigela. Nã o consegui fazer meu cérebro computar.
Entã o, basicamente, escolhi os times que Kyran e os BC Eagles jogariam
com base nos nomes e lugares que achei legais. LOL. Eu gostaria de
estar brincando.
Eu sabia que queria que os Eagles jogassem no Rose Bowl, na
Califó rnia, porque é onde Bridget mora, e eles precisavam ir para o
oeste para encontrá -la. Mas fora isso, eu literalmente percorri uma lista
de times e apenas escolhi alguns aleató rios. Foi divertido para mim,
mas caso você seja um grande fã de futebol americano universitá rio e
pare e diga, espere... isso nunca aconteceria . Sim, você provavelmente
está certo.
Mas esta é a minha versã o da realidade, ok?
Aqui está outro fato divertido sobre futebol sobre o livro…
Kyran ser convocado para a NFL sempre foi o plano. Mas nã o pude
mandá -lo para os Patriots. Foi muito fá cil. eu queria ele para ir para
Filadélfia ou para Nova York - The Giants, obviamente, já que os Jets sã o
lixo lol.
Sentei-me para assistir os Giants jogando contra os Eagles nos
playoffs e disse: —Tudo bem. Quem vencer este jogo selecionará Kyran
Harbor.— E entã o os Eagles destruíram os Giants.
Entã o Kyran foi de Eagles para Eagles… É kismet!
Pena que o Philly Eagles nã o conseguiu vencer o Super Bowl este
ano. Talvez da pró xima vez, com Ky do lado deles ;)
Escrever as cenas de futebol neste livro foi uma verdadeira
explosã o, como eu disse, porque sou um fã . Espero que, mesmo que
você nã o seja fã de futebol, tenha conseguido aproveitar e visualizar os
jogos; a emoçã o, as luzes, o barulho e o fandom extremo. Mas
principalmente… nossa á guia dançante!
Ter Avi como mascote tornou tudo muito melhor. Cartas na mesa,
fiquei muito satisfeito comigo mesmo quando tive a ideia. Eu sei que
quando digo romance no futebol, a maioria das pessoas espera dois
jogadores de futebol ou um jogador de futebol e um garoto emo que
nã o se importa. Mas nã o. Esta foi a maneira de Avi entrar.
E ele é um mascote nato; um esquisito despreocupado que adora
bagunçar. Ele é o Baldwin perfeito , e quem sabe! Talvez ele encontre
outra desculpa para vestir uma fantasia e dançar para seu homem no
futuro.
Deixe-me também mencionar que, se você nã o sabia ... Minha
inspiraçã o para Avi é um pedaço delicioso de um homem chamado
Alejo Pino, carinhosamente conhecido como Hot Alex em nosso Discord.
Seu OnlyFans foi o que me inspirou a escrever Avi e, por sua vez, a
histó ria de Kyran e Avi. Você deve dar uma olhada nele e desmaiar com
o conteú do dele conosco.
Por fim, sinto que preciso mencionar o aspecto religioso deste livro.
Novamente, se você é um fã meu, sabe que pode haver conversa fiada
sobre conformidade com as normas sociais. Meu pró prio
relacionamento com um poder superior , se você quiser, é muito o que
Hannah descreve para Avi quando ele está chateado e desmoronando
com a partida de Kyran.
Espero sinceramente nã o ter ofendido ninguém ou feito parecer que
estou atacando a religiã o organizada com este livro. Ao mesmo tempo,
tenho que ser genuíno. Muitas partes da religiã o organizada - os rituais,
as tradiçõ es, as regras e regulamentos draconianos - parecem tã o
coletivas quanto as descritas por Kyran e Avi no livro.
Mas ser espiritual ... Acreditar verdadeiramente em Deus , nã o como
um velho barbudo sentado nas nuvens julgando as pessoas, mas como
as forças místicas e desconhecidas do universo, é disso que se trata a
verdadeira fé . O fato de que a ciência só pode explicar tanto, e o resto
depende de nossas mentes abertas tentar entender é bastante incrível.
A verdade é que ninguém sabe realmente o que é o poder superior , a
extensã o da vida apó s a morte ou as medidas do que controla o
caminho em que todos estamos. Acreditar no contrá rio é, na minha
opiniã o, narcisista e tolo. Nenhum de nó s sabe as respostas, e ter fé real
na terra e em nó s mesmos como partes mó veis é uma maneira de nos
sentirmos conectados a algo maior.
Mais uma vez, espero que isso tenha ocorrido por escrito; nã o para
julgar ninguém que foi criado de uma certa maneira, mas para apontar
que, apesar de quã o incrivelmente diferentes somos, no fundo somos
todos iguais. Odiar as pessoas com base em qualquer fator externo é
ridículo, mas é uma parte infeliz da humanidade. A religiã o tem
dividido as pessoas desde sempre, e é muito triste. Porque, como eu
disse, no fundo somos todos apenas pessoas , respirando o mesmo ar
nesta rocha girató ria que poderia muito bem ser uma simulaçã o, ou
uma invençã o de nossa imaginaçã o... Uma partícula no globo de neve de
algum ser infinito. ;-D
Ok, eu nã o vou ficar toda Nyla K-louca em você agora, mas só estou
dizendo. Sente-se, abra seu terceiro olho e pense nisso. Ou não, o que
você quiser fazer, boo.
De qualquer forma, esses sã o os petiscos de Nyla para você. As
explicaçõ es que você nã o pediu. Por mais estressante que escrever este
livro tenha sido para mim à s vezes, ainda é uma das minhas coisas
favoritas que já escrevi, principalmente porque é muito divertido. Algo
que, em teoria, poderia ser semelhante a outros tropos ou histó rias,
mas é inerentemente diferente, porque é assim que eu faço. eu tenho.
Do início ao fim, adorei escrever a tensã o, as piadas de Avi, seu
grupo de amigos e todas as suas travessuras. As festas, a tentativa
fracassada de trio, a brincadeira, a dança, as mensagens de texto, a
gravaçã o do OnlyFans, os comentá rios nas redes sociais!
Caso você nã o saiba, todas as legendas dos comentá rios no início de
cada capítulo foram, na verdade, escritas por fã s! Todos eles foram
enviados por leitores e alguns amigos autores, e incluí-los no livro
tornou isso ainda mais real . Uma cerejinha perfeita… ou devo dizer
Twizzler , em cima do sundae deste livro.
Eu simplesmente amei cada segundo de estar com esses meninos, e
espero que você também. Espero que você esteja animado para saber
mais sobre Kyran, Avi e o grupo. Por mais diversã o, mais futebol, mais
amor e ainda mais sexo escaldante.
Mais fãs. Porque vocês sabem… é tudo para vocês.
AGRADECIMENTOS
Oi, pessoal! Sou Nyla K… Novo membro do Clube dos Livros Proibidos!
Eee!
[←1]
Little House on the Prairie é uma série de televisão americana produzida pela NBC, de
11 de Setembro de 1974 até 21 de Março de 1983.
[←2]
Quando uma pessoa, lugar ou coisa é melhor que outra pessoa, lugar ou coisa.
[←3]
É um whiskey produzido exclusivamente na Irlanda.
[←4]
Aromatizador de ar.
[←5]
Scott Mescudi mais conhecido por seu nome artístico Kid Cudi, às vezes estilizado de
KiD CuDi, é um rapper, cantor, compositor, produtor musical e ator americano.
[←6]
[←7]
A DoorDash, Inc. é uma empresa americana que opera uma plataforma online de
pedidos e entrega de alimentos.
[←8]
Ecstasy.
[←9]
Uma garota que é vista como uma vadia.
[←10]
[←11]
Ebenezer Scrooge é um personagem principal da histó ria Um Conto de Natal, de Charles
Dickens.
[←12]
Cinza (Aqui ele se refere a alienígenas).
[←13]
Falar incessantemente sobre nada.
[←14]
Loiro Quente Rabugento.
[←15]
Despreocupado.
[←16]
Eucerin Aquaphor é um creme com reparação intensiva da pele muito seca, áspera ou
hipersensibilizada.