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Unidade II
5 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NA ESCOLA E A AÇÃO DO PEDAGOGO
Maior eficiência
Levantar a situação
atual
Maior exatidão e
determinação
Estabelecer o que se a fim de
Planejar é deseja mudar se obter
Maiores e melhores
resultados
Organizar a ação
futura
Maximização dos
esforços e gastos
A prática dos profissionais da educação, por meio de projetos, pesquisas, e planos de ação poderá
oferecer ao aluno a possibilidade de desvelar sua própria história cultural/social, propiciando,
assim, a formação da cidadania, bem como contribuir na prática docente para que os almejos
sejam atingidos, de tal sorte que somente com uma ação contextualizada, planejada e organizada
seja possível detectar a importância da parceria para o desenvolvimento das ações.
Lembrete
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Planejar significa estar com a mente aberta ao processo educativo, estar atento à sua amplitude,
dinamicidade e continuidade.
Segundo Luck (1991), planejar é pensar analítica e objetivamente sobre a realidade e sobre a sua
transformação. Assim, ao pensar o planejamento, é preciso:
Quadro 1
• o quê
• para quê
• quando
• prever • onde
• com quem
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Unidade II
1. O quê
Identificar o 2. Por quê
problema Estabelecendo
(situação atual) 3. Para quê
4. Quando
5. Como
6. Onde
7. Para quem
8. Com quem
Caracterizada
a situação de
fato, deve-se
Resultados
Mudanças
Estabelecer que se
os objetivos Acrécimos pretendem
(situação futura atingir
desejada) Correções
Melhorias
Caracterizada
a situação de
fato, deve-se
humanos
1. O campo de ação
materiais
2. Os recursos a serem utilizados físicos
3. As restrições existentes (obstáculos) financeiros
Cronogramas de atividades
Montar
Instrumentos e critérios de avaliação
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
O planejamento
Situação atual
o quê
como
Prevê se quer realizar
onde
quando
por quê
objetividade
operacionalidade
funcionalidade
Garante da ação
exequibilidade
prudutividade
continuidade
Assim, a escola, organização social, que corrobora para o desenvolvimento cognitivo é o lugar
central do processo educativo, local em que se dá a formação da cidadania (entendida como exercício
pleno pautado na democracia, por parte da sociedade, de seus direitos e deveres) e a mudança na
unidade escolar, ou seja, lugar onde se concretiza o esforço de ensino-aprendizagem, conforme Silva
apud Padilha (2002).
A seguir, serão apresentados, de acordo com Padilha (2002, pp.57-59), quadros-síntese contendo
algumas distinções que podem facilitar a definição de certas visões de planejamento educacional
combinadas com as características e os fundamentos das diferentes teorias de administração/
gestão:
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Unidade II
Quadro 3
Concepções Características
Divisão pormenorizada, hierarquizada verticalmente, com ênfase na
Clássica organização e pragmática
Transitiva Planejamento seguindo procedimentos de trabalho, com ênfase na liderança
Visão horizontal, com ênfase nas relações humanas, na dinâmica interpessoal e
Mayoista grupal, na delegação de autoridade e na autonomia
Pragmática, racionalidade no processo decisório, particitipativa, com ênfase nos
Neoclássica/Por objetivos resultados e estratégia de corporação
Características
Tradição funcionalista (do consenso/positivista/evolucionista )
Cumprimento de leis e normas. Visa à eficácia institucional do sistema, enfatiza
Burocrático a dimensão institucional ou objetiva
Enfatiza a eficiência individual de todos os que participam do sistema, portanto,
Idiossincrático a dimensão subjetiva
Clima organizacional pragmático. Visa ao equilíbrio entre eficácia institucional e
Integradora eficiência individual, com ênfase na dimensão grupal ou holística
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Características
Tradição interacionista (conflito/teorias críticas e libertárias)
Ênfase nas condições estruturais de natureza econômica do sistema. Enfatiza a
Estruturalista dimensão institucional ou objetiva. Orientação determinista
Ênfase na subjetividade e na dimensão individual. O sistema é uma criação do
Interpretativa ser humano. A gestão é mediadora reflexiva entre o indivíduo e o seu meio
Ênfase na dimensão grupal ou holística e nos princípios de totalidade,
Dialógica contradição, práxis e transformação do sistema educacional
Enfoques Características
Jurídico Práticas normativas e legalistas/sistema fechado
Tecnocrático Predomínio dos quadros técnicos/especialistas
Comportamental Resgate da dimensão humana, ênfase psicológica
Desenvolvimentista Ênfase para atingir objetivos econômicos e sociais
Sociológico Ênfase nos valores culturais e políticos, contextualizados. Visão interdisciplinar.
Quadro 4
Quadro 5
Fonte: ibidem
para sua solução e superação, ou seja, atingir objetivos propostos anteriormente que levem em conta a
historicidade e a prospecção futura.
Assim, realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares significa exercer uma
atividade engajada, comprometida e intencional.
Saiba mais
Continuando nossa conversa sobre o planejamento, pergunto: “qual é o seu pensamento sobre
planejamento?”
O planejamento é uma ação inerente ao ser humano em suas atividades cotidianas. No que diz
respeito à atividade escolar, o ato de planejar é de extrema importância para o dia a dia.
Lembrete
De sorte que o planejamento escolar constitui uma forma de ação que busca organizar coletivamente
os espaços educativos em organizações escolares e não escolares. Entretanto, a ideia de planejar a
organização pedagógica ainda encontra-se arraigada pela “experiência de elaboração de planos
burocráticos, formais e controladores” (VASCONCELLOS, 1995, p. 25).
É necessário lembrar que, como descrito por Vasconcellos (ibidem, pp. 25-26, grifos nossos):
O planejamento escolar, entendido como explicitado anteriormente, como processo político para
a possível intervenção das condições cotidianas de nossas organizações escolares, exige que haja a
participação, compromisso e comprometimento dos diversos segmentos que compõem a comunidade
escolar. Assim, o plano construído não deve ser encarado apenas como instrumento que a unidade
escolar faz para cumprimento de exigências do sistema ao qual está integrada, deixando-o de lado após
concluí-lo.
mas, sim, uma prática de elaboração conjunta e coletiva realizada por meio de discussões e reflexões
interpessoais. O planejamento constitui, então, uma forma de ação que busca organizar coletivamente as
comunidades, tendo neste processo a participação do supervisor escolar/coordenador pedagógico e do
orientador educacional como grandes articuladores do processo de reflexão, participação e organização
de meios para que se possa cumprir a tarefa de propiciar aprendizagem, seja em ambiente escolar ou
não.
O supervisor escolar, em função do espaço em que atua, “tem tanto a interface com o “chão da sala
de aula” (por meio do contato com os professores e alunos), quanto com a administração, podendo
ajudar uns e outros a se aproximarem criticamente” (ibidem, p.89).
Portanto, é possível afirmar que a ação supervisora, de coordenação pedagógica, bem como de orientação
educacional são delineadas pelos processos de ensino e aprendizagem, onde quer que ocorram.
Pode-se dizer então que o planejamento educacional tem como objetivos gerais:
Lembre-se de que o pedagogo ao pensar em planejamento deverá centrar sua atenção em:
Tomando o significado dos verbetes planejamento e planejar, conforme o Dicionário Aurélio, vê-se
que:
• planejar designa fazer o plano de; projetar; traçar; fazer o planejamento de [...].
A didática, por meio de estudos de diferentes autores faz distinção entre os tipos e/ou níveis de
abrangência de planejamento, ressaltando-se, como bem afirma Gandin (2001, p. 83), que “[...] é
impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana”.
Para melhor visualização do planejamento de ensino e sua relação entre os planos, observe o
fluxograma a seguir:
Conhecimento Determinação
da realidade dos objetivos
Seleção e organização
Fase de preparação dos conteúdos
ensino
Fase de
aperfeiçoamento Seleção e organização
ensino dos procedimentos de
ensino
Replanejamento
ensino
Seleção dos recursos
Feedback
ensino
Figura 10
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Unidade II
Escola XXXX
Curso: Ensino Fundamental Disciplina: Língua Portuguesa Ano: 200x
Carga horária semanal: 5 horas Período: Diurno Série: 4ª
Objetivos gerais: Objetivos específicos: Conteúdo Tema das aulas e materiais
Estratégia
competências habilidades programático que serão utilizados
Aula 1 –
Aula 2 –
Figura 11
Saiba mais
O planejamento escolar, principalmente nas escolas da rede pública, deve ser pautado na legislação
que rege a educação nacional vigente, destacando-se a garantia da função social da escola, a gestão
democrática, e a construção participativa da proposta pedagógica.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Para tanto, no processo de gestão democrática dos sistemas e da unidade escolar, há necessidade
de se desenvolver possibilidades para propiciar a participação de todos os segmentos da comunidade
escolar no processo decisório que cada um desses níveis (sistema ou escola) precisa deliberar.
De acordo com Mendes (2007) a dimensão pedagógica do processo educacional é função específica
da organização social escolar, mas não se restringe a ela. Fato é que cabe aos órgãos gestores em todas
as instâncias administrativas de governo explicitar diretrizes orientadoras e de acompanhamento do
ensino. Contudo, ao mesmo tempo em que as escolas, em caráter autônomo, envidam esforços para a
construção do projeto pedagógico identitário da organização, este também permite e aponta formas de
controle e acompanhamento do trabalho educacional pelo órgão central.
Condição sine qua non para que o projeto seja reconhecido é que sua elaboração seja reflexo de um
amplo processo de participação dos atores sociais envolvidos.
Assim, o projeto pedagógico tem por função organizar o trabalho da unidade escolar, ou seja,
perscrutar caminhos para que os objetivos sejam delineados e realizados num processo coletivo,
como apontado na LDB 9.394/96 em seu artigo 2º que estabelece as finalidades da educação
nacional que são:
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Unidade II
Sua construção requer uma análise minuciosa das questões a serem consideradas em todos os
prismas da gestão: aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros.
Sendo assim, o projeto pedagógico é componente estabelecido na forma da Lei como garantia
da gestão democrática nas escolas públicas. Para tanto, Gadotti (2001, p. 35) enfatiza que, para que
realmente haja gestão democrática, é preciso “que a comunidade, os usuários da escola sejam os seus
dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou, menos ainda, os meros receptores dos
serviços educacionais”.
Deste modo, pode-se dizer, como Mendes (2007), que a importância do projeto pedagógico para o
processo de gestão educacional ocorre por ser ele um norteador das ações da organização e da educação.
Trata-se de uma ação intencional definida coletivamente que expressa as atividades pedagógicas e que
leva ao alcance dos objetivos educacionais propostos e no dizer de Veiga (2004, p. 15):
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Para Veiga (2001a, p. 11), o projeto pedagógico deve apresentar as seguintes características:
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Unidade II
Fonte: Veiga, I. Projeto político-pedagógico: novas trilhas para a escola. In: VEIGA, I.; FONSECA, M. (orgs.). As dimensões do projeto
político-pedagógico: novos estudos para a escola. Campinas: Papirus, 2001, pp.63-64.
De acordo com Padilha (2003), seguir-se-ão algumas indicações que orientam a elaboração do projeto
político-pedagógico em suas etapas, lembrando que não se trata de um modelo acabado, admitindo-se
outros tipos de percursos que expressem os saberes locais, que vão sendo construídos no cotidiano da
escola sobre as melhores estratégias e metodologias de elaboração. Neste sentido, cabe lembrar que
flexibilidade, objetividade e coerência são características a serem observadas no planejamento, uma
vez que é necessário que considere, reflita e revele o contexto real para o qual é pensado, visando à sua
transformação.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Assim, o planejamento do projeto político-pedagógico compreende três etapas que seguem alguns
passos que facilitam a sua elaboração:
Nesta etapa, o grupo poderá apresentar respostas a possíveis perguntas relacionadas a como
resolveriam, em termos ideais, os problemas mais próximos, que atingem diretamente a escola,
no que diz respeito às dimensões pedagógica, comunitária, administrativa e financeira (PADILHA,
2003, p. 81).
Conforme Padilha (2003, pp. 87-88), nesta etapa tomam corpo as propostas de ação, formuladas
a partir do levantamento preliminar sobre os dados da realidade escolar, sendo o momento de
programar as atividades e documentá-las, atividades estas que possam ser assumidas como
compromisso de todos, considerando critérios de viabilidade e exequibilidade. O autor sugere,
apoiado em Vasconcellos (apud PADILHA, 2003, pp. 88-89), que sejam classificados os diferentes
tipos de ações para que sirvam de orientação à apresentação de soluções que correspondam aos
diferentes tipos a seguir relacionados:
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Unidade II
Tipo 3 – Atividades permanentes (rotinas, propostas que se repetem, com determinada frequência);
1. Identificação do projeto.
2. Histórico e justificativa.
3. Objetivos Gerais e Específicos.
4. Metas.
5. Desenvolvimento metodológico.
6. Recursos.
7. Cronograma.
8. Avaliação.
9. Conclusão.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Assim, por meio de Portaria Normativa MEC nº 27/2007, o Ministério da Educação instituiu o Plano
de Desenvolvimento da Escola – PDE-Escola, antiga ação do Ministério da Educação que, de abrangência
restrita, ganhou escala nacional.
Atualmente, o PDE-Escola tem por objetivo fortalecer a autonomia da gestão escolar a partir
de um diagnóstico dos desafios de cada unidade educacional, bem como a definição de um plano
de gestão para melhoria dos seus resultados tendo como foco principal a aprendizagem dos
alunos.
• autoavaliação da escola;
• definição de sua visão estratégica;
• elaboração de plano de ação.
Lembrete
Diante dessa perspectiva, pode-se afirmar que o PDE-Escola não é um substituto da proposta
pedagógica ou projeto político-pedagógico e com ele não se confunde. Até porque o PDE-Escola
deve ver a escola como um todo em sua dimensão estratégica, não observando apenas sua dimensão
pedagógica.
Portanto, o Plano de Desenvolvimento da Escola é uma ferramenta gerencial que auxilia a unidade
escolar pública a definir suas prioridades estratégicas, a converter tais prioridades em metas educacionais
e outras concretas, a decidir o que fazer para alcançar as metas de aprendizagem e outras estabelecidas,
a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o próprio desempenho, conforme descrito no
documento Como elaborar o Plano de Desenvolvimento da Escola: aumentando o desempenho da
escola por meio do planejamento eficaz (2006).
• visão estratégica;
• plano de suporte estratégico.
Na visão estratégica, a escola identifica os valores que defende; a sua visão de futuro, ou o perfil
de sucesso que deseja alcançar no futuro; sua missão, que constitui a sua razão de ser; e seus objetivos
estratégicos.
No plano de suporte estratégico a escola define, a partir de seus objetivos estratégicos, o conjunto
de estratégias, metas e planos de ação que transformarão a visão estratégica em realidade.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Valores
Visão de produto
Visão estratégica
Missão
Objetivos
estratégicos
PDE
Visto que o PDE-Escola apresenta em seus objetivos a melhoria da qualidade de ensino, a busca
da eficiência e eficácia no sistema de ensino, o exercício da autonomia da escola na resolução de
seus problemas e realização de suas aspirações, suas metas devem sempre apresentar as seguintes
características, de acordo o documento Como elaborar o Plano de Desenvolvimento da Escola:
aumentando o desempenho da escola por meio do planejamento eficaz (2006):
O Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) para que seja desenvolvido percorre etapas
em sua elaboração a fim de que o planejamento estratégico possa registrar uma ação exitosa.
PDE
1ª Etapa 5ª Etapa
Preparação Acompanhamento
2ª Etapa 3ª Etapa 4ª Etapa e controle
Análise Definição da visão Execução
sustentável estratégica e do
plano de suporte
estratégico
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Unidade II
Ao chegarmos ao final desta unidade, pense e reflita sobre o desafio que ora se apresenta, veja o que
afirma Madalena Freire (1997, p. 57)
Resumo
Nesta segunda unidade, você teve a oportunidade de verificar a
importância do planejamento para o desenvolvimento do trabalho do
pedagogo. Também teve contato com os diversos modos de planejamento,
desde o Plano de Aula até o Projeto Político-Pedagógico da Escola, bem
como o Plano de Desenvolvimento da Escola, o chamado PDE-Escola.
Exercícios
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
cidadania. Sabe-se que o currículo é parte integrante desse processo e deve contemplar a formação de
identidade cultural. Nessa perspectiva, o currículo deverá ter como diretriz:
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