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Essa é uma tradução amadora feita de fãs para fãs realizada pelo grupo Kardia Mou Traduções sem fins
lucrativos e sem nenhuma forma de compensação apenas com o intuito de fornecer acesso gratuito a obras
estrangeiras com temática M/M e F/F.
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SINOPSE
Nunca odiei ninguém tanto quanto o odeio.
No dia em que minha irmã morreu, eu disse ao melhor amigo dela que
nunca mais queria vê-lo, e falei sério.
Eu a perdi por causa dele. Tudo o que eu gostava não significa nada agora
por causa dele.
Então, quando ele aparece na minha garagem dois anos depois e me diz
que vai morar comigo no primeiro ano de faculdade, chuto a bunda dele e
digo a ele para desaparecer. Para sempre desta vez.
Mas eu já sei que o pirralho desafiador não vai ouvir. Ele nunca ouve.
Vou levar tudo até que ele não tenha mais nada.
E mesmo sabendo exatamente o que estou fazendo com ele, ele vai me
deixar fazer isso de qualquer maneira.
AVISO DE CONTEÚDO
Certos aspectos desta história podem ser perturbadores e/ou
desencadeantes para alguns leitores, tais como: linguagem gráfica, sexo
explícito, vício, abuso de álcool e substâncias (por menores), depressão,
ideação suicida, overdose, morte de uma irmã e melhor amiga, violência
(entre os personagens principais), perseguição, obsessão, menções de
agressão sexual, chantagem e calúnias homofóbicas.
PLAYLIST
“mars” by YUNGBLUD
“FUCKED UP” by jxdn
“Move Along” by The All-American Rejects
“lonely” by Machine Gun Kelly
“sTrAnGeRs” by Bring Me The Horizon
“Animals” by Maroon 5
“Mind Games” by Sickick
“forget me too” by Machine Gun Kelly & Halsey
“idfc” by blackbear
“I’m a Mess” by Bebe Rexha
“Drown” by Bring Me The Horizon
“I Hate Everything About You” by Three Days Grace
“Good For You” by Selena Gomez & A$AP Rocky
“Come & Get It” by Selena Gomez
“Houndin” by Layto
“Take What You Want” by Post Malone, Ozzy Osbourne & Travis Scott
“Church” by Chase Atlantic
“the 1” by blackbear
“Scars to Your Beautiful” by Alessia Cara
“Ghost” by Justin Bieber
“Bones” by MOD SUN
“@ my worst” by blackbear
“What I’ve Done” by Linkin Park
“WANNA BE” by jxdn & Machine Gun Kelly
“Power Over Me” by Dermot Kennedy
“Beautiful Way” by You Me At Six
“Poison” by Rita Ora
“Odeio-o. Eu odeio o que ele me faz sentir. Se ao menos não fosse tão
bom.”
- Andi Jaxon
Para Becca
PRÓLOGO
3 MESES ATRÁS
2 ANOS ATRÁS
PRESENTE
— Só estou dizendo que geralmente é muito mais fácil brincar com garotos
do que com garotas — diz Frankie, segurando meu ombro enquanto eu
quase a carrego para fora do carro. — Eles não pedem muito. Eles quase
nunca querem algo sério. Só querem molhar o pau, certo? Eu achava que
Myles era assim. Mas aí ele pega um calouro fazendo um body shot1 no meu
peito e fica louco. Disse que eu estava fazendo-o de bobo ou algo assim.
Como eu poderia saber que isso o deixaria com ciúmes? Não sou sua
namorada ou sua mãe. Você sabe o que quero dizer?
Não tenho ideia do que ela está falando, mas ainda assim aceno com a
cabeça, ajudando-a a caminhar até a enorme casa de seis quartos que meu
melhor amigo Carter e eu alugamos para a faculdade. Gosto porque é longe
o suficiente do campus para não ter que lidar com ninguém, mas perto o
suficiente para levar apenas dez minutos para chegar à aula e treinar.
Era para sermos apenas nós dois no início, mas então nosso colega de
equipe Easton foi expulso de seu apartamento pela namorada no ano
passado, então Carter achou que seria divertido deixá-lo morar conosco.
Frankie se mudou há apenas alguns meses. Ela estava em uma situação
1 É uma brincadeira que é muito comum nos Estados Unidos e consiste em tomar uma dose (um shot),
geralmente de tequila, no corpo de outra pessoa.
difícil quando a conheci, então eu disse que ela poderia ficar algumas noites
até que encontrasse outra coisa. Ainda estou esperando-a ir embora.
Ela tropeça novamente e então arranca os calcanhares com raiva. — Sapatos
estúpidos.
— Não acho que sejam os sapatos, Frank.
— Vai a merda — ela provoca, empurrando os calcanhares no meu
abdômen.
Ainda não são quatro da tarde, mas é isso que ela ganha por festejar com
os meninos a noite toda e depois continuar metade do dia. O intervalo entre
o Ano Novo e o início do próximo semestre é basicamente uma longa festa
nesta cidade, uma forma de tirarmos tudo de nossos sistemas antes de
voltarmos à rotina na próxima semana.
Meus colegas de equipe adoram tê-la por perto porque ela é legal para
caralho, mas então essa coisa aconteceu com Myles hoje e Easton me ligou
para buscá-la antes que ela cortasse o pau do garoto e o fizesse chupá-lo na
frente de todos. Palavras dela, não as dele, aparentemente.
— Vamos — insisto, tirando seu cabelo loiro branco e emaranhado do
rosto para que ela possa ver para onde está indo. — Vamos levar você para
a cama.
— Mas você disse que íamos festejar em casa.
— Menti para tirar você de lá.
Ela olha para mim como se eu a tivesse traído e solto uma risada. Só então,
alguém faz um som baixo de tosse. Eu estava tão concentrado em Frankie
que nem vi o cara de cabelos escuros encostado na motocicleta estacionada
ao lado da caminhonete de Frankie. Estreito os olhos para dar uma boa
olhada nele, depois congelo. Meu sangue gela quando observo suas feições
escuras, os ombros presos às orelhas e as mãos enfiadas nos bolsos. Ele
parece nervoso enquanto olha de volta para mim, mas então algo parece
surgir nele e ele empalidece. — Porra.
Sua voz baixa me tira do meu estado de choque momentâneo, e deixo cair
os sapatos de Frankie no chão enquanto me movo em direção a ele. Ele xinga
novamente, afastando-se da moto para me encarar de frente. Ele abre aquela
boca grande para dizer alguma coisa, mas é tarde demais para isso. Já estou
enfiando meu punho nele, derrubando sua bunda no cascalho com um só
golpe.
— Nate! — Frankie grita atrás de mim.
Eu a ignoro, muito ocupado olhando para Xavi Hart e me perguntando o
que diabos ele pensa que está fazendo na minha garagem. Ele não mudou
muito desde a última vez que o vi. Ele ainda é tão baixo quanto era quando
tinha dezessete anos, seu cabelo bagunçado ainda tem o mesmo tom de
castanho escuro. Ele está vestindo jeans escuros rasgados e um moletom
preto. Seus olhos parecem um pouco mais azuis e brilhantes do que antes,
mas isso não significa nada. Ele pode não estar usando nada agora, mas esse
idiota inútil nunca poderia ficar fora disso por muito tempo.
— Levante-se.
— Dê-me um segundo, sim? — Ele estremece, olhando para o céu cinzento
acima de nós.
Covarde.
Nem bati nele com tanta força. Definitivamente não foi tão forte quanto
quando ele teve a coragem de aparecer no funeral da minha irmã. Ou no
aniversário dela, algumas semanas depois, quando o encontrei desmaiado
no chão em frente à lápide dela.
— Quem é ele? — Frankie pergunta atrás de mim.
— Suba. Estarei lá em um minuto — digo a ela, depois repito para Xavi:
— Levante-se.
Suspirando, ele limpa o sangue do lábio e se levanta. Ele ainda tem um
piercing ali – uma pequena argola preta no canto da boca – e tudo que
consigo pensar é em acertá-lo novamente. Meu rosto deve mostrar minha
intenção antes que eu possa agir, porque ele rapidamente dá um passo para
trás e levanta as mãos em sinal de rendição. — Nate…
Deus, eu odeio o jeito que ele diz meu nome.
Frankie ainda não entrou como eu mandei, me xingando baixinho
enquanto pega os sapatos. — Estes são Jimmy Choos, sabe?
— Vou comprar novos para você.
— Nate.
— Frankie — respondo, virando-me para olhar para ela novamente.
Ela hesita como se não tivesse certeza se é seguro me deixar sozinho com
ele. Então, revirando os olhos, pega as chaves que entrego a ela e tropeça até
a porta da frente.
— Certo. Mas se você o matar, estará cavando o buraco sozinho. Estou
desmaiando agora.
— Beba um pouco de água primeiro.
— Sim, sim — ela diz, meio acenando para mim por cima da cabeça.
Depois que ela vai embora, dou um passo mais perto de Xavi e estudo sua
boca ensanguentada, observando o modo como ele continua cutucando
aquele maldito piercing com a língua. Quero arrancar isso da cara dele e
sufocá-lo com isso.
— Por que está aqui?
— Eu... — Ele para de falar, suas feições se contorcendo de ansiedade
enquanto ele esfrega a nuca. — Pensei que você soubesse.
— Soubesse o quê?
— Estou me mudando para o primeiro ano.
— Que merda você está.
— Nate...
— Eu disse não, seu idiota.
Não.
Não há como isso acontecer.
Nós nos encaramos. Eu já sei o que ele está pensando antes de falar. Posso
ver as perguntas que tem para mim claras em seu rosto. A necessidade de
saber o que diabos tenho feito nos últimos...
— Dois anos — ele diz suavemente, concluindo meu pensamento. — Você
não vai para casa há dois anos, Nate. Você não liga nem quer que ninguém vá
aos seus jogos. Sua família está muito preocupada...
— Jesus, você não entende? — Interrompo, agarrando seu queixo para
calá-lo. — Não me importo, Xavi. Estou farto com aquela cidade e todos nela.
Ele franze a testa com isso, olhando para mim confuso. — Desde quando?
Desde você, penso comigo mesmo, mas não me preocupo em dizer isso em
voz alta. Ainda assim, acho que ele sabe a resposta porque estremece e
desvia os olhos.
Depois que Katy morreu, exagerei e passei quase um mês me afogando
em álcool e transando com todo mundo que estava à vista. Meu pai me
pegou com um garoto na piscina enquanto seus amigos do golfe estavam em
casa e me disse que era hora de parar com essa merda. Eu queria sair do time
– abandonar completamente a faculdade – mas ele não aceitou. A filha dele
estava enterrada, mas a vida continua e toda essa merda.
Odeio-o.
Eu odeio todo mundo.
Ele nunca tinha me batido antes, mas ganhei um soco no rosto pela minha
atitude naquele dia. Então me deu uma escolha: ser a estrela que me criou
para ser ou me internar na reabilitação. Saí sem me despedir e não falei com
ele desde então. Ele apareceu nos meus primeiros jogos depois disso, mas
não falei com ele nem reconheci sua presença ali, então acabou desistindo de
tentar. Não porque estava me dando o espaço que eu queria, mas porque
envergonhei-o ao ignorá-lo.
Falei algumas vezes com minha mãe ao telefone, mas não a vejo
pessoalmente desde o dia em que saí de casa para sempre, e não pretendo
fazer isso tão cedo. Isso pode me tornar um idiota sem coração, mas é melhor
assim para todos nós. Não sou uma pessoa muito boa quando estou perto
deles – quando estou perto dele. Não tenho sido o mesmo desde que Xavi
tirou minha irmãzinha de mim e arruinou a porra da minha vida. Desde que
meus pais decidiram que mesmo que Katy morreu, manter as aparências é
sempre o mais importante. Desde que fiquei tão arrasado pela dor e pela
repulsa que não aguentava mais olhar para eles.
Tudo volta para ele, no que me diz respeito.
Tudo é culpa dele.
E o odeio por isso.
Sabendo o que está por vir, Xavi arranca o queixo da minha mão, tentando
ao máximo se afastar de mim. Antes que possa se mover, agarro-o pela gola
do moletom e dou um soco nele novamente, jogando-o para trás na lateral
da caminhonete de Frankie. Meus nós dos dedos estão me matando, mas não
me importo. Gosto da queimadura, principalmente quando vem dele. Parece
uma droga. Minha primeira dose em quase dois anos.
— Nem se preocupe em entrar nesta casa — digo, recuando em direção à
porta da frente. — Volte para aquela motocicleta, escolha outra faculdade e
dê o fora da minha vida.
Mas já sei que ele não está disposto a fazer nenhuma dessas coisas.
Algo mudou em seus olhos desde a última vez que o vi. Posso ver isso
agora. Só por um segundo, ele é o velho Xavi de novo, aquele que era antes
da morte de Katy. A vadia malcriada e desafiadora que nunca fez nada que
lhe foi dito. O jeito que ele está olhando para mim...
O garoto tem coragem, admito isso.
CAPÍTULO 3
3 ANOS ATRÁS
PRESENTE
— Ele realmente te deixou aqui no frio? — Carter ri, sorrindo para mim
enquanto observa os hematomas no meu rosto e o sangue no meu queixo.
— O que você esperava, Carter? — Olho para ele enquanto me levanto,
ignorando sua mão quando ele a estende para mim. — Você me disse que
não iria pegá-lo de surpresa.
— E você acreditou em mim?
Na verdade, não.
Mas que escolha eu tinha? Carter me fez um favor. Ele salvou minha
bunda de várias maneiras. E quem conhece Carter Westwood sabe que ele
não faz nada de graça para ninguém. Este é o preço que estou pagando. Vou
morar com eles no meu primeiro ano de faculdade – ou pelo menos, no que
resta dele. Eu não estava na melhor forma em setembro, e é por isso que vou
começar meu primeiro ano em janeiro.
— Vamos. — Ele caminha até a casa e me joga uma chave. — Seu quarto
fica lá em cima, terceira porta à direita. — Ele sorri por cima do ombro. — O
de Nate é a segunda.
Claro que é.
Pego minha bolsa e a jogo por cima do ombro. Ele abre a porta da frente e
hesito na soleira, passando o polegar pela borda irregular da chave ao meu
lado. — Ele me odeia, Carter.
Ele para e se vira para mim. Passando lentamente os olhos pelo meu corpo
da cabeça aos pés, ele balança a cabeça enquanto observa minha aparência.
— Acho que você sobreviverá.
Duvido, mas tudo bem.
Sigo-o pela ampla entrada e até a enorme cozinha à nossa esquerda,
observando as paredes brancas brilhantes e as bancadas de madeira escura,
a pia sem louça e os eletrodomésticos todos alinhados exatamente assim.
Este lugar é impecável, mas isso não me surpreende. Nate é uma aberração
por limpeza. Aposto que ele inspeciona cada centímetro deste lugar toda vez
que os faxineiros saem, esfregando obsessivamente todos os pontos que
perderam.
— Do que você está sorrindo? — Carter pergunta.
— Nada. — Balanço minha cabeça. — Onde é o seu quarto?
— Bem em frente ao de Nate.
— E a garota? — pergunto, tentando parecer imperturbável enquanto
coloco minha bolsa no chão ao lado do balcão. — Frankie. Ela tem seu
próprio quarto?
— Sim, mas ela dorme no quarto de Nate a maior parte do tempo.
Concordo com a cabeça e desvio o olhar, irritado com a pontada de ciúme
que torce meu interior. — Certo.
Carter sorri novamente e abre a porta do freezer, pegando uma bolsa de
gelo e enrolando-a em uma toalha de mão. — Aqui — ele diz, apontando o
queixo para meu rosto enquanto passa o pacote.
Pego-o e seguro-o na minha bochecha, observando enquanto ele molha
outra toalha na pia e caminha até mim. Movendo minha bunda contra o
balcão, ele empurra seus quadris nos meus, gentilmente pegando meu
queixo para limpar o sangue. Luto contra um arrepio e viro meu rosto para
longe dele, pegando a toalha dele para fazer isso sozinho. Ele sorri
maliciosamente enquanto recua, com as mãos levantadas em falsa rendição.
Estreito os olhos, ainda sem saber com que diabos ele pensa que está
brincando. Ele sempre adorou mexer com as pessoas, mas isso é péssimo, até
para ele.
— Por que estou aqui, Carter? — Sussurro, não querendo que mais
ninguém nesta casa me ouça. — Por que está fazendo isso?
— Porque é divertido.
Ele me deixa sozinho, desaparecendo pela porta sem olhar para trás.
Assim que termino de me limpar, enxáguo o sangue da toalha e jogo-a na
pia. Prefiro não levar uma surra por fazer bagunça, então limpo a água,
depois encontro a lavanderia ao lado da cozinha e jogo as toalhas no cesto.
Pegando minha bolsa, não me atrevo a verificar nenhum dos outros quartos
daqui no caminho de volta para a entrada. Subo a escada e sigo o corredor,
parando na terceira porta à direita.
É melhor ele não estar brincando comigo.
Com cuidado, como se estivesse manuseando uma bomba-relógio, giro a
maçaneta e espio o interior do quarto, aliviado ao encontrá-lo vazio. Eu não
duvidaria se Carter armasse uma cilada para mim e me fizesse entrar no
quarto de Nate sem avisar.
Entrando, fecho silenciosamente a porta atrás de mim e coloco minha
bolsa no chão. O quarto é enorme, exatamente como Katy disse que seria. As
paredes aqui também são brancas, o chão é de um cinza claro e empoeirado.
A cama queen-size é composta por lençóis brancos, cobertos com uma manta
cinza fofa e travesseiros combinando. Há uma TV na parede oposta, um
closet ridiculamente grande que Katy não teria problemas para encher e um
banheiro privativo igualmente grande no canto do quarto.
Deixando minhas roupas, rastejo para a cama e deito em cima das
cobertas, cruzando o braço sob a cabeça. Então pego minha carteira e olho
para o grande sorriso no rosto da minha melhor amiga.
— Eu disse que viria, querida — sussurro. — Estou aqui.
E estou infeliz sem você.
CAPÍTULO 7
Está escuro lá fora quando acordo. Eu não queria adormecer, mas uma
rápida olhada no meu telefone me diz que são quase nove horas, o que
significa que estou adormecido há quase três horas.
Gemendo, saio da cama. No banheiro, evito me olhar no espelho e esfrego
a areia dos olhos, sibilando com a dor latejante que se segue.
Sinto-me uma merda. Provavelmente também estou uma merda, e
definitivamente não coloquei gelo no rosto por tempo suficiente.
Escovo os dentes, tomo um banho de dois minutos e me visto. Passando
os dedos pelos cabelos úmidos, desço as escadas. Não como desde ontem e
estou morrendo de fome. É estranho receber comida aqui, então pego meu
telefone e procuro a pizzaria mais próxima onde posso dirigir, parando na
entrada quando ouço movimento na cozinha.
Apenas mantenha-se andando.
Ignorando meus instintos, viro para a direita, mantendo meus passos
leves enquanto espio pela porta aberta. Não sei se fico decepcionado ou
aliviado quando vejo que não é Nate como pensei. É Easton Miller, um dos
caras que reconheço da equipe de Nate e Carter. Ele tem cabelo castanho
claro e um sorriso descontraído no rosto. Ocupado ao telefone, ele coloca a
mochila no chão, perto da lavanderia. Tento não fazer careta enquanto vejo
suas roupas de ginástica e a bola de basquete que ele está girando no dedo
indicador.
Claro que há outro esportista aqui.
Já entrei em inúmeras brigas com caras assim. Principalmente no ensino
médio, com os atletas idiotas que achavam engraçado colocar as mãos em
Katy. Eles brincavam com ela, empurravam-na e davam-lhe o inferno
sempre que podiam, por isso devolvi-lhes imediatamente. Levei uma surra
mais vezes do que consigo contar, mas não deixei que isso me impedisse.
Todas as vezes levantava-me e continuava atacando até que um dos
professores aparecia para interromper.
Depois que ficou claro que teriam que passar por mim para chegar até ela,
todos na escola pensaram que estávamos namorando. Até nossos pais
pensaram que havia algo mais acontecendo entre nós. Provavelmente
porque nunca me preocupei em dizer a eles que buceta não deixa meu pau
duro. Não que eu dê a mínima para o que eles pensam. Prefiro me poupar
da dor de cabeça. Felizmente para mim, todos que conheço geralmente
olham para mim e presumem que sou hétero.
Quase todo mundo…
Limpo a garganta quando percebo que Easton me pegou parado aqui, com
as sobrancelhas puxadas para baixo enquanto ele estuda os hematomas
escuros ao redor dos meus olhos, depois o moletom com capuz preto que
estou usando e os jeans grandes e esburacados pendurados em meus quadris
estreitos.
— Ei — ele diz com bastante educação. — Você é Xavi, certo?
Franzo a testa, sem saber como ele sabe disso. Se Carter nem se incomodou
em dizer a Nate que eu estava vindo, por que ele contaria para esse cara?
— Frankie me mandou uma mensagem e disse que você estava aqui —
explica ele. — Sou Easton.
Concordo com a cabeça, enfiando desajeitadamente as mãos nos bolsos.
Realmente não sei o que fazer com ele ou o que Nate disse a essas pessoas
sobre mim, então apenas o observo por um minuto, lentamente voltando por
onde vim. — Ok, bem, eu só... uh, vou...
— Está com fome? — ele pergunta, segurando um saco de comida chinesa
antes de colocá-lo no balcão. — Eu estou morrendo de fome, então comprei
um de tudo.
— Hum…
Ele começa a tirar recipientes e abri-los, levantando uma sobrancelha para
mim enquanto se inclina e bate no balcão com um par de pauzinhos. —
Sente-se, Xavi. Não mordo.
Está bem então.
Sento-me à frente dele e ele abre a geladeira, tirando duas cervejas. —
Quer uma?
Meu coração começa a bater mais rápido. — Não, obrigado.
Calma.
Fácil.
Porra, respire, cara.
Easton encolhe os ombros enquanto coloca uma de volta e pega um
refrigerante para mim, segurando-o em oferenda. Pego-o e tiro a tampa,
observando enquanto ele serve comida suficiente para alimentar uma
pequena aldeia. Ele fica olhando para meu rosto enquanto comemos, e posso
dizer que está curioso sobre o olho roxo, mas não me pergunta sobre isso.
Em vez disso, me conta sobre suas aulas e jogos e seu lugar no time, falando
sobre tudo e mais alguma coisa. Ele é meio doce, e me sinto mais relaxado
perto dele do que pensei que ficaria.
— Há uma festa hoje à noite — ele diz enquanto começamos a limpar. —
Você quer ir?
Abro automaticamente a boca para dizer não, mas então penso em Katy,
imaginando-a me agarrando pelos cabelos e empurrando minha bunda
antissocial na direção dele.
Ainda hesito, querendo perguntar se ele sabe se Nate estará lá, mas é claro
que não faço isso.
— Sim — digo a ele, forçando as palavras através do nó na minha
garganta. — Eu irei.
Rastejo pelo quintal vazio e olho para a casa por cima do ombro,
mordendo o interior da minha bochecha quando vejo os pais de Bryson West
parados na cozinha. Estive aqui há apenas algumas noites, mas parece uma
casa completamente diferente da que era então, recém-limpa e livre de toda
a bagunça, do bar improvisado e dos corpos se fodendo a seco nas mesmas
superfícies em que estão apoiando-se.
Seria mais fácil fazer isso quando eles não estivessem em casa, mas Katy
não teria feito isso pela metade. Ela teria adorado a emoção e o medo de ser
pega.
Tiro todas as minhas roupas e as coloco sobre a mesa em que Nate estava
sentado na outra noite, balançando a cabeça quando começo a pensar nele
novamente.
Pare com isso, Xavi.
Isto não é sobre ele.
Puxando a venda sobre os olhos, cubro meu pau e minhas bolas com a
mão e pulo de cabeça na piscina aquecida. Subindo para respirar, consigo
nadar duas distâncias antes de ouvir os gritos vindos de algum lugar ao meu
lado. São os pais de Bryson, provavelmente chateados pra caramba ao
encontrar algum estranho nu se sentindo em casa em sua piscina chique.
— Ei! — O Sr. West grita à minha esquerda. — Que diabos você está
fazendo?!
Balanço a cabeça para o outro lado e mergulho em direção à borda, me
puxando para fora antes de sair correndo. Não vou muito longe antes de
bater em uma cadeira, dobrar os joelhos e cair de bunda, lutando para me
livrar das mãos que tentam agarrar meus tornozelos.
— Seu idiota.
Chuto-o e me levanto. Tateando em busca da mesa, encontro minhas
roupas e as enrolo contra o peito, me escondendo o máximo possível
enquanto corro pelo quintal. Bato em outra coisa e solto um grunhido, rindo
sozinho enquanto aperto minhas costelas doloridas.
Jesus, como ela fazia isso parecer tão fácil?
Estou cego com o coração na garganta. Por algum milagre, consigo
encontrar a parede que escalei para entrar aqui e jogo minhas roupas por
cima, me levantando e saltando rapidamente para o outro lado. Ainda posso
ouvir os dois gritando comigo enquanto pego minhas coisas do chão,
arranco a venda e corro de volta para minha moto estacionada na beira da
estrada, na mesma rua. Estou congelando e meus dentes estão batendo
loucamente, mas a adrenalina me faz continuar enquanto coloco minhas
roupas de volta e balanço a perna sobre o assento, ainda rindo sozinho
enquanto saio em alta velocidade. Dirijo por alguns minutos sem destino em
mente, apenas longe o suficiente de casa para ter certeza de que o pai de
Bryson não vai me alcançar e me dar uma surra. Depois de parar, seco as
mãos e retiro a lista que trouxe comigo, destampando meu marcador preto
com os dentes enquanto encontro a tarefa número cinco.
Vá nadar nu na piscina de um estranho.
Riscando, dobro novamente o papel e guardo-o, meu peito arfando
enquanto tiro o cabelo molhado da testa. Colocando meu capacete, quase
posso ouvir a risada histérica de Katy em meus ouvidos enquanto ligo o
motor e dirijo de volta para a casa do irmão dela.
Ser cego deve ser uma droga. Meus joelhos e cotovelos doem, minha
bunda e costelas estão machucadas e a parte interna da minha coxa está
pingando sangue. Não percebi na hora, mas devo ter me cortado em alguma
coisa quando voltei pulando o muro.
Mancando até a cozinha, pego uma bolsa de gelo e volto para as escadas,
me assustando quando Nate entra pela porta da frente.
— Jesus, você me assustou.
Ele para quando me vê, estreitando os olhos enquanto observa minha
forma desgrenhada.
Ele não me disse uma palavra desde aquela primeira noite no corredor.
Acho que ele nem olhou para mim uma única vez nos últimos três dias. Mas
ele está olhando agora.
Não tenho certeza se devo amar ou odiar.
— O que você está fazendo?
— Nada — respondo, provavelmente um pouco rápido demais.
Ele inclina a cabeça e agarra a alça da bolsa de ginástica em seu ombro, os
olhos nunca deixando os meus enquanto a deixa cair no chão. Ele está
vestindo um short preto e uma daquelas camisas de ginástica justas de
mangas compridas que gruda em sua pele, mostrando cada curva e
inclinação da parte superior de seu corpo.
Não olhe para o abdômen dele.
Não olhe.
Não...
Eu olho, e ele vem em minha direção, levantando meu queixo com o dedo
e fazendo questão de fechar minha boca aberta.
Idiota.
— Por que você está molhado?
Minhas bochechas coram e luto contra um arrepio quando seus dedos
quentes percorrem meu rosto gelado.
— Fui para a piscina.
Mesmo que eu não esteja tecnicamente mentindo – entrei em uma piscina,
mas não na piscina dele – acho que ele sabe que estou escondendo alguma
coisa. Ele não me questiona sobre isso.
— Você se machucou? — Ele pergunta, com as sobrancelhas levantadas
enquanto ele abaixa a cabeça na minha perna.
Pisco para ele, confuso com sua preocupação comigo. — Você se importa?
— Nem um pouco. — Ele afasta meu rosto e se inclina para pegar sua
bolsa. Ele esbarra no meu ombro a caminho da escada, quase me derrubando
com a força. — Limpe o sangue do meu chão.
Apoio-me no corrimão, esperando o som da porta do quarto dele se
fechando antes de pegar um pano na cozinha e começar a trabalhar.
CAPÍTULO 10
PAI
[Não se esqueça que você tem uma consulta com seu
terapeuta amanhã às nove da manhã. Não se atrase.]
— Caramba, droga.
Meus lábios se contraem com o pânico na voz de Xavi, minhas mãos
envolvem minha caneca de café enquanto sento-me ao lado de Frankie no
balcão da cozinha. Carter está sentado à nossa frente, sem camisa e de
ressaca, a cabeça baixa enquanto ingere o café da manhã que fiz esta manhã.
Não consegui dormir ontem à noite. Quando não consigo dormir, eu
limpo. E quando não há mais nada para limpar, cozinho o máximo de
comida que posso para poder limpar tudo de novo.
Meus amigos geralmente não acordam antes do meio-dia quando não
temos aulas para ir, mas toda vez que cozinho, é como se sentissem a comida
e viessem correndo buscá-la.
Xavi finalmente aparece no final da escada, e observo pela porta enquanto
ele anda e passa as mãos pelos cabelos. Já passa das nove, o que significa que
ele está atrasado para o compromisso. Seu telefone continua tocando em seu
bolso, mas ele o ignora. Ele parece um pouco enlouquecido, mal olhando
para nós três enquanto entra na cozinha e se agacha para olhar embaixo do
freezer.
— O que você tem? — Carter pergunta a ele com a boca cheia de bacon.
— Eu... — Xavi para e olha duas vezes para mim, seu rosto caindo
enquanto ele lentamente se levanta. — Nate…
— Festeiro.
Ele xinga e bate na porta do freezer com a ponta do punho, fazendo
Frankie, sonolenta, pular ao meu lado. Com o garfo a meio caminho da boca,
ela levanta os olhos e olha entre mim e Xavi, sem mover um músculo. A boca
de Carter se estica em um sorriso lento, mas eu não desvio o olhar da vadia
irritada atrás dele, percebendo tudo enquanto vejo as emoções passarem por
seu rosto. Quase posso ouvir os pensamentos passando por sua cabeça
enquanto ele tenta encaixar as peças, rangendo os dentes quando descobre
o que fiz.
Isso aí, de repente percebo.
Isso é o que quero.
Mal consegui uma reação dele até agora. Cada vez que o provoco, é como
se ele se contentasse em ficar ali deitado e aguentar.
Mas não desta vez.
Desta vez, ele parece chateado e eu gosto disso.
Quero mais disso.
Recostando-me um pouco mais, viro-me no assento e alargo as pernas.
Venha aqui.
Não digo isso em voz alta, mas seus pés ainda se movem em minha
direção como se ele tivesse ouvido o comando. Lentamente, ele se aproxima
até ficar entre minhas coxas abertas, os dedos se contorcendo
incansavelmente ao lado do corpo. Nós nos encaramos por alguns instantes,
e então ele estala, suas pequenas mãos agarrando meu moletom para revistar
meus bolsos. Agarro seus pulsos e torço, fazendo-o gritar enquanto os
prendo nas costas. Com a outra mão, agarro a barra de sua camisa e puxo
até que seu peito bata no meu, meus dedos roçando a pele macia e quente
logo acima de sua cintura. Em vez de lutar comigo, ele solta um suspiro e se
derrete contra mim. Uma única lágrima derrotada desliza por seu rosto
enquanto seu corpo fica mole em meus braços.
Patético pra caralho.
— Sei que você tem isso — ele fala.
— Tenho o quê? — Pergunto, desafiando-o com meus olhos a dizer isso.
Ele não faz isso – não na frente de Frankie e Carter – e essa é a única razão
pela qual não enfio meu punho naquele olho roxo dele e o faço chorar de
verdade.
— Por favor — ele sussurra só para mim. — Farei o que você quiser,
apenas... Por favor, Nate.
— Qualquer coisa, hein?
Ele concorda.
— E se eu lhe dissesse para arrumar suas coisas e sair da minha casa?
— Farei isso — ele diz sem hesitação. — Irei embora.
Meus olhos se estreitam e puxo seu corpo novamente, trazendo-o até que
seu rosto fique bem próximo ao meu. Alcançando meu moletom, retiro a tira
de fotos que roubei de sua carteira na noite passada, deslizando-a
discretamente no bolso da frente de sua calça jeans. Ele suspira novamente,
aliviado, e passo meu nariz sobre a cicatriz em sua mandíbula, apreciando o
jeito que ele treme contra mim.
Não digo a ele para ir embora.
— Tranque a porta — sussurro lentamente, garantindo que ele me entenda
desta vez.
Ele se afasta um pouco e pisca para mim, balançando a cabeça em silêncio
enquanto se solta do meu aperto. Deixo-o ir observando suas costas
enquanto ele sai da cozinha e leva o telefone até o ouvido, quase colidindo
com Easton enquanto caminha. Easton agarra seus lados para firmá-lo, e
Xavi murmura um pedido de desculpas envergonhado, abaixando a cabeça
para esconder seu rosto corado enquanto sai pela porta da frente.
Easton entra e pega um prato, ainda meio adormecido e sorrindo como
um idiota, seus passos vacilando quando ele percebe o olhar que lanço em
sua direção.
— Você ainda está bravo comigo por causa da festa da outra noite? — ele
resmunga, pegando um pedaço de bacon e arrancando um pedaço com os
dentes. — Eu disse que sentia muito.
— Eu disse para você não o levar.
— Carter me disse que você estava brincando.
— Carter é um filho da puta mentiroso.
Carter bufa, e me levanto para colocar minha caneca vazia na máquina de
lavar louça, agarrando sua nuca e enfiando seu rosto no prato ao sair. Ele
apenas ri, balançando a cabeça para mim com aquele sorriso estúpido e
sabichão nos lábios.
Mais tarde naquela noite, olho para o teto e me esforço para adormecer,
para esquecer ele, seus tops e os piercings em seu corpo, aquele maldito corte
na parte interna da coxa que não consigo parar de pensar...
Vá dormir, Nate.
Mas não posso.
Tenho que saber.
Saindo da cama, visto um moletom e saio para o corredor. Agarrando a
maçaneta da porta ao lado da minha, empurro para baixo, meu queixo
batendo quando ela não se move.
Ele a trancou.
Ele realmente a trancou.
Não sei por que estou chateado de repente.
Era isso que eu queria, não era?
Então, por que parece que acabei de perder algo?
CAPÍTULO 12
Não sei o que estou fazendo, mas estou bêbado demais para pensar duas
vezes sobre isso. Quero-o abaixo de mim e cansei de fingir o contrário. Pelo
menos por enquanto.
Sem interromper o beijo, empurro-o para o meu quarto e bato a porta atrás
de mim. Meus dentes prendem seu lábio inferior enquanto levo-o até a cama,
chupando seu piercing no lábio do jeito que pensei em fazer desde a primeira
vez que o vi nele.
Isso foi há anos.
Há anos que eu queria isto.
Ele segura meu pescoço para se equilibrar enquanto abro o botão de sua
calça jeans, empurrando-a para baixo sobre os globos redondos e apertados
de sua bunda. Seu pau está tão duro quanto o meu, a parte inferior de nossos
corpos batendo um contra o outro.
— Nate — ele murmura. — O que você está fazendo?
Ainda não sei, mas não tenho vontade de contar isso a ele.
Em vez de responder, puxo o zíper do seu moletom e o puxo sobre seus
ombros. — Tire isso — exijo, minhas mãos voltando para sua calça jeans.
Ele me obedece e tira a camiseta também, jogando-a no chão antes de
passar os dedos pelos cabelos da minha nuca. Sinto um formigamento onde
ele me toca, e luto contra um arrepio, lambendo sua boca para chegar à sua
língua. Ele me dá, inclinando a cabeça para trás com um gemido quando
esfrego seu pau com a mão sobre sua boxer.
— Mais — ele implora, e balanço a cabeça para ele, apertando sua bunda
com a mão livre enquanto provoco meu polegar sobre a ponta molhada.
— Cale a boca e aceite o que eu te der.
Ele choraminga, grunhindo quando o empurro na minha cama. Retiro sua
calça jeans e sua boxer e as jogo na pilha de roupas no chão, parando quando
dou uma boa olhada nos piercings em seus mamilos e em seu pau vazando
na parte inferior do abdômen. Ele é maior do que pensei que seria, mais
longo do que eu e igualmente grosso. Levanto uma sobrancelha para ele, e
ele sorri como o pequeno demônio arrogante que é, apoiando-se em um
cotovelo enquanto se dá um golpe lento e provocador. — Vai ficar aí me
fodendo com os olhos a noite toda ou vai fazer isso de verdade?
Agarrando seu cabelo, o puxo para sentar-se na beira do colchão. Ele grita
de dor, e empurro seu rosto em meu quadril para que ele não veja o pequeno
indício de sorriso em meus lábios. — Pensei ter dito para você calar a boca.
— Obrigue-me.
Desabotoando minha calça jeans, puxo meu pau para fora e esfrego a
ponta em sua bochecha macia e levemente corada. Ele começa a dizer mais
alguma coisa, mas não deixo, inclinando meus quadris para enfiar meu pau
em sua boca grande. Não dou a ele um segundo para se preparar. Usando
meu aperto em seu cabelo, puxo sua cabeça para frente e para trás e me fodo
nele, gemendo ao sentir sua língua quente e molhada deslizando sobre a
parte de baixo do meu pau. Ele engasga e entala, cravando as unhas curtas
na minha cintura. Mas ele não está me afastando. Ele está tentando me puxar
para mais perto. Ele está aceitando porque sabe que merece.
— Pequeno filho da puta — digo, empurrando mais fundo até atingir o
fundo da garganta. — Olhe para mim.
Ele olha, e quase gozo naquele momento ao ver seu olhar, as lágrimas
escorrendo por seu rosto enquanto roubo todo o ar de seus pulmões.
Eu normalmente não dou a mínima por ter meu pau chupado. Fico
entediado com as preliminares e faço isso o mais rápido que posso. Ou
simplesmente ignoro completamente. Garotos ou garotas, desde que ambos
gozemos rápido, fico feliz. Mas com Xavi…
Eu poderia olhar para seus lindos lábios esticados ao redor de mim a noite
toda.
Paro de me mover antes que goze muito cedo, passando o polegar sobre a
argola preta na borda de sua boca. Ele move as mãos para minha bunda e
engole meu pau sozinho.
— Porra — sufoco, envolvendo meus dedos em volta de seu pescoço para
detê-lo.
Ele sorri, e empurro-o de costas, rastejando até a cama entre suas pernas.
Ele limpa o cuspe da boca com as costas do braço, e aproveito o segundo
para observar seu corpo nu. Ele é pequeno, mas não tão magro como antes.
Ele cresceu um pouco nos últimos anos, ainda magro, mas com mais
músculos. Mais depressões e sulcos nos quais quero afundar minha língua
até que ele esteja desesperado e implorando por mim.
Da próxima vez, digo a mim mesmo, afastando o pensamento com a mesma
rapidez.
Não.
Não haverá uma próxima vez.
Xavi tosse e eu afrouxo o aperto em sua garganta, removendo uma das
mãos para pegar uma camisinha e o frasco de lubrificante da minha mesa de
cabeceira. Revestindo meus dedos, desço entre suas pernas e esfrego seu
buraco, observando sua boca se abrir enquanto empurro o do meio dentro
dele. Ele segura meu pulso, levantando os quadris enquanto abro-o com os
dedos.
Ele é tão sexy.
Sempre soube disso e isso me irrita. Pensando em quantos caras o
quiseram assim, quantos o pegou assim como se ele fosse deles.
Ele não é deles.
Esse ódio familiar sangra em minhas veias, e o viro de bruços, enfiando
seu rosto no travesseiro para não ter que olhar para ele. Ele se segura nos
antebraços, abrindo as pernas e arqueando as costas como um gato,
esfregando seu buraco molhado e necessitado sobre meu pau nu. Meu corpo
se move para encontrar o dele, meus polegares espalhando suas nádegas
enquanto deslizo meu comprimento para frente e para trás ao longo da
dobra de sua bunda. Minhas narinas se dilatam com o quão bom ele se sente,
minha raiva e essa necessidade desesperada por ele me consumindo de uma
só vez.
Sem paciência, limpo os dedos na calça jeans e rasgo a embalagem da
camisinha.
— Espere. — Ele olha para mim por cima do ombro, suas bochechas
brilhando do jeito que ficam quando ele está agindo de forma tímida ou
envergonhada com alguma coisa. — Sou negativo. Se você quiser…
Inclino minha cabeça para isso, meu pau latejando na minha mão quando
percebo o que ele quer. Ele quer que o foda sem camisinha. Ele quer que o
faça se sentir especial.
— Você acha que significa mais para mim do que os estranhos com quem
fodo aqui nesta cama? — Pergunto enquanto coloco a camisinha, inclinando-
me sobre ele até que meu peito esteja pressionado contra suas costas. — Você
não é.
Seu rosto entristece e sorrio com a dor em seus olhos.
— Você acha que confio em uma vagabunda fácil como você? — Empurro
ainda mais fundo, cobrindo-me com lubrificante antes de esfregar a ponta
sobre seu buraco fechado. — Nunca na vida — sussurro em seu ouvido.
Ele grita quando afundo nele, cerrando os dentes e enfiando o rosto de
volta no travesseiro. Seu forte calor me envolve, me queimando de dentro
para fora. Engulo o gemido que sobe pela minha garganta, rindo quando ele
estende a mão e tenta puxar o cabelo curto do topo da minha cabeça. Ele está
chateado agora, tentando me machucar como o machuquei.
— Vou te foder com tanta força que você vai me sentir por uma semana.
Você está pronto?
— Porra, só... me dê um segundo, Nate.
— Você tem cinco.
Ele geme e abre o punho apertado, passando as unhas em meu couro
cabeludo enquanto respira longa e profundamente. Tenho que lutar contra
outro gemido, pressionando meu rosto contra a lateral de seu pescoço para
esconder a forma como meu corpo reage ao dele. Eu poderia culpar o fato
de estar bêbado, mas seria um mentiroso. A maneira como me sinto em
relação a ele... não é por causa do álcool. É tudo culpa minha.
— O tempo acabou, festeiro — murmuro em sua carne quente, e então
faço exatamente o que disse que faria.
Finalmente o solto e o fodo o mais forte que posso, prendendo um braço
sob sua barriga e o outro descansando próximo a seu ombro. Ele inclina a
cabeça para trás para mim, expondo o pulso errático batendo sob sua pele.
Incapaz de me conter, afundo os dentes no local. Ele se contorce e geme
embaixo de mim enquanto o marco para que todos possam ver. Carter,
Easton, a amiguinha excitada de Frankie que acha que tem uma chance de
pegar um pedaço dele. Eles saberão quem esteve aqui na próxima vez que o
virem. Eles saberão a quem ele pertence.
— Meu — sussurro em seu pescoço. — Todo meu, porra, agora.
— Jesus Cristo, Nate — ele choraminga meu nome, enrolando os dedos
em volta do lençol.
— O quê?
— Nada, eu só… nunca pensei que isso fosse acontecer — ele admite. —
Nem em um milhão de anos.
— Mas você queria — eu digo, lembrando-me de todas as vezes em que o
peguei olhando para mim quando ele estava na minha casa, os olhares que
ele me dava quando eu passava por ele nos corredores da escola. — Você
sempre quis isso, não é mesmo, festeiro?
Ele cora, mas balança a cabeça, sugando o lábio inferior na boca.
— É melhor do que você pensou que seria?
— Sim.
— Melhor que meu melhor amigo? — Pergunto, meu lábio se curvando
em um grunhido enquanto empurro nele mais rápido.
— Sim — ele diz rápido, com a voz estrangulada. — Muito melhor.
— Bom garoto. — Mordo o lóbulo de sua orelha, sentindo-o tremer contra
mim antes de puxar meu pau para fora de sua bunda. — Vire-se.
Ele rola de costas e envolve as pernas em volta dos meus quadris, os olhos
semicerrados enquanto passa as mãos pelo meu peito por cima da minha
camisa. Ele parece tão bonito e desesperado, deitado nu embaixo de mim
enquanto eu ainda estou totalmente vestido.
Ele levanta a bunda, buscando meu pau, mas agarro sua parte interna das
coxas e aperto, empurrando-o de volta para o colchão. Curvando-me sobre
ele, lentamente lambo seu corpo desde a ponta de seu pau grande até a base
de sua garganta, em seguida, abaixo de volta para girar minha língua em
torno das barras de metal em seus mamilos. Ele geme alto e agarra a parte
de trás da minha cabeça para me segurar nele, a outra mão se esgueirando
por baixo da minha camisa para esfregar meu abdômen. Nossos corpos
suados deslizam juntos enquanto ele puxa a bainha, empurrando-a
impacientemente pelo meu corpo e por cima da minha cabeça.
Provavelmente não é uma boa ideia, mas sou um bastardo malvado demais
para impedi-lo.
Depois de tirar minha camisa, ele a joga no chão e espalha os dedos pelas
minhas costas, prendendo-os sobre meus ombros para cravar suas unhas em
minha carne. Ele encontra a corrente em volta do meu pescoço, exatamente
como eu sabia que faria, então congela, olhando para o anel no centro do seu
peito – o anel dele. O anel com o número da minha camisa.
Seus lábios se abrem, mas nenhuma palavra sai. Então seus olhos
marejados encontraram os meus, e meu pau dói com a necessidade de ser
enterrado de volta dentro dele.
Adoro quando ele chora.
Seu olhar escurece e ele zomba como se tivesse me ouvido, rapidamente
pegando o colar como se estivesse prestes a arrancá-lo. Agarro seus pulsos
para detê-lo, prendendo-os no lençol acima de sua cabeça. — Não toque.
— Seu idiota — ele murmura entre os dentes. — Isso é meu.
— Não mais.
Outro olhar, sua respiração acelerada com uma mistura de tristeza e raiva.
— Te odeio.
Eu rio e pressiono meus lábios nos dele, sorrindo quando ele trava a
mandíbula e vira a cabeça para longe de mim. Solto suas mãos e agarro seu
rosto, puxando-o de volta. — Beije-me de volta ou vou piorar as coisas.
Um barulho de dor sai de sua garganta e ele abre a boca, permitindo que
eu chupe sua língua. Alcanço meu pau e empurro de volta para ele, nossas
línguas e dentes se chocando enquanto envolvo minha mão em volta de seu
pescoço e uso sua bunda como se fosse meu brinquedinho de foda.
Todas as noites em que o observei dormir, foi nisso que pensei. Prendendo-
o e tirando o que quero dele. Fazendo-o pagar. Fazendo-o quebrar. Fodendo
com sua cabeça, seu coração e seu corpo, tudo ao mesmo tempo. É o que
mais desejo no mundo. Vê-lo desmoronar, pedaço por pedaço, até não restar
mais nada.
Com todo o seu corpo tremendo, ele crava os calcanhares na minha bunda
e os dedos nas laterais do meu corpo, encorajando-me a levá-lo mais fundo.
Sabendo que ele está perto, deslizo minha mão entre nossos corpos e envolvo
seu pau. Ele está vazando em cima de nós, gemendo a cada movimento dos
meus quadris enquanto bato em seu ponto ideal uma e outra vez.
— Ah meu Deus — ele se engasga. — Merda, Nate.
— Eu sei — digo suavemente, observando seu corpo se mover enquanto
ele esfrega sua bunda, me fodendo de volta. — Porra. Continue assim. Você
fica tão gostoso assim, bebê.
Ele pisca e me encara por um segundo, então agarra meu rosto e me beija
como se estivesse morrendo de fome por mim. Seu pau pulsa em minha mão,
sua bunda aperta meu pau com tanta força que vejo estrelas. Ele grita na
minha boca e goza sobre si mesmo, prendendo as mãos em volta do meu
pescoço e as coxas em volta da minha cintura, agarrando-se a mim como se
nunca quisesse me soltar.
Não sei por que é isso que me irrita, mas irrita. Com nossas testas se
tocando e nossos gemidos se misturando, eu retiro e me livro da camisinha,
liberando seu pau e abdômen, sujando-o e marcando-o novamente.
Passo meu polegar pelo nosso esperma e levanto-o até seus lábios,
empurrando-o em sua boca para alimentá-lo. Ele lambe e chupa, girando a
língua para garantir que não perca uma gota.
— Garoto indecente — provoco, puxando meu polegar antes de beijá-lo
novamente, engolindo o gosto de nós dois.
Passo minha mão sobre sua coxa enquanto acalmamos, aconchegando-me
nele e mantendo nossos corpos o mais próximos possível. Ele solta um
suspiro longo e cansado, seu sorriso desaparece enquanto ele passa os dedos
pela corrente na minha clavícula. Suavizando meus olhos, tiro o cabelo da
testa.
— Você ainda se odeia?
Ele balança a cabeça, mastigando o interior da bochecha.
— Ótimo — sussurro, sentindo-o tenso embaixo de mim. Aperto meu
punho em seu cabelo e puxo sua cabeça para trás, minha boca pressionada
contra a linha dura de sua mandíbula. — Agora dê o fora.
CAPÍTULO 16
Eu sou um idiota.
Apoiando os cotovelos no balcão da cozinha, abaixo a cabeça e passo as
mãos pelos cabelos.
Já se passaram três dias. Três dias e não consigo parar de pensar nisso.
Não consigo parar de repassar a noite inteira em minha mente, tentando
identificar o momento em que perdi a cabeça e comecei a cair nas merdas
dele.
Eu deveria saber melhor. Eu sabia melhor.
Até que eu não fiz isso.
Tento pensar em outra coisa - faculdade, Katy, literalmente qualquer outra
coisa - mas não funciona. Ele se sentiu como casa bem no fundo da minha
cabeça e não consigo me livrar dele. Patético, considerando que ele não me
disse uma palavra desde que saí do quarto dele na sexta à noite. Acho que
ele não estava mentindo quando disse que eu não era diferente de qualquer
outra pessoa com quem transa. Ele me usou como a vagabunda fácil que me
chamou e depois me jogou fora como se eu não significasse nada. Menos que
nada. Doeu, mas esse era o plano dele o tempo todo, não era? Machucar-
me…
E eu praticamente implorei a ele por isso.
Sentindo-me enjoado, fecho os olhos e passo a mão sobre o buraco em meu
estômago, minha outra mão segura a marca que ele chupou em meu pescoço.
Odeio o jeito que meu coração bate mais rápido toda vez que lembro que
isso está lá, o que acontece o tempo todo.
Alguém pigarreia atrás de mim e viro a cabeça para encontrar Frankie
parada ali, arregalando seus grandes olhos azuis para mim como se eu fosse
estúpido.
— Cara, você está atrapalhando — ela diz, inclinando a cabeça para a
máquina de café que estou bloqueando.
Saio de seu espaço e ela se estica para pegar uma caneca no armário acima.
Ela vai ficar lá por um tempo se está sendo rude desse jeito para arrancar
uma reação minha. Ela provavelmente não está fazendo isso. Só estou
chateado porque ela dormiu na cama de Nate ontem à noite - de novo -
enquanto passei a noite sozinho no quarto ao lado, batendo a cabeça na
cabeceira e desejando ser ela.
Ela me olha de soslaio com uma expressão vazia no rosto enquanto toma
um gole de café, seu olhar caindo para minha garganta. Sei que estou sendo
mesquinho, mas não me preocupo em tentar encobrir isso. Se eu tiver que
ouvi-la ficar bêbada, assistir filmes de terror e fazer sabe-se lá o que mais
com ele através da parede, ela pode ficar lá e olhar para o chupão que seu
amigo de foda me deu.
Ela franze os lábios, e tenho certeza de que está se esforçando muito para
não rir de mim, a putinha. Olho para ela, e ela revira os olhos antes de
começar a dizer alguma coisa, mas então...
— Frank — Nate diz da porta, e ele olha para a bunda dela, seus olhos
comendo o jeans apertado e rasgado que ela está usando. — Você está pronta
para ir?
— Vamos... — Ela franze a testa.
Um momento passa e ela balança a cabeça com um pequeno sorriso nos
lábios. Ela termina o café em tempo recorde, provavelmente queimando a
boca na pressa de ir com ele, depois enxagua a caneca antes de colocá-la na
máquina de lavar louça.
Nate nem olha para mim. Ele me fodeu com tanta força que não consigo
me sentar sem ficar duro graças à dor na minha bunda, e agora está agindo
como se eu fosse invisível, como se eu não estivesse bem aqui na frente dele.
Ele não estava exagerando quando me disse que o sentiria por uma
semana. Parece que ele me bateu de novo, só que isso é melhor - ou pior -
porque não é só o meu rosto. Posso senti-lo em cima de mim. Suas marcas de
dentes em meu pescoço, os hematomas em meus quadris, o corte que deixou
em meu coração...
Ele e Frankie se movem para sair, e fico aqui como um idiota, mexendo
meu queixo quando vejo a corrente que ele está usando no pescoço, por
baixo da camiseta.
— Você é um idiota, sabia disso? — Eu o persigo, observando suas costas
enquanto ele se afasta de mim. — Não consigo tirar você da minha cabeça!
Ah, meu Deus, seu idiota.
Com as bochechas corando, eu me inclino sobre o balcão da cozinha e
deixo meu rosto cair em minhas mãos, desejando que o chão se abra e me
puxe para baixo. Quando encontro coragem para olhar para ele através do
espaço entre meus dedos, vejo-o sorrindo para mim por cima do ombro
enquanto veste a jaqueta e segue Frankie para fora.
Parece que a minha cabeça está exatamente onde ele quer estar.
CAPÍTULO 17
— Você quer me dizer por que está me dando uma carona até o campus
quando estou com minha caminhonete ali? — Frankie pergunta, com um
cigarro preso entre os dentes enquanto ela procura um isqueiro no bolso.
— Basta entrar no carro.
Abrindo a porta do passageiro, ela entra.
Ela sabe por que está aqui. Eu queria irritá-lo, irritá-lo ainda mais do que
já estou. Além disso, eu só queria afastá-la dele. Não gosto quando ele fica
muito perto dela. Isso me deixa nervoso.
Uma vez que estou sentado ao lado dela, dou ré e saio do meu lugar na
garagem e dirijo pelo portão. Frankie não consegue encontrar seu isqueiro,
então pego o meu no console interno e acendo o cigarro para ela, levantando
uma sobrancelha quando ela dá uma tragada exagerada e finge que cuida da
própria vida.
Um minuto se passa e não aguento mais. — Você não vai perguntar?
— Ah, tenho certeza de que já sei — ela diz com um sorriso, soprando a
fumaça pela janela. — Sexta à noite, depois que você jogou aquela linda líder
de torcida do seu colo e desapareceu, você estava com ele?
Concordo com a cabeça e franzo a testa ao me lembrar da maneira como
agi quando Carter agarrou Xavi e o arrastou para longe de mim. Eu estava
tão bêbado que todos os momentos que antecederam o beijo de Xavi foram
um pouco confusos, mas não consigo esquecer o olhar que Carter me lançou
enquanto colocava as mãos por todo o corpo de Xavi e a boca perto da orelha.
O olhar que dizia, você o quer? Venha buscá-lo.
Tão rápido que provavelmente lhe causei uma lesão no pescoço, deixei a
garota com quem estava sem uma única palavra ou explicação e os segui até
o andar de cima. Vi Xavi com as costas contra a parede e as mãos no peito
de Carter, tão perto que estavam quase se beijando. Então os ouvi falando
sobre a última vez, e tudo o que vi foi vermelho depois disso.
Olhando para o corte inchado em meu dedo, flexiono minha mão no
volante, fazendo-o rachar e sangrar novamente.
Valeu muito a pena.
— Essa foi a primeira vez? — Frankie pergunta, me puxando de volta da
lembrança satisfatória de socar o nariz de Carter.
— Você está dizendo isso como se fosse acontecer mais de uma vez —
murmuro, roubando o cigarro da boca dela.
— Cara, quem você está enganando? — Ela ri, balançando a cabeça
enquanto pega de volta e me passa o meu. — Ele acha que você me fodeu
ontem à noite.
— Eu sei. — Sorrio maliciosamente, inclinando a cabeça para acender.
— É por isso que me deixou dormir na sua cama? Para deixar seu
brinquedinho com ciúmes?
— Não — digo honestamente, virando a cabeça para olhar para ela, para
que ela saiba que estou falando sério. — Isso é apenas um bônus.
Ela bufa e revira os olhos. — Xavi estava certo.
— O quê?
— Você é um idiota.
Sorrio e fumo meu cigarro enquanto dirijo, usando meu joelho para dirigir
para poder alcançá-la com minha mão livre, com a palma para cima,
espalhando meus dedos até que ela entrelaça os seus nos meus.
Minha garota faz cara de corajosa e pode enganar praticamente qualquer
um fazendo-o acreditar que é a festeira despreocupada e selvagem que finge
ser, mas não está me enganando. Posso ver a dor que esconde sob a
superfície, ainda mais nos últimos dias. É por isso que a deixei dormir na
minha cama. Porque mesmo que ela nunca admita, odeia ficar sozinha
quando os demônios vêm atrás dela e tentam arrastá-la para baixo.
Só vi uma outra pessoa parecer tão abatida e devastada como ela na noite
em que a conheci, há quatro meses. Eu a encontrei na rua da cidade, sentada
contra a parede do bar gay em que eu estava com Carter. Ele estava lá dentro,
tendo um trio em uma cabine de banheiro, e ela estava lá fora - uma garota
de dezoito anos sem dinheiro, sem roupas e sem lugar para ir. No início, ela
me mandou ir à merda, mas acabei fazendo com que ela falasse quando
percebeu que eu não estava tentando pagá-la por sexo. Ela perguntou se eu
era gay, por estar em um bar gay e tudo mais, e eu hesitei antes de dizer que
era bi, algo que quase nunca conto a ninguém. Depois disso, ela se abriu e
me contou tudo. E quando ela quase desmaiou em meu ombro, exausta
depois de ter medo demais para dormir na calçada por três dias, eu a levantei
do chão e a levei para casa comigo. Eu disse a mim mesmo que só fiz isso
porque ela me lembrava a Katy, mas isso não é exatamente verdade. Ela me
lembrava mais o Xavi. A maneira como ela olhava para mim com
maquiagem preta e lágrimas secas espalhadas pelo rosto, mas ainda assim
conseguia rir da dor. A maneira como aquela coisinha arrogante ainda
conseguia me dar atitude, apesar da merda pela qual tinha acabado de
passar. Ela me tinha enrolado em seu dedo desde o início.
— Nate — ela diz baixinho, quase como um aviso, e pisco de volta para o
presente. Estamos no estacionamento agora, sentados em silêncio com as
mãos unidas no colo dela. Passo meu polegar sobre o dela e ela limpa a
garganta, flexionando os dedos para tentar se libertar. — Vou me atrasar
para encontrar com Taylor.
— Frankie, pare.
Ela se recosta no assento, mordendo o lábio inferior para esconder o
quanto ele está tremendo. — Eu disse que não vou falar sobre isso de novo.
Nunca mais.
— Por que não?
— Porque dói — ela admite, o que rapidamente me deixa em silêncio.
Acho que nunca a ouvi dizer algo tão honesto antes. — Jesus, esqueça que
eu disse isso — ela sussurra. — Eu só... não quero, ok?
— Não, não está tudo bem. Você acha que é melhor continuar ignorando
e fingindo que não existe?
Ela inclina a cabeça para mim, estreitando os olhos com um olhar que me
faz mudar de posição no banco.
Porra. Aqui vamos nós.
— Por que você odeia Xavi? — ela finalmente pergunta, simplesmente
toca no assunto, e cerro a mandíbula, tentando ignorar o jeito que meu
coração está batendo forte. — Você não vai me contar, vai?
— Isso é diferente.
— Não acho que seja — ela brinca, puxando a mão antes de sair do carro.
— Se você pode ignorar seus problemas, pode recuar e me deixar fazer o
mesmo.
— Frankie — eu chamo, desanimando quando ela se vira para olhar para
mim. — Se você precisar de mim…
— Sim, sim. Ligo para você. — Ela acena para mim, seus saltos batendo
no chão enquanto ela caminha em direção à cafeteria perto do prédio de
música.
A vontade de correr atrás dela está presente, mas me forço a ficar onde
estou, sabendo que é o melhor, mas odiando mesmo assim. Fui muito forte
com Katy, tentei forçá-la a falar comigo e controlar cada movimento que ela
fazia para mantê-la segura, e veja onde isso me levou. Eu a perdi para o
festeiro. Não cometerei esse erro novamente.
Agora que estou pensando nele – de novo – decido me sentar no meu carro
e esperar que ele apareça como o perseguidor em quem me transformou.
Gosto de observá-lo. Memorizei sua agenda tão bem que quase sempre sei
onde ele está e para onde vai. A não ser quando ele foge à noite por horas a
fio. Como na noite em que ele fez aquele corte na coxa. E na sexta-feira,
depois do jogo, quando cheguei em casa e ele não estava em lugar nenhum.
Fico chateado com o fato de que algumas partes da vida dele não giram em
torno de mim, mas posso consertar isso. Só preciso descobrir para onde ele
está indo, o que está fazendo e com quem está fazendo isso...
Ele finalmente para do outro lado do estacionamento, e olho para a parte
de trás de seu capacete, minha mão se fechando em um punho apertado no
volante. Se eu descobrir que ele está saindo da minha casa para foder outra
pessoa, vou sufocá-lo até vomitar.
Tenho certeza de que ele viu meu carro ao entrar, mas não me vê sentado
aqui enquanto desce da moto e tira o capacete, passando a mão pelo cabelo
até que ele caia um pouco sobre os olhos. Eu gosto quando ele faz isso. O
cabelo dele está um pouco mais comprido do que há alguns anos, e espero
que ele não o corte tão cedo. Mais para eu segurar na próxima vez que eu
estiver chupando seu pescoço e fodendo sua bunda por trás.
Uma risada leve me deixa e balanço a cabeça, deixando-a cair de volta no
assento com um baque suave.
E aqui estava eu, tentando convencer a mim e a Frankie de que isso nunca
mais aconteceria.
Falo tanta merda.
CAPÍTULO 18
Xavi se foi novamente. Já passa das dez da noite e não tenho ideia de onde
ele está. No começo, pensei que talvez estivesse se drogando, voltando ao
seu jeito de festeiro, mas depois pensei melhor. Ele não faria isso. Pelo menos
não acho que faria...
Preocupado com a possibilidade de estar errado, decidi pegar minha bola
e ir desabafar na quadra do quintal, mas parei ao passar pelo quarto de Xavi
no corredor. Foi assim que acabei aqui, bisbilhotando toda a merda dele para
tentar encontrar uma pista. Mas não há nada aqui. Apenas suas roupas e
alguns livros em sua mesa que parecem nunca ter sido tocados. Ele não
trouxe quase nada com ele quando se mudou. Ele poderia arrumar todas as
suas coisas e sair de casa em menos de dois minutos, se quisesse.
Fechando a gaveta de cima de sua cômoda, tento ignorar como esse
pensamento me enche de desconforto suficiente para me fazer sentir
enjoado.
Eu não quero que ele vá embora.
O que é estúpido porque quando ele chegou aqui, pensei que isso era tudo
que eu queria. Mas agora…
Jesus, o que há de errado comigo?
E por que ele continua sumindo?
Caindo na beira da cama, olho para o espelho à minha frente enquanto
rolo minha bola de basquete entre as palmas das mãos, rangendo os dentes
quando encontro Carter me observando da porta aberta.
— Não.
Ignorando o aviso, ele se afasta do batente da porta, entra e se posiciona
bem na minha frente. Ele tem um olho roxo, mas isso não tirou aquele sorriso
estúpido dele. — O que você está fazendo, melhor amigo?
— Carter, saia da minha frente.
— Obrigue-me. — ele diz alegremente, murmurando. — Se puder. —
Enquanto arranca a bola das minhas mãos.
Antes que ele possa fazer outro movimento, levanto-me e o agarro pela
camisa. Mesmo que eu tenha acabado de dizer para ele sair da minha frente,
avanço sobre ele até estar na dele, tão perto que nossos narizes se tocam. —
Você tem muita coragem.
— Sim. Nós sabemos disso. Agora pule para a parte em que você me
perdoa para que possamos jogar bola e trocar histórias sexuais.
Esse filho da puta.
— Eu vou te matar.
— Então você continua dizendo. — Ele ri, lambendo o lábio inferior
enquanto olha para o meu. — Sinto sua falta...
— Pare de jogar! — Grito, tão bravo com ele que minha mão está tremendo
em seu peito, minha voz embargada de raiva e tormento quando digo: —
Isso não é uma piada. Ele é a razão pela qual minha irmã está morta, Carter.
Você sabe o que sinto por ele e você transou com ele de qualquer maneira.
— O que você sente em relação a ele — ele ecoa. — Como em... o quanto
você o odeia, ou o quanto você não o odeia?
— Vá se foder.
— Você está realmente bravo porque sente que traí você e Katy ao foder o
inimigo? — Ele inclina a cabeça, saltando os olhos entre os meus. — Não —
ele sussurra antes que eu possa dizer qualquer coisa, respondendo à
pergunta para mim. — Você não o teria fodido se esse fosse o motivo. Só está
com ciúmes porque o tive primeiro.
Isso me pega, assim como ele sabia que aconteceria, e a próxima coisa que
sei é que estamos na cama e estou em cima dele, montando nele com as mãos
em volta do pescoço. Não sou maior ou mais forte do que ele. Ele poderia
me empurrar sem suar a camisa se quisesse, mas não o faz. Isto é o que
acontece quando lutamos. Ele me deixa vencer, me deixa colocar tudo para
fora até começar a me sentir melhor. Mas não vou me sentir melhor desta
vez.
— Você nunca o teve, Carter. — Inclino-me para ocupar seu espaço,
cravando meus polegares em sua garganta. — Ele nunca foi seu.
— Seu garoto fica duro quando você o joga desse jeito? — Ele pergunta
como se eu nunca tivesse falado, pegando minha mão esquerda para movê-
la até seu pau, por cima do moletom. — Eu fico. Você fica tão gostoso quando
perde a cabeça.
— Toque-o novamente — eu aviso, apertando com força suficiente para
fazê-lo gemer. — Vou arrancá-lo e enfiá-lo na sua bunda.
— Seu filho da puta excêntrico.
— Você acha que estou brincando?
— Cale a boca e me beije — ele murmura contra meus lábios, e afasto-me
um pouco, franzindo a testa para ele como se ele fosse louco.
— O quê?
— Nós dois sabemos que você não vai fazer nada comigo — ele diz como
se fosse um fato, usando nossas mãos para se ajustar. — Sou uma das únicas
pessoas que lhe restam. Uma das únicas que você ainda não se afastou...
— Eu tentei afastar você, seu idiota.
— Não foi forte o suficiente. Você está preso comigo, goste ou não. Então,
se não está sentado no meu colo para me matar, o que não está, pode pelo
menos me aliviar e fazer valer a pena meu tempo.
Fico olhando para ele por alguns segundos, então o solto e sento-me em
suas coxas. — Há algo errado com você.
— Você me ama.
Eu não – não agora, pelo menos – mas não posso negar que ele está certo
sobre o resto. Não posso fazer nada de errado aos olhos de Carter. Não
importa o quanto eu seja idiota com ele, ele nunca vai embora. Acho que ele
nunca vai me deixar. Eu poderia matar alguém a sangue frio, e
provavelmente me cumprimentaria quando fosse pegar uma pá.
— Estamos fazendo isso ou o quê? — Ele pergunta impacientemente,
movendo-se embaixo de mim, e franzo a testa um pouco mais.
— C, nós não transamos desde que estávamos no ensino médio.
— Como eu disse — ele brinca, apoiando-se no cotovelo para segurar
minha nuca. — Sinto sua falta.
— É por isso que você não para de tornar minha vida um inferno? —
Abaixo-me para encontrá-lo no meio do caminho, zombando. — Por que
você dormiu com o cara por quem sou obcecado há anos e depois o trouxe
aqui, o pendurou na minha frente e o chamou de presente, depois esfregou
isso na minha cara na primeira chance que teve? Por que você sente tanto a
minha falta?
— Ok, agora você está me fazendo ficar mal. — ele resmunga. — Eu nunca
planejei deixar você descobrir. Simplesmente aconteceu.
Antes que eu possa arrancar seus dentes, um movimento em minha
periferia chama minha atenção. Carter e eu olhamos para a porta enquanto
Xavi entra, seus passos vacilam quando ele nos vê aqui. Em seu quarto. Em
sua cama. Seu capuz está tão baixo que está quase cobrindo seus olhos, mas
posso dizer, pela forma como seu rosto entristece, que ele está presumindo
que estamos transando, que eu trouxe Carter para cá e subi em cima dele só
para sacaneá-lo. Não posso dizer que o culpo. Isso é definitivamente algo
que eu faria se tivesse pensado nisso antes.
Xavi pisca como se achasse que poderíamos desaparecer no ar, depois
pisca novamente. — Você está brincando?
Aquela sensação de mal-estar no estômago retorna. Não tenho ideia de
porque me sinto compelido a dizer a ele que não planejei isso. Quando estou
prestes a fazer isso, Carter abre a boca grande e torna tudo cinquenta vezes
pior.
— Garotinho — ele brinca, apontando para o espaço estreito entre seu
corpo e o meu. — Quer participar disso? Vou deixá-lo montar no pau dele
se você me der sua boca.
Empurro-o para trás pelo peito, e Xavi move sua mandíbula, forçando um
sorriso que parece mais um olhar mortal queimando dois buracos no centro
do meu rosto. Deixando cair o telefone e as chaves na cômoda, ele caminha
em nossa direção como se estivesse pronto para fazer isso, e olho de volta
para ele. — Nem mesmo isso...
Carter me dá um tapa nas costelas para me calar, sussurrando: — Relaxe.
Ele não tem coragem.
— Eu não teria tanta certeza disso, C. — murmuro baixinho, revirando os
olhos quando Xavi se ajoelha na cama.
Sua perna passa por cima do corpo de Carter na minha frente. Ele monta
nele, de costas para o meu peito e com a bunda no meu pau. Carter olha para
ele boquiaberto e reviro os lábios para esconder minha repentina diversão.
Acho que nunca vi Carter sem palavras antes, mas aí está.
Segurando a cintura de Xavi com uma mão, levanto a outra para abaixar
o capuz, mas ele afasta a cabeça antes que eu possa fazer isso, não me
deixando tocá-lo.
Pirralho.
Agarrando-o com mais força desta vez, vou até seu capuz novamente e
puxo sua cabeça para trás em meu ombro, minha boca em seu pescoço
enquanto passo meus dedos por seu cabelo. Sua boca se abre com um
gemido silencioso, e ele estremece antes que possa pará-lo, derretendo por
mim quando roço o osso do quadril com o polegar.
Sim. Ele pode ficar chateado o quanto quiser. Ele ainda é meu.
— Você se acha engraçado? — pergunto, meus lábios brincando com o
chupão logo acima de sua clavícula.
— O quê? Ele ofereceu — ele diz, colocando as mãos atrás das costas para
sentir meu pau. Encontrando-o duro e pronto para ele, ele envolve os dedos
em torno da base através do meu moletom, apertando-o e me fazendo
estremecer. — Isso é meu, certo?
Maldito inferno.
— Tudo bem, sua putinha, entendemos o que você quer dizer. — Tranco
meu braço em volta dele e o levanto de cima de Carter, colocando-o de pé
quando estou de pé.
— Cara, nós poderíamos ter vencido esse jogo se você não fosse um
covarde — reclama Carter.
Ignoro-o, observando Xavi enquanto coloco meu pau sob a cintura. —
Onde você esteve?
Ele fica boquiaberto, olhando do meu rosto para a virilha e depois de volta
para o meu rosto. — Por quê? — ele pergunta desconfiado.
— Apenas responda à pergunta — eu digo, e ele franze a testa como se eu
tivesse perdido a cabeça.
— Não.
Dou um passo em direção a ele e ele se encolhe, engolindo em seco quando
suas costas batem na parede ao lado da mesa de cabeceira.
— Por que você está falando assim? — pergunto, minha irritação
crescendo enquanto estudo seus lábios carnudos e rosados.
— Como o quê?
— Como se sua língua fosse grande demais para sua boca.
— O que há com todas as perguntas?
Respirando fundo pelo nariz, decido mudar de tática porque isso
claramente não está funcionando.
Descansando meu braço na parede acima de sua cabeça, toco
cuidadosamente seu queixo com os nós dos dedos, brincando o mais
gentilmente que posso com ele enquanto passo meu polegar sobre seu
piercing labial. — Diga-me onde você estava.
Ele tenta manter a boca fechada, mas não funciona. Esta é a primeira vez
que lhe dou atenção em dias, e acho que ele gosta, anseia tanto quanto eu.
— Fui a uma loja de tatuagem na cidade.
Isso me faz tropeçar e procuro as poucas partes de sua pele que não estão
cobertas pelas roupas. — Você fez uma tatuagem?
— Não.
— Então por que diabos você estava em uma loja de tatuagem? — Estou
perdendo a paciência de novo, mas não consigo evitar.
O garoto é irritante.
Revirando os olhos, ele abre a boca e mostra a língua, me mostrando o
novo piercing ali. Meus lábios se abrem e sinto meu pau ficando ainda mais
duro, meus olhos escurecendo enquanto examino a bolinha prateada.
— Isso é sexy. — diz Carter, e viramos a cabeça para onde o deixamos na
cama.
— Saia.
— Estou bem aqui. — Ele sorri para mim, recostando-se nos travesseiros
com os braços cruzados sob a cabeça.
Não estou com vontade de lidar com ele agora, finjo que ele não está
presente e olho para Xavi novamente. Meu polegar ainda está apoiado em
seu lábio e continua avançando como se quisesse tocar sua língua. — Por
que colocou isso?
Ele hesita antes de responder, apenas por meio segundo, mas o pego. —
Porque eu queria.
— Por quê? — Repito, rezando pela paciência que não tenho quando ouço
Carter rindo ao nosso lado. Suspirando, pergunto: — Do que você está
rindo?
— Seu merdinha. — Ele balança a cabeça de brincadeira para Xavi,
sentando-se na beira da cama antes de decidir me responder. — Você
percebe que ele não pode chupar seu pau por um mês.
— O quê? — pergunto, e Xavi fecha os lábios, sem conseguir esconder sua
diversão.
— Não até que ele se cure. Perguntei.
— Você perguntou ao cara quanto tempo vai demorar para você poder
chupar um pau?
— E daí? — Ele dá de ombros. — Ele não me conhece.
— Você nunca conta a ninguém que você é gay.
— Além de todos os caras com quem fodo... — ele acrescenta, erguendo
as sobrancelhas como se isso fosse óbvio.
— O que você quer dizer com todos os caras?
— Eu... — Ele se encolhe. — Isso saiu errado.
Carter ri de verdade desta vez, seus ombros balançando para cima e para
baixo enquanto ele abaixa o rosto entre as mãos, claramente aproveitando
cada minuto disso. Estou a cerca de três segundos de enfiar a cabeça dos dois
na maldita parede.
— Por que você está tão bravo... espere, está indo embora? — Xavi
pergunta, a decepção estampada em seu rosto enquanto me observa pegar
minha bola do chão.
Agarrando Carter pelo braço, puxo-o para fora da cama e empurro-o para
o corredor à minha frente, batendo a porta de Xavi ao sair. Esfregando a mão
no rosto, espero alguns segundos, meus ombros caindo quando não ouço o
som dele me trancando do lado de fora.
Maldito seja.
— Você me perdoa agora, certo? — Carter pergunta, sorrindo quando
levanto meu olhar para ele.
— Não.
— Ei, Nate? — ele chama enquanto afasto-me, e fecho os olhos quando
paro, já me arrependendo da minha decisão de ouvir tudo o que ele tem a
dizer. — Lembra daquele cara de quem falei há alguns meses? O jovem sexy
com pau grande e piercings nos mamilos? Esse era Xavi.
Girando a bola em minhas mãos, me viro e jogo na lateral de sua cabeça.
Easton escolhe esse exato momento para virar a esquina, suas sobrancelhas
se erguendo enquanto ele pega a bola no rebote. Posso dizer pela expressão
em seu rosto que ele ouviu o que Carter disse, mas sabiamente não faz
perguntas. Em vez disso, ele olha para Carter, que está segurando a têmpora
e rindo tanto que quase se mija.
Quem precisa de inimigos, certo?
Tentei não estar aqui esta noite, mas não consegui ficar longe dele. Não
quando ele fez questão de deixar a porta aberta para mim depois de semanas
me trancando do lado de fora.
Sentado na cama ao lado dele, enrolo um de seus cigarros entre as pontas
dos dedos, copiando o que o vi fazendo ontem no quintal enquanto o
observava pela janela da cozinha. Fiquei confuso quando ele chegou aqui,
mas sei por que ele faz isso agora, por que carrega isso consigo, mas nunca
os fuma. Me dei conta na manhã depois que transei com ele, depois que me
contou por que ficou sóbrio.
Porque eu mereço isso. Porque dói mais...
Partindo o cigarro ao meio, jogo os pedaços quebrados na mesa de
cabeceira, apoiando os cotovelos nos joelhos enquanto viro a cabeça para
olhar para ele. Seu cabelo ainda está um pouco úmido do banho e cheira a
coco, entre todas as coisas, tornando quase impossível para mim resistir a
me inclinar e enfiar o nariz nas mechas. Ele está usando uma Calvin mais
justa que já vi e um daqueles tops curtos e sexy, a curva de suas costas e
bunda expostas onde ele tem o cobertor preso entre as pernas. Está
congelando aqui, mas parece que ele não se importa.
Ele sabia que eu viria.
Ele quer que eu esteja aqui. Para vê-lo assim.
Assim que penso, ele se espreguiça, empurrando ainda mais a bunda. Eu
conheço o jogo dele, então deixo ele fazer o que quer por mais alguns
segundos antes de decidir estourar sua bolha.
— Sei que você está acordado.
Ele congela e pergunta: — Como?
— Sua respiração parece diferente — murmuro. — Mais rápida.
Ele faz um esforço para diminuir a velocidade, virando a cabeça em minha
direção quando não digo mais nada. O silêncio se estende entre nós, e posso
dizer que isso o está matando. Ele está ficando impaciente, os dedos dos pés
balançando no lençol ao meu lado.
— Você me observa dormir — ele finalmente diz. — Rouba meus
cigarros… bisbilhota minhas merdas…
— Toco em você às vezes também.
— O quê? Onde?
— Onde eu quiser.
— Cara, isso é meio assustador.
— Eu disse para você trancar a porta — lembro a ele. — Três vezes. Não é
minha culpa que você não ouça.
— Não disse que não gostei.
Levanto uma sobrancelha com isso, um pequeno sorriso tocando meus
lábios antes que eu possa impedi-lo.
Ele é uma aberração.
Incapaz de me conter, pego sua coxa e o puxo para baixo da cama, fazendo
sua camisa subir ainda mais. Ele abre as pernas sem que eu diga, e eu rastejo
em cima dele, minhas mãos roçando suas laterais enquanto admiro sua
roupa. — Você colocou isso para mim?
— Sim — ele admite, com a respiração presa quando passo o dedo sobre
a dobra entre seu quadril e sua coxa.
— Você pensou em mim no chuveiro? — pergunto, e ele balança a cabeça,
parecendo quase delirante enquanto move as mãos até meus ombros. — Mas
você não gozou — eu digo, sem perder o quão duro ele está ou a mancha
molhada na frente de sua cueca. — É por isso que está vazando quando nem
toquei ainda?
Ele geme baixinho, e coloco sua perna em volta da minha cintura e coloco
meus lábios em seu pescoço, meu queixo batendo quando ele se afasta de
mim como fez antes.
Eu odeio isso.
— O que você e Carter estavam fazendo aqui esta noite?
— Lutando — digo a ele, agarrando-o pelos cabelos e puxando-o para trás.
— Sobre o quê?
— Você.
Ele se cala por um segundo, e mesmo que eu não consiga ver sua
expressão com meu rosto sob seu queixo, posso dizer que ele está sorrindo
antes de murmurar: — Não parecia que você estava brigando por mim.
Eu rio e lambo seu pescoço, aproveitando a maneira como seu pulso bate
contra minha língua. — Eu estava aqui tentando descobrir onde você estava,
ok? Ele me viu e achou que seria divertido me irritar. Foi só isso.
— Mas se eu não tivesse entrado…
— Nada teria acontecido — digo honestamente, sem saber por que estou
contando tudo isso a ele. — Carter e eu não ficamos juntos desde antes de
nos mudarmos para cá.
— Por que não?
— Porque não gosto dele assim.
— Você... — Ele limpa a garganta, hesitando como se tivesse medo de
perguntar. — Você gosta de mim... assim?
— Eu não gosto de você, ponto final — resmungo, abrindo meus dedos e
passando a mão sobre sua coxa. — Ver seu rosto… Só de pensar em seu
nome me dá vontade de bater em alguma coisa. Eu te odeio, Xavi.
— Então por que está beijando meu pescoço agora? — ele pergunta, e
fecho meus olhos porque porra, eu não sei. — O que está fazendo aqui, Nate?
Eu gemo impotente e movo meus lábios até sua mandíbula, mantendo a
honestidade. — Quero quebrar você.
Quando estou prestes a dar-lhe outro chupão, ele me agarra pelo pescoço
e me empurra com mais força do que eu imaginava que ele possuía, me
impedindo novamente. — Frankie está na sua cama agora?
— Não.
Ele olha nos meus olhos e engole em seco antes de sussurrar: — Faça isso
então. Quebre-me.
— Sim?
— Sim.
— Posso beijá-lo? — Pergunto, e ele balança a cabeça.
— Não com a língua.
Vou ter que beijá-lo em todos os outros lugares então.
Deixo-o me sufocar um pouco enquanto começo com seu piercing no
lábio, confuso sobre porque meu pau gosta tanto dele. Piercings realmente
não são excitantes em mais ninguém, e nem uma mão em volta do meu
pescoço, mas quando se trata de Xavi... estou tão duro agora que dói.
Passo meus lábios por sua bochecha e depois desço até sua mandíbula,
lambendo a cicatriz que lhe dei antes de subir até seu queixo. — Mostre-me
de novo.
Ele abre a boca e pego o abajur em sua mesa de cabeceira, apertando o
interruptor para poder ver melhor.
— Diga-me que você não colocou isso só para me deixar louco. — Inclino-
me sobre ele para lamber a costura de seus lábios, mordiscando-os
suavemente com os dentes.
— Não fiz isso — ele insiste. — Não é sobre você.
— Como quiser — murmuro em sua boca.
Talvez ele esteja dizendo a verdade, mas sei que está escondendo alguma
coisa porque seus olhos ficam desviando cada vez que falo sobre isso. Mas
não me importo – ou pelo menos não deveria me importar – então decido
deixar para lá.
Descendo pelo seu corpo, passo para os piercings em seus mamilos.
Chupo um na boca e brinco com o outro com os dedos, sorrindo para ele
quando geme novamente.
— Você gosta disso?
Ele balança a cabeça e o mordo com mais força, apertando os dentes até
que ele enfie o punho na cama. Uma vez que ele se contorce debaixo de mim,
beijo lentamente até seu umbigo e passo meus lábios sobre a pele macia logo
acima de sua cintura. Seu pau está me cutucando no peito, mas eu ainda não
o toco, passando as mãos sobre suas coxas e depois descendo pelas pernas
até os tornozelos.
— Pensei que você queria me quebrar — ele gagueja, seus quadris
automaticamente se levantando em meu rosto. — Por que está demorando
tanto?
Olhando para ele novamente, dou uma risada e coloco meu rosto em seu
quadril para escondê-lo.
Por que ele acha que estou fazendo isso?
— Vire-se — eu digo, e ele solta um suspiro de... alívio, eu acho, franzindo
as sobrancelhas quando balanço a cabeça para ele. — Não vou te foder,
festeiro.
— Então por que…?
— Porque quero que você faça isso — digo simplesmente, agarrando sua
cintura e virando-o de bruços. — Curve-se para mim para que eu possa
comer essa bunda linda.
Ele xinga e enfia o rosto no lençol, ficando de joelhos e arqueando as
costas. Passo a mão por sua coluna e depois desço até sua bunda, puxando
sua cueca Calvin até o topo de suas coxas. Ele começa a se mover como se
esperasse que eu a tirasse, mas bato nele para mantê-lo imóvel.
— Ela fica.
Outra maldição, mais alta desta vez quando abro suas nádegas com meus
polegares. Ajoelhando-me atrás dele, coloco o cuspe na boca e deixo escorrer
até seu buraco, abaixando a cabeça para espalhá-lo com a língua. Ele respira
fundo e depois prende a respiração, pegando o travesseiro acima de sua
cabeça e puxando-o contra o peito.
— Nem pense em gemer nisso — digo, abrindo a boca e passando a ponta
da língua sobre sua abertura. — Quero ouvi-lo.
— Jesus Cristo. Nate…
— O quê?
— Você é um provocador.
— Diz o garoto que se vestiu assim e esperou que eu viesse brincar com
ele — murmuro, cuspindo nele novamente antes de afundar minha língua
em seu buraco.
Ele choraminga quando começo o foder com isso. Gemendo na carne
macia e quente sob minha boca, molho meu dedo antes de colocá-lo dentro
dele, próximo à minha língua. Seu pau ainda está preso dentro da cueca, e
quando ele tenta alcançá-lo, bato em seu pulso e fecho seus braços atrás das
costas, fazendo-o ficar de cara no colchão.
— Sente-se — digo, e ele choraminga enquanto faz isso, deixando-me
posicioná-lo até que suas pernas estejam bem abertas e suas nádegas estejam
apoiadas em seus pés. — Isso é bom. Agora incline-se um pouco para frente
e esfregue seu pau na cama.
Ele gira os quadris e volto para seu buraco, deixando-o montar minha
língua enquanto torço meu dedo de volta para dentro. Ele grita quando
encontro sua próstata, depois adiciono outro, os dedos dos pés se curvando
com força enquanto seus movimentos ficam um pouco mais frenéticos e
menos controlados.
— Continue — insisto, agarrando sua bunda para ajudá-lo a moer seu pau
no lençol. — Mais forte, bebê.
— Merda, Nate, por favor — ele engasga, suas coxas tremendo enquanto
ele tenta se conter. — Não quero gozar assim. — Ele parece desesperado,
como se fosse demais e não o suficiente de uma vez.
Como se ele não quisesse que tudo acabasse ainda...
— Você quer gozar com meu pau na sua bunda? — pergunto, enrolando
meus dedos dentro dele e lambendo entre eles.
— Sim — ele suspira. — Quero isso.
Alcançando sua mesa de cabeceira, abro a gaveta e pego o lubrificante que
vi aqui antes. Jogo uma camisinha na cama ao lado dele, e ele faz uma pausa
por um segundo antes de pegá-la e rasgá-la.
— Tire meu pau para fora.
Rapidamente, ele se aproxima e desliza as mãos para dentro do meu
moletom, gemendo quando percebe que estou sem cueca. — Porra, Nate,
isso é tão gostoso — ele diz, envolvendo seus dedos quentes em torno da
base do meu pau.
Beijando sua nuca, começo a passar lubrificante em sua bunda,
observando-o rolar a camisinha em mim antes de esguichar um pouco em
sua palma aberta. Com as duas mãos em volta do meu pau, ele me lubrifica
enquanto faço o mesmo com ele, segurando seu quadril enquanto passo o
nariz pelos cabelos de sua nuca. Ele tem um cheiro tão doce e isso me irrita.
Xavi Hart não é doce. Ele é venenoso.
Ainda não terminei com ele, mas parece que ele parou de esperar,
esfregando a ponta do meu pau em seu buraco ao lado dos meus dedos. —
Estou pronto, Nate.
Não acho que ele esteja, mas se ele quiser que isso machuque, o que eu
tenho certeza de que ele quer, então que seja.
Afastando suas mãos, puxo meus dedos, me alinho com sua bunda e
empurro para dentro. Ele parece estar com dor enquanto grunhe entre os
dentes, mas não me pede para parar. Em vez disso, ele se senta no meu pau
até me atingir até as bolas, respirando forte e pesado enquanto deixa cair a
cabeça para trás no meu ombro. — Tire sua camisa.
— Por quê?
— Quero sentir você.
Eu a tiro e jogo no chão, puxando-o de volta para o meu peito enquanto
rolo meus quadris para ele. Sei que ele pode sentir o anel da minha corrente
arranhando sua pele, mas ele não diz nada sobre isso. Ele aceita isso como
um bom garoto, de boca aberta enquanto seus olhos rolam para trás.
Segurando-o pelo pescoço, minha mão livre encontra seu abdômen e viaja
até seu peito, as pontas dos meus dedos roçando a bainha de seu top curto.
Ele geme alto quando belisco seu mamilo, segurando meus pulsos para
manter minhas mãos onde estão.
— Olhe para você — digo, virando seu rosto em direção ao espelho à nossa
frente. — Uma putinha tão carente para mim.
Ele pisca para si mesmo, depois desvia os olhos com um olhar que não
consigo entender, agarrando minha nuca para puxar minha boca até seu
pescoço.
— Quer mais das minhas marcas em você? — Pergunto, passando minha
língua sobre o local.
Ele acena rapidamente. — Faça doer — ele me lembra, fazendo nós dois
gemermos quando cravo meus dentes nele.
Ele sacode em meu abraço, todo o seu corpo estremecendo enquanto eu
chupo o hematoma na lateral de sua garganta.
— Fique quieto — murmuro em sua carne.
Ele se força a parar de se mover, e faço isso de novo. Não sou legal com
isso, o mordo com tanta força que estou perto de romper a pele, marcando-
o cinco vezes em zigue-zague, da mandíbula até a clavícula. Ele está farto
quando termino, fechando os olhos com força enquanto se afasta e coloca a
mão sobre o pescoço. Afasto seus dedos para olhar meu trabalho, inclinando
seu rosto para cima até que nossos lábios se toquem e compartilhemos o
mesmo ar.
— Porra, bebê, você está tão bonito — sussurro, passando meu polegar
possessivamente sobre o chupão abaixo de sua orelha. — Você se parece
como meu.
— Não — ele implora, e inclino a cabeça, observando-o olhar para mim
com olhos tristes e um coração frágil. — Não me faça me apaixonar por você.
Eu não conseguiria evitar o sorriso curvando meus lábios nem se quisesse.
Afasto sua cabeça e ele cai para frente sobre as mãos, choramingando
quando agarro seus quadris com força e fodo meu pau nele o mais forte que
posso. — É isso que você quer?
— Sim.
Entrego a ele, com nada além dos sons de seus gritos e meus quadris
batendo em sua bunda enchendo o quarto. Ele está gemendo tão alto que
tenho certeza de que toda a casa pode ouvi-lo, mas isso só me faz sorrir mais
e fodê-lo mais rápido.
— Volte aqui — digo, agarrando seu cabelo para puxá-lo para cima
quando ele demora muito para se mover.
Ele estremece quando inclino sua cabeça para trás, minha boca em sua
orelha enquanto agarro seu pau através de sua cueca. Aperto-o através do
tecido macio e ele grita novamente. — Porra. Nate…
— O quê? — Pergunto, uma mão em sua cintura enquanto agarro-o por
trás, masturbando-o em meu punho e empurrando-o golpe por golpe. —
Você está pronto para gozar?
Ele está gozando antes mesmo de eu terminar a pergunta, sua bunda
apertando meu pau enquanto ele absorve o interior de sua cueca Calvin.
Gemo em seu cabelo, e ele cai de volta em mim, mais pesado agora que está
descansando seu peso morto em meu peito. Suas bochechas estão vermelhas
e seus olhos estão lacrimejando. Ele parece destruído, e isso faz algo em mim
que prefiro não pensar.
Empurrando-o para frente uma última vez, sua cabeça bate na cama
enquanto saio e me livro da camisinha. Abro suas nádegas com os dedos e
vejo meu esperma disparar sobre sua dobra e buraco, mordendo meu lábio
enquanto o espalho para cima e para baixo com a ponta. A vontade de
empurrar isso para ele existe, mas não faço isso porque seria idiota.
Não deixe que ele te faça de idiota, pelo amor de Deus.
Soltando um suspiro, agarro o cós de sua cueca, puxo-a sobre sua bunda
e a coloco no lugar, batendo em seu quadril antes de sair da cama.
— Você vai me expulsar de novo? — ele resmunga nos lençóis, e eu rio
enquanto guardo meu pau.
— Xavi, estamos no seu quarto.
— Ah sim. — Ele levanta a cabeça, apertando os olhos para a luz na mesa
de cabeceira antes de olhar ao redor.
— Você está bem? — pergunto, divertido, usando minha camisa para
enxugar o suor do pescoço e abdômen.
— Você se importa? — ele murmura, mas então ele se encolhe e deixa cair
o rosto nos antebraços. — Não responda isso.
Meus olhos percorrem todo o comprimento de seu corpo e volto para a
cama antes que possa me convencer do contrário. Eu gentilmente o rolo de
costas, meus dedos roçando a parte interna de sua coxa. — O que estava
fazendo na noite em que fez esse corte aqui?
Ele franze a testa, seus cílios tremulando enquanto ele olha para mim
como se eu tivesse crescido duas cabeças. — Eu... não posso te contar.
— E a noite do meu jogo? — pergunto, afastando o cabelo dos olhos. —
Cheguei em casa e você não estava aqui.
— Você estava procurando por mim?
— Você estava com outra pessoa?
— Não.
Observo-o por um momento, procurando em seu rosto a mentira, mas não
acho que haja nenhuma. Passando meus dedos sobre seu abdômen, paro
para desenhar um círculo em seu umbigo. — Nunca me deixe pegar você
com outra pessoa.
Sua carranca se aprofunda enquanto ele me observa me endireitar,
pegando a camisinha da cama antes de jogá-la na lata de lixo do banheiro.
Quando volto, parece que ele está tentando forçar o corpo a se mover, indo
até a beira da cama, depois se levantando e levantando a blusa como se
estivesse prestes a se despir e ir para o chuveiro.
— Não — eu digo, e ele deixa os braços caírem ao lado do corpo.
Tão obediente quando quer.
— Não tome banho esta noite.
— Por quê?
Seguro seu queixo entre o polegar e o indicador, puxando-o e falando por
cima de seus lábios. — Quero ir para a cama sabendo que você está
dormindo com o nosso esperma.
Beijo-o uma vez, suavemente, fechando sua boca aberta com os nós dos
dedos antes de sair.
CAPÍTULO 19
Estou jogando uma merda esta noite. Perdemos por seis quando
deveríamos estar aumentando, pelo menos. E provavelmente estaríamos se
eu não tivesse fodido todos nós no final do primeiro tempo ao fazer falta em
Jackson Banks, o armador do outro time e meu maior rival. Ele estava sendo
um idiota tagarela e perdi o controle.
Estou perdendo o controle aqui.
O treinador está gritando de novo, mas ignoro-o e pego a bola que Easton
passa para mim. Ficando em posição, eu arremesso da linha de três pontos...
e erro.
— Recomponha-se. — Easton murmura enquanto passa, e aceno
rapidamente, esfregando as mãos sobre a cabeça enquanto tento melhorar
no jogo que eu costumava viver por isso.
É uma sensação estranha, amar e odiar tanto algo. Este estádio costumava
ser meu santuário, o único lugar onde nada poderia me tocar e todas as
minhas preocupações iam embora, mas agora parece... contaminado. Não
me sinto em paz nesta quadra há mais de dois anos.
Cada vez que olho para as arquibancadas, lembro-me da expressão no
rosto de Katy na noite em que ganhei meu primeiro campeonato no primeiro
ano. Ela me odiava do jeito que as irmãs mais novas odeiam seus irmãos
mais velhos na maior parte do tempo, mas aqui ela era minha maior fã. Ela
ficou tão orgulhosa de mim quando ganhei aquele jogo que nem fiquei bravo
porque foi Xavi quem contou a ela. Não sou leitor labial, mas no segundo
em que fiz aquela tacada vencedora, tenho quase certeza de que as primeiras
palavras que saíram de sua boca foram: — Ele conseguiu. Puta merda, ele
fez isso.
Sorri para ele antes de saber o que estava fazendo, e o sorriso que ele me
deu foi o maior que já vi nele. Eu rapidamente encarei para salvar a
aparência, e ele riu e mordeu o lábio antes de passar o braço em volta do
pescoço de Katy e enxugar suas lágrimas de felicidade.
Odiei-o estar aqui no começo. Eu disse a Katy um milhão de vezes para
deixar a bunda dele em casa, mas ela era uma pimentinha teimosa e nunca
me ouviu. Além disso, ninguém teria feito o que ele fez por ela. Meus pais
disseram que trazê-la aqui era uma perda de tempo. Qual é o objetivo? Ela não
pode ver você. Todo mundo olha para ela e é constrangedor. Katy e eu nunca nos
importamos, nem Xavi. Em todos os jogos, ele a trazia e era seu olhar, nunca
tirando os olhos de mim enquanto contava cada movimento que eu fazia.
Nunca contei a ninguém – acho que nem admiti para mim mesmo na época
– mas comecei a gostar depois de um tempo. Mesmo que ele estivesse aqui
principalmente para ela, parecia que ele também estava aqui para mim um
pouco.
Mas então Katy morreu e tudo virou uma merda.
Cada vez que jogo e minha irmã mais nova não está aqui comigo, meu
coração se parte novamente.
— Grayson! — O treinador grita e me encolho ao ver Jackson pular e enfiar
a bola no aro.
Carter pede um tempo assim que ele rouba a bola de volta, e suspiro de
alívio, mesmo sabendo que o treinador está prestes a me dar bronca de novo.
O zumbido do estádio enche meus ouvidos, deixando meus dentes tensos
enquanto recebo o sermão que mereço. Tento ignorar o barulho da multidão
como sempre faço, mas não consigo evitar a maneira como fico espiando as
arquibancadas a cada dez segundos.
O treinador balança meu ombro e aceno, embora não esteja ouvindo uma
maldita palavra do que ele está dizendo.
Ele não está aqui, seu idiota.
Tire-o da sua cabeça.
Só então, uma briga entre dois caras da fraternidade começa no meio da
multidão, e olho duas vezes, olhando para o garoto de moletom com capuz
sentado no final da última fila. Ele estremece e abaixa a cabeça, tentando
esconder o rosto de mim, mas eu já o vi.
— Pequeno filho da puta — sussurro.
Carter joga a bola no meu abdômen e me empurra de volta para a quadra.
— Ignore-o.
— Quem é o cara? — Jackson me provoca.
Carter balança a cabeça antes que eu possa dizer qualquer coisa, me
empurrando novamente. — Ele também.
Voltamos ao jogo e tento fazer o que ele disse, mas não é fácil quando sinto
Xavi me observando. É uma distração lutar contra a vontade de olhar para
lá.
O tempo passa e só piora quando Jackson marca novamente, deixando-
nos perdendo por nove, faltando dois minutos e meio para o fim do relógio.
— Onde está sua cabeça esta noite, bicha? — Jackson pergunta, sorrindo e
esticando os braços enquanto se afasta de mim. — Com certeza não está
nesta quadra.
Ele está me irritando, mas forço minha boca a ficar fechada, porque ele
não passa de um punk covarde, me chamando de bicha como se isso fosse
me abalar.
Há rumores de que sou bi, mas ninguém sabe ao certo porque nunca
confirmei ou neguei. Nunca deixei ninguém me pegar com um cara porque
meu pai ficaria furioso se descobrisse que eu estava assumindo isso.
— Sério, Grayson. — Jackson continua falando, abusando da sorte. —
Quero dizer, você é péssimo de qualquer maneira, mas eu não vi você ser tão
ruim desde que sua irmã idiota acidentalmente se matou...
Meus pés se movem antes mesmo de ele terminar, minha visão fica
embaçada quando o agarro pela camisa. Estou prestes a bater minha cabeça
na dele, mas então Carter se coloca entre nós para ficar na minha cara, me
levando de volta empurrando sua testa na minha. — Pare de deixá-lo afetá-
lo — ele rosna. — Você sabe que ele só está fazendo isso para... — Ele para e
estuda cada centímetro do meu rosto, sussurrando: — Jesus, você bebeu
hoje?
— Saia de cima de mim, Carter. — Empurro-o para trás, desviando os
olhos quando ele olha como se estivesse prestes a bater na minha bunda.
— Sim, Carter. — Jackson ri enquanto salta ao nosso redor, levantando o
queixo na direção de Xavi. — Você está deixando o namorado lindo dele
nervoso.
— Nate! — Carter grita, mas desta vez ele não é rápido o suficiente para
me impedir. Já estou socando Jackson entre os olhos, lutando contra os
braços ao meu redor enquanto tento ao máximo acertar um segundo golpe.
A próxima coisa que sei é que todos os caras da minha equipe estão me
cercando, me puxando para trás para me manter longe de Jackson. Carter
está gritando alguma coisa na minha cara, mas estou olhando para as
arquibancadas, observando Xavi sair pelo túnel enquanto o árbitro grita com
o treinador para tirar minha bunda da quadra.
2 ANOS ATRÁS
Não sei há quanto tempo estou parado aqui, sem me mover ou dizer nada,
apenas observando-o - olhando para ele, incapaz de desviar os olhos da
pessoa que mais odeio neste mundo.
Katy deveria completar dezoito anos hoje. Deveríamos ir à praia como
sempre fazemos, e então eu estaria planejando surpreendê-la levando-a ao
jogo dos Lakers em Los Angeles. Em vez disso, estou passando o aniversário
dela no cemitério, olhando para o garoto desmaiado de bruços na frente de
sua lápide.
Está escuro e chovendo, e ele está deitado de bruços no chão, usando uma
garrafa de vodca como travesseiro, vestindo apenas uma calça jeans rasgada
imunda e uma camiseta preta grudada na pele. Suas unhas estão pintadas
de preto, mas estão lascadas e suas cutículas estão rasgadas, provavelmente
porque ele as mordeu tanto que as fez sangrar. Observei-o o suficiente ao
longo dos anos para saber que isso é algo que ele faz quando está ansioso.
Fantasiei em matá-lo tantas vezes nas poucas semanas desde que minha
irmã morreu, mas agora que ele está bem aqui na minha frente, vulnerável e
sozinho, matá-lo parece ser a última coisa que penso. Talvez seja porque
estou bêbado, mas só consigo pensar em como ele parece triste e solitário lá
embaixo. Patético, como um brinquedo quebrado com o qual ninguém quer
mais brincar. Isso faz meu coração disparar com... não sei o que é. Tudo o
que sei é que isso não me faz sentir tão bem quanto deveria.
Meu telefone vibra na minha mão e eu o viro, apenas tirando os olhos de
Xavi para olhar para a tela. Carter está me ligando de novo, mas o mando
para a caixa postal, exatamente como tenho feito nos últimos... Jesus, eu
realmente estou aqui na chuva há uma hora?
CARTER
[Nate, vamos. Estou ficando preocupado.]
Bufo com isso, usando meus polegares entorpecidos e gelados para digitar
uma resposta.
NATE
[Desde quando você se preocupa com alguém além de
você mesmo?]
CARTER
[Esse é exatamente o meu ponto! Você está em uma
espiral e isso está me deixando nervoso. Não gosto disso.
Você vai voltar para casa? Por favor?
Voltou a me ignorar, hein?
Foda-se isso. Estou indo te pegar.]
NATE
[Não.]
Ele não responde, e suspiro, sabendo que ele dirigirá até aqui se eu não
lhe der uma razão para não o fazer.
NATE
[Xavi está aqui.]
O telefone toca quase assim que clico em enviar e relutantemente aperto o
botão de atender. — O quê?
— Ele está com você? — Carter pergunta. — No cemitério?
— Não, quero dizer, sim, ele... — Lambo os lábios, olhando para o cabelo
molhado caindo sobre os olhos de Xavi. — Ele está dormindo.
— O que quer dizer com ele está dormindo?
— Quero dizer, ele está dormindo, Carter. — Reviro os olhos e aceno para
Xavi, mesmo que ele não possa vê-lo. — Ele desmaiou no chão em frente ao
túmulo de Katy.
— Você o nocauteou?
— Não — resmungo. — Encontrei-o assim.
Carter fica em silêncio por um momento e depois pergunta: — Cara, você
tem certeza de que ele não está morto?
Merda. Eu nem tinha pensado nisso.
Agachando-me ao lado de seu corpo, rolo-o de costas e pressiono dois
dedos na lateral de seu pescoço, sem sentir nada a princípio. Meu coração
começa a bater descontroladamente dentro do meu peito e deixo cair meu
telefone, rapidamente levantando sua cabeça e dando um tapa em sua
bochecha. Seus cílios tremulam e eu solto um suspiro pesado.
Maldito inferno.
— Merda, Nate, ele está morto? — A voz baixa de Carter me lembra que
ele ainda está lá, e pego o telefone.
— Não — murmuro, fazendo o meu melhor para parecer desapontado
com o fato. — Não venha aqui. Estarei em casa em breve.
— Espere...
Desligo e enfio o telefone no bolso do casaco. Uma gota de chuva rola pelo
lábio inferior inchado de Xavi. Ainda segurando sua cabeça com a mão,
pego-a com o polegar e enxugo-a, ignorando a vontade repentina de fazer a
mesma coisa com a língua.
— Xavi — digo, pegando seu queixo e sacudindo-o. — Levante.
Sua testa se enruga e ele lentamente abre os olhos, estremecendo como se
estivesse com dor enquanto cai de costas. — Adorável pra caralho — ele diz
quando vê que sou eu. — O que está fazendo aqui?
— Este é o túmulo da minha irmã, seu idiota.
— O quê? — ele pergunta, olhando em volta como se estivesse confuso.
Sem paciência, agarro um punhado de seu cabelo e o coloco de joelhos.
Puxo sua cabeça para trás e o forço a olhar para mim, esperando que seus
olhos encontrem os meus. — Eu disse para você não voltar aqui.
— Sim, lembro-me. — ele diz entediado, como se minha presença não
tivesse nenhum efeito sobre ele. — Você vai chutar minha bunda e me fazer
ir embora como fez no funeral de Katy?
Com as narinas dilatadas, balanço a cabeça e empurro-o para longe de
mim. — Apenas vá, Xavi. Vá rastejar de volta para o buraco de onde você
saiu e fique lá, porra.
— Você sabe o quê? Foda-se — ele balbucia, corajoso o suficiente para me
olhar nos olhos. — Você não decide quem vem aqui e quem não vem.
— Que porra eu não decido. Eu sou o irmão dela, não você.
— Ninguém dá a mínima, idiota — ele dispara de volta. — Ela prefere me
ter aqui a você e você sabe disso. Ela odiava você...
Nem percebo que estou prestes a dar um soco nele até que isso já esteja
acontecendo, até que estou em cima dele com uma mão segurando-o pelo
peito e a outra batendo em seu rosto. Meu sangue escorre quente em minhas
veias quando bato nele novamente, dizendo adeus ao pouco autocontrole
que me resta.
Eu o odeio.
Odeio sua atitude arrogante, que não dá a mínima e sua boca grande.
Odeio o fato de que ele nunca consegue ficar calado e fazer apenas o que eu
digo para ele fazer.
Acima de tudo, odeio que ele esteja certo.
Ela o escolheu em vez de mim, noite após noite, repetidas vezes, e não
havia nada que eu pudesse fazer a respeito.
Minhas mãos e seu rosto estão cobertos de sangue, seus olhos fechados
enquanto ele está inerte debaixo de mim.
Porra. Eu não queria bater nele com tanta força.
Ainda montando em sua cintura, eu rosno seu nome, puxando-o pela
camisa quando ele não responde. Justamente quando penso que desta vez
ele está realmente morto, ele solta um barulho doloroso que se transforma
em uma risada ofegante, os dentes brancos perolados ensanguentados, a
cabeça balançando sobre os ombros enquanto ele pega a vodca do chão ao
nosso lado.
— Do que você está rindo?
— Você — ele responde, jogando a tampa fora antes de incliná-la para
tomar um gole. — Você pode me bater o quanto quiser, Nathaniel — ele
provoca, meu nome completo rolando em sua língua como seda. — Não
consigo sentir absolutamente nada.
Meus dentes cerram e engulo enquanto olho em seus olhos inchados e
vermelhos. — Xavi, o que está fazendo?
— Com o que se importa? — Ele pergunta, com um sorriso desleixado e
torto na boca enquanto passa a mão pelo meu peito, seus olhos seguindo o
caminho que ele está tomando com os dedos. — Você está preocupado que
eu tenha uma overdose?
Agarro seu pulso e olho para ele. — Você acha isso engraçado? O que
diabos há de errado com você?
Ele sorri, dá de ombros e toma outro gole, engasgando com a vodca que
está na boca quando roubo a garrafa de sua mão. Colocando-a atrás de mim,
sento-me sobre os calcanhares e puxo-o de joelhos, pegando-o pela cintura
quando ele balança como se estivesse prestes a cair.
A chuva parou, mas ele ainda está encharcado e gelado, seus dedos me
fazendo tremer enquanto os envolve em volta do meu pescoço por baixo do
meu moletom. Suas pernas envolvem meus quadris e continuo segurando
sua cintura enquanto ele se senta no meu colo.
— O que pensa que você está fazendo? — pergunto, mas ele está tão
perdido que não tenho certeza se ele sabe. Nem tenho certeza se ele vai se
lembrar disso quando acordar amanhã.
Em vez de me responder, ele senta confortavelmente e enterra o rosto na
curva do meu pescoço, cantarolando enquanto enfia o nariz na minha
garganta. — Você cheira a maconha. Tem alguma? — ele pergunta, suas
pequenas mãos invadindo o bolso frontal do meu moletom. Ele encontra o
que procura, enfiando meu baseado na boca com outro daqueles sorrisos
preguiçosos. Inclinando a cabeça, ele balança o polegar como se estivesse
tentando acendê-lo, franzindo a testa quando isso não acontece. — Porra —
ele resmunga, tentando novamente.
Não há isqueiro em sua mão, então pego o meu e acendo para ele,
hipnotizado pela maneira como seus lábios carnudos se movem enquanto
ele inala o primeiro trago. Ele o segura dentro dos pulmões por alguns
segundos e depois o solta lentamente. Ele não se preocupa em virar a cabeça,
então a fumaça sopra direto no meu rosto.
— Ela me prometeu, sabe?
— Prometeu o quê?
— Que ela nunca se mataria — ele diz calmamente, com os olhos cansados
enchendo-se de lágrimas enquanto explica. — Ela me fez prometer a mesma
coisa. Agora estou preso aqui sem ela. Meu pai me culpa. Minha mãe não dá
a mínima. Seus pais não querem nada comigo. Todo mundo na escola pensa
que sou um viciado em drogas. E você... — Ele engole em seco, as lágrimas
finalmente escorrendo por seu rosto enquanto ele pisca lentamente. — Cada
vez que você olha para mim, vejo o quanto me odeia. O quanto gostaria que
fosse eu em vez dela — acrescenta ele, respirando fundo antes de continuar.
— Estraguei tudo, Nate. Não tenho mais nada e ninguém.
Meu queixo treme com a verdade crua em suas palavras, minhas narinas
dilatam enquanto o vejo fumar meu baseado. — Eu deveria sentir pena de
você?
— Não.
— Então por que está me contando isso?
— Eu não sei — ele murmura, encolhendo os ombros. — Achei que isso
poderia fazê-lo se sentir melhor.
Isso não acontece.
Mas eu ainda aceno e tiro o baseado de sua boca, desviando o olhar
daquela expressão vazia em seu rosto enquanto o coloco entre os lábios. Ele
estremece contra mim, e tiro o casaco sem pensar, franzindo as sobrancelhas
quando ele me impede de colocá-lo nele. O merdinha corajoso se enterra em
meu peito, optando por se aquecer com o calor do meu corpo. Eu deveria
movê-lo, jogá-lo no chão e deixar sua bunda aqui para congelar, mas não
faço isso. Em vez disso, cubro suas costas com meu casaco como se fosse um
cobertor, seu hálito quente fazendo cócegas em meu pescoço enquanto passo
a mão por seus cabelos.
Não sei o que está acontecendo. Não nos tocamos a menos que estejamos
brigando, mas não estamos brigando agora, e não poderíamos estar mais
próximos um do outro nem se tentássemos.
Meu olhar encontra minha mão em seu quadril e flexiono os dedos,
olhando para o sangue que cobre o anel que estou usando no dedo
mindinho. É de Xavi, e as mãos dele são minúsculas, então esse é o único
dedo em que consigo colocá-lo.
Examino o sangue em sua mandíbula, passando cuidadosamente o
polegar pela borda do corte recente. — Isso dói? — Pergunto, e ele balança a
cabeça lentamente, como se mover a cabeça para cima e para baixo fosse
muito esforço para ele. — Achei que tivesse dito que não conseguia sentir
nada.
— Menti — ele murmura contra minha clavícula, e só agora percebo que
ele está olhando para a lápide de Katy ao nosso lado. — Tudo dói, Nate —
ele se engasga.
Meu coração se contorce e depois se quebra em mais pedaços, minha mão
segura seu rosto machucado enquanto passo meu braço em volta dele e
coloco sua cabeça sob meu queixo. — Eu sei — digo suavemente, mal
reconhecendo o som da minha própria voz enquanto sigo sua linha de visão.
Enquanto olho para o nome da minha irmã, ouço o som de alguém vindo
atrás de nós, sem sequer se preocupar em verificar quem é. Não estou
surpreso. Eu sabia que ele viria atrás de mim assim que desliguei na cara
dele.
Posso senti-lo olhando para mim, para nós, para o sangue e as lágrimas e
meu braço envolvendo firmemente a cintura fina de Xavi, mas ele consegue
manter a boca fechada.
Durante trinta segundos.
— Ele está bem? — Carter pergunta suavemente - com cuidado - como se
soubesse que vou explodir se ele me pressionar, mesmo que seja só um
pouquinho.
Balanço minha cabeça.
— Você está bem?
Limpando a garganta, balanço a cabeça novamente, fechando os olhos
enquanto enterro a mão no cabelo molhado de Xavi, minha bochecha
apoiada na lateral de sua cabeça.
— O que ele está usando?
— Não sei, C. — sussurro. — Ele não me contou.
Ele fica em silêncio novamente, e dou outra olhada na lápide de Katy,
tirando discretamente a lágrima do meu rosto antes que ele perceba.
Engolindo em seco, fico de pé, mantendo as pernas de Xavi enroladas em
minhas costas enquanto carrego seu corpo flácido e adormecido.
— Você precisa de ajuda?
— Não, eu o seguro — respondo, parando ao lado de Carter para que ele
possa pegar as chaves do meu carro no bolso.
Ele caminha na nossa frente em direção aos portões, e pressiono meus
lábios no pescoço de Xavi, prendendo sua cabeça em minha mão quando ela
quase cai do meu ombro.
— Está tudo bem, bebê. Te peguei.
CAPÍTULO 22
PRESENTE
Bom garoto.
Porra, por que ele tem que continuar dizendo coisas assim?
Meu coração está acelerado, minha tentativa inútil de ficar com raiva é
esquecida assim que ele fecha a porta atrás de nós. Seus nós dos dedos roçam
a base do meu pau enquanto ele usa meu jeans como uma coleira, me
guiando com ele antes de me empurrar para baixo na cama.
— Fique nu — ele exige e toma um gole de uísque. — Agora, Xavi — ele
diz quando não me movo. — Não tenho a noite toda.
— Você tem outro lugar para ir? — Pergunto amargamente, meu nariz se
contorcendo com aquele olhar estúpido e presunçoso em seu rosto.
— Fique nu — ele repete lentamente. — Ou saia.
Certo.
Agarrando a bainha do meu moletom, tiro-o e jogo-o aos pés dele como
um pirralho, fazendo o mesmo com minha camiseta antes de tirar meu jeans.
Minhas mãos tremem com uma mistura de ansiedade e antecipação
enquanto o empurro até os tornozelos, arrancando-o do chão antes de jogá-
lo na pilha.
— Isso foi muito sexy — ele diz, e forço um olhar furioso.
— Você não disse strip tease, idiota.
— Você pode deixar isso — ele diz quando coloco meus polegares na
cueca apertada que estou usando.
— Por quê?
— Porque você fica lindo com ela — ele me diz, encolhendo os ombros
como se não fosse grande coisa enquanto toma outro gole. — Você quer um
pouco? — ele pergunta, segurando a garrafa quando me pega olhando.
Rapidamente desvio meus olhos, balançando a cabeça com uma zombaria.
— Você é um idiota.
Ele ri sombriamente e coloca-a na mesa de cabeceira, depois sobe na cama
e separa minhas coxas. Deitado em cima de mim, ele olha nos meus olhos e
passa cuidadosamente o polegar pelo canto da minha boca, brincando com
meu piercing. — Você é patético — ele me diz, não pela primeira vez, e já sei
o que virá a seguir antes que diga. — Sabe o quão desesperado você parecia
esta noite? Aparecendo no meu jogo como se fosse meu namorado ou algo
assim.
— Não foi só esta noite — deixo escapar, meu coração torcendo com mais
ansiedade quando ele se afasta para olhar para mim.
— O quê?
— Eu disse que não foi só esta noite — repito, desta vez mais baixo. —
Vou a todos eles. Estou sempre lá, Nate.
O silêncio se segue e seus olhos brilham de raiva. Não sei o que ele
encontra quando olha para o meu, mas seja o que for, não gosta.
— É por isso que você foi ao cemitério depois. Então poderia contar a Katy
sobre isso — ele adivinha, apertando a mandíbula. — Você faz isso toda vez?
A parte de trás dos meus olhos começa a arder, e baixo meu olhar para seu
peito, selando meus lábios para me impedir de abrir meu coração para ele.
Isso não me servirá de nada. Na verdade, isso só vai irritá-lo ainda mais.
Ele começa a dizer alguma coisa, depois muda de ideia, com a voz mais
suave do que jamais ouvi quando diz: — Xavi, isso não é saudável.
— Não fale comigo sobre o que é saudável, Nate — sussurro, olhando para
a corrente que sei que ele está usando por baixo da camisa. — Você é tão
bagunçado quanto eu.
— Você acha?
— Você vai me dizer que estou errado?
Ele não diz, inclinando a cabeça para o lado enquanto olha para minha
boca grande. — Já posso te beijar?
Pisco com a mudança repentina de assunto, franzindo a testa. — Não.
— Eu quero — ele admite de uma só vez, mais uma vez mexendo em meus
lábios para puxar o de baixo para baixo. — Quero cuspir na sua boca. Molhar
tudo e foder esse pequeno piercing na língua com meu pau.
— Isso é nojento.
— Você gosta disso?
Concordo com a cabeça, desejando que ele pudesse fazer isso agora.
— O que você quer, Xavi? — Ele pergunta, me fazendo gemer quando ele
abaixa os quadris e se esfrega em mim.
Ele ainda está vestindo todas as suas roupas, então o material áspero de
sua calça jeans arranha a pele sensível entre minhas pernas, mas não me
importo. Isso é bom.
É incrível.
— O que você quiser — falo. — Apenas pegue isso.
— Tem certeza disso?
Concordo com a cabeça novamente, e ele coloca sua boca na minha,
pegando minhas mãos para colocá-las em ambos os lados do seu pescoço.
Ele não cospe na minha boca nem chega perto do meu piercing na língua.
Em vez disso, ele brinca com meu piercing labial, puxando-o entre os dentes
e sacudindo-o com a língua. Quase posso sentir o gosto do uísque que ele
estava bebendo, vendo a garrafa na mesinha de cabeceira no meu periférico
toda vez que abro os olhos. Isso está me deixando um pouco nervoso, mas
não acho que estou mentindo para mim mesmo quando percebo que não
quero isso. Eu não. Tenho algo ainda melhor aqui em cima de mim.
Ele é tão viciante quanto qualquer droga que já tomei, tão destrutivo e
perigoso para minha saúde. Ele preenche cada canto da minha mente até que
tudo que consigo pensar é colocá-lo dentro de mim novamente.
— Nate…
— Hum?
— Por que você está sendo tão…
— E daí? — ele pergunta, beijando da minha boca até meu queixo,
lambendo a cicatriz que ele tanto gosta.
— Lento — termino, bufando em sua bochecha.
Seus lábios se curvam contra minha pele e ele desce até meu pescoço. —
O que eu quiser, certo, bebê?
Engulo em seco, afundando meus dedos em seu cabelo e cravando minhas
unhas, esperando que isso o irrite e o encoraje a se mover mais rápido e mais
bruscamente.
Isso não acontece.
Na verdade, isso o torna ainda mais lento. Juro que ele está tentando me
matar com a boca e a língua, sem deixar um centímetro da parte superior do
meu corpo intocado. Quando ele chega à minha barriga e desliza a língua
molhada pelo vale do meu abdômen quase imperceptível, minhas coxas
estão apertando, meu pau está vazando e estou enlouquecendo.
— Nate — rosno, mas isso se transforma em um gemido quando ele
inclina a cabeça e chupa meu quadril, deixando um chupão logo acima do
cós da minha cueca.
Deus.
Meus quadris balançam e encontro a corrente em seu pescoço. Sem pensar,
puxo-a e enrolo o excesso em meu punho. Ele está em cima de mim num
piscar de olhos, seu nariz tocando o meu enquanto ele se apoia nas mãos.
— Se você quebrar isso — ele diz calmamente. — Vou estrangular você
com isso e enfiar o anel na sua garganta.
— Jesus. — Deixo passar, estremecendo antes que eu possa parar quando
ele levanta a mão.
Em vez de me bater, ele pega minha mão, com um brilho divertido nos
olhos enquanto a coloca de volta no peito, envolvendo cuidadosamente
meus dedos na corrente novamente. — Você tem medo de mim?
— Não — nego, e ele levanta uma sobrancelha com a minha resposta
muito rápida. — Ok, talvez um pouco, sim — admito.
Ele ri como se eu fosse ridículo e se levanta para me olhar direito. — Você
está falando sério? — ele pergunta, sua risada morrendo em seus lábios
quando ele percebe que não estou brincando. — Você nunca teve — ele diz
baixinho, franzindo as sobrancelhas enquanto passa o polegar pelo meu
queixo. — Você costumava correr em círculos ao meu redor, lembra? Não
importava o que eu dissesse ou fizesse com você, você apenas riria e me diria
para ir me foder. Você me deixava louco.
Limpo a garganta enquanto várias lembranças enchem minha cabeça ao
mesmo tempo. Posso imaginar como ele disse; eu sendo um pirralho para
chamar a atenção dele, ele me ameaçando, divertindo-me e sendo um
pirralho ainda maior com ele...
Mas eram duas pessoas completamente diferentes, duas vidas
completamente diferentes. As pessoas que éramos naquela época nem
existem mais.
— Isso foi antes…
Antes de Katy morrer.
Não me atrevo a dizer isso em voz alta, mas sei que ele me ouve mesmo
assim. Ele balança a cabeça e, no segundo seguinte, está agarrando minha
cintura, me virando e me empurrando de bruços na cama, algo que sei que
faz quando não suporta olhar para mim.
Engulo minha vergonha, enterrando-a para outro momento, e ele segura
minha cueca com as duas mãos, rasgando-a ao meio para facilitar o acesso
ao meu buraco.
— Porra — sussurro nos lençóis, levantando minha bunda para ele
quando agarra meus quadris e puxa.
Ele me abre com os polegares, e agradeço a distração, gemendo livremente
quando sua boca encontra meu buraco. Ele cospe em mim e depois espalha
com a língua, suas mãos ásperas esfregando a parte de trás das minhas coxas
enquanto ele me come. Estou quase tremendo, arqueando as costas o
máximo que posso sem puxar nada. Meus dedos torcem os lençóis perto do
meu rosto e tenho que fechar os olhos com força, lutando contra a vontade
de alcançar sua cabeça e segurá-lo sobre mim. Ele parece saber o que quero
sem que eu diga, agarrando minha mão direita e puxando-a para trás até que
ela repouse na parte de trás de sua cabeça.
— Porra — digo novamente, minha boca se abrindo quando ele empurra
um dedo e sua língua em mim ao mesmo tempo. — Merda, Nate, continue
fazendo isso — imploro, ignorando o quão desequilibrado pareço. — Dê-me
outro.
— Puta gananciosa — ele diz, mas parece mais um elogio do que um
insulto, sua voz abafada pela minha carne em sua boca. — Monte, bebê.
Segure-me e empurre sua bunda de volta na minha cara.
Bebê.
Maldito seja.
Ele acrescenta outro dedo, gemendo como se estivesse gostando disso
tanto quanto eu. Rolo meus quadris para frente e para trás, para cima e para
baixo, me fodendo em seu rosto.
— Preciso gozar — eu ofego. — Preciso disso…
Incapaz de pensar em qualquer coisa além de liberação, alcanço a faixa da
minha cueca e aperto meu pau. Usando meu pré-gozo como lubrificante,
acaricio-o com força e rapidez, acompanhando o ritmo da minha bunda em
sua língua e dedos, roubando prazer de ambos os lados. Em segundos, já
estou certamente na beira. Mas então ele para e afasta minha mão do meu
pau, endireitando-se e puxando-me com ele pelos cabelos.
— Ainda não.
— Nate...
— Eu disse ainda não — ele rosna em meu ouvido, esfregando meu peito
arfante com a palma da mão enquanto roça os lábios sobre a pulsação em
meu pescoço. — Acaricie-o devagar.
Faço uma pausa e olho para o meu pau, sem perder a forma como o dele
está duro e pressionado contra a minha bunda através da calça jeans. — O
seu ou o meu? — Pergunto estupidamente, sentindo seu sorriso na minha
pele antes de ele responder.
— O seu, Xavi.
Acaricio como ele me disse enquanto pega o que precisa em sua mesa de
cabeceira. Sinto-o desabotoando a calça jeans atrás de mim e puxando seu
pau para fora, sem soltar meu peito enquanto ele abre a camisinha e a coloca.
Ainda quero que ele me foda sem camisinha, mas não vou oferecer de novo,
não depois do que me disse da primeira vez.
Ele tira a tampa do lubrificante com os dentes, e então seus dedos
molhados estão no meu buraco, empurrando e torcendo para dentro para
me abrir ainda mais. Ele me toca por um tempo, brincando com o metal em
meus mamilos enquanto faz isso, beliscando meu lóbulo da orelha,
lambendo os chupões no meu pescoço, me deixando louco de necessidade.
— Nate, por favor, apenas me foda.
— Você gozará assim que eu colocar? — ele brinca, puxando os dedos para
esfregar a cabeça do seu pau no meu buraco, deslizando-o para cima e para
baixo.
— Provavelmente.
— Não — ele avisa, e então ele está empurrando isso dentro de mim em
um movimento rápido, tirando o ar dos meus pulmões, me puxando para
trás pela cintura até que ele se enterre até as bolas profundamente na minha
bunda. — Deus, você é apertado.
— Porra — murmuro ao mesmo tempo, apertando meu pau com tanta
força que tenho certeza de que está ficando roxo.
Não.
Não goze, não goze, não goze.
Ele geme contra minha bochecha e começa a rolar em mim, a posição em
que estamos faz com que seu pau atinja minha próstata a cada movimento
de seus quadris. Ele me fode lenta e profundamente no começo, depois com
força e mais profundamente, depois volta a devagar. Toda vez que sinto que
estou prestes a gozar, ele muda o ritmo, recuando do meu ponto ideal para
me foder apenas com a ponta.
— O que está fazendo? — Eu reclamo, virando a cabeça para trás em seu
ombro para olhar para ele.
— Controlando seu orgasmo — ele responde, sorrindo quando percebe a
expressão no meu rosto. — Você gosta disso?
— Odeio isso.
Eu sou um mentiroso.
Adoro que ele esteja brincando comigo desse jeito, arrastando tudo como
se estivesse tão desesperado quanto eu para fazer isso durar.
Ele me beija e desce até meu pescoço, me segurando com os dedos
firmemente em volta da minha garganta. Ele está me sufocando, mas não é
forte o suficiente para me impedir de respirar, meu pau vazando pelos nós
dos dedos enquanto chupa minha pele machucada, deixando chupões novos
bem em cima dos antigos.
Quando começo a esfregar meu pau novamente, torcendo a base grossa
com o punho, ele pega minhas duas mãos e desliza os dedos pelos meus,
prendendo-os ao meu lado. Minha respiração fica presa e fecho os olhos, me
escondendo dele, mordendo o lábio quando ele beija minha nuca e desliza
os polegares sobre os nós dos meus dedos.
Ele me fode assim por um tempo - segurando minhas mãos - nossos corpos
cobertos de suor e deslizando um contra o outro. É tão bom, mas tudo que
consigo pensar é... isso não está me machucando. Isso não está me quebrando
como ele disse que faria.
Ou talvez esteja.
Talvez este seja o castigo dele para mim, seu próprio tipo distorcido de
tortura.
Um gemido escapa da minha boca com o pensamento, e ele sorri para mim
como se pudesse ver dentro da minha cabeça, como se ele simplesmente
soubesse, mesmo que eu não tenha dito uma palavra.
Ele sabe exatamente o que está fazendo.
— Eu te odeio — digo. — Eu te odeio para caralho.
— Eu sei, bebê — ele sussurra, e gemo pateticamente.
— Diga algo maldoso.
— Você quer que eu seja mau com você? — Ele parece divertido,
recusando-se a soltar minhas mãos quando tento retirá-las. — Por quê? Só
porque você acha que eu poderia começar a gostar de você se eu te fodesse
por tempo suficiente? — Ele flexiona os dedos entre os meus e engulo, não
gostando do rumo que isso vai dar. — Não importa o quão gostoso você é
ou quão bom você é em pegar meu pau, festeiro. Você ainda é a razão pela
qual minha irmã está morta. — As palavras que ele diz são duras, mas sua
voz é suave, seus lábios gentis enquanto ele os passa pela minha nuca, e acho
que essa é a parte que dói mais. — Você ainda é a razão pela qual temos que
acordar todos os dias e viver essa vida de merda sem ela — ele continua. —
Você ainda é a razão de estarmos sozinhos.
Lágrimas rolam pelo meu rosto, mas não consigo nem as enxugar. Tudo o
que posso fazer é aguentar enquanto ele continua me fodendo, usando
nossas mãos unidas para puxar meus quadris de volta para os dele.
— Você é um idiota — sufoco, me odiando pela forma como minha voz
falha na última palavra.
Você pediu isso, seu idiota.
Ele ri. — Não estou apontando uma arma para sua cabeça, sabe? Você não
precisa estar aqui e aturar minhas merdas. Você pode sair. — Ele inclina a
cabeça para a porta para enfatizar seu ponto de vista, e estreito meus olhos
para isso.
— E se eu não fizer isso?
— Então você é meu — ele diz simplesmente, abaixando a cabeça para
lamber as marcas no meu pescoço. — Quando, onde e como eu quiser, você
é meu.
— E quando você não me quiser? O que sou então?
Ele dá de ombros como se fosse óbvio. — Nada.
Meus dentes cerram e torço meu corpo em seu aperto, um cruzamento
entre um rosnado e um grito me escapando quando ele começa a atacar
minha bunda sem remorso. Desisto de lutar e caio nele, me apoiando em seu
peito enquanto me equilibro no limite tênue entre prazer e dor.
— Odeio você. — Lembro-o.
Ele para, puxando tão rápido que faz minha cabeça girar. Ele me pega e
me vira como uma boneca de pano, me empurrando pelo peito e beliscando
meu mamilo com tanta força que solto um grito.
— Filho da put...
— Olhe para mim quando diz isso — ele exige, provocando minha bunda
com seu pau antes de enfiá-lo de volta. — Vamos, festeiro. Diga isso de novo.
— Eu te odeio — digo, tentando ao máximo entender as mentiras que
saem da minha boca. — Te odeio. Te odeio.
— Bom garoto — ele diz suavemente, me elogiando de verdade desta vez,
seus olhos escurecendo quando ele cai em cima de mim, pressiona sua boca
na minha e empurra em mim o mais forte que pode. — Tão bom, bebê. Porra.
— Nate, posso...
— Sim — ele sussurra, empurrando a mão entre nós para chegar ao meu
pau. — Faça isso agora. Envolva suas pernas em volta da minha cintura e
goze em cima de mim.
Deus.
Ele está agindo como um louco, e só agora percebo que ele não estava
apenas me intimidando esse tempo todo, ele também está se esforçando.
É o quão maníaco ele parece agora que finalmente me irrita. Agarrando
ambos os lados de sua cabeça, grito seu nome em sua boca e caio da borda
que ele está me pendurando pelo que parecem horas, meu esperma
encharcando seus dedos enquanto ele me fode.
Ele está respirando com dificuldade e rápido quando sai, tirando meus
braços do seu caminho antes de se ajoelhar e montar em meu peito. Seu pau
está na minha cara, a camisinha jogada de lado, e então ele empurra minha
cabeça de volta para o lençol.
— Feche a boca — ele diz, usando a mão limpa para passar os dedos pelo
meu cabelo, puxando-o com força.
Respiro pelo nariz, esperando ansiosamente pelo que está por vir. Ele goza
em meus lábios e queixo, seus quadris gaguejando enquanto ele aperta a
ponta, me dando tudo o que tem. Sinto-o escorrendo pelo meu pescoço, mas
ele não dá chance de atingir os lençóis. Ele se inclina e me limpa com a
língua, deslizando-a pelo meu rosto até pegar até a última gota.
Inclino minha cabeça para trás para ele, garantindo-lhe melhor acesso. —
E você me chama de indecente.
Ele lambe meus lábios por último, chupando e brincando com meu
piercing labial por um momento antes de se endireitar novamente. Olhando
diretamente nos meus olhos, ele coloca os dedos na boca e suga meu
esperma de cada um deles, ainda me segurando pelos cabelos para garantir
que eu continue olhando para ele.
— Posso ficar com você esta noite? — Deixo escapar, me chutando assim
que as palavras saem da minha boca.
— Não — ele diz, saindo de cima de mim para guardar seu pau.
— Por que não?
Jesus Cristo, cale a boca.
Ele pega seu uísque na mesa de cabeceira, me fazendo esperar enquanto
ele toma um gole. — Pare de agir como se isso fosse mais do que realmente
é. Você é um buraco para enfiar meu pau, festeiro. É isso.
Zombo. — Como uma boneca sexual?
— Bonecas sexuais não falam — ele resmunga, e olho, sentando-me para
pegar meu jeans do chão. — Elas também não se vestem depois de serem
fodidas.
Ele deve estar brincando comigo.
Mas quando olho para ele, vejo que ele está falando sério. Ele não vai me
deixar me vestir antes de sair desta vez. Há um enorme rasgo na parte de
trás da minha cueca Calvin, e ele quer que eu saia para o corredor assim
enquanto há uma festa cheia acontecendo lá embaixo. Sei que ninguém é
permitido neste andar, mas Carter, Easton ou Frankie podem chegar a
qualquer momento. Pelo que sabemos, eles já podem estar aqui.
— Você acha que não vou fazer isso? — Inclino a cabeça para ele, forçando
aquele sorrisinho malcriado que sei que ele tanto odeia. Ele nem pisca, então
decido empurrá-lo, me curvando para pegar minhas roupas do chão. —
Observe-me. Talvez um dos meninos me veja assim e me deixe dormir na
cama deles.
Seu rosto franze, e fico na ponta dos pés para beijar sua boca, minha
pequena vitória quase tão doce quanto o gosto do nosso esperma em seus
lábios.
— Xavi — ele avisa, mas já estou saindo.
— Até mais tarde, idiota.
Ainda sorrindo, abro a porta e saio para o corredor. Não há ninguém aqui,
mas não perco o jeito que ele está me protegendo só para ter certeza,
esperando até que eu esteja de volta em segurança ao meu próprio quarto,
onde pertenço. Fazendo questão de não olhar para ele, fecho a porta atrás de
mim e caio contra ela, deixando cair minhas roupas no chão antes de bater
minha cabeça para trás com um baque baixo.
Minha felicidade fingida desaparece assim que estou sozinho, e sinto
novas lágrimas enchendo meus olhos, chateado comigo mesmo por deixá-lo
afetar-me, por esperar que desta vez pudesse ter terminado de forma
diferente.
Pedi isso.
Mereço isso.
Todo dolorido, rastejo para a cama, puxo o cobertor sobre a cabeça e choro
silenciosamente até dormir, assim como faço toda vez que ele me fode.
CAPÍTULO 25
EASTON
[Vá com calma com ele, Nate. Peguei-o com uma garrafa
de uísque esta manhã.]
EASTON
[Ele não bebeu nada.]
NATE
[Tem certeza disso?]
EASTON
[Sim. Parei-o. Não tirei os olhos dele desde então.]
NATE
[Sim, aposto que não, seu filho da puta.]
Ele me responde com três emojis risonhos, e coloco meu telefone no bolso,
entrando no carro.
Eu não estava planejando levar Xavi comigo hoje, mas quando desci e
encontrei ele e Easton juntos no sofá, jogando videogame e falando de mim
como se fossem melhores amigos ou alguma merda, agi sem pensar.
Maldito Easton.
Ele geralmente não é tão legal. Porque ele tem uma queda por Xavi, entre
todas as pessoas, não faço ideia.
Observo a forma de Xavi enquanto dirijo, chateado com o quão gostoso
ele está hoje, mesmo quando está uma bagunça por dentro.
É por isso.
CAPÍTULO 27
Estamos sentados em completo silêncio, sem sequer o rádio para nos fazer
companhia, enquanto olho diretamente para a estrada movimentada.
— Sabe para onde estou te levando? — Nate finalmente pergunta.
Concordo com a cabeça e continuo roendo as unhas no banco do
passageiro, minha ansiedade crescendo enquanto passamos pela placa para
a praia na próxima saída.
— Ela te contou — ele adivinha, e aceno novamente.
— Ela me disse...
— Tudo — ele termina e acrescenta: — Entendi, Xavi.
Olho pela janela e enfio a unha nas cutículas sangrentas, virando a cabeça
quando ele agarra minha mão esquerda e a puxa para o lado dele. Mantendo
os olhos para frente, entrelaça nossos dedos como fez na outra noite, seu
polegar se movendo sobre a borda do meu.
Engulo e fico parado o máximo que posso, o que não é nem um minuto
inteiro. Quando não aguento mais, testo a situação e tento libertar minha
mão, mas ele não deixa, apertando ainda mais e selando os dedos sobre os
nós dos meus dedos. Ele não diz nada, mas posso dizer que está pensando
profundamente enquanto nos leva para onde estamos indo.
— Meus pais são idiotas — ele diz aleatoriamente.
— OK…
— Você sabia que meu pai está me ligando sem parar desde sexta à noite?
— Para te repreender sobre ter sido suspenso — presumo, não realmente
surpreso com isso.
Aposto que ele está furioso. Tudo o que esse cara se preocupa é com sua
imagem. Ele tem que ser o melhor em tudo, ter mais dinheiro, a casa maior,
o carro mais caro, os filhos mais bem-sucedidos, heterossexuais e certinhos,
ênfase na parte heterossexual.
Sei que ele está orgulhoso de Nate por ser a estrela que ele é, não porque
o ama e quer o melhor para ele, mas porque isso o faz parecer bem.
Katy uma vez me disse que achava que seu pai desejava que ela nunca
tivesse nascido. Ela pensou que o envergonhava por ser cega. Nunca quis
dar um soco em alguém tanto quanto naquele dia.
— Ele me ligou de novo esta manhã e atendi só para ver o que ele diria.
Ele nem sequer disse olá antes de começar a me criticar por causa do jogo.
— Ele faz uma pausa, apertando a mandíbula enquanto engolia. — Ele não
disse uma palavra sobre Katy.
— Ele esqueceu.
— Sim, Xavi. Ele esqueceu — ele diz calmamente. — Ou talvez não, e ele
simplesmente não dá mais a mínima.
Cerro os dentes para me impedir de dizer o que realmente quero dizer,
observando a paisagem conforme nos aproximamos do oceano. — E a sua
mãe?
— Não sei. Não falei com ela.
— Por que não?
— Você conhece minha mãe, Xav — ele resmunga, ainda sem olhar para
mim. — Ela é a pequena serva do meu pai. Não importa o que ele faça, nunca
está errado. Tudo sempre foi culpa de Katy. Foi culpa de Katy ela ter nascido
cega, culpa de Katy ter sofrido bullying no ensino médio, culpa de Katy por
eles a terem deixado tão deprimida que ela começou a brincar com você,
ficou viciada em drogas e arruinou a reputação deles. — Seu pulso está
apoiado no volante, a mão fechada em punho. — Minha mãe defenderá meu
pai até ficar com o rosto azul, mas ela nunca poderia defender seus próprios
filhos. Ela ficou do seu lado em vez do meu no dia em que Katy morreu, você
se lembra disso?
— Sim — sussurro, sem saber mais o que dizer.
Ele estaciona o carro e finalmente solta minha mão. — Deixe tudo o que
você tem aqui.
— Por quê?
— Apenas faça isso, Xavi. — Ele suspira, largando suas coisas no console
interno antes de sair.
Preocupado que ele vá embora sem mim, rapidamente pego meu telefone
e o jogo dentro, verificando se minhas fotos e a lista de Katy estão guardadas
com segurança dentro da minha carteira antes de colocá-la em cima da dele.
Saio do carro e corro em direção a ele, puxando o capuz sobre a cabeça e
enfiando as mãos nos bolsos, me protegendo do frio. O céu está cinzento e
quase não há ninguém aqui em cima, talvez duas ou três pessoas
caminhando na areia.
Nate caminha até o final do píer, exatamente como eu sabia que ele faria.
Sento-me na beirada ao lado dele, hesitando por um momento antes de
deslizar minha bunda e bater em seu quadril com o meu, chegando o mais
perto que posso dele, sem estar em cima dele.
O silêncio se estende entre nós, mas não parece estranho. É quase bom
estar aqui com ele, sentindo o calor de seu corpo ao meu lado, nossas pernas
penduradas na borda enquanto olhamos para a água.
— Meus pais costumavam fazer isso todos os anos, para nós dois — ele
diz depois de um tempo. — Fazer essas festas de aniversário ridículas em
casa, convidar todos os amigos e filhos para mostrar quanto dinheiro eles
têm. — Ele não parece zangado ao falar sobre isso, apenas distante, e embora
eu já tenha ouvido essa história algumas vezes antes, estou me apegando a
cada palavra enquanto ele me conta sua versão. — Katy tinha treze anos
quando finalmente disse a eles que não queria uma grande festa com um
monte de gente que ela não conhecia. Ela só queria ir para a maldita praia, e
eles não podiam nem dar isso a ela. Encontrei-a chorando no banheiro pouco
antes de cortarmos o bolo. Fiquei tão chateado que a peguei e disse para ela
ir me esperar na garagem. Roubei as chaves do meu pai quando ele não
estava olhando e roubamos o carro dele. Katy estava tão animada e histérica
ao mesmo tempo, com medo de que eu fosse preso. — Um pequeno sorriso
surgiu, mas ele esfrega a mão na boca para enterrá-lo. — De qualquer forma,
eu a trouxe para a praia e ficamos sentados aqui, falando merda sobre nossos
pais. E então ela me disse que queria nadar…
— Jesus — sussurro, sentindo náuseas só de pensar nisso enquanto espio
o oceano abaixo de nós. — E então ela simplesmente… pulou? Com todas as
roupas vestidas?
Ele ri da expressão de horror em meu rosto, balançando a cabeça enquanto
esfrega a mão na nuca. — A merdinha sabia que eu iria segui-la, mas ainda
assim, nunca estive tão assustado em toda a minha vida. Eu poderia tê-la
matado.
Sorrio e passo os braços em volta dos joelhos, em silêncio por um minuto
antes de perguntar: — Você vem aqui todos os anos?
Ele balança a cabeça, e só agora percebo o quão vulnerável ele parece,
ainda esfregando o mesmo ponto no pescoço como se estivesse
envergonhado. — Sei que é estúpido — ele diz.
Meus lábios se abrem enquanto olho para o lado de seu rosto.
Conheço esse idiota sem coração há cinco anos e nunca o vi agir assim
antes.
— Não acho que isso seja estúpido — digo suavemente, descansando
minha bochecha em seu braço. — Acho que é fofo.
Ele vira o rosto para olhar para mim, torcendo o nariz. — Não sou fofo.
— Sim, eu sei — resmungo, apontando na direção geral do meu queixo e
garganta.
Ele sorri e afasta minha cabeça, levantando-se para inclinar a cabeça para
o oceano. — Vamos.
— V-você quer que eu vá com você?
— Por que não? — ele brinca, agarrando meus pulsos e me levantando. —
Você está assustado?
Fico pálido, e ele estreita os olhos, olhando para mim como se eu tivesse
crescido duas cabeças.
— Já te vi nadar centenas de vezes, festeiro. Sei que você não tem medo da
água.
— Não é a água, é o que há nela — enfatizo, um arrepio percorrendo meu
corpo enquanto balanço a cabeça com firmeza. — Não nado na porra do mar,
cara. Isso me assusta.
— Por quê?
— Porque é escuro e... imundo. E há peixes nele.
— Peixes.
— Sim, peixes — sibilo. — Pare de rir.
Mas estou sorrindo.
Por que diabos estou sorrindo tanto?
Não consigo parar, e isso só fica maior quando ele diminui a distância
entre nós, coloca as duas mãos na minha cintura e descansa a testa na minha.
Assim que penso que ele está prestes a me beijar, sua risada morre e ele
examina meu rosto.
— Você está falando sério quando diz que me odeia?
— Não — admito, mal pensando nisso enquanto passo meus braços em
volta de seu pescoço e me inclino para roçar meus lábios nos dele. — Na
maioria das vezes estou apenas fingindo.
— Quer ver se podemos consertar isso? — ele pergunta, e então...
— Nate! — Grito, mas já estou caindo.
Caindo.
Ainda caindo antes de atingir a água com um estrondo.
Ah, merda, ah, merda, ah, merda.
Aperto os olhos e a boca enquanto afundo rápido e profundamente,
chutando freneticamente os braços e as pernas para nadar de volta à
superfície. Assim que a quebro, respiro fundo e continuo chutando,
desesperado para manter minha cabeça afundada acima da água gelada.
Porra. Ele não fez apenas isso.
Esse filho da puta, sério, simplesmente me pegou e me jogou na porra do
mar!
— Nate! — Grito de novo, cuspindo enquanto mais água entra em minha
boca. — Se me deixar aqui, juro por Deus que vou encontrar sua irmãzinha
e vamos assombrar sua bunda...
Um respingo enorme me assusta profundamente, e entro em pânico,
empurrando a água para tentar fugir dela. A cabeça de Nate aparece alguns
segundos depois, e estou ao mesmo tempo aliviado e furioso.
— Seu idiota — falo. — Mudei de ideia. Eu falei sério todas as vezes.
Ele sorri, e jogo água nele furiosamente, apesar de estar me afogando,
gritando quando meu pé bate em algo duro debaixo d'água.
— Que diabos é isso?!
— Jesus Cristo. — Ele engancha o tornozelo na parte de trás do meu joelho.
— Venha aqui.
Assim que ele está ao meu alcance, jogo meus braços em volta de seu
pescoço e prendo minhas pernas em volta de seus quadris, tremendo
enquanto me agarro a seu corpo.
— Você sabe quão profunda é essa água? — ele pergunta.
— Estou tentando não pensar nisso.
— Você quer nadar um pouco?
— Não! — Digo rapidamente, olhando quando ele sorri novamente. —
Você não é engraçado — rosno.
Mas ele ainda ri e começa a nadar, um grande braço em volta da minha
cintura enquanto usa o outro para nos levar de volta à costa. Não ajudo em
nada e ainda estou apavorado, mas me sinto... feliz por algum motivo,
sorrindo como um idiota enquanto enterro meu rosto em seu ombro e passo
meus dedos por seu cabelo curto e molhado.
Comecei este dia me sentindo tão quebrado e sozinho, querendo me
afogar em uísque e em qualquer outra coisa que pudesse encontrar, mas
agora está se transformando em um dos melhores dias que já tive em muito
tempo.
— Xavi.
— Sim?
— Você pode se levantar agora. — diz Nate, e só agora percebo que ele
começou a andar, ainda me segurando, embora a água mal chegue até seus
quadris.
— Não, obrigado. Estou bem aqui em cima — digo seriamente, travando
meus tornozelos na base de sua coluna para garantir que ele não me deixe
cair e me faça tocar o fundo.
Ele me carrega de volta para seu carro no estacionamento vazio, abrindo
o porta-malas e pegando uma toalha de dentro. Eu distraidamente passo
meus polegares pela base de seu pescoço, contente por ficar bem aqui em
seus braços. Ele inclina a cabeça para mim. Bufando de decepção, deslizo de
seu corpo e coloco os pés no chão, pegando a toalha que ele me oferece. Só
tem uma, então compartilhamos, usando uma ponta de cada para secar o
cabelo.
— Tire toda a roupa — ele diz, cruzando os braços sobre o corpo para tirar
o moletom e a camisa molhados. — Vou me certificar de que ninguém te
veja.
— Não me importo se alguém vir minha bunda nua, Nate.
— Talvez não, mas eu me importo — ele enfatiza, e faço uma pausa.
Dispo-me e ele me entrega uma calça preta limpa e um moletom com
capuz, espremendo o excesso de água das minhas roupas enquanto visto as
dele. Elas são enormes e ficam ridículas em mim, mas gosto delas.
— E você? — pergunto, movendo meu olhar sobre seu corpo seminu.
Ele me ignora e pega a toalha, secando meu cabelo porque,
aparentemente, não fiz isso direito da primeira vez.
— Você nunca planejou me trazer aqui, não é? — pergunto, afastando a
toalha do rosto para poder vê-lo. — Você só queria me afastar de Easton.
Mais uma vez, ele me ignora.
Quando estamos tão secos e limpos quanto possível, ele joga toda a coisa
molhada no porta-malas e o fecha com força. Estou tentando ao máximo tirar
o sorriso do meu rosto quando voltamos para o carro, mas ele não vai
embora.
Nate aumenta o aquecedor e me abraço, aproveitando a sensação macia e
quente de seu moletom na minha pele congelada. — Vou ficar com isso —
digo a ele.
— Fique — ele diz, segurando o encosto do meu assento enquanto sai da
vaga. — Não é meu.
— De quem é isso?
— Não me lembro do nome dele.
Sorrio e puxo o tecido entre o polegar e o indicador. — Você transou com
ele no banco de trás?
— Não — ele diz, sorrindo enquanto coloca o carro em movimento. — Ele
estava curvado exatamente onde você está quando o fiz gritar com meu pau
na bunda dele.
Olho, estudando cada centímetro de seu rosto enquanto ele nos leva de
volta para a rodovia. — Você está mentindo.
Ele levanta uma sobrancelha com isso. — O quê?
— Você é uma aberração por limpeza, Nate. Seu carro está tão imaculado
quanto sua casa. Não há como você ter o moletom de um cara qualquer no
seu porta-malas. Você ficaria louco sabendo que ele estava lá, sem nenhum
lugar adequado para ir.
Ele vira os olhos brevemente em minha direção e depois murmura: —
Você se acha tão inteligente, não é?
Sorrio grande, enganchando meus dedos sobre a gola e apertando meus
ombros no meu novo moletom.
— Vou ficar com isso — digo a ele novamente.
— Onde diabos você estava? — Frankie pergunta assim que entro em casa,
me seguindo com Carter e Easton em seu encalço.
— Eu disse que ia correr. — Jogo minha camiseta por cima do pescoço,
apertando as pontas dos dedos enquanto entro na cozinha.
— Nate, isso foi há três horas — ela prolonga. — Jesus, você correu esse
tempo todo?
Não respondo a isso, ficando de costas para eles enquanto pego um pouco
de água na geladeira. Sinto seus olhos em mim enquanto bebo metade da
garrafa, meu peito queima enquanto o suor escorre pelo meu peito e costas.
Todo o meu corpo parece estar em chamas, que é exatamente o que eu
queria. Precisava. Aceitarei a dor física em vez de qualquer outro tipo.
Quando me viro para tomar um banho, encontro Carter me observando
atentamente, olhando para minha cabeça como se estivesse tentando ver o
que há dentro dela. — O que aconteceu?
— Não é da sua conta.
Ele levanta uma sobrancelha ao meu tom. Quando estou prestes a dizer a
ele para não brincar comigo hoje, ele se afasta de mim e grita: — Garotinho!
Ele caminha pelo corredor até a sala de estar, e não posso deixar de segui-
lo, ouvindo Easton e Frankie vindo atrás de mim enquanto paro para
observar da porta aberta.
— O que você fez? — Carter pergunta a Xavi.
Xavi está olhando para ele do seu lugar no sofá, confuso, mas então ele me
vê, e sua confusão se transforma em algo mais doloroso e cru.
Eu não deveria ter aberto a boca ontem à noite. Eu sabia que não deveria
ter perguntado a ele o que eu queria perguntar há anos, mas perguntei, e
agora aqui estamos. Provavelmente nunca mais serei capaz de olhar para ele
novamente sem imaginá-lo curvado para algum idiota sem rosto, gemendo
em seus lençóis, ignorando minha irmãzinha ligando para seu telefone
porque ele estava muito ocupado enchendo seu buraco safado.
Qualquer olhar que ele vê no meu rosto o faz estremecer, seus ombros
afundando enquanto ele se enterra no cobertor que está enrolado em seu
corpo. Ele parece exausto, como se não tivesse dormido nada na noite
passada, as olheiras ainda mais escuras do que o normal, seu cabelo
bagunçado espetado em todas as direções possíveis. Ele está usando o
moletom que dei a ele ontem e sinto algo puxar meu peito, mas antes que eu
possa descobrir o que é, a sensação desaparece e volto a querer jogá-lo de
um telhado.
Carter suspira e volta sua atenção para Xavi. — Você vai passar o
aniversário inteiro de mau humor ou o quê?
Os olhos de Xavi se arregalam um pouco e suas bochechas ficam rosadas
de vergonha quando Easton e Frankie olham para ele, provavelmente
porque agora ele parece um perdedor ainda maior do que já é.
— É seu aniversário? — Frankie pergunta, franzindo a testa. — Mas você
ficou sentado aí sozinho o dia todo. Onde estão seus pais?
— Ei, fui eu quem não quis fazer nada com eles, e não o contrário — ele
retruca na defensiva, e ela franze a testa ainda mais.
— Cara, eu só estava perguntando.
Ele revira os olhos e sutilmente movo os meus entre os dois. Essa não é a
primeira vez que ele diz ou faz algo para irritá-la, mas Frankie nunca parece
reagir a ele da maneira que costuma fazer. Se alguém falasse assim com ela,
ela já estaria ameaçando enfiar o punho na garganta deles. Eu espero, mas
ela não diz nada para ele. Em vez disso, ela esconde um sorriso atrás dos nós
dos dedos, e isso me faz querer bater em alguma coisa.
Ótimo. A garota psicopata também tem uma queda por ele.
— Devíamos levá-lo ao clube gay. — Frankie sugere do nada, e Carter
sorri.
— Sim.
— Não. — Xavi e eu dizemos juntos, nossos olhares colidindo exatamente
ao mesmo tempo. Olho para ele, e ele olha de volta.
— Vou se eu quiser.
— O caralho que você vai.
Easton limpa a garganta e passa a mão pelo cabelo. — Eu vou — ele diz
para Frankie e Carter, claramente desconfortável e pronto para sair daqui.
— Espere, você vai ao clube gay? — Xavi pergunta, animando-se enquanto
se vira de joelhos e apoia os braços nas costas do sofá.
— Por que não? — Easton encolhe os ombros, sorrindo um pouco
enquanto passa o braço em volta do pescoço de Frankie. — As garotas bi
estão lá.
Ela empurra o rosto dele de brincadeira e Xavi ri, seu rosto entristecendo
quando ele encontra meus olhos novamente. — Por que não posso ir?
— Provavelmente porque você é um viciado em recuperação. — Carter
diz sem rodeios, ainda sorrindo de todo o drama enquanto coloca um
chiclete na boca. — Muita tentação.
Os olhos de Frankie se arregalam ligeiramente.
As bochechas de Xavi coram ainda mais quando ele diz: — Vá se foder,
Carter.
— Diga-me como você quer, garotinho — ele brinca, agarrando a base do
seu pau através da calça.
Puxo-o pelo colarinho antes que ele possa dar um passo, encarando Xavi
enquanto me coloco entre ele e Carter. — Você não está indo.
Cruzando os braços sobre o peito, ele levanta as sobrancelhas como um
pirralho. — Você não acha que eu posso fazer isso?
— Sei que você não pode.
Seus olhos se estreitam e ele se levanta do sofá, parecendo ao mesmo
tempo humilhado e determinado enquanto dobra o cobertor exatamente do
jeito que eu gosto.
— O que você está fazendo?
— Provando isso para você — ele responde, falando com Frankie e os
meninos ao passar. — Dê-me uma hora.
Passo na frente dele novamente, e ele para com vergonha de esbarrar em
mim, seus olhos lentamente se movendo para cima do meu short, sobre meu
abdômen e peito, e finalmente pousando em algum lugar ao redor da minha
boca, sem coragem suficiente para me olhar no olho quando estamos tão
perto. Minhas mãos se movem sem meu consentimento, e enrolo meus
dedos em volta de sua cintura, puxando-o e acariciando seus quadris por
baixo do moletom. Ele se derrete contra mim quase instantaneamente, como
uma vadia que não se cansa, desesperado por minha atenção.
Segurando o lado de seu rosto macio, forço-o a encontrar meu olhar
enquanto toco o pequeno corte em sua bochecha. Ele engole, fechando os
lábios com força e se recusando a responder à minha pergunta não
formulada.
Não consigo entender o que ele está pensando no momento. Sua cabeça
está muito confusa para que eu possa sequer tentar, mas posso dizer que ele
está nervoso, e eu adoro isso. Adoro o modo como ele age quando estou por
perto, como se estivesse constantemente no limite, esperando que eu lhe dê
um soco. Ou transe com ele.
Deixo minhas mãos caírem de seu corpo, depois me afasto, inclinando a
cabeça na direção da porta para lhe dar permissão. Ele pisca, abaixando o
rosto para esconder sua expressão enquanto sai da sala.
— Bem, que merda.
— Cale a boca, Carter — murmuro, segurando a camiseta em volta do
pescoço enquanto observo meu garoto ir embora.
Assim que estou saindo do meu quarto, Xavi sai do dele com dez minutos
de sobra, fechando a porta atrás de si e enfiando a carteira e o telefone no
bolso de trás.
Amaldiçoo quando dou uma boa olhada nele, rapidamente diminuindo a
distância entre nós e fazendo-o pular, com os olhos arregalados enquanto o
prendo contra a parede.
Não sei se ele está tentando me irritar ou me impressionar, mas de
qualquer forma, ele teve sucesso em ambos.
Ele está vestindo o jeans mais justo que possui e um top preto em rede
arrastão. Tem mangas compridas, mas a bainha é curta, logo abaixo dos
mamilos. Seus piercings perfuram o material, e meus dedos deslizam sobre
suas costelas e depois até seu peito para roçar o metal. Ele se engasga, e beijo-
o sem aviso, apertando seu mamilo com força suficiente para fazê-lo gemer
em minha boca.
— Porra.
Sim. Porra.
Não sei o que há de errado comigo.
Odeio-o, mas não consigo ficar longe dele.
A maneira como sou puxado em direção a ele... sou impotente para
impedir isso.
Há uma corrente de prata com vários pingentes em volta de sua cintura
estreita, e coloco um dedo embaixo dela, meu pau balançando atrás do zíper
enquanto imagino o quão gostoso ele vai ficar quando eu transar com ele
mais tarde.
Puxo enquanto o beijo, e ele choraminga, abrindo a boca e me oferecendo
a língua. Ele não deveria me dar o piercing até que esteja completamente
curado, mas eu ainda o pego, provocando apenas a ponta e as bordas com o
meu, tomando cuidado para não tocar em seu piercing.
Ele fica na ponta dos pés para tentar se aproximar, como se quisesse entrar
na minha pele e morar lá. Ajudo-o, prendendo sua coxa em meu quadril e
deslizando minha mão livre em seu bolso de trás. Roubo suas coisas e as
enfio nos bolsos, apenas tirando minhas mãos dele por um segundo antes de
colocá-las de volta em seu corpo.
— O que você está fazendo?
— Elas estão atrapalhando — digo a ele, espalhando meus dedos sobre
sua bunda e apertando. — Quero ver o formato dessa bunda toda vez que
você se mover esta noite.
— Nate, — ele choraminga, cruzando os braços em volta do meu pescoço,
esfregando seu pau grande na minha coxa. — Mudei de ideia.
— Sobre o quê?
— Não quero sair — ele diz rapidamente, com as mãos tremendo
enquanto tenta desabotoar meu jeans. — Quero ficar aqui com você. Foda-
me aqui mesmo. Por favor.
Suprimindo um gemido, agarro seus pulsos e os prendo na parede. Ele
tenta se libertar, então bato suas mãos novamente. Ele olha para mim então,
e o beijo mais suavemente desta vez, provocando-o.
— Filho da puta — ele sussurra, e eu rio, olhando para a esquerda quando
a porta de Carter se abre ao nosso lado.
Ele para de andar quando nos vê, seus olhos pousando imediatamente no
corpo de Xavi, sua boca formando aquele sorriso estúpido enquanto ele o
devora com seu olhar. — Você realmente vai deixá-lo usar isso?
— Ele pode usar o que quiser. — Passo as costas dos dedos pela corrente
da cintura de Xavi, olhando para ele novamente. — Ninguém vai chegar
perto dele.
Seus olhos parecem escurecer e iluminar ao mesmo tempo, e mordo seu
lábio inferior, meu toque tão suave quanto as palavras que saem da minha
boca.
— Se você tentar me deixar com ciúmes esta noite, vou te foder com tanta
força e por tanto tempo, que nunca mais vai querer pau de novo quando eu
terminar com você.
— Não vou tentar deixá-lo com ciúmes. — Seus braços envolvem meu
pescoço, sua respiração fazendo cócegas em meu queixo. — Não estou
tentando deixá-lo bravo, Nate. Eu só queria ficar bem para você.
Meu gemido escapa e agarro seus quadris, esfregando-me nele para
mostrar o quão duro ele está me deixando. — Você está tão bem, bebê —
digo, segurando seu rosto para estudar o delineador que ele está usando. —
Tão lindo.
Ele cora e morde o lábio. — Eu gostaria de ter uma gargantilha para usar
— ele diz, e baixo meus olhos para sua garganta.
Pegando seu pulso, ignoro o modo como Carter está boquiaberto para nós
enquanto levo Xavi pelo corredor. Ele parece confuso quando bato na porta
do quarto de Frankie, sem tirar os olhos dele enquanto ela grita: — Ok, ok,
estou quase terminando!
Abro a porta e saio do caminho, gesticulando para Xavi entrar. Ele não se
move, torcendo o nariz enquanto estica o pescoço para espiar dentro do
quarto. — Não vou entrar aí.
Empurro-o de qualquer maneira, e ele me bate com os olhos arregalados
e um olhar de pânico por cima do ombro. Quando ele está prestes a sair
correndo, Frankie aparece vestindo nada além de calcinha e sandália
vermelha nos pés. — Droga — ela diz, com seu enorme sorriso voltado para
Xavi. — Cara, você está lindo.
Seus olhos ainda estão arregalados e ele está ficando vermelho das
bochechas até o abdômen, incapaz de esconder isso com toda aquela pele
nua à mostra. Ele está olhando para qualquer lugar, menos para ela, e ela
está olhando para ele bem na minha frente, bufando quando percebe meu
olhar.
Movo-me para sair, então paro quando algo me ocorre. — Você comeu
hoje? — pergunto a Xavi, e ele hesita antes de balançar a cabeça.
Rangendo os dentes, vou até a cozinha e preparo um pouco de comida
para ele, fingindo que Carter não está olhando para minhas costas,
preocupado que eu tenha enlouquecido.
CAPÍTULO 29
Xavi continua tocando seu pescoço como se pudesse sentir meus olhos
nele, olhando para mim de vez em quando para verificar se ainda o estou
observando.
A gargantilha que Frankie lhe emprestou é prateada e apertada, com
apenas um dedo de espaço entre ela e sua carne, o pequeno pingente de
borboleta pendurado em seu pescoço combinando com os da corrente na
cintura. Fica tão bem nele que estou tentado a dizer que ele nunca vai tirar.
Ele sorri como se pudesse ouvir os pensamentos incessantes passando
pela minha cabeça, sua mão flexionando a minha enquanto nos
aproximamos da entrada principal do clube para onde o estamos levando.
Agarrei-o quando saímos da caminhonete e me recusei a soltá-lo, fazendo
questão de me posicionar entre ele e Carter quando peguei Carter olhando
para sua bunda.
— Por que não pegamos um Uber? — Xavi pergunta, apontando o queixo
para a caminhonete de Frankie por cima do meu ombro. — Não confio em
mim mesmo para dirigir essa coisa, Frankie. É muito grande.
— Você não vai dirigir minha caminhonete — ela diz, indignada por ele
ter dito tal coisa.
— Então como devemos voltar?
— Na minha caminhonete... — ela diz lentamente. — Que vou dirigir.
Ele franze a testa. — Você não vai beber esta noite?
— Nenhum de nós vai. — Frankie diz a ele, afofando o cabelo na janela de
um carro enquanto passamos por ele.
Ele olha para os meninos, piscando para eles quando Easton dá de ombros
como se isso não fosse grande coisa. Xavi me olha de lado com as
sobrancelhas franzidas, a acusação clara, e eu sutilmente balanço a cabeça.
Eu não disse a eles que não poderiam beber esta noite. Isso é culpa deles.
Chegamos ao clube e o encontramos tão movimentado como sempre,
corpo a corpo, as luzes estroboscópicas das cores do arco-íris piscando pelo
enorme espaço. Olhando em volta, imediatamente vejo dois caras passando
comprimidos com a língua, encostados na parede do canto, e é exatamente
por isso que eu não queria que Xavi viesse aqui, mas ele nem está olhando
para eles. Ele parece mais preocupado com a minha mão na dele, seus dedos
se contraindo a cada poucos segundos, como se ele quisesse soltá-la.
— Pare — digo, e ele para, mastigando aquele maldito piercing no lábio
novamente enquanto eu o viro para mim.
Frankie e os meninos nos deixam sozinhos e vão para a pista de dança, e
levo Xavi de volta para a varanda de vidro com vista para o nível inferior.
Ainda segurando suas mãos, empurro-me nele, descaradamente deixando
todos ao nosso redor saberem que ele é meu. Há tantos olhos nele agora, mas
ou ele os está ignorando ou realmente não percebe, nem uma vez desviando
o olhar de mim.
Nem sei por que estou tão preocupado. Posso não ser o único cara que ele
já deixou transar com ele, mas sou o único que ele já olhou dessa forma.
Nunca o vi olhar para ninguém como ele olha para mim. Nem mesmo a Katy,
e ele costumava olhar para ela como se ela fosse seu mundo inteiro.
— Nate... — ele avisa, engolindo em seco quando meus lábios roçam seu
piercing. — Nate, alguém pode reconhecer você.
— Você acreditaria em mim se eu dissesse que você vale a pena? —
Pergunto, e ele estreita seus lindos olhos em fendas.
— Não.
Uma leve risada me deixa, e finalmente deixo que ele coloque as mãos
para trás, segurando sua cintura antes de passar as palmas sobre sua barriga.
— Ninguém vai me reconhecer, mas se isso acontecer, Carter está aqui. Ele
me protege.
Ele vira a cabeça para seguir minha linha de visão pela varanda, vendo
Carter olhando para nós enquanto dança com um lindo garoto de cabelos
escuros que se parece muito com Xavi à distância. Olho e Carter sorri, o filho
da puta.
— Há rumores sobre você, sabe? — Xavi pergunta, chamando minha
atenção de volta para ele.
— Sim, eu sei.
— Mas você não se importa?
— Meu pai é o único que se importa, Xav. Não dou a mínima para o que
as pessoas dizem sobre mim. A única razão pela qual não estou assumido é
porque só quero...
— Uma vida fácil — ele termina para mim, balançando a cabeça. —
Entendo.
Seu sorriso é mais triste do que reconfortante, e de repente me dá vontade
de fazê-lo sorrir de verdade.
— Venha dançar comigo.
— O quê?
Ignorando seu choque, levo-o para baixo e o guio por todos os corpos na
pista de dança, pegando sua cintura e enganchando meus dedos sob a
corrente apoiada em seus quadris. Ele hesitantemente estende a mão e coloca
as mãos atrás do meu pescoço, permitindo-me mover seu corpo e girar
nossos quadris juntos.
Carter levanta uma sobrancelha para mim por cima do ombro e sorrio,
abaixando a cabeça para colocar minha boca perto da orelha de Xavi. —
Lembra-se da última vez que peguei você e minha irmã em um lugar como
este?
Ele balança a cabeça, e não perco o olhar presunçoso em seu rosto antes
que ele tente escondê-lo em meu pescoço.
Lembro-me de entrar naquele clube com Carter e encontrar Katy com um
cara que eu nunca tinha visto antes, ele parado na frente dela como um
escudo humano enquanto Xavi brigava com outro cara a poucos metros de
distância. Furioso com os dois, agarrei minha irmã e disse a Carter para
observá-la, então me movi para agarrar seu melhor amigo idiota, puxando-
o pela nuca do cara que ele estava em cima. Xavi tentou me dar um soco,
então agarrei-o pelo pescoço e puxei seu corpinho contra o meu, desafiando-
o com meus olhos a fazer isso. Toda a cor sumiu de seu rosto quando ele viu
que era eu, e finalmente se acalmou, estremecendo quando gritei para ele
parar de brigar na frente da minha irmã. Perdi a conta de quantas vezes ele
se envolveu com algum cara que tentou colocar as mãos nela. Eu
provavelmente teria agradecido ao merdinha se não fosse ele quem a
colocasse em perigo daquela forma, noite após noite.
Quando eu estava prestes a tirar os dois de lá, o cara que estava no chão
se levantou e tentou atacar Xavi de novo, e perdi o controle. Nocauteei-o ali
mesmo, no meio do clube, com os nós dos dedos ensanguentados, enquanto
agarrava o braço de Xavi e o arrastava até a saída. Ele não conseguia parar
de sorrir, mesmo com o lábio sangrando, pingando por todo o queixo e
pescoço, eu nunca o tinha visto tão feliz. Isso me irritou e acabei prendendo-
o na parede do lado de fora. Isso foi o mais perto que cheguei dele antes, e
eu sabia que ele gostava tanto quanto eu fingia que não. Seu pau estava duro
e ele nem tentou esconder isso de mim. Foi só quando nós dois percebemos
que eu também estava duro que finalmente o deixei ir e dei dez passos para
longe dele.
Carter e eu levamos Katy para o carro, e Xavi ficou encostado na parede
contra a qual empurrei-o, ainda sorrindo enquanto me observava abandoná-
lo.
— Idiota arrogante — murmuro, e Xavi ri no meu ouvido, apertando os
braços em volta do meu pescoço enquanto giramos os quadris ao ritmo da
música.
Sua respiração fica presa quando passo minhas mãos até sua bunda, suas
bochechas brilhando sob as luzes. Inclinando a cabeça, esfrego
discretamente meu dedo médio sobre seu buraco através de sua calça jeans.
Ele geme, cravando as unhas na minha nuca.
— Bebê…
— Hum?
— O que tem na sua bunda?
— Um plugue.
Amaldiçoo, e ele sorri com orgulho, fechando os olhos enquanto continua
dançando contra mim.
— Você é uma puta. — Seguro seu rosto em minhas mãos, esperando que
ele olhe para mim novamente. — Você o colocou para mim? Para que esteja
bem e pronto para o meu pau assim que chegarmos em casa?
Ele concorda.
— Bom garoto — digo, e ele fica na ponta dos pés para me beijar.
Beijo-o de volta e o levo para um dos sofás vazios no canto da boate,
sentando e guiando suas pernas sobre minhas coxas. Ele monta em mim e
esfrega sua bunda no meu pau para ficar confortável, seus dentes brincando
com meus lábios. — Você acha que alguém será capaz de dizer se eu fazê-lo
gozar de jeans?
— Provavelmente, sim.
— Correrei esse risco se quiser — ele brinca, e agarro suas mãos antes que
ele possa agarrar meu pau, fazendo-o fazer beicinho.
— Conte-me sobre a lista.
Toda a brincadeira desaparece de seu rosto e ele engole em seco, baixando
os olhos para evitar os meus.
— Diga-me, Xav.
Tão baixinho que tenho que ler seus lábios para entender, ele diz: — Não
quero.
— Xavi.
— Eu disse não, Nate. — Ele tenta se afastar de mim, mas eu não deixo,
agarrando a parte de trás dos seus joelhos e puxando-o de volta.
— Não vou ficar bravo. — Afrouxo meu aperto, suspirando quando ele
me lança esse olhar, como se quisesse me dizer que estou falando merda. —
Prometo.
— Você também não vai me dar um soco?
Balanço a cabeça e ele semicerra os olhos para mim, franzindo os lábios
enquanto pensa nisso por um minuto.
— Não estou lhe contando nada — ele finalmente diz. — Você pode me
perguntar e responderei se quiser.
— Ok. — Concordo. — Você escreveu para ela?
Ele acena com a cabeça uma vez, sem me dar mais nada.
Levanto uma sobrancelha, incapaz de resistir a fazer a pergunta para a
qual mais quero saber a resposta. — E o último?
— Foda-me — ele murmura baixinho, passando a mão pelo cabelo
enquanto seu rosto cora de vergonha. Inclino a cabeça, esperando, e ele
revira os olhos, deixando cair o braço de volta no colo. — Ok, olha, foi Katy,
não eu. Eu nem sabia que estava lá até que invadi sua casa para pegá-la.
— Você invadiu minha casa?
— Você me bateu e me expulsou do funeral dela — ele retruca, cerrando
os dentes diante da falta de remorso em meu rosto. — Eu estava chateado
com vocês e sabia que todos ficariam na igreja por um tempo, e eu
simplesmente...
— Você simplesmente o quê?
— Eu só queria algo que fosse dela, ok?
Não, não está tudo bem.
Estou prestes a dizer a ele que ele não merecia nada que era dela, mas me
contenho, fazendo o meu melhor para não ficar bravo como prometi.
— E agora? — Pergunto. — Ela não está aqui para fazer essas coisas
sozinha, então você está fazendo tudo por ela?
Ele hesita por alguns instantes, depois balança a cabeça novamente, meu
coração torcendo no peito com a emoção crua em seu rosto. Parece amor,
mas está contaminado, a culpa dele pelo que aconteceu com ela o corta por
dentro.
Não digo a ele que sei exatamente como é isso.
— É por isso que colocou um piercing na língua?
— Sim.
— Em qual piscina você mergulhou nu?
— A de Bryson West — ele responde, e penso na festa que Easton levou
ele na noite em que se mudou para cá, na noite em que o arrastei para fora
da cozinha depois que ele me disse que Katy sempre gostou mais dele do
que de mim. — Foi assim que machuquei minha perna — ele continua
olhando para baixo e passando o dedo pela parte interna da coxa. — Cortei
na cerca quando estava fugindo do pai dele.
— Ele te perseguiu?
— Sim, enquanto eu estava pelado. — Ele dá uma risada, balançando a
cabeça com a lembrança. — Borrei-me todo.
— Você sabe que ele tem uma arma, certo?
— O quê?
— Xavi, ele é louco — enfatizo, não achando isso nem um pouco
engraçado. — Ele puxou isso para você?
— Não sei. Eu estava com os olhos vendados.
Jesus Cristo.
— Espere, por que você estava…?
E então isso me atinge.
Ele está fazendo tudo às cegas.
Porra. Há algo errado com meu coração.
Xavi limpa a garganta e desvia o olhar, observando Easton e Frankie
dançarem com uma garota coberta de tatuagens a poucos metros de nós, ela
no meio enquanto meus amigos a pressionam de ambos os lados. Easton
pisca para Xavi, e os lábios de Xavi se contraem, sua cabeça virando-se para
mim quando eu digo: — Vá dançar no bar.
— O quê?
— Você me ouviu. — Recosto-me no sofá e passo as mãos sobre sua
barriga tensa, as pontas dos dedos provocando a pele sob seu top curto. —
Esse é o número sete, certo? Dançar em um bar.
— Sim…
— Então vá dançar no bar.
— Não posso.
— Por que não?
— Eu não trouxe a venda.
Olhando ao redor para todas as pessoas sem camisa andando pelo clube,
coloco a mão atrás do pescoço e puxo minha camiseta pela cabeça, torcendo-
a algumas vezes antes de usá-la para cobrir os olhos de Xavi. Ele fica
boquiaberto enquanto amarro minha camisa na parte de trás de sua cabeça.
Colocando nós dois de pé, conduzo-o pela multidão e volto para a pista de
dança.
Easton e Frankie abandonaram a garota com quem estavam, só os dois
dançando juntos agora, então ando por trás de Frankie, inclinando-me sobre
ela para gritar por cima da música. — Distraia o barman para mim.
Ela sorri maliciosamente por cima do ombro, e levo Xavi até o local menos
movimentado do bar. Não que isso vá fazer alguma diferença. Ele ainda nem
chegou lá, mas as pessoas já estão olhando para ele, curiosamente seguindo-
o com os olhos enquanto ele ajusta a venda improvisada.
— Se você cair, caia para frente — digo em seu ouvido, pegando-o e
colocando sua bunda no limite.
Ele solta um grito e estende a mão para tocar meus ombros, verificando
onde estou. Bato na parte externa de sua coxa, sinalizando para ele se
levantar, e ele nem hesita, puxando as pernas e se levantando para ficar de
pé. “Come & Get It” de Selena Gomez está tocando no clube, e Xavi não
perde o ritmo, atraindo uma multidão em segundos.
Posso ver Frankie e Easton em minha visão periférica, começando uma
discussão um com o outro do outro lado do bar para chamar a atenção do
barman. Tenho certeza de que Carter também está por aqui em algum lugar,
mas não tiro os olhos de Xavi para descobrir. Sou como um falcão
perseguindo sua presa, meus punhos apoiados na borda do bar na frente de
seus pés, minhas unhas cortando as palmas das mãos.
Ele parece tão sexy lá em cima. Ele está se movendo como um stripper,
girando lentamente os quadris de um lado para o outro, com as mãos na
cintura, na barriga, subindo pelo pescoço e no cabelo. Seu sorriso é enorme,
mas aposto que ele não percebe quantas pessoas estão assistindo seu
pequeno show agora, atraídas por ele como mariposas pela chama.
É meio engraçado. Uma coisinha arrogante como ele não tem ideia de
como é lindo.
Vejo um cara apontando o telefone para Xavi ao meu lado, mas antes que
eu possa pensar em meu próximo movimento, Carter aparece do nada e
casualmente tira o telefone de sua mão, pressionando-o contra o peito do
cara e dizendo-lhe para ir embora. Ele diz algo para ele, ficando na cara de
Carter, e Carter o empurra com mais força do que o necessário. Ele tropeça
em outra pessoa, e então começa uma briga entre Carter e alguns amigos do
outro cara.
Hora de ir.
Estendendo a mão para agarrar a parte de trás da coxa de Xavi, eu
gentilmente o puxo em minha direção e o pego quando ele pula em meus
braços, envolvendo as pernas em volta da minha cintura enquanto tiro a
camisa de seu rosto. Ele sorri para mim como se eu tivesse pendurado a
maldita lua para ele, e sorrio de volta, segurando-o com o braço sob sua
bunda enquanto vejo as costas da camisa de Carter. Empurrando-o para
andar na minha frente, o sigo até a saída, revirando os olhos quando vejo
Frankie brigando com um cara com o dobro do tamanho dela perto da porta
principal. Carter a agarra por trás, e ele e Easton a carregam para fora do
clube, evitando ser nocauteados por suas longas pernas enquanto ela as
chuta no cara com quem ela ainda está gritando.
— Eles são sua família agora, não são? — Xavi me pergunta, e só agora
percebo que há um sorriso estranho em meus lábios.
Concordo com a cabeça, encolhendo os ombros quando percebo o olhar
patético que ele está me dando. — Não sinta pena de mim, festeiro. Tenho
mais pessoas que amo do que você.
Ele aperta os lábios e aperta os punhos sobre meus ombros, tentando e não
conseguindo esconder a dor em seu rosto. Ele tenta se abaixar, então bato
em sua bunda e aperto com força, empurrando meus dedos em sua dobra
sobre sua calça jeans. Ele geme e coloca o rosto no meu pescoço,
provavelmente se arrependendo de ter me contado sobre o plug em sua
bunda.
— Vou para casa com aquele novinho bonitinho que se parece com Xavi.
— Carter anuncia, e paro de andar, virando-me para encará-lo.
— Quero o nome e endereço dele.
— Por que, para que possa aproveitar meus restos de novo? — ele brinca,
piscando para Xavi quando ele zomba dele. — Relaxe, garoto. Estou
brincando.
— Por que você é amigo dele? — Xavi me pergunta.
— Porque ele paga metade do aluguel — respondo, balançando a cabeça
ao ver o olhar estúpido no rosto de Carter.
— Também te amo, melhor amigo.
— Nome e endereço, Carter.
— Eu já os enviei.
Tiro meu telefone da calça jeans para verificar, acenando para ele quando
vejo a mensagem e a foto que ele me enviou. Ele volta para dentro do clube
e coloco meu telefone no bolso novamente, carregando Xavi de volta para a
caminhonete. Aparentemente me perdoando por ter sido um idiota há um
minuto, ele passa os braços em volta do meu pescoço e deita a cabeça no meu
ombro, observando Easton e Frankie entrarem na fila para nos seguir. —
Como você conheceu Frankie?
— Se eu te contasse isso, ela te mataria enquanto você dormia.
— Com certeza. — Frankie grita.
Olho para ela, parando no meio do caminho quando a vejo limpando o
sangue do lábio com o dedo.
— Aquele cara bateu em você de volta? — Easton pergunta, andando para
trás como se estivesse prestes a voltar correndo.
— Não, mordi minha língua.
Meus ombros caem e me encosto no lado do passageiro da caminhonete,
permitindo que Xavi deslize para ficar de pé, mas sem deixá-lo ir.
— O que aconteceu lá? — Ele pergunta, virando-se para descansar a
cabeça no meu peito.
— Nate me disse para fazer uma cena. — diz Frankie simplesmente,
pegando um cigarro e acendendo-o.
— Eu disse para distrair o barman — eu a corrijo.
— Mesma coisa. — Ela dá de ombros. — De qualquer forma. Easton e eu
estávamos fingindo discutir, empurrando um ao outro e outras coisas, e
então um cara ficou entre nós e tentou me defender. Ele deu um soco em
Easton, então dei um soco na garganta dele.
Easton solta uma risada, passando o braço em volta do pescoço dela e
beijando sua têmpora. — A expressão no rosto dele, cara. Foi engraçado para
caralho.
Xavi ri e puxa meus braços ao redor de seu corpo, usando-me para se
manter aquecido. — Desculpe — ele diz a Frankie.
— De que é você que está arrependido?
— Fazê-la ser expulsa do clube.
— Querido, valeu muito a pena — ela diz a ele, sorrindo enquanto me
observa brincar com sua cintura. — Essa foi uma das coisas mais sexy que já
vi.
— O quê?
— Você — ela diz, sorrindo com ternura ao ver a expressão confusa no
rosto dele. — Você realmente não tem ideia de quão gostoso é, não é? Isso te
deixa ainda mais sexy.
— Eu que agradeço…?
— De nada. — Ela ri, jogando a ponta do cigarro na rua. — E não se
preocupe com a possibilidade de eu ser expulsa do clube. Vou mostrar meus
seios ao gerente no próximo fim de semana e ele me deixará entrar de volta.
Bufo e Xavi torce o nariz, inclinando a cabeça para trás para me olhar de
cabeça para baixo. — Ela está brincando?
— Provavelmente não.
CAPÍTULO 30
Não sei há quanto tempo estou sentado aqui, olhando todas as fotos e
revivendo os três melhores anos da minha vida. Quando termino de olhar
para a última, guardo todas e fico andando ao redor da cama, encontrando
minha carteira onde Nate a deixou na mesa de cabeceira. Pego a lista de Katy
e pego meu marcador, destampando-o para riscar o número sete: Dançar em
um bar. Depois de guardá-la, toco na tela do meu telefone para verificar
quanta carga ele tem, franzindo a testa para as mensagens que perdi.
DESCONHECIDO
[Belo namorado.]
Rangendo os dentes, dou um zoom na foto que me enviaram, xingando
quando percebo que é uma foto minha e de Nate. Ele está encostado na
caminhonete de Frankie na rua em frente ao clube, com os braços em volta
da minha cintura e a boca no meu pescoço. Minha cabeça está inclinada para
o lado e fica claro que estou adorando cada segundo.
DESCONHECIDO
[Seu último foi mais sexy.]
XAVI
[O que você quer?]
Já se passaram horas desde que ele enviou a última mensagem, mas como
o perseguidor que é, ele responde quase instantaneamente.
DESCONHECIDO
[Você sabe o que quero.]
Antes que eu possa dizer a ele que não há nenhuma chance, chantagem
ou não, ele me manda uma mensagem novamente.
DESCONHECIDO
[Feliz aniversário, Xav. Deixei seu presente na sua
motocicleta.]
DESCONHECIDO
[De nada.]
XAVI
[Você ainda está aqui?]
DESCONHECIDO
[Você não pertence a ele e sabe disso.]
Já se passaram quase duas horas e meia desde que Carter saiu. Fiquei
sentado no banco da janela do meu quarto a noite toda, olhando para a
entrada escura e esperando o carro dele parar. Tentei ligar para ele, mas é
claro que ele não atendeu.
Quando ele finalmente chega em casa, pouco depois das cinco da manhã,
sento-me direito, olhando para ele enquanto sai do carro. Ele acena para mim
quando me pega olhando, e suspiro de alívio.
Sabendo que ele provavelmente não terá vontade de me contar se eu
perguntar o que aconteceu, não me preocupo em descer. Subindo na cama,
me enterro debaixo das cobertas, desejando não ter trocado os lençóis para
poder usar o cheiro de Nate para dormir.
Meus olhos se recusam a permanecer fechados e, quando a primeira luz
do sol entra pela janela, ouço meu telefone tocar e estendo a mão para
verificá-lo.
DESCONHECIDO
[Maldito covarde.
Se mandar seu cão de guarda atrás de mim de novo, vou
mandar o pau dele em uma caixa.]
XAVI
[Ei.
Onde você está?]
Encolho-me assim que clico em enviar pela segunda vez, e mais ainda
quando vejo que ele leu a mensagem, mas não se preocupa em me
responder. Espero cinco minutos e depois mais vinte, sentando-me ereto
quando ele finalmente decide me responder.
NATE
[Quem é?]
Bufo. Sei que ele tem meu número porque costumava me ligar o tempo
todo e me ameaçar para contar onde Katy e eu estávamos.
XAVI
[Você realmente excluiu meu número?]
NATE
[Nunca o salvei em primeiro lugar.
O que você quer? Estou ocupado.]
XAVI
[Ocupado fazendo o quê?]
— Você não tem mais alguém para olhar? — Carter pergunta, com os
olhos fechados enquanto inclina a cabeça para trás na lateral da banheira de
hidromassagem. — Onde está Nate?
Esta é uma boa pergunta.
Ele está fora há mais de duas horas. Achei que ele já estaria de volta, mas
estou tentando não me preocupar muito. Ou sentir muita falta dele. Não está
funcionando, mas é o esforço que conta.
Cansei de ficar olhando pela janela como um cachorrinho abandonado,
então desci e encontrei Carter aqui sozinho. Ele não disse nada quando me
sentei na beira da banheira ao lado dele. Ele apenas olhou para mim, deu
uma olhada casual em meu corpo e depois voltou a fumar o baseado em sua
mão.
— Não aqui — respondo, cerrando os dentes ao ver o sorriso estúpido em
seu rosto. — Ele me fodeu e foi embora. De novo.
Ele parece genuinamente confuso quando abre os olhos e percebe meu
olhar sobre ele.
— Por que você está chateado comigo?
— Porque a culpa é sua — rosno, seu sorriso retornando enquanto ele ri
de mim com os olhos. — Não sou estúpido, Carter. Você me trouxe aqui para
que ele pudesse se vingar. Você sabia que ele iria partir meu coração e não se
importou. Eu deveria ter dito para você se foder e voltar a morar com minha
mãe.
— Por que ela te ama tanto?
— Foda-se.
Ele ri de verdade desta vez, e afasto sua cabeça com raiva, rosnando
quando ele continua rindo.
— Do que está rindo?
— Você — ele diz. — Você é tão cego.
— O quê?
— Você acha que é fácil para ele te ignorar assim? — Ele se ajoelha na
beirada para ficar ao meu lado, agarrando meus pulsos quando tento recuar.
— Você acha que ele gosta de te afastar quando tudo o que quer é mantê-lo
ao seu lado?
— O quê? — Pergunto novamente, sem saber o que mais dizer.
— Ele está apaixonado por você, seu idiota — ele diz lentamente,
revirando os olhos quando arregalo os meus um pouquinho.
— Não diga isso. — Balanço a cabeça, me odiando pela maneira como meu
coração está pulando no peito, esperançoso e desesperado para que o que
ele está dizendo seja verdade. — Ele não... — Paro, balançando a cabeça
novamente. — Você não sabe do que está falando.
— Tem certeza disso? — ele brinca. — Querido, ele está profundamente
apaixonado por você e te odeia por isso. É por isso que está te tratando como
uma merda. Provavelmente é por isso que sempre tratou você como uma
merda.
O som da porta da frente batendo atinge meus ouvidos e me viro, tirando
meus pulsos do aperto de Carter quando ele tenta me segurar com mais
força.
— Não me chame de querido.
— Garotinho... — ele diz no meu ouvido, mas mal ouço enquanto Nate e
Frankie andam pela casa, o braço dele em volta da cintura dela para segurá-
la enquanto ela entra na cozinha.
— Não me chame assim também. — Tiro a mão de Carter do meu quadril,
olhando para ele quando ele me toca novamente. — Que porra você está
fazendo?
— Apenas espere e veja o que ele faz — ele diz calmamente, inclinando a
cabeça para que eu olhe para Nate enquanto ele passa o dedo pela parte
inferior das minhas costas.
Ele mal está me tocando, mas está perto o suficiente para eu sentir seu
calor, seu peito nu e molhado a apenas alguns centímetros de distância
enquanto ele se ajoelha atrás de mim.
— Não acredito que estou arriscando outro olho roxo por isso — ele
murmura. — É melhor pensar em mim quando ele estiver transando com
você esta noite.
— Nunca vou pensar em você quando ele estiver dentro de mim.
Ele cantarola perto do meu ouvido. — Diga isso a ele na próxima vez que
o assunto surgir — ele sugere. — Confie em mim, ele vai gostar.
Nate finalmente nos vê, e me forço a não me contorcer, esperando por isso,
como Carter me disse para fazer. Mas Nate não se move. Nem um
centímetro.
Frankie segue sua linha de visão e o dispensa para sair, com um sorriso
torto nos lábios enquanto pega o baseado no cinzeiro.
— Você é um homem morto — ela murmura para Carter, aparentemente
feliz com isso enquanto enfia o baseado entre os dentes, fica só de calcinha e
se acomoda do outro lado da banheira de hidromassagem.
Carter usa sua sorte e desliza as mãos para minha frente, e então Nate se
move, empurrando a porta e vindo em nossa direção. Sem dizer uma
palavra, ele empurra Carter de volta para a banheira de hidromassagem e
enrola o punho na frente do meu moletom. Puxando-me para ficar de pé, ele
nos vira, toma meu lugar na beirada e me guia para montá-lo, um braço atrás
das minhas costas para me arrastar para mais perto. Seus dedos rastejam por
baixo do meu moletom e coloco minhas mãos em seus ombros, estudando
seus olhos vidrados e sua cabeça pendendo para o lado.
— Você está com saudades de mim? — ele pergunta, e pisco ao som de
sua voz arrastada.
Puta que pariu. Ele está bêbado.
— Na verdade, não — murmuro, minhas sobrancelhas se abaixando
quando Carter solta um grito alto atrás dele.
Tento ver o que Nate está fazendo com o braço atrás das costas, mas ele
me impede, usando a mão livre para me segurar pela nuca. — Não olhe para
ele.
Fico completamente imóvel em seu colo, e ele me recompensa passando
os dedos pelos meus cabelos, as unhas provocando meu couro cabeludo e
me fazendo tremer.
— Nate, saia de cima de mim. — Carter grunhe, mas Nate o ignora,
olhando nos meus olhos enquanto passo meus polegares sobre seu queixo.
Ele deve notar a preocupação em meu rosto porque franze a testa e
pergunta: — O quê?
— Você dirigiu assim?
Ele balança a cabeça. — Conseguimos uma carona.
— E o seu carro?
— Você pode me levar para buscá-lo pela manhã.
— Quer que eu leve você? — Levanto uma sobrancelha. — Na minha
moto?
— Porra, não. Vamos pegar um Uber.
— Então por que preciso ir…?
— Porque quero que você faça isso — ele diz simplesmente, e eu rio.
— Você realmente está bêbado.
— Não preciso estar bêbado para querer passar um tempo com você. —
Ele suspira. — Isso também acontece quando estou sóbrio.
— Eu te disse. — Carter diz, então solta um som sufocado.
Pela maneira como a água continua caindo na lateral, acho que Nate o está
afogando repetidamente, mas ele não tira os olhos de mim nenhuma vez.
Meu pau está duro como uma rocha, e sei que ele pode senti-lo, sua mão
descendo entre nossos corpos para agarrá-lo por cima do meu moletom.
— Garotinho carente — ele sussurra, inclinando a cabeça para baixo para
beijar meu pescoço. — Você está pronto para dormir?
Concordo com a cabeça e agarro seu cabelo, olhando para Frankie por
cima do ombro enquanto lhe concedo melhor acesso. Ela parece divertida,
mas não perco a maneira como seus olhos suavizam um pouquinho para
mim. Ela tem uma cara neutra, mas eu a conheço melhor agora do que
quando me mudei para cá. Nós nos tornamos... bem, não exatamente
amigos. Eu ainda a odeio. Só a odeio um pouco menos, já que ela me deixou
ficar com a gargantilha de borboleta que Nate tanto ama.
— Cama. — Nate me lembra, e saio de seu colo, olhando para ele quando
se levanta e me puxa para mais perto. Ele me beija com força, provavelmente
para provar alguma coisa para Carter, seus dedos cavando minha cintura
enquanto ele me provoca com a língua, me fazendo gemer. Seu sorriso em
meus lábios me diz que era exatamente isso que ele estava esperando, sua
testa apoiada na minha enquanto ele me guia de volta para casa.
De repente, ele para de andar e vira a cabeça para olhar para Frankie. Ele
parece um pouco culpado por algum motivo, mas ela apenas ri, parecendo
saber o que está acontecendo sem precisar perguntar. — Está tudo bem —
ela diz a ele. — Sou uma menina crescida, Nate. Posso dormir sozinha.
— Tem certeza disso?
— E se eu disser não? — Ela pergunta, sorrindo enquanto fuma o baseado
de Carter, usando a ponta acesa para gesticular entre mim e Nate. — Você
vai me deixar dormir no meio? Porque não acho que seu garoto gostaria
muito disso.
— Não brinca — digo, mexendo minha mandíbula quando ela, Carter e
Nate bufam em uníssono.
Empurro-me de volta para o peito de Nate, e ele passa os braços em volta
de mim por trás, hesitando por um momento antes de trocar um olhar com
Frankie, acenando para ela quando o afasta com a mão. Ela pisca para mim
e eu discretamente dou o dedo a ela, fazendo-a rir.
Cadela.
Odeio gostar dela.
Nate me leva para cima sem soltar minha cintura, o que significa que
levamos três vezes mais tempo para chegar ao quarto dele, mas não me
importo. Sei que não deveria, mas adoro quando ele age assim, como se
estivesse obcecado por mim e precisasse manter as mãos em alguma parte
de mim o tempo todo.
Ele me apoia até que minhas pernas toquem a cama, e olho para ele com
os braços em volta de seu pescoço, sentindo todos os tipos de coisas que não
deveria estar sentindo.
Tanta coisa para ser feita, penso comigo mesmo, mas não me importo. Meu
coração dói tanto por ele que chega a doer. Eu não poderia ir embora agora
mesmo se quisesse.
Afasto-me até estar deitado na cama, e ele vem comigo, levantando uma
sobrancelha quando o rolo de costas e subo em cima dele. Ignorando a
diversão em seu rosto, tiro meu moletom e camisa e os jogo no chão,
passando as unhas sobre sua barriga dura enquanto empurro suas camadas
superiores até a clavícula. Ele não luta comigo quando eu as tiro por cima de
sua cabeça, agarrando minha cintura novamente para me puxar até sua boca.
Passo para ele o lubrificante que está em sua mesa de cabeceira, e ele o usa
para me abrir com os dedos, sua mão na parte de trás do meu moletom
enquanto me beija sem sentido. Ainda estou um pouco dolorido de antes,
mas ele não é rude comigo, demorando enquanto me estica com um dedo,
depois com dois.
Estamos nos beijando e nos beijando como adolescentes, nossos corpos
seminus se esfregando pelo que parece uma hora, talvez mais.
— Se você me quer com força enquanto me fode, precisamos parar —
aviso.
— Por quê?
— Porque vou gozar.
— Goze então — ele diz, sugando meu lábio entre os dentes. — Posso te
deixar duro novamente. A noite toda, se eu quiser.
Ele não está errado sobre isso.
— Mais fundo — sussurro, e ele me dá, me fazendo choramingar enquanto
agarra minha bunda e aperta, curvando os dedos enquanto se esfrega em
mim.
— Bebê, deixe-me ver seu pau.
Sento-me e coloco minha mão entre nós, empurrando meu moletom até a
parte superior das coxas para mostrar a ele. Estou sem cueca esta noite - não
para provocá-lo, mas porque era mais confortável depois da maneira como
ele tratou minha bunda mais cedo - e ele geme quando percebe, seu pau
visivelmente empurrando contra o meu.
— Está molhado? — ele pergunta, e aceno, torcendo meu punho sobre o
pré-sêmen que vaza da ponta. — Suba aqui e coloque na minha boca — ele
exige. — Quero provar.
Quando não me movo rápido o suficiente, ele engancha os dedos dentro
de mim e me puxa para cima até que estou sentado em seu rosto, deslizando
suas costas na cama para que eu possa me inclinar para frente em cima dele.
Agarrando a cabeceira da cama, olho para baixo e alimento meu pau para
ele, arqueando as costas enquanto giro meus quadris para frente e para trás,
dando a ele cerca de metade em cada golpe.
— Não seja um covarde, Xav — ele provoca, ainda tocando minha bunda.
— Use minha garganta como usei a sua. Foda-me com força.
Deus. Merda.
Ele aperta minha bunda com um incentivo silencioso, e dou a ele o que
quer, enfiando meu pau em sua boca até foder o fundo de sua garganta.
Eu queria fazer isso durar, mas é fisicamente impossível aguentar
enquanto o vejo sufocar no meu pau, o calor de sua boca me levando à beira
da insanidade. Afastando-me no último segundo, descanso a ponta do meu
pau em sua língua, gemendo enquanto meu esperma dispara em sua boca
aberta. Ele fecha os lábios em volta da cabeça e chupa, e choramingo entre
os dentes, empurrando-o para baixo pela cabeça para tirá-lo de cima de mim.
— Você já engoliu?
Ele balança a cabeça e me inclino para pegar seu rosto em minhas mãos,
roubando um beijo pegajoso de seus lábios que o faz gemer mais um pouco.
Ele enfia meu próprio esperma na minha boca com a língua, e chupo como
um demônio.
— Mostre-me. — ele diz, então coloco minha língua para fora do jeito que
ele gosta e mostro meu piercing, deixando nosso cuspe e meu esperma
escorrer de volta para sua boca.
Ele engole então, lambendo meus lábios de canto a canto para garantir que
ele consiga tudo. Beijo-o novamente antes de descer por seu corpo, tirando
o resto de nossas roupas. Levantando minha perna sobre seus quadris, pego
o lubrificante e tiro a tampa, alcançando entre minhas pernas para esfregar
um pouco em seu pau. Estou prestes a colocá-lo, mas ele está estranhamente
complacente esta noite, e isso me faz hesitar. — Quão bêbado você está
agora?
— O quanto você se importa? — ele diz de volta, pegando minha bunda
para me guiar para frente e para trás, me ajudando a provocá-lo.
— Não muito — admito, fazendo-o sorrir enquanto aperto a base de seu
pau, esfregando a cabeça sobre meu buraco aberto e molhado. — Preciso
disso.
— Pegue, bebê. É seu.
Meu.
É verdade que ele não me disse que ele era meu, mas finjo que sim
enquanto me abaixo, minha boca se abrindo enquanto grito ao sentir isso.
— Isso dói?
— Não, quero dizer, sim, mas eu gosto — confesso, sentindo-o me abrir
enquanto levanta sua bunda, enchendo-me profundamente com um
impulso lento — Foda-se, Nate.
— Estou chegando nisso — ele brinca, e solto uma risada surpresa,
fechando os lábios quando isso me faz apertar em torno dele.
Quando ele está prestes a começar a se mover, paro-o com as mãos em seu
abdômen. — Deixe-me fazer isso — imploro, descaradamente considerando
seu bom humor como garantido. — Deixe-me mostrar o quão bom posso
montar em você.
Ele xinga, e tomo isso como um sim, levantando meus quadris quase
totalmente antes de me abaixar. Começo devagar no início, depois me movo
mais rápido, adorando a maneira como seus punhos apertam o lençol e seus
olhos escurecem até parecerem escuros como breu.
— Porra, Xavi — ele rosna entre os dentes, e então ele geme, geme para
caralho quando eu pressiono seu pau e realmente dou a ele.
Sentindo-me mais confiante do que nunca, puxo sua cabeça pela nuca,
provocando seus lábios com os meus. — Cuspa na minha boca de novo.
Ele faz isso, e sento direito, deixando pingar no meu pau antes de usá-lo
para me masturbar.
— Putinha indecente — ele murmura, e posso dizer que ele adora isso
tanto quanto eu. — Venha aqui.
Colocando minha mão livre em sua coxa atrás de mim, me inclino ainda
mais. Ele sorri maldosamente, me atingindo com um olhar aquecido que me
diz que estou forçando. Passando as palmas das mãos sobre meu peito, ele
aperta meus mamilos e puxa, forçando-me a deitar em cima dele ou arriscar
que arranque meus piercings. Desisto e deixo ele brincar com minha língua.
— Você é tão bom nisso, garotinho — ele geme, passando as mãos pelos
meus lados e descendo até a parte inferior das minhas costas. — Você é
perfeito.
Seu elogio me anima, seus dentes mordiscam meu lábio enquanto o monto
com mais força. — Carter me chama assim.
— Não dou a mínima para o que ele chama você. — Ele agarra minha
bunda, me segurando possessivamente. — Você não é dele. Você é meu. Meu
garotinho...
— Deus, Nate, continue falando assim. — imploro, passando meu punho
sobre meu pau entre nossos corpos.
— Você gosta quando te chamo de meu?
Concordo com a cabeça, virando a cabeça para trás quando ele move a
boca até minha garganta e marca minha pele com mais de suas marcas.
— Mostre-me. — ele diz, lambendo os hematomas. — Mostre-me o quanto
você quer que eu fique com você.
Meu coração acelera ao pensar nele me mantendo, nossas peles batendo
juntas enquanto salto para cima e para baixo em seu pau. Faço-o gozar
primeiro, gemendo em seu pescoço quando o sinto pulsando dentro de mim
e me preenchendo. Estou prestes a segui-lo até o limite, mas ele não deixa,
afastando minha mão do meu pau e pegando meus pulsos.
— Você já gozou sem masturbar antes?
— Não.
— Faça isso por mim — ele exige, pressionando as palmas das mãos na
cama, de cada lado de sua cabeça. — Agora.
— Não sei se consigo...
— Você não vai sair do meu pau até que o faça.
Cerro os dentes e ele me fode, sorrindo maliciosamente quando grito de
frustração. Coloco minhas mãos perto de seu rosto, focando em seu olhar
enquanto ele toca cada parte do meu corpo que pode alcançar, ajudando-me
a subir e descer sobre ele.
Ainda duro dentro de mim, ele tesoura os dedos e os esfrega em seu pau
no meu buraco. Solto um som impotente que nunca fiz antes, sentindo-me
tremer e apertar em torno dele.
— É isso, bebê — ele diz suavemente, de alguma forma sabendo que estou
perto. — Vamos. Você consegue.
— Me sufoque.
Sua outra mão aperta minha garganta, meus olhos rolando para trás
enquanto ele se aproxima de mim. Isso me provoca, um grito saindo da
minha boca aberta enquanto gozo forte e alto. Parece que isso dura uma
eternidade, fazendo todo o meu corpo vibrar enquanto sou dilacerado de
dentro para fora.
Mal registro o que Nate está fazendo embaixo de mim, mas quando ele
me puxa para baixo e enfia a língua molhada em minha boca, sinto o gosto
do esperma e percebo que ele está ocupado tirando-o de seu abdômen e
peito.
— Tão indecente. — Resmungo, caindo em cima dele quando estou fraco
demais para me segurar.
— Você está bem?
— Não. Minhas pernas estão pegando fogo — digo a ele, sorrindo em seu
pescoço enquanto ele massageia a parte externa das minhas coxas,
amassando a carne sob as palmas das mãos. — Que bonitinho.
— Cale-se.
Eu rio e saio de cima dele, olhando para o teto acima de nós enquanto me
preparo mentalmente para ir embora. Ele não me expulsa imediatamente, e
fico grato, esticando as pernas enquanto ele fica em silêncio ao meu lado.
— Você contou a Frankie sobre Katy — digo depois de um minuto,
pensando no olhar que ela me lançou lá fora.
Não tenho coragem suficiente para olhar para ele, mas o vejo acenar com
a cabeça pela minha visão periférica.
— O que ela disse?
— Ela não disse nada. Ela apenas ouviu — ele responde calmamente, me
fazendo franzir a testa quando seu dedo mindinho roça o meu. — Ela estava
chorando quando terminei, mas não diga a ela que te contei isso.
— Por que não?
— Porque ela vai bater em nós dois.
Concordo com a cabeça, ficando tenso quando ele pega minha mão e
entrelaça nossos dedos, seu polegar roçando o meu. Ele tem o hábito de fazer
isso, mas nunca depois do sexo. Não sei o que ele pensa que está fazendo,
mas sou covarde demais para perguntar, então não pergunto.
— Você nunca transou com ela, não é? — Em vez disso, pergunto a ele,
finalmente virando a cabeça para encará-lo, encontrando seus olhos já presos
nos meus. — Você só está brincando comigo para tentar me deixar com
ciúmes.
— Tentar? — ele ecoa presunçosamente, rindo quando percebe o leve
tique em minha mandíbula. — Não, Xav, nunca transei com ela — ele
admite. — Isso seria estranho. Ela é tipo uma pequena i... — Ele interrompe,
e nós dois estremecemos com a palavra que ele quase usou. — Ela é minha
melhor amiga.
— Bom para ela — murmuro, deslizando minha mão de seu aperto antes
de me sentar e pegar meu moletom do chão.
— Onde pensa que está indo?
— Cama.
— Você já está na cama.
— Minha cama, Nate... — Eu digo, franzindo a testa quando ele joga meu
moletom e me puxa pelo pulso.
— Não.
— Não?
— Não — ele repete, agarrando meus quadris para me puxar para mais
perto, me puxando contra seu peito. Estou muito atordoado para lutar com
ele, olhando boquiaberto para ele enquanto ele agarra a parte de trás da
minha coxa e a arrasta sobre seu corpo. — O quê? — ele pergunta, divertido.
— Não vou dormir aqui com você.
— Por que não?
— Você sabe por que não — digo com raiva. — Você só quer foder comigo
antes de roubar tudo de novo.
— Não vou — ele promete. — Não dessa vez.
Eu não deveria acreditar em uma palavra que sai da boca dele, mas por
alguma razão, acho que ele está falando sério.
Olho para ele, e ele olha de volta para mim, levantando uma sobrancelha
escura quando vê as perguntas não ditas nadando em meus olhos.
— O quê? — ele pergunta. — Diz.
— Não entendo você — admito, evitando seus olhos enquanto passo meu
dedo sobre o anel em sua corrente. — Você é tão caloroso e frio o tempo todo.
É como se você fosse duas pessoas completamente diferentes. Qual lado você
está fingindo, Nate?
Um pequeno sorriso toca seus lábios, mas ele não me responde, os nós dos
dedos roçando minha coxa enquanto deito minha cabeça em seu peito. Estou
exausto, tanto física quanto mentalmente, mas luto contra o sono tentando
me puxar para baixo, não querendo perder um segundo do conforto e do
calor do corpo dele contra o meu.
— Você já dormiu ao lado de alguém antes, Xav?
Hesito, e ele aperta o braço em volta das minhas costas, provavelmente
sabendo o que estou prestes a dizer antes de dizer.
— Apenas Katy — sussurro.
CAPÍTULO 34
— Você sabe que tenho meu próprio banheiro, certo? — Xavi pergunta,
me tirando do caminho para enxaguar o condicionador de seu cabelo. — E
meu próprio chuveiro.
— Você não parecia se importar com isso ontem. — Lembro-o,
empurrando-o contra a parede para tomar meu lugar debaixo da água.
— Sim, bem, eu queria seu pau ontem — ele brinca, com os olhos no dito
pau enquanto desliza os dedos pelas bolhas de sabão ali. — Estou farto disso
agora.
— Só meu pau, hein?
Um pequeno sorriso toca seus lábios, e ele envolve seus dedos em torno
dele, me puxando para ele e usando a outra mão para passar a mão sobre
meu peito. O mentiroso não parece cansado disso, e sei que ele queria muito
mais do que sexo quando o encontrei aqui ontem, mas não o repreendo.
Estou muito focado em seu lindo rosto, esticando os polegares sobre a
maquiagem preta borrada sob seus olhos.
Acordei esta manhã e encontrei-o enrolado em mim como um cobertor, as
pernas emaranhadas nas minhas, a cabeça no meu ombro e o cabelo
bagunçado cobrindo seu rosto. Tirei-o do rosto e ele sorriu enquanto dormia,
mais contente do que nunca. Ele estava lindo assim, e isso me irritou, então
eu o virei, acordei-o com minha língua em sua bunda e depois o fodi por trás
até que ele gritasse meu nome.
Seu pequeno sorriso se transforma em um sorriso completo, a felicidade
em seu rosto é clara enquanto ele fica na ponta dos pés para se aproximar.
— Você não consegue parar de pensar em mim, não é? — ele pergunta, me
provocando com a boca, mas nunca me dando isso de verdade. — Mesmo
quando estou bem aqui na sua frente…
Agarro sua cintura e o levanto, sua cabeça batendo contra a parede do
chuveiro enquanto pego o que quero à força. Ele ri e envolve as pernas em
volta de mim, agarrando minha nuca enquanto aprofundo o beijo.
— Quando você ficou tão arrogante? — Pergunto.
— Sempre fui tão arrogante.
Apertando ainda mais sua coxa, afasto-me para olhar para ele. — Não foi
isso que eu quis dizer e você sabe disso. — Observo seu olhar, chateado com
o modo como ele parece saber algo que eu não sei. — Diga-me.
Ele hesita, rindo de novo quando percebe o tique na minha mandíbula.
— Desde que Carter me disse que você está apaixonado por mim.
Meu rosto desaba e solto um palavrão, fechando a mão livre na parede ao
lado de sua cabeça.
Eu vou matá-lo.
— Isso é verdade?
Maldito inferno.
— Vista-se — ordeno, deixando-o de pé e saindo para jogar uma toalha
em seu corpo.
— Espere, Nate, eu estava apenas brincando...
— Não vou te expulsar, Xavi.
Ele pisca com isso, a dor em seu rosto se transformando em confusão.
Enrolando a toalha na cintura, saio para o quarto e vou até o armário,
pegando algumas roupas limpas e dois moletons. Quando saio, encontro
Xavi secando o cabelo com uma toalha ao lado da cama, sua bunda sexy à
mostra, coberta de chupões e pequenos hematomas.
— Preciso lavar minha roupa — ele diz, torcendo o nariz para a pilha de
roupas sujas no chão. — Posso usar...
Jogo um dos moletons nele e ele sorri, deixando cair a toalha para pegá-
lo. Assim que ele começa a dizer alguma coisa, alguém bate na porta e
viramos para lá, encontrando Easton abrindo uma fresta e enfiando a cabeça
para dentro. — Cara, você está doente ou algo assim... — Ele interrompe,
olhando duas vezes para Xavi antes de seus olhos arregalados caírem para o
pau do meu garoto.
A boca de Easton se abre enquanto ele olha para ele, e pego minha bola de
basquete, jogando-a na porta perto de seu rosto. — Que porra você está
olhando?
Xavi dá uma risada e olho para ele. Ele não se preocupa em se cobrir, então
aproximo-me e dou um tapa na lateral de sua bunda, aproveitando o
pequeno grito que ele solta antes de eu colocar meu moletom sobre seu
corpo.
— Ninguém vê isso além de mim — digo baixinho, descendo abaixo da
bainha para apertar seu pau.
Ele morde o lábio e balança a cabeça, seus olhos brilhantes fixos nos meus
para me mostrar sua obediência. Nós dois estamos duros agora, então sento-
me na beira da cama e o puxo para sentar no meu colo.
— Bom garoto.
Ele geme e separa minha toalha, esfregando-se em mim de maneira não
tão discreta enquanto nos masturba com as duas mãos. Dou a ele um olhar
aguçado e ele faz beicinho.
— Não me impeça — ele sussurra. — Vou ficar quieto.
Duvido disso, mas não vou impedi-lo. Posso não querer que Easton veja o
que me pertence, mas não tenho problema em deixá-lo ouvir. De novo.
— O que você quer?
Easton olha de Xavi para mim quando percebe que estou falando com ele,
limpando a garganta enquanto pega a bola e a coloca na minha cômoda. —
Nada, só pensei que algo estava acontecendo com você. Você nunca dorme
tão tarde e perdeu o cardio.
— Fiz meu cardio — digo a ele, inclinando a cabeça para Xavi. — Quatro
vezes.
Easton aperta os lábios, não conseguindo esconder o sorriso, depois solta
uma risada, balançando a cabeça para mim enquanto sai pela porta. Antes
que ele feche, vejo Frankie passando pelo meu quarto no corredor, sua
expressão ilegível enquanto olha diretamente para mim. Lembro-me de ter
contado a ela sobre Katy ontem à noite, mas devia estar mais bêbado do que
pensava, porque tenho quase certeza de que contei a ela... outras coisas
também.
Tenho certeza de que contei tudo a ela.
Merda.
Percebendo que Xavi está prestes a gozar em cima de mim, eu o viro,
empurro-o de volta na cama e chupo seu pau na minha boca, engolindo seu
esperma.
— Vista-se e vou levá-lo para tomar café da manhã depois de pegarmos
meu carro. — Bato em sua bunda novamente e me levanto, parando quando
ele agarra meu pulso e me puxa de volta.
— E você? — Ele pergunta, piscando para mim com aqueles lindos olhos
azuis, girando a língua ao redor da cabeça do meu pau.
— Você quer isso?
Ele balança a cabeça e monto em seu rosto para entregá-lo a ele.
Sem sair do meu lugar na cama, meus olhos ficam vidrados enquanto olho
para o espaço vazio entre minhas pernas, sem saber o que pensar ou fazer
comigo mesmo.
A parte de trás dos meus olhos está em chamas, e ainda posso ouvir a voz
da minha irmã, suas palavras repetindo dentro da minha cabeça uma e outra
e outra vez.
É porque você está apaixonado pelo meu irmão?
A porta do meu quarto se abre e levanto a cabeça, sem saber se fico
aliviado ou desapontado quando percebo que não é Xavi.
Frankie entra e caminha até mim, com a mandíbula tensa enquanto apoia
as mãos nos quadris. Pisco meus olhos para seu rosto, rezando
silenciosamente para que ela não consiga ver a agonia que persiste em mim.
Devo ter um controle melhor do que pensei, porque ela não parece sentir
pena de mim.
Ela apenas parece chateada comigo.
— O que você está fazendo?
Minha boca se abre, mas não digo nada, congelado no lugar.
— Não fique aí sentado, seu idiota. Vá atrás dele — ela exige, cerrando os
dentes quando não faço nenhum movimento para me levantar. — O que
diabos há de errado com você, Nate?
Mais uma vez, não digo nada, recusando-me a mostrar-lhe um pingo de
emoção ou remorso. Ela zomba de mim, e forço um sorriso, usando toda a
força que tenho para parecer o idiota sem coração que sou.
— Sabe o quê? — Ela ri amargamente, recuando alguns passos. — No
começo pensei que era sexy, mas me enganei. O que está fazendo com aquele
garoto é doentio.
Puxo minha cabeça para trás com isso, finalmente encontrando minha voz
para criticá-la. — Você não sabe de nada, Frank.
— Se você não quer perdê-lo — ela continua — é melhor levantar e ir atrás
dele.
Com isso, ela sai do meu quarto tão rápido quanto entrou, fazendo
questão de bater a porta atrás dela. Faço uma careta por um momento,
recostando-me na cabeceira da cama e ouvindo qualquer som vindo da
parede entre o quarto de Xavi e o meu. Não ouço nada, apenas o som do
meu próprio coração ressoando em meus ouvidos.
Acho que você vai virar o mundo dele de cabeça para baixo e não haverá nada que
ele possa fazer para impedir isso.
Engolindo em seco, estendo a mão e pego a lista de Katy na mesa de
cabeceira, sentindo-me desmoronar enquanto leio o que ela escreveu no final
da página.
Ela sabia.
Ela sempre soube, porra.
Levo apenas alguns minutos para arrumar a única bolsa que trouxe até
aqui, enxugando o rosto com raiva com o ombro enquanto enfio as últimas
roupas dentro. Agarrando os dois moletons que Nate me deu, hesito por um
momento, depois os jogo na cama.
Guardo meu telefone, chaves e carteira, mordendo o lábio trêmulo
enquanto olho para a caixa de fotos minhas e de Katy. Pego-a e saio do
quarto, recusando-me a parar ou mesmo olhar para a porta do quarto de
Nate quando passo por ela.
Quando desço, encontro Carter olhando para mim da porta da cozinha,
seu rosto quase todo escondido nas sombras graças às luzes fracas acima do
balcão atrás dele. Nate e eu devemos tê-lo acordado porque ele parece meio
adormecido, vestido com um short preto de ginástica e nada mais.
— Ele sabe que está fugindo no meio da noite? — ele pergunta, usando a
garrafa de água que está segurando para apontar para as escadas.
Não sei se ele sabe ou não, mas de qualquer forma...
— Ele não dá a mínima — digo em voz alta, me odiando por quão
quebrada minha voz soa.
Carter balança a cabeça, sem se preocupar em me dizer que estou errado.
— Você está feliz? — pergunto, usando minha mão livre para gesticular
para mim mesmo. — Isso é o que você queria, certo? Posso sair agora que
paguei minha dívida?
Seu rosto estoico não revela nada, mas não perco a leve contração de seus
dedos ao seu lado. Por um momento, acho que ele poderia tentar me
impedir, mas não o faz. Balançando a cabeça, ajusto a alça no ombro e
destranco a porta da frente.
— Xavi.
— Vá se foder, Carter — sufoco, jogando minha chave na mesa lateral
antes de fechar a porta atrás de mim.
CAPÍTULO 38
2 ANOS ATRÁS
DEVIN
[Última chance…]
As fotos a seguir são todas de Nate, algumas no campus, na quadra,
malhando na academia. Há até uma dele em um box de chuveiro, com a
cabeça inclinada para trás e os dedos ensaboados abertos sobre a barriga.
Assim como fez com Katy, Devin tirou alguns ângulos de seu corpo nu,
principalmente de seu abdômen, o V em sua virilha e seu pau meio duro.
Jesus.
O medo me agarra pela garganta e estou morrendo de medo. Sei o que
Devin está insinuando, mas não acho que ele realmente faria isso. Ele não é
corajoso ou estúpido o suficiente para matá-lo. Ele vai machucá-lo em vez
disso. Atropelá-lo com seu carro. Drogá-lo e espancá-lo em um beco escuro.
Quebrar a perna ou o braço para que ele nunca mais possa jogar basquete…
Acho que vou vomitar.
Não paro para pensar antes de colocar o telefone no ouvido. Carter leva
uma eternidade para atender, mas quando o faz, ele parece bem acordado e
muito divertido, os sons da festa em que ele está ecoando ao fundo. — O que
você quer? — ele brinca.
— Preciso da sua ajuda.
— De novo? — Acho que ele ri, mas mal consigo ouvi-lo por causa do
zumbido em meus ouvidos. — Você não pode estar falando sério.
— Por favor — falo, estremecendo com o próximo relâmpago no céu. —
Ele... é Nate.
Ele faz uma pausa e pergunta: — Onde você está agora?
Balanço minha cabeça pesada, sentindo-me tonto enquanto olho ao redor.
— Eu…
— Deixa para lá. Maldita rainha do drama. Estarei lá em breve.
Depois que ele desliga, coloco o telefone no bolso e espero, mas não
prendo a respiração. Em breve pode significar cinco minutos ou cinco horas.
Ele não vai se apressar porque realmente não dá a mínima para mim. Não o
culpo. Eu também não dou a mínima para mim.
A chuva começa, chove e depois chove mais um pouco. Estou encharcado
da cabeça aos pés em segundos. Não sei quanto tempo passa enquanto fumo
meu baseado, protegendo-o dentro do moletom para tentar mantê-lo seco.
Depois que ele acaba, jogo a bituca e inclino a cabeça para trás, dando uma
última olhada no céu escuro antes de colocar à venda no lugar.
Outra mensagem chega e fecho os olhos por trás do tecido. Levantando-o
um centímetro, apago rapidamente todas as mensagens que ele me enviou e
bloqueio seu número. Meu telefone provavelmente quebrará quando atingir
o fundo, mas não posso arriscar que alguém o encontre lá e veja o que há
nele.
Não posso arriscar que Nate descubra o que fiz.
Colocando a venda de volta nos olhos, seguro o guidão e rastejo um pouco
mais perto da borda. — Desculpe, Katy — sussurro.
Mas então hesito, engolindo em seco enquanto flexiono os dedos.
Apenas torça-o, Xavi.
Faça isso logo, porra.
Apenas faça porra...
— Xavi! — alguém grita, agarrando meu guidão enquanto desliga minha
ignição. — Que porra você está fazendo? — Carter sibila, arrancando a
venda da minha cabeça. Ele abaixa o suporte e me levanta do assento,
empurrando meu peito enquanto me empurra para longe da borda. — Entre
no carro.
Quando não me movo, ele me empurra de novo, me fazendo tropeçar nos
próprios pés. Minha bunda bate na terra molhada e enterro o rosto nos
braços cruzados, me enrolando como uma bola enquanto a chuva encharca
minhas costas.
— Você terminou? — Carter pergunta. — É isso? Você não quer mais ficar
aqui?
Balanço a cabeça, sem saber se é uma confissão ou uma negação.
Aparentemente superando minha besteira, Carter me pega e enfia os dedos
em meu braço, quase o deslocando enquanto me puxa em direção ao carro
que ainda está ligado na beira da estrada.
— E a minha moto?
— Você acha que sou estúpido? — Ele ri amargamente, chutando meus
tornozelos quando coloco os pés. — Mova sua bunda malcriada antes que
eu mesmo jogue você aí.
— Foda-se, Carter.
— Não, vá se foder — ele responde, me arrastando pela nuca. — Não vim
aqui no meio da noite para vê-lo se matar.
— Com o que você se importa?
— Eu não! — ele grita, me empurrando para o banco do passageiro de seu
carro. — Mas conheço alguém que se importa, e ele vai me matar se eu deixá-
lo morrer aqui.
Estremeço quando ele bate à porta na minha cara. Ele dá a volta até o lado
do motorista, entra e aumenta o aquecedor, passando a mão pelo cabelo
antes de deixar cair a cabeça para trás no banco.
— Mostre-me.
Mostro a ele, e ele zomba das mensagens e imagens ameaçadoras no meu
telefone, jogando-o de volta no meu colo antes de colocar o carro em
movimento.
— Filho da puta.
PRESENTE
Quando voltamos para casa, Xavi pega suas coisas no banco de trás e troca
as chaves com Carter. Eles trocam um olhar, e alargo minhas narinas, dando
um passo atrás de Xavi para afastá-lo, minha mão em suas costas enquanto
o levo para dentro. Carter tenta tocar meu braço, mas empurro-o.
— Nate.
Parando na escada, me viro e inclino a cabeça quando vejo a culpa nos
olhos de Carter. Ele parece prestes a dizer alguma coisa, mas hesita,
balançando a cabeça enquanto continuo me afastando.
— Fique sóbrio e durma um pouco — ele grita atrás de mim. — O
treinador vai chutar sua bunda se perder o treino.
Não estou faltando ao treino, mas não digo isso a ele.
Quando Xavi e eu subimos, abro a porta do quarto e faço um gesto para
que ele entre primeiro. Ele não o faz, passando ansiosamente a mão pela
nuca, como se não tivesse certeza.
— Carter está certo, sabe? Talvez eu...
— Não fale comigo sobre Carter.
— Nate, escute, não foi culpa dele. Foi min...
— Por que você ligaria para ele? — pergunto, aproximando-me até que
suas costas batem no batente da porta. — Você mal o conhecia naquela
época. Por que confiaria nele? Você tentou se matar e v... — Esforço-me para
falar apesar do nó na garganta. — Por que não me ligou?
Ele franze a testa com isso. — Você não teria ido.
Abro a boca e fecho-a novamente, balançando a cabeça ao ver como ele é
ignorante.
— Eu deveria dormir no meu próprio quarto.
— Não. — Digo, agarrando seu moletom para empurrá-lo para dentro. —
Você está dormindo comigo.
Ele se vira como se estivesse prestes a protestar, mas interrompo-o antes
que possa fazê-lo, guiando-o de volta para a cama.
— Não estou perguntando, Xavi.
Ele pisca para mim com olhos cansados. — O que você está fazendo, Nate?
Por que foi até a casa de Devin?
— Pare de dizer o nome dele. — digo.
— Diga-me o porquê.
— Eu estava te perseguindo, seu idiota.
Ele engole em seco, seus olhos procurando os meus em busca de intenção.
— Por quê? Você teve a chance de me impedir e me deixou ir.
— Não o deixei ir — argumento, envolvendo meus braços em volta de seu
corpo para mantê-lo perto. — Você disse que estava farto. Você não disse
que me deixaria.
— Nate... — Ele balança a cabeça, os lábios tremendo. — Por favor, não
faça isso comigo de novo. Não posso…
— É por isso que foi até ele? Por que te machuquei tanto que não queria
sentir nada de novo?
Ele balança a cabeça e esconde o rosto no meu peito, agarrando minha
camisa como se eu fosse a única coisa que o mantivesse de pé.
— Sinto muito, bebê — sussurro, passando os dedos pelos seus cabelos.
— Eu não falei sério.
Levo-o até a cama, puxo os cobertores e o faço deitar. Ele se aproxima e
abro suas pernas para me acomodar ali, beijando as lágrimas que escorrem
por seu rosto e pescoço.
— Nate. — Ele diz meu nome como um aviso e um apelo ao mesmo tempo,
com as mãos nos meus ombros para me afastar dele. — Nate, pare.
— Por quê? O que está errado?
— Se você está brincando comigo…
— Não estou. Eu... — faço uma pausa. — Quero que você seja meu. De
verdade desta vez. Podemos ser de verdade.
Ele chora enquanto olha para mim, apertando os lábios como se estivesse
tentando se impedir de dizer alguma coisa. Ele não precisa dizer isso. Já sei
o que está passando pela cabeça dele agora. Empurrei-o demais ontem à
noite. Quebrei-o exatamente como disse que faria, e agora ele não confia em
mim.
— Xavi, por favor — digo, enxugando as lágrimas com os nós dos dedos.
— O que você quer? Farei qualquer coisa.
— Diga que me ama.
Minha mão para em sua bochecha e inclino a cabeça para ele, exasperado,
lutando contra meu instinto natural de mostrar o desgosto em meu rosto. —
Qualquer coisa menos isso.
Ele solta uma risada baixinho e joga a perna por cima da minha cabeça,
sentando-se na beira da cama. Agarro seu braço para impedi-lo de sair e ele
tenta me atacar. — Saia m...
— Jesus Cristo. Eu te amo, ok? — Quase grito, empurrando-o de costas e
rastejando em cima dele. — Odeio-me por isso, mas eu te amo para caralho.
— Isso é doce.
— Não percebi antes de você sair ontem à noite, mas eu... eu não vou
deixá-lo ir. Não posso fazer isso. A ideia de se afastar de mim para sempre,
encontrar outro cara e ficar com ele em vez de mim... — Meus dedos se
curvam enquanto imagino isso, e prendo sua cabeça com meus antebraços.
— Nunca vou conseguir parar de perseguir você, Xav. Não vou ficar quieto,
nem dormir, nem pensar em mais nada até você que seja meu novamente.
Quando termino, ele está pressionando os lábios para esconder um
enorme sorriso. — Você é um pouco louco, sabia disso?
— Você me deixa louco — admito, deixando cair meus lábios nos dele
enquanto puxo o botão de sua calça jeans.
— O que você está fazendo?
— Fazendo você meu novamente.
Ele levanta a bunda e empurro sua calça e cueca até os tornozelos, minha
boca nunca deixando a dele enquanto as jogo de lado. Nossos dentes se
chocam na pressa de nos despir, os nós dos dedos roçando meu abdômen
enquanto ele puxa minha camisa para cima. Voltando por apenas um
segundo, ajudo-o a tirá-la, tirando o resto de nossas roupas antes de
recuperar sua boca, roubando todo o fôlego de seus pulmões.
— Diga isso de novo.
— Eu te amo — gemo em sua boca, enganchando suas pernas em volta da
minha cintura. — Mas se contar a alguém tudo o que acabei de dizer, vou
bater na sua bunda.
Ele ri e me deixa beijar cada parte de seu corpo em que posso colocar meus
lábios, seus quadris rangendo repetidamente enquanto eu lentamente desço
até seu pau. Chupo a cabeça, levantando os olhos para vê-lo tremer e gemer
por mim.
— Deus, Nate... Nate, merda...
Empurro seus joelhos até os ombros e cuspo em seu buraco, comendo-o
por um tempo antes de adicionar um dedo. Ele choraminga, movendo minha
cabeça para colocar minha boca de volta onde ele quer. Sorrindo para ele,
chupo seu pau e toco sua bunda ao mesmo tempo, me fazendo engasgar toda
vez que tento colocar tudo dentro.
— Nate, vou gozar.
Ainda não, ele não vai.
Dou um tapa na parte interna de sua coxa e ele xinga enquanto cai de volta
na cama. Paro de chupá-lo e lambo-o da virilha até o pescoço, pegando o
lubrificante da minha mesa de cabeceira para cobrir meu pau e sua bunda.
— Sabe o que quero? — Pergunto, e ele balança a cabeça, sua respiração
falha quando empurro a cabeça do meu pau dentro dele. — Você vai me dar?
— Não.
Meus lábios se contraem enquanto deslizo o resto, agarrando sua bunda
enquanto passo minha língua sobre seu lábio. — Não vou deixá-lo gozar até
que faça isso.
— Veremos.
Uma risada brota de mim enquanto beijo-o, minha língua girando em
torno da dele antes de chupá-la. Movendo meus quadris, fodo-o um pouco
mais fundo até atingir sua próstata, fazendo-o gritar e fechar o punho em
volta do meu colar. Olho para baixo e ele congela, olhando entre os meus
olhos enquanto espera meu próximo movimento. Mal hesitando, tiro a
corrente e abro o fecho antes de colocar o anel na palma da mão. Pegando
sua mão direita, deslizo-o até seu dedo médio, onde ele costumava usá-lo.
— Nate, o que...?
— É seu, bebê — digo, passando o dedo sobre o meu número. — Sou seu.
— Porra — ele sussurra, com o olho arregalado enquanto luta contra a
vontade de chorar novamente.
Ele envolve seus braços em volta de mim, nossas bocas se movendo juntas
no ritmo do meu pau em sua bunda. Fodo com ele por um longo tempo,
saindo de vez em quando para esfregar meu pau escorregadio entre suas
nádegas, provocando-o e fazendo-o me implorar para colocá-lo de volta.
— Por favor — ele choraminga, agarrando minha bunda e levantando os
quadris da cama. — Por favor…
— Por favor, o quê?
— Continue me fodendo. Quero que doa toda vez que me movo. Quero
que saiba que posso sentir você dentro de mim enquanto observo você jogar
amanhã à noite.
Isso me deixa louco, e enfio meu pau de volta dentro dele, fazendo-o gritar
enquanto o estico e estrago seu buraquinho apertado. Ele afunda as unhas
em meu pescoço e as arrasta, deixando um rastro ardente ao longo da parte
superior das minhas costas e ombros. Diminuindo o ritmo, levanto uma
sobrancelha e ele sorri, xingando quando volto a transar com ele no colchão.
— Você vai me dar?
— Não — ele suspira. — Você pode sofrer até que eu esteja pronto.
Eu sorrio, prendendo seu pau entre nossos abdominais enquanto giro
meus quadris, dando-lhe a fricção que ele tanto deseja. Gozamos alto, seus
braços e pernas travados em volta do meu corpo enquanto ele deixa um
chupão no meu pescoço. Eu gemo, sabendo que ele quer que todos vejam
isso junto com os arranhões nas minhas costas amanhã à noite.
— Porra. Porra, seu merdinha.
Ele ri, fechando os olhos antes que seu corpo fique mole. Eu gentilmente
passo meus dedos sobre seu pescoço e peito corados, beijando o lado de seu
rosto antes de descer até a linha de sua mandíbula. Ele quase desmaia em
menos de trinta segundos, mas não deixo, agarrando-o por baixo dos braços
e nos arrastando para a beira da cama. Ele se recusa a se mover, então o pego
e o levo para o chuveiro. Depois de nos limpar e nos vestir, pego um pouco
de água e algo para comer, depois subo na cama atrás dele, puxando-o contra
mim.
— Você está com sono?
— Não — ele murmura. — Só estou tentando descobrir quem é você e o
que fez com Nate.
Sei que ele está brincando, mas meu coração ainda se contorce de culpa e
vergonha pela maneira como o tratei. — Eu sinto muito.
— Não, você não sente. — Ele suspira. — Na verdade. E você não precisa
se desculpar. Mereci isso. Eu sabia o que você faria comigo e deixei
acontecer.
— Por quê?
— Você sabe o porquê.
— Mas você ainda não vai dizer isso?
Ele balança a cabeça, sua mão se contraindo ao meu lado enquanto ele
brinca com o anel em seu dedo.
Puxando o cobertor até seu queixo, enrolo minha perna sobre a dele para
mantê-lo aquecido, fechando os olhos enquanto espero o sono me arrastar
para baixo com ele. Não consigo dormir. Não até eu contar a ele mais uma
coisa.
— Eu teria ido — digo finalmente, meus lábios roçando o cabelo úmido
em sua nuca.
O silêncio se segue, mas sei que ele me ouviu porque parou de respirar.
— Sei que provavelmente não acredita em mim, mas é a verdade. Eu teria
ido atrás de você, Xav.
XAVI
[Você pegou minhas chaves?]
NATE
[Sim.]
XAVI
[Você poderia me dar um pouco mais do que isso.]
NATE
[Sim, bebê.]
XAVI
[Você não é fofo.]
NATE
[Você realmente acabou de perceber que elas se foram?
Eu as peguei enquanto estava no treino ontem também.]
XAVI
[Como devo chegar ao jogo?]
NATE
[Frankie está te trazendo. Você sentará com ela.]
XAVI
[Frankie senta na primeira fila.]
NATE
[Eu sei.
Chega de se esconder de mim, Xav. Preciso ver você.]
XAVI
[OK.
Você está preocupado que eu vá embora?]
NATE
[Não quando eu tiver suas chaves.]
NATE
[Espere por mim. Vou levá-lo para ver Katy.]
CAPÍTULO 45
GAROTINHO
[OK.
Isso foi incrível. Estou tão orgulhoso de você.]
NATE
[Por não matar ninguém?]
GAROTINHO
[Sim. Bom trabalho.]