O mundo da imaginação

Pai- Pegue esse palhaço. Ele é seu, você ganhou, e vai para o seu quarto.

Lariane – Não quero este palhaço bobo! (murmura irritada) – Saia do meu quarto, a festa é lá
fora! Só faltava é essa, meu pai não tem dinheiro pra comprar um Iphone mas tem pra
contratar um palhaço!

Palhaço – Eu não fui contratado!

L – Eu quero que você saia do meu quarto! Se não eu chamo a policia!

Palhaço – Não, não posso sair, sou o palhaço que você ganhou.

L- Você não é o palhaço que ganhei! O meu é de brinquedo é esse aqui... (Olha procurando
pelo brinquedo) Cruz credo! Sai daqui em nome de Jesus! Vai de retro!

P- Calma, eu sou o fruto da sua imaginação.

L- Até parece que eu vou imaginar um palhaço . Eu imagino um iphone, uma viagem pra
Valdisney... Não um palhaço bobo! Não sou mais criança!

P – (Começa a chorar de tristeza)

L- O que foi? Por que está triste?

P- Estou com dor no coração.

M- Nossa, dor no coração? É muito perigoso... Minha tia quase morreu disso!

P- Não é este tipo de dor, estou triste porque você não quer ser mais criança.

L- Então pode morrer, meu filho. E não sou criança.

P- Como assim?! Tem um ¼ de criança, formato de criança e... Cheira como criança.

B- Larinha... (Uma voz calma que surge)

L- Quem está falando?! Cruz credo, quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.

B- Sou eu minha menina!

L- Eu quem?

B – Vem me ajudar na sua caixa de brinquedo!

L- Meu Deus! É você bailarina! Nossa, como vocês estão ganhando vida?

B- Sou fruto de imaginação de criança.

L- Já disse que não sou criança!

P – Tem quarto de criança, tem tamanho de criança, tem cheiro (Passa a mão no nariz como se
estivesse sentindo um cheiro ruim) de criança.

L – Ha ha ha, muito engraçado. (Tom irônico)

B – Larinha, precisamos de você! O munda da imaginação está acabando...

L – Como assim??

B – (O palhaço começa a fuçar no quarto e começa a jogar no tablete. Bailarina respira fundo e
começa a falar num tom triste) As crianças do mundo inteiro não querem mais ser crianças.
Estão trocando os livros infantis por tecnologia, celular, tablet... Né palhaço?! (Ela chama a
atenção dele)

P- Espera, espera! Estou quase passando de nível! (Continua com os olhos vidrados no tablet,
até errar uma jogada e perder.) NÃOOOOO!

B – Palhaço, temos uma missão!

P – É mesmo, temos uma missão. Desculpe a minha falha, mas é que estava tão divertido...
( diz entre murmúrios)

L – Como posso ajudar?

P – O mundo da imaginação foi tomado pelo Burro! Um ser mau, que transformou o mundo
em cinza, pintou os grafites, proibiu dança, brincadeiras e músicas!

B – Inclusive, nós vamos desaparecer. A infância ira acabar!

L – Como podemos salvar o mundo da imaginação?

B – Você tem que acreditar em nós!

L – Eu acredito!

P – Tem que ser mais verdadeiro!

( Música de aventura. Eles continuam na cena mas acabam indo para o mundo cinza.)

L – Nossa, que lugar feio!

P – A culpa é do burro! Aqui é o melhor lugar!

B – Vamos lá, Larinha! Transforme-o!

L – Como?!

P – Deseje um mundo colorido e bonito!

L – Eu quero um céu rosa, um lago roxo e a floresta vermelha!

B – Nossa! Ficou tão lindo, eu adorei!

P – Poderia colocar um azulzinho, né? Mas eu gostei! Precisamos de um plano para prender e
vencer o burro!

B – Isso mesmo desta maneira podemos libertar o mundo da imaginação e salvar a mãe
natureza.

(Aparece o tio e se junta a eles)

Tio – Quem faz o céu de outra cor, a floresta vermelha e o lago roxo? Quem prima por tanta
beleza, capaz de mudar a mãe natureza? Eu que não fui, com certeza!

P – Foi a Larinha! Está bela menininha!

T – Nossa ela ficou vermelha como a floresta! (Diz se referindo ás bochechas coradas da
garota.)

B – Tio, esta é a nossa ajuda para salvar o mundo da imaginação e vencermos o burro.

T – Ótimo! Irei fazer uma formula para enfraquecer o burro.

B – Enquanto isso, vamos buscar mais crianças para vencer o burro!

( Muda de cena para o burro e seus soldados. Os dois são muito atrapalhados, não exagerem
na atuação se não fica na cara que é forçado.)

Burro – O que aconteceu aqui, seus imprestáveis? VAMOS, EXPLIQUEM!

S1 – Ora, o que aconteceu aqui é muito simples, ele vai explicar.

S2 – Eu acabei de chegar, não estou sabendo de nada, mas que ficou lindo, ficou.

Burro – Vai ficar lindo quando eu espancar a cara de vocês, seus imprestáveis! Me contem
agora o que aconteceu! Me tragam a mãe natureza aqui! Isso parece coisa de criança chata...

Burro – Mãe Natureza, desembucha, você que está por trás disso, sua certinha, cheirosa,
perfumada, toda cheia de alegria, eca!

S1 – É, sua-sua... Isso que ele falou!

S2 – E se você não falar agora mesmo, vai ver o que vai acontecer... É... O que vai acontecer?

S1 – Não sei.

B – Seus imprestáveis! E você, fica com essa cara de certinha, como se não soubesse o que está
acontecendo!

Mãe Natureza – Seus dias de maldade estão contados! Com certeza a Bailarina e o Palhaço
estão bolando um plano para me salvar e te derrotar!
B – Ah, aqueles perdedores! São incapazes de vencer meu poder, eu sairei vencedor!

S2 – Isso mesmo, sairemos vencedores porque nós somos... O que nós somos mesmo?

S1 – Somos maus, como o Flávio Escobar e a Nicole Escobar!

Mãe Natureza – O mal nunca vence! O lobo mau perdeu, a madrasta perdeu, nas histórias os
vilões sempre perdem!

B – Mas eu não! Eu tenho trunfo; eu tenho você! Vamos poluir! Traga o agrotóxico e o lixo!
Vamos jogar lixo nela!

(Os soldados trazem lixo. S1 empurra o S2 em cima da Mãe Natureza)

B – Idiotas! Esse tipo de lixo não! Vão checar o que aconteceu agora!

(A bailarina e o palhaço vão até a plateia para animar a todos)

Tio – Essa poção tem que ter muita alegria, muita bondade, amor, paciência, paz, harmonia e
fé. Agora quero ver o burro resistir a nossa investida!

Bailarina, o palhaço e a Lariane falando juntos – Boa tarde, podemos contar com vocês?
Precisamos da ajuda de vocês para vencer o burro, quando dermos o sinal vocês vão vaia-lo!

B – Tem certeza que este é o caminho para a torre do burro?

P – Sim, olhei no waze.

B – Já falei para você não trazer isso!

L – Estou ouvindo um barulho, está vindo dali!

S1 – Olha lá quem vem lá!

S2 – Mãos na cabeça! Aqui é a puliça! Autoridade máxima!

Tio – Nós não temos medo de vocês!

S1 – Vai ter quando eu ter der um golpe marcial!

P – Vamos logo! Não temos tempo a perder.

Burro – Vão aonde? Onde vocês pensam que vão?

S1 – Isso mesmo! Onde vocês pensam que vão?

B – Vamos liberar a mãe natureza e destruir o seu reinado.

S2- Ah! É só isso? Pode passar então...

Burro- VOCÊ ESTÁ LOUCO IMPRESTÁVEL!?

P – Vamos destruir esse reinado, onde você transformou o mundo cinza, pintou os grafites,
jogou lixo nas ruas e as esburacou e se isso for parecido com á realidade, é uma mera
coincidência.

Burro – Vocês vão fazer o que?

S1 – Isso mesmo, vocês vão fazer o... (Burro – Cala sua boca!)

Burro – Como vocês vão me enfrentar? Um galã todo poderoso, maldoso, garboso, seboso!
Isso é impossível, vocês são apenas gentalha...(s2- GENTALHA, GENTALHA, PFFFFF! Ai eu
sempre quis fazer isso!) E o que isso? Uma criança? (O S1 rodeia a criança para saber o que é.)

S1 – Chefe... é uma criança!

Burro – Isso eu sei, seu tolo! Quero saber o que ela está fazendo no meu reino, junto com
esses idiotas, eu expulsei todos, não foi?

Tio – Nós viemos aqui para derrota-lo! Você nunca mais vai fazer esse tipo de maldade!

Burro – E como vocês vão fazer isso?

Palhaço – (Corre para trás da cortina e volta com um machado) Nós vamos arrancar sua
cabeça, e te cortar, e... (Todos olham para o Palhaço.)

Bailarina – Palhaço, isso é uma peça de criança! Já sei o que iremos fazer! Vamos fazer uma
batalha de dança!

Burro – Logo eu, que aprendi a dançar com o Michael Jackson!

( A batalha de dança começa. Todos fazem passos engraçados e a Bailarina começa a fazer
seus passos de balé. Quando o Burro menos espera, a Bailarina grita.)

Bailarina – Vamos palhaço, jogue a formula nele! (O palhaço vai jogar, mas acaba tropeçando e
a formula passa de mão em mão, enquanto todos tentam pegá-la.)

S2 – Olha, chefe! Eu peguei! (Ele vai comemorar e joga no Burro sem querer.)

Burro – Não! Não! Eu estou me sentindo tão fraco!

Bailarina – Vamos Larinha, vaie ele!

Burro – Mas com uma criança vocês não vão me vencer!

Palhaço – Não temos uma criança, temos muitas! Vamos crianças, agora! Vaiem ele (Mostra a
plateia.)

Burro – Vocês vão ver! Eu vou expulsar todas! Eu voltarei! (Ele sai correndo e os soldados o
acompanham. A Mãe Natureza é solta.)

Mãe Natureza – Obrigada, vocês me salvaram do Burro e agora eu posso reinar o mundo da
imaginação novamente! Como posso agradecer?
Lariane – Pode me levar de volta para a casa, por favor?

Mãe Natureza – Claro! E obrigada, Larinha, você é uma criança adorável! (Eles se despedem da
Mãe Natureza e em um piscar de olhos, voltam o palhaço, a bailarina e a Lariane para seu
quarto.)

L – Nossa, que incrível essa aventura! Vencemos o burro, realmente colocamos ele pra correr!

P - Tudo graças a você e aos nossos amiguinhos ( Todos que estão atuando olham para a
plateia e ele começa a mexer no tablete.)

B – Agora você precisa ir dormir, você precisa sonhar! E também tem que acordar cedo
amanhã, e não se esqueça de se desculpar com seu pai! Não é mesmo palhaço? (Ele não
responde.) Palhaço! Já não falei pra você parar de mexer nisso?!

P – Ma- mas! (Bailarina – Não!) Sim... Você está certa, desculpa!.

L – Mas vocês já vão embora?

P – Não, imagina! Vamos bailarina?

B – Nunca, nunca iremos embora, enquanto você continuar sonhando, brincando, imaginando,
estaremos aqui com você, e quando crescer vamos ser apenas uma doce lembrança. Vamos
embora, palhaço? ( Ele acena com a cabeça.)

L – Espera! Preciso te contar uma coisa!

(Lariane se levanta para dizer algo e percebe que eles não estão mais em sua frente e sim em
seus braços, mas agora, como brinquedos.)

L – Como eu amo vocês amigos! (Ela aperta os dois e se deita na cama para dormir)