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Resumo
Ato 1 – O Lobisomem
Resumo: Menina que sai de sua casa tarde da noite para ver um jogo de futebol. No
caminho pela floresta encontra o Lobisomem, mas acostumada a filmes de terror e
personagens fictícios mais assustadores, a menina desmoraliza a lenda que se retira
magoada. Neste ato é usada a rivalidade entre os dois maiores times paraenses:
Remo e Paysandu, cujos mascotes são, respectivamente, um leão e um lobo.
Ato 2 – O Boto
Resumo: O Boto encontra duas ribeirinhas a caminho de uma festa e tenta seduzi-las
sem sucesso. Ao se identificar e assinalar suas características mais evidentes, termina
sendo tomado por um homem abusivo e apanha das duas moças.
Ato 3 – Matinta
Resumo: Menino jogando vídeo game não escuta os assobios da Matinta Perera, que
vai até sua janela para cobrar-lhe a oferta de tabaco. Não sendo reconhecida pela
criança a lenda é confundida com um personagem de filme de terror e se irrita
profundamente.
Ato 4 – O Curupira
Resumo: Em suas andanças fiscalizando a floresta o Curupira encontra uma menina.
Sem ter tempo de se apresentar o personagem folclórico é confundido com um
desenho animado e ridicularizado pela criança que, inocentemente, o ignora.
Ato 5 – A Convenção
Resumo: Curupira, indignado com os acontecimentos, marca uma convenção com as
outras lendas, num clarão da floresta, para achar uma solução conjunta para a perda
de credibilidade. Cada uma começa a relatar às outras o que lhe ocorreu quando
aparece um personagem desconhecido que os assusta. Com medo as lendas fogem
deixando o novo monstro sozinho.
Cena 1 – O Lobisomem
Personagens: a) Lobisomem b) menina c) mãe
Moça 1 – (olhando para o boto com desprezo) Arrepara, mana! Acho que tem
algum terreiro aqui perto, esse pai de santo tá perdido.
Matinta – (assobio)
Menino – (continua jogando e torcendo)
Matinta – (assobio)
Menino – (continua jogando e torcendo)
Matinta – (assobio)
Menino – (continua jogando e torcendo)
Matinta – (brava) Sumano, tu não ouviu meu assobio? Cadê meu tabaco?
Menino – (olhando com desdém) Tu conhece o Quico?
Matinta – (intrigada) Que Quico?
Menino – (irônico) “o quico tenho a ver com isso?”. Eu te prometi alguma coisa por
se acaso? (voltando ao jogo) A senhora errou o caminho, tia, a boca de fumo é
mais lá pra esquina!
Matinta – (confusa) Boca de quem?... (impositiva) Tu sabes com quem estás
falando, maluvido??
Menino – (olha pra ela indiferente por alguns segundos e solta animado)
Ahhhh...lembrei,... tu é a Samara! Pow, fantasia maneira, tia, comprou onde?
Matinta – (curiosa) Que Samara, piqueno?
Menino – (mantendo animação) Aquela que fez o filme “O Chamado”, conhece?
Matinta – (irritada) Chamado??? EU é que tô chamando faz tempo e tu fica aí,
lesando. Não sei de Samara nenhuma, meu nome é Filica e (grita) TÔ
QUERENDO MEU TABACO!
Menino – (constata sério) Ah, era a senhora que tava fazendo barulho ao redor da
casa?...(repreendendo) Ei tia, tu não se manca de perturbar os outros a essa hora,
não? Vai fazer um tricô, assistir uma novela, procurar um grupo de terceira
idade...sei lá, vai procurar o que fazer!
Matinta – (furiosa) EU QUERO FUMAAARRR!!!! (respira fundo e explica) Escuta
piqueno: eu me transformo em pássaro agourento e pouso nas casas assobiando,
até alguém me prometer tabaco, café, peixe...aí eu paro e volto no dia seguinte pra
cobrar e se não pagar, algo de muito ruim vai acontecer...(explode) E TÁ PRA
ACONTECER CONTIGO AGORA MESMO!!
Menino – (o menino escuta sério por alguns segundos e responde) Na moral, tia, a
senhora já tá no nível do NA, viu? Que foi que a senhora andou fumando??
Viciada nessa idade...se bem que tu tens a maior cara de papudinha...
Matinta – (saltando furiosa e indignada) EU NÃO SOU VICIADA, NÃO SOU ESSA
TAR DE SAMARA, NÃO SOU DA 3ª IDADE E NÃO QUERO VER NOVELA!!!
QUERO SÓ MEU TABACOOOOOO!!!!! (ameaçadora)Tu tá querendo é que eu
jogue um agouro na tua costa, seu gazeteiro????
Menino – (espantado) Égua, tiaaaaa, além de viciada a senhora é dedo duro e
feiticeira??? Tedoidé? Quem foi me dedurar pra senhora já?? Olha, só gazetei
aula uma vez, não vai contar potoca pra mamãe, também, porque potoqueira áí já
é demais!
Matinta – (furiosa e estressada) TU NÃO VAIS ME DAR TABACO???
Menino – (com ar de retidão) Não mesmo! Não posso ajudar seu vício. (zombando
e rindo) Te vira, tia, tu não é jabuti!
Matinta – AHHHHH, DESISTO! JÁ ME VU! CANSEI DE TI, PIQUENO!!!! ÉGUA!!
(menino dá de ombros e retoma seu jogo e a Matinta vai embora)
Menino – (rindo) Hum, tá cheirosa! Vira pássaro é? Égua da viagem da tia! É cada
uma que me aparece...
Cena 4 – O Curupira
Personagens: a) Curupira b) menina
(menina vai saltitando pela trilha quando aparece o Curupira)
Curupira – (com sorriso assustador) Ha, ha, ha,...Quem ousa penetrar nos meus
domínios???
Menina – (eufórica) NOSSAAAAA, QUE EMOÇÃOOOO!!!! FIONAAAAA!!!!!
(puxando a roupa do Curupira) Me dá um autógrafo, vai, diz que sim, diz que sim,
diz que sim, siiiiiiimmmmm????
Curupira – (confuso e incomodado) Que Fiona que nada! Meu nome é CU-RU-
PIRA!!! O protetor da floresta!
Menina – (intrigada) “Curu”?... (pensativa) Ahhhh....a mamãe já me falou sobre
essa tal de “pira”... mas a mamãe falou que dava em outro lugar.
Curupira – (com raiva) Ah e eu tô cagado?? Eu sou o Curupira! Eu protejo a
floresta contra os desmatamentos!
Menina – (confusa) mas quem faz isso não é o Greenpeace??
Curupira – (furioso) QUE GREENPEACE???? EU SOU O ESPÍRITO DA
FLORESTA!!!
Menina – (assustada) TÁ AMARRADO!!! (sussurrando) Se a mamãe te escuta vai
te dar vassourada, que ela diz que esse negócio de espírito é coisa do demônio!
Curupira – (inconformado e incrédulo) Eu não acredito que você não me
conhece?! Olhe pra mim: tenho cabelos vermelhos, ando pela floresta, sou verde e
tenho os pés virados pra trás!!
Menina – (convicta) Égua!!...Não fosse os pés virados pra trás eu jurava que era a
Fiona!? Tem certeza que tu não é ela?
Curupira – (sério) NÃO!!! Eu sou MENINO!! Além de não saber quem eu sou, não
saber meu nome nem o que eu faço, fica fazendo graça com a minha cara e ainda
quer me dar vassourada!!
Menina – (tentando justificar) Bom...com essa história de mudar de sexo isso não
seria problema, até explicaria a questão dos pés...cirurgia mal feita...erro médico...
Curupira – (inconformado) MAL FEITO É TEU PASSADO!! NÃO SOU A FIONA E
PONTO FINAL. (cansado) Pelo menos tu tens uma pinga ou fumo pra me dar?
Menina – (rindo irônica) Égua, tio, se eu fosse tu parava de beber, o fígado tá só a
placa dizendo “aqui jaz”, tu tá até ficando todo verde (solta a gargalhada)
Curupira – CHEGAAAA!!! VOU EMBORA! JÁ FUI MUITO DESRESPEITADO!!!
(A menina continua pulando seu caminho e o Curupira vai embora para o outro
lado, furioso)
Cena 5 – A Convenção
Personagens: a) lendas b) vampiro
(Na trilha chegam reclamando baixinho o Boto, o Lobisomem e a Matinta, quando
chega o Curupira, todos visivelmente indignados e falando ao mesmo tempo. O
curupira começa a reunião)
(saem correndo cada um para um lado deixando o vampiro sem entender nada)
Vampiro – (tirando a máscara) Poxa, o que assustou eles? Eu só ia perguntar
como eu chegava até festa de Halloween da escola.