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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

RAFAEL PUCHALSKI DOS SANTOS

AS DANÇAS DA SUÍTE BARROCA

PORTO ALEGRE

OUTUBRO DE 2013
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RAFAEL PUCHALSKI DOS SANTOS

AS DANÇAS DA SUÍTE BARROCA

Pesquisa bibliográfica da disciplina Análise


Musical I da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul

Professor: Fernando Lewis Mattos

PORTO ALEGRE

AGOSTO DE 2013
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SUMÁRIO

1- Allemande...............................................................................................................5
2- Courante...................................................................................................................6
3- Sarabande.................................................................................................................7
4- Gavote......................................................................................................................8
5- Bourrée....................................................................................................................9
6- Gigue.......................................................................................................................10
7- Considerações finais................................................................................................11
8- REFERÊNCIAS.....................................................................................................12
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta definições sobre danças selecionadas da suíte barroca.


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1 – Allemande:

A allemande é uma das danças mais populares da suíte barroca e tornou-se um


movimento standard. Sua origem, não muito precisa, acontece em algum momento no início
ou meio do séc. XVI, aparecendo sob títulos como 'Teutschertanz' ou 'Dantz' na Alemanha e
'bal todescho', 'bal francese' e 'tedesco' na Itália (LITTLE;CUSICK, Allemande, Grove
online). Em seus primórdios uma dança de divisão binária, a allemande veio a ser uma das
mais altamente estilizado de todas as danças barrocas.
Por volta do meio do séc XVI, começam a aparecer allemandes em manuscritos e
impressões pela Europa. Os impressores de Holanda e França teriam sido os responsáveis pela
aplicação do nome allemande à essa dança que compositores antes nomeavam apenas pelo
termos acima descritos. Durante esse século, essa dança possuía andamento acelerado e uma
melodia simples e cantante.(HARNONCOURT; 1988). Ao longo do tempo, foi tornando-se
cada vez mais lenta, devido a estilização. Já não era mais dançada no século XVII, o que dava
grande liberdade aos compositores para fazerem modificações. A allemande chegou ao séc
XVIII como uma peça solene e bastante elaborada (HARNOCOURT; 1988).
Os estilos francês e alemão de allemande apresentavam a dança “muito pontuadas de
maneira incisiva ou escritas num movimento corrente regular de semicolcheias”
(HARNONCOURT; 1988, p. 233)
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2 –Courante:
A courante era uma dança de corte. Há uma imprecisão sobre sua origem, tendo
surgido pelo fim do séc. XVI. Alguns autores desse século referem-se a essa dança como
“Currendo”, “Le courante” e “courrante”. Esse movimento permaneceu servindo como
música de dança atéo fim do séc. XVII. A partir de então, “passa a ser empregada unicamente
como movimento instrumental.” (HARNONCOURT; 1988, p. 234)
Havia duas variantes dessa dança. A courante italiana era uma dança rápida, escrita
em 3/4 ou 3/8. Uma característica específica da courante italiana era o rápido fluxo de
colcheias e semicolcheias. A outra variante era a courante francesa, geralmente escrita em
3/2, de andamento mais lento e com deslocamento de acentos de maneira que o compasso
tornava-se difícil de ser reconhecido.
No século XVII, as courantes poderiam ser escritas nas mensurações “3” e “C3”. As
danças escritas em “3”, tinham a tendência de serem mais contrapontísticas e com uso mais
frequentes de hemíolas, enquanto as courantes escritas em “C3” eram mais animadas e
simples. Aqui notamos a preferência dos franceses pela courante “3”.
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3 – Sarabande:
A Sarabande tem sua provável origem no México ou Espanha. Por volta de 1600, era
conhecida na Europa como uma dança “licenciosa e erótica” (HARNONCOURT; 1988 p.
236), proibida até a primeira metade do séc. XVII. A partir daí, a Sarabande já era permitida e
“dançada com arrebatamento e selvageria nas cortes francesa e espanhola”
(HARNONCOURT; 1988, p. 236). De início uma dança rápida em compasso ternário, foi
transformando-se em um movimento cada vez mais lento e solene, pelas mãos de Lully, na
França, sendo passad aos compositores alemães já com esse caráter.
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4 – Gavotte :

Segundo Harnocourt (1988) a gavotte era no princípio, uma dança de camponeses qe


no decorrer do séc. XVI foi incorporada às danças das cortes. A partir desse momento, deu-se
um aprimoramento musical à gavotte. A gavotte permaneceu como uma das danças preferidas
de corte até o séc. XIX. Ainda hoje é dançada em algumas regiões da França.
Esa dança possui caráter “de uma vivacidade moderada, de uma alegria que jamais
perde o controle” (HARNONCOURT; 1988, p. 234). Pode ser tocada em andamentos lentos e
também moderadamente ligeiros. A gavotte do séc. XVI costumava ser escrita em compasso
binário, e a maioria delas não possuía complexidade contrapontística nem síncopes ou ritmos
intrincados.
Esse tipo de dança foi muito utilizado em ballets e peças teatrais, a exemplo de Lully,
que possui 37 gavottes em suas obras para teatro.
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5 – Bourrée :
Outra dança popular da frança, a bourrée, assim como a gavotte, foi incorporada às
danças das cortes no séc. XVI. De acordo com Harnoncourt:
“Em todas as descrições antigas, ela é apresentada como muito semelhante à gavota,
embora seu tempo deva ser mais rápido. Tem o caráter de uma dança alegre e bem
marcada. Com sua anacruse, que compreende uma semínima ou duas colcheias, a
bourée já começa com um salto vivo.” (HARNONCOURT; 1988, p. 235)

Informações específicas sobre a bourrée como dança de corte só são encontradas a


partir do séc. XVIII de onde se conhece ao menos 32 coreografias dessa forma entituladas ou
ainda como os nomes de boere ou buorre time. (LITLLE; Bourre, Grove online)
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6 – Gigue :

Sobre a gigue, Harnoncourt diz:

“A giga se originou certamente de uma dança popular inglesa, jig, que


contudo praticamente não foi dançada no continente, onde muito cedo foi
transformada em peça instrumental. Na época barroca, fez-se o nome dessa dança
derivar de geigen (em alemão, tocar violino), mas esta interpretação etimológica
deve ser aceita com muita prudência.” (HARNONCOURT; 1988, p. 237)

A gigue tem suas primeiras manifestações nos virginalistas ingleses da época


elizabetana. Shakespeare diz em sua peça Muito barulho por nada, quel ela é “...selvagem,
agitada e bizarra”. Executa-se a gigue com andamento allegro, desde sempre.

Essa dança foi introduzida na suíte pelos virtuosos franceses do cravo. Lully escreveu
as primeiras gigues orquestrais em ritmo pontuado para seus ballets (HARNONCOURT;
1982). Os compositores italianos tais como Arcangelo Corelli desenvolveram um estilo pr
´rprio de gigue, concebido de um movimento regular de colhceias. Dessa forma, criou-se dois
tipos deiferentes de guigue: o estilo francês, de ritmo pontuado e o estilo italiano, mais
virtuosístico, com colcheias contínuas. Em comum em ambos os estilos é o andamento rápido
e resoluto.
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7 – Considerações finais

Os diferentes movimentos de dança que compõem a suíte barroca se desenvolveram


através de danças das quais não se tem total precisão de quando surgiram, datando todas de
algum momento do séc. XVI e gradativamente sendo modificadas, umas mais que as outras,
para serem executadas como peças instrumentais.
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REFERÊNCIAS

MENEZES, Neliana Schirmer Antunes et al: Orientações Para Elaboração De Trabalhos


Acadêmicos: dissertações, teses, TCG de Pedagogia, TCE de Especialização. Faculdade
de Educação, Biblioteca Setorial de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Jun. 2011. Disponível em <https://paginas.ufrgs.br/bibliotecas/bibedu/normas-abnt>.

LITTLE, Meredith Ellis; CUSICK, Susanne G.: Allemande. In: The New Grove Dictionary
of Music & Musicians. Versão online. Disponível em
<http://dl.dropboxusercontent.com/u/17831110/Grove/grove.htm>. Acesso em 27 out. 2013,
18:58.

LITTLE, Meredith Ellis; CUSICK, Susanne G. Courante: In: The New Grove Dictionary of
Music & Musicians. Versão online. Disponível em
<http://dl.dropboxusercontent.com/u/17831110/Grove/grove.htm>. Acesso em 27 out. 2013, 18:58

LITTLE, Meredith Ellis: Gavotte. In: The New Grove Dictionary of Music & Musicians.
Versão online. Disponível em <http://dl.dropboxusercontent.com/u/17831110/Grove/grove.htm>.
Acesso em 27 out. 2013, 18:58.

LITTLE, Meredith Ellis: Bourrée. In: The New Grove Dictionary of Music & Musicians.
Versão online. Disponível em <http://dl.dropboxusercontent.com/u/17831110/Grove/grove.htm>.
Acesso em 27 out. 2013, 18:58.

HARNONCOURT, Nikolaus: O discurso dos sons: Caminhos para uma nova compreensão
musical. Tradução de Marcelo Fagerlande. 4 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

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