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M2 Peça Infantil - Afinal, onde está o lobo mau ?

Personagens:

Narrador / Coelho

Lobo Mau

Chapeuzinho Vermelho

Vovozinha

Porquinho Cícero

Porquinho MC Piggy

Porquinha Penélope

Pedro

Bruxa Má

Avô do Pedro
Prólogo

Narrador caminha e se dirige ao público, olhando ao redor (sons de natureza)


Narrador: Já é primavera. O sol está brilhando, as flores se abrindo, pássaros cantando, e... olhe, lá
vem ela. A chapeuzinho vermelho.
Entra chapeuzinho vermelho, cantarolando, com o cesto de doces (música moderna)
Narrador: Bom dia chapeuzinho.
Chapeuzinho acena para o narrador.
Chapeuzinho vermelho: Bom dia, seu Narrador. O dia está perfeito para uma visita à minha
vovozinha.
Chapeuzinho confere sua cesta de doces. Narrador se aproxima do público.
Narrador: Ei, vocês já conhecem a história da Chapeuzinho, não é?! Ela sempre anda distraída por
aí com aquela cestinha cheia de doces, e toda vez acaba se confundindo e pegando o caminho
errado…
Chapeuzinho caminha para a saída do palco. Narrador olha para o chapeuzinho e grita.
Narrador: O que você está fazendo? Esse atalho aí é muito perigoso, é bem onde mora o Lobo Mau.
Chapeuzinho Vermelho: Mas é o caminho mais rápido. E quanto mais rápido, melhor.
Narrador: Bom, depois não diga que não avisei. Sai o narrador.
Chapeuzinho vermelho: Agora é só seguir por esse caminho e logo chego na casa da vovó.
(cantando, pausa) Mas, espera, tem alguma coisa estranha aqui. (para o narrador) Ei seu
Narrador (Entra narrador). Tem alguma coisa errada aqui.
Narrador: O que foi Chapeuzinho ?
Chapeuzinho vermelho: Essa é a hora que o lobo aparece e, bem, ele não está aqui.
Narrador: É, tem razão. Será que não adiantamos um pouco a história? Ou senão, atrasamos?
Chapeuzinho vermelho: Mas se estou atrasada, o lobo já deve estar na casa da vovó.
Chapeuzinho vermelho tira seu celular da cesta e manda mensagem para sua vó (sonoplastia wpp)
Chapeuzinho vermelho: Ela disse que ele nem apareceu por lá. Mas o que será que aconteceu?
Entram os três porquinhos, conversando sobre o sumiço do lobo. Narrador sai procurando o lobo
Cícero: Olha, é a chapeuzinho.
Penélope: Será que ela sabe de alguma coisa? Vai lá perguntar pra ela, Heitor
Mc Pig: Heitor, não. Meu nome é Mc Pig, morô!
Penélope: Afff, ele entrou nesse personagem cafona e não sai mais...
Cícero: Tá bom, Heit...quer dizer, Mc Pig. Vai lá falar com ela.
Mc Pig se aproxima da chapeuzinho
Mc Pig: Salve, chapeuzinho.
Chapeuzinho vermelho: Salve? (desconfiada) Porquinhos! Ufa, ainda bem que estão aqui. Vocês
viram o lobo mau?
Cícero: É exatamente por isso que estamos aqui.
Chapeuzinho vermelho: Vocês também deram falta dele?
Mc Pig: É, o Lobão #montruoso nem deu as caras lá na nossa história. Quando eu e a mana
Peppa...
Penélope: Penélope, Heitor!
Mc Pig: Firmeza...Quando eu e a Penélope terminamos de construir nosso cafofo,....a gente foi
trocar umas ideia e brincar na floresta, pá...mas o Cícero ainda tava construindo a casa dele, que
não fica pronta nunca....acho que vou chamar ele de mano Tartaruga! Hahahaha
Mc Pig e Penélope caem na risada. Cícero olha para eles com raiva e o interrompe.
Cícero: Seus engraçadinhos. Mas foi nessa hora que eu percebi que o lobo já devia ter aparecido!
Penélope: É Verdade! Será que ele não dormiu até mais tarde? Ou demorou mais no banho? Quem
nunca, né. Eu mesma amo passar meus cremes com calma nessa pele de pêssego.
Mc Pig: Mas você é cor-de-rosa, tá mais pra chiclete...hahaha
Todos riem, Penélope faz uma careta e Chapezinho interrompe
Chapeuzinho vermelho: (para si) Então não foi só aqui que ele sumiu. (A todos) A gente precisa
fazer alguma coisa. Sem o lobo mau, não tem história.
Entra Pedro, acompanhado do pássaro, pato e gato (fake).
Pedro: Tomem cuidado pessoal. O lobo pode estar em qualquer lugar. E quando ele aparecer, não
fiquem com medo, estou aqui para proteger vocês.
Mc Pig segue o Pedro, começa a imitá-lo e lhe dá um susto:
Mc Pig: Ohhh Pedro.
Pedro: O LOBO (sai correndo assustado). Os porquinhos caem na risada.
Bem, eu não estava com medo, é que nunca se sabe quando o lobo pode aparecer, né.
Chapeuzinho vermelho: (ar de apaixonada) Oi Pedro!
Pedro: (tímido) É, oi chapeuzinho.
Cícero: Não vá dizer que também está procurando o lobo?
Pedro: Exato. E quando eu encontrar, ele vai ver só, vou amarrar ele pelas patas e...
Penélope: Relaxa, Pedroca! Ele sumiu.
Pedro: Como assim sumiu?

Chapeuzinho: Isso mesmo. Ele não apareceu na minha história, nem na dos 3 porquinhos.

Mc Pig: E nem mandou um salve pá nois.


Pedro: Mas espera. Isso não pode acontecer. As histórias já estão escritas, não pode mudar assim.
Narrador: Na verdade, toda vez que uma velha história é recontada, ela nasce de novo, e com ela,
milhares de possibilidades para o que possa acontecer….
Entra Branca de Neve correndo e gritando. Os porquinhos se espantam.
Cícero e Penélope: Branca de Neve?
Mc Pig: Snow?
Narrador: É, por essa nem eu esperava.
Pedro: (Grita) É O LOBO MAU.
Todos correm junto com a Branca de Neve, fugindo e gritando. Ela vira para trás. Todos param de
uma vez.
Branca de Neve: Espera. Por que estão correndo atrás de mim? Estão fugindo de que?
Cícero: Ora, do lobo mau que está correndo atrás de você.
Branca de Neve: Lobo mau. Faça-me o favor. Estou fugindo da minha madrasta.
Chapeuzinho: Ai gente, tá tudo muito estranho. O que será que tá acontecendo?
Todos param e começam a falar, gerando um grande ruído de conversa.
Chapeuzinho: Já chega! Assim a gente não consegue resolver o problema...Afinal
Todos: Onde está o Lobo Mau? (congela, a luz apaga e todos saem do palco)

Primeiro Ato
Cena 1 - LOBO MAU NA TERAPIA e Conto da Chapeuzinho

Lobo está sentado na sala de espera da clínica de psicologia. Coelho vai para o canto do palco e se
despede de uma bruxa (fora de cena/apenas um luz verde), enxugando as lágrimas. Lobo
acompanha com o olhar assustado.

Sr. Psicoelho: (para a Bruxa) Até a próxima consulta. E fique longe das maçãs, para não lhe causar
mais estragos. (bruxa responde com voz de choro e gargalhada) Bem, vamos ver quem é o
próximo, ah sim... Sr. Lobo Mau.
Lobo: (Lobo Mau se levanta).Bom dia Dr. Psicoelho. Pode me chamar só de Lobo, por favor.
Sr. Psicoelho: Como vai Sr. Lobo? Venha, pode ficar à vontade. Sente-se.
Lobo se senta. Enquanto isso Sr. Psicoelho ajeita suas coisas e se senta próximo ao lobo.
Sr. Psicoelho: Vamos lá. É sua primeira vez aqui, não é? Vamos, diga-me o que lhe trouxe a nossa
sessão de terapia.
Lobo: Bom, não sei nem por onde começar.
Sr. Psicoelho: Para que eu possa lhe ajudar, porque não tenta do começo. Comece pelo início de
tudo. (Anotando tudo no papel).
Lobo: Sim, pois bem. (Pausa, lobo se levanta e vai em direção ao público)Era uma vez a história de
uma garotinha, Chapeuzinho vermelho, eu a vi lá na Floresta Encantada, cantando, cantando,
cantando. Com quanta felicidade andava aquela menina.
Entra Chapeuzinho
Chapeuzinho: (Cantando) Pela estrada afora, Eu vou bem sozinha; Levar estes doces; Para a
vovozinha; Ela mora longe; O caminho é deserto; E o lobo mau Passeia aqui por perto

Entra Branca de Neve

Branca de Neve: Ah, olá, chapeuzinho....

Chapeuzinho: Branca de Neve! O que você faz aqui?

Branca de Neve: Éh, acho que entrei na floresta errada, já tem um tempo que estou perdida...
Mas e você, o que faz por aqui?

Chapeuzinho: Estou indo levar esses doces para minha vovozinha, quero fazer uma visita e
alguns docinhos a farão bem. Tome, pegue um. (Chapeuzinho tira uma selfie com Branca de
Neve). Postei! Agora vou indo.

Branca de neve (desconcertada): Espere (pegando umas flores que estão no chão) leve essas
flores pra sua vovó também; o perfume das flores poderá deixá-la mais feliz.

Coelho: (para o Lobo) Até aí tudo bem, mas a Branca de Neve? O que ela está fazendo nessa
história?

Branca de neve: Estou perdida (Sai Branca de Neve)

Coelho: Enfim, continue contando o que aconteceu depois.

Lobo: Foi nessa hora que fui falar com ela… (Indo em direção a chapeuzinho) Bom dia,
Chapeuzinho Vermelho!

Sai Coelho

Chapeuzinho: Bom dia, Senhor Lobo Mau

Lobo: Pode me chamar só de Lobo. Para onde você vai?

Chapeuzinho: Vou até a casa da Vovó levar uns docinhos e flores.

Lobo: Eu posso ir com você visitar a vovó. Conheço um atalho pelo rio e podemos ir juntos. (Vão
saindo)

Chapeuzinho: Espera...Não mesmo, você está tentando me enganar Sr. Lobo e agora lembrei
que não posso falar com estranhos. Eu vou por ali. (Sai andando e pulando).
Lobo: Espera não vai por aí … Você podia me fazer companhia...

Vou chegar primeiro na casa da vovó e esperar por ela lá, então verá que eu estava certo. (Sai o
lobo)

Entra Branca de Neve, atravessando o palco com um celular

Branca de Neve: Chapeuzinho, você esqueceu de me marcar no Instagram! (Sai)

Entra a Vovozinha

Vovozinha: Aí minhas costas, como doem! E cadê a minha netinha, já estou preocupada com ela.

Entra Lobo

Lobo: Oi Vovozinha, como está?

Vovozinha: Olá Sr. Lobo, já não aguento mais minhas costas. Mas o que lhe traz a minha casa,
estou aguardando a Chapeuzinho.

Lobo: Eu a vi na floresta e ela não quis me acompanhar. Acabei rasgando minha camisa no
caminho. Mas olha, consegui pegar essas frutas para a senhora.

Vovozinha: Ó, obrigado seu lobo. Me dê isso aqui, Eu costuro num minuto meu filho... não pode
ficar sem o casaco, pode pegar uma friagem. Tome, vista isso por enquanto.

Vovozinha sai enquanto lobo fica aguardando o retorno da vovozinha com sua roupa. Lobo vê as
frutas que a Vovó deixou em cima da mesa, olha para os dois lados e dá uma mordida.

Entra Chapeuzinho

Chapeuzinho: Oi Vovó.

Lobo se assusta e engasga com a fruta.

Chapeuzinho: Trouxe essas flores e os doces que a mamãe preparou com muito carinho para a
senhora.

Lobo: Ah, obrigada chapeuzinho.

Chapeuzinho: (Ela se aproxima) Por que a senhora está com os braços tão compridos?

Lobo: São para abraçar melhor.


Chapeuzinho: Oh, e por que as orelhas tão grandes?

Lobo: Acredito que consigo ouvir melhor.

Chapeuzinho: Estou espantada com os teus olhos, parecem tão grandes!

Lobo: Assim enxergo melhor. (Lobo vira para chapeuzinho)

Chapeuzinho: (Desconfiada) Vovozinha, seus dentes estão tão afiados. Por que eles ficaram
assim?

Enquanto isso, chapeuzinho vai arrumando as coisas da cesta e tira uma caixa de doces.

Lobo: (arregalando os olhos e partindo pra cima dos doces) É PARA COMER MELHOR...

Chapeuzinho: (Jogando os doces pro alto) Ahhhh socorro! é o lobo Mau!

Lobo: Será que posso pegar um docinho desse? (o lobo pega vários doces e come; depois,
lembra da chapeuzinho e vira para ela, terminando de mastigar o doce) Calma Chapeuzinho
eu posso explicar...

Chapeuzinho: Meu Deus!! Alguém me ajude! (Chapeuzinho pega o celular e começa a escrever
uma mensagem calmamente) “Senhor caçador, o lobo mau está aqui na casa da vovó... eu
estou desesperada, socorro.... exclamação, exclamação, exclamação” (sonoplastia wpp)

Chapeuzinho para, dá uma olhada rápida para o lobo, que está parado sem entender nada, e
volta a correr e gritar, sai pela coxia, e retorna em alguns instantes.

Chapeuzinho: Aí, aqui não tem wii-fi... espera aí seu Lobo, já volto (Sai Chapeuzinho)

(Entra Coelho anotando algo)

Lobo: E foi assim Dr. que aconteceu, eu só queria fazer amizade com a chapeuzinho, porém ela
entendeu tudo errado.

Coelho: Você é um tanto desajeitado, e não sei se essa roupa da vovozinha lhe caiu muito bem,
eu também teria um certo medo. (Lobo tira a roupa da vovó)

Lobo: Eu sei que errei, eu não tinha percebido isso.

Coelho: Ok, então depois disto, acredito que nunca mais deu as caras na história dela.

Lobo: Sim Dr. Mas ainda tem mais...


Coelho: Mais?

Lobo: Sim, depois da chapeuzinho, acabei encontrando os 3 porquinhos.

Coelho: Os 3 porquinhos? Hmmm. Continue.

(Saem de cena o Coelho e o Lobo)

Segundo Ato
Cena 2 - Três Porquinhos

Os Três porquinhos entram em cena


MC Piggy: Agora estamos sem casa, o que faremos?
Penélope: E se a gente comprar uma casa bem grande, daquelas com piscina de lama?
Cícero:: Comprar uma casa com que dinheiro?
MC Piggy: Cadê o dinheiro que a mamãe deixou para gente?
Penélope: (para MC Piggy) Acontece que você pegou todo o nosso dinheiro e gastou com essa
roupa toda, esse personagem cafona.
MC Piggy: Cafona não, me respeita. Eu precisava de alguns trocados para andar no estilo. É que eu
não consegui me segurar e gastei um pouco a mais. (para Penélope) eu dei um pouco pra você e,
bem, eu perdeu o dinheiro que restou.
Penélope: Meus cremes são caríssimos, não posso viver sem eles.
Cícero: Olha, pra começar, não é “ eu perdeu”, é: “EU PERDI O DINHEIRO”
MC Piggy: Tá vendo Penélope, bem que eu desconfiava. Ele que perdeu nosso dinheiro!!
Cícero: Eu tô te corrigindo seu pateta… Ah, deixa pra lá.
MC Piggy: E agora, o que a gente faz?
Penélope: Vamos virar porquinhos de rua?
Cícero: Calma, já pensei em uma solução!
MC Piggy-: Solução?(imitando soluço) Hiic ! Quando eu tenho solução, hiiic! …eu bebo um copão de
água que para…
Penélope: Melhor ainda... Eu dou um susto. AHHH! (Vira para MC Piggy e o assusta)
Cícero: Parem de palhaçada! Não estou falando de soluço, eu disse SO-LU-ÇÃO, um jeito de
resolver este problema, entendeu?
Penélope: Ah sim, explica melhor (pensativa).
Cícero: É o seguinte… a gente… vai construir as nossas próprias casas! Tcharam!
Penélope e MC Piggy—Construir?? Fala séériooo.
Penélope--- Eu fico cansada só de pensar, vai me dando um soninho... (vai se deitando)
MC Piggy—Acorda Penélope, para de ser preguiçosa. Tá bom, tá bom, mas a gente pode fazer uma
boquinha antes de começar essa construção toda, né?
Cícero: Será que você só pensa em comer, Heitor?
MC Piggy: Não, em beber também! (Indo em direção a platéia) Pensa que gostoso, um milk shake
de chocolate agora, que delícia, com cobertura de...
Cícero Puxa Heitor de volta ao centro do palco
Cícero : Já chega, não temos tempo pra isso!! Vamos ao trabalho.
MC Piggy: Então tá né. E vamos construir aqui mesmo? Já sei, a minha casa vai ser de madeira,
que é mais fácil.
Penélope: Que nada! Eu vou construir a minha de palha. É muito mais leve, e charmosa também!
Cícero: Vocês são muito preguiçosos! A casa precisa ser forte e resistente, por isso tem que ser feita
de pedra!
Mc Piggy e Penélope: (para Cícero, debochando) Pfff.

Com uma música de fundo, os Porquinhos começam a construir suas casas.


Mc Piggy e Pénelope acabam primeiro e brincam e dançam, enquanto Cícero está terminando a sua
casa. Cícero termina sua casa. Para música.

Cícero: Ufa!! Acabou. Ficou ótima.


Mc Piggy: Toda essa demora… pra isso? (Mc Piggy e Penélope caem na gargalhada)
Entra Branca de Neve
Branca de Neve: Olá Porquinhos?
Os Porquinhos: Branca de Neve?
Branca de Neve: Eu mesma. Acabei me perdendo na floresta e não acho a casa dos anões por
nada. (olhando para as casas dos porquinhos) Uau, essas casas são de vocês?
Cícero: São sim. Nós mesmo que construímos. Bom, na verdade essa daqui é a minha, bem melhor,
mais forte e bonita. (Se gabando).
Branca de Neve: Será que eu poderia dormir por aqui essa noite? Se não se importarem. Já está
escurecendo, e minha madrasta pode estar por aí.
MC Piggy: (puxando Branca de Neve pelo braço) Opa, mas é claro. Pode ficar na minha, morô.
Penélope: (puxando Branca de neve) Não, você vai ficar na minha, muito mais chique. E podemos
fazer as unhas, cabelos, fofocar a noite toda, vai ser incrível, amiga.
Branca de Neve: É… é só por uma noite, pessoal.

Acende foco de luz para coelho e lobo.


Coelho: Me parece que esses porquinhos são um pouco atrapalhados. Mas o que você fez para que
começasse toda a confusão?
Lobo: Eu não fiz nada.
Coelho: Não? Então o que você foi fazer por lá?
LOBO: Eu só fui levar comida. E quando eu cheguei, estava a maior discussão pra ver qual casa era
melhor.
Porquinhos discutindo para ver onde branca de neve ia dormir e branca de neve.
Branca de neve: Não precisam discutir porquinhos, eu durmo em qualquer lugar.
Branca de Neve deita aos poucos no chão e dorme. Entra o lobo com um bolo
Lobo: Hmmmm… Comida?
Porquinhos percebem o lobo, se desesperam, correm em volta da branca de neve.
LOBO: Não, é sério pessoal, eu trouxe comida aqui. Um bolinho de cenoura com cobertura de
chocolate.
Porquinhos vão para as casas, correndo e gritando.
Branca de Neve: Porquinhos? (Acordando, espreguiça)
Lobo: (para Branca de Neve) E você, não vai correr não?
Branca de Neve: Eu? Ah, não, tá tudo bem. Já estou acostumada. Depois que você vê um espelho
falante, nada mais te surpreende. E minha madrasta, você precisa ver, por causa dela, nunca
mais comi maçã. Sério, é assustador. Olha, você trouxe um bolo. Vou pegar algumas ervas pra
fazer um cházinho para acompanhar. (Sai cantarolando)
LOBO: Hey, porquinhos, podem sair. Eu sou vizinho de vocês e vim aqui para dar as boas vindas.
Penélope: Ai que fofo, ele é um cachorrinho bonitinho, eu vou lá falar com ele.
MC Piggy: Ta maluca?! Ele é #monstruoso.
Cícero: A gente não acredita em você! Eu te conheço, você é o Lobo mau.
LOBO: (em direção a plateia) Gente, não é possível, eu tenho cara de mau? (Sorri, fazendo careta,
breve silêncio, porquinhos se olham entre si) E outra, esse negócio de “Mau” é sobrenome de
família...
Penélope: Já sabemos da sua história. Você veio aqui pra devorar todos nós. Mas não vamos deixar
não.
Cícero—Porquinhos unidos, jamais serão vencidos!
LOBO— Isso tudo de novo? Pelo amor… eu nem sou chegado à carne de porco.
MC Piggy—Então vai, prova pra gente que você não é mau.
LOBO – Olha, eu trouxe o bolo...
Cícero: Não acreditem nele pessoal, é o mau.
LOBO –Ah, eu não aguento mais isso... será que ninguém me ouve (em tom assustador) EU NÃO
SOU MAU!
Porquinhos se assustam e se escondem em suas casas
LOBO—Desculpa pessoal, exagerei um pouco. Mas venham, tenho algo importante pra falar, é
assunto dos sérios.
PORQUINHOS: NÃÃOO! (mostram a língua)
LOBO --Tá certo, eu vou falar mesmo assim... é o seguinte, eu vim avisar um vendaval dos fortes
está vindo ai. Eu já tirei as minhas roupas do varal, acho melhor vocês tirarem a de vocês. É bom
também dar uma reforçada nessas casas aqui, porque não vão aguentar nada viu... e ainda mais
palha.... Palha? Pera aí, eu tenho alergia a palha....A...A...A... ATCHINNNN!!
Lobo espirra e derruba sem querer a casa de palha. Penélope sai correndo para a casa de madeira.
Penélope: Socorrooo!
Lobo: Minha nossa, me desculpa, eu não queria derrubar sua casa. Tenho muita alergia a pa… pa…
palha ATCHINNN!!
Lobo espirra e derruba a casa de madeira. Penélope e MC Piggy correm para a casa de pedra.
MC Piggy e Penélope: Nos salve irmão! Aaaaah.
Cícero: Venham, venham. Fiquem tranquilos que essa daqui ele não vai derrubar não.
Porquinhos se escondem atras da casa de pedra.
LOBO: Ai que droga, me desculpe foi sem querer. É que essa palha me dá alergi....Lobo finge que
vai espirrar no meio da plateia.
LOBO: Passou… Porquinhos, é sério, o vendaval está chegando. (Som de vendaval) (Para o
público) Eu até podia subir lá no telhado e tentar avisar eles pela chaminé, mas eu conheço o final
dessa história… (Lobo vai saindo).
Porquinhos aparecem, zombam e cantam:
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU, LOBO MAU, LOBO MAU
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU, LOBO MAU, LOBO MAU

Saem Porquinhos e entra a terapeuta, fazendo anotações

LOBO: E é assim que geralmente termina. Tento ajudar, mas ninguém me entende.
Coelho: É meu caro Lobo, difícil acreditar. Parece que o destino quer te pegar.
Lobo: Como assim?
Coelho: As duas histórias acontecem do jeito que deveriam acontecer, porém, sempre há algo nelas
que acabam não saindo como você pensou.
Lobo: Exatamente Doutor. E ainda tem mais. Depois disso tudo eu ainda tentei ajudar um velho
conhecido.
Coelho: Conte-me mais. Aceita uma cenoura ?
Lobo: Obrigado! Enfim, é apenas um garoto, um jovem pastor de ovelhas que se chama Pedro.
(Saem)
TERCEIRO ATO

CENA 3 - PEDRO E O LOBO

Entra Pedro, saindo da coxia sorrateiro, como quem não quer ser ouvido. De repente, o avô do Pedro
grita de fundo, com uma voz grossa e rouca.

Avô: Pedro, onde você pensa que vai?

Pedro se assusta

Pedro: (Gaguejando) Eu... eu... não vou para lugar nenhum, ora. Só vou brincar um pouco aqui fora.

Avô: Você está indo atrás daquele lobo outra vez?

Pedro: (tenso) Claro que não.

Avô: Eu já te falei que esse lobo é perigoso. Venha para dentro agora.

Pedro: (Ignorando o seu avô; debochando) Perigoso, Puff. Esse lobo não é de nada, e não pode
comigo, o melhor caçador de lobo que já se viu.

Aparece o gato de Pedro, que fugiu pela fresta da janela.

Pedro: Hey gato, onde você está indo, hein? Passa para dentro. (pausa)O que? Quer ir comigo?
(pensando)Tá bom, mas em silêncio. O lobo pode aparecer a qualquer hora.

Pedro caminha em busca do lobo, cauteloso. Aparece o passarinho.

Pedro: Hey seu passarinho. (pausa) Eu? Estou indo caçar o lobo. (pausa) Depois que o lobo
devorou todas as nossas ovelhas, eu tenho que me livrar dele. (pausa)Eu sei, eu sei, contei uma
mentirinha de que o lobo estava vindo, quando na verdade não estava. Agora ninguém quer
acreditar mais em mim. É por isso que vou atrás desse lobo mal. (pausa) você vem comigo?
(pausa)Então vamos!

Pedro procura o lobo. Olha pelas coxias; entra em uma e sai em outra. Aparece uma grande sombra.
Pedro se assusta, tremendo as pernas. Entra Branca de Neve.

Pedro: (com medo, de costas e tremendo) Por favor, não me devore. (olha para o pato) Ufa, então é
você Branca de Neve. Bem, eu já sabia. Eu não estava com medo. Espera… Branca de Neve?
Branca de Neve: Oi Pedro. É eu sei, estranho me ver por aqui. Estou meio perdida. Tipo, ainda.
(Rindo de nervoso). Ah, no caminho acabei encontrando o senhor Pato.

Pedro: Ah, Oi Senhor Pato. Não devia estar andando por aí. E a senhorita também não.

Branca de Neve: E o que você está fazendo?

Pedro: Não deu pra perceber? Estou indo caçar o lobo.

Branca de Neve: Ah tá, o lobo.

Pedro: Tome cuidado, ele está por aí e pode aparecer de repente. Mas estou aqui para proteger
vocês.

Branca de Neve: É, então tá. Só me dá um minutinho, que vou ali ver um negócio (sai de fininho).
Eu já volto.

Pedro não percebe que Branca de Neve sai, e continua procurando.

Pedro: Cadê você, hein, seu lobo. Dessa vez não me escapa.

Pedro, caminha procurando o lobo passando entre as coxias. Pedro entra na coxia, se depara com o
lobo, e sai da coxia, de costas, com a espingarda apontada. Lobo entra junto.

Lobo: Oi Pedro.

Pedro: (tremendo de medo, sai correndo) O Lobo, é ele. Socorro. (se esconde, olhando por cima
com a espingarda apontada).

Lobo: O que é isso Pedro. Para que essa espingarda. Não precisa ter medo.

Pedro: Eu estou caçando o lobo, que é você.

Lobo: Ah, me caçar?! Que novidade. O que eu fiz dessa vez?

Pedro: Já esqueceu é? Aquele dia no pasto você comeu todas as ovelhas do nosso rebanho. Eu
avisei todo mundo que você tinha aparecido, mas ninguém acreditou. Então eu mesmo vim atrás
de você.

Lobo: Ora, mas eu não comi ovelha nenhuma.

Pedro: Ah não, é? Então quem foi?


Lobo: Não foi ninguém. Naquele dia, eu estava passando perto do rebanho, e percebi que as
ovelhas estavam armando um plano, então eu fiquei só observando. Você pegou no sono, foi aí
que elas aproveitaram e fugiram todas.

Pedro: Fugiram? Não pode ser.

Lobo: Foi o que aconteceu. Eu tentei te acordar, mas você não acordava por nada.

Pedro: Mas se não foi você, então por que fugiu?

Lobo: Ninguém ia acreditar em mim, é claro.Então tive que fugir.

Pedro: (apontando a espingarda para o lobo)Já chega desse papo. Você é o lobo mau. Eu não vou
acreditar em você.

Lobo: (indo na direção do Pedro) Pedro, espera... Venha, vou te mostrar onde estão as ovelhas.

Pedro: (com medo) Se afaste, ou vou ter que usar minha espingarda.

Pedro se assusta e sai correndo, com medo, junto com os animais.

Pedro: (gritando) O LOBO, SOCORRO, ELE QUER ME DEVORAR. AAAAH.

Lobo: Pedro, espera, eu só quero ajudar! Não precisa ter medo... (para frente) De novo a mesma
coisa. O que foi que eu fiz demais?

Entra Coelho (cena do consultório).

Lobo: Está vendo, doutor. Não importa o que eu faça, todos vão sempre me ver como o lobo mau.

Coelho: Eu estou quase entendendo o que se passa com o senhor...

Lobo: (Apreensivo) Pode falar Doutor!

Coelho: O senhor, por um acaso.... anda uivando muito alto ultimamente?

Lobo: Não, a gente só faz isso quando tá em família

Coelho: Você já tentou aparar suas garras?

Lobo: Sim Doutor, olhe aqui (mostrando as unhas) minha tia é manicure.
Coelho: Entendo (faz uma anotação) Seus dentes estão muito afiados?

Lobo: Na verdade, eu estava com uma dor bem nesse dente aqui ... só conseguia tomar sopa de
cebola

Coelho: Hmm... (faz outra anotação). É meu caro amigo, me parece que temos uma diagnóstico do
seu caso.

Lobo: Diga!O que eu tenho?

Troca de cena. Entram os 3 porquinhos, a chapeuzinho, Pedro e a Branca de Neve. Todos estão
cansados, sujos e descabelados, cansados de procurar o lobo por toda a floresta.

Pedro: Gente, gente, achei um substituto para o lobo.

Cícero: Esse daí é só seu gato, com focinho de cachorro. Ele não serve.

Chapeuzinho: Sério, eu já não aguento mais procurar. E a bateria do meu celular já descarregou faz
tempo.

Falam em direção a plateia

Pedro: Alguém aí viu o lobo?

Penélope: É um lobo horroroso

Chapeuzinho: Ele tem dentes enormes.

Cícero: Ele é bem feio.

Mc Piggy: Feio é pouco, é #monstruoso!

Lobo: Oi, pessoal...

Os 3 porquinhos, Chapeuzinho e Pedro se assustam, e correm para as laterais, mostrando o lobo no


centro.

Todos – AAAHhh!

Chapeuzinho: (interrompendo a gritaria) Gente, espera. (para o lobo) Onde você estava, hein? Você
pensa que pode sumir assim do nada? Você quase arruinou todas as histórias.

Todos falando junto, concordando com a chapeuzinho.


Lobo: Calma pessoal, eu posso explicar.

Pedro: É bom que se explique mesmo.

Lobo: Bem, eu fui fazer uma consulta com o Sr. Psicoelho, e ele disse que... ele disse que…

Penélope: (impaciente) O que ele disse, desembucha?

Lobo: Que eu não sou mau.

Todos ficam em silêncio

Mc Pig: Puff, tá de sacanagem.

Todos começam a rir.

Chapeuzinho: Ele está mentindo, onde você estava esse tempo todo?

Pedro: Isso é um plano para devorar todos nós

Lobo: Mas, o doutor... olhem, está escrito aqui. (mostrando o laudo) agora eu sou um novo lobo. Um
lobo bom.

Cícero: Ele está cada vez pior. Ele é igual a todos os lobos.

Penélope: Aí gente, esse lobo cansa minha beleza.

Todos começam a falar juntos

Lobo: (com energia) Já chega dessa maluquice! Vocês ficam com essa história de “Aí, o lobo mau
está vindo”, “Olha lá, ele vai devorar todos nós”, mas na verdade nunca me escutam.

Cícero: Não venha com desculpas para o nosso lado.

Lobo – Olhem aqui.... (Se acalmando) Será que algum dia, o lobo mau... Vai ser só lobo? Ou
Lobinho como dizia minha mãezinha…

Chapeuzinho: Já chega desse papo. Agora cada um de volta para sua história. (todos vão saindo;
para o lobo) E você, (com deboche) “Sr. Lobo Bom”, trate de se arrumar. Eu não tenho o dia todo
e as histórias não podem parar.

Sai chapeuzinho. Entra Branca de Neve perdida, cantarolando.

Branca de neve: Ah, sr. Lobo? Então você está aí. Tem um monte de gente te procurando.
Lobo: É...eu sei... (pausa) Espera. Você me chamou de Lobo?

Branca de neve: Ora, sim. Não é esse o seu nome?

Lobo: Sim sim, mas você não me chamou de… Mau, de Lobo Mau, igual todo mundo.

Branca de neve: Mas eu não acho você mau. (vai se aproximando e sentando ao lado do lobo)
Claro que esses dentes afiados assustam um pouco. Mas isso não quer dizer que você é mau.

Lobo: Mas e nas histórias. Todo mundo tem medo de mim, sempre fogem quando eu apareço. E no
fundo, eu só queria ajudar.

Branca de Neve: Vai ver eles só conseguiram ver um lado da história. O lado deles.

Lobo: Como assim?

Branca de Neve: Bem, eles não conseguiram enxergar que você só queria ser amigo da
chapeuzinho. Ou que só quis avisar os porquinhos sobre o vendaval e ainda levou um bolo
delicioso. E ainda tentou avisar o Pedro do plano das ovelhas fugitivas.

Enquanto a Branca de Neve fala, a Chapeuzinho, os três porquinhos e o Pedro, um a um, vão
colocando só a cabeça para fora da coxia, e ouvindo o que ela está falando.

Lobo: Foi exatamente isso. (pausa) Mas espera, como é que você sabe disso tudo?

Branca de Neve: Digamos que estava meio perdida por aí. E foi assim que consegui enxergar os
dois lados da história.

Lobo: Mas só você sabe que eu não sou mau. Como eu vou contar isso pra eles? Eles nem
quiseram me ouvir.

Enquanto isso, entram todos que estavam atrás da coxia. Branca de Neve se afasta e dá espaço
para os demais, e vai saindo aos poucos, procurando o caminho.

Chapeuzinho: Fica tranquilo. A gente já ouviu tudo.

Cícero: Verdade. E a gente entendeu tudo errado.

Penélope:Você só quis ajudar a gente.

MC Piggy: E a gente nem se ligou nisso, tá ligado?!

Pedro: E agora a gente já sabe que de mau você não tem nada.
Lobo: Agora vocês acreditam em mim?

Penélope: Sim senhor.

Lobo: Puxa vida, isso é demais. O seu Psicoelho, ele me ajudou. E olhem, agora vocês gostam de
mim.

Chapeuzinho: Sem você, as histórias não vão existir. E sem as histórias, bem, a gente também
desaparece. A gente precisa de você.

Saindo todos. Lobo para e volta.

Lobo: Hey pessoal, espera. Cadê a Branca de Neve? Ela me ajudou. Preciso agradecer.

Pedro: Ah, uma hora dessas ela já deve ter encontrado o seu caminho.

Todos saem. Lobo fica.

Lobo: Bom, apesar de tudo, acho que encontrei o meu caminho também. Então o que me resta é
seguir também…

Mc piggy: Eai mano lobo, vamo nessa?

Lobo: Ops, parece que precisam de mim.

Lobo sai. Entra narrador.

Narrador:

E o lobo seguirá… Afinal, sem o lobo não há histórias e as boas histórias têm que ser contadas. O
que vocês viram aqui hoje, mesmo com toooda essa confusão, nos trouxe uma grande lição. Vocês
sabem qual é? (pausa) Sim, primeiro devemos pegar leve e não comer tanto doce.

E depois a história do nosso amigo lobo, nos ensinou que não podemos julgar ninguém apenas pelo
o que achamos ou pelo que dizem pra gente o que elas são. Sempre existem dois lados de uma
mesma história, e todos nós aqui podemos ter um dia de lobo...

Se depois disso tudo as histórias não serão mais as mesmas? Bem, milhares de possibilidades
podem acontecer, toda vez que uma boa história é recontada.

Branca de Neve: Narrador, narrador. Eu encontrei o lobo.

FIM

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