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PERSONAGENS

CENA 1 – versão da mãe

CAÇADOR (não tem fala)


MAMÃE
CHAPEUZINHO
POMBO

CENA 2 – versão do lobo-mau


LOBO
CHAPEUZINHO
AVÓ
CAÇADOR

CENA 3 – versão da vovózinha


AVÓ
POMBO-CORREIO
LOBO
CAÇADOR

CENA 4 – versão do caçador


POMBO-CORREIO
CHAPEUZINHO
LOBO
BERENICE (AVÓ – CHAPELÃO AZUL)
ADAMASTOR (CAÇADOR)

CHAPEUZINHO VERMELHO (VERSÃO DA MÃE – CHAPÉU ROSA)

NARRADOR - Era uma vez...


Entra no palco Carlota, mãe da Chapeuzinho e fala para o público:

MÃE: - Meu nome é Chapéu Rosa, sou mãe da Chapeuzinho Vermelho e filha da dona
Chapelão Azul. E então? ... É um prazer estar aqui com vocês.

Entra em cena o Pombo-correio com uma mensagem.

POMBO: - Mensagem para dona Chapéu Rosa.

MÂE: - Ai, é você, Pombo-correio? Você tem uma mensagem para mim? Ah, já sei, foi a minha
mãe, não foi?Eu sabia! Ela não está bem, é isso? Eu sabia! Muito obrigada e até logo, que eu
preciso chamar a minha filha!

A mãe sai do palco e o pombo fica com cara de “não estou entendendo nada” e diz:

POMBO: - Parece que dona Chapéu Rosa não precisa ler a mensagem para saber o que ela diz,
certo? (olhando para o público)
Errado, quem mandou querer adivinhar! Vai ter uma surpresa!
O pombo sai de cena por um lado do palco e a mãe entra pelo lado contrário, com uma cestinha
na mão.

MÃE: - Bibi, Bibi! Vem aqui!


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Entra Chapeuzinho Vermelho. Ela tenta falar alguma coisa, mas a mãe a interrompe:

MÃE: - Minha pétala de flor, leve esta cesta com lanche caprichado para a sua avó, porque ela
está doente!

CHAPEUZINHO: - Tá bom, mamãezinha linda do meu coração.

MÃE: - Mas vá pelo caminho que eu ensinei, você se lembra do caminho certo para casa da sua
vovozinha? Lembra é claro. Eu sabia. E prometa que vai voltar antes de anoitecer. Isso, boa
menina.

Chapeuzinho: - Mas espera aí, mamãezinha linda do meu coração! A senhora não me deixou
falar nada, respondeu às suas próprias perguntas e nem me perguntou se eu tenho medo de
andar sozinha pela floresta.

MÃE: - Está bem, está bem! Você tem razão. Bibi, você tem medo de andar sozinha pela
floresta?

CHAPEUZINHO: - Não, mamãezinha querida linda do meu coração. Eu acho até gostoso.

MÃE: - Que ótimo. Dá para você ir agora, agora mesmo?

CHAPEUZINHO: - Dá sim, mamãezinha querida linda do meu coração.

A mãe dá um beijo em Chapeuzinho, que sai alegremente.

A mãe boceja, olha para a sua mão, onde ainda está a mensagem, e a coloca no bolso do
avental. E sai de cena.

MÚSICA PARA PASSAR O TEMPO.

Enquanto toca a música a mãe lava roupa, passa roupa, varre a casa e lava louça...

NARRADOR - Agora sabemos tudo o que as donas de casa, as faxineiras e as empregadas


fazem durante o dia!!

A mãe em cena e grita:

MÃE: - Pombo! Pombo-correio! Pombo-correeeeeeeeio!

O pombo entra correndo.

POMBO: - O que foi? Qual é o desespero?

MÃE: - Leve para a minha mãe este bilhete e bem rápido, por favor, você pode fazer isso? Pode,
é claro. Eu sabia! Até logo.

POMBO: - Até.
O pombo sai de cena.

Começa a anoitecer (algumas luzes se apagam).

A mãe preocupada anda de um lado para o outro do palco.


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MÃE: - Já anoiteceu! Mas o que pode ter acontecido com a minha Bibi?

Nesse momento, a mãe põe a mão no bolso do avental, tira o bilhete que a mãe lhe mandou, e
diz:

MÃE: - Mas será possível que o que está escrito no bilhete que minha mãe me mandou de
manhãzinha não era o que imaginei que era?

A mãe lê o bilhete em voz alta:

MÃE: - “Querida filha, estou me sentindo ótima e por isso vou dar um pulinho na cidade. Beijos
da sua mãe”.

Nervosa, Chapéu Rosa diz:

MÃE: - Ai não! Eu mandei minha filhinha para casa da avó e ela deu com a cara na porta. O que
será que aconteceu com a minha linda filhinha!?

A mãe desmaia.

Entra em cena Chapeuzinho e o caçador. Logo depois entra o pombo-correio espiando,


querendo saber o que ia acontecer.

Chapeuzinho corre até a mãe e começa a beijá-la.

A mãe acorda. Os três abrem a boca para falar, mas a mãe interrompe, olhando para
Chapeuzinho:

MÃE: - Aí, que alívio, meu amor! Você está bem! Mas está com cara de fome! Vamos todos
tomar uma sopa, que eu prometo que vou deixar vocês me contarem tudo, tudo o que
aconteceu, tim-tim por tim-tim!

O caçador, a Chapeuzinho e o pombo se olham.

CHAPEUZINHO: - Então tá, né? (olhando para o público)

CHAPEUZINHO VERMELHO (VERSÃO DO LOBO)

NARRADOR - Era a segunda vez...


O lobo todo faceiro olha para o público e diz:

- LOBO: - Mau? Se eu tivesse tempo, energia e paciência sobrando, eu poderia discutir esse
adjetivo. Para você (aponta para alguém da plateia) eu posso ser mau, muito mau,
“mauzíssimo”, porque eu caço, mato, mordo, mastigo e engulo outros bichos, mas você já tentou
ver isso do meu ponto de vista? Se eu não caçar, como é que eu vou almoçar e jantar?

O lobo para de falar e dá um suspiro. Nessa hora entra no palco Chapeuzinho Vermelho.

O lobo lambe os beiços e esfrega as mãos, satisfeito.

LOBO: - Olá menininha. Como você se chama?


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CHAPEUZINHO: - Abigail, mas pode me chamar de Bibi. E o senhor, como se chama?

LOBO: - Eu? Bem... eu sou o ... meu nome é ... L. M. Mas vamos ao que interessa: aonde você
vai assim, tão satisfeita?

CHAPEUZINHO: - Levar comida para a minha vovozinha que está doente, coitadinha, mas eu
tenho que tomar cuidado porque tem um lobo mau que mora nesta floresta.

LOBO: - Tem um Lobo Mau por perto, é?

CHAPEUZINHO: - Tem sim, senhor L. M.

LOBO: - É melhor eu me cuidar, né, Babá, quer dizer Bebé, quer dizer Bibi?

CHAPEUZINHO: - É sim...

LOBO: - Acho melhor a gente ir cada um para o seu lado, agora mesmo.

CHAPEUZINHO: - Boa ideia. Até loguinho, senhor L.M.

Cada uma vai para uma direção.

LOBO: - Mas por aí você vai dar uma volta muito grande! É melhor você ir pelo caminho do lago.

CHAPEUZINHO: - É mesmo! Obrigada pela dica.

LOBO: - De nadíssima.

O lobo anda um pouco, para, se vira.

CHAPEUZINHO: - Mas espera aí! L.M. são as primeiras letras de que nomes, hein?

LOBO: - É... quer dizer, L. M., não são as iniciais de Lobo Mau, tá? É... meu nome é... Luiz
Marcelo.

CHAPEUZINHO: - Então até loguinho, senhor Luiz Marcelo.

Chapeuzinho sai. O lobo gargalha e lambe os beiços.

LOBO: - Genial! Eu acabei de ganhar um jantar, com direito à sobremesa!

O lobo sai de cena dizendo:

LOBO: - Ah! Agora vou para a casa da vovó.

O lobo sai de cena.


Arrumar o cenário de quarto da vovó

Do outro lado do palco, entra a vovó... e senta na cadeira.

BARULHO DE BATIDA NA PORTA: TÓC TÓC!

AVÓ: - Quem é?
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LOBO: - (fora do palco) Sou eu, vovozinha querida!

AVÓ: - Bibizinha! Sua voz está muito rouca! Você está resfriada?
LOBO: - Estou sim, vovozinha querida! (fazendo voz fina)

AVÓ: - Então entre logo para não pegar friagem, Bibizinha!

LOBO: - É agora que eu vou morder, mastigar, engolir e digerir esta senhora! (o lobo fala com a
voz grossa, do lado de fora do palco)

NARRADOR - Que horror! Chegou quem não devia.


Sorrateiramente, o lobo entra em cena. Agarra a vovozinha e a arrasta para a coxia. (ouvem-se
barulhos de pancadas)

Chapeuzinho chega à casa da vovó e vai logo entrando.

O lobo aparece (com o chapéu azul da vovó) e diz (com voz fina):

LOBO: - Que bom que você veio, Babazinha, quer dizer, Bebezinha, quer dizer, Bibizinha!

NARRADOR: Lá vem mais pancadaria!

Chapeuzinho desconfiou daquele jeito de falar da avó, chegou mais perto, o lobo a agarrou e a
arrastou para a coxia. (ouvem-se barulhos de pancadas)

NARRADOR: Acho que acabou.

Entra no palco o caçador.

Narrador: Olhem só quem está chegando! Ainda vai ter mais pancadaria.

CAÇADOR -: Olá, como vai, tudo bem? Comigo também, obrigado. Por favor, é aqui que uma
senhora e uma menininha estão sendo atacadas por um lobo mau?

NARRADOR - É sim, Pode entrar que a porta não está trancada!

CAÇADOR - Obrigado!

O Caçador entra e agarra o lobo e lhe das umas pancadas. O caçador o carrega para fora do
palco e o deixa lá.

O caçador retorna para o palco e fica procurando a vovó e a Chapeuzinho.

O lobo entra no palco todo cheio de curativos e abrindo um álbum de fotografias.

LOBO: - Olha só, senhor caçador! Eu tenho esposa e filhos pra sustentar!

CAÇADOR: - Está bem, vamos fazer o seguinte: você desaparece dessa parte da floresta e não
volta nunca mais (estendendo a mão), combinado?

LOBO: - (estendendo a mão) Combinadíssimo!

Os dois se cumprimentam, o caçador atira para o alto, o lobo solta gemidos, fingindo que
agoniza e morre.
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LOBO: - Ai, ui! Estou ferido, muito ferido, estou feridíssimo, feridíssimo! Sinto que vou morrer, ai,
ui, e é pra já! Ai ... ui.

Ouve-se risadinhas vindo da coxia, é a Chapeuzinho e a avó.

O lobo e o caçador sorriem e acenam, despedindo-se.

O lobo olha para o público e diz:

LOBO: - Uau, mas que coisa genial! Aqui por perto tem um porquinho!... Não, tem dois
porquinhos!... Não, têm três porquinhos! Me dei bem! Estou feito! Feitíssimo! Feitíssimo! Fui!

O lobo sai correndo

CHAPEUZINHO VERMELHO (VERSÃO DA VOVÓZINHA – CHAPÉU ROSA)

NARRADOR: E eram três vezes a mesma, ou não, história.

A avó de Chapeuzinho entra no palco com papel e caneta na mão, para escrever uma carta para
sua filha Totó. A avó é chique, sofisticada e um pouco metida a besta.

NARRADOR: Vai começar a fofoca!

AVÓ: - Pombo-correio! Pombo-correio! Pombo-correio! Pombo-correio!

POMBO: - Oi.

A avó leva um susto.

AVÓ: - Nunca mais me assuste.

Ela dá o papel e a caneta para o pombo.

AVÓ: - E escreva aí para mim, porque eu não sei onde deixei meus óculos. Posso ditar?

POMBO: - Pode.

AVÓ: - Querida Totó, estou me sentindo ótima e por isso vou dar um pulinho na cidade. Beijos,
mamãe.

O pombo dobra o papel e coloca numa bolsa.

AVÓ: - Leve isso já para a minha filha. Muito agradecida e até logo.

POMBO: - Até.

Ele se vai.

AVÓ: - Ora essa, eu não posso sair por aí sem meus óculos! Sou uma estilista de moda
renomada. Não fica bem eu sair por aí, com todo meu glamour, sem enxergar ninguém!

A avó procura em umas caixas que estão no cenário.

AVÓ: - É... Hã... Ih! O que eu estou procurando, mesmo? Esqueci!


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O lobo, da coxia, pergunta para a avó se pode entrar.

LOBO: - Posso entrar vovozinha?

AVÓ: - Quem é?

LOBO: - Sou eu vovozinha querida! (fora do palco, fazendo voz fina)

AVÓ: - Bibizinha! Sua voz está muito rouca! Você está resfriada?

LOBO: - Estou sim, vovozinha querida!

AVÓ: - Então entre logo para não pegar friagem, Bibizinha!

A avó pega uma panela e esconde atrás do corpo.O lobo entra.

LOBO: - Olá, vovozinha querida!

AVÓ: - Olá, venha aqui, chegue mais perto para que eu possa te abraçar!

LOBO: - Está bem, vovozinha querida!

AVÓ: - Tome, seu bestalhão!

Ela da uma pancada no lobo, mas o lobo nem sente.

LOBO: - Bestalhão, eu? (falando com a voz normal)

AVÓ: - Ora essa, estou frita!

LOBO: - Ainda não, e eu prefiro comer a senhora assada!

A avó desmaia. O lobo ri e puxa a avó, colocando um tapete sobre ela.

LOBO: - Legal! Assim ela vai ficar bem escondida!

NARRADOR: Vai começar a loucura, novamente! O corre-corre de sempre.

O lobo pega o chapéu azul da vovó e o coloca.

CHAPEUZINHO: - Oi, sou eu, vovozinha querida! (fora do palco)

LOBO: - (fazendo voz fina) Que bom que você veio, Babazinha, quer dizer, Bebezinha, quer
dizer Bibizinha!

Chapeuzinho entra em cena.

CHAPEUZINHO: - Vovozinha querida!... Mas espera aí, a senhora está muito esquisita!

O lobo imita avó.

LOBO: - (fazendo voz fina) Não me chame de senhora e, como assim, esquisita, ora essa?

CHAPEUZINHO: - Você está muito peluda, vó!


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LOBO: - Ah, isso? Bem... eu... ora essa, eu estou com um macacão feito de pele! Gostou?

CHAPEUZINHO: - Não, vó, odiei!

Enquanto isso, a vovozinha vai saindo de baixo do tapete e se preparando para dar uma
pancada no lobo com uma panela muito grande.

LOBO: - Por quê? É uma pele bonita.

CHAPEUZINHO: - Que ainda deveria estar cobrindo um bicho!

LOBO: - Mas esses bichos são como as ovelhas, o pelo deles cresce de novo.

CHAPEUZINHO: - Você acha que sou boba, é?

LOBO: - (com voz normal) Não, eu acho você muito apetitosa!

CHAPEUZINHO: - Senhor Luiz Marcelo! O que o senhor está fazendo aqui, com o chapéu da
minha avó?

Nesse momento a avó da uma pancada na cabeça do lobo. O lobo gira e cai no chão.

NARRADOR: Vou ficar aqui fora...caso contrário vai sobrar pra mim!

O caçador entra em cena.

CAÇADOR: - Olá, como vai, tudo bem? Comigo também, obrigado. Por favor, é aqui que uma
senhora e uma menininha estão sendo atacadas por um lobo mau?

NARRADOR: É sim! Pode entrar que a porta não está trancada!

O caçador entra na casa/ sai de cena .e são produzidos barulhos na coxia

NARRADOR: Parece que a parte violenta desta história já acabou.

AVÓ: - Acho que não.

O lobo se levanta, começa a mancar e por a mão na cabeça.

LOBO: - Posso ir embora, gente? Eu estou muito arrependido e prometo que nunca mais ataco
nenhum ser humano!

AVÓ: - (falando para o caçador) Eu acho que ele devia se transformar num lindo casaco!
CAÇADOR: - Eu acho que ele merece uma chance.

CHAPEUZINHO: - Merece mesmo!

AVÓ: - Uma chance para ele fazer o quê? Atacar outras pessoas indefesas?

CAÇADOR: - Não sei se a senhora pode ser chamada de indefesa!...

LOBO: (falando com a avó) Por favor, Nice!


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AVÓ: - Para você eu sou dona Berenice! E você devia ter pensado melhor antes de se
comportar como um animal!

LOBO: - Mas é isso que eu sou, dona!

AVÓ: - (falando para o caçador) Faça o que você acha que deve ser feito!

CAÇADOR: (falando para o lobo) Vamos, vamos!

O caçador sai, empurrando o lobo.

CHAPEUZINHO: - Que feio, vovozinha querida! A senhora vai deixar ele atirar no lobo! Acho que
eu nem gosto mais da senhora, viu?

AVÓ: - Não se preocupe! Eu conheço o Adamastor. Ele não vai matar esse lobo, não vai
mesmo! E o bichão merece levar pelo menos um susto! Vamos espiar!

As duas ficam no canto do palco, perto da coxia, tentando escutar o que está acontecendo.

CHAPEUZINHO: - Mas espera aí! Ele vai mesmo atirar!

AVÓ: - Ele vai atirar sim, mas para o alto! Ninguém vai se machucar!

CHAPEUZINHO: - É mesmo! Ainda bem!

Ouve-se um barulho de tiro. As duas vão para o centro do palco e cochicham para o público.

AVÓ E CHAPEUZINHO: - Eles pensam que nos enganaram.

CHAPEUZINHO VERMELHO (VERSÃO DO CAÇADOR)

NARRADOR: Eram quatro vezes...

Entra em cena o caçador chamado Adamastor.

NARRADOR: um caçador chamado Adamastor.

Logo em seguida, entra o pombo-correio, que vê o caçador e treme de medo.

CAÇADOR: - Olá! Você não precisa ter medo de mim. Eu já fui um caçador. Mas hoje em dia eu
sou guarda florestal e meu trabalho agora é proteger os animais dessa floresta.

POMBO: - Legal.

CAÇADOR: - Eu não sabia que vários dos bichos que eu caçava estavam sumindo do mapa.

POMBO: - É?

CAÇADOR: - Quando eu descobri que por causa de pessoas como eu vários bichos iam deixar
de existir, eu decidi parar. E para me redimir, resolvi fazer o oposto do que eu fazia.

POMBO: - Legal.
Ouvimos, fora do palco, a voz da avó, chamando:

AVÓ: - (fora do palco) Pombo-correio! Pombo-correio! Pombo-correio! Pombo-correio!


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CAÇADOR: - Alguém está chamando, não é?

POMBO: - É.

O pombo sai de cena.

O caçador senta-se em um canto do palco e fica parado, pensativo.

Demora um pouco e entra novamente em cena o pombo com uma cara de preocupação. Se
aproxima do caçador, que está observando-o.

CAÇADOR: - Olá, o que foi? Você quer me avisar alguma coisa?

POMBO: - Quero.

CAÇADOR: - Tem incêndio na floresta?

POMBO: - Não!

CAÇADOR: - Tem gente cortando árvores sem ter licença para fazer isso?

POMBO: - Não! (faz uma mímica de alguém atacado por outro alguém)

CAÇADOR: - Alguém está atacando alguém?

POMBO: - Está! (faz mímica de criança e senhora sendo atacadas por lobo)

CAÇADOR: - Uma menininha e uma senhora estão sendo atacadas por um lobo?

POMBO: - Estão!

CAÇADOR: - Onde?

POMBO: - Lá! (aponta para a coxia, do lado direito)

O caçador sai, e o pombo sai pelo outro lado.

Fica tudo escuro no palco. Alguns segundos depois, acende a luz e mostra a casa da vovó.

NARRADOR: Pouco tempo depois o caçador chegou na casa da dona Berenice.

O caçador entra em cena. A vovó já está lá.

CAÇADOR: - Olá, como vai, tudo bem?

AVÓ: - Corra aqui Adamastor! Olha só o que aconteceu?

Nesse momento, acende um o foco de luz em cima do lobo deitado no chão e Chapeuzinho ao
seu lado.
O caçador aproxima-se e diz:

CAÇADOR: - Ainda bem que você não é minha inimiga, Berenice!

AVÓ: - Adamastor!
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O lobo ainda deitado murmura, olhando para o caçador:

LOBO: - Por favor, me ajude. (tosse) Essas malucas querem me matar.

CHAPEUZINHO: - Papai! (corre e abraça o pai)

AVÓ: - Eu sabia que podia contar com você, o melhor genro do mundo, Adamastor!

O lobo senta-se no palco.

LOBO: - Não acredite no que elas vão dizer, por favor! São duas pessoas irresponsáveis, que
acreditam que todo lobo é mau.

CAÇADOR: - A senhora se superou desta vez, Berenice!

LOBO: - Eu prefiro ir para um zoológico a ficar aqui, sujeito a ser maltratado.

CHAPEUZINHO: - Ajude a vovó, papai! Você é o melhor pai do mundo!

CAÇADOR: - E você, a melhor filha! Vou resolver essa situação.

O caçador pega o lobo e saem do palco, enquanto Chapeuzinho e vovó se abanam em sinal de
alívio.

NARRADOR: E assim, o dia da dona Chapéu Rosa, do Lobo, da dona Chapelão Azul, do senhor
Adamastor e da Chapeuzinho Vermelho acabou bem. E então viveram todos felizes para
sempre. Se bem que para sempre é um tempo longo demais!

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