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COLÉGIO ESTADUAL PAULO CÉSAR DA NOVA ALMEIDA

COMPONENTE CURRICULAR – ARTES


PROFESSOR – FRANCISCO NASCIMENTO
PROJETO – CULTURA POPULAR NA ESCOLA
O AUTO DO BUMBA-MEU-BOI – Adaptação de Chico Nascimento Magonleji

COMPETÊNCIAS
 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva;
 Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas,
corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de
discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para
ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de
explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

HABILIDADES

 (EM13LGG201) Utilizar adequadamente as diversas linguagens (artísticas,


corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno
social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
 Aplicar o conhecimento popular nas produções artísticas, reconhecendo a
pluralidade cultural do Brasil com ênfase na cultura nordestina.

JUSTIFICATIVA

A academia tem produzido um cenário conceitual de Arte que não favorece a


visão, a visibilidade e a ampliação dos conhecimentos da cultura popular brasileira
dentro das escolas da Educação Básica. O projeto de Cultura Popular na Escola,
desenvolvido no Colégio Estadual Paulo César da Nova Almeida, tem a finalidade de
revisar o conceito e ressignificar a cultura popular na sala de aula, destacando os
elementos artísticos, causos e autos nordestinos para incentivar a juventude na prática e
manutenção das mais diversas manifestações da cultura popular brasileira.

OBJETIVO GERAL

 Promover a cultura popular na escola através da montagem do auto do


Bumba-meu-boi e a Burrinha com estudantes do Ensino Médio.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar estudos sobre a cultura popular através de vídeos e leituras


diversas em sala de aula;
 Montar um grupo de Cultura Popular no Colégio Estadual Paulo César da
Nova Almeida;
 Realizar ensaios e apresentações do Auto do Bumba-meu-boi e a
Burrinha;
 Avaliar a participação dos estudantes, professores e comunidade do
Território do Baixo Sul sobre a temática;
 Produzir um vídeo documentário cultural sobre o projeto.

AUTO DO BUMBA-MEU-BOI e BURRINHA


Adaptação de Chico Nascimento Magonleji

SINOPSE

O auto do Bumba-meu-boi conta a história de uma mulher negra chamada


Catirina, que, estando grávida, pede ao marido a língua de um boi. O pobre
marido resolve matar o boi de um fazendeiro muito rico, que descobre a trama e
obriga o vaqueiro a ressuscitar o boi. Após a ressurreição do boi todos fazem uma
grande festa para celebrar a vida.

PERSONAGENS

Capitão Boca, fazendeiro - Bastião, ajudante do Capitão - Pai Francisco – Pajé –


Cavaleiro da Burrinha - Catirina – Maria, mãe de Catirina – Zé, marido de Catirina –
Cantador, narrador da história – Coro – Percussionistas.

CENÁRIO

Espaço amplo, praças e salões. O espetáculo é concebido para ser montado como
cortejo popular, um folguedo.

Cena 1 Cortejo

Grupo - (Cantando e dançando, acompanhado por percussão e sopro, a burrinha


vem direcionando o boi) Venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá, venha ver
o Boi Bumbá!
Catirina pediu a língua desse boi, o pajé ressuscitou ninguém sabe como foi. Catirina
pediu a língua desse boi, o pajé ressuscitou ninguém sabe como foi. Venha ver o Boi
Bumbá, venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá.

Cantador - (Falando) Foi em Ibirapitanga que essa história aconteceu, a mulher estava
grávida e por isso resolveu, pedir a língua do boi como um desejo seu, o marido
obediente o pedido atendeu, matou o boi do patrão, vejam como tudo aconteceu!

Coreografia da Burrinha – (Cotó) Burrinha e boi dançando, o grupo cantando.


A burrinha entrou foi na brincadeira, a burrinha entrou foi na brincadeira, ela vai dançar
a noite inteira, ela vai dançar a noite inteira, quem vier pegar o boi vai tomar um
açoitão, quem vier pegar o boi vai tomar um açoitão, pois essa burrinha, não é mole não,
pois essa burrinha, não é mole não! Mas tá vendo aí, boi bumbá, mas tá vendo aí, boi
bumbá
Cena 2 - O desejo!

Cantador – É agora que o bicho vai pegar, Dona Catirina, pro marido vai
aprontar...

Catirina - Ou home...

Zé - Oi Catirina, o que foi?

Catirina - Aí Zé, eu quero comer língua de boi!

Zé - Tu tá doida mulher? O boi que conheço é do meu patrão, o Capitão Boca...

Catirina - É essa língua mesmo que eu quero!

Zé - Pode mudar seu desejo! O Boi Bumbá do Capitão Boca, nem pensar...

Maria - Ou home miseravi, Zé tu queres que a minha filha perca o filho, é?

Zé - Dona Maria, a senhora me perdoe, mas isso eu não posso fazer...

Maria - Se for pelo gosto da porta, o filho vai nascer de boca torta, se for pelo gosto do
urubu, o filho vai nascer de boca azul, se for pelo gosto da lambreta...

Zé - Pode parar dona Maria, eu vou matar o Boi Bumbá e vou trazer a boca pra você,
meu amor, e etc e tal!

Catirina – Ai, Zé, tu és o home mais gostoso, mais carinhoso, etc, etc e tal! (Canta e faz
coraçãozinho) Como é grande o meu amor por você... (Abraça Zé)
Maria - Vixe, lá vem Pai Francisco!

Zé - Pai Francisco, o senhor pode me ajudar? O Boi Bumbá eu preciso matar, pra o
desejo de Catirina saciar!

Pai Francisco - Tu tá doido, Zé? O Capitão Boca te mata!

Zé - E agora?

Maria - Deixa de ser frouxo, você quer que seu filho nasça com cara de coxo?

Zé - Não! (Ajoelha) Oh meu Padinho Pade Cíço, o que é que eu faço!

Pai Francisco - Primeiro larga o meu braço! Eu vou preparar a corda e fazer o laço!

Coro - (Cantando) Eu só quero agora ver, (Debaixo do Boi) o que vai acontecer,
(Debaixo do Boi) se seu Zé matar o Boi, (Debaixo do Boi) ele também vai morrer)

Zé - Mas eu não quero morrer!

Pai Francisco - Pronto, seu Zé, o Capitão está viajando... É hoje!

Grupo - (cantando) Venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi
Bumbá! Catirina pediu a língua desse boi, o pajé ressuscitou ninguém sabe como foi.
Catirina pediu a língua desse boi, o pajé ressuscitou ninguém sabe como foi. Venha ver
o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá.

Cena 3 - Morte do Boi!

(Barulho de paulada repete três vezes)

Zé – Amor da minha vida, matei, eu confesso, matei o boi bumbá, por amor a Catirina!
Pronto, meu amor, aqui está a língua do boi!
Catirina - Meu herói! (Canta e dança com Zé) Um, dois, três...
Maria - Vixe, vixe, vixe...

Catirina - O que foi mainha, tá avexada, é?

Maria - Lá vem Pai Francisco e o Capitão delegado!

Coro - (Cantando) Pai Francisco entrou na roda, tocando seu violão, vem de lá seu
delegado, Pai Francisco vai para prisão, como ele vai todo requebrado, parece um
boneco desengonçado...como ele vai todo requebrado, parece um boneco
desengonçado...

Cena 4 - Lamento do Capitão!

Cantador – Vixe, agora a coisa vai feder, o Capitão tá virado na zorra, era boi mais
querido da sua vida, mas antes de mandar matar o Zé de Catirina, ele vai se lamentar...

Capitão - (Cantando) O meu boi morreu, de mim o que será?

Coro - (Cantando) Manda buscar outro, maninha, lá no Ceará!

Capitão - (Cantando) O meu boi morreu, o que será de mim?

Coro - (Cantando) Manda buscar outro, maninha, lá no Piauí!

Capitão - (Cantando) O meu boi morreu, sofreu meu coração!

Coro - (Cantando) Manda buscar outro, maninha, lá no Maranhão!

Capitão - (Cantando) O meu boi morreu, fiquei em agonia!


Coro - (Cantando) Manda buscar outro, maninha, no Sul da Bahia!

Bastião - Meu Capitão, manda chamar o curandeiro, Pai Francisco!


Pai Francisco – Eu não tenho nada a ver com isso! Comigo não dá pé, manda chamar o
Pajé!

Cena 5 - A ressurreição do Boi.


Pajé – Vixe, esse boi eu conheço desde pequenininho, quando ainda estava no ovo!
Todos – Ovo?
Pajé – Eu quis dizer, quando ainda era um bezerro!
Eita Capitão prepara vai preparando o seu fundo, pra levar a fé do mundo!
Pai Francisco prepara o ar, que o fumo vai entrar! Catirina não faça careta, que o Pajé
vai...
Zé - Ressuscitar o boi!
Pajé - Seu Zé é home ligeiro, vai acender o palheiro!
Zé - Eu sou um homem prevenido, seu Pajé!
Pajé - (Falando e coreografando com passos pra frente e pra trás, batendo o pé
direito) Vem meu Boi Bumbá, vem cantar agora, já deu meia noite, já chegou a hora!
Vem meu Boi Bumbá, vem cantar agora, já deu meia noite, já chegou a hora! Vem meu
Boi Bumbá, vem cantar agora, já deu meia noite, já chegou a hora!
Coro - (Cantando e dançando com a burrinha) Vem meu Boi Bumbá, vem cantar
agora, já deu meia noite, já chegou a hora! Vem meu Boi Bumbá, vem cantar agora, já
deu meia noite, já chegou a hora...Venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá,
venha ver o Boi Bumbá! Catirina pediu a língua desse boi, o pajé ressuscitou ninguém
sabe como foi. Catirina pediu a língua desse boi, o pajé ressuscitou ninguém sabe como
foi. Venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá, venha ver o Boi Bumbá.
(O cortejo sai cantando e dançando pela praça)

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