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Os Três Porquinhos – O Musical

Por Pedro Leão


Letras - Ademir Esteves

Costelinha – Irmão Mais Novo - Panceta – Irmão Mais Velho - Bisteca – Irmã do
Meio - Lobo
Música 1 – Apresentação Melancia
“Estamos aqui HOJE tem teatro
A peça de hoje é muito legal
Venha com a gente nessa viagem,
de lindas histórias que vamos contar.
Fazemos de tudo, de noite e de dia,

para te ver feliz e para te alegrar


Grupo Melancia a todos saúda e agora a peça já vai começar”.
(Áudio Papai Porco).
Papai Porco – Meus filhos! É chegada sempre a hora na vida de um porco adulto dele
construir seu próprio palácio, ou melhor o nosso enlameado chiqueiro, e com vocês
não será diferente. Meu pai Porquento fez isso comigo, o pai Porcolhudo do meu pai
Porquento fez isso com ele e o pai Porcalhano do pai Porcolhudo do meu pai
Porquento também fez isso com ele. É muito difícil para mim e para sua mãe Porcuda
nos desapegarmos das nossas crias, mas, entendemos que é para o crescimento de
vocês. Eu deixei alguns presentes muito úteis para cada um de vocês. Usem com
sabedoria e dedicação na construção do chiqueiro de cada um. Lembrem-se, façam
dos chiqueiros de vocês um verdadeiro lar de lama, regado à amor, alegria e muita,
mas, muita segurança, afinal há sempre raposas, cães do mato e principalmente lobos
querendo papar alguns porquinhos. Segurança em primeiro lugar. Não esqueçam de
deixar a geladeira sempre lotada de lavagem gelada para quando o papai aparecer.
Assim que estiverem com os chiqueiros de vocês prontos eu e sua mãe iremos visita-
los para um farto almoço em família. PS: Por conta de vocês é claro (Gargalha). Fiquem
bem e sejam muito felizes meus porquinhos lindos.
Porquinhos aparecem na Luz com suas maletas.
Panceta (imitando) – “Meus porquinhos lindos” (Muda tom). Felizes? Eles
praticamente nos expulsam de casa e nos desejam felicidade?
Bisteca – Também não é assim Panceta. Não fomos jogados ao relento.
Costelinha – O que é rele-lento Bisteca?
Bisteca – Relento Costelinha é a umidade da noite, o orvalho. Eu quis dizer que não
fomos expulsos sem aviso prévio. É a tradição da família Porcastro e será bom para o
nosso crescimento construirmos o nosso próprio chiqueiro.

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Costelinha – Eu nã-não sei nem por onde co-começar. Você sa-sabe Panceta?
Panceta – Eu devia começar voltando para casa isso sim. Tradição? Tradições foram
feitas para serem quebradas. O que tem demais eu, um porco jovem, quase um
adolescente, uma criança, praticamente um bebê porco continuar morando na casa
dos meus pais? Eu tenho apenas 30 anos suínos!
Costelinha – Quan-quanto é isso em anos norma-mais Bisteca?
Bisteca – Os exatos mesmos 30 anos Costelinha! Você fica reclamando atoa Panceta, e
o Costelinha que é o caçula e já teve que sair de casa. Conquistar sua independência.
Virar um...(Costelinha começa a chorar).
Panceta – O que foi Costelinha?
Costelinha – Meu ca-cadarço desamarrou!
Bisteca – Então amarra!
Costelinha – EU que-queria.
Panceta – Então por que não amarra?
Costelinha – Por que-que eu não se-sei!
Bisteca – COSTELINHA! Agora você é um porco independente, precisa amarrar seu
próprio cadarço.
Costelinha – A mã-mã-mãe sempre amarrou pra mim. Você não pode amarrar Biste-
teca?
Bisteca – Claro que não!
Costelinha – Nem se eu pe-pedir choramingando-do? Com po-por favo-vorzinho? Com
olhi-lhinhos de ca-cachorro que caiu da mudan-dança e biqui-quinho de Cu-curió
arrependi-dido? (Faz todo o charme e drama necessário para cena).
Panceta (convencido pelo irmão) – Aí eu amarro, não me segura, eu amarro todo dia
se precisar, eu amarro seu cadarço pra sempre! Olha esses olhinhos e essa boquinha.
Bisteca (impedindo Panceta) – NÃO! Ele precisa se tornar independente!
Panceta – Mas, desde quando você assumiu o lugar da mamãe e do papai e resolveu
mandar em tudo? Eu só não vou ajudar ele por que eu não quero, não é por que você
mandou não! E tem mais um motivo...
Bisteca – Qual é?
Panceta – Eu também não sei amarrar. A mamãe também amarrava meu cadarço, mas,
antes de ir embora de casa eu fiz uma coisa.
Bisteca – Aprendeu a amarrar o próprio cadarço? Meus parabéns!
Panceta – Não! Comprei um sapato de elástico. Sem cadarço!

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Costelinha – Que inteli-ligente vo-você Pance-ceta!
Bisteca – Não pense assim Costelinha! Panceta como você pode comprar outro
sapato? Não é possível que você ache isso mais fácil do que aprender a amarrar o
próprio cadarço.
Panceta – Eu prefiro evitar a fadiga!
Bisteca – Preguiçoso! Agora a vida não é só videogame, jogos no celular e vídeos na
internet não ouviu bem? Mas, como você disse, não sou seu pai, nem sua mãe! Agora é
cada um por si! Vou é construir logo meu chiqueiro e ficar aquecida e protegida no
meu lar doce lar.
Costelinha – O que-que será que o pa-papai deixou de presente para ca-cada um de
nó-nós?
Panceta – É verdade! Vamos abrir? Tomara que seja uma carta dizendo que foi uma
brincadeira e pedindo para gente voltar.
Bisteca – Não mesmo.
Costelinha – Eu pri-primeiro então! (Abre a caixa) Olha só um cofrinho de humaninho.
(para plateia – o cofrinho é um pouco maior que o convencional). Afinal de co-contas
se vocês usam cofri-frinho de porquinho, a ge-gente pode usar confri-frinho de
humaninhos, e já vem com dinheirinho de-dentro (balança – barulho de moedas).
Ganhei um marte-telo também. Como o martelo faz? (som de martelo e incentiva as
crianças a repetirem – o martelo é bem cênico e grande, fora do padrão normal).
Muito legal e olha que fofo, o papai e a mamãe mandaram meu copi-pinho e com
suquinho e tudo (Costelinha não larga o copo). Tem tampinha, canudinho e uma
fotinha nossa também Bisteca (toma - barulho de quem está sugando o liquido pelo
canudo). Que refrescante!
Bisteca – Isso será muito útil na construção do seu chiqueiro Costelinha. E com esse
dinheiro você poderá comprar os materiais e os móveis também (abre). Meu cofrinho
está aqui e eu ganhei um serrote! (áudio de serrote e incentiva as crianças a fazerem
o som e o gesto). Também é muito útil e você Panceta? O que ganhou?
Panceta (abre a caixa e fica decepcionado) – Eu ganhei uma...broxa! (áudio de fom-
fom-fom).
Costelinha – Bro-broxa?

Panceta – É...broxa!(para Bisteca). Não vai dizer que é muito útil?


Bisteca – É que....eu acho que...você pode precisar em algum momento né, talvez,
quem sabe?
Panceta – Isso não serve pra nada! O Martelo martela (som), o serrote serra (som), e a
broxa (fom-fom-fom)? Faz o que?

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Costelinha – Ela bro-broxeia? Bro-broxura? Bro-broxete-teia? Bro-broxariza? É eu te-
tentei!
Bisteca – O papai deve saber o motivo de dar esses presentes para cada um. Vamos
confiar nele como bons Porcastros que somos. Esse campo está ótimo para
construirmos nossos chiqueiros. O que vocês acham?
Panceta – Para mim tanto faz.
Bisteca – Bisteca e Costelinha austeridade nos gastos com o dinheiro do cofrinho hein.

Costelinha – O que é auste-teridade Bisteca?


Bisteca – É rigor nos gastos meu irmãozinho. Vamos colocar a mão na massa, apertar o
cinto e trabalhar. Mãos a obra garotos (Cantam enquanto vão construindo os
chiqueiros).
Música 2 Porquinhos se apresentam.
SE VOCÊS NÃO CONHECEM A FAMÍLIA PORCASTRO
ENTÃO CONFIRAM A POSE DE RETRATO
PELOS PAIS AMADOS NÓS OS TRÊS PORQUINHOS
FOMOS AVISADOS: VÃO, E CONSTRUAM SEUS CHIQUEIRINHOS.
O MAIS NOVO DE NÓS É O COSTELINHA
GA GA GA GAGUEJA, É UMA GRACINHA
MAS O QUE ELE É? DIZ AÍ COSTELINHA
- SO SO SO SOU UMA CRIANCINHA.
A DO MEIO É A IRMÃ BISTECA
É INTELIGENTE , PARECE SAPECA
MAS O QUE ELA É? DIZ AÍ BISTECA
- SOU BOA DE CUCA E PAREÇO UMA BONECA!
O MAIS VELHO MEIO SABICHÃO
É O PANCETA SÓ PENSA EM DIVERSÃO
MAS O QUE ELE É? DIZ AÍ PANCETA
- TENDO GRANA E GAME, A VIDA É UMA TRETA !
QUE BOM CONHECÊ-LOS, AMIGUINHOS
OLÁ DE NOVO, SOMOS OS TRÊS PORQUINHOS! EBA!
(B.O.)

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(Lobo entra e uiva).
Lobo – Não há nada que eu não goste, odeie e deteste mais que porcos (estufando o
peito). Então esses dois porquinhos e essa porquinha acham mesmo que podem
construir seus chiqueiros imundos na minha floresta? Eu não gosto, eu odeio, eu
detesto, eu abomino porcos (sempre estufando o peito) e farei de tudo para impedir
que eles construam aqui seus lares e sejam atrizes para sempre. É assim que fala?
Acho que sim (gargalhada maléfica e uivo). Parece que eles estão voltando, é melhor
eu me esconder.
Panceta – Se eu tivesse morando na casa do papai porco ainda, eu poderia usar esse
dinheiro para comprar um jogo de vídeo game muito irado e não precisaria gastar com
materiais de construção e móveis. Apesar que eu estou numa floresta, aqui tem
madeira e terra, talvez eu não precise usar esse dinheiro para isso e depois eu dou um
jeito nos móveis. O papai deu o dinheiro para mim e agora ele é meu, eu posso usar
como quiser. Imagine que vou deixar aquela bobona da Bisteca me dizer o que devo ou
não fazer, vou lá buscar meu cofrinho e gastar tudinho em bobagens.
Lobo (estalo) – Tive uma ideia! Esse porco fedido está no prato, não vai nem conseguir
construir seu chiqueiro por essas quitandas. Também não lembro se é assim que fala,
mas, é melhor eu ir, volto já (transição – Lobo reaparece como vendedor de jogos
eletrônicos e fala em tom de anúncio – logo entra Panceta). Olhem só, os últimos
jogos de vidro-game, os mais pirados do momento. Precinho show de cola na minha
mão hein!
Panceta – Hei moço, quanto custa o jogo?
Lobo – De vidro-game?
Panceta – É videogame que fala!
Lobo – Foi isso que eu disse vidro-game. Vai querer um (mostra e Panceta fica
interessadíssimo por um jogo tomando da mão do lobo).
Panceta – Esse jogo é demais, eu não o achei para comprar ainda e você tem!
Lobo – Sim, todo mundo está dizendo que esse jogo é pirado. Vai levar um?
Panceta – Irado, o jogo é irado!
Lobo – Foi isso mesmo que eu disse. Pirado!
Panceta – Enfim, me dá ele aqui logo e pode ficar com o troco, é só quebrar o cofrinho.
(saindo).
Lobo – Muito legal fazer negócio com você. Você foi um ótimo paciente.
Panceta (fora de cena) – Cliente, eu fui um ótimo cliente.
Lobo – Foi isso que eu disse, paciente! (Olha porquinho indo embora mostra a língua
e se volta para plateia). Bobalhão! Um porco já está fora da macarronada (pensa).

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Acho que acertei dessa vez. Só faltam dois e eles não vão me escapar porque eu não
gosto, eu odeio, eu detesto, eu abomino e quero que eles vão para a Cochinchina. (fala
isso sempre estufando o peito).
Música 3 – Lobo
...PORQUE EU NÃO GOSTO, EU ODEIO, EU DETESTO, EU ABOMINO E QUERO QUE
ELES VÃO PARA A COCHINCHINA
SOU UM LOBO LEGAL

ME CHAMAM DE LOBO MAU


MAS QUEM ME CONHECE DIREITO
SABE A VERDADE DA HISTÓRIA
EU POSSO TER MEUS DEFEITOS
MAS PORCOS EU CORRO ATRÁS
PORQUE É ASSIM QUE ACONTECE, AFINAL
LOBO NADA DE BOBO, SIGO ASSIM MINHA SINA
QUERO QUE OS PORQUINHOS VÃO DE VEZ PRA CONCHINCHINA
AUU, AU UU A
AUUUUU AU UUAAAAAAAAAAAAAAAAAA U A!
Lobo Sai de Cena entra Panceta e Costelinha tomando seu suquinho.
Costelinha – Oi Pance-ceta. O que é isso na sua mão?
Panceta – Um jogo mega irado que comprei.
Costelinha – Comprou? Com qual di-dinheiro? (Pensa). Você não uso-sou o dinheiro
que o pa-papai porco deu não né?
Panceta – Eu tenho minhas economias sabia Costelinha? Mas, estou chateado. Trouxe
o videogame, tenho um jogo novo, mas, vou precisar de dinheiro para a televisão,
afinal aquela ficou na casa do papai e da mamãe (estalo – repara na mão de
Costelinha). O que é isso aí com você?
Costelinha – Meu co-cofrinho ué. Estava indo comprar as coisas para constru-truir meu
chique-queirinho!
Panceta – (para si) Tive uma ideia. (para costelinha) Mas por que você não vai
descansar meu irmãozinho? Eu estava indo buscar os meus materiais já, posso trazer
os seus, só você me da seu cofrinho aqui e (tenta pegar e Costelinha vira).

Costelinha – Mas, cade-de seu cofri-frinho?

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Panceta – Meu cofrinho? (disfarçando). Eu já fui na loja, escolhi e deixei
pago agora é só buscar o meu e o seu, me da aqui vai (tenta pegar
novamente e Costelinha esquiva).
Costelinha – Mas, não é muita co-coisa para você carrega-gar sozinho? Eu
posso ir co-com você!
Panceta – Melhor não, afinal a estrada é perigosa, lembra a história de
cães do mato, raposas e lobos? (Tenta pegar e ele esquiva pela terceira
vez, sempre acompanhado de áudios).
Costelinha – Junto-tos, um protege o outro.
Panceta (muda o tom – como uma bronca) – Costelinha, eu sou seu irmão
mais velho, se estou falando que é perigoso é por que é, me dê agora esse
cofre que eu vou te trazer tudo e pronto. Fique descansando e nada de
contar para a Bisteca.
Costelinha – Po-por que?
Panceta – Quero fazer uma surpresa. Posso? (Costelinha entrega o
cofrinho e ambos saem para lados opostos – transição – entra Lobo que
está sempre acompanhando tudo).
Lobo – Então esse porquinho é bem do trapaceiro e contra o próprio
irmãozinho. Eu já não gosto dos porcos, eu odeio, eu detesto, eu abomino
e quero que eles vão para a Cochinchina e o raio que os parta e agora
ainda mais, afinal para nós lobos, a família, a nossa matilha é sagrada
(uiva). E por isso que agora serei um confiável vendedor de televisão.
Sigam-me os troncos (pensa e sai – transição – entra Lobo com TV e em
seguida Panceta). Quem procura uma TV de ultima digitação para jogar os
melhores vidro-games pirados do momento.
Panceta – É última geração e os videogames são irados. Você me lembra o
vendedor de jogos sabia?
Lobo – Somos uma família de vendedores. Ele é meu primo de terceiro
degrau.
Panceta – Terceiro grau
Lobo – Sim foi isso que eu disse. E aí vamos fazer negócio na TV.

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Panceta (Pensa) - Será que o Costelinha vai ficar triste com essa situação?
(Entra Costelinha como em um pensamento em um foco de luz).
Costelinha (superfeliz) – Claro que na-ão, use todo o meu di-dinheiro e
me deixe sem te-ter onde morar meu irmãozinho.
Panceta – E a Bisteca o que vai achar disso?
Bisteca (superfeliz) – Eu estou achando superlegal. Eu quero mais que
você gaste todo o dinheiro com bobagens (pisca e faz sinal de joia).
Panceta – Pronto, com o apoio deles agora fico mais aliviado. (para o
Lobo) Negócio fechado! (apertam as mãos e saem – Pancenta sentado
jogando videogame – áudio – entra Costelinha).
Costelinha – Ago-gora você tem uma televisão também? Mu-muitas eco-
conomias, parabe-béns! Co-comprou o mate-terial para meu chi-
chiqueirinho?
Panceta – Então (começa a procurar e vê um montante de palha no
cenário). Aqui estão!
Costelinha – Pa-palha?
Panceta – Sim pa-palha! Me disseram na loja que essa floresta é muito
quente e que palha é o melhor material para sua casa ficar sempre arejada
e seu suquinho estar sempre fresquinho.
Costelinha - Pu-puxa. Se você diz! E você, vai fazer de pa-palha também?
Panceta – Eu não! Vou fazer de (repara e vê alguns gravetos)...gravetos
mesmo! Prefiro um chiqueiro mais iluminado e pelas frestas dos gravetos
entrará bastante luz. (Entra Bisteca com sua maleta do início).
Bisteca – Então meus irmãozinhos estão prontos para construirmos nossos
chiqueiros?
Costelinha – Sim! (Muito animado).
Panceta – Acho que sim! (bem desanimado).
Bisteca – Então vamos!

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Música 4 - Construção dos Chiqueiros Am F Dm E
COSTELINHA

CHIQUEIRO DE PA PA PA PALHA

SERÁ FRESQUINHO E GE GE GE LADINHO

VAI FICAR O MEU SUQUINHO

E PRO PRO TE TE GIDO FICAREI E E E E E EI (BIS TODOS)

PANCETA

O MEU CHIQUEIRINHO ILUMINADO SERÁ PERFEITO

ELE É FEITO DE GRAVETO MUITA LUZ NELE ENTRARÁ

MUITA LUZ NELE ENTRARÁ

A TELEVISÃO E O VIDEO GAME

VÃO SER PURA DIVERSÃO, ISSO SIM, SENDO SINCERO, PODES CRER - ME ALEGRARÁ (BIS TODOS)

BISTECA

COM TIJOLOS E CIMENTO ERGUEREI O MEU CHIQUEIRO

PRA ISSO TENHO DINHEIRO E PAPAI SE ORGULHARÁ

NELE RECEBER TODA A FAMÍLIA, COM JANTAR DE REALEZA

FIRME E FORTE COMO AÇO, VOU TER UMA FORTALEZA

E SEMPRE COMEMORAR (BIS TODOS)

TODOS

UM DOIS TRÊS É HORA DE CONSTRUIR

UM DOIS TRÊS É HORA DE SE MUDAR

OS TRÊS PORQUINHOS JÁ ESCOLHERAM O SEU LUGAR

É UM, É DOIS, É TRÊS , É JÁ!!!

Os porquinhos erguem os três chiqueirinhos no final da música.


Bisteca – Enfim prontos. Mas, gravetos e palha? É seguro?
Costelinha – É fre-fresco
Panceta – E iluminado.
Costelinha – E a su-sua?
Bisteca – Tijolo e muito cimento. Forte feito rocha dura.
Costelinha – Uau!
Bisteca – Estou orgulhosa pela parcimónia que tiveram na construção do nosso
chiqueiro.
Costelinha – O que é pa-parcimónia Bisteca?

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Bisteca – É moderação, sobriedade nas atitudes Costelinha. (Lobo os assusta).
Lobo – O que é isso aqui? Vocês conseguiram construir os chiqueiros de vocês?
Todos – UM LOBO? SOCORRO! (Tremendo, juntos e batendo queixos).
Lobo – Agora eu acabo com vocês seus porcos expedidos!
Todos – EXPEDIDOS?
Bisteca – Senhor Lobo, você não quis dizer fedidos?
Lobo – Exato, expedidos!

Panceta – Acho que conheço esse lobo de algum lugar (duvida). (UIVO).
Todos – SALVE-SE QUEM PUDER!
Saem correndo – música de Desenho Animado.
Bisteca – Esperem. Logo vamos cansar, melhor nos disfarçarmos (sai pega alguns
acessórios e voltam) Tomem, coloquem isso! (entra Lobo).
Lobo – Ei, você viu algum porquinho com a barriga bem marimbonda passando por
aqui?
Bisteca – Barriga redonda você quis dizer?
Lobo – Isso, marimbonda! Foi o que falei!
Bisteca – Eu não vi nadinha. Você é o primeiro bicho diferente que vejo por aqui.
Lobo – Ei você! Viu algum porco passar por aqui?
Panceta – Sim!
Lobo – E para onde foram?
Panceta – Para lá! (Cruza os braços).
Lobo – E você? Você tem que ter visto algum porquinho passar por aqui.
Costelinha – Um porqui-quinho? Com um focinho que parece uma tomada?
Lobo – Sim parecido com o seu.
Costelinha – Um porqui-quinho com um rabi-binho toim-nhoim-nhoim que parece um
saca-ca rolha?
Lobo – Sim, alias bem parecido com o seu.
Costelinha – E uma barrigui-guinha cheia e marimbonda? Quer dizer! Redonda?
Lobo – Exato, idêntica a sua.
Costelinha – Eu não vi-vi nada!

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Lobo – Que droga (saindo) Espera aí! Você é um porco. Todos vocês são. Tentaram me
esganar!
Todos – É ENGANAR!
Lobo – Eu pego vocês!
Todos – SOCORRO! (Porcos se escondem cada um em seu chiqueiro).
1º Chiqueiro de Palha – Costelinha.
Lobo – Você acha mesmo que esse chiqueiro de palha vai te proteger?

Costelinha – Pelo me-menos é fresqui-quinho!


Lobo (Estufando cada vez mais o peito) - Eu não gosto de porcos, eu odeio, eu
detesto, eu abomino e quero que eles vão para a Cochinchina e o raio que os parta
(Sopra e derruba o chiqueiro de Costelinha).
Costelinha – Não me machu-chuqe!
Lobo – E agora o que você vai fazer? (Costelinha solta um pum bem alto).
Costelinha – Ops. Tenho um estoma-mago sensível!
Lobo – Seu porco! Meu nariz que é sensível! (Costelinha aproveita e foge parao
chiqueiro de gravesto de Panceta). Volte aqui.
Costelinha (para Panceta) - Você não di-disse que o chiqueiro era seguro?
Panceta – Eu disse que era fresco! (Para si) Esse Lobo me enganou e ficou com todo o
dinheiro.
2º Chiqueiro de Gravetos – Panceta.
Lobo – Você acha mesmo que esse chiqueiro de gravetos vai proteger vocês?
Costelinha – Pelo me-menos é fresqui-quinho!
Panceta – E iluminado!
Lobo (Estufando cada vez mais o peito) - Eu não gosto de porcos, eu odeio, eu
detesto, eu abomino e quero que eles vão para a Cochinchina e o raio que os parta
(Sopra e derruba o chiqueiro de Panceta).
Lobo – E agora o que vocês vão fazer? E nada de puns (tapando o nariz). Estou
protegido (Panceta solta um arroto ensurdecedor). Oh não! Seu porco sem educação,
meus ouvidos (solta o nariz). E esse cheiro de feijão! Que horror!
Panceta – Eu comi no almoço. FOGE! (Correm para o chiqueiro de Bisteca).
Bisteca – Eu disse que o chiqueiro de vocês não era seguro. Mas, aqui estamos
protegidos. O chiqueiro é de alvenaria, com muitos tijolos e cimento.
Costelinha – E mesmo assim é fresqui-quinho.

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Panceta – E iluminado!
3º Chiqueiro de Cimento e Tijolo – Bisteca.
Lobo – Não importa do que esse chiqueiro é feito. Eu vou derrubar. (Estufando cada
vez mais o peito) - Eu não gosto de porcos, eu odeio, eu detesto, eu abomino e quero
que eles vão para a Cochinchina e o raio que os parta (Sopra e derruba o chiqueiro de
Panceta). Como assim? (Repete). Eu não gosto de porcos, eu odeio, eu detesto, eu
abomino e quero que eles vão para a Cochinchina e o raio que os parta. Estou quase
sem folego. (Repete novamente). Eu não gosto de porcos, eu odeio, eu detesto, eu
abomino e quero que eles vão para a Cochinchina e o raio que os parta. (Não
consegue). Esse chiqueiro é muito persistente, não vou conseguir derruba-la.
Bisteca – O chiqueiro é resistente seu bocó. Fala direito RESISTENTE. E você não vai
mesmo conseguir derrubar ele.
Lobo – Eu vou embora, mas, eu vou voltar para pegar vocês e principalmente esse
porco trapaceiro e encanador do chiqueiro de graveto (sai de cena).
Costelinha – Porco trapaceiro e encanado-dor?
Bisteca – Deve ser enganador. Mas, o porco da casa de graveto é você Panceta. Você
conhecia o lobo?
Panceta – Euuuuu? Jamais! Eu cheguei aqui na floresta junto com vocês, não conhecia
ninguém. Acho melhor descansarmos e termos muito cuidado amanhã (Transição –
Amanhece – Galo cacareja e Toc – Toc na casa dos Porquinhos).
Costelinha – Quem se-será?
Bisteca – Deixe que eu converso. Pois não?
Lobo (disfarçado) – Olá bom dia. Eu sou enfermeira do programa Floresta da Família e
nós viemos avaliar se há copos de dengue no seu chiqueiro.
Panceta – Copos de dengue?
Costelinha – Eu conhe-nheço alguém que fala assim. Mas que-quem? Que-quem?
(Incentivam a plateia).
Bisteca – Claro só podia ser você Lobo. E é focos de dengue e não, não há focos de
dengue no meu chiqueiro; eu coloco terra nos pratinhos das plantas, tapo os ralos e
não deixo água parada em lugar nenhum. Sou deveras cuidadosa com isso.
Costelinha – O que é deveras?

Bisteca – Quer dizer que sou verdadeiramente cuidadosa Costelinha. Vá embora, seu
disfarce não funcionou dessa vez.
Lobo – Ora vocês, seus porcos! Mas, isso não termina aqui, eu vou voltar! Eu vou. Nem
se for para pegar o porco do chiqueiro de gravetos somente (sai).

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Bisteca – Tem certeza que esse Lobo não conhece você?
Panceta – Claro que sim! (disfarçando). Agora vamos almoçar que eu preparei uma
lavagem deliciosa de cascas de frutas. (Transição – Toc-Toc novamente).
Bisteca – Mal acabamos de nos mudar, construir nossos chiqueiros e já temos tantas
visitas. Quem está aí fora?
Lobo (disfarçado) – Aqui é o entregador do PorcoFood. Tem uma entrega
para...para...(duvida)

Costelinha – Biste-teca?
Lobo – Isso Biste-teca!
Costelinha – É pra voce-cê!
Bisteca – Fica quieto Costelinha, eu não pedi nada! Já imagino quem seja. Qual o
pedido?
Lobo – É um sanduiche de assunto.
Bisteca – De presunto?
Lobo – Isso. Vem pegar logo aqui fora.
Panceta – A gente não come presunto, não comemos uns aos outros, não somos
canibais.
Lobo – Eu conheço essa voz, você é o que eu quero mais pegar. Seu porco trapaceiro.
Enganando a própria família.
Bisteca – O que ele quis dizer com isso?
Panceta – Suma daqui. Já descobrimos que é você Lobo. Xô!
Lobo – Eu vou, mas, ainda volto! Ah se volto (sai de cena).
Bisteca – Ainda estou com o que ele disse aqui na cachola!
Costelinha – Eu também ouvi-vi!
Panceta – Agora é hora da nossa soneca da tarde e depois eu preparo o jantar (tic-tac
do relógio e despertador – toc-toc).
Panceta – Dessa vez eu atendo a porta!
Bisteca – Cuidado Panceta! Quem está aí fora?
Lobo (disfarçado) – Meus queridos sombrinhas. É a Tia Porcalha, vim visitar vocês,
conhecer os chiqueiros novos meus filhos.
Panceta – Nós temos uma Tia Porcalha?

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Lobo – Claro que sim, sou uma tia distante do pai de vocês. Sou velhinha. Não vão me
deixar aqui no sereno sozinha. Abram a casa meus sombrinhas.
Costelinha – Sombri-brinhas?
Bisteca – Se você é nossa tia. Qual nosso sobrenome?
Lobo – Sobrenome? O mesmo que o meu ué.
Panceta – E qual é?
Lobo – Silva!

Bisteca – Silva?
Lobo – Digo, Souza.
Panceta – É o Lobo!
Bisteca – Sim, mas, cansei de me esconder, vamos enfrenta-lo.
Costelinha – Mas, co-como?
Bisteca – Com os presentes do papai.
Costelinha – Isso me-mesmo!
Bisteca – Estamos saindo Tia Porcalha.
Lobo – Agora eu pego esses porcos (muda voz). Que bom meus sombrinhas!
Porcos saindo, áudio de porta abrindo, um passo de cada vez – Bisteca percebe
Bisteca – Você não vem Panceta?
Panceta (receoso) – Estou logo atrás de vocês. (Barulho de porta fechando – porcos
de frente ao Lobo – ele tira o disfarce).
Lobo - Eu não gosto de porcos, eu odeio, eu detesto, eu abomino e quero que eles vão
para a Cochinchina e o raio que os parta. Agora pego vocês!
Bisteca – Não, nós que pegamos você. ATACAR! (Correm atrás do Lobo, Panceta recua
– Cena volta com porco atacando eles).
Bisteca – Panceta faz alguma coisa!
Panceta – O que vou fazer com uma broxa? (Estalo) Já sei (Sai de cena e volta com um
balde escrito cola – ataca Lobo).
Lobo – Eu vou contar tudoooo!
Panceta – Nãooooo (cola a boca e as mãos do Lobo). Pronto agora ele não vai
derrubar mais os chiqueiros de ninguém.
Bisteca – E você? Vai abrir a boca e contar a verdade Panceta? Ou eu vou precisar
descolar a boca do Lobo?

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Panceta – Eu falo. Eu sou o vilão dessa história. Fiz o que pode acontecer de pior,
mentir para quem se ama e nos ama. Eu menti para você Costelinha, te enganei. Gastei
o dinheiro do meu cofrinho com bobagens e depois usei o seu também. Isso nos
deixou desprotegidos e a ponto de sermos atacados pelo Lobo. Depois da mentira
contada eu só consegui continuar mentindo e enganando.
Costelinha – Você me trai-iu?
Panceta – Sim e sinto muito por isso.

Bisteca – Que situação desarrazoada!


Costelinha – O que significa de-desarrazoada?
Bisteca – Sem razão, fundamento, função.
Costelinha – Eu to-to desarrasado isso sim! Invente-tei agora!
Panceta – Me perdoem.
Bisteca – Eu queria saber por que esse Lobo nos odeia tanto, por que não quis nos
comer e só quis fossemos embora daqui.
Panceta – Isso eu já não sei. (Lobo se solta – tensão).
Lobo – Fiquem tranquilos. Eu não vou atacar vocês. Não somos nós Lobos que
atacamos os porcos. Vocês que nos atacaram. Atacaram minha matilha e destruíram
nosso lar. Só eu que sobrei para contar a história.
Costelinha – Que tri-triste!
Bisteca – Por isso você valoriza tanto a família e se chateou com o que o Panceta fez
com a gente.
Lobo – Exato. Desde então protejo a floresta de vocês porcos (mostra a foto).
Bisteca – Espere, mas, isso são javalis, porcos do mato. Somos animais domésticos.
Lobo – Mas tem focinho de tomada, rabinho de saca folha e tudo mais.
Bisteca – Saca rolha. Mas, são outros animais, olha os dentinhos do lado da boca.
Lobo – Verdade!
Costelinha – É um primo distan-tante e malvadão. Tipo você e os lobi-bisomens sabe?
Lobo – Entendi. Então me desculpe por destruir o chiqueiro de vocês.
Bisteca – Você não sabia. E outra, esses dois, mas, principalmente o Panceta vão
precisar construir chiqueiros novos.
Panceta – Estou envergonhado. Com certeza vou trabalhar muito para construir um
chiqueiro seguro e fresquinho para você Costelinha.
Lobo – E eu quero muito ajudar.

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Panceta – Vocês me perdoam?
Lobo – E a mim? (um do lado do outro – Bisteca e Costelinha se olham e concordam).
Bisteca e Costelinha – Claro que sim!
Lobo (os abraçando) – Agora vamos ser ambíguos para lente!
Os Porcos (corrigindo)– Amigos Para Sempre (se olham e repetem) ambíguos para
lente.
Música 5 Final das Personagens.

PRESTE ATENÇÃO, NÃO VÁ SE ENGANAR


NEM TUDO NA VIDA É O QUE PARECE SER
ANTES DE AGIR POR IMPULSO PENSE BEM
OU RECEBERÁ O QUE TALVEZ NÃO MERECER
QUEM ENXERGA LONGE NÃO FAZ BESTEIRA
E SERÁ FELIZ, VIRA BRINCADEIRA
{{{AMIGOS SE TORNAM FAMÍLIA
FAMÍLIA É O QUE NOS FAZ CRER
NA HORA DO AMOR É VIGÍLIA
E JUNTOS NINGUEM VAI SOFRER}}} BIS
E COMO DISSE O LOBO
AMBÍGUOS PARA SEMPRE
MAS O QUE QUIS DIZER
FOI: AMIGOS PARA SEMPRE
AMIGOS PARA SEMPRE
AMIGOSSSSSS PAAAAARA SEMMMMMPREEEEE!
“Estivemos aqui HOJE teve teatro
A peça de hoje foi muito legal
Venha com a gente na outra viagem,
de lindas histórias que vamos contar.
Fazemos de tudo, de noite e de dia,
Para te ver feliz e para te alegrar
Grupo Melancia agradece a todos, muito obrigado por nos prestigiar”.
FIM

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