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Luan: um bruxinho
muito aluado
Personagens:
2022.1
Cena I
Cortinas fechadas. Música de plateia. Entrada do narrador. Ele chega todo
atrapalhado carregando uma mala. Dentro dela muitos livros. Uma figura
a lá “Chapeleiro Maluco” ou “Marquês de Sabugosa”. Ele vai até o centro
do palco.
Narrador: _Bom dia, meninas e meninos! Bom dia, mamães e papais. Titias e
titios. Vovós e vovôs!!! Quero saber se vocês sabem quem eu sou? Não?!!! Ah,
mas é claro que não sabem. Eu ainda não me apresentei para vocês. Eu sou o
narrador. Me chamo Imaginário. É. Eu sei. Eu sei. É um nome diferente, né?! I-
MA-GI-NÁ-RIO. Foram os meus pais que escolheram. Eu sou filho da Dona
Criatividade e do Senhor Pensamento. Bem, isso fica para uma outra ocasião.
Vamos ao que interessa. Eu vivo de inventar e contar histórias. E hoje, eu vou
contar uma história para vocês. É a história do Luan, um bruxinho muito
aluado. Eu sei, eu sei, eu sei... vocês vão dizer que já ouviram uma história
bem parecida por aí...mas pode ter certeza...a minha é muito melhor. É quase
uma história de terror. Tem muitos bruxos. Muitos feitiços. Mas podem ficar
tranquilos, a única magia que esses bruxos podem fazer é transformar essa
história em uma grande diversão. Bem, mas agora...sem mais delongas...a
história vai começar.
Música. Abrem-se as cortinas. Vê-se a princípio o interior de uma
pequena casa. É uma casa simples e colorida. De um lado para o outro,
vemos passar Anabel e sua mãe. Elas estão atrapalhadas fazendo bolos e
doces. Passam de um lado a outro da cena, carregando frutas, caixas,
alguns bolos já prontos. Anabel fica cansada de tanta correria e senta-se
para descansar.
Anabel: _Mamãe, para que a senhora está fazendo tantos doces e bolos?
Daqui a pouco não teremos mais espaço nessa casa. Vamos ter que nos
sentar e até dormir em cima dos biscoitos, dos croissants e das tortas.
Mãe: _Ah, minha filha, eu recebi uma grande encomenda. É de uma senhora
que está se mudando aqui para a Floresta Encantada. Ela disse que quer
cobrir a casa toda com doces e bolos.
Anabel: _Cobrir a casa toda de doces!!
Mãe:_É! Veja só! Como tem gente doida nesse mundo!
Anabel: _Uma casa cheia de doces!! E onde ela vai morar, mamãe?
Mãe: _Ah! É falou que bem no meio da Floresta, numa casa mais afastada. Ela
me pareceu ser uma senhora bem discreta, meio reservada demais. Enfim,
cada louco com sua loucura. Mas pelo que eu entendi, a casa dela fica um
pouco depois da casa do Joãozinho e da Maria.
Anabel: _Joãozinho e a Maria!?! Os meus amigos da escola?!
Mãe: _Eu tenho certeza que eles vão adorar morar pertinho de uma casa cheia
de doces. Mas, agora eu não posso parar mais nem um segundinho. Senão
não vou conseguir entregar os doces a tempo. Tenho que fazer mais uma
partida de bombons de caramelo. Ai que delícia!
Anabel: _Mamãe, mamãe, mamãe!!! E onde está o papai?! Ele tinha prometido
me levar no parque o hoje à tarde.
Mãe: _Ai, minha filha. O seu pai vai te levar ao parque outro dia. Você não
pode nem imaginar. Seu pai está atarefadíssimo. Você acredita que chegaram
aqui em casa três irmãos querendo contratá-lo para construir as casas deles.
Eles são de uma família superimportante na região: a família Leitão.
Anabel: _Família Leitão?!
Mãe: _Isso mesmo! Eles são bem elegantes, minha filha. Você tinha que ver.
Um deles quer fazer uma casa toda de palha. Onde já se viu isso, gente?!! Eu
achei uma ideia horrorosa, mas...gosto é gosto, não é mesmo?! O outro quer
fazer uma casa de madeira. Eu achei uma ideia chiquérrima!!! Mas, se pegar
cupim, ihhh!!! Agora, o último, esse pensou bem. Ele vai fazer uma casa de
tijolos. Uma casa bem grande. O seu pai me disse que a casa vai ter até um
chiqueiro. Vê se pode!
Anabel: _Poxa. Eu queria tanto ir ao parque...
Mãe: _Você vai ter muito tempo para ir ao parque, minha filha. Agora você vai
ajudar a mamãe preparar os docinhos.
Anabel: _Ah!!! Mas essa semana eu não consegui nem brincar direito com os
meus amiguinhos. E nem visitar a minha avozinha.
Mãe: _Verdade! A sua avozinha ficou doentinha esses tempos...tenho que
mandar você levar uns docinhos para ela. Mas, isso fica para outro dia. Hoje,
eu preciso fazer ainda uma geleia de frutas vermelhas. Ah! Tive uma ideia!
Você pode colher para mim algumas frutas silvestres. Quero que pegue
algumas cerejas e amoras, mas bem madurinhas. Assim você me ajuda e se
diverte um pouco. Que tal?!
Anabel:_Oba, mamãe!!! Eu vou sim!!! E vou levar a minha flauta para ir
treinando para as aulas de música.
Mãe: _Ah, ah, ah, ah, ah!! Mas não vá demorar muito. Não quero ver você
zanzando demais pela Floresta. Desde que começaram a lotear essa região,
isso daqui virou uma verdadeira metrópole! Não temos mais o sossego e a
segurança de antes. Eu não quero saber de você falando com estranhos,
heim!!! Você acredita que teve uma princesa que perdeu um sapatinho numa
festa por aí e agora um príncipe está batendo de porta em porta pedindo para
as mulheres calçarem o tal do sapatinho para encontrar a tal da princesa! Vê lá
se eu vou sair calçando um sapato que já passou de pé em pé e deve estar
cheio de chulé. De jeito nenhum, mais fácil ele ter mandado fazer um retrato
falado.
Anabel:_Está bem, mamãe. Não vou falar com nenhum estranho.
Mãe: _Ah, ah, ah, ah, ah! E também não quero você falando com nenhum
animal.
Anabel: _Falar com animal!!! Como assim mamãe?!
Mãe: _Não ficou sabendo da Alice? A filha do vizinho da rua de trás. Pois eu te
conto. Ela começou a falar com um coelho. Saiu correndo atrás de um coelho.
Caiu na toca do coelho. Se não fosse os bombeiros a tirarem de lá. Tava
dentro da toca do coelho até hoje. E parece que ela ficou meio abilolada. Está
dizendo para todo mundo que foi para o País das Maravilhas. Se essa moda
pega...!!!
Anabel: _Está bem, mamãe. Nada de falar com os animais. Agora eu já posso
ir?
Mãe: _Ah, ah, ah, ah! Mais uma recomendação. Não vá para perto do pântano
e das árvores com espinhos.
Anabel: _Mas mamãe!!! Lá é onde ficam as amoras e as cerejas mais
docinhas.
Mãe: _Eu sei, eu sei. Mas lá é muito sombrio. Quando passamos por aquele
caminho podemos ouvir gritos, gargalhadas, sons horripilantes.
Anabel: _Está bem, mamãe. Pode deixar que eu entendi tudo direitinho.
Mãe: _Então não se demore.
Anabel sai correndo em direção à Floresta. A mãe vê a filha se afastar e
começa a sentir um cheiro estranho.
Mãe: _Ai, ai, ai!!! Esqueci meus biscoitinhos de amêndoas no forno!!!
Cena III
Cena IV
Floresta Encatada. Sons de pássaros. Música leve de conto de fadas. Vê-se
Anabel colhendo algumas frutinhas. Entrada do narrador.