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UNIVERSIDADE PAULISTA MÓDULO 4

unesp Campus de Jaboticabal


FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

Departamento de Produção Vegetal


DISCIPLINA: Silvicultura 2
TEMA: Benefícios diretos das florestas 0
PROFESSORES: Sérgio Valiengo Valeri 1
Rinaldo César de Paula 6
EDIÇÃO: 03 Atualizada e Ampliada
1. CONCEITOS

Os benefícios fornecidos pelas florestas são classificados em diretos e


indiretos.
Os benefícios diretos são produtos que as florestas fornecem diretamente ao
homem, como a madeira e os extrativos. Entre as formas de utilização da madeira,
destacam-se a madeira roliça, serrada e beneficiada, os painéis de madeira, a
celulose e o papel. Entre os extrativos, destacam-se a resina, os óleos essenciais,
os taninos, os corantes e o látex.
Os benefícios indiretos são classificados em ambientais e sociais, dos quais o
homem se beneficia indiretamente. Entre os benefícios ambientais serão abordados
a conservação do solo, a produção de água, a influência sobre o clima e a proteção
da fauna e flora. Os benefícios sociais compreendem as atividades turísticas,
recreativas, educacionais e de pesquisa científica.

2. BENEFÍCIOS DIRETOS DAS FLORESTAS


O principal benefício que a floresta fornece ao homem é a madeira, da qual
são obtidos vários produtos e derivados. Os frutos comestíveis, bem como os
extrativos dos vegetais, são exemplos de outros benefícios diretos obtidos das
florestas.

Principais Usos da
1 Madeira no Mundo
UTILIZAÇÃO DA MADEIRA NO MUNDO

33%

54%

13%

Energia Celulose Construção

1 Rodopho Ortenblad e Patrícia Toth. Arquitetura & Construção, São Paulo: Editora Abril, n.3, 1995
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2.1. Principais Formas de Uso da Madeira

2.1.1. Madeira Roliça


Toras de eucalipto:
postes, serraria,
laminação construção
civil.

Klabin Fabricadora de
Papel e Celulose S.A.

É um segmento do caule da arvore que, dependendo de suas dimensões e


qualidade, pode ser utilizado para a produção de postes, dormentes, estacas,
esticadores e moirões.
Poste é o tronco da árvore devidamente descascado e classificado quanto
ao seu diâmetro e comprimento, de acordo com o uso a que se destina. O
comprimento dos postes varia de 5 a 15 metros e os mais procurados são de 7 a 10
metros e selecionados quando à retidão. Os postes são utilizados na sustentação
de linhas telefônicas, telegráficas e de energia elétrica.
Dormente é uma peça de madeira roliça ou parcialmente serrada, de
dimensões e características determinadas pelas empresas ferroviárias, que se
coloca transversalmente no leito da estrada para suportar os trilhos.
Estacas é uma madeira para ser enterrada no chão, com a finalidade de
sustentar outras estruturas.
Moirões são peças de madeira de aproximadamente 2 metros de
comprimento, utilizadas na formação de cercas. Nos cantos da cerca e a cada
intervalo de 10 a 15 metros, deve ser colocado um esticador para reforçar o
conjunto.
Os esticadores são peças maiores que os moirões (de 2,30 a 2,50 m de
comprimento), são enterrados mais profundamente e têm a finalidade de manter
esticados os arames e o reforço da cerca.
A madeira na forma roliça geralmente apresenta uma significativa camada de
alburno, bastante suscetível ao apodrecimento. Considerando que as peças
geralmente permanecem em contato com o solo, nas condições favoráveis para o
ataque dos organismos apodrecedores, é necessário que se faça o tratamento
preservativo da madeira antes de seu uso, com o objetivo de aumentar a sua
durabilidade.
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2.1.2. Madeira Serrada


É a madeira que resulta diretamente do desdobro de toros (ou toras) ou de
toretes, constituída de peças cortadas longitudinalmente por meio de serra. Toros
ou toras são peças obtidas do tronco da árvore, com casca ou sem ela, cujo
diâmetro mínimo sem casca é de 20 cm. Os toretes apresentam menor diâmetro e
menor comprimento que a tora.

Descascador:
Indústrias da
Giacomete Marodin,
município de Quedas
do Iguaçu - PR. Fonte: Taylor at al. (1978)
2.1.3. Madeira Beneficiada
É aquela produzida mediante operações industriais posteriores ao simples
desdobro. Estão enquadradas nesta categoria as peças cepilhadas ou aplainadas
em uma ou mais de suas faces ou lados, as peças macheadas, semi-terminadas,
retas ou vergadas, chanfradas, frisadas ou não.
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Fonte: CEPEA (2016)


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Madeira Serrada

Angelim Margoso
Zona da Mata Mineira 1100 R$/m³ 12/2012 EMATER - MG

Angelim Pedra
Zona da Mata Mineira 1250 R$/m³ 12/2012 EMATER - MG

Cumaru
Zona da Mata Mineira 1800 R$/m³ 12/2012 EMATER - MG

Eucalipto
Zona da Mata Mineira 800 R$/m³ 10/2013 Jadir - (31)9674-9959
Vale do Jequitinhonha 800 R$/m³ 09/2012 EMATER - MG
Sul/Sudoeste 600 R$/m³ 12/2012 EMATER - MG

Eucalipto em Tábuas
Zona da Mata Mineira 310 R$/m³ 12/2009 Intersind
Fonte: CIFlorestas (2016)

2.1.4. Painéis de Madeira


Painel de madeira é o termo geral utilizado para laminados, compensados,
chapas de partículas e chapas de fibras.
a) Laminado ou madeira laminada
É uma lâminas ou folha fina de madeira, obtida por corte rotativo, em um
torno ou por cortes planos em máquina faqueadeira ou laminadora.
As espécies mais usadas na fabricação de laminado nas regiões norte e
nordeste são: freijó, virola, andiroba, imbuia, mogno e jacarandá. Nas regiões sul e
sudeste, as principais espécies são: pinho, cedro, imbuia, mogno, jacarandá, louro,
cerejeira, angico, peroba, pau-ferro, pau-marfim e gonçalo-alves.
As toras de madeira devem ser preparadas previamente, através de um
cozimento, para facilitar o corte da madeira. O preparo das toras consiste no
amolecimento por imersão em água fervendo em tanques especiais ou por
exposição ao vapor d’água.
As toras de madeira mole, como as do pinho e cedro, recentemente
abatidas, não necessitam de cozimento, sendo processadas com a umidade
natural.
Existem três processos alternativos para a obtenção de lâminas ou folhas de
madeira: corte por serragem, corte em torno e corte em faqueadeira.
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No corte por serragem, são utilizadas serras especiais de alta velocidade,


onde as folhas são obtidas por serragem. Este processo foi o primeiro a ser
utilizado na indústria de laminados. Apesar de ser eficiente para obter folhas de
madeira dura, está praticamente em desuso, devido às perdas e ao baixo
rendimento.
No corte em torno, a tora roliça gira de encontro a uma faca afiada,
obtendo-se a lâmina desenrolada ou contínua. O comprimento das toras pode
variar de 1,20 a 4,00 m e o diâmetro mínimo das mesmas deve ser de 30 cm, para
que o processo de obtenção da folha seja economicamente viável. As lâminas, com
espessura que varia de 0,25 a 6,00 mm, são destinadas à produção de
compensados em larga escala.

Torno

(BROTERO, 1946)
No corte em faqueadeira, uma faca movimenta-se para frente e para trás,
horizontalmente, abrangendo a face plana de um pranchão ou de uma tora serrada
ao centro. A faca corta a tora no sentido radial, originando as lâminas de madeira.

Faqueadeira (BROTERO, 1946)

Este processo apresenta um rendimento mais baixo do que o corte em torno,


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porém produz uma lâmina mais decorativa, de melhor acabamento e com índices
de contração mais baixos, devido ao corte no sentido radical das toras. Geralmente
são utilizadas espécies de alto valor como mogno e imbuía.
b) Compensado ou contraplacado
É um painel formado pela superposição de duas ou mais lâminas, que são
coladas entre si de maneira que o sentido das fibras de uma lâmina seja
perpendicular ao sentido das fibras da lâmina adjacente. Geralmente, o número de
lâminas colocadas é impar e as faces externas devem ter as fibras paralelas.
O objetivo da produção de compensado é obter um painel com propriedades
físicas e mecânicas superiores às da madeira original, de grandes dimensões,
apresentando praticamente a mesma resistência em todas as direções e com
grande estabilidade dimensional, de modo a obter um melhor aproveitamento da
madeira maciça.
O processo de produção de compensados envolve cinco etapas básicas:
obtenção das lâminas; secagem das lâminas; prensagem ou colagem;
condicionamento e acabamento. O condicionamento consiste em secar o painel
que acabou de sair da prensa até atingir a umidade de equilíbrio (10 a 13%). No
acabamento final, os painéis são cortados em tamanhos comerciais, seus defeitos
são corrigidos e depois passam pela lixadeira.
Os compensados são classificados quando às suas propriedades físico-
mecânicas, podendo ser utilizados na indústria naval, de móveis e de instrumentos
musicais, na construção civil e em outras aplicações.

c) Aglomerado ou chapa de partículas


É um painel fabricado a base de partículas de madeira, aglomeradas ou
unidas através de colagem com resinas sintéticas, sob a ação de um ou mais dos
seguintes agentes: temperatura, pressão, umidade e catalizadores.
Geralmente, a matéria prima usada na fabricação do aglomerado é uma
madeira mole e branca, como a de coníferas, que é mais fácil de ser picada e
trabalhada. A madeira deve ser desprovida de casca, pois esta provoca desgaste
acentuado nas facas do picador, além de alterar a cor e a resistência do painel
obtido. Os resíduos de serraria também são utilizados como matéria prima para a
fabricação do aglomerado. Na região sul do país, são aproveitados os resíduos da
madeira de pinus, eucalipto, bracatinga, acácia-negra e pinho.
Resumidamente, o processo de fabricação de aglomerado consiste em
transformar os toretes de madeira (em geral de 8 a 30 cm de diâmetro) em
partículas, através de picadores. As partículas com espessuras de 0,2 a 0,4 cm são
reservadas para o interior ou o miolo do aglomerado e as partículas mais finas são
destinadas às camadas externas.
As partículas recebem jatos de cola de bicos pulverizadores e em seguida
são enviadas para os processos de formação das mantas e de prensagem a frio ou
a quente.
A manta pode ser formada por três métodos distintos. O primeiro forma a
manta homogênea (composta por partículas de mesmo tamanho); o segundo a
manta de densidade graduada e o terceiro forma a manta de três camadas.
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O aglomerado pode ser utilizado na indústria de móveis, casas pré-


fabricadas, portas, forros, revestimentos, divisórias, carteiras escolares,
embalagens e em outras aplicações.

AGLOMERADO: Aplicação de cola às partículas

Cilindro com bicos pulverizadores

AGLOMERADO: Formação das Mantas


A. Manta de Densidade Homogênea B. Manta de Densidade Graduada

B. Manta de Três Camadas

Esteira
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d) Chapa de fibra ou painel de fibra


É um painel feito de fibras de madeira, ao qual se dá uma compactação
através de prensas de rolos ou pratos, podendo-se adicionar agregantes ou outros
materiais para melhorar certas propriedades físico-mecânicas.
As chapas de fibras são classificadas em chapas moles e chapas duras. Na
fabricação das chapas moles, o entrelaçamento das fibras é feito sem pressão e
temperatura elevadas. As chapas moles são consideradas semi-rígidas quando
apresentarem densidade inferior a 0,15 g cm-3 e rígidas quando a densidade variar
de 0,15 a 0,40 g cm-3. As chapas moles são empregadas como isolante térmico ou
acústico em paredes de revestimento e em forros.
Na fabricação das chapas duras, o entrelaçamento das fibras é feito com
pressão e temperatura elevadas. Quanto à densidade, elas são classificadas em
média (0,40 a 0,80 g cm-3), dura (0,80 a 1,20 g cm-3) e extra dura (superior a 1,20 g
cm-3). As chapas duras são utilizadas em revestimento de paredes, lambris, face de
portas, móveis, na indústria automobilística, na construção civil e em outras
aplicações.
A matéria prima utilizada na fabricação das chapas de fibras pode ser
qualquer material fibroso, do ponto de vista técnico. Do ponto de vista industrial e
econômico, é recomendável o uso de madeira de uma só espécie de árvore, pois o
material deve ser homogêneo. As madeiras de eucalipto, apresentando densidade
entre 0,4 e 0,6 g cm-3, são as mais utilizadas e podem ser processadas com casca.
Além da água, os materiais adicionais ao processo de fabricação das chapas
de fibras podem ser a parafina, os produtos à base de lignina, os preservadores e
as resinas ou adesivos.
No processo de fabricação, os toretes de madeira passam pelo picador para
obtenção de cavacos. A seguir, os cavacos sofrem o processo de desfibramento e
as fibras obtidas vão para o tanque de armazenamento, onde é feita a mistura de
outras matérias. A manta pronta é encaminhada em esteira rolante, onde é feita
primeiramente a drenagem natural e depois a drenagem a vácuo. Ainda na esteira,
a manta passa pela prensa de rolos, obtendo-se a chapa mole.
Para a obtenção de chapa dura, prossegue-se a prensagem a quente, onde
a temperatura varia de 160 a 200 oC e a pressão de 30 a 80 kg cm-2 por 6 a 15
minutos. Na fase final, é feito o tratamento térmico durante 3 a 5 horas, para reduzir
gradativamente a temperatura da chapa e em seguida a umidificação, elevando a
umidade da chapa ao ponto de equilíbrio com o ambiente. No acabamento, a chapa
de fibra pode receber preservadores contra fungos e cupins, sofrer o corte para
adquirir o tamanho comercial, receber produtos de revestimento e retardantes de
fogo.

2.1.5. Combustíveis Derivados da Madeira


a) Resíduos florestais
A exploração florestal visa principalmente a obtenção de madeira para
serraria, madeira roliça, combustíveis, painéis e celulose. Esta madeira é
proveniente do fuste comercial, que compreende a parte do caule da árvore que vai
da cepa até a altura limitada pelo diâmetro mínimo de aproveitamento (de 4 a 8 cm
com casca ou sem casca, dependendo do uso industrial).
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Ramos
Copa
Folhas
Ponteiro
Frutos

Tronco Fuste
Casca

Raízes

Os resíduos florestais dependem das técnicas usadas na exploração


florestal. Quando se utiliza apenas o fuste comercial sem casca, os resíduos serão
a casca, a copa (compreendendo os ramos, as folhas, o ponteiro e os frutos), a
cepa e as raízes.
Como conseqüência da crise do petróleo, iniciada no final de 1973, surgiu o
interesse em utilizar os resíduos florestais, principalmente para substituir o óleo
combustível nas caldeiras das indústrias (para obtenção de energia térmica,
mecânica e elétrica).
A biomassa apresenta todas as condições para substituir o óleo combustível,
seja na forma de madeira, como lenha ou carvão, bem como na forma de resíduos
florestais.
O inconveniente da utilização dos resíduos da exploração florestal, como
fonte de energia, está ligado aos aspectos conservacionistas do solo. Os resíduos,
quando deixados no campo, têm um papel de adubo orgânico. Ao se decomporem,
os resíduos devolvem os nutrientes ao solo e parte dos mesmos é absorvida
novamente pelas árvores remanescentes da exploração (no caso de desbastes) ou
pelas árvores da rotação seguinte (no caso de corte raso ou corte final). Dentre os
componentes das árvores, as folhas e as cascas são os que apresentam maior
concentração de nutrientes e, portanto devem permanecer no campo visando à
ciclagem de nutrientes.
Para cada situação, devem ser realizados estudos para definir a
possibilidade de utilização dos resíduos da exploração florestal, bem como para
desenvolver as técnicas adequadas de exploração dos mesmos. A viabilização do
uso dos resíduos está condicionada aos aspectos técnicos, ecológicos e
econômicos.
b) Lenha
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Lenha á a madeira desdobrada em toretes de tamanhos adequados para


serem queimados ou transformados em carvão.
O comércio de lenha caracteriza-se por distribuição direta do produtor rural
ao consumidor final, existindo às vezes a participação de um intermediário. A lenha
comprada do intermediário provém dos desmatamentos e/ou da aquisição de
árvores em pé a serem derrubadas. Em ambos os casos, primeiramente existe a
seleção das toras de maiores diâmetros destinadas à serraria e outros fins, ficando
a madeira restante para o comércio da lenha, destinada em sua maior parte para o
carvoejamento e para atender outros segmentos do mercado, como as cerâmicas,
olarias e padarias.
A maior parte da madeira consumida na forma de lenha é destinada ao uso
doméstico na zona rural, principalmente para cozinhar alimentos.
A queima direta da lenha é a técnica mais simples de produzir energia a
partir da madeira. A desvantagem da queima direta da madeira reside no seu baixo
grau de aproveitamento calorífico. O poder calorífico da madeira verde varia de
2.000 a 2.500 Kcal kg-1 e o da madeira seca de 4.000 a 5.000 Kcal kg-1 de material.
c) Carvão vegetal
É o resíduo da combustão incompleta da lenha, que se dá em condições
controladas de oxigênio e temperatura acima de 300 oC. O processo de conversão
da madeira em carvão pode receber o nome de carbonização, pirólise ou destilação
destrutiva.
No processo de pirólise, a alta temperatura e a falta de oxigênio resultam na
quebra química da madeira em três grupos: a) gás não condensável, constituído
principalmente de hidrogênio, metano, monóxido de carbono e dióxido de carbono;
b) alcatrão ou óleo (volátil condensável, sendo que na temperatura ambiente
contém ácido acético, acetona e metanol); c) carvão, constituído na sua quase
totalidade de carbono puro (carbono fixo).
O rendimento de produção de carvão oscila entre 25 e 35% em relação ao
peso seco total da madeira, dependendo do processo utilizado. Os restantes, de 65
a 75%, constituem a fração de voláteis.
O carvão de madeira é composto, em média, de 2 a 4% de umidade, 75 a
85% de carbono fixo, 18 a 23% de substâncias voláteis e de 1 a 4% de cinzas.
O poder calorífico do carvão vegetal varia de 6.000 a 8.000 Kcal kg-1 do
produto, superior ao poder calorífico da lenha e inferior ao do óleo combustível do
petróleo, que varia de 9.500 a 10.000 Kcal kg-1 do produto.
No Brasil, a carbonização da madeira é feita na maioria das vezes em fornos
de alvenaria, no qual são perdidos os voláteis condensáveis e não condensáveis. A
energia dos voláteis perdidos são da ordem de aproximadamente 2.600 Kcal kg-1
de madeira seca. As substâncias voláteis podem ser recuperadas no processo de
destilação da madeira, quando se utilizam fornos com retorta. Estes fornos são
verdadeiras caldeiras, dotadas de tubulações de desprendimento de produtos
gasosos e acoplada a condensadores onde circula água fria.
A matéria prima utilizada para a produção de carvão no Brasil é constituída
principalmente de lenha proveniente de mata nativa, cerrado e de povoamentos de
eucalipto.
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O carvoejamento é uma das atividades florestais mais intensas nas


propriedades rurais, principalmente nos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e
Sul da Bahia.
O carvão vegetal é consumido em maior quantidade na indústria siderúrgica,
na redução do minério de ferro para a obtenção de ferro gusa (fundido e não
purificado) a ser usado na fabricação do aço.

Forno com retorta para recuperar alcatrão

d) Gases e álcoois
A gaseificação da madeira, um processo que tem sido praticado há mais de
cem anos, é realizada com o objetivo de produzir um combustível gasoso, com
melhores características de transporte, melhor eficiência de combustão do que a
madeira e que possa ser utilizado como matéria prima para outros processos.
Os gases produzidos podem ser usados com as seguintes finalidades: a)
combustível em fornos de cal, fornos de cerâmica, motores a diesel e a gasolina,
turbinas a gás, geradores de vapor; b) redutor direto em fornos siderúrgicos; c)
matéria prima para produção de gás de síntese para metanol, amônia e outros
produtos.
Nos gaseificadores, a madeira passa pelas fases de secagem, destilação e
gaseificação. O material efetivamente gaseificado é o carvão vegetal gerado na
pirólise da madeira. O carvão é sempre muito reativo e a sua gaseificação
propriamente dita é um processo bastante rápido. Quando se utiliza a madeira, ela
deverá sofrer primeiro o processo da pirólise, que é lento.
De modo geral, os gaseificadores foram desenvolvidos para queimar carvão
vegetal. Certamente, a maior aplicação dos gaseificadores de madeira ocorreu
durante a 2a guerra mundial. Em vários países, os gasogênios a base de
madeira foram instalados em veículos com a finalidade de fornecer combustível
para o funcionamento de seus motores.
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Gases e Álcoois
Saída de
Gaseificador: gás de topo
(110-120oC)
Zona de secagem
Saída de
gás claro
(650-700oC)
Zona de destilação

Zona de destilação
Camisa de
refrigeração
Zona de cinzas

Entrada de
Saída de
mistura ar-vapor
cinzas
oxigênio-vapor

Dos álcoois obtidos da madeira, destacam-se o metanol e o etanol.


O metanol ou álcool metílico (CH3OH) é inflamável, incolor e foi obtido
inicialmente pela destilação da madeira. Atualmente, a madeira constitui uma
terceira opção, após o gás natural e o carvão vegetal, como matéria prima para a
fabricação do metanol.
O metanol é obtido através de reação química, utilizando o monóxido de
carbono e o hidrogênio (gás de síntese) provenientes da destilação ou gaseificação
da madeira.
O etanol ou álcool etílico (C2H5OH) tem sido produzido em maior quantidade
que o metanol. A produção do etanol é feita através da hidrólise ácida da madeira
em duas fases. Na primeira fase, a madeira é decomposta em açúcares e na
segunda fase, os açúcares são fermentados, transformando-se em etanol.
A madeira para ser convertida em açúcares é transformada primeiro em
cavacos ou serragem, que serão introduzidos no digestor onde são aquecidos sob
pressão numa solução de ácido sulfúrico. No digestor, apenas a celulose é
decomposta em açúcares.

2.1.6. Celulose e Papel


A invenção do papel se deu no início da era cristã. Inicialmente, as matérias-
primas utilizadas eram preferencialmente fibras de vegetais arbustivos como o
papiro, o linho e a amoreira. Depois foram utilizadas palhas de gramíneas e fibras
de algodão para finalmente, há pouco mais de um século, adotar-se a madeira.
A madeira tornou-se a principal matéria-prima para a fabricação do papel por
apresentar as seguintes qualidades: é um material fibroso; encontra-se disponível
em grandes quantidades durante o ano todo, a sua exploração é econômica; é
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facilmente renovável, dada a capacidade de regeneração das árvores; e fornece ao


produto final as características desejadas, principalmente com relação à
resistência.
A madeira é o tecido lenhoso presente no caule das árvores, constituído de
células unidas entre si pela lignina. Estas células são ricas em celulose e por serem
alongadas, recebem o nome de fibras. Do ponto de vista industrial, as fibras ou as
células da madeira são denominadas de celulose.
A obtenção de celulose é a fase inicial da produção de papel e se caracteriza
em reduzir a madeira ao estado fibroso. Para a fabricação do papel são
adicionados à celulose produtos químicos, a fim de conferir ao mesmo
determinadas características que dependem do seu uso final.
As propriedades da celulose e do papel vão depender principalmente da
matéria-prima vegetal e do processo de obtenção de celulose utilizados pelo
fabricante. A madeira de coníferas (pinheiro e pinus, por exemplo) apresenta fibras
longas e produz papel com maior resistência do que as madeiras de folhosas
(eucalipto, por exemplo). As folhosas possuem fibras curtas e produzem papel de
melhor superfície.
A madeira pode ser processada com ou sem casca. Geralmente a casca da
madeira é removida, pois além de consumir produtos químicos, ela diminui a
resistência físico-mecânica e dificulta a purificação e o branqueamento da celulose.
Na obtenção da celulose para papel, as fibras da madeira podem ser
separadas ou individualizadas empregando-se Processos Mecânicos ou Processos
Químicos, como também uma combinação de ambos, denominados de Processos
Químico-Mecânicos ou Mecano-Químicos.
Nos Processos Mecânicos, praticamente toda a madeira é convertida em
uma pasta denominada de pasta mecânica, composta tanto de celulose como de
lignina. O rendimento destes processos varia de 90 a 97%. A maior parte da pasta
mecânica produzida é empregada na fabricação de jornal. Porém, com algumas
operações adicionais, pode-se produzir pasta mecânica de melhor qualidade,
possível de ser usada para confecção de outros tipos comerciais de papel. As
pastas mecânicas de qualidade inferior são utilizadas na fabricação de papel
higiênico, papelão e produtos moldados (suporte para ovos, pratos e bandejas de
papel).
No Processo Mecânico, a madeira a ser utilizada deve estar na forma de
toretes, limpa e sem casca, com comprimento variável de 40 cm a 2 m. O processo
consiste em se forçar os toretes contra uma pedra giratória cilíndrica ou rebolo,
imersa em água, provocando a separação mecânica das fibras.
Para se obter pasta mecânica mais facilmente e de coloração mais clara,
deve ser usada madeira de coníferas, que é leve e clara. Não obstante, a moderna
tecnologia possibilita a obtenção de pasta mecânica de folhosas.
Os Processos Químico-Mecânicos são aqueles que provocam um breve
amolecimento da madeira (na forma de toretes, lascas, cavacos ou palitos), pela
ação de um agente químico (NaOH, Na2SO3 ou NaHSO3), quente ou a frio, sob ou
sem pressão. A seguir, a madeira amolecida é desfibrada em desfibradores ou em
refinadores de disco. O rendimento dos processos químico-mecânicos varia de 80 a
85%.
As madeiras de eucalipto produzem pastas mecano-químicas de boa
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qualidade, utilizadas na fabricação de papel para jornal e para outros fins


comerciais.
Nos Processos Químicos, primeiramente a madeira é transformada em
cavacos, utilizando-se picadores e a separação das fibras é obtida através do uso
de produtos químicos. Geralmente são utilizados produtos alcalinos, como
hidróxido de sódio (NaOH) e sulfeto de sódio (Na2S) ou ácidos, como bisulfito de
cálcio Ca (HSO3)2, de magnésio, de sódio ou de amônio, isolados ou em mistura.
Esses produtos agem principalmente sobre a lignina que une os elementos
fibrosos entre si. O processo de deslignificação recebe o nome de cozimento ou
digestão e é realizado em digestores, sob determinadas condições de temperatura,
pressão, tempo e composição do licor de cozimento (solução de produtos
químicos).
Dependendo do tipo de papel para o qual a celulose será utilizada, ela
deverá sofrer o processo de branqueamento ou purificação. Este branqueamento
consiste em eliminar os compostos não celulósicos ou transformá-los em outros
que refletem a luz, empregando-se agentes oxidantes e redutores.
A estrutura do papel é uma rede tridimensional de fibras, distribuídas mais ou
menos ao acaso. Quando secas, as fibras têm a capacidade de se atraírem umas
às outras, possibilitando a formação de uma folha. Se umedecida, a folha se
desintegra e as fibras ficam novamente individualizadas.
Normalmente o papel é composto de 80 a 90% de celulose e o restante de
produtos opcionais como a cola, a carga e os aditivos. Estes produtos são
utilizados para melhorar as propriedades e a qualidade do papel, podendo ser
adicionados à suspensão aquosa de fibras durante o processo de transformação
em folha.
A cola tem por objetivo aumentar a resistência do papel a líquidos
(principalmente à água e à tinta), sendo a cola de breu a mais freqüentemente
utilizada. A carga (produtos inorgânicos como argila, silicatos e carbonato de sódio)
tem por objetivo melhorar a superfície do papel e torná-lo mais opaco. Os aditivos
(amido, látex e resinas artificiais) têm a finalidade de aumentar a resistência físico-
mecânica do papel.
Durante a fabricação do papel, as fibras são colocadas em suspensão
aquosa junto com os produtos adicionais. Esta suspensão é depositada sobre uma
tela, onde a água é retirada por gravidade e vácuo, formando a folha úmida. Na
saída da tela, a folha úmida sobre uma prensagem entre dois rolos, onde é
realizada a última retirada de água.
A seguir, a folha úmida sofre o processo de secagem ao deslizar sobre uma
série de cilindros aquecidos, dando origem à folha seca. No final da máquina
formadora de papel, a folha seca é enrolada em bobinas, sendo nesta forma
transportada e comercializada.
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Fonte: CEPEA (2016)


2.1.7. Outros Usos da Madeira
A madeira também é matéria-prima para a fabricação de lápis, palitos, cabos
de ferramenta, tacos de assoalhos, barris de cerveja, carretéis para linha, tacos de
bilhar e remos, entre outros produtos.

2.2. EXTRATIVOS
2.2.1. Resina
Resina é uma secreção que exuda do caule ou de outros órgãos de certas
plantas e árvores e contém substâncias inflamáveis, amorfas, odoríferas e anti-
sépticas, as quais cicatrizam qualquer ferida em tais órgãos, assumindo aspecto
vítreo.
A resina é composta principalmente de breu e terpeno ou terebintina
(C10H16O6).
O breu é o resíduo não volátil que fica na cucúrbita depois da destilação da
resina. Ele é utilizado na produção de cola para papel, desinfetantes, graxas para
calçados, preparos para couro, produtos farmacêuticos, sabões, tintas, vernizes e
outros produtos.
A terebintina é um líquido volátil resultante da destilação da resina, muito
utilizada na indústria farmacêutica, orgânica e como solvente na indústria de tintas.
As coníferas, resinosas ou resiníferas estão entre as plantas mais produtoras
de resina e caracterizam-se por apresentar canais resiníferos.
18

A resina das árvores do


gênero Pinus apresenta
cerca de 75 a 80% de breu
e de 16 a 18% de
terebintina. Entre as
espécies cultivadas no
Brasil, o Pinus elliottii var.
elliottii é a principal espécie
produtora de resina.

Fonte:KRONKA et al.(2005)

Operações de extração da resina em povoamento de Pinus:

Os derivados imediatos da destilação da resina na indústria:


 Parte volátil (terebintina ou aguarrás), e
 Parte sólida (breu)
19

Fonte: KRONKA et al. (2005)


20

Fonte: KRONKA et al. (2005)


A extração comercial da resina (resinagem) é uma prática florestal realizada há
bastante tempo, sendo conhecidas muitas das propriedades medicinais e usos da
resina desde os tempos da Grécia clássica. Atualmente, a resina continua a ser
considerada um produto de elevado valor do Pinus, sendo importante para a
economia de muitas regiões do mundo, inclusive no Brasil, gerando renda e
21

empregos.
A produção brasileira de resina de Pinus está muito próxima de 100 mil toneladas
anuais. Nossa produtividade por hectare é uma das melhores do mundo, atingindo
em média 4,85 toneladas de resina bruta por hectare por ano. Isso significa que
devem existir no Brasil no mínimo 20 mil hectares de florestas de Pinus
elliottii e P.caribaea var. hondurensis sendo resinados, sendo a espécie
predominante o P.elliottii. O Brasil está entre os países líderes em produção de
resina dePinus e existe enorme potencial de crescimento. Os mercados de resina
bruta e de terebintina estão muito aquecidos, em função do aumento da demanda
em países como China e Índia. A China é o maior produtor mundial, mas também o
maior consumidor.
Em geral, no Brasil resinam-se cerca de 800 árvores por hectare, em povoamentos
após o primeiro desbaste. A extração começa aos 7 a 8 anos e se prolonga por
cerca de 10 anos. A parte da árvore que é resinada é a base, até uma altura
máxima de 6 metros. Ao término da resinagem, essa madeira da base em geral é
destinada para fabricação de celulose kraft, que não tem restrições a essa matéria-
prima. Também as unidades de fabricação industrial de páletes de madeira e até
mesmo de painéis tipo MDF a aceitam bem.
A resina bruta, substância obtida logo após a extração, pode ser fracionada em dois
diferentes compostos: terebintina (fração volátil) e breu (fração sólida), os quais são
utilizados para a produção de inúmeros produtos como vernizes, colas, tintas,
esmaltes, solventes, fragrâncias e outros produtos comumente utilizados como
matéria-prima da industrialização da química fina.
Fonte: PinusLetter, n. 25, abr. 2010, Estudos sobre a resina de pinus:
http://www.celso-foelkel.com.br/pinus_25.html#seis
Os preços da resina se mantiveram estáveis até a crise de 2008, quando os preços
caíram sensivelmente, e após uma forte recuperação, o seu topo foi em 2010,
quando atingiu os R$ 4 mil / tonelada, período este que chamou muita atenção de
todos, tanto resineiros quanto consumidores e proprietários de florestas, e muitos
imaginaram que os preços permaneceriam elevados, porém os preços voltaram a
cair, e mantiveram-se estáveis em 2012, com uma nova onda de alta em 2013
atingindo novos topos (http://www.clubedaresina.com.br/destaques/dinheiro-da-em-
arvore/, acessado em 17/08/2014).
A composição dos preços da resina depende de muitos fatores, internos e externos.
O custo de produção. A oferta de matéria prima e demanda dos derivados no
mercado interno e externo, a oferta dos produtos asiáticos no mercado
internacional, variações cambiais, entre outros fatores.
2.2.2. Óleos Essenciais
Óleos essenciais ou voláteis são produtos de metabolismo dos vegetais,
podendo ocorrer na raiz, tronco, folha, flor, fruto e semente. Porém, ocorrem
predominantemente nas bolsas oleíferas ou nos espaços intercelulares das folhas.
Seus principais componentes são os terpenos, os álcoois, os aldeídeos, as cetonas
e os ésteres. Os óleos voláteis podem ser extraídos dos tecidos vegetais mediante
arraste por vapor, maceração e extração por gordura ou por solvente.
Dentre as espécies florestais, os eucaliptos se destacam como produtores de
óleo essencial. A sua extração é normalmente feita através da destilação das folhas
(arraste por vapor), como ilustra a figura a seguir:
22

O Brasil está colocado entre os países mais produtores de óleo de eucalipto.


A espécie mais plantada e que é usada comercialmente para a produção de óleo
essencial é o Corymbia citriodora (Eucalyptus citriodora). Entretanto, o óleo desta
espécie não é medicinal.
Os óleos essenciais são utilizados na fabricação de sabão, detergente,
desinfetante, cola de breu, verniz, plástico, lubrificante pastoso, produtos
farmacêuticos e outros produtos.
2.2.3. Taninos
Taninos são substâncias químicas da classe dos polifenóis, cuja propriedade
característica consiste em se combinarem com as proteínas das peles dos animais,
tornando-as imputrescíveis, razão pela qual são empregadas no curtimento.
No Brasil, os curtumes utilizam o tanino procedente quase que
exclusivamente da casca de árvores.
A acácia-negra (Acacia decurrens Willd), de origem australiana, apresenta
de 30 a 40% de tanino na casca. Muito cultivada no Rio Grande do Sul, passou a
ser a principal fornecedora de tanino na região sul do país.
Entre as espécies nativas que produzem tanino em grande quantidade está o
barbatimão (Stryphnodendron barbatiman Mart.). É uma pequena árvore, dotada de
casca espessa e que apresenta de 20 a 30% de matéria tanante. A espécie ocorre
em todo o cerrado central e supri a demanda dos curtumes dessa ampla região.
23

2.2.4. Corantes
No passado, os corantes vegetais eram muito procurados, provavelmente
competindo com os condimentos, como objeto de comércio colonial. Todas as
partes do organismo vegetal podem conter corantes.
O pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) apresenta em sua madeira dois
pigmentos responsáveis pela cor vermelha da madeira, a brasilina, (C16H4O6) e a
brasileína (C16H3O5), matérias corantes muito exploradas no passado e que deu
origem ao nome de nosso país. Entre outras espécies produtoras de corantes, está
o jenipapo (Genipa americana L.), originária da América Central e do Sul e das
sementes destas árvores, os índios extraiam uma tinta que era utilizada para pintar
a epiderme.
2.2.5. Látex
Látex é uma emulsão resinosa natural, formada principalmente por
hidrocarbonetos complexos. O látex é um fluído leitoso encontrado em células
secretoras especiais, geralmente do floema. A seringueira (Hevea brasiliensis M.
Arg.), nativa da Floresta Amazônica brasileira, está entre as principais plantas
dotadas de látex, de real importância para a produção de borracha. A seguir são
apresentadas características de extração e produção de látex no Brasil, com base
em Erica Perches Guiducci (2014), Dissertação de Mestrado: “Sistemas suspensos
de produção porta-enxertos de seringueira (Hevea brasiliensis MUELL.-ARG.)” -
FCAV/UNESP, 2014:

Fonte: GUIDUCCI (2014)


24

O Estado de São Paulo


produz 54,1 % da produção
de látex do Brasil (171.000
toneladas) e está numa
região de escape da doença
mal-das-folhas.

Fonte: GUIDUCCI (2014)


25

Fonte: GUIDUCCI (2014)


De acordo com a Sociedade Rural Brasileira – SRB,a alta no preço do látex anima
produtores de borracha no Estado de São Paulo em 2014. O produtor recebe uma
média de R$ 3,60 pelo quilo do coagulo. São 63% a mais do que em fevereiro de
2013. O principal motivo da valorização está no crescimento da indústria
automobilística. Noventa e cinco por cento da produção brasileira são destinados à
fabricação de pneus. Como o Brasil produz apenas 1/3 da borracha que consome,
a matéria prima tem de ser importada de países da Ásia. Por isso, todo mercado é
baseado nos preços internacionais, que atingem um nível recorde. A tonelada da
borracha, que em fevereiro do ano passado valia cerca de três mil dólares, está
cotada em cinco mil dólares, com um aumento de 67%. Disponível em:
http://www.srb.org.br/modules/news/article.php?storyid=3991, acessado em
17/08/2014.
26

4. REFERÊNCIAS

BROTERO, F.A. Dados para a indústria de contraplacados. São Paulo, IPT,


1946. 54p. (Boletim, 33).
CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Informativo
CEPEA Setor Florestal: exportação brasileira de celulose e papel tem aumento de
mais de 10% em junho de 2016. disponível em:
<http://cepea.esalq.usp.br/florestal/files/2016/06jun.pdf>. Acesso em 15 ago. 2016
CIFlorestas - Centro de Inteligência em Florestas. Cotações. Disponível em: <
http://www.ciflorestas.com.br/cotacoes.php>. Acesso em: 15 ago. 2016.
COUTO, H.T.Z.; BRITTO, J.O. Inventário de resíduos florestais. IPEF - Série
Técnica, Piracicaba, v.1, n.2, p. A.1-A.12, 1980.
FOELKEL, C.E.B.; BARRICHELO, L.E.G. Tecnologia de celulose e papel.
Piracicaba, ESALQ/USP, 1975. 207 p. (mimeografado).
GUIDUCCI, E.P. Dissertação de Mestrado: “Sistemas suspensos de produção
porta-enxertos de seringueira (Hevea brasiliensis MUELL.-ARG.)” - FCAV/UNESP,
2014.
GURGEL FILHO, O.A. O que é a floresta. Silvicultura em São Paulo, São Paulo,
v.1, n.2, p. 29-45, 1962/1963.
KRONKA, F.J.N.; BERTOLANI, F.; PONCE, R.H. A cultura do Pinus no Brasil.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 2005. 160p.
LIMA, W.P. O reflorestamento com eucalipto e seus impactos ambientais. São
Paulo, ARTPRESS, 1987. 114 p.
MORESCHI, J.C. Tratamento de compensados e chapas de composição com
retardantres de fogo e preservativos: revisão. Curitiba, FUPEF, 1983. 29p.
(Série Técnica, 11).
REIS, A.; MEDEIROS, J.D. Florestas e reflorestamento. Florianópolis, Cia de
Cigarros Souza Cruz, 1985. 24p.
RIZZINI, C.T.; MORS, W.B. Botânica econômica brasileira. São Paulo, E.P.U.,
Ed. da Universidade de São Paulo, 1976. 207 p.
SHAND, E.A.; BEZERRA, R.N.; NASCIMENTO, P.R. Diagnóstico do mercado de
madeira e derivados. V. 2: Análise do sistema de comercialização interna de
madeira e derivados. Brasília, MA/IBDF/COPLAN, 1978. 388p. (Coleção
Desenvolvimento e Planejamento Florestal. Série Estudos Perspectivas para o
Período 1979 à 1985).
TAYLOR, G. et al. La madera. Barcelona: Blume, 1978. 274p.
WILTGEN FILHO, L. Gaseificadores para carvão mineral. Energia Fontes
Alternativas, São Paulo, v.3, n.16, p. 13-42, 1981.
ZERBE, J.L. Uso e produção dos combustíveis derivados da madeira (álcoois e
gases de madeira). Jornal dos Reflorestadores, São Paulo, v.1, n.5, p.15-17,
1979.
27

QUESTIONÁRIO
1. O que é um benefício direto da floresta?

2. Quais são os principais benefícios diretos da floresta?

3. Como você classifica uma cadeira de madeira como benefício florestal?

4. Quais são as formas mais usadas de madeira no mundo?

5. Como você classifica um fruto de castanha-do-pará como benefício


florestal?

6. Conceitue dormente.

7. Que tipo de espécie madeirável você indica para poste, dormente, serraria
e construção civil.

8. Qual é a diferença entre madeira serrada e madeira beneficiada?

9. O compensado é fabricado a partir de laminado?

10. Como é obtido o laminado e o compensado?

11. Quais são as vantagens de um compensado em relação á madeira que o


originou?

12. Como a madeira é preparada para se obter o laminado?

13. Como é obtido o aglomerado. Que tipo de madeira pode ser usada na sua
fabricação?

14. Como é obtido o aglomerado de três camadas?

15. O que são resíduos florestais?

16. O que é lenha?

17. Quais são as vantagens do carvão em relação à lenha?

18. O que é pirólise da madeira?

19. Como é possível obter alcatrão no processo de produção de carvão


vegetal?

20. Com é obtido o metanol da madeira?

21. Como é obtido o etanol da madeira?

22. Do ponto de vista industrial, o que é celulose?


28

23. O que é papel?

24. Qual é o processo que apresenta maior rendimento no processo de


fabricação de papel? Processo químico ou processo mecânico? Justifique.

25. Qual é a principal espécie produtora de resina plantada no Brasil?

26. Qual é a principal espécie produtora de óleo essencial com propriedades


fungicidas e bactericidas plantadas no Brasil?

27. Qual é a principal espécie exótica cultivada no Brasil para produção de


tanino?

28. Qual é a espécie nativa que apresenta alto teor de tanino na casca?

29. Quais são as propriedades do tanino na produção de couro?

30. Qual é a principal espécie brasileira produtora de látex? Qual é o estado


brasileiro onde ela é mais plantada?

Teste de Asserção e Razão


Responda as questões de 1 a 10, preenchendo os espaços entre parênteses do
quadro final de respostas com as letras:
(A) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda justifica a
primeira;
(B) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda não justifica
a primeira;
(C) Se a primeira proposição (P1) for correta e a segunda (P2) incorreta;
(D) Se a primeira proposição (P1) for incorreta e a segunda (P2) correta;
(E) Se a primeira (P1) e a segunda (P2) proposições forem incorretas.

1. (P1) O breu e a terebintina são benefícios indiretos das florestas. (P2) A resina
é um benefício direto das florestas e é composta principalmente de breu e
terebintina.
2. (P1) O principal benefício que a floresta fornece ao homem é a madeira, da
qual são obtidos vários produtos e derivados. (P2) Dormente é uma peça de
madeira roliça, parcialmente serrada ou prismática, que se coloca
transversalmente no leito da estrada para suportar os trilhos.
3. (P1) Chapa de fibra é um painel feito de partículas de madeira. (P2)
Compensado é um painel formado pela superposição de duas ou mais lâminas,
que são coladas entre si de maneira que o sentido das fibras de uma lâmina seja
perpendicular ao sentido das fibras da lâmina adjacente para aumentar a
resistência.
4. (P1) As folhas e as cascas são os resíduos da exploração florestal que devem
permanecer no campo. (P2) Esses componentes das árvores têm menor
concentração de nutrientes do que a madeira de ramos grossos.
29

5. (P1) Lenha é a madeira desdobrada em toretes de tamanhos adequados para


serem queimados ou transformados em carvão. (P2) Carvão vegetal é o resíduo
da combustão incompleta da lenha, que se dá em condições controladas de
oxigênio e temperatura acima de 300 ºC.
6. (P1) O metanol é obtido da fermentação da madeira. (P2) O etanol é obtido
através de reação química que usa o monóxido de carbono e o hidrogênio (gás de
síntese) proveniente da destilação ou gaseificação da madeira.
7. (P2) Durante a fabricação do papel, as fibras são colocadas em suspensão
aquosa junto com produtos adicionais (aditivos e cola); em seguida essa
suspensão é depositada sobre uma tela, onde a água é retirada por gravidade e
vácuo que em seguida desliza sobre cilindros aquecidos na máquina formadora
de papel e depois enrolada em bobinas. (P2) Aditivos (amido, látex e resinas
artificiais) têm a finalidade de aumentar a resistência físico-mecânica do papel e
a cola aumenta a resistência do papel a líquidos (água e principalmente tinta).
8. (P1) Os preços da resina se mantiveram estáveis até a crise de 2008, quando
os preços caíram sensivelmente, e após uma forte recuperação, o seu topo foi em
2010, quando atingiu os R$ 4 mil / tonelada. (P2) O consumo de látex da
seringueira é menor do que a produção no Brasil.
9. (P1) Os óleos essenciais ocorrem predominantemente nas bolsas oleíferas ou
nos espaços intercelulares das folhas. (P2) Os seus principais componentes são
os terpenos, os álcois, os aldeídos, as cetonas e os ésteres.
10. (P1) A resina das árvores do gênero Pinus apresenta cerca de 75 a 80% de
breu e de 16 a 18% de terebintina. (P2) Os óleos essenciais voláteis podem ser
extraídos dos tecidos vegetais mediante arraste por vapor.

Quadro de Respostas

1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( )
6. ( ) 7. ( ) 8. ( ) 9. ( ) 10. ( )

ATENÇÃO: Quando as duas alternativas são corretas, procure responder as


questões colocando um porque entre as afirmativas P1 e P2 para verificar se a
segunda justifica a primeira. Só consulte o gabarito, na página seguinte, após
preencher o quadro de respostas acima.
30

Gabarito

1. ( D ) 2. ( B ) 3. ( D ) 4. ( C ) 5. ( B )
6. ( E ) 7. ( A ) 8. ( C ) 9. ( B ) 10. ( B )

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