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DIVISÃO DE ENGENGARIA DE MINA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA DE MINA

Turma A, Período Laboral, 10 grupo

CADEIRA: Planificação Mineira III

Tema: Controle e Monitoramento de Barragens de Rejeito

Discentes:
Feliciano Alberto Nhachengo;
Écrison do Absalão Langa

Docente:
MSc. Arsénio Changanane

Tete, Julho de 2021


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 2
2. Objectivos ......................................................................................................................... 3
i. Objectivo geral .............................................................................................................. 3
ii. Objectivos específicos ................................................................................................... 3
3. Metodologia .......................................................................................................................... 3
4. Controle e Monitoramento de Barragens de Rejeito ............................................................. 4
a. Barragens de Rejeito ......................................................................................................... 4
b. Causas de Ruptura de Barragens de Rejeito ...................................................................... 4
c. Monitoramento de barragens de rejeito ............................................................................. 5
d. Inspecções Visuais nas Barragens ..................................................................................... 6
i. Inspecções de Rotina ..................................................................................................... 6
ii. Inspecções Periódicas .................................................................................................... 6
iii. Inspeções Formais ..................................................................................................... 7
iv. Inspeções Especiais ................................................................................................... 7
v. Inspeções de Emergência .............................................................................................. 7
e. Instrumentação de Barragens de Rejeito ........................................................................... 7
i. Medidores de vazão ....................................................................................................... 9
ii. Piezómetros ................................................................................................................. 10
iii. Inclinómetros ........................................................................................................... 10
iv. Medição de nível de água ........................................................................................ 10
v. Marco superficial......................................................................................................... 11
f. Automação em barragens de mineração .......................................................................... 11
5. Conclusão ............................................................................................................................ 13
6. Referências bibliográficas ................................................................................................... 14

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1. Introdução
As barragens de contenção de rejeitos são estruturas construídas com o propósito de
armazenar os rejeitos provenientes do processo de beneficiamento do minério. Elas
desempenham um papel social e econômico muito alto, mais por outro lado, possuem
enormes impactos negativos relacionados aos riscos e perigos associados que podem
causar danos ao meio ambiente, quando não forem elaborados, projectados, construídos,
operadas e mantidas de forma adequada. Deste modo, deve ser efetuado o controle e
monitoramento com vista a atuar imediatamente sempre que forem percebidas as falhas
e o rompimento das mesmas. Portanto, no presente trabalho iremos abordar a cerca do
controle e monitoramento das barragens de rejeito (inspecções e instrumentação).

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2. Objectivos
i. Objectivo geral
 Apresentar as formas de controle e Monitoramento de barragens de rejeito.

ii. Objectivos específicos


 Identificar os instrumentos de monitoramento de barragens de rejeitos;
 Abordar sobre a importância da inspeção e instrumentação das barragens de
contenção;
 Descrever os tipos de inspeções de barragens de rejeito;
 Indicar as causas das falhas e rompimento de barragens de rejeito.

3. Metodologia
O presente trabalho resulta da colecta e discussão de artigos, dissertações, notas de aulas
de alguns docentes na sua maioria brasileiros, pesquisas, Dissertações, Monografias e
trabalhos feitos com informações relevantes que abordam o tema em questão, sendo que
todos eles foram acessados e obtidos na internet. Durante a discussão das informações
colhidas, houve ideias divergentes e convergentes que foram de muita relevância para a
realização deste trabalho.

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4. Controle e Monitoramento de Barragens de Rejeito
a. Barragens de Rejeito
De acordo com Machado (2007), as barragens de rejeitos são estruturas construídas
pelas empresas mineradoras para reunir e armazenar os rejeitos produzidos em larga
escala no processo de beneficiamento do minério. Maturano (2012) complementa essa
definição ao apontar que uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída
para armazenar os rejeitos da mineração, estes por sua vez são definidos como uma
fração estéril obtidos pelo beneficiamento do minério em processos que separam o
minério bruto em concentrado e rejeito.

Figura 1: ilustra uma barragem instalada em uma planta de mineração.

FONTE: Revista Mineração (2018).

Conforme exemplo apontado pela figura 1, pelo porte de tais estruturas e os riscos
associados a estas instalações, faz-se necessário um projeto bem elaborado e executado.
Além disso, o monitoramento desde o projeto até a saturação do empreendimento deve
ser contínuo, a fim de verificar com antecedência possíveis anomalias que possam vir a
fragilizar a estrutura.

b. Causas de Ruptura de Barragens de Rejeito


De acordo com Chaves (1994), as mudanças geométricas de uma estrutura podem
ocorrer na geometria externa, caracterizando um deslocamento da estrutura no seu todo,
ou na geometria interna, caracterizando uma deformação. A deformabilidade das
barragens constitui-se no principal problema que pode surgir durante a vida útil do
empreendimento. Ela decorre das deformações do maciço, que ocorrem de forma
diferencial, solicitando de forma irregular o paramento, podendo causar fissurações.
Vários fatores influenciam nas deformações, entre eles:
 Formato, dimensões e propriedades mecânicas da material matriz;
 Baixa resistência ao cisalhamento dos materiais da barragem;
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 Espessura da camada compactada;
 Método de lançamento, direção do movimento de espalhamento e grau de
compactação obtido do rejeito;
 Altos valores de poropressão;
 Natureza da fundação devendo possuir permeabilidade compatível com o
objetivo de minimizar a percolação;
 Declividade da superfície de fundação, ao longo do eixo longitudinal e seções
transversais;
 Variação do nível d’água do reservatório;
 Atividade sísmica da região ou efeitos de detonação pela mineradora.
Diante disto, todo projeto de um sistema de disposição de rejeitos deve possuir um
detalhado programa de observação e monitoramento, tendo em vista que a auscultação
começa em sua fase de construção e prossegue durante o período de operação e
abandono com o objetivo de confirmar hipóteses adotadas no projeto.

c. Monitoramento de barragens de rejeito


Segundo Junior, Moreira e Heineck (2018) é necessário que as barragens tenham
monitoramento e controle com certa periodicidade a fim de prever comportamentos de
deformação das barragens. Para Castro (2008), além do monitoramento detalhado, o
próprio e verificando se as condições apresentadas estão sendo satisfatórias. Ele ainda
cita que o projecto construtivo bem elaborado, servirá como o primeiro passo para o
monitoramento da barragem e que este deve fornecer as condições para que o
responsável avalie a eficiência da instrumentação instalada e quando será necessário
ajustá-la.
A norma ABNT 13028 em sua seção de requisitos para a elaboração e apresentação do
projecto no capítulo 5.4.16 no item “i”, exige que sejam considerados o manual de
operação da estrutura incluindo procedimentos de inspecção de campo e
monitoramento. Para o monitoramento a norma rege que devem ser indicados os
elementos a serem monitorados, a frequência da inspecção de campo, as leituras dos
instrumentos e os critérios de análise dos dados obtidos. Portanto, conclui-se que o
monitoramento efectivo das barragens de mineração depende das inspecções em campo,
realizadas por uma equipe técnica e por informações de variáveis que suportam a
tomada de decisões acerca da integridade das estruturas. Diversos autores como
Machado (2007), Castro (2008), Soares (2010) apontam em seus trabalhos que os

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principais dados a serem amostrados para o monitoramento das barragens estão ligados
às diferentes formas de entrada e saída da água do reservatório que apontarão as
variações hidrostáticas das estruturas e consequentemente a sua estabilidade. Estas
informações fundamentais são obtidas com o uso de um sistema de instrumentação
implementado nas barragens de mineração e que auxiliarão nas tomadas de decisão,
apresentando o real estado das estruturas.

d. Inspecções Visuais nas Barragens


As boas condições de segurança de uma barragem não dependem apenas de um bom
projeto de instrumentação de auscultação devendo ser complementado com inspeções
visuais periódicas de campo que tem por objetivo detectar deteriorações em potencial e
alertar sobre as condições que podem comprometer a segurança das estruturas
associadas. Devem ser incluídas na inspeção local, a barragem, sua fundação,
dispositivos de descarga, dispositivos de saída, reservatório, áreas imediatamente a
jusante, dispositivos de auscultação e as vias de acesso. (BARBOSA, 2002).
Estas inspeções, associadas a uma análise criteriosa dos dados fornecidos pela
instrumentação de auscultação da barragem, formam a mais importante e eficiente
ferramenta para avaliação do comportamento das estruturas do barramento.
(MACHADO, 2007). As inspeções podem ser divididas em cinco tipos: rotineiras,
periódicas, formais, especiais e de emergência, como preconizado pelo Simpósio sobre
Instrumentação de Barragens (1996), e utilizado pelas principais empresas do mundo. A
equipe de inspeção deve ser formada por especialistas em barragens.

i. Inspecções de Rotina
As inspeções de rotina devem ser realizadas em período de tempo curto, não mais de
uma semana, pois alguns fenômenos que podem ocorrer nas barragens, dependendo do
estágio de deterioração, levam a danos extremamente rápido. Por exemplo, fissuras e
erosão interna que apresenta evolução rápida dependendo do tipo de rejeito, velocidade
de percolação e tensões confinantes. Esta inspeção deve ser realizada por pessoas que
possuam conhecimento da operação da barragem.

ii. Inspecções Periódicas


Devem ser realizadas em datas específicas e por equipe do proprietário do
empreendimento ou por terceiros devidamente treinados para realização da tarefa.

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iii. Inspeções Formais
As inspeções formais devem ser realizadas com frequência anual e com participação de
engenheiro e geólogo. Esta inspeção deve ser minuciosa e consubstanciada em
relatórios técnicos através de uma lista de pontos essenciais preparada para esta
finalidade. As ocorrências encontradas devem ser relatadas e evidencializadas em
relatórios fotográficos.

iv. Inspeções Especiais


As inspeções especiais devem ser realizadas a cada 5 a 10 anos dependendo do
potencial de ruptura e da velocidade de alteamento do barramento. Esta inspeção deve
ser realizada por consultores e especialista em barragens com largo conhecimento
técnico e científico e o conhecimento do comportamento, se possível, do passado da
barragem, e para segurança do empreendimento, profissionais independentes.
O objetivo desta inspeção é aferir se os tipos de procedimentos operacionais estão
corretos e se a estrutura do barramento oferece segurança em sua estabilidade alertando
os possíveis danos no caso de ruptura brusca da estrutura.

v. Inspeções de Emergência
Consiste na inspeção da barragem, parte dela, ou de estruturas anexas, devido à
ocorrência de algum evento ou anomalia muitas vezes repentino, que possam colocar
em perigo a situação das estruturas ou da área a jusante do barramento. Podemos
classificar estes eventos como épocas de grandes precipitações ou sismos.

e. Instrumentação de Barragens de Rejeito


A instrumentação de barragens é importante para assegurar o constante monitoramento
de suas estruturas, obtendo maior segurança e confiabilidade com relação a estabilidade
deste empreendimento e, além disso, para cumprir os requisitos legais (VIEIRA, 2017).
A instrumentação das estruturas permite fazer um processo de aquisição, registro e
processamento detalhado dos dados obtidos, a partir dos instrumentos de medida
instalados em diferentes seções e zonas das barragens. As análises incluem os limites de
cada ponto monitorado em um programa de instrumentação para agilizar a detecção de
possíveis anomalias. Dessa maneira, um programa de instrumentação tende a garantir
acurácia fornecer parâmetros relacionados à confiabilidade das leituras e alinhamento
entre os critérios de projeto e da metodologia construtiva. (Fonseca 2003).

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Para Soares (2010), a instrumentação das barragens tem a finalidade de assegurar a
segurança ambiental e das estruturas do empreendimento. No que tange o
comportamento estrutural das barragens, a aplicação da instrumentação deve ter como
diretriz as fases principais da obra que são a implantação, operação e desativação.
Há um alinhamento dos autores com relação às premissas e objetivos da instrumentação
nas diferentes fases citadas da utilização das barragens de mineração, abaixo segue a
síntese bem descrita apontada por Soares (2010).
 Fase de implantação das barragens:
 Indicar eventos de anomalias no comportamento das barragens ou de situações
que possam favorecer o surgimento de aspectos incompatíveis com o esperado
em projeto;
 Sugerir revisões no projeto, uma vez que as soluções até tal fase se mostrem
conservadoras demais, ou o oposto, indicando a redução ou necessidade de
aditivo a obra.
 Fase de operação das barragens:
 Indicar eventos de anomalias que possam comprometer a estabilidade das
estruturas;
 Avaliar o desempenho das estruturas comparando as medidas apontadas pelos
instrumentos com aquelas esperadas por modelos matemáticos teóricos;
 Auditar a conformidade dos critérios utilizados do projeto;
 Avaliar o desempenho geral da barragem, conforme previsto em projeto;
 Caracterizar o comportamento dos materiais das estruturas com o
desenvolvimento da obra, no intuito de levantar os parâmetros de tempo para
estabilização dos deslocamentos, das tensões internas, estabilização das vazões,
dentre outros.
 Fase de desativação:
 Avaliar a estabilidade estrutural resultante do lançamento de rejeitos;
 Avaliar o desempenho estrutural, através das medições de tensão interna,
variações de vazão, dentre outros.
Como visto, o emprego de instrumentos para o monitoramento das barragens de
mineração requer projeto bem elaborado, além de um programa de instrumentação que
deve ser um mecanismo vivo para acompanhamento e avaliação dos dados.

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Figura 2: Ilustra o esquema de projecto de instrumentação.

FONTE: Machado (2007).

Os principais dados monitorados pelos instrumentos são os de piezometria, vazão de


jusante, pluviometria, nível de água do reservatório e os marcos topográficos
superficiais. Como já descritos, tais informações apresentarão principalmente o
comportamento da variação de água no reservatório e nas estruturas, além da
capacidade da barragem em absorver, drenar e vertê-la para a jusante. A figura 3
apresenta genericamente os principais meios de entrada e saída de água dos
reservatórios das barragens de mineração.

Figura 3: Ilustra as formas de entrada e saída de água das barragens.

FONTE: Castro (2008).

i. Medidores de vazão
Os equipamentos que medem as vazões de drenagem e das infiltrações pelo corpo da
barragem permitem monitorar sua segurança estrutural. Esses equipamentos podem ser
úteis na observação da quantidade de materiais sólidos carreados, permitir a análise
visual da cor da água e coleta de amostras para análise laboratorial dos sólidos contidos.

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Teor de sólidos com valor superior ou da mesma ordem de grandeza do reservatório
pode indicar erosão interna no barramento (SILVEIRA, 2006).

ii. Piezómetros
A instrumentação geotécnica com o uso de piezômetros é amplamente utilizada para
monitoramento e previsão do comportamento de barragens em todo o mundo conforme
aponta Machado (2007).
A avaliação das condições das barragens depende geralmente do conhecimento da
amplitude e evolução das pressões internas que se desenvolvem nos maciços
compactados e nos solos de fundação das estruturas. Além disso, é necessário o controle
e monitoramento das poropressões nas zonas de contatos com estruturas de concreto e
no sistema de drenagem interna da barragem para avaliar o desempenho das funções de
dreno e filtro dos materiais empregados durante a construção. Os piezômetros são os
instrumentos convencionalmente utilizados para essas medidas de poropressões e das
variações do nível de lençol freático empreendimentos geotécnicos. Eles podem ter
diferentes naturezas e princípio de funcionamento (FONSECA, 2003).
Existem diversos tipos de piezômetros disponíveis no mercado. Conforme citado por
Machado (2007), Castro (2008), Soares (2010), Fonseca (2003) e Sestrem (2012) os
mais comuns são os piezômetros de tubo aberto ou Standpipe, pneumáticos, hidráulicos,
elétricos e corda vibrante.

iii. Inclinómetros
Os Inclinômetros são instrumentos capazes de avaliar os deslocamentos horizontais,
superficiais e em subsuperfície e podem detectar regiões com concentração de
deformações, estes são locais de potencial ruptura.
Existem dois tipos, o inclinômetro vertical, que mede deslocamentos profundos
horizontais, e o inclinômetro horizontal, que mede os assentamentos que possam
ocorrer. Estes instrumentos podem ser instalados em furos verticais ou inclinados.
Entretanto a leitura e cálculo são relativamente demorados (ROCHA, 2014).

iv. Medição de nível de água


O medidor de nível de água é pode ser realizado com a instalação de réguas graduadas
no próprio reservatório. E certamente o instrumento mais simples de ser construído e
operado e tem objetivo de determinar o nível do lençol freático na estrutura. Este
instrumento tem a mesma configuração do piezômetro, utilizando-se um tubo

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geralmente de PVC com furos na extremidade inferior permitindo a entrada de água.
Além disso, nesta parte, coloca-se uma tampa estanque e esta região é envolvida com
material filtrante como manta geotêxtil. Após instalação e operacionalidade deste
medidor, deve ser realizada uma leitura para referencial “zero” do instrumento, a partir
do qual serão baseadas as análises (Machado, 2007).

v. Marco superficial
Os marcos superficiais são instrumentos dedicados à determinação dos deslocamentos
verticais e horizontais dos maciços de terra e enrocamento. São constituídos de
vergalhões de aço CA-50 com 1,1 m de comprimento e diâmetro de meia polegada. No
topo do vergalhão é alocada uma semiesfera. A estrutura é então chumbada com um
bloco de concreto com 0,3 m de diâmetro e 1,2 m de profundidade, nas regiões de crista,
bermas e talude de jusante (FONSECA, 2003).
Neste tipo de instrumento, os deslocamentos são medidos através de levantamentos
topográficos periódicos, em relação a marcos de referência fixos, que devem ser
instalados em locais fora da região de influência da barragem.

f. Automação em barragens de mineração


Em empreendimentos geotécnicos de grande porte os sistemas de instrumentação e
monitoramento que podem detectar pontos críticos de segurança estrutural e operacional
são imprescindíveis. A automatização do monitoramento e da instrumentação destas
estruturas permitem que a equipe técnica responsável pelo gerenciamento dos dados das
barragens, tenha acesso a informação da instrumentação em tempo real. Dessa maneira,
o processo torna-se eficiente, com maior agilidade na interpretação dos dados e
consequentemente confiabilidade na tomada de decisões. Além disso, a automação das
barragens propícia o aumento da frequência de leituras e dispensa o trabalho de colecta
manual dos dados por um técnico habilitado (CHAMMAS, 2016).
De acordo com Machado (2007), em desvantagem ao sistema convencional, o sistema
com instrumentação automática pode apresentar defeito nos sensores e nos
equipamentos electrónicos devido a sua sensibilidade diante das reais condições de
operação em campo. Além disso, o custo de operação da barragem torna-se maior, uma
vez que tais equipamentos exigem equipes altamente capacitadas para manutenção. Para
a automação de barragens são geralmente seleccionados instrumentos com transdutores
eléctricos e, outros tipos, de acordo com o grau de importância para segurança do
empreendimento.

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O monitoramento automático é realizado através de um conjunto de equipamentos
electrónicos formando um sistema programável, onde as tarefas de medição e controle
são realizadas. A este dá-se o nome de sistema de aquisição e transmissão automática de
dados (SATAD). Os dados de cada instrumento são enviados ao SATAD e este por sua
vez transmite os dados para um Centro de Controlo onde os dados são processados e
avaliados pela equipe competente. Nesta central é realizado o gerenciamento dos dados
com o auxílio de um programa de controle que pode armazenar e organizar as
informações recebidas. Além disso, este programa possui as funções de indicar o status
actual de segurança vigente para cada instrumento ou conjunto deles, possibilidade de
modificação da frequência das leituras, criação de reportes, emissão de alertas sonoros e
visuais (MACHADO, 2007).

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5. Conclusão
No presente trabalho concluímos que as barragens de rejeitos devem ser monitoradas e
inspeccionadas de forma contínua durante a sua operação de uma barragem para que
sempre que haja qualquer anomalia ou problema relacionada a instabilidade da
barragem possam ser resolvidos de modo a evitar enormes impactos ao meio ambiente.

A instrumentação de barragens de contenção de rejeitos é muito importante visto que os


mesmos asseguraram o constante monitoramento de suas estruturas, obtendo maior
segurança e confiabilidade com relação a estabilidade das estruturas. A automação do
monitoramento e essencial em estruturas geotécnicas de grande porte, onde os sistemas
de instrumentação e monitoramento que podem detectar pontos críticos de segurança
estrutural e operacional.

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6. Referências bibliográficas
 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13028 (2017): Mineração –
Elaboração e apresentação de projectos de barragens para disposição de
rejeitos, contenção de sedimentos e reservação de água – Requisitos.
 BARBOSA, L., Manual de Segurança e Inspecção de Barragens. Brasília:
Ministério de Integração Nacional, 2002.
 CHAVES, J.C. Controle de deformações em barragens: métodos de
monitoramento e viabilidade da utilização do GPS. 1994. 197 p. Dissertação
(Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.
 FONSECA, A. R. (2003) Auscultação por instrumentação de barragens de
terra e enrocamento para geração de energia elétrica – estudo de caso das
barragens da UHE São Simão. Dissertação apresentada como parte integrante
dos requisitos para obtenção do título de mestre em engenharia civil. Ouro Preto:
UFOP.
 JUNIOR, T. F. S., MOREIRA, E.B., e HEINECK, K. S., (2018) Barragens de
Contenção de Rejeitos de Mineração no Brasil. HOLOS, Ano 34, Volume 05.
 MACHADO, W. G. F., (2007) Monitoramento de Barragens de Contenção de
Rejeitos da Mineração. Dissertação apresentada em cumprimento parcial dos
requisitos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP para
obtenção do título de Mestre em Engenharia. São Paulo: USP.
 ROCHA, S. A. M. Instrumentação e Monitoramento de estruturas geotécnicas
na rede ferroviária nacional- Estudo do caso do talude de aterro entre os Km’s
236+450 e 236+720 da linha do Sul. (Dissertação de Mestrado). INSTITUTO
SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA, Lisboa, 2014.
 SILVEIRA, J. F. A. (2006) Instrumentação e segurança de barragens de terra
e enrocamento. São Paulo: Oficina de Textos.
 SOARES, L. (2010) Barragem de Rejeitos. Colaboração técnica para o livro
Tratamento de Minérios. Edição 5 - Capítulo 19 – pág. 831-896. Rio de Janeiro:
Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).
 VIEIRA, M. F., et al. (2017) Influência do lago da UHE Tucuruí sobre a
barragem de concreto: um estudo sobre os MTJ’s. Revista CIATEC-
UPF.2017, Vol.9 Issue 1, p1-14. 14p.

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