Activas
Júri
Setembro de 2010
Resumo
Sendo a integridade física das ancoragens uma preocupação na garantia da vida útil, aborda-
se a problemática da corrosão, dos diversos tipos de corrosão e das classes de protecção das
ancoragens contra a corrosão.
É apresentada uma referência aos diferentes tipos de ensaios de carga, a realizar nas
ancoragens, bem como o número e tipo de controlo que as normas em vigor recomendam.
O trabalho teve como suporte, para além da bibliografia existente nesta matéria, todo o
acompanhamento de campo, registos de actividade e respectivos documentos de controlo de
qualidade da obra do Aproveitamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor a cargo do consórcio
“Bento Pedroso Construções e Lena, ACE”.
i
Abstract
The main purpose of this dissertation is to enlarge the knowledge of the actual Portuguese
situation in the quality control during the design, construction and testing of ground anchors and
soil nailing.
This work was divided in two major parts, soil nailing and ground anchors.
Another goal is also to establish the design and construction procedures compatible with the
European Standard EN 1537 (1999), which specifically embrace ground anchors, with the
purpose of achieve the desirable quality to ensure the design life time of engineering works.
In view of the fact that the physical integrity of anchors is a concern for guarantying their
lifetime, an evaluation is made of problems referred to corrosion, the types of corrosion and the
classes of protection of anchors against corrosion.
It’s presented reference to the different types of load tests, to be performed on anchors, as well
as the number and type of control required by the European Standards.
The present dissertation had as a support, in addition to the existing bibliography in this area,
field attendance (installation and testing phases) and quality control procedures in the
construction of Baixo Sabor Dam at the expense of “Bento Pedroso Construções e Lena, ACE”.
ii
iii
Índice
1.3 – Organização...................................................................................................................... 2
PARTE I ......................................................................................................................................... 3
Capítulo 2 – Caracterização das ancoragens passivas ................................................................ 4
2.1 – Introdução ......................................................................................................................... 4
2.2 – Origens e evolução das ancoragens passivas ................................................................. 4
v
Capítulo 8 – Controlo de Qualidade ............................................................................................ 53
8.1 – Reconhecimento Geológico e Geotécnico ..................................................................... 54
vi
Índice de Figuras
vii
Índice de Tabelas
viii
Capítulo 1 – Introdução
1.1 – Enquadramento
A construção de uma obra com este grau de complexidade requer um controlo de qualidade
objectivo e rigoroso, de modo a garantir o desempenho e a durabilidade esperada.
Nos últimos anos tem-se assistido a uma evolução que confere à qualidade um papel de cada
vez maior relevo.
A optimização das técnicas de injecção e furação aliado a uma inovação no fabrico do aço (aço
de alta resistência para os cordões ou barras) serviram como base para o desenvolvimento
posterior das ancoragens, sobretudo na França, Alemanha, Suíça e Suécia.
O trabalho teve como suporte, para além da bibliografia existente nesta matéria, todo o
acompanhamento de campo, registos de actividade e respectivos documentos de controlo de
qualidade da obra do Aproveitamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor a cargo do consórcio
“Bento Pedroso Construções e Lena, ACE”.
1.2 – Objectivos
Sendo a integridade física das ancoragens uma preocupação na garantia da vida útil, o
presente trabalho tem como principal objectivo desenvolver uma metodologia de controlo de
qualidade na execução das mesmas.
Para concretizar este objectivo, o controlo da qualidade terá de abranger todos os passos de
execução das mesmas:
1
1.3 – Organização
PARTE 1
PARTE 2
No capítulo 8 aborda-se o controlo de qualidade das ancoragens activas nas diversas fases
envolvidas pela especialidade, como é o caso do reconhecimento, caracterização, projecto de
viabilidade, fiscalização, ensaios e registos de obra.
2
PARTE I
3
Capítulo 2 – Caracterização das ancoragens passivas
2.1 – Introdução
Com o decorrer da escavação (de cima para baixo) pode ser aplicado betão projectado na
face do talude para conferir continuidade.
Uma das primeiras aplicações de pregagens foi em 1972 num projecto ferroviário em
Versailles, França, onde um talude de 18 metros de material arenoso foi estabilizado (Rabejac
e Toudic, 1974). Alem de ser economicamente vantajoso, com a aplicação de pregagens a
construção era mais célere de que com outros métodos de contenção. Deste modo houve um
grande aumento do uso de pregagens em França e consequentemente em toda a Europa.
A primeira grande investigação deste método de contenção teve lugar na Alemanha em 1975
pela Universidade de Karlsruhe e a empresa de construção Bauer. Esta investigação envolveu
varias de paredes/taludes experimentais de diversas configurações e o seu comportamento
aos diversos procedimentos utilizados. (Gassler e Gudehus, 1981; Schlosser e Unterreiner,
1991). Em França, o “Clouterre research program”, envolvendo uma participação pública e
privada, foi iniciado em 1986 e abrangeu uma grande gama de ensaios, monitorização das
estruturas e simulações numéricas (Clouterre, 1991).
4
2.3 – Propriedades das Pregagens
A adopção de pregagens como sistema de contenção deve ter como principal consideração os
seguintes factores:
Solos onde o talude mantém a geometria desejada após escavação de dois metros de
altura e mantém-na durante um dia ou dois sem suporte ou contenção;
Solos que após a furação para pregagem no talude, mantenham o furo aberto algumas
horas para a instalação do varão de aço.
II.1 Vantagens
Aplicação:
Custo:
A utilização de pregagens é uma opção mais económica que a maioria dos restantes
métodos de contenção;
A aplicação de betão projectado na face do talude é mais económico que um muro de
betão armado necessário para as ancoragens activas.
II.2 Desvantagens
5
III - Comparação com ancoragens activas
Equipamento de aplicação
Nas ancoragens activas, alem da furação para posterior inserção da ancoragem, temos o pré-
esforço aplicado na cabeça da ancoragem que necessita de um equipamento adicional
(macaco de tensionamento).
Densidade da pregagem/ancoragem
Em projectos similares, o número necessário de pregagens por unidade de área teria de ser
significativamente superior ao número de ancoragens activas por unidade de área. A aplicação
de um número superior de elementos individuais (pregagem ou ancoragem activa) de
contenção adiciona um grau de redundância que pode contribuir para a estabilização de um
talude. Consequentemente, a falha de elemento individual de contenção de um talude com
pregagens apresenta um risco muito menor que a falha de um elemento numa parede
ancorada. Por norma, apenas 5% das pregagens são sujeitas ao ensaio de tensão, enquanto
nas ancoragens activas, todo são sugeitas aos ensaios de recepção/aferição.
Nas pregagens a carga é distribuída ao longo de todo o comprimento do prego, por sua vez, as
ancoragens activas são projectadas para transferir a carga apenas na secção posterior da
potencial superfície de falha.
Mobilização
Deformações do talude
IV – Análise de custos
O custo de aplicação está directamente relacionado com a altura dos taludes, tendo como
altura ideal para rentabilizar os meios (maquina de perfuração e robot de projecção) entre 5 e 7
metros.
6
2.4 – Investigação in situ e ensaio laboratoriais
Deflecção padrão no
final de cada fase
Fase de Escavação 1
Pregagem 1
Fase de Escavação N
Pregagem N
7
Enquanto as forças de tensão nos níveis intermédios e inferiores crescem com o aumento da
profundidade de escavação, a força de tensão nos níveis superiores diminui devido a uma
redistribuição da carga.
Superficie Crítica
Faixa de Escavação
potêncialmente
instável
8
2.5.2.2 – Análise de Estabilidade Interna
Na análise de estabilidade interna, a rotura pode dar-se entre os três intervenientes das
pregagens, o solo, o varão de aço e/ou pela calda de cimento da injecção. Nas pregagens é
criado um elo de ligação entre a calda de cimento e o solo circundante à medida que este
último se deforma durante a fase de escavação, o que origina um aumento das forças de
tensão no varão de aço.
A. Layout do Talude
A estabelecer o layout do talude temos de ter um consideração três factores, a altura do talude,
o comprimento do talude e a sua inclinação (geralmente entre os 0º e os 10º para o caso de
vias de comunicação). Adicionalmente temos de ter em consideração as condições da
plataforma de trabalho, nivelada e drenada, sem obstáculos e com as dimensões e
características tais que permita a circulação dos equipamentos e pessoal na frente de trabalho
em condições de segurança.
O aumento da inclinação do talude acresce estabilidade, uma vez que num talude mais
“deitado” são exercidas menores forças, logo requer pregagens mais curtas.
O espaçamento horizontal (Sh) é em geral igual ao vertical (Sv). Este espaçamento é situa-se
geralmente entre 1.25 a 3 metros.
A malha das pregagens segue geralmente um dos seguintes padrões, malha rectangular,
malha quincôncio, pregagens isoladas (Figura 3).
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Drenagem
Pregagem P1
Fundo dos
Níveis de
Escavação
Fundo da
Escavação
A malha rectangular resulta numa coluna alinhada de pregagens, o que facilita a construção de
juntas verticais num eventual muro de betão à face do talude e a aplicação de drenos
horizontais.
D. Inclinação da pregagem
10
Capítulo 3 – Execução de Pregagens
Tendo em conta o diâmetro de varão que constitui a armadura (Ø25 mm a Ø32 mm), o
diâmetro de furação variará entre 76 mm e 89 mm, conforme o diâmetro, tipo de pregagens e
respectivos acessórios, cumprindo os requisitos do CE quanto ao recobrimento.
11
Após a conclusão da furação os furos deverão ser devidamente limpos de detritos de furação,
lamas e fragmentos.
A colocação das armaduras de pregagem nos furos, deverá processar-se o mais rapidamente
possível e, em qualquer circunstância, ser precedida de uma cuidadosa inspecção visual, com
o objectivo de se poderem detectar e, se for caso disso, reparar quaisquer danos ou defeitos
que as mesmas possam apresentar.
Uma vez introduzida a armadura no furo de pregagem, esta não deverá ser deslocada de
forma a possibilitar o endurecimento da calda de injecção sem quaisquer perturbações, até
esta obter a resistência pretendida e exigível em projecto.
Dado que a extremidade superior do varão se apresenta roscada, esta deverá ficar saliente da
superfície da estrutura de suporte em cerca de 10 cm, onde será posteriormente apertada a
placa de distribuição, que quando aplicável será protegida com recobrimento de betão
projectado.
12
Após a colocação da armadura é efectuada a selagem da boca da pregagem com material
adequado, o qual é submetido previamente a aprovação.
Nas situações em que as pregagens serão executadas com a cota de fundo superior à cota da
boca, além dos procedimentos já descritos as pregagens devem ser fixas, por exemplo, com
taco de madeira, e o tubo de respiro deve ser o tubo longo (instalado junto à extremidade do
furo) enquanto o tubo de injecção o tubo curto. Em casos onde exista circulação abundante de
água poderá ser necessário recorrer a materiais como o poliuretano para garantir a selagem da
boca do furo.
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Na montagem da cabeça da pregagem (conjunto formado por placa de distribuição e porca de
aperto), é necessário regularizar a superfície de assento da placa de distribuição antes da
colocação da placa de distribuição, seguido da instalação da porca ate ao encosto e o aperto
com recurso de uma chave dinamométrica até se obter o esforço requerido.
As operações de corte das pontas de varões que fiquem em excedente (caso se verifique
necessário, por exemplo quando a superfície da parede não for regular exigir um ajuste no
comprimento do varão para garantir o apoio da placa de distribuição) deverão efectuar-se com
recurso à utilização de rebarbadoras devidamente equipadas com discos de corte, estando
proibido o uso de maçarico.
14
3.1 – Fluxograma do processo de execução de pregagens
Projecto de
Programação e
Execução
Aprovisionamento
Aprovado
Preparação da
Plataforma
Marcações
Furação no
PIE
comprimento total
Colocação de
Armadura
Selagem da “Boca
da Pregagem”
Injecção Sob
PIE Pressão
(0,2 MPa)
Montagem
Cabeças
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Capítulo 4 – Controlo de Qualidade e Monitorização
4.1 – Introdução
O controlo de qualidade tem um papel vital em taludes com pregagens porque a sua correcta
utilização e consonância com o projecto de execução resulta numa solução válida para o
tempo de vida útil esperado. O Controlo de qualidade envolve a conformidade dos
equipamentos e materiais; conformidade na execução dos procedimentos de construção;
controlo da monitorização.
Antes de iniciar a aplicação de pregagens num talude, as várias partes envolvidas têm de ter
sempre presente os seguintes itens:
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Componentes metálicos (ex. varões, chapas, porcas, anilha), centralizadores, componentes da
calda de cimento, tubo PVC dos drenos, tubo de injecção, malha sol e aditivos são
recepcionados com base nos certificados de fabrico.
A mistura da calda de cimentos e do betão projectado são aprovados com base nos ensaios
laboratoriais e in situ realizados (Anexo 2 – Estudo de composição de caldas de injecção).
No final do mês, é necessário executar um relatório com os resultados dos ensaios obtidos até
ao final do mês anterior, de acordo com a amostragem definida (Anexo 3 – Ficha de controlo
de caldas de injecção).
Verificar que os varões não estão danificados, têm o comprimento exacto e que o
certificado de fabrico comprova a classe de protecção á corrosão pretendida;
Verificar que a estabilidade do talude escavado é mantida em todas as fases da
contenção. Se a estabilidade do talude estiver em risco na escavação da primeira faixa,
deve reduzir-se a altura de escavação nas faixas seguintes e se necessário aplicar
betão projectado antes das pregagens;
Verificar que as pregagens são aplicadas com a correcta orientação, espaçamento e
comprimento;
Verificar que os centralizadores estão correctamente aplicados ao longo do varão de
modo a que este esteja na localização correcta;
No caso de não se conseguir inserir a totalidade do comprimento do varão no furo,
significa que o furo desabou e é necessário um novo furo;
Verificar que a injecção é realizada correctamente, a calda de cimento é injectada do
fundo para a boca do furo de modo a preencher a totalidade do mesmo, sem deixar
vazios;
Verificar que o betão projectado ficou com a espessura pretendida e foi aplicado
correctamente;
Verificar a correcta aplicação da chapa, desvios na perpendicularidade entre o varão e
a chapa devem ser colmatados com a anilha côncava anterior á porca;
Verificar a correcta instalação dos drenos, é essencial que o escoamento não seja
impedido;
Garantir que os cubos de calda de injecção e as caixas de betão projectado sejam
ensaiados em laboratório á compressão e resistência.
São efectuados ensaios de tracção a uma percentagem específica (geralmente um ensaio por
100 pregagens, do mesmo tipo) para averiguar adequação da metodologia e a capacidade de
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carga das pregagens. As pregagens que falhem nos ensaios de arranque serão substituídas e
testadas novamente.
O ensaio consiste na aplicação no coroamento do varão de uma carga axial de tracção por
patamares até um valor máximo de 220 kN, conforme descrito abaixo.
Os ensaios foram realizados com um ciclo de carga e descarga, com patamares de carga de
25 kN e com estabilização da carga durante cinco minutos em cada patamar. Na tabela 1,
apresentam-se os patamares de carga de tracção previstos para a execução do ensaio.
Manutenção da
Patamares de Tensões de
Carga em cada
carga Tracção (kN)
Patamar (minutos)
P0 37 5
P1 45 5
P2 70 5
P3 95 5
P4 120 5
P5 145 5
P6 170 5
P7 195 5
P8 220 5
P9 37 -
O macaco hidráulico utilizado no caso em estudo dispunha de êmbolo oco, permitindo o seu
atravessamento pelo varão, acoplador, extensão do varão e colocação de chapa e porca na
extremidade superior, garantindo assim a transmissão da carga mobilizada no macaco para o
varão de 25 mm testado.
As leituras das deformações axiais da pregagem e das cargas de tracção aplicadas durante os
ensaios, foram utilizados os seguintes instrumentos:
- Um deflectómetro analógico com haste colocada directamente sobre a chapa de aço onde o
macaco apoia na parede de rocha, suportado por tripé posicionado sobre a plataforma de
trabalho existente, a qual se deve admitir não ser influenciada pelos ciclos de carga do ensaio:
19
Figura 9 – Instalação dos deflectómetros de medida das extensões
No final de cada mês, é necessário executar um relatório com os resultados dos ensaios
obtidos até ao final do mês anterior, de acordo com a amostragem definida (Anexo 4 – Fichas
de ensaios de tracção em pregagens).
Placa de Referência
Varão
Deflectó-
metros de
medida das
extensões
Chapa de
Distribuição
Aríete
Betão Projectado
20
PARTE II
21
Capítulo 5 – Caracterização das ancoragens activas
Figura 11 – Barragem do Cheufras, na Argélia: a) Planta; b) secção transversal tipo (Pinelo, 1980).
22
adequada, injectada no furo. Em 1965, Bauer refere que já tinham sido instaladas cerca de
30000 ancoragens.
Figura 12 – Encosta das portas do sol, em Santarém: a) perfil transversal; b) evolução da tracção
em 4 ancoragens instrumentadas.
23
5.2 – Constituição das ancoragens
Podemos dizer que uma ancoragem é composta essencialmente por três partes: A cabeça da
ancoragem (conjunto formado por placa de distribuição, placa porta-cunhas, cunhas e
dispositivos de protecção definitiva); o comprimento livre (Troço de armadura compreendido
entre a parte superior da ancoragem e o bolbo de selagem, onde não é transmitida tensão ao
terreno); e o comprimento de selagem (Corresponde ao troço da ancoragem que se destina a
transmitir as tensões ao terreno). Sendo a capacidade de carga condicionada pela preservação
da resistência intrínseca de cada uma das suas componentes, pelas reacções mobilizadas no
terreno ao longo do comprimento de selagem e na zona da cabeça ao nível do suporte.
A constituição das ancoragens depende de vários factores como, o tempo de vida especificado
no projecto, as características construtivas e o meio envolvente, nomeadamente no que diz
respeito à protecção contra a corrosão e aos possíveis fenómenos de fluência.
As ancoragens podem agrupar-se em dois grupos distintos (Pinelo, 1980) de acordo com a
natureza do maciço onde a selagem da ancoragem vai ser realizada, ancoragem em solo ou
em rocha.
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No que diz respeito ao tempo de vida útil, tem-se dois tipos de ancoragens, as ancoragens
provisórias (ou de curta duração) e as ancoragens definitivas (ou de longo prazo).
De acordo com a vida útil prevista para a obra (de 50 anos de acordo com o RSA, 1982, art.º 6,
ou de 50 ou 100 anos para estruturas de classe 4 ou 5, respectivamente, de acordo com o
Eurocódigo 7, parte 1 EN1997-1,2004), a integridade e o comportamento das ancoragens com
carácter definitivo possui uma importância vital no comportamento global da obra a longo
prazo.
No que diz respeito a ancoragens provisórias, a vida útil destas é na maior parte dos caso de
dois anos.
Diversas normas europeias (SIA V191/1995, 1996 e BS8081, 1989) apresentam distinções
mais conservativas na distinção da vida útil, face ao respectivo risco de utilização. Dividem-se
nas seguintes subcategorias: Construções temporárias, onde o tempo de vida útil das
ancoragens é inferior a 6 meses, e como tal não é necessário qualquer tipo de protecção
contra a corrosão e/ou monitorização; Suportes semi-permanentes correspondem a uma vida
útil das ancoragens entre os 6 e 24 meses e apesar de não ser obrigatório medidas de
protecção contra a corrosão, é aconselhável uma monitorização do seu comportamento;
Contenções definitivas para sempre que esteja prevista uma vida útil superior a 24 meses,
neste ultimo caso, é exigida protecção contra a corrosão, planos de instrumentação e
monitorização, estabelecidos em função da longevidade, da instrumentação e das
características da obra.
Como factores adicionais condicionantes temos também o meio envolvente onde a ancoragem
está inserida (características e carga corrosiva do terreno envolvente) e as possíveis cargas de
serviço.
25
5.4.2 – Armadura de Ancoragem
A armadura de ancoragem pode ser constituída por fios, barras ou cordões que transmitem a
carga de tracção desde a parte superior da ancoragem até à zona do bolbo de selagem.
prEN 10138
Aço pré-esforçado
prENV 1992-1-5 : Eurocódigo 2, Parte 1-5
Outro tipo de armaduras só pode ser utilizado se for comprovada a sua adequabilidade como
parte da ancoragem, e se a fiscalização o aprovar.
Caixa de Protecção
Chapa de aço
Chapa de distribuição
Selagem
Tubo individual
Chapa de distribuição
Chapa de aço
Selagem
Tubo corrugado
De acordo com a EN1537 (1999) a cabeça da ancoragem deve ser projectada de modo a
suportar desvios angulares relativamente à direcção normal à cabeça, num valor máximo de
3% para 97% da tracção característica da armadura.
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Figura 16 – Detalhe de cabeça de ancoragens para armadura constituída por cordões
(www.tensacciai.it)
As cunhas devem ser projectadas de forma a impossibilitar a rotura prematura do aço de pré-
esforço.
De acordo com o EN1537 (1999), todas as armaduras instaladas devem ter garantido um
recobrimento mínimo de 10 mm de calda relativamente às paredes dos furos. Tal é alcançado
com recurso a centralizadores e espaçadores.
Centralizar a ancoragem relativamente ao furo, para que a calda na zona selada tenha
um a distribuição uniforme que conduz a uma eficiente protecção contra a corrosão;
Minimização do efeito de encurvadura da armadura entre os apoios;
Escoamento correcto da calda, permitindo que esta penetre os vazios existentes entre
a armadura e os diversos elementos;
Eficiência da transferência de carga do bolbo para o terreno.
Centralizador
Cordão
Tubo
corregado
Tubo de
injecção
Espaçador
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A norma EN1537 (1999) refere que qualquer componente instalado no interior do furo deve
estar devidamente espaçado e localizado de modo a que não reduza a capacidade resistente
da ancoragem.
A distância dos espaçadores no comprimento de selagem varia geralmente entre 0,5 m e 2,0
m. De acordo com o PTI (1996), o primeiro centralizador a colocar deve localizar-se a menos
de 1,5 m da boca do furo e o seguinte a 3m, ou menos, do centro.
Caldas de cimento são geralmente as mais utilizadas nos trabalhos de injecção de ancoragens,
compostas por cimento Portland, água e adjuvantes, e devem cumprir os requisitos das normas
prEN445, prEN446, prEN447. A totalidade A totalidade dos materiais utilizados deve
apresentar teores de cloretos na calda que não ultrapassem 0,1% da massa de cimento, na
totalidade. (EN1537,1999).
A quantidade de água presente na calda deve ser suficiente para conferir trabalhabilidade e
fluidez na injecção, contudo, não em demasia de modo a evitar a exsudação e retracção. É
fundamental uma relação a/c reduzida para se obter resistência elevada, continuidade
estrutural, características de impermeabilidade da calda e um bom funcionamento como
barreira contra a corrosão.
Na NP EN447 (2000) a precisão do doseamento das quantidades específicas deve ser de ±2%
para o cimento e os adjuvantes e de ±1% para a água.
Em relação aos aditivos, a norma EN1537 (1999) autoriza a aplicação de aditivos para
melhorar a trabalhabilidade e durabilidade, para reduzir a exsudação e a retracção, e para
aumentar a velocidade de presa. Os ligantes a aplicar devem estar previamente aprovados
pela fiscalização e isentos de produtos que possam danificar ou alterar o aço de pré-esforço ou
a calda.
5.4.6 – Resinas
Resinas e argamassas com ligantes resinosos podem ser utilizadas como alternativa à calda
de cimento se as suas características e aplicabilidade forem verificadas em ensaios de campo
e laboratório.
29
Capítulo 6 – Protecção contra a corrosão nas ancoragens
6.1 – Introdução
Nas ancoragens em terrenos (solo ou rocha), a sua capacidade de carga é condicionada pela
integridade da resistência de cada um dos seus componentes e pelas reacções na cabeça da
ancoragem e ao longo da interface do comprimento da mesma com o terreno.
Como tal, e de acordo com a EN1537 (1999) todos os elementos de aço sob tensão devem ser
protegidos contra a corrosão durante a vida útil de projecto. Todas as ancoragens definitivas
devem ser protegidas contra a corrosão e nas ancoragem provisórias de modo a garantir um
período de 2 anos em meios agressivos, é necessário incluir uma protecção adicional.
A corrosão no aço de pré-esforço pode ser classificada de acordo com seis tipos principais (FIP
1996a):
Corrosão generalizada;
Corrosão localizada;
Corrosão sob tensão / fragilização por hidrogénio;
Corrosão por fadiga;
Corrosão por acção de correntes vagabundas;
Corrosão bacteriana.
Os últimos três tipos de corrosão apenas devem ser considerados sob cargas especiais ou
condições de singularidade do terreno.
A corrosão localizada sob a forma de picadas ou fissuras, em uma ou mais das secções
desprotegidas do aço de pré-esforço, não ser reparada, nem com limpeza nem com aplicação
de revestimento. A armadura deve ser sempre rejeitada.
30
A corrosão sob tensão apresenta-se com aspecto de fissuras na zona das picadas e suscita
particular atenção em aços de alta resistência utilizados no fabrico de elementos pré-
esforçados. Esta concentração de tensões pode desenvolver a fendilhação, e propagar-se para
o aço não corroído ao nível do fundo da picada. Com tempo pode alastrar-se até uma
profundidade que resulte na rotura do elemento de aço pré-esforçado. Armaduras com picadas
ou fissuras na superfície devem ser sempre rejeitadas.
A corrosão por fadiga desenvolve-se sob acção de cargas cíclicas à medida que a corrosão
progride até causar a rotura do elemento de pré-esforço. Este tipo de corrosão é pouco comum
no aço de pré-esforço uma vez que a maior parte das ancoragens não estão sujeitas a cargas
cíclicas severas.
A corrosão por acção de correntes vagabundas desenvolve-se sob a forma de picadas no aço
de pré-esforço quando sujeito a correntes eléctricas vagabundas que podem circular no
terreno, como resultado de fugas de corrente ou roturas no isolamento de cabos eléctricos.
Estas correntes resultam da descarca de corrente eléctrica contínua a partir de fontes de
energia como caminhos-de-ferro, sistemas de transmissão eléctrica e operações de soldadura.
Este tipo de corrosão é particularmente danoso em ambientes marítimos.. Fontes de energia a
uma distância de 30 a 60 m das ancoragens não causam correntes vagabundas
suficientemente intensas para gerar corrosão (FHWA-SA-96-072, 1995). A protecção das
ancoragens contra correntes vagabundas geralmente envolve um isolamento eléctrico total do
aço de pré-esforço relativamente ao terreno envolvente, com uma barreira não condutora,
como o plástico.
Assegurar que a vida útil efectiva da ancoragem no que diz respeito à corrosão é no
mínimo igual à requerida para a ancoragem;
Não deve produzir efeitos adversos no meio envolvente ou reduzir a capacidade da
ancoragem;
Permitir os movimentos do comprimento livre para que a carga total seja transferida
para o comprimento de selagem;
Compreender materiais quimicamente estáveis e não reactivos com os os materiais
adjacentes;
Não necessitar de manutenção ou substituição (salvo raras excepções) durante a vida
útil da ancoragem;
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Ter resistência e flexibilidade suficiente para resistir ás deformações induzidas pelo
ensaio de carga;
Resistir ao manuseamento sem se danificar durante a fase de fabrico, transporte
armazenamento e construtiva.
Existem três níveis de protecção contra a corrosão, protecção de classe I (protecção dupla),
protecção de classe II (protecção simples) e sem qualquer protecção.
Na protecção simples, temos uma barreira física aplicada na armadura antes da aplicação da
ancoragem entre a própria armadura e o terreno.
Na protecção dupla, é aplicada uma segunda barreira exterior com o objectivo de proteger a
interior de possíveis danos durante a aplicação.
A corrosão é na maior parte das vezes realçada pela exposição ou combinações das acções
do oxigénio e de cloretos, condições anaeróbicas na presença de sulfatos, elevadas variações
de carga e por elevados níveis de tensão quando aplicadas em rochas duras ou de baixa
permeabilidade.
De acordo com a EN1537 (1999), o nível mínimo exigido de protecção contra a corrosão da
armadura de pré-esforço em ancoragens definitivas é a aplicação prévia de material
anticorrosivo a envolver cada elemento do aço, em toda a sua extensão.
Por vezes temos a necessidade de prolongar o tempo de vida útil de uma ancoragem
provisória por mais de dois anos ou se a ancoragem encontra-se em terrenos caracterizados
por ambientes mais agressivos, com graus de humidade elevados, percolação de água,
podendo haver soluções que contenham agentes corrosivos, nomeadamente de cloretos.
Nesse caso, é necessário aplicar medidas de sistemas de protecção contra a corrosão,
aprovadas pela fiscalização.
32
A tabela abaixo (adaptado da EN1537,1999) descreve exemplos de sistemas de protecção
contra a corrosão para ancoragens provisórias:
Todos os tirantes da armadura devem conferir um revestimento de calda de cimento de pelo menos
10mm à parede do furo. Quando o terreno apresentar características de natureza agressiva, é
importante, para garantir a protecção adequado a aplicação de um tubo corrogado a envolver a
armadura.
O sistema de protecção deve desenvolver pouco atrito e permitir o movimento da armadura dentro do
furo. Esta característica é alcançada por uma das seguintes alternativas:
a) Uma bainha plástica a envolver individualmente cada tirante, com a extremidade selada
evitando o ingresso de água;
b) Uma bainha plástica a envolver individualmente cada tirante, completamente preenchida com
um produto anticorrosivo;
c) Uma bainha plástica ou de aço ou um tubo comum a envolver todos os elementos da
armadura, com a extremidade selada evitando o ingresso de água;
d) Uma bainha plástica ou de aço ou um tubo comum a envolver todos os elementos da
armadura, completamente preenchida com um produto anticorrosivo.
A alínea (b) ou (d) é apropriada para ancoragens provisórias com maior tempo de serviço ou a
terrenos de condições de maior agressividade.
A bainha ou tubo de protecção da zona de comprimento livre deve ser selado ou soldado à chapa de
distribuição/cabeça da ancoragem. A bainha ou tubo de protecção da zona de comprimento livre deve
ter sobreposição. Para ancoragens provisórias com maior tempo de serviço, deve preencher-se com
um produto anticorrosivo, cimento ou resina, o que tiver sido aplicado na cabeça da ancoragem.
4. Cabeça da ancoragem
Quando a cabeça da ancoragem está acessível para trabalhos de inspecção e é possível a aplicação
de novo revestimento de protecção, são aceitáveis as protecções seguintes:
Quando a cabeça da ancoragem não está acessível, é aplicada uma caixa protectora de metal ou
plástico preenchido com um produto anticorrosivo para garantir maior tempo de serviço à ancoragem.
33
6.5.2 – Ancoragens definitivas
De acordo com a mesma norma, a armadura das ancoragens definitivas deve estar provida de
uma das seguintes soluções:
Protecção dupla contra a corrosão (Classe I) para no caso de uma das protecções seja
danificada durante a instalação ou no pré-esforço da ancoragem, a segunda barreira
permaneça intacta;
Protecção simples contra a corrosão (Classe II), devendo neste caso realizar-se em
cada ancoragem ensaios de medição de resistência eléctrica (mede a resistência
eléctrica entre a ancoragem e a estrutura de suporte para determinar a eficácia do
sistema de protecção contra a corrosão aplicado) que permitam avaliar se a protecção
permanece intacta;
Protecção contra a corrosão do sistema conferida por um tubo metálico de manchetes
ou por um tubo plástico corrugado;
Protecção contra a corrosão do sistema conferida por um tubo de aço (tubo á
compressão).
a) Todos os sistemas de protecção contra a corrosão devem ser sujeitos a ensaios para verificar
a sua competência. Os resultados de todos os ensaios devem ser documentados;
b) A Fiscalização deve realizar uma avaliação técnica dos resultados dos ensaios do sistema de
protecção contra a corrosão, de modo a verificar que a eficácia de cada uma das protecções
do sistema é alcançada. De realçar que em alguns sistemas a integridade da protecção
interior depende da manutenção da integridade da exterior;
c) Quando é aplicado apenas uma protecção contra a corrosão no comprimento de selagem da
armadura, a integridade dessa protecção deve ser verificada realizando ensaios de campo,
como o de resistividade eléctrica.
34
1. Comprimento de selagem da armadura
O sistema de protecção permite o movimento livre do tendão dentro do furo. Isto pode ser alcançado
por uma das seguintes alternativas:
4. Cabeça da ancoragem
Uma camada de revestimento e/ou uma caixa metálica de aço galvanizado com uma espessura
mínima de 3mm ou uma caixa de plástico rígido com uma espessura de 5mm é aplicada na chapa de
distribuição, e se removida, é preenchida com produto anticorrosivo flexível e selada com um vedante.
No caso de a caixa não ser removível, pode ser preenchida com cimento ou resina.
35
Figura 18 – (a) e (b) - Exemplos de protecção contra a corrosão em cabeças de ancoragens e zona
de transição da cabeça-comprimento livre (FHWA-IF-99-015, 1999).
36
Figura 19 – Exemplo de protecção contra a corrosão em ancoragens de cordões
(FHWA-IF-99-015, 1999).
37
6.6 – Protecção dos componentes contra a corrosão
As bainhas devem ser preenchidas com um produto inibidor de corrosão ou com calda de
modo que não fiquem vazios. Os cordões por sua vez, devem ser revestidos individualmente
com um produto inibidor de corrosão, sem vazios entre os fios.
Nas ancoragens de cordões com protecção classe I utiliza-se uma bainha lisa para encapsular
toda a armadura, já envolta com bainhas individuais preenchidas com massas anticorrosivas
aplicadas sobre os cordões.
De acordo com a EN1537 (1999) os produtos utilizados como barreira permanente à corrosão
devem ser acondicionados dentro de uma bainha robusta à prova de água, tubos ou caixas que
também devem ser resistentes à corrosão.
A tabela abaixo apresenta os critérios de aceitação dos produtos viscosos de protecção contra
a corrosão relativos aos ensaios dos materiais.
38
6.6.2 – Protecção da armadura
O revestimento da armadura deve ser sempre aplicado em condições fabris, onde sejam
garantidas condições de limpeza, salubridade e um ar limpo e seco.
As bainhas e tubos plásticos devem respeitar o disposto pelas normas europeias, ou seja,
devem ter continuidade, ser impermeáveis, não devem fragilizar-se com o tempo e devem
ainda apresentar resistência às radiações ultravioletas durante o armazenamento, transporte e
construção. As ligações entre as diversas componentes de plástico devem ser completamente
seladas e inviabilizar o ingresso de água. No caso de se recorrer a PVC, este deve resistir ao
envelhecimento e não deve libertar cloretos.
A eficácia das bainhas depende do preenchimento da sua secção anelar interna durante o
processo de fabrico, nomeadamente com resinas adequadas ou massas anticorrosivas que
excluam o ar atmosférico e criem uma envolvente electroquímica adequada.
De acordo com a EN1537 (1999), a espessura mínima da parede exterior do tubo corrugado,
quer seja individual ou comum a diversos elementos da armadura é a seguinte:
A espessura mínima da parede de um tubo ou de uma bainha lisa comum em contacto com o
exterior, relativamente à espessura exigida para o tubo corrugado, deve ser acrescida de
1,0mm ou, como alternativa, o tubo deve ser reforçado.
Segundo a norma EN1537 (1999), as mangas termo-rectráteis podem ser utilizadas para vedar
as zonas onde se aplicam os produtos anticorrosivos. O calor a aplicar na manga deve ser
dado para que os restantes elementos de protecção contra a corrosão, nomeadamente os da
vizinhança, permaneçam com as características definidas, ou seja, que não se deformem, não
se queimem durante a aplicação do calor ou que não se danifiquem, resultando algum prejuízo
da sua capacidade de serviço. A velocidade de retracção deve ser tal que impeça a ocorrência
de aberturas ou folgas a longo prazo. A espessura da parede da manga após retracção deve
ser de pelo menos 1,0 mm. As mangas termo-retracteis não se devem considerar como um dos
elementos de protecção do sistema de protecção dupla, com selantes.
39
6.6.2.3 – Junções das bainhas e selagens
A norma EN1537 (1999) refere que as juntas mecânicas devem ser seladas com O-rings,
vedantes ou mangas termo-rectráteis. A selagem, ou equivalente, deve evitar a fuga de
material ou qualquer intrusão de água a partir do exterior, quaisquer que sejam os movimentos
relativos entre os elementos adjacentes selados.
Nas juntas deve haver pelo menos uma sobreposição de 25mm, combinada com a aplicação
de colas solventes adequadas ao material que constitui a bainha. No caso de bainhas não
rígidas a sobreposição deve ser de pelo menos 50 mm e deve facilmente ajustar-se sobre o
revestimento básico, permanecendo com um afastamento que permita a injecção ou a saída do
material de selagem da junta.
A classe de protecção do comprimento de selagem tem de ser a mesma que foi adoptada no
comprimento livre. Adicionalmente, os elementos de protecção têm que ter capacidade de
transferir para o terreno as tensões elevadas que se desenvolvem na armadura.
As caldas de cimento são utilizadas para transmitir a carga da zona selada da ancoragem para
o terreno. A calda de cimento encontra-se ligada à armadura e, invariavelmente, apresenta
fissuras que surgem na sequência do alongamento da armadura durante as solicitações
introduzidas pela aplicação do pré-esforço.
De acordo com a norma EN 1537 (1999), a calda de cimento injectada no furo pode considerar-
se protecção temporária, desde que o recobrimento sobre a armadura não seja inferior a 10
mm ao longo do comprimento da ancoragem.
A calda cimentécia espessa proveniente da central, ou equivalente após ensaiada, pode ser
considerada com uma das protecções de um sistema de classe I. Para tal, deve garantir-se um
recobrimento superior a 5,0 mm entre a armadura e a protecção exterior, e deve ser
comprovado que a abertura das fissuras corresponde à carga de serviço não excede 0,1 mm
(EN 1537,1999).
40
6.6.3.2 – Resinas epoxídicas
A norma EN 1537 (1999) refere que as caldas resinosas injectadas, ou colocadas de forma
controlada, com um revestimento mínimo de 5,0 mm podem ser consideradas como umas das
protecções permanentes contra a corrosão. Contudo, deve ser garantido o seu confinamento e
que as mesmas não são sujeitas a tensões nem se verifica, fissuras.
Dado que no processo de blocagem é necessário que todos os fios, cordões ou barras estejam
descarnados, obriga à remoção das protecções anticorrosivas aplicadas na fábrica. Esta
necessidade resulta da exposição da armadura em duas zonas: à frente da chapa de
distribuição e no seu tardoz (zona exterior e interior da cabeça, respectivamente).
A protecção da zona interior é geralmente garantida com recurso a uma trompete, que consiste
num tubo de aço soldado a uma chapa de encosto ao maciço de apoio.
A calda de cimento não pode ser considerada válida, uma vez que com os movimentos da
cabeça junto da estrutura a calda pode fissurar. Logo, é aconselhável proteger esta área com
materiais dúcteis, deformáveis e impermeáveis à água.
Quando não é necessário reaplicar pré-esforço, podem ser utilizadas resinas ou outros
selantes endurecedores, não sendo necessário haver ligações mecânicas entre a caixa e a
chapa de distribuição. Nestes casos, não é necessário que as protecções e a caixa sejam
removíveis, podendo a parte exterior da cabeça ser revestida com betão (EN 1537,1999).
As caixas de protecção devem tar completamente preenchidas no seu interior, com caldas ou
com um produto inibidor da corrosão.
42
Capítulo 7 – Execução de Ancoragens
7.1 – Furação
A inclinação das ancoragens, relativamente ao eixo horizontal deverá ser controlada devendo
fixar-se a direcção e a inclinação da torre do equipamento de furação de acordo com o definido
no projecto, as quais devem ser verificadas com o auxílio de um nível graduado.
A escolha do processo de furação depende em grande escala da rocha existente, no caso das
figuras 20 e 21 onde o tipo de rocha existente é o granito, adoptou-se a furação à
rotopercussão destrutiva, devendo dedicar-se especial atenção ao registo nas respectivas
partes diárias de qualquer anomalia que possa surgir durante a furação.
43
Figura 21 – Furação com Klemm em zona de plataforma reduzida (banqueta)
Atingido comprimento total previsto para a furação, deverá ser executado um ensaio de
absorção de água sob pressão do tipo Lugeon, no trecho final furado, para avaliar as
características de estanqueidade da zona de selagem a instalar (ver Anexo 5 – Ficha de ensaio
de Lugeon).
44
b) Injecção de água em 5 patamares de pressão com 10 minutos de injecção para cada
patamar (1,25 bar, 2,5 bar, 5 bar, 2,5 bar, 1,25 bar), sendo registada a absorção de
água em cada patamar;
c) Tratamento e interpretação dos resultados, para quantificação da absorção em
unidades de Lugeon.
Uma unidade de Lugeon corresponde ao valor médio da absorção de 1 litro por minuto e por
metro de furo, para um patamar de injecção com a duração de 10 minutos em que a pressão
de injecção da água se mantém estabilizada no valor de 1 MPa.
A injecção das caldas atrás descritas deverá ser executada da seguinte forma:
A injecção deve ser lenta (caudais de injecção baixos) e contínua, o operador deve ter em
atenção a regulação da bomba para garantir uma injecção lenta.
45
7.4 – Colocação de Armadura
A colocação das armaduras de ancoragem nos furos, deverá processar-se o mais rapidamente
possível e, em qualquer circunstância, ser precedida de uma cuidadosa inspecção visual, com
o objectivo de se poderem detectar e, se for caso disso, reparar quaisquer danos ou defeitos
que as mesmas possam apresentar.
Uma vez introduzida a armadura no furo de ancoragem, esta não deverá ser deslocada de
forma a possibilitar o endurecimento da calda de injecção sem quaisquer perturbações, até
esta obter a resistência pretendida e exigível em projecto.
Cinta
Tubo Corrugado
Tubo de injecção
externo
Tubo de injecção
interno
Espaçador
7.5 – Injecções
46
tubo/bainha; preencher os vazios na envolvente da armadura e no interior das bainhas do
comprimento livre de modo a proteger contra a corrosão.
A injecção da calda deve sempre iniciada a partir da extremidade mais profunda do furo, para
garantir o total preenchimento da ancoragem, deve-se contemplar a saída da água e do ar
(purga do furo). A injecção deve ser contínua até se verificar que a consistência da calda que
sai do furo é a mesma que a da calda injectada.
No caso de haver uma interrupção das injecções superior ao tempo de presa, a ancoragem e a
calda devem ser retiradas do furo. A calda pode ser retirada lavando o furo ou perfurando-o de
novo.
Misturador;
Reservatório de armazenamento;
Bomba;
Manómetros de pressão, conexões, válvulas;
Dispositivos de medição;
Equipamentos de ensaio.
Este equipamento deve ter capacidade para produzir calda com uma distribuição do cimento e
dos aditivos homogénea e de acordo com as exigências dispostas na secção 5 da NP EN447
(2000), relativas às propriedades das caldas.
Após a instalação da armadura, será efectuada a injecção do bolbo de selagem com recurso a
uma bomba de injecção equipada com uma célula de pressão que garanta o escoamento
contínuo da calda e uma pressão mínima de 1 MPa, considerando um volume de calda máximo
47
estimado de 100 l por cada 1,5 m de comprimento de bolbo. Estima-se um caudal de injecção
médio entre 8 e 16 l/min.
A relação água/cimento das caldas de injecção deverá ser de 0,30 a 0,55 devendo todos os
componentes ser doseados em massa, excepto a água de amassadura que pode ser doseada
em massa ou em volume. No entanto, para algumas formações, como depósitos aluvionares
arenosos, pode adoptar-se valores mais elevados.
Deverá ser deixado um tempo suficiente para a injecção anterior, de modo a que a calda
previamente injectada apresente uma consistência pastosa, indiciando o início da presa, sem
contudo se ter alcançado o estado de endurecimento. Este intervalo de tempo variará entre as
2 e as 8 horas (a confirmar conforme os ensaios iniciais) dependendo de factores tais como a
razão A/C, existência ou não de água no terreno, enquadramento geológico, eventuais aditivos,
etc.
Na primeira fase, a ser executada cerca de 2 a 8 horas após a realização do bolbo, a calda de
cimento será injectada a partir de um dos tubos em PVC, onde as duas válvulas previstas
estão localizadas entre a segunda metade do bolbo de selagem. Após a abertura das válvulas,
operação que poderá requerer pressões da ordem dos 80 a 90 bar, a injecção será
interrompida ao atingir uma pressão de injecção de 30 a 40 bar (volume estimado máximo de
injecção por válvula de cerca de 100 litros; caudal de injecção estimado entre 8 e 12 l/min).
Na segunda fase, a ser executada logo após o fim da primeira fase de injecção, a calda de
cimento será injectada a partir do segundo tubo, onde as duas manchetes previstas estão
localizadas na primeira metade do bolbo. Após a abertura das válvulas, operação que poderá
requerer pressões da ordem dos 80 a 90 bar, a injecção será interrompida ao atingir uma
pressão de injecção de 30 a 40 bar (volume estimado máximo de injecção por válvula de cerca
de 100 litros; caudal de injecção estimado entre 8 e 12 l/min).
48
Controlo do tempo de presa e medição da exsudação durante a fase de cura;
Ensaios de rotura em provetes para determinar a resistência aos 7, 14 e 28 dias;
Medição dos valores do pH para avaliar a contaminação química da calda.
7.7 – Tensionamento
7.8 – Acabamentos
Após a aceitação da ancoragem por parte dos responsáveis, deve cortar-se a extremidade da
armadura de acordo com as recomendações efectuadas pelo fabricante. As operações de corte
das pontas de cabos ou barras que fiquem em excedente, após o tensionamento das
ancoragens, cujo comprimento dependerá do sistema de pré-esforço adoptado, deverão
efectuar-se com recurso à utilização de rebarbadoras devidamente equipadas com discos de
corte, estando proibido o uso de maçarico, para não enfraquecer a estrutura do aço.
Os furos para as cunhas e as próprias cunhas devem encontrar-se isentos de ferrugem, caldas
ou poeiras.
As ancoragens expostas ao meio ambiente devem ser cobertas com calda ou com um produto
inibidor de corrosão dentro da caixa de protecção. Nas ancoragens que permitem a reaplicação
de pré-esforço deve usar-se também um produto inibidor de corrosão.
50
Nas cabeças das ancoragens definitivas deve proteger-se as chapas de apoio e os restantes
elementos de aço que se encontrem expostos. As protecções aplicadas devem respeitar o
disposto nas Euronormas relativas aos revestimentos de estruturas de aço, que sejam
aplicáveis e considerando que os materiais são transportados previamente para a obra.
51
7.9 – Fluxograma do processo de execução de ancoragens
Projecto de
Programação e
Execução
Aprovisionamento
Aprovado
Preparação da
Plataforma
Marcações
Furação no
PIE
comprimento total
Ensaio
PIE
Lugeon
Injecção com
U.L. ≤ 2? N PIE
calda de cimento
Paredes furo
contêm mat. S Pré-Injecção
Argiloso c/ água?
Colocação de
Armadura
Espera 2 a 8
horas
Re-Injecção N
Montagem
Cabeças
52
Capítulo 8 – Controlo de Qualidade
O dono-de-obra (DO) deve antes do concurso promover métodos efectivos para a pré-
qualificação das empresas de construção para trabalhos inovadores e de dificuldade acrescida,
com o objectivo de realizar uma obra final com qualidade. O tempo de experiência e a
quantidade de trabalho, aliado a uma consulta empresarial da especialidade (descrição do seu
sistema de ancoragem ao projectista) é garantias para uma boa execução dos trabalhos.
53
8.1 – Reconhecimento Geológico e Geotécnico
A correcta investigação e avaliação das características do terreno são elementos vitais nos
trabalhos de ancoragens.
Na definição das situações de dimensionamento para o projecto e dos seus estados limites,
deverá considerar-se os seguintes factores definidos na norma NP EN 1997-1 (2007):
De acordo com a mesma norma, os estados limites podem ocorrer no terreno, na estrutura, ou
envolvendo conjuntamente a estrutura e o terreno.
Deve realizar-se uma distinção entre o material rochoso, observado a partir de amostras
recolhidas no terreno, e o comportamento do maciço rochoso a uma escala maior, que inclui
superfícies de descontinuidade estruturais, como planos de estratificação, diáclases, zonas de
rotura por corte e cavidades produzidas por dissolução.
espaçamento;
orientação;
abertura;
continuidade;
rugosidade;
condutividade hidráulica;
enchimento.
a) Em solos:
Classificação (granulometria, peso volúmico, teor em água, densidade, limites
de Atterberg, etc.);
Resistência ao corte, índice de compressibilidade e de rigidez;
Permeabilidade;
Índice de corrosão e de águas do terreno.
54
b) Em rochas:
Classificação (geometria das descontinuidades, peso volúmico, grau de
alteração, etc.);
Estratificação da rocha;
Resistência à compressão uniaxial da rocha intacta;
Resistência ao corte e deformabilidade da rocha;
Permeabilidade;
Índice de corrosão e de águas no terreno.
Com base nesta informação, é possível determinar algumas dificuldades relativas com as
potenciais obstruções na furação das ancoragens e a consequente estabilidade do furo.
Estes sistemas de protecção contra a corrosão devem estar em consonância com os métodos
a adoptar de modo a garantir a sua qualidade e uma adequada protecção oferecida por cada
barreira de protecção nas interfaces críticas (cabeça da ancoragem-comprimento livre e
comprimento livre-comprimento de selagem).
Nos ensaios de sistema, os ensaios de carga devem ser realizados num ambiente equivalente
ao do local onde vão ser aplicadas em obra. Durante os ensaios deve simular-se condições de
confinamento do bolbo de selagem que existem no terreno, quer seja rocha ou solo.
55
Figura 26 – Ensaio de sistema de uma ancoragem: a) ensaio de carga; b) desenterramento; c)
pormenor do bolbo de selagem; d) corte de provetes; e) secção transversal da selagem; f)
seccionamento com jacto de água em laboratório (ISQ) (Carvalho, 2009).
56
É recomendável que se efectue um seccionamento completo (corte transversal e longitudinal)
em diversas zonas de selagem, para deste modo verificar em diversas secções a integridade
do sistema de protecção.
No que diz respeito aos processos construtivos, o projecto deve apresentar as folgas e
tolerâncias de furação, a qualidade da calda de injecção e as suas pressões de injecção.
57
A tabela abaixo (adaptada da EN1537,1999) divide as actividades da responsabilidade do
projecto geral e as do construtor das ancoragens.
58
Antes de encomendar as ancoragens e iniciar os trabalhos de aplicação das mesmas, devem
estar disponíveis os seguintes elementos:
As armaduras armazenam-se em bobines (Figura 28), não devendo ser enroladas com raios
inferiores aos recomendados pelos fabricantes (EN1537,1999).
Quando as ancoragens são recepcionadas em obra, deve verificar-se que todos os seus
componentes e documentação encontra-se conforme. Todos os elementos devem estar
identificados e acompanhados pelos respectivos documentos de certificação e caracterização.
59
Figura 29 – Etiqueta de identificação de uma ancoragem
No que diz respeito á conformidade das caldas de cimento, ensaia-se a mesma com os
materiais previamente aceites, utilizando o pessoal e equipamento proposto para o trabalho em
consonância com o descrito nas normas NP EN447 (2000) e NP EN445 (2000) e de acordo
com os procedimentos e métodos de injecção aprovados. Durante a injecção da ancoragem,
também são retirados provetes (cubos) para ensaios da qualidade da calda.
60
Tendo em conta que nos trabalhos de ancoragens, todos os trabalhos são acompanhados,
controlados e registados em boletins apropriados (ex.: partes diárias, boletins de inspecção de
actividade, etc.) e devem conter os seguintes dados de cada ancoragem:
61
Todas as operações na construção de ancoragens devem ser acompanhadas pela fiscalização
e os respectivos boletins de actividade validados pela mesma. A fiscalização deve também
verificar a análise dos resultados e os critérios estabelecidos pelo empreiteiro, para no caso de
haver uma não-conformidade dos resultados face aos valores limites estipulados, promover de
imediato medidas necessárias. Na maioria dos casos, deve realizar-se trabalhos/ensaios
adicionais para avaliar as medidas a implementar.
Tendo em conta a importância do sistema de protecção contra a corrosão na vida útil das
ancoragens, a fiscalização deve garantir que após o pré-esforço, se asseguram as medidas de
protecção na zona da cabeça de acordo com o projecto.
Os ensaios devem ser realizados por pessoal especializado, a uma temperatura padrão de
20C (±2C) e humidade relativa superior a 65%. Qualquer alteração destas condições deve
ser referida no boletim de ensaios apropriado.
Fluidez:
Ensaio de fluidez:
62
Exsudação:
Variação de volume:
Resistência à compressão:
o Inferior a 30 Mpa aos 28 dias ou a 27 Mpa aos 27 dias;
o Quantificada segundo o quadro abaixo.
Conforme disposto na NP EN447 (2000), listo abaixo considerações a ter conta no fabrico da
calda de injecção:
63
Amassadura realizada por meios mecânicos até se obter uma calda homogénea e
estável;
A calda deve manter-se em movimento até ao momento de ser injectada;
As propriedades da calda respeitem as condições ambientais do local.
Os ensaios da calda de injecção a realizar nas diferentes fases devem ser, de acordo com a
NP EN446 (2000), efectuados:
De acordo com o disposto na norma EN1537 (1999) o sistema de medição de forças deve
apresentar:
Uma exactidão melhor que 2% do valor máximo da força a aplicar durante o ensaio de
carga da ancoragem;
O sistema de medição deve ter uma resolução melhor que 0,5% da carga de ensaio,
para medir perdas de carga da ancoragem durante os patamares de fluência;
O equipamento de medição dos deslocamentos deve ter uma resolução e exactidão
melhor que 10 m e 50 m, respectivamente, durante os patamares de carga;
A exactidão das medições dos deslocamentos deverá ser melhor que 500 m, durante
os ciclos de carga e descarga.
64
Consuante os resultados obtidos nos ensaios de carga realizados nas ancoragem deverá
estabelecer-se:
65
ancoragens a aplicar. Tem também como objectivo avaliar o know-how do empreiteiro e/ou
avaliar o comportamento de um novo sistema de ancoragens, nomeadamente sujeitando a
ancoragem à rotura na interface da selagem calda-terreno.
Segundo a EN1537 (1999), antes de realizar os EA, deve analisar-se os resultados dos EP
dísponiveis. Caso não se tenham realizado EP, as ancoragens a ensaiar na fase inicial com EA
devem ter armaduras com resistência superior à prevista para as ancoragens da obra.
Todas as ancoragens devem ser sujeitas a ERS com excepção das que já tenham sido sujeitas
a outro ensaio de carga.
Objectiva-se a demonstrar que a carga de ensaio pode ser suportada pela ancoragem e
assegurar que a carga de blocagem aplicada é adequada para garantir a carga de projecto,
excluido o atrito.
Define-se como carga a que aplicada na cabeça da ancoragem se transfere para o solo através
do bolbo de selagem. Assim, apresentam-se os seguintes conceitos:
66
Carga a aplicar nos ensaios de ancoragem e carga de blocagem:
Tipo de Carga de blocagem Carga inicial
Norma Carga máxima de ensaio (Pp)
ensaio/ancoragem (P0) (Pa)
EP Ra ou ≤ 0,80 Ptk e ≤ 0,95 Pt0,1k
Métodos EA ≥ 1,25 P0 ; ≥ Rd ; ≤ 0,95 Pt0,1k
1e2
ERS ≥ 1,25 P0 ; ≤ 0,90 Pt0,1k ≤ 0,60 Ptk ,
EN1537 respeitanto os limites
10 % Pp
(1999) EP Ra ou < 0,80 Ptk e ≤ 0,95 Pt0,1k de fluência e de
perdas de carga
Método 3 EA ≥ 1,25 P0 ; ≤ Pc ; ≤ 0,90 Pt0,1k ; ≤ Rd
Tabela 8 – Carga a aplicar nos ensaios de ancoragem e carga de blocagem (EN1537, 1999)
O Valor inicial de pressão, que corresponde à carga inicial Pa, aplicada pelo macaco hidráulico
antes de se iniciar a sequência de aplicação de cargas assume grande relevância. Com a
aplicação de Pa objectiva-se equilibrar todo o sistema, ajustar os elementos, absorver folgas
iniciais e verificar a posição geométrica e o estado de cada componente.
Ensaios prévios, EP
As tracções aplicam-se incrementalmente, num ou mais ciclos que decorrem desde a carga
inicial até à máxima de ensaio, Pp. Deve medir-se os deslocamentos da cabeça e a
respectiva carga durante um intervalo de tempo, à carga máxima de cada ciclo. A carga P p
deve ser distríbuida, no mínimo, em seis ciclos de carga. Os tempos de monitorização são:
1, 2, 3, 5, 10, 15, 20, 30, 45, 60 minutos.
67
Aplicação de carga com o método 1 (EN1537, 1999)
Ensaios de adequabilidade, EA
A carga máxima de ensaio, Pp, deve ser distribuída, no mínimo, em cinco ciclos de carga,
omitindo o primeiro cliclo de carga da tabela 9.
A carga deve ser aplicada na ancoragem, até à carga máxima de ensaio, Pp, no mínimo com 3
incrementos iguais. Atingida a carga Pp a ancoragem deve ser descarregada até à carga inicial
de referência, Pa, seguindo-se novamente uma aplicação de cargas até à tracção de blocagem,
P0.
Ensaios prévios, EP
A aplicação das tracções à ancoragem é incremental, em ciclos que decorrem desde a carga
inicial até à de ensaio, Pp, ou até à de rotura. A perda de carga na cabeça da ancoragem
68
regista-se, mantendo o deslocamento constante, durante um determinado intervalo de tempo à
carga máxima de cada ciclo incremental, nomeadamente ao nível da carga de blocagem. A
carga Pp a aplicar deve ser distribuída, no mínimo, por seis ciclos de carga.
Tabela 10 – Tempo, períodos e critérios de aceitação de perdas de carga: Método 2 (EN1537, 1999)
Se decorridos 7 períodos de tempo, isto é, 3 dias, a perda de carga acumulada para a tracção
de blocagem proposta não excerder os valor admissível e as perdas de carga por intervalo de
tempo não aumentarem, pode terminar-se o ciclo e prosseguir com o ensaio até atingir Pp ou a
rotura. Se a perda de carga admissível for excedida e/ou se a perda de carga aumentar por
intervalo de tempo, poderá aumentar-se o tempo de observação para 8 períodos, isto é, 10
dias ou mais até estabilizar.
Ensaios de Adequabilidade, EA
A ancoragem pode ser solicitada até à carga máxima de ensaio, Pp, com dois ciclos de carga
com a sequência de 10%Pp, 25%Pp, 50%Pp, 75%Pp, 100%Pp, 75%Pp, 50%Pp, 10%Pp,
aumentando-se seguindamente a carga até à tracção de blocagem, P0. A perda de carga (K1)
registada à carga de blocagem, P0, não deve exceder os limites definidos para sete períodos
de tempo, isto é, de 3 dias.
69
Ensaios de recepção simplificada, ERS
Ensaios prévios, EP
70
Incrementos de carga %Pt0,1k
Carga inicial (Pa) 1 2 3 4 5 6 7 8 Incremento número
10 20 30 40 50 60 70 80 90 %Pt0,1k
60 60 60 60 60 60 60 60 Período de monitorização
0
(30) (30) (30) (30) (30) (30) (30) (30) (min)
Nota: Começa com carga inicial Pa=0,1 Pt0,1k
Ensaios de adequabilidade, EA
A ancoragem deve ser solicitada até Pp pelo menos em cinco patamares de carga.
A ancoragem deve ser traccionada desde a carga inicial, Pa, até à carga máxima de ensaio, Pp,
pelo menos em 4 incrementos de carga. A carga de ensaio deve manter-se constante durante
um período mínimo de 15 minutos.
O coeficiente de fluência, Ks, calcula-se com uma taxa de deslocamentos contante em dois
intervalos de tempo consecutivos, através da equação:
72
Figura 33 – Medição da resistência electrica (Carvalho, 2009).
Durante a medição, a ancoragem deve ser conectada ao pólo positivo enquanto a pólo
negativo ligado à terra. Usualmente, na ligação terra recorre-se ao solo local.
Também se pode utilizar para a ligação à terra tubo metálicos enterrados no terreno ou
pregagens aplicadas em solo ou rocha.
Fase A
Uma medição de resistência eléctrica (RI) entre a armadura e o terreno com valores iguais ou
superiores a 0,1 M demonstram uma integridade aceitável da bainha plástica. Uma bainha
plástica sem defeitos e impermeável apresenta valores de RI superiores a 100 M.
É recomendável que estas medições sirvam para observar os efeitos das distintas fases,
durante a construção da ancoragem, da integridade da bainha plástica.
73
Legenda:
1. Ohmimetro
2. Estrutura (betão)
3. Terreno
4. Bainha
5. Armadura
Fase B
Legenda:
1. Ohmimetro
2. Estrutura (betão)
3. Terreno
4. Bainha
5. Armadura
6. Trompete
7. Chapa de destribuição ou descarga
8. Chapa de blocagem ou porta-cunhas
9. Chapa de isolamento
74
8.6.2 – Medição da resistência eléctrica II (ERM II)
Esta medição é apenas executada se RI após a blocagem da ancoragem (fase B do ERM I) for
inferior a 0,1 M, o que prova não existir contacto directo entre a armadura da ancoragem e a
armadura de pré-esforço da estrutura ancorada. O ensaio ERM II é executado com a
ancoragem pré-esforçada.
Se são efectuadas várias medições numa ancoragem, adopta-se para valor da resistência o
mais elevado.
Legenda
1. Ohmimetro
75
8.7 – Registos de obra
Para cada ancoragem terminada, deve ser elaborado um documento autentificado por
assinatura do construtor e fiscalização.
O local de arquivo de ser o mesmo para todos os documentos, devendo também ser
arquivados os registos de obra, ensaios das ancoragens e respectivas análises.
76
Capítulo 9 – Monitorização e manutenção
9.1 - Monitorização
O comportamento de longo prazo das ancoragens pode ser avaliado monitorizando a evolução
da carga instalada e os movimentos da estrutura ancorada ou do próprio talude.
No caso da monitorização da carga instalada, pode realizar -se por observação dos valores
obtidos na medição de células dinamométricas instaladas nas ancoragens, ou com ensaios de
levantamento que consistem em ensaios de carga com o macaco hidráulico até se verificar o
levantamento ou o deslocamento da cabeça da ancoragem relativamente à chapa de
distribuição de carga (pode ser realizado 1 a 3 dias depois de realizado o ensaio de carga).
A observação do valor obtido pode ser efectuada por leitura directa ou por leitura remota em
estação de leitura. O mais usual é termos células de resistência eléctrica com leitura directa.
O dispositivo de medição das cargas deve possuir uma fiabilidade superior a 2% do valor
máximo da carga aplicada durante os ensaios e uma resolução de 0,5% da tracção de ensaio
para registar-se as perdas de carga durante os ensaios (EN1537,1999).
77
De acordo com a publicação FHWA-IF-99-015 (1999), a razão mais comum de movimentos
inesperados no terreno é a sobrescavação dos taludes sem previamente ter havido uma
contenção adequada do talude já “aberto” (previamente escavado). Adicionalmente,
movimentos do talude e o aumento da carga na ancoragem podem indicar que o solo contido é
mais fracturado que o previsto, resultando num aumento de carga no talude. Quando a
capacidade de carga da ancoragem aproxima-se do seu valor limite, a ancoragem deve ser
destensionada e a causa de tal aumento apurada (Ver Anexo 8 – Ficha de acompanhamento e
monitorização de células de carga).
Uma vez que os terrenos da obra se comportam como um todo, é importante que se analise
em conjunto os resultados obtidos da instrumentação das células de carga das ancoragens
com os resultados dos deslocamentos do terreno/estrutura resultantes do controlo topográfico.
78
Na maior parte dos casos, nos primeiros 6 meses após a construção da ancoragem, é usual
uma redução da carga da ancoragem de 10 a 20%. Essa redução deve-se ao funcionamento
do sistema estrutura-ancoragem para atingir o equilíbrio e à relaxação inicial da ancoragem.
9.2 – Manutenção
De acordo com a norma Suíça (SIA V161/1995, 1996) deve criar-se documentos que incluam
as regras de utilização, o programa de observação, os relatórios periódicos e o programa de
manutenção. Estes documentos devem integrar o dossier a entregar ao dono-de-obra no final
da obra.
A norma EN1537 (1999) refere que a protecção contra a corrosão das partes acessíveis da
cabeça da ancoragem deve ser alvo de inspecções periódicas e deve ser renovada quando
necessário.
Existem dois métodos para avaliar o risco de corrosão, inspecção directa ou indirecta.
Dentro dos métodos indirectos, não destrutivos, temos os seguintes ensaios e as suas
finalidades:
Como alternativa, utilizam-se métodos directos, como por exemplo a remoção da protecção
exterior e tentar vias alternativas de acesso à cabeça da ancoragem para posterior inspecção,
reparação ou aplicação de materiais de protecção.
79
Capítulo 10 – Considerações finais
Com o objectivo de um melhor e mais expedito acompanhamento em obra dos vários passos
de execução de ancoragens, foram criadas fichas de controlo de qualidade de ancoragens
passivas e activas.
Pelos requisitos constantes nas tabelas de verificação de cada actividade integrante deste
trabalho, pode observar-se que existe uma enormidade de pontos de verificação que devem ter
lugar de modo a garantir o desempenho e a durabilidade pretendida.
De realçar que os apertados prazos que cada vez mais são uma constante no universo da
construção pode condicionar a correcta aplicação das técnicas de execução, com especial
incidência nos tempos de espera entre actividades (exemplo: tempo de presa da calda de
injecção).
Todos os materiais em obra devem ser acompanhados e controlados, desde a sua recepção e
descarga, passando pelas transladações em obra, até ao seu armazenamento e posterior
aplicação.
Para cada ancoragem activa construída é necessário elaborar um documento, autenticado por
assinatura, onde devem constar todos os elementos, incluindo ocorrências singulares que se
verifiquem durante a construção.
A protecção contra a corrosão das partes acessíveis da cabeça de ancoragem deve ser alvo de
inspecções periódicas e renovada quando necessário.
81
Bibliografia
Parte I
Byrne, R.J., Cotton, D., Porterfield, J., Wolschlag, C., and Ueblacker, G. (1998) – Manual for
Design and Construction Monitoring of Soil Nail Walls. Report FHWA-SA-96-69R, Federal
Highway Administration, Washington, D.C.
Chassie, R.G. (1994) – FHWA Ground Nailing Demonstration Project, Guideline Manual and
Workshop. Federal Highway Administration, Washington, D.C.
Elias, V. and Juran, I. (1991) – Soil Nailing for Stabilization of Highway Slopes and Excavations.
Publication FHWA-RD-89-198, Federal Highway Administration, Washington D.C.
Gässler, G. and Gudehus, G., (1981) – Soil Nailing-Some Aspects of a New Technique. In
Proceedings of the 10th International Conference on Soil Mechanics and Foundation
Engineering, Vol. 3., Session 12, Stockholm, Sweden, pp. 665–670.
Sabatini, P.J. et al. (1999) – Ground Anchors and Anchored Systems. Geotechnical
Engineering Circular No. 4, Publication FHWA-IF-99-015, Federal Highway Administration,
Washington, D.C.
Schlosser, F. (1982) – Behavior and Design of Soil Nailing. in Proceedings of the Symposium of
Recent Developments in Ground Improvement Techniques, Asian Institute of Technology,
Bangkok, Thailand, pp. 319-413.
Parte II
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prestressed concrete.
Basset, R.H. (1970) – Discussion to paper on soil anchors. ICE, Conference on ground
Engineering, London.
Bauer, K. (1966) – The injection Bauer anchor system, Trans. Civ. Eng. J. (47), Zurich.
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tensioned construction. British Standards Institution, London.
82
BS8081 (1989) – Ground anchorages. British Standarts Institution, London
EN1997-1 (2004) – Eurocode 7 Part 1, Geotechnical design. General rules. CEN/TC 250/SC 7
nº126. ENV 1997-1. December.
EN1997-2 (1999) – Eurocode 7 Part 2, Geotechnical design. Ground investigation and testing.
EN1997-3 (1995) – Eurocode 7 Part 3, Geotechnical design assisted by field tests. CEN/TC
250/SC 7 nº 165. ENV 1997-3.
EN12501-1 (2003) – Protection of metallic material against corrosion. Corrosion likehood in soil.
Part 1, General. European Committee for standardization. November.
Ivering, J.W. (1981) – Developments in the concepts of compression tube anchors, Ground
Eng., vol. 14, nº2, March.
83
NP EN446/2000 (2000) – Caldas de injecção para armaduras de pré-esforço. Procedimentos
de injecção. Norma Portuguesa.
PTI (1996) – Post-Tensioning Institute. Recommendations for prestressed rock and soil
anchors.
84
ANEXOS
A1
Anexo 1 – Ficha de controlo de partes diárias
A2
Anexo 2 – Estudo de composição de caldas de injecção
ESCALÃO MONTANTE
CALDAS DE INJECÇÃO
INTRODUÇÃO
O presente relatório foi elaborado com base em resultados obtidos em produção efectiva
referentes ao mês de Junho/09.
Quadro 1
Cimento 100 kg
Água 30 kg
Desvio
1.2 0 0.5
Padrão
Quadro 3
(MPa)*
24 h
34.5
7d 48.8
28 d
54.3
* Valores médios referentes aos resultados das caldas de injecção aplicadas em obra durante o mês de
Junho/09 (Quadro n.º 4 do Relatório Mensal de Caldas de Injecção de Junho/09 – AHBS/RMCI.04.00)
CONCLUSÃO
Os valores dos resultados do ensaio de compressão simples da calda produzida com 1.7% de
Viscocrete 3003 cumprem os requisitos do Caderno de Encargos.
A4
Anexo 3 – Ficha de controlo de caldas de injecção
A5
Anexo 4 – Ficha de ensaios de tracção em pregagens
A6
Anexo 5 – Ficha de ensaios de Lugeon
A7
Anexo 6 – Ficha de ensaio de aferição de ancoragem (EN1537, 1999)
A8
A9
A10
Anexo 7 – Ficha de ensaio de recepção de ancoragem (EN1537, 1999)
A11
A12
A13
Anexo 8 – Ficha de acompanhamento e monitorização das células de carga
A14
Anexo 9 – Ficha de controlo de qualidade de pregagens
A15
FICHA DE CONTROLO DE QUALIDADE DE PREGAGENS
Frente de Trabalho:
Nível: DATA / /
Não
RECEPÇÃO EM OBRA Conforme
Conforme
Observações
Componentes
Examinação visual
Recepção Identificação
Documentação
Certificação
Amostras de ensaios lab.
Descarga
Transladações
Armazenamento Local
Não
FURAÇÃO Conforme
Conforme
Observações
Acessibilidade
Nivelada
Preparação da Plataforma
Limpa
Marcações Verificação Topográfica
Componentes do Equip.
Verificações
pré-furação Diâmetro
Inclinação
Presença de Água
Anomalias
Residuos
Furação
Localização
Diâmetro
Verificações
pós-furação Comprimento
Inclinação
Estabilidade do Furo
Limpeza do Furo Ar / Água
A16
Valores Valores Não
INJECÇÃO Padrão Registados
Conforme
Conforme
Observações
NOTAS:
A17
Anexo 10 – Ficha de controlo de qualidade de ancoragens activas
A18
FICHA DE CONTROLO DE QUALIDADE DE ANCORAGENS
ANCORAGEM Nº DATA / /
Não
FURAÇÃO Conforme
Conforme
Observações
Acessibilidade
Nivelada
Preparação da Plataforma
Limpa
Marcações Verificação Topográfica
Componentes do Equip.
Verificações
pré-furação Diâmetro
Inclinação
Presença de Água
Anomalias
Residuos
Furação
Localização
Diâmetro
Verificações
pós-furação Comprimento
Inclinação
Estabilidade do Furo
Limpeza do Furo Ar / Água
Não
ENSAIO DE PERMEABILIDADE Resultado Conforme Observações / Data
Conforme
Não
COLOCAÇÃO DA ARMADURA Conforme Observações / Data
Conforme
Inspecção visual da ancoragem
Inspecção visual do furo
Introdução da Ancoragem
A19
Valores Valores Não
INJECÇÃO Conforme Observações / Data
Padrão* Registados Conforme
Pressão Mínima 1 Mpa
Pressão Máxima 3 Mpa
Velocidade de Injec. 5 a 15 m/min
Relação a/c 0,30 a 0,55
Temperatura da Calda máx 35C
100 l por cada
Volume Injectado
1,5 m de comp.
* Valores sujeitos a confirmação pelo CE ou fichas técnicas das ancoragens
Valores Não
REINJECÇÃO* Conforme Observações / Data
Registados Conforme
Pressão
Velocidade de Injecção
Relação a/c
Temperatura da Calda
Volume Injectado
* Tempo de espera entre a Injecção e a Reinjecção de 2 a 8 horas (conforme os ensaios
iniciais)
Os ensaios da calda de injecção a realizar nas diferentes fases devem ser, de acordo com a NP EN446 (2000),
efectuados:
Critério
Método Tipo de
Norma Limite Notas
de ensaio ensaio Tempo de observação
admissível
(2) (1)
≥ 15 minutos Valor associado à rotura por fluência
(1) (3) (2)
EP Ks ≤ 2 mm ≥ 60 minutos para cargas < Pp
(4) (3)
≥ 180 minutos solos argilosos: para Pp
(5) (2) (4)
EA com EP Ks ≤ 1 mm ≥ 15 minutos solos arenosos: para Pp
Método 1 (3) (5)
(5) ≥ 60 minutos valores para Pp
EA sem EP Ks ≤ 0,8 mm (4)
≥ 180 minutos
ERS para Pp Ks ≤ 0,8 mm ≥ 5 minutos No ERS ks pode atingir 1mm para Pp
caso os EP documentem a sua
ERS para P0 Ks ≤ 0,5 mm ≥ 5 minutos aceitabilidade
EP K1 ≤ 7% P' ≥ 3 dias (7 períodos) P' - carga do patamar
EN1537 k1 - perda de carga a deslocamento
(1999) EA K1 ≤ 7% P' ≥ 3 dias (7 períodos)
constante
Método 2
K1 ≤ 3% P' ≥ 50 minutos (3 k1 admissivel é de 1% da carga
ERS para P0 ou períodos) aplicada em cada período, sendo o
K1 ≤ 6% P0 1 dia (6 períodos) total do valor acomulado.
EP realizam-se até ocorrer rotura ou
≥ 60 minutos
EP - atingir Pp.
(≥ 30 minutos) No caso dos EP e dos EA pode
reduzir-se o tempo para 30 minutos
Método 3 EA com EP Ks ≤ 1 mm ≥ 60 minutos
caso os solos não apresentem fluência
EA sem EP Ks ≤ 0,8 mm (≥ 30 minutos) significativa.
(6)
ERS com EP K1 ≤ 1,5 mm (10)
em ancoragens provisórias ks ≤ 1,8
≥ 15 minutos
ERS sem EP K1 ≤ 1,2 mm mm.
A21
Não
PROJECTO Dísponivel
Dísponivel
Observações
Sequência Construtiva
Projecto de
Execução Planeamento
Pormenores
Estabilidade Global
Relatório Movimentos de Terreno
Geológico e Dimensão da Estrutura
Geotécnico Sismicidade Regional
Água no Terreno
Saneamento Subterrâneo
Cadastro da Estruturas Existentes
Zona Fundações
Trafego
Informações do Expropriações
Terreno Acordos de Utilização
Não
RECEPÇÃO EM OBRA Conforme
Conforme
Observações
Componentes
Recepção Identificação
Documentação
Certificação
Descarga
Transladações
Bobines
Armazenamento Raio Recomendado
Local
- Reconhecimento geotécnico
- a sequência da entrega dos materiais cimentícios, resinas de injecção e aditivos
- técnicas de furação
- faseamento construtivo e geometria das ancoragens
- data e hora do início e de conclusão da construção de cada a ancoragem
- injecções: materiais, pressão, volumes injectados, comprimento injectado e hora de injecção
- fases de injecção e identificação dos elementos mencionados no ponto anterior
- sistema de protecção contra a corrosão seleccionado
- aplicação de pré-esforço: tipo de ensaios, programas de ensaios e datas de realização
- blocagem das ancoragens e datas de realização
A22
Elementos mínimos presentes no Relatório de Trabalho de Ancoragens:
Identificação da obra e da zona da obra
Dados gerais Fiscalização e dono-de-obra
Empresa de construção das ancoragens
Localização, número de identificação da ancoragem do projecto
Tipo de ancoragem, fabricante, classe de protecção contra a corrosão
Tipo de armadura, secção e módulo de elasticidade
Valor da resistência última interna
Resistência mínima exigida para a ancoragem
Carga máxima de ensaio, carga de serviço e de blocagem
Geometria
o Comprimentos
Elementos sobre as Total
ancoragens Livre
de selagem
Suplementar
o Orientação e inclinação
o Diâmetro máximo da ancoragem
Dispositivo de injecções
o Em bloco ou por fases
o Simples ou repetida
Data e hora da introdução de cada ancoragem
Tolerâncias e folgas de posicionamento
Data e hora do início e conclusão do furo
Tipo de equipamento de furação, com água ou ar
Tipo de fluido para estabilização do furo, quando necessário
Identificação, diâmetro e inclinação do furo
Comprimento do revestimento do furo, quando necessário
Registos da furação
Tipo de terreno das camadas atravessadas
o Perfil geológico aproximado do furo
o Obstáculos encontrados
o Perdas ou ganhos de água
Informações relativas a medições e ao levantamento do furo
Resultados dos ensaios de permeabilidade
Injecções de impermeabilização
o Data, hora e duração
Registos das injecções e o Troço
dos possíveis tratamentos o Pressão
de impermeabilização o Tipo de cimento
o Traço e adjuvantes utilizados
Diâmetro de reperfuração
Registos das injecções de Data, hora, pressão, caldas, comprimento injectado, consumos e duração da
selagem injecção
Dados do pré-esforço Tipo de ensaio, programas de ensaio e datas de realização
A23