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CENTRO UNIVERSITÁRIO ARAGUAIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

PEDRO AUGUSTO DOS ANJOS CASTRO

ENSAIO TECNOLÓGICO NÃO DESTRUTIVO DE ESCLEROMETRIA EM


INSPEÇÃO DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO NO EMPREENDIMENTO
MORADA GOIÁ I - FASE II, GOIÂNIA, GOIÁS

Goiânia - 2022
PEDRO AUGUSTO DOS ANJOS CASTRO

ENSAIO TECNOLÓGICO NÃO DESTRUTIVO DE ESCLEROMETRIA EM


INSPEÇÃO DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO NO EMPREENDIMENTO
MORADA GOIÁ I - FASE II, GOIÂNIA, GOIÁS

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC I)


apresentado à banca examinadora do curso de
Engenharia Civil do Centro Universitário
Araguaia, como requisito parcial para a obtenção
do título de Engenheiro: habilitação em
Engenharia Civil.

Orientador:
Prof. Dr. Milton G Silva Junior

Goiânia - 2022

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SUMÁRIO

1 TEMA................................................................................................................ 4

2 PROBLEMA..................................................................................................... 5

3 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 6

4 OBJETIVOS.................................................................................................... 7

4.1 Geral.................................................................................................................. 7

4.2 Específicos......................................................................................................... 7

5 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................... 8

5.1 Considerações sobre o concreto armado.......................................................... 8

5.2 Durabilidade das estruturas de concreto armado.............................................. 8

5.3 Ensaios Não Destrutivos................................................................................... 9

6 METODOLOGIA........................................................................................... 1
0

6.1 Área de Estudo.................................................................................................. 1


0

6.2 Coleta de Dados................................................................................................ 11

6.3 Análise de Dados.............................................................................................. 1


1

7 CRONOGRAMA............................................................................................ 1
2

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 1
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1 TEMA

ENSAIO TECNOLÓGICO NÃO DESTRUTIVO DE ESCLEROMETRIA EM INSPEÇÃO


DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO NO EMPREENDIMENTO MORADA
GOIÁ I - FASE II, GOIÂNIA, GOIÁS

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2 PROBLEMA

A indústria da construção civil vem cada vez mais buscando formas de maximizar e
melhorar os seus setores, seja por meio de novas iniciativas e produtos ou até mesmo pela
melhoria de processos já existentes. Quem trabalha com construção civil, já está acostumado a
ouvir falar e realizar ensaios técnicos de Engenharia. É comum realizar ensaios de
rompimento de corpo de prova para avaliar a resistência do concreto. Mas, em algum
momento este procedimento antigo pode se tornar inviável nas inspeções atuais em estruturas
de concreto armado?

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3 JUSTIFICATIVA

Embora o termo controle de qualidade tenha crescido muito nos últimos séculos, é
possível observar que a humanidade sempre se preocupou com este tipo de controle.
Deixando em evidência que com o aumento da tecnologia e a industrialização, o controle de
qualidade fique cada vez mais necessário. Entre os setores que mais cresceram está a indústria
da construção civil, onde a modernização e otimização de métodos e procedimentos
evoluíram trazendo para a área soluções inovadoras e tecnológicas que serviriam para
economizar tempo, mão de obra, viabilizar e facilitar ensaios.
Para o engenheiro civil e demais profissionais da área, uma primeira análise da
qualidade do concreto na obra trata-se de algo essencial para a avaliação da qualidade do
concreto usado em uma construção com ele já curado. Uma das características que são
esperadas de estruturas de concreto armado são que suas características físicas, como a
resistência à compressão, estejam dentro de um determinado padrão estabelecido em normas
específicas.
Geralmente o controle de qualidade está relacionado com essa resistência à
compressão, a qual é determinada usualmente por meio de ensaio destrutivo. Os ensaios
destrutivos são realizados por prensas, e só fornecerá um resultado final com a idade de 28
dias. Com o objetivo de agilizar este processo surgiu a possibilidade da utilização de ensaios
não destrutivos, que por sua vez, pode ser relacionado com o ensaio destrutivo aos 28 dias.
Entre o ensaio não destrutivo mais utilizado e viável está o ensaio de esclerometria, o qual
determina dureza das peças.
Diante desse cenário e buscando encontrar uma alternativa que pudesse oferecer
informações mais rápidas quanto à qualidade do processo produtivo, estes ensaios além da
velocidade de execução proporcionam uma perda quase nula de produtos. Porém, ensaios não
destrutivos, apesar de fornecerem características específicas dos produtos, não fornecem a
resistência à compressão, a qual pode se dizer, é a característica considerada mais importante.
Para a realização do referido ensaio uma das condições essenciais é a aquisição do
equipamento, das normas e, também, investimento na capacitação do uso do mesmo. Sendo
possível que o profissional obtenha um valor aproximado da resistência das peças e sua
uniformidade, sem a necessidade de rompê-las, apenas com o uso dos resultados do ensaio
esclerométrico, o qual poderá ser executado e seus resultados analisados na própria empresa
ou canteiro de obra.

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4 OBJETIVOS
4.1 Geral
O objetivo geral do trabalho é a análise do ensaio não destrutivo de esclerometria comparado
com ensaio de compressão de corpos de prova moldados e rompidos in loco no
empreendimento Morada Goiá I - Fase 2 do município de Goiânia.

4.2 Específicos
● Realizar ensaio não destrutivo esclerométrico na laje do mapeamento de concretagem;

● Obter o índice esclerométrico médio efetivo na peça ensaiada;

● Correlacionar os índices esclerométricos com a resistência à compressão da peça de


concreto armado.

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5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONCRETO ARMADO
O concreto em sua simples característica ao longo de muitos anos foi definido como
sendo um material plástico que geralmente é moldado de tal maneira a adquirir uma forma
prospectada antes mesmo de que se desenvolva um processo de enrijecimento ganhando uma
resistência suficiente, para que sozinho, resista aos vários esforços que o solicitam (KAEFER,
1998).
O concreto armado é a combinação de concreto – pasta composta por agregados
miúdos (areia livre de impurezas) e graúdos (pedras de tamanhos variados), cimento e água,
conhecido desde os tempos Antigos – com uma armadura passiva (geralmente de aço),
previamente montada dentro de uma forma, onde sua geometria é adequada ao carregamento
da estrutura (SANTOS, 2008). O concreto por si só é um material que demonstra alta
resistência às tensões de compressão, mas baixa resistência à tração (cerca de 10% da sua
resistência à compressão). Sendo assim, surgiu-se a necessidade de juntar ao concreto um
material com alta resistência à tração.
Obtida essa composição de material (concreto e barras de aço), apresenta-se então o
chamado “concreto armado”, onde as barras da armadura enxugam as tensões.
Resumidamente, é definido concreto armado como “união de um concreto simples com um
material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de maneira que ambos resistam
solidariamente aos vários esforços solicitantes” (BASTOS, 2006). Em uma forma
equacionada pode-se indicar que o concreto armado é:
Concreto armado = Concreto simples + armadura + aderência
5.2. DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
A deterioração das estruturas de concreto podem ocorrer devido a vários fatores,
sobretudo, ao envelhecimento antecipado das mesmas, onde na maioria dos casos é
desencadeado pela baixa qualidade dos materiais de construção empregados, por problemas
de projeto, de execução, e da falta de manutenção. O conhecimento sobre a durabilidade e a
vida útil das estruturas são importantes para prever e analisar os comportamentos das mesmas
no passar do tempo. Para que se garanta a durabilidade das estruturas, é importante ficar
atento à proteção das armaduras, uma vez que a ausência dessa proteção pode ocasionar a
corrosão das mesmas, podendo haver manifestações patológicas na peça.
A NBR 15575:2013 desde de 2013 exige que construtoras tratem sistemas de
estruturas com afinco desde a sua concepção, projeto, execução e utilização. Esta norma de

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desempenho preconiza vida útil mínima da estrutura de concreto armado em 50 anos. Com
muitos colapsos de edifícios e de problemas nas estruturas de concreto armado, tem-se
procurado aumentar cada vez mais a qualidade e a vida útil dessas peças. Para isso, são
realizados ensaios na estrutura, com o intuito de evitar problemas futuros e aferir a qualidade
do material utilizado.
A análise das resistências das estruturas de concreto obtidas pelos ensaios realizados,
auxilia a aferir a qualidade, a durabilidade e a vida útil da peça. Observando a resistência à
compressão, a NBR 6118:2014 afirma que estes dados devem ser obtidos através de ensaios
de corpos de provas cilíndricos executados conforme a NBR 5739:2017 e NBR 5738:2015.
Ainda afirma que a idade de controle adotada para efeitos de dimensionamento das estruturas
é de 28 dias.
5.3. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Com a necessidade de adquirir informações sobre o concreto na estrutura sem
danificar a mesma, foi desenvolvido uma grande diversidade de ensaio de campo,
denominado END. Os ensaios tecnológicos não destrutivos não provocam a mudança no
desempenho da estrutura, e vão além da percepção visual, tato, olfato, audição e gustação,
obtendo maior conhecimento sobre o que está sendo executado.
Os métodos não destrutivos consistem em suma, a não denegrir a estrutura em que
está sendo realizado o ensaio, isto é, não é necessária a eliminação do objeto após a execução
do ensaio e os END podem ser classificados de acordo com o produto fornecido pelo
aparelho. Alguns ensaios avaliam a resistência em campo e outros verificam algumas
características como vazios, deterioração e falhas, enfim, é de suma importância entender as
restrições específicas de cada ensaio e suas informações, pois é de grande relevância ao obter
os resultados, interpretar as informações obtidas com uma análise coerente do ensaio em que
foi desenvolvido.
O ensaio de esclerometria é estabelecido na NBR 7584/2013: Concreto endurecido –
Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão- Método de ensaio. O ensaio
consiste no princípio do ricochete e é baseado em realizar impactos na superfície da estrutura
e medir o retorno da força aplicada após o impacto. O equipamento utilizado é chamado de
esclerômetro de Schmidt. Tal aparelho, de acordo com a NBR 7584 (ABNT 2013) consiste
em “uma massa-martelo, que, impulsionada por uma mola, choca-se, através de uma haste,
com ponta em forma de calota esférica, com a área de ensaio”.

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6 METODOLOGIA
6.1 Área de Estudo
Embasado na contextualização teórica introduzida na página anterior, a metodologia
utilizada para elaboração do presente trabalho de conclusão de curso consistiu na realização
de um ensaio não destrutivo com objetivo de avaliar e diagnosticar o sistema estrutural da laje
de concreto de um apartamento residencial, localizado na cidade de Goiânia no estado de
Goiás. O edifício em estudo contém doze torres de múltiplos pavimentos, a qual cada bloco
residencial caracteriza-se por possuir quatro pavimentos com quatro apartamentos por andar,
totalizando cento e noventa e duas unidades habitacionais.
A laje do edifício, local o qual se caracteriza como sendo o enfoque desta análise,
encontra-se no apartamento 102 da torre 24 no pavimento térreo do empreendimento Morada
Goiá I - Fase II. A Figura 1 a seguir ilustra a localização em questão, onde em vermelho
destaca-se o local do empreendimento.
Figura 1 – Localização do empreendimento em estudo.

Fonte: Google Earth, 2021. Coordenadas geográficas: -16.681687, -49.333241.


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6.2 Coleta de Dados
Conforme a norma NBR 7584:2013, o ensaio tecnológico não destrutivo de
esclerometria é capaz de medir a dureza superficial do concreto endurecido, isto é, o quanto o
concreto suporta com o atrito do equipamento, fornecendo elementos para analisar a
qualidade do concreto e com isso se há riscos ou danos na estrutura. Estes ensaios de
esclerometria servem para obtenção de resultados e proporciona respectivas análises e
comparações ao ensaio destrutivo de corpo de prova cilíndrico moldado e rompido em
laboratório in loco.
Segundo a NBR 7584:2013 ITEM 3.1.1, o aparelho esclerômetro com energia de
percussão de 2,25 N.m da marca Schmidt do tipo N sem fita registradora automática é
utilizado nos casos mais comuns das construções. A norma ressalta que é necessário realizar o
ensaio em uma superfície plana, seca e limpa para obter resultados condizentes com a
realidade.
Antes da execução do ensaio é essencial a aplicação em movimentos circulares do
disco de carborundum para o polimento manual da área ser ensaiada. Após esse procedimento
o ensaio deverá ser feito seguindo alguns outros procedimentos baseado na NBR 7584:2013.
O item 4.2 da mesma, ressalta a área do ensaio em que deve ocorrer.
6.3 Análise dos Dados
Será utilizado o índice esclerométrico que de acordo com o modo em que o ensaio é
executado é verificado através do ábaco o resultado referente a aplicação. Os impactos do
ensaio serão realizados conforme o item 4.3 da NBR 7584:2013 e haverá 12 impactos sobre a
laje e os resultados acerca de cada traço de concreto serão mostrados no próximo capítulo.
Para uma melhor amostragem dos resultados, não foi retirado nenhum valor de resultado,
sendo assim, o índice esclerométrico médio final vai ser obtido dividindo a soma dos
resultados por 12, número equivalente ao total de golpes por demarcação da laje. O ensaio vai
ser realizado utilizando o esclerômetro de baixo para cima, podendo então observar que foi
utilizada a terceira linha do ábaco para verificar os resultados. Esse ábaco oferece uma curva
de correlação do esclerômetro utilizado fornecendo resultados com a finalidade de propiciar a
comparação de resultados da esclerometria com o de resistência à compressão dos corpos de
prova cilíndricos nas dimensões 10x20 cm.
O ensaio de esclerometria vai ser realizado posteriormente às datas do rompimento
dos corpos de prova moldados in loco, com o esclerômetro estando previamente aferido. A
superfície da laje isenta de brocas (um dos vários tipos de manifestação patológica) e

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preparada para o ensaio demarcando uma área de 20x20cm, sempre próximo ao local onde
fora aplicado o concreto usinado que não atingiu a resistência desejada no período de
acompanhamento, de acordo com mapeamento realizado durante a concretagem, onde serão
marcados 12 locais de impactos com um mínimo de 3 cm de distância de um local para o
outro, procedendo-se as leituras nos pontos de interseção de acordo com a NBR 7584:2013. O
ensaio é executado com a superfície da laje em condições ambientes, fora do contato direto
com água e os resultados coletados do ensaio foram calculados da seguinte forma:
Cálculo da média dos “n” valores iniciais (M1):
a) Despreza-se os valores fora do intervalo ± 10% de M1(LS=M1x1,1; LI=M1x0,9)
b) Calcula-se uma nova média com os valores restantes (M2)
c) Tomando-se a média M2, obtém-se a dureza superficial do concreto.
d) A partir da dureza superficial estima-se a resistência à compressão.
e) Definida a estimativa da resistência à compressão, aplica-se às correções tendo em vista a
calibração do aparelho.
Onde:
M1 – média dos “n” valores iniciais
M2 – média dos “n” valores secundários
LS – Limite superior
LI – Limite inferior

7 CRONOGRAMA

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto —


Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto — Ensaio
de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto — Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584: Concreto


endurecido — Avaliação da durezasuperficial pelo esclerômetro de reflexão — Método
de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações


habitacionais — Desempenho, Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.

BASTOS, Paulo Sérgio. Estruturas de Concreto I: Fundamentos do Concreto Armado. São


Paulo: Bauru, 2006.

KAEFER, Luis Fernando. A Evolução do Concreto Armado. São Paulo, 1998.

SANTOS, Roberto. A armação do concreto no Brasil: História da difusão da tecnologia do


concreto armado da construção de sua hegemonia. Belo Horizonte, 2008

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