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Chilone Carlos Antonio

Análise do processo de revestimento


Reabilitação de Estruturas
Licenciatura em Engenharia de Construção Civil

Universidade Save
Maxixe
2022
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Chilone Carlos Antonio

Análise do processo de revestimento


Reabilitação de Estruturas
Licenciatura em Engenharia de Construção Civil

Trabalho de pesquisa a ser apresentado na


Cadeira de Reabilitação de Estruturas Sob
Efeito Avaliativo.

Docente:
Eng. Maria Luísa Mucoho

Universidade Save
Maxixe
2022
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Índice
1.Introdução .................................................................................................................................. 5
1.2.OBJETIVOS ....................................................................................................................... 6
1.3. GERAL .......................................................................................................................... 6
1.4.ESPECÍFICOS ................................................................................................................ 6
2.METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................................... 6
3.Revisão Bibliográfica ................................................................................................................. 6
3.1.Revestimentos (REGEU) .................................................................................................... 6
4.Revestimentos ............................................................................................................................ 7
4.1.Argamassa ........................................................................................................................... 7
4.2.Chapisco .............................................................................................................................. 8
4.3.Emboço ............................................................................................................................... 8
4.4.Reboco................................................................................................................................. 8
5.Funções Dos Revestimentos....................................................................................................... 9
5.1.Materiais Constituintes das Argamassas ............................................................................. 9
5.2.Cimento Portland ................................................................................................................ 9
5.3.Cal ..................................................................................................................................... 10
5.4.Agua .................................................................................................................................. 10
5.5.Areia .................................................................................................................................. 10
6.Propriedades das Argamassas em Função do Tipo de Areia.................................................... 11
6.1.Aditivos ............................................................................................................................. 12
7.Características e Propriedades dos Revestimentos ................................................................... 13
7.1.Resistência Mecânica ........................................................................................................ 13
7.2.Capacidade de Absorver Deformações ............................................................................. 13
7.3.Estanqueidade ................................................................................................................... 14
7.4.Propriedades da Superfície ................................................................................................ 14
7.5.Durabilidade ...................................................................................................................... 14
8.Origens Das Argamassas Para Revestimentos ......................................................................... 14
8.1.Argamassa Preparada na Obra .......................................................................................... 15
8.2.Argamassa Industrializada em Sacos ................................................................................ 15
8.3.Argamassa Preparada em Central ..................................................................................... 16
8.4.Argamassa Industrializada em Silos.................................................................................. 16
8.5.O reboco como revestimento de acabamento .................................................................... 17
8.6.Camadas de Reboco .......................................................................................................... 17
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8.7.Execução do Reboco ......................................................................................................... 18


9.Conclusão ................................................................................................................................. 19
10.Bibliografia ............................................................................................................................ 20
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1.Introdução

A necessidade do homem em isolar a sua habitação e aprimorar suas técnicas


construtivas é antiga, desde o tempo que morava em cavernas ele tinha a intenção de se
proteger do frio, do vento, da chuva, do calor, e com o passar do tempo ele foi
percebendo que a humidade ascendia do chão para a rocha e tornava o local úmido,
tornando assim um local insalubre, propicio a doenças. Então o homem foi tendo
consciência que a água e o calor são um dos principais factores de desgaste de uma
obra, principalmente a água pelo seu poder de penetração.

Os revestimentos não são essenciais à integridade estrutural, entretanto, desempenham


um papel preponderante em várias vertentes:

i. Protecção -Os revestimentos quando bem aplicados, são capazes de proteger as


paredes estruturais de vários fenómenos nefastos, dentre os quais se destaca a
corrosão, esta que ocorre quando o edifício está exposto a ambientes agressivos,
como as zonas costeiras, regiões chuvosas, em locais onde ácidos circulam
constantemente (oficinas e grandes indústrias) entre outros locais.

ii. Rigidez-Embora inconveniente, os revestimentos podem corrigir alguns erros


notórios na parede estrutural, tais como ligeiras inclinações, pequenas lacunas,
defeitos do próprio bloco entre outros.

Iii Estética-Por fim, mas não menos importante, os revestimentos proporcionam uma
boa estética aos edifícios, a título de exemplo, algumas instituições públicas, recebem
chapisco na parte inferior e pintura na parte superior, originando um contraste bonito de
se ver e reduzindo os custos que adviriam do reboco e pintura total.
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1.2.OBJETIVOS

1.3. GERAL
 Analisar o processo de revestimento das paredes;

1.4.ESPECÍFICOS
 Definir e classificar os tipos de revestimentos;

 Discriminar o revestimento das pinturas;

 Identificar a influência dos revestimentos na estética dos edifícios.

2.METODOLOGIA DA PESQUISA

O estudo será uma revisão bibliográfica para encontrar os principais problemas gerados
da construção civil na área de revestimentos, e na sequência descrever os principais
métodos de revestimentos que estão actualmente no mercado e sua correta excepção.
Conforme Bervian; Cervo (2005, p. 60):
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências
publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os
casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado
sobre determinado assunto, tema ou problema.
No estudo de caso, desenvolvemos os estudos das patologias, indicando soluções
práticas para os casos específicos.

3.Revisão Bibliográfica

3.1.Revestimentos (REGEU)
Artigo 30.o

Todas as paredes em elevação, quando não sejam construídas com material preparado
para ficar à vista, serão guarnecidas, tanto interior como exteriormente, com
revestimentos apropriados, de natureza, qualidade e espessura tais que, pela sua
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resistência à acção do tempo, garantam a manutenção das condições iniciais de


salubridade e bom aspecto da edificação.

1.º Os revestimentos exteriores serão impermeáveis sempre que as paredes estejam


expostas à acção frequente de ventos chuvosos.

2.º O revestimento exterior das paredes das mansardas ou das janelas de trapeira será de
material impermeável, com reduzida condutibilidade calorífera e resistente a acção dos
agentes atmosféricos e ao fogo.


Outros

Artigo 24.o

Na construção das paredes de edificações de carácter permanente utilizar-se-ão


materiais adequados à natureza, importância, carácter, destino e localização dessas
edificações, os quais devem oferecer, em todos os casos, suficientes condições de
segurança e durabilidade.

4.Revestimentos
O revestimento em argamassa pode ser entendido como a protecção de uma superfície
porosa com uma ou mais camadas superpostas, com espessura normalmente uniforme,
resultando em uma superfície apta a receber de maneira adequada uma decoração final
(Szlak et. al).

4.1.Argamassa
A argamassa é um material de construção constituído por uma mistura homogênea de
um ou mais aglomerantes (cimento ou cal), agregado miúdo (areia) e água. Podem ainda
ser adicionados alguns produtos especiais (aditivos ou adições) com a finalidade de
melhorar ou conferir determinadas propriedades ao conjunto.(Szlak et. al).
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4.2.Chapisco
O chapisco constitui uma camada de preparo da base, constituída de mistura de cimento,
areia e aditivos, aplicada de forma contínua ou descontínua, com a finalidade de
uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento.
(Szlak et al).

4.3.Emboço
O emboço é uma camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a
superfície da base com ou sem chapisco, propiciando uma superfície que permita
receber outra camada de reboco ou de revestimento decorativo, ou que se constitua no
acabamento final. (Szlak et al).

4.4.Reboco
O reboco é uma camada de revestimento utilizada para o cobrimento do emboço,
propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo ou que se
constitua no acabamento final (pintura).
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5.Funções Dos Revestimentos


As principais funções de um revestimento de argamassa são:

 Proteger a base, usualmente de alvenaria e a estrutura da acção direta dos


agentes agressivos (corrosão) contribuindo para o isolamento termoacústico e a
estanqueidade à água e aos gases;

 Permitir que o acabamento final resulte numa base regular, adequada ao


recebimento de outros revestimentos, de acordo com o projecto arquitectónico,
por meio da regularização dos elementos de vedação.

5.1.Materiais Constituintes das Argamassas


As argamassas são basicamente constituídas por:

 Areia;

 Cimento;

 Aditivos;

 Água

5.2.Cimento Portland
O cimento Portland possui propriedade aglomerante desenvolvida pela reacção de seus
constituintes com a água, sendo assim denominado aglomerante hidráulico
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5.3.Cal
A cal contribui para uma melhor hidratação do cimento, além de contribuir
significativamente para a trabalhabilidade e capacidade de absorver deformações.

5.4.Agua
Agua confere continuidade à mistura, permitindo a ocorrência das reacções entre os
diversos componentes, sobretudo as do cimento. A água, embora seja o recurso
diretamente utilizado pelo pedreiro para regular a consistência da mistura, fazendo a sua
adição até a obtenção da trabalhabilidade desejada, deve ter o seu teor atendendo ao
traço pré-estabelecido, seja para argamassa dosada em obra ou na indústria.

5.5.Areia
As areias utilizadas na preparação de argamassas podem ser originárias de: rios; cava;
britagem (areia de brita, areia artificial).
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O agregado miúdo ou areia é um constituinte das argamassas de origem mineral, de


forma particulada, com diâmetros entre 0,06 e 2,0 mm. A granulometria do agregado
tem influência nas proporções de aglomerantes e água da mistura.

6.Propriedades das Argamassas em Função do Tipo de Areia

Propriedade Quanto Quanto mais fina Quanto maior


mais fina for a o teor de grãos
granulometria angulosos

Trabalhabilidade Melhor Pior Pior

Retenção da água Melhor - Melhor

Retração na Aumenta Aumenta -


secagem

Porosidade - Aumenta -

Aderência Pior Pior Melhor

Resistência - Pior -
Mecânica

Impermeabilidade Pior Pior -


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6.1.Aditivos
Os aditivos são compostos adicionados em pequena quantidade à mistura, com a
finalidade de melhorar uma ou mais propriedades da argamassa no estado fresco e no
estado endurecido e sua quantidade é expressa em percentagem do aglomerante.
Usualmente, através do uso de aditivos, procura-se diminuir a retração na secagem (para
diminuir fissuração), aumentar o tempo de pega e manter a plasticidade (para facilitar a
trabalhabilidade), aumentar a retenção de água e por fim, aumentar a aderência da
argamassa ao substrato.

Tipos de Aditivos Função

Redutores de água São utilizados para melhorar a trabalhabilidade da argamassa


(plastificante sem alterar a quantidade de água

Retentores de água Reduzem a evaporação e a exsudação de água da argamassa


fresca e conferem capacidade de retenção de água frente à
sucção por bases absorventes.

Incorporador de ar Formam microbolhas de ar, estáveis, homogeneamente


distribuídas na argamassa, aumentando a trabalhabilidade e
atuando a favor da permeabilidade

Retardadores de Retardam a hidratação do cimento, proporcionando um tempo


pega maior de utilização.

Aumentadores da Proporcionam a aderência química ao substrato.


aderência

Hidrofugantes Reduzem a absorção de água da argamassa, mas não a tornam


impermeável e permitem a passagem de vapor d’água.
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7.Características e Propriedades dos Revestimentos


Os revestimentos de argamassa, para cumprir adequadamente as suas funções, devem
possuir características e propriedades que sejam compatíveis com as condições a que
estarão expostos, com as condições de execução, com a natureza da base, com as
especificações de desempenho, e com o acabamento final previsto. As principais
propriedades que o revestimento de argamassa deve apresentar, para que possa cumprir
adequadamente as suas funções, estão descritas a seguir.

 Capacidade de Aderência

Conceitua-se aderência como a propriedade que possibilita à camada de revestimento


resistir às tensões normais e tangenciais atuantes na interface com a base.

7.1.Resistência Mecânica
Esforços de abrasão superficial, cargas de impacto e movimentos de contração e
expansão dos revestimentos por efeitos de humidade, são exemplos destas solicitações.

Um método usual de avaliação da resistência, embora ainda empírico para servir de


base para especificações, é o tradicional risco com prego ou objecto pontiagudo similar,
adotado em obra para qualificar a resistência superficial dos revestimentos.

7.2.Capacidade de Absorver Deformações


É a propriedade que o revestimento possui de absorver deformações intrínsecas (do
próprio revestimento) ou extrínsecas (da base) sem sofrer ruptura, sem apresentar
fissuras prejudiciais e sem perder aderência.

Esta capacidade de absorver deformações é governada pela resistência à tração e pelo


módulo de deformação do revestimento.
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7.3.Estanqueidade
A estanqueidade é uma propriedade dos revestimentos relacionada com a absorção
capilar de sua estrutura porosa e eventualmente fissurada da camada de argamassa
endurecida. Sua importância está no nível de protecção que o revestimento oferece à
base contra as intempéries.

7.4.Propriedades da Superfície
A rugosidade e porosidade superficiais são importantes por estarem relacionadas com as
funções estéticas e com a compatibilização do revestimento de argamassa com o sistema
de pintura ou outro revestimento decorativo, além de influírem decisivamente na
estanqueidade, na resistência mecânica e na durabilidade do revestimento.

7.5.Durabilidade
A durabilidade dos revestimentos de argamassa, ou seja, a capacidade de manter o
desempenho de suas funções ao longo do tempo, é uma propriedade complexa e
depende de procedimentos adequados desde o projeto até uso final.

Na etapa de projecto devem ser, por exemplo, especificados os materiais de maneira a


compatibilizar o revestimento com as condições a que estará exposto durante sua vida
útil; na etapa de execução é factor determinante, além da obediência às técnicas
recomendadas, a realização do controle de produção.

8.Origens Das Argamassas Para Revestimentos


Parte importante do processo que leva à decisão de como se vai executar os
revestimentos de argamassa é de como estas argamassas serão produzidas e
transportadas no ambiente da obra.

Principais origens das argamassas:

 Argamassa preparada na obra;

 Argamassa industrializada em sacos;

 Argamassa preparada em central;

 Argamassa industrializada em silos.


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8.1.Argamassa Preparada na Obra


Este é o sistema tradicional. A fabricação de argamassas é empírica: definidos os
constituintes a serem utilizados e a proporção relativa de cada constituinte na fase de
projecto, a fabricação resume-se em misturar mecanicamente os constituintes em uma
certa sequência e por um dado tempo. É necessário o controle de uniformidade do
produto, seja através do controle dos materiais constituintes, seja pelo controle da
própria argamassa. A armazenagem dos materiais deve ser feita de maneira adequada.

8.2.Argamassa Industrializada em Sacos


Essas argamassas compõem-se de agregados com granulometria controlada, cimento
Portland e aditivos especiais que otimizam as propriedades das mesmas, tanto no estado
fresco quanto no endurecido. As argamassas ensacadas são fabricadas em complexos
industriais, onde os agregados miúdos, os aglomerantes e os aditivos em pó, são
misturados a seco e ensacados.
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8.3.Argamassa Preparada em Central


Estas argamassas são dosadas em centrais e fornecidas em camiões-betoneira, prontas
para a aplicação. Adotando-se este tipo de argamassa elimina-se a necessidade de
central de preparo e área de armazenagem de materiais na obra. As argamassas
cimentícias apresentam curtos períodos para aplicação, mesmo quando aditivadas. Por
isso deve-se prever a quantidade adequada de argamassa a receber na obra durante a
jornada de trabalho. No caso de argamassa apenas de cal, essa previsão não importa
muito, pois elas permanecem em condições de aplicação por alguns dias.

8.4.Argamassa Industrializada em Silos


As argamassas entregues em silos são produzidas em complexos industriais, onde os
agregados, aglomerantes e aditivos são misturados a seco e armazenados em silos
metálicos que são levados por caminhões até as obras. Na obra, os silos ficam estocados
de forma a facilitar sua substituição e/ou abastecimento.
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8.5.O reboco como revestimento de acabamento


Reboco é um revestimento de argamassa aplicado sobre certas superfícies de
edificações, como paredes e tectos. Além de servir de base para revestimentos
decorativos ou constituir acabamento final, o revestimento argamassado protege
elementos arquitectónicos e estruturais de intempéries, da acção do fogo e de desgastes
superficiais, contribuindo com o isolamento acústico de paredes e alterando suas
propriedades térmicas.

8.6.Camadas de Reboco
O revestimento tradicional de argamassa se compõe de três camadas:

 Chapisco - Camada inicial para aumentar a aderência ao substrato;

 Emboço - Camada intermediária que ajuda a cobrir as irregularidades do


substrato;

 Reboco - Camada final de acabamento.


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8.7.Execução do Reboco
Para o chapisco deve ser utilizada uma mistura 1:2 ou 1:3 (uma lata de cimento para três
latas de areia). O chapisco deve ser dado arremessando a mistura contra a parede com a
colher de pedreiro com uma certa força de modo que que esta penetre e se fixe no
substrato. 24 horas após feito o chapisco pode-se iniciar o emboço usando uma
argamassa na proporção 1:5 de cimento:areia com 1/2 de cal ou um plastificante na
proporção recomendada pelo fabricante. A espessura do emboço deve ter no máximo 20
milímetros. Caso seja necessária maior espessura, dar duas ou mais camadas da 10 a 15
milímetros observando um tempo de cura (ideal é 7 dias) entre as camadas.
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9.Conclusão
O trabalho consistiu na análise do processo de revestimento, onde foram definidos
vários conceitos relacionados ao tema. Falou-se também da função e constituição das
argamassas e revestimentos. Com isso, foi possível nota que, embora não sejam
fundamentais, os revestimentos desempenham um papel importante pois, executam
várias tarefas como: protecção contra a corrosão, isolamento acústico (do som), e ainda
que em pequenas proporções, aumentam a rigidez / robustez da estrutura ao mesmo
tempo que a deixam bonita.
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10.Bibliografia
 FREITAS, V. P. Revestimentos Betuminosos Pastosos e Emulsões Betuminosas.
Porto, 2003.
 REGEU (Revestimentos Artigo 24 o, E 30 o)

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