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Obras de betão simples, armado e pre-esforço

1.3. Armaduras

• Armaduras, Tipos de aços de construção


• Elaboração das armaduras
• Colocação de armaduras
• Calculo de longitudes de aços
• Quadros de aços.

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Armaduras
Aços de construção

Recobrimento
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Tipos de aços de construção. Características do aço para Betão Armado e Pré-
esforçado

As armaduras para betão são caracterizadas pelo seu processo de fabrico, que
está relacionado com a composição química do aço, pelas propriedades
mecânicas, pela configuração geométrica, que se relaciona também com as
características de aderência ao betão.

Pois, dessa maneira, podemos considerar, na base da classificação em termos de


resistência mecânica e superfície exterior, que temos por um lado aços macios e
aços duros e por ouro lado, aços lisos e nervurados.

1) Composição química:
O aço do betão armado, comummente usado, não possui mais do que 0,2% de
carbono. É portanto, um aço macio (a sua resistência é relativamente baixa com
um deformação plástica considerável).

O aço do betão pré-esforçado como tem de ter resistências e tensões de


cedência muito maiores do que as do betão ordinário, tem uma percentagem de
carbono maior, é um aço carbono (entre 0,6 a 0,9%). Contém ainda 0,3 a 0,8%
de mangasses e silício e limites pequenos e rigorosos de impurezas.
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Tipos de aços de construção. Características do aço para Betão Armado e Pré-
esforçado

2) Configuração geométrica

As armaduras usadas no betão armado e pré-esforçado, são na grande maioria


dos casos, de secção circular.

Os aços para betão armado denominam-se por armaduras ordinárias com


diâmetros de 6, 8, 10,12, 16, 20, 25, 32 e 40 mm.
Para diâmetros de 5mm chamam-se verguinhas e diâmetros superiores a 40 mm
são vergalhões.

Especificamente, quando o diâmetro é inferior a 12mm chama-se fio e superior a


12mm chama-se varão, sendo barra quando o diâmetro é igual a 12mm.

O aço macio menos resistente pode ter superfície lisa ou nervurada

Os aços duros para serem distinguidos dos macios, levam a meio um traço a
ligarem as nervuras a 45o

No betão pré-esforçado usam-se fios, e quando se pretendem diâmetros maiores


usam-se cabos e cordões. Os cabos são constituídos por 2,3 ou até 7 cordões. Em
cordões, os fios enrolam-se em hélices cujo peso depende do diâmetro dos fios.
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Tipos de aços de construção. Características do aço para Betão Armado e Pré-
esforçado

Cordoes

De acordo com a norma NBR 7480/96, as barras de aço, seja de que tipo for, com
diâmetro igual ou superior a 10 mm deverão apresentar marcas de laminação em
relevo (de identificação) com a marca do fabricante, a categoria e o diâmetro.
Nos aços em barras de diâmetro menor que 10 mm a identificação poderá ser feita
com a pintura de uma das pontas em cores padronizadas
Categoria Diâmetro
do aço da barra

Identificação
do fabricante
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Elaboração das armaduras
Inclui:

 Corte dos ferros


 Dobra dos ferros
 Kits de armaduras
 Amarração dos ferros
 Emendas nos aços
 Montagem das armaduras
Corte dos ferros. Pode realizar-se com: :
Arcos e serras de aço rápido – indicada para pequenas obras com laje pré-
fabricadas, tem como principal vantagem o menor investimento em equipamentos e
mobilidade e como desvantagem o fato de exigir maior tempo de execução e
conseqüente maior custo de mão-de-obra;
Tesouras de corte – é indicada para obras de pequeno é médio porte com lajes
maciças ou mistas, com a vantagem de possibilitar maior rapidez no corte dos
vergalhões, exigindo, porém, maior esforço humano;
Máquinas de corte (n.º 1, 2, 3 etc.) – cujo emprego é indicado para obras de médio
a grande porte, permitindo o corte de bitolas maiores, tendo como desvantagem
relativa, a necessidade de ter que ser fixada em local único;
Serra de corte (disco de corte) – para obras de médio e grande porte, com o corte
rápido
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de qualquer tipo de bitola, tendo como principal desvantagem o ruído 16
provocado pela alta velocidade do disco.
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Elaboração das armaduras
Dobra dos ferros. Pode realizar-se com:

 Pinos de dobragem
 Chapas de dobrar
 Máquina de dobrar
 Pinos de dobragem – em obras pequenas e médias pode-se usar
pinos feitos de aço fixados diretamente nos pranchões para servir de
apoio na dobragem dos ferros com uma alavanca (chave ou ferro de
dobrar).
Chave de dobrar

Tubo de FG

Pino de dobra

Barra de aço

Pinos de suportes
pranchão Bancada de dobragem

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Elaboração das armaduras

 Chapas de dobrar – são


chapas prontas com pinos de
dobragem soldadas que devem ser
fixadas na bancada para servir de
apoio para o uso da ferramenta de
dobragem. O diâmetro dos pinos
deve seguir o especificado na
tabela a seguir:.

Diâmetro do pino de dobra

Diâmetro do aço CA 25 CA 50 CA 60

Menos de 10 mm 3 Ø 3 Ø 3 Ø

10 a 20 mm 4 Ø 5 Ø 6 Ø

Mais de 20 mm 5 Ø 8 Ø

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Elaboração das armaduras
Máquina de dobrar – para obras de médio a grande porte pode-se usar
máquinas para realizar o trabalho de dobragem em série. Exigem mão-
de-obra qualificada para a operação do equipamento

Kits de armaduras
 Depois de cortadas e dobradas as barras soltas podem ser imediatamente
montadas ou amarradas em feixes, chamados kits de armaduras para serem
transportadas para a obra quando montadas em central; ou do local de corte e dobra
(térreo) para o local de aplicação.
 Cada kit deve conter a armadura de um pilar ou viga ou parte da armadura de laje.
 Os kits devem receber identificação conforme o projeto estrutural por meio de
etiquetas (plaquetas) a fim de evitar erros de montagem.
 A armazenagem deve ser feita em local livre de passagem de equipamentos e
preferencialmente colocados sobre berços de madeira.
Para transportar usar guincho (grua) com os devidos cuidados de manuseio.
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Elaboração das armaduras

Kit de armadura
Etiqueta de identificação

Amarração dos ferros. Pode - se realizar com:


 Arame trançado (dobrado ou retorcido) : a amarração das barras cortadas e dobradas para
solidarizar a armação, é feita com arame recozido n.º 18 em par trançado (no mínimo),
executando-se o nó mais apropriado de acordo com número de barras concorrentes no ponto de
amarração pela aplicação de torniquete com a ferramenta do armador, torquês de cabo
comprido e que depois de devidamente apertado é cortado rente ao nó.
 Nó simples : é usado para amarrar duas barras lisas e de menor bitola em um nó apenas,
comum em solidarização de armaduras de laje maciça e armaduras de pele.
 Nó duplo : para bitolas maiores é necessário utilizar o nó duplo.
Arame recozido dobrado

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Nó simples Nó duplo
Elaboração das armaduras
 Bancadas de amarração: na maioria das vezes as armaduras são montadas na
própria obra e o mais próximo das fôrmas que irão receber a armadura. Pode-se, para
isso, utilizar bancadas secundárias para amarração das armaduras feitas com cavaletes
de madeira ou de barras de ferros.

Emendas nos aços


As emendas devem ser evitadas pois quase sempre acrescentam custos e podem
vir a comprometer a segurança. No entanto, caso seja necessário usar emendas é
recomendável consultar profissional qualificado. Podem ser:
a. Emenda por transpasse : devem ser desalinhadas e o mínimo transpasse em
vergalhões é de 80 vezes o diâmetro da barra e a distância entre as barras deve
seguir a norma de acordo também com o diâmetro.
80 x 

Distância entre as barras

b. Emendas por solda: existem norma específica para aços soldados e as condições
de aceite após ensaios próprios. As emendas com solda podem ser por caldeamento e
por eletrodo (mais comum) e ainda com sistema de soldagem com cadinhos (moldes).
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Elaboração das armaduras

Emendas por solda

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Elaboração das armaduras
 Emendas com luvas: são luvas prensadas e/ou rosqueadas que exigem
cálculo específico feito para cada situação e executadas em oficinas com
equipamentos apropriados.

Montagem das armaduras


Após a amarração das barras constituindo as armaduras ou parte delas (dependendo
das dimensões e peso) os conjuntos podem ser levados para as fôrmas para a
montagem final.
No caso de armaduras de pilares e vigas recomenda-se colocar a armadura na fôrma
com pelo menos uma das faces (fundo) já com as pastilhas (espaçadores) devido a
dificuldade em colocar as pastilhas depois da armadura estar na fôrma. Utilizam-se os
fixadores, os espaçadores e os suportes.
Os fixadores podem ser:
Fios metálicos (de atar) são os mais correntes:
a. Arame queimado
b. Troҫos de 50 cm dobrados ao meio
Fios de atar pré – fabricados, são os mais eficazes, feitos em máquinas específicas.
Molas em aҫos
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Mahla electro - soldada

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Cuidados na montagem das armaduras
1. Colocação dos soportes – são pequenas peças de plástico, argamassa
ou metálicos usados para garantir o recobrimento mínimo no concreto e
são colocados entre a armadura e a fôrma e/ou entre as barras de aço
(espaçadores). Nas lajes colocar no mínimo 5 soportes por metro
quadrado.
2. Colocação de caranguejos – são espaçadores feitos de pedaços de
barras de aço próprios para a colocação dos ferros negativos das lajes.
3. Amarração das armaduras das lajes – deve amarrar alternadamente as
barras cruzadas nas lajes (nó sim, nó não). Fazer uma verificação final e
ajustes, momentos antes do vertido do betão.
4. Verificar a necessidade de armaduras de pele em vigas e pilares e em
pontos próximos às caixas e tubulações. Cuidar para evitar fissuras por
retração.
5. Conferir o posicionamento dos embutidos (caixas, tubulação) e aberturas.
6. No caso de armadura muito densa, evitar fechar totalmente a passagem do
vibrador, deixando para colocar eventuais barras no momento do
lançamento e adensamento do concreto.
7. Protetores de pontas – luvas plásticas que são colocadas nas pontas de
ferro (esperas) para proteger os operários de cortes acidentais.
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Quadros de aços
Os projetos estruturais são bem detalhados no que diz respeito às armaduras.

Todo o projeto apresenta quadros que mostram a posição, a quantidade,


diâmetro, comprimento e detalhes de dobragem, além de quadros com
resumo por bitola, levando ou não em consideração as perdas que ocorrem na
obra. O projecto estrutural fornece as seguintes informações:

 Seções e comprimentos dos elementos de concreto armado (fôrmas e


armaduras);
 Desenho detalhado das peças estruturais ( bitolas o espaçamento entre as
barras de aço, cobrimentos, esperas, emendas ou transpasse);
 Volume de concreto e área de fôrma;
 Tabela do aço (posição do aço, comprimentos e pesos parciais e global).
(Quadros de aços)

A modo de exemplo se mostram a seguir alguma informação que brinda o


projeto e que se utilizam para elaborar os quadros de aço.

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A
N
C
O
R
A
G
E
N
S

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12:31 38
12:31 39
12:31 40
Variantes estribos 6 ancoragens

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DISPOSIÇÕES RELATIVAS AOS ESTRIBOS
Os estribos podem ser de muito diversas classes:

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Espessura constante Capiteis superiores
Capiteis inferiores

Aliviada
Cajón (ou Gaveta)

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Tabelas de Materiais
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Long. Comercial Despe.
Compr. Comp Peso Peso Desp.
Marca Croqui qualidade ø unitária
Quant.
total unit. total
(m) por
total
Usar
(mm) (mm) (u) varão en
(m) (kg) (kg) 6 7.5 9 12 (m)
(m)

Aço
Betão
Qualidade ø (mm) Peso (kg)
12
Qualidade
20 25 30 G-40 16
(MPa)
19
Volumen (m3)

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Recobrimento das barras isoladas

Define-se como recobrimento de barras isoladas, a distância entre a


superfície exterior da armadura (incluindo cercos e estribos) e a superfície mais
próxima.
Recobrimentos mínimos (mm)
Categoria de agressividade
Elemento Muito
Alta Média Baixa
alta
Elementos hormigonados diretamente contra a terra:
 Pilotes 80 80 80 80
 Outros elementos 70 70 70 70
Elementos em contato com a terra ou com a água:
 Betonado sobre selo de cimentação ou contra 50 50 50 50
cofres
Elementos em contato direto com a atmosfera:
 Vigas e colunas 50 50 40 40
 Muros 50 45 40 30
 Lajes, nervos e viguetas 40 35 30 30
 Elementos laminar 35 35 30 30

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Categorias de agressividade da atmosfera
Agressividade Descrição Corrosão por:
Zona de percurso de marés Cloretos
Áreas que se molham ou salpicam com água de
mar ou água salobre.
Cloretos
Elementos de estruturas dentro do mar por cima
Muito alta Cloretos
do nível de pleamar.
Edificações se localizadas em uma franja desde
500 m do mar na costa norte e até 100 m na Cloretos
costa sul.
Edificações na franja desde 500 m até 3 km da
Cloretos
costa.
Elementos submersos permanentemente em água
de mar ou água salobre
Cloretos
Alta
Cimentações e/ou elementos soterrados sob a
influência total ou parcial de água de mar ou
Cloretos
salobre e outros
Edificações se localizadas desde 3 km até 20 km Cloretos
das costas. e carbonatos
Média
Cimentações afetadas pelo manto freático (águas
não agressivas) Carbonatos e outros
Exteriores e interiores de edificações se
localizadas a mas de 20 Km das costas.
Carbonatos
Baixa
12:31 Cimentações não afetadas pelo manto freático Carbonatos e outros
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