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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4

2 REVESTIMENTOS ........................................................................................... 5

2.1 As funções do piso ..................................................................................... 6

2.2 As camadas do piso ................................................................................... 7

2.3 Camada impermeável ................................................................................ 7

2.4 Camada isolante térmica............................................................................ 8

2.5 Camada de contrapiso ............................................................................... 8

2.6 Camada de Revestimento .......................................................................... 9

3 ESPECIFICAÇÕES DE MATERIAIS DE REVESTIMENTOS DE PISO ......... 10

3.1 Cerâmicas ................................................................................................ 10

3.2 Porcelanatos ............................................................................................ 12

3.3 Porcelanato Técnico................................................................................. 14

3.4 Piso Vinílico .............................................................................................. 15

3.5 Granito ..................................................................................................... 17

3.6 Borracha................................................................................................... 19

3.7 Piso Industrial / Granitina ......................................................................... 21

3.8 Linóleo / Mármoleo ................................................................................... 23

3.9 Piso de Resina Autonivelante .................................................................. 25

3.10 Laminado Melamínico ........................................................................... 27

3.11 Rodapés e soleiras ............................................................................... 29

4 REVESTIMENTO CERÂMICO ....................................................................... 30

4.1 Camada de Fixação ................................................................................. 31


2
4.2 Camada de Acabamento.......................................................................... 31

4.3 Aplicação do revestimento cerâmico ........................................................ 33

4.4 Revestimento cerâmico na vertical........................................................... 35

5 REVESTIMENTO DE PEDRAS ...................................................................... 36

5.1 Mármores ................................................................................................. 37

5.2 Granitos.................................................................................................... 38

5.3 Ardósia ..................................................................................................... 38

5.4 Assentamento das pedras ........................................................................ 39

6 REVESTIMENTO VINÍLICO ........................................................................... 40

6.1 Camada de acabamento .......................................................................... 40

6.2 Aplicação do revestimento vinílico ........................................................... 41

7 REVESTIMENTO TEXTIL .............................................................................. 42

7.1 A aplicação do revestimento têxtil ............................................................ 43

8 REVESTIMENTO DE MADEIRA .................................................................... 44

8.1 A fixação utilizando parafusos .................................................................. 44

8.2 A fixação utilizando pregos ...................................................................... 45

8.3 O acabamento .......................................................................................... 45

9 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 REVESTIMENTOS

O revestimento é a fase da obra em que se faz a regularização das


superfícies verticais (paredes) e horizontais (pisos e tetos). Portanto os
revestimentos são executados para proporcionar maior resistência ao choque ou
abrasão (resistência mecânica), impermeabilizar, tornar as superfícies mais
higiênicas (laváveis) ou ainda aumentar as qualidades de isolamento térmico e
acústico.
Na construção civil, o termo “revestimento” pode ser referir à aplicação de
um acabamento sobre paredes, tetos e pisos. Esta última opção é o foco do
conteúdo dessa apostila.

Fonte: http://novaenfoque.com.br

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2.1 As funções do piso

O piso, como parte constituinte da vedação horizontal dos edifícios, tem


como função principal ser suporte dos usuários, ou seja, deve permitir que o trânsito
sobre a sua superfície ocorra da maneira mais segura e confortável possível.
Segundo BARROS et al. (1993), além desta, ainda que de maneira secundária,
podem lhe ser atribuídas outras funções, tais como:
 A proteção da estrutura (laje) contra a ação de agentes, agressivos, evitando
sua degradação precoce e, consequentemente, aumentando a sua durabilidade e
diminuindo os custos de manutenção dos edifícios;
 Auxiliar no comportamento global da vedação horizontal, contribuindo para o
isolamento termoacústico, a estanqueidade à água e aos gases e a segurança
contra o fogo e,
 Valorizar esteticamente o edifício, pois o piso, em especial sua camada de
revestimento, exerce influência significativa na determinação das características
estéticas e de qualidade daquele, proporcionando o padrão de acabamento
desejado.
Desde já, é importante afirmar que não é função do piso dissimular as
imperfeições grosseiras na construção.

O piso, produzido a partir de diversas camadas, para cumprir


adequadamente suas funções, o faz como um todo. Assim, o conjunto
deve apresentar uma série de características e propriedades compatíveis
com as condições de exposição e de utilização a que estará sujeito ao
longo de sua vida útil, bem como com a natureza e características da base
sobre a qual será executado. (BARROS et al., 1993)

Vejamos agora as características das camadas constituintes dos pisos,


destacando as suas funções no subsistema, pois cada uma apresenta
particularidades que devem ser conhecidas a fim de que sejam empregados
materiais e técnicas de execução adequados às diferentes situações de utilização
dos mesmos. (SABBATlNI et al., 1990)

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2.2 As camadas do piso

Tendo em vista os diferentes níveis de exigências a que o piso será


submetido ao longo de sua vida útil, ele poderá apresentar distintas constituições,
ou seja, as camadas que o compõe poderão ser diferenciadas tanto pelo material
como pela técnica construtiva nelas empregados.
Conforme vemos em Sabbatini et al. (1990), estes fatores (material e
técnica de execução) são determinantes nas propriedades das camadas do piso.
Deste modo, os materiais devem ser cuidadosamente conhecidos e as técnicas
adequadamente definidas, a fim de que a sua combinação possa resultar num
produto final de garantida qualidade.
O piso pode ser composto por diversas camadas. A seguir destacaremos
algumas dessas camadas:

2.3 Camada impermeável

A camada impermeável, pode ou não estar presente no sistema de piso.


Aparece, em geral, nas áreas molháveis do edifício, tais como banheiros, cozinhas
e sacadas. Quando presente, pode assumir duas posições distintas, isto é, pode ser
executada sobre a laje, ou sobre o contrapiso, sendo que a posição mais adequada
é função das características do ambiente e do sistema de impermeabilização
empregado. (BARROS et al., 1993) Normalmente, a primeira posição é a mais
utilizada, pois posicionando-se o contrapiso sobre a camada impermeável, o mesmo
funciona como camada de proteção.
Segundo Barros et al. (1993), há uma razão óbvia para a aplicação dessa
camada:

Essa camada tem a função de evitar que as possíveis águas acidentais ou


de lavagem penetrem pelo sistema piso vindo a atingir o forro do pavimento
inferior, deteriorando-o. No Brasil, tem sido verificado o seu uso mais
expressivo nas áreas de sacadas de edifícios, e nos boxes de banheiros,

7
em que a presença de água é mais intensa, uma vez que se tratam de
áreas inundáveis.

A camada impermeável, quando necessária, pode ser constituída pelos


mais distintos sistemas de impermeabilização, sendo que as especificidades de
cada ambiente exigirão um tipo apropriado, tornando-se imprescindível o estudo e
a avaliação de cada caso, que envolvem conhecimentos específicos acerca dos
materiais e das técnicas de execução a serem empregados. (BARROS et al., 1993)

2.4 Camada isolante térmica

A camada isolante térmica é utilizada principalmente em países cuja


temperatura ambiente é baixa na maior parte do ano, favorecendo a conservação
do calor interno, que, de modo geral, é gerado por sistemas de calefação. No Brasil,
devido, principalmente, às suas características de clima tropical, a camada isolante
térmica é praticamente inexiste tendo o seu uso restrito a ambientes específicos,
como por exemplo, às áreas de câmaras frias, sendo empregadas, neste caso, para
minimizar a interferência da temperatura externa, de modo que a baixa temperatura
interna da câmara seja mantida. (BARROS et al., 1993)

2.5 Camada de contrapiso

Sobre a camada de contrapiso, esta é composta de uma ou mais camadas


de argamassa ou de enchimento aplicadas sobre a laje, camada de
impermeabilização ou camada isolante técnica. E de acordo com BARROS et al.
(1993):

A mesma deve possuir características especificas de acordo com as


propriedades desejáveis para o subsistema piso, sendo executada de
modo a atender os condicionantes impostos pelos tipos de revestimentos
a serem aplicados; pelas características da sua base suporte (laje) e pelas
solicitações a que estará sujeito durante a construção e o uso da
edificação.

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2.6 Camada de Revestimento

Constitui, de maneira geral, a camada final do subsistema piso, sendo


entendida aqui como uma camada que pode ser composta por duas ou
três outras, ou seja, pela camada de regularização do substrato, que pode
ou não ser necessária, em função das características superficiais do
mesmo; pela camada de ligação (argamassas ou adesivos) e pela camada
de acabamento propriamente dita, que no caso específico deste trabalho
compreende os componentes cerâmicos de pedras, vinílicos e têxteis.
(ALBUQUERQUE, 1942)

Segundo Barros et al. (1993), a camada de revestimento exerce grande


importância no desempenho do conjunto, uma vez que está exposta durante todo o
período de utilização do mesmo, portanto, a única parte do subsistema em contato
direto com o usuário, sofrendo solicitações das mais diversas naturezas. Neste
sentido, suas funções coincidem com as do próprio subsistema piso, ou seja, deve
ser suporte do usuário proporcionando a segurança do mesmo durante a utilização,
bem como proteger e valorizar esteticamente o subsistema como um todo.
A fim de desempenhar adequadamente estas funções, o revestimento deve
apresentar, de modo geral as seguintes propriedades ou requisitos de desempenho:

Resistir ao desgaste pelo uso, notadamente às solicitações por choque,


abrasão e puncionamento; resistir às deformações do conjunto, não
apresentando fissuras que comprometam o seu desempenho, nem tão
pouco se destacando do substrato; ser estanque, quando aplicada em
áreas molháveis desprovidas da camada de impermeabilização; resistir ao
ataque de agentes químicos (detergentes, águas sanitárias, etc.);
apresentar aspecto agradável; proporcionar o amortecimento do som
produzido pelo tráfego em sua superfície; dar segurança à utilização
(comodidade ao andar, ser antiderrapante ou antideslizante, ser
incombustível, etc.); apresentar durabilidade compatível com as condições
de uso, entre outros. (BARROS et al., 1993)

Estes requisitos de desempenho são garantidos na medida em que sejam


conhecidas as características específicas de cada revestimento e as solicitações a
que o piso estará sujeito, compatibilizando-as. Decorre daí, que as propriedades do
revestimento determinam, na maioria das vezes, as características próprias do
conjunto.

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3 ESPECIFICAÇÕES DE MATERIAIS DE REVESTIMENTOS DE PISO

Neste capítulo serão apresentados os mais diversos tipos de revestimentos


de pisos, bem como suas principais características, vantagens e desvantagens em
sua utilização.

3.1 Cerâmicas

Fonte: www.terra.com.br

As cerâmicas consistem em placas compostas principalmente por argila,


que passam por um processo de queima, no qual recebem uma camada de esmalte
que as tornam “vitrificadas”. Tal procedimento confere características de
impermeabilidade à superfície acabada, possibilitando o uso do material para
revestir pisos e paredes em diversas áreas dos hospitais. Para tanto, as superfícies

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das peças têm de possuir índice de absorção de água igual ou inferior a 4%,
permitindo a sua completa assepsia e impermeabilidade. (EBSERH, 2018)
As juntas entre as placas devem ser executadas conforme orienta a ABNT
NBR 8214:1983 - que estabelece as larguras mínimas de acordo com as dimensões
das peças cerâmicas - e são necessárias para impedir a propagação de tensões
entre as peças, além de permitir ajustes no alinhamento de forma a compensar
eventuais diferenças nas dimensões das placas. Cerâmicas com bordas retificadas
também constituem uma opção, além de possibilitar rejuntes mais finos e
significativa economia de material. O mais importante é que, caso aplicadas juntas,
estas sejam executadas com a utilização de massa de rejunte tipo epóxi ou acrílica,
que atendam às mesmas características de absorção de água que as peças
rejuntadas. (EBSERH, 2018)
Sobre a especificação de cerâmicas, outro aspecto extremamente
importante é o índice PEI (Porcelain Enamel Institut), utilizado para indicar a
resistência à abrasão da superfície de um revestimento cerâmico esmaltado.
Segundo vemos em Azeredo (1987), quando as peças de cerâmica são
utilizadas como revestimentos de paredes, é recomendado que os materiais de
acabamento complementares, incluindo barras decorativas, apresentem as
mesmas características de absorção à água e de rejuntamento das peças principais.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 7
Durabilidade 3
Segurança 5
Manutenção 7
Custo 10
Sustentabilidade 6

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3.2 Porcelanatos

Os porcelanatos consistem em placas de revestimentos compostas por


70% de minerais rochosos nobres — como o Feldspato — queimados a altas
temperaturas, processo que os tornam mais impermeáveis e mais resistentes que
as cerâmicas comuns. (EBSERH, 2018)

Fonte: https://entendaantes.com.br

De acordo com Oliveira (2014), ao escolher o porcelanato deve-se


considerar sua finalidade, atendando-se para o seu coeficiente de atrito (índice que
informa sua resistência ao escorregamento). Quanto maior for o coeficiente, mais

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rugoso e, por consequência, mais antiderrapante será o revestimento. Em
ambientes molhados, recomenda-se um coeficiente de atrito igual ou maior que 0,4.
Em rampas o coeficiente deve ser de no mínimo 0,8.
De acordo com a EBSERH (2018):

Com relação às bordas, o porcelanato pode ser retificado, recebendo um


acabamento reto e mais preciso, o que possibilita juntas secas ou quase
imperceptíveis. O preço das peças retificadas, geralmente mais alto do que
o das comuns, é compensado, em parte, pela menor quantidade de massa
de rejunte empregada. A superfície final é mais fácil de limpar devido ao
menor acúmulo de sujeira nas frestas. Em caso de uso de bordas
convencionais, deverá ser especificado rejuntamento com material flexível
e lavável, como as massas à base de epóxi.

Acerca do acabamento superficial, os porcelanatos podem ser classificados


em “naturais” ou “polidos”. Os “naturais” apresentam superfície fosca ou acetinada,
resultante de tratamento especial, que garante elevada resistência a manchas; já
os “polidos” possuem superfície mais lisa e com intensidade variável de brilho,
decorrente de um processo de polimento mecânico. No entanto, há de se ressaltar
que o acabamento “polido” não necessariamente proporciona uma superfície mais
impermeável que o acabamento “natural”, pois o processo de polimento pode gerar
microporosidades. (SOUZA, 1996)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 9
Durabilidade 8
Segurança 7
Manutenção 8
Custo 5
Sustentabilidade 6

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3.3 Porcelanato Técnico

Este tipo de porcelanato é recomendado para áreas de intenso tráfego, visto


que são compostos por uma massa porcelânica uniforme e possuem a mesma cor
na sua composição, portanto, não recebem qualquer tipo de finalização com
esmalte. Por esse motivo, o índice PEI não é aplicado para classificar os
porcelanatos técnicos. (SOUZA, 1996)

Fonte: https://archtrends.com

Segundo EBSERH (2018), o porcelanato técnico, normalmente, tende a ser


um produto mais caro que o esmaltado, por ser mais resistente e durável, devido ao
baixíssimo índice de absorção de umidade (≤ 0,1%) — aproximadamente cinco
vezes menor do que o do porcelanato convencional — o que lhe confere maior vida
útil. Por suas características de maior durabilidade e resistência à abrasão, os

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porcelanatos técnicos são indicados para uso em pisos e em paredes de áreas de
serviço, como lavanderia, e em áreas de lazer.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 8
Durabilidade 10
Segurança 10
Manutenção 9
Custo 3
Sustentabilidade 6

3.4 Piso Vinílico

Fonte: https://www.aecweb.com.br

O piso vinílico é encontrado em placas, réguas ou rolos, e é um dos tipos


de revestimento mais utilizado em hospitais, por exemplo, por propiciar uma

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superfície uniforme e com boas condições de assepsia, conforme nos informa a
EBSERH (2018). O processo de fabricação do piso vinílico inclui tratamento
antibacteriano e antifúngico, o que, aliado às juntas soldadas durante a instalação,
forma uma superfície com aparência monolítica, com boa resistência à ação de
bactérias e fungos. O material também proporciona bons índices de absorção de
ruídos, devido à sua resiliência, fato que aumenta, sensivelmente, o nível de
conforto acústico. (BICALHO, 2010)
A EBSERH (2018), oferece informações sobre esse tipo de piso:

O material deve ser instalado sempre sobre uma base perfeitamente lisa,
visto que sua performance depende muito de sua correta instalação e
manutenção. A resistência e a durabilidade de um piso de PVC, ao
contrário do que se pode imaginar, não estão diretamente relacionadas à
sua espessura total, que pode variar entre 2 a 7 mm, mas sim à espessura
da camada de proteção, ou capa de uso, geralmente constituída de
Poliuretano (PU) ou PVC. O custo final do material poderá variar bastante,
em função da espessura dessa capa de uso, que deve ser compatível com
a intensidade do tráfego esperado.

Em ambientes hospitalar, por exemplo, os pisos vinílicos em mantas de


3mm de espessura podem ser aplicados nos quartos de internação, por suportarem
os impactos oriundos do trânsito de pessoas, de macas e de equipamentos, e têm
boa resistência à abrasão e ao escorregamento. E em ambientes nos quais se
exijam propriedades condutivas, como é o caso das salas de cirurgia, o piso vinílico
poderá ser assentado sobre uma malha aterrada de fitas de cobre, para criar uma
superfície própria à dissipação de cargas eletrostáticas. (EBSERH, 2018)
Em relação ao quesito sustentabilidade, estudos realizados para a
organização Healthcare Without Harm concluíram que o uso de pisos com base em
PVC não é o mais recomendável, devido aos métodos utilizados em sua fabricação
e descarte pós-uso, os quais seriam altamente prejudiciais ao meio-ambiente
(DUBOSE, 2010). Embora apresente essa desqualificação, observa-se que a
situação tende a melhorar, visto que os fabricantes de pisos vinílicos têm se
empenhado em desenvolver e em lançar novos materiais, com maior percentual de

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material reciclado. Além disso, metais pesados têm sido pouco utilizados no
processo de fabricação do material.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 10
Durabilidade 7
Segurança 9
Manutenção 4
Custo 5
Sustentabilidade 2

3.5 Granito

Fonte: http://tedriorevestimentos.com.br

Por ser bastante resistente às lavagens constantes e ao uso intenso, o


granito constitui um material muito utilizado para revestir pisos, paredes, bancadas.

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Geralmente é comercializado em placas, cujos tamanhos vão de 30 x 30cm até
1,80x3,00m, com espessuras que variam entre 1 e 3 cm. Os granitos possuem,
ainda, boa resistência à abrasão, a riscos, a agentes químicos e à água. Porém,
para que se tornem impermeáveis, condição básica para seu uso, faz-se necessário
polir e tratar a superfície com impermeabilizantes específicos, à base de
copolímeros fluorados, que lhes conferem propriedades hidrofugantes e
oleofugantes, aumentando significativamente a vida útil do revestimento. (EBSERH,
2018).
Além do polimento e impermeabilização, o granito pode receber
acabamento semipolido ou levigado, natural ou texturizado e, neste caso,
especificamente, só deverá ser utilizado em áreas não críticas.
Por ser um piso bastante duro, o granito não é recomendado para uso em
locais onde a boa performance acústica seja necessária. Antes, deve ser usado
preferencialmente em ambientes que apresentem grande fluxo de pessoas e
materiais. (RIPPER, 1996)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 8
Durabilidade 10
Segurança 7
Manutenção 6
Custo 5
Sustentabilidade 2

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3.6 Borracha

Fonte: https://pt.made-in-china.com

Dentre os pisos resilientes, o revestimento de borracha consiste em um dos


mais recomendados para uso — devido ao seu baixo impacto ambiental — de
acordo com pesquisa realizada pela instituição Healthcare Without Harm.
Geralmente, esse tipo de material não possui, em sua composição, plastificantes
(DUBOSE, 2010), preteridos por materiais reciclados, como pneus usados.
Conforme vemos em Oliveira (2014):

Os revestimentos de borracha, que, se bem cuidados duram mais de 20


anos, são adequados tanto para pisos de áreas de tráfego intenso — como
áreas de espera, corredores e escadas — quanto para áreas que
requeiram propriedades típicas de pisos resilientes, pois também possuem
propriedades antiderrapantes. Os pisos de borracha podem, ainda, ser
empregados em ambientes críticos, como salas de cirurgias, visto que
proporcionam uma superfície monolítica e impermeável, relativamente
imunes às manchas e às marcas de abrasões. Não há necessidade de
utilização de resinas, enceramento ou polimento em sua manutenção, o
que a torna simples. Esse material é igualmente especificado por suas
propriedades de absorção acústica. Apesar de muito usado em hospitais
no exterior, ainda é pouco encontrado no Brasil, devido ao

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desconhecimento de suas propriedades e ao seu custo mais elevado,
inerente aos materiais importados de alta qualidade.

A EBSERH (2018), nos alerta de que o revestimento de borracha não deve


ser confundido com outro mais comum, que é o piso de borracha vulcanizado. Este
pode ser encontrado em mantas ou em placas de diferentes tamanhos e
espessuras. Tem acabamento superficial liso ou com presença de relevo, como os
canelados, os frisados ou com estampa tipo moeda — este mais utilizado em
rampas e escadas. O revestimento de borracha vulcanizado, embora mais barato,
tem uso restrito em determinados ambientes, sendo indicado apenas para
ambientes que necessitem de alta resistência a impactos, como circulações,
brinquedotecas e salões de cinesioterapia.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 9
Durabilidade 8
Segurança 9
Manutenção 6
Custo 4
Sustentabilidade 9

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3.7 Piso Industrial / Granitina

Fonte: https://busqueieencontrei.com

Este tipo de revestimento, tem sido muito utilizado em repartições públicas,


hospitais, colégios, igrejas, devido à sua durabilidade, alta resistência e ao custo
relativamente baixo. A granitina é formada por mistura de cimento branco ou
comum, areia e água, acrescida de partículas de diferentes tamanhos de mármore,
granito e quartzo, entre outros minerais. (BAUER, 1994)
A implantação desses pisos, conhecidos comumente como marmorite,
granilite ou granitina, é totalmente realizada na própria obra, com aplicação em
quadros separados por juntas de dilatação em material plástico ou metálico. Após
a cura, o piso é lixado e polido — processos que o deixam com aparência uniforme

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— além de ser aplicada uma camada de selador ou resina impermeabilizante —
que deixa a superfície lisa e impermeável, com aspecto “vitrificado”. Como sua
execução ocorre in loco, é possível fazer um rodapé contínuo, eliminando frestas
na junção com a parede. (RIPPER, 1996)
Há de se ressaltar, todavia, que esse tipo de piso é pouco prático para
execução de reparos, de reformas e de emendas que, invariavelmente, ficam com
uma tonalidade distinta da original. Além do acabamento polido, existe o tipo de
acabamento “fulget”, que deixa os grânulos aparentes e propicia uma superfície
áspera.

É importante ressaltar que o acabamento “vitrificado” deve ser evitado em


áreas molhadas, devido ao risco de quedas e que, apesar de menos
comum, também pode ser utilizado em paredes — tal uso possui as
mesmas vantagens e desvantagens de seu emprego em pisos. (EBSERH,
2018)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 7
Durabilidade 6
Segurança 5
Manutenção 4
Custo 10
Sustentabilidade 3

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3.8 Linóleo / Mármoleo

Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br

Segundo a EBSERH (2018), o Linóleo ou Mármoleo, também conhecido


como “piso natural”, consiste em um material de revestimento constituído,
majoritariamente, por materiais reciclados, recicláveis e biodegradáveis. Sua
instalação, assim como a dos pisos vinílicos, é fácil, porém requer mão de obra
especializada, já que se trata de um revestimento resiliente — apresentado em
mantas ou em placas soldadas a quente, processo que torna a superfície monolítica,
o que possibilita a confecção de rodapé do tipo contínuo e facilita a limpeza.
Em Bicalho (2010), encontramos algumas informações sobre o uso desse
revestimento:

O linóleo possui, ainda, características antibacterianas e antiestáticas.


Como consiste em um produto importado, é uma opção cara, todavia,
constitui um dos revestimentos mais utilizados em hospitais na Europa e
nos Estados Unidos. Geralmente é especificado em diversas áreas dos

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hospitais, desde recepções e circulações, até quartos de internação,
devido, principalmente, a seu aspecto monolítico e natural, com grande
variedade de tonalidades e padrões.
O linóleo, ainda, é considerado uma das melhores opções de pisos
resilientes para uso em hospitais, de acordo com estudo conduzido pela
instituição Healthcare Without Harm, em uma avaliação que levou em
consideração os principais quesitos de sustentabilidade, desde a
fabricação e manutenção, até a reciclagem (DUBOSE, 2010). Observa-se,
no entanto, que o Linóleo não é recomendado para uso em ambientes
sujeitos à limpeza com baldes de água, pois é suscetível à retenção de
umidade.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 8
Durabilidade 9
Segurança 8
Manutenção 3
Custo 2
Sustentabilidade 10

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3.9 Piso de Resina Autonivelante

Fonte: https://www.stongel.com.br

Sobre o piso de Resina Autonivelante, temos a informação de que o mesmo,

consiste em um revestimento sintético de alta resistência, à base de resina


de Epóxi, Uretano ou Poliuretano, substâncias que tornam a superfície
uniforme, impermeável e contínua. Popularmente, o revestimento é
conhecido como “Porcelanato Líquido”, devido ao alto brilho oriundo de sua
composição: cadeias longas de macromoléculas, que se unem sem deixar
nenhuma porosidade. (EBSERH, 2018)

A resina epóxi, comercializada em versões de várias cores — inclusive


transparente — constitui a base da execução do piso autonivelante, pois oferece
alta resistência mecânica, química e abrasiva. Além disso, possibilita a criação de

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padrões e a combinação com outros materiais (inserção de grãos de areia, por
exemplo) — processos que possibilitam efeitos decorativos ou propriedades
antiderrapantes.
O sistema consiste na aplicação, em camadas consecutivas, de selador, de
primer e do revestimento final em resina; o processo resulta em uma espessura final
entre 2 e 4mm. Já a aplicação do tipo Multilayer (multicamadas), consiste na
sobreposição de camadas de resina e pintura; tal processo resulta em uma
espessura final entre 3 e 5mm. (BAUER, 1994)

A espessura final do revestimento autonivelante depende da base em que


será aplicada. Em bases perfeitamente lisas, é possível que o piso final
tenha uma espessura mínima entre 1 e 2mm; já quando aplicado em bases
que apresentem desníveis ou imperfeições, o resultado será um piso com
maior espessura, com até 10mm, o que também significará maior custo
final, devido à maior quantidade de material utilizado. (EBSERH, 2018)

Esse tipo de revestimento é recomendado, prioritariamente, para áreas que


necessitem de uma superfície plana e monolítica, com alto nível de qualidade,
resistência e facilidade de limpeza, tais como laboratórios, por exemplo. A sua
desvantagem é, além do custo, a necessidade de mão de obra específica para uma
execução qualificada, o que pode comprometer tanto o resultado desejado quanto
a durabilidade do revestimento.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 10
Durabilidade 6
Segurança 8
Manutenção 4
Custo 4
Sustentabilidade 5

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3.10 Laminado Melamínico

Fonte: https://www.pertech.com.br

O laminado melamínico, devido à sua resistência à limpeza e aos impactos,


são geralmente aplicados nos pisos de unidades de saúde. É um revestimento
bastante fino (com espessura ligeiramente maior que 1mm) e que propicia uma
superfície contínua, com poucas emendas.
A EBSERH (2018), faz algumas considerações acerca da aplicação desse
revestimento em hospitais:

Em hospitais, recomenda-se o uso do Laminado Decorativo de Alta


Pressão Standard (LDAP ou, simplesmente, laminado AP). Trata-se de um
material composto por camadas de material fibroso impregnado com
resinas termoestáveis, amínicas (melamínicas) e fenólicas, prensadas a
quente sob condições de alta pressão. As juntas entre as placas de
grandes dimensões (forma mais encontrada) ficam bem finas e,

27
geralmente, são executadas com a mesma espessura do material; podem
ser secas ou rejuntadas com massa à base de epóxi.

Quando o laminado não é bem aplicado, com o tempo pode vir a se soltar
ou criar bolhas internas. Por isso demanda mão de obra qualificada em sua
aplicação.
Como base, pode-se utilizar, desde as divisórias em MDF ou gesso
acartonado, até as alvenarias convencionais, revestidas com argamassa, massa
corrida ou azulejos — sobre os quais são coladas as placas de laminado.
O laminado “TS” constitui o tipo mais utilizado para revestir paredes em
ambientes que necessitem de uma resistência mecânica elevada. O laminado
“estrutural” pode ser encontrado em espessuras que variam entre 2 e 15mm,
podendo, inclusive, ser aplicado sem a necessidade de colagem em uma base —
por exemplo, como divisórias em WCs. Já o tipo de laminado “PostForming”, que
permite a execução de curvaturas a partir de 12mm, é o mais indicado para
revestimento de mobiliário ou bancadas, devido à sua flexibilidade e facilidade de
aplicação. (SOUZA, 1996)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICAÇÃO – De 0 a 10


Facilidade de limpeza 10
Durabilidade 9
Segurança 9
Manutenção 5
Custo 4
Sustentabilidade 6

28
3.11 Rodapés e soleiras

Os rodapés consistem em elementos complementares na estrutura de um


edifício, visto que sua função é proteger, de danos e de desgastes, as paredes e as
divisórias de cada local.
Ao pensar na construção dos rodapés, segundo a EBSERH (2018), deve-
se considerar alguns elementos:

Deve-se levar em conta o material utilizado, que pode, ou não, ser do


mesmo revestimento do piso — de vinil, de cerâmica, de granito, entre
outras bases. Caso as paredes estejam revestidas de material resistente e
impermeável, como a cerâmica, o porcelanato e o granito, os rodapés são
desnecessários. Existem diversas opções de rodapés, desde os feitos em
granito, até os compostos — como os sistemas flexíveis em PVC —, além
de laminados decorativos e de metais inoxidáveis, como o alumínio e o aço
inox.

Conforme a RDC-50 ANVISA (2002), é importante garantir que a junção


entre o rodapé e a parede seja feita de forma a ficar isenta de ressaltos, os quais
podem acumular poeira, garantindo-se que, entre o rodapé e o piso, haja a total
limpeza do canto formado. Assim, os rodapés devem, via de regra, ser embutidos
nas paredes, ou feitos de materiais finos, que não criem os indesejados ressaltos,
além de formar um ângulo reto no encontro com o piso. (BICALHO, 2010)
Acerca das soleiras, elementos utilizados para marcar a separação entre
ambientes, os desníveis ou a mudança de revestimento, o material mais utilizado
em sua produção é o granito, por ser durável e ter custo mais baixo. Entretanto
qualquer material apropriado para o uso no piso poderá também ser utilizado como
material da soleira. Deve-se evitar, no entanto, o uso de soleiras em mármore,
especialmente nas áreas sujeitas à umidade constante, visto que tal material sofre
maior desgaste, o que poderia comprometer a qualidade da limpeza, devido à
porosidade da pedra. (AZEREDO, 1997)
No caso das soleiras localizadas sob as portas de WC adaptados, a norma
NBR 9050:2015 estabelece que não deverá haver nenhum desnível (ABNT, 2015).

29
Nos capítulos a seguir serão apresentados os tipos de revestimento mais
utilizados no Brasil, bem como suas peculiaridades e técnicas de aplicação.

4 REVESTIMENTO CERÂMICO

Sobre o revestimento cerâmico, Barros et al. (1993), afirma o seguinte:

O revestimento cerâmico, executado pela técnica racionalizada é aplicado


diretamente sobre o substrato que, na maioria das vezes é constituído pelo
contrapiso, não sendo necessário, na maioria das vezes, o emprego de
camada de regularização adicional, a menos que o substrato tenha sido
seriamente danificado ao longo da execução da obra. Assim, este
revestimento pode ser entendido, neste trabalho, como um conjunto de
duas camadas, sendo a primeira de fixação, responsável pela ligação dos
componentes cerâmicos ao substrato e a de acabamento, constituída
pelos componentes, propriamente ditos.

Fonte: https://www.mapadaobra.com.br

30
A própria laje, que é parte da estrutura suporte do subsistema piso, poderá
receber o revestimento, desde que seja executada dentro de uma metodologia de
controle de qualidade que proporcione as características superficiais (planeza e
regularidade) necessárias ao recebimento do revestimento pelo método
racionalizado. (BARROS et al., 1993)

4.1 Camada de Fixação

A camada de fixação normalmente preparada para a execução dos


revestimentos cerâmicos para piso, no processo racionalizado é a argamassa
adesiva, sendo que, eventualmente, podem ser utilizadas adesivos à base de
resinas orgânicas (colas), que, no entanto, exigem, na sua maioria, a adição de
cimento em sua composição para que suas propriedades se tomem adequadas às
condições de solicitação, sobretudo quando o revestimento é aplicado em áreas
molháveis.
A argamassa adesiva passou a ser utilizada como material destinado à
camada de fixação dos componentes cerâmicos principalmente por apresentar
algumas vantagens, segundo podemos ver em Barros et al. (1993):

Apresentar semelhanças com as argamassas convencionais que, por sua


vez, são de domínio da mão-de-obra disponível no mercado; permitir
pequenos reparos na regularidade superficial do substrato; proporcionar
melhor resistência de aderência que as argamassas convencionais; não
provocar retração diferencial na camada de acabamento e ainda, não se
deteriorar com a presença de umidade. Além disto, o custo global dos
serviços, considerando-se o aumento de produtividade da mão-de-obra, é,
normalmente, inferior ao custo dos serviços pelo método convencional.

4.2 Camada de Acabamento

O revestimento cerâmico é constituído por componentes modulares de


dimensões diversas, devidamente rejuntados entre si. Desta forma pode-se dizer
que a camada final, em revestimentos cerâmicos, é constituída por dois elementos:

31
os componentes cerâmicos propriamente ditos e os componentes que se formam
na junção destes que podem ser de duas naturezas, isto é, as juntas entre
componentes e as juntas construtivas ou de movimentação que dividem os painéis
de revestimento. (SABBATlNI, 1990)
As cerâmicas, porém, por se tratar de revestimentos frios e duros, não
absorvem ruídos e apresentam baixo isolamento termoacústico. Mas, quando
adequadamente projetados e executados, não apresentam desvantagem quanto à
sua utilização, podendo ser empregados em ambientes com os mais diferentes tipos
de utilização.
Os componentes cerâmicos atualmente empregados nos revestimentos de
piso de edifícios de múltiplos pavimentos são praticamente os mesmos utilizados
nas vedações verticais, exceção feita ao azulejo que não apresenta resistência
mecânica suficiente para suportar as solicitações do subsistema piso. Assim, as
características dos componentes cerâmicos para piso são muito próximas às dos
componentes destinados ao revestimento de paredes, abordados no documento
R606/90. (SABBATINNI et al., 1990).
Segundo Barros et al. (1993), é necessário atentar-se para algumas
propriedades dos revestimentos cerâmicos:

No caso especifico dos revestimentos cerâmicos destinados aos pisos,


urna das características mais relevantes é a sua resistência à abrasão
superficial pois existem significativas diferenças entre os diversos
componentes disponíveis no mercado. Em função disto, existe a
necessidade de se conhecer como se comporta cada um deles em relação
a esta característica, para que se possa especificar, adequadamente, os
materiais a serem utilizados.

Por conta disso, em nosso país, é comum a realização do ensaio de


resistência à abrasão, fundamentado, nas propostas da Porcelain Enamel Institute,
popularmente conhecido como (PEl), recomendado pela norma NBR 9455, através
do qual, os componentes cerâmicos são classificados em categorias, em função
dos resultados obtidos no ensaio, fazendo-se referência, aos ambientes em que se

32
recomenda aplicação de cada um deles. As categorias propostas e a sua utilização
são colocadas a seguir, conforme vemos em Sabbatinni (1990):

 PEl-l: Nesta categoria inserem-se os componentes destinados à todas as


aplicações em paredes internas;
 PEI-2: Aqui estão incluídos os componentes destinados às áreas de trânsito
leve a pouco-intenso, como interiores residenciais, com exceção de
cozinhas, escadas, "halls" e locais próximos às entradas externas;
 PEI-3: Refere-se aos componentes destinados a locais de trânsito intenso,
ou seja, para quaisquer aplicações residenciais e para áreas comerciais de
trânsito leve, tais como escritórios, butiques e salas de espera;
 PEI-4: Esta categoria envolve os componentes destinados a locais de
trânsito pesado, ou seja, para todas as aplicações residenciais e a maioria
das aplicações comerciais, como áreas públicas de teatros, hotéis,
restaurantes, supermercados, lojas, escolas e corredores.

É importante esclarecer, ainda, que alguns fabricantes, em função das


características específicas de seu produto, apresentam mais urna categoria além
destas quatro propostas pela norma que refere-se aos componentes cerâmicos
destinados a locais de trânsito extrapesado, ou seja, para todas as aplicações
residenciais e comerciais similares à classe 4, onde seja necessário maior
resistência e maior durabilidade, como por exemplo aeroportos, metrôs, "shopping
centers", passarelas, lanchonetes, entradas e "haIls” de edifícios, piscinas e
terraços. (BARROS et al., 1993)

4.3 Aplicação do revestimento cerâmico

A execução do revestimento cerâmico deve sempre ser iniciada com a


compatibilização entre as dimensões reais dos componentes a serem aplicados

33
(incluindo-se as juntas) e as dimensões do ambiente a ser revestido. Para isto,
partindo-se das especificações das juntas dadas em projeto, os componentes
devem ser previamente espalhados sobre a superfície a ser revestida, em duas
fiadas ortogonais, buscando-se acertar as dimensões das juntas, de modo que se
tenha o mínimo de recorte possível. (BARROS et al., 1993). Tal procedimento deve
ser iniciado pela porta de entrada, pois aí, devem ficar os componentes inteiros,
deixando-se que os recortes, quando necessários, sejam executados no fundo do
ambiente, contribuindo assim com uma melhor estética do mesmo.
Com os componentes modulados em função do projeto e do ambiente,
deve-se distribuir a argamassa adesiva apenas para as duas fiadas mestras que
devem ser perpendiculares entre si, sendo que urna fiada deve estar próxima à
porta de entrada e a outra, na parede oposta. (BAUER, 1989)
Após o espalhamento da argamassa, tem início a fixação dos componentes
cerâmicos, a partir das extremidades de cada fiada, a fim de que se tenha
componentes de referência, pelos quais, deve ser passada uma linha que servirá
de guia para a fixação dos demais os componentes cerâmicos.
Com as linhas posicionadas, deve-se verificar o esquadro entre as duas
fiadas perpendiculares e o nivelamento dos componentes fixados, dando
continuidade à fixação dos demais componentes, espalhando-se a argamassa
adesiva conforme os procedimentos anteriormente colocados, até que todo o
ambiente esteja revestido, guiando-se sempre pelas linhas que vão sendo
transferidas após a execução de cada fiada. (BAUER, 1989)
Segundo orientação de Barros et al. (1993) “o correto alinhamento dos
componentes exige que o fio esteja faceando todas as juntas, sendo que o possível
desvio de algum componente em relação a este fio, não deverá ultrapassar 2,0 mm.”
Fazendo-se esta verificação com a maior frequência possível, pode-se
proceder rapidamente as correções dos componentes que tenham extrapolado os
limites toleráveis, evitando-se o acúmulo de erros nas demais fiadas.

34
As recomendações de Barros et al. (1993) sobre os casos em que as
paredes sejam revestidas com cerâmicas, são as seguintes:

Nos casos em que as paredes sejam revestidas com componentes


cerâmicos, recomenda-se que estes se sobreponham ao revestimento de
piso a fim de possibilitar melhor acabamento da junta, garantindo-lhe a
estanqueidade, bem como proporcionando a execução de um detalhe
construtivo que permuta a existência de uma junta de movimentação no
encontro das duas superfícies. Recomenda-se que o rejuntamento do
encontro entre as duas superfícies seja executado com uma argamassa
de baixo módulo de elasticidade (argamassa fraca), ou o mesmo material
empregado no rejuntamento dos componentes verticais.

4.4 Revestimento cerâmico na vertical

O assentamento se faz de baixo para cima, de fiada em fiada, com


argamassa de cal e areia no traço 1:3 com 100 kg de cimento por m³ de argamassa
(pelo processo convencional), ou com cimento-colante, de uso interno ou externo,
colas etc... Os cimentos colantes e as colas devem ser aplicados com
desempenadeira dentada de aço, sobre base regularizada. (SABBATINNI, 1988)
É muito difícil em um painel de alvenaria não ocorrer recortes, visto que na
maioria das vezes, nos projetos não é levado em consideração às dimensões dos
azulejos. Portanto, para que os recortes não fiquem muito visíveis, podemos deixá-
los atrás das portas, dentro dos boxes, ou ainda dividi-los em partes iguais nos
painéis.

35
5 REVESTIMENTO DE PEDRAS

Segundo Perazzo (2017):

Faz parte da história da civilização o uso de pedras naturais na construção


civil para a construção de prédios, monumentos, esculturas, estradas,
viadutos e portos. Devido à alta durabiliade, resistência e abundância, o
uso desse material continua sendo muito utilizado, principalmente nos
acabamentos das construções.

Todavia, apesar das pedras serem um material há muito tempo utilizado em


diversas partes do edifício, a tecnologia de produção dos revestimentos de pedras
não é totalmente dominada pelo meio técnico. A inexistência de uma tecnologia de
produção especifica tem contribuído para a ocorrência de sérios problemas
patológicos, além de acarretar elevados custos de produção; pois, praticamente,
inexistem normas ou procedimentos sistematizados que orientem a escolha das
pedras mais indicadas para os diferentes usos no edifício, definam como executar
o revestimento propriamente dito e como proceder o acompanhamento e a
avaliação da execução. (BARROS et al., 1993)
Embora exista uma grande variedade de pedras destinadas ao uso em
revestimentos de piso, a maioria delas tem uso intenso em áreas externas ao
edifício. Todavia, aqui serão tratados apenas os componentes de pedras destinados
a revestimentos de piso de áreas internas, sendo que, neste caso, os de maior
emprego são os diversos tipos de mármores, granitos e ardósias, que serão objeto
dos itens a seguir.
No caso dos mármores e granitos, por se tratarem de componentes de
adequada regularidade superficial, recomenda-se a sua fixação ao substrato com o
uso de argamassa adesiva. Enquanto, para a ardósia, recomenda-se que a camada
de aderência seja executada com argamassa convencional plástica, aplicada
diretamente sobre a laje. (BARROS et al., 1993)
Barros et al. (1993), comentado sobre a ardósia, afirma o seguinte:

36
Apesar do assentamento da ardósia não poder ser considerado um método
racionaIizado é o mais indicado para este tipo de pedra, que, além de
apresentar a maior porosidade paralela ao seu plano de clivagem,
apresenta superfície irregular, o que exige uma espessura não uniforme
da camada de aderência, característica economicamente incompatível
com o uso da argamassa adesiva ou de outros adesivos à base de resinas,
pois implicaria em um consumo excessivo dos mesmos.
Tal porosidade é inadequada ao assentamento da pedra com argamassa
adesiva, pois esta por ser um adesivo de reduzida espessura, não
consegue penetrar nos bordos laterais da pedra, promovendo a sua
fixação por encunharnento. Por outro lado, a superfície em contato com a
argamassa adesiva apresenta baixa porosidade não possibilitando a sua
adequada penetração e a consequente fixação do componente. A
argamassa plástica convencional, por sua vez, em função da espessura
com que é aplicada, penetra nas juntas das pedras adjacentes,
encunhando-as e portanto promovendo a sua fixação.

A seguir serão descritas as características e propriedades específicas das


rochas mais importantes e mais utilizadas como revestimento de pisos.

5.1 Mármores

Os mármores, apresentam-se na cor branca quando possuírem apenas


cálcio e magnésio na sua constituição. Quando contiverem impurezas tais como
argilas e matéria orgânica, poderão apresentar coloração variada tais como cinza,
preta, rosada, amarelada e esverdeada, além de diversos desenhos em sua
superfície, sendo que os tipos comumente utilizados são os de coloração branca,
principalmente em decorrência do seu reduzido custo. (BARROS et al., 1993)
A sua fácil trabalhabilidade e a diversidade estética são os principais fatores
para sua larga utilização em revestimento. Entretanto, como revestimento de pisos
especificamente apresenta algumas limitações de uso devido a sua baixa
resistência à abrasão e aos produtos químicos, quando comparado com o granito e
até mesmo com alguns componentes cerâmicos. (PERAZZO, 2017)

37
5.2 Granitos

Sua resistência mecânica e durabilidade são as mais elevadas


comparando-se os diversos componentes utilizados como revestimento de piso.
Entretanto, segundo Barros et al., (1993), sua “elevada dureza dificulta o trabalho
da pedra elevando seu custo. Em função desta característica é vantajoso afeiçoar
a pedra próximo ao local de extração, porque a água ainda presente em seus
interstícios e vazios, facilita muito a ação das ferramentas”.
São muitas as variedades dos granitos que se diferenciam na textura
(grossa, média ou fina), na coloração (avermelhada, rosada, amarelada, cinza) e na
mineralogia. Em geral, apresentam estrutura pouco porosa conferindo-lhe
características de componente impermeável. (CHIODI FILHO & RODRIGUES,
2009)

5.3 Ardósia

Barros et al. (1993), em seu comentário sobre a ardósia, apresenta algumas


contribuições:

A ardósia., que é urna rocha facilmente subdividida em lâminas finas.


Apresenta-se geralmente na cor cinzenta escura, podendo ter tonalidades
esverdeadas, avermelhadas, amareladas, violáceas, azuladas e quase
negras. Possuem planos de fraqueza (clivagem ardosiana) pelas quais são
facilmente desplacáveis. Tem baixa dureza e a resistência mecânica é
influenciada também, pela direção da aplicação dos esforços em relação a
sua estrutura.

Quando comparada ao mármore e ao granito, a ardósia é mais suscetível


ao desgaste, no entanto, por serem facilmente trabalháveis e de baixo custo, são
bastante utilizadas em revestimentos de pisos na forma de lajotas naturais ou
polidas, ou ainda em cacos irregulares com superfície não uniforme (natural).

38
Com relação ao ataque por produtos químicos a ardósia é praticamente
inerte. Essa pedra apresenta elevada resistência à flexão quando comparada com
a maioria das pedras naturais, além de poder ser considerada impermeável.

5.4 Assentamento das pedras

Sobre o assentamento das pedras, temos em Barros et al. (1993), algumas


orientações importantes:

A disposição das pedras (mármores, granitos ou ardósia) no assentamento


deverá seguir as determinações de projeto, devendo-se iniciar a execução
do revestimento a partir da extremidade oposta à entrada do
compartimento evitando-se desta forma obstruir a passagem para os
materiais no momento da execução. Este procedimento não é
recomendado, porém, nas distribuições radiais. Neste caso, recomenda-
se que o início do assentamento seja feito a partir das laterais (paredes)
do compartimento indo em direção ao centro do mesmo, pois assim é
possível absorver pequenas irregularidades de execução das juntas entre
componentes com o ajuste do componente central.

No caso da ardósia os procedimentos para o assentamento das pedras são


idênticos ao assentamento das taliscas, sendo feito individualmente para cada
componente desde o espalhamento da argamassa até o assentamento com a
verificação do nivelamento final, sendo que quando a superfície não for plana (polida
ou lustrada) o nivelamento das pedras assentadas deverá ser verificado sempre
pela maior área, das ondulações, que possuem maior altura. (CHIODI FILHO &
RODRIGUES, 2009)
Após o assentamento das pedras o transito poderá ser liberado somente
após 72 horas, quando do uso de argamassa convencional e 24 horas quando com
argamassa adesiva. (BARROS et al., 1993)

39
6 REVESTIMENTO VINÍLICO

Durante os séculos XII e XIII, se conhecem utilizações de pisos de borracha,


no entanto estes caíram em desuso devido ao aparecimento dos pavimentos
cerâmicos, os quais pela abundância de matéria-prima e facilidade de fabrico,
rapidamente tornaram o seu uso comum. Assim só pelo ano de 1860, surgiu um
material designado por linóleo (do latim linum, que significa linho e oleum, que
significa óleo), de onde posteriormente evoluiu o revestimento vinílico (Recilient
Floor Covering Institute, 2011).
Encontramos em Gabriel (2011), a seguinte informação sobre o
revestimento vinílico:

Fabricado normalmente em rolo ou ladrilho, é utilizado principalmente no


revestimento de pavimentos. Sendo que o pavimento recebe cerca de 90%
mais uso do que qualquer outro elemento existente num edifício (Berkeley,
1968 apud Tooke, 1988, p.3), levou-o a tornar-se no material de eleição
para locais, por exemplo, com maiores solicitações ao tráfego pedonal ou
resistência química.

6.1 Camada de acabamento

O revestimento vinílico é composto por componentes em forma de placas


ou mantas. Ambos apresentam como matéria-prima básica para a sua produção,
uma resina polimérica denominada cloreto de polivinila (P.V.C.), que constitui uma
substância termoplástica dura, que, em conjunto com alguns agentes
modificadores, tais como fibras ou cargas minerais, dão origem a componentes que
podem ser mais facilmente flexibilizados e amolecidos. (BARROS et al., 1993)

40
6.2 Aplicação do revestimento vinílico

De acordo com Gabriel (2011) as regras gerais de qualidade a observar


pelas bases de assentamento destinadas a receber revestimentos de piso
resilientes são as seguintes:
 Encontrarem-se, no seu conjunto, planas, horizontais e à cota
pretendida;
 Apresentarem, em toda a sua área, um acabamento superficial
conveniente, ou seja, uma superfície lisa sem depressões nem saliências;
 Disporem de resistência, rigidez e dureza convenientes;
 Encontrarem-se secas no momento do assentamento do
revestimento;
 Não serem susceptíveis de exporem os revestimentos nelas aplicados
à acção da humidade, sob qualquer forma, nomeadamente à humidade ascendente
no caso de pavimentos térreos.
Conforme nos explica Barros et al. (1993):

Uma vez executada a camada de regularização deve-se dar início à


medição e marcação dos eixos na superfície a ser revestida, antes do
assentamento dos componentes. A demarcação deve ser feita de forma a
otimizar duas características, ou seja, evitar o maior número possível de
recortes e proporcionar um revestimento esteticamente agradável em
relação aos principais raios visuais (em geral as aberturas de portas).

É importante salientar que o correto posicionamento dos eixos é de extrema


importância pois, uma vez iniciada a fixação dos componentes, torna-se difícil a
correção de erros eventuais, sendo que um pequeno erro na locação dos eixos
principais pode produzir uma diferença considerável no final da área revestida,
prejudicando a qualidade estética do revestimento, bem como levando a
desperdícios de material.

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Segundo Barros et al. (1993), é necessário respeitar o tempo de fixação
antes de fazer a limpeza da área aplicada e tomar devidos cuidados na utilização
de produtos:

A limpeza pode ser feita somente após dez dias da colocação, com sabão
especial e água à vontade. Antes deste tempo não se deve colocar o piso
em contato com a água. Para manchas resistentes, deve-se usar uma
esponja de aço fina com um pouco de sabão indicado pelo fabricante. Após
a lavagem, pode-se encerar com qualquer cera que não contenha solvente
ou mesmo algum derivado de petróleo, pois estes elementos atacariam o
produto. (BARROS et al., 1993)

7 REVESTIMENTO TEXTIL

Os revestimentos têxteis sintéticos têm largo emprego em praticamente


todos os tipos de edifícios. Seu uso expressivo está relacionado a diversos fatores,
dentre os quais cabe destacar o seu baixo custo quando comparado a
revestimentos de semelhante desempenho: facilidade de aplicação e reposição;
grande diversidade de tipos existentes no mercado, possibilitando atender às mais
distintas classes econômicas; apresenta excelente desempenho, quanto ao
conforto termo-tátil por se tratar de um revestimento "quente" e, além disso, por se
constituir de fibras sintéticas, é um revestimento que apresenta adequado
desempenho frente à umidade e à abrasão provocada pelo trânsito de pessoas,
apresentando vida útil compatível com as necessidades dos edifícios de uso
habitacional e comercial, marcando aí, sua presença de maneira intensa. (BARROS
et al., 1993)
Os tipos, resultantes dos diferentes processos de fabricação, são: os
carpetes agulhados vertical ou plano, produzidos a partir de fibras e os carpetes
“tufts" produzidos a partir de fios contínuos.

42
7.1 A aplicação do revestimento têxtil

De acordo com Barros et al. (1993), existem recomendações para a


aplicação adequada do revestimento têxtil:

Os carpetes agulhados ou "tufts" deverão ser aplicados sobre o substrato


devidamente preparado, como abordado anteriormente, a técnica de
aplicação de ambos, pode se dar tanto pela sua colagem direta ao
substrato, como pelo seu simples estendimento. No entanto, a técnica de
colagem é usualmente recomendada para os agulhados, enquanto para os
"tufts", recomenda-se a de estendimento.
Os carpetes tipo "tufts" podem ser colados diretamente sobre o substrato.
Porém, para que se obtenha maior conforto e isolação termo-acústica
recomenda-se o sistema de colocação estendida, utilizando um forro de
feltro, com espessura de aproximadamente 5 mm, que é colocado entre o
revestimento e o substrato e, além disso, deve-se contornar o perímetro
da área a ser revestida com ripas ou sarrafos de madeira, cuja espessura
deve ser a mesma do feltro, para que não exista descontinuidade no
contorno das paredes.

Além do exposto acima, é fundamental atentar-se para outros dois fatores:


 A manta, em forma de rolo, deverá ser aberta no local onde será
assentada, deixando-se uma sobra de 5 cm junto às paredes, buscando-se ajustá-
la ao esquadro do ambiente, quando os ambientes superarem a largura da uma
manta, será necessário a colocação de outra adjacente, sendo que esta deverá se
sobrepor à anterior em aproximadamente 5 cm, permitindo, desta forma, um perfeito
acabamento.
 Durante a colocação deve-se observar que todas as mantas sejam
colocadas sempre no mesmo sentido, não podendo serem invertidas, pois, caso isto
venha a ocorrer, o sentido das fibras ficará também invertido, originando uma
tonalidade diferente no mesmo ambiente, para que não se corra o risco de inversão
das mantas, deve-se observar as setas impressas na sua base, que indicam o
sentido das fibras.

43
8 REVESTIMENTO DE MADEIRA

Segundo Barros et al. (1993): “A regularização da base para a aplicação do


piso de madeira, quando necessário, é feita com argamassa de cimento e areia
média ou grossa no traço 1:4 com espessura de 2,5cm.”
É importante destacar o seguinte: o taco é o piso de madeira assentado
com argamassa. Os tacos para assentamento com argamassa, são pintados em
suas bases com piche, no piche é impreganado areia lavada e para melhorar ainda
mais a aderência com a argamassa, é fixado dois pregos para taco em cada peça.
Quanto aos pisos assentados com cola, encontramos em Barros et al.
(1993) preciosas informações:

Tacão, peças com 2,0cm de espessura, largura variando de 7,0 a 10 cm e


comprimento entre 30 a 45cm podendo chegar até 50cm, podendo ser de
peroba, Ipê, Pau marfim, jacarandá etc.
Parquetes, peças menores coladas em papelão ou fitas adesivas formando
desenhos.
Carpete de madeira podendo ser usado no revestimento de pisos, tetos e
paredes, tanto em construções novas quanto em reformas. A sua
espessura pode ser de 1,5mm, 2,5mm, 4,0mm e 7,0mm, largura de 18cm,
18,5cm, 19,0cm e 19,5cm respectivamente e comprimento variável.

Acerca do carpete de madeira, o mesmo é formado por lâminas de capa e


contracapa, e uma chapa central estabilizante em sentido oposto com espessuras
variadas. E sua aplicação é feita colando sobre superfície plana com cola de
contato, exceto no carpete de madeira de 7,0mm que é pelo sistema macho e
fêmea, colado somente no topo das réguas com cola branca (P.V.A), travado e
fixado nos cantos das paredes.

8.1 A fixação utilizando parafusos

Essa fixação é feita para as tábuas, que são aparafusadas com dois
parafusos de 50 a 50 cm sobre caibros ou ganzepes (barrote) fixados no concreto

44
da base ou com argamassa de cimento e areia no traço 1:3. Os parafusos são
rebaixados e recobertos com a própria madeira (cavilhas) ou com massa de
calafetar. (MILITO, s/d)

8.2 A fixação utilizando pregos

De acordo com Milito (s/d), a fixação através de pregos é feita também para
as tábuas, que são pregadas nos ganzepes (barrote) com pregos retorcidos ou
anelados. Para melhor fixação das tábuas, sobre a argamassa de fixação dos
ganzepes (barrote) é colocado cola de madeira e no encaixe entre uma tábua e
outra. Neste caso a argamassa deverá ter o traço 1:3 de cimento e areia e superfície
alisada com a colher.

8.3 O acabamento

Milito (s/d), nos informa o seguinte sobre o processo de acabamento:

Após cinco dias no mínimo do assentamento, o piso de madeira passa por


lixamento (raspagem) iniciando-se com a lixa no 16 (grossa) e depois a 36
(mais fina). Em seguida o piso é limpo e calafetado (preenchimento das
juntas entre os pisos). A calafetação é realizada utilizando uma massa
acrílica para madeira pigmentada na cor aproximada do piso. A aplicação
é efetuada com desempenadeira de aço em camadas finas, visando
corrigir os defeitos em "baixo relevo".

Para se obter o melhor resultado da calafetação, são importantes que sejam


observados os seguintes fatores: a madeira deve estar perfeitamente seca e
firmemente assentada para que não ocorram trincas e "estufamento" da massa ao
longo do rejuntamento; cura da massa de calafetar, no mínimo 24horas.
Após a massa curada é efetuado o polimento utilizando lixa nº 100 ou 120
dependendo da madeira e do acabamento.
O acabamento final é realizado com 3 (três) demãos de sinteco, verniz
poliuretano ou encerado. (MILITO, s/d)
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