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ÍNDICE

Resumo ........................................................................................................................................... 1
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2
1.1. Problema de Pesquisa .................................................................................................... 3
1.2. Hipóteses ......................................................................................................................... 3
1.3. Objectivos Gerais ........................................................................................................... 3
1.3.1. Objetivos Específicos .............................................................................................. 3
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO .................................................................................. 4
2.1. Definição de vento .......................................................................................................... 4
2.2. Classificação do vento .................................................................................................... 4
2.3. Cobertura ........................................................................................................................ 4
2.3.1. Tipos de Coberturas ............................................................................................... 5
2.4. Cobertura do tipo chapa IBR........................................................................................ 6
2.4.1. Elementos de uma cobertura do tipo chapa IBR ................................................. 6
2.4.2. Acção do vento sobre a estruturas de cobertura com chapa IBR ...................... 7
2.5. Pontos Vulnerávais das estruturas de cobertura ........................................................ 9
CAPÍTULO III - CASO DE ESTUDO ..................................................................................... 11
3.1. Problemas causados pelos ventos fortes na estrutura de cobertura das moradias 11
3.2. Soluções recomendadas para o caso de Estudo ......................................................... 12
CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO ............................................................................................... 13
CAPÍTULO V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 14
ÍNDICE DE TABELAS
Figura 1- Tipos de telhados empregados na construção civil. ....................................................... 5
Figura 2- Chapa IBR ...................................................................................................................... 6
Figura 3- Ilustração das anas e madres .......................................................................................... 7
Figura 4- Efeito de pressão e sucção. ............................................................................................ 7
Figura 5- Efeito de pressão e sucção. ............................................................................................ 8
Figura 6- Efeito de pressão e sucção. ............................................................................................ 8
Figura 7- Efeito de pressão e sucção. ............................................................................................ 9
Figura 8- Ligação entre Asna e Parede, e Ligação entre elementos da Asna. ............................... 9
Figura 9- Ligação entre Asna-Madre ........................................................................................... 10
Figura 10- Fixação da Chapa de Cobertura ................................................................................. 10
Figura 11- Casas construídas pelo Fundo para o Fomento da Habitação em Chimoio. .............. 11
Figura 12- Danos nas coberturas. ................................................................................................ 11
Resumo
No contexto das mudanças climáticas, especificamente dos ventos fortes, as moradias sofrem
diversos danos em sua estrutura de cobertura. Dependendo do risco ao qual a mesma se encontra
sujeita, torna-se essencial efectuar uma análise de risco da moradia. Esta análise permitirá tomar
medidas que reduzam a probabilidade ou impacto dos danos causados pelos ventos e chuvas
intensas, intervindo com soluções práticas e que melhorem a segurança e integridade das moradias,
e a habitabilidade para os residentes. Serão apresentadas um conjunto de moradias localizadas no
Bairro Heróis Moçambicanos na cidade de Chimoio, Província de Manica, danificadas por uma
tempestade em 2017, especificamente nas suas coberturas, serão apresentadas imagens dos danos
sofridos pelas mesmas.

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
As alterações climáticas estão a tornar-se, cada vez mais, em um tema de actualidade e de grande
interesse público, dado que os seus efeitos afectam negativamente o meio ambiente e a sociedade.

O vento é definido como a movimentação de uma massa de ar que é causado pelas variações de
pressão e temperatura, ele varia seu comportamento de acordo com o local, e exerce nas
construções, de forma contínua ou não, e diversificada, forças de pressão e sucção (Blessmann
1995).

Apesar dos avanços tecnológicos, o efeito do vento sobre as estruturas continua a preocupar os
investigadores. De facto, é de prever um aumento do número de situações atmosféricas adversas,
em face das fortes mudanças climáticas que têm sido observadas no mundo inteiro, principalmente
em Moçambique. Assim sendo, verifica-se que as construções da actualidade necessitam de
melhores métodos para análise da acção do vento.

Portanto, pretende-se analisar os danos causados em estruturas de cobertura, estudar a sua


localização, a qualidade e o rigor da execução dos trabalhos, rever os materiais de construção e as
tecnologias aplicadas, para a obtenção de um produto final tanto quanto possível resistente aos
ventos fortes.

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1.1. Problema de Pesquisa
Que métodos e tecnologias de construção permitem melhorar a resistência das estruturas de
cobertura em chapa IBR das habitações unifamiliares às mudanças climáticas?

1.2. Hipóteses
Hipótese básica: As coberturas em chapa IBR instaladas de forma não segura não apresentam
resistência contra ventos fortes.

Hipótese secundária 1: A fraca ligação Asna-Madre contribui para diminuição do tempo de vida
útil da estrutura de cobertura perante a acção do vento.

Hipótese secundária 2: Utilização de chapas com espessura inferior a 0.6 mm contribui para
diminuição da resistência da estrutura de cobertura perante a acção do vento.

1.3. Objectivos Gerais


O presente trabalho tem como objetivo geral, apresentar medidas e técnicas que permitam o
aumento da resistência de estruturas de cobertura em chapa IBR das habitações unifamiliares aos
ventos fortes.

1.3.1. Objetivos Específicos


• Analisar o impacto da intensidade de ventos fortes sobre coberturas.
• Apresentar as medidas construtivas eficientes e eficazes para aumento da resistência das
estruturas de cobertura em chapas IBR perante intensidade de ventos fortes nas edificações
habitacionais.

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CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO
2.1. Definição de vento
O sol aquece o planeta terra de forma não uniforme, consequentemente o geoide sofre variações
de temperatura em suas regiões, portanto alguns locais aquecem e a pressão atmosférica diminui e
o ar quente expande, enquanto outros locais permanecem frios e o ar denso, assim gerando
movimentação das massas de ar em que a aquecida eleva-se para outras regiões enquanto a fria se
desloca da área de maior pressão para ocupar o espaço deixado. Dessa forma, o deslocamento das
massas de ar de zonas de alta pressão para baixa pressão produz o vento (Blessmann 1995).

O vento também pode ser estabelecido como uma corrente de ar médio sobreposto a flutuações de
fluxo, denominada de turbulências ou mais precisamente rajadas, que são responsáveis por atuar
forças nas edificações e sua velocidade apresenta um valor superior à media (Gonçalves, Roberto
M.; Sales, José Jairo de; Malite, Maximiliano; Neto and Munaiar 2004).

2.2. Classificação do vento


Segundo (Educação, n.d.), os ventos podem receber várias classificações, essas podem ser:

• Calmaria: ocorre quando não é possível perceber a movimentação do ar.


• Vento fraco: ocorre quando é possível percebê-lo através do sentido dos elementos da
paisagem que se movem. Nesse tipo de vento a velocidade varia entre 7-18 km/h.
• Vento moderado: são ventos com maior intensidade, capazes de transporter poeira, folhas
e alguns tipos de lixo no chão, além dos ramos das árvores. Nesse tipo de vento a
velocidade varia entre 19-35 km/h.
• Vento forte: ventos com uma grande velocidade. Nesse tipo de vento a velocidade varia
entre 36-44 km/h.

2.3. Cobertura
O telhado/cobertura destina-se a proteger o edifício contra acções das intempéries, tais como
chuvas, ventos, raios solares, neve, além de impedir a penetração de poeira e ruídos no seu interior
(Moliterno 2011). Porém, como função secundária, não menos importante, o telhado contribui para
o aspecto estético e conforto térmico da edificação.

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A cobertura pode ser de materiais diversos, desde que impermeáveis às águas pluviais e resistentes
à ação do vento e intempéries. A cobertura pode ser de telhas cerâmicas, telhas de concreto (planas
ou capa e canal) ou de chapas onduladas de fibrocimento, aço galvanizado, madeira aluminizada,
PVC e fiberglass. As telhas de ardósia e chapas de cobre foram praticamente banidas da nossa
arquitetura (Moliterno 2011).

Pode-se assim dizer que a cobertura é o conjunto formado: pelas telhas; pela estrutura de apoio às
telhas, denominada trama ou armação; pela estrutura principal, que pode ser maciça, treliçada ou
lamelar, e pelos conjuntos de elementos estruturais que têm a função de manter a estabilidade geral
da estrutura, usualmente, denominada contraventamentos.

2.3.1. Tipos de Coberturas


As coberturas podem ser construídas nos mais diferentes formatos, dando origem a diversos tipos
de coberturas. Alguns tipos de coberturas têm sua denominação originada no número de planos
para escoamento das águas pluuviais, denominados “águas do telhado” (Logsdon 2002). Uma
superfície de telhado pode ser formada por um ou mais planos (uma água, duas águas, três águas,
quatro águas ou múltiplas águas), ademais podem ser encontradas em formas curvas que tem o
mesmo nome da sua geometria como arco, cúpula ou arcos múltiplos (Cogo and Tonon 2018). Na
Figura 1 são apresentados alguns exemplos de tipos de cobertura.

Figura 1- Tipos de telhados empregados na construção civil.


Fonte: (Logsdon 2002)

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2.4. Cobertura do tipo chapa IBR
A chapa IBR (ilustrada na Figura 2) é cada vez mais utilizada em Moçambique para fazer-se a
cobertura. Trata-se de um material de construção considerado mais durável que os materiais
tradicionais como o capim ou macuti, com um preço relativamente acessível. O seu uso influenciou
a arquitectura tradicional porque implica uma adaptação da estrutura da casa a uma forma mais
rectangular, a qual facilita a colocação das chapas (UN-Habitat 2017) .

Figura 2- Chapa IBR


Considerando que a chapa IBR é leve, as coberturas que utilizam este material são frágeis e
bastante vulneráveis à acção do vento. Para reforçar as coberturas em chapa IBR é preciso usar
chapas com um mínimo de 0.5 mm de espessura. Na colocação das chapas é importante fazer um
tecto de acordo com o comprimento das chapas, de maneira a evitar a união entre várias chapas
para obter-se uma água. Esta união representa um ponto fraco da cobertura que facilmente pode
ser arrancada pelo vento.

2.4.1. Elementos de uma cobertura do tipo chapa IBR


Geralmente a estrutura da cobertura é composta por asnas e madres (como mostra a Figura 3) de
madeira ou aço apoiadas na parte superior das paredes.

As asnas são estruturas formadas para suportar o peso das edificações.


As madres servem de apoio ás chapas de cobertura/telhas e contribuiem para sua estabilidade.

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Figura 3- Ilustração das anas e madres

Fonte: (UN-Habitat 2017)

2.4.2. Acção do vento sobre a estruturas de cobertura com chapa IBR


A acção dos ventos nas construções provoca um efeito de pressão e/ou sucção, sobre as superfícies
do edifício, como esta exposto na Figua 4. A maioria dos danos nas coberturas são causados pelas
altas sucções e grandes flutuações de pressão em torno da periferia da cobertura e partes salientes
(Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 2014).

Figura 4- Efeito de pressão e sucção.

Fonte: (Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 2014)

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Quanto mais uma construção estiver fechada e de forma compacta, menor será o efeito de
destruição provocado pelos ventos (UN-Habitat 2019).

Figura 5- Efeito de pressão e sucção.

Se o vento entra no edifício, é recomendável que o mesmo encontre uma saída do lado oposto da
entrada (UN-Habitat 2019).

Figura 6- Efeito de pressão e sucção.

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Se o vento entrar no edifício e não encontrar um ponto de saida poderá romper com a estrutura do
lado que estiver mais fraco causando danos sobre o edifício (UN-Habitat 2019).

Figura 7- Efeito de pressão e sucção.

2.5. Pontos Vulnerávais das estruturas de cobertura


• Ligação entre Asna e Parede, e Ligação entre elementos da Asna (representado na Figura
8) - Quando a asna não é reforçada, ela colapsa pela acção da pressão do vento, portanto,
a força dos ventos fortes sobre a estrutura da cobertura pode fazer inclinar as asnas que
consequentemente podem cair.

Figura 8- Ligação entre Asna e Parede, e Ligação entre elementos da Asna.

Fonte: (Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 2014)

• Ligação entre Asna-Madre (representado na Figura 9) - Quando o vento forte exerce


pressão sobre a parte inferior da cobertura criando assim, a chamada sucção, se as madres

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e as asnas não estiverem bem conectadas e o número das madres for reduzido, o que
contribui para o enfraquecimento da resistência da cobertura, as chapas e madres levantam
deixando assim as asnas.

Figura 9- Ligação entre Asna-Madre

Fonte: (Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 2014)

• Fixação da Chapa de Cobertura (representado na Figura 10)- As chapas usadas são de


espessura muito fina muitas vezes de 0.2 - 0.27mm cuja sobreposição é muito pouca. Em
alguns casos são fixadas com pregos impróprios ou com um número reduzido de pregos.
Quando a chapa não é fixada correctamente à estrutura da cobertura, é levantada pela acção
do vento desconectando-se assim da sua estrutura

Figura 10- Fixação da Chapa de Cobertura

Fonte: (Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 2014)

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CAPÍTULO III - CASO DE ESTUDO
Para uma melhor compreensão escolheu-se como caso de estudo as casas construidas pelo Fundo
para o Fomento da Habitação (como mostra a Figura 11) na Cidade de Chimoio, concretamente
no Bairro Heróis Moçambicanos. O projecto consistia na construção de 88 Moradias de Habitação
Unifamiliar T2, no ano de 2017 (Habitação 2018).

Figura 11- Casas construídas pelo Fundo para o Fomento da Habitação em Chimoio.

As moradias foras construidas todas elas de blocos de areia e cimento, com uma cobertura de
chapas de ferro galvanizado (Chapa IBR), com os aros para portas e janelas de madeira.

3.1. Problemas causados pelos ventos fortes na estrutura de cobertura das


moradias
As habitações sofreram danos na cobertura, que culminou com a destruição da cobertura como
mostra a Figura 12.

Figura 12- Danos nas coberturas.

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3.2. Soluções recomendadas para o caso de Estudo
1. Aumento do número de asnas e Reforço com diagonais.
2. Reforço da ligação entre os elemtos da Asna com chapas de ferro.
3. Fixação da Asna-Madre com varão de 6mm.
4. Uso de Chapas de cobertura com espessura mínima de 0.6mm.
5. Uso de Parafusos retorcidos e parafusos no formato "J".
6. A aplicação de placas de madeira ou outro material sobre a estrutura da cobertura dá mais
peso ao tecto e serve como defesa contra o vento se as chapas forem levantadas.

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CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO
Os desastres naturais associados a alterações climáticas têm um grande impacto nas infraestruturas,
principalmente nas habitações, nas terras de cultivo, assim como noutros meios de sobrevivência
das populações afetadas. Com o avanço da construção civil, surgem a cada dia novas técnicas e
conceitos a serem considerados, para resistência das estruturas contra o vento, e pelo mesmo
comportar-se de maneira complexa necessita de estudos especiais.

No trabalho apresentaram-se um conjunto de possibilidades técnicas com vista a melhorar a


resistência das estruturas de cobertura em chapa IBR de moradias unifamiliares, às mudanças
climáticas especificamente aos ventos fortes as quais foram sujeitas as casas construídas pelo
Fundo para o Fomento da Habitação na Cidade de Chimoio.

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CAPÍTULO V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Blessmann, Joaquim. 1995. O Vento Na Engenharia Estrutural. Edited by Universidade/UFRGS.
Porto Alegre.
Cogo, Jucelena Raquel Barbosa, and M.Sc.Patrícia Tonon. 2018. “Análise Comparativa Entre
Coberturas de Aço e de Madeira: Uma Avaliação Entre o Tradicional e o Inovador,” 1–13.
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_-_jucelena_0.pdf.
Educação, Mundo. n.d. “Intensidade Do Vento.” Eduardo de Freitas.
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/intensidade-vento.htm.
Gonçalves, Roberto M.; Sales, José Jairo de; Malite, Maximiliano; Neto, Jorge, and Munaiar.
2004. Ação Do Vento Em Edificações: Teoria e Exemplos. Edited by SET/EESC/USP. 1o
edição. São Carlos.
Habitação, Fundo para a Fomento da. 2018. “Bairro Dos Heróis.” 2018.
https://www.ffh.gov.mz/index.php/projectos-e-novidades/financiamento-de-programas-
habitacionais/bairro-dos-herois-mocambicanos-manic.
Logsdon, Norman Barros. 2002. Estruturas de Madeira Para Coberturas, Sob a Ótica NBR
7190/1997. Edited by UFMG. Cuiabá.
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. 2014. “Catálogo de Medidas Técnicas:
Ciclones,” 2014.
Moliterno, Antonio. 2011. Caderno de Projetos de Telhados Em Estruturas de Madeira. 4a Edição.
UN-Habitat. 2017. Construir Com Ventos. Maputo.
https://www.sheltercluster.org/sites/default/files/docs/manual_construir_com_os_ventos-
pt.pdf.
UN-Habitat. 2019. Dondo. Habitação Resiliente.
https://www.sheltercluster.org/sites/default/files/docs/un_hab-habitacoes_resilientes-
20191031.pdf.

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