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DIVISÃO DE ENGENHARIA

Curso: Engenharia de Minas

Nível: 3ᵒ Ano

Turma: Única, Nocturno

Serviços Mineiros III

Tema:

Gestão De Riscos Nas Actividades De Desmonte Da Rocha Ou Estudo Dos Explosivos

Nomes:

Akil da Conceição Tomas

Aníbal Rafael Cossa

Sadamo Silva Fernando

Sarande Da Virgínia Luís Fombe

Docente:

MSc: Neves Jemusse

Tete, Outubro de 2023


Índice
Introdução..................................................................................................................................2

Objectivos...............................................................................................................................2

Geral.......................................................................................................................................2

Específicos..............................................................................................................................2

Desmonte de rocha.....................................................................................................................3

Desmonte de rocha a fogo......................................................................................................3

Explosivos..............................................................................................................................3

Emulsão Encartuchada...........................................................................................................4

Emulsão Bombeada................................................................................................................5

Cordel detonante.....................................................................................................................5

Sistema iniciador não eléctrico...............................................................................................6

Sistema iniciador eléctrico.....................................................................................................6

Sistema iniciador electrónico.................................................................................................6

Reforçadores...........................................................................................................................7

Retardos..................................................................................................................................7

Estopins..................................................................................................................................7

Acessórios iniciadores............................................................................................................7

Riscos Ocupacionais Nas Actividades De Detonação............................................................8

Gerenciamento de riscos.........................................................................................................8

Análise Preliminar De Riscos...............................................................................................11

Produção Mais Limpa...........................................................................................................14

Conclusão.............................................................................................................................18

Referências bibliográficas....................................................................................................19
1. Introdução
A actividade da mineração necessária para o desenvolvimento industrial do país em seus mais
diversos sectores produtivos ao longo dos anos sempre foi um dos sustentáculos dos poderes
económico e político. Apesar desta grande importância demanda uma série de procedimentos
extractivos que causam severo impacto ambiental,
A mineração é uma actividade que trabalha no longo prazo, em um horizonte de até quarenta
anos, e no decorrer desse processo dinâmico, são geradas situações e condições em que estão
presentes as cargas, agentes, forças, entre outros elementos patógenos, os quais constituem
riscos e ao mesmo tempo perigo para a saúde dos seus trabalhadores (ROUQUAYROL;
ALMEIDA FILHO, 2003).
As actividades de mineração envolvem diversos aspectos relacionados à segurança nos
processos de exploração, os trabalhadores deste sector estão submetidos a diversos tipos de
riscos de acidentes provenientes principalmente do tipo de trabalho que exercem. O presente
trabalho visa apresentar abordar a gestão de riscos nas actividades de desmonte da rocha.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 O objectivo principal deste trabalho é de falar do gerenciamento das actividades de
desmonte com explosivos.

1.1.2. Específicos
 Falar dos explosivos
 Abordar as formas de gerenciamento dos riscos
 Descrever os riscos associados a actividade e falar de como ter uma produção mais
limpa.
1.2. Metodologia
Para elaboração do presente trabalho obedeceu-se a metodologia descritiva, que consistiu na
pesquisa bibliográfica de literaturas que abordam o gerenciamento das actividades de
desmonte de rocha.

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2. GESTÃO DE RISCOS NAS ACTIVIDADES DE DESMONTE DA ROCHA OU
ESTUDO DOS EXPLOSIVOS

2.1. Desmonte de rocha a fogo


O desmonte de rocha a fogo recebeu este nome devido ao uso de explosivos como meio de
desagregação dos maciços rochosos. Este tipo de escavação requer uma maior atenção devido
ao alto grau de periculosidade envolvido, além dos impactos gerados ao meio ambiente pela
produção de gases, ruído e poeira (PEREIRA e SANTOS, 2016).

A exploração de maciços rochosos com uso de explosivos provoca inevitáveis impactos


ambientais e desconforto para as populações do entorno, as quais estão expostas
quotidianamente aos seus efeitos.

O desmonte de rocha será eficiente se a energia do explosivo for utilizada nos seus principais
objectivos que são: a fragmentação desejada, preservação do talude remanescente, formação
da pilha do material adequada com os equipamentos de carregamento e transporte, e
preservação da praça de lavra. E são condicionados a vários parâmetros básicos, que
influenciarão directamente sobre os custos das diversas operações unitárias, como: finalidade
do material a ser trabalhado, características das rochas, situação topo-geográfica e mão-de-
obra disponível. Após uma criteriosa análise desses parâmetros, é que, poderão ser definidos
os investimentos de forma a viabilizar a operação do desmonte de rocha. (PONTES, 1998).

Os principais impactos ambientais decorrentes dos desmontes de rochas com explosivos estão
associados à dissipação da fracção de energia liberada pelo explosivo na detonação que não é
transformada em trabalho útil. Tal fracção de energia dissipa-se, em sua maior parte, através
do maciço circundante sob a forma de vibrações, e da atmosfera sob a forma de ruído e
sobrepressão atmosférica, que é causada pela movimentação do material desmontado ou por
perda de energia durante a detonação de cargas explosivas (liberando gases confinados de
modo inadequado). Esse fenómeno é normalmente mais intenso na frente da face da bancada
e geralmente se confunde com o ruído da explosão. Gera, complementarmente, poeira
podendo ainda ocasionar danos ao maciço remanescente e ultralaçamento (ESTON, 1998).

2.2. Explosivos
De acordo com Geraldi (2011), explosivos são substâncias, ou mistura de substâncias
químicas em qualquer estado físico, que tem a propriedade de, ao ser iniciado por um agente

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externo, sofrer transformações químicas violentas e rápidas, transformando-se total ou
parcialmente em gases, que resultam na liberação de grandes quantidades de energia em
reduzido espaço de tempo.

Segundo Koppe (2012), os explosivos comerciais mais empregados no desmonte em


pedreiras podem ser agrupados em duas categorias: ANFO e emulsões. Existe ainda um tipo
de explosivo que mistura ANFO e emulsão, este tipo é chamado de blendados.

A escolha do tipo de explosivo é dependente das propriedades do maciço rochoso e dos


resultados obtidos em detonações anteriores. A detonação deve resultar em fragmentos de
rocha compatíveis com o tamanho da concha da escavadeira e também com as dimensões da
boca do britador ao qual se destina o material detonado. O custo também deve ser levado em
consideração.

2.2.1. Emulsão Encartuchada


As emulsões encartuchadas são explosivos que devido a sua consistência, facilitam o
carregamento das perfurações, com alta variação das inclinações e níveis hidrostáticos,
acomoda-se no furo proporcionando ótimas densidades de carregamento. Tem excepcional
resistência à água, alto poder de ruptura e grande potência de detonação (RICARDO e
CATALANI, 2007).

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Figure 1- Emulsao encartuchada

2.2.2. Emulsão Bombeada


São explosivos que preenchem totalmente o volume do furo, resultando em uma melhor
distribuição e transmissão da energia para a rocha. A detonação dos explosivos é auxiliada
por um reforçador (booster). A facilidade na aplicação otimiza o ciclo de carregamento e
reduz os custos com mão de obra. Sua aplicação é feita por unidades móveis de
bombeamento, caminhões especiais (MANUAL BRITANITE, 2010).

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Figure 2 - Emulsão bombeada

Não é aconselhável a sua utilização em maciços rochosos muito fracturados, pois a emulsão
pode se espalhar pelas fracturas de modo que, no momento da explosão, a detonação de um
furo pode accionar outro furo próximo, comprometendo o sequenciamento do fogo.

2.2.3. Cordel detonante


Tubo flexível preenchido com nitropenta, RDX ou HMX, destinado a transmitir a detonação
do ponto de iniciação até à carga explosiva; seu tipo mais comum é o NP 10, ou seja, que
possui 10 g de nitropenta/RDX por metro linear.

Figure 3 - Cordel Detonante

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2.2.4. Sistema iniciador não eléctrico
Conjunto de espoleta de retardo e tubo flexível oco com revestimento interno de película de
mistura explosiva ou pirotécnica, suficiente para transmitir a onda de choque ou de calor, sem
danificar o tubo.

Figure 4 -Sistema iniciador não eléctrico

2.2.5. Sistema iniciador eléctrico


Conjunto de espoleta acoplada a um circuito eléctrico com o mesmo efeito de uma espoleta
comum, mas accionado por corrente eléctrica;

2.2.6. Sistema iniciador electrónico


Conjunto de espoleta acoplada a um circuito electrónico que permite a programação dos
retardos e accionado por conjunto de equipamentos de programação e detonação específicos
para esse fim.

Figure 5 - Sistema iniciador electrónico

2.2.7. Reforçadores
São acessórios explosivos destinados a amplificar a onda de choque, para permitir a iniciação
de explosivos em geral não sensíveis à espoleta comum nº 8 ou cordel detonante;
normalmente são tipos específicos de cargas moldadas de TNT, nitropenta ou pentolite;

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2.2.8. Retardos
São dispositivos semelhantes a espoletas comuns, normalmente com revestimento de corpo
plástico, que proporcionam atraso controlado na propagação da onda de choque; são
empregados para a montagem de malhas em que se precisa de uma defasagem na iniciação do
explosivo em diferentes pontos, ou mesmo para detonações isoladas, proporcionando maior
segurança à operação.

Figure 6 - Retardos

2.2.9. Estopins
São tubos flexíveis preenchidos com pólvora negra destinados a transmitir chama para
iniciação de espoletas; quando comercializados em pedaços, acoplados a uma espoleta, são
denominados "espoletados"; podem ser hidráulicos ou comuns, conforme sejam capazes ou
não, respectivamente, de transmitir chama dentro de água;

2.2.10. Acessórios iniciadores


Constituem-se de espoleta eléctrica, espoleta pirotécnica, espoleta electrónica, estopim,
elemento de retardo, acendedor de fricção, detonador não eléctrico, espoleta pirotécnica
montada com estopim, e conjunto iniciador montado, constituído de espoleta pirotécnica
acoplada a tubo transmissor de onda de choque ou de calor.

2.3. Riscos Ocupacionais Nas Actividades De Detonação


Na actividade de detonação são identificados os seguintes riscos ocupacionais: riscos
operacionais, riscos comportamentais e riscos ambientais.

Considera-se risco ocupacional a possibilidade de um trabalhador sofrer um determinado


dano devido ao seu trabalho. Segundo Saliba (2010) risco ocupacional pode ser classificado
em:

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 Riscos Operacionais ou Mecânicos: se originam das actividades em que há uso de
máquinas e equipamentos que causam riscos de lesões e acidentes, o que demanda
equipamentos de proteção e treinamentos;
 Riscos Comportamentais: vinculados à tríade - aspecto individual do trabalhador,
despreparo técnico e desequilíbrio psíquico ou de saúde;
 Riscos ambientais: ocasionados pelos seguintes agentes: físicos, químicos e
biológicos;
 Riscos Ergonómicos: vinculados às condições de trabalho, aos aspectos cognitivos,
psíquicos e físicos envoltos na actividade.

Segundo Venezia (2011) os termos “risco” e “incerteza” são utilizados como se tivessem o
mesmo significado.

O risco pode ser estimado de forma qualitativa e quantitativa. Então, se a probabilidade e


severidade podem ser quantificadas, “risco” será igual a probabilidade do evento pela
severidade das consequências do evento acontecer.

Boa parte dos riscos pode ser minimizada quando se toma algumas precauções tais como:
isolamento da área, treinamentos, comportamento seguro e o uso de EPI’s – Equipamentos de
Protecção Individual e EPC’s – Equipamentos de Protecção Colectiva.

2.4. Gerenciamento de riscos


As empresas empregam a política de segurança do trabalho em seus diversos sectores para
atender à legislação, e principalmente pela busca de resultados económicos positivos a partir
da diminuição de acidentes de trabalho.

É necessário incorporar conceitos económicos no gerenciamento de riscos para que as


empresas valorizem a segurança do trabalho e uma definição de gerenciamento de riscos
correlacionada à área económica é a de Cicco e Fantazzini, (1994, p.7), que define a Gerência
de Riscos como sendo a ciência, a arte e a função que visa à protecção dos recursos humanos,
materiais e financeiros de uma empresa, quer através da eliminação ou redução de seus riscos
remanescentes, conforme seja economicamente mais viável.

O gerenciamento de riscos é imprescindível em áreas de detonação devido a quantidade de


riscos que se pode identificar tanto na perfuração de rochas em bancadas, quanto na
detonação dos explosivos. Os riscos são classificados como físicos, químicos, biológicos,

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ergonômicos e de acidentes. Na perfuração de rochas, os agentes de riscos são: ruído, poeira,
quedas, calor, postura inadequada, vibração e incêndio. No carregamento de explosivos em
bancadas, pode-se observar os seguintes agentes de riscos: poeira, quedas, calor, postura
inadequada, acidentes e incêndio.

Na Figura 7, podem ser observados os principais riscos identificados em áreas de perfuração


e desmonte de rochas com explosivos para produção de rocha britada.

Figure 7-Principais riscos envolvidos nas atividades de uma pedreira.

A Norma Regulamentadora de Mineração 1 – NRM 1 estabelece que o empreendedor deve


elaborar e implementar o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR e que o programa
deve contemplar os aspectos das Normas Reguladoras de Mineração – NRM, incluindo, no
mínimo, os relacionados a:

a) Riscos físicos, químicos e biológicos;


b) Atmosferas explosivas;
c) Deficiências de oxigénio;
d) Ventilação;
e) Protecção respiratória, de acordo com a instrução normativa n° 1, de 11/04/94, da
secretaria de segurança e saúde no trabalho;
f) Investigação e análise de acidentes do trabalho;
g) Ergonomia e organização do trabalho;
h) Riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade e em espaços confinados;

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i) Riscos decorrentes da utilização de energia eléctrica, máquinas, equipamentos,
veículos e trabalhos manuais;
j) Equipamentos de protecção individual de uso obrigatório, observando-se no mínimo o
constante na norma regulamentadora n° 6, de que trata a portaria n° 3.214, de 8 de
Junho de 1978, do ministério do trabalho e emprego;
k) Estabilidade do maciço;
l) Plano de emergência e
m) Outros resultantes de modificações e introduções de novas tecnologias.

Além destes aspectos, o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR deve conter as


seguintes etapas:

a) Antecipação e identificação de factores de risco, levando-se em conta, inclusive, as


informações do Mapa de Risco elaborado pela Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes na Mineração - CIPAMIN, quando houver;
b) Avaliação dos factores de risco e da exposição dos trabalhadores;
c) Estabelecimento de prioridades, metas e cronograma;
d) Acompanhamento das medidas de controle implementadas;
e) Monitorização da exposição aos factores de riscos;
f) Registro e manutenção dos dados por, no mínimo, vinte anos e
g) Avaliação periódica do programa

De acordo com Iramina, (2008) que tomou por base trabalhos de diversos autores, foram
identificados os principais riscos aos quais os trabalhadores estão expostos em uma
mineração de pedra britada. São eles:

 Poeira de sílica: pode provocar a silicose, principal doença pulmonar e uma das
maiores preocupações ocupacionais;
 Ruído: a exposição a níveis elevados sem devida proteção pode causar perdas
auditivas irreversíveis;
 Incêndios e explosões: associados a lubrificantes, explosivos e outros materiais
combustíveis têm, como consequências, perdas materiais e morte de um ou mais
trabalhadores;
 Estabilidade do talude: blocos de rocha podem se desprender dos taludes e atingir
veículos e trabalhadores no local.

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 Quedas: o trabalho em bancadas com alturas de 10 a 20 metros expõe o trabalhador a
possíveis quedas durante sua actividade.

2.5. Análise Preliminar De Riscos


A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma técnica de identificação de perigos e análise de
riscos que consiste em identificar situações que podem causar um acidente e assim
estabelecer medidas de controle para eliminar o perigo ou reduzir o risco (CARDELLA,
1999). Por ser preliminar a mesma antecede o objecto em estudo e pode ser utilizada
principalmente em procedimentos operacionais similares ou que já tenham ocorridos
anteriormente.

De acordo com a metodologia da APR, os cenários de acidente devem ser classificados em


categorias de frequência, as quais fornecem uma indicação qualitativa da frequência esperada
de ocorrência para cada um dos cenários identificados.

Segundo Sherique (2011, p.535), a elaboração de uma APR passa por algumas etapas básicas,
a saber:
a) Revisão de problemas conhecidos: A busca por analogias ou similaridades com outros
sistemas;
b) Revisão da missão a que se destina: Atentar aos objectivos, exigências de
desempenho, principais funções e procedimentos, estabelecer os limites de actuação e
delimitar o sistema;
c) Determinação dos riscos principais: Apontar os riscos com potencialidade para causar
lesões directas imediatas, perda de função, danos a equipamentos e perda de
materiais;
d) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: Investigar os meios possíveis
de eliminação e controle de riscos, para estabelecer as melhores opções compatíveis
com as exigências do sistema;
e) Analisar os métodos de restrição de danos: Encontrar métodos possíveis e eficientes
para a limitação dos danos gerados pela perda de controle sobre os riscos;
f) Indicação de quem levará a sério as acções correctivas e/ou preventivas: Indicar
responsáveis pela execução de acções preventivas e/ou correctivas, designando
também, para cada unidade, as actividades a desenvolver.
Os principais objectivos da APR Análise Preliminar de Risco – são:
 Identificar os riscos;

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 Orientar os colaboradores dos riscos existentes em suas actividades no trabalho;
 Organizar a execução da actividade;
 Estabelecer procedimentos seguros;
 Trabalhar de maneira planejada e segura;
 Prevenção dos acidentes de trabalho;
 Sensibilizar e instruir os trabalhadores sobre os riscos envolvidos na execução do
trabalho.
A APR Análise Preliminar de Risco – deve ser sempre desenvolvida com a participação dos
trabalhadores e implantada antes da execução de determinadas atividades, seja para trabalhos
realizados pela própria empresa ou através de empresas contratadas.
Para a elaboração da tabela da APR é necessário que saibamos primeiro algumas variáveis
que compõem a tabela, são elas:
Categoria Nome Característica
I Desprezível -Ausência de lesões.
Possibilidade apenas de casos
de
primeiros socorros ou
tratamento médico menor;
-Sem danos, ou danos não
significativos as instalações e
equipamentos;
-Não comprometimento
significativo do meio
ambiente.
II Maeginal -Lesões moderadas a
trabalhadores ou habitantes;
-Danos moderados às
instalações e equipamentos;
-Degradação moderada do
meio ambiente, porém
passível de controle através
de equipamentos e medidas
operacionais adequadas.

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IV Critica -Lesões severas ou
impactantes;
-Danos severos às instalações
e equipamentos; necessita
manutenção corretiva
imediata;
-Danos relevantes ao meio
ambiente, necessita medidas
emergênciais.
V Catastrófica -Morte ou lesões impactantes
entre trabalhadores e/ou
população;
-Perda de instalações e
equipamentos;
-Severa degradação
ambiental, com alterações
populacionais e/ou
estruturais ou danos
irreparáveis ao
meio ambiente
Fonte: CETESB

2.6. Produção Mais Limpa


A Produção mais limpa (PmL) tem suas origens nas propostas correlatas estimuladas pela
Conferência de Estocolmo de 1972, como o conceito de tecnologia limpa (clean technology),
um conceito de tecnologia que deveria alcançar três propósitos distintos, porém
complementares: lançar menos poluição ao meio ambiente, gerar menos resíduos e consumir
menos recursos naturais, principalmente os não-renováveis. (BARBIERI, 2004).

De forma geral, vale destacar alguns elementos-chave formadores do conceito de PmL, sendo
eles: estratégia, prevenção, integração e redução de risco. Desta forma, pode-se considerar a
PmL como uma Ferramenta de Gestão Ambiental aplicada a partir de uma estratégia
preventiva e integrativa, tanto para serviços quanto para processos e produtos, de forma a se
reduzir os riscos ambientais e ao homem (Figura 4).

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Figure 8 - Representação esquemática do conceito de PmL proposto.

Baseado no conceito proposto por Fernandes (2001), a Produção mais Limpa pressupõe
quatro atitudes básicas. A primeira, e a mais importante, é a busca pela não geração de
resíduos, através da racionalização das técnicas de produção; a segunda atitude proposta é a
minimização da geração dos resíduos; a terceira atitude é o reaproveitamento dos resíduos no
próprio processo de produção, enquanto a quarta alternativa é a reciclagem, com o
aproveitamento das sobras ou do próprio produto para a geração de novos materiais
(CETESB, 2007 apud HENRIQUES; QUELHAS, 2007).

Adaptando este conceito para o desmonte de rocha, impõe-se a questão ambiental através da
redução na eliminação ou minimização dos riscos ao trabalhador, tornando-se possível a
adequação aos requisitos do desenvolvimento sustentável, dentro de uma condição
essencialmente relacionada à “ecoeficiência”. Logo, qualquer que seja o modelo utilizado
terá que provê métodos de análise dos impactos socioambientais e propor soluções
económicas e técnicas que visem à melhoria na produção da empresa e principalmente
prevenir e melhorar a saúde dos trabalhadores.

A Ferramenta de Gestão Ambiental Produção mais Limpa, aplicada a partir de uma estratégia
preventiva na actividade do desmonte de rocha, verificando-se as etapas de decapeamento do
terreno, desmonte, carregamento e transporte, visa a minimizar os impactos ambientais e o
risco aos trabalhadores através da identificação dos elementos das actividades que interagem
com o meio ambiente, ou seja, os aspectos ambientais. Assim, pode-se observar que o foco
dado na gestão através da PmL é preventivo, já que a causa dos impactos e riscos é
priorizada.

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Na figura 5, a seguir, serão apresentados os aspectos ambientais significativos das actividades
deste estudo.

Figure 9 - Fluxograma da actividade de desmonte de rocha.

Uma vez identificados estes aspectos ambientais, é fundamental, segundo a metodologia de


Produção mais Limpa, diagnosticar as possíveis causas de sua geração, assim como os
impactos gerados pela atividade como todo.

Portanto, para identificação e análises dos aspectos ambientais relacionados com o desmonte
de rocha e a pressão na saúde do trabalhador, a tabela 01, a seguir, relaciona os diversos
aspectos ambientais de entradas e saídas nas diversas etapas desta atividade e os riscos a que
estão expostos os trabalhadores.

Tabela 1- Análise da pressão da saúde do trabalhador

Aspectos ambientais Pressão na saúde dos trabalhadores


Físico Químico Biológico Mecânico Ergonómico

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Desmatamento X
Erosão X X
Consumo de insumos X X
Consumo de substâncias explosivas X X X X
Geração de ruído X
Geração de calor
Emissão de poluentes
Geração de gases de efeito estufa X
Geração de poeira X
Geração de resíduos sólidos X X
Ultralançamento X
Vibração X
Fonte: Júlio César de pontes, at all.

Santos (2008) cita que os riscos físicos são efeitos gerados por máquinas, equipamentos e
condições físicas características do local de trabalho, que podem causar danos à saúde do
trabalhador. Os riscos químicos são representados pelas substâncias químicas que se
encontram nas formas líquida, sólida e gasosa. Os riscos biológicos são causados por
microrganismos invisíveis a olho nu, como bactérias, fungos, vírus e bacilos. Os riscos
mecânicos ocorrem em função das condições físicas do ambiente do trabalho e tecnologias
impróprias, capazes de colocar em perigo a integridade física do trabalhador. E os riscos
ergonómicos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõem que os ambientes de
trabalho devem-se adaptar ao homem, propiciando bem-estar físico e psicológico.

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3. Conclusão
Após a realização deste trabalho o grupo pode concluir que durante a fase de operação do
desmonte de rocha e deposição do estéril, tanto a mineração a céu aberto quanto a subterrânea
modificam e degradam o meio ambiente, uma vez que promovem a alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio onde está inserida.

Para gerenciamento do desmonte é necessário a utilização deste programa de Produção mais


Limpa, que é de fundamental importância para minimizar os impactos ambientais e
sensibilizar a sociedade para melhor aproveitar os recursos naturais existentes, pois visa a
reduzir custos operacionais, além de buscar soluções economicamente viáveis para a redução
da geração dos resíduos, ou até mesmo a não-geração de “sobras” nas etapas ao longo do
processo produtivo.

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4. Referências bibliográficas
BARBIERI. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos.
São Paulo, Ed. Saraiva, 2004.

BRASIL. (2002). Recomendação Técnica de Procedimentos nº 3, RTP 3 - Escavações,


fundações e desmonte de rochas. São Paulo: Fundacentro/Ministério do Trabalho e
Emprego,.

CARDELLA, B. (1999). Segurança nas Organizações. In: Segurança no trabalho e


prevenção de acidentes: uma abordagem holística. São Paulo: Atlas,.

DE AGUIAR, L.A. (2009). Metodologia de Análise de Riscos. Rio de Janeiro,. Disponível


em: <http:\\ www.saneamento.poli.ufrj.br/documentos/Josimar//APP_e_HAZOP.pdf> .

HENRIQUES, L. P.; QUELHAS, O. L. G. Produção Mais Limpa: Um exemplo para


sustentabilidade nas organizações. 2007. Disponível em:
<http://www1.sp.senac.br/hotsites/sigas/docs/20071016_CAS_ ProducaoMaisLimpa.pdf>.

PONTES, J at all. (s/ANO). Aplicação de técnicas de produção mais limpa no desmonte


de rocha e sua contribuição para a saúde do trabalhador.

ROUQUAYROL, M Z; ALMEIDA FILHO. (2003). Epidemiologia & Saúde. Rio de


janeiro: Guanabara-Koogan.

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