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MOÇAMBIQUE
MÁQUINAS E EXPLOSIVOS DE DESMONTE
TEMA: DESMONTE DE ROCHAS
Discentes:
Ánica Cassamo - 20210764
Dimitrio Mazivila- 20211044
Epifânio Nhacuco - 20201005
Lordes Mucavele-20211002
Nuno Bicker- 20180228
Yasmine Gani- 20210870
Docente:
MSc. Luís Nhantumbo
DESMONTE DE ROCHAS
Discentes:
Ánica Cassamo - 20210764
Dimitrio Mazivila- 20211044
Epifânio Nhacuco - 20201005
Lordes Mucavele-20211002
Nuno Bicker- 20180228
Yasmine Gani- 20210870
O desmonte com explosivos é aquele que é usado para separar rochas do minério com dureza
média elevada. A primeira etapa para a execução do desmonte com explosivos é a perfuração,
neste caso a abertura de furos tendo em conta as características do furo, o diâmetro, a
profundidade, a retilinidade e a estabilidade. Para abertura desses furos, é necessário o auxílio
de alguns equipamentos de perfuração, vulgo “perfuratrizes”. Para melhor escolha do tipo de
perfuratriz a se usar, deve-se olhar para o diâmetro do furo, a litologia dos maciços rochosos
(Dureza - Tenacidade - Abrasividade - Textura ). A segunda etapa é o Carregamento de
explosivos e detonação, em que, após a abertura dos furos, estes são preenchidos com
explosivos e de seguida é feita a detonação. Os explosivos são usados em função da dureza,
tipo e natureza das rochas, presença de água, região a que se destina (carga de fundo, carga de
coluna), diâmetro dos furos e custo, pois, cada explosivo possui suas propriedades.
O desmonte hidráulico visa a remoção do mineral através dos métodos, hidráulico, dragagem
e lixiviação, tendo em conta as dimensões, forma e profundidade do jazigo, as formações
rochosas e a disponibilidade de água na superfície.
I
Abstract
Rock blasting is an activity that aims to remove ore from the mineral deposit. It can be divided
into mechanical, hydraulic and explosive.
Blast blasting is one that is used to separate rocks from ore with high average hardness. The
first step in carrying out blasting with explosives is drilling, in this case drilling holes taking
into account the characteristics of the hole, diameter, depth, straightness and stability. To open
these holes, it is necessary to use some drilling equipment, commonly known as “drills”. For a
better choice of the type of drill to use, one should look at the diameter of the hole, the lithology
of the rock masses (Hardness - Tenacity - Abrasiveness - Texture). The second stage is the
loading of explosives and detonation, in which, after opening the holes, they are filled with
explosives and then detonation is carried out. Explosives are used depending on the hardness,
type and nature of the rocks, presence of water, the region for which it is intended (bottom load,
column load), hole diameter and cost, as each explosive has its own properties.
For the best execution of the dismantling, it is necessary to make a fire plan, that is, a
fundamental project that contains the information and descriptions about the dismantling of
rocks by explosives. This plan allows efficient excavation, minimizing damage to the rock
structure. The last step is to remove the ore, which is then loaded onto trucks, wagons or other
means of transport, up to the processing facility.
Hydraulic dismantling aims to remove the mineral through hydraulic, dredging and leaching
methods, taking into account the dimensions, shape and depth of the deposit, the rock
formations and the availability of water on the surface
II
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
a) Diâmetro ............................................................................................................................. 5
I. Explosivos ........................................................................................................................ 12
a) Propriedades .................................................................................................................... 12
III
2.1.2.2. Plano de fogo ......................................................................................................... 16
3. Conclusão ......................................................................................................................... 29
Indice de figuras
IV
Figura 8: Perfuração da rocha, (https://knapp.net.br/?page_id=401) ........................................ 5
Figura 9: Perfuratriz percussiva, (https://vwffundacoes.com.br/perfuratriz-solo/) ................... 8
Figura 10: Perfuratriz rotopercussiva, (https://eaemaq.com.br/noticias-de-produtos/lobo-xvi-
alta-performance-com-simplicidade/) ........................................................................................ 8
Figura 11: Perfuratriz rotativa, (http://www.tecgeo.com.br/equipamentos) .............................. 9
Figura 12: Perfurariz de locomoção manual, (https://msgequipamentos.com/perfuratriz-
manual/) ................................................................................................................................... 10
Figura 13: Perfuratriz por cima de um suporte "camião",
(https://www.mfrural.com.br/detalhe/592733/perfuratriz-de-solo) ......................................... 10
Figura 14: Perfuratriz de locomoção própria,
(https://pt.aliexpress.com/item/4001285140099.html) ............................................................ 10
Figura15:Carregamentoedetonacaoexplosiva,(https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/efeit
os-danosos-da-detonacao-com-explosivos-ultralancamento/) ................................................. 11
Figura 16: Polvora negra, (https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3lvora) ............................ 13
Figura 17: Explosivos gelatinosos, (https://www.tsf.pt/portugal/seguranca/roubo-de-
explosivos-investigado-por-autoridades-portuguesas-e-espanholas-1594491.html) ............... 14
Figura 18: Anfo, (https://pt.wikipedia.org/wiki/ANFO).......................................................... 14
Figura 19: Emulsões explosivas, (https://www.dinacon.ind.br/produto/dinapex-300) ........... 15
Figura 20: Camião com explosivo bombeável, (https://es.linkedin.com/pulse/disciplina-
operacional-un-paso-para-la-excelencia-delgado-ponce) ........................................................ 15
Figura 21: Tipos de malha, (GERARD, R. Apostila de Introdução à Mecânica das Rochas.
UFJF. Minas Gerais, 2006) ...................................................................................................... 18
Figura 22: Bancada para desmonte de rocha com as variáveis geométricas de um plano de fogo,
(MANUAL BRITANITE, 2012) ............................................................................................. 19
Figura 23: Subdivisões do furo, (GERARD, R. Apostila de Introdução à Mecânica das Rochas.
UFJF. Minas Gerais, 2006.) ..................................................................................................... 22
Figura 24: Transporte minério, (https://br.depositphotos.com/stock-photos/cami%C3%B5es-a-
carv%C3%A3o.html)...............................................................................................................26
V
1. Introdução
No âmbito da integração activa no processo de aprendizagem, realizou-se o presente trabalho
de investigação com base nas técnicas de investigação científica. Assim, abordar-se-á acerca
do desmonte de rochas, que é a técnica de escavação mais amplamente adotada em vários ramos
da indústria de mineração e construção, pois é econômica, confiável e segura.
1
2. Desmonte de rochas
É o conjunto de operações que são realizadas visando à retirada do minério a partir do depósito
mineral tal como pode ser observado na figura 1. Tem como principais objetivos:
É o processo que visa separar um bloco de um maciço rochoso, com dureza baixa a média.
Este tipo de desmonte pode ter auxílio de explosivos ou da escarificação, caso a rocha tenha
dureza elevada. Com auxílio dos mesmos, a Rocha fico em fissura, ou seja, fragilizada,
facilitando assim o seu desmonte. (Figura 2)
Figura 2: Desmonte
mecânico,
(http://tnt.eng.br/teac
utecnicas.html)
2
2.1.1.1.Características do desmonte mecânico
Limitado a remoção do solo vegetal, cobertura de rochas moles e de dureza intermédia;
Auxilia por ripagem ou por explosivos
Neste tipo de desmonte são usados equipamentos de auxílio como: pá escavadeira, retro
escavadeira e tractor esteira (figura 3), shovel e dragline (figura 4).
É o desmonte feito sem interrupções, ou seja, o equipamento retira o material de uma e única
vez.
3
Figura 6: Bucket wheel Figura 5: Minerador continuo,
excavator,(https://thyssenkrupp-mining- (https://www.miningweekly.com/article/continuou
technologies.com/products/in-pit-crushing-and- s-miners-supplied-to-local-colliery-2014-09-19)
conveying/bucket-wheel-excavators/)
Desvantagens
Consiste no desmonte de rochas com auxílio de explosivos, durante operações mineração a céu
a aberto ou subterrâneo, sendo mais comum na lavra a céu aberto (figura 7). Visa:
4
Minimizar danos a estrutura rochosa;
Prover um produto da melhor maneira possível para os processos posteriores de
carregamento e transporte.
Tem como objectivos a abertura de furos com uma distribuição e geometria adequada dentro
dos maciços e preparação do furo para receber cargas de explosivos e acessórios de detonação.
Se o diâmetro for maior, o tamanho dos blocos também será maior. E se o diâmetro for menor,
o tamanho dos blocos também será menor.
5
Para fazer a correcta selecção do diâmetro deve-se olhar para os seguintes características:
Propriedades da Rocha:
Químicas (composição química/ reactividade/ mineralogia/ durabilidade).
Físicas (cor/ densidade/ porosidade/ permeabilidade/ absorção/ dureza/ módulo
de elasticidade/ coeficiente de Poison).
Mecânicas (resistência à compressão/ resistência ao choque/ resistência ao
desgaste/ resistência ao corte/ resistência à britagem).
Geotécnicas (grau de alteração/ grau de resistência à compressão simples/ grau
de consistência/ grau de fraturamento)
Para compensar o desvio de furo, é necessário furar com menor espaçamento o que resulta em
maior custo.
Consiste na necessidade de o furo permanecer aberto enquanto o seu uso para carregamento de
explosivos. Para melhor estabilizar os furos, é necessário o uso de revestimentos.
Hamrim (2001), define furo como um termo de mineração utilizado para aberturas verticais ou
Em relação aos furos verticais, os inclinados são mais usados pois, são mais vantajosos.
6
Vantagens dos furos inclinados
Melhor fragmentação;
Diminuição dos problemas de repé devido ao melhor aproveitamento das ondas de
choque na parte crítica do furo;
Maior lançamento;
Permite maior malha;
Permite redução da razão de carregamento que pode ser obtida pelo uso de explosivos
de menor densidade;
Maior estabilidade da face da bancada;
Menor ultra arranque.
Desvantagens:
Mais conhecidos como perfuratrizes, são equipamentos de perfuração, de rochas ou solo, com
o objectivo de abrir um furo ou poço, de uma certa profundidade. Têm a finalidade de:
Para melhor escolha do tipo de perfuratriz é necessário ter em conta o tipo de rocha que se
pretende perfurar e a finalidade do furo.
a) Tipos de perfuratrizes
Perfuratriz percussiva
Reproduz o trabalho manual de perfuração em rocha e não garante a retilinidade dos furos. (
Figura 9)
7
Funcionamento: Produz dois movimentos distintos e independentes: Golpeamento da broca,
seguindo de rotação da broca (uma rotação de pequeno arco de círculo) e a introdução de ar ou
água de limpeza.
Figura 9: Perfuratriz
percussiva,
(https://vwffundacoes.co
m.br/perfuratriz-solo/)
Perfuratriz rotopercursiva
É o sistema mais clássico de perfuração de bancadas e sua aparição no tempo coincide com a
evolução industrial do século XIX. ( Figura 10)
-Rotação: com esse movimento se faz girar a broca para que se produzam impactos sobre
a rocha em diferentes posições;
Quando a onda de choque alcança a coroa de perfuração, uma parte da energia é transferida à
rocha e outra parte se perde em forma de calor. Figura 10:
Perfuratriz
rotopercussiva,
(https://eaemaq.com.b
r/noticias-de-
produtos/lobo-xvi-
alta-performance-
com-simplicidade/)
8
Perfuratriz rotativa
Funcionamento: A perfuratriz rotativa é direccionada por uma broca que contém uma peça
cavada em forma de cunha chamada de pá direccional, possibilitando um direccionamento para
qualquer lado e desvio de profundidade chegando ao seu destino principal conforme o projecto
que chamamos de plano de furo.
Antigamente, as Perfuratrizes não tinham como se deslocarem por si, pois, não havia muito
conhecimento científico, mas, após grandes avanços tecnológicos foi possível fazer com que
as perfuratrizes se locomovessem por si.
Locomoção manual
Como o nome já diz, são perfuratrizes que se descolam com auxílio da força manual através
dos seus operadores, em pequenas distâncias. (Figura 12)
São mais usadas para a exploração de pedreiras de pequeno porte; fundações com pequena
produção , acabamentos de corte para a drenagem, entre outros.
9
Figura 12: Perfurariz de
locomoção manual,
(https://msgequipamentos.co
m/perfuratriz-manual/)
Locomoção traccionada
Fazem parte as perfuratrizes que não necessitam de muita mão-de-obra, pois estás evoluem
com a introdução de rodas e de uma estrutura de suporte, tornando assim, o seu deslocamento
mais simples. ( Figura 13)
Geralmente são equipamentos de peso médio e, para pequenas distâncias, a tracção pode ser
manual.
Locomoção própria
É onde nota-se o grande avanço nos mercados, em que as perfuratrizes são montadas sobre
tractores geralmente de esteiras. (Figura 14)
10
c) Critérios para a correcta selecção das perfuratrizes
Diâmetro dos furos
A dureza de uma rocha por exemplo indica quanto impacto é necessário para causar falha
dentro da rocha (Ex: a ruptura da rocha).
A tenacidade representa a resistência da rocha à quebra por golpe. A tenacidade pode não ter
relação com a dureza, pois vai depender, dentre outros, da orientação dos cristais na massa
rochosa,o que faz com que haja uma direcção preferencial da quebra.
A textura se refere à estrutura granular da rocha e pode ser classificada de acordo com
propriedades como porosidade, densidade, tamanho dos grãos e “folga”.
11
2.1.2.1.2.1.Parâmetros que influenciam a detonação
I. Explosivos
São substâncias que, através de reacção química muito rápida (na maioria das vezes com
violência), liberam grande quantidade de calor e gases, gerando pressões elevadíssimas e de
grande poder destruidor. Essa reacção denomina-se explosão e gera no ar uma onda destruidora
denominado efeito de sopro (nos líquidos e sólidos esta onda destruidora recebe o nome de
efeito ou onda de choque).
a) Propriedades
Força: é a quantidade de energia liberada ou capacidade de produzir trabalho.
Velocidade: a velocidade com que a frente de reacção química avança num explosivo
de forma cilíndrica.
Resistência à Água: serve como medida, dada em número de horas em que o explosivo
submerso em água é ainda capaz de detonar completamente com uma espoleta nº. 6.
Densidade: possui maior concentração, quando se deseja alta fragmentação da rocha.
Sensibilidade: têm-se os explosivos secundários que podem ser mais ou menos
sensíveis à detonação.
Segundo Ricardo, Catalane (2007), para que se possa escolher o tipo de explosivo certo, é
necessário levar em consideração alguns aspectos, como:
Além das informações dos folhetos técnicos, é bom saber das informações a cerca do explosivo
como:
12
Pressão da explosão;
Velocidade de detonação;
Volume de gases;
Energia absoluta;
Energia relativa;
Razão linear da energia;
Potência disponível;
Pólvoras negras
Tipo A
Composto por Nitrato de potássio, enxofre e carvão. É utilizado para a obtenção de blocos com
faces definidas.
Tipo B
Composto por nitrato de sódio enxofre e carvão. Usada para detonação de rocha branda-média,
como argila e folheias.
13
Semi gelatinosos e Gelatinosos
Primeiramente, nos semi gelatinosos, a sua consistência semiplástica tem densidade entre 1 e
1,3/cm³. Enquanto nos Gelatinosos, tem-se consistência plástica e permite excelente
acomodação nos furos.
Anfos e Granulados
Têm consistência com aparência de pasta fluida, que são sensibilizadas por nitroglicerina e tem
uma grande densidade. Assim, possuem bom aproveitamento da energia liberada deixando a
explosão mais eficiente.
14
Emulsões explosivas
Em primeiro lugar esses explosivos são desenvolvidos para melhorar o carregamento de furos
com as mais variáveis inclinações e níveis hidrostáticos. Dessa forma, ela acaba sendo
excelente na resistência à água e facilmente bombeável. (Figura 19)
Bombeados
São as pastas, granulados e emulsões que podem ser bombeadas direccionalmente nas
perfurações através de equipamentos plotados nos camiões, ilustrada na figura abaixo.
d) Acessórios de detonação
Espoletas simples: é uma cápsula de alumínio, fechada numa ponta, preenchida com
explosivo de base e a carga iniciadora de azida de chumbo. A detonação é iniciada por
estopim comum introduzida na outra extremidade da cápsula, usadas em detonações
secundárias
15
Espoletas eléctricas: a detonação é iniciada pelo aquecimento ao rubro de uma ponte
(fio de pequeno diâmetro) que une 2 fios eléctricos.
Cordel detonante: é considerada a forma mais segura para detonação a céu aberto
porque não requer electricidade. Ele é composto por um núcleo de alto explosivo tetra
nitrato de penta eritritol (PETN) revestido de acordo com uso a que se destina.
Acendedores: são Acessórios de detonação com objectivo de iniciar espoletas ou o
próprio explosivo. Alguns exemplos são: o estopim de segurança, o estopim ultra
rápido, conectores para estopim, cordão ignitor e reforçadores.
Reforçadores (boosters): são cargas explosivas de alta potência para reforçar o início
de explosivos de baixa sensibilidade, como é o caso dos ANFOS e pasta detonantes.
Um dos primeiros factores importantes a se olhar é a escolha do equipamento ideal para fazer
a abertura de furos que se pretendem, optando pelo mais eficiente e econômico para o
desmonte de rocha em blocos e dimensões pretendidas, saber as condições geoestruturais do
maciço, as características do explosivo a ser utilizado e a granulometria do material que a
empresa pretende obter com o desmonte, baseado nos equipamentos de beneficiamento
existentes.
Por ser um projeto executivo, o plano de fogo deve sofrer um processo contínuo de ajustes,
adaptações e correções, conforme as observações de campo durante as detonações até se
obter um grau de fragmentação, um controle estrutural e ambiental satisfatórios.
16
Custo De Perfuração E Detonação
Segundo Ricardo e Catalani (2007), por meio dos valores do consumo de explosivos e dos
metros de perfuração por metro cúbico de rocha, determina-se o custo da perfuração e
detonação, sendo a soma de ambos um índice suficiente para se analisar a conveniência
econômica do plano de fogo.
IC=q×A+fxM
Onde:
q- consumo de explosivo por mi de rocha de corte;
A- Custo do kg de explosivo;
M- custo de m de perfuração de determinado diâmetro;
f- metros de perfuração por m' de rocha;
Logo, ao menor valor de IC, corresponderá o plano de fogo de menor custo previsto.
Perfuração De Rocha
A perfuração das rochas dentro do campo de desmonte é a primeira operação que se realiza e
tem como finalidade abrir furos, com a distribuiçao e geometria adequada dentro dos maciços
para alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores. (Aluízio Felix Adriana Mauricio,et
all, 2006).
A correcta execução da perfuração, assegura que os furos sejam desenvolvidos segundo o plano
de fogo, isto é, mantendo a malha estabelecida, a corrrecta retilinidade, estas condições que são
essenciais para garantir que os objetivos do desmonte sejam alcançados.
Malhas De Perfuração
A geometria das malhas de perfuração podem ser:
Malhas quadradas ou rectangulares: devido a sua geometria é de fácil perfuração (menor
tempo de locomoção de furo a furo).
Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A: 1,15. São
indicadas para rochas compactas e duras. Possuem óptima distribuiçao da energia do
17
explosivo na área de influência do furo, maximizando a fragmentação. O centro do
triângulo equilátero, o ponto mais crítico para fragmentação, recebe igual influência dos
três furos circundantes.
Em pedreiras e minerações a céu aberto, furos de grande diâmetro apresentam menores custos
de perfuração e detonação por 𝑚3 ou tonelada de rocha escavada.
18
2.1.2.2.3. Variáveis Geométricas De um Plano de Fogo
Na elaboração de um plano de fogo envolve a determinação de várias variáveis geométricas,
que devem ser consideradas no desmonte de rocha.
As variáveis geométricas principais que devem constar em um plano de fogo são mostradas na
figura abaixo sendo relacionadas a seguir e, com esses dados procedesse às perfurações do
maciço, ao carregamento do "fogo" e à sua detonação. ( Figura 22)
Figura 22: Bancada para desmonte de rocha com as variáveis geométricas de um plano de fogo,
(MANUAL BRITANITE, 2012)
Afastamnto
Para um afastamento correcto, adota-se uma regra prática que estabelece uma relação directa
entre esta dimensão e o diâmetro do furo a ser utilizado:
A (máx) < D (sendo "A" expresso em metros e "D" em polegadas)
Quando o objectivo do desmonte é ter como resultado uma rocha mais fragmentada, deve-se
reduzir o afastamento, e caso contrário, obter uma rocha com menor fragmentação, blocos de
maior porte, o afastamento dever ser ampliado.
Espaçamento (E)
Segundo Geraldi (2011), o espaçamento é definido como a distância em metros entre os furos
de uma linha do fogo. A relação prática para seu dimensionamento está ligada diretamente ao
afastamento (A).
Para bancada baixa:
E = 0,33( Hb + 2A)
𝐇𝐛 + 𝟕𝐀
𝐄=
𝟖
E = 2A
E = 1,4 A
E= 1,15A
E = 1,30A
E =A
20
Subfuração (S)
A subfuração é uma extensão do furo que ultrapassa a altura da frente livre da bancada. Este
procedimento é necessário para se evitar a formação dos repes - detonação insuficiente na
soleira (pé) da bancada, representada por uma superfície inclinada e que dificultará a
exploração das bancadas sucessivas.
Normalmente, a subfuração deverá ser no máximo de 30% da medida do afastamento da malha
de perfuração a ser utilizada no desmonte.
Dentre alguns problemas causados por subfurações excessivas, executadas como maiores
extensões, pode-se citar a maior fragmentação no piso da bancada inferior (GERALDI, 2011).
S = 0,3A
𝐒 = (𝟎, 𝟑/ 𝐂𝐨𝐬𝛂)𝐀
Bancadas verticais :
Hf = H + 0,3A
Bancadas inclinadas :
𝐇 𝛂
𝐇𝐟 = + (𝟏 − ) 𝟎, 𝟑𝐀
𝐂𝐨𝐬𝛂 𝟏𝟎𝟎
Tampão (T)
O tampão é a porção superior do furo, sem carga explosiva, já que esta carga explosiva
seria excessiva e resultaria apenas em lançamentos de lascas de rocha pela boca do furo
(GERALDI, 2011).
𝐓=𝐀
21
Quando a detonação inicia no topo da coluna:
𝐓 = 𝟎, 𝟕𝐀
Figura 24:
Figura 23: Subdivisões do furo, (GERARD, R. Apostila de Introdução à
Mecânica das Rochas. UFJF. Minas Gerais, 2006.)
NB: Quando o tampão é menor que o afastamento, o risco de ultra lançamentos da superfície
mais alto aumenta, e caso contrário produzirá mais matacões, assim o lançamento será menor
ou eliminado.
22
Comprimento da carga de explosivo (PC)
𝐏𝐂 = 𝐏 − 𝐓
Carga De Fundo (Hef)
A carga de fundo é a região onde se concentra a maior quantidade de explosivo junto à parte
inferior da perfuração. Quando ocorre a detonação de várias linhas de furos de uma única vez,
é necessário carregar os furos das linhas mais distantes da face com quantidade maior de
explosivo, pois o "fogo" das linhas mais distantes terá de executar maior trabalho, empurrando
o material detonado nas primeiras linhas, embora tudo isso ocorra num intervalo de tempo
muito reduzido (RICARDO E CATALANI, 2007).
Hef = 0,3 x Hc = 0, 3 x (Hf - T)
23
2.1.2.2.4. Exemplo de plano de fogo
1.Elabore um plano de fogo , sabendo que a rocha é branda e o tipo de malha é quadrangular e
o explosivo colocado na carga de fundo , tendo em conta os seguintes dados:
L=10 m
D= 3’
α= 20
E= 3m
Resolução
Passo 1
-Calcular o valor do afastamento (A)
Sendo malha quadrangular, o valor do espaçamento será o mesmo que afastamento.
A=E
A= 3m
Passo 2
- Achar a área da secção transversal.
Sa= A×E×Nf
Sa= 3×3×100
Sa=900 𝑚2
Passo 3
-Calcular o valor do tampão
Uma vez que o explosivo é colocado na carga de fundo, será:
𝑇=𝐴
T=3 m
Passo 4
Achar o valor da sub-furação.
0,3
S= (𝐶𝑜𝑠𝛼) × 𝐴
0,3
S= (𝐶𝑜𝑠20) × 3
S= 0,95 m
24
Passo 5
Achar o valor da profundidade total.
P= L+ S
P= 10+ 0,95
P= 10,95 m
Passo 6
Calcular o comprimento da carga de explosivo.
PC= P-T
PC= 10,95-3
PC= 7,95 m
Passo 7
Achar o valor da densidade do explosivo.
Antes de se efectuar os cálculos, deve-se converter o valor do diâmetro que se encontra em
polegadas para milímetros (1`→25 mm)
0,85×D2
W= 1273
0,85×(76,2)2
W= 1273
W=3,87𝑔⁄𝑚𝑚2
Passo 8
Calcular a massa total do explosivo.
Wf = 𝑊 × 𝑃𝐶
Wf = 3,87 × 7,95
Wf = 30,7665𝑔
Passo 9
Determinar o valor do volume total.
Vt = A × E × Hb × Nf
Vt = 3 × 3 × 10 × 100
Vt = 9000m3
Passo 10
Determinar a razão de carga.
Wf
Rc =
Vt
25
30,7665
Rc = 9000
Rc= 0,003
NB: Quando "Rc ≈ 1" ,os blocos serão maiores e quando "Rc ≈ 0", os blocos serão menores.
2.1.2.3. Remoção
O minério fragmentado é carregado em camiões, vagões ou outro meio de transporte, até a
instalação do processamento, geralmente situada próxima a mina. ( Figura 24)
O desmonte hidráulico é a operação de lavra mediante uso de jatos de água sob pressão,
direccionados na frente de lavra, para desagregar o minério e permitir sua condução, em
forma de polpa, para classificação. A polpa é a mistura de água e minério, em consistência e
viscosidade adequadas que permitam seu bombeamento.
26
2.1.3.1. Tipos de desmonte hidráulico
O método de represas é usado no inicio da produção de ouro enquanto que o método de calhas
é usado onde a água é abundante e apenas quando o mineral valioso é mais pesado que o
mineral da ganga.
2.1.3.1.2. Dragagem
Este tipo de desmonte é aplicado quando o jazigo se encontra abaixo do nível do mar, tendo
em destaque os método de caçamba e sucção.
Na dragagem, são usados equipamentos como dragas de sucção, dragas de sucção com
desagregadores e dragas auto-transportadoras.
2.1.3.1.3. Lixiviação
Usa-se compostos químicos para separação do minério da ganga.
27
Factores político-econômico-sociais;
Factores ambientais.
Vantagens:
Desvantagens:
28
3. Conclusão
Após várias pesquisas bibliográficas, notou-se que desmonte são operações com custo
significativo na cadeia de produção mineral, reduções na metragem perfurada e no consumo
de explosivos trazendo uma série de benefícios e aumentando a competitividade do negócio.
Essas melhorias dependem de um acompanhamento técnico qualificado, uso de produtos de
qualidade e de ferramentas de controle e gestão.
29
4. Referências bibliográficas
https://ge902cobre.wordpress.com/processamento-e-transporte/
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://pt.linkedin.com/pu
lse/plano-de-fogo-lais-ferreira-
tavares&ved=2ahUKEwimmpzU97z7AhXJMMAKHfy9C68QFnoECCUQAQ&usg=
AOvVaw3aB-jiT_26Axyx7LF9szKA
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