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Objetivo 1 – Caracterizar as Proteínas:

O que são as Proteínas:


O termo proteína (do grego proteîon, “protagonista”) sugere que todas as funções básicas das
células dependem de proteínas específicas.
Uma das principais características das proteínas é uma capacidade designada de desnaturação. A
desnaturação consiste na alteração irreversível das propriedades das proteínas quando elas são
aquecidas ou agitadas.
As proteínas são cadeias de aminoácidos unidos por ligações peptídicas.

→ Um aminoácido é um ácido orgânico no qual o carbono ligado ao grupamento carboxila (–COOH)


também está ligado a um grupamento amino (–NH2). Esse carbono também está ligado a um H e a
um resíduo lateral (R) que é diferente em cada tipo de aminoácido.

. Existem 20 tipos de aminoácidos:


. Ligação Peptídica:
Nas proteínas, os aminoácidos estão ligados entre si por ligações covalentes chamadas ligações
peptídicas. Uma ligação peptídica é formada pela ligação de um grupo amina (NH31) de um
aminoácido com o grupo carboxila (COO2) de outro aminoácido. Uma molécula de água é removida
durante a reação. Devido ao modo como as ligações peptídicas se formam, uma cadeia polipeptídica
sempre tem uma extremidade amino (extremidade N-terminal) e uma extremidade carboxila
(extremidade C-terminal).

. Combinação de Aminoácidos:
Uma combinação de dois aminoácidos forma um dipeptídio e a combinação de três aminoácidos é
um tripeptídio. Quando ocorre a ligação de alguns aminoácidos, o composto é um oligopeptídio. Por
fim, um polipeptídio é formado por muitos aminoácidos.
A maior proteína do organismo contém, aproximadamente, 27.000 aminoácidos
→ Proteínas Conjugadas:
São proteínas que estão ligadas a partes não proteicas (grupamentos prostéticos).
A essa categoria pertencem as:
- Glicoproteínas (associadas a carboidratos);
- Nucleoproteínas (associadas a ácidos nucleicos);
- Lipoproteínas (associadas a lipídios);
- Cromoproteínas (cujo grupo prostético é um pigmento). → Dois exemplos de cromoproteínas são a
hemoglobina e a mioglobina, cujo grupo prostético é o heme, um composto orgânico que contém ferro e
se combina com oxigênio.

Organização estrutural das Proteínas - Cada forma surge de forças de ligações entre AA.
(Cada forma surge de forças de ligação entre aminoácidos)

- A estrutura primária consiste na sequência dos aminoácidos que formam a cadeia proteica. Tal
sequência determina os demais níveis de organização da molécula.

- A estrutura secundária é a configuração espacial da proteína, que deriva da posição de


determinados aminoácidos em sua cadeia. Assim, algumas proteínas (ou partes delas) têm uma
forma cilíndrica denominada α-hélice (α porque foi a primeira a ser descoberta). Nela, a cadeia
polipeptídica se enrola em torno de um cilindro imaginário, devido à formação de pontes de
hidrogênio entre os grupamentos amino de alguns aminoácidos e dos grupamentos carboxila de
outros aminoácidos.
Outras proteínas (ou partes delas) apresentam uma estrutura denominada folha pregueada β. Nela,
a molécula assume a configuração de uma folha pregueada, devido à união, por pontes de
hidrogênio laterais, de grupamentos amino e grupamentos carboxila da mesma cadeia polipeptídica
- A estrutura terciária é consequência da formação de novos pregueamentos nas estruturas
secundárias α-hélice e folha pregueada β, que dão origem à configuração tridimensional da
proteína.
Os novos pregueamentos são formados porque determinados aminoácidos distantes entre si na
cadeia polipeptídica se relacionam quimicamente. Dependendo do padrão de pregueamento
adotado, são formadas proteínas fibrosas ou globulares.
As proteínas fibrosas são formadas a partir de cadeias polipeptídicas (ou de tramas proteicas) com
estrutura secundária exclusivamente do tipo α-hélice.
Em contrapartida, as proteínas globulares são formadas tanto a partir de α-hélices como de folhas
pregueadas β, ou de uma combinação de ambas.

- A estrutura quaternária resulta da combinação de dois ou mais polipeptídios, o que origina


moléculas de grande complexidade. Por exemplo, a hemoglobina é o resultado da integração de
quatro cadeias polipeptídicas.
Objetivo 2 – Caracterizar os Ribossomos:
O que são Ribossomos?
- Os ribossomos são pequenas partículas situadas no citosol, compostas de quatro tipos de RNA
ribossômico (rRNA) e cerca de 80 proteínas diferentes. Ao microscópio eletrônico de transmissão,
são vistos como partículas elétron-densas medindo de 20 a 30 nm de diâmetro
- Os ribossomos são constituídos por duas subunidades de tamanhos diferentes.
- subunidade maior → 60S - subunidade menor → 40S
- A maior parte de seu RNA é sintetizada no nucléolo.
- As proteínas são sintetizadas no citoplasma, migram para o núcleo através dos poros nucleares
(ver Capítulo 3, Núcleo Celular) e se associam aos rRNA.
- Depois de prontas, a subunidade menor e a maior saem separadamente do núcleo pelos poros
nucleares, passando para o citoplasma, no qual exercerão suas funções
- Polirribossomos são conjuntos de ribossomos unidos por uma molécula de RNA mensageiro
- A mensagem contida no mRNA é o código que estabelece a sequência de aminoácidos na molécula
proteica que está sendo sintetizada, e os ribossomos desempenham um papel importante na
decodificação, ou tradução, da mensagem para a síntese proteica
- Muitas proteínas, como as que se destinam a permanecer no citosol (enzimas, proteínas motoras,
proteínas do citoesqueleto), em mitocôndrias e em peroxissomos, são produzidas em
polirribossomos que permanecem isolados no citosol
- Independentemente do local onde os ribossomos estão na célula (livres ou ligados), eles atuarão
na síntese proteica.
- A principal diferença, no entanto, está no local de destinação dessas proteínas.
Síntese de Proteínas:

. Subunidade menor → une os RNAt para que os AA transportadors por eles liguem-se entre si (faz
com que ocorra as ligações peptídicas)
. Subunidade maior → catalisa as ligações (um de seus RNAm age como uma ribozima) e auxilia os
fatores que regulam a síntese proteica.
- Os polirribossomos que traduzem mRNA, que codificam proteínas para serem segregadas nas
cisternas do retículo endoplasmático granuloso, se prendem à membrana do retículo pelo lado das
subunidades maiores de seus ribossomos quando estão produzindo as respectivas proteínas
- Essas proteínas podem ser depois secretadas, como as enzimas das glândulas salivares e do
pâncreas, ou mantidas na célula, como as enzimas dos lisossomos e dos grânulos dos leucócitos.
- Outras proteínas, como as proteínas integrais das membranas celulares, também são sintetizadas
em polirribossomos presos ao retículo endoplasmático granuloso

Objetivo 3 – Caracterizar o Retículo Endoplasmático:


- O retículo endoplasmático (RE) é uma rede intercomunicante de vesículas e túbulos observada ao
microscópio eletrônico delimitada por uma membrana contínua, que define um espaço chamado
cisterna do retículo endoplasmático.
- As vesículas podem ser achatadas ou esféricas.
- É possível observar que a superfície da membrana da cisterna voltada para o citosol pode estar ou
não recoberta por polirribossomos, que sintetizam proteínas que são injetadas nas cisternas.
- Isso possibilita a distinção entre dois tipos de retículo endoplasmático: o granuloso (rugoso) e o liso

Retículo endoplasmático granuloso:


→ O retículo endoplasmático granuloso (REG) se caracteriza por duas propriedades principais:
- Possui polirribossomos na superfície citosólica da sua membrana
- É constituído de cisternas saculares ou achatadas. A membrana das cisternas é contínua com a
membrana externa do envelope nuclear.
- O REG é abundante nas células especializadas na secreção de proteínas, como as células acinosas
do pâncreas (enzimas digestivas), fibroblastos (colágeno) e plasmócitos (imunoglobulinas).
- No interior da cisterna do retículo endoplasmático granuloso, a sequência sinal é removida por
uma enzima específica, a peptidase do sinal, localizada na superfície interna da membrana do
retículo.
- Durante e após a síntese das cadeias de proteínas ocorrem nas cisternas as modificações
chamadas pós-translacionais, como, por exemplo, as hidroxilações, glicosilações, sulfatações e
fosforilações das cadeias de proteínas.

→ Funções do REG:
- A principal função do retículo endoplasmático granuloso é separar proteínas que, após a síntese,
serão colocadas em vesículas que se destacam do RE e ficam no citosol (empacota proteínas)
- Além de proteínas destinadas à secreção, são sintetizadas no REG proteínas lisossômicas, proteínas
de membrana e muitas outras.
- Outras funções do REG são a glicosilação inicial das glicoproteínas, a síntese de fosfolipídios e a
montagem de moléculas proteicas formadas por múltiplas cadeias polipeptídicas.

Retículo endoplasmático liso:


- O retículo endoplasmático liso (REL) não apresenta ribossomos na superfície de suas cisternas
- A membrana do REL é contínua com a do retículo granuloso, embora existam diferenças entre as
moléculas que constituem essas duas variedades de membrana
- O REL participa de diversos processos funcionais, de acordo com o tipo de célula. Por exemplo, nas
células que produzem esteroides, como as da glândula adrenal e células secretoras do ovário e do
testículo, ele ocupa grande parte do citoplasma e contém algumas das enzimas necessárias para a
síntese desses hormônios
- O REL é abundante também nos hepatócitos, as células principais do fígado, em que é responsável
pelos processos de conjugação, oxidação e metilação, dos quais as células lançam mão para inativar
determinados hormônios e neutralizar substâncias nocivas e tóxicas, como os barbitúricos e vários
outros fármacos.

- Graças à enzima glicose-6-fosfatase encontrada em suas membranas, o retículo endoplasmático


liso participa da hidrólise do glicogênio, produzindo glicose para o metabolismo energético.
→ Outra função importante do retículo endoplasmático liso é a síntese de fosfolipídios para todas
as membranas celulares.
- As moléculas de fosfolipídios são transferidas para as outras membranas:
(1) por meio de vesículas que se destacam e são movidas por proteínas motoras, ao longo dos
microtúbulos;
(2) por comunicação direta com o retículo endoplasmático granuloso;
(3) por meio das proteínas transportadoras de fosfolipídios;

Objetivo 4 – Descrever os Proteossomos:


- A vida média das proteínas celulares varia bastante, e a sua degradação constitui um aspecto
importante da regulação celular.
- Essa função é desempenhada pela via ubiquitina-proteossomo, que é a principal responsável pela
degradação seletiva de proteínas.
- Os proteossomos desempenham um papel crítico no ciclo de vida da célula. Proteossomos
encontrados no núcleo degra- dam, entre outras, as enzimas envolvidas com os processos de
replicação e transcrição do DNA, bem como as enzimas que regulam o ciclo celular
- Os proteossomos são encontrados tanto no citoplasma quanto no núcleo de todas as células euca-
riontes.
- A distribuição intracelular, o número de proteossomos e a proporção relativa entre o núcleo e o
citoplasma variam de acordo com o tipo celular, com o estágio de diferenciação, com as condições
fisiológicas e do microambiente, entre outros fatores.
- A atividade dos proteossomos pode ser regulada pelo estresse oxidativo intracelular (causado pela
ação dos radicais livres), uma vez que uma de suas principais funções é degradar proteínas
danificadas por radicais livres
- Geralmente, células com alta capacidade de proliferação têm grande quantidade de proteossomos.
- Há dois tipos de proteossomos já caracterizados: o proteos- somo 20S e o 26S.
- O proteossomo 20S tem cerca de 700 kDa de massa, enquanto o 26S tem 2 MDa
- Ambos são constituídos por complexos multienzimáticos que se dispõem como um cilindro,
contendo uma câmara central com 20S de coeficiente de sedimentação
- O proteossomo 26S apresenta, em cada uma das extremidades da câmara, uma estrutura em
forma de tampa, com 19S
- A atividade do proteossomo 26S é a mais complexa e a melhor esclarecida, abordaremos a seguir
seus mecanismos de ação
- Os complexos 19S reconhecem e controlam a entrada das proteínas a serem degradadas, e ainda
desnaturam essas proteínas para torná-las acessíveis aos sítios ativos das enzimas presentes na
câmara proteolítica

- Em células cancerosas, que se dividem descontroladamente, a inibição da atividade proteolítica


dos proteossomos pode retardar ou mesmo interromper a progressão do câncer, interferindo na
degradação ordenada das proteínas que regulam o ciclo celular. Atualmente, vários compostos
inibidores da atividade proteolítica dos proteossomos estão sendo testados na terapia dessa
doença.

OBS: Os proteossomos que já cumpriram seu tempo de atividade são degradados por autofagia.

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