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Aula Teórica 3

Continuação

Proteínas
Sumario
 Estrutura das proteínas
 Classificação das proteínas.
 Funções das Proteínas.

Bibliografía:
“Princípios de Bioquímica de Lehninger” Nelson /Cox. Cap. 3 Págs. (72-107)
Introdução
O que torna uma dada proteína uma enzima, outra um hormônio, outra
uma proteína estrutural, e ainda pitra um anticorpo? Como elas diferem
bioquímicamente?

As distinções mais óbvias são estruturais: sequência de aminoácidos, seu


enovelamento, até a associação das cadeias polipeptídicas numa
proteína oligomérica.
Estrutura das proteínas

Estrutura Estrutura Estrutura Estrutura


Primária Secundária Terciária Quaternária

Cada proteína possui um número e uma sequência de aminoácidos distintos.


A função de uma proteína depende de sua sequência de aminoácidos, então, a
perda de estrutura da proteína resulta na perda de função.
Sequencia de aminoácidos fornecem importantes informações bioquímicas.
Estrutura primária

A estrutura primária fornece à proteína sua identidade única. É responsável


pelas propriedades da molécula.
Sequência de aminoácidos do esqueleto covalente da cadeia polipeptídica de uma
proteína.
Embora seja o nível organizacional mais simples, é o mais importante, pois
determina as outras estruturas.
Estrutura secundária

A estrutura secundária refere-se a arranjos de aminoácidos particularmente


estáveis (estruturas regularmente repetidas estabilizadas por pontes de hidrogénio
com o oxigénio), que estejam próximos um dos outros na seqüência linear. Por
apresentar vários centros polares, a estrutura enrola-se e forma uma hélice (
hélice) onde os aminoácidos interagem com aminoácidos na mesma cadeia.
Quando os pontes são feitas de forma intercadeia ou intracadeia entre aminoácidos
de cadeias diferentes, resultando em uma estrutura rígida e achatada (
pregueada). Ex. colageno
Estrutura terciária

A estrutura terciária descreve todos os aspectos do dobramento tridimensional de


um polipeptídeo. As interacções ocorrem entre os grupos R dos aminoácidos por
pontes de hidrogénio, ligações iónicas ou interacções hidrofóbicas.
A estrutura terciária informa sobre a disposição da estrutura secundária de um
polipeptideo ao render-se sobre se mesma originando uma conformação globular.
Esta conformação globular facilita a solubilidade em água e asi realizar funções de
transporte, enzimaticas, hormonais, etc.
Estrutura quaternária

Quando uma proteína possui duas ou mais


cadeias polipeptídicas sua organização espacial é
denominada estrutura quaternária. Esta estrutura
informa da union mediante ligações fracas (não
covalentes) de várias cadeias polipeptidicas com
estrutura terciária, para formar um complexo
protéico. Cada uma destas cadeias polipeptidicas
recebe o nome de protómero. Ex. hemoglobina

Quando uma proteína é sintetizada na célula, sua estrutura primária dobra-se


espontaneamente, originando as estruturas secundária e terciária.
Se a proteína possuir estrutura quaternária, esta também se organiza
espontaneamente, assim que a estrutura terciária das subunidades componentes
é formada. A proteína, então, assume sua forma nativa.
Classificação das proteínas quanto à composição química

a) Simples
b) Conjugadas
c) Derivadas

a) Proteínas simples: São aquelas que ao hidrolizarse produzem aminoacidos.


Dividem-se quanto à forma em:
• Fibrosas: cadeias polipeptídicas arranjas em longos filamentos ou folhas. São
insolúveis em água e físicamente duras. São apenas encontradas em animais e
possuem funções de armazenamento ou usadas em tendões, músculos e ossos. Ex.
colágeno, queratina, elastina.

• Globulares: cadeias polipeptídicas dobradas em uma forma esférica ou globular,


apresentam outros compostos orgânicos e inorgânicos (grupo prostético) além dos
aminoácidos em sua composição. São hidrossolúveis, devido a possuirem estrutura
terciária e desempenham diversas funções nos organismos, entre as quais: hormonal e
enzimática. Ex. albúmina, glutenina, hemoglobina do sangue, insulina.
Os dois grupos são estruturalmente distintos e se diferenciam funcionalmente .
b) Proteínas conjugadas:
São aquelas que ao hidrolizarse produzem aminoacidos e um grupo denominado
grupo prostético. Ex. Caseína

As proteínas conjugadas são classificadas com base na natureza química de seus


grupos prostéticos.

• Lipoproteínas: contêm lipídeos ou gorduras


• Glicoproteínas: contêm carboidratos. Ex. Globulina, Interferon
• Metaloproteínas: contêm um metal específico. Ex. Ferritina, Hemoglobina
• Fosfoproteínas: contêm grupos de ácido fosfórico. Ex. Caseína
• Nucleoproteínas: união da proteína com ácidos nucleicos. Ex. ARN

c) Proteínas derivadas:
São aquelas que ao hidrolizarse produzem polipeptideos (não aminoácidos).
Quanto à solubilidade, as proteínas são classificadas em:

a) Albuminas – proteínas solúveis em água. São geralmente pobres em glicina e,


quando agitadas, tendem a formar coágulos. São exemplos: albumina de ovo,
albumina do soro do sangue, albumina do leite, legumelina de ervilhas, leucosina de
trigo.
b) Globulinas – proteínas insolúveis em água, mas solúveis em soluções salina.
Apresentam glicina em sua composição. São exemplos: ovoglobulina de gema de ovo,
globulina de soro de sangue, miosina de músculo, faseolina de feijões, legumina de
ervilhas.
c) Prolaminas – proteínas insolúveis em água e soluções salinas, mas solúveis em
álcoois como etanol a 50-80%. São ricas em prolina, no entanto, quase não
apresentam lisina, são encontradas principalmente em sementes. São exemplos: zeína
de milho e gliadina do trigo.
d) Glutelinas – proteínas insolúveis em água mas solúveis em soluções ácidas
(glutelinas ácidas) ou básicas (glutelinas básicas), no entanto são insolúveis em
solventes neutros. Elas são proteínas de plantas. Exemplo: glutelina de trigo.
Quanto ao número de cadeias polipeptídicas, as proteínas são
classificadas em:

a) Proteínas Monoméricas – proteínas que apresentam uma única cadeia


polipeptídica, ou seja, uma única sequência de aminoácidos. Exemplo:
mioglobina.

b) Proteínas Oligoméricas – São proteínas que apresentam mais de uma


cadeia polipeptídica, ou seja, mais de uma extremidade N-terminal e C-
terminal. Exemplo: hemoglobina.
Propriedades das proteínas

a) Solubilidade
A solubilidade de uma proteína é fundamental para sua função.
A solubilidade das proteínas depende não apenas das propriedades físico-químicas
da molécula, mas também do pH, da força iônica, da temperatura, do tipo de
solvente utilizado, dentre outros fatores.
Para que uma proteína seja solúvel, ela deve interagir com o solvente, seja por
pontes de hidrogênio, dipolo-dipolo e também por interações iônicas, e, por isso,
podemos definir “solubilidade” como o equilíbrio entre as interações proteína-
proteína e proteína-solvente.
As proteínas são solúveis em água quando adotam uma conformação globular
(estrutura terciária). A solubilidade é devida aos radicais R livres dos aminoácidos
que ao ionizar-se, estabelecem ligações debele (pontes de hidrogénio) com as
moléculas de água. Asi, quando uma proteína se solubiliza fica coberta de uma
capa de moléculas de água que impede que se possa unir a outras proteínas o qual
provocaria seu precipitação.
Um dos fatores que influencia a solubilidade é o ponto isoelétrico.
Em pH distinto do ponto isoelétrico, as proteínas se repelem, têm cargas +/- e
podem interagir com a água, sendo, assim, mais solúveis em água. Conforme o
ponto isoelétrico se aproxima, as diferenças das cargas diminuem, formando até
mesmo agregados e precipitados.
Nestes casos, a solubilidade mínima corresponde ao pH que coincide com o ponto
isoelétrico.
As proteínas são mais solúveis em água quanto mais distante o pH encontrar-se do
seu pI e, então, mais pontes de hidrogênio poderão se formar entre as moléculas
de água e as de proteínas.

Mas qual a vantagem da solubilidade?

Uma das principais vantagens de uma boa solubilidade é que, assim, se permite
a dispersão rápida e completa das moléculas de proteína.
A solubilidade é um fator importante, ainda, na indústria alimentícia, pois é
essencial na elaboração e fabricação de certos alimentos, como: sopas, molhos,
purês, bebidas, etc.
Não somente para isso, mas também é importante conhecer a solubilidade
quando se pretende determinar o grau de extração e purificação das proteínas.
Outro fator que influencia a solubilidade das proteínas é a temperatura.
Temperaturas de 0ºC a 40ºC são capazes de aumentar a solubilidade. No
entanto, se a temperatura passar disso, corre outro efeito, a Desnaturação.

Desnaturação Protéica

É uma proteína que teve sua estrutura espacial afetada a ponto de ocasionar a
perda de sua função biológica. A desnaturação envolve alterações nas estruturas
quaternárias, terciária e secundária. A estrutura primária não é afetada.
A proteína é dita desnaturada quando sua conformação nativa é destruída devido à
quebra de ligações covalente ou perda de interações intermoleculares, resultando
em uma cadeia polipeptídica distendida.
Quando as proteínas são submetidas a determinados agentes, estas ligações
podem ser quebradas. A quebra destas ligações altera a conformação normal das
proteínas e há uma mudança da estrutura nativa da proteína e às vezes trocam
suas propriedades físico-químicas.
Fatores desnaturantes:

 Alterações da Temperatura
 Mudanças de pH
 Radiação ultravioleta
 Detergentes químicos
 Solventes orgânicos miscíveis, como álcool ou acetona.
 Certos solutos como ureia e hidrocloreto de guanidina.
 Agitação mecânica vigorosa até formação de espuma,

A desnaturação das proteínas pode ser reversível ou irreversível.

A temperatura de desnaturação da maioria das proteínas situa-se abaixo de


100ºC.

Há algumas substâncias, também, que podem aumentar a solubilidade das


proteínas, como: iões de sais neutros, pois eles reagem com as cargas deles. Esse
efeito tem relação com o número de cargas das espécies iônicas em dissolução e da
concentração de sal. Sais como MgSO4 e MgCl2 são mais adequados para aumentar
a solubilidade que NaCl ou KCl.
b) Capacidade amortiguadora
Tem carácter anfótero e isto as faz capazes de neutralizar as variações de pH do
meio já que podem comportasse como ácido ou como base e portanto liberar ou
retirar protões H+ do meio onde se encontrem.

c) Especificidade
É uma das propriedades mas características e se refere a que cada uma das espécies
de seres vivos é capaz de fabricar suas próprias proteínas (diferentes das de outras
espécies) e até, dentro de uma mesma espécie há diferenças proteicas entre os
distintos indivíduos.

Estes não ocorre com os carboidratos e os lípidos que são comuns a todos os seres
vivos. A enorme diversidade proteica é a consequência das multiplex combinações
entre os aminoácidos, o qual esta determinado pelo ADN de cada indivíduo.

A especificidade das proteínas explica alguns fenómenos biológicos como a


compatibilidade ou não de transplantes de órgãos, enxertos biológicos, soro
sanguíneo, etc. ou os processos alérgicos e inclusive algumas infecione.
Funções das Proteínas
a. Função Estrutural
As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes do corpo humano.
Ex: Colágeno: Proteína mais abundante da pele, cartilagem e órgãos. Proporciona
resistência e elasticidade a essas estruturas.
Elastina: Proteína elástica presente em órgãos como pulmões, parede de vasos
sanguíneos e ligamentos.
Queratina: Fibras resistentes encontradas nos cabelos, unhas, chifres e cascos.

b. Função Hormonal
Vários hormônios são proteínas.
Ex: Insulina e glucagon (controle da glicemia)

c. Função Respiratória
Hemoglobina e Mioglobina são pigmentos presente nas hemácias que transportam
oxigênio para que as células possam realizar a respiração celular.

d. Função Contrátil
Actina e Miosina são proteínas presentes nas células musculares, onde são
responsáveis pelo mecanismo de contração muscular.
e. Função Carreadora
Existem várias proteínas na membrana plasmática das células, responsáveis pelo
transporte de substâncias para o interior e exterior da célula.

f. Função Imunológica
As moléculas de defesa do sistema imune são proteínas denominadas anticorpos
ou imunoglobulinas.

g. Função Catalítica
As enzimas, moléculas que aceleram reações químicas no interior das células, são
todas proteínas.
Identificação das proteínas
Há diferentes reagentes para identificar às proteínas mas o mas usados é o do Biuret
(qualitativo).
Reação do Biuret: O reagente de Biuret esta formado por uma dissolução de sulfato
de cobre no meio alcalino, este reconhece o ligação peptídico das proteínas
mediante a formação de um complexo de coordenação entre os iões Cu 2+ e os pares
de eletrões não compartilhados do nitrogénio que forma parte dos ligações
peptídicos, o que produz uma coloração vermelho-violeta.
Analises de proteínas em alimentos
O mas usado em é o método do Kjeldahl (quantitativo) que determina o nitrogénio
total da amostra. O único componente da maioria dos alimentos que contém
nitrogénio são as proteínas. É um método muito complicado que consta de 3 etapas:
digestão, destilação, valoração.
Técnica de eletrocforese

Espectrometría de massa:
A espectrometria de massa é uma técnica poderosa que permite determinar a
massa molecular de proteínas e a sequência de aminoácidos. Esta informação é
utilizada para identificar a proteína, pesquisando bases de dados de sequências
de nucleótidos e de proteínas.

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